3. sistema tecnológico petrobras(petrobras, 2011a). figura 6: integração tecnológica fonte:...

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3. Sistema Tecnológico PETROBRAS Sistema Tecnológico da PETROBRAS é o conjunto das unidades envolvidas na pesquisa desenvolvimento, aperfeiçoamento, adaptação e aplicação de tecnologias relacionadas às atividades-fim do Sistema PETROBRAS (PETROBRAS, 2011b). O Sistema Tecnológico Petrobras engloba desde o desdobramento do Planejamento Estratégico Corporativo até a incorporação de tecnologias nos processos produtivos (PETROBRAS, 2011b). No Direcionamento Estratégico, são definidas as políticas de P&D, os focos tecnológicos da Companhia, diretrizes para alocação de recursos e objetivos, prazos e metas das carteiras de P&D (Programas e Áreas Tecnológicas) (PETROBRAS, 2011b). O processo de Monitoração e Prospecção Tecnológica alimenta o Planejamento Estratégico com cenários tecnológicos e oportunidades de negócio de base tecnológica. No nível tático-operacional, o Direcionamento Estratégico se materializa na forma de projetos de P&D (PETROBRAS, 2011b). 3.1. A PETROBRAS A PETROBRAS tem fama mundial pela sua trajetória e é hoje uma das empresas mais inovadoras no setor petrolífero e de energia no mundo. A sua capacidade está além da criação de soluções para os desafios impostos pelo mercado, pois tem um grande esforço em antecipação de cenários, expansão de fronteiras no uso de fontes tradicionais de energia, diversificação da geração energética com novas matérias-primas e produtos, focando na sustentabilidade da produção e consumo de energia (PETROBRAS, 2011a). O bom desempenho da PETROBRAS resulta, em grande parte, de investimentos significativos feitos ao longo da história da companhia em desenvolvimento tecnológico e na qualificação técnica. Em 2011, a

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3. Sistema Tecnológico PETROBRAS

Sistema Tecnológico da PETROBRAS é o conjunto das unidades

envolvidas na pesquisa desenvolvimento, aperfeiçoamento,

adaptação e aplicação de tecnologias relacionadas às atividades-fim

do Sistema PETROBRAS (PETROBRAS, 2011b).

O Sistema Tecnológico Petrobras engloba desde o desdobramento

do Planejamento Estratégico Corporativo até a incorporação de

tecnologias nos processos produtivos (PETROBRAS, 2011b).

No Direcionamento Estratégico, são definidas as políticas de P&D,

os focos tecnológicos da Companhia, diretrizes para alocação de

recursos e objetivos, prazos e metas das carteiras de P&D

(Programas e Áreas Tecnológicas) (PETROBRAS, 2011b).

O processo de Monitoração e Prospecção Tecnológica alimenta o

Planejamento Estratégico com cenários tecnológicos e oportunidades

de negócio de base tecnológica. No nível tático-operacional, o

Direcionamento Estratégico se materializa na forma de projetos de

P&D (PETROBRAS, 2011b).

3.1. A PETROBRAS

A PETROBRAS tem fama mundial pela sua trajetória e é hoje uma

das empresas mais inovadoras no setor petrolífero e de energia no

mundo. A sua capacidade está além da criação de soluções para os

desafios impostos pelo mercado, pois tem um grande esforço em

antecipação de cenários, expansão de fronteiras no uso de fontes

tradicionais de energia, diversificação da geração energética com novas

matérias-primas e produtos, focando na sustentabilidade da produção e

consumo de energia (PETROBRAS, 2011a).

O bom desempenho da PETROBRAS resulta, em grande parte, de

investimentos significativos feitos ao longo da história da companhia em

desenvolvimento tecnológico e na qualificação técnica. Em 2011, a

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PETROBRAS aplicou US$ 1,5 bilhão em P&D, um aumento de 47% em

relação a 2010 (PETROBRAS, 2011a).

Os investimentos e esforços dedicados à tecnologia alavancam

toda a cadeia da indústria de óleo, gás e biocombustíveis, além de

impulsionar os resultados da própria PETROBRAS. Investimentos na

capacidade interna de pesquisa e em intenso e produtivo intercâmbio

com o ambiente externo, atuando em cooperação com instituições,

universidades e empresas fornecedoras brasileiras e estrangeiras que

também se destacam pela capacidade de inovar (PETROBRAS, 2011a).

Como a maior empresa brasileira e uma das principais do mundo

nas áreas onde atua, a PETROBRAS tem uma visão clara da relevância

da inovação para o seu negócio. Os resultados que atingiu ao longo de

sua história devem muito aos contínuos investimentos em tecnologia e

inovação. Desde seus primeiros anos, a PETROBRAS mantém uma

estratégia tecnológica constantemente renovada e adaptada ao contexto

histórico nacional e às metas da empresa (PETROBRAS, 2011a).

A implantação da indústria de refino foi o principal direcionador da

criação da PETROBRAS, em 1953, até meados da década de 1970,.

Nesse período, o Brasil era importador de petróleo, e o grande objetivo

era fomentar a capacidade nacional de processamento e produção de

combustíveis para abastecer o mercado interno (PETROBRAS, 2011a).

A PETROBRAS precisava conhecer e assimilar as tecnologias de

refino existentes no mundo, para depois aprimorá-las para o contexto

nacional. Foi um período de grande ênfase na formação de recursos

humanos qualificados. O Centro de Pesquisas da PETROBRAS

(CENPES) foi fundado em 1963, nesse contexto (PETROBRAS, 2011a).

Em 1974, o campo de Garoupa abriu a recém-descoberta fronteira

exploratória da Bacia de Campos e deu início à série de descobertas dos

primeiros campos gigantes em alto-mar, como Albacora, Marlim e

Roncador. Essa nova província petrolífera mudou o cenário da indústria

de óleo e gás no Brasil e fez com que a PETROBRAS modificasse

significativamente sua estratégia de inovação: não era mais possível

aprender apenas com o que já havia sido feito no exterior. Os desafios

para o desenvolvimento destes campos eram inéditos mundialmente e

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teríamos de desenvolver novas tecnologias para viabilizar a então

planejada produção em alto-mar, em águas cada vez mais profundas

(PETROBRAS, 2011a).

A PETROBRAS procurou então parceiros dentro e fora do Brasil e

tem sido reconhecida internacionalmente pelo pioneirismo na produção

em águas profundas, sendo laureada com dois reconhecimentos

máximos na Offshore Technology Conference (OTC), principal fórum de

tecnologia da indústria (PETROBRAS, 2011a).

Com a descoberta de Lula em 2006 e a consequente confirmação

da nova fronteira exploratória do pré-sal, a PETROBRAS identificou

novamente uma mudança de patamar para a indústria de óleo e gás no

Brasil. Devido a sua experiência prévia em águas profundas, a

PETROBRAS possui grande domínio sobre as soluções tecnológicas

para este cenário e acumula extenso conhecimento necessário para

desenvolver a produção neste novo cenário. Devido à escala destas

reservas, mesmo pequenas melhorias nos processos e tecnologias

podem gerar significativa redução de custos e ganhos em eficiência. É

uma grande oportunidade de mercado para o desenvolvimento de uma

nova geração de tecnologias de produção de óleo e gás em alto-mar,

com escala de aplicação significativa (PETROBRAS, 2011a).

O contexto regulatório brasileiro, aliado a esta oportunidade,

estimula fortemente que a concepção, desenvolvimento e aplicação

aconteçam no Brasil – de ponta a ponta – não somente nas ações da

PETROBRAS, como nas dos fornecedores e parceiros. O país passa a

ser atrativo para os principais players dessa indústria. Criam-se condições

para que o Brasil mude de patamar não só em seus números de

produção de hidrocarbonetos, mas também na geração de tecnologia

(PETROBRAS, 2011a).

Há no Brasil uma gama de oportunidades para os grandes

fornecedores de bens e serviços, que não apenas instalam no país suas

unidades de produção, como também encontram espaço para gerar

tecnologia localmente, por meio de centros de pesquisa cativos e em

parceria com instituições nacionais de ciência e tecnologia, altamente

alavancadas pelos investimentos do setor (PETROBRAS, 2011a).

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A inovação na PETROBRAS direciona seus esforços para a gestão

de uma grande rede de desenvolvimento de tecnologias, baseada em

território nacional e, ao mesmo tempo, articulada com os principais polos

de excelência tecnológica da indústria de energia no mundo

(PETROBRAS, 2011a).

Figura 6: Integração Tecnológica

Fonte: PETROBRAS, 2012c

O volume de negócios gerado pelo pré-sal para fornecedores de

bens e serviços e para operadores da indústria de óleo e gás é o fator

impulsionador para a consolidação, no Brasil, de um dos principais polos

tecnológicos dessa indústria no século XXI. Esse movimento está

relacionado ao Plano de Negócios da PETROBRAS – companhia que,

historicamente, atua em parceria com instituições renomadas de todo o

mundo, além de universidades brasileiras, fornecedores nacionais e

outros parceiros (PETROBRAS, 2011a).

Consolida-se assim uma grande rede de cooperação, voltada para

a capacidade local de inovação. E é visando a este cenário que a

estratégia tecnológica da PETROBRAS está atualmente estruturada

(PETROBRAS, 2011a).

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Para viabilizar essa estratégia tecnológica, três pilares são

fundamentais: pessoas com excelente qualificação; recursos financeiros

de porte adequado aos desafios; laboratórios e infraestrutura

experimental de ponta. Esses três pilares se materializam tanto por meio

dos recursos próprios da PETROBRAS, como pela rede de parcerias

formada com universidades e fornecedores (PETROBRAS, 2011a).

Figura 7: Pilares da Estratégia Tecnológica

Fonte: PETROBRAS, 2012

A atuação em redes permite um crescimento conjunto, em prol do

desenvolvimento de conteúdo local para a indústria, que amplia sua

qualificação para prover, com crescente excelência, bens e serviços

demandados pelo setor, com segurança, agilidade e eficácia

(PETROBRAS, 2011a).

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Figura 8: Integração tecnológica com Instituições de P&D do Brasil

Fonte: PETROBRAS, 2012.

3.2. O CENPES

O Centro de Pesquisas & Desenvolvimento Leopoldo Américo

Miguez de Mello (CENPES) é o gestor da função tecnologia na

PETROBRAS, responsável pela coordenação das atividades de pesquisa,

desenvolvimento e engenharia básica na companhia e também pela

articulação com parceiros para o desenvolvimento tecnológico

(PETROBRAS, 2011b).

O CENPES conta atualmente com 1.814 empregados, dos quais

70% são exclusivamente dedicados à pesquisa e desenvolvimento. O

perfil destes profissionais é de alta qualificação: entre os pesquisadores,

24% possuem título de doutorado e 43% de mestrado. No Centro de

Pesquisas atuam ainda 314 engenheiros dedicados às atividades de

engenharia básica da PETROBRAS, responsáveis pelos primeiros

estágios dos projetos de grandes empreendimentos. Este arranjo

aproxima os projetistas dos pesquisadores, facilitando a aplicação de

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inovações tecnológicas nos projetos de engenharia da companhia. Este

efetivo de profissionais dedicados às atividades de Pesquisa,

Desenvolvimento e Engenharia é apenas parte da grande rede formada

pelas parcerias tecnológicas, o que amplia significativamente a

capacidade de desenvolvimento tecnológico da PETROBRAS e do Brasil

(PETROBRAS, 2011b).

Figura 9: Composição de RH no CENPES

Fonte: PETROBRAS, 2012.

Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

(Ipea) estimou que, para cada pesquisador do CENPES, existem cerca de

18 externos, nas universidades, fornecedores e parceiros. Ao considerar

apenas as universidades e institutos de pesquisa brasileiros, a estimativa

é de que para cada pesquisador interno existam cerca de 15 externos

trabalhando em projetos de P&D associados à superação dos desafios

tecnológicos da companhia (PETROBRAS, 2011b).

Os recursos financeiros destinados a P&D na PETROBRAS vêm

crescendo consistentemente, em especial nos últimos cinco anos. Em

2011, a PETROBRAS aplicou US$ 1,5 bilhão em P&D, um aumento de

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47% em relação a 2010. O crescimento desses recursos é consistente e

mais intenso a partir de 2006. Comparando a média de investimentos

2001-2003 com a média do período 2009-2011, o volume de recursos

cresceu mais de seis vezes. Este montante de investimentos tem feito a

PETROBRAS figurar sistematicamente, nos últimos anos, entre os cinco

maiores investidores de P&D na área de energia no mundo. Os recursos

destinados a P&D têm perfil semelhante à distribuição, por área de

negócios, dos investimentos totais da PETROBRAS (PETROBRAS,

2011b).

Figura 10:

Fonte: PETROBRAS, 2012

Nos últimos anos, os recursos investidos pela PETROBRAS nas

instalações próprias de P&D e também na implantação de laboratórios de

ponta nas instituições nacionais de P&D têm contribuído para a

consolidação, no Brasil, de um parque experimental de classe mundial,

voltado para a indústria de petróleo, gás e energia.

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Figura 11:

Fonte: PETROBRAS, 2012.

O Centro de Pesquisas da PETROBRAS possui uma das maiores

e mais avançadas instalações de pesquisa do mundo, com uma área total

de 300 mil metros quadrados, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro.

Esse complexo conta com plantas experimentais, laboratórios avançados

e um Núcleo de Visualização e Colaboração, voltado para simulação,

interatividade e imersão em diversos processos da indústria de energia

(PETROBRAS, 2011b).

Além das instalações do Rio de Janeiro, o CENPES também conta

com seis núcleos experimentais (ver abaixo) que, localizados próximos às

áreas de negócio afins, realizam testes em escala semi-industrial, etapa

fundamental para o escalonamento da tecnologia e sua futura

disponibilização para uso pela PETROBRAS (PETROBRAS, 2011b).

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Figura 12:

Fonte: PETROBRAS, 2012.

A infraestrutura voltada para a pesquisa não fica restrita aos muros

da empresa. Desde a criação, em 2006, das Redes Temáticas – modelo

que fomentou o aumento das parcerias entre a PETROBRAS e

universidades e institutos de pesquisa brasileiros –, o valor investido em

infraestrutura laboratorial cresce de forma consistente (PETROBRAS,

2011b).

Os 24 laboratórios inaugurados ou ampliados nas universidades e

institutos de pesquisa brasileiros, em 2011, contaram com recursos da

ordem de R$ 77 milhões nas etapas de construção e/ou aquisição de

equipamentos (PETROBRAS, 2011b).

O parque tecnológico nacional ganha ainda maior reforço com a

vinda, para o Brasil, de alguns dos principais fornecedores de bens e

serviços da indústria de energia. Atraídas pelo cenário de grandes

oportunidades proporcionado pelas reservas do pré-sal, algumas das

maiores empresas dessa indústria decidiram instalar no Brasil não

apenas suas unidades industriais, mas também centros cativos de

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pesquisa e plantas experimentais, para desenvolver aqui – em parceria

com a PETROBRAS e instituições brasileiras de ciência e tecnologia –

novas soluções tecnológicas (PETROBRAS, 2011b).

Figura 12: Distribuição da Cooperação Externa

Fonte: PETROBRAS, 2012.

Parte delas terá seus centros de pesquisa instalados no Parque

Tecnológico do Rio, na Cidade Universitária da Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ), muito próximo ao Centro de Pesquisas da

PETROBRAS. A Schlumberger, um dos maiores fornecedores de

serviços especializados na área de exploração e produção do mundo, já

havia inaugurado seu centro de pesquisas em 2010. Em 2011, foi a vez

da Baker Hughes, concorrente importante da Schlumberger. A empresa

inaugurou seu centro de pesquisas na Cidade Universitária da UFRJ com

o objetivo de desenvolver soluções e tecnologias que serão capazes de

aperfeiçoar a produção em águas profundas e nos reservatórios do pré-

sal. A FMC Technologies iniciou, em 2011, a construção de seu centro de

pesquisas e plantas experimentais voltadas para desenvolvimento e

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testes de sistemas submarinos de produção e processamento de petróleo

e gás (PETROBRAS, 2011b).

Está prevista para os próximos anos a inauguração de outros

centros de pesquisa de fornecedores, tanto na Cidade Universitária da

UFRJ quanto em outros campi de universidades parceiras da

PETROBRAS (PETROBRAS, 2011b).

A partir de um desdobramento do planejamento estratégico e do

plano de negócios da companhia, os projetos de pesquisa são

planejados. Cada projeto está voltado para oferecer soluções que

suportem uma ou mais metas de negócios. Os projetos de P&D da

PETROBRAS estão organizados de acordo com os três grandes eixos

direcionadores do desenvolvimento tecnológico da companhia: a

expansão dos limites atuais dos negócios da PETROBRAS, a agregação

de valor e diversificação dos produtos da companhia e a sustentabilidade

da indústria de energia (PETROBRAS, 2011b).

Figura 13: Eixos Direcionadores

Fonte: PETROBRAS, 2012.

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3.3. Transferência de Tecnologia na PETROBRAS

A transferência de tecnologia na PETROBRAS ocorre através de

(PETROBRAS, 2012):

• Desenvolvimento próprio

• Desenvolvimentos conjuntos

• Licenciamento

• Joint Ventures

• Projetos Multiclientes

• Aquisição

• Open Innovation

Desenvolvimento próprio é quando a pesquisa e desenvolvimento

de uma determinada tecnologia é desenvolvida por pesquisadores,

empregados ou não, dentro das instalações da PETROBRAS com

recursos próprios. Neste caso a propriedade da tecnologia é pertence

unicamente à PETROBRAS.

Desenvolvimento conjunto ocorre quando a PETROBRAS e uma

ou mais instituições desenvolvem uma tecnologia com recursos

compartilhados, sendo a propriedade divida de acordo com o volume de

recursos aplicados por cada um dos envolvidos.

Licenciamento ocorre quando a PETROBRAS compra uma licença par

poder utilizar determinada tecnologia na qual ela tem interesse, e que

pertence a outra instituição. A propriedade da tecnologia não é alterada.

Joint Venture é quando a PETROBRAS se associa a uma determinada

instituição para explorar determinada tecnologia, durante um período

determinado.

Projeto Multiclientes é um acordo entre a PETROBRAS e diversos

participantes para participar de uma pesquisa sobre um determinado

assunto, coordenados por uma das instituições participantes. As

tecnologias desenvolvidas servem de apoio para o desenvolvimento

próprio ou conjunto dos participantes.

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A aquisição é a compra pura e simples da propriedade de uma

tecnologia.

Open innovation é o aceso sem restrições a tecnologias

disponíveis.

O processo de desdobramento do Planejamento Estratégico

Corporativo na área de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) inicia-se com

a identificação dos desafios Tecnológicos. Em seguida, os principais

Desafios Tecnológicos do segmento são agrupados, combinando as

visões de negócio e do ambiente tecnológico (PETROBRAS, 2012)..

Os Comitês Tecnológicos Estratégicos (CTEs) de cada área de

negócio devem, a partir daí, estabelecer as diretrizes, orientações e

objetivos das carteiras de projetos de P&D. Entre as diretrizes dadas

pelos CTE deve estar a priorização dos Desafios Tecnológicos

(PETROBRAS, 2012).

Os CTEs também avaliam a pertinência das carteiras de P&D

vigentes, seu alinhamento com os objetivos de negócios, tendências e

sinais de mudança identificados – e propõe a criação ou encerramento de

programa ou área tecnológica. No caso de o CTE decidir pela criação de

um novo programa ou área tecnológica, deve também definir o objetivo e

atribuir um gestor de carteira (PETROBRAS, 2012).

Com base nas diretrizes, orientações e objetivos das carteiras

recebidas dos CTEs, os gestores de carteira devem, por meio de um

Comitê Tecnológico Operacional (CTO) e em articulação com os gerentes

de P&D, os gerentes gerais dos segmentos de negócio e pesquisadores,

definir as metas para as carteiras (programas e áreas tecnológicas).

Metas são objetivos quantificados e com prazo definido. O

sequenciamento e a relação entre as metas garantirão o alcance do

objetivo da carteira (PETROBRAS, 2012).

Os CTEs recebem, analisam e validam as metas propostas pelos

gestores de carteira para os programas e áreas tecnológicas. Caso as

metas não estejam adequadas, elas poderão ser reavaliadas pelos

gestores de carteira ou redefinidas no âmbito do CTE (PETROBRAS,

2012).

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O Comitê Tecnológico Petrobras (CTP) as analisa, identifica

lacunas ou interferências, busca oportunidades de sinergia entre elas e

sugere investimentos transversais e metas e objetivos para programas

transversais. Todos os produtos gerados são consolidados e

encaminhados à Diretoria Executiva da Petrobras, que analisa e pode

aprovar ou submeter, total ou parcialmente, para nova análise pelo CTE

(PETROBRAS, 2012).

Figura 13: Desdobramento do Planejamento estratégico

Fonte: PETROBRAS, 2012.

3.3.1. Gestão da Tecnologia Petrobras

A base de conhecimento do Macroprocesso GTP (Gestão da Tecnologia

na Petrobras) é um canal de comunicação onde o usuário pode entender

a funcionalidade dos principais processos contidos no GTP, bem como

homogeneizar o conhecimento na Companhia através da captação das

idéias, treinamentos e outros (PETROBRAS, 2012).

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Figura 14: Gestão da Tecnologia

Fonte: PETROBRAS, 2012

O objetivo deste macroprocesso é fornecer todos os recursos e

condições necessárias para a realização de pesquisa, desenvolvimento,

aquisição, disponibilização e assistência técnica de uma tecnologia ou

conhecimento, de acordo com a maturidade e característica de uma ideia,

oportunidade ou necessidade das Áreas e Unidades de Negócio da

Petrobras (PETROBRAS, 2012).

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