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Bo l e t im Amb i en t a l
30 de Janeiro de 2012
Alameda Campinas, n.o 728 6o andar, Cj. 64 Jardim Paulista CEP 01404001 São Paulo SP Brasil
Tel.: +55 (11) 2985 1070 www.tabet.com.br
Poluição Atmosférica
Brasil
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, por meio da Resolução CONAMA n.o 436, publicada em 26.12.2011, estabeleceu os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos por fontes fixas instaladas ou com licença de instalação requerida antes de 02.01.2007. Dentre as premissas adotadas para o estabelecimento de limites de emissão estão as seguintes: (i) o uso desses limites como um dos instrumentos de controle ambiental, cuja aplicação deverá ser associada a critérios de capacidade de suporte do ambiente onde está localizado o empreendimento; (ii) a adoção de tecnologias de controle de emissões que sejam técnica e economicamente viáveis, acessíveis e já desenvolvidas em escala que permita sua aplicação prática; (iii) a possibilidade da diferenciação dos limites de emissão, em função do porte, localização e especificidades das fontes de emissão, bem como das características, carga e efeitos dos poluentes liberados.
Conforme o disposto na Resolução, o lançamento de efluentes gasosos na atmosfera deverá ser
realizado por meio de dutos ou chaminés, sendo ainda exigida a manutenção adequada dos sistemas de exaustão de poluentes para evitar as emissões fugitivas desde a fonte geradora até a chaminé.
O órgão ambiental licenciador poderá estabelecer um limite de
emissão mais restritivo, conforme as condições locais da área de influência da fonte poluidora. Considerando os tipos de poluentes e a tipologia das fontes poluidoras, são estabe
lecidos limites para os poluentes atmosféricos provenientes dos processos de geração de calor a partir de combustão externa de: (i) óleo combustível; (ii) gás natural; (iii) biomassa de canadeaçúcar; (iv) derivados da madeira. Também foram fixados limites para emissões provenientes dos seguintes equipamentos ou processos: (i) turbinas a gás para geração de energia elétrica; (ii) refinarias de petróleo; (iii) fabricação de celulose; (iv) fusão secundária de chumbo; (v) indústria de alumínio primário; (vi) fornos de fusão de vidro; (vii) indústria de cimento portland; (xiii) produção
de fertilizantes, ácido sulfúrico,
Nes t a Ed i ç ão :
Poluição Atmosférica limites de emissão de poluentes por fontes fixas
Rio+20 documento principal / seminário internacional
Resíduos Sólidos lixo eletrônico / resíduos da construção civil / pneus inservíveis em São Paulo / resíduos de serviços de saúde e coleta seletiva em Minas Gerais / embalagens vazias de agrotóxicos / sacolas plásticas descartáveis na cidade de São Paulo
Áreas Especialmente Protegidas Cadastro Ambiental Rural / vegetação de restinga / cadastro de famílias em unidades de conservação / unidade de conservação da Caatinga em Pernambuco / zoneamento ecológicoeconômico da Baixada Santista / reserva particular do patrimônio natural em Curitiba
Mudanças Climáticas concessionárias de automóveis na Paraíba
Recursos Florestais certificação florestal / exploração no Mato Grosso do Sul
Política Ambiental alterações na legislação da Bahia
Biodiversidade patrimônio genético
Marketing Verde selo para eventos sustentáveis em Minas Gerais
Produtos Perigosos transporte de materiais radioativos
Turismo Sustentável ecoturismo / turismo rural e esportes de aventura no Ceará
Áreas Contaminadas lista em Minas Gerais
Agronegócio dispensa e inexigibilidade de licenciamento em São Paulo
Indústria Alimentícia segurança alimentar no Pará
Licenciamento Ambiental cadastro de atividades no Ceará
Recursos Hídricos Plano Nacional / conservação e recuperação no Acre / declaração de carga poluidora no Mato Grosso do Sul
Pesca pirarucu em Rondônia
Proteção à Fauna anilhas para aves / experimentação animal / caranguejo
Meio Ambiente Urbano mobilidade urbana / estacionamento de bicicletas no Rio de Janeiro
Patrimônio Cultural bairro do Leblon, Rio de Janeiro
Conexões Globais Ch ina /Moçambique
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2 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
ácido nítrico e ácido fosfórico; e (ix) indústrias siderúrgicas integradas e semiintegradas e usinas de pelotização de minério de ferro.
A Resolução ainda dispõe sobre
mento sustentável e erradicação da pobreza”; (iv) “Quadro Institucional para o Desenvolvimento Sustentável”; e (v) “Quadro para ações e acompanhamento”. Ainda não há consenso para a maior parte do documento, que ainda passará pelo crivo de duas reuniões preparatórias com poder de decisão até que seja firmado um posicionamento mais consistente antes da Conferência. No último parágrafo do documento, fazse referência a um “compêndio de compromissos voluntários”, que poderá incluir metas adotadas pelo setor empresarial. O documento encontrase disponível no seguinte endereço eletrônico: http://bit.ly/zSx1mz.
Seminário Internacional. Em 31.05.2012, na cidade do Rio de Ja
neiro, será realizado o Seminário Internacional de Direito Ambiental Empresarial, organizado pelo escritório Tabet Advogados. O Seminário abordará os principais temas de interesse do setor empresarial no campo ambiental, contando com a participação da equipe de profissionais do escritório Tabet Advogados e ainda de diversos advogados de escritórios estrangeiros com expertise na área ambiental. Maiores informações podem ser obtidas com Ana Paula da Silva, por meio do seguinte correio eletrônico: [email protected].
Documento Principal. Em 10.01.2012, foi disponibilizado pela Organização das Nações Unidas o primeiro rascunho do documento principal que será discutido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (“Rio+20”), que será realizada em junho/2012, na cidade do Rio de Janeiro. O documento, denominado “O Futuro Que Queremos” (The Future We Want), está dividido nos cinco seguintes capítulos: (i) “Preâmbulo/Delimitação do contexto”; (ii) “Renovando o Compromisso Político”; (iii) “Economia Verde no contexto do desenvolvi
os requisitos a serem observados para a realização do monitoramento das emissões atmosféricas e na elaboração de relatórios de monitoramento.
Para as fontes fixas de poluição at
mosférica instaladas ou com licença de instalação requerida a partir de 02.01.2007, continuam valendo os limites estabelecidos na Resolução CONAMA n.o 382/2006.
Rio+20
RESERVE NA
AGENDA
Resíduos Sólidos
Logística Reversa. No dia 13.12.2011, foi apresentado na Comissão de Desenvol
vimento Econômico, Indústria e Comércio – CDEIC da Câmara dos Deputados o parecer do relator Dep. Mandetta (DEMMS) pela aprovação do Projeto de Lei (“PL”) n.o 2.045/2011, de autoria do Dep. Penna (PVSP), que regulamenta a coleta e a destinação
ambientalmente adequada de resíduos tecnológicos. Além de vedar o descarte de resíduos tecnológicos junto com o lixo domiciliar, comercial e industrial, o PL detalha as obrigações para todos que participam da cadeia de vida do resíduo tecnológico. O PL prevê que, em até sete anos, 95% de todo o volume de ‘lixo eletrônico’ gerado deverá ser recolhido e destinado adequada
mente. Atualmente, o PL aguarda deliberação na CDEIC antes de seguir para a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
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3 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Construção Civil. Em 19.01.2012, foi publicada a Resolução n.o 448 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA, alterando a Resolução CONAMA n.o 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da construção civil. As alterações incluem adequações pertinentes à Lei n.o 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), notadamente no que tange às áreas de beneficiamento e reservação de resíduos e de disposição final de rejeitos. Foi também instituído o prazo máximo de doze meses para que os municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil, os quais deverão ser implementados em até seis meses após sua respectiva publicação.
São Paulo. A Lei n.o 14.691, publicada em 07.01.2012, estabeleceu que na conservação das estradas estaduais será utilizado, sempre que possível, asfalto enriquecido com borracha pulverizada proveniente da reciclagem de pneus inservíveis.
Minas Gerais I. Em 23.12.2011, foi publicada a Deliberação Normativa n.o 171 do Con
selho Estadual de Política Ambiental – COPAM, que dispõe sobre as diretrizes para sistemas de tratamento e disposição final
adequada dos resíduos de serviços de saúde. A Deliberação estabelece regras para a disposição final desses resíduos conforme sua classificação, sendo que a unidade de tratamento e disposição final que recebe resíduos de serviços de saúde deverá apresentar à Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, até 31.07.2012, a Declaração da Gestão de Resíduos, conforme modelo a ser definido e disponibilizado pela FEAM. A partir de 2013, a referida Declaração deverá ser apresentada anualmente, até 31 de março.
Minas Gerais II. Por meio da Deliberação Normativa n.o 172, publicada em 23.12.2011, o COPAM instituiu o Plano Estadual de Coletiva Seletiva – PECS, que estabelece normas para orientar a implantação ou ampliação da coleta seletiva nos municípios, incentivar a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e fortalecer instrumentos estabelecidos pelas políticas de resíduos sólidos.
inPEV. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – inPEV, criado a partir de uma iniciativa voluntária de empresas do setor agroquímico, completou recentemente uma
década de atividades. O inPEV destacase por sua colaboração com o desenvolvimento sustentável na agricultura. Seu sistema de destinação de embalagens vazias recolhidas por agricultores, distribuidores e cooperativas, indústrias e poder público constitui uma bemsucedida iniciativa de responsabilidade pósconsumo e logística reversa. O inPEV também participou da implementação da Campanha de Levantamento de Agrotóxicos Obsoletos no Estado de São Paulo, conforme noticiado na edição deste Boletim de 30.11.2011. O empreendedorismo do inPEV resultou, desde 2002, na retirada de 200.769 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos do meio ambiente.
São Paulo, SP. Em 15.01.2012, a Prefeitura do Município de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente – SVMA, e a Associação Paulista de Supermercados – APAS assinaram um protocolo de intenções que prevê o fim da distribuição das sacolas plásticas descartáveis à base de petróleo (“SPPD”) em supermercados da cidade a partir de 25.01.2012. Embora alguns supermercados venham a disponibilizar sacolas biodegradáveis como alternativa, o que se pretende é estimular o uso sacolas reutilizáveis e desestimular a cultura do descarte. A iniciativa faz parte da campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, instituída pela própria APAS.
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4 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Mudanças Climáticas Áreas Especialmente Protegidas
Paraíba. No dia 06.01.2012, foi publicada a Lei Estadual n.o 9.653, que dispõe sobre a obrigatoriedade das concessionárias de automóveis de plantarem árvores para mitigação dos impactos ambientais causados pelo produto, especialmente a emissão de gases de efeito estufa. Conforme o disposto na Lei, a cada dois carros novos vendidos é obrigatório o plantio de uma árvore. O plantio deverá ser feito em áreas de preservação permanente, reservas florestais, parques e jardins, corredores ecológicos, assim como outras áreas ecologicamente apropriadas para o plantio, dentro do Estado, conforme designado pelo Poder Executivo e acompanhado por biólogo. O nãocumprimento da obrigação de plantio sujeitará o infrator à penalidade de multa.
Pernambuco. No dia 14.12.2011, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS, a Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH e a Prefeitura Municipal de Serra Talhada realizaram consulta pública sobre a proposta de criação do Parque Estadual da Mata da Sementeira, para preservação e restauração da diversidade ecológica do bio
ma Caatinga. Se a proposta
CAR. Desde o dia 12.12.2011, o Sistema de Adesão ao Programa Mais Ambiente está disponível, em caráter experimental, para os proprietários e posseiros que desejarem fazer a regularização ambiental de seus imóveis rurais por meio do preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (“CAR”), conforme formulário disponibilizado no seguinte endereço eletrônico: http://www.maisambiente.gov.br. O Programa foi instituído pelo Governo Federal por meio do Decreto n.o 7.029/2009 e visa apoiar a regularização ambiental por meio da concessão de benefícios que viabilizam a adequação das propriedades com a legislação ambiental, notadamente no que tange à reserva legal e às áreas de preservação permanente. O Programa oferece, conforme o interesse do proprietário ou possuidor rural, assistência técnica, educação ambiental, capacitação e apoio para implementação de viveiros e auxílio para recuperação de áreas degradadas, inclusive áreas de preservação permanente e reserva legal. Com relação a multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
em decorrência de certas infrações contra a flora, o Programa possibilita a suspensão da cobrança e a conversão da multa em recuperação do dano ambiental. O prazo de adesão ao Programa encerrase em 10.12.2012.
Restinga. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA aprovou a lista de espécies indicadoras dos estágios sucessionais de vegetação de restinga na Mata Atlântica para a Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte e Paraná. As listas encontramse disponíveis, respectivamente, nas Resoluções CONAMA n.o 437 a 447, todas publicadas em 03.01.2012.
Unidades de Conservação. Por meio da Portaria n.o 104, publicada em 15.12.2011, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio instituiu o Formulário de Cadastro de Famílias em Unidades de Conservação Federais. O preenchimento do Formulário é obrigatório e visa identificar as famílias que moram, ocupam e utilizam recursos naturais nas unidades de conservação sob a gestão do ICMBio.
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Certificação Florestal. Nos dias 18 e
19.01.2012, foi realizada, na cidade de São Paulo, a última oficina de revisão da proposta dos novos princípios e critérios da certificação FSC (Forest Stewardship Council). O evento contou com a participação de representantes de membros brasileiros do FSC Internacional, do Comitê de Desenvolvimento de Padrões e das certificadoras atuantes no Brasil. Essa certificação atesta o manejo responsável das florestas a partir das quais se obtém matériaprima florestal. Um dos pontos considerados mais críticos pelos
Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Recursos Florestais
participantes diz respeito à eliminação ou redução do uso de fertilizantes no cultivo de florestas. Fernando Tabet acompanhou e participou das discussões, a convite da empresa Stora Enso. Depois de três anos de tramitação, a proposta deverá ser votada mundialmente até o final do mês de janeiro/2012.
Mato Grosso do Sul. Em 03.01.2012, foi publicada a Lei Estadual n.o 4.163, que disciplina a exploração de florestas e demais formas de vegetação nativa, a utilização de matériaprima florestal e a obrigação de reposição florestal. A Lei estabelece a
obrigatoriedade de obtenção de Autorização Ambiental para supressão, total ou parcial, de qualquer floresta ou vegetação nativa do Estado. Além disso, será também necessário obter Autorização Ambiental para a exploração da vegetação nativa, bem como a utilização de matériaprima florestal de acordo com os casos especificados na Lei. A Lei ainda prevê a imposição de condicionantes específicas, conforme o uso e a exploração da vegetação e recursos florestais (por exemplo, locais que possuam plano de manejo ou que sejam florestas plantadas).
for concretizada, o Parque será a primeira unidade de conservação estadual da Caatinga.
Baixada Santista, SP. O Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA, por meio da Deliberação n.o 34, publicada em 20.12.2011, aprovou a minuta de Decreto sobre o Zoneamento EcológicoEconômico (“ZEE”) da Baixada Santista, que tem por objetivo geral disciplinar e racionalizar a utilização dos recursos naturais da região, visando garantir a melhoria na qualidade de vida da população, a sustentabilidade econômica e a pro
teção dos ecossistemas. O ZEE define normas específicas para o zoneamento terrestre e marinho, bem como regras e restrições voltadas ao licenciamento ambiental nestas áreas.
Curitiba, PR. No dia 13.12.2011, foi publicada a Lei Municipal n.o
13.899, alterando a Lei n.o 12.080/2006, que disciplina a instituição da Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal – RPPNM. As alterações ampliam as possibilidades de proprietários requererem que seu imóvel seja transformado em RPPNM. Além de outras obrigações previstas, uma vez deferido o requerimento de transformação, o proprietário da área deverá apresentar, em até 180 dias, o Plano de Manejo da Reserva, prevendo as ações de recuperação ou manutenção consideradas necessárias.
Política Ambiental
Bahia. A Lei Estadual n.o 12.377, publicada em 29.12.2011, alterou a Lei Estadual n.o 10.431/2006
(Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade – PEMAPB) e a Lei
Estadual n.o 11.612/2009 (Política Estadual de Recursos Hídricos – PERH). Com
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6 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
para o monitoramento ambiental realizado pelo poder público, especialmente com relação ao uso das informações; (iii) inclusão de novas regras para o processo de licenciamento ambiental (inclusive para empreendimentos que possam afetar unidades de conservação e suas respectivas zonas de amortecimento) e casos de dispensa; (iv) estabelecimento de norma específica para compensação de reserva legal. Com relação à PERH, merecem atenção as
relação à PEMAPB, destacamse as seguintes alterações: (i) acréscimo de objetivos para os Planos Estaduais de Meio Ambiente, de Proteção da Biodiversidade (proposição de estratégias e mecanismos para recuperação de ecossistemas degradados, por exemplo) e de Unidades de Conservação (incluindo, entre outros, a definição de critérios e procedimentos para a elaboração, revisão e implementação de planos de manejo); (ii) criação de regras
Biodiversidade
Acesso ao Patrimônio Genético. O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético CGEN, por meio da Resolução n.o 37, publicada em 09.01.2012, estabeleceu procedimentos para a solicitação de autorização de acesso e remessa de amostras de componentes do patrimônio genético e/
ou conhecimento tradicional associado. O protocolo da solicitação de autorização perante a SecretariaExecutiva do CGEN dará início a processo administrativo próprio, com prazo de resposta máximo de 90 dias, prorrogáveis mediante justificativa formal.
seguintes alterações: (i) criação de novos instrumentos de controle e planejamento das ações de gerenciamento dos recursos hídricos; (ii) acréscimo de novas atribuições aos órgãos de gestão dos recursos hídricos (incluindo, por exemplo, o enquadramento dos corpos d’água de domínio estadual em classes pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos).
Marketing Verde
Minas Gerais. O Decreto n.o 45.815, publicado em 16.12.2011, regulamentou procedimento para o reconhecimento da sustentabili
dade ambiental, social e cultural de eventos artísticos, técnicos e comemorativos. Os eventos que se adequarem às exigências legais receberão um selo de reconhecimento, denominado “Selo Evento Sustentável”, o qual
poderá ser usado em campanhas de divulgação. O procedimento para solicitação do selo e os critérios de avaliação dos eventos encontramse detalhados no Decreto.
Produtos Perigosos
Materiais Radioativos. A consulta pública promovida pela Comissão Na
cional de Energia Nuclear – CNEN sobre o projeto de norma para Transporte de Materiais
Radioativos se encerrará em 07.02.2012. O projeto contempla requisitos básicos de segurança e proteção radiológica, a fim de garantir um nível adequado de controle da eventual exposição de pessoas, bens e do meio am
biente a radiação ionizante. O projeto está disponível no seguinte endereço eletrônico, que também inclui um cadastro para envio de sugestões: http://bit.ly/wdWCvg.
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Ecoturismo. No dia 14.12.2011, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (“PL”) n.o 868/2011, de autoria do Dep. Giovani Cherini (PDTRS), que dispõe sobre a criação da Política de Desenvolvimento do Ecoturismo e do Turismo Sustentável em âmbito nacional. Em linhas gerais, o PL estabelece regras, instrumentos de gestão e recursos para viabilizar a preservação da biodiversidade em locais onde são realizadas atividades turísticas. O PL será analisado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável antes de seguir para a Comissão de Turismo e Desporto.
7 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Ceará I. A Lei Estadual n.o 15.065, publicada em 26.12.2011, regulou o Turismo Rural na Agricultura Familiar, com o objetivo de promover o desenvolvimento rural sustentável. Para tanto, deverão ser estimuladas atividades comerciais, de educação ambiental, de serviços de lazer e hospedagem e valorização do patrimônio histórico, dentre outras.
Ceará II. Em 29.12.2011, foi publicada a Lei Estadual n.o 15.071, que disciplina a prática de esportes de aventura no Estado do Ceará. A Lei reforça a idéia de que determinadas práticas esportivas também devem ser controladas para que sejam minimizados os impactos sobre o meio ambiente e comunidades locais.
Áreas Contaminadas
Minas Gerais. No dia 12.12.2011, a Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM divulgou o Inventário de Áreas Suspeitas de Contaminação do Estado e a Lista de Áreas Contaminadas e Reabilitadas de 2011. O Inventário identifica 490 áreas contaminadas e 66 áreas reabilitadas no Estado de Minas Gerais. Os documentos encontramse disponíveis nos seguintes endereços eletrônicos, respectivamente: http://bit.ly/x4wEDW e http://bit.ly/AoR0GX.
Turismo Sustentável
São Paulo. As Secretarias de Estado do Meio Ambiente – SMA, de Agricultura e Abastecimento – SAA e da Justiça e da Defesa da Cidadania – SJDC, por meio da Resolução Conjunta SMASAASJDC n.o 01, publicada em 29.12.2011, definiram regras para a dispensa de licença ambiental para determinados empreendimentos e atividades agropecuários de reduzido potencial poluidordegradador que preencham e apresentem a Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária e que não impliquem intervenção em áreas de preservação permanente ou su
pressão de vegetação nativa. Dentre os empreendimentos beneficiados com a dispensa estão os seguintes: (i) apicultura em geral e ranicultura; (ii) reforma e limpeza de pastagens, quando a vegetação a ser removida seja constituída apenas por estágio pioneiro de regeneração; e (iii) projetos de irrigação.
São Paulo. No dia 29.12.2011, foi publicada a Resolução n.0 74 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SMA, que dispõe sobre a inexigibilidade de licenciamento ambiental para determinadas atividades que não se
Agronegócio
caracterizam como Projetos Agrícolas e que tenham reduzido potencial poluidordegradador. Desde que não impliquem intervenção em áreas de preservação permanente ou supressão de vegetação nativa, as atividades contempladas incluem, dentre outras: (i) limpeza de equipamentos de drenos artificiais; (ii) construção de reservatórios d’água para atividades agropecuárias; (iii) manutenção e recuperação de vertedouros e aterro de açude; (iv) manutenção de vias e limitadores de propriedade; (v) recuperação de pontes e travessias.
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8 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Pará. A Lei Estadual n.o 7.580, publicada em 21.12.2011, instituiu o Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável – SISANSPA. Com o fim de garantir o direito à alimentação adequada e
saudável, a Lei prevê a adoção de políticas e ações públicas que levem em conta práticas alimentares ambientalmente sustentáveis, dentre outras. Nesse sentido, a segurança alimentar e nutricional abrangerá a conservação e
Indústria Alimentícia
preservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos naturais.
Licenciamento Ambiental
Ceará. A Lei Estadual n.o 15.093, publicada em 29.12.2011, instituiu o Cadastro Técnico de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA no
âmbito do Estado do Ceará. A inscrição no Cadastro é obrigatória e abrange as atividades de extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flo
ra, dentre outras elencadas no Anexo I da Lei. O pagamento da TCFA é obrigatório e seu fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido à Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE.
Recursos Hídricos
Plano Nacional. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, por
meio da Resolução n.o 135, publicada em 05.01.2012, aprovou o documento “Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH: prioridades para 20122015”, como resultado da primeira revisão do PNRH. O PNRH contempla 22 prioridades para os próximos quatro anos, que estão agrupadas nos seguintes tópicos principais: (i) a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos; (ii) o desenvolvimento institucional; (iii) a articulação institucional; e (iv) o gerenciamento do PNRH. A versão revisada do PNRH encontrase dis
ponível no seguinte endereço eletrônico: http://bit.ly/zPOiGg.
Acre. O Decreto Estadual n.o 2.368, publicado em 15.12.2011, instituiu o Programa de Conservação e Recuperação das Nascentes e Matas Ciliares para a Bacia Hidrográfica do Rio Acre, cuja implementação se estenderá pelas áreas urbanas e
rurais localizadas dentro dos limites da Bacia Hidrográfica do Rio Acre. O Programa traça princípios orientadores e, além disso, veda a supressão de qualquer espécie de cobertura vegetal nas áreas que especifica. A inobservância
do Decreto será considerada conduta lesiva ao meio ambiente,
passível de sanção prevista em Lei.
Mato Grosso do Sul. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia – SEMAC, por meio da Resolução n.o 29, publicada em 29.12.2011, regulou a Declaração de Carga Poluidora de fontes potenciais ou efetivamente poluidoras de águas. De acordo com a Resolução, todos os empreendimentos geradores de efluentes líquidos, efetiva ou potencialmente poluidores das águas ficam notificados a apresentar, até 31.03 de cada ano, a Declaração de Carga Poluidora do ano civil anterior. A Declaração, conforme modelo apresentado no Anexo Único da Resolução, deverá vir acompanhada de Anotação de Responsabilidade
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9 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Técnica do profissional responsável pela elaboração do documento e de Boletins Analíticos sobre os efluentes. As atividades
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de pequeno impacto ambiental, conforme Resolução SEMAC n.o 08/2011,
não são obrigadas a apresentar a Declaração.
Pesca
Rondônia. Em 22.12.2011, foi publicada a Instrução Normativa Conjunta n.o 1 do Ministério da Pesca e Aquicultura e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, que estabelece critérios e procedimentos para cadastramento de plantéis de reprodutores de pirarucu
(Arapaima gigas) no Estado de Rondônia, para fins de regularização dos empreendimentos quanto ao manejo, à reprodução em cativeiro, à engorda e à comercialização dos seus produtos. Para tanto, foi estabelecido o
prazo de 90 dias para apresentação dos documentos especifica
dos na Instrução Normativa. Com a efetivação do cadastro, será emitido o respectivo Certi
ficado, que permitirá a comercialização dos produtos.
Proteção à Fauna
Aves. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA regulamentou, por meio da Instrução Normativa n.o 16, publicada em 16.12.2011, a fabricação e distribuição de anilhas para criadores de aves silvestres. A Instrução Normativa dispõe sobre o credenciamento das fábricas de anilhas e o procedimento de solicitação e entrega das anilhas.
Experimentação Animal. O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal –
CONCEA, por meio da Resolução Normativa n.o 03, publicada em 15.12.2011, instituiu o Credenciamento Institucional para Atividades com Animais em Ensino ou Pesquisa – CIAEP, além de estabelecer os critérios e procedimentos para requerimento, emissão, revisão, extensão, suspensão e cancelamento do credenciamento das instituições que criam, mantêm ou utilizam animais em ensino ou pesquisa científica. A Resolução permite a utilização de animais em atividades educacionais de ensino superior e de educação técnica de nível médio da área biomédica, observados certos requisitos e condições. As instituições que criam, mantêm ou utilizam animais em ensino e pesquisa científica deverão requerer seu credenciamento dentro do prazo de um ano da
entrada em vigor da Resolução Normativa (30 dias após a data de publicação).
Caranguejo. O Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa Interministerial n.o 02, publicada em 10.01.2012, proibiram a captura, transporte, beneficiamento, industrialização e comercialização de qualquer indivíduo da espécie Ucides cordatus, conhecido popularmente como caranguejouçá, nos Estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pa
raíba, Pernambuco, Alagoas,
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10 Este Boletim destinase aos clientes deste Escritório e tem por objetivo informar sobre as principais alterações na legislação brasileira e notícias relevantes no campo ambiental. Para esclarecimentos adicionais, os advogados encontramse à sua disposição.
Sergipe e Bahia, em períodos especificados nos meses de janeiro a março, para garantir a reprodução da espécie.
Curitiba, PR. A Lei Municipal n.o 13.908, publicada em 20.12.2011, prevê a imposição de
sanções administrativas àqueles que praticarem maustratos aos animais. A Lei traz um elenco de 16 condutas passíveis de sanção, sendo aplicável a todo ser pertencente ao Reino Animal, inclusive fauna urbana, doméstica, nativa ou exótica.
Meio Ambiente Urbano
Mobilidade Urbana. Em 04.01.2012, foi publicada a Lei n.o 12.587, que institui as
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana – PNMU. A PNMU tem por objetivo a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nos municípios. Tendo como base o princípio do desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais, dentre outros princípios, a PNMU será orientada por diretrizes que levem em consideração a mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na cidade. Além da prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados,
assim como dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado, a PNMU também terá como diretrizes o incentivo ao desenvolvimento científicotecnológico e o uso de energias renováveis e menos poluentes, dentre outras.
Rio de Janeiro, RJ. A Lei Municipal n.o 5.352, publicada em 30.12.2011, determinou a criação de áreas exclusivas para o estacionamento de bicicletas próximas às estações do metrô, estações ferroviárias e terminais rodoviários, bem como próximas às repartições públicas municipais e pontos turísticos. Com essa medida, o Município do Rio de Janeiro busca promover a integração dos diferentes tipos de transporte na cidade.
Rio de Janeiro, RJ. O Decreto Estadual n.o 34.982, publicado em 19.12.2011, regulou o licenciamento de atividades econômicas em Área de Proteção da Ambiência Cultural do Leblon. Com o fim de proteger o patrimônio cultural, material e imaterial do Leblon, o Decreto obriga que haja análise prévia da Secretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design – SUBPC sobre o licenciamento, mudança de uso e mudança de perfil de atividades econômicas realizadas no bairro. A SUBPC irá analisar o impacto da atividade econômica na qualidade da ambiência cultural do bairro do Leblon e poderá solicitar a opinião de outros órgãos municipais sobre análise de impacto de vizinhança, de tráfego ou ambiental. O Decreto também prevê a criação de estímulos e isenções que fomentem a salvaguarda e a conservação do patrimônio cultural do bairro.
Patrimônio Cultural
Conexões Globais
China. Em 09.11.2011, por ocasião da Reunião Executiva do
Conselho de Estado da República Popular da China, foi aprovado o Esquema de Trabalho para o Controle de Gases de Efeito Estufa para o DécimoSegundo
Plano Quinquenal. O Esquema determina o seguinte: (i) as emissões de CO2 por unidade de PIB em 2015 devem ser reduzidas em 17%, em relação a 2010; (ii) o mercado de comercialização de redução de emissões de carbono deverá ser
estabelecido gradualmente; (iii) uma série de províncias e cidades de baixo carbono deverão ser desenvolvidas por meio de um projeto piloto de baixo carbono; e (iv) a capacidade de controle de
emissões de gás de efeito
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estufa deverá ser totalmente aprimorada. Para alcançar esses objetivos, diversas medidas de controle deverão ser empregadas concomitantemente, promovendo o projeto piloto relativo ao desenvolvimento de baixo carbono e explorando o estabelecimento do mercado de comercialização de redução de emissões. Além disso, a construção de um sistema de estatística e contabilidade para emissão de gás de efeito estufa deverá ser acelerada, assim como atividades de baixo carbono e conservação de energia deverão ser promovidas por toda a sociedade. Também deverão ser amplamente implementados mecanismos de cooperação internacional, apoiando o aprimoramento da capacitação técnica e o fortalecimento da pesquisa e popularização da tecnologia de baixo carbono.
No início de novembro/2011, o Escritório Geral da Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma da República Popular da China (“CDNR”) emitiu uma Portaria sobre o Programa Piloto de Comercialização de Redução de Emissões de Carbono, que autoriza Chongqing, Beijing, Xangai, Hubei, Guangdong e Shenzhen a lançar o programa piloto de comercialização de redução de emissões de carbono. A Portaria reconhece que o lançamento do programa de comercialização de redução de emissões de carbono é uma importante medida para alcançar o objetivo de redução de emissões de CO2 entre
40%45% em 2020, com relação a 2005, com baixo custo econômico. A Portaria exige que todos os distritos pilotos valorizem o projeto, obtenham fundos específicos, elaborem o cronograma de implementação e o submetam à CDNR para aprovação.
Para identificar o mecanismo de comercialização de Redução Voluntária de Emissões (“RVE”) assim como os produtos comercializados, o local de comercialização, novos procedimentos para aplicação e certificação de metodologia e os procedimentos para ratificação de instituições certificadoras, assim como para solucionar o problema da falta de credibilidade do mercado RVE, serão em breve promulgadas Medidas Administrativas para Atividades de Comercialização de Redução Voluntária de Emissões de Gás de Efeito Estufa da República Popular da China. De acordo com Sun Cuihua, VicePresidente do Departamento de Mudanças Climáticas da CDNR, o texto da Medida Administrativa já foi concluído. Nesse momento, está caminhando para o estágio de coleta de pareceres e aprovações devidas junto às autoridades legislativas competentes.
Anteriormente, a China já tinha desenvolvido dois padrões de RVE, que são a Versão 1.0 do Padrão Panda, emitido em 16.12.2009, e o Padrão RVE China, emitido em 19.10.2010. Ambos os padrões estabeleceram um sistema com mecanismos que incluem requisitos para tec
nologia de redução de emissões, procedimentos de registro e cancelamento de registro e normas para mediação e arbitragem, entre outros.
(por Kong Wei, Zou Danli e Lu Jianwei, do escritório Zhong Lun – Xangai, China)
Moçambique. Em Moçambique, o Estudo do Impacto
Ambiental (“EIA”), como uma das componentes do processo de Avaliação do Impacto Ambiental (“AIA”), e a participação pública (“PP”) são dois aspectos a levar em consideração no licenciamento ambiental de atividades suscetíveis de causar impactos negativos sobre o ambiente. O EIA tem por objetivo analisar, técnica e cientificamente, as consequências que podem decorrer da implantação de uma atividade proposta sobre o ambiente. Por sua vez, a PP consiste num processo de informação e oitiva, durante a realização do processo de AIA, das partes interessadas e afetadas, direta ou indiretamente, pela atividade a desenvolver.
Porém, na prática, a realização de AIA, concretamente no que diz respeito ao EIA e à PP, revelouse difícil e heterogênea, pelo que urgia a necessidade de, por um lado, normalizar os procedimentos e dotar os vários intervenientes de linhas mestras que orientassem a realização dos EIA e, por outro lado, definir e harmonizar as normas e procedimentos ine
rentes ao processo de PP.
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Assim, o Ministério para a Coordenação da Ação Ambiental (“MICOA”) aprovou dois instrumentos legais complementares, especificamente, a “Diretiva Geral para Estudos do Impacto Ambiental” (“DGEIA”) e a “Diretiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de Avaliação do Impacto Ambiental” (“DGPP”), por meio do Diploma Ministerial n.º 129/2006, de 19 de Julho e do Diploma Ministerial n.º 130/2006, de 19 de Julho, respectivamente.
Tal como foram concebidos, os dois instrumentos legais acima referidos destinamse não só a serem utilizados pelo MICOA, mas também por entidades públicas e privadas direta ou indiretamente afetadas pelo projeto, os proponentes da atividade, os consultores ambientais, organizações de defesa do meio ambiente, entre outros.
De acordo com o DGEIA, um Relatório de EIA deverá integrar três conjuntos de documentos, a saber: o sumário executivo (escrito
em linguagem acessível para um leitor não especializado), o relatório principal (que inclui o Plano de Gestão Ambiental e seus anexos) e o relatório da PP.
No que se refere à PP no processo de AIA, o DGPP estabelece os seguintes procedimentos a serem observados na sua realização: identificação das partes interessadas e afetadas, disseminação da informação, realização da consulta pública, coleta das contribuições e elaboração do relatório final da consulta pública. Estes procedimentos são, igualmente, aplicáveis à audiência pública, caso haja necessidade de se fazer ou seja solicitada pelos cidadãos, associações e organizações ambientais legalmente constituídas ou entidades públicas e privadas.
A aprovação da DGEIA teve como objetivo conferir uma nova dinâmica na avaliação do impacto ambiental das atividades propostas, melhorandose a quali
dade dos estudos e a sua compreensão pela sua padronização, o que por sua vez se repercutirá na maior e melhor proteção do meio ambiente.
Por seu turno, a DGPP teve como mote permitir uma efetiva participação dos interessados e dos vários segmentos da sociedade civil afetados pela atividade proposta, traduzida na apresentação e incorporação no EIA dos seus anseios e opiniões, os quais deverão ser levados em conta no momento da decisão final sobre o licenciamento ambiental da atividade em questão.
Além disso, a regulamentação da forma e conteúdo do EIA e dos procedimentos para a realização da PP permite aos investidores ter maior conhecimento, participação e confiança no processo de AIA.
(por Eduardo Calú, do escritório Sal & Caldeira Advogados – Maputo, Moçambique)
Contato: Fernando Tabet [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 4)
Lucas Baruzzi [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 6)
Eduardo Leme [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 5)
André Marchesin [email protected] Tel. +55 (11) 2985 1070 (r. 7)
Colaboração especial
(legislação chinesa): Kong Wei / Zou Danli / Lu Jianwei ZHONG LUN [email protected] [email protected] [email protected] Tel. +86 (21) 6061 3666
(legislação moçambicana): Eduardo Calú SAL & CALDEIRA ADVOGADOS [email protected] Tel. + 258 (21) 24 1400
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