3º jornal mais antigo em circulaÇÃo no brasil a ......2009/07/12  · o resultado do fórum...

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A UNIÃO João Pessoa, domingo, 12 de julho de 2009 R$ 1 [ ANO CXVI - NÚMERO 123 ] JORNAL MAIS ANTIGO EM CIRCULAÇÃO NO BRASIL ( www.paraiba.pb.gov.br | [email protected] | redação 3218.6511/6509 | assinatura/circulação 3218.6518 | comercial 3218.6526 ) Associação Paraibana de Imprensa terá eleições nos dias 24 e 25. P. 11 mais A conferência é um espaço destinado à elaboração de propostas que possam ser utilizadas para a implantação de uma nova Política Nacional de Segurança Pública. P. 24 Especialistas discutem novo modelo de segurança em JP FOTOS: BRANCO LUCENA " GOVERNO DESENVOLVE PROJETO DE ESTÍMULO À AMAMENTAÇÃO E À DOAÇÃO DE LEITE. P.8 e 9 Brasil Mostra Brasil atrai 140 mil visitantes Em sua 15ª versão, a multifeira conta com o apoio de A União, da Rádio Tabajara e de outros órgãos estaduais. Encerramento acontece hoje à noite. P. 5 e 24 " " ALGODÃO COLORIDO E ORGÂNICO GANHA MAIS ESPAÇOS NO PROCESSO PRODUTIVO PRATICADO NA PB. suplemento especial " PARAÍBA TEM MÉDIA DE 86 MIL CARROS COM MAIS DE 10 ANOS Grande parte dos veículos velhos, que apresentam problemas sérios de estrutura, costuma circular somente nos bairros periféricos das principais cidades e nos municípios interioranos, onde a fiscalização no trânsito não é intensa. P. 6 ORTILO ANTÔNIO

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Page 1: 3º JORNAL MAIS ANTIGO EM CIRCULAÇÃO NO BRASIL A ......2009/07/12  · O resultado do fórum reflete, porém, uma observação de que o Nordeste está melhor. Não tanto quanto desejaríamos

A UNIÃOJoão Pessoa, domingo, 12 de julho de 2009

R$ 1

[ ANO CXVI - NÚMERO 123 ]

3º JORNAL MAIS ANTIGO EM CIRCULAÇÃO NO BRASIL

( www.paraiba.pb.gov.br | [email protected] | redação 3218.6511/6509 | assinatura/circulação 3218.6518 | comercial 3218.6526 )

Associação Paraibana de Imprensa terá eleições nos dias 24 e 25. P. 11mais

A conferência é um espaço destinado à elaboração de propostas que possam serutilizadas para a implantação de uma nova Política Nacional de Segurança Pública. P. 24

Especialistas discutem novomodelo de segurança em JP

FOTOS: BRANCO LUCENA

" GOVERNO DESENVOLVEPROJETO DE ESTÍMULOÀ AMAMENTAÇÃO E ÀDOAÇÃO DE LEITE. P.8 e 9

Brasil MostraBrasil atrai 140mil visitantesEm sua 15ª versão, amultifeira conta com oapoio de A União, daRádio Tabajara e deoutros órgãos estaduais.Encerramento acontecehoje à noite. P. 5 e 24

"

" ALGODÃO COLORIDOE ORGÂNICO GANHAMAIS ESPAÇOS NOPROCESSO PRODUTIVOPRATICADO NA PB.suplemento especial

" PARAÍBA TEM MÉDIA DE 86 MILCARROS COM MAIS DE 10 ANOSGrande parte dos veículos velhos, que apresentam problemas sérios de estrutura,costuma circular somente nos bairros periféricos das principais cidades e nosmunicípios interioranos, onde a fiscalização no trânsito não é intensa. P. 6

ORTILO ANTÔNIO

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2 OPINIÃOJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

EDITORIAL #

ffUNinforme

SUPERINTENDÊNCIA DE IMPRENSA E EDITORAFundado em 2 de fevereiro de 1893 no governo de Álvaro Machado

BR-101 - Km 3 - CEP 58.082-010 - Distrito Industrial - João Pessoa - ParaíbaPABX: (0xx83) 3218-6500 - FAX: 3218-6510 - Redação: 3218-6511/3218-6512www.para iba .pb .gov .b rwww.para iba .pb .gov .b rwww.para iba .pb .gov .b rwww.para iba .pb .gov .b rwww.para iba .pb .gov .b r

SuperintendenteNELSON COELHO DA SILVA

Diretor de OperaçõesMILTON FERREIRA DA NÓBREGA

Diretor TécnicoWELLINGTON H. VASCONCELOS DE AGUIAR

Diretor AdministrativoCRISTIANO XAVIER DE LIRA MACHADO

Editor GeralJOÃO EVANGELISTA

CONSELHO EDITORIAL

Lena Guimarães, Genésio de Sousa,Nelson Coelho, Wellington Aguiar,

Cristiano Machado, Milton Nóbrega,João Evangelista, Linaldo Guedes, João

Pinto (API), Land Seixas (Sind.Jornalistas), Juarez Farias (APL), LuizHugo Guimarães (IHGP), Rômulo Polari

(UFPB) e Thompsom Mariz (UFCG)

A UNIÃO

Nordeste melhors governadores do Nordeste tive-ram mais uma oportunidade, nasexta-feira em João Pessoa, paraaprofundar as questões de desen-

volvimento da região, apresentando propos-tas cabíveis e exequíveis.

Conforme a palavra do gestor estadual, JoséMaranhão, foram discutidos pontos impor-tantes relacionados à problemática adminis-trativa da Paraíba e do Nordeste. O pontoque pareceu mais comum a todos direcionapara as desigualdades regionais e sociais.

No campo das desigualdades regionaisainda há uma enorme ponte separando asregiões, economicamente, e de modo a pe-sar interiormente para o Nordeste. Por issoque foi, à unanimidade dos gestores, a rei-vindicação de mais obras o pires a mão.

São obras que visam, justamente, reduziras desigualdades regionais. O governadorda Paraíba, no entanto, não se mostroumuito otimista quanto ao atendimento ime-diato das reivindicações.

Ele argumentou: “Avançamos nas discus-sões em favor da resolução dos problemasda região, mas não se espera soluções ime-diatas para as reivindicações apresentadas”.Somente a médio e longo prazos será possí-vel obter os resultados desejados.

De imediato, é preciso começar obras deinfra-estrutura para que João Pessoa sejauma cidade-satélite de Recife e Natal. É ti-rar proveito da realização da Copa do Mun-

Odo em 2014 nestas duas cidades vizinhas. AParaíba terá condições de oferecer espaçosesportivos, culturais e hoteleiros para abri-gar atletas e turistas.

Nesse sentido, foi destaque a presença detrês ministros (Cultura, Turismo, Esportes).Os benefícios nestas áreas virão mais facil-mente. O ministro da Cultura, Juca Ferrei-ra, lembrou que 90% das cidades nordesti-nas não possuem museus ou centros de cul-tura. Veja uma realidade que afeta a edu-cação.

Na sequência turística, há a previsão decruzeiros marítimos no período da Copa doMundo de 2014 e a promoção de novos in-vestimentos para reforma e ampliação dosaeroportos nordestinos. Assim, o Prodetur foidiscutido e avaliado, cujas verbas serão libe-radas para a infraestrutura de meios quepossibilitem melhor fluxo do turismo.

O ancoradouro de queixas dos governa-dores foi, sem dúvida, a queda de receita,afetada por cotas menores do Fundo de Par-ticipação dos Estados. É claro que os gesto-res querem medidas compensatórias de re-ceita. A Paraíba está em situação mais vexa-tória, em razão da ‘guerra’ político-partidá-ria que se instalou no Legislativo.

O resultado do fórum reflete, porém, umaobservação de que o Nordeste está melhor.Não tanto quanto desejaríamos que estives-se. Porque as carências da nação nordestinaainda são muitas. Mas que está melhor, está.

“Paraíba democrática, terra amada”

Para comemorar os cinqüenta anos de abertura doSeminário Nossa Senhora da Assunção de Cajazeirastive a feliz idéia de escrever o livro intitulado “OS GA-ROTOS DE OURO”, cuja festa de lançamento aconte-ceu no dia 20 de agosto do ano de 2005, no Salão Nobreda Estância Termal do Brejo das Freiras, com a presen-ça da maioria dos ex-seminaristas de 1955.

“Benedicamus Domino. Deo Gratias”. Assim come-çava o dia dos cento e quarenta e cinco Garotos deOuro, no Seminário Nossa Senhora da Assunção deCajazeiras.

Todos os dias, o mesmo ritual: acordávamos ao gritodo Disciplinário. Preparávamo-nos às pressas; descía-mos as escadas dos dois dormitórios e seguíamos des-tino à barragem para a higiene matinal; a barragemficava por trás do prédio do Seminário. Ali, o banho damanhã e, em seguida, todos voltavam para os primei-ros atos da rotina diária: orações da manhã, a primeirarefeição e as aulas do período matutino.

Foi lá, no Seminário da Assunção, que os garotos seprepararam para a vida. Quem eram esses garotos deouro? De onde vieram? De um mundo desconhecido?Da terra? Ou das alturas, de onde não eram vistos?Nada disso! Eles eram do nosso meio, das nossas gle-bas sertanejas, de lugarejos pobres. A diferença estavana vontade de vencer. Na vocação sacerdotal.

A faixa etária era mais ou menos a mesma. Alguns jávinham com experiência do Pré-Seminário de Patos. Amaioria estava cruzando as portas de um internato pelaprimeira vez. Desconfiados, trêmulos, encabulados, ti-midez a flor da pele, esperando a mão amiga para nãoperder a vocação logo no primeiro dia.

À primeira vista, um local completamente desconhe-cido, longe da cidade, dava a impressão de verdadeiroesconderijo.

Primeira noite: “saudade matadeira”, choro na cama,olhares diferentes, pouca amizade e o sono sem con-vencer. Os pré-seminaristas vindos de Patos, cabeçafeita, ditando normas, dizendo aos novatos que tives-sem cuidados com os experientes, prestigiados pelacúpula do Seminário.

Logo nos primeiros dias, os apelidos começaram asurgir. Era uma dor danada; não havia como denunci-ar o fato a mamãe ou a papai, eles estavam longe. Nodia seguinte, as primeiras provas escritas, com fisca-lização rigorosa pelos padres e professores de carafechada.

As orações na capela começavam a alegrar os garo-tos. Refeições de boa qualidade, em silêncio absoluto,até que o Padre Reitor desse o sinal. As orações, antese depois das refeições davam a mostragem do que se-ria a preparação para os caminhos futuros.

As primeiras confissões, em filas intermináveis, a pe-nitência diante da Virgem da Assunção, os cânticos en-saiados e dirigidos pelo Padre Antonio Lisboa que sabiatudo de música e mais alguma coisa.

As grandes mãos espalmadas do maestro, bem a fren-te dos alunos indicavam como seria o trabalho no ensi-namento dos primeiros acordes da velha “Serafina”.Uma coisa confortava a todos: a paciência do PadreLisboa corrigindo tudo com a excelência das boas ma-neiras. Identificava de longe uma voz desafinada. Cha-mava e corrigia. Se não conseguisse melhorar a voz dojovem aprendiz dos cantos sacros, imediatamente oexcluía da sua relação de coralistas. A expulsão era umador fina e aguda. A gozação dos colegas era o que maisdoía. No final, todos foram vitoriosos. Cinqüenta anosdepois, os currículos comprovam o fruto da perseve-rança.

As Paróquias se dividiam, normalmente, dentro doSeminário. Os seminaristas de cada cidade se uniam.Isso significava uma força maior para melhorar o as-tral nos primeiros dias. Não demorou muito e os vigári-os começaram a chegar para as visitas dos seus reco-mendados. Ouviam queixas, davam conselhos e, nasdespedidas, as lembranças para os familiares.

Inegavelmente, cada seminarista representava o or-gulho da sua cidade, do seu distrito, do seu sítio. Osfamiliares que lá ficavam esbanjavam confiança e ale-gria. Nas férias, eles já se comportavam como verda-deiros ministros de Deus, rezando nas casas, capelas,matriz das paróquias, ajudando nas missas, batizados,casamentos, participando ativamente das santas mis-sões, muito comuns naqueles tempos.

Os garotos de ouro2º Capítulo

Inflação aponta alta paraas pessoas da 3ª Idade

O Índice de Preçosao Consumidor daTerceira Idade (IPC-3i) teve variação de1,15% no segundotrimestre de 2009,

puxado principalmente pela alta doscustos com habitação. Com o resulta-do, o indicador, que mede os custospara famílias majoritariamente compos-tas por indivíduos com mais de 60anos, ficou ligeiramente acima do IPCgeral, que subiu 0,98% no mesmoperíodo. Com o resultado de abril ajunho, a variação acumulada em 2009passou para 2,68%

TJ apresenta balanço dasCâmaras Civil e CriminalAs quatro Câmaras Cíveis e a Criminaldo Tribunal de Justiça da Paraíbajulgaram 1.053 processos, em 20sessões, durante o mês de junho,

conforme relatórios divulgados pelasassessorias técnicas dos colegiados. Onúmero total inclui as decisõesterminativas.Os relatórios destacam asapelações, tanto cíveis como criminais,por serem maioria dos processos.

População de Bayeux votapara o conselho tutelarHoje, vão acontecer as eleições paraescolha dos conselheiros tutelaresem Bayeux. As urnas vão estardisponíveis em 15 escolas municipaise estaduais e a população poderáescolher entre os 27 candidatos queestão concorrendo às vagas, das 8horas às 17 horas.

Sesc e Senac inscrevempara processo seletivoO Serviço Social do Comércio (Sesc)e o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial (Senac) inscrevem atéo próximo dia 24 para o processoseletivo que visa o preenchimento de

60 vagas para o quadro permanentedas instituições, além de formação decadastro reserva. Para o Sesc, são26 vagas distribuídas nas unidadesde João Pessoa, Campina Grande,Guarabira, Patos, Sousa e Cajazeiras.Já o Senac oferece 34 vagas para aCapital, Campina Grande e Cajazeiras.

Celeridade na Vara deTrabalho de Santa RitaEnquanto o Fórum de João Pessoaestá passando pela experiência doprimeiro mês de funcionamento doprocesso eletrônico, a 1ª Vara doTrabalho de Santa Rita já convive comessa realidade há um ano. Nesseperíodo, o prazo médio de tramitaçãode um processo, que era de 48 dias,caiu para 12 dias; o prazo de conclu-são para despacho, que era de três acinco dias, caiu para 24 horas. Ocumprimento do despacho, que levavade dois a quatro dias, agora é feito de24 a 48 horas.

Chico [email protected]

*Chico Cardoso é jornalista, escritor e advogado

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3ESTADUAL JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

CHARGE DO DIA

“Paraíba democrática, terra amada”

Retirei do meu livro Cidade de João Pessoa - amemória do tempo o seguinte texto:

“O jornalista Severino Ramos publicou, em 1985,um belo livro chamado Arca de Sonhos ou Moci-dade e Outros Heróis. Todo pessoense deveria lersuas páginas, pejadas de sonhos e histórias da nossaCapital. Biu Ramos nessas linhas conseguiu, algu-mas vezes, transfigurar a realidade, resultando daíalgo de mágico, de diferente, que nos emociona acada momento da leitura.

Em Arca de sonhos desfilam David José dos Reis,Mocidade, Vassoura, Caixa-D’água, Macaxeira, Ma-nezinho Luna, o Tenente da Gelada e Radiel Caval-canti. David vê-se elevado à condição de senador echega a acompanhar, na retaguarda, o exército de150 homens comandado pelo tenente-coronel JoséPeregrino Xavier de Carvalho, que tinha apenas 19anos. Nosso herói José Peregrino retornava do RioGrande do Norte, aonde fora, em 1817, ajudar aimplantação da República. Vinham com ele parai-banos de destaque, empunhando suas espadas: Bot-to de Menezes, Aderbal Piragibe, Carlos Dias Fer-nandes, Humberto Nóbrega (que anotava tudo emseu diário), Eudes Barros e Wilson Seixas. Como sevê, o livro é intemporal. Por isso, o autor registraque “junto com Jomar Morais de Souto, Zé da Luz,Zé Cavalcante, Otacílio Batista, Oliveira de Panelas eZé Limeira, o senador David José dos Reis tomou asua carruagem de sonhos e atravessou a Ponte daBatalha para fundar a nova cidade de Cruz do Espí-rito Santo.”

Mocidade ( que dizia chamar-se João da Costa eSilva) aparece de corpo inteiro. É o tribuno que acidade conheceu, “(...) um Quixote do asfalto, pug-nando pelas boas e belas causas, sempre ao lado dospobres e oprimidos, dos estudantes contra a polícia,servindo a oposição sem nunca deixar de frequentaro Governo. Ele próprio se definia como político, bo-êmio e intelectual.”

Vassoura, que se apresentava com o nome de Isa-bel Maria Bandeira Brasileira, surge montada em seualazão, parece que segurando uma lança onde estãoas cores nacionais, em fitas.

Caixa-D’água, o nosso estimado poeta Manoel Joséde Lima, famoso por haver publicado vários livrosde alta inspiração, tem um dos seus poemas trans-crito por inteiro, aquele que contém o insuperávelverso “se minha mãe se abruma”. É a gloria, Caixa.

Macaxeira é flagrado em disparada pelas ruas daCapital, querendo ele, na verdade, identificar-se comum caminhão corredor e moderno.

Manezinho Luna, alcoólatra inveterado, que dor-mia no necrotério do antigo Pronto Socorro, e numamadrugada fez amor com um defunto, nos é mos-trado com compaixão.

O poeta Radiel Cavalcanti aparece apenas de pas-sagem, enquanto o Tenente da Gelada vem retrata-do com sua gravata vermelha e sua veneração a JoãoPessoa e aos ideais da Revolução de 1930.

Muitos outros personagens se fazem presentes nes-sa obra, fruto do talento de Severino Ramos. E nossacidade lhe agradece, inclusive porque é o grande ce-nário de todos os acontecimentos narrados.

Histórias de sonhos

Wellington Aguiar

*Wellington Aguiar É HISTORIADOR

EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

Codata se modernizapara melhor atender

O Governo do Estado investiu na empresa, que acaba de ter seu parque computacionalrenovado, já que a meta é conquistar a posição de ser o maior Datacenter da Paraíba

UEPB realizaseleção para6 vagas deprofessor

O Departamento de Física daUniversidade Estadual da Para-íba está abrindo seis vagas noprocesso de seleção de prova di-dática e títulos para contrataçãode professor substituto, no regi-me de trabalho T-20.

As inscrições estarão abertasa partir desta sexta-feira (10) atéa próxima quarta-feira (15), das8 horas às 11h30, na Secretariado Departamento de Física, quefica situado à Rua Juvêncio Ar-ruda, s/n, bairro Universitário,em Campina Grande.

No ato da inscrição, os candida-tos deverão apresentar cédula deidentidade, diploma ou certifica-do de graduação, cadastro de pes-soa física, currículo acompanha-do de documentação comproba-tória dos títulos acadêmicos, en-tre outros documentos. Os inte-ressados em se inscrever deverãoter como titulação Licenciatura ouBacharelado em Física. A avalia-ção será composta de prova didá-tica e exame de títulos.

parque computacionalda Codata acaba de serrenovado. Trata-se de

mais um esforço do Governo doEstado, que investiu, através deum termo de cessão entre a Se-cretaria de Administração e aCompanhia de Processamentode Dados, no sentido de con-quistar a posição de ser o mai-or Datacenter da Paraíba.

Além disso, oferece as vanta-gens de atingir mais economiaao reduzir o custo de manuten-ção de hardware e software, eusar uma plataforma aberta.Também uma eficiência tecno-lógica, ao atualizar o parquecomputacional, que operavacom tecnologia atrasada emquase dez anos. A última atua-lização aconteceu no ano 2000.O novo sistema está concentra-do num só equipamento: umrack que concentra servidoresblade, storage e backup.

O novo Datacenter tem 13servidores com tecnologia bla-de com 103% a mais da perfor-mance da média, bem como umStorage HP de 30 terabytes. Es-tes investimentos colocam aCodata nos avanços da novaera, no que diz respeito à suacapacidade computacional deservidores e armazenamentos.

CONTRATO LEGALIZADOA Codata legalizou contrato

com a empresa alemã SoftwareAG, detentora de linguagem ebanco de dados Natural/Adabas.Este contrato abrange tanto a le-gitimação das licenças de usopara mainframe, bem como licen-ça de uso para baixa plataforma.

Com isso, fica possibilitada arenovação, modernização eampliação da capacidade debanco de dados. Também ofe-recendo condições, através dasnovas versões adquiridas, daCodata conquistar uma novaplataforma gráfica, livrando-sede técnicas ultrapassadas, aexemplo da "tela preta".

A Companhia investe alto emequipamentos de útlima geração

OFátima FariasDA CODATA

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4 ESTADUALJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”

Artista, pensador, filósofo, Antoine de Saint-Exupé-ry merece ser lido e relido a qualquer tempo. Ler seuslivros do começo ao fim, e depois do fim ao começo,não cansa.

Desta vez, “Um sentido para a vida” (Un Sens a LaVie). É lindo. O romancista-aviador a revelar sua gran-de paixão pela vida, pelo destino humano. A incursi-onar pelos abismos da alma humana.

Sinto que Antoine de Saint-Exupéry era extrema-mente sensível a natureza humana, mais precisamentea essência espiritual que anima o homem na terra.

Visitando a Espanha ensanguentada pela guerra ci-vil, o que mais lhe desperta a atenção não são as cida-des destruídas, com ruas inteiras em ruínas, reduzi-das a escombros. Não, não é aquela visão apocalípticaexterior. O que mais o impressiona é a imagem apo-calíptica interior da alma daquele povo em guerra fra-tricida.

A verdadeira tragédia – diz ele – não está fora dohomem, está dentro do homem. Para conhecer o dra-ma, a tragédia do povo espanhol, não basta a con-templação daquele quadro de destruição materialexterior. É preciso entrar na alma do povo espanhol.É na alma invisível daquele povo que se desenrola oapocalipse.

O apocalipse está na consciência daquele povo, da-queles homens em guerra contra irmãos.

Para descobrir o drama – escreve ele – é preciso pro-curá-lo. É preciso ir lá dentro da consciência daquelepovo. Olhando somente por fora, não dá para ver.

O comum é a gente relacionar a ideia de apocalipsea cataclismos, destruições, desespero, loucura e mor-te. Mas em verdade o fenômeno não é exterior, é in-terior.

Não nos impressionemos tanto com os aspectosexteriores das tragédias humanas. O que nos devepreocupar é o apocalipse interior, na alma, na consci-ência do homem.

De há muito esse apocalipse se instalou nas profun-dezas da nossa consciência carregada de culpas. Guer-ras, armas nucleares, campos de concentração, câma-ras de gás, genocídios...

Violências nos campos e nas cidades.Destruição das florestas, matança dos animais, agres-

sões a terra, poluição das águas e dos ares.Estupros, abortos, pedofilia.O verdadeiro apocalipse se desenrola lá dentro da

alma do homem.Disseram a Antoine de Saint-Exupéry que em Bar-

celona havia um clima de terror.Ele foi a Barcelona.Olhando a cidade, ele não viu o anunciado clima de

terror. Mas continuou a observar. Aí foi que começoua perceber a verdade. O clima de terror era interior,era na alma, na consciência daquele povo em luta fra-tricida:

- Por que estamos nos matando uns aos outros? Porque, em vez do amor fraterno, tanto ódio e tanta vio-lência, tanta crueldade e tanta morte?

- Caim, onde está Abel, teu irmão?

Deus, Nosso Pai, nos abençoe.

Apocalipse interior

Hélio Nóbrega Zenaide

*Hélio Zenaide é jornalista e escritor, membro do IHGP

[email protected]

Punição para alunosviolentos nas escolas

Para profissionais da educação, não se deve passar a mão na cabeça do estudante e,se ele comete abusos, deve ser punido e sua família igualmente responsabilizada

comportamento dealunos em sala deaula vem mudando

nos últimos anos no Brasil.Casos de violência física, ouverbal, passaram a ser desta-que na imprensa nacional,mostrados em novelas, televi-são ou peças teatrais.

O fato é que o comportamen-to, o respeito e a admiração aoeducador em sala de aula, comoacontecia em tempos atrás,vem perdendo o seu status como passar do tempo. Além damudança no comportamentoem sala de aula, a queda no ren-dimento escolar também é fre-quente nos dias atuais.

Para entender um poucoessa realidade “conturbada”,a reportagem de A União pro-curou profissional da área depsicopedagogia e uma educa-dora com experiência de maisde 40 anos em sala de aula, afim de fazer uma análise so-bre essa questão.

IMPUNIDADEFalando sobre a falta de res-

peito em sala de aula, as profis-sionais afirmam que esse não éhoje um problema de jovensapenas em sala de aula, mastambém ocorre dentro de suascasas. Ou seja, a ausência derespeito não começa nem ter-mina na escola. Ela é construí-da no seio da sociedade pela im-punidade, pela ganância, peladesconstrução dos princípioséticos e morais.

Para muitos profissionais daárea de educação, “não se devepassar a mão na cabeça do alu-no, e se ele comete abusos, preci-sa ser punido, e a sua família

OTeresa DuarteREPÓRTER

igualmente é responsabilizadapelos prejuízos causados peloseu mau comportamento”. Paraessa corrente de pensamento, nahipótese de os pais não tomaremuma atitude que esteja em con-sonância com as orientações daescola e de acordo com o seu re-gimento, a direção da instituiçãodeve levar o caso até a sua ins-tância superior.

“A própria mídia também éresponsável pela conturbadarelação existente hoje, tantona escola quanto no seio fami-liar, já que existe atualmenteum processo de divulgaçãofantástico realizado pela mí-dia que penetra em todos oslares, em todas as cabeças ecorações, enfim onde houverespaço”, comenta a psicólogaLenita Faissal.

COMPORTAMENTOPara ela, a mudança no com-

portamento não é hoje uma ca-racterística apenas da parte dosalunos, mas aí está incluídotambém o comportamento doseducadores. “Em primeiro lugareu queria ressaltar que não foisó o comportamento dos alunos

que mudou. Muitos professoreshoje também agridem verbal oufisicamente seus alunos emnome de uma pseudo brincadei-ra ou, segundo alguns, para des-contrair a turma e fazer com queos alunos prestem mais aten-ção”, enfatiza.

“Nossos alunos não são ne-nhum poço de intelectualida-de, mas tampouco são desin-formados. São muito imaturos,e por isso, ainda precisam deuma figura de autoridade e nãoautoritária, que lhe ajude, quemedie seu processo de apren-dizagem com astúcia, inteli-gência, perspicácia e, sobretu-do, muita informação tam-bém”, informou.

Com relação à queda no ren-dimento escolar, a psicóloganão acredita que a culpa sejaconsequência advinda domundo moderno. Ela avaliaque as novas tecnologias atépodem ter um papel impor-tante, mas se olharmos emvolta vamos perceber uma sé-rie de modelos de comporta-mento que são muito mais sig-nificativos.

Lecionando há 46 anos emsala de aula, a professora Ade-nisa Rodrigues dos Santos, re-vela que o comportamento doaluno vem mudando assusta-doramente. Para Adenisa, osegredo para se manter umarelação de respeito em sala deaula depende muito do com-portamento e postura do pro-fessor perante os alunos. “Eume faço respeitar, trato o alu-no com carinho, mais exijo queas tarefas sejam feitas e entre-gues no tempo determinado,ou seja, o respeito ocorre atra-vés do diálogo e de um relaci-onamento de amizade e res-peito”, disse a professora.

MARCOS RUSSO

As educadoras Adenisa dos Santos e Lenita Faissal defendem autoridade forte para estudante que pratica violência

BRANCO LUCENA

#Ausência de respeitoé construída no seioda sociedade pelaimpunidade, ganânciae descontrução deprincípios éticose morais

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5ESTADUAL JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

Concluo, hoje, a transcri-ção da carta-crônica comque Kaplan me brindou noano de 2001. Eis a segun-da parte, complementan-do o que foi publicadoaqui no último domingo:

“Era tudo feito da manei-ra mais rápida possível.Porém não adiantava. Sóconseguia a permissão paraa ansiada “pelada” na lindapraça Santa Rosa - que fi-cava bem defronte de nos-sa casa -, quando minha mãe revisava e verificava seos trabalhos estavam em ordem e as lições na “pontada língua”.

A turma que participava do jogo era grande. Geral-mente, se juntavam mais de vinte moleques para cor-rer no encalço da velha meia de lã recheada de trapose papéis. Canhoto que sou, sempre jogava de “wing”esquerdo. Não era uma “Brastemp” mas meus cole-gas - Jorge, Júlio, Andrés, onde andarão? - aprecia-vam meus dribles e “passes” certeiros. O embate ter-minava quando as primeiras luzes da rua apareciampara iluminar a noite fria que se aproximava, ou quan-do o guardião da praça, cansado de nos ver pisar a“sua” bela grama dos canteiros, nos botava para cor-rer ameaçando-nos com seu bastão. Era o momentode voltar para casa. tomar um bom e merecido ba-nho na velha banheira de louça esmaltada, cheia deágua tépida.

Ainda faltava estudar um pouco de piano no velhoRönisch que meu pai, pressionado por dona Lídia,tinha comprado com o intuito de que seu primogêni-to aprendesse a tocar alguns tangos e valsas para ale-grar as festas familiares. Tenho certeza que nunca pas-sou pela cabeça deles que o “animador” se tornariaum músico profissional! Talvez, se suspeitassem, nãoteriam adquirido o instrumento!

Bem, chegamos ao jantar. Esses argentinos são unsbárbaros. Não se têm jeito. À noite se alimentam damesma maneira que no almoço: sopa, batatinha fri-tas, ovos, bife (é por isso que são tão briguentos, co-mem muita carne!), etc. Depois da ceia(?) era “baterum papo”, saber das novidades da família, fazer pla-nos para o dia seguinte e, quando o sono não nos ven-cia, escutar um pouco de rádio, especialmente nassextas-feiras. Era o dia em que Radio “El Mundo” apre-sentava seus concertos de música erudita, com a par-ticipação, ao vivo, dos grandes artistas que visitavama Argentina. Era uma hora todinha de Rubinsteins,Menuhins, Schipas, Giglis, e outros muitos que seriadifícil enumerar. Eu já escutava deitado, debaixo doscobertores. O sono - e os sonhos - chegavam devagar-zinho...”

Descansa em paz, amigo Kaplan. Vai ajudar os an-jos, querubins e serafins a tocarem as harpas do céu.Com certeza, no final, todos vão ser brindados comuma belíssima melodia, digna do seu talento.

O menino Kaplan (II)

*Carlos Pereira é jornalista, escritor, engenheiro e professor universitário

Carlos [email protected]

Tenho certeza quenunca passou pelacabeça deles que o“animador” setornaria um músicoprofissional! Talvez, sesuspeitassem, nãoteriam adquirido oinstrumento!...

Estado está presentena Brasil Mostra Brasil

Projeto Cooperar expõe mercadorias de produtores. Procon e o Fisco atuam nadefesa dos consumidores e a Central de Transplantes faz campanha na multifeira

OGuilherme CabralREPÓRTER

Governo do Estado,através de vários ór-gãos, está presente na

Multifeira Brasil Mostra Brasil,que termina hoje, no EspaçoCultural, em João Pessoa. Noestande do Projeto Cooperar –entidade vinculada à Secreta-ria de Planejamento e Gestão,por exemplo – pequenos pro-dutores rurais de 26 municípi-os estão faturando, em média,R$ 1.500,00 por dia, com a ven-da de mercadorias. Já no Pro-con da Paraíba, do início atéagora, pelo menos 18 reclama-ções de consumidores foram re-gistradas, além de notificadosmais de 62 lojistas, por descum-primento à lei de precificação.

“O nosso objetivo é fazer comque os pequenos produtoresrurais de 26 municípios te-nham um espaço na multifei-ra, pois, individualmente, elesnão teriam condições de esta-rem presentes”, disse a asses-sora de Comunicação do Coo-perar, Nice Almeida, salientan-do que a participação foi possí-vel, porque a direção do eventocedeu o espaço.

A rede de dormir – que custaa partir de R$ 30,00 – e cartei-ras de couro legítimo, oriundasda cidade de Cabaceiras, po-dem ser adquiridas aos preçosde R$ 30,00 (modelo masculi-no) e R$ 15,00 (feminino) são,com as mantas de algodão (R$12,00 a unidade), os produtosmais vendidos no estande doProjeto, cujo gestor é PlácidoPires. Mas ainda há opções paraa compra de outras mercado-rias, como o mel, renda Renas-cença, além de artigos de tece-lagem e de loiceiras.

Quem visitasse, ontem, o es-tande do Projeto Cooperar, po-deria observar um artesão pro-duzindo, em tempo real, peçasdiversas, como tapetes. Parahoje, a atração no local, segun-do informou Nice Almeida,será a produção de cerâmicas.

Central faz campanha nos corredores do evento em busca de doação de órgãos

FOTOS: ORTILO ANTÔNIO

No estande do Procon da Pa-raíba, a coordenadora do Pro-jeto Educação para o Consumo,Késsia Liliana, informou que oórgão está participando damultifeira para acompanhar oconsumidor, a fim de que seusdireitos sejam assegurados, nahora da compra de algumamercadoria no evento. Nessesentido, além de um plantãodiário das 14 horas às 23 ho-ras, servidores do órgão reali-zam fiscalização na área, atra-vés da qual constatou-se pro-blemas no cumprimento daprecificação (Lei 10.962, de2004). Segundo ela, o lojista pre-cisa colocar em local visível ospreços dos produtos, receben-do prazo de até 24 horas paraimplementar a medida, sob ris-co de multa que varia de R$200,00 a R$ 3 milhões.

De acordo com Késsia Lilia-na, apesar de comprar umamercadoria numa multifeira,por ser fora da loja, a legislaçãogarante que o consumidor ain-da tenha o direito de trocar oproduto, caso perceba algo deerrado. Defeitos em peças sãoos tipos de reclamações maisfrequentes no estande do Pro-con da Paraíba, que ainda rea-liza audiências de conciliaçãono próprio local, quando se faznecessário.

Outro órgão público que está

atuando na Multifeira BrasilMostra Brasil é a Central deTransplantes da Paraíba, órgãovinculado à Secretaria de Esta-do da Saúde e que se localizaanexo ao Hospital de Emergên-cia e Trauma Senador Humber-to Lucena. A coordenadora deApoio Familiar do órgão, Jane-te Cavalcanti, informou que oobjetivo da Central é sensibili-zar os frequentadores do even-to para a importância da doa-ção de órgãos (coração, rins, fí-gado) e tecidos (córneas).

Janete Cavalcanti disse que,para atingir a meta, são distri-buídos folhetos com orienta-ções sobre doação de órgãos noestande, onde há um monitorpelo qual as pessoas podem as-sistir, em DVD, depoimentos depacientes que foram trans-plantados. A equipe da entida-de ainda percorre os corredo-res da Multifeira, entregandomaterial de divulgação a quemcaminha pelo local.

Em outro estande instalado namultifeira, o Fisco do Estado pres-ta orientações tributárias a con-tribuintes. Além disso, o agentefiscal Nilson Lacerda informouque os funcionários ainda fisca-lizam a entrada e saída de mer-cadorias, cobra o imposto, quan-do necessário, com relação àsnotas fiscais de produtos proce-dentes de outros Estados.

Um dos fundadores doPMDB na Paraíba, o mé-dico-obstreta MazureikMorais, fez visita de cor-tesia, na última quinta-feira, ao superintendentedo jornal A União, NelsonCoelho, que estava acom-panhado do diretor técni-co, Wellington de Aguiar.

Visita de cortesia ao jornal A União

Mazureik Morais no gabinete de Nelson Coelho

Na ocasião, Nelson Coe-lho fez explanação à Ma-zureik Morais de projetosgráficos e editoriais que aSuperintendência de Im-prensa e Editora ora de-senvolve e relembrou defatos marcantes da políti-ca paraibana ao longodesses últimos anos.

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6 GERALJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

“Paraíba democrática, terra amada”

PB tem 86 mil carros commais de dez anos de uso

Detran informou que não há especificação no Código Brasileiro de Trânsito quedetermine a retirada de circulação de veículos com mais de 15 ou 20 anos de uso

Um longo vôo. Começamos a aterrissar no aeroporto deMiami. Dia 17 de dezembro de 1964, às sete horas da manhã.As águas do Caribe estavam calmas. Era inverno na Florida.A aventura americana estava prestes a começar. Menos devinte e cinco minutos separavam meu passado do meu futu-ro. Finalmente America!

O comandante da aeronave interrompeu meus pensamen-tos. Devido à movimentação na pista, avisou, teríamos queesperar meia hora antes do desembarque. O silêncio reinavana aeronave. Revisei minha lista de documentos, plano deação do primeiro dia, contei meus dólares pela enésima vez.Distraído, não notei que a aeronave estava em movimento,até que o barulho das turbinas cessou. A porta abriu, havía-mos chegamos ao terminal. Segui os passageiros até ao guichêda emigração. Sem nenhuma emoção, no piloto automático.Uma longa fila. Quando da minha vez, o oficial examinou osdocumentos emitidos pelo consulado americano. Rápida olha-da na foto do passaporte comparando-a com a minha cara.Satisfeito, carimbou no passaporte “residente permanente”.Um aperto de mão firme e uma piscada de olho amistosa,falou entusiasticamente: “Welcome to America!”. Bem vindoà América, versão 1964. No primeiro dia na America, me senticomo um adolescente-homem na terra prometida.

Em 1964, a América cruzou o Rubicon em busca da equali-dade racial. O pesidente Lyndon Johnson assinou a lei chama-da de “Civil Rights Act of 1964 no dia 02 de julho. Era legisla-ção mais completa sobre os direitos civis do povo americanodesde a Reconstrução pós-guerra civil. A lei proibia toda for-ma de discriminação baseada em raça, cor, religião ou origemnacional. Também dava poderes ao governo federal para im-por a desegregação dos lugares públicos. Em 07 de agosto domesmo ano, o Congresso Norte-Americano aprovou a Reso-lução do Golfo de Tonkin. Autorizou o Presidente Johnson aentrar em conflito bélico contra o Vietnã do Norte, quandofosse necessário para a segurança do país. A pasta estava forado tubo.

Sai do Brasil em busca da América de Alexis de Tocqueville.Havia chegado a um lugar onde aparentemente, ninguém en-tendia ninguém ou aventurava uma opinião sobre o futuro.Minhas primeiras impressões da América foram marcadaspela intensidade do debate nacional, sobre as divisões entreas classes e raças; pela vontade política do governo em en-frentar o problema da pobreza da população excluída. O anode 1964 parecia ser o começo de uma década que mudaria opaís para sempre. Tudo em jogo, menos os símbolos da nação:sua constituição e a bandeira. Protegida e venerada pelo povo,a bandeira estava sempre presente em festas, manifestaçõescontra a guerra ou em frente de casa. Entendi então que, ape-sar das circunstancias do momento, estava no lugar certo.

Quando de Tocqueville veio para America, o propósito ini-cial era estudar o sistema penal do país. Apaixonado pelademocracia americana, a estudou como um princípio, comouma questão a ser ilustrada e resolvida. Logo entendeu que ademocracia, por ser um estado de sociedade, se torna tam-bém o que ela deve ser, por não conduzir a um estado de go-verno, a uma ditadura. Dizem que a democracia é uma reu-nião que nunca termina. A minha mal havia começado.

A atração pela América começou com a leitura do livro deAlex de Tocqueville. Decidi então, que viveria o sonho de liber-dade, de possibilidades, mesmo com um futuro incerto. NaAmerica, versão 1964, o povo era dono da constituição e dabandeira, apesar das divisões, protestos e enfrentamentosentre seus cidadãos. No Brasil, o estado era dono de todos ossímbolos da nação.

O Artigo 10 da Lei no 5.700 de 1º de setembro de 1971, per-mite que a Bandeira Nacional seja usada hoje em todas àsmanifestações patrióticas do povo brasileiro. Ela é nossa. Pre-cisamos honrá-la no nosso dia-a-dia, nas escolas, nas fabri-cas, no comercio, nos hospitais e nas nossas casas.

Miami 1964: Abandeira do povo

Palmari H. de Lucena

*Palmari H. de Lucena é consultor internacional

[email protected]

s anúncios dos últimosmeses sobre a redução doImposto sobre Produtos

Industrializados (IPI), que incidesobre carros, levaram muitaspessoas às concessionárias paraadquirirem um veículo zero.

Apesar da facilidade na com-pra de carros novos, ainda ébastante comum se observarnas ruas carros com mais dedez anos de uso circulando notrânsito em diversas cidadesbrasileiras.

A frota de veículos em circu-lação na Paraíba hoje é de 580mil veículos e, deste total, 86.143veículos possuem mais de 10anos de uso. De acordo com odiretor de Engenharia de Trân-sito do Detran, Cristovão Ama-ro, não há uma especificação noCódigo Brasileiro de Trânsito(CBT) que determine a retiradade circulação de veículos commais de 15 ou 20 anos de uso.

Ele explica que há uma sériede itens que cada veículo - novoou velho - tem de atender nomomento da vistoria no De-tran. São 29 itens obrigatórios,entre eles cinto de segurança,pneus com aderência, pára-brisa, lanternas e freios

Dos 86.143 veículos em circu-lação na Paraíba com mais de10 anos de uso, 24.473 estão emJoão Pessoa, 14.106 em Campi-na Grande e 3.076 em Patos e orestante espalhados pelos de-mais municípios.

Uma grande parte dos veícu-los velhos, que apresentamproblemas sérios de estrutura,costuma circular somente nosbairros periféricos das princi-pais cidades e nos municípiosinterioranos onde a fiscalizaçãono trânsito não é intensa. Nomês passado, o Detran revelouque dos 580 mil veículos em cir-culação na Paraíba cerca de 200mil estavam com o licencia-mento em atraso.

FISCALIZAÇÃO Por conta desse fato, o Detran

está intensificando as fiscaliza-ções para checar a documenta-ção dos condutores e dos veí-culos, evitando a inadimplên-cia e circulação da frota irregu-lar. Cristovão Amaro alerta aosproprietários dos carros complacas finais 1, 2, 3, 4 , 5 e 6 enão licenciados em 2009, que jásão considerados irregulares,podendo ser multados e apre-endidos.

Seguindo determinações dosuperintendente do órgão, Co-ronel Américo Uchoa, o diretorde Engenharia disse que nãosomente aumentou a equipe depoliciamento de trânsito, comotambém confeccionou novo far-damento, caracterizando osagentes para fiscalização emdiversos municípios paraiba-nos. Além disso, também foifeito um treinamento com todaa equipe, para o uso do bafô-metro durante as fiscalizações.

País conta com 1,5 milhão de veículos velhos

Teresa DuarteREPÓRTER

Mais de 1,5 milhão de carroscom mais de 21 anos, conside-rados inadequados para trans-porte, circulam pelo país. Já afrota acima de 15 anos é de 4milhões de veículos. Apesar dorecorde de vendas de modeloszero-quilômetro, a frota tem serenovado lentamente por cau-sa do elevado número de car-ros antigos em uso. Conside-rando todos os veículos commais de dez anos, o númerochega a 10,5 milhões, equiva-lente a 41% da frota.

Os veículos que rodam pelo

país têm idade média de 9,2anos, igual à dos Estados Uni-dos, do México e do Canadá. Em2000, a média era de 9,4 anos,faixa mantida com poucas al-terações até 2006. Há um pro-cesso gradual de renovação,mas não existe uma revoluçãoporque a massa de veículosantigos é grande.

Considerando apenas os mo-delos com 16 a 20 anos de uso, aparticipação na frota manteve-se em 10%, mesmo percentualde 2006, o equivalente a 4,1 mi-lhões de veículos. Os carros ve-

lhos, com mais de duas déca-das, também mantiveram cotade 6% na frota. Em ambos oscasos, houve redução de trêspontos percentuais na compa-ração com a fatia registrada em2000.

Para a indústria, a vida útilde um automóvel é de 20 anos,enquanto para os comerciaisleves (picapes, utilitários es-portivos e jipes) é de 15 anos.Caminhões e ônibus variam de17 a 25 anos, dependendo dotipo.

O

Os carros com mais de 10 anos de uso continuam circulando pela Capital e colocam em risco a vida das pessoas

BRANCO LUCENA

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7GERAL JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

Assim é de morte!

Martinho Moreira Franco

*Martinho Moreira Franco É JORNALISTA E PUBLICITÁRIO

[email protected]

Por essa, Dorival Caymmi não esperou. E foi atébom que não tivesse esperado. Ao compor o clássicoÉ Doce Morrer no Mar, eternizado em sua própriavoz, o genial compositor baiano certamente não ima-ginou que tantos anos depois (a composição é de 1954)o americano Vicent Smith Jr. tivesse uma morte, estasim, para doce nenhum botar gosto ruim.

O cidadão norte-americano, de 29 anos, morreuquarta-feira passada ao cair em um tonel de chocola-te numa fábrica do condado de Camden, em NovaJérsei, nos Estados Unidos. Segundo o noticiário, eleestava em uma plataforma de cerca de 3 metros dealtura, despejando pedaços de chocolate no recipien-te, quando escorregou e... poft!.

Na verdade, e com todo o respeito, Vicentinho nãoteve lá uma morte tão doce assim, posto que o choco-late estava quente. Ainda mais, a verdadeira causamortis dele teria sido um golpe que sofreu ao ser atin-gido na cabeça por uma pá gigante que remexia ochocolate derretido. De qualquer forma, e com todoo respeito pelo Smith Jr., um tonel de chocolate (emcondições normais de temperatura e de pressão, bementendido) é bem mais doce do que o mar – que,aliás, como todos sabemos, é salgado.

Passando dos Estados Unidos para a Espanha, amar-go mesmo foi o que aconteceu, no dia seguinte (quin-ta-feira) com Daniel Jiomeno Romero, de 27 anos, mo-rador de um subúrbio de Madri. Ele simplesmentelevou um chifre... e morreu dele. É mole, morrer deum chifre? Daniel, na verdade, levou uma chifradaao participar da tradicional corrida de touros da Festa(encierro, em espanhol) de São Firmino (Sanfermines),em Pamplona, norte do país. Mas a manchete de umjornal local foi cruel com a vítima: “Un joven madri-leño muere corneado en el encierro de Sanfermines”. Éou não é dureza sair no jornal que o sujeito morreucorneado?

E ainda há quem reclame por não ter onde cair mor-to, vejam só!

Sapateiros afirmam querelocação causa prejuízo

Com as obras que estão sendo realizadas no local, só devem continuar no ponto detrabalho os profissionais que estão cadastrados, enquanto os demais estão temerosos

O

PONTO DE CEM RÉIS

s sapateiros que traba-lham há anos no Pon-to de Cem Réis estão

bastante preocupados, porqueforam afastados de seus pon-tos para a realização das obrasnaquela área e podem não maisvoltar.

Segundo o sapateiro AntônioPereira da Silva, apenas dezprofissionais terão direito apermanecer no ponto, porqueestão cadastrados, enquantoos demais terão que procuraroutros locais. O novo pontoCem Réis deverá ser inaugura-do no dia 5 de agosto, data doaniversário da cidade.

Já os demais sapateiros quetrabalham na área acreditamque a prefeitura não vai mantê-los mais no local. "O pior é que agente já trabalha no local hámais de 10 ou 20 anos e estamoscorrendo o risco de perder o lo-cal", disse Valdeci Pereira da Sil-va. Segundo ele, "só nos restaesperar que as obras do Pontosejam concluídas para que asdecisões sejam tomadas".

No canteiro de obras do Pon-to de Cem Réis, os serviços es-tão focados na conclusão da lajedaquela que será a nova áreade concentração social no Cen-tro de João Pessoa. Cerca de80% dos serviços já foram con-cluídos. As obras de restaura-ção da área central fazem par-te do Programa de Revitaliza-ção de Sítios Históricos (PRSH),da prefeitura, com investimen-tos que superam R$ 3,2 mi-lhões. A meta é concluir os tra-balhos até o mês de agosto.

De acordo com informaçõesda Secretaria de Infraestrutura(Seinfra), órgão executor e fisca-lizador, no momento, está sen-do aplicado no solo o concretomagro. A estrutura onde serácolocada a escultura de Vidal deNegreiros já foi concluída, fal-tando apenas o revestimento degranito, que será na cor cinza, omesmo material do piso.

O granito já se encontra nocanteiro de obras e irá cobriruma área de aproximadamen-te 5 mil metros quadrados. Ascalçadas que circulam toda a

José AlvesREPÓRTER

área estão sendo executadascom blocos intertravados.

No mês de agosto, a popula-ção ganhará um novo espaço,amplo e moderno. "Uma novaestrutura que responderá àsnecessidades dos cidadãosdentro dos princípios de mo-dernidade, resgatando o tradi-cional espaço de encontro emanifestações sociais e cultu-rais dos pessoenses", disse osecretário de Infraestrutura,João Azevêdo.

ATRASOSPor causa do atraso no re-

passe dos recursos federais,disse o secretário, as obras ti-veram que ser tocadas comrecursos próprios, até o limi-te da contra-proposta, mas foiinevitável a paralisação de al-guns trabalhos e a diminui-ção na execução de outros. Porconta do atraso no repasse deverbas ele revelou que asobras de recuperação do Pon-to de Cem Réis que já deveri-am estar prontas, só serãoentregues no mês de agosto,

durante as comemorações deaniversário da cidade.

INTERDIÇÃOUma das faixas do Viaduto

Damásio Franca foi interdita-da quarta-feira passada pelaSuperintendência de Transpor-tes e Trânsito (STTrans), situa-do no Centro da Capital para aimplantação de refletores quefarão a iluminação no local. Avia ficou parcialmente interdi-tada até o final da tarde de quin-ta-feira.

Segundo o chefe de Operaçõesda STTrans, Klebson Andrade,o trânsito no viaduto ficou len-to por causa do grande núme-ro de veículos que transitamnaquela área, além do fluxo deônibus. Com o desvio, os moto-ristas que passavam pela pra-ça Aristides Lobo foram avisa-dos para seguir pela Rua Gene-ral Osório. A orientação da ST-Trans era de que os condutoresseguissem pela Avenida Beau-repaire Rohan, localizada noCentro da cidade.EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

MARCOS RUSSO

Os profissionais podem perder espaço de trabalho e estão preocupados

BRRRRRRRR...Esta foi desenterrada do site TV Canal 13:Tarde da noite, o sujeito ia passando perto de um

cemitério quando ouve:— Pléc, pléc, pléc...Acelera o passo, mas o barulho parece aumen-

tar:— Pléc, pléc, pléc...Curioso e assustado, ele estica o pescoço por so-

bre o muro e vê um homem com uma talhadeira eum martelo sentado em um dos túmulos, talhan-do uma lápide.

— Puxa — murmura, aliviado - o senhor me pre-gou um susto e tanto!

— Desculpe — responde o homem. E continuao trabalho.

— Afinal, o que o senhor está fazendo? — torna aperguntar o sujeito.

— Estou corrigindo o meu nome. Escreveramerrado na lápide.

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8 GERALJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”

AlimentoGoverno do Estado desenvolve projetos e ações para o aumento dedoadores do leite materno, um dos principais fatores para a redução damortalidade infantil na Paraíba. Os trabalhos são realizados pela Secretariade Saúde (SES), através do Banco de Leite Humano Anita Cabral para a vida

ma das prioridades no setor deSaúde para o Governo da Paraíbaé a diminuição da mortalidade in-

fantil. Para isso é que a Secretaria Estadu-al de Saúde (SES), através do Banco de Lei-te Humano Anita Cabral, vem trabalhan-do com realização de projetos e ações quevisam o aumento das doações do aleita-mento materno, principal motivo na di-minuição desse fator. Em entrevista exclu-siva ao Jornal A União, a diretoria do ór-gão revelou que o Banco de Leite tem rece-bido poucas doações e que estima que es-ses números aumentem com o processode conscientização da população.

Atualmente uma média de 90 bebês pre-maturos lotados em unidades neonataisde 20 hospitais da Grande João Pessoa sãobeneficiados pelo Banco de Leite HumanoAnita Cabral, ao mês. A entidade recebeem torno de 150 litros de leite humano du-rante o mesmo período, enquanto que onúmero necessário para suprir com folgaa demanda atual mensalmente, seria de300 litros.

Para mudar esse quadro, a diretora-ge-ral do Banco de Leite, Socorro Amaro, re-velou que atualmente a equipe do Bancode Leite Anita Cabral vem realizando pro-jetos, a exemplo do aleitamento maternoem empresas, nas escolas, com as equipesdo Programa Saúde da Família - PSF e parao turismo com assessoria aos hotéis, ba-res e restaurantes da Capital. Ainda se-gundo ela, os programas visam incenti-var o aleitamento materno junto às mães,pais e familiares, explicando o valor e osignificado do leite humano para a forma-ção da criança.

"Esse trabalho é realizado através depalestras e distribuição de material expli-cativo com essas mães e muitas se tornamdoadoras, que ajudam a salvar as vidasde bebês prematuros, lotados geralmentenas unidades neonatais dos hospitais. En-tão, é envolvendo os demais segmentosda sociedade para essa causa do aleita-mento materno e resgatar uma coisa que énatural, e que foi perdida por causa da in-segurança causada pelas indústrias deprodutos lacto, perante as mães, e com issonossos bebês começaram a perder em qua-lidade de vida", frisou Socorro Amaro.

Apesar de variar muito de acordo como período de lactação da mulher, atual-mente, o órgão mantém uma base de 100mães doadoras de Leite Humano cadas-tradas. A entidade conta com 43 funcio-nários multifuncionais, subdivididos en-tre duas áreas: tecnologia de alimentos,que é voltada ao processamento do leiterecolhido para as unidades neonatais,composta por médicos, enfermeiros, far-macêuticos e bioquímicos; e a assistenci-al, que é a área voltada para o incentivo aoaleitamento materno, incluindo assisten-tes sociais, psicólogas, entre outros.

Ângelo MedeirosREPÓRTER

U

A conscientizaçãoda população é devital importânciapara que aumentemas doações doleite materno

FOTOS: BRANCO LUCENA/ MARCOS RUSSO

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9GERAL JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

Um poeta, uma época (IV)

Sitônio Pinto

*Sitônio Pinto É JORNALISTA, ESCRITOR, PUBLICITÁRIO EMEMBRO DO IHGP E ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS

[email protected]

Íamos ao Bar de Merêncio (na beira do Mangue), aoBar de Nêga e ao Badionaldo (na Praia do Poço), à Chur-rascaria Bambu (na Lagoa), ao Cabaré de Berta (o caba-ré dos intelectuais, na Rua Maciel Pinheiro), ao Bar Ta-bajara (na Zona do Meretrício), ao Bar Pedro Américo(na Ladeira da Carioca), ao Bar Luzeiro (no Oitão dosCorreios e Telégrafos), ao Chope Luzeirinho (em Jagua-ribe), à Loca do Gambá (Jaguaribe), ao Bar de Dadá doCulhão (Jaguaribe), ao Barzinho dos Amigos da Noite(Oitizeiro), à Furna da Onça (Róger), ao Corocôchô (Tor-re), à Casa dos Frios (Rua Duque de Caxias), ao Bar deChapéu (Avenida Epitácio Pessoa, depois na Juarez Tá-vora), ao Restaurante Jangadeiro (Cabo Branco), à Bar-raca de Julieta (Cabo Branco), à Boate Vagalume (Tam-baú), ao Restaurante Atlântico (Tambaú), ao RestauranteGameleira (Tambaú), ao Elite Bar (Tambaú), ao HawayBar (Centro), ao Bar do Grego (Varadouro e Centro), àPizzaria Capri, ao Bar de Elzo Franca,ao Daiquiri (PraçaÍndio Piragibe), ao Pavilhão do Chá (Praça Índio Piragi-be) e à Cantina da Faculdade de Filosofia (Centro).

Essa boêmia tinha grande importância para nós, poisera a oportunidade para a realização do nosso debatepermanente. Quando podíamos, chegávamos até a Portada Eternidade - nome que Ivan Freitas deu à Ponta doCabo Branco (onde o sol nasce primeiro), imortalizadanas Odes ao Cabo Branco d' A construção dos mitos .

Vanildo Brito foi jornalista d' União (repórter e reda-tor) e editor de seu suplemento literário; foi aprovadoem primeiro lugar no concurso do antigo órgão federalIpase (Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servi-dores do Estado), em todo o Brasil; aprovado em se-gundo lugar no vestibular de Direito da UFPB (o pri-meiro lugar coube ao jovem talento Lélis Costa de LunaFreire, precocemente desaparecido); bacharelou-se emDireito e Filosofia; foi professor de Filosofia na LyceuParaibano e na UFPB, onde ensinou, entre outras disci-plinas, Filosofia Oriental e Religiões Comparadas. Tam-bém ensinou História da Arte no Departamento Cultu-ral da UFPB. O Departamento de Filosofia deu seu nomeà sua Biblioteca, e de. Foi ainda advogado da corte mar-cial da Polícia Militar da Paraíba, cargo mais tarde re-classificado como Defensor Público.

O animador cultural (e talvez inventor) da Geração59 nasceu na capital da Paraíba, a nove de maio de 1935,e veio a falecer na mesma cidade, aos 21 de julho de2008. Enfrentou a vida e a morte com muita coragem,própria do além-homem profetizado por Nietzsche -seu filósofo de eleição. Deixou como viúva Inalda Batis-ta de Brito, e os filhos Eda Carla, de seu primeiro casa-mento, e Adriano, Alexano, Vanilda e Alana Batista deBrito, frutos de seu casamento com Inalda, sua musa,esposa e parenta pela vertente Correia Lima.

A Academia Paraibana de Letras não o elegeu comomembro, preferindo um economista, empresário e po-lítico em seu lugar (digo isso sem desconsiderar o perfildessa ilustre personalidade). A recusa da Academia Pa-raibana de Letras em receber Vanildo como seu quadrofoi semelhante ao que aconteceu com o grande poeta,ensaísta, romancista e tradutor Jorge de Lima, recusadovárias vezes pela Academia Brasileira de Letras. O PáriaVanildo, que tanto o admirava, puxou-lhe a bênção.[Continua]

Controle de todo o metabolismo da criançaAinda de acordo com a co-

ordenadora do Banco de Lei-te Humano, Socorro Amaro,o leite materno não é só umacoleção de nutrientes, é umasubstância de alta complexi-dade biológica controlandotodo o metabolismo da crian-ça, influenciando desde a suadivisão celular até a forma-ção de seu comportamentopsicológico.

"Queremos diminuir o ín-dice de mortalidade infantile o aleitamento materno ain-da é uma das armas mais po-derosas. Ele é importantecomo nutrição, como víncu-lo afetivo entre mãe e filho ecomo doação de qualidade devida para a criança, uma vezque substâncias que só exis-tem no leite humano não sãoencontradas em fórmulaslácteas industrializadas,contribuindo para a saúde eformação diferenciada dacriança, através de ações far-macológica, nutricional eemocional", disse.

SEMANA DE ALEITAMENTOO Governo do Estado já

está com quase todos os pre-parativos prontos para a Se-mana de Aleitamento Mater-no, que será realizada entreos dias 1 e 7 do mês de agos-to, em João Pessoa. O localainda será definido nos pró-ximos dias pela Secretaria deEstado da Saúde. SegundoSocorro Amaro, serão reali-zados vários eventos para-lelos, a exemplo de palestrasem hospitais, órgãos, empre-sas e shoppings centers degrande movimentação naCapital, que irão receber as-sistência especial duranteessa semana.

O Banco de Leite Humano éum centro especializado e obri-gatoriamente ligado a um hos-pital materno ou infantil, res-ponsável pela promoção e incen-tivo ao aleitamento materno eexecução de coleta, processa-mento e controle de qualidadedo colostro, leite de transição eleite humano maduro, paraposterior distribuição, sobprescrição médica ou de nutri-cionista.

A Rede Paraibana de Bancos deLeite Humano conta hoje com

cinco bancos e 12 postos de cole-ta. O Banco de Leite HumanoAnita Cabral foi certificado peloMinistério da Saúde/Fiocruz, porsua excelência operacional, técni-ca e administrativa, para ser oCentro de Referência do Estadoda Paraíba para Bancos de LeiteHumano.

Dos cinco bancos de leite hu-mano na Paraíba, dois estão lo-calizados em João Pessoa, um emCampina Grande, outro em Pa-tos e uma unidade funciona emCajazeiras.

Banco ganhou certificado dereferência na PB do MS/Fiocruz

O Banco de Leite Humano Anita Cabral recebe cerca de 150 litros de leite humano por mês, mais necessita de 300

A diretora geraldo Banco de Leite,Socorro Amaro (E),revelou que aequipe realizaprojetos, a exemplodo aleitamento emempresas, escolas,equipes do PSF ecom apoio doshotéis, bares erestaurantesda Capital

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10 GERALJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”

De posse do convite para ocupar o MVOP, no en-tanto, a formulação do aceite só se daria depois deouvido o Poder Legislativo, que tinha uma Mesaeclética, ocupando sua presidência - Ivan BicharaSobreira.

A solidariedade dos partidos que levaram JoséAmérico ao governo do Estado, animava-o na pre-tensão de se licenciar, embora não contasse commaioria absoluta, mas confiava na acuidade dos par-lamentares.

No entanto havia outros entraves a vencer parauma tramitação pacífica: o conflito na eleição mu-nicipal de Areia em que, num confronto com a Po-lícia Militar, saiu ferido o deputado Luiz Bronzea-do, da UDN. Esse lamentável episódio nasceu dainsanidade de quem mandou executar a ação cri-minosa, jamais do governador.

Mais um óbice permeava seu caminho: o descon-tentamento de Pedro Gondim, com a autoridadeconstituída. O deputado do PSD, contava com apoi-os de correligionários dúbios com assento na Casa.Consciente de que haveria discórdia para a aprova-ção da matéria, mesmo assim, José Américo enviouao Poder Legislativo um pedido de afastamento tem-porário, confiado no bom senso do colegiado.

A UDN com o aplauso furtivo e parcial do seu an-tagonista (PSD), firmava-se na renúncia ao cargo.Essa decisão contrariava os propósitos governamen-tais de, passado o período anormal, voltar para con-cluir seu programa administrativo.

As discussões subiam de tom, para chegar a nada,e adeptos da perda do mandato do governador, co-chichavam em ouvidos indecisos, que não se deixa-ram contaminar pelas intrigas dos insatisfeitos.

Numa reunião da CCJ os ânimos se exaltaram e omédico e líder oposicionista Isaias Silva, com a vi-são dos problemas que afligiam os representantesda região sofrida, foi incisivo.

Reproduzo com minhas palavras que não têm osortilégio das dele, o que ouvi. Os de uma regiãoque desconhecem os efeitos das prolongadas estia-gens, podem opor-se a concessão da licença. Eu apoi-arei a reivindicação que me parece justa e humana.No Ministério José Américo vai mandar e não pe-dir. Com sensibilidade para avaliar a situação de umpolítico para manter seu eleitorado os recursos se-rão canalizados para o Estado sem discrepância.

Os deputados de então assistiam seus correligio-nários, às suas expensas. Quem integrou a primeiraLegislatura precedido da fama de rico, na segundajá estava pobre. E não foram poucos os que desisti-ram da carreira que abraçaram com entusiasmo.

Hoje é diferente. Há verba de gabinete para todasas necessidades, automóvel, gasolina, celulares, as-sessores e outras vantagens. E na eleição contam comempresas na renovação dos seus mandatos. Nadatêm a perder daí firmam-se na teimosia, sem baseracional, para se contraporem ao empréstimo.

Com a birra, apenas cortam as asas da esperançados que pretendiam voar para uma vida melhor.

A seca de dois anos (II)

Lourdinha [email protected]

*Lourdinha Luna É ESCRITORA

Capital oferece opçõespara colônias de férias

Entre as ofertas se inserem filmes em cinemas que contemplam todas as idades,atividades recreativas no Esporte Clube Cabo Branco e na Fazendinha Natureza

As férias escolares es-tão aí. E agora, o que fa-zer com as crianças?

Esse é o drama de muitos paisquando chega essa época doano. Para quem mora em apar-tamento a situação piora aindamais, pois não há espaço parabrincadeiras e a meninada aca-ba passando os dias inteiros en-tre videogames, computadorese “destruições” de alguns am-bientes. Psicólogos e pedagogosaconselham os pais observaremo comportamento dos filhos ever em quais atividades eles seencaixariam.

Em João Pessoa, existemvárias opções de colônias deférias, que, na sua maioria,aceitam crianças a partir de3 anos de idade. É o caso daFazendinha Natureza, loca-lizada na Rua Francisco deSousa Rangel, em Jaguaribe,descendo a ladeira que dáacesso ao bairro do Cristo.

O administrador da Fazendi-nha, Valdemir Diniz, informouque lá são desenvolvidas ativi-dades em grupos e, de acordocom a idade, as crianças têm aopção de brincadeiras no par-que, piscina, passeio de charre-te, de caiaque, andar nas trilhas

ACleane CostaREPÓRTER

Período de férias exige mais atençãocom a segurança dos imóveis vazios

No mês de julho, época de fériasescolares, milhares de famíliascostumam embarcar para via-gens domésticas ou internacio-nais, de longa ou curta duração.Porém, antes de fazer as malas,é importante atentar-se a algu-mas indispensáveis precauçõespara garantir a segurança doimóvel nesse período em que omesmo estará vazio.

Dentro deste contexto, o in-vestimento em segurança ele-trônica, setor que cresceu 13%,é uma medida eficiente paragarantir a integridade de resi-dências e condomínios, umavez que estes sistemas são de-senvolvidos com o objetivo dedetectar, comunicar e inibir aação criminosa.

No entanto, é muito impor-tante que as pessoas se consci-entizem de que a segurança ele-trônica não se compra “em bal-cão”. De acordo com Selma Mi-gliori, presidente da AssociaçãoBrasileira das Empresas de Sis-

da mata e ainda conhecer ani-mais, tirar leite da vaca, dese-nhar, pintar, entre outras.

Os pais têm a opção de deixaros seus filhos em um só turnoou o dia inteiro. Somente em umturno - das oito às 12 horas oudas 13 às 17 horas - por umasemana a taxa é de R$ 60,00.

CABO BRANCOO Esporte Clube Cabo Bran-

co também vai realizar umacolônia de férias para criançascom idades entre 4 e 11 anos.As atividades começam nestedia 12 e vão até o dia 24, das 13às 17 horas. As inscrições cus-taram R$ 110,00 para uma se-mana e R$ 200,00 para duas se-manas, incluindo lanches, ca-

misetas e passeios externos.As crianças são divididas em

grupos de acordo com a faixa etá-ria; Grupo 1 – de 4 a 5 anos; Grupo2 - de 6 a 7 anos; Grupo 3 - de 8 a 9anos; Grupo 4 - de 10 a 12 anos. Asatividades envolvem dinâmica degrupo, jogos, piscina, prática es-portiva e cultural com passeiosexternos, entre outros.

OUTRAS OPÇÕESPara quem preferir, os pas-

seios em família são uma óti-ma oportunidade para es-treitar mais os laços entrepais e filhos. Os cinemas po-dem ser uma opção. Os fil-mes em cartaz contemplamtodas as idades, das criançasaos adolescentes.

temas Eletrônicos de Seguran-ça (Abese), a falta de critério é oque causa a vulnerabilidade dosistema.

O perfeito funcionamento deum determinado sistema de se-gurança eletrônico depende,basicamente, da procura poruma empresa especializada, dodesenvolvimento de um proje-to adequado para o imóvel, dotreinamento das pessoas envol-vidas com a segurança e damanutenção preventiva do sis-tema.

Dessa forma, as pessoas inte-ressadas em adquirir um siste-ma eletrônico de segurança de-vem, primeiramente, procuraruma empresa especializada efugir de simples orçamentosenviados por e-mail. Esta em-presa deverá elaborar umaanálise de risco e um projeto desegurança para o local, umavez que cada imóvel possuiuma particularidade e, portan-to, uma necessidade específica.

Segundo a Abese, a implan-tação de alarmes, um dos itensmais procurados, deve ser algomuito bem planejado. “O idealé a instalação de um alarmemonitorado. Este, quando dis-parado, aciona imediatamentea central de monitoramento,que tomará as medidas neces-sárias para identificar se estáhavendo uma invasão no local.Infelizmente, muitas pessoasinstalam alarmes que não sãomonitorados. Isso apenas cha-ma a atenção da vizinhança eatrasa a intervenção dos órgãospúblicos”, observa Selma.

A presidente da Abese lembratambém que hoje é possível ins-talar sistemas de Circuito Fe-chado de TV (CFTV) que podemser acessados pela central demonitoramento ou pelos mora-dores de forma remota, o quepermite acompanhar em tem-po real o que está acontecendono imóvel e, assim, agilizar oacionamento da polícia.

Fazendinha Natureza oferece passeio de charrete, caiaque, parque e trilha

FOTO: MARCOS RUSSO

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11GERAL JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

N

Até agora, apenas a jornalista Marcela Sitônio é candidata à presidência

FOTO: ORTILO ANTÔNIO

Os projetos inscritos no Pro-grama Pontos de Cultura estãosendo analisados pela Subse-cretaria de Cultura do Gover-no do Estado. A análise dos do-cumentos dos 37 projetos estásendo feita por um grupo de téc-nicos da subsecretaria e o re-sultado será divulgado no Diá-

rio Oficial em data a ser defini-da. O Ponto de Cultura é umainiciativa do Ministério da Cul-tura (MinC).

Os projetos encaminhados aSubsecretaria de Cultura vie-ram de todas as regiões do Es-tado. Nesse primeiro edital, osmunicípios de João Pessoa eCampina Grande não estãosendo contemplados pelo pro-grama. Depois da avaliação

Silvio OsiasDA SUBSECRETARIA DE CULTURA

dos documentos será feita aanálise técnica e do méritopor equipes do MinC, da sub-secretaria e representantesda sociedade civil.

Os Pontos de Cultura são ini-ciativas desenvolvidas pelasociedade civil que, após sele-ção por edital público, firmamconvênio com o Governo doEstado e o Ministério da Cul-tura, tornando-se responsá-

veis por articular e impulsio-nar ações que já existem nascomunidades.

O Ponto de Cultura não temum modelo único de instalaçõesfísicas, de programação ou ati-vidade, é uma iniciativa que im-pulsiona a realização de açõesenvolvendo arte e educação, ci-dadania com cultura e culturacom economia solidária.EDITORAÇÃO: JOSÉ INÁCIO (ZEZINHO)

Subsecretaria analisa projetos paraibanos inscritosPONTOS DE CULTURA

Marcela deve ser a primeiramulher na presidência da API

Eleição acontece nos próximos dias 24 e 25 deste mês, quando 2.079 profissionais de comunicação vão às urnas

Nathielle FerreiraREPÓRTER

os próximos dias 24 e25 deste mês, um elei-torado composto de

2.079 profissionais de comuni-cação aptos a votar será con-vidado a escolher os próximosdirigentes da Associação Parai-bana de Imprensa (API). Fal-tando pouco mais de 10 diaspara o pleito, até agora apenasa jornalista Marcela Sitônio écandidata à presidência. Compouco mais de 27 anos de pro-fissão, ela acumula muita ex-periência na área, e tudo indi-ca que será a primeira mulhera assumir o mais alto posto daAPI.

Filha de juiz e natural de Prin-cesa Isabel-PB, Marcela chegouem João Pessoa quando tinhaapenas um mês de vida. Aindaera uma criança quando perce-beu que gostava de jornal. Des-cobriu cedo que o jornalismoera uma forma de dar voz aosmenos favorecidos e de defen-der os interesses da sociedade.

Não demorou muito e a pai-xão virou realidade. Por voltade 1980, a princesense se for-mou em Relações Públicaspela Universidade Federal daParaíba e, em pouco tempo,estava escrevendo na redaçãode um dos mais importantesjornais da Paraíba. “Na mi-nha época, não era exigido ocurso de jornalista para exer-cer a profissão. Bastava ape-nas ser formada em algumcurso na área”, explica.

Marcela atuou nos principaisveículos de comunicação de

João Pessoa. Foi redatora, re-pórter, assessora de imprensae locutora de programa de rá-dio. Fez curso de Pós-Gradua-ção e acumulou uma bagagemde conhecimento invejável.Como candidata a presidenteda API, ela se prepara para darmais um passo importante navida, mas garante que não to-mou essa decisão de formaaleatória.

“Se eleita, serei a primeiramulher na história a assumir apresidência da API. Mas o queme credencia ao cargo não é ofato de ser mulher, mas a expe-riência e trajetória de lutas quepossuo. Não sou feminista, ape-sar de ter orgulho da minha

candidatura”, declara.À frente da API, Marcela con-

ta que faz planos de colocar aassociação na roda de discus-sões das questões sociais. Elalembra que a missão da enti-dade é auxiliar e resolver osproblemas da população. Porisso, não é nem nunca foi parti-dária. “Não temos cor partidá-ria. Não tendemos para gover-no A ou B. Nosso objetivo é aju-dar, seja qual for o governo. AAPI será sempre apartidária”,afirma.

Marcela Sitrônio destacaque a responsabilidade daAPI é idêntica à missão dojornalista. Ela lembra que “oprofissional da comunicação

é um prestador de serviços dasociedade”. “Damos voz aquem não tem; damos atençãoa quem nunca saiu na impren-sa e que nunca teve seus an-seios ouvidos. Somos forma-dores de opinião. E temos quecumprir esse ofício, seja qualfor a situação. Um dia, esta-mos na favela, falando comuma pessoa simples; no outrodia estamos no Palácio da Re-denção, entrevistando umministro. Todo dia é algo novoque acontece”, observa.

A eleição para a API acontecenos dias 24 (sexta-feira) e 25 (sá-bado). No primeiro dia votarãoos eleitores do interior do Esta-do. Eles depositarão seus votosem urnas instaladas nas cida-des de Guarabira, CampinaGrande, Patos, Pombal, Sousae Cajazeiras. No sábado, dia 25,será a vez dos eleitores de JoãoPessoa, que poderão votar nasede da entidade, localizada naRua Visconde de Pelotas, noCentro da Capital. A votação,tanto na Capital, quanto no in-terior, será realizada das 8 às17 horas.

Uma vez eleita, Marcela Si-tônio, que conta com o apoio doatual presidente da API, jorna-lista João Pinto, afirma que suagestão será atuante e partici-pativa. “Uma das nossas pre-ocupações é com relação ao atualprédio da sede da API. Ele pre-cisa de reformas e tem sériosproblemas com acessos. Pre-tendo consultar os membrospara saber se iremos reformar,vender ou adquirir outro imó-vel. Quem vai decidir isso se-rão eles”, ressalta.

Ação culturalcomemoraaniversáriodo ECA na 2ª

O Estatuto da Criança edo Adolescente (ECA)completa 19 anos nesta se-gunda-feira (13). Paramarcar a data, a ONG Pi-colé de Manga, em parce-ria com o Conselho Tute-lar da região Norte da Ca-pital, promove ação cultu-ral na sede da entidade, naRua Dom Carlos GouveiaCoelho, n° 367, Centro, emJoão Pessoa. O evento seráaberto às 7 horas pelo di-retor da ONG, LucélioCartaxo, e pelo conselhei-ro Sérgio Lucena, e conta-rá com a presença da pro-motora dos direitos da in-fância e juventude, SorayaEscorel. Na ocasião, seráservido um café da manhãpara os presentes.

Os “Meninos Flautistas”,grupo composto por jo-vens de 6 a 12 anos de ida-de moradores da comuni-dade 13 de Maio, apresen-tarão um repertório demúsicas regionais e, have-rá distribuição de cópiasdo Estatuto da Criança edo Adolescente. “O nossoobjetivo, além de celebrarmais um ano de existênciadeste tão importante dis-positivo de defesa dos di-reitos das crianças, é fazercom que todos tenham co-nhecimento da lei”, expli-cou Lucélio.

Segundo o conselheirotutelar Sérgio Lucena, aONG Picolé de Manga foiescolhida para participarda programação de 19 anosdo ECA pelo trabalho quedesenvolve, assegurandosaúde, educação e culturaa crianças da comunidadeCordão Encarnado. “O tra-balho reflete a preocupaçãocom o cumprimento do Es-tatuto da Criança e doAdolescente, e por isso nãohá lugar melhor para rea-lizarmos uma ação tão im-portante”, afirmou.

Para Lucélio Cartaxo, omomento é de alegria.“Nossa entidade não pode-ria deixar de participar deuma ação tão relevante. Sa-bemos da importância doECA, que já conseguiu tãograndes avanços no que serefere à garantia dos direi-tos das crianças e, por isso,estamos felizes de entrarnesta luta”, declarou.

Elisiane PaulinoASSESSORIA DE IMPRENSA

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12 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009

A UNIÃO

Após dois dias de negocia-ções com o Palmeiras, otécnico Muricy Ramalho nãoacertou sua ida para o time doPalestra Itália. Mesmo assim, otreinador, por meio de seuempresário Márcio Rivelino,

"Muricy destacaprofissionalismo

no Palmeiras

EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

Treze enfrenta o FerroviárioRepresentante paraibano na Série D do Campeonato Brasileiro faz o seu primeiro jogo em Campina Grande hoje à tarde no estádio Amigão

“Paraíba democrática, terra amada”

O Atlético pode ser o primei-ro time a assegurar vaga para aPrimeira Divisão do Campeo-nato Paraibano de 2010. A equi-pe cajazeirense basta apenasvencer, neste domingo, dia 12, oarquirrival Paraíba, jogo esteprogramado para as 15h15 noestádio Perpetão, em Cajazeiraspela terceira rodada do qua-drangular final da Segunda Di-visão de 2009.

O “trovão azul” soma seispontos e com a vitória chega-ria a nove, ficando assim, porantecipação, entre os três me-lhores da competição, númerode equipes que ascenderão paraa elite do futebol paraibano nopróximo ano.

O outro jogo da rodada seráentre Auto Esporte x Despor-tiva, também às 15h15, no es-tádio Almeidão, na Capital.

Com a rodada deste fim desemana, o quadrangular final

Marcos LimaREPÓRTER

Treze busca neste do-mingo, dia 12, a partirdas 16 horas, no está-

dio Amigão, em CampinaGrande, a primeira vitória naprimeira fase classificatória daSérie D do Campeonato Brasi-leiro de Futebol. O time enfren-ta o Ferroviário-CE, partidaque será comandada pelo per-nambucano José EduardoAraújo Alcântara. Os paraiba-nos Humberto Tadeu Alves deAbreu e Kilden Tadeu Moraisde Lucena serão os árbitros as-sistentes.

O time paraibano divide como Flamengo-PI a segunda colo-cação no Grupo 3 da Série D. Aliderança é do Alecrim-RN quevenceu o Ferroviário-CE na es-treia por 1x0. O Treze empatouem 1x1 com o Flamengo-PI.

Desde a última sexta-feira (10)que os jogadores trezeanos rela-cionados para a partida deste do-mingo contra o Ferroviário estãoem regime de concentração.

O treinador Reginaldo Sousainformou que o time será esca-lado somente nos vestiários. Éprovável que ele utilize a for-mação 4-4-2, pois pretende sur-preender o adversário aindanos primeiros 45 minutos ini-ciais da partida. Conforme dis-

OAtlético pode seclassificar hojepor antecipação

CLASSIFICAÇÃO TIME PG J V E D GP GC SG #

QUADRANGU-LAR

#1º Atlético 6 2 2 0 0 5 3 2

2º Desportiva 3 2 1 0 1 4 3 13º Auto Esporte 1 2 0 1 1 2 4 -24º Paraíba 1 2 0 1 1 1 3 -2

Maia marcou o goldo Auto em

Cajazeiras e volta ajogar hoje no

Almeidão

Jogadores do Trezedurante o último

treinamento antesde enfrentar o

Ferroviário nestedomingo no Amigão

se o técnico, o Treze vive ummomento de tranquilidade eque com apoio de sua torcida, aprimeira vitória deverá serconcretizada neste domingo.

Coincidentemente com onome do time, 13 mil ingressosforam colocados à venda paraa partida de hoje contra a equi-pe cearense. A diretoria acredi-ta que a força da torcida é mui-to importante para que o Galoda Borborema alcance os obje-tivos na competição.

Em entrevista concedida naúltima sexta-feira, o treinadorReginaldo Teixeira informou queo elenco para esta competição jáestá formado e que não pretendemais solicitar jogadores á dire-toria do time. “Temos um bomelenco e dá para chegarmos aonosso objetivo”, disse Reginaldo.

Depois da partida contra oFerroviário-CE, neste domingo,o representante paraibano naSérie D do Campeonato Brasi-leiro volta a jogar somente nodia 19, desta vez contra o Ale-crim-RN. A partida foi confir-mada pela Confederação Bra-sileira de Futebol para o está-dio Presidente Vargas, emCampina Grande.

“Novamente estaremos jo-gando em casa. É a chance demelhorarmos a pontuação natabela de classificação”, disseReginaldo Sousa.

do Campeonato Paraibano daSegunda Divisão chega a me-tade dos seus jogos. Outras trêsrodadas ficarão restando paraserem conhecidos todos os três

clubes que ascenderão para aelite do futebol estadual em2010, bem como o campeão daSegundona de 2009.

DIVULGAÇÃO

agradeceu ao interessealviverde. "Quero agradecer, emmeu nome e em nome doMuricy Ramalho, aos diretoresdo Palmeiras pelo alto nível dasnegociações, profissionalismo eética pela conduta das conver-sas que tivemos nesses dias.Esperamos que a diretoriaencontre um ótimo profissionalpara assumir o comando técnicodo clube", declarou Rivelino.

NÚBIA RENATA/DIVULGAÇÃO

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EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

Jucilene busca vagapara o Sul-Americano

Destaque no lançamento de dardo, ela compete com outros dois conterrâneos,Kênio Rodrigues e Melina Serafim, e mais 333 atletas do país, em Uberlândia

A Fifa tem certeza que os dezestádios da Copa-2010, na Áfricado Sul, estarão concluídos emdezembro e recusa outro cenárioalternativo, como a escolha de outrolocal para o evento, diante da grevedos operários da construção civil.

"Fifa aposta naCopa da Áfricaapesar da greve

32.627é a média de públicodo Atlético Mineirono CampeonatoBrasileiro nos 4jogos realizados noMineirão, a melhorda competição.

13JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009

O Santos já teria um planeja-mento para o ano do seucentenário, em 2012. O presiden-te Marcelo Teixeira gostaria deseguir na presidência do clube ejá teria escolhido até o técnicopara comandar a equipe, queseria Luiz Felipe Scolari, o

"Santos quer o técnico Felipão

Felipão. Para isso, Teixeira teriaque vencer mais duas eleiçõespara continuar no comando doclube do litoral e convencer otécnico, que segundo o próprioTeixeira quase aceitou trabalharno Santos no início deste ano.Teixeira afirmou que as portascontinuarão abertas para otécnico que conquistou opentacampeonato mundial pelaSeleção Brasileira em 2002.

Marcos [email protected]

A volta por cima...

XadrezO enxadrista Paulo

Eduardo Barbosa, cam-peão dos Jogos Universi-tários da UFCG, disputa-dos no último final de se-mana no campus Campi-na Grande, está em Na-tal-RN disputando o IVAberto Xadrez Potiguar2009, que começou naúltma sexta-feira, 10. Oevento termina neste do-mingo, dia 12 e tem vali-dade para o cálculo dasclassificações Internacio-nal (FIDE) e Nacional(CBX).Paulo é doutoran-do em Ciência da Com-putação na UFCG.

Pena SurfAs competições da 3ª Eta-

pa do Pena Surf Nordeste seencerram neste domingo naPraia do Mar dos Macacos,localizada em Intermares,Cabedelo, Litoral norte daParaíba. Os principais sur-fistas da Paraíba e demaisestados da região estão emdisputa desde a última sex-ta-feira, quando foi abertaoficialmente o evento pelaFederação Paraibana deSurf, promotora da compe-tição. O Pena Surf Nordestetem o apoio do Governo doEstado através da Secretariade Juventude, Esporte e La-zer, além de várias outrasparcerias na Paraíba.

As pazes estão reinando no Presidente Vargas, diga-se, centro de treinamento do Treze Futebol Clube. Comos pés no chão e a cabeça no lugar, dirigentes, comissãotécnica e até mesmo os jogadores, esqueceram o vexa-me no Campeonato Paraibano deste ano quando per-deram o título para o Sousa e estão investindo alto, prin-cipalmente neste segundo semestre. Depois de herdar avaga para a Série D do Campeonato Brasileiro, o Galoestá encarando a competição com muita seriedade. Oobjetivo de todos é levar o time à Série C em 2010. Es-treou com um empate de 1x1 fora de casa, diante o Fla-mengo-PI e, hoje à tarde, enfrenta no Amigão, em Cam-pina Grande, dentro dos seus domínios, a equipe doFerroviário-CE. Nesta fase classificatória, dois times se-guem na competição. Além de Treze e Ferroviário, ain-da estão no Grupo 3 o Alecrim-RN e Flamengo-PI.

Paraibano de BasqueteDois jogos vão movimentar este domingo pelo Campeonato

Paraibano de Basquete, temporada 2009. Às 10 horas, no ginásioda Ansef, no bairro do Bessa se enfrentam Lourdinas/BFC/M.Nassau x Cabo Branco pela categoria Adulto Masculino. Às11h30, no mesmo ginásio, jogamAABB/WWE/Lúmen/Corporex Avab/CG também pela categoria Adulto Masculino. A compe-tição é promovida pela Federação Paraibana de Basquetebol.

Curso de Futebol de CampoO Serviço Social da Indústria - Sesi, inicia nesta segunda-

feira, dia 13, o curso de Treinamento em Futebol de Campo aser ministrada na sede do Distrito Industrial de João Pessoa.O técnico e ex-jogador de futebol Ramiro, com passagem porvárias equipes do futebol estadual, será o ministrante do cur-so. As inscrições se encerraram na última sexta-feira, dia 10 econta com um bom número de interessados. O objetivo docurso é apefeiçoar desportistas que lidam principalmente comescolinhas de futebol na Paraíba. Haverá entrega de certifica-dos para os concursados.

Marcos LimaREPÓRTER

rês paraibanos tentamneste domingo, na cida-de de Uberlândia, em

Minas Gerais, classificaçãopara o Campeonato Sul-Ame-ricano de Atletismo, que ocor-rerá no final deste mês no Bra-sil. Eles participam do Cam-peonato Brasileiro Caixa deJuvenis, destinado exclusiva-mente para atletas com até 19anos de idade.

O evento será disputado naPista Ádria Santos, na VilaOlímpica do Sesi Gravatá, e reu-nirá 336 atletas (191 homens e145 mulheres), de 21 estados edo Distrito Federal. A equipemais numerosa é a paulista, com123 atletas, seguida de Rio de Ja-neiro com 38 e Paraná com 37.

Nossos representantes nacompetição serão Jucilene Sa-les de Lima, que disputará naprova do Lançamento de Dar-do, representando o estado deSão Paulo; Kênio Rodrigues deLucena e Melina Serafim deSouza, que defenderão o Grê-mio Recreativo da Universida-de Federal da Paraíba. Kêniodisputará os 800 metros rasos,enquanto Melina Serafim com-petirá nos 3 mil metros comobstáculos.

A promoção da competição éda Confederação Brasileira deAtletismo. O regulamento pre-vê que apenas os dois melhorescolocados em cada prova asse-guram classificação para oCampeonato Sul-Americano deAtletismo. Esta é a principalcompetição de atletismo emMinas Gerais, desde o mês demaio, quando a cidade recebeuo 3º GP Caixa Sesi, que teve aparticipação de campeões olím-picos e mundiais.

EM PORTUGALJaílma Sales de Lima, irmã de

Jucilene Sales de Lima está emPortugal disputando os Jogosda Lusofônia 2009, última com-petição para que os atletas nãoqualificados busquem índicespara o Campeonato Mundial deAtletismo, marcado para o mêsque vem em Berlim, Alemanha.Ela é uma das 28 mulheres a in-tegrar a delegação brasileira noevento. Os 400 metros rasos e orevezamento 4x400m são asprovas que Jailma estará dis-putando.

Os Jogos da Lusofônia estãoem sua segunda edição e se tra-ta de um evento multiesporti-

vo disputado pela comunida-de de países de língua portu-guesa representados por seusrespectivos Comitês OlímpicosNacionais. Ocorrerá no perío-do de 11 a 19 deste mês. O Pavi-lhão Atlântico será o principalpalco de competições, sendonele realizadas a cerimônia deabertura e encerramento.

Essa edição dos jogos serácomposta de nove esportesolímpicos um a mais do que aedição inaugural - totalizando70 eventos em disputa. Trêseventos para atletas com defi-ciência foram incluídas no pro-grama do atletismo.

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DIVULGAÇÃO

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14 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”

Adriano é a atraçãohoje no Morumbi

será dia de reencontro noMorumbi. Maior espe-rança de gols do Flamen-

go, Adriano enfrentará pela pri-meira vez o São Paulo desde quedeixou o clube paulista, em ju-nho de 2008. O jogo começa às 16horas no estádio do Morumbi evale pela décima rodada doCampeonato Brasileiro

O centroavante foi a principalaposta tricolor para a disputada Copa Libertadores da Amé-rica do ano passado. Apesar deo time ter sido eliminado nasquartas-de-final pelo Flumi-nense, Adriano deixou bonsnúmeros no São Paulo. Marcou17 gols em 28 jogos disputadosem seis meses de clube.

Sua passagem só não foi maiselogiada devido à indisciplina,outra marca registrada do atleta.O "Imperador" foi multado porter chegado atrasado a um trei-no, teve seu nome envolvido numacidente de trânsito e ameaçouagredir um fotógrafo. Seu com-portamento fez o presidente Ju-venal Juvêncio desistir de tentaro reempréstimo junto à Inter.

Em dois meses no Flamengo,Adriano continuou a fazer va-ler suas características: faltoua três treinos e marcou quatrogols em seis jogos. É seu poderde decisão que menos preocu-pa os tricolores para domingo.

"O Adriano é um grande joga-dor, de seleção. Passou por váriasdificuldades, mas está se recupe-rando. Vamos nos preparar paraa melhor partida que ele possa fa-zer", elogiou o goleiro Dênis. "Te-mos que tomar muito cuidadocom a perna esquerda dele, quetem um chute muito forte."

"Ele usa bem o corpo e a esta-tura, mas o principal é brecar aorigem da jogada", completa ovolante Eduardo Costa, que co-

SÃO PAULO X FLAMENGO

VIPCOMM/DIVULGAÇÃO

REPRODUÇÃO

Corinthians lembra do rebaixamento

Atacante que já atuou pelo time paulista no ano passado está confirmado no ataque,mas a equipe carioca terá os desfalques de Ibson, Kléberson, Aírton, Toró e Juan

nhece o rival desde as categoriasde base da Seleção Brasileira.

O retrospecto de Adriano con-tra o São Paulo reforça o pedidopor cuidados para com o jogador.Foi justamente contra o time tri-color que ele marcou seu primei-ro gol como profissional, em 2001,na goleada flamenguista por 5 a 2pelo Torneio Rio-São Paulo, jus-

tamente em sua estreia na equipede cima. O Flamengo, no entanto,terá os desfalques de Ibson, Klé-berson, Toró, Juan e Aírton.

Os outros jogos da rodadahoje são Sport x Goiás, Grêmiox Corinthians, Cruzeiro x Atlé-tico-MG, Atlético-PR x Interna-cional, Fluminense x Santo An-dré e Vitória x Santos.

H

Na ocasião do rebaixamentodo Corinthians para a Série B,o time sofreu o descenso na úl-tima rodada do Brasileirão aoempatar com o Grêmio no es-tádio Olímpico. Um ano e meiodepois, o Alvinegro visita no-vamente os gaúchos no mesmopalco, mas em momento total-mente oposto. O jogo começa às16 horas no estádio Olímpico.

Depois de rebaixamento, otime venceu três dos cinco tor-neios que disputou, sendo quedois deles foram no primeirosemestre deste ano. Por isso, a

ida do Timão a Porto Alegrehoje para encarar o Grêmiotem um gosto especial paraDentinho.

Alçado aos profissionais em2007, o atacante, apesar de nãoestar em campo naquele dia 2 dedezembro, tem a chance de dar avolta por cima no Olímpico.

"Foi um momento muito difí-cil para todos (o rebaixamento).Eu não estava naquele jogo, masfiquei vendo em casa e choreimuito. Agora quero ser feliz na-quele estádio para apagar a málembrança", afirmou Dentinho.

Com a vitória por 4 a 2 emcima do Fluminense na quarta-feira, o Corinthians subiu paraa quinta colocação. O adversá-rio deste final de semana tam-bém vem de um triunfo e, su-bindo na tabela, ocupa o déci-mo lugar. Por isso, o jogador al-vinegro prega respeito aos co-mandados de Paulo Autuori.

"Temos que ter muita atençãocom a equipe do Grêmio. OSouza e o Maxi Lopez são mui-to bons. Por isso temos quemanter a mesma pegada do úl-timo jogo", concluiu.

Adriano comanda o ataque do Flamengo contra o Tricolor no Morumbi

Vice-líder do Mundial deFórmula 1, Rubens Barriche-llo afirmou que se sente bemem Nürburgring, palco doGrande Prêmio da Alema-nha, hoje, corrida que serámostrada pela Rede Globo apartir das 9 horas (horário deBrasília).

A pista tem subidas e des-cidas e curvas de vários tipos,bem ao gosto do brasileiro,que tem um bom retrospectono local: uma vitória (2002),um segundo (2004) e três ter-ceiros (1999, 2003 e 2005).

"Sempre gostei de correrem Nürburgring, que é de-safiadora para os pilotos. Olayout é bom e permite quevocê tenha um bom ritmo, eainda há umas interessan-tes ondulações para obser-var. Venci aqui em 2002 e ocircuito me traz boas memó-rias. O tempo pode ser im-previsível pela localizaçãodo circuito", disse o piloto daBrawn, que está 23 pontosatrás de Jenson Button, seucompanheiro. A corrida doano passado foi marcadapor muita chuva.

MASSAEm busca de seu primeiro

título na Fórmula 1, o brasi-leiro Felipe Massa, da Ferra-ri, ainda está na luta em 2009,mas já pensa no carro do anoque vem e não espera muitodo carro no GP da Alemanhaque acontece hoje no circuito

de Nürburgring. Sem vencerdesde 2008 e com 48 pontosde desvantagem para o líderJenson Button, da Brawn GP,ele reconhece que a chance deser o primeiro colocado no fi-nal da temporada é remota.

"Às vezes parece estranhover um piloto já pensando nopróximo ano", disse Massa aosite da revista Autosport."Também penso em fazer omelhor que posso nesta se-gunda parte de temporada.Sei que, mesmo que ganhemostodas as corridas, não sere-mos campeões, mas, comotodo piloto, quero voltar a lu-tar pelo título", afirmou.

Assim como fez a BrawnGP, que quando era a Hondacomeçou a pensar no carrodeste ano ainda na metadeda temporada 2008, Massabusca o melhor para triun-far sobre os rivais em 2010."Estou preocupado em aju-dar a preparar um carromuito, muito competitivopara o ano que vem", disse.

"Estou atrás na briga porvitórias e pelo campeonato,mas precisamos continuar otrabalho. Não sabemos oque virá na próxima tempo-rada, assim como ninguémesperava ver Jenson Buttonem primeiro lugar no cam-peonato deste ano. Váriascoisas podem mudar na F1",declarou Massa.

Barrichello espera vencer GPda Alemanha. Massa já pensana temporada de 2010 da F-1

EDITORAÇÃO: ROBERTO DOS SANTOS

A corrida do ano passado na Alemanha foi marcada por muita chuva

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15JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

GrygenaTargino

[email protected]

Cantinho de Cultura

Como comeceia escrever

CrônicaCrônicaCrônicaCrônicaCrônica

GRYGENA TARGINO É FORMADA EM PEDAGOGIA PELA UFPB, ALUNA DO CURSO DEDIREITO DO IESP E ALUNA DO CURSO DE LETRAS DA UFPB

REPRODUÇÃO

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Aí por volta de 1910 não havia rádio nemtelevisão, e o cinema chegava ao interior doBrasil uma vez por semana, aos domingos.As notícias do mundo vinham pelo jornal,três dias depois de publicadas no Rio deJaneiro. Se chovia a potes, a mala do cor-reio aparecia ensopada, uns sete dias maistarde. Não dava para ler o papel transfor-mado em mingau.

Papai era assinante da Gazeta de Notí-cias, e antes de aprender a ler eu me sen-tia fascinado pelas gravuras coloridas dosuplemento de domingo. Tentava decifraro mistério das letras em redor das figuras,e mamãe me ajudava nisso. Quando fuipara a escola pública, já tinha a noção vagade um universo de palavras que era preci-so conquistar.

Durante o curso, minhas professoras cos-tumavam passar exercícios de redação.Cada um de nós tinha de escrever uma car-ta, narrar um passeio, coisas assim. Crieigosto por esse dever, que me permitia apli-car para determinado fim o conhecimentoque ia adquirindo do poder de expressãocontido nos sinais reunidos em palavras.

Daí por diante as experiências foram-seacumulando, sem que eu percebesse que es-tava descobrindo a literatura. Alguns elogiosda professora me animavam a continuar.Ninguém falava em conto ou poesia, mas asemente dessas coisas estava germinando.Meu irmão, estudante na Capital, manda-va-me revistas e livros, e me habituei a vi-ver entre eles. Depois, já rapaz, tive a sortede conhecer outros rapazes que tambémgostavam de ler e escrever.

Então, começou uma fase muito boa de tro-ca de experiências e impressões. Na mesa docafé-sentado (pois tomava-se café sentadonos bares, e podia-se conversar horas ehoras sem incomodar nem ser incomoda-do) eu tirava do bolso o que escrevera duran-te o dia, e meus colegas criticavam. Eles tam-bém sacavam seus escritos, e eu tomava par-te nos comentários. Tudo com naturalidadee franqueza. Aprendi muito com os amigos,e tenho pena dos jovens de hoje que não des-frutam desse tipo de amizade crítica.

O que li

O tema da crônica "Como comecei a escre-ver", de Carlos Drummond de Andrade, já foiabordado por diversos e diversos autores, e emtodos os textos, como neste aqui em destaque,o hábito da leitura e a troca de experiênciascom outras pessoas são colocados como ele-mentos essenciais para qualquer ser viventedotado de pensamento que pretenda ingres-sar, ou pelo menos passear, no mundo literá-rio.

Se uma pessoa adquire o hábito da leitura,logo ela descobre o prazer de conhecer diver-sos mundos, situações, costumes, lugares, épo-cas, histórias, enfim, tudo o que a imaginaçãopossa criar por meio das informações vindasdas letras impressas no papel.

Com o passar do tempo, essa pessoa acabadescobrindo também, como aconteceu comDrummond, que está começando, sem per-ceber, a dominar as letras, a escrita; que está setornando capaz de contar suas próprias histó-rias e, melhor ainda, que está conseguindo es-crever sem erros de concordância, acentuação,pontuação, etc.

Nessa fase, logo descobre também que pre-cisa se aprofundar mais na leitura, conhecermuitas obras de autores diferentes, saber dascaracterísticas das diversas fases da literatura,a princípio do Brasil, e depois do mundo...

Descobre então que pode ser tão bom quantoqualquer outro que seja bom. E que para issoprecisa apenas se conscientizar que jamais vaiconseguir saber tudo, e que sempre precisaráler, ler e aprender.

Nascido em 31 de outubro de 1902 em Ita-bira do Mato Dentro - Minas Gerais, Drum-mond escreveu crônicas, contos e poesias quese constituem em peças de grande valor daliteratura brasileira que transpuseram frontei-ras e conquistaram leitores em vários paísesdo mundo. Seus primeiros escritos foram pu-blicados em 1921 na seção "Sociais" do Diáriode Minas. 65 anos depois, em 1987, escreveuseu último poema - "Elegia a um tucano mor-to". No mesmo ano morreu no Rio de Janeirovítima de problemas cardíacos.

Café pequenoCafé pequeno

Impossível compor um poema a essa altura da evolu-ção da humanidade.Impossível escrever um poema - uma linha que seja -de verdadeira poesia.O último trovador morreu em 1914.Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as ne-cessidades mais simples.Se quer fumar um charuto aperte um botão.Paletós abotoam-se por eletricidade.Amor se faz pelo sem-fio.Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda faltamuito para atingirmos um nível razoável decultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhorame matam-se como percevejos.Os percevejos heróicos renascem.Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundodilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

O sobrevivente

......................Se uma pessoa adquire o hábito daleitura, logo ela descobre o prazer

de conhecer diversos mundos; tudoo que a imaginação possa criar pormeio das informações vindas das

letras impressas no papel.......................

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Paris Hilton garante quenão é ‘menina mimada’Sou sensata e qualquer coisa, menos consentida", afirmaParis Hilton, a celebridade mais polêmica da imprensasensacionalista internacional, em entrevista para a ediçãoalemã da revista de moda "Life & Style".A mais velha dos quatro filhos dos multimilionários RichardHilton e Kathy Richards está buscando em Dubai sua novamelhor amiga para o programa de televisão "My New BFF"(minha nova melhor amiga, em tradução livre), transmitidopela MTV americana.Aos 28 anos, Paris afirma que é muito complicado para elaencontrar verdadeiros amigos, e que, com as boas amizadesque mantém, sempre ocorrem mal-entendidos.A neta do dono da cadeia de hotéis que leva seu sobrenomeinsiste em que tenta lutar contra todo tipo de preconceito emrelação a ela, e que construiu sozinha seu pequeno império.Paris, que se autodefine como uma "mulher de negócios",afirma que seu problema é que, por causa do sobrenome,muita gente acha que ela não tem que trabalhar, que é umamenina mimada e que recebeu tudo em uma bandeja deprata. "Mas nada disso é verdade", acrescenta.

Triste não émudar de ideia.Triste é não terideia paramudar.

Francis Bacon,ESCRITOR

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Espetáculo mostra vida eobra de Francisco AlvesPeça terá apresentação única em João Pessoa, no

próximo dia 16, às 20 horas, no Teatro Santa Roza. 19

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JOÃO PESSOA, DOMINGO,12 DE JU.LHO DE 2009

A UNIÃO 16

A

E A VOZ

PB tem filme selecionadopara o 19º Cine CearáCurta-metragem de Ana Bárbara Ramos representará o

Estado no festival, que começa no próximo dia 28. 18

mandí Cortêz é da nova geração de compositores e cantores da música popu-lar paraibana. Ele será uma das atrações do lançamento comemorativo dos 60anos do Correio das Artes, na próxima quarta-feira, na Fundação Casa de JoséAmérico, no Cabo Branco. Nascido em João Pessoa, mas criado em Catolé doRocha, no Sertão da Paraíba, Amandí é um talento musical. O que impressionanesse jovem artista é perceber como suas músicas revelam uma capacidade deinvestigar o sentimento humano em poucos segundos, como câmeras fotográ-ficas registrando sombra e luz, diferenciando as formas, as intensidades e ascores do coração humano como que pelo “tato dos ouvidos”. E é precisamenteisto que a música precisa.

Cantor paraibano que sedestacou em programa nacionallança novo CD e é atração nolançamento de edição deaniversário do Correio das Artes

movimento

de Amandí

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Amandí parece trazer de diferen-te: uma plasticidade tátil, o registrosuave, sereno, emotivo na vida e nosentimento de pessoas absolutamen-te comuns. E, no entanto, este mági-co dos acordes parece fazer issoabrindo seu coração e mostrando-nos, sem medo, a sua própria alma.Nas letras e melodias de Amandí, háa arte dentro da arte, há uma meta-linguagem da arte: músicas dentrode músicas, ritmos, estudos, mistu-ras... Não demorou a que o talento deAmandí começasse a ser percebido;assim, já em 2002, venceu em Catolédo Rocha o festival de música: “A maisbela voz do Sertão”.

Em maio de 2005, consolidando ainfluência musical recebida das fon-tes nacionais e internacionais quesempre o inspiraram, lançou seu pri-meiro CD intitulado: “Libélulasbon-dearias”, cujo lançamento abriu a se-mana cultural de Catolé do Rocha.Superando a falta de patrocínio e ospoucos recursos disponíveis paraserem investidos em seu “Libélulas-bondearias”.

SUTILEZASFoi este aspecto sensível, aliado à

sutileza dos seus arranjos, mais suaforte entonação vocal, que fizeramcom que esse trabalho caísse rapi-damente no gosto popular e passas-se a tocar em várias rádios da Para-íba.

Começo dacarreira em

festival noSertão da PB

Amandí participou da seleção para oPrograma Ídolos 2008 da Rede Recordonde foi passando por várias etapas des-de a sua audição ficando para os 90 me-lhores e ele foi passando por fases e maisfases do programa até chegar no Top 30onde pôde mostrar seu talento para todoo Brasil cantando a música “Quando aChuvar Passar” e foi com essa música queo Amandí foi selecionado pelo público aintegrar o time de Finalistas do Ídolos 2008onde com mais 9 candidatos buscavamum sonho de ser o novo Ídolo do Brasil !

Logo na primeira semana o Aman-dí se viu na Zona de perigo entre osmais votados do Top 10 , mas foi sal-vo pelo público que permaneu pormais uma semana onde na semanaseguinte não foi para a Zona de Peri-go . Já no Top 8 o Amandí fica entre osmenos votados e deixa a competição

Entrega do troféu para melhoresartistas do ano no Estado

com muitas lágrimas e emoção juntocom a turma do Ídolos 2008.

Amandí depois que foi eliminado doÍdolos ele retornou a sua cidade de origemna Paraíba onde foi recebido pela famíliacom muita alegria e emoção. Ele finalizouo seu 2° CD da carreira que foi intitulado“Matéria em Movimento” com composi-ções próprias e alguns sucessos seus in-clusos no CDcomo Algodão Doce, Libélu-la, Sentidos e muitos outros.

Amandí participou no mês de dezem-bro da entrega do prêmio Quinta Cultu-ral onde pode mostrar o seu trabalho parao público cantando duas músicas do seuCD e também recebeu o troféu melhoresdo ano na música da Paraíba. Ele atendeuaos fãs com muito carinho e dedicaçãocomo sempre foi antes e autografou o seuCD para quem quisesse adquirí-lo.EDITORAÇÃO: JÚNIOR DAMASCENO

Amandí Cortêz cantará,na próxima quarta-feira,no lançamento deedição especial doCorreio das Artes

FOTOS: MARCOS RUSSO

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A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

JOÃO PESSOA,DOMINGO, 12 DE JULHO DE 200918

Licoroso bemdiferente

Já expressamos limitações técnicasem fazer apreciações analíticas deum vinho que sequer provamos....

Paraíba no

O

A cineasta Ana BárbaraRamos conseguiu classificaro curta-metragem ‘SweetKarolynne’ e festival teráinício no próximo dia 28,em Fortaleza CINE CEARÁ

Finalmente chega à Paraíba um vi-nho licoroso de características bem di-ferentes: Envasado em garrafas de de-sing especial decorada com as cores quecompõem o lábaro paraibano e a cami-seta do Flamengo que, todos sabem, em-polga uma torcida rubro-negra por todoo Brasil.

É um néctar requintado essa Casa Val-duga Tinto Licoroso que os associadosdo Clube do Vinho-PB vão provar nojantar-reunião do dia 14 deste mês, har-monizando com um “café de hombre”servido em samovar de prata e acom-panhado das trufas de chocolate by So-nho Doce, cuja receita Dona Yonne Pi-menta guarda a sete chaves.

Temos observado a continuidade comque as nossas principais vinícolas es-tão incluindo em seus portfólios, uma

variedade desses vinhos, brancos outintos que fazem lembrar os vinhos doPorto, Madeira, Marsala e Jerez no quese refere aos tintos e, os Moscatéis deSetúbal e de Favaios fazendo analogiacom os brancos; sem esquecer os velhosQuinados Constantino (brancos ou tin-tos) que tiveram seu fastígio em nossomercado nas décadas de 50/60.

O licoroso tinto da Valduga, pode serconsiderado um caso à parte. Ainda nãoo provamos apesar de termos visitado aCave de Pedra da Empresa, onde certa-mente repousava, aguardando comple-tar 10 anos desde que as uvas CabernetSauvignon e Merlot foram colhidas du-rante a vindima de 1999, após uma ri-gorosa seleção dos seus cachos e separa-ção dos seus grãos, quando iniciou-se suaelaboração após colheita com adequadamaturação fenólica para garantir a per-feita harmonia entre taninos, dulçor eacidez.

Apesar de ainda não o termos prova-do e, da falta de conhecimentos técnicosde que padecemos, passamos a partir dosdescritivos da sua elaboração, a formara imagem de “diferente” dos demais li-corosos que abundam atualmente emnosso mercado, a partir de pormenoresda sua ficha técnica, que nos informa oseguinte: Logo após a harmonização en-tre taninos, açucares e ácidos, as uvas

são submetidas a uma desidratação na-tural, obtendo-se um mosto com 260gramas de açúcar por litro, com remon-tagem rápida de duas em duas horas,com a fermentação ocorrendo com o usode leveduras selecionadas e temperatu-ra controlada de 26 graus.

Todos esses detalhes constam da Fi-cha técnica em nossas mãos, onde tam-bém se informa que esse precioso vinhomatura durante trinta meses em barri-cas de carvalho francês, onde evolui emcondições ideais de oxidação, acrescen-tando maior estrutura ao seu corpo. En-garrafado em setembro de 2.000, o vi-nho que mostra excelente bouquet, che-ga ao mercado e as nossas taças, após 10longos anos desde o início da sua elabo-ração. Certamente, alguns dos nossospoucos leitores hão de perguntar: e ondeestá a grande diferença?

Já expressamos nossas limitações téc-nicas em fazer apreciações analíticas de

um vinho que ainda sequer provamos.Acontece, que sua bem elaborada e bas-tante descritiva Ficha de Adega, nos fazjulgar que o processo de desidratação aoqual submeteram as uvas, certamentereduziram e concentraram tanto o seumosto, convertendo-as em quase passas,de sorte que, a massa vínica somenteverdadeiramente se liquefaz após a adi-ção de álcool vínico das mesmas varie-dades, que eleva sua graduação de 9 para18 graus GL, suspendendo a fermenta-ção e permitindo a permanência residualda frutose das uvas, tornando-o mais vi-noso e agradável ao paladar.

Sabendo-se que uma desidrataçãonatural das uvas, como informado pelaempresa concentra a frutose como acon-tece numa passificação soleada, fica fá-cil concluir sua analogia com os Passi-tos e ou Reciotos que diferentemente têma fermentação do mosto parada pelaadição de álcool vínico sem utilizar de-sidratação.

Aproveitamos para cumprimentar onosso amigo Carlos R. Paviani, diretor-executivo do Ibravin que receberá no dia18/7 título de Sommelier Internacional,por decisão da Fisar - Fed. Italiana deSommeliers e Albergadores, face ao fir-me empenho na tutela do setor vinícolabrasileiro e a valorização da Consciên-cia de Beber com Sabedoria.

19 º Cine Ceará – Festival Ibero Ame-ricano de Cinema divulgou os filmesque farão parte das Mostras Compe-

titivas da edição que acontece entre os dias 28deste mês e 4 de agosto.

Oito filmes de longa metragem, sendo duasficções e dois documentários brasileiros, umdocumentário argentino e ficções de México,Cuba e Peru comporão a mostra competitivaibero americana de longas metragens.

O curta-metragem ‘Sweet Karolynne’, deAna Bárbara Ramos, foi selecionado. Outros14 curtas, representantes do Ceará, Minas Ge-rais, Pernambuco, Paraná, São Paulo, Rio deJaneiro e Rio Grande do Sul, farão parte damostra competitiva.

O melhor longa metragem do festival re-ceberá o prêmio no valor de US$ 10 mil (dezmil dólares), escolhido por júri próprio.

A abertura do festival será com o longa‘Che – Guerrilha’, segunda parte do filmedirigido por Steven Soderberg, ainda inédi-to comercialmente no Brasil. A exibição dofilme marca a também abertura da mostraparalela Che – Olhares no Tempo, que exibi-rá 13 filmes que discutem a imagem do guer-rilheiro argentino-cubano, e que terá a pre-sença de Douglas Duarte, diretor de Perso-nal Che (2007), Héctor Cruz, diretor de Kor-davision (2005), Fernando Birri, diretor de

Mi Hijo el Che (1985) e Luís Carlos Gutier-rez, o dentista chamado de Fisín, hoje com90 anos, e que alterou o rosto de Che para asguerrilhas no Congo e na Bolívia.

Uma mostra do Cinema de Animação Cuba-no: 30 anos dos estúdios do Icaic, com 30 curtase um longa metragem, realizados entre 1960 e2009, prestarão uma homenagem aos Estúdiosde Animação Instituto Cubano de Arte e Indús-tria Cinematográficas e seus criadores. Um Se-minário de Animação está programado paraacontecer entre os dias 1 e 3 de agosto.

Curtas selecionadosMostra Competitiva Brasileira de Curta Metragem:

1- A Montanha Mágica (Petrus Cariry, Doc, 13’, Cor, CE, 2009)

2 - Bolívia te extraño (Dellani Lima e Joacélio Batista, Exp., 7’, MG,

2009)

3 - Superbarroco (Renata Pinheiro, Ficção, 17’, PE, 2008)

4 - A Mulher Biônica (Armando Praça, Ficção, 19’, CE, 2008)

5- Silêncio e Sombras (Murilo Hauser, Animação, 9’, PR, 2008)

6- Flores em Vida (Rodrigo Marques e Eduardo Consonni, Doc.,

12’, SP, 2008)

7- Leituras Cariocas Consuelo Lins (Doc., 13’, RJ, 2009)

8- Os Sapatos de Aristeu (Renê Guerra, Ficção, 17’, SP, 2008)

9- Sweet Karolynne (Ana Bárbara Ramos, Exp. 15’, PB 2009)

10- Nordeste B (Mirela Kruel, Exp.,15’. RS 2008)

11- Josué e o Pé de Macaxeira (Diogo Viegas, Animação, 12’,

RJ, 2009)

12- Selos Gracielly Dias, (Ficção, 15’, CE, 2008)

13- Passos no Silêncio (Guto Parente, Ficção, 17’ CE, 2008)

14- Vida Vertiginosa (Luiz Carlos Lacerda, Ficção, 15’, RJ, 2009)

15- Os Filmes que não Fiz (Gilberto Scarpa, Ficção, 16', MG, 2008).

SAIBA MAIS #

JoelFalconi

[email protected]

COORDENADOR DO CLUBE DOSAMIGOS DO VINHO

#

A abertura do festival será com o

longa ‘CHE – Guerrilha’, segunda

parte do filme dirigido

por Steven Soderberg, ainda

inédito comercialmente no Brasil.

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A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

JOÃO PESSOA,DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 19

Esse ÉricoVeríssimo...

Érico, segundo confessou, tinhaum grande medo na vida. Omedo de falar em público....

Francisco Alves

O

Espetáculo fará apresentaçãoúnica em João Pessoa, nopróximo dia 16, a partir das 20horas, no Teatro Santa Roza

REI DA VOZ

espetáculo ‘Francisco Alves -O rei da voz’ fará apresenta-ção única em João Pessoa. Será

no próximo dia 16, a partir das 20 ho-ras, no Teatro Santa Roza.

Os ingressos custam R$ 40,00 e R$20,00. Eduardo Cabús é o protagonistada peça. Aos 18 anos, Francisco Alvesera um jovem decidido a ser cantor.Embora as referências biográficas sem-pre enfatizem sua boa estrela ou sorte,o fato é que ele buscou exercer sua vo-cação com método e persistência e al-cançou seu objetivo experimentandotodas dificuldades peculiares à carrei-ra artística. Para se manter, aos 16 anos,foi trabalhar como operário em umafábrica de chapéus e motorista de táxi.O primeiro disco foi gravado em 1919 oqual incluía: Pé de Anjo e Fala meu Lou-ro, ambas do compositor Sinhô. Com amudança do nosso sistema fonográficoele gravou o primeiro disco elétrico doBrasil, o histórico Odeon 10.001 e tor-nou-se o príncipe dos cantores brasi-leiros. Mito da MPB, sua biografia é re-pleta de episódios que misturam ro-

Sim, ele foi o autor predileto, na mi-nha juventude. E tudo começou com oromance “Clarissa”, que tanto mexeucom a minha sensibilidade. Era a his-tória de uma adolescente deslumbra-da com a vida. Um romance cheio delirismo. Mas depois vieram outros ro-mances: “Olhai os lírios do campo” –talvez o melhor da primeira fase – “Umlugar ao sol”, “Música ao longe”, “Oresto é silêncio, “Caminhos Cruzados”

e assim por diante. E eu admirava ostítulos de seus livros. Depois veio a se-gunda fase contando a história do RioGrande do Sul e, por fim, “Incidente deAntares”, um romance que me chocou,pelo seu realismo contundente.

Mas, Érico Veríssimo também foi umbom escritor de viagens. Seu primeirolivro, neste gênero, “Gato Preto emCampo de Neve”, em que ele narra suaprimeira visita aos Estados Unidos, éuma beleza pela sua argúcia de via-jante. Depois vieram os outros, nessegênero, a exemplo de sua viagem aoMéxico, e por fim “Israel em abril”, quereencontrei aqui na biblioteca cheinhode anotações a lápis. E vejam algumasdessas anotações: “O perfume dos la-ranjais é tão intenso que chega a terum corpo, um peso, quase uma formavisível.” E que dizer deste trecho, quan-do ele se defrontou com o Mar da Gali-léia e começou a fazer conjecturas líri-cas: “... ontem Jesus saiu de Nazaré,sozinho e a pé na direção deste lago.

Dormiu à noite debaixo de uma olivei-ra, cujos frutos comeu ao raiar dodia...” E mais adiante: “O Jesus de quete falo é um homem que transpira, quesuja os pés na poeira dos caminhos eque os lacera nas pedras do chão”.

Doido por árvores, ele chega a estedesabafo: “Alegra-me a ideia de quedesde o princípio do Estado de Israelseu governo já fez plantar mais de se-tenta milhões de árvores no territórionacional. “E sabe qual a árvore de suapredileção? A oliveira.

Érico, segundo confessou, tinha umgrande medo na vida. O medo de falarem público. Daí este desabafo: “Con-fesso que não gosto de falar em públi-

co. Não sou um homem oral. Meu meionatural de expressão é a escrita. Quan-do falo, não posso deixar de me “ou-vir” e “ver” falar”. Érico achava a suavoz “fosca, feia e fraca.”

Homem de fina ironia, humor delicioso,profunda percepção das coisas, e, so-bretudo, humilde. Já maduro nos anos,alguém lhe perguntou por que não secandidatava a uma cadeira da Acade-mia Brasileira de Letras. A resposta foirápida: “eu já sou uma vaga”.

Sobre viagem, veja esta sua reco-mendação: “sábio é o turista que viajacom bagagem pequena e alma grande.”

Foi um grande admirador das flores,árvores e mulheres. Achava que nãoexistia, no mundo, mulher mais boni-ta do que a brasileira... Quando estive,um tempo desses, em Porto Alegre, viaBuenos Aires, fiz questão de visitar aantiga Livraria Globo, onde vi o seuretrato sorrindo para mim... A Livra-ria Globo era o seu quartel-general,sua segunda residência.

mance, drama e detalhes curiosos dasua personalidade, daí a sua condiçãomítica. Ele estava no rádio, no cinema enas revistas do mundo artístico. Eraum leonino (do signo astrológico deleão). Apesar da costumeira cabeça nolugar, podia agir por impulso, cometeratos impensados, como o casamento,em 5 de maio de 1920, com PerpétuaGuerra Tutoya, a Ceci, que conhecerano meio da boemia, no bairro da Lapa.O enlace durou uma semana. Sobre ocasamento Francisco Alves declarouque decidiu em “um momento de lou-cura”. No mesmo ano começou uma re-lação com a dançarina e atriz CéliaZennati, mantendo a união por 28 anos.Francisco Alves, por sua figura huma-na assume dimensão de personagem deromance, protagonista de crônica, he-rói de ficção. Era um artísta carismáti-co, amado, famoso e rico.

Aos 54 anos, Francisco Alves domi-nava completamente a dinâmica de suabem sucedida vida de estrela da músi-ca popular brasileira. Tinha medo deavião, horror a acidentes, pavor demorrer carbonizado, como Carlos Gar-del. O destino porém, é indiferente aspreferências e providências dos mor-tais. Francisco Alves morreu ao anoite-cer, às 18h30, do dia 27 de setembro de1952, na rodovia Presidente Dutra,quando voltava de São Paulo para fa-zer seu programa na rádio Nacional.EDITORAÇÃO: JÚNIOR DAMASCENO

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O ator EduardoCabús é o

protagonista doespetáculo

[email protected]

JORNALISTA, ESCRITOR E ESCREVEAOS FINAIS DE SEMANA NESTA COLUNA

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20JOÃO PESSOA,DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009

A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

LINHA DIRETA COM A COLUNA: [email protected] EDITORAÇÃO: GERALDO FLÔR

WWW.RCVIPS.COM.BR

O designer gráfico Sérgio Som-bra, considerado um dos grandestalentos paraibanos nessa área,foi o responsável por toda a si-nalização interna e frota de car-ros da TV Cabo Branco. A afiliadada TV Globo, que segue sempreum padrão de exigência emtudo que faz, não poderia ter es-colhido melhor.

A advogada Regina Beatriz Tava-res da Silva, doutora em DireitoCivil pela USP e professora deDireito Civil na Fundação Getú-lio Vargas, vai ministrar no dia 14deste mês, no auditório da OAB/PB, o curso Atualização Jurídicaem Direito de Família. As inscri-ções são gratuitas e mais infor-mações podem ser obtidas pe-los telefones (83) 3221- 5448;(83) 3218 -5632.

A arte paraibana está cada vezmais em alta. Sayonara Brasilestá realizando uma “expo” in-dividual na Galeria de Arte Ma-tos Ferreira em Lisboa e seustrabalhos ficarão expostos até31 deste mês por lá.

Por DentroPor DentroPor DentroPor DentroPor Dentro

CelebritiesCelebritiesCelebritiesCelebritiesCelebrities Cristiana Oliveira, que atualmen-

te interpreta a sensual Zuleika,na novela Paraíso, da Globo, estávivendo intensamente seu ro-mance. O escolhido da bela é otalentoso cantor Pablo Tikito,que se apresenta nas noites doClub Med de Trancoso. Sempreque pode, a nossa eterna Jumaaparece em terras baianas.

A empresária e socialite paulistaLucília Diniz já tem nova com-panhia. O eleito é Arthur New-mann, tem 35 anos e é diretorcomercial da Building Records.O moço, inclusive, circula muitobem por todas as rodas.

Para as eleições de 2010, Agnal-do Timóteo já dá como certa suacandidatura ao cargo de depu-tado federal pela cidade de SãoPaulo. A decisão do vereador emrepresentar a capital paulistaem Brasília tem um bom moti-vo: resgatar os projetos de lei deseu amigo Clodovil Hernandez,falecido em 17 de março.

Aniversariantes VipsAniversariantes VipsAniversariantes VipsAniversariantes VipsAniversariantes VipsMudam de idade hoje: André

Araújo Cavalcanti, DurvalBraga Filho, Hilda de LucenaCarneiro, Jurandir Guedes deVasconcelos, Líbia Freitas San-tos Oliveira, Marco AntônioCastelliano, Maria das GraçasSoares do Egypto, Myriam deMello e Silva Cabral, NébiaMedeiros, Paulo Sérgio RégisToscano, Renato Jorge da SilvaMacedo e Walmir Silva de Fa-rias.

2 A Finger chegou!Conforme a coluna ante-

cipou, o coquetel deinauguração da Finger,ocorrido na últimaquinta-feira à noite, foisuper prestigiado, tan-to pela sociedade quan-to pelos arquitetos edecoradores, além daprópria diretoria daconceituada fábrica.Para quem não conhe-ce, a Finger é uma dasmelhores empresas doramo em móveis pro-jetados e foi fundadana década de 70, no RioGrande do Sul, poruma família alemã, osFinger, que desde desua criação prima pelaqualidade, conjugandoem seus projetos o de-sign europeu e a preci-são da indústria ger-mânica, resultando emprodutos com acaba-mento de alto padrão edurabilidade

2 Atuação na áreaA Finger chega na cidade

através dos empresá-rios Alfredo e FabianoResende, que já atuamno ramo de móveis pla-nejados há algum tem-po e têm a experiênciacomo garantia de su-cesso, aliada é claro, aesse excelente produto,que entre outras coisasresulta em fantásticosespaços como cozi-nhas, dormitórios, clo-sets, home theater,home office e banhei-ros, projetados de acor-do com o gosto do cli-ente.

2 Ambientes planejadosA nova loja Finger está lo-

calizada na Av. Epitá-cio Pessoa, bem próxi-mo do Moriah Shop-ping. E quem for conhe-cer esse verdadeirotemplo da decoração,vai se surpreendercom um amplo espaçorepleto de ambientesmontados com o bomgosto do arquitetoHenrique Santiago eseu colaborador An-dré Pinheiro. Tudo láestá lindo e realmentemerece ser visto, admi-rado e usufruído, e cla-ro! Confira as fotos docoquetel e veja a cober-tura no site www.rcvips.com.br

Alfredo e Fabiana Resende ladeados pelos representantes da Finger, André Tavares e Paulo Sá

Alfredo com Liana Campelo, Ricardo Castro e Rosane MarizFabiana e Alfredo Resende com o arquiteto HenriqueSantiago e seu sócio André Pinheiro

Humberto Arruda, Fabiana Resende e o casal Mano e Tina Franco

O casal Isabele Dias Netotambémprestigiaram ainauguraçãoda Finger

Presençabonita do casal

DiogoCavalcante e

Pedrita Tavares

Marcelo Sarmento e a esposa arquitetaGéorgia Suassuna

O arquiteto Jonas Lourenço e a esposa Jô Cortez

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CampinaPOR HERMANO JOSÉ

21JOÃO PESSOA,

DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009

A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

EDITORAÇÃO: GERALDO FLÔR

A sabedoria serve de freio àjuventude, de consolação àvelhice, de riqueza aospobres e de ornamento aosricos”Diógenes“

LINHA DIRETA COM A COLUNA: [email protected]

Hoje é dia de dar parabénsà caruaruense radicada noCamp, Karla Souza. Motivo?Aniversário, claro.

O ator Antônio Nunes, quetambém é decorador (foiele que fez a linda orna-mentação da Pirâmide doParque do Povo), revelou-me que está ansioso paravoltar ao palco.

Yara Lyra e Zouraide Silvei-ra foram duas figuras femi-ninas bem representativasdas suas atividades, na reu-nião da Associação Comer-cial e Empresarial de Cam-pina Grande, realizada nasemana que passou.

Luzineide Farias já regres-sou de sua viajem a SãoPaulo-SP, trazendo novida-des quentíssimas, para asua loja de aluguel de rou-pas finas e acessórios, a To-que de Festa.

O professor Eufrázio de Ar-ruda Câmara, que esteveem Caruaru-PE, onde osfestejos juninos se alonga-ram, comemorando os 100anos do Mestre Vitalino,achou que valeu a pena.

VVVVVaivémaivémaivémaivémaivém

2 Festividade Hoje é Dia do Engenheiro

Florestal. “A EngenhariaFlorestal é o ramo da en-genharia que visa a pro-teção e manejo de áreasflorestais para suprir ademanda por seus pro-dutos, a recreação e la-zer que essas áreas ofe-recem. Para tanto, o en-genheiro florestal deveconhecer a dinâmica dafloresta e dos seres vivos,para que o uso dos pro-dutos não implique emsua exaustão.

Tradicionalmente, o cam-po de trabalho restrin-gia-se às grandes indús-trias de carvão, celulosee madeira serrada; hoje,com a certeza de que ahumanidade depende doambiente em que vive,essa profissão ganhouimportância em outrossetores. Nas agências go-vernamentais, trabalhapara manter as unidadesde conservação e fiscali-zar o uso de áreas utili-zadas pela iniciativa pri-vada. Nas agências decertificação, cria meiospara que os consumido-res conheçam o compor-tamento das empresasem relação ao ambiente.Como consultor inde-pendente, alavanca a for-mação de florestas empequenas e médias pro-priedades rurais, geran-do benefícios para as pe-quenas comunidades.

Mais ainda: as áreas deatuação não se limitama estas – elas continuamcrescendo.

2 Palco de lançamento Como vem acontecendo des-

de a sua fundação, o Clubedo Vinho-PB consolida-secomo verdadeira vitrinedos grandes vinhos nacio-nais em lançamentos espe-ciais na Região Nordeste.

Agora em 14 deste mês a CasaValduga apresenta seu Su-per Top da Linha Gran Re-serva, especialmente sele-cionado para homenagear omaior compositor eruditodo Brasil, Heitor Villa Lobos.

Em 18 de agosto vindouro, oMiolo Wine Group faz ali,um lançamento diferente:trata-se da primeira opera-ção de Vendas Primeur dovinho Sesmarias, resultan-te da assemblage de seis va-riedades, criada para serícone da Empresa.

Com produção de exatas4.044 garrafas que começa-ram ser vendidas desde oúltimo dia 4. “in primeur”(por encomenda), par se-rem entregues a partir demarço de 2010 e, se seguir-mos o conselho de Rolland,somente deverão ser aber-tas em 2020.

2 Congresso de colunistas De 27 a 30 de agosto a cidade gaúcha de

Caxias do Sul vai sediar o Congresso Na-cional de Colunistas Sociais. Será no mes-mo período da famosa Festa da Uva. Umconvênio entre a Febracos - Federação dosColunistas Sociais e a Tam, foi celebradopara facilitar a participação de colunistasde todos o Brasil, uma vez que um consi-derável desconto nas passagens aéreasserá proporcionado.

Quem comunica por e-mail é a presidente daFebracos, Vera Martins.

2 Alerta Um novo golpe de ladrões, que estão cada vez

mais criativos, com a ajuda da internet, está fa-zendo vítimas entre usuários de cartões de cré-dito. Com um papo muito inteligente, eles con-seguem envolver a pessoa e obter os dados ne-cessários para o roubo.

Ninguém deve fornecer o número de qualquerdos seus cartões por telefone, sem ter absolutacerteza de que não está sendo lesado.

A atitude mais inteligente é pedir para quem falacom você desligar, porque você mesmo fará aligação para o 0800 de sua operadora.

2 YpirangaO velho Ypiranga, que na sua

origem – ele é o mais antigoclube de dança da cidade –era racista e só aceitava ne-gros, continua muito ativoe sem mais restrições: osbrancos também podemparticipar. Ontem houvefesta e hoje ela continua,com Dudu & Forró Chic e aBanda Sensual.

2 MultifloresO título acima é o mesmo da

empresa que está promo-vendo o curso de FloresE.V.A., emborrachadas euma apresentação de florescomestíveis, que se reali-zam no salão da ParóquiaNossa Senhora do Rosário,no Hiper Bompreço do Sho-pping Boulevard e no Shop-ping Campina Grande, atéo dia 17 deste mês.

Tico Lira, Alex Azevedo e Júlio César Cabral em ocasião descontraída

Renale eAlex Júniornavegando

na noite

WaldiléaFarias,JanainaRocha, JúliaEulálio eLúcia Melorecordandoo São João

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REVISTAS COQUETEL 2007 WWW.COQUETEL.COM.BR

Funesc 3211-6280 Mag Shopping 3246-9200 Shopping Tambiá 3214-4000 Shopping Iguatemi 3337-6000 Shopping Sul 3235-5585 Shopping Manaíra (Box) 3246-3188 Sesc - Campina Grande 3337-1942 Sesc - João Pessoa 3208-3158 Teatro Lima Penante 3221-5835 Teatro Ednaldo do

Egypto 3247-1449 Teatro Severino Cabral 3341-6538 Bar dos Artistas 3241-4148 Galeria ArchidyPicado 3211-6224 Casa do Cantador 3337-4646

endereço

A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 200922

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Agenda

22222 CINEMATRANSFORMERS: A VIN-GANÇA DOS DERROTADOS(147 min) - Aventura. Box 1(Dublado) - 12h15 (somentesábado e domingo) e 15h15(exceto quarta e quinta-fei-ras). Box 1 (Legendado) -18h15 (exceto quarta e quin-ta-feiras) e 21h15.

A ERA DO GELO (125 min) -Cens. 12 anos. Suspense. Box2 (Dublado) - 13h30, 15h30,18h00 e 20h10 (exceto quar-ta e quinta-feiras). Box 5 (du-blado) - 14h00, 16h20,

18h30 e 20h40. Box 7 (Du-blado) - 14h30, 16h45,19h00, 21h10 (exceto quartae quinta-feiras).

A MULHER INVISÍVEL (105min) - Cens. 14 anos. Comé-dia Romântica. Box 4 - 14h05(exceto quarta e quinta-fei-ras), 16h25 (exceto quarta equinta-feiras), 18h45 (excetoquarta e quinta-feiras) e21h05 (exceto quarta e quin-ta-feiras).

TRAMA INTERNACIONAL(150 min) - Cens. 14 anos.

A comédia romântica ‘17 Outra Vez’ é uma opção para adolescentes nos cinemas da PB

Suspense. Box 3 - 13h45,16h15, 18h50 e 21h25.

A PROPOSTA (140 min) -Cens. 12 anos. Comédia. Box6 - 14h15, 16h35, 18h55 e21h20.

17 OUTRA VEZ - (102 min) -Censura Livre - Comédia. Box8 (Legendado) - 14h10(exceto quarta e quinta-fei-ras), 16h30 (exceto quarta equinta-feiras), 18h40 (excetoquarta e quinta-feiras) e21h00 (exceto quarta e quin-ta-feiras).

Áries (21/03 a 20/04) - Hoje é umótimo dia para estar entre amigos oudar o pontapé inicial em algumtrabalho em equipe. Os ares astraisestão mais leves e você pode até sepermitir o relaxamento e a distração.Ultimo dia de marte em touro traztambém mais tranqüilidade financeira.

Gêmeos (21/05 a 20/06) - A faseé tão boa que você deve tomarcuidado para não ficar eufórico.Boas vibrações atingem seu bomhumor que cresce diariamente.Possibilidade de novos encontros epaixões passageiras traz maisalegria ao seu dia.

Câncer (21/06 a 20/07) -

tranqüilidade tem até assustado você.Procure ficar em paz e acredite: vocêestá passando por momentos de paz.É claro que Plutão tem dado algumascutucadas básicas só para te lembrarque existem questões ainda malresolvidas em seus relacionamentos.

Libra (21/09 a 20/10) - Necessidadede mudanças, especialmente no setordoméstico e familiar pode tirar suapaciência. Procure manter-se o maistranqüilo possível, pois as mudançasque deseja estão bem próximas. Vocêtem feito sua parte sem atropelos,principalmente profissionalmente.Portanto, é só esperar.

Capricórnio (21/12 a 20/01) -

Lua em aquário faz com que você fiquequieto e pensativo. Aliás, as reflexõesdiárias têm feito parte de sua vida, poisvocê não deseja mais adiar atitudes quelevarão a soluções importantes. Vidafinanceira continua em boa fase comchance de ótimos negócios eaprovação de projetos.

Virgem (21/08 a 20/09) - Saturnocaminha em velocidade mais aceleradanestes próximos três meses e você jácomeça a sentir o efeito disso em suavida. Situações que anteriormenteestavam enroscadas começam a ficarmais claras e você consegue tomardecisões mais efetivas.

Sagitário (21/11 a 20/12) - Nestaboa fase quase sem nenhum atropelovocê consegue ter clareza mental efazer escolhas acertadas para o seufuturo. No amor você tem tido até apossibilidade da escolha entre ficarsó ou embarcar numa nova aventura.Saturno começa a caminhar paradeixá-lo em paz.

Peixes (20/02 a 20/03) - A luahoje provoca em você no dia de hojecerta instabilidade emocional enecessidade de reclusão. Procureentender o que está acontecendocom seu coração antes de finalizarqualquer processo. O trabalho passapor uma boa fase, já resultado dadespedida de saturno.

Touro (21/04 a 20/05) - Aproveiteos bons ares astrais para buscarnovos negócios, pois sua vidafinanceira tende a melhorar duranteeste mês. O amor passa por uma fasede tranqüilidade depois de algumasturbulências. Caso esteja só, um novoamor a caminho.

Leão (21/07 a 20/08) - Astral maistranqüilo, mas ainda com a pressãode Saturno em suas finanças. Seainda sente a falta, é porque nãoconseguiu encontrar o caminho.Relacionamentos ainda em altatrazem mais alegria e bem estar, compromessa de compromisso futuro.

Escorpião (21/10 a 20/11) - Hojevocê vai preferir ficar em sua casa juntodas pessoas que tem intimidade, oumesmo só. Você se sente bem, a nãoser por certa sensação de solidão, quenão chega a ser má, mas você bem sabeque poderia estar melhor se estivesseacompanhado. Será que as ultimasescolhas foram mesmo acertadas?

Aquário (21/01 a 19/02) - A luacontinua em seu signo e isso podetrazer a você mais sensibilidade e certainstabilidade emocional. Procure nãolevar as coisas a ferro e fogo. Deixe odia passar e acalme seu coração. Casotenha filhos, procure estar perto deles,pois o relacionamento tende a ficarmais gostoso a partir de hoje.

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A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”

JOÃO PESSOA,DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 23

Onde foi que

No Dia Mundial do Rock,amantes do gênero musicalnão têm muito o quecomemorar; a rebeldia e acontestação social deram lugarà pose e ao mercantilismo

O ROCK ERROU?

ORicardo AnísioREDATOR

“Dia Mundial do Rock” é cele-brado desde o ano de 1985 quan-do foi realizado o festival “Live

Aid” que tinha por objetivo pedir o fimda miséria na Etiópia. O concerto aconte-ceu exatamente no dia 13 deste mês e, apartir de então, resolveu-se instituir adata como marco da música que defla-grou uma revolução comportamental eestética sem precedentes.

Temos o que comemorar? Não creio.Pelo menos não se fizermos uma revi-são do que já foi o Rock e o que ele é hoje.Onde havia contestação e verdade, hojehá pose e produto. Quando mestres dorock’n’roll como Gene Vincent, ChuckBerry, Carl Perkins e Elvis Presley seprestaram a implodir o falso-moralis-

mo e inércia da classe média norte-ame-ricana, não imaginavam, certamente,que tudo que construíram viria a ruirdiante da indústria fonográfica.

Para quem viveu, por exemplo, as déca-das de 60 e 70, não deve ser fácil digerir osmodernosos astros que “reinam” na atu-alidade. Sempre que digo isso só me cha-mam de saudosista e conservador, e tal-vez eu seja mesmo. Principalmente por-que quando ouço discos como “Black andBlue”, dos Rolling Stones, ou “Blonde onBlonde”, de Bob Dylan, não tenho comogastar tempo com uma quantidade enor-me de grupos que apareceram meteorica-mente a partir da década de 80.

Rock é gênero musical? De certa formasim, mas a sua importância foi muitomais comportamental do que genérica.Não sei exatamente se Dylan e Janis Jop-lin sejam exatamente roqueiros se nos-sa audição se limitar a ritmo. Janis erabem mais Blues, e Bob Dylan certamen-te é muito mais Folk, embora tenha ál-buns totalmente roqueiros tal como “Hi-ghway 61 Revisited”, um petardo psi-codélico e eletrificado que é um divisorde águas na trajetória do maior poetado universo roqueiro.

E aí, ao falarmos de um tal “universoroqueiro”, é que percebemos mais clara-mente a aferição de atitude e não de gêne-ro musical. Quem teve a oportunidadede assistir ao antológico Festival de Woo-dstock e viu a cantora de protesto JoanBaez com sua voz lírica e seu violão deli-cado, poderá analisar com mais clarezao que estou tentando debater.

A palavra Rock abrigou o blues ele-trificado de Jimi Hendrix e jogou ele-mentos country através da músicaNeil Young, em carreira solo ou comos parceiros David Crosby, GrahamNash e Stephen Stills do célebre gru-po Crosby, Stills, Nash & Young quenos brindou com discos indispen-sáveis como “Déjà Vu“, de 1970. Per-

cebem de quantos generos já falamose como todos eles se abrigaram perfei-

tamente na expressão “rock”?Não custa lembrar que até o jamai-cano Bob Marley transitou nos pa-

rametros comportamentais doRock, mesmo fazendo reggae

do mais puro e genial. Mar-ley, com o disco “Kaya”,entre outros, estava cla-ramente posto no for-mato comportamentalque debatia liberdade,paz, amor e, em dadomomento, a quebra de

tabus sexuais. Que dizerde John Lennon em sua

carreira solo? Era rock ounão? Era sim. Quem conhe-

ce álbuns como “SometimeIn New York Cit” (de 1972) e

“Rock’n’Roll” (de 1975) sabe que

ambos são bem roqueiros, e o segundo éuma homenagem de Lennon a seus he-róis como Bo Didley e Jerry Lee Lewisentre outros.

No Brasil, para situarmos essa ques-tão mais próxima, ninguém foi mais Rockdo que Raul Seixas. E o que era a músicado Maluco Beleza senão um caldeirão degêneros que ia do baião ao brega apimen-tados pela atitude rebelde, provocativa efilosófica? Dentro desse contexto queabrangeu tantos gêneros sob a asa dapalavra rock (que pode ser entendidacomo Rocha) somente a fase áurea demestres como Elvis, Chuck Berry, LittleRichards, Carl Perkins, Bill Halley e JerryLee Lewis (sem contar os mais obscuros)fizeram realmente o Rock and Roll bási-co enquanto gênero musical.

Sociologicamente justifica-se e enten-de-se que rock seja o fruto rasgado doventre de uma geração que se rebeloucontra mazelas político-sociais espalha-das pelo mundo inteiro. É como se Er-nesto “Che” Guevara pegasse uma gui-tarra e saísse pelos palcos a conclamar ofim da tirania, do preconceito; rasgandoo ventre contaminado do planeta. Aliás,foi isso que fez Woody Guthrie quandopegou seu violão surrado com a frase“Matador de Facínoras” escrita no ins-trumento, e foi às ruas para protestarcontra as guerras; sendo seguido depoispelo bardo Bom Dylan.

E o rock progressivo, hein?! Elementosda música clássica chegavam a rock eabririam ainda mais a evidência de queeram muitos gêneros amoitados em umaconcepção que era mais ideologia do queapenas arte. Os grupos Emerson, Lake &Palmer, Yes e Pink Floyd não eram rock?Eram sim. E eles vieram justamente paradeixar claro que pianos, guitarras, ban-jos, gaitas; estavam criando a partir dadécada de 60 um núcleo, uma célula,muito mais social e política do que mu-sical. Graças a Deus que nesses parâme-tros surgiram tantos gênios imortais epara nossa felicidade por aqui passaramMutantes, Secos & Molhados, O Terço, OPeso, Casa das Máquinas, Almôndegas,Legião Urbana, Barão Vermelho, e, paramim o maior de todos, Raul Seixas. As-sim, o rock está vivo. Então, viva o rock!EDITORAÇÃO: JÚNIOR DAMASCENO

Jimi Hendrix(abaixo)e Bob Dylan,dois exemplos dostempos áureos dorock’n’roll

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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24 ÚLTIMASJOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”

Lula: parceriasentre os gestoresgarante sucessoda Copa de 2014

O presidente da Repúbli-ca, Luiz Inácio Lula da Silva,encaminhou aos governado-res do Nordeste um conjun-to de recomendações paraque o Brasil cumpra as de-terminações da Fifa e realizecom sucesso a Copa do Mun-do de 2014 nas 12 cidades es-colhidas para sediar jogos,incluindo quatro no Nordes-te (Salvador, Fortaleza, Na-tal e Recife).

O apelo de Lula, transmiti-do pelo ministro dos Esportes,Orlando Silva, na última sex-ta-feira(10), no XI Fórum dosGovernadores realizado emJoão Pessoa, no Hotel Tambaú,vale também para as cidadesque serão subsedes, e JoãoPessoa é uma delas, acolhen-do seleções e turistas.

De acordo com o ministroOrlando Silva, o primeiropasso é dialogar com prefei-tos e governadores as açõesrecomendadas pelo presiden-te da República.

Orlando Silva ressaltou queo campeonato mundial de fu-tebol induzirá o desenvolvi-mento regional no Brasil, por-que é muito mais do que 32 se-leções, 64 jogos, e 18 milhõesde torcedores que irão aos es-tádios de futebol acompanharos jogos.

Em sua explanação no XI Fó-rum dos Governadores doNordeste, o ministro doTuris-mo, Luiz Eduardo Barreto,elencou uma série de obras deinfraestrutura no país comvistas a preparar as cidadesque vão sediar jogos da Copado Mundo de 2014, bem comoações em cidades que serãosubsedes, a exemplo de JoãoPessoa, localizada entre Natale Recife, duas das quatro sedesnordestinas.

As outras duas sedes sãoFortaleza e Salvador. Os recur-sos virão do Prodetur – Pro-grama de DesenvolvimentodoTurismo. Nos próximosquatro anos haverá investi-mentos em quatro áreas: hote-laria, infraestrutura, promo-ção, marketing, capacitação equalificação.

O conjunto de ações compre-ende 20% para promoção emarketing, 20% qualificaçãoprofissional e 60% são asobras de infraestrutura. Nes-ta 3ªlinha do Prodetur a Pa-raíba já teve carta-consultaaprovada no valor de US$ 23milhões de dólares.

Carta-consultaé aprovada emUS$ 23 milhões

Novo modelo de segurança públicaé apresentado em conferência

Evento estadual aberto na última sexta-feira, termina hoje no Unipê, reunindo especialistas em João Pessoa

m novo modelo de se-gurança pública a par-tir da convocação da

sociedade para responsabili-dade social. Esse é o objetivoprincipal da 1ª ConferênciaNacional de Segurança Públi-ca (Conseg), que foi aberta ofi-cialmente na noite da últimasexta-feira (10), e acontece atéhoje no auditório do campusdo Unipê, em João Pessoa.

De acordo com o coordena-dor da Comissão Organizado-ra Estadual do evento (COE),advogado Mário Júnior, a con-ferência é um espaço de dis-cussões dirigidas e sistemati-zadas para a elaboração depropostas e medidas que pos-sam ser utilizadas pelo gover-no federal para a implantaçãode uma nova Política Nacio-nal de Segurança Pública.Também durante a 1ª Conseg,serão eleitos 51 representan-tes, 30 da sociedade civil e 21trabalhadores do setor. Ou-tros 21 gestores ligados à se-gurança pública serão indica-dos para levar as propostasdo Estado para a etapa nacio-nal, que acontece em Brasília,

Especialistas e profissionais ligados à segurança pública em uma das salas de debate do Unipê, na Capital

Uma média de 140 mil vi-sitantes devem passar peloscorredores da Multifeira Bra-sil Mostra Brasil até hoje, úl-timo dia de realização da 15ªversão do evento multiseto-rial. As expectativas dos or-

Multifeira atrai 140 mil visitantesBRASIL MOSTRA BRASIL

Teresa DuarteREPÓRTER

U

ganizadores são baseadas nofato de que até a última sexta-feira (10), 80 mil pessoas ti-nham prestigiado o evento.

Para uma melhor comodi-dade do público, os organiza-dores da Brasil Mostra Brasilampliaram, desde sexta-feira(10), o horário de funciona-mento em mais duas horas,

antecipando a aberturapara as 14 horas.

Para incrementar aindamais as vendas, os exposi-tores também estão apos-tando nas promoções queincluem descontos que po-dem chegar a até 50% dospreços anteriormente prati-cados.

Teresa DuarteREPÓRTER

dos dias 27 a 30 de agosto.Ontem, os participantes da

Conferência Estadual de Segu-rança Pública iniciaram ostrabalhos sob a orientaçãometodológica de Almir Laure-ano. As discussões acontece-ram em torno de oito eixos:Gestão democrática: controlesocial e externo; Financiamen-to e gestão da política públicade segurança; Valorização doprofissional e otimização dascondições de trabalho; Re-

pressão qualificada à crimina-lidade; Prevenção social do cri-me e das violências e constru-ção da cultura de paz; Diretri-zes para o sistema penitenciá-rio; e Diretrizes para o sistemade prevenção e atendimentosemergenciais e acidentes.

Neste domingo (12), a pro-gramação será iniciada às8h30 com a plenária de aber-tura dos trabalhos que ficaráa cargo de Mário Gomes Júni-or, com a orientação metodo-

lógica de Almir Laureano. Às9 horas será realizada a elei-ção dos representantes paraetapa Nacional da 1ª Conseg.Na parte da tarde os traba-lhos serão retomados às13h30 com a plenária final soba coordenação de Almir Lau-reano e Mário Gomes Júnior,enquanto o encerramento dasdiscussões em torno da 1ªConseg, etapa da Paraíba,será feita por Mário Gomes deAraújo Júnior.

BRANCO LUCENA

PBTur firma parceria com a PromoBrasil para atrair mais turistas de SPAna LustosaDA PBTUR

As ações promocionais e de di-vulgação do destino Paraíbadesenvolvidas pela PBTur(Empresa Paraibana de Turis-mo) ganharam um impulsoimportante. Todas as ações, apartir de agora, estarão incor-poradas em um planejamen-to estratégico bem traçado ecom objetivos definidos, com

foco nos principais mercadosemissores da Paraíba.

Segundo Rodrigo Freire, pre-sidente do órgão, a PBTur e aPromo Brasil, uma das empre-sas integrantes da holdingGBMC- Grupo Brasileiro deMarketing e Comunicação, as-sinaram recentemente contra-to de inteligência comercial erepresentação do Estado daParaíba no maior mercadoemissivo de turistas, o Estado

de São Paulo. “A parceria é re-sultado da reformulação do pla-no de divulgação que vem sen-do incrementado pela estatal doturismo nesta nova gestão. Es-tamos profissionalizando asações de turismo, tornando aParaíba um destino competiti-vo e sustentável”, comenta Ro-drigo, acrescentando que na pri-meira etapa a atuação da PBTure a Promo Brasil terá como focoas operadoras de turismo.

Na casa de seu companheirode Red Bull e atual “queridinho”da Fórmula 1, o australianoMark Webber brilhou ao con-seguir, ontem, a pole positionpara o GP da Alemanha, no cir-cuito de Nurburgring, que ocor-rerá hoje. O alemão SebastianVettel ficou em 4º, atrás tambémda dupla da Brawn GP.

Em um final de treino emoci-onante, Rubens Barrichello ti-rou de sua última tentativauma volta melhor do que a deJenson Button, o atual líder datemporada, e largará na segun-da colocação.

Felipe Massa, por sua vez, lar-gará na 8ª colocação, uma à fren-te de seu companheiro de Fer-rari, o finlandês Kimi Raikko-nen. O atual campeão da cate-goria, Lewis Hamilton, larga em5º com a McLaren.

Nelsinho Piquet não mante-ve o bom desempenho da segun-da sessão do treino, quando foisegundo, e largará em 10ª. Maspela primeira vez o piloto ame-açado de demissão começaráuma corrida à frente de seucompanheiro de Renault, o es-panhol Fernando Alonso, o 12°.

Barrichellosupera Buttone larga em 2º

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O negócio de cultivo do algodão colorido e orgânico exibe expansão naParaíba. Por meio dessas variedades o Estado conta agora com um importantediferencial para soerguer o seu pólo de confecções, criado nas décadas de 80e 90, e deslanchar venda para o Exterior. A CoopNatural junto com parceiros,e dezenas de artesãos, está sendo responsável pelo início de construçãoda cadeia produtiva desses novos produtos P. 4, 5 E 6

é colorido e orgânico

Agora o

´ouro branco´´ouro branco´

SAFRA DE ALGODÃO DE SEQUEIRO PODERÁ CHEGAR A 5.400 TONELADAS EM 2009 NA PARAÍBA P.3

Pluma de algodão colorido, cor rubi, colhida poragricultor no município de São José de Piranhas.Cultivo tem a parceria da CoopNatural

E S P E C I A L

AlgodãoAlgodãoAlgodãoAlgodãoAlgodão da P da P da P da P da PARAÍBAARAÍBAARAÍBAARAÍBAARAÍBA JOÃO PESSOA, DOMINGO,12 DE JULHO DE 2009

“Paraíba democrática,terra amada”

A UNIÃO

"

A Embrapa Algodão vai lançar novamarca para produtos que tenhamcomo matéria-prima a pluma dealgodão colorido proveniente dascultivares BRS 200, BRS Safira,BRS Rubi e BRS Verde. P. 6

marcaNova

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E d i t o r i a lRenascimento da cotonicultura

Museu do Centro Nacional dePesquisa do Algodão (CNPA),criado pela Embrapa Algodão nadécada de 1970 na cidade de

Campina Grande, não se trata apenas de umsimples estabelecimento destinado a conservarcoleções de interesse artístico, histórico etécnico. O equipamento vai muito mais alémdessa missão.

O Museu do Centro Nacional de Pesquisa doAlgodão simboliza toda uma época de pujançada cotonicultura paraibana. Para se ter umaidéia da importância do algodão para aeconomia da Paraíba, esse produto primáriotransformou, de forma profunda, a economiade Campina Grande que, em uma certa época,era o segundo centro exportador de algodãoem todo o mundo, perdendo a liderançaapenas para a cidade de Liverpool, naInglaterra. Por esse tempo, Campina Grandepassou a ser chamada de Liverpool brasileiranas décadas de 30 e 40.

Nas décadas de 70 e 80, a cadeia da

O

2 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada”ALGODÃO DA PARAÍBA

E S P E C I A L

Mais de 100 paísesexploram o algodão

O negócio do algodão é explorado em mais de 100países cuja área de plantio é superior a 34 milhões dehectares, atualmente. O cultivo das variedades requeruma longa estação de crescimento e a exigência de mui-ta água e sol. E, também, um período de estiagem du-rante a colheita.

Essas condições são encontradas em latitudes quentessub-tropicais e nos hemisférios Norte e Sul. O algodoei-ro, na verdade, é uma planta de cultura delicada e queexige muito trato e, também, muito sujeita a pragas.

A planta também é grande consumidora de desfo-lhantes, herbicidas e fungicidas. Em um kg de algodãobruto, 35% a 40% equivalem à pluma, utilizada em lar-ga escala na indústria têxtil.

Mais 50% do algodão é equivalente ao caroço e o res-tante, são as impurezas. Com o caroço é produzida astortas e os óleos, que são utilizados na produção deuma variedade de itens, a exemplo de sabões, cosméti-cos e comestíveis. E, ainda, o óleo de fritar, margarinas,chocolates, além do biodiesel.

Embora o algodão tenha múltiplas aplicações, suaprincipal utilização, atualmente, está na indústria têx-til, onde os maiores concorrentes são as fibras quími-cas, provenientes de derivados de petróleo.

Análises indicavam uma tendência de aumento dademanda pela fibra sintética de poliéster, devido aomenor custo desta. Por sua vez, a alta dos preços dopetróleo repercutiu no aumento de preço do poliéster,e, em contrapartida, na tendência de expansão do con-sumo de algodão. Distinguem-como principais elos dacadeia têxtil: a cultura do algodão; seu beneficiamento

SUPERINTENDÊNCIA DE IMPRENSA E EDITORAFundado em 2 de fevereiro de 1893 no

governo de Álvaro Machado

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Editoração EletrônicaULISSES DEMÉTRIO E

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CONSELHO EDITORIAL

Lena Guimarães, Genésio de Sousa, Nelson Coelho, WellingtonAguiar, Cristiano Machado, Milton Nóbrega, João Evangelista,

Linaldo Guedes, João Pinto (API), Land Seixas (Sind.Jornalistas), Juarez Farias (APL), Luiz Hugo Guimarães(IHGP), Rômulo Polari (UFPB) e Thompsom Mariz (UFCG)

A UNIÃO

JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009

cotonicultura paraibana chegou a empregar mais de250 mil pessoas e o plantio se espalhava por cercade 6.646 hectares. Era chamado de “ouro branco”.Tal grandiosidade desse setor se estendeu até o anode 1983 e, daí, então, começou o declínio daslavouras de algodão de sequeiro paraibanasprovocado pelo ataque da praga do bicudo.

Com o declínio das lavouras de algodão houve oregistro de um grande êxodo rural que seintensificou de forma significativa, doravante,conforme aponta o Censo do IBGE de 1991. Odeclínio e o auge aconteceram na década de 90. E obicudo surgiu nas lavouras paulistas por volta de1983. Daí, então, foi um pulo até chegar ás lavourasdo Semi-Árido nordestino.

De uns anos para cá, surge uma nova esperançana cotonicultura paraibana. Qual seja, o surgimentode um produto que aufere mais lucro para oagricultor, enfim, para todos os atores da cadeia – éo algodão colorido e, mais recentemente, o algodãocolorido orgânico.

O consumo de peças confeccionadas com oalgodão colorido só tende a aumentar, em parte,

devido a consciência das sociedades, cada vez maisforte, sobre os benefícios que os produtosecológicos ensejam ao planeta terra, que, a passoslargos, se depara com o problema do aquecimentoglobal. Outro fator positivo, é a onda ambiental quevarre o mundo, atualmente.

A Paraíba é um dos pouquíssimos estados ondeexiste uma expansão célere do desenvolvimento dacadeia do algodão colorido e orgânico. Vale lembrarque a CoopNatural, até o momento, temdesempenhado um papel importante nesse setor,isto é, é a responsável pela construção de toda acadeia produtiva para esses novos produtos, quesão os diferenciais que faltavam para soerguer opólo de confecções, criados nas décadas de 80 e 90,da Paraíba.

O Museu do Centro Nacional de Pesquisa doAlgodão (CNPA), cujo quase todo o acervo atual foidoado pela Embrapa Algodão, funciona no prédioda antiga estação ferroviária e foi inaugurado emdois de outubro de 1907, na gestão do entãoprefeito Christiano Lauritzen, na ocasião da chegadado primeiro trem à Campina Grande.

primário, que consiste em separar o caroço da pluma; aprodução de fios e fibras a partir da pluma; a fiação efabricação de tecidos; e a indústria de confecções, inclu-indo malharia e vestuário. Apesar da cadeia têxtil e deconfecções se caracterizar pela diversidade, sendo cadaelo constituído por um número relativamente alto desegmentos,existe uma elevada concentração industri-al na produção de fibras/filamentos, onde atuam pou-cas e grandes empresas. O produtor do algodão em plu-ma está sujeito a um oligopsônio, dominado pelos gran-des compradores produtores de fios, fibras e tecidos,dentre os quais se destacam a Coteminas, a Vicunha e aSantista, em nível nacional. À medida que se aproximado final da cadeia (produção de artigos de confecção), onúmero de estabelecimentos cresce significativamen-te, mas o porte da empresa decresce. É possível se infe-rir que o poder de barganha dos produtores de confec-ções é limitado pelos interesses dos seus fornecedores,produtores de tecidos.Em se tratando do aproveitamen-to do caroço do algodão, constatou-se que parte é con-sumida in natura, ou em farelo, na alimentação de bovi-nos. O restante é destinado a empresas de esmagamen-to para a produção de óleo, de farelo e de línter – fibraque sobra no caroço após a retirada da pluma.

FIBRA LONGAUma parceria entre a Embrapa, através do Centro

Nacional do Algodão, sediado em Campina Grande, e aAssociação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), vai per-mitir o desenvolvimento de pesquisas para a produçãode um tipo de algodão de fibra longa e extra-longa, mui-to semelhante ao da variedade Ginza, que fornece o fa-moso ´algodão egípcio´, do qual se fabricam tecidos es-peciais, muito finos.

O Brasil, especialmente o Ceará, produziu, até os anos70, o famoso algodão mocó, de fibra extra-longa. Por essaépoca, o País tinha 1,5 milhão de hectares plantados dealgodão, quase todo do tipo mocó.

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O

Colheita de algodão de sequeiropoderá chegar a 5.400 toneladas

A produção deste ano deverá ser maior do que a de 2008 devido ao bom inverno. Ano passado, a safra atingiu 2.550 toneladas em 3,5 mil hectares

A pujança do “ouro branco” no Estado

3JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada” ALGODÃO DA PARAÍBA

E S P E C I A L

s agricultores paraiba-nos colheram 2.550 to-neladas de algodão de

sequeiro (cor branca, variedades7H e 8H), no ano passado, distri-buídos em 3.605 hectares. Nesteano de 2009, a previsão é de quea produção pode apresentar au-mento devido ao bom inverno ea área plantada poderá atingiraté seis mil hectares, resultandonuma colheita em torno de 5.400toneladas, conforme esclarece oassessor técnico da Secretaria deAgropecuária e Pesca da Paraí-ba, Hélio Fernandes.

O ciclo produtivo do algodãoé de cerca de 110 dias. “Alémdas variedades 7H e 8H, a Em-brapa Algodão acaba de lançara variedade Aroeira. Se trata deuma planta destinada ao pro-grama do biodiesel. Ela, alémda pluma, semente e óleo, pro-duz mais óleo em torno de 26%a mais do que as variedades jácultivadas na Paraíba”, expli-ca Hélio Fernandes.

O técnico da Secretaria deAgropecuária afirma que a plu-ma de algodão cultivado poragricultores paraibanos é ven-dida para indústrias locais, emsua maioria, a exemplo das fá-bricas de grande porte, comoNorfil, Brastex e Embratex.

Segundo disse Hélio Fernandes,a produtividade paraibana, quan-do é fornecida uma boa assistên-cia técnica aos agricultores, chegaa 1,3 mil quilos por hectares.

“Essa produtividade colocaa Paraíba na liderança no Se-miárido nordestino”, afirma otécnico. Com relação ao cultivodo algodão Herbáceo, cultiva-do em sistema de irrigação, otécnico afirma que as lavouraschegaram a ocupar 377 hecta-res no ano passado.

“A produtividade do algodãovariedade Herbáceo, em siste-ma de irrigação, chega a 2.057quilos por hectares, quandocultivado sem adubo”, esclare-ce Hélio Fernandes.

No que se refere ao algodãocolorido, Hélio Fernandes afirmaque “essas variedades desenvol-vidas pela Embrapa Algodão,com sede na cidade de CampinaGrande, tem preço bom atual-mente no mercado e um comér-

cio garantido. Os plantios estãose expandindo na Paraíba. Hojetemos mais de dois mil hectaresocupados com o algodão colori-do”, calcula o técnico da Secreta-ria da Agropecuária.

Ele disse que o algodão parai-bano mostra grande diferencialno mercado no que se relacionacom a qualidade de suas fibrasquando comparado com outrosprodutos: “É um diferencial gran-de em termo de qualidade e o me-lhor do Brasil. Nosso algodão seenquadro no tipo 3 quanto a sua

pluma. Isso acontece porque a Pa-raíba conta com três mil horas desol ao ano e, tal fator positivo, tem

influência direta no melhoramen-to da qualidade da fibra. Estadosdas regiões Sul e Centro-Oeste

tem algodão do tipo 7”, esclareceHélio Fernandes.

Os principais municípiosprodutores de algodão depluma branca na Paraíba, sãoSousa, Guarabira e Itabaia-na. Eles concentram a maiorparte dos plantios, atual-mente. Quanto ao preço dapluma em vigor hoje no mer-cado consumidor, Hélio Fer-nandes aponta o quilo entreR$ 4,00 a R$ 5,00, “que co-brem os custos do agricultornos dias atuais”.

Campina GrandeO algodão volta a se tornar um dos principais produtos da pauta deexportação do município de Campina Grande, por intermédio da açãoarrojada da Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão da Paraíba,a CoopNatural. É um novo ciclo, porém, em versão colorida e orgânico.A cidade de Campina Grande já chegou, nas décadas de 30 e 40 doséculo passado, a ser o segundo mercado algodoeiro em todo o mundo.Agora, são as confecções feitas com algodão colorido e orgânico quecomeçam a ser exportadas para vários países.

SAIBA MAIS#

O setor algodoeiro, quandomostrava pujança, chegava aempregar 250 mil trabalhado-res, na Paraíba. Isso ocorreu atéo ano de 1983.

As lavouras com algodãochegavam a ocupar 6.646 hec-tares. O Estado contava com asegunda maior área de plantiodo Brasil e a produção se situa-va em torno de 120 mil tonela-das.

“O Estado do Ceará absor-via quase toda a produção de

algodão da Paraíba, porque de-tinha o segundo maior parquetêxtil do Brasil”, informa o téc-nico da Secretaria de Agrope-cuária e Pesca do Estado, HélioFernandes.

“Naquela época, também, osagricultores paraibanos culti-vavam o algodão variedadeArbóreo. Era um tipo que apre-senta a fibra longa”, recordaHélio Fernandes.

Foi a partir da década de 80,segundo narra Hélio Fernan-

des, que começou a surgir o bi-cudo, uma praga que se alas-trou pelas lavouras paraibanas,trazendo grandes prejuízospara os agricultoresm e conse-quentemente ensejando o declí-nio da cadeia no Estado.

“No mês de fevereiro de 1983,o bicudo surgiu em lavouras doEstado de São Paulo e, a partirde junho, chegou aos plantiosparaibanos. Foi a partir daí quecomeçou o declínio e o augedesse declínio se deu na década

de 90”, relata Hélio Fernandes.Ainda no tempo áureo do al-

godão de sequeiro governosestaduais reforçavam a folhade pagamento dos servidoresdo Estado com a arrecadaçãoproveniente do negócio do al-godão.

Com o ataque do bicudo, aquase completa extinção da co-tonicultura contribuiu para oaumentou do êxodo rural, quese intensificou, conforme oCenso de 1991.

Os agricultores paraibanos costumam plantar as variedades de algodão de sequeiro 7H e 8H que tem ciclo produtivo em torno de 110 dias

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Venda de confecção mostra expansãoTecidos para cama, mesa e banho feito com algodão colorido tem boa aceitação no Exterior e exportações atingiram US$ 112 milhões em 2007

4 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”ALGODÃO DA PARAÍBAE S P E C I A L

diretora presidenteda Cooperativa deProdução Têxtil e

Afins do Algodão da Paraíba(CoopNatural), Maysa Gade-lha, afirma que a exportaçãode roupas feitas com algodãona Paraíba para o Exterior ecidades brasileiras "cresceano a ano". A empresa temnome de fantasia NaturalFashion e sede na cidade deCampina Grande.

O algodão colorido é atual-mente um dos principais pro-dutos da pauta de exportaçõesda Paraíba, como resultadode expansão das indústriasparaibanas. O Estado chegoua vender para o Exterior algoem torno de US$ 112 milhõesde dólares em produtos decama, mesa e banho, em 2007,produzidos por pequenas emédias empresas.

Um dos fatores positivosque tem puxado o crescimen-to da exportação de roupasfeitas com algodão coloridoorgânico, segundo explicaMaysa Gadelha, é que os pro-dutos exportados são certifi-cados e tem reconhecimento ecredibilidade internacional,além das vantagens ambien-tais e sociais".

Conforme disse Maysa Ga-delha, o cultivo de algodão or-gânico colorido, na Paraíba,tem apresentado no decorrerdesses últimos anos um cres-cimento positivo e "de formaagroecológica". A CoopNatu-ral foi criada no ano de 2003.Ela é formada, segundo aempresária, por 22 proprietá-rios de empresas e sete con-sultores. "Essas empresastêm, em média, 15 empregos".

A Natural Fashion conta com29 associados e tem plantios dealgodão colorido orgânico pró-prios, além das lavouras pro-venientes de "campos parcei-ros distribuídos em 23 municí-pios paraibanos. São parceirosagricultores em torno de 150".

"Além dos campos parcei-ros, a Natural Fashion contacom organizações não go-vernamentais ligadas aomovimento agroecológicona Paraíba", esclarece May-sa Gadelha.

A CoopNatural produz algo-dão colorido de todas as cores,a exemplo do branco, rubi,marron, verde e sua operacio-nalidade "procura sempre ocrescimento dos cooperados e

Pioneirismoda presidenteMaysa Gadelha,da CoopNatural

A

da cooperativa, mas tendo emvista o cumprimento do regi-mento e do estatuto", afirmaMaysa Gadelha. Segundo ela,os cooperados que se encarre-

gam de agregar valor às rou-pas residem na região da ci-dade de Campina Grande.

A Coteminas, maior em-presa têxtil do país, que pos-

Por ser responsável pelaconstrução de toda a cadeiaprodutiva do algodão colori-do na Paraíba, Maysa Gade-lha teve o seu trabalho reco-nhecido recentemente peloSebrae Nacional. Ela foi umadas vencedoras do PrêmioSebrae Mulher de Negócios2008, na categoria Grupo deProdução Formal - NegóciosColetivos.

O Prêmio Sebrae Mulher deNegócios é considerado omais importante em se tra-tando de reconhecimento dotalento das mulheres empre-endedoras e que se dedicamao mundo dos negócios noBrasil. A láurea é oferecidapelo Sebrae Nacional em par-ceria com a Fundação Nacio-nal de Qualidade (FNQ), a Se-cretaria Especial de PolíticasPúblicas para as Mulheres daPresidência da República, aBPW Brasil e a Associação deMulheres de Negócios e Pro-fissionais.

A CoopNatural foi a res-ponsável pelo desenvolvi-mento da cadeia produtivado algodão colorido na Paraí-ba, desde o plantio, descaro-çamento, fiação, títulos e tor-ções de fios, técnicas de tece-lagem, como tramas batidase densidade.

Ao longo desses mais denove anos, o capital inicial dacooperativa foi aumentadoem mais de 300 vezes. A in-clusão social é uma das preo-cupações da Natural Fashion.Por exemplo, os artesãos,além do treinamento, rece-bem assistência técnica, mé-dica e educacional por inter-médio do Programa Brasil Al-fabetizado.

Esse bom desempenho daFashion Natural se deve a in-tensa procura mundial pelosprodutos orgânicos. Essaonda ecológica que varre omundo atualmente se justifi-ca pela garantia dos produ-tos cujos processos de fabri-cação garantem o respeito atodos os atores da cadeia pro-dutiva e aí se inserem o algo-dão colorido.

Pólo de roupasO pólo de confecções da Paraíba foi criado nas décadas de 80 e 90 e o algodão colorido foi o responsável pelosoerguimento desse setor na Paraíba, que atravessou diversas crises ao longo desses anos. No Estado, existemvárias pequenas indústrias que adquirem o fio colorido ou a fibra e, a partir daí, tercerizam a fiação e confeccionamvárias peças de artesanato. As vendas de roupas feitas com algodão colorido, além do Exterior, são realizadaspara os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

SAIBA MAIS #

sui uma unidade industrialna cidade de Campina Gran-de, é a responsável pelo pro-cesso de fiação do algodãocolorido.

Cultivo de algodão orgânico colorido tem apresentado crescimento positivo nesses últimos anos na Paraíba

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5JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada” ALGODÃO DA PARAÍBA

E S P E C I A L

Produtor se mostra otimista com onegócio de algodão colorido orgânico

José de Lima, do município de São José de Piranhas, teve prejuízo devido a chuva intensa, mas diz que vai continuar cultivando a variedade

produtor José Alvesde Lima não andamuito animado com a

colheita de algodão coloridoorgânico, (BRS 200 cor verde),cultivado em meio hectare deterra localizado em sua pro-priedade no AssentamentoAcauã, município de Apare-cida (Oeste do Sertão parai-bano, distante 409 km da Ca-pital). "A safra não foi melhorpor causa da chuva. A águaapodreceu a metade dasplantas, mas vou continuarplantando. Esse negócio ébom", desabafa ele.

A primeira produção comer-cial de algodão colorido orgâ-nico do Brasil pertenceu a umapropriedade do município deBom Sucesso pertencente aoprodutor Felipe Motta Benevi-des Gadelha. A colheita ocor-reu no final de julho de 2007.Ele foi o pioneiro no país.

José de Lima jogou as semen-tes de algodão colorido orgâ-nico na terra em abril e aindase acha colhendo as plumasdesde o mês passado. Ele, as-sim como muitos outros pro-dutores paraibanos, integramum consórcio formado pelaCooperativa de Produção Têx-til e Afins do Algodão da Para-íba (CoopNatural) cujo nomede fantasia é Natural Fashion,com sede na cidade de Campi-na Grande (130 km da cidadede João Pessoa). A entidade re-úne mais de 50 cooperados ebeneficia diretamente dezenasde artesãos.

A parceria entre a cooperati-va e os produtores ocorre da se-guinte forma: A CoopNaturalfornece as sementes, capacita-ção e à assistência técnica aosagricultores, que se encarregamde cultivar a variedade e depoisvendem as plumas para a Na-tural Fashion. Entre outrasvantagens, ao final do negócio,eles ficam com as sementes. "Euplantei como eles mandaram,sem adubo e veneno e usandosomente esterco de boi", escla-receu José de Lima.

Apesar do prejuízo, José deLima diz que não vai desistirde plantar algodão colorido or-gânico: "Vou plantar novamen-te. Fiquei animado com o preçoe com o plantio. Acontece que o

O

meu baixio alagou. Já o meu fi-lho, o João Alves Sobrinho tevemais sorte. Ele tirou, até agora,uns 500 quilos do mesmo tipode algodão e ainda está colhen-do. Ficou acertado que a Coop-natural compraria o quilo a R$5,00", explica o produtor.

À época da colheita da pri-meira safra de algodão colo-rido orgânico, Felipe Gadelhacultivava variedades agríco-las, a exemplo de feijão, milhoe algodão. Segundo ele, o al-godão colorido orgânico foi

fruto de um árduo trabalhoque durou cerca de oito anos.O produtor considerava queo produto tinha uma impor-tância ecológica muito gran-de e veio para ficar.

A primeira safra comercialda propriedade de Felipe Ga-delha forneceu três cores: rubi,verde e branco. branco, verde erubi. No decorrer do cultivodo produto orgânico não seusam produtos químicos. E apresença de pragas como bicu-do, curuquerê e cochinilha, é

comum nas plantações de al-godão colorido orgânico, mas,em se tratando de orgânico, asformas de combate são semprenaturais, afirmou o produtor.

Felipe Gadelha jogou as se-mentes em 23 hectares de algo-dão branco, isto é, oito hectarescom o verde e 5,5 hectares como rubi. Na época, ele colheu cer-ca de 1.800 quilos por hectare.Naquele tempo, ele já acredita-va que a aceitação do algodãocolorido é muito grande e que jáexistia uma grande rede de co-mercialização do produto.

Ainda no ano de 2007, o pes-quisador da Embrapa Algodão,com sede na cidade de CampinaGrande, Melchior Naelson Batis-ta da Silva, considerava que oplantio do algodão colorido or-gânico era um desafio e umagrande oportunidade para osagricultores paraibanos. Segun-do estimava ele, o produto tempreço superior no mercado. O

colorido orgânico é vendido a R$5,00 o quilo e o branco, a R$ 4,00.O algodão branco não-orgânicocusta cerca de R$ 3,00 o quilo.

A produção de algodão orgâ-nico, à época, ainda não era su-ficiente para a demanda, segun-do avaliava o especialista daEmbrapa Algodão: "O cresci-mento da produção ainda é pe-queno, porque o sistema deprodução é diferenciado. Temtodo um aparato de capacita-ção e conscientização dos agri-cultores, e não é fácil aumentaras áreas de produção. Por isso,não se conseguiu atender todaessa demanda de produtos or-gânicos no Brasil e no mundo".

Em 2007, existia um núcleo deprodução na região do Curima-taú paraibano que aglutinava 20assentados. Eles jogaram as se-mentes de algodão orgânico em60 hectares, nas cores branco,marrom, verde e já tinham a ga-rantia de venda do produto.

José de Lima é um dos cooperados da CoopNatural e cultivou o algodão colorido orgânico em meio hectare como forma de plantio experimental

CertificaçãoA certificação do algodão colorido orgânico da Paraíba obedece a padrão daInternational Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam) e atende àlegislação de produtos orgânicos da Comunidade Européia e dos EstadosUnidos. O produto paraibano já obteve a certificação Ecosocial IBD, que certificaa produção ambiental, social e comercial do negócio. Traduzindo: o algodãocolorido orgânico produzido na Paraíba não ataca o ambiente e, ainda,promove a equidade social e econômica entre os produtores.

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6 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”ALGODÃO DA PARAÍBAE S P E C I A L

Preço do algodão colorido animaprodutor da Paraíba e do Ceará

Agricultor afirma que aslavouras se espalham peloSertão paraibano e cearensee aponta os custos e opreço como grandes atrativosda atividade agrícola

a comunidade Lagoa de Dentro,localizada no município de SãoJosé de Piranhas (a 492 km da ci-

dade de João Pessoa, Alto Sertão parai-bano) o agricultor Henrique FerreiraNeto, três filhos, afirma que vai aumen-tar a área cultivada com algodão colori-do orgânico, cor rubi: "Ano passado co-lhi 800 quilos e comercializei a R$ 6,00 oquilo da pluma. Esse negócio está sendomuito bom para todos", comemora oprodutor, que é um dos cooperados daCooperativa de Produção Têxtil e Afinsdo Algodão da Paraíba (CoopNatural).

O público do algodão colorido orgâ-nico é diferenciado e, por isso, os seusprodutos derivados tem um preço umpouco maior, mas o consumidor pagae, assim, o produtor poderá receber umpreço maior pela pluma. "Tanto o agri-cultor paraibano como o cearense, doAlto Sertão, se dizem animados com ocultivo de algodão colorido e, principal-mente, com o preço da pluma. Acreditoque, logo mais, muitos da região esta-rão se associando a CoopNatural", afir-ma Henrique Neto.

Neste ano, Henrique Neto cultivou avariedade em um hectare de terra e jápretende aumentar para dois hectareso plantio com algodão colorido orgâni-co. "Me lembro que no ano passado oinverno começou cedo e foi muito boa asafra. Esse ano foi ruim e houve a que-bra de mais de 15 arrobas. Plantei emjaneiro e estou ainda colhendo. Mas voucontinuar explorando esse negócio dealgodão", informa, animado, o agricul-tor. A demanda por roupas confeccio-nadas com o algodão colorido orgânicotambém envolve pessoas alérgicas acorantes e tem boa aceitação para usopor recém nascidos.

Ele esclarece que a "quebra" na produ-ção se deveu ao excesso de chuva queatingiu a região do município de São Joséde Piranhas. "Foi muita chuva e o algo-dão exige muito sol para puder florar e oplantio deve começar cedo, mas enquan-to tiver dando certo, a gente vai continuarplantando na região com a ajuda da Co-opNatural", reforça Henrique Neto.

Na avaliação de Henrique Neto, "o plan-tio com algodão colorido orgânico é tãobom que o agricultor não gasta nada comadubo. É só limpar, colher e pronto. Melembro que com o algodão branco a gen-te tinha que tirar as lagartas e usar vene-no. Com o colorido a coisa é mais fácil e o

N

lucro é maior", festeja o produtor.Ele disse que chegou a utilizar veneno na

lavoura de algodão colorido orgânico, mas,esclarece que o veneno utilizado foi prove-niente de angico e de cinza "que é produzi-do pela natureza e não faz mal a ninguém",destacando: "Eu tive a orientação dos téc-nicos da CoopNatural e da Rede Nacional.Eles são muito prestativos", elogia.

"O agricultor da região é meio arrediocom chuva. Por exemplo, no ano passa-do, muitos plantaram o algodão coloridoorgânico, mas o inverno tarde deixoumuitos desconfiados e, neste ano, algunsdeixaram de plantar", esclarece Henrique

Neto. Devido ao aumento de consumo deprodutos naturais, hoje, é crescente onúmero de pessoas que procuram pro-dutos ecológicos, incluindo aí as roupasfeitas com algodão colorido.

Henrique Neto afirma que o cultivo dealgodão colorido orgânico já ultrapassouas fronteiras da Paraíba e muitos produ-tores do Alto Sertão do Ceará se mostraminteressado e "já andam plantando porlá. O pessoal paraibano e cearense andamanimado com esse negócio de algodão co-lorido orgânico. É tão bom que o custo ésó com a mão de obra e o preço compensaaté demais", avalia o produtor.

PROCESSO DE PRODUÇÃOCultivar uma gleba com algodão co-

lorido orgânico não é fácil, conforme diza direção da CoopNatural. O processoprodutivo é diferente do utilizado nacadeia do algodão de pluma branca. Pa-ralelo a isso, convencer os agricultoresa plantarem o colorido também não éuma tarefa fácil. Apesar de tudo, as la-vouras com algodão colorido orgânicotem se expandido na Paraíba.

O processo de produção do algo-dão colorido orgânico envolve odescaroçamento da rama, a fiação ea tecelagem e tudo isso tem que serfeito de modo diferenciado. Porexemplo, as empresas têm que tece-rem o fio do algodão colorido daprodução normal.

Contudo isso, atualmente, a Para-íba já domina a produção do algo-dão colorido orgânico. Para tanto,foram investidos recursos no conhe-cimento para se chegar ao domíniode todo o processo produtivo do al-godão colorido, desde o plantio, des-caroçamento, fiação, títulos e torçõesde fios, densidade, técnicas de tece-lagem, a exemplo de tramas batidase, o mais difícil, modificar um poucoos costumes do homem do campo.

Henrique Neto lamenta a quebra de safra de sua lavoura, mas confessa que vai continuar a plantar o algodão colorido e até expandir a área

TexBrasil apoia exportaçãoCom a ajuda de vários parceiros importantes, a exemplo do Sebrae da Paraíba e o ProgramaTexBrasil, muitas pequenas e medidas empresas paraibanas já venderam os seus produtos feitoscom algodão colorido para vários países, como Japão, Suécia, Portugal e Espanha. A tendência é aexpansão cada vez maior desse mercado. TexBrasil é o sistema de busca mais completa de informa-ções setoriais do Brasil. Essa ferramenta permite encontrar dados sobre toda a cadeia produtiva dosetor têxtil no país e, além disso, oferece milhares de informações nacionais e internacionais. OTexBrasil facilita o relacionamento profissional entre fabricantes, compradores, prestadores deserviços, entidades do setor têxtil, fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos, viabilizandoa operação de negócios. Ele também possibilita a rapidez no desenvolvimento de novos clientes,parceiros e fornecedores. E, também, o acesso a toda cadeia produtiva do setor têxtil e de confecção,a compradores nacionais e internacionais, além do recebimento de informativos sobre o mercadotêxtil e de confecção e a agilidade em pesquisas por país, estado, empresa e produtos .

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7JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO“Paraíba democrática, terra amada” ALGODÃO DA PARAÍBA

E S P E C I A L

Marca vai diferenciar produto do setorEmbrapa vai lançar etiqueta para as peças que tenham como matéria-prima a pluma de algodão naturalmente colorido oriundo de suas variedades

Germoplasmafoi ampliado nadécada de 80

A Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa Algo-dão) lançará nos próximos me-

ses uma nova marca para os produtosque tenham como matéria-prima a plu-ma de algodão naturalmente coloridoproveniente das cultivares BRS 200, BRSSafira, BRS Rubi e BRS Verde. A novalogomarca também será usada paraidentificar tecidos que utilizem combi-nações com os tecidos naturalmente co-loridos. O algodão colorido é fruto daspesquisas conduzidas pela Embrapa nadécada de 80.

As empresas parceiras que utilizamfios oriundos destas cultivares poderãonegociar o licenciamento desta marca, oque dará maior credibilidade ao produ-to, tendo em vista a grande quantidadede materiais tingidos artificialmente quetem sido vendidos como algodão natu-ralmente colorido, prejudicando os co-merciantes que trabalham com as peçasoriginais. Foi a partir da década de 90que os técnicos da Embrapa Algodãoderam início ao trabalho de melhora-mento e, a partir daí, foi selecionada aprimeira cultivar, a BRS 200, de cor mar-rom claro.

"Assim que disponível para licencia-mento, a marca será divulgada e oferta-da através de nossos canais de comuni-cação, como internet e eventos em ge-ral", diz Virgínia Columbiano, respon-sável por assuntos de Propriedade Inte-lectual da Embrapa Algodão. A Embra-pa continua recebendo através do seuserviço de atendimento a clientes pedi-dos de informação de todo o país em re-lação aos fornecedores de plumas e fiosdas variedades desenvolvidas pela em-presa.

O algodão colorido, por ser ecológico,não exige as fases de preparo para o pro-cesso de tingimento que é utilizado nasindústrias atualmente e que exige o usode produtos químicos, muitos dos quais,quando manuseados de forma inadequa-da, causam prejuízo à saúde do traba-lhador.

Por dispensar as fases de tingimento,os custos por parte das indústrias sãoreduzidos com a obtenção do tecido e,assim, diminuem os gastos com água ecom energia, além de diminuir a quanti-dade de efluentes a serem tratados pelasfábricas.

Os corantes utilizados, atualmente, noprocesso de tingimento são nocivos à saú-de e, na maioria das vezes, carcinógenos. Oprocesso leva grande quantidade de con-centrações de sais, barrilha, entre outrassubstâncias. E o alvejamento gera resí-duos com umectantes, sais, soda cáusti-ca, peróxido e neutralizadores. Apesar dobenefício oriundo dos efluentes, cerca de15% dos resíduos são liberados pelas in-dústrias e podem poluir o ecossistema.

ARTESANATOQuase 10 anos depois do surgimento

da primeira variedade de algodão na-turalmente colorida, desenvolvida pelopesquisador Luiz Paulo de Carvalho,melhorista da Embrapa Algodão, o mer-cado de artesanato sinaliza que um novonicho para confecções especiais está con-solidado no mercado.

Uma mostra da força mercadológicadas confecções à base dos algodões colo-

ridos da Embrapa pôde ser vista duran-te a realização, em Campina Grande-PBdo 10º Salão de Artesanato Paraibano,como parte integrante do Maior São Joãodo Mundo, onde foi destinada uma áreaespecialmente para esse tipo de produ-to. No espaço, os cerca de 10 mil visitan-tes diários podiam encontrar várias pe-ças confeccionadas com fios de algodãocolorido, a exemplo de redes, toalhas,colchas, vestidos, blusas, bonecas entreoutros.

Segundo os expositores, a procura porprodutos à base de algodão naturalmen-te colorido tem crescido cada vez mais,principalmente em eventos deste tipo,que atraem turistas de várias partes dopaís. "A procura tem sido muito satisfa-tória", disse a vendedora do estande daCoopNatural, pioneira na confecção deroupas com a tecnologia da Embrapa Al-godão. "Mesmo com o preço um poucoacima, vale a pena levar umas dessas,porque é algo muito bonito e interessan-te", confirma a alagoana Shirley Santos,que comprou vestidos feitos com panosem marrom e verde.

Museu em CampinaA Embrapa Algodão da cidade de CampinaGrande é uma das poucas unidades da empresaque possui um museu próprio: o Museu doAlgodão. O equipamento, atualmente, está sendogerido pela Prefeitura Municipal e funcion naantiga Estação de trem da cidade. O Museu doAlgodão possui inúmeros equipamentos e peçasdos laboratórios da época da fundação daEmbrapa, que se tornaram obsoletos com oavanço tecnológico. No museu o público visitantepode ver também modelos de teares,desfibradores e outros equipamentos utilizadosno passado para o beneficiamento do algodão.

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Algodão colorido não exige fases de preparo para o processo de tingimento nas indústrias

Segundo informa Luiz Paulo de Car-valho, especialista da Embrapa Algodão,foi na década de 80 que os pesquisadoresdo órgão realizaram viagens pelos váriosEstados do Nordeste com o objetivo decoletar sementes de plantas de algodão,remanescentes de antigos plantios, ou queestavam em locais próximos a algodoei-ras, nas margens das matas, estradas eem outros locais.

Essas sementes, segundo esclarece Luizde Carvalho, iriam complementar o ban-co ativo de germoplasma já existente naEmbrapa Algodão. Elas foram armazena-das em câmara fria e serviam como fontede genes para futuros trabalhos de me-lhoria genética. Na ocasião, os pesquisa-dores observaram que muitas destas plan-tas possuíam a fibra na cor marrom claro.Então, a partir daí, a primeira variedadede algodão de fibra colorida se originou deseleção desses materiais coletados na re-gião Nordeste e, à época, se denominouBRS 200 cuja fibra é marrom claro.

"Para a síntese desta cultivar aprovei-tou-se, portanto, a própria variabilidadeexistente para a cor da fibra presente emmateriais coletados no Nordeste", escla-rece o pesquisador da Embrapa Algodão.O linter e a fibra dos algodões tetraplói-des ocorrem em cores que vão do brancoa várias tonalidades de verde e marrom”.

Segundo ele, "apesar de controlada ge-neticamente a cor da fibra pode ser influ-enciada por fatores ambientais como otipo de solo, o conteúdo de minerais e aluz solar. Todos esses fatores podem fa-zer com que determinada cor da fibra sejamais ou menos acentuada. Dependendodo ano, também, uma determinada cul-tivar pode ter a cor da fibra mais ou me-nos acentuada.

ORIGEMEle afirma que "o algodão colorido já

era cultivado pelos povos antigos, comomostram escavações realizadas no Perue que datam de 2500 A.C. Amostras dealgodão de fibra branca, coletadas noPaquistão, são datadas de 2700 A.C., evi-denciando, portanto, que estes dois tiposde algodão, o colorido e o branco, têm amesma idade.

"O algodão de fibra branca merecemais atenção no melhoramento genéti-co, desde o século XX, do que os de fibracolorida. Isso fez com que se acentuasse adiferença entre estes dois tipos no que serefere aos caracteres de importância eco-nômica. A cor da fibra, portanto, não éinusitada como poderia parecer, já que oalgodão mais conhecido, é o de fibra bran-ca", explica Luiz de Carvalho.

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Abrapa estima safra 2008/2009 dealgodão em 1,2 milhão de toneladas

Área plantada se situará em 800 mil hectares e o aumento previsto para a produção é de 30%, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores

A

8 JOÃO PESSOA, DOMINGO, 12 DE JULHO DE 2009 A UNIÃO

“Paraíba democrática, terra amada”ALGODÃO DA PARAÍBAE S P E C I A L

Associação Brasileira dos Pro-dutores de Algodão (Abrapa)estima que a safra 2008/2009

de algodão ficará em 1,2 milhão de to-neladas, com uma área plantada su-perior a 800 mil hectares, resultandonum aumento de 30%, quando com-parado com a produção anterior, umaexpansão significativa, segundo espe-cialistas do setor. Atualmente, osprincipais Estados produtores no país,são Paraná, Paraíba e Ceará, porém,existem cultivos em São Paulo, Per-nambuco, Minas Gerais e Rio Grandedo Norte.

Hoje, conforme estimativas da Coexise da Associação de Certificação Insti-tuto Biodinânico (IBD) existem cercade 10 empresas têxteis de pequeno emédio porte que estão envolvidas coma cadeia de produção de algodão or-gânico no Brasil.

Conforme dados do setor de algodãoorgânico, não existem no Brasil plan-tações em escala comercial, a exemplodos países Estados Unidos, Egito, Tur-quia e Índia. E, ainda, os grandes pro-dutores de algodão, no país, não acre-ditam no negócio do orgânico. Já paraos produtores de soja essa atividade éconsiderada pouco rentável, conformediz Eber Lopes Fereira, sócio-diretorda Coexis, empresa especializada emexecutar a estruturação de toda a ca-deia de fornecimento para empresastêxteis que tem interesse em produziralgodão orgânico.

CERTIFICAÇÃOA Coexis também é responsável pela

emissão do selo de procedência Natu-ral Organic World (Now). Na Paraí-ba, por exemplo, no ano de 2000 algu-mas pequenas indústrias têxteis re-solveram formar parceria e, já em2003, criaram a CoopNatural, queproduz algo em torno de cinco mil a10 mil peças por mês de artigos varia-dos nos setores de moda masculina,feminina e infantil, itens de decora-ção e bichos de pano.

Em função da demanda por produ-tos ecológicos, o que está ocorrendono momento é que investir nos orgâ-nicos, seja algodão colorido orgâni-co, está sendo uma alternativa maissegura e sustentável nos dias de hoje.E no que se refere ao algodão, a suaprodução no Brasil ainda é muito in-cipiente frente a uma demanda é cadavez maior pelos produtos feitos como algodão orgânico. Daí, a oferta nãoestá conseguindo suprir a procuraem todo o mundo.

País possui o maior parque industrial dacadeia têxtil da América Latina e 6º do mundo

O Brasil possui o maior parque in-dustrial da cadeia têxtil da AméricaLatina, atualmente. Se trata do sextomaior parque têxtil do mundo, exibin-do mais de 30 mil empresas em toda acadeia produtiva, que emprega 1,65milhão de pessoas.

O tamanho do parque industrial dacadeia têxtil do Brasil, entretanto, nãoimpediu que ele fosse um dos mais afe-tados pela entrada dos produtos impor-tados no país nesses últimos anos. Da-dos de pesquisa recente da Confedera-ção Nacional da Indústria (CNI) mos-tra que os setores têxtil e de vestuáriosão os que mais sofrem no mercado bra-sileiro com a concorrência dos produ-tos chineses.

Frente a essa concorrência desleal dosprodutos chineses, o gerente do Depar-tamento de Infraestrutura e Capacita-ção Tecnológica da Associação Brasilei-

ra da Indústria Têxtil e de Confecção(Abit), Sylvio Napoli, defende a estra-tégia de buscar diferenciação do pro-duto para enfrentar a concorrência es-trangeira. “A saída é buscar a inovação,usar de criatividade, criar novidades,com marca e design brasileiro, agregan-do maior valor ao produto”, diz.

Uma das apostas da Abit nessa di-reção está na nanotecnologia: em no-vembro passado, a associação criou oComitê de Nanotecnologia Têxtil e deConfecção, com empresários e pesqui-sadores da área. Atualmente, Napolidivide seu tempo entre o trabalho naAbit e um doutorado na USP. Ele con-sidera que, por ainda faltar mecanis-mos eficientes para interação univer-sidade-empresa, a importação de tec-nologias é, no momento, o caminhomais rápido para diferenciar tecidos eroupas fabricadas no Brasil.

ModernidadeO parque têxtil brasileiro, até a décadade 80, era considerado obsoleto ebastante poluidor e afetava de formasensível a saúde do trabalhador porcausa do barulho das máquinas e docontato com produtos químicos. Foi apartir da década de 90 que esse setorcomeçou a apresentar transformaçõescom a aquisição de máquinas eequipamentos, os quais tambémbeneficiavam o trabalhador. E um dosprincipais problemas exibido por essesegmento era a poluição sonora, quetambém começou a ser extinto dasfábricas. Atualmente, com o avançotecnológico digital, as máquinas sãomais compactas e menos barulhentas.No ano de 1990 existia, pelo menos,um milhão a mais de trabalhadores nasfábricas do que os dias atuais. Hojeesse setor da economia brasileira éexemplo para todo o mundo.

SAIBA MAIS #

As indústrias têxteis brasileiras foram as mais afetadas pela entrada de produtos estrangeiros, mais especialmente os oriundos da China