€¦ · 3 agradecimentos a deus, pelo dom da vida. aos meus pais, paulo e eliane, pelo amor...
TRANSCRIPT
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO
VICTÓRIA REGINA DE ALENCAR CARVALHO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro DO ÓLEO
ESSENCIAL OBTIDO DAS FOLHAS DE Leonotis nepetifolia (L.)
R. Br. (Lamiaceae)
PETROLINA
2018
1
VICTÓRIA REGINA DE ALENCAR CARVALHO
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA in vitro DO ÓLEO
ESSENCIAL OBTIDO DAS FOLHAS DE Leonotis nepetifolia (L.)
R. Br. (Lamiaceae)
Trabalho apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Centro, como requisito para obtenção do título de mestre em Recursos Naturais do Semiárido.
Orientadora: Profa. Dra. Xirley Pereira Nunes.
Co-orientador: Prof. Dr. Mateus Matiuzzi da Costa.
PETROLINA
2018
2
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida.
Aos meus pais, Paulo e Eliane, pelo amor incondicional, por todos os bons
valores que me ensinaram ao longo da vida e por sempre estarem me
incentivando a crescer pessoal e profissionalmente.
Ao meu irmão, Paulo, pela amizade, companheirismo e por estar sempre ao meu
lado nos momentos mais importantes da minha vida.
Ao meu noivo, Vinícius, por todas as demonstrações de amor, carinho, cuidado
e admiração para comigo ao longo desses anos. Por sempre me encorajar a
alcançar meus objetivos e nunca me deixar desistir.
A minha filha de quatro patas, Lua, pela fidelidade e amor mais puro que existe.
A minha orientadora, Profa Xirley, pelo voto de confiança depositado, bem como
os ensinamentos aos quais engradeceram este trabalho.
Ao meu co-orientador, Prof. Mateus, por tornar acessível o laboratório de
Microbiologia e Imunologia Animal da UNIVASF, assim como todo o material
necessário para a realização desta pesquisa. Agradeço também, por sempre
estar disponível nos momentos de dúvidas.
Ao Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais da UNIVASF
(NEPLAME), em especial, a pesquisadora Ana Paula, por disponibilizar o óleo
essencial utilizado nessa pesquisa.
A todos os meus colegas do mestrado pelos laços de amizade formados. Em
especial, a minha amiga Naiana, pela irmandade construída ao longo desses
dois anos, bem como, pela colaboração neste trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Semiárido
(PPGRNSA), bem como a Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), por tornar acessível um ambiente ao qual os estudantes possam
estar colocando em prática seus sonhos e metas.
A CAPES, pelo apoio financeiro, fundamental para o desenvolvimento dessa
pesquisa.
4
RESUMO
Leonotis nepetifolia, conhecida popularmente por cordão-de-frade, tem sido considerada uma planta de interesse no âmbito farmacológico, em decorrência do seu uso constante na prática medicinal popular, bem como, por apresentar algumas atividades biológicas já descritas na literatura. O potencial terapêutico atribuído aos produtos extraídos deste vegetal deriva da presença de metabólitos secundários, como é o caso dos terpenos, presentes majoritariamente em óleos essenciais obtidos da referida espécie, aos quais, são detentores de grande capacidade antimicrobiana. Diante do exposto, a presente pesquisa objetivou avaliar a atividade antimicrobiana, sinérgica e antibiofilme in vitro, do óleo essencial obtido das folhas de Leonotis nepetifolia (OELN), frente a cepas padrões e isolados clínicos bacterianos. O OELN foi fornecido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais da UNIVASF (NEPLAME/UNIVASF). Ao qual, foi submetido a análise antimicrobiana (Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal - UNIVASF) através da determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM). Após, foi realizada a atividade sinérgica do óleo essencial com antibióticos, a fim de potencializar a resposta farmacológica destes produtos. Bem como, efetuada a avaliação antibiofilme. Os resultados obtidos expuseram que o OELN obteve resposta antimicrobiana frente cepas padrões (Escherichia. coli, Serratia. marcescens, Staphylococcus. aureus, Staphylococcus. epidermidis) e isolados clínicos de S. aureus (II, III, 7669). A qual, foi potencializada frente algumas espécies bacterianas, quando combinado o produto natural com fármacos sintéticos (oxacilina com OELN frente S. aureus ATCC 25923, S. aureus II e S. aureus III; ampicilina com OELN frente E. coli ATCC). Resposta frente a redução da formação do biofilme e do consolidado também foram obtidas através da ação do OELN, em especial, frente cepas padrões e isolados clínicos de S. aureus. Diante do exposto, conclui-se que o OELN pode vir a ser uma possível alternativa viável, no combate a infecções derivadas por microrganismos, em especial, bactérias. Sendo este, o primeiro estudo realizado com o referido produto natural (OELN), para atividade sinérgica e antibiofilme.
Palavras-chave: Antibiofilme. Antimicrobiano. Leonotis nepetifolia. Sinergismo.
5
ABSTRACT
Leonotis nepetifolia, popularly known as cordon de monde, has been considered a plant of interest in the pharmacological field, due to its constant use in the popular medical practice, as well as to present some biological activities already described in the literature. The therapeutic potential attributed to the products extracted from this plant derives from the presence of secondary metabolites, as is the case of terpenes, present mainly in essential oils obtained from this species, to which they have great antimicrobial capacity. In view of the above, the present study aimed to evaluate the in vitro antimicrobial, synergistic and antibiofilm activity of the essential oil obtained from Leonotis nepetifolia leaves (OELN), against standard strains and bacterial clinical isolates. The OELN was provided by the Nucleus of Studies and Research of Medicinal Plants of UNIVASF (NEPLAME / UNIVASF). To which, the minimum inhibitory concentration (MIC) and minimum bactericidal concentration (MBC) were determined by the antimicrobial analysis (Laboratory of Microbiology and Animal Immunology - UNIVASF). Afterwards, the synergistic activity of the essential oil with antibiotics was performed, in order to potentiate the pharmacological response of these products. As well as, carried out the evaluation antibiofilme. The results obtained showed that the OELN obtained an antimicrobial response against standard strains (Escherichia coli, Serratia marcescens, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis) and clinical isolates of S. aureus (II, III, 7669). (Oxacillin with OELN against S. aureus ATCC 25923, S. aureus II and S. aureus III, ampicillin with OELN against E. coli ATCC) was potentiated against some bacterial species when combined with natural products with synthetic drugs. Response to the reduction of biofilm formation and consolidation were also obtained through the action of OELN, especially against standard strains and clinical isolates of S. aureus. In view of the above, it is concluded that OELN can be a viable alternative in the fight against infections derived from microorganisms, especially bacteria. This being the first study carried out with said natural product (OELN), for synergistic activity and antibiofilm.
Keywords: Antibiofilm. Antimicrobial. Leonotis nepetifolia. Synergism.
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Espécie de Leonotis nepetifolia.
Figura 2 – Distribuição fitogeográfica da espécie Leonotis nepetifolia no Brasil.
Figura 3 – Representação esquemática das duas rotas metabólicas referente à
síntese de terpenos/terpenoides: via do mevalonato e via do 1-desoxixilulose-5-
fosfato (DXP).
Figura 4 – Estrutura molecular de 1,3-Octenol.
Figura 5 – Estrutura molecular de (E)-Ocimeno.
Figura 6 – Estrutura molecular de (Z)-Ocimeno.
Figura 7 – Estrutura molecular de β-Cariofileno.
Figura 8 – Estrutura molecular de Germacreno D.
Figura 9 – Estrutura molecular de m-Xileno.
Figura 10 – Etapas de formação do biofilme.
Figura 11 – Relação entre o surgimento de antibióticos e cepas resistentes de S.
aureus nos séculos XX e XXI.
Figura 12 – Exsicata da espécie de Leonotis nepetifolia depositada no Herbário
da Universidade Federal do Vale do São Francisco.
Figura 13 – Aparelho de hidrodestilação Clevenger.
Figura 14 – Placa de microdiluição estéril com 96 poços.
Figura 15 – Relação entre a produção e a capacidade de formar o biofilme nos
isolados clínicos de S. aureus.
Figura 16 – Relação entre a produção e a capacidade de formar o biofilme nas
cepas padrões bacterianas.
Figura 17 – Interferência com a formação do biofilme entre as cepas padrões na
presença de OELN.
Figura 18 – Interferência com a formação do biofilme entre as cepas padrões na
presença de OELN.
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Atividades biológicas atribuídas a espécie Leonotis nepetifolia.
Tabela 2 – Composição química do óleo essencial obtido das folhas de Leonotis
nepetifolia.
Tabela 3 – Linhagens padrões e isolados clínicos bacterianos.
Tabela 4 – Meios de cultura utilizados nos ensaios e suas aplicações.
Tabela 5 – Critérios de classificação do IFI para a metodologia de
Checkerboard.
Tabela 6 – Classificação das linhagens bacterianas quanto a produção de
biofilme.
Tabela 7 – Valores da CIM e CBM frente a linhagens padrões bacterianas para
o OELN.
Tabela 8 – Valores da CIM e CBM frente a isolados cínicos de S. aureus para
o OELN.
Tabela 9 – Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de óleos
essenciais.
Tabela 10 – Valores da CIM e CBM de oxacilina para cepas padrões e isolados
clínicos gram positivos.
Tabela 11 – Valores da CIM e CBM de ampicilina para cepas padrões gram
negativas.
Tabela 12 – Determinação da atividade sinérgica do OELN com oxacilina frente
cepas padrões gram positivas.
Tabela 13 – Determinação da atividade sinérgica do OELN com oxacilina frente
isolados clínicos de S. aureus.
Tabela 14 – Determinação da atividade sinérgica do OELN com ampicilina
frente cepas padrões gram negativas.
Tabela 15 – Classificação das cepas padrões bacterianas quanto a análise de
formação do biofilme.
Tabela 16 – Classificação dos isolados clínicos de S. aureus quanto a análise
de formação do biofilme.
Tabela 17 – Classificação das cepas padrões bacterianas quanto a sua
formação de biofilme na presença do OELN.
Tabela 18 – Classificação dos isolados clínicos de S. aureus, quanto a sua
formação de biofilme na presença do OELN.
8
Tabela 19 – Interferência com o biofilme consolidado de cepas padrões
bacterianas na presença do OELN.
Tabela 20 – Interferência com o biofilme consolidado de isolados clínicos de S.
aureus na presença do OELN.
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMP Ampicilina
ANOVA Análise de Variância
BHI Brain Heart Infunsion
CBM Concentração Bactericida Mínima
CIM Concentração Inibitória Mínima
CO-MRSA Community-onset methicillin-resistant Staphylococcus aureus
CTT Cloridrato de Trifenil Tetrazólico
DMSO Dimetilsulfóxido
DO Densidade Óptica
GC-MS Gas-cromatography/mass spectrometry
HVASF Herbário do Vale do São Francisco
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFI Índice Inibitório Fracionado
ITIS Integrade Taxonomic Information System
KPC’s Klebsiella pneumoniae Carbapenamase
LPS Lipopolissacarídeo de Membrana
MH Mueller Hinton
MRSA Meticillin-resistent Staphylococcus aureus
MRSE Meticillin-resistent Staphylococcus epidermidis
NEPLAME Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais
OE Óleo essencial
OELN Óleo Essencial de Leonotis nepetifolia
OMS Organização Mundial da Saúde
OXA Oxacilina
PBS Tampão Fosfato-Salino
TGI Trato Gastrointestinal
TSB Tryptic soy
UFC Unidades Formadoras de Colônias
UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco
VISA Vancomycin-intermediate Staphylococcus aureus
VRSA Vancomycin-resistent Staphylococcus aureus
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO 14 2.1 IMPORTÂNCIA DOS PRODUTOS NATURAIS 14
2.2 ASPECTOS BOTÂNICOS E ETNOFARMACOLÓGICOS DE Leonotis nepetifolia
15
2.3 EFEITOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE OS MICRORGANISMOS
22
2.3.1 Características dos Óleos Essenciais 22
2.3.2 Constituição Química do Óleo Essencial de L. nepetifolia 23
2.3.3 Modo de ação dos Óleos Essenciais sobre os Microrganismos 29
2.4 BIOFILME 31
2.5 MICRORGANISMOS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA E RESISTÊNCIA AOS FÁRMACOS ANTIBIÓTICOS
33
2.5.1 Staphylococcus epidermidis 33
2.5.2 Staphylococcus aureus 34
2.5.3 Enterococcus faecalis 37
2.5.4 Pseudomonas aeruginosa 38
2.5.5 Escherichia coli 39
2.5.6 Klebsiella pneumoniae 40
2.5.7 Serratia marcescens 41
2.6 ATIVIDADE SINÉRGICA 42
3 OBJETIVOS 44
3.1 OBJETIVO GERAL 44
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 44
4 MATERIAIS E MÉTODOS 45
4.1 ÓLEO ESSENCIAL DE Leonotis nepetifolia 45
4.2 MICRORGANISMOS 47 4.3 MEIOS DE CULTURA 47
4.4 ANTIBIÓTICOS 48
4.5 PREPARO E PADRONIZAÇÃO DOS INÓCULOS BACTERIANOS 48
4.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO OELN 48
4.6.1 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) 48
4.6.2 Determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM) 50
4.6.3 Controle da CIM e CBM 50
4.7 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE SINÉRGICA (CHECKERBOARD)
50
4.8 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBIOFILME DO OELN 51
11
4.8.1 Avaliação da Capacidade Formadora do Biofilme 51
4.8.2 Avaliação da Atividade Antibiofilme do OELN 52 4.8.3 Interferência do OELN na Formação do Biofilme Consolidado 53
4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA 53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 54
5.1 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO OELN 54
5.1.1 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida Mínima (CBM) do OELN
54
5.1.2 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida Mínima (CBM) dos Antibióticos
56
5.2 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE SINÉRGICA (CHECKERBOARD)
57
5.3 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBIOFILME DO OELN 61
5.3.1 Avaliação da Capacidade Formadora do Biofilme 61
5.3.2 Avaliação da Atividade Antibiofilme do OELN 64
5.3.3 Interferência do OELN na Formação do Biofilme Consolidado 70
6 CONCLUSÕES 72
REFERÊNCIAS 73
12
1 INTRODUÇÃO
Desde as primeiras civilizações é notório o uso de plantas medicinais com
poder curativo, frente a diversas enfermidades. Sendo este, o principal recurso
terapêutico usado por muito tempo pela população (GADELHA et al., 2013).
Entretanto, com o advento das indústrias farmacêuticas, essa prática foi
gradativamente substituída pelos fármacos sintéticos (ALVIM et al., 2004).
Os medicamentos por sua vez, foram perdendo sua eficácia
farmacológica ao serem administrados de forma indiscriminada ou inadequada,
resultante do surgimento de espécies resistentes, as quais, foram
desenvolvendo ao longo dos anos, variados mecanismos de ação frente as
classes de drogas antimicrobianas (HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2013). O que
dificultou no tratamento de inúmeras infecções, em especial, aquelas
ocasionadas por bactérias (HAWKEY, 2008).
Como uma possível alternativa de reversão dos quadros de resistência,
além de outras patologias, os produtos naturais retomam mais uma vez um
patamar de relevância, não apenas pela população, mas também por
pesquisadores e empresas farmacêuticas (GARCIA et al., 2012). Onde é
necessário que seja realizada inicialmente, uma boa seleção destes vegetais por
intermédio de estudiosos, aos quais aplicam frequentemente, três metodologias
bem usuais: o estudo randômico (seleção aleatória da espécie),
quimiotaxonômico (avaliação da composição química de um gênero/família) e
etnofarmacológico (uso terapêutico popular) (ALBUQUERQUE; HANAZAKI,
2006).
A ciência que se ocupa em estudar essas plantas terapêuticas é a
etnobotânica, onde juntamente com a etnofarmacologia, investigam quais os
compostos que exibem atividades biológicas, de acordo com as informações
coletadas através do conhecimento empírico (GIRALDI; HANAZAKI, 2010). É
nesse sentido, que Leonotis nepetifolia é tido como um vegetal de interesse para
ambas ciências, justificado pelo fato de abranger eficácia farmacológica já
comprovada na literatura, como atividade antiparasitária (TABUTI, 2008); anti-
inflamatória (AGRA; FREITAS; BARBOSA-FILHO, 2007); sedativa (BAERTS;
LEHMANN, 1989); hipoglicemiante (NETO; MORAIS, 2003), dentre outras.
O potencial terapêutico atribuído a L. nepetifolia frente determinadas
patogenias, decorre da presença de metabólitos secundários na composição
13
química de seus produtos de extração. Como por exemplo, os óleos essenciais,
detentores de altas concentrações de terpenos (octeno; (Z)-β-ocimeno; β-
cariofileno; β-copaeno; α-humuleno; germacreno-D; óxido de cariofileno, entre
outros) (OYEDEJI; EKUNDAYO; KÖNIG, 1999), que na literatura, são tidos como
potenciais agentes da resposta antimicrobiana e antifúngica (EDRIS, 2007). Por
apresentarem uma maior bioafinidade sobre os patógenos, acarretando nestes,
alterações em seus sistemas enzimáticos, além da inativação ou destruição do
material genético microbiano (TURINA et al., 2006).
Uma outra possibilidade no combate a infecções recorrentes por
microrganismos, seria a atividade sinérgica de produtos naturais com fármacos
sintéticos, a qual promove uma potencialização da ação farmacológica dos
medicamentos, com consequente inibição de mecanismos de resistência
derivados dos patógenos (COUTINHO et al., 2009).
Tendo em vista a utilização popular e algumas atividades biológicas já
comprovadas com a espécie L. nepetifolia, resolveu-se analisar a atividade
antimicrobiana, antibiofilme e sinérgica do produto natural, frente a espécies
padrões e isolados clínicos bacterianos.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 IMPORTÂNCIA DOS PRODUTOS NATURAIS
O conhecimento popular tradicional sobre plantas medicinais, constitui-se
de um importante aliado no tratamento de enfermidades. Especialmente, para
povos que residem em localidades distantes dos centros urbanos, aos quais,
dificilmente detêm acesso aos fármacos sintéticos (JESUS et al., 2009).
No intuito de preservar as valiosas informações acerca do uso de produtos
naturais, trabalhos de campo são realizados, de forma que se obtenham
registros sobre a região a qual o vegetal se encontra, parte deste utilizada e sua
finalidade medicinal (MARODIN; BAPTISTA, 2002). A Organização Mundial de
Saúde (OMS), estima que 80% da população mundial, faz o uso de plantas
medicinais com algum propósito terapêutico (SCUDELLER; VEIGA; ARAÚJO-
JORGE, 2009). Esse alto índice, decorre de fatores, como populações que
moram afastadas das cidades; falta de profissionais habilitados a prescrição de
medicamentos; falta de recursos financeiros, dentre outros (FONTANELLA et al.,
2007).
O Brasil, por apresentar uma rica biodiversidade (COSTA; MAYWORM,
2011), é tido como um país que oferece grandes possibilidades nas descobertas
de novas plantas com propriedades terapêuticas, havendo a possibilidade de
serem desenvolvidos a partir destas, novos fármacos (COUTINHO;
TRAVASSOS; DO AMARAL, 2002). É importante ressaltar, que cerca de 40%
dos medicamentos disponíveis para a comercialização mundial, foram
resultantes de fontes naturais, onde 60% dos fármacos aprovados entre 1981-
2002, eram produtos naturais, ou oriundos destes (NEWMAN; CRAGG, 2007).
As propriedades terapêuticas atribuídas as plantas são consequência da
presença de compostos químicos, denominados metabólitos secundários.
Importantes moléculas envolvidas no processo de desenvolvimento, adaptação
e propagação do vegetal (DEWICK, 2002). Com um numeroso leque de
atividades biológicas já descritas na literatura, como: antiparasitária;
antimicrobiana; antitumoral; anti-inflamatória; antiviral; antioxidante; dentre
inúmeras outras (PEREIRA; DAS GRAÇAS CARDOSO, 2012).
O que facilitou bastante a descoberta desses metabólitos nos vegetais
foram as técnicas hifenadas, que permitiram, além da identificação de novos
15
compostos, facilitar a elucidação de novas estruturas moleculares para serem
utilizadas como modelos em novos fármacos (NEWMAN; CRAGG, 2016).
Levando em consideração que, além de pesquisadores e indústrias
farmacêuticas, a sociedade também compõe parcela fundamental para
inovações tecnocientíficas dos produtos naturais (BERLINCK et al., 2017).
2.2 ASPECTOS BOTÂNICOS E ETNOFARMACOLÓGICOS DE Leonotis
nepetifolia
O bioma caatinga, localizado na região do semiárido brasileiro, ocupa em
termos de extensão 11% do território nacional, com abrangência aos estados da
região Nordeste e o Norte de Minas Gerais (IBGE, 2017). Possui características
peculiares no que se refere a sua vegetação (arbórea/arbustiva), clima
(semiárido) e temperatura (média anual elevada), com plantas (xerófitas) bem
adaptadas a sobrevivência por períodos de longa estiagem (BRASIL, 2017).
Leonotis nepetifolia, conhecida popularmente por Cordão-de-frade ou
Cordão-de-São Francisco (Figura 1 – Página 16), é uma espécie nativa da
África que está introduzida na caatinga (Figura 2 – Página 16), cujas estações
de maior desenvolvimento são a primavera e outono (SCHNEIDER, 2007). Uma
vez que não exige grande aporte de nutrientes para o seu crescimento, pode
prosperar-se em solos arenosos, rochosos e argilosos. Bem como nas encostas
de rodovias e em locais que apresentam acúmulo de lixo (IWARSSON;
HARVEY, 2003).
16
Figura 1. Espécie de Leonotis nepetifolia
Fonte: www.marinelifephotography.com
Figura 2. Distribuição fitogeográfica da espécie Leonotis nepetifolia no Brasil.
Os estados marcados em laranja representam aqueles cuja ocorrência da espécie é conhecida, sendo que quanto mais intensa for a coloração, maior a ocorrência da espécie. Fonte: www.floradobrasil.jbrj.gov.br.
17
As informações taxonômicas pertinentes a espécie, encontram-se
registradas no Integrade Taxonomic Information System, sob o número de série
32546. As quais revelam que L. nepetifolia pertence à família Lamiaceae,
também denominada de Labiatae ou Labiada; subfamília Stachyoideae e tribo
Lamiinae (ITIS, 2017). Morfologicamente, trata-se de uma erva com aspecto
robusto, altura variando de 0,32-4,5 metros, raiz frágil, caule quadrangular e
pouco ramificado, folhas simples e pecioladas, flores hermafroditas aromáticas
com coloração alaranjada e frutos que apresentam textura enrugada (LORENZI;
MATOS; FRANCISCO, 2002).
Em decorrência da sua ampla dispersão na natureza de forma acidental
ou pela disseminação de sementes, L. nepetifolia tem sido considerada uma
“erva daninha” quando presente em lavouras de cultivo. Ao competir com os
nutrientes das plantações, exerce uma interferência negativa, ocasionando
assim, prejuízos econômicos na região afetada. Como por exemplo, o
surgimento de deformidades morfológicas dos vegetais, baixo cultivo, além de
servir como reservatório para alguns tipos virais que infestam as plantações
(PIEDRA-IBARRA et al., 2005).
Apesar dos efeitos adversos que podem ser ocasionados nos sistemas de
plantio, é uma erva largamente utilizada na medicina popular sob a forma de
chás, cataplasmas e compressas, frente ao tratamento de ateriosclerose;
menopausa; ansiedade (BEVILAQUA; SHIEDECK; SCHWENGBER, 2007);
hiperglicemia (MACEDO; FERREIRA, 2004), infecção fúngica (FENNER et al.,
2006); diarreia; alergias; febre; reumatismos, entre outros (AGRA et al., 2007).
Onde no Brasil, cerca de 11% da população localizada na região da Mata
Atlântica e litoral de São Paulo, faz o uso medicinal do vegetal (DI STASI, et al.,
2002).
Na Tabela 1 – Página 18, é possível observar estudos que evidenciam
atividades biológicas atribuídas a espécie até o momento.
18
Tabela 1. Atividades Biológicas Atribuídas à Espécie Leonotis nepetifolia.
Parte da
planta
Coletada
Material
Extraído
Atividade Biológica Referências
Caule Extrato
metanólico
Ansiolítico (AYANWUYI et
al., 2016)
Caule, folhas,
glomérulos,
raízes
Extrato
hidroetanólico
Antimicrobiana,
antioxidante,
antiparasitária
(OLIVEIRA,
2013)
Flores Extrato seco Antifúngica (ABUBACKER;
RAMANATHAN,
2003)
Folhas Nepetaefurano,
leonotinina,
leonotina
Anti-inflamatória (UEDA et al.,
2015)
Folhas Extrato etanólico Espermatotóxico (CHANDIRAN;
VASUDEO;
CHAUDHARI,
2016)
Folhas Acetosídeo,
martinosídeo,
levandulifoliosíde
o
Antioxidante (TAKEDA;
NARUKAWA;
HADA, 1999)
Folhas Extrato etanólico Antidiarreica (GAKUNGA et
al., 2013)
Folhas Extrato etanólico,
fase acetato de
etila
Antimicrobiana,
antitumoral, citotóxica
(OLIVEIRA et
al., 2016)
Folhas Extrato
acetônico,
clorofórmico,
etanólico, acetato
de etila
Antibacteriana,
antioxidante,
larvicida, pesticida
(PRAKASH,
2016)
19
Folhas Extrato
hidroetanólico
Antioxidante (DE OLIVEIRA
et al., 2012)
Folhas Extrato etanólico
e metanólico
Antifúngica (MUHIZI et al.,
2009)
Folhas Extrato
hidroalcoólico,
metanólico,
hexânico, acetato
de etila
Antimicrobiana (TORRES;
RIBEIRO;
SOARES, 2008)
Folhas Extrato
metanólico
Antioxidante (PRAKASH et
al., 2014)
Folhas Extrato
metanólico
Antioxidante,
antiproliferativo
(VEERABADRA
N et al., 2013)
Folhas Óleo essencial Antibacteriana e
antifúngica
(GOPAL;
VASANTH;
VASUDEVAN,
1994)
Folhas Extrato
metanólico e
acetônico
Antioxidante e
citotóxica
(SOBOLEWSK
A et al., 2012)
Folhas Óleo essencial Antibacteriana e
antifúngica
(KIPLIMO,
2007)
Folhas Extrato etanólico Antibacteriana,
antifúngica, antiviral
(COS et al.,
2002)
Folhas Extrato
metanólico
Agente acaricida,
repelente, anti-
ovoposição
(OGAYO et al.
2015)
Folhas Extrato
metanólico
Antifúngica (OCHOLA et al.,
2014)
Folhas Extrato
metanólico
Antibacteriana (PRAKASH et
al., 2012)
20
Folhas Extrato etanólico Antitumoral,
antioxidante
(GURUNAGAR
AJAN;
PEMAIAH,
2010)
Folhas Extrato
metanólico
Antibacteriana (NARAYAN,
2012)
Folhas Extrato
metanólico
Anticonvulsivante (AYANWUYI;
YARO; ADAMU,
2009)
Folhas Extrato etanólico Cicatrizante (NITHYA;
BRINDA;
ANAND, 2011)
Folhas Extrato
metanólico
Antimicrobiana (BOILY; VAN
PUYVELDE,
1986)
Folhas, flores Extrato
metanólico,
hexânico,
etanólico
Anti-inflamatória (PARRA-
DELGADO et
al., 2004)
Planta inteira Infusão Hepatotoxicidade (RIGOBELLO et
al., 2010)
Planta inteira Extrato
metanólico e
aquoso
Hepatoproteção (WILLIAMS et
al., 2016)
Planta inteira Extrato
hidroetanólico
Antibacteriana (OLIVEIRA et
al., 2015)
Planta inteira Extrato bruto Antiparasitária (LEONIDAS et
al., 2013)
Planta inteira Extrato
metanólico
Anti-plasmodium (CLARKSON et
al., 2004)
Planta inteira Extrato etanólico Antidiabética (GUNGURTHY
et al., 2013)
Planta inteira Extrato aquoso Anti-plasmodium (CARVALHO et
al., 1991)
21
Planta inteira Extrato
hidroalcoólico
Anti-espasmolítica (CALIXTO;
YUNES; RAE,
1991)
Planta inteira Extrato alcoólico Inseticida (ATAL et al.,
1978)
Fonte: Autoria própria.
As propriedades medicinais originárias da planta, são conferidas à
presença dos metabólitos secundários, tais como: terpenoides, saponinas,
flavonoides, fitoesteróis e alcaloides (TRIVEDI; NEERAJ SETHIYA; MISHRA,
2011). Entretanto, a ação de fatores advindos do meio externo (temperatura,
grau de exposição ao sol, ataque de patógenos, poluição, deficiência de
nutrientes) nos vegetais, é capaz de levar a uma alteração desses componentes
químicos, tendo em vista que as atividades biológicas também podem diferir,
mesmo quando as ervas pertencem a espécies similares (GOBBO-NETO;
LOPES, 2007).
Estudos in vivo já citados na literatura, expõem alguns efeitos benéficos
oriundos de L. nepetofiolia. Como é o caso da ação relaxante, exercida em
células do tecido de miométrio e traqueia de porquinhos da índia, através da
aplicação de extrato hidroalcoólico e chá, obtidos das folhas (CALIXTO, et al.,
1991). Bem como, atividade anti-inflamatória do extrato etanólico obtido de
folhas, caules e flores, através da indução de edema, em orelhas de
camundongos (PARRA-DELGADO, et al., 2004).
Apesar da eficácia que a espécie proporciona frente a patologias, é
necessário levar em consideração a toxicidade que este pode apresentar. Tendo
como exemplo, efeito abortivo relatado por povos indígenas da tribo Kayapó no
Brasil, após mulheres ingerirem decoctos provenientes das folhas e caules
(ELISABETSKY; POSEY, 1989). Assim como também fora relatado, atividade
hepatotóxica reversível em ratos, ao receberem infusão de L. nepetifolia através
dos seus bebedouros (RIGOBELLO et al., 2010).
É importante que haja o conhecimento acerca da toxicidade que pode ser
apresentada através dos vegetais. Uma vez que ampla parcela da população,
desconhece os danos que venham a ocorrer, existindo apenas a percepção de
que as plantas são uma alternativa segura, barata e eficaz no tratamento de
doenças (TOVAR; PETZEL, 2009). Sendo essenciais o desenvolvimento de
22
estudos interdisciplinares, objetivando a ampliação do entendimento das
pessoas sobre as espécies vegetais, pertinentes a biodiversidade brasileira nos
segmentos químico, tóxico e farmacológico (CAMPOS et al., 2016).
2.3 EFEITOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE OS MICRORGANISMOS
2.3.1 Características dos Óleos Essenciais
Dentre os maiores produtores mundiais de óleos essenciais na indústria,
destacam-se o Brasil, Índia, China e Indonésia. Além desses, diversos
conglomerados internacionais, fazem o uso dos óleos para o desenvolvimento
de matéria-prima, como aromas; fragrâncias; alimentos e bebidas. Bem como,
são empregados no âmbito farmacêutico-medicinal, na sua forma bruta ou
beneficiada (SILVA-SANTOS et al., 2006).
Os principais órgãos coletados das plantas para o isolamento de óleos
essenciais são: folhas, cascas, rizomas e frutos (SIANI et al., 2000). Aos quais,
são submetidos a diversas técnicas de extração: coobação; hidrodestilação;
prensagem a frio; extração por solventes orgânicos; extração por alta pressão;
extração por CO2 supercrítico e arraste a vapor; sendo esta última, a mais usável
na prática laboratorial (OKOH; SADIMENKO; AFOLAYAN, 2010). O princípio
desse método baseia-se na penetração de vapor d’água nos tecidos vegetais,
onde favorece o arraste dos óleos essenciais por difusão e vaporização de todas
as substâncias voláteis (DE PIPERONAL, 2010).
A composição dos OE’s é formada por misturas complexas de metabólitos
secundários (hidrocarbonetos terpênicos, ésteres, ácidos orgânicos, aldeídos,
cetonas e fenóis). Onde monoterpenos, sesquiterpenos e fenilpropanoides, são
os que se apresentam quase sempre em elevadas concentrações, além de
caracterizar as propriedades organolépticas do vegetal (BIZZO; HOVELL;
REZENDE, 2009). Tais características variam do sabor ácido ao picante;
coloração incolor ao amarelo; baixa instabilidade quando expostos a luz; elevada
insolubilidade frente a solventes polares; oleosos e altamente voláteis
(BANDONI; CZEPACK, 2008).
Diversos fatores podem influenciar na composição química dos OE’s,
mesmo quando pertencentes a iguais espécies. Podendo citar as interações que
ocorrem entre as plantas, insetos e microrganismos; idade do vegetal; estágio
23
de desenvolvimento e fatores abióticos (pluviosidade, nutrição, época e horário
da colheita, técnicas de colheita e pós colheita). Destacando-se luminosidade e
temperatura, que estão intimamente envolvidos no processo de fotossíntese,
favorecendo um ambiente ideal para o processo fisiológico das plantas (SOUZA
et al., 2008).
Vale ressaltar que as alterações de compostos secundários por fatores
bióticos ou abióticos nos vegetais, podem influenciar nas atividades biológicas
exercidas sobre os patógenos. Sendo necessária a elucidação da caracterização
química do óleo essencial em estudo, uma vez que, são expostos os compostos
com maiores concentrações, e se eles são os responsáveis pelos efeitos
farmacológicos do OE. Essa avaliação mais detalhada, evita a realização de
pesquisas desnecessárias com espécies que não apresentam potencial
medicinal, bem como, impede o descarte das espécies relevantes para o controle
e cura de doenças (DE MORAIS, 2009a).
2.3.2 Constituição Química do Óleo Essencial de L. nepetifolia
Estudo realizado para análise da constituição química do óleo essencial
de L. nepetifolia obtido das folhas, utilizado na presente pesquisa, revelou a
presença de 31 metabólitos secundários (Tabela 2), correspondendo a 99,51%
do total da amostra. Onde os compostos que se apresentaram em maiores
concentrações foram: Octenol (42,58%), (E)-Ocimeno (15,85%), (Z)-Ocimeno
(7,01%), β-Cariofileno (3,22%), m-Xileno (3,05%) e Germacreno D (2,41%), no
qual Octenol foi considerado o composto majoritário (OLIVEIRA et al., 2016).
Tabela 2. Composição química do óleo essencial obtido das folhas de Leonotis nepetifolia.
Pico TR (min) Composto (% )
1 4,099 o-Xileno 2,35
2 4,139 4-Metil-hexanal 1,31
3 4,551 m-Xileno 3,05
4 4,610 Heptanal 0,12
5 4,673 Nonano 0,57
24
6 4,807 Hexa-2,4-dienal 0,65
7 5,151 Etil dissulfeto 0,28
8 5,543 α-Pineno 0,46
9 5,683 4-Metil-hexanol 0,51
10 6,507 2-Metil-3,4-ditiahexano 0,92
11 6,670 1-Octen-3-ol 42,58
12 6,771 3-Octanona 3,75
13 7,006 Fenchona 0,75
14 7,171 Octan-3-ol 1,58
15 7,272 (2-Pentenil) furano 0,51
16 7,373 (Z)-3-Hexenil acetato 1,28
17 7,929 Dissulfeto de isopropil 0,61
18 8,391 1,8-Cineol 0,73
19 8,515 (E)-Ocimeno 15,85
20 8,896 (Z)-Ocimeno 7,01
21 9,289 3,7-Dimetil-undecano 0,59
22 10,835 Linalol 2,05
23 12,022 2,6-Dimetil-2,4,6-octatrieno 0,59
24 18,950 Dihidroedulano I 0,41
25 22,515 β-Damascenona 0,92
26 23,104 β-Elemeno 1,06
27 24,297 β-Cariofileno 3,22
28 25,722 α-Humuleno 1,82
29 26,664 β-Ionona 0,83
30 26,783 Germacreno D 2,41
31 30,672 Óxido de cariofileno 0,72
25
32 40,489 NI 0,39
33 59,494 NI 0,10
TR: tempo de retenção (minutos); (%) porcentagem de composto na amostra; NI: não identificado. Fonte: (OLIVEIRA et al., 2016).
Observa-se que os compostos em maiores concentrações, pertencem a
classe dos terpenos. Estes, por sua vez, são considerados o maior grupo de
metabólitos secundários, com abrangência a mais de 40.000 moléculas que
estão presentes, em especial, nos óleos essenciais e pigmentos. A função
natural dos terpenos atribuída aos vegetais é a proteção frente a patógenos do
meio externo, além disso, a indústria tem desenvolvido matérias-primas a partir
de óleos essenciais que contenham terpenos na sua composição, como:
fragrâncias, aromas, cosméticos, produtos agrícolas, entre outros (GARCÍA;
CARRIL, 2011).
Estima-se que grande parte da composição química dos OE’s é de
terpenos, sendo os monoterpenos detentores de 90% da concentração total.
Estes originam-se a partir de unidades, denominadas isoprenoides/isoprenos, as
quais ativam difosfato de isopentila (IPP), que se formará através de duas vias:
(1) via piruvato-gliceraldeído-3-fosfato (GAP), que está presente em plastídeos
originando monoterpenos, diterpenos e tetraterpenos; e (2) via acetilcoenzima A
(acetil-CoA), presente no citoplasma celular, originando triterpenos e
tetraterpenos (Figura 3 – Página 26) (KITAOKA et al., 2015).
26
Figura 3. Representação esquemática das duas rotas metabólicas referente à síntese de terpenos/terpenoides: via do mevalonato e via do 1-desoxixilulose-5-fosfato (DXP).
*IPP ou DMAPP. IPP: isopentenil pirofosfato; DMAPP: dimetilalil pirofosfato. GPP: geranil pirofosfato;
FPP: farnesil pirofosfato. Fonte: Adaptado de: Baser; Demirci (2007).
O 1,3-Octenol (Figura 4), componente majoritário do OELN utilizado
nesse estudo, é classificado como um hidrocarboneto monoterpeno. Este,
encontra-se presente em diversos óleos essenciais de outras espécies vegetais,
como Eugenia stipitata (FAJARDO OLIVEROS, 2009), Pleurotus sajor-caju
(MODA, 2008) e Hyptis suaveolens (RODRIGUES et al., 2012). Em decorrência
de sua elevada volatilidade e forte odor, é o responsável por conferir o aroma
característico a cogumelos frescos, além de ser considerado o composto volátil
de maior importância presente nestes (PYYSALO; SUIHKO, 1976).
Figura 4. Estrutura molecular de 1,3-Octenol.
OH
Fonte: Autoria própria.
27
Octenol também é tido como um importante atrativo inseticida, por elevar
a sensibilidade dos receptores neuronais de insetos, servindo como uma fonte
de armadilhas na captura de mosquitos, em especial, espécies de Aedes
(GRANT; DICKENS, 2011) (BOHBOT et al., 2013). Com relação ao uso
medicinal do composto isolado, ainda não foram relatados estudos pertinentes
ao tema, contudo, pesquisas envolvendo o efeito tóxico da substância e seus
enantiômeros agindo em células-tronco embrionárias humanas, revelaram uma
elevada toxicidade (INAMDAR et al., 2012).
Dois monoterpenos que também revelaram concentrações significantes
no OELN foram (E)-Ocimeno (Figura 5) e (Z)-Ocimeno (Figura 6). Essas duas
oleofinas estão envolvidas no processo de defesa natural das plantas, tendo em
vista a sua emissão por parte do vegetal, quando este é exposto a algum tipo de
ameaça por patógenos (ARIMURA et al., 2004).
Figura 5. Estrutura molecular de (E)-Ocimeno.
Fonte: Autoria própria.
Figura 6. Estrutura molecular de (Z)-Ocimeno.
Fonte: Autoria própria.
28
A espécie Gerbera jamesonii (feijão de lima), é umas das espécies que
libera ocimeno ou limoleno no momento em que ocorre ataque por aranhas nas
plantas (KRIPS et al., 2001). Ademais, Estudos in vitro para a determinação da
atividade antimicrobiana do composto isolado cis-β-Ocimeno, determinou que
este foi capaz de inibir o crescimento de espécies de S. aureus e E. coli (DAS
CHAGAS, 2015).
Com relação ao β-Cariofileno (Figura 7), trata-se de um sesquiterpeno
encontrado em óleos essenciais de diversas espécies vegetais como Rhus
coriaria (REIDEL et al., 2017); Piper nigrum (POLITEO et al., 2011); Zingiber
nimmonii (SABULAL et al., 2006); Copaifera reticulata (JUNIOR et al., 2007), as
quais são utilizadas para o tratamento de enfermidades na medicina popular.
Figura 7. Estrutura molecular de β-Cariofileno.
HH
Fonte: Autoria própria.
Atividades biológicas já evidenciadas na literatura com o composto
isolado (β-Cariofileno), descreveram o efeito anti-inflamatório (MARTIN et al.,
1993) (FERNANDES et al., 2007); citoprotetor gástrico (TAMBE et al., 1996);
anestésico (GHELARDINI et al., 2001); anticancerígeno (ZHENG; KENNEY;
LAM, 1992) e antiparasitário, frente a espécies de Leishmania brasiliensis e
Trypanosoma cruzi (LEITE et al., 2013).
Assim como β-Cariofileno, Germacreno D (Figura 8 – Página 29) também
é classificado como um sesquiterpeno precursor de muitas outras estruturas
terpênicas, as quais, quando relatadas no passado, eram encontradas em
produtos naturais (YOSHIHARA et al., 1969). A presença dessa substância em
elevadas concentrações no óleo essencial de Aloysia virgata, demonstrou ser
responsável pela atividade antifúngica frente Candida albicans (DUARTE et al.,
2005), bem como atividade antibacteriana do óleo essencial de Lantana camara
(COSTA et al., 2009) e Lantana montevidensis (SOUSA et al., 2011).
29
Figura 8. Estrutura molecular de Germacreno D.
Fonte: Autoria própria.
m-Xileno (Figura 9), também foi identificado no OELN, sendo encontrado
em óleos essenciais de espécies que apresentaram atividade antibacteriana e
anti-inflamatória, como Varronia curassavica (QUEIROZ et al., 2016) e Jatropha
gossypifolia (ABOABA et al., 2015) respectivamente.
Figura 9. Estrutura molecular de m-Xileno.
Fonte: Autoria própria.
2.3.3 Modo de ação dos Óleos Essenciais sobre os Microrganismos
O emprego de óleos essenciais na prática terapêutica, possui lugar de
destaque no que confere as propriedades antimicrobiana (FERRONATTO et al.,
2007); antiparasitária (NAKAMURA et al., 2006); inseticida (VIEGAS JÚNIOR,
2003); antioxidante (SOUZA et al., 2007); larvicida (SIMAS et al., 2004), entre
outras. As quais são atribuídas em decorrência da presença de misturas
complexas, que se formam através do desenvolvimento de mecanismos de
proteção do vegetal, frente a danos advindos do meio externo (KNAAK; FIUZA,
2010).
Dentre os metabólitos secundários produzidos, terpenos e
fenilpropanoides, expõe relevância no que confere atividade antimicrobiana
frente a patógenos. Sendo determinante a análise de tal efeito para o
30
desenvolvimento de novas alternativas farmacológicas através de óleos
essenciais, uma vez que estas substâncias se encontram em elevadas
concentrações nesses produtos naturais (BAKKALI et al., 2008).
O modo de ação dos óleos essenciais sobre células bacterianas ainda
não foi totalmente elucidado na literatura, contudo, alguns pesquisadores
sugerem como o produto natural interfere nos mecanismos de desenvolvimento
e patogenicidade microbianos, decorrentes dos efeitos tóxicos que os
metabólitos secundários causam sobre esses microrganismos (CARSON;
HAMMER; RILEY, 2006).
Como é o caso da membrana celular bacteriana, a qual sofre alterações
em sua estrutura e função. Pôr o óleo possuir um caráter hidrofóbico, tende a
deslocar-se da fase aquosa em direção as estruturas membranosas (lipídeos,
proteínas), favorecendo sua permeabilidade e internalização (SOLÓRZANO-
SANTOS; MIRANDA-NOVALES, 2012). Com isso, sistemas enzimáticos e
estruturais da célula também serão corrompidos, como perturbações nos canais
de cálcio e equilíbrio iônico, onde íons importantes ao metabolismo energético
da célula serão eliminados (cálcio, fosfato, potássio) (KNOWLES et al., 2005).
Em consequência, há um declínio da produção e transporte de ATP
intracelular, levando a célula a não ter energia suficiente para eliminar as toxinas
presentes. Tais toxinas podem promover a inativação ou destruição do material
genético, bem como inibir a produção de toxinas bacterianas determinantes das
diarreias (SOUSA et al., 2013).
Além disso, os danos provocados pelo produto natural, podem levar a
membrana citoplasmática a tornar-se mais permeável, favorecendo a
internalização de antibióticos, aos quais levam a suspensão da atividade vital
celular (BURT, 2004). Podendo tal efeito, ser obtido a partir do sinergismo de
óleos essenciais com fármacos antimicrobianos (COUTINHO et al., 2010a).
Os mecanismos citados, expõem a eficácia que um produto natural pode
exercer sobre um patógeno, a qual muitas vezes é maior do que quando
comparada a um composto isolado (DA CUNHA; ROQUE; DA SILVA, 2006).
Devendo-se levar em consideração que as atividades biológicas, em especial a
antimicrobiana, pode variar de uma espécie para outra, ou até mesmo, em
espécies iguais, decorrente da variância de constituição química que as mesmas
apresentam (TAJKARIMI; IBRAHIM; CLIVER, 2010).
31
2.4 BIOFILME
Biofilme, caracteriza-se por se tratar de uma organização multicelular
microbiana, a qual está aderida a substratos bióticos ou abióticos. Sua
constituição, inclui a presença de uma forte matriz extracelular que o envolve,
fortalecendo e protegendo-o de possíveis danos advindos do meio externo,
decorrentes de polissacarídeos, proteínas e ácidos nucleicos que compõe a
matriz (BRANDA et al., 2005).
Grande parte dos biofilmes, possuem 10% de massa seca, a qual fazem
parte os microrganismos, e 90% de matriz extracelular (FLEMMING;
WINGENDER, 2010). Interiormente a matriz, ocorre o processo de Quorum
Sensing (QS), que é descrito como uma comunicação célula/célula, a qual
abrange diversas interações moleculares (DE KIEVIT, 2009). Uma interessante
característica do biofilme, é que as células podem mover-se e sair da
comunidade, colonizando assim superfícies distintas. Outra característica, seria
a presença de forças que podem promover a integridade do biofilme, como as
interações hidrofóbicas, forças eletrostáticas e de Van der Waals (FLEMMING;
WINGENDER, 2010).
Um efeito sinérgico entre os microrganismos favorece processos
sincronizados, aos quais em células de vida livre não é possível obter.
Garantindo assim, a proteção de bactérias, por exemplo, contra o sistema
imunológico do hospedeiro, dessecação e biocidas (antibióticos e desinfetantes)
(VAN HOUDT; MICHIELS, 2010). Para que haja a formação do biofilme, a
comunicação intercelular é essencial, podendo este ser monoespecífico (apenas
um tipo de microrganismo) ou heteroespecífico (vários tipos de microrganismos).
Sendo o biofilme bacteriano, geralmente classificado como monoespecífico
(BUTANY et al., 2002).
Um exemplo de formação do biofilme que ocorre com frequência, é a
placa dentária (Figura 10 – Página 32). Inicialmente, a uma adesão bacteriana
em superfícies bióticas (mucosa oral), favorecida através das estruturas
morfológicas do microrganismo como pili, flagelos e fímbrias. Após, as células
formam micro colônias, as quais maturam-se e sintetizam exopolissacarídeos e
constituintes da matriz polimérica. O desprendimento das células, representa a
etapa final do biofilme (KAPLAN, 2010), sendo estas capazes de colonizar outras
superfícies, favorecidas por diversos fatores (distúrbios mecânicos, degradação
32
enzimática, indução de motilidade, produção de surfactantes) (KARATAN;
WATNICK, 2009).
Figura 10. Etapas de formação do biofilme.
Fonte: Adaptado de Tremblay et al., 2014.
Além de possuir capacidade de expressão de diferente genes, o biofilme
também favorece a transmissão de reservatórios ambientais e infecções para
um hospedeiro por meio da propagação das células de vida livre (KAPLAN,
2010). Sendo assim, mais resistentes de 10-1000 vezes a agentes
antimicrobianos (CERI; OLSON; TURNER, 2010), tendo por principal fator de
resistência, a matriz extracelular, a qual reduz/impede a propagação de agentes
antibióticos, assim como, a latência das células internas ao biofilme e a
proximidade destas que promovem a transferência de genes resistentes (LEWIS,
2008).
Dentre as infecções resultantes de biofilmes, pode-se destacar otite;
endocardite; pneumonia; fibrose cística e infeções urinárias (ANDERSON et al.,
2003). As quais podem ser tratadas através de produtos naturais eficazes frente
a ação do biofilme formado, como por exemplo os óleos essenciais (MILLEZI et
al., 2013). Vários estudos descritos na literatura, relatam a atividade antibiofilme
desses produtos, por possuírem a capacidade de eliminação das comunidades
formadas por microrganismos, em especial, as bactérias. Constituindo assim,
33
uma nova alternativa de combate a patógenos resistentes (BUDZYNSKA et al.,
2011).
2.5 MICRORGANISMOS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA E RESISTÊNCIA AOS
FÁRMACOS ANTIBIÓTICOS
A microbiota humana é composta por uma ampla diversidade de
microrganismos, em especial as bactérias, as quais colonizam diversos órgãos
do corpo desde o nascimento (laringe, traqueia, brônquios, sinus nasais,
esôfago, estômago, intestinos, trato urinário, órgãos genitais) (DONIA;
FISCHBACH, 2015).
A função destas está associada a proteção do indivíduo frente a
patógenos resistentes (DAVILA et al., 2013), em decorrência da produção de
vitaminas, modulação do sistema imune e síntese de produtos de fermentação.
Contudo, nem sempre essa colonização ocorre de forma simbiótica (CLEMENTE
et al., 2012).
Perturbações fisiológicas como imunossupressão, além de infecções
hospitalares e uso indiscriminado dos fármacos antimicrobianos, levam ao
desenvolvimento de formas bacterianas multirresistentes, que constituem uma
grande ameaça à saúde pública (NASCIMENTO; SILVA; MADUREIRA, 2013).
Por consequência, há um retrocesso na terapêutica microbiana, uma vez que
novas alternativas de tratamento devem ser desenvolvidas, como por exemplo,
agentes antibacterianos naturais (SENTHIL-RAJAN et al., 2013).
A seguir, serão descritas algumas espécies bacterianas de importância
clínica, as quais desenvolveram mecanismos de resistência ao longo do tempo.
2.5.1 Staphylococcus epidermidis
Staphylococcus epidermidis caracteriza-se por ser uma célula Gram
positiva em forma de cocos, pertencente à família micrococaceae. Consiste em
ser um habitante natural da pele humana (GRICE et al., 2009), no entanto, a
espécie é tida como oportunista, no que se refere a causar infecções
nasocomiais subagudas ou crônicas, em órgãos específicos (coração, olhos,
ouvidos, garganta), bem como transmitidas através de cateteres e implantes
ortopédicos (ROGERS; FEY; RUPP, 2009).
34
Uma característica marcante de S. epidermidis, é sua capacidade de
aderir a superfícies e formar biofilmes (RUPP, 2014). Esses, constituem-se de
uma mistura de células bacterianas e nutrientes, aos quais formam uma forte
matriz de polissacarídeo, que serve como proteção das células, além de elevar
a sua viabilidade e persistência (STEWART; FRANKLIN, 2008) (MOORMEIER
et al., 2013).
As bactérias que estão inseridas no biofilme, são modificadas quanto a
sua fisiologia e expressão gênica, favorecendo o desenvolvimento de formas
resistentes a antimicrobianos (YANG et al., 2010). A resistência a meticilina
(MRSE) é a mais comum para cepas de S. epidermidis (ERRECALDE et al.,
2013), decorrente da aquisição de genes (mecA) aos quais são transferidos de
uma espécie a outra. Além disso, tem se tornado crescente o número de
relatórios sobre a susceptibilidade reduzida da bactéria à vancomicina
(QUITOCO et al., 2013).
2.5.2 Staphylococcus aureus
S. aureus, também caracterizado como um coco gram positivo,
pertencente à família micrococaceae, onde é encontrado na microbiota natural
humana (pele e fossas nasais). Contudo, tem sido considerado o microrganismo
que mais causa infecções em ambientes hospitalares, como abcessos cutâneos;
bacteremias; endocardites; pneumonia; entre outros (TRABULSI et al., 2005).
Assim como S. epidermidis, S aureus também possui a capacidade
formadora de biofilmes, principalmente em cateteres endovenosos e próteses
(DAVIS, 2005). As patologias decorrentes de S. aureus podem estar associadas
a três eventos: invasão direta dos tecidos, bacteremia primária e produção de
toxinas (ANDRIOLO, 2005). Onde os mecanismos de patogenicidade diferem
entre as cepas gram positivas, fazendo com que várias características presentes
nessa bactéria não estejam presentes em outras (LUTZ et al., 2003).
Inicialmente, há uma aderência do microrganismo ao epitélio do
hospedeiro, o qual desenvolve estratégias de permanência como a opsonização
do sistema complemento, neutralização fagocitária e inibição da resposta
imunológica celular e humoral. Posteriormente, fatores de virulência são
apresentados para que haja uma maior adesão celular, tanto na obtenção
nutricional como na resposta evasiva imunológica do hospedeiro. Três tipos de
35
classificação remetem a virulência de S. aureus: aderência as células do
hospedeiro ou matriz extracelular através da produção de fibrinogênio,
fibronectina, colágeno; produção de enterotoxinas nos mecanismos de evasão
defensiva do hospedeiro (SEs A-E, G-J, K, L, M, O e P); proteínas do sistema
invasivo (toxinas α, β, δ, γ e δ) na célula do hospedeiro e aderência a superfície
de materiais hospitalares (cateteres e sondas) (OLIVEIRA et al., 2001).
O alto grau infectante de S. aureus não está apenas restrito a esses
fatores, mas também a diversas proteínas que medeiam essa resposta de
virulência. Dentre elas pode-se citar o ácido teicóico, glicanopeptídeo, proteína
A, betalactamases, coagulases, hialuronidases, catalases, lipases, proteases,
esterases, DNAses, toxinas (alfa, beta e gama, leucocidina, esfoliatina, toxina do
choque tóxico, enterotoxinas) (LUTZ et al., 2003). De acordo com o tipo de
proteína ou toxina produzida, a resposta imunológica reflete em manifestações
clínicas e graus de patogenicidade diferenciados. Como por exemplo, a toxina
esfoliativa estafilocócica, que leva a síndrome do choque tóxico e da pele
escaldada, bem como a leucocidina, que pode causar infecções severas de pele,
furunculoses, pneumonia necrosante infanto-juvenil (IWATSUKI et al., 2006).
S. aureus tem desenvolvido mecanismos de resistência aos
antimicrobianos com o passar do tempo que merecem atenção (Figura 11 –
Página 36). Iniciando no final da década de 1930, onde surgiram os primeiros
relatos de espécies resistentes, as quais eram capazes de driblar os
mecanismos farmacológicos de penicilinas, através da produção de enzimas
betalactamases que hidrolisavam o anel beta-lactâmico do fármaco, tornando-o
inativo (MAMISUKA, 2005).
36
Figura 11. Relação entre o surgimento de antibióticos e cepas resistentes de S. aureus nos séculos XX e XXI.
Fonte: (DOS SANTOS et al., 2007).
Em 1959, os índices de resistência frente a esse medicamento já atingiam
80%, se estendendo as ampicilinas e amoxilinas. Tendo em mente a
preocupação de desenvolver fármacos que combatessem as patogenias
provindas desses microrganismos, a meticilina foi criada, no entanto, após uma
década, as primeiras cepas resistentes foram surgindo, sendo denominadas de
MRSA (S. aureus resistente a meticilina). Estas se disseminaram em uma escala
alarmante por hospitais. Pesquisadores citam que a resistência dos
microrganismos a meticilina, é provinda de um gene cromossômico denominado
mecA, que codifica alterações nos receptores dos betalactâmicos, fazendo com
que seja produzida uma proteína ligadora de penicilina (PPB2A) com baixa
afinidade pelo antibiótico (VELÁZQUEZ-MEZA, 2005).
Embora MRSA esteja atribuído a infecções hospitalares, o surgimento da
espécie em patologias relacionadas a comunidade tem sido cada vez mais
relatadas (CO-MRSA) (MORAN et al., 2006). As quais são transmitidas através
de genes mecA na população (FEY et al., 2003), levando a doenças cutâneas;
bacteremias; endocardites; osteomelites e pneumonias, tanto em crianças como
em adultos (DUFOUR et al., 2002). Esses microrganismos apresentam
características que diferem das espécies MRSA, estando relacionadas apenas
com resistência aos beta-lactâmicos, enquanto que a primeira, possui resistência
a variadas drogas (GRAHAM; LIN; LARSON, 2006).
37
Glicolipídios, como vancomicina e teicoplanina, foram os fármacos de
escolha após o surgimento das espécies MRSA, contudo, a vancomicina
causava diversos efeitos adversos nos pacientes como toxicidade e
nefrotoxicidade (MACHADO et al., 2005). Além de que, após alguns anos,
novamente as bactérias desenvolveram seus mecanismos de resistência frente
a esse fármaco (VRSA), que incluíam alterações genéticas adquiridas a partir de
genes de resistência de outras bactérias, bem como inativação e destruição da
droga transmitido através de plasmídeos e transposons (DE LIMA et al., 2005).
Relatos de S. aureus com resistência intermediária à vancomicina (VISA)
são descritos na literatura, sendo estes constituídos de populações mistas
celulares com pouca ou nenhuma resistência ao fármaco e aquelas que
apresentam uma subpopulação resistente (HOWDEN et al., 2006). Estando
associado, geralmente, a infecções persistentes, hospitalizações e tratamentos
prolongados com o antibiótico (HOWDEN et al., 2010).
É imprescindível na prática clínica, que os profissionais da saúde tratem
a patogenicidade desse agente com muita cautela. Já que esta cepa desenvolve
mecanismos de resistência com facilidade, decorrentes, em especial, da
administração inadequada dos antibióticos, onde a saúde pública e a pesquisa
científica do país são essenciais na busca de novos agentes eficazes frente aos
microrganismos resistentes (DOS SANTOS et al., 2007).
2.5.3 Enterococcus faecalis
Enterococcus faecalis, classificada como uma bactéria gram positiva,
apresenta-se morfologicamente como cocos em pares ou em pequenas fileiras,
formando cerca de 105-108 unidades formadoras de colônias (UFC) por grama
de fezes. Faz parte da microbiota intestinal humana, trato genital feminino e
cavidade oral (KOCH et al., 2004), a qual possui a capacidade de sobreviver em
ambientes com ou sem a presença de oxigênio (anaeróbios facultativos)
(RÔÇAS; SIQUEIRA; SANTOS, 2004).
E. faecalis também possui a habilidade catalizadora de diversas fontes
energéticas como carboidratos, glicerol, lactato, malato, citrato, arginina,
agmatina, dentre outros. Bem como suporta ambientes com elevada alcalinidade
(9,6) e salinidade; presença de sais biliares; detergentes; metais pesados;
etanol; azida e dessecação (GILMORE, 2002). Com crescimento variando dos
38
10-45°C, podendo sobreviver até 60°C por 30 minutos (TENDOLKAR;
BAGHDAYAN; SHANKAR, 2003).
Desde a década de 1970, existe uma atenção voltada as cepas
enterocóccicas devido a sua patogenicidade em casos de bacteremias,
endocardites, meningites bacterianas e infecções do trato urinário (VAN TYNE;
GILMORE, 2014). Onde nos EUA, cerca de 80% das infecções nasocomiais
decorrem da presença de E. faecalis (FRANZ et al., 2003). Pesquisas
demonstram, que esse microrganismo consegue invadir o canal radicular do
dente, chegando até o sistema linfático de ratos, considerando esta uma via de
infecção envolvida na patogênese de doenças oportunistas (DE MELO MALTOS
et al., 2003).
Outra via de infecção é quando há uma associação da bacteremia com a
formação de biofilmes provindos de materiais médicos, aos quais, possuem um
elevado grau de resistência frente a fármacos antibióticos (PAGANELLI;
WILLEMS; LEAVIS, 2012), em especial, à vancomicina (VAN TYNE; GILMORE,
2014). Essa resistência, decorre da transmissão horizontal de genes de
virulência entre as cepas (PAGANELLI; WILLEMS; LEAVIS, 2012). Um exemplo,
é quando há transferência de genes resistentes à vancomicina nas espécies de
E. faecalis para S. aureus (PALMER; KOS; GILMORE, 2010).
2.5.4 Pseudomonas aeruginosa
Pseudomonas aeruginosa, pertencente à família Pseudomonadaceae, é
caracterizado como um bacilo gram negativo, responsável por causar diversos
surtos de infecções oportunistas (SADER et al., 2001). Decorrente da sua ampla
disseminação, alta letalidade (GALES et al., 2004) e resistência a variados
fármacos antimicrobianos (LIVERMORE, 2002).
O que ocorre em geral, no surgimento da resistência, é um intercâmbio de
material genético natural intra ou interespécies, havendo uma diminuição da
sensibilidade aos antibióticos anti-Pseudomonas (LANDMAN et al., 2007). Até
mesmo em classes como carbapenêmicos e cefalosporinas, aos quais eram
usados como último recurso no tratamento de infecções causadas por esse
agente (RUPP; FEY, 2003).
Com relação a estas classes, a produção de enzimas (betalactamases e
metallo-betalactamases) por parte do microrganismo, tem sido relatada como
39
fator primordial para a inativação dos fármacos (LINCOPAN et al., 2005). Como
por exemplo, o imipenem, um antibiótico bastante utilizado na prática clínica
frente P. aeruginosa, que tinha sua forma e função alterados devido à presença
dessas enzimas (ZAVASCKI et al., 2006). Estas, por sua vez, desenvolveram
mecanismos de modificação estrutural no antimicrobiano para que a resistência
ocorresse, como perda de porinas; presença de proteínas de ligação as
penicilinas com baixa afinidade por carbapenêmicos; superexpressão de
bombas de efluxo e hidrólise enzimática (NEVES et al., 2011).
Assim como nas outras espécies já citadas, P. aeruginosa também possui
capacidade formadora de biofilmes (FERRIS, 2014), o que dificulta ainda mais o
tratamento da patogenia decorrente, por haver uma diminuição da resposta
imune do hospedeiro e aumento de resistência aos medicamentos (SHAH et al.,
2006). Variados são os sintomas que o paciente apresenta quando há infecção,
dentre eles, destacam-se bacteremias em pessoas com queimaduras graves;
queratite ulcerativa aguda naqueles que fazem o uso inadequado de lentes de
contato; bem como, infecção pulmonar crônica nos enfermos com fibrose cística
(NEBES et al., 2016).
Esta última enfermidade merece atenção, já que, por se tratar de uma
doença crônica, as bactérias sofrem alterações fenotípicas, sendo
caracterizadas por conter fenótipo mucoide (MUC) proveniente do alginato
polissacarídeo extracelular (RYALL et al., 2014). Isso leva a uma maior
dificuldade de inibição da resposta bacteriana, por consequente, há uma piora
no estado clínico dos pacientes (SILVA FILHO et al., 2013).
2.5.5 Escherichia coli
Uma outra família que merece destaque é Enterobacteriaceae, a qual,
abrange espécies gram negativas de grande importância clínica que serão
citadas a seguir. Iniciando por E. coli, considerada a maior causadora de
doenças entéricas, tanto em humanos como em animais (GODOY, 2001).
O processo de patogenicidade dessa bactéria inclui variados fatores de
virulência (lipopolissacarídeos de membrana-LPS; presença de cito e
exotoxinas; propriedades de resistência ao meio que contenha ferro como os
sideróforos; multirresistência aos antimicrobianos e a colonização celular
facilitada por fímbrias, adesinas e pili) (RUSSO; JOHNSON, 2000). Que
40
juntamente com as proteínas (termolábeis e termossensíveis) excretadas no
trato gastrointestinal (TGI), dificultam a síntese proteica, com consequente
quadro diarreico no paciente acometido (FAIRBROTHER; GYLES, 2006).
E. coli também exibe uma maior habilidade de resistência frente ao
sistema imunológico do hospedeiro, proporcionado pelas proteínas produzidas
através do microrganismo, que conseguem driblar o sistema complemento e
fagocitário (MONROY et al., 2005). Resistência esta que se intensifica quando
a população faz o uso indiscriminado de fármacos antimicrobianos, bem como
quando a infecção se dá por conta de patógenos oriundos de biofilmes
(LAVERTY; GORMAN; GILMORE, 2014).
Perdas de sensibilidade por parte de E. coli já foram relatadas na
literatura, como frente aos aminoglicosídeos (ROGERS; SIDJABAT;
PATERSON, 2010), carbapenêmicos (MORRIS et al., 2012) e beta lactâmicos
(VALENZA et al., 2014). Todavia, é essencial que se haja o reconhecimento da
linhagem e seu perfil de resistência ao medicamento, uma vez que isso leva a
uma redução do amplo espectro de ação e aumento da sensibilidade (BACCARO
et al., 2002).
2.5.6 Klebsiella pneumoniae
Também pertencente à família Enterobacteriaceae, K. pneumoniae é tida
como um importante agente patogênico de infecções hospitalares. Sendo estas,
caracterizadas por elevados níveis de morbi/mortalidade, decorrentes da ampla
resistência que a espécie possui frente a variadas classes de fármacos
antimicrobianos (CODO; SARAIVA; MEDEIROS, 2016).
KPC’s, são assim chamadas as linhagens que possuem a enzima
carbapenamase, a qual agrega resistência a bactéria por hidrolisar o anel β-
lactâmico de alguns antibióticos, como penicilinas; cefalosporinas;
monobactamas; carbapenêmicos e inibidores da β-lactamase (PAPP-WALLACE
et al., 2010). Além de ser encontrada em K. pneumoniae, estudos revelam que
a enzima também pode estar presente em outras espécies, que incluem
Escherichia coli; Enterobacter sp.; Salmonela entérica; Proteus mirabilis;
Citrobacter freundii; Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii
(ROBLEDO et al., 2010).
41
Nos últimos anos, tem-se observado uma elevada disseminação desses
microrganismos resistentes nos ambientes hospitalares. Como por exemplo, um
estudo realizado em um hospital no Rio Grande do Sul, ao qual evidenciou
resistência de até 95% aos carbapenêmicos, das amostras analisadas de K.
pneumoniae coletadas de pacientes (PEREZ; RODRIGUES; DIAS, 2016). Onde
tal resistência, pode ser transmitida de um paciente a outro, elevando ainda mais
os casos de infeções (PATERSON; BONOMO, 2005).
Já que se trata de uma espécie predominante de ambientes hospitalares,
a presença de biofilmes formados está intimamente relacionada aos
equipamentos desses locais (HALL-STOODLEY; COSTERTON; STOODLEY,
2004). Contribuindo ainda mais, na dispersão das bactérias em sistemas
biológicos humanos (respiratório, intestinal, urinário) e elevando-se o nível de
resistência destas (FUX et al., 2005).
2.5.7 Serratia marcescens
Serratia marcescens, outra espécie pertencente à família
Enterobacteriaceae, fora relatada pela primeira vez em 1819, onde até então,
acreditava-se que a bactéria era tida como não patogênica (MAHLEN, 2011).
Após a segunda metade do século XX, infecções decorrentes do microrganismo
provaram seu potencial patogênico, as quais persistem até os dias atuais, como
meningites; septicemia; pneumonia; infecções do trato urinário; dentre outras
(VOELZ et al., 2010).
Em geral, os fatores que facilitam a aquisição de enfermidades
provenientes de Serratia são o histórico de alcoolismo; trauma; doença vascular
periférica; lúpus eritematoso sistêmico; imunossupressão; diabete mellitus;
artrite; queimaduras e insuficiência renal (VANO‐GALVAN et al., 2014). Além do
uso inadequado de fármacos antimicrobianos, que induz ao surgimento de
espécies resistentes.
Dentre esses fármacos, destacam-se os betalactâmicos e a colistina, aos
quais, perderam a sensibilidade frente ao microrganismo, decorrente da
presença de determinantes de resistência cromossômica mediada por
plasmídeos (MAHLEN, 2011). Estes, podem facilmente espalhar-se de uma
espécie a outra, elevando-se ainda mais o grau de resistência microbiana (MATA
et al., 2010).
42
Uma outra característica importante que está associada a patogênese de
S. marcescens, é sua capacidade formadora de biofilmes, através da aderência
bacteriana em dispositivos médicos e superfícies epiteliais do hospedeiro (HALL-
STOODLEY; COSTERTON; STOODLEY, 2004). Através de um sistema de
comunicação célula-célula denominado Quorom sensing (QS), os
microrganismos presentes no biofilme, regulam os fatores de virulência,
proporcionando assim, uma estratégia eficaz na inibição do mecanismo
farmacológico do medicamento (BAKKIYARAJ; SIVASANKAR; PANDIAN,
2012).
2.6 ATIVIDADE SINÉRGICA
A utilização de fármacos no combate a infecções microbianas vem sendo
realizada por muito tempo através da população (SILVEIRA et al., 2006). No
entanto, a prática de administração do medicamento de forma inadequada e
indiscriminada, tem elevado o índice de resistência por parte dos
microrganismos, dificultando o tratamento das enfermidades
(GEORGOPAPADAKOU, 2002); (NOSTRO et al., 2004). Com isso, houve um
aumento considerável nos casos de morbidade e mortalidade, bem como nos
custos do tratamento realizado por instituições de saúde (COUTINHO;
CORDEIRO; BRINGEL, 2000) (DANCER, 2001).
Inúmeros mecanismos de resistência desenvolvem-se na célula
microbiana, a fim de impedir a ação do efeito farmacológico sobre ela. Dentre
tais mecanismos pode-se citar: redução da concentração do antibiótico no
interior celular, devido a diminuição de absorção e aumento da atividade de
bombas de efluxo (PIDDOCK, 2006); modificação covalente da molécula do
fármaco, bem como, aumento da produção de inibidores competitivos (BROWN-
ELLIOTT; NASH; WALLACE, 2012); (PELGRIFT; FRIEDMAN, 2013).
Uma alternativa eficaz para driblar tal resistência, seria a utilização de
produtos naturais, uma vez que estes, são ricos em misturas complexas de
fitocompostos (COUTINHO et al., 2015). Tanto na forma isolada, quanto na
forma combinada ao fármaco de escolha, resultando dessa forma, num efeito
modulador/modificador frente a resposta microbiana (COUTINHO et al., 2010b).
Quando há um aumento da resposta farmacológica após a combinação produto
43
natural-fármaco, diz-se que ocorreu um sinergismo. Contrário a este, seria um
antagonismo (CANTON; ONOFRE, 2010).
O efeito modulador sinérgico que essa interação resulta na célula
bacteriana, é a inversão da resistência, caracterizada pela eliminação de fatores
de virulência como plasmídeos; inibição de bombas de efluxo, e aumento da
permeabilidade da membrana plasmática microbiana, facilitando assim, a
absorção do antimicrobiano no interior do patógeno (KARLA MONIK et al., 2015);
(NOGUEIRA et al., 2014).
44
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a atividade biológica in vitro do óleo essencial obtido das folhas
de Leonotis nepetifolia (OELN).
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Determinar a atividade antimicrobiana do OELN pelo método de
Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida
Mínima (CBM);
• Avaliar a capacidade formadora de biofilmes das espécies
bacterianas testadas in vitro;
• Determinar a atividade antibiofilme do OELN frente a espécies
bacterianas;
• Avaliar a atividade sinérgica do OELN com fármacos
antimicrobianos.
45
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 ÓLEO ESSENCIAL DE Leonotis nepetifolia
O óleo essencial de L. nepetifolia foi fornecido pela equipe do Núcleo de
Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais da Universidade Federal do Vale do
São Francisco (NEPLAME/UNIVASF), através da pesquisadora Ana Paula de
Oliveira.
As folhas (Figura 12) foram coletadas no município de Petrolina,
Pernambuco, Brasil, sendo identificadas e preparada uma exsicata, a qual foi
depositada no herbário do Vale do São Francisco (HVASF), obtendo o respectivo
número de identificação 4454.
Figura 12. Exsicata da espécie de Leonotis nepetifolia depositada no Herbário da Universidade Federal do Vale do São Francisco.
Fonte: (OLIVEIRA, 2014).
46
Após a identificação, as folhas de L. nepetifolia foram pesadas, trituradas
e colocadas em aparelho Clevenger com éter de petróleo como facilitador de
arraste, sendo submetidas ao processo de hidrodestilação por 2h. Em seguida,
o óleo essencial obtido foi refrigerado e separado da fase aquosa, onde a
porcentagem de extração foi calculada de acordo com a massa do óleo essencial
obtida sobre a massa das folhas frescas coletadas (Figura 13). A análise
química do OELN foi realizada em um cromatógrafo de gás Shimadzu QP-2010,
acoplado a um espectrômetro de massas (GC-MS) (OLIVEIRA et al., 2016).
Figura 13. Aparelho de Hidrodestilação Clevenger.
Fonte: Autoria própria.
47
4.2 MICRORGANISMOS
As cepas padrões e isolados clínicos bacterianos (Tabela 3) utilizados nos
ensaios, foram obtidos na bacterioteca do Laboratório de Imunologia e
Microbiologia da UNIVASF em Petrolina-PE, Brasil. Sendo cultivados no
intervalo de 15/30 dias para a manutenção da viabilidade das colônias.
Tabela 3. Linhagens padrões e isolados clínicos bacterianos.
Linhagens Padrões Isolados Clínicos
Enterococcus faecalis ATCC19433 S. aureus I
Escherichia coli ATCC S. aureus II
Klebsiella pneumoniae ATCC 13883 S. aureus III
Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 S. aureus IV
Serratia marcescens ATCC 13880 S. aureus V
Staphylococcus aureus ATCC 25923 S. aureus 7669
Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 S. aureus 7788
S. aureus 8107
S. aureus 8521
S. aureus 8536
S. aureus 9606
*ATCC: American Type Culture Collection. Fonte: Autoria própria.
4.3 MEIOS DE CULTURA
Foram utilizados nos ensaios biológicos os seguintes meios de cultura
(Tabela 4). A preparação foi realizada de acordo com as instruções do
fabricante, sendo submetidos a esterilização em autoclave de vapor quente, por
15 minutos a 21°C.
Tabela 4. Meios de cultura utilizados nos ensaios e suas aplicações.
Meio de Cultura Estado Físico Aplicação
Brain heart infusion (BHI) Ágar Cultivo bacteriano
Brain heart infusion (BHI) Caldo Inóculo baceriano
Mueller hinton (MH) Ágar CBM, Checkerboard
Mueller hinton (MH) Caldo Inóculo bacteriano, MIC, Checkerboard
Tryptic soy (TSB) Caldo Inóculo bacteriano, biofilme
CIM: Concentração inibitória mínima; CBM: Concentração bactericida mínima. Fonte: Autoria própria.
48
4.4 ANTIBIÓTICOS
A escolha dos antimicrobianos foi realizada através do antibiograma,
empregando-se a metodologia de disco difusão (NCCLS, 2003). As linhagens
bacterianas utilizadas foram as gram negativas as quais apresentaram inibição
frente a CIM do OELN. Os antibióticos empregados no antibiograma foram:
ampicilina, cefazolina, ciprofloxacina, gentamicina, imipenem, amoxilina e
cefotaxima. Inicialmente, foi preparada uma suspensão bacteriana, a qual foi
inoculada em ágar MH, e acrescentado a este, os discos de antibióticos. As
placas de petri foram incubadas em aerobiose (37°C/24h).
Após esse período, foi analisado o padrão de crescimento ou inibição ao
redor de cada disco, sendo então medido o tamanho de cada halo. Os resultados
foram comparados aos padrões do NCCLS (2003). Não houve a necessidade de
realização do referido teste para S. aureus, tendo em vista a oxacilina como
fármaco de escolha previamente definido.
4.5 PREPARO E PADRONIZAÇÃO DOS INÓCULOS BACTERIANOS
As linhagens microbianas foram cultivadas em ágar BHI, onde
posteriormente, foram incubadas, em aerobiose, a 37°C por 24h, numa estufa
bacteriana. Após, foi preparada uma padronização para a realização do inóculo,
que consistiu em retirar uma alçada da amostra e colocá-la em solução salina, a
fim de que fosse comparada a turvação obtida com a escala de Mcfarland 0,5
(1x108 UFC/mL), que correspondeu a uma densidade óptica (DO) de 0,036,
obtida a partir da leitura em espectrofotômetro, com comprimento de onda de
546nm. 100 µL da solução foi transferida para o caldo correspondente ao teste
realizado.
4.6 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO OELN
4.6.1 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)
Para a determinação da CIM e CBM, foi utilizada a metodologia descrita
por CLSI (2014), seguindo as orientações do protocolo M07-A9. Foi preparada
uma solução estoque com o OELN, pesando-se 0,25 mg do produto natural,
49
sendo este diluído em 10 mL de etanol, obtendo-se uma concentração inicial de
25000 µg/mL.
Numa microplaca estéril contendo 96 poços (Figura 14), na posição
horizontal, 200 µL dessa solução foi diluída em 200 µL de caldo MH, seguindo
uma diluição de 1:2 (12500; 6250; 3125; 1562,5; 781,3; 390,6; 195,3 e 97,6
µg/mL). Ao término, 200 µL finais foram descartados e 20 µL do inóculo
bacteriano foi adicionado a cada poço. Os testes foram realizados em triplicata,
sendo reservada uma coluna contendo apenas o meio de cultura (controle
negativo), outra coluna contendo o meio de cultura com o inóculo (controle
positivo) e outra contendo o diluente com o inóculo (controle do diluente).
Figura 14. Placa de microdiluição estéril com 96 poços.
Fonte: Autoria Própria.
As placas foram incubadas em estufa bacteriana por 24h a 37°C, após
esse período, foi adicionado 20 µL do reagente Cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio
(CTT). A mudança para a coloração avermelhada foi indicativa de oxidação
bacteriana, ou seja, houve o crescimento da bactéria no poço. A CIM foi avaliada
como a menor concentração que o OELN conseguiu inibir o crescimento
microbiano, sendo esta comparada com as colunas dos controles.
50
4.6.2 Determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM)
Para a CBM, foi utilizado um replicador, o qual foi inserido no conteúdo da
microplaca, sendo este carimbado em uma placa de petri contendo o ágar MH.
A placa foi incubada em estufa bacteriana por 24h a 37°C, onde posteriormente,
foi realizada a leitura da menor concentração de OELN que conseguiu causar a
morte do inóculo, através do crescimento de colônias na posição do poço
carimbado.
4.6.3 Controle da CIM e CBM
Como controle positivo do processo, foi realizada a CIM e CBM dos
antibióticos de escolha. Para as linhagens gram positivas, aplicou-se oxacilina,
e para gram negativas foi ampicilina, ambas diluídas em DMSO com água
destilada, obtendo-se uma solução estoque com concentração inicial de 2000
µg/mL. Tal concentração foi diluída na microplaca, seguindo uma diluição de 1:2
(1000; 500; 250; 125; 62,5; 31,25; 15,62; 7,81 µg/mL) dos antibióticos.
4.7 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE SINÉRGICA (CHECKERBOARD)
Para determinação da atividade sinérgica, utilizou-se a metodologia
Checkerboard (“tabuleiro de xadrez”), a fim de potencializar a resposta
antimicrobiana, quando combinados OELN com fármaco sintético.
Inicialmente, a suspensão bacteriana foi padronizada, a partir de uma
cultura com 24 h de incubação em meio MH, com adição de PBS (Tampão
fosfato-salino) pH 7 estéril, até atingir a turvação equivalente a escala 0,5 de
McFarland (1x108 UFC/mL) em 625nm. Foram utilizadas placas estéreis de
microdiluição, onde a estas foram acrescentados, 100 µL de caldo MH em todos
os poços, após, nos poços de A6-F6, foi adicionado 100 µL do antimicrobiano,
na concentração equivalente a 8X o valor da CIM. Sendo esta, diluída em série
na horizontal, transferindo 100 µL até os poços de A1-F1.
Posteriormente, nos poços de A1-A6, foram acrescentados 100 µL de
solução do OELN, com concentração equivalente a 4X o valor da CIM. Também
foi realizada diluição seriada na vertical, com 100 µL transferidos até os poços
F1-F6. Fora adicionado a cada poço, 100 µL de solução, contendo o inóculo
51
bacteriano. As placas foram incubadas em aerobiose (37°C/24 h). Após esse
período, com auxílio de um replicador, os poços foram carimbados em ágar MH
para posterior leitura de crescimento das colônias. Como controle positivo, foi
utilizado os poços H1-H3, contendo meio de cultura com inóculo. Já para o
controle negativo, os poços H4-H5, continham apenas o meio de cultura.
Para interpretação da metodologia do checkerboard, selecionou-se o
modelo do Índice Inibitório Fracionado (IFI), onde:
∑IFI = FICA + FICB = CIMAB/CIMA + CIMBA/CIMB
Considerando CIMA e CIMB as CIM’s dos produtos ativos A (OELN) e B
(Antibiótico), quando agem isoladamente frente aos patógenos. Já CIMAB e
CIMBA, são as CIM’s dos produtos A e B, ao agirem em combinação. Diante
disso, a atividade sinérgica poderá ser considerada, de acordo com os critérios
de classificação do IFI, segundo Lee, Jang e Cha (2011) (Tabela 5).
Tabela 5. Critérios de classificação do IFI para a metodologia de Checkerboard
∑IFI Ação
≤ 0,5 Sinérgica
0,5 < IFI < 1 Aditiva
1 < IFI < 2 Indiferente
IFI > 2 Antagônica
IFI: Índice inibitório fracionado. Fonte: (LEE; JANG; CHA, 2011).
4.8 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBIOFILME DO OELN
4.8.1 Avaliação da Capacidade Formadora do Biofilme
Para avaliar se isolados bacterianos formavam biofilme, seguiu-se a
metodologia em microplacas estéreis (96 poços), de Merino e colaboradores
(2009), com modificações. As amostras bacterianas foram incubadas
(aerobiose), em 3 mL de TSB, acrescidos de 0,25% de glicose para S. aureus,
numa estufa, a 37ºC por 24 h. Posteriormente, 195 μL de caldo TSB foram
adicionados nas microplacas de 96 poços juntamente com 5 μL da solução
contendo o inóculo bacteriano. Em seguida, a microplaca foi novamente
52
incubada a 37ºC por 24 h. Após este período, esta foi lavada com 200 μL de
água destilada estéril três vezes.
Os poços foram corados com 100 μL de violeta de genciana, 0,25% por 5
minutos. Todos os poços foram novamente lavados três vezes com 200 μL de
água destilada. Por fim, utilizou-se 200 μL de álcool-acetona (80:20), para fazer
a análise da absorbância em leitor de microplaca modelo EXPERT PLUS-UV,
mensurado em 620 nm. Como controle negativo foi utilizado o meio TSB, sendo
também utilizado como controle do processo a fim de se avaliar uma provável
contaminação. Os ensaios foram feitos em triplicata e os resultados anotados
em uma planilha para posterior análise.
De acordo com os valores de Densidade Ótica (DO) obtidos na leitura, as
linhagens foram classificadas, quanto a sua produção de biofilme, como disposto
na Tabela 6.
Tabela 6. Classificação das linhagens bacterianas quanto a sua produção de biofilme.
Classificação Critério
Negativo DOA ˂ DOCN
Fraco DOCN ˂ DOA ˂ 2x DOCN
Moderado 2x DOCN ˂ DOA ˂ 4x DOCN
Forte DOA > 4x DOCN
DOA- Densidade ótica da amostra teste; DOCN- Densida ótica do controle negativo Fonte: (MERINO et al., 2009).
4.8.2 Avaliação da Atividade Antibiofilme do OELN
O protocolo de interferência com a formação do Biofilme, baseou-se na
metodologia de Nostro e colaboradores (2007) com modificações. Inicialmente,
os inóculos bacterianos foram cultivados em tubos contendo 3 mL de TSB
0,25%, por 24 h a 37 °C. Após este período, 100 μL deste cultivo foram
acrescidos em uma microplaca de 96 poços, juntamente com 100 μL da solução
do OELN contendo o equivalente à metade do valor da CBM observada na
microdiluição em placa. Após 24 h de incubação a 37 °C, as microplacas foram
submetidas a lavagem com 200 μL de água destilada três vezes. Em seguida,
os poços foram corados com 100 μL de violeta de genciana 0,25% por 5 minutos.
Todos os poços foram novamente lavados três vezes com 200 μL de água
destilada. Por fim, utilizou-se 200 μL de álcool-acetona (80:20) para realizar a
53
análise da absorbância em leitor de microplaca modelo EXPERT PLUS-UV,
sendo mensurado a 620 nm. A interferência na formação do biofilme foi feita com
base nos registros de quantificação do biofilme (Tabela 6 – Página 52), antes e
após a adição da substância teste.
4.8.3 Interferência do OELN na Formação do Biofilme Consolidado
Para o biofilme consolidado, 100 μL do inóculo bacteriano foram
incubados em microplacas por 24h a 37ºC, sendo feita uma primeira leitura a 24
h, após a lavagem com 200 μL de água destilada estéril três vezes, a fim de
retirar a população de células não aderidas. Em seguida, 200 μL da solução
contendo a substância isolada, equivalente à metade do valor de CBM
observado na microdiluição em placa, foi acrescida e posteriormente incubada
por 24 h, sendo, então, feita a leitura à 48 h.
Após o registro das DO’s, foi realizada a média das triplicatas e de posse
desse valor, dividiu-se a DO de 24h pela de 48h, sendo o resultado multiplicado
por 100 para verificação da porcentagem de interferência com o biofilme
consolidado. Como controle negativo foi utilizada o meio TSB, sendo também
utilizado como controle do processo a fim de se avaliar uma provável
contaminação. Os ensaios foram realizados em triplicata, tendo os resultados
anotados em uma planilha para posterior análise.
4.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As análises estatísticas pertinentes aos testes do biofilme, foram
realizadas utilizando o programa GraphPad Prism 6.0. Com relação a
quantificação do biofilme, os dados foram plotados, sendo submetidos ao teste
One-way ANOVA (não paramétrico), seguido por pós-teste Dunn’s. Já para a
análise da interferência do OELN na formação do biofilme e consolidado, foi
aplicado o teste Two-way ANOVA (paramétrico), seguido por pós-teste
Bonferroni. As médias foram ditas com diferenças estatísticas, utilizando o
intervalo de confiança de 95%, com valor de p < 0,05.
54
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO OELN
5.1.1 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida
Mínima (CBM) do OELN
Os resultados obtidos para análise bacteriostática e bactericida mínima
do OELN, expõe que suas propriedades antibacterianas, foram ativas contra
cepas gram positivas e gram negativa, como demonstrado nas Tabelas 7 e 8.
Para as demais cepas e isolados, não houve atividade antimicrobiana.
Tabela 7. Valores da CIM e CBM frente a linhagens padrões bacterianas para o OELN.
Identificação da linhagem CIM (µg/mL) CBM (µg/mL)
Escherichia coli ATCC 1562,5 6250
Serratia marcescens ATCC 13880
3125 6250
Staphylococcus aureus ATCC 25923
3125 6250
Staphylococcus epidermidis ATCC 12228
1562,5 6250
CIM: Concentração inibitória mínima; CBM: Concentração bactericida mínima. Fonte: Autoria própria.
Tabela 8. Valores da CIM e CBM frente a isolados cínicos de S. aureus para o OELN.
Identificação do Isolado CIM (µg/mL) CBM (µg/mL)
II 781,25 6250
III 1562,25 3125
7669 3125 6250
CIM: Concentração inibitória mínima; CBM: Concentração bactericida mínima. Fonte: Autoria própria.
Entretanto, por se tratar de um produto natural, Aligiannis e Colaboradores
(2001), sugerem uma classificação para atividade antimicrobiana de óleos
essenciais (Tabela 9 – Página 55). Onde, a partir dos critérios estabelecidos, o
OELN apresentou moderada atividade antimicrobiana frente o isolado II de S.
aureus, bem como, fraca atividade frente as demais linhagens.
55
Tabela 9. Critérios para aceitação da atividade antimicrobiana de óleos essenciais.
Concentração Inibitória Mínima de Óleos Essenciais
Resultado
Até 500 µg/mL Forte atividade antimicrobiana
Entre 500 e 1500 µg/mL Moderada atividade antimicrobiana
Acima de 1500 µg/mL Fraca atividade antimicrobiana Fonte: (ALIGIANNIS et al., 2001).
Demais estudos antibacterianos realizados com OELN, por disco difusão,
também descrevem efeito bacteriostático do mesmo, quando testado frente a
microrganismos como S. aureus e E. coli (GOPAL; VASANTH; VASUDEVAN,
1994). Contudo, ao avaliar a mesma atividade para E. coli, Kiplimo (2007)
observou resistência bacteriana frente a ação do OELN. Vale ressaltar, que a
diferença entre a constituição química de óleos essenciais, pertencentes a
mesma espécie, pode ser um dos fatores que venham a causar discrepância dos
resultados apresentados (DE MORAIS, 2009b). Tendo em vista que o OELN no
presente estudo, teve por composto majoritário Octenol (OLIVEIRA et al., 2014),
já nos testes de Kiplimo (2007), foi Germacreno D.
Além de óleo essencial, extratos de L. nepetifolia, tem demonstrado
atividade antimicrobiana relatada na literatura. É o que Prakash (2016)
apresenta, ao testar o extrato acetato de etila, proveniente do caule e das folhas,
frente espécies de K. pneumoniae, Bacillus subtilis, P. aeruginosa, E. coli e S.
aureus. Oliveira e Colaboradores (2015), também citam haver bom efeito
antibacteriano, ao testar a susceptibilidade de B. subtilis, E. faecalis e S. flexneri,
ao extrato hidroetanólico. Demais extratos, como metanólico (MELÉNDEZ;
CAPRILES, 2006) (SOBOLEWSKA et al., 2012) e etanólico (COS et al., 2002),
são citados por não apresentar tal atividade.
56
5.1.2 Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Bactericida
Mínima (CBM) dos Antibióticos
As Tabelas 10 e 11, demonstram os resultados referentes a CIM e CBM
dos fármacos de escolha.
Tabela 10. Valores da CIM e CBM de oxacilina para cepas padrões e isolados clínicos gram positivos.
Microrganismo CIM (µg/mL) CBM (µg/mL)
S. aureus ATCC 25923 1,95 7,81
S. epidermidis ATCC 12228 1,95 7,81
S. aureus II 15,62 62,5 S. aureus III 7,81 7,81
S. aureus 7669 7,81 7,81 Fonte: Autoria própria.
Tabela 11. Valores da CIM e CBM de ampicilina para cepas padrões gram negativas.
Microrganismo CIM (µg/mL) CBM (µg/mL)
E. coli ATCC 7,81 15,62
S. marcescens ATCC 13880 7,81 15,62
Fonte: Autoria própria.
Tanto a CIM como a CBM dos antibióticos oxacilina e ampicilina,
apresentaram redução quando comparados ao OELN. Entretanto, para
caracterizar sensibilidade por parte da cepa ao antimicrobiano, a CIM da
oxacilina deverá ser ≤ 2 µg/mL e da ampicilina ≤ 8 µg/mL (CLSI, 2017). Sendo
assim, os isolados clínicos de S. aureus, foram confirmados quanto a perca de
sensibilidade ao antimicrobiano (oxacilina), ou seja, resistentes.
A resistência de S. aureus frente a oxacilina (ORSA) persiste desde a
década de 60, quando o uso abusivo desses antibióticos era realizado para o
tratamento de patogenias decorrentes da bactéria (DE SOUSA et al., 2011).
Inicialmente, a presença de ORSA era limitada apenas em ambientes
hospitalares, contudo, observou-se um aumento considerável do espectro de
ação dos microrganismos em comunidades (CA-ORSA) (FERREIRA; ÁVILA,
2001).
57
Essa resistência constitui-se de um fator preocupante, tendo em vista o
grande potencial patogênico que a cepa oferece a população para o
desenvolvimento de infecções (CAVALCANTI et al., 2006). É nesse cenário, que
se faz necessária a busca por novos produtos e metodologias antimicrobianas,
que visem, além da eliminação do patógeno, uma toxicidade seletiva voltada
para este, amenizando assim, possíveis efeitos colaterais aos pacientes
(BROOKS et al., 2012).
5.2 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE SINÉRGICA (CHECKERBOARD)
Os resultados referentes a avaliação da atividade sinérgica do OELN com
os antibióticos oxacilina e ampicilina, frente cepas padrões e isolados clínicos,
estão dispostos nas Tabelas 12, 13 e 14.
Tabela 12. Determinação da atividade sinérgica do OELN com oxacilina frente cepas padrões gram positivas.
Produto S. aureus ATCC 25923 S. epidermidis ATCC 12228
CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO
Sozinho OELN 3125 1562,5
OXA 1,95 1,95
Combinado OELN
+ OXA
97,6 /
0,061
0,0625 Sinergismo 1562,5 /
0,061
1,031 Indiferente
CIM: Concentração inibitória mínima; ∑IFI: Índice inibitório fracionado; OXA: Oxacilina; OELN:
Óleo essencial de Leonotis nepetifolia. Fonte: Autoria própria.
Na Tabela 12, é possível observar que quando avaliada a interação do
OELN com oxacilina frente S. aureus ATCC 25923, houve sinergismo
(∑IFI=0,0625), em decorrência da redução de CIM do óleo essencial (3125 para
97,6 µg/mL) e do antibiótico (1,95 para 0,061 µg/mL).
Tabela 13. Determinação da atividade sinérgica do OELN com oxacilina frente
isolados clínicos de S. aureus.
CIM: Concentração inibitória mínima; ∑IFI: Índice inibitório fracionado; OXA: Oxacilina; OELN:
Óleo essencial de Leonotis nepetifolia. Fonte: Autoria própria.
Produto S. aureus II S. aureus III
CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO
Sozinho OELN 781,25 1562,5
OXA 15,62 7,81
Combinado OELN+OXA 24,4 /
0,488
0,0624 Sinergismo 48,8 /
0,244
0,0624 Sinergismo
58
Sinergismo também foi verificado, na associação de ambos produtos
testados, frente isolados clínicos de S. aureus II (∑IFI=0,0624) e III (∑IFI=0,0624)
(Tabela 13 – Página 57). Onde a CIM do OELN e oxacilina, foram reduzidas no
isolado II (781,25 para 24,4 µg/mL) (15,62 para 0,488 µg/mL) e no isolado III
(1562,5 para 48,8 µg/mL) (7,81 para 0,244 µg/mL), respectivamente.
Lahmar e Colaboradores (2017), ao avaliarem o potencial sinérgico de
óleos essenciais obtidos de diferentes espécies vegetais (Pituranthos
chloranthus, Teucruim ramosissimum e Pistacia lentiscus) com oxacilina frente
isolados clínicos de S. aureus, também obtiveram redução da CIM dos produtos.
Assim como Rondevaldova e Colaboradores (2017), que testaram um terpeno,
isolado do óleo essencial de Nigella sativa (thymoquinone), com oxacilina, onde
de 7 isolados de S. aureus testados, 3 tiveram sua resistência superada pelo
antibiótico, apresentando um IFI que variou de 0.263-0.450.
Tabela 14. Determinação da atividade sinérgica do OELN com ampicilina frente cepas padrões gram negativas.
Produto E. coli ATCC S. marcescens ATCC 13880
CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO CIM
(µg/mL)
∑IFI
INTERAÇÃO
Sozinho OELN 1562,5 3125
AMP 7,81 7,81
Combinado OELN
+ AMP
97,6 /
0,244
0,0937 Sinergismo 3125 /
0,488
1,062 Indiferente
CIM: Concentração inibitória mínima; ∑IFI: Índice inibitório fracionado; AMP: Ampicilina; OELN:
Óleo essencial de Leonotis nepetifolia. Fonte: Autoria própria.
Com relação a E. coli ATCC (Tabela 14), um efeito sinérgico também foi
tido na associação do OELN com ampicilina, havendo redução da CIM do óleo,
de 1562,5 para 97,6 µg/mL, e do antibiótico (7,81 para 0,244 µg/mL), com valor
de ∑IFI=0,0937. Similar a estes resultados, Palaniappan (2010), ao testar a
combinação de 3 compostos terpênicos (timol, carvacrol e cinamaldeído)
isolados de óleos essenciais, com ampicilina, também observou sensibilidade
por parte das cepas de E. coli, ao serem submetidas a ação antimicrobiana
sinérgica do fármaco com os metabólitos.
No presente estudo, é possível observar, que ao combinar OELN com
oxacilina frente S. aureus ATCC 25923, S. aureus II e S aureus III, a CIM do óleo
essencial fica abaixo de 500 µg/mL, valor este, que quando comparado aos
critérios estabelecidos por Aligiannis e Colaboradores (2001) (Tabela 9 – Página
59
55), determinam que o óleo, onde antes era considerado como detentor de fraca
a moderada atividade antimicrobiana, passar a ter forte atividade. O mesmo pode
ser visto, na associação do OELN com ampicilina, frente E. coli ATCC.
Com relação aos fármacos antimicrobianos, isolados clínicos de S. aureus
(II e III), que antes eram classificados como resistentes a ação isolada da
oxacilina, tiveram sua CIM reduzida para < 2 µg/mL, onde em concordância ao
CLSI (2017), esse valor caracteriza sensibilidade por parte do microrganismo.
Redução da CIM de oxacilina, também pôde ser vista para cepas padrões de S.
aureus ATCC 25923, e ampicilina para E. coli ATCC.
Segundo Lobo e Colaboradores (2014), sinergismo é tido como a
potencialização da atividade biológica de dois produtos combinados, os quais,
agem em um determinado patógeno. Razão pela qual, esse tipo de estudo tem
se tornado de grande valia na busca de novas alternativas terapêuticas,
decorrente do fato de que, certas bactérias têm perdido sua sensibilidade frente
a fármacos industriais, sendo assim consideradas resistentes (SERRA VALDÉS,
2017).
Um dos produtos usuais nas metodologias sinérgicas, além de
medicamentos sintéticos, são os óleos essenciais extraídos de plantas
consideradas medicinais. Pois estes, possuem em sua composição, metabólitos
secundários denominados terpenos, que na literatura, são tidos como
importantes agentes antimicrobianos frente variados patógenos (GYAWALI;
IBRAHIM, 2014).
Isoladamente, os terpenos detêm a capacidade de modificação da
membrana celular bacteriana, a qual, tem sua permeabilidade elevada,
favorecendo assim, a perca de componentes intracelulares vitais, déficit no
sistema enzimático, bem como, na respiração celular (CELIKEL; KAVAS, 2008);
(COUTINHO et al., 2010b). Atrelados a um fármaco sintético, a alteração de
membrana facilita a inserção do antibiótico no interior citoplasmático,
potencializando a resposta farmacológica e por fim, causando a morte do
microrganismo (PAULA, 2010).
A ação antimicrobiana conjunta dos produtos (terpenos e antibiótico)
frente aos microrganismos, pode explicar o efeito sinérgico do OELN quando
combinado a oxacilina e ampicilina, frente cepas padrões e isolados clínicos
bacterianos. Uma vez que, a análise de constituição química do presente óleo,
permitiu identificar 31 metabólitos secundários pertencentes a classe dos
60
terpenos (99,51 % do total da amostra). Tendo por majoritários Octenol (42,58
%); (E)-Ocimeno (15,85 %); (Z)-Ocimeno (7,01 %); β-Cariofileno (3,22 %); m-
Xileno (3,05 %); e Germacreno D (2,41 %) (OLIVEIRA, et al., 2016).
Alguns destes compostos químicos, já foram relatados na literatura, por
serem responsáveis pelo efeito antimicrobiano de óleos essenciais pertencentes
a outras espécies vegetais, frente a determinados patógenos (COSTA et al.,
2009) (CARNEIRO et al., 2010) (DE SOUSA et al., 2011) (ABOABA et al., 2015)
(DAS CHAGAS, 2015) (QUEIROZ et al., 2016). Contudo, deve-se considerar,
além dos metabólitos em concentrações elevadas, os que se apresentam em
menores proporções, pois, segundo Hsouna e colaboradores (2011), o potencial
sinérgico de óleos essenciais se faz de forma conjunta entre as substâncias.
Onde os compostos que exibem menores quantidades, exercem efeitos sobre
os compostos com maiores quantidades, aumentando assim, sua atividade
biológica.
Apesar do OELN apresentar sinergismo quando associado aos
antibióticos frente a determinados microrganismos, pode-se também verificar, na
presente pesquisa, indiferença, como quando combinado óleo essencial com
oxacilina, frente a S. epidermidis ATCC 12228 (∑IFI=1,031) (Tabela 12 – Página
57) e óleo com ampicilina frente S. marcescens ATCC 13880 (∑IFI=1,062)
(Tabela 14 – Página 58). Além disso, efeito antagônico foi observado na
combinação do óleo essencial com oxacilina para S. aureus 7669, sendo
visualizado crescimento bacteriano em todos os poços testados.
Possivelmente, essa supressão da atividade antimicrobiana dos produtos
analisados, venha a ser causada pela interação dos compostos químicos
presentes no OELN e oxacilina, através de variados mecanismos químicos;
farmacocinéticos; competitivos; ou até mesmo, bloqueio de um mesmo receptor
(BEHLING et al., 2004) (DOS SANTOS SALES et al., 2017).
No geral, a atividade sinérgica do OELN com os antibióticos oxacilina e
ampicilina demonstrou eficácia, tendo em vista a potencialização do efeito
farmacológico frente cepas gram positivas e negativa (S. aureus ATCC 25923 e
E. coli ATCC), bem como, isolados clínicos gram positivos (S. aureus II e III).
Levando em consideração, a necessidade de evidenciar novas alternativas
terapêuticas usuais, para o tratamento de infecções advindas de microrganismos
resistentes (FERREIRA et al., 2016).
Vale salientar, que esse é o primeiro estudo sinérgico realizado com
61
OELN combinado a antibióticos, frente cepas padrões e isolados clínicos
bacterianos.
5.3 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBIOFILME DO OELN
5.3.1 Avaliação da Capacidade Formadora do Biofilme
Nas Tabelas 15 e 16, é possível observar a capacidade formadora de
biofilmes, das cepas padrões e isolados clínicos testados.
Tabela 15. Classificação das cepas padrões bacterianas quanto a análise de formação do biofilme.
Identificação da Cepa Média da DO (620 nm)
Classificação quanto a formação do Biofilme
Enterococcus faecalis ATCC 19433
0,123 ± 0,02 Fraco
Escherichia coli ATCC
0,148 ± 0,006 Moderado
Klebsiella pneumoniae ATCC 13883
0,064 ± 0,002 Fraco
Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853
0,135 ± 0,03 Fraco
Serratia marcescens ATCC 13880
0,325 ± 0,01 Forte
Staphylococcus aureus ATCC 25923
0,367 ± 0,02 Forte
Staphylococcus epidermidis ATCC 12228
0,310 ± 0,01 Forte
DO – Densidade óptica; DO do meio: 0,062. Os dados foram plotados como Média ± e.p.m. (MERINO et al., 2009). Fonte: Autoria própria.
62
Tabela 16. Classificação dos isolados clínicos de S. aureus quanto a análise de formação do biofilme.
Identificação do Isolado
S. aureus
Média da DO (620 nm) Classificação quanto a formação do
Biofilme
I 0,087 ± 0,002 Fraco
II 0,101 ± 0,016 Fraco
III 0,102 ± 0,001 Fraco
IV 0,778 ± 0,025 Forte
V 0,082 ± 0,0006 Fraco
7669 0,248 ± 0,03 Forte
7788 0,105 ± 0,007 Fraco
8107 0,159 ± 0,03 Moderado
8521 0,157 ± 0,02 Moderado
8536 0,133 ± 0,011 Moderado
9606 0,260 ± 0,029 Forte
DO – Densidade óptica; DO do meio: 0,062. Os dados foram plotados como Média ± e.p.m. (MERINO et al., 2009). Fonte: Autoria própria.
Dentre as cepas padrões analisadas (Tabela 15 – Página 61), foram
consideradas como fortes produtoras de biofilme, S. marcescens ATCC 13880
(DO 0,325); S. aureus ATCC 25923 (DO 0,367) e S. epidermidis ATCC 12228
(DO 0,310). O mesmo foi tido para 3 isolados clínicos de S. aureus IV (DO
0,778); 7669 (DO 0,248); 9606 (DO 0,260) (Tabela 16).
Apesar de ser considerada uma cepa padrão, S. aureus ATCC 25923,
demonstrou haver forte formação de biofilme, quando comparada a isolados
clínicos que foram considerados como fracos formadores, em especial, S.
aureus II (p < 0,05) e S. aureus III (p < 0,01) (Figura 15 – Página 63). Bem como
frente a cepa padrão de K. pneumoniae (p < 0,05) (Figura 16 – Página 63).
63
Figura 15. Relação entre a produção e a capacidade de formar o biofilme nos isolaos clínicos de S. aureus.
Mé
dia
da
DO
± e
.p.m
.
I I I I II
IV V
7669
7788
8107
8521
8536
9606
AT
CC
25923
0 .0
0 .2
0 .4
0 .6
0 .8
1 .0
I s o la d o s C l ín ic o s d e S . a u r e u s
* * *
As colunas e barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente, *p < 0,05. ** p < 0,01, *** p < 0,001. Fonte: Autoria própria.
Figura 16. Relação entre a produção e a capacidade de formar o biofilme nas cepas padrões bacterianas.
C e p a s P a d r õ e s
Mé
dia
da
DO
± e
.p.m
.
E. fa
e c ali
s A
TC
C 1
9433
E. c o
li A
TC
C
K. pne u
monia
e AT
CC
13883
P. ae ru
gin
osa
AT
CC
27853
S. m
arc
e s ce n
s A
TC
C 1
3880
S. aur e
us
AT
CC
25923
S. e p
ide rm
idis
AT
CC
12228
0 .0
0 .1
0 .2
0 .3
0 .4
0 .5
*
As colunas e barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente, *p < 0,05. ** p < 0,01, *** p < 0,001. Fonte: Autoria própria.
64
Em concordância a este estudo, Fernandes (2017), ao avaliar a
capacidade formadora de biofilmes da mesma cepa padrão (S. aureus ATCC
25923) e alguns isolados em comum (I, 8536, 9606), verificou similar
comportamento das linhagens. Onde a formação de biofilme de S. aureus ATCC
25923, considerada como forte (DO 0,463), sobressaiu-se frente aos isolados
clínicos (p < 0,001). Assim como Stepanovic e Colaboradores (2000), que
também concluíram haver forte formação de biofilme, para cepas de S. aureus
ATCC 25923 e S. epidermidis ATCC 14990. O mesmo pôde ser constatado, no
estudo de Peixoto e Colaboradores (2015).
Os mecanismos de adesão que S. aureus desenvolve na formação de
biofilme, são muito ágeis. Em menos de 3h, já é possível quantificar células
bacterianas aderidas em superfícies (MILLEZI et al., 2012), o que pode ser
intensificado, quando implementado ao meio de cultura, substâncias favoráveis
ao crescimento do microrganismo, como a glicose, empregada na presente
pesquisa. A qual, segundo Lou e Colaboradores (2014), é um importante fator
ambiental associado na formação do biofilme em espécies de Staphylococcus
sp., uma vez que esta permite a regulação de proteínas via expressão gênica.
Vale ressaltar que o biofilme já formado e aderido à superfície, tende a
agregar proteção aos microrganismos que nele compõe. Tornando este, uma
possível fonte de resistência a ação de agentes químicos e físicos, como
sanitizantes e fármacos industriais. Dificultando assim, o processo de prevenção
e tratamento de doenças ocasionadas por patógenos derivados de biofilmes
(PARK et al., 2012).
5.3.2 Avaliação da Atividade Antibiofilme do OELN
Os dados apresentados a seguir, dispõe sobre o grau de interferência do
OELN frente a formação de biofilmes bacterianos. Onde na Figura 17 – Página
65, é possível observar, que quando em contato com o OELN, grande parte das
cepas analisadas, tiveram redução na formação do biofilme, com valores de p
estatisticamente significantes: p < 0,0001 (E. faecalis, S. marcescens, S. aureus
e S. epidermidis); p < 0,001 (E. coli); p < 0,01 (P. aeruginosa). Apenas K.
pneumoniae, não apresentou redução na formação do biofilme.
65
Figura 17. Interferência com a formação do biofilme entre as cepas padrões na presença de OELN.
I n t e r f e r ê n c ia c o m a F o r m a ç ã o d o B io f i lm e
Mé
dia
da
DO
± e
.p.m
.
E. fa
ecalis
AT
CC
19433
E. coli
AT
CC
K. pneum
onia
e A
TC
C 1
3883
P. aeru
gin
osa A
TC
C 2
7853
S. m
arc
escens A
TC
C 1
3880
S. aure
us A
TC
C 2
5923
S. epid
erm
idis
AT
CC
12228
0 .0
0 .1
0 .2
0 .3
0 .4
0 .5
C O N T R O L E
O E L N
* * * * * * *
n s
* *
* * * *
* * * *
* * * *
As colunas e barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente, *p<0,05. ** p < 0,01, *** p < 0,001, **** p < 0,0001. Fonte: Autoria própria.
Levando em consideração que, cepas as quais eram tidas como fortes
formadoras de biofilme, após o tratamento com OELN, foram classificadas como
fracas (S. aureus e S. epidermidis) e moderadas (S. marcescens). Onde a maior
porcentagem de inibição, se deu frente S. aureus (78,3%) (Tabela 17 – Página
66).
66
Tabela 17. Classificação das cepas padrões bacterianas quanto a sua formação de biofilme na presença do OELN.
Identificação da Linhagem
Média da DO (620
nm)
Porcentagem de Inibição
(%)
Classificação quanto a produção do
Biofilme
Enterococcus faecalis ATCC 19433
0,066 ± 0,001
46,5 Fraco
Escherichia coli ATCC
0,092 ± 0,004
37,3 Fraco
Pseudomonas aeruginosa ATCC
27853
0,095 ± 0,004
29,7 Fraco
Serratia marcescens ATCC 13880
0,128 ± 0,005
60,7 Moderado
Staphylococcus aureus ATCC 25923
0,080 ± 0,002
78,3 Fraco
Staphylococcus epidermidis ATCC
12228
0,093 ± 0,003
70 Fraco
DO – Densidade óptica; DO do meio: 0,062. Os dados foram plotados como Média ± e.p.m. (MERINO et al., 2009). Fonte: Autoria própria.
Com relação aos isolados clínicos (Figura 18 – Página 67), o OELN foi
capaz de reduzir a formação do biofilme frente a todas linhagens testadas. Onde
valores de p estatisticamente significantes, são tidos para os isolados: IV, 7669,
8107, 8521, 9606 (p < 0,0001) e 8536 (p < 0,01).
67
Figura 18. Interferência com a formação do biofilme entre as cepas padrões na presença de OELN.
Mé
dia
da
DO
± e
.p.m
.
I I I I II
IV V
7669
7788
8107
8521
8536
9606
0 .0
0 .2
0 .4
0 .6
0 .8
1 .0C O N T R O L E
O E L N
I n t e r f e r ê n c ia c o m a F o r m a ç ã o d o B io f i lm e
n sn s
n s
* * * *
* * * *
n s
* * * ** * * *
* * * *
* *
n s
As colunas e barras verticais representam a média ± e.p.m., respectivamente, *p<0,05. ** p < 0,01, *** p < 0,001, **** p < 0,0001. Fonte: Autoria própria.
Após a intervenção com OELN, todos os biofilmes foram classificados
como fracos formadores. Sendo o isolado IV, o que apresentou maior
porcentagem de inibição frente a ação do óleo (89,2%) (Tabela 18).
Tabela 18. Classificação dos isolados clínicos de S. aureus, quanto a sua formação de biofilme na presença do OELN.
Identificação do Isolado
Média da DO (620 nm)
Porcentagem de Inibição
(%)
Classificação quanto a
produção do Biofilme
I 0,086 ± 0,002 1,1 Fraco
II 0,080 ± 0,001 20 Fraco
III 0,077 ± 0,001 32,4 Fraco
IV 0,084 ± 0,004 89,2 Fraco V 0,073 ± 0,002 10,9 Fraco
7669 0,077 ± 0,003 68,9 Fraco
7788 0,080 ± 0,002 23,8 Fraco
8107 0,081 ± 0,008 49,6 Fraco 8521 0,078 ± 0,001 55,4 Fraco
8536 0,084 ± 0,001 36,8 Fraco
9606 0,082 ± 0,002 68,4 Fraco DO – Densidade óptica; DO do meio: 0,062. Os dados foram plotados como Média ± e.p.m. (MERINO et al., 2009). Fonte: Autoria própria.
A busca por novos agentes antibiofilmes, tem se intensificado ao longo
dos anos, uma vez que microrganismos aderidos a uma matriz polimérica (vida
68
séssil), apresentam maior resistência quando comparados a microrganismos de
vida planctônica (VUOTTO et al., 2014). Os produtos naturais, através de
pesquisas já descritas na literatura, têm sido considerados possíveis alternativas
usuais frente a esses biofilmes microbianos (ALBUQUERQUE et al., 2017).
Baseado nesse fato, o presente estudo avaliou a capacidade de inibição
da formação do biofilme bacteriano, através do OELN. Sendo este, capaz de
reduzir tal formação em determinadas porcentagens, frente espécies de S.
aureus (78,3%), S. epidermidis (70%), S. marcescens (60,7%), E. coli (37,3%),
P. aeruginosa (29,7%) e E. faecalis (46,5%). Além disso, o óleo também fora
eficiente, reduzindo a formação do biofilme de todos os isolados clínicos de S.
aureus.
Apesar de não haver relatos sobre pesquisas desenvolvidas com o óleo
essencial de L. nepetifolia, nem mesmo com óleos de espécies pertencentes ao
mesmo gênero, frente a biofilmes microbianos, alguns estudiosos descrevem o
efeito antibiofilme que óleos essenciais obtidos de outras espécies vegetais,
exercem sobre células bacterianas formadas e aderidas a superfícies.
Côrrea (2017), ao avaliar a capacidade de inibição da formação de
biofilmes bacterianos, através do óleo essencial obtido de folhas secas de
Eucalyptus staigeriana, demonstrou haver inibição frente a todos os
microrganismos testados. Em especial, frente a cepas de E. faecalis (p < 0,001),
S. aureus (p < 0,0001) e S. epidermidis (p < 0,0001), que em comum a presente
pesquisa, apresentaram porcentagens de inibição significativas.
Jardak e colaboradores (2017), também descreveram em seus estudos,
a capacidade inibitória de formação do biofilme, através da ação do óleo
essencial de Rosmarinus officinalis, frente cepas de S. aureus e S. epidermidis.
Onde esta última espécie, foi erradicada em 67%, valor este que se aproxima do
encontrado nesse estudo para S. epidermidis (70%).
Também em concordância as presentes análises, Oh e Colaboradores
(2017), relataram haver redução na formação do biofilme de E. coli, quando
submetido a ação de óleos essenciais obtidos comercialmente, de timol,
carvacrol e orégano. Bem como Negreiros (2014), que obteve resultados
positivos relacionados a inibição da formação do biofilme de E. faecalis, quando
exposto a ação do óleo essencial de Heterothalamus psiadioides.
Isolados clínicos de S. aureus resistentes a oxacilina, também são
descritos na literatura, por sofrerem a ação redutora do biofilme através de óleos
69
essenciais. Como por exemplo, Vasconcelos e Colaboradores (2017), que
relataram haver inibição na formação de tais isolados, quando submetidos aos
efeitos antibiofilmes do óleo essencial de Plectranthus amboinicus e seu
composto marjoritário Carvacrol.
O efeito redutor sobre a formação de biofilmes bacterianos que o OELN
exerceu, bem como os outros óleos essenciais descritos anteriormente, está
intimamente relacionado a presença de terpenos em sua constituição química
(DE OLIVEIRA; BRUGNERA; PICCOLI, 2013). Uma vez que, a ligação de um
produto antimicrobiano em células as quais ainda não se encontram totalmente
aderidas numa superfície, é mais fácil de ocorrer. Levando assim, a uma
interação inicial dos componentes do óleo essencial com proteínas
membranosas bacterianas, o que dificulta a ligação célula-célula na formação do
biofilme, bem como, na expressão do sistema quorum sensing (KIM et al., 2015)
(KIFER; MUŽINIĆ; KLARIĆ, 2016).
Devido ao caráter lipofílico que os óleos essenciais apresentam, estes são
capazes de atravessar a parede celular de bactérias gram negativas,
acumulando-se na membrana citoplasmática. O que altera a permeabilidade da
célula, pelos danos ocasionados em diferentes estruturas membranosas de
polissacarídeos, ácidos graxos e fosfolipídeos. Íons são perdidos, decorrentes
do aumento dessa permeabilidade, levando a morte celular (BAKKALI et al.,
2008).
Entretanto, apesar de haver inibição da formação de biofilmes bacterianos
gram positivos e gram negativos, o OELN não foi capaz de intervir no biofilme de
K. pneumoniae. Onde Derakhshan, Sattari e Bigdeli (2010) demonstraram em
seus estudos, que ao testarem óleo essencial extraído de sementes de Cuminum
cyminum, observaram inibição do biofilme da referida espécie através do óleo
essencial, em mais de 50%.
Vale lembrar, que um dos fatores que levam as discrepâncias de atividade
biológicas dos óleos essenciais, é a diferença de constituição química, além de
condições ambientais; parte da planta a qual é extraído o óleo; metodologias
aplicadas; dentre inúmeros outros (VUONG et al., 2015).
70
5.3.3 Interferência do OELN na Formação do Biofilme Consolidado
Abaixo, estão listados os resultados referentes a ação do OELN frente ao
biofilme consolidado bacteriano.
Na Tabela 19, observa-se que, após a aderência do biofilme no fundo dos
poços, o OELN foi capaz de reduzir sua formação frente as cepas de E. faecalis
(2,9%); E. coli (2,04%); P. aeruginosa (4,3%); S. aureus (16,1) e S. epidermidis
(4,8%). Bem como frente a isolados clínicos de S. aureus II (2,1%); III (4%) e
8521 (17,4%) (Tabela 20 – Página 71).
Tabela 19. Interferência com o biofilme consolidado de cepas padrões bacterianas na presença do OELN.
Identificação da Cepa
Média da DO 24h (620 nm)
Média da DO 48h (620 nm)
Porcentagem de Inibição
(%)
Enterococcus faecalis ATCC 19433
0,044 ± 0,001 0,045 ± 0,0006 -
Escherichia coli ATCC
0,049 ± 0,0003 0,048 ± 0,0003 2,08
Klebsiella pneumoniae ATCC
13883
0,044 ± 0,0 0,044 ± 0,0003 -
Pseudomonas aeruginosa ATCC
27853
0,046 ± 0,0006 0,044 ± 0,0006 4,5
Serratia marcescens ATCC 13880
0,056 ± 0,002 0,065 ± 0,008 -
Staphylococcus aureus ATCC 25923
0,093 ± 0,0003 0,078 ± 0,0005 19,2
Staphylococcus epidermidis ATCC
12228
0,062 ± 0,013 0,065 ± 0,008 -
Fonte: Autoria própria.
71
Tabela 20. Interferência com o biofilme consolidado de isolados clínicos de S. aureus na presença do OELN.
Identificação do Isolado
Média da DO 24h (620 nm)
Média da DO 48h (620 nm)
Porcentagem de Inibição
(%)
I 0,056 ± 0,0048 0,075 ± 0,006 -
II 0,048 ± 0,0008 0,047 ± 0,0006 2,1
III 0,052 ± 0,0043 0,050 ± 0,003 4
IV 0,081 ± 0,0020 0,111 ± 0,010 -
V 0,059 ± 0,0055 0,108 ± 0,004 -
7669 0,049 ± 0,0003 0,054 ± 0,004 -
7788 0,070 ± 0,006 0,074 ± 0,002 -
8107 0,062 ± 0,002 0,071 ± 0,005 -
8521 0,074 ± 0,011 0,063 ± 0,008 17,4
8536 0,072 ± 0,007 0,155 ± 0,0324 -
9606 0,092 ± 0,003 0,130 ± 0,021 - Fonte: Autoria própria.
Após o biofilme bacteriano estar aderido em uma determinada superfície,
torna-se difícil o processo de intervenção do seu desenvolvimento por um
produto antimicrobiano (KIFER; MUŽINIĆ; KLARIĆ, 2016). É o que pôde ser
constatado nesse estudo, quando observado os biofilmes pertencentes a cepas
padrões e isolados clínicos, os quais tiveram os níveis de intervenção através do
OELN reduzidos ou nulos.
Selim (2014), expõem que a superprodução de exopolissacarídeos,
atribui um elevado grau de resistência ao biofilme consolidado, o que não era
observado antes no biofilme em formação. Ante o exposto, o acesso dos
compostos químicos, presentes no óleo essencial frente as células bacterianas
é barrado. Existindo apenas a eliminação de células mais próximas à interface
do líquido do biofilme.
O OELN mesmo em baixas concentrações de inibição (19,2%), foi
significativo frente o consolidado de S. aureus ATCC 25923 (p < 0,01),
representando uma possível alternativa, não apenas frente biofilmes já
formados, mas também, na prevenção do desenvolvimento destes. Como por
exemplo, a implementação de óleos essenciais em enxaguantes bucais, já citada
na literatura, como uma forma de precaução frente a agregação, formação de
massa e maturação do biofilme bacteriano nos dentes (MOURA, 2015).
72
6 CONCLUSÕES
Em face aos objetivos propostos na presente pesquisa, pôde-se concluir,
a partir dos resultados obtidos, fraca atividade antimicrobiana do OELN frente
cepas padrões bacterianas de E. coli, S. marcescens, S. aureus, S. epidermidis,
e isolados clínicos de S. aureus (III e 7669). Bem como moderada atividade
antimicrobiana frente ao isolado clínico de S. aureus II.
Após combinado o óleo essencial de L. nepetifolia com os antibióticos de
escolha, o efeito biológico antimicrobiano foi potencializado para algumas cepas
padrões e isolados clínicos, ou seja, houve uma interação sinérgica frente S.
aureus ATCC 25923, E. coli ATCC, S. aureus II e S. aureus III. Contudo,
indiferença também foi tida como resultado do combinado entre os dois produtos
(OELN com antibióticos), frente S. epidermidis ATCC 12228, S. marcescens
ATCC 13880, além de antagonismo para S. aureus 7669.
Maior capacidade formadora de biofilmes foi tida para cepas padrões (S.
marcescens, S. aureus e S. epidermidis) e isolados clínicos de S. aureus (IV,
7669, 9606), com redução na formação deste quando susceptível a ação do
OELN, exceto para a biomassa de K. pneumoniae. Havendo também
interferência na redução do biofilme consolidado, através do OELN, frente cepas
padrões (E. coli, P. aeruginosa, S. aureus) e isolados clínicos de S. aureus (II,
8521).
Diante do exposto, verifica-se que o OELN pode vir a ser uma possível
alternativa viável no combate a infecções derivadas por microrganismos, em
especial, bactérias. Sendo este, o primeiro estudo realizado com o referido
produto natural, para atividade sinérgica e antibiofilme.
73
REFERÊNCIAS
ABOABA, S. A. et al. Volatile constituents of Jatropha gossypifolia L. grown in Nigeria. American Journal of Essential oils and Natural products, v. 2, n. 4, p. 8–11, 2015. ABUBACKER, M. N.; RAMANATHAN, R. Efficacy of Euphorbia splendens and Leonotis nepetaefolia on aflatoxin producing fungi Aspergillus flavus and Aspergillus parasiticus. Indian Journal of Experimental Biology, v. 41, p. 1473-1475, 2003. AGRA, M. D. F.; FREITAS, P. F. D.; BARBOSA-FILHO, J. M. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n. 1, p. 114-140, 2007. ALBUQUERQUE, Y. E. et al. Avaliação de um enxaguatório bucal contendo óleo essencial de Croton doctoris S. Moore contra biofilmes polimicrobianos. Revista de Odontologia da UNESP, v. 46, n. Especial, p. 0, 2017. ALBUQUERQUE, U. P. DE; HANAZAKI, N. As pesquisas etnodirigidas na descoberta de novos fármacos de interesse médico e farmacêutico: fragilidades e pespectivas. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, n. Suppl 0, p. 678–689, 2006. ALIGIANNIS, N. et al. Composition and antimicrobial activity of the essential oils of two Origanum species. Journal of agricultural and food chemistry, v. 49, n. 9, p. 4168-4170, 2001. ALVIM, N. A. T. et al. Tecnologias na enfermagem: o resgate das práticas naturais no cuidado em casa, na escola e no trabalho. Figueireso NMA, organizador. Tecnologias e técnicas em saúde: como e porque utilizá-las no cuidado de enfermagem. São Paulo: Difusão Editora, p. 335–338, 2004. ANDERSON, G. G. et al. Intracellular bacterial biofilm-like pods in urinary tract infections. Science, v. 301, n. 5629, p. 105–107, 2003. ANDRIOLO, A. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. São Paulo: Editora Manole, 2005. ARIMURA, G. et al. Herbivore-induced defense response in a model legume. Two-spotted spider mites induce emission of (E)-β-ocimene and transcript accumulation of (E)-β-ocimene synthase in Lotus japonicus. Plant Physiology, v. 135, n. 4, p. 1976–1983, 2004. ATAL, C. K. et al. Screening of Indian plants for biological activity. Part VIII. Indian Journal Experiment Biology, v. 16, n. 3, p. 330–349, 1978. AYANWUYI, L. O. et al. Preliminary studies on the behavioural effects of the methanol extract of Leonotis nepetifolia Linn stem in mice. African Journal of Traditional, Complementary and Alternative Medicines, v. 13, n. 4, p. 15–21, 2016.
74
AYANWUYI, L. O.; YARO, A. H.; ADAMU, H. Y. S. Studies on anticonvulsant activity of methanol capitulum extract of Leonotis nepetifolia Linn. Nigerian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 8, n. 1, p. 73–79, 2009. BACCARO, M. R. et al. Resistência antimicrobiana de amostras de Escherichia coli isoladas de fezes de leitões com diarréia. Arquivos do Instituto Biológico, v. 69, n. 2, p. 15–18, 2002. BAERTS, M.; LEHMANN, J. Guérisseurs et plantes médicinales de la région des crêtes Zaïre-Nil au Burundi. Annales Sciences Economiques. Anais...1989 BAKKALI, F. et al. Biological effects of essential oils–a review. Food and chemical toxicology, v. 46, n. 2, p. 446–475, 2008. BAKKIYARAJ, D.; SIVASANKAR, C.; PANDIAN, S. K. Inhibition of quorum sensing regulated biofilm formation in Serratia marcescens causing nosocomial infections. Bioorganic & medicinal chemistry letters, v. 22, n. 9, p. 3089–3094, 2012. BANDONI, A. L.; CZEPACK, M. P. Os recursos vegetais aromáticos no Brasil. Vitória: Edufes, 2008. BAŞER, K.H.C.; DEMIRCI, F. Chemistry of Essential Oils. In: BERGER, R.G. (ed.). Flavours and Fragrances: Chemistry, Bioprocessing and Sustainability. Springer Science & Business Media, Ch. 4, p.47, 2007. BEHLING, E. B. et al. Flavonoid quercetin: general aspects and biological actions. Aliment Nutrition, v. 15, n. 3, p. 285–292, 2004. BERLINCK, R. G. S. et al. A química de produtos naturais do brasil do século XXI. Química Nova, v. 40, n. 6, p. 1-16, 2017. BEVILAQUA, G.; SHIEDECK, G.; SCHWENGBER, J. Identificação e tecnologia de plantas medicinais da flora de clima temperado. Embrapa Clima Temperado. Circular técnica, 2007. BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M. C.; REZENDE, C. M. Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Química Nova, v. 32, n. 3, p. 588–594, 2009. BOHBOT, J. D. et al. Functional development of the octenol response in Aedes aegypti. Frontiers in physiology, v. 4, 2013. BOILY, Y.; VAN PUYVELDE, L. Screening of medicinal plants of Rwanda (Central Africa) for antimicrobial activity. Journal of Ethnopharmacology, v. 16, n. 1, p. 1–13, 1986. BRANDA, S. S. et al. Biofilms: the matrix revisited. Trends in microbiology, v. 13, n. 1, p. 20–26, 2005.
75
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente: Bioma Caatinga. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga>. Acesso em: 20 out. 2017. BROOKS, G. F. et al. Bacilos entéricos Gram-negativos (Enterobacteriaceae). (Ed). Microbiologia Médica, v. 25, p. 213–224, 2012. BROWN-ELLIOTT, B. A.; NASH, K. A.; WALLACE, R. J. Antimicrobial susceptibility testing, drug resistance mechanisms, and therapy of infections with nontuberculous mycobacteria. Clinical microbiology reviews, v. 25, n. 3, p. 545–582, 2012. BUDZYNSKA, A. et al. Antibiofilm activity of selected plant essential oils and their major components. Polish Journal Microbiology, v. 60, n. 1, p. 35–41, 2011. BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and potential applications in foods—a review. International journal of food microbiology, v. 94, n. 3, p. 223–253, 2004. BUTANY, J. et al. Prosthetic heart valves with silver-coated sewing cuff fabric: early morphological features in two patients. The Canadian journal of cardiology, v. 18, n. 7, p. 733–738, 2002. CALIXTO, JO. B.; YUNES, R. A.; RAE, G. A. Effect of Crude Extracts from Leonotis nepetaefolia (Labiatae) on Rat and Guinea‐pig Smooth Muscle and Rat Cardiac Muscle. Journal of Pharmacy and pharmacology, v. 43, n. 8, p. 529–534, 1991. CAMPOS, S. C. et al. Toxicidade de espécies vegetais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 18, n. 1, p. 373-382, 2016. CANTON, M.; ONOFRE, S. B. Interference from extracts of Baccharis dracunculifolia DC., Asteraceae, on the activity of antibiotics used in the clinic. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 20, n. 3, p. 348–354, 2010. CARNEIRO, F. B. et al. Variação da quantidade de β-cariofileno em óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng., Lamiaceae, sob diferentes condições de cultivo. Revista brasileira de farmacognosia, v. 20, n. 4, p. 600–606, 2010. CARSON, C. F.; HAMMER, K. A.; RILEY, T. V. Melaleuca alternifolia (tea tree) oil: a review of antimicrobial and other medicinal properties. Clinical microbiology reviews, v. 19, n. 1, p. 50–62, 2006. CARVALHO, L. H. et al. Antimalarial activity of crude extracts from Brazilian plants studied in vivo in Plasmodium berghei-infected mice and in vitro against Plasmodium falciparum in culture. Brazilian journal of medical and biological research= Revista brasileira de pesquisas medicas e biologicas, v. 24, n. 11, p. 1113–1123, 1991.
76
CAVALCANTI, S. M. DE M. et al. Estudo comparativo da prevalência de Staphylococcus aureus importado para as unidades de terapia intensiva de hospital universitário, Pernambuco, Brasil. Revista brasileira de epidemiologia, v. 9, n. 4, p. 436–446, 2006. CELIKEL, N.; KAVAS, G. Antimicrobial properties of some essential oils against some pathogenic microorganisms. Czech Journal of Food Sciences-UZPI (Czech Republic), 2008. CERI, H.; OLSON, M. E.; TURNER, R. J. Needed, new paradigms in antibiotic development. Expert opinion on pharmacotherapy, v. 11, n. 8, p. 1233–1237, 2010. CHANDIRAN, I. S.; VASUDEO, M. J.; CHAUDHARI, P. D. Evaluation of spermatotoxicity of leonotis nepetifolia in male albino rats. International Journal of Research in Pharmaceutical Sciences, v. 7, n. 1, p. 11–15, 2016. CHORIANOPOULOS, N. G. et al. Disinfectant test against monoculture and mixed-culture biofilms composed of technological, spoilage and pathogenic bacteria: bactericidal effect of essential oil and hydrosol of Satureja thymbra and comparison with standard acid-base sanitizers. Journal of Applied Microbiology, Malden, v. 104, n. 6, p. 1586-1696, 2008. CLARKSON, C. et al. In vitro antiplasmodial activity of medicinal plants native to or naturalised in South Africa. Journal of ethnopharmacology, v. 92, n. 2–3, p. 177–191, 2004. CLEMENTE, J. C. et al. The impact of the gut microbiota on human health: an integrative view. Cell, v. 148, n. 6, p. 1258–1270, 2012. CLSI. Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria That Grow Aerobically; Approved Standard-Ninth Edition. CLSI document M07-A9. Wayne, PA: Clinical and Laboratory Standards Institute, 2014. CLSI. Performance standards for antimicrobial susceptibility testing. Approved standard-CLSI document M100-S27. Wayne, PA: Clinical and Laboratory Standards Institute, 2017. CODO, A. C.; SARAIVA, A. C.; MEDEIROS, A. I. CB. Estratégias de inibição das funções microbicidas de macrófagos por cepas Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciencies, v. 37, n. 1, 2016. COS, P. et al. Further evaluation of Rwandan medicinal plant extracts for their antimicrobial and antiviral activities. Journal of ethnopharmacology, v. 79, n. 2, p. 155–163, 2002. COSTA, J. G. et al. Composição química e avaliação das atividades antibacteriana e de toxicidade dos óleos essenciais de Lantana camara L. e Lantana sp. Revista brasileira de farmacognosia, v. 19, n. 3, p. 710–714, 2009.
77
COSTA, V. P.; MAYWORM, M. A. S. Plantas medicinais utilizadas pela comunidade do bairro dos Tenentes-município de Extrema, MG, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, n. 3, p. 282, 2011. COUTINHO, D. F.; TRAVASSOS, L. M. A.; DO AMARAL, F. M. M. Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas em comunidades indigenas no estado do Maranhão-Brasil. Visão Acadêmica, v. 3, n. 1, 2002. COUTINHO, H. D. M. et al. Herbal therapy associated with antibiotic therapy: potentiation of the antibiotic activity against methicillin–resistant Staphylococcus aureus by Turnera ulmifolia L. BMC complementary and alternative medicine, v. 9, n. 1, p. 13, 2009. COUTINHO, H. D. M. et al. Potentiation of antibiotic activity by Eugenia uniflora and Eugenia jambolanum. Journal of medicinal food, v. 13, n. 4, p. 1024–1026, 2010a. COUTINHO, H. D. M. et al. Effect of Momordica charantia L. in the resistance to aminoglycosides in methicilin-resistant Staphylococcus aureus. Comparative immunology, microbiology and infectious diseases, v. 33, n. 6, p. 467–471, 2010b. COUTINHO, H. D. M.; CORDEIRO, L. N.; BRINGEL, K. P. Resistência a antibióticos de bactérias patogênicas isoladas da população de Juazeiro do Norte-Ceará. Revista brasileira de ciências da saúde, v. 9, n. 2, p. 127–138, 2000. COUTINHO, P. H. D. M. et al. Atividade antimicrobiana in vitro de Geraniol e Cariofileno sobre Staphylococcus aureus. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 20, n. 1, p. 98–105, 2015. DA CUNHA, A. P.; ROQUE, O. R.; DA SILVA, A. P. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. 2006. DANCER, S. J. The problem with cephalosporins. The Journal of antimicrobial chemotherapy, v. 48, n. 4, p. 463–478, out. 2001. DAS CHAGAS, M. B. Prospecção química e microbiológica do óleo essencial de espécimens de M. Urundeuva (aroeira-do-sertão) quimiotipos 3-careno e ocimeno.Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015. DAVILA, A.-M. et al. Re-print of “Intestinal luminal nitrogen metabolism: Role of the gut microbiota and consequences for the host”. Pharmacological research, v. 69, n. 1, p. 114–126, 2013. DAVIS, J. S. Management of bone and joint infections due to Staphylococcus aureus. Internal medicine journal, v. 35, n. s2, 2005. DE KIEVIT, T. R. Quorum sensing in Pseudomonas aeruginosa biofilms. Environmental microbiology, v. 11, n. 2, p. 279–288, 2009.
78
DE LIMA, D. C. et al. Snake venom: any clue for antibiotics and CAM? Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, v. 2, n. 1, p. 39–47, 2005. DE MELO MALTOS, S. M. et al. Bacterial concentrations determine the ability to implant in the root canal system and translocate to lymph nodes in germ-free mice. Journal of endodontics, v. 29, n. 1, p. 24–27, 2003. DE MORAIS, L. A. S. Óleos essenciais no controle fitossanitário. Bettiol W, Morandi MAB. Biocontrole de doenças de plantas: uso e perspectivas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, v. 9, p. 139-152, 2009a. DE MORAIS, L. A. S. Influência dos fatores abióticos na composição química dos óleos essenciais. Horticultura brasileira, v. 27, n. 2, 2009b. DE OLIVEIRA, D. P. et al. PNS018 Evaluation of acute toxicity, antioxidant activity, flavonoid quantification and total phenols from the hydroethanolic extract from leaves of Leonotis nepetaefalia. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 9, n. 1, p. 1, 2012. DE OLIVEIRA, M. M. M.; BRUGNERA, D. F.; PICCOLI, R. H. Biofilmes em indústrias de laticínios: aspectos gerais e uso de óleos essenciais como nova alternativa de controle. Biofilms in the dairy industries: general aspects and the use of essential oils as a new control alternative. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 68, n. 390, p. 65–73, 2013. DERAKHSHAN, S.; SATTARI, M.; BIGDELI, M. Effect of cumin (Cuminum cyminum) seed essential oil on biofilm formation and plasmid Integrity of Klebsiella pneumoniae. Pharmacognosy magazine, v. 6, n. 21, p. 57, 2010. CREMASCO, M. A.; BRAGA, N. P. Tecnologia do processamento do óleo essencial. XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química. Campinas, Anais... 2010. DE SOUSA, L. U. et al. Avaliação de metodologias para a detecção de cepas de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) e análise do perfil de sensibilidade frente aos antimicrobianos em um hospital terciário. Saúde (Santa Maria), v. 37, n. 1, p. 23–30, 2011. DEWICK, P. M. Medicinal natural products: a biosynthetic approach. John Wiley & Sons, 2002. DONIA, M. S.; FISCHBACH, M. A. Small molecules from the human microbiota. Science, v. 349, n. 6246, p. 1254766, 2015. DOS SANTOS, A. L. et al. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 43, n. 6, p. 413–423, 2007. DOS SANTOS SALES, V. et al. Modulação in vitro da atividade antibiótica pelo óleo essencial dos frutos de Piper tuberculatum Jacq. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 22, n. 1, 2017.
79
DUARTE, M. C. T. et al. Anti-Candida activity of Brazilian medicinal plants. Journal of ethnopharmacology, v. 97, n. 2, p. 305–311, 2005. DUFOUR, P. et al. Community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus infections in France: emergence of a single clone that produces Panton-Valentine leukocidin. Clinical Infectious Diseases, v. 35, n. 7, p. 819–824, 2002. EDRIS, A. E. Pharmaceutical and therapeutic potentials of essential oils and their individual volatile constituents: a review. Phytotherapy research, v. 21, n. 4, p. 308–323, 2007. ELISABETSKY, E.; POSEY, D. A. Use of contraceptive and related plants by the Kayapo Indians (Brazil). Journal of ethnopharmacology, v. 26, n. 3, p. 299–316, 1989. ERRECALDE, L. et al. First isolation in Argentina of community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus with intermediate susceptibility to vancomycin and nonsusceptibility to daptomycin. Revista Argentina de microbiologia, v. 45, n. 2, p. 99–103, 2013. FAIRBROTHER, J. M.; GYLES, C. L. Escherichia coli infections. Diseases of Swine, v. 9, p. 639–674, 2006. FAJARDO OLIVEROS, A. Estudio de los componentes volátiles libres y enlazados y de los precursores no volátiles de arazá (Eugenia stipitata Mc Vaugh) y cocona (Solanum sessiliflorum Dunal) Universidad Nacional de Colombia, 2009. FERNANDES, E. S. et al. Anti-inflammatory effects of compounds alpha-humulene and (−)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia verbenacea. European journal of pharmacology, v. 569, n. 3, p. 228–236, 2007. FERREIRA, A. W.; ÁVILA, S. DO L. M. DE. Diagnóstico laboratorial: avaliação de métodos de diagnóstico das principais doenças infecciosas e parasitárias e auto-imunes: correlação clínico-laboratorial. Guanabara Koogan, 2001. FERREIRA, H. K. L. et al. Avaliação in vitro do potencial antimicrobiano de Streptomyces sp G-27 contra microrganismos de interesse clínico. Revista Brasileira de Gestao Ambiental e Sustentabilidade, v. 3, n. 6, p. 367–373, 2016. FERRIS, R. A. Bacterial endometritis: a focus on biofilms. Clin Theriogenology, v. 6, n. 3, p. 315–319, 2014. FERRONATTO, R. et al. Atividade antimicrobiana de óleos essenciais produzidos por Baccharis dracunculifolia DC e Baccharis uncinella DC (Asteraceae). Revista brasileira de farmacognosia, v. 17, p. 224–230, 2007.
80
FEY, P. D. et al. Comparative molecular analysis of community-or hospital-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 47, n. 1, p. 196–203, 2003. FLEMMING, H.-C.; WINGENDER, J. The biofilm matrix. Nature Reviews Microbiology, v. 8, n. 9, p. 623–633, 2010. FENNER, R. et al. Plantas utilizadas na medicina popular brasileira com potencial atividade antifúngica. Brazil Journal Pharmaceutical Science, v. 42, p. 369-394, 2006. FONTANELLA, F. et al. Conhecimento, acesso e aceitação das práticas integrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária do Sistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC. Arquivos catarinenses de Medicina, v. 36, n. 2, p. 69–74, 2007. FRANZ, C. M. A. P. et al. Enterococci in foods—a conundrum for food safety. International journal of food microbiology, v. 88, n. 2–3, p. 105–122, 2003. FUX, C. A. et al. Survival strategies of infectious biofilms. Trends in microbiology, v. 13, n. 1, p. 34–40, 2005. GADELHA, C. S. et al. Estudo bibliográfico sobre o uso das plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 8, n. 5, p. 208–212, 2013. GAKUNGA, N. J. et al. Antidiarrheal activity and Phytochemical profile of the ethanolic leaf extract of Leonotis nepetifolia (Lion’s ear) in Wistar albino rats. Journal of Intercultural Ethnopharmacology, v. 2, n. 2, p. 121–126, 2013. GALES, A. C. et al. Carbapenem-resistant Pseudomonas aeruginosa outbreak in an intensive care unit of a teaching hospital. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 8, n. 4, p. 267–271, 2004. GARCIA, R. Á. et al. Atividade antifúngica de óleo e extratos vegetais sobre Sclerotinia sclerotiorum. Bioscience Journal, v. 28, n. 1, 2012. GEORGOPAPADAKOU, N. H. Infectious disease 2001: drug resistance, new drugs. Drug resistance updates, v. 5, n. 5, p. 181–191, 2002. GHELARDINI, C. et al. Local anaesthetic activity of β-caryophyllene. Il Farmaco, v. 56, n. 5, p. 387–389, 2001. GIRALDI, M.; HANAZAKI, N. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 2, p. 395–406, 2010. GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Química nova, v. 30, n. 2, p. 374, 2007.
81
GODOY, S. N. Patologia comparada de psitacídeos mantidos em cativeiro no Estado de São Paulo. 2001. 214f. Disserta9ao (Mestrado)-Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, 2001. GOPAL, R. H.; VASANTH, S.; VASUDEVAN, S. V. Antimicrobial activity of essential oil of Leonotis nepetaefolia. Ancient science of life, v. 14, n. 1–2, p. 68, 1994. GRAHAM, P. L.; LIN, S. X.; LARSON, E. L. A US Population-Based Survey of Staphylococcus aureus Colonization Epidemiology of S. aureus. Annals of internal medicine, v. 144, n. 5, p. 318–325, 2006. GRANT, A. J.; DICKENS, J. C. Functional characterization of the octenol receptor neuron on the maxillary palps of the yellow fever mosquito, Aedes aegypti. PLoS One, v. 6, n. 6, p. e21785, 2011. GRICE, E. A. et al. Topographical and temporal diversity of the human skin microbiome. science, v. 324, n. 5931, p. 1190–1192, 2009. GUNGURTHY, J. et al. Antidiabetic activity of Leonotis nepetifolia Lin. in alloxan induced diabetic rats. International Journal Preclinic Pharmaceutical Research, v. 4, n. 1, p. 5–9, 2013. GURUNAGARAJAN, S.; PEMAIAH, B. Anti-tumor and antioxidant potentials of ethanolic extract of Leonotis nepetefolia R. Br. against Ehrlich Ascites carcinoma cell lines. Journal Pharmaceutical Research, v. 3, n. 12, p. 2990–2992, 2010. GYAWALI, R.; IBRAHIM, S. A. Natural products as antimicrobial agents. Food control, v. 46, p. 412–429, 2014. HALL-STOODLEY, L.; COSTERTON, J. W.; STOODLEY, P. Bacterial biofilms: from the natural environment to infectious diseases. Nature reviews microbiology, v. 2, n. 2, p. 95–108, 2004. HAWKEY, P. M. The growing burden of antimicrobial resistance. Journal of antimicrobial chemotherapy, v. 62, n. suppl_1, p. i1–i9, 2008. HILAL-DANDAN, R.; BRUNTON, L. Goodman and Gilman manual of pharmacology and therapeutics. McGraw Hill Professional, 2013. HOWDEN, B. P. et al. Isolates with low-level vancomycin resistance associated with persistent methicillin-resistant Staphylococcus aureus bacteremia. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 50, n. 9, p. 3039–3047, 2006. HOWDEN, B. P. et al. Reduced vancomycin susceptibility in Staphylococcus aureus, including vancomycin-intermediate and heterogeneous vancomycin-intermediate strains: resistance mechanisms, laboratory detection, and clinical implications. Clinical microbiology reviews, v. 23, n. 1, p. 99–139, 2010.
82
HSOUNA, A. B. et al. Chemical composition, cytotoxicity effect and antimicrobial activity of Ceratonia siliqua essential oil with preservative effects against Listeria inoculated in minced beef meat. International journal of food microbiology, v. 148, n. 1, p. 66-72, 2011. IBGE, Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística Gado Bravo: Dados Gerais do Município. Disponível em: <http://cod.ibge.gov.br/N1G4> Acesso em: 20 out. 2017. INAMDAR, A. A. et al. A model to evaluate the cytotoxicity of the fungal volatile organic compound 1-octen-3-ol in human embryonic stem cells. Mycopathologia, v. 173, n. 1, p. 13–20, 2012. IWARSSON, M.; HARVEY, Y. Monograph of the genus Leonotis (Pers.) R. Br.(Lamiaceae). Kew bulletin, p. 597–645, 2003. IWATSUKI, K. et al. Staphylococcal cutaneous infections: invasion, evasion and aggression. Journal of dermatological science, v. 42, n. 3, p. 203–214, 2006. JARDAK, M. et al. Chemical composition, anti-biofilm activity and potential cytotoxic effect on cancer cells of Rosmarinus officinalis L. essential oil from Tunisia. Lipids in health and disease, v. 16, n. 1, p. 190, 2017. JESUS, N. Z. T. DE et al. Levantamento etnobotânico de plantas popularmente utilizadas como antiúlceras e antiinflamatórias pela comunidade de Pirizal, Nossa Senhora do Livramento-MT, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 19, n. 1A, p. 130–139, 2009. JUNIOR, V. F. V. et al. Chemical composition and anti-inflammatory activity of copaiba oils from Copaifera cearensis Huber ex Ducke, Copaifera reticulata Ducke and Copaifera multijuga Hayne—A comparative study. Journal of Ethnopharmacology, v. 112, n. 2, p. 248–254, 2007. KAPLAN, J. ÁB. Biofilm dispersal: mechanisms, clinical implications, and potential therapeutic uses. Journal of dental research, v. 89, n. 3, p. 205–218, 2010. KARATAN, E.; WATNICK, P. Signals, regulatory networks, and materials that build and break bacterial biofilms. Microbiology and Molecular Biology Reviews, v. 73, n. 2, p. 310–347, 2009. KARLA MONIK, A. et al. Modulation of the erythromycin resistance in Staphylococcus aureus by ethanolic extracts of Ximenia americana L and Schinopsis brasiliensis Engl. Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas, v. 14, n. 2, 2015. KIFER, D.; MUŽINIĆ, V.; KLARIĆ, M. Š. Antimicrobial potency of single and combined mupirocin and monoterpenes, thymol, menthol and 1, 8-cineole against Staphylococcus aureus planktonic and biofilm growth. The Journal of antibiotics, v. 69, n. 9, p. 689, 2016.
83
KIM, E.-S. et al. Chamaecyparis obtusa essential oil inhibits methicillin-resistant Staphylococcus aureus biofilm formation and expression of virulence factors. Journal of medicinal food, v. 18, n. 7, p. 810–817, 2015. KIPLIMO, J. Chemical composition and anti-microbial activity of essential oils of the plants: Tarchonanthus camphoratus, Leonotis nepetifolia and Satureja biflora. 2007, p. 79. Dissertação (master of Science in Chemistry) - Ergerton University. Nakuro, Quénia, 2007. KITAOKA, N. et al. The application of synthetic biology to elucidation of plant mono-, sesqui-, and diterpenoid metabolism. Molecular plant, v. 8, n. 1, p. 6–16, 2015. KNAAK, N.; FIUZA, L. M. Potencial dos óleos essenciais de plantas no controle de insetos e microrganismos. Neotropical Biology & Conservation, v. 5, n. 2, 2010. KNOWLES, J. R. et al. Antimicrobial action of carvacrol at different stages of dual-species biofilm development by Staphylococcus aureus and Salmonella enterica serovar Typhimurium. Applied and Environmental Microbiology, v. 71, n. 2, p. 797–803, 2005. KOCH, S. et al. Enterococcal infections: host response, therapeutic, and prophylactic possibilities. Vaccine, v. 22, n. 7, p. 822–830, 2004. KRIPS, O. E. et al. Comparison of cultivars of ornamental crop Gerbera jamesonii on production of spider mite-induced volatiles, and their attractiveness to the predator, Phytoseiulus persimilis. Journal of Chemical Ecology, v. 27, n. 7, p. 1355–1372, 2001. LANDMAN, D. et al. Evolution of antimicrobial resistance among Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii and Klebsiella pneumoniae in Brooklyn, NY. Journal of antimicrobial chemotherapy, v. 60, n. 1, p. 78–82, 2007. LAHMAR, A. et al. Reversal of resistance in bacteria underlies synergistic effect of essential oils with conventional antibiotics. Microbial pathogenesis, v. 106, p. 50-59, 2017. LAVERTY, G.; GORMAN, S. P.; GILMORE, B. F. Biomolecular mechanisms of Pseudomonas aeruginosa and Escherichia coli biofilm formation. Pathogens, v. 3, n. 3, p. 596–632, 2014. LEE, Y.-S.; JANG, K.; CHA, J.-D. Synergistic antibacterial effect between silibinin and antibiotics in oral bacteria. BioMed Research International, v. 2012, 2011. LEITE, N. F. et al. Actividad antiparasitaria in vitro citotóxica de cariofileno y eugenol contra Trypanosoma cruzi y Leishmania brasiliensis. Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 18, n. 4, p. 522–528, 2013.
84
LEONIDAS, M. et al. Evaluation of the effectiveness of two medicinal plants Vernonia amygdalina and Leonotis nepetaefolia on the gastrointestinal parasites of goats in Rwanda: Case study of Huye and Gisagara districts. Journal of Veterinary Medicine and Animal Health, v. 5, n. 8, p. 229–236, 2013. LEWIS, K. Multidrug tolerance of biofilms and persister cells. In: Bacterial Biofilms. Springer, 2008. p. 107–131. LINCOPAN, N. et al. First isolation of metallo-β-lactamase-producing multiresistant Klebsiella pneumoniae from a patient in Brazil. Journal of clinical microbiology, v. 43, n. 1, p. 516–519, 2005. LIVERMORE, D. M. Multiple mechanisms of antimicrobial resistance in Pseudomonas aeruginosa: our worst nightmare? Clinical infectious diseases, v. 34, n. 5, p. 634–640, 2002. LORENZI, H.; MATOS, F. J.; FRANCISCO, J. M. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas, 2002. LOU Q., QI Y., MA Y. & QU D. Two-component signal transduction system SaeRS positively regulates Staphylococcus epidermidis glucose metabolism. Scient. World Journal. v. 12, n. 1, 2014 LUTZ, L. et al. Clinical failure of vancomycin treatment of Staphylococcus aureus infection in a tertiary care hospital in southern Brazil. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 7, n. 3, p. 224–228, 2003. MACEDO, M.; FERREIRA, A. Plantas hipoglicemiantes utilizadas por comunidades tradicionais na Bacia do Alto Paraguai e Vale do Guaporé, Mato Grosso-Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 14, p. 45-47, 2004. MACHADO, A. R. L. et al. Cost-effectiveness of linezolid versus vancomycin in mechanical ventilation-associated nosocomial pneumonia caused by methicillin-resistant Staphylococcus aureus. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 9, n. 3, p. 191–200, 2005. MAHLEN, S. D. Serratia infections: from military experiments to current practice. Clinical microbiology reviews, v. 24, n. 4, p. 755–791, 2011. MAMISUKA, E. Projeto de resistência microbiana em serviços de saúde, Staphylococcus. Projeto de resistência microbiana em serviços de saúde, Staphylococcus-ANVISA, 2005. MARODIN, S. M.; BAPTISTA, L. R. DE M. Plantas medicinais do Município de Dom Pedro de Alcântara, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil: espécies, famílias e usos em três grupos da população humana. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 5, n. 1, p. 1–9, 2002. MARTIN, S. et al. Anti-inflammatory activity of the essential oil of Bupleurum fruticescens. Planta medica, v. 59, n. 6, p. 533–536, 1993.
85
MATA, C. et al. In vivo transmission of a plasmid coharbouring bla DHA-1 and qnr B genes between Escherichia coli and Serratia marcescens. FEMS microbiology letters, v. 308, n. 1, p. 24–28, 2010. MELÉNDEZ, P. A.; CAPRILES, V. A. Antibacterial properties of tropical plants from Puerto Rico. Phytomedicine, v. 13, n. 4, p. 272–276, 2006. MERINO, N. et al. Protein A-mediated multicellular behavior in Staphylococcus aureus. Journal of bacteriology, v. 191, n. 3, p. 832–843, 2009. MILLEZI, A. F. et al. Reduction of Aeromonas hidrophyla biofilm on stainless stell surface by essential oils. Brazilian Journal of Microbiology, v. 44, n. 1, p. 73–80, 2013. MILLEZI, F. M. et al. Susceptibility of monospecies and dual‐species biofilms of Staphylococcus aureus and Escherichia coli to essential oils. Journal of Food Safety, v. 32, n. 3, p. 351–359, 2012. MODA, E. M. Aumento da vida útil de cogumelos Pleurotus sajor-caju in natura com aplicação de radiação gamaUniversidade de São Paulo, 2008. MONROY, M. A. R. et al. Virulence characteristics of Escherichia coli isolates obtained from broiler breeders with salpingitis. Comparative immunology, microbiology and infectious diseases, v. 28, n. 1, p. 1–15, 2005. MOORMEIER, D. E. et al. Use of microfluidic technology to analyze gene expression during Staphylococcus aureus biofilm formation reveals distinct physiological niches. Applied and environmental microbiology, v. 79, n. 11, p. 3413–3424, 2013. MORAN, G. J. et al. Methicillin-resistant S. aureus infections among patients in the emergency department. New England Journal of Medicine, v. 355, n. 7, p. 666–674, 2006. MORRIS, D. et al. Detection of OXA-48 carbapenemase in the pandemic clone Escherichia coli O25b: H4-ST131 in the course of investigation of an outbreak of OXA-48-producing Klebsiella pneumoniae. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 56, n. 7, p. 4030–4031, 2012. MOURA, L. B. Estudo do crescimento bacteriano na presença de óleos essenciais de Dysphania ambrosioides l. e Ocimum campechianum mill. para avaliar seus potenciais como antissépticos bucais. 2015. Dissertação. Universidade Federal do Pará. MUHIZI, T. et al. The antifungal activity of methanol and ether extracts of the leaves of Leonotis nepetaefolia. Rwanda Journal, v. 17, n. 1, p. 24–33, 2009. NAKAMURA, C. V et al. Atividade antileishmania do extrato hidroalcoólico e de frações obtidas de folhas de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, n. 1, p. 61–66, 2006.
86
NARAYAN, S. S. Antibacterial potential of crude methanolic extract of Leonotis nepetifolia (L) R. Br. International research journal of Pharmacy, v. 3, n. 2, p. 277–278, 2012. NASCIMENTO, P. V. F. S.; SILVA, L. G. D. M.; MADUREIRA, P. R. DE. Fatores preditores para infecção ou colonização por bactérias multidroga resistentes: um estudo de caso-contole/Predicting factors for infection or colonization by multidrug-resistant bacteria in a general hospital: a case-control study. Journal of Infection Control, v. 2, n. 2, p. 117–123, 2013. NCCLS. Performance Standards for Antimicrobial Disk Susceptibility Tests. Approved Standard-NCCLS document M2-A8. Wayne, PA: National Committee for Clinical Laboratory Standards, 2003. NEBES, F. B. et al. Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa na fibrose cística e caracterização de cepas mucóides. Saúde, v. 1, n. 15, p. 96–109, 2016. NETO, G. G.; MORAIS, R. G. DE. Recursos medicinais de espécies do cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 4, p. 561–584, 2003. NEVES, P. R. et al. Pseudomonas aeruginosa multirresistente: um problema endêmico no Brasil. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 47, n. 4, p. 409–420, 2011. NEWMAN, D. J.; CRAGG, G. M. Natural products as sources of new drugs over the last 25 years. Journal of natural products, v. 70, n. 3, p. 461–477, mar. 2007. NEWMAN, D. J.; CRAGG, G. M. Natural products as sources of new drugs from 1981 to 2014. Journal Natural Products, v. 79, n. 3, p. 629–661, 2016. NITHYA, V.; BRINDA, P.; ANAND, K. V. Wound healing activity of Leonotis nepetaefolia R. Br. Wistar albino rats. Asian. J. Pharm. Clin. Res, v. 4, n. 2, p. 974–2441, 2011. NOGUEIRA, L. F. B. et al. Evaluation of antibacterial, antifungal and modulatory activity of methanol and ethanol extracts of Padina sanctae-crucis. African health sciences, v. 14, n. 2, p. 372–376, 2014. NOSTRO, A. et al. Effects of oregano, carvacrol and thymol on Staphylococcus aureus and Staphylococcus epidermidis biofilms. Journal Medicine Microbiology, v. 56, p. 519–523, 2007. NOSTRO, A. et al. Susceptibility of methicillin‐resistant staphylococci to oregano essential oil, carvacrol and thymol. FEMS Microbiology Letters, v. 230, n. 2, p. 191–195, 2004. OCHOLA, S. O. et al. In vitro evaluation of Leonotis nepetifolia L. and Ocimum gratissimum L. plant extracts against Colletotrichum lindemuthianum. RUFORUM Fourth Biennial Conference, Maputo, Mozambique, 19-25 July 2014. Anais...RUFORUM, 2014
87
OH, S. Y. et al. Effects of essential oil (blended and single essential oils) on anti-biofilm formation of Salmonella and Escherichia coli. Journal of animal science and technology, v. 59, n. 1, p. 4, 2017. OKOH, O. O.; SADIMENKO, A. P.; AFOLAYAN, A. J. Comparative evaluation of the antibacterial activities of the essential oils of Rosmarinus officinalis L. obtained by hydrodistillation and solvent free microwave extraction methods. Food chemistry, v. 120, n. 1, p. 308–312, 2010. OLIVEIRA, D. M. et al. Antibacterial mode of action of the hydroethanolic extract of Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. involves bacterial membrane perturbations. Journal of ethnopharmacology, v. 172, p. 356–363, 2015. OLIVEIRA, G. A. et al. Avaliação da tolerância à vancomicina em 395 cepas hospitalares de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina. Jornal Brasileiro de Patologia, v. 37, n. 4, p. 239–246, 2001. OLIVEIRAA, A. P. et al. Estudo Fitoquímico, Atividade Antimicrobiana e Citotóxica de Espécimes de Leonotis nepetifolia LR (Br). Quimica Nova, v. 39, n. 1, p. 32–37, 2016. OYEDEJI, A. O.; EKUNDAYO, O.; KÖNIG, W. A. Constituents of the Essential Oil from the Leaves of Leonotis nepetaefolia (L.) Ait. f. Journal of Essential Oil Research, v. 11, n. 6, p. 716–718, 1999. PAGANELLI, F. L.; WILLEMS, R. J.; LEAVIS, H. L. Optimizing future treatment of enterococcal infections: attacking the biofilm? Trends in microbiology, v. 20, n. 1, p. 40–49, 2012. PALMER, K. L.; KOS, V. N.; GILMORE, M. S. Horizontal gene transfer and the genomics of enterococcal antibiotic resistance. Current opinion in microbiology, v. 13, n. 5, p. 632–639, 2010. PAPP-WALLACE, K. M. et al. Inhibitor resistance in the KPC-2 β-lactamase, a preeminent property of this class A β-lactamase. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 54, n. 2, p. 890–897, 2010. PARK, S.-H. et al. Inactivation of biofilm cells of foodborne pathogen by aerosolized sanitizers. International journal of food microbiology, v. 154, n. 3, p. 130–134, 2012. PARRA-DELGADO, H. et al. Anti-inflammatory activity of some extracts and isolates from Leonotis nepetaefolia on TPA-induced edema model. Revista de la Sociedad Química de México, v. 48, n. 4, p. 293–295, 2004. PATERSON, D. L.; BONOMO, R. A. Extended-spectrum β-lactamases: a clinical update. Clinical microbiology reviews, v. 18, n. 4, p. 657–686, 2005.
88
PAULA, C. C. Avaliação da atividade antimicrobiana in vitro e in vivo de Conyza bonariensis (L.) Cronquist (Margaridinha do Campo) e Macrosiphonia velame (A. St.-Hil.) Müll. Arg.(Velame Branco). 2010 Dissertação]. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso, , 2010. PEIXOTO, M. M. R et al. Ação dos desinfetantes sobre a adesão e biofilme consolidado de Staphylococcus spp. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 35, n. 2, p. 105-109, 2015. PELGRIFT, R. Y.; FRIEDMAN, A. J. Nanotechnology as a therapeutic tool to combat microbial resistance. Advanced drug delivery reviews, v. 65, n. 13–14, p. 1803–1815, 2013. PEREIRA, R. J.; DAS GRAÇAS CARDOSO, M. Metabólitos secundários vegetais e benefícios antioxidantes. Journal of biotechnology and biodiversity, v. 3, n. 4, 2012. PEREZ, L. R. R.; RODRIGUES, D.; DIAS, C. Can carbapenem-resistant enterobacteriaceae susceptibility results obtained from surveillance cultures predict the susceptibility of a clinical carbapenem-resistant enterobacteriaceae? American journal of infection control, v. 44, n. 8, p. 953–955, 2016. PIDDOCK, L. J. V. Clinically relevant chromosomally encoded multidrug resistance efflux pumps in bacteria. Clinical microbiology reviews, v. 19, n. 2, p. 382–402, 2006. PRAKASH, N. K. U. et al. A study on antibacterial activity of common weeds in northern districts of Tamil Nadu, India. Research Journal of medicinal plant, v. 6, n. 4, p. 341–345, 2012. PRAKASH, N. K. U. Studies on antibacterial, antioxidant, larvicidal, pesticidal activities and phytochemistry of Leonotis nepetifolia (Linn) R. Br. International Journal of Research in Pharmaceutical Sciences, v. 4, n. 2, p. 303–309, 2016. PRAKASH, U. N. K. et al. Antioxidant activity of common plants of Northern Tamil Nadu, India. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Science, v. 6, n. 4, p. 128–132, 2014. PYYSALO, H.; SUIHKO, M. Odour characterization and threshold values of some volatile compounds in fresh mushrooms. LWT Lebensmitt Wissensch Technol, 1976. QUEIROZ, T. B. et al. Teor e composição química do óleo essencial de erva-baleeira (Varronia curassavica Jaqc.) em função dos horários de coleta. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 18, n. A00101s1, p. 356–362, 2016.
89
QUITOCO, I. M. Z. et al. First report in South America of companion animal colonization by the USA1100 clone of community-acquired meticillin-resistant Staphylococcus aureus (ST30) and by the European clone of methicillin-resistant Staphylococcus pseudintermedius (ST71). BMC research notes, v. 6, n. 1, p. 336, 2013. REIDEL, B. et al. Evolution of volatile emission in Rhus coriaria organs during different stages of growth and evaluation of the essential oil composition. Chemistry & Biodiversity, 2017. RIGOBELLO, A. N. et al. Hepatotoxicidade de plantas medicinais. XXIII. Ação da infusão de Leonotis nepetaefolia R. BR. no rato. Investigação, v. 5, n. 1–6, 2010. ROBLEDO, I. E. et al. Detection of KPC in Acinetobacter spp. in Puerto Rico. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 54, n. 3, p. 1354–1357, 2010. RÔÇAS, I. N.; SIQUEIRA, J. F.; SANTOS, K. R. N. Association of Enterococcus faecalis with different forms of periradicular diseases. Journal of endodontics, v. 30, n. 5, p. 315–320, 2004. RODRIGUES, A. C. et al. Efeito alelopático de folhas de bamburral [Hyptis suaveolens (L.) Poit.] sobre a germinação de sementes de sorgo (Sorghum vulgare Pers.), rabanete (Raphanus sativus L.) e alface (Lactuca sativa L.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 14, p. 487–493, 2012. ROGERS, B. A.; SIDJABAT, H. E.; PATERSON, D. L. Escherichia coli O25b-ST131: a pandemic, multiresistant, community-associated strain. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 66, n. 1, p. 1–14, 2010. ROGERS, K. L.; FEY, P. D.; RUPP, M. E. Coagulase-negative staphylococcal infections. Infectious disease clinics of North America, v. 23, n. 1, p. 73–98, mar. 2009. RONDEVALDOVA, J. et al. Determination of anti-staphylococcal activity of thymoquinone in combinations with antibiotics by checkerboard method using EVA capmat™ as a vapor barrier. Arabian Journal of Chemistry, v. 10, n. 4, p. 566-572, 2017. RUPP, M. E. Clinical characteristics of infections in humans due to Staphylococcus epidermidis. Staphylococcus Epidermidis: Methods and Protocols, p. 1–16, 2014. RUPP, M. E.; FEY, P. D. Extended spectrum β-lactamase (ESBL)-producing Enterobacteriaceae. Drugs, v. 63, n. 4, p. 353–365, 2003. RUSSO, T. A.; JOHNSON, J. R. Proposal for a new inclusive designation for extraintestinal pathogenic isolates of Escherichia coli: ExPEC. The Journal of infectious diseases, v. 181, n. 5, p. 1753–1754, 2000.
90
RYALL, B. et al. The mucoid switch in Pseudomonas aeruginosa represses quorum sensing systems and leads to complex changes to stationary phase virulence factor regulation. PLoS One, v. 9, n. 5, p. e96166, 2014. SADER, H. S. et al. Pathogen frequency and resistance patterns in Brazilian hospitals: summary of results from three years of the SENTRY Antimicrobial Surveillance Program. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 5, n. 4, p. 200–214, 2001. SCHNEIDER, A A. A flora naturalizada no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil: herbáceas subespontâneas. Biociências, v. 15, n. 2, p. 257–268, 2007. SCUDELLER, V. V.; VEIGA, J. B. DA; ARAÚJO-JORGE, L. H. DE. Etnoconhecimento de plantas de uso medicinal nas comunidades São João do Tupé e Central (Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé). Biotupé: meio físico, diversidade biológica e sociocultural do Baixo Rio Negro, Amazônia Central. Manaus: UEA, v. 2, p. 185–199, 2009. SELIM, S. A. et al. Chemical composition, antimicrobial and antibiofilm activity of the essential oil and methanol extract of the Mediterranean cypress (Cupressus sempervirens L.). BMC complementary and alternative medicine, v. 14, n. 1, p. 179, 2014. SENTHIL-RAJAN, D. et al. Investigation on antimicrobial activity of root extracts of Thespesia populnea Linn. Tropical biomedicine, v. 30, n. 4, p. 570–578, 2013. SERRA VALDÉS, M. Á. La resistencia microbiana en el contexto actual y la importancia del conocimiento y aplicación en la política antimicrobiana. Revista Habanera de Ciencias Médicas, v. 16, n. 3, p. 402–419, 2017. SHAH, D. et al. Persisters: a distinct physiological state of E. coli. BMC microbiology, v. 6, n. 1, p. 53, 2006. SIANI, A. C. et al. Óleos essenciais: potencial antiinflamatório. 2000. SILVA-SANTOS, A. DA et al. Análise técnica, econômica e de tendências da indústria brasileira de óleos essenciais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Papel Virtual, v. 8, p. 14, 2006. SILVA FILHO, L. V. R. F. et al. Pseudomonas aeruginosa infection in patients with cystic fibrosis: scientific evidence regarding clinical impact, diagnosis, and treatment. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 39, n. 4, p. 495–512, 2013. SILVEIRA, G. P. et al. Estratégias utilizadas no combate a resistência bacteriana. Química Nova, v. 29, n. 4, p. 844, 2006. SIMAS, N. K. et al. Produtos naturais para o controle da transmissão da dengue-atividade larvicida de Myroxylon balsamum (óleo vermelho) e de terpenóides e fenilpropanóides. Química nova, v. 27, n. 1, p. 46–49, 2004.
91
SOBOLEWSKA, D. et al. Preliminary phytochemical and biological screening of methanolic and acetone extracts from Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. Journal of Medicinal Plants Research, v. 6, n. 30, p. 4582–4585, 2012. SOLÓRZANO-SANTOS, F.; MIRANDA-NOVALES, M. G. Essential oils from aromatic herbs as antimicrobial agents. Current opinion in biotechnology, v. 23, n. 2, p. 136–141, 2012. SOUSA, E. O. et al. Atividade antibacteriana e interferência de Lantana camara L. e Lantana montevidensis (Spreng.) Briq. na resistência de aminoglicosídeos. Revista Brasileira de Biociências, v. 9, n. 1, 2011. SOUSA, L. S. et al. Estudo prospectivo sobre as propriedades terapêuticas do Zingiber officinale (gengibre) com ênfase na ação antimicrobiana. Revista GEINTEC-Gestão, Inovação e Tecnologias, v. 3, n. 5, p. 427–436, 2013. SOUZA, J. R. P. DE et al. Desenvolvimento da espinheira-santa sob diferentes intensidades luminosas e níveis de poda. Horticultura Brasileira, v. 26, n. 1, p. 40–44, 2008. SOUZA, T. J. T. DE et al. Composição química e atividade antioxidante do óleo volátil de Eupatorium polystachyum DC. Revista brasileira de farmacognosia. São Paulo, SP. Vol. 17, n. 3 (Jul./Set. 2007), p. 368-372, 2007. STEPANOVIĆ, S. et al. A modified microtiter-plate test for quantification of staphylococcal biofilm formation. Journal of microbiological methods, v. 40, n. 2, p. 175-179, 2000. STEWART, P. S.; FRANKLIN, M. J. Physiological heterogeneity in biofilms. Nature Reviews Microbiology, v. 6, n. 3, p. 199–210, 2008. TABUTI, J. R. S. Herbal medicines used in the treatment of malaria in Budiope county, Uganda. Journal of ethnopharmacology, v. 116, n. 1, p. 33–42, 2008. TAJKARIMI, M. M.; IBRAHIM, S. A.; CLIVER, D. O. Antimicrobial herb and spice compounds in food. Food control, v. 21, n. 9, p. 1199–1218, 2010. TAKEDA, T.; NARUKAWA, Y.; HADA, N. Studies on the constituents of Leonotis nepetaefolia. Chemical and pharmaceutical bulletin, v. 47, n. 2, p. 284–286, 1999. TAMBE, Y. et al. Gastric cytoprotection of the non-steroidal anti-inflammatory sesquiterpene, β-caryophyllene. Planta medica, v. 62, n. 5, p. 469–470, 1996. TENDOLKAR, P. M.; BAGHDAYAN, A. S.; SHANKAR, N. Pathogenic enterococci: new developments in the 21st century. Cellular and Molecular Life Sciences CMLS, v. 60, n. 12, p. 2622–2636, 2003. TORRES, E. C.; RIBEIRO, A.; SOARES, M. A. Abordagem Fitoquímica e prospecção do potencial antimicrobiano in vitro das partes aéreas de três espécies vegetais pertencentes à família Lamiaceae. Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, 2008.
92
TOVAR, R. T.; PETZEL, R. M. Herbal toxicity. Disease-a-month, v. 55, n. 10, p. 592–641, 2009. TRABULSI, L. R. et al. Microbiologia. 2005. São Paulo: Atheneu, v. 4, 2005. TREMBLAY, Y. D. N; HATHROUBI, S.; JACQUES, M. Les biofilms bactériens: leur importance en santé animale et en santé publique. Canadian Journal of Veterinary Research, v. 78, n. 2, p. 110-116, 2014. TRIVEDI, A.; NEERAJ SETHIYA, K.; MISHRA, S. H. Preliminary pharmacognostic and phytochemical analysis of “Granthika”(Leonotis nepetaefolia): an ayurvedic herb. Indian Journal of Traditional Knowledge, v. 10, n. 4, p. 682-688, 2011. TURINA, A. DEL V et al. Natural terpenes: self-assembly and membrane partitioning. Biophysical chemistry, v. 122, n. 2, p. 101–113, 2006. UEDA, F. et al. Nepetaefuran and leonotinin isolated from Leonotis nepetaefolia R. Br. potently inhibit the LPS signaling pathway by suppressing the transactivation of NF-κB. International immunopharmacology, v. 28, n. 2, p. 967–976, 2015. VALENZA, G. et al. Extended-spectrum-β-lactamase-producing Escherichia coli as intestinal colonizers in the German community. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 58, n. 2, p. 1228–1230, 2014. VAN HOUDT, R.; MICHIELS, C. W. Biofilm formation and the food industry, a focus on the bacterial outer surface. Journal of applied microbiology, v. 109, n. 4, p. 1117–1131, 2010. VAN TYNE, D.; GILMORE, M. S. Friend turned foe: evolution of enterococcal virulence and antibiotic resistance. Annual review of microbiology, v. 68, p. 337–356, 2014. VANO‐GALVAN, S. et al. Fulminant necrotizing fasciitis caused by Serratia marcescens in an immunosuppressed host. International journal of dermatology, v. 53, n. 1, 2014. VASCONCELOS, S. E. C. B. et al. Plectranthus amboinicus essential oil and carvacrol bioactive against planktonic and biofilm of oxacillin-and vancomycin-resistant Staphylococcus aureus. BMC complementary and alternative medicine, v. 17, n. 1, p. 462, 2017. VEERABADRAN, U. et al. Evaluation of antioxidant potential of leaves of Leonotis nepetifolia and its inhibitory effect on MCF7 and Hep2 cancer cell lines. Asian Pacific journal of tropical disease, v. 3, n. 2, p. 103–110, 2013. VELÁZQUEZ-MEZA, M. E. Staphylococcus aureus methicillin-resistant: emergence and dissemination. salud pública de méxico, v. 47, n. 5, p. 381–387, 2005.
93
VIEGAS JÚNIOR, C. Terpenos com atividade inseticida: uma alternativa para o controle químico de insetos. Química Nova, p. 390–400, 2003. VOELZ, A. et al. Outbreaks of Serratia marcescens in neonatal and pediatric intensive care units: clinical aspects, risk factors and management. International journal of hygiene and environmental health, v. 213, n. 2, p. 79–87, 2010. VUONG, Q. V et al. Botanical, phytochemical, and anticancer properties of the Eucalyptus species. Chemistry & biodiversity, v. 12, n. 6, p. 907–924, 2015. VUOTTO, C. et al. Antibiotic resistance related to biofilm formation in Klebsiella pneumoniae. Pathogens, v. 3, n. 3, p. 743–758, 2014. WILLIAMS, A. F. et al. Leonotis nepetifolia Protects against Acetaminophen-Induced Hepatotoxicity: Histological Studies and the Role of Antioxidant Enzymes. Natural Products Chemistry Research, v. 4, n. 222, p. 2, 2016. YANG, S.-J. et al. Cell wall thickening is not a universal accompaniment of the daptomycin nonsusceptibility phenotype in Staphylococcus aureus: evidence for multiple resistance mechanisms. Antimicrobial agents and chemotherapy, v. 54, n. 8, p. 3079–3085, 2010. YOSHIHARA, K. et al. Germacrene D, a key intermediate of cadinene group compounds and bourbonenes. Tetrahedron Letters, v. 10, n. 27, p. 2263–2264, 1969. ZAVASCKI, A. P. et al. The influence of metallo-β-lactamase production on mortality in nosocomial Pseudomonas aeruginosa infections. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 58, n. 2, p. 387–392, 2006. ZHENG, G.-Q.; KENNEY, P. M.; LAM, L. K. Sesquiterpenes from clove (Eugenia caryophyllata) as potential anticarcinogenic agents. Journal of natural products, v. 55, n. 7, p. 999–1003, 1992.