3 6 5 0 dias de cultura · instituto cultural moçambique - alemanha qualid ade serviÇ o...

40
3 6 5 0 DIAS DE CULTURA Instituto Cultural Moçambique - Alemanha

Upload: vandung

Post on 05-Jun-2018

246 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

3 6 5 0 DIASDE CULTURA

Instituto Cultural Moçambique - Alemanha

Page 2: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Instituto Cultural Moçambique - Alemanha

QUALIDADE SERVIÇO COMPETÊNCIA

Design & Multimédia

IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA:

Herausgeber / Editor: Instituto Cultural Moçambique-Alemanha ICMAGoethe-Zentrum Maputo89 Rua Carlos Albers Maputo – Moçambiquewww.goethe.de/maputo

Interviews und Texte / Entrevistas e textos: Benita Schauer, Birgit Plank-Mucavele, Heike Roch, Nadine Westermann, Ute FendlerÜbersetzung und Schlussredaktion / Tradução e redacção final: Marta BarrosoKonzept / Conceito: Heike Roch, Birgit Plank-MucaveleGrafische Gestaltung / Criação gráfica:David Aguacheiro, Tina KrügerRedaktionsassistenz / Assistência de redacção: Lea Kuebler

Layout:

Druck/Impressão:Brithol Michcoma

Tiragem: 1000 © 2014

Dieses Jubiläumsmagazin ist mit der freundlichen Unterstützung des Goethe-Instituts Johannesburg entstanden. Esta revista foi publicada com o amigável apoio do Goethe-Institut de Joanesburgo.

Apoio:

Capa: "Ponto de Intersecção" Künstlerische Leitung, Choreographie: Panaibra CandaDirecção e coreografia: Panaibra CandaFoto © Peter Fiebig 2014

Page 3: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Vorwort / Prefácio

Theater / Teatro

Poesie / Poesia

Film / Filme

Kunst / Arte

Sprache / Língua

Musik / Música

Madgermane

10 Jahre ICMA / ICMA: 10 anos

Danksagung / Agradecimentos

4

9

14

18

20

23

28

32

37

38

Ausblick / Perspectiva39

“Wir sind uns gleich im Denken wie im Arbeiten”“Pensamos da mesma maneira, trabalhamos da mesma maneira”

Henning Mankell “Dunkles Brot und Tote Blumen”, ICMA 2007Henning Mankell, “Pão Escuro e Flores Mortas”, ICMA 2007

Musikalische BegegnungEncontro Musical

Viele Gründe, Deutsch zu lernenHá muitas razões para aprender alemão

Initiative PASCH am Instituto Comercial de MaputoIniciativa PASCH no Instituto Comercial de Maputo

Interview mit Amos GuambeEntrevista com Amos Guambe

Warum Shangana Kurse im ICMA?Porquê cursos de changana no ICMA?

Die Magie der PoesieA Magia da Poesia

Amarildo Valeriano „Eu, a noite e a música“

“... ein Ort der Begegnung für uns alle”„... um ponto de encontro para todos nós”

„... da ich nun in einem Alter bin, wo ich mich nach meinen afrikanischen Wurzeln sehne“„... porque agora cheguei a uma idade em que busco as minhas raízes africanas“

Filmschaffen in MosambikCinematografia em Moçambique

9

13

14

17

23

24

26

27

32

35

Page 4: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

„Jemand sagte einmal, Kultur ist das Gesicht einer Nation - vielleicht ist das ein wenig poetisch. Für mich bedeutet Kultur das Zusammenspiel aller Elemente, die unser Leben in einer Gesellschaft ausmachen. Wirken und Sein, Lust und Verdruss, Zeitgeist und Reflektion der Menschen innerhalb eines Lebensraums.“

Birgit Plank-Mucavele: „Vor zehn Jahren begann für mich alles mittendrin. Da stand ich im “Teatro Avenida“ in Maputo, Mosam-bik, dem literarischen Schauplatz meines Lieblingsromans, “Der Chronist der Winde“, des schwedischen Schriftstellers Henning Mankell. Auch für ihn wurde Maputo zur Wahlheimat. Jetzt war dieser Ort mein neuer Arbeitsplatz und das “Teatro Avenida“ neben dem Französischen Kulturzentrum (CCFM) einer der beiden Veranstaltungsorte, die mir als Direktorin des neuen Deutsch-Mosambikanischen Kulturzentrums - kurz ICMA – zukünftig zur Verfügung stehen sollten. Hier organisierten wir die ersten Deutschen Film- und Kulturwochen und etliche Theaterinszenierungen. Manuela Soeiro, eine faszinierende Persönlichkeit aus Maputo und bekannte Direktorin des Theaters, stand mir als erfahrene Mentorin zur Seite.

Maputo war neu für mich. Es war lebendig, dynamisch. Es machte mich neugierig. Zwölf Jahre nach dem Bürgerkrieg und Friedensabkommen in Mosambik gab es hier kaum Kulturange-bote - Veranstaltungen, Treffpunkte. Vieles begann in diesem Moment. Bei null anzufangen, war eine Herausforderung und gleichzeitig eine große Freiheit. Eine Zeit des Ausprobierens und Experimentierens. Einiges misslang. Aber ich hatte eine Vision - und wie ein afrikanisches Sprichwort sagt: “Willst du schnell sein, gehe allein. Willst du weiterkommen, gehe mit Anderen“.

“Houve alguém que um dia disse que a cultura é a cara de uma nação – talvez seja um pouco poético. Para mim, cultura é a combinação de todos os elementos que compõem a nossa vida numa sociedade. Parecer e ser, prazer e enfado, “Zeitgeist“ e reflexo das pessoas dentro de um espaço comum.“

Birgit Plank-Mucavele: „Para mim, tudo começou há dez anos, bem no meio do acontecimento. Lá estava eu, no Teatro Avenida, em Maputo, Moçambique, o cenário literário do meu romance preferido, ”Comédia Infantil“, do autor sueco Henning Mankell. Também ele tinha escolhido viver em Maputo. E agora, a cidade era o meu novo local de trabalho e o Teatro Avenida, juntamente com o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) seria um dos dois espaços culturais que teria à disposição como Directora do novo Instituto Cultural Moçambique-Alemanha (ICMA). Foi aqui que organizámos as primeiras Semanas de Cinema Alemão, também as primeiras Semanas Culturais Alemãs e ainda encenações de teatro. Manuela Soeiro, uma personalidade fascinante de Maputo e conhecida Directora do teatro, acompanhou-me como mentora experiente. Maputo era um local novo para mim. Tinha vida, dinâmica. E despertava a minha curiosidade. Doze anos depois do fim da guerra civil e do Acordo Geral de Paz em Moçambique, pouca oferta cultural havia aqui – eventos, pontos de encontro. Muito arrancou naquele momento. Começar do zero era um desafio e, ao mesmo tempo, uma forte sensação de liberdade. Um período de tentativas e experiências. Algumas correram mal. Mas eu tinha uma visão – e como diz um ditado africano: “Se quiseres ir depressa, vai sozinho. Se quiseres avançar, vai com outros“.

3 6 5 0D I A S D E C U L T U R A

3 6 5 0 T A G EK U L T U R

4 - Prefácio

Page 5: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Im August 2003 gründeten vier Kooperationspartner – der Deutsch-Mosambikanische Freundschaftsverein (AAMA), das Goethe-Institut Johannesburg, der ehemalige Deutsche Entwick-lungsdienst (DED) und die Deutsche Botschaft Maputo – das Kulturzentrum ICMA. Ausschlaggebend waren die engen histori-schen Beziehungen zwischen Deutschland und Mosambik. Es sollte ein Ort der Begegnung für die geschätzten 16.000 - 25.000 mosambikanischen Rückkehrer aus der DDR, die “Madgerma-nes“ - Schüler, Studenten und Vertragsarbeiter – und für alle Kulturinteressierten geschaffen werden.

Zehn Jahre später ist das ICMA gewachsen, das Team hat sich vergrößert, die Räume haben sich erweitert, seit 2008 ist es zertifiziertes Goethe-Zentrum. Es ist ein lebendiger Ort, für jeden zugänglich, denn nur auf diese Weise entwickelt sich Kultur. Sie ist nicht mit marktwirtschaftlichen Prinzipien zu bemessen, sondern entsteht durch Austausch und Solidarität.

Das ICMA als Vermittler zwischen Mosambik und Deutschland, zwischen zwei Ländern, zwei Kulturen, die nicht unterschiedlicher sein könnten. Die Aktivitäten und Projekte erstrecken sich heute bis in die nördlichste Provinz Cabo Delgado, ungefähr 2.500 Kilometer von der Hauptstadt Maputo entfernt. In enger Zusam-menarbeit mit lokalen Partnern werden Programmkonzepte entwickelt, die ein aktuelles Mosambik- beziehungsweise Deutschlandbild repräsentieren.

Das ICMA orientiert sich an den Schwerpunkten und strategi-schen Zielen des Goethe-Instituts und ist der einzige Anbieter für Deutschunterricht als zertifiziertes Prüfungszentrum in Mosambik.

“Kinder und Jugendliche sind ein wichtiger Schwerpunkt unserer Arbeit. Wir freuen uns, jedes Jahr den besten Schülern im Rahmen des PASCH-Austauschprogramms einen Deutschland-aufenthalt zu ermöglichen. Die Initiative verbindet ein weltum-spannendes Netz von mehr als 1.700 Partnerschulen mit beson-derer Deutschlandbindung.“

Gleichzeitig werden lokale kulturelle Einflüsse wie der Shangana-Unterricht, eine der über 40 regionalen Landesspra-chen Mosambiks, sowie Kunst, Musik und Tanz, Poesie und Rhetorik, die Ausdrucksform und Charakter der mosambikani-schen Mentalität reflektieren, kultiviert. Das Kulturzentrum ist Plattform und Bühne für Veranstaltungen und Konzerte. Renom-mierte Formate wie die Poesienacht im angeschlossenen Café Kultur sind fester Bestandteil des Programms.

“Die wesentliche Aufgabe war für uns, das ICMA bekannt zu machen, ein Profil zu entwickeln und die Grenze zwischen Kultur und Künsten und der Unterhaltungskultur zu definieren. Im Laufe der Jahre gab es viele Inspirationen und Emotionen: die hervorra-gende Unterstützung meines gesamten Teams und nicht zu vergessen die jungen Freiwilligen, die jeweils für ein Jahr hier arbeiten und gearbeitet haben.

Em Agosto de 2003, quatro parceiros de cooperação – a Associ-ação de Amizade Moçambique-Alemanha (AAMA), o Goethe-Institut de Joanesburgo, o antigo Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social (DED) e a embaixada da Alemanha em Maputo – fundaram o Instituto Cultural Moçambique-Alemanha (ICMA). As estreitas relações históricas entre a Alemanha e Moçambique foram decisivas. O ICMA deveria tornar-se um ponto de encontro para os 16.000 – 25.000 moçambicanos que tinham vivido na RDA, os “madgermanes” – entre alunos de escola, estudantes e trabalhadores – mas também para todos os amantes da cultura.

Ao longo destes dez anos, o ICMA cresceu e consigo também a equipa e as instalações. Desde 2008, é Goethe-Zentrum acreditado. É um espaço com vida, aberto a todos, já que, só desta forma, é possível desenvolver a cultura. E esta não se mede por princípios económicos, mas sim pelo intercâmbio e pela solidariedade.

O ICMA como intermediário entre Moçambique e a Alemanha, intermediário entre dois países e duas culturas que não poderiam ser mais diferentes. As actividades e os projectos estendem-se, hoje, até à província de Cabo Delgado, no extremo Norte de Moçambique, a cerca de 2.500 quilómetros da capital, Maputo. O Instituto desenvolve, em estreita cooperação com parceiros locais, programas que reflectem uma imagem actual de ambos os países.

O ICMA orienta-se pelos focos e pelos objectivos estratégicos do Goethe-Institut e é o único local que oferece cursos de alemão como centro examinador acreditado em Moçambique.

”Crianças e jovens constituem um público-alvo importante do nosso trabalho. Estamos contentes por proporcionar, todos os anos, uma estada na Alemanha aos melhores alunos do programa de intercâmbio Pasch. A iniciativa une uma rede mundial de mais de 1.700 escolas parceiras com ligação especial à Alemanha.”

Ao mesmo tempo, cultivam-se influências culturais locais como as aulas de changana, uma de mais de 40 línguas regionais de Moçambique, bem como arte, música e dança, poesia e retórica, que reflectem a expressão e o carácter da mentalidade moçambicana. O Instituto Cultural é plataforma e palco para eventos e concertos. Formatos conhecidos como a Noite de Poesia, no Café Kultur, dentro do recinto do ICMA, constituem parte fundamental do programa do Instituto.

”O nosso principal objectivo foi tornar o ICMA conhecido, desen-volver um perfil e definir a linha entre cultura e artes e cultura de entretenimento. Ao longo dos anos tivemos diferentes fontes de inspiração e muitas emoções: o apoio extraordinário de toda a minha equipa, não esquecendo os jovens voluntários, que vêm trabalhar connosco por um ano.

5 - Prefácio

Page 6: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

ICMA-Team Januar 2005Von links nach rechts: Christian Hoffmann (Deutschlehrer) | Heike Backofen-Warnecke (DED Landesdirektorin) | Rosita Mbebe (Sekretärin) | Aurélio Simango (1. AAMA-Präsident) | Birgit Plank-Mucavele (Kulturmanagerin)Foto © ICMA Archiv 2005

In den vergangenen Jahren gab es unzählige großartige Konzer-te mit unterschiedlichsten Künstlern aller Genres und Altersgrup-pen. Unter den besten das Abdullah Ibrahim Konzert mit der NDR Bigband im “Cine África“ 2004. Das “Chiwoniso“ Konzert im Kino “Gil Vicente“ mit 800 Gästen und dem Stromausfall, der keinen bewegte, den Saal zu verlassen. Die Gastronomieveranstaltung in Kooperation mit der Organisation der Mosambikanischen Frau (OMM) - ihren traditionellen Gerichten aller elf Provinzen. Ich erinnere mich gerne an die Werner Herzog Ausstellung im Rahmen des Dokumentarfilmfestivals “Dockanema“ sowie die schon erwähnten ersten deutschen Filmtage im “Teatro Avenida“, gefolgt von vielen weiteren Filmtagen verschiedenster Nationali-täten.

Ich denke traurig zurück an die dramatische Explosion des Waffenlagers in Maputo im März 2007, bei der so viele Menschen starben, darunter auch unser geschätzter Kollege Fernando Pedro, u.a. Autor von: “Madgermanes in der DDR - Vida cotidiana“.

- Luka, mein Mann, war immer meine größte Inspiration. Ihm verdanke ich, dass ich so vieles schneller verstehen durfte. Ich schätze seine Kompetenz, Dinge darzustellen und zu erklären ohne zu bewerten, seine Weisheit und seine nie versagende Geduld, Freundlichkeit und Menschlichkeit. Meine Assistentin Rosita Mbebe, die seit der ersten Stunde mit dabei ist, hat mir mit viel Geduld Portugiesisch beigebracht. Mit unserem Kollegen Israel Maunze hat mir die Arbeit vom ersten Moment an viel Freude bereitet.

Equipa do ICMA em Janeiro de 2005Da esquerda para a direita: Christian Hoffmann (Professor de alemão) | Heike Backofen-Warnecke (Directora Nacional do DED) | Rosita Mbebe (Secretária) | Aurélio Simango (1° Presidente da AAMA) | Birgit Plank-Mucavele (Gestora cultural)Foto © Arquivo ICMA 2005

Nos últimos anos, tivemos inúmeros concertos fantásticos com os mais diferentes artistas de todos os tipos de música e idades. Entre os melhores esteve o de Abdullah Ibrahim com a “NDR Bigband” no Cine África em 2004. O show de Chiwoniso no cinema Gil Vicente com 800 pessoas e o corte de energia que não incomodou ninguém. O evento de gastronomia em coope-ração com a Organização da Mulher Moçambicana (OMM) com pratos típicos das onze províncias do país. Lembro-me, com prazer, da exposição de Werner Herzog no âmbito do Festival do Filme Documentário, “Dockanema”, bem como dos primeiros Dias de Cinema Alemão no Teatro Avenida, seguidos de muitos outros Dias de Cinema das mais diversas nacionalidades.

Lembro-me com tristeza da explosão, dramática, do paiol de Maputo, em Março de 2007, na qual morreram tantas pessoas. Entre elas, o nosso estimado colega Fernando Pedro, autor de ”Madgermanes in der DDR - Vida cotidiana“, entre outros.

- O meu marido, Luka, foi sempre a minha maior inspiração. A ele se deve o facto de ter entendido tantas coisas muito mais depressa. Admiro a sua capacidade de explicar coisas e de não julgar, a sua sabedoria e a sua paciência inesgotável, a sua gentileza e o facto de ser tão humano. Foi a minha assistente, Rosita Mbebe, que desde o início me acompanhou, que, com muita paciência, me ensinou português. Desde o início também tive muito prazer em trabalhar com o nosso colega Israel Maunze.

6 - Prefácio

Page 7: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Rückhalt erfuhr ich auch von dem ehemaligen Regionalleiter des Goethe-Instituts Johannesburg, Dr. Pirrung, dem Deutschen Botschafter, Dr. Klemm, und der DED Landesdirektorin, Frau Backofen-Warnecke.Nachdem ich meine anfänglichen Befürchtungen äußerte, sagten sie zu mir: “Das schaffen Sie schon, Frau Plank-Mucavele!“

Mir lag die Bundesliga nicht, die ich im ersten Jahr jeden Sonnabend für einige wenige Fans organisieren und übertragen musste... No social life possible - für mich. Später nutzte ich diese Stunden, um mit einer Freundin die Bodenfliesen in unserem Innenhof zu verlegen.

Grundsätzlich ist Afrika und insbesondere Mosambik mit seinen Menschen ein sehr interessanter und fruchtbarer Kooperations-partner. Der Zugang findet sich mit ein wenig Offenheit leicht und vieles lässt sich hier auf unkonventionelle Weise realisieren.“

Das ICMA ist heute rege mit der kreativen Szene vor Ort verbun-den. Dank Netzwerkarbeit und gemeinsamen Projekten mit dem Goethe-Institut beteiligt es sich heute intensiv am regionalen und internationalen Künstler- und Expertenaustausch. Für einige von ihnen war dieser Ort bereits ein Sprungbrett. In den letzten Jahren ermöglichte es mosambikanischen kreativen Talenten, an bedeutenden Kulturveranstaltungen in Deutschland teilzuneh-men wie den Internationalen Filmfestspielen Berlin, Berlinale, der weltweit renommiertesten Ausstellung zeitgenössischer Kunst, Documenta, in Kassel, oder der Frankfurter Buchmesse. Umge-kehrt konnten deutsche Künstler in Mosambik über Konzerte, Workshops und Ausstellungen einen neuen Kulturkreis kennen-lernen. Diese Multikultur ermöglicht einen positiven Beitrag zum besseren Verständnis, weiteren Bildungsmöglichkeiten und größerer Toleranz.

Das ICMA erhält viel Anerkennung von lokalen Partnern, Kultur-schaffenden und Kulturinteressierten. Die Schweizer Botschaft und die Österreichische Vertretung beteiligen sich jährlich an der Woche der Deutschen Sprache.

Internationale Partner sind das Französische Kulturzentrum, das portugiesische Kulturzentrum und der “British Council“. 2009 initiierte das ICMA ein Treffen aller Partner, um die Projekte zukünftig zu verbinden und gemeinsam größere Wirkung zu erzielen. Die Kooperationen haben einen Namen bekommen: CULTURANDO, diese bildete auch die Basis für das erste Treffen zur Gründung des EUNIC Clusters, Netzwerk Europäischer Kultur-institute in bisher 150 Ländern.

Für Birgit Plank-Mucavele ist das ICMA Herzensangelegenheit und Lieblingsort. Dieses Jahr feiert sie zwei Jubiläen: zehn Jahre als Direktorin des Deutsch-mosambikanischen Kulturzentrums und 20 Jahre Afrika. Sie lebt beide Kulturen. “Für mich bedeutet es eine Mischung aus Diplomatie, sich anpassen und abgeben. Manchmal weiß ich nicht mehr, in welcher Kultur ich eigentlich lebe und fühle“, erwidert sie.

Von Heike Roch

Tive ainda o apoio do antigo Director Regional do Goethe-Institut de Joanesburgo, Dr. Pirrung, do embaixador alemão, Dr. Klemm, e da Directora Nacional do antigo DED, a Sra. Backofen-Warnecke.Depois de ter expressado os meus receios iniciais, disseram-me: ”Há-de conseguir, Sra. Plank-Mucavele!“

Ao longo do primeiro ano, tive de organizar todos os sábados a transmissão do campeonato de futebol alemão, a “Bundesliga”. Naquela altura, não gostava da “Bundesliga“. Era impossível manter uma vida social. Mais tarde haveria de aproveitar essas horas para colocar os azulejos no nosso pátio com uma amiga.

Em princípio, África, e sobretudo Moçambique com as suas gentes, é um parceiro de cooperação muito interessante e fértil. Com um pouco de abertura, é fácil aproximarmo-nos e muito se torna possível de forma inconvencional.”

O ICMA está hoje muito ligado à cena criativa local. Graças a ligações e a uma rede de contactos bem como a projectos conjuntos com o Goethe-Institut, o ICMA participa de forma intensa no intercâmbio de artistas e peritos de diferentes áreas a nível regional e internacional. Foi aqui que alguns deles deram o salto. Nos últimos anos, o ICMA tornou possível a participação de talentos criativos moçambicanos em eventos culturais importan-tes na Alemanha como o Festival Internacional de Cinema de Berlim, “Berlinale”, a mais importante exposição de arte contem-porânea do mundo, “Documenta”, na cidade de Kassel, ou a Feira do Livro de Frankfurt. Por seu lado, artistas alemães tiveram a oportunidade de conhecer um novo círculo cultural através de concertos, workshops e exposições. Esta multiculturalidade contribui de forma positiva para uma melhor compreensão, mais possibilidades de formação e maior tolerância.

O ICMA goza de muito prestígio junto dos parceiros locais, pessoas ligadas à cultura e amantes da mesma. A embaixada da Suíça e a representação austríaca participam anualmente na Semana da Língua Alemã.

Parceiros internacionais são o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), o Instituto Camões – Centro Cultural Português e o “British Council”. Em 2009, o ICMA deu início a encontros de todos os parceiros de forma a ligar os projectos no futuro e alcançar mais resultados em conjunto. As cooperações receberam um nome: CULTURANDO. E assim surgiu a base para o primeiro encontro que criaria o cluster EUNIC, a rede de Institu-tos Culturais Europeus, presente, até agora, em 150 países.

Para Birgit Plank-Mucavele, o ICMA é uma paixão e o seu espaço preferido. Este ano, festeja dois aniversários: 10 anos como Directora do ICMA e 20 anos em África. Desde então, vive as duas culturas: ”Para mim, trata-se de uma mistura entre diplomacia, adaptação e entrega. Por vezes, já não sei em que cultura vivo e sinto“, conclui.

Por Heike Roch

7 - Prefácio

Page 8: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

ICMA-Team April 2014

Von links nach rechts: Lázaro Magalhães, Administrator. Der ehemalige DDR -Vertragsar-beiter wusste zunächst nicht, wie er seine Deutschlanderfahrungen in Mosambik unterbringen sollte. Jetzt hat er mit diesen Fähigkeiten seine Aufgabe im Team gefunden.Assado Mário Lichane, Rezeptionist & Programmassistent. Student für Wirtschaftsprüfung. Der Dreiundzwanzigjährige war ein heraus-ragender Deutschschüler im Rahmen des PASCH-Sprachprogramms. Nach einem Praktikum wurde das ICMA für ihn zum ersten richtigen Arbeitsplatz. Rosita Mbebe, Assistentin der Geschäftsführung. Ehemalige Studen-tin der Informationsverarbeitung der Technischen Universität Dresden. Sie bewarb sich im letzten Moment auf die Stellenanzeige des ICMA und hätte nicht gedacht, dass Deutschland zehn Jahre später immer noch eine so zentrale Rolle in ihrem Leben einnehmen würde.Birgit Plank-Mucavele, Leiterin und Kulturmanagerin.Abel Maria Victorino, PASCH-Sprachkoordinator. Er versteht sich als Teil der “Geração 8 de Março“, der Generation, die ein unabhängi-ges Mosambik aufbaute. Er organisiert und lehrt Deutsch am “Instituto Comercial“ und am ICMA in Maputo.Israel Maunze, Haushandwerker. Der ehemalige Schuster hat sich mit seiner aufgeschlossenen, hilfsbereiten Art schnell in die Herzen des Teams gearbeitet.Petra Tomás Wanga, (nicht im Bild) besuchte die Schule der Freund-schaft der ehemaligen DDR. Seit Dezember 2013 arbeitet sie in der Sprachabteilung des ICMA als zertifizierte Deutschlehrerin.

Equipa do ICMA em Abril de 2014

Da esquerda para a direita: Lázaro Magalhães, Administrador. De início, o antigo trabalhador na RDA não sabia como beneficiar, em Moçambique, das suas vivências na Alemanha. Agora, com as suas capacidades, tem a sua função na equipa do ICMA. Assado Mário Lichane, Recepcionista e Assistente de Programas. Estudante de contabilidade. O jovem de 23 anos terminou, com excelência, um curso de alemão no âmbito da iniciativa Pasch. Depois de um estágio, o ICMA tornou-se o seu primeiro verdadeiro local de trabalho.Rosita Mbebe, Assistente da Direcção. Antiga estudante de informática da Universidade Técnica de Dresden. Concorreu, no último momento, para a vaga do ICMA e nunca pensou que, dez anos depois do seu regresso a Moçambique, a Alemanha ainda teria um papel tão central na sua vida.Birgit Plank-Mucavele, Directora e Gestora cultural.Abel Maria Victorino, Coordenador da iniciativa PASCH. Vê-se a si mesmo como parte da ”Geração 8 de Março”, a geração que construiu um Moçambique independente. Organiza e dá aulas de alemão no Instituto Comercial de Maputo e no ICMA.Israel Maunze, Assistente técnico. Com a sua postura prestável e aberta, o antigo sapateiro depressa conquistou um lugar no coração da equipa do ICMA.Petra Tomás Wanga, (ausente na imagem) frequentou a Escola da Amizade na antiga RDA. Desde Dezembro de 2013 trabalha no departamento de língua do ICMA como professora de alemão certificada.

Foto © Aguacheiro Multimedia 2013

8 - Prefácio

Page 9: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Manuela Soeiro, das “Teatro Avenida“ und das ICMA

“Nove Hora” – Manuela Soeiro und die Theatergruppe Mutumbela GogoFoto © Wolfgang Schmidt 2011

Seit 1961 besteht das “Teatro Avenida“. Auf Initiative von Manuela Soeiro kam es dort 1986 zur Bildung der Theatergruppe “Mutum-bela Gogo”, einer Gemeinschaft von jungen Leuten mit einer Leidenschaft für das Theater. Ihre Vision war es, ein professionel-les Theaterensemble zu schaffen, das zugleich – noch wichtiger – in seiner Arbeit Aspekte der mosambikanischen Lebenswirklich-keit einbrachte. Als das ICMA vor zehn Jahren mit seinen Aktivitä-ten begann, die zum Ziel immer die Verbindung von deutschen und mosambikanischen Themen haben, bot sich das “Teatro Avenida“ naturgemäß als Partner an.

Fast jedes Jahr wird im “Teatro Avenida“ ein Stück eines deutschen Autors aufgeführt, oder eines, das von einem Deutschen inszeniert wurde. Manchmal auch eines über ein deutsches Thema. Woher kommt Ihre enge Beziehung zu Deutschland und seinem Theater?

Manuela Soeiro, o Teatro Avenida e o ICMA

“Nove Hora” Manuela Soeiro e o grupo de teatro Mutumbela GogoFoto © Wolfgang Schmidt 2011

O Teatro Avenida existe desde 1961. Lá, Manuela Soeiro formou, em 1986, o grupo “Mutumbela Gogo”, composto por jovens amantes de teatro. O seu objectivo era, então, criar uma companhia de teatro profissional que reflectisse no seu trabalho a realidade moçambicana. Quando, há dez anos atrás, o ICMA deu início às suas actividades, sempre combinando temas alemães e moçambicanos, o Teatro Avenida tornou-se o seu parceiro natural.

Quase todos os anos podemos ver no Teatro Avenida uma peça com alguma ligação à Alemanha – escrita por um alemão, encenada por um alemão ou sobre um tema alemão. De onde vem a sua relação com a Alemanha e o teatro alemão?

Mutubela Gogo

“Wir sind uns gleich im Denken wie im Arbeiten”

“Pensamos da mesma maneira, trabalhamos da mesma maneira”

9 - Teatro

Page 10: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Ursprünglich war das reiner Zufall: Als ich in den 1960er Jahren in Pemba lebte, lernte ich dort einige junge Deutsche kennen. Wir mochten uns, verbrachten Zeit miteinander. Wie das eben so geht, ganz unverbindlich. Später dann, als ich schon im Theater arbeitete, kam die Zusammenarbeit mit Deutschland automa-tisch, weil das Land einen reichen Schatz an Theaterkultur besitzt. Deshalb haben wir dann mit dem Berliner Grips Theater gemein-sam “Mugnog-Kinder“ (Muno Munene, 2006) produziert und auch die erste Inszenierung von “Linie 1“ (Chapa 100, 2009). Der Direktor des Weimarer Theaters regte uns an, im Jahr 2009 “Das besondere Leben der Hilletje Jans“ (Het bijzondere leven van Hilletje Jans) des niederländischen Autors Ad de Bont aufzufüh-ren. Und gemeinsam mit dem Theater Rampe aus Stuttgart produzierten wir 2005 “Die Räuber“ (Os Bandoleiros de Schiller). Die engsten Beziehungen haben wir aber mit der tri-bühne aus Stuttgart: In den vergangenen elf Jahren haben wir mit diesem Ensemble vier gemeinsame Stücke aufgeführt, unter anderem das Werk von Henning Mankell “Dunkles Brot und Tote Blumen“ (Pão Escuro e Flores Mortas, 2003). Dreimal ist die Gruppe schon nach Mosambik gekommen, um mit uns zu arbeiten, und wir haben unsererseits am Internationalen Theaterfestival in Stuttgart teilgenommen.

Wie kam es dazu, dass Henning Mankell “Dunkles Brot und Tote Blumen“ für Sie schrieb – ein Stück, das von einem Mosambika-ner handelt, der von deutschen Rechtsextremisten umgebracht wurde?

Das war eine ausdrückliche Bitte des Direktors der tri-bühne, der von jenem Vorfall (der Ermordung des Mosambikaners Alberto Adriano in Dessau) gehört hatte und sich an Henning Mankell wandte, um ihn zu bitten, für unsere beiden Ensembles darüber ein Theaterstück zu schreiben.

No fundo, foi pura coincidência. Quando vivia em Pemba, nos anos 1960, conheci alguns jovens alemães. Convivemos muito e tudo acabou por aparecer naturalmente, foi algo totalmente espontâneo. Mais tarde – para mim, que trabalho no teatro – tornou-se uma necessidade colaborar com a Alemanha pela riqueza que o país tem nesse campo. Assim, trabalhámos com o “Grips Theater”, de Berlim, na peça “Muno Munene” (Mugnog-Kinder, 2006) e na primeira produção de “Chapa 100” (Linie 1, 2009). Por iniciativa do Director do teatro de Weimar, apresentá-mos, em 2009, a peça “Vida louca de Muanasse Jane” (Het bijzondere leven van Hilletje Jans) do autor holandês Ad de Bont e, em cooperação com o “Theater Rampe”, de Estugarda, produ-zimos, em 2005, “Os Bandoleiros de Schiller” (Die Räuber). Mas é com o “tri-bühne”, também de Estugarda, que temos uma relação mais próxima: nos últimos onze anos fizemos quatro peças juntos, entre outras “Pão Escuro e Flores Mortas” escrita por Henning Mankell (Dunkles Brot und Tote Blumen, 2003). Eles já vieram três vezes a Moçambique e nós participámos no Festival Internacional de Teatro que organizaram em Estugarda.

Porque é que Henning Mankell escreveu para vocês “Pão Escuro e Flores Mortas”, uma peça sobre um moçambicano assassina-do por jovens alemães de extrema direita?

Foi um pedido explícito do Director do “tri-bühne”, que soube daquele incidente na Alemanha (o assassinato do moçambica-no Alberto Adriano na cidade de Dessau) e contactou Henning Mankell, pedindo-lhe que escrevesse para nós uma peça baseada no assunto. Depois, fui à Alemanha para debater o tema com eles e logo estreámos a peça – primeiro lá, depois aqui em Maputo.

Das verrückte Leben der Hiletlje JansA vida louca da Muanasse JaneFoto © Teatro Avenida 2007

Xapa 100 - my loveFoto ©Teatro Avenida 2014

10 - Teatro

apresentaMutumbela Gogo

Xapa 100(my love)

sabados e domingos18h00 no Teatro Avenida

Uma co-produção Teatro Avenida e ICMA

Actores: Jorge Vaz, Horácio Mazuze, Dalila Figueiredo, Flávio Mabote, Tonecas Xavier, Samuel Nhamatate, Nilma Comba

foto: Yassmin Forte

layout aguacheiro multim

édia

Page 11: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Danach bin ich nach Deutschland gereist, um mit den Stuttgar-tern zu sprechen, und dann haben wir das Stück gemeinsam aufgeführt, zuerst dort, dann hier in Maputo.

Woher kommt Ihre Leidenschaft für das Theater?

Mein Vater war Geschichtenerzähler auf der Insel Ibo, im Norden Mosambiks, was meine Kindheit geprägt hat. Ich wollte immer schon auch Geschichten erzählen. In dieser Zeit gab es in der Gegend, wo heute das “Teatro Avenida“ steht, einen Zirkus, wo verschiedene Artisten ihre Kunststücke zeigten und es Tiere gab. Aber der Eintritt war sehr teuer, so dass ich zum Zirkusdirektor hinging und fragte, “was muss ich machen, damit ich eine Vorstellung sehen kann?“. Der Direktor sagte mir, “geh zu den Tieren und mach ihre Boxen sauber, dann kannst Du zuschauen“. In diesem Moment dachte ich mir, “wenn ich einmal groß bin, möchte ich einen Zirkus haben, wo alle Kinder hingehen können“. Als sich mir viele Jahre später die Möglichkeit bot, das “Teatro Avenida“ zu erwerben, war das Schicksal.

Deutschland ist ein reicher Industriestaat, Mosambik eines der ärmsten Länder der Welt. Wie passen Sie die deutschen Stücke an, um einen Bezug zur mosambikanischen Wirklichkeit zu schaf-fen?

Aber das ist ganz leicht! Nehmen Sie nur die “Mugnog-Kinder“ (Muno Munene), das ist ein allgemeingültiges Stück, es kann überall spielen. Es gibt alle möglichen Aspekte in dem Stück, die etwas mit uns zu tun haben. Wir alle erzählen dieselbe Geschich-te, nur in einem unterschiedlichen Kontext.

Schreiben Sie noch immer die Texte?

Nein, das sind immer zwei oder drei Personen, wir arbeiten immer als Gruppe. Es ist nicht möglich, dass das nur ein einziger macht. Außerdem muss man auch den jungen Menschen eine Chance geben.

Welche Rolle hat das ICMA für Ihre Arbeit gespielt?

Unsere Geschwister können wir uns nicht aussuchen, aber unsere Freunde schon. Seitdem das ICMA existiert, also seit zehn Jahren, gibt es zwischen uns eine Freundschaft. Wir sind uns gleich im Denken wie im Arbeiten. Und außerdem gibt es eine natürliche Verbindung aufgrund unserer engen Zusammenar-beit mit Kollegen in Deutschland.

Im Juni dieses Jahres kam die Neuinszenierung von “Linie 1“ (Chapa 100) auf die Bühne. Was hat sich gegenüber der Inszenie-rung von 2009 verändert?

Unsere erste Aufführung von “Linie 1“ war ein ganz kleines Projekt. Damals haben wir auch noch die Original-Musik des Grips Theaters benutzt. In unserer neuen Inszenierung haben wir diese Musik durch traditionelle mosambikanische Musik, die “Marra-benta“, ersetzt. Es ist jetzt ein ganz anderes Stück, das zwar noch durch das deutsche Stück inspiriert wurde, aber etwas ganz Neues ist.

Viele Schauspieler von “Mutumbela Gogo“ sind seit den Gründungstagen dabei, aber es gibt jetzt auch neue Gesichter. Wo finden Sie junge Talente?

Wir haben gute Beziehungen zu den anderen Theatern in Maputo. Immer wenn wir mehr Schauspieler benötigen als das ständige Ensemble, also “Mutumbela Gogo“, arbeiten wir mit ihnen zusammen.

Como nasceu a sua paixão pelo teatro?

O meu pai era contador de histórias, na ilha do Ibo, e isso marcou a minha infância, porque também eu sempre quis contar histórias. Ora, naquela altura, havia onde é hoje o Teatro Avenida – que ainda não existia – um circo com vários artistas e animais... Como o bilhete era muito caro, um dia perguntei ao Director o que poderia fazer para poder assistir ao espectáculo. E ele disse-me: “limpa primeiro as fezes dos animais, depois podes entrar”. Nesse momento, pensei “quando for grande, quero ter um circo onde as crianças possam entrar com facilida-de”. Quando, muitos anos depois, tive a possibilidade de adquirir o Teatro Avenida, simplesmente aconteceu, não foi planeado.

Enquanto a Alemanha é um país industrializado, Moçambique continua a ser um dos países mais pobres do mundo. Como consegue adaptar peças alemãs que reflictam a realidade moçambicana?

Pois isso é muito simples! Se olharmos para “Muno Munene” (Mugnog-Kinder), por exemplo, vemos que é uma peça univer-sal, pode passar-se em qualquer lugar. Há algo na peça que tem a ver connosco. Contamos a mesma história, só que num contexto diferente.

Ainda escreve os textos?

Somos sempre duas ou três pessoas, trabalhamos em conjunto. Nunca pode ser só uma pessoa a fazer isso. Além disso, também há que dar a oportunidade aos jovens.

Que papel tem desempenhado o ICMA no seu trabalho?

Não escolhemos os nossos irmãos. Mas os amigos sim. Quase desde a fundação do ICMA, há dez anos, tem havido uma ligação entre nós nesse sentido. Pensamos da mesma maneira, trabalhamos da mesma maneira. Também devido à nossa estreita cooperação com colegas da Alemanha, temos uma ligação quase natural.

Em Junho deste ano, estreou a nova versão de “Chapa 100”. O que mudou em relação à primeira apresentação em 2009?

Quando interpretámos pela primeira vez “Chapa 100” (Linie 1) foi algo muito pequeno. Na nova produção, que foi ampliada, tirámos a música original da peça do “Grips Theater” e introduzi-mos música tradicional moçambicana, a marrabenta. Tornou-se algo totalmente novo. Ainda que inspirada na peça alemã, esta é agora bem diferente.

Muitos actores do “Mutumbela Gogo” integram o grupo desde os primeiros dias. Mas há também caras novas. Onde procura jovens talentos?

Temos ligações com os outros teatros da cidade de Maputo. Quando precisamos de actores além do grupo fixo, que é o “Mutumbela Gogo”, trabalhamos com os seus actores.

11 - Teatro

Page 12: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

“Mutumbela Gogo“ ist auch in anderen Landesteilen Mosambiks sehr präsent...

Ja, meiner Meinung nach ist es ganz wichtig, dass Menschen im ganzen Land die Möglichkeit haben, unsere Stücke zu sehen. Deshalb reisen wir viel. Wir arbeiten mit Theatergruppen in Cabo Delgado, Nampula, Sofala, Quelimane und Inhambane zusam-men. Wir organisieren Workshops zu Theaterproduktion, Inszenierung, Verwaltung, und natürlich laden wir die Bevölke-rung zu unseren Aufführungen ein. Auf’s Land zu gehen, unser Theater dort vorzustellen, das war immer ein wichtiger Aspekt unserer Arbeit.

Wer kommt zu Ihren Vorstellungen?

Es kommen viele junge Leute, das ist sehr schön. Sie kommen, weil es sie interessiert. Außerdem haben wir viele Vorstellungen für Kinder. Gerade in diesem Moment besucht eine Kindergruppe unten das Theater. Und dann gibt es die Leute, die schon seit 30 Jahren kommen, weil sie eine persönliche Bindung an das Theater spüren.

Welche Pläne hat das “Teatro Avenida“ für die kommenden Monate?

Wir werden nach Brasilien und auf die Kapverden reisen. Wir haben Engagements in Sofala, Manica, Nampula und Cabo Delgado. Und nach “Linie 1“ werden wir an Shakespeares “Hamlet“ arbeiten.

Das Interview führte Benita Schauer

O “Mutumbela Gogo” está bastante presente nas outras provínci-as de Moçambique...

Sim, acho que é muito importante dar a toda gente do país a oportunidade de ver as nossas peças. Por isso, viajamos muito. Trabalhamos com grupos de teatro em Cabo Delgado, Nampu-la, Sofala, Quelimane e Inhambane; organizamos workshops de produção, cenografia, administração e convidamos as povoações para as nossas apresentações. Sair para o campo e apresentar lá as nossas peças tem sido um aspecto muito importante do nosso trabalho.

Quem é o vosso público?

Muitos jovens, o que é bonito. Eles vêm ver-nos, porque estão interessados. Temos também muitas apresentações para crianças. Aliás, neste momento, está ali em baixo um grupo de crianças a visitar o teatro. E vêm os que nos conhecem há 30 anos pela ligação pessoal que têm connosco.

Quais são os planos do Teatro Avenida para os próximos meses?

Vamos ao Brasil e a Cabo Verde. Vamos a Sofala, Manica, Nampula e Cabo Delgado. E, depois de “Chapa 100”, vamos preparar a encenação de “Hamlet”, de Shakespeare.

A entrevista foi conduzida por Benita Schauer

Chapa 100Foto © Africa Glow ZA 2009

12 - Teatro

Page 13: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Hennign Mankell, „Pão escuro e flores mortas“, ICMA 2007

Der Mosambikaner Stefano, der in Deutschland lebt, trifft auf dem Heimweg von der Arbeit zufällig Rainer, einen jungen Deutschen.

O moçambicano Stefano, que vive na Alemanha, encontra Rainer, um jovem alemão, no caminho do trabalho para casa.

RAINERStefano – das ist ein schöner Name. Woher kommst du?Stefano – é um nome bonito. De onde vens?

STEFANOVon der Arbeit.Do meu serviço.

RAINERIch meine: aus welchem Land?Quero dizer: de que país?

STEFANOAfrika.África.

RAINERIch glaube, das kann ich sehen...Acho que isso eu posso ver...

STEFANOMosambik.Moçambique.

RAINERWie bitte?Como?

STEFANOMosambik.Moçambique.

RAINERWas ist das? Eine Stadt?O que é isso? Uma cidade?

STEFANOEin Land. Am Indischen Ozean. Nahe an Südafrika.Um país. No Oceano Índico. Perto da África do Sul.

Henning Mankell“Dunkles Brot und Tote Blumen”, ICMA 2007

13 - Teatro

Page 14: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

10 Jahre Poesienächte im ICMA/Goethe-Zentrum in Maputo

Poesie nutzt die Fülle der Ausdrucksmöglichkeiten einer Sprache, um Zuhörern und Lesern Botschaften auf fantasievolle Art und Weise näher zu bringen. Mit der „Kunst des Dichtens“ wird die Sprache belebt und schafft neue Zugänge zu gesellschaftlichen Themen. Sie erweckt Emotionen und erzeugt Bilder, die inspirie-ren.

So auch wenn das ICMA freitagabends zur Poesienacht ins Café Kultur einlädt. Die Veranstaltung ist in und um Maputo längst bekannt und eines der Highlights des Kulturprogramms am ICMA. Schon weit vor Beginn des ersten Auftritts sichern sich die Besucher einen der begehrten Sitzplätze. Sie wissen, dass ihnen eine bunte Nacht bevor steht.

Denn die Künstler der Poesienächte präsentieren ihre selbst verfassten Werke in unterschiedlichster Form: als musikalischer Beitrag komponiert oder dramaturgisch inszeniert – der Kreativi-tät sind keine Grenzen gesetzt. Die Texte werden auf Portugie-sisch oder Shangana vorgetragen. Immer wieder gibt es auch Beiträge in weiteren Sprachen, beispielsweise in englischer, französischer, italienischer, spanischer oder deutscher Sprache.

A Magia da Poesia

10 anos de Noites de Poesia no ICMA/Goethe-Zentrum em Maputo

A poesia recorre à riqueza de uma língua para transmitir mensa-gens de forma criativa a quem a ouve ou lê. A „arte de poetar“ dá vida à língua e cria novas abordagens de temas sociais – despertando emoções e desenhando imagens inspiradoras.

Assim acontece nas sextas-feiras em que o ICMA abre as portas do Café Kultur para as Noites de Poesia. Há muito que estes eventos fizeram nome na capital moçambicana e até mesmo fora da cidade. As Noites de Poesia constituem um dos pontos altos do programa cultural do ICMA. Muito antes de o primeiro poema ser declamado, já o público vai ocupando os cobiçados lugares sentados. Aqueles que conhecem estes eventos sabem que a noite será animada.

Isto, porque os artistas das Noites de Poesia apresentam as suas obras das mais diversas formas: como composição musical ou encenação – para a criatividade não há barreiras. Os textos são declamados em português ou changana e por vezes em inglês, francês, italiano, espanhol ou alemão.

Die Magie der Poesie

14 - Poesia

Page 15: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Die besondere kulturelle Vielfalt zeigt sich nicht nur in den unterschiedlichen Beiträgen der Künstler, sondern spiegelt auch das Publikum wieder. Die Poesienacht im ICMA ist ein Ort der Begegnungen mit Besuchern aus unterschiedlichen Herkunfts-ländern und Kulturkreisen.

Durch das sogenannte “offene Mikrofon“ können alle Kunstschaf-fenden in den Poesienächten ihre Werke einem breiten Publikum vorstellen. Jeder, der etwas vortragen möchte, kann auf die Bühne kommen. Und neben einigen Neulingen treten auch immer wieder fest etablierte Künstler im Café Kultur auf.

Die Poesienächte im ICMA erfreuen sich schon seit zehn Jahren einer großen Beliebtheit und einer stetig wachsenden Teilnahme. Die Gedanken schweifen lassen und sich auf eine Reise in die magische Welt der Poesie begeben, das lockt das Publikum.

Viele Besucher, die zum ersten Mal zu einer Poesienacht kommen, sind vor allem fasziniert von der Vielseitigkeit der Poesie, der zum Mitmachen animierenden Stimmung und dem Publikum, das so nah an der Bühne ist, das es praktisch mitten-drin im Geschehen steht.

Die Begeisterung für die Poesie und die Freude an Begegnungen und kulturellem Austausch ist das, was die Teilnehmenden und die Besucher an diesem Abend gleichermaßen verbindet.

Wer einmal eine Poesienacht im ICMA live miterlebt hat, wird diese Magie gespürt haben.

Von Nadine Westermann

A diversidade cultural não só sobressai através dos textos apresentados, mas também reflecte o público. É que, nas Noites de Poesia do ICMA, os espectadores vêm de diferentes países e culturas.

Nestes eventos, os artistas podem apresentar as suas obras a um público vasto através do chamado ”microfone aberto“: qualquer um pode subir ao palco. E além de alguns novatos também aparecem artistas conhecidos no Café Kultur.

As Noites de Poesia gozam de dez anos de popularidade e a procura é cada vez maior. Deixar fluir os pensamentos e viajar pelo mágico mundo da poesia – é isso que chama o público.

Muitos dos que assistem pela primeira vez a uma noite destas ficam fascinados sobretudo com a diversidade da poesia, o ambiente convidativo e o público que se encontra tão próximo do palco que está praticamente em cima do acontecimento. São o entusiasmo pela poesia e o gosto pelo intercâmbio cultural que unem artistas e público.

Quem já assistiu a uma Noite de Poesia no ICMA, já sentiu a magia no ar.

Por Nadine Westermann

Die Poesienächte werden seit zehn Jahren in Kooperation mit der Nationalen Schriftstellervereinigung durchgeführt.

A Noite de Poesia acontece, desde a dez anos, em cooperação com a União Nacional dos Escritores (UNE).

15 - Poesia

Page 16: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

fotos noite de poesia

PoesienachtNoite de Poesia Foto © Werner Puntigam eye x ear

Poesienacht 2006 / Noite de poesia 2006 - Amarildo Valeriano

16 - Poesia

Page 17: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

17 - Poesia

Page 18: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Kurz nach der Unabhängigkeit von Mosambik wurde das Nationale Institut für Film (INC) in Maputo gegrün-det, das den institutionellen Rahmen darstellte für eine lokale Bildproduktion.

Dies war von besonderer Bedeutung, da eigene Bilder wichtig waren für das Schaffen einer nationalen mosambikanischen Identität ebenso wie für ein positives Selbstverständnis als Gegengewicht zum kolonialen Diskurs. Die Nachrichtensendung “Kuxa Kanema“ war maßgeblich, da sie wöchentlich einen Überblick über nationale und internationale Themen ebenso wie Einblick in die große kulturelle Diversität des Landes gab. Abgese-hen von zahlreichen Dokumentarfilmen entstand in den 1980er Jahren auch eine Reihe von Spielfilmen – zu nennen wäre hier der Film “Mueda, Memória e Massacre“ von Ruy Guerra, der die Inszenierung von kollektiver Erinnerung an das Massaker an der Bevölkerung von Mueda in einem Film festgehalten hat, der an die Ästhetik der Nouvelle Vague erinnert. Aber auch “O Tempo dos Leopardos“, der in einer Koproduktion mit Jugoslawien 1982 entstand. Als das INC 1989 durch ein Feuer stark beschädigt wurde, kam die Arbeit jedoch völlig zum Erliegen.

Cinematografia em MoçambiqueO Instituto Nacional de Cinema (INC) foi criado em Maputo pouco depois da independência de Moçam-bique, passando a representar o quadro institucional para a produção cinematográfica nacional.

A sua criação teve um papel de peso, visto que era importante ter imagens moçambicanas para criar tanto uma identidade nacional como uma autoconsciência positiva como contrapeso ao discurso colonial. O noticiário ”Kuxa Kanema“ foi decisivo, uma vez que fazia uma síntese semanal dos temas nacionais e internacionais e apresentava a grande diversidade cultural do país. Além de numerosos documentários surgiu também, nos anos 1980, uma série de longas-metragens – digno de menção é ”Mueda, Memória e Massacre“, de Ruy Guerra, que dirigiu a realização da película sobre a memória colectiva do massacre contra a população de Mueda, um filme que lembra a estética da Nouvelle Vague. De mencionar é ainda ”O Tempo dos Leopar-dos“, que surgiu de uma co-produção com a Jugoslávia em 1982. Quando, em 1989, o INC foi fortemente danificado por um incêndio, o seu trabalho foi suspenso.

Filmschaffen in Mosambik

Dreharbeiten zum Film “Mahla” von Mickey Fonseca und Pipas ForjazProdução de Filme “Mahla” de Mickey Fonseca e Pipas Forjaz

Fotograf / Fotografo: Nilza Jose 2009

18 - Filme

Page 19: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Mit dem Ende des Krieges und einer neuen politischen Orientie-rung ab 1992 musste sich auch die Filmproduktion neu aufstellen. Filmemacher wie Camilo de Sousa, Licínio Azevedo und Isabel Noronha gründeten die Produktionsfirma “Ébano“, Sol de Carva- lho etwas später “Promarte“. Das Filmschaffen knüpfte vor allem an die große Tradition des Dokumentarfilmes an und versuchte unter neuen erschwerten Rahmenbedingungen sozial relevante Themen aufzugreifen, die sich aber häufig auch an den Interes-sen der Geldgeber orientierten. Pedro Pimenta schuf 2006 mit dem Dokumentarfilmfestival “Dockanema“ eine internationale Plattform für den mosambikanischen Film. Die einheimischen Filme waren in den ersten Jahren des Festivals stark bestimmt von sozialen Themen wie Aidsprävention, häuslicher Gewalt u.ä., bevor sich dann – wohl auch aufgrund der Filmworkshops in einem internationalen Austausch – neue Themen und auch filmische Ausdrucksmittel ankündigten, wie beispielsweise in Dokumentarfilmen zu Künstlern Mosambiks. Parallel hierzu sind die Filme von Dário Fonseca und António Forjaz zu nennen, die in einer Reihe von Kurzfilmen (ca. 30 min) verschiedene Themen behandeln und dabei eine Ästhetik anwenden, die aus der aktuellen Spiel- und Fernsehfilmproduktion kommt.Auch das Kurzfilmfestival “Kugoma“ unter der Leitung von Diana Manhiça schafft eine Plattform für die kritische Auseinanderset-zung mit dem Medium Film. Im April 2013 fand zum ersten Mal die “Maputo African Film Week“ unter der Leitung von João Ribeiro statt. Preisgekrönte Filme aus afrikanischen Ländern – und dazu eine Reihe mit afrikanischen Filmklassikern – bieten dem Publikum in Maputo und auch den Filmschaffenden die Möglich-keit, filmische Herangehensweisen an eine Vielzahl von aktuellen Themen auf dem Kontinent zu entdecken und Mosambiks Filmkultur in einen größeren Kontext zu stellen. Bei der zweiten Edition 2014 waren auch Regisseure aus Kamerun und Mada-gaskar zu Gast. Ebenso begleiteten Vortragsreihen an der FLCS/UEM die Filmwoche. Das Programm konnte dann auf der Ilha de Moçambique gezeigt werden, womit ein erster Schritt zu einer Dezentralisierung getan wurde. 2013 präsentierte Licínio Azevedo seinen ersten Spielfilm mit dem Titel “Virgem Margarida“ als Eröffnungsfilm auf der Filmwoche. Dieser beschäftigt sich mit den Umerziehungslagern während der 1980er Jahre und damit mit einem kritischen Thema der jüngsten Geschichte des Landes. Es bleibt abzuwarten, ob sich damit eine neue Richtung im Filmschaffen Mosambiks ankündigt.

Von Ute Fendler

Com o fim da guerra e a nova orientação política, em 1992, também a produção cinematográfica teve de se reerguer. Cineastas como Camilo de Sousa, Licínio Azevedo e Isabel Noronha criaram a empresa de produção “Ébano”, um pouco mais tarde Sol de Carvalho fundou a “Promarte”. A produção cinematográfica estava sobretudo vinculada à grande tradição do filme documentário e tentava, sob condições agravadas, abordar temas socialmente relevantes, mas orientados pelos interesses dos patrocinadores. Com o Festival do Filme Documentário “Dockanema”, Pedro Pimenta criou, em 2006, uma plataforma internacional para o filme moçambicano. Nas primeiras edições do evento, os filmes nacionais foram marca-dos por temas sociais como prevenção de HIV, violência domé-stica e outros, até que – também devido aos workshops interna-cionais – começaram a anunciar-se novos temas e formas de expressão cinematográfica como, por exemplo, em documen-tários sobre artistas moçambicanos. Lembrem-se também os filmes de Dário Fonseca e António Forjaz, que, numa série de curtas-metragens (cerca de 30 min), abordam diferentes temas e recorrem a uma estética proveniente da produção cinematográ-fica actual. Por seu lado, o Fórum de Cinema de Curta-Metragem, “Kugoma”, sob direcção de Diana Manhiça, constitui uma plataforma para a discussão crítica sobre o género filme. Em Abril de 2013, teve lugar a primeira edição da Semana de Cinema Africano de Maputo (“Maputo African Film Week”) sob direcção de João Ribeiro. Filmes de países africanos premiados – e uma série de clássicos africanos – permitem ao público em Maputo e também aos cineastas descobrir abordagens cinema-tográficas sobre um grande número de temas da actualidade no continente e alargar o contexto da cultura cinematográfica de Moçambique. Na segunda edição, em 2014, estiveram presen-tes os realizadores dos Camarões e de Madagáscar. Além disso, houve palestras na FLCS/UEM que acompanharam a Semana de Cinema. O programa foi depois exibido na Ilha de Moçambique, o que permitiu dar um primeiro passo no sentido de uma descentralização. Em 2013, Licínio Azevedo apresentou a sua primeira longa-metragem com o título ”Virgem Margarida“ como filme de abertura da Semana de Cinema. A película aborda os campos de reeducação dos anos 1980, ou seja, um tema crítico da história recente do país. Resta esperar e ver se, com ele, virá uma nova direcção na cinematografia de Moçambique.

Por Ute Fendler

Advertência: este DVD destina-se somente para uso privado. Todos os direitos reservados.Warnung: Diese DVD ist nur für private Vorführungen bestimmt. Alle Urherber- und

Leistungsschutzrechte vorbehalten.Warning: The copyright propietor has licensed this DVD for home use only. All rights reserved.

Disc Type DVD 5Som/Ton Dolby Digital 2.0Audio português

Legendas/UT alemão/deutsch, inglês/englischVersão/Version PAL, s/w, color

Formato/Bildformat 4:3Duração/Laufzeit 277 min.Extras Booklet

Mueda – memoría e massacreMueda – Erinnerung und MassakerMueda – Remembrance and Massacre

1979, Ruy Guerra

O M

un

do

em

Im

ag

ens

– F

ilm

es d

o A

rch

ivo

do

INA

C

O Mundo em ImagensFilmes do Archivo do Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema

Episódios 001– 012

2 DVDs

Kuxa Kanema: Episódios 001 (de 20. a 27.4.81) – 012 (de 6 a 13.7.81)Kuxa Kanema: Folge 001 (vom 20. bis 27.4.81) – 012 (vom 6. bis 13.7.81)Kuxa Kanema: Episode 001 (from 20 until 27.4.81) – 012 (from 6 until 13.7.81)

O Mundo em Imagens

Canta meu irmão – e ajuda-me a cantarSing, mein Bruder – und hilf mir zu singenSing, my brother – and help me to sing

1982, José Cardoso

Filmes do Archivo do Instituto Nacional de Audiovisual e CinemaMaputo, Mosambik

Bilderwelten – Filme aus dem Archiv des INAC

Views of the World – Films from the Archive of the INAC

www.arcadia-film.de

19 - Filme

Page 20: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

20 - Arte

Page 21: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Kunstinstallation “TOMA!” von Maimuna AdamInstalação de Arte “TOMA!” de Maimuna Adam

Foto © Mauro Pinto 2014

Page 22: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Zeitgenössischer Tanz “Um solo para um” von Jorge NdlozyDança Contemporânea “Um solo para um” de Jorge NdlozyFoto © Wolfgang Schmidt 2008

22 - Arte

Page 23: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

“Die Sonne scheint. Es sind drei Grad unter Null.“ Seis vozes ecoam na sala, enquanto lêem a frase em alemão. “Lesen Sie den nächsten Satz“ , pede Abel Victorino aos seus alunos.“Es ist minus ein Grad, und es schneit.“

Aqui, a Alemanha está bem perto – e, ao mesmo tempo, tão distante. O que leva estes seis alunos, com idades entre os 15 e os 32 anos, a estudar, duas vezes por semana, a língua de um país que, só pelo seu clima, lhes deverá parecer de um outro planeta?

”Nós ainda estamos na escola e não sabemos ao certo que benefícios teremos das aulas de alemão. Mas talvez um dia necessitemos da língua no nosso trabalho. Inglês todos falam.“

”Três primos meus já estão na Alemanha. Terminaram o curso lá e agora estão a trabalhar. Também me imagino a ir para lá: primeiro para melhorar o meu nível de alemão e depois ir para a universidade.“

”Eu conheci um alemão e vou viver para a Alemanha em breve. Por isso, preciso de saber falar alemão.“

”Como designer gráfico quero fazer um curso de animação digital na Suíça. Já tenho o convite, mas tenho de falar alemão para entender o curso.“

”O meu marido já trabalha há muitos anos na Alemanha. Agora quero ir para lá viver com ele.”

Expectativas, planos de futuro – muitos jovens sabem bem por que estão aqui. Para eles, a língua alemã é mais um apoio para o futuro que desejam para si mesmos.

Por Benita Schauer

Was bietet das ICMA an?

Deutschkurse auf den Niveaus A1, A2, B1, B2 und C1 im ICMA

Deutschkurse im Rahmen der Initiative PASCH an den Partnerschulen Instituto Comercial de Maputo und im Instituto Industrial e Comercial da Beira auf den Niveaus A1 und A2 (mit mehrwöchigem Deutschlandaufenthalt für die besten Schüler)

Intensivkurse Deutsch für Anfänger (Niveau A1)

Kinderkurse Deutsch als Fremdsprache für Kinder zwischen 8 und 12 Jahren

Kurse für Kinder und Jugendliche, die den Anschluss an die deutschsprachige Kultur nicht verlieren möchten / die fundierte Deutschkenntnisse haben

Und nicht zuletzt: Shangana-Kurse für Anfänger (Niveaus A1 und A2)

O que oferece o ICMA?

Cursos de alemão nos níveis A1, A2, B1, B2 e C1 no ICMA

Cursos de alemão no âmbito da iniciativa PASCH nas escolas parceiras, o Instituto Comercial de Maputo e o Instituto Industrial e Comercial da Beira, nos níveis A1 e A2 (com estada de várias semanas na Alemanha para os melhores alunos)

Cursos intensivos de alemão para iniciantes (nível A1)

Cursos de alemão como língua estrangeira para crianças com idades entre os 8 e os 12 anos

Cursos para crianças e jovens que não queiram perder a ligação com a cultura alemã / com conhecimentos sólidos de alemão

E finalmente: Cursos de changana para iniciantes (níveis A1 e A2)

“Die Sonne scheint. Es sind drei Grad unter Null“, sechsstimmig. “Lesen Sie den nächsten Satz“, fordert Abel Victorino seine Schüler auf. “Es ist minus ein Grad, und es schneit.“

Deutschland ist hier nah und sehr fern zugleich. Warum lernen diese sechs Schüler im Alter zwischen 15 und 32 Jahren an zwei Abenden in der Woche die Sprache eines Landes, das ihnen schon wegen seiner Temperaturen wie ein anderer Stern vorkommen muss?

“Wir gehen noch zur Schule und wissen nicht genau, was uns das Deutschlernen bringen wird. Aber vielleicht werden wir es bei der Arbeit später einmal brauchen können. Englisch sprechen ohnehin alle.“

“Drei meiner Cousins sind schon in Deutschland, haben dort einen Studienabschluss gemacht und arbeiten jetzt. Ich könnte mir vorstellen, auch dorthin zu ziehen, selbst erst besser Deutsch zu lernen und dann an der Uni zu studieren.“

“Ich habe einen Deutschen kennengelernt und werde demnächst nach Deutschland umziehen, dafür brauche ich Deutschkennt-nisse.“

“Als Graphik-Designer möchte ich einen Kurs für Computerani-mation in der Schweiz machen. Die Einladung habe ich schon, aber ich muss Deutsch sprechen, damit ich verstehe, worum es geht.“

“Mein Mann arbeitet schon seit vielen Jahren in Deutschland, ich will ihm jetzt nachziehen.“

Hoffnungen, Zukunftswünsche – die jungen Leute wissen meist recht genau, warum sie hier sind. Die deutsche Sprache ist für sie ein weiterer Baustein für die von ihnen erhoffte Zukunft.

Von Benita Schauer

Viele Gründe, Deutsch zu lernen

Há muitas razões para aprender alemão

23 - Língua

Page 24: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Initiative PASCH am Instituto Comercial de Maputo

Gina Matias Mangane ist seit 2011 Leiterin des “Insti-tuto Comercial de Maputo“, einer Berufsschule mit rund 2.800 Schülern, die dort in drei Schichten täglich in unterschiedlichen Fachrichtungen wie Hotelwesen, Rechnungswesen, Zollwesen unterrichtet werden. Englisch ist als Unterrichtsfach obligatorisch, fakultati-ven Deutschunterricht im Rahmen des PASCH-Programms gibt es seit 2009.

„Seit fünf Jahren bieten wir unseren Schülern die Möglichkeit, ab dem ersten Jahr ihrer Ausbildung Deutsch als zusätzliche Fremd-sprache in Ergänzung zu ihrem normalen Stundenplan zu lernen. Das sind zweimal in der Woche anderthalb Stunden extra. Das Interesse ist sehr groß – so groß, dass wir nur den wirklich guten Schülern die Teilnahme erlauben. Das sind etwa sechzig pro Jahrgang. Die zwei besten dürfen in diesem Jahr zu einem Intensivsprachkurs für drei Wochen nach Deutschland reisen, das ist natürlich ein großer Anreiz. Sehr viel mehr Jugendliche würden gerne Deutsch lernen, aber wir haben bisher nicht genug Lehrer, um die Nachfrage wirklich befriedigen zu können.

Iniciativa PASCH no Instituto Comercial de Maputo

Gina Matias Mangane é Directora do Instituto Comercial de Maputo desde 2011. O Instituto é uma escola profissional com cerca de 2.800 alunos. Do programa fazem parte disciplinas como hotelaria, contabilidade e técnicas aduaneiras e para todas elas há três turnos diários. Inglês é língua obrigatória e, desde 2009, é possível aprender alemão como língua opcional no âmbito do Programa PASCH.

“Os nossos alunos podem escolher alemão como língua estrangeira desde o primeiro ano de formação. Essa opção existe há cinco anos e é complementar ao programa curricular. São duas aulas semanais de uma hora e meia. O interesse é grande – tão grande que só permitimos que os alunos que são mesmo bons participem. São cerca de sessenta por ano. Os dois melhores têm, depois, a possibilidade de frequenter um curso intensivo de três semanas na Alemanha, o que é naturalmente um grande atractivo. Há muitos mais alunos que gostariam de aprender alemão, mas não temos professores suficientes para satisfazer a procura.

© tina krüger

PASCH-Stipendiaten / Bolseiros de PASCH vor der Abreise nach Schwäbisch Hall Jessica Chongo, Julia Matave, Admiro Waite, Gabriel Cuambe Foto © Aguacheiro Multimédia 2014

24 - Língua

Page 25: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Die Schüler haben das Gefühl, dass sie mit einer zusätzlichen Sprache ihre Chancen auf dem Arbeitsmarkt deutlich verbessern – und ich kann das nur bestätigen. Natürlich gibt es nicht so viele deutsche Unternehmen in Mosambik. Aber auch andere Firmen, die mit dem Ausland zusammenarbeiten, sind gleich interessiert, wenn sie hören, dass unsere Absolventen mehr als nur eine Sprache können. Das zeigt doch, dass die jungen Leute motiviert sind! Außerdem hilft es bei der Kommunikation mit Firmenkun-den, die vielleicht nicht alle Englisch können.

Deutsch ist die einzige Fremdsprache, die wir dank der Unterstüt-zung durch das ICMA hier neben Englisch anbieten können. Ideal wäre es natürlich, wenn das Erziehungsministerium den Deutschunterricht in unser reguläres Curriculum integrieren könnte – das wäre ein wichtiges Alleinstellungsmerkmal für unsere Schule. Das Interesse seitens der Schüler und Eltern besteht auf jeden Fall.“

Von Benita Schauer

Os alunos têm a sensação de que as suas oportunidades no mercado de trabalho aumentam claramente com uma língua adicional – e eu confirmo. É claro que não há muitas empresas alemãs em Moçambique, mas há outras que trabalham com outros países e que mostram logo interesse quando sabem que os nossos alunos falam mais do que uma língua estrangeira. Isso mostra que os jovens estão motivados! Além disso, o facto de falarem alemão ajuda-os a comunicar com clientes que não falam inglês.

Alemão é a única língua estrangeira que, graças ao apoio do ICMA, ensinamos aqui além de inglês. O ideal seria que o Minis-tério da Educação incluísse o alemão no nosso currículo normal – isso distinguiria a nossa escola. De qualquer forma, tanto os alunos como os pais mostram interesse.”

Por Benita Schauer

CURSOS DE ALEMÃO E CHANGANAO ICMA/Goethe-Zentrum Maputo convida-lhe para inscrever-se este ano nos cursos

trimestrais de Alemão e Changana:

Cursos Extensivos: 12 semanas de duração (6 aulas lectivas semanais).

Cursos Intensivos: 6 semanas de duração (25 aulas lectivas semanais).

Somos uma instituição de reconhecido mérito na didáctica do ensino de línguas e com

professores qualificados e em contínua formação nas novas metodologias de ensino;

o que permite-lhes um rápido progresso na aprendizagem do idioma, ampliando

assim, a sua competência comunicativa e multicultural num curto período de tempo.

ICMA, CULTURA PARA TODOS

PARA CURSOS DE ALEMÃO NA BEIRAcontacte: 82 58 58 030

foto d

e Jen

s Neu

mann

und JugendlicheAb September 2014 im ICMA- Goethe-Zentrum Maputo und an der American International School

Deutschkurse fur Kinder

90 Minuten Unterricht pro Woche in kleinen Grup-pen (max. 10 Schüler pro Kurs).

Speziell für Kinder und Jugendliche entwickeltes Lehrmaterial.

Muttersprachlerin als Lehrkraft.

Regelmäßige kulturelle Angebote für die Kinder und Jugendlichen, beispielsweise Workshops, Filmangebote und kleinere Ausflüge.

Einwöchiges Ferienintensivprogramm in den Som-merferien im Umfang von weiteren 28 Stunden (Montag- Donnerstag 9:00 bis 15:00 Uhr, Freitag 9:00 bis 13:00 Uhr).

Weitere Informationen zu den Deutschkursen für Kinder und Jugendliche (bspw. zu Unterrichtszeiten, Kursgebühren und Lehrmaterialien) erhalten Sie im ICMA/ Goethe-Zentrum Maputo, Rua Carlos Albers 89 | Tel: 21 308594 und 21 311611, E-Mail: [email protected] / [email protected]

Die Kurse Bieten:

5-7 Jahre7-9 Jahre10-14 Jahre

MittwochDienstagDonnerstagFreitag

14:00 - 15:3014:00 - 15:3014:45 - 16:1513:30 - 15:00

ICMAAISMAISMICMA

25 - Língua

Page 26: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Interview mitAmós Guambe

Amós Guambe, PASCH-Schüler

Warum hast Du begonnen, Deutsch zu lernen?

Ich sprach früher schon Englisch und Französisch und hatte angefangen, Spanisch zu lernen, aber Deutsch interessierte mich, weil alle sagten, “das ist eine ganz komplizierte Sprache, die ganz anders ist als alle anderen, und sie hat nichts mit dem zu tun, was du schon kennst“. Außerdem interessierte es mich, etwas über die deutsche Kultur zu lernen und zu verstehen, wie die Leute in Deutschland leben. Und vor fünf Jahren gab es dann an meiner Schule, dem “Instituto Comercial de Maputo“, die Möglichkeit, zweimal in der Woche freiwillig Deutschunterricht zu nehmen. Die Stunden haben mir großen Spaß gemacht, auch weil unser Lehrer sehr gut und kreativ war. Und als ich dann ein Stipendium für einen dreiwöchigen Intensivkurs in Frankfurt erhielt, hat auch meine Familie gesehen, dass es mir ernst war.

Kanntest Du schon einige “Madgermanes“, bevor Du mit dem Kurs begonnen hast?

Nein, ich kannte niemanden. Aber als ich dann aus Deutschland zurückkam, sah ich auf einmal, dass ich sogar Nachbarn in meiner Straße hatte, die dort gewesen waren. Erst nachdem ich selbst gereist bin, habe ich diese Leute entdeckt.

Was studierst Du an der Uni, und was möchtest Du in Zukunft machen?

Ich studiere Rechnungswesen und Steuerprüfung, noch bin ich im ersten Jahr. Wenn ich mir meine Zukunft vorstelle, sehe ich mich in zwei möglichen Situationen: Entweder als Angestellter einer Bank oder als Manager eines kleinen Unternehmens, das mir gehört.

Was Deutsch angeht, war mir der tatsächliche Nutzen für meine berufliche Zukunft nie so wichtig, es interessierte mich mehr, einfach zum Spaß zu lernen, mit dem Hintergedanken, dass eine Sprache mehr nicht schaden kann.

Und deine „Zukunft“ im ICMA?

Jetzt möchte ich erst einmal die B1-Prüfung machen, ich warte noch darauf, dass eine Gruppe auf diesem Niveau gebildet wird. Aber es würde mir auch sehr gefallen, anderen Schülern Deutsch beizubringen. Zwei meiner Mitschüler bereiten sich schon darauf vor, selbst als Sprachlehrer zu arbeiten.

Das Interview führte Benita Schauer

Entrevista comAmós Guambe

Amós Guambe, estudante do programa PASCH

Por que razão começaste a aprender alemão?

Eu já falava inglês e francês e estava a começar a ter aulas de espanhol, mas o alemão fascinou-me, porque todos diziam “é uma língua muito complicada e muito diferente, não tem nada a ver com o que conheces”. E também quis aprender mais sobre a cultura alemã e sobre como se vive na Alemanha, porque há cinco anos, a minha escola, o Instituto Comercial de Maputo, ofereceu a possibilidade de ter aulas de alemão duas vezes por semana. Gostei muito, também porque o professor era muito bom, muito criativo. E quando recebi a bolsa de estudo para fazer um curso intensivo de três semanas em Frankfurt, a minha família também percebeu que era sério.

Já conhecias alguns “madgermanes” antes de começares os teus estudos?

Não, ninguém. Mas quando voltei da Alemanha, percebi que tenho até vizinhos na minha rua que tinham estado lá. Descobri aquelas pessoas só depois de viajar.

Qual é o curso que estás a tirar e o que pretendes fazer no futuro?

Agora estou a estudar contabilidade e auditoria, estou no primei-ro ano. Quando penso no futuro, imagino-me em duas situações: ou a trabalhar num banco ou a gerir um negócio meu.

Quanto ao alemão, nunca estive muito interessado num benefí-cio profissional futuro, estive sempre mais focado em aprender por prazer e porque penso que uma língua mais não faz mal.

E o teu ”futuro“ no ICMA?

Agora gostaria de fazer o exame B1, então estou à espera que se forme um grupo deste nível. Mas também gostaria muito de poder ensinar outros alunos. Dois dos meus colegas já se estão a preparar para isso.

A entrevista foi conduzida por Benita Schauer

26 - Língua

Page 27: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Benjamina Catia Isabel Sigauque ensina língua changana no ICMA desde 2011.

Por que razão começou o ICMA, o Instituto Cultural Alemão, a organizar cursos de changana?

Penso que terá sido pelo interesse dos estrangeiros, pela sua necessidade de interagir com os moçambicanos e pela vontade que têm de aprender a nossa língua.

O ICMA é o único instituto cultural em Maputo que oferece esta possibilidade?

Sim, que eu saiba é o único local que oferece um curso de changana com diploma. Não tenho a certeza se na Universidade Eduardo Mondlane também há essa oferta. Quando eu frequen-tei a universidade, não havia curso de changana como tal – existia, sim, uma cadeira de línguas bantu, em que se podia aprender, entre outros, um pouco de changana.

Quem participa nos seus cursos – são mais estrangeiros ou moçambicanos?

A maior parte é composta por estrangeiros, mas também temos moçambicanos. Moçambique é um país vasto com muitas culturas e línguas diferentes. Há, por exemplo, aqueles que vêm do Norte para trabalhar em Maputo e, como não sabem changana, sentem necessidade de aprender a língua que se fala aqui.

Quantos participantes têm os seus cursos?

Iniciamos um curso quando há, pelo menos, oito pessoas interessadas.

Quais são os cursos que oferecem?

Neste momento oferecemos cursos nos níveis A1 e A2.

O interesse pela língua changana tem crescido durante os últimos anos?

Sim, penso que está a crescer, não tanto da nossa parte, mas da parte dos estrangeiros. Eles mostram-nos que dão valor à língua e querem aprendê-la, o que faz com que nós também comece-mos a valorizá-la. Agora há programas para ensinar nas escolas, já temos manuais – isso já mostra que se pretende fazer algo grande com changana.

A entrevista foi conduzida por Benita Schauer

Benjamina Catia Isabel Sigauque unterrichtet Shan-gana seit 2011 im ICMA.

Warum hat das ICMA, das deutsche Kulturinstitut, damit begon-nen, Shangana-Kurse anzubieten?

Ich denke, dass das Interesse vieler Ausländer der Grund dafür war, ihr Bedürfnis nach Interaktion mit den Mosambikanern und ihre Neugierde auf unsere Sprache.

Ist das ICMA denn das einzige Kulturinstitut in Maputo, das diese Möglichkeit anbietet?

Ja, soweit ich weiß, sind wir der einzige Ort hier, wo man ein Shangana-Diplom erwerben kann. An der Eduardo-Mondlane-Universität gibt es wohl Kurse, aber ich bin mir nicht ganz sicher. Zu der Zeit als ich dort studierte, gab es keinen eigentlichen Shangana-Studiengang – es gab einen Lehrstuhl für Bantu-Sprachen, wo man unter anderem auch ein bisschen Shangana lernen konnte.

Wer kommt zu Ihren Kursen – eher Ausländer oder Mosambika-ner?

Zum größten Teil sind es Ausländer, aber wir haben auch mosambikanische Kursteilnehmer. Mosambik ist ja ein großes Land, und jede Volksgruppe hat ihre eigene Sprache. Es gibt Leute aus dem Norden, die hierher kommen, um zu arbeiten, und kein Shangana sprechen. Sie merken dann, dass sie es lernen müssen.

Wie viele Teilnehmer haben die Kurse?

Ein Kurs kommt zustande, wenn er mindestens acht Teilnehmer hat.

Welche Kurse bieten Sie an?

Zur Zeit gibt es Kurse auf den Niveaus A1 und A2.

Ist das Interesse an Shangana in den letzten Jahren gewachsen?

Ja, ich glaube, dass das Interesse zunimmt, nicht einmal so sehr, was uns Mosambikaner angeht, sondern eher seitens der Ausländer. Sie zeigen uns, dass sie Wert darauf legen, Shangana zu lernen, was dazu führt, dass auch wir die Sprache wertschät-zen. Mittlerweile gibt es entsprechende Lehrpläne an den Schulen, es gibt Lehrbücher – daran kann man schon erkennen, dass Shangana eine große Zukunft hat.

Das Interview führte Benita Schauer

Warum ShanganaKurse im ICMA?

Porquê cursos de changana no ICMA?

27 - Língua

Page 28: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Musikalische Begegnung

Es war mein erstes Konzert im ICMA – Tinito. Die Gäste, die gesamte Stimmung, alles fühlte sich so gut an!

Niemanden störte es, auf den einfachen Holzbänken zu sitzen. Plastiktische und Stühle standen im Raum verteilt auf dem rauen Betonboden. Aber nichts davon war in diesem Moment zu sehen, denn das Konzert war gut besucht. Es dominierte nur das Wand-gemälde über der Bühne, das sich dreieckig bis in den hinteren Teil des Veranstaltungsraums zog. Bunte Farben, großflächige Muster, dahinter schienen sich Gesichter und Tiere zu verstecken. Es war sehr abstrakt, und wie ich später erfuhr, die Arbeit einiger Schüler der Kunstschule aus Maputo. Meine Kollegen Rosita Mbebe und Jacinto Sitoe sagten das Konzert mit charmanter, sympathischer Geläufigkeit an, auf Deutsch und Portugiesisch.

Das nächste Konzert sollte bereits eine andere Größenordnung einnehmen. Wir erwarteten Abdullah Ibrahim mit der NDR Bigband und: 1.500 Gäste. Der Produzent Emídio Semedo hatte die Situation gut im Griff. Dank der Hilfe der Deutschen Botschaft und unserer eigenen Organisation sollte dieses für unsere Verhältnisse Megakonzert im “Cine África“ in Maputo stattfinden.

Gleichzeitig trat anlässlich der ersten deutschen Kulturwochen in Mosambik die A-Cappella-Gruppe “Singphoniker“ im Französi-schen Kulturzentrum (CCFM) auf. Im “Teatro Avenida“ wurde das Theaterstück “O Zeka e a bela Maria“, eine Adaption von Büchners “Woyzeck“ von “Mutumbela Gogo“ uraufgeführt und außerdem: “Dunkles Brot und Tote Blumen“ der tri-bühne aus Stuttgart, inszeniert von Henning Mankell.

Auch die ersten Auftritte der “BB-Jazzband“, von Zé Mucavele und vielen anderen renommierten Musikern der pulsierenden Musik-Szene Maputos waren grandios und bleiben unvergess-lich. Heute, mehr als zehn Jahre später, ziehen wir eine positive Bilanz: Die unzähligen Konzerte waren immer etwas Besonderes. Ras Haitrm, erfolgreicher Reggaemusiker aus Maputo, antworte-te einmal auf die Frage eines Journalisten, welches Konzert ihm in bester Erinnerung geblieben sei: “Das Konzert im ‘Instituto Cultural Moçambique-Alemanha‘“.

Als Kulturinstitut bemühen wir uns, den Künstlern die angespannten Stunden vor dem Auftritt so angenehm wie möglich zu gestalten, ihre Konzentration vor und während des Konzerts zu bewahren und eine gute Rundumbetreuung während der gesamten Zeit zu garantieren.

Encontro Musical

Foi o meu primeiro concerto no ICMA – Tinito. O públi-co, o ambiente em geral, estava tudo tão agradável!

Ninguém parecia incomodar-se com o facto de os bancos serem de madeira. Pela sala estavam espalhadas mesas e cadeiras de plástico, assentes no chão de cimento áspero. Mas naquele momento, nada disso se via, o local estava cheio. O que domina-va a imagem era a pintura na parede, sobre o palco, que, em triângulo, se estendia até à parte de trás da sala. Muitas cores, grandes padrões. Por detrás pareciam esconder-se caras de gente e animais, tudo abstracto. Como soube mais tarde, era o trabalho de alguns estudantes da Escola Nacional de Artes Visuais de Maputo. Foram os meus colegas Rosita Mbebe e Jacinto Sitoe que anunciaram o início do espectáculo, muito simpáticos, falando em alemão e português, brincando com charme.

O show seguinte seria muito maior: esperávamos Abdullah Ibrahim com a “NDR Bigband” e: 1.500 pessoas. Mas o produtor Emídio Semedo tinha tudo sob controlo e, com o nosso apoio e o da embaixada da Alemanha, o concerto – que, para nós, era um mega-concerto – realizou-se no Cine África.

Ao mesmo tempo, cantaram, no âmbito das primeiras semanas culturais alemãs de Moçambique, no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) o grupo a cappella “Singphoniker”. No Teatro Avenida estreou a peça ”O Zeka e a bela Maria“, uma adaptação de ”Woyzeck“, de Georg Büchner, interpretada pelo grupo de teatro “Mutumbela Gogo”, e ”Dunkles Brot und Tote Blumen“ (”Pão Escuro e Flores Mortas“) do teatro “tri-bühne”, da cidade alemã de Estugarda, encenada por Henning Mankell.

Os primeiros concertos da “BB-Jazzband”, de Zé Mucavele e muitos outros músicos de renome na vibrante cena musical de Maputo foram magníficos e inesquecíveis. Hoje, mais de dez anos depois, fazemos um balanço positivo: todos os nossos espectáculos foram especiais. Uma vez, Ras Haitrm, um conhe-cido cantor reggae de Maputo, respondeu assim à pergunta de um jornalista sobre que concerto lhe tinha ficado mais na memó-ria: ”O concerto no Instituto Cultural Moçambique-Alemanha.”

Como Instituto Cultural esforçamo-nos por tornar as horas de tensão antes dos espectáculos tão agradáveis quanto possível para os músicos, tentamos manter a sua concentração antes e durante os shows e garantir um acompanhamento constante.

28 - Música

Page 29: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Musiker Antonio MarcosMusico Antonio Marcos

Foto © Werner Puntigam 2009

Page 30: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Der Auftritt von “Eyuphuru“, einer mosambikanischen Band aus der Provinz Nampula, gehörte definitiv mit zu unseren schönsten Konzerten. Es war die Eröffnungsveranstaltung im Jahr 2011. Damals war es uns gelungen, die Band unter der Leitung des Musikers Issufo Manuel und die Sängerin Zena Bakar nach vielen Jahren wieder zu vereinen. Es war uns ein großes Anliegen, Zena Bakar wieder mit ihrer Band auf die Bühne zu bringen. Wir haben zuerst mit den beiden Künstlern getrennt gesprochen. Danach war es relativ unkompliziert, alle Musiker und die Sängerin zu den ersten Proben im Studio des Musikervereins zu bewegen. Lázaro Magalhães vom ICMA-Team war so begeistert, dass er alle Transporte persönlich übernahm und die Gruppe vom Anfang bis zum Ende begleitete. Anschließend waren die Musiker im Kulturministerium in Maputo, um ihre Wieder-vereinigung offiziell zu erklären. Diesbezüglich ist auch ein Artikel in der Tages-zeitung “Notícias“ erschie-nen. Seitdem sind viele Jahre vergangen, und Zena Bakar hatte mit ihrer alten-neuen Band viele erfolgreiche Auftritte. Das faszinierende an dieser Band ist, dass sie seit 33 Jahren besteht, unter anderem auch von einem Deutschen (Roland Hohberg) gemanaged wurde, ihre erste Veröffentlichung in London im Studio von Peter Gabriel aufnahm und zum Mauerfall in Berlin war. “Eyuphuru“ verzaubert einfach mit ihrer Musik. Die Klänge und Rhythmen aus Nampula sowie die Lyriken erwecken Träume und Sehnsüchte, auch wenn man ihre Sprache Makua nicht versteht.

Die Fusion aus afrikanischer und arabischer Musik ergibt eine Mischung, die auf diese Weise in Mosambik nur über “Eyuphuru“ kreiert wird. Die Musiker verkörpern diese Kultur in sich selbst und sprühen in ihren weißen Bühnengewändern eine unbegreifliche Spiritualität aus. Zena Bakar, die ihr Leben ausschließlich über ihre Musik zum Ausdruck bringt, ist unwider-stehlich und zieht alle Zuhörer in ihren Bann. Man reist mit ihr durch die Geschichte, ihre Geschichte, ihre Freuden und Leiden. Man spürt, wie unzertrennlich diese Elemente in ihrer Perfor-mance sind.

O concerto de “Eyuphuru”, uma banda moçambicana da provín-cia de Nampula, foi, definitivamente, um dos nossos melhores espectáculos no ICMA. Foi em 2011, na festa de abertura do ano. Na altura, depois de muitos anos, conseguimos reunir a banda sob a direcção do músico Issufo Manuel e a vocalista Zena Bakar. Para nós, foi muito importante trazer Zena Bakar e a sua banda de volta ao palco. Primeiro, falámos com os dois músicos em separado e depois foi relativamente simples reuni-los no estúdio da Associação dos Músicos para as primeiras provas. Lázaro Magalhães, da equipa do ICMA, ficou tão fascinado que assumiu pessoalmente o transporte de todos os membros do grupo, acompanhando-os do início ao fim.

Mais tarde, os músicos apresentaram oficialmente o seu regresso como banda no Ministério da Cultura em Maputo. Sobre isso saiu um artigo no jornal diário “Notícias”. Entretanto, passa-ram anos e Zena Bakar e a sua banda deram muitos concertos com êxito. O que mais fascina neste grupo é que existe há 33 anos, teve um manager alemão (Roland Hohberg), gravou o seu primeiro álbum no estúdio de Peter Gabriel em Londres e esteve na queda do Muro em Berlim. “Eyuphuru” simplesmente encanta com a sua música. Os sons e os ritmos de Nampula bem como as letras e as histórias da vocalista despertam sonhos e nostalgias, mesmo que não se entenda a língua local, macua.

A combinação da música africana com a árabe resulta numa mescla que, em Moçambique, só é criada pela banda “Eyuphuru”. Os músicos encarnam esta cultura, irradiando, nas suas subidas ao palco, todos de branco, uma espiritualidade inexplicável. Zena Bakar, que expressa a sua vida exclusi-vamente através da música,

é irresistível e cativa quem a ouve. O público acompanha a cantora pela história que conta, a sua história, as suas alegrias, as suas tristezas e sente como estes elementos são inseparáveis nos seus espectáculos.

e ZENA BAKAR

30 - Música

Page 31: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Neben renommierten Künstlern wie Orlando da Conceição, Hortênsio Langa, Xidiminguana, Dilon Djinji, Mingas, Stewart Sukuma, Ali Faque, Chico António, Alberto Mula, Os Gallatones und vielen anderen bietet das ICMA auch eine Bühne für Nach-wuchsmusiker und junge Talente. Die populäre Band Kakana mit Sängerin Yolanda, Zé Maria und seine Band “Pazedi“, Paulo Macamo, Timóteo Cuche, Albino Bié, Texito Langa sind einige von vielen, die heute die mosambikanische Musik repräsentieren.

Musik ist eine Sprache, die alle verstehen. Sie fördert den kulturel-len Austausch und ein Gemeinschaftsgefühl. Über das Musikpro-jekt “Lissabon-Maputo-Berlin“ kamen 2008 Musiker aus Portugal, Deutschland und der Diaspora zusammen. Mosambik wurde von Stewart Sukuma, Orlando da Conceição, Lídia Mate, Paulo Macamo und Chico António vertreten. “Trio Ivoire“ aus Deutsch-land und der Republik Côte d‘Ivoire kam zweimal zu Besuch. Aly Keita am Balafon, Hans Lüdemann am Flügel und Chander Sardjoe am Schlagzeug begeisterten mehrmals hunderte von Musikliebhabern im Französischen Kulturzentrum (CCFM). Das Zusammenspiel von Balafon und Piano ergab einen wunderba-ren Dialog zwischen den beiden Profimusikern und war ein Beispiel, was Weltmusik erwirken kann.Zwischen Tradition und Moderne bewegen sich viele Kunstrich-tungen in Afrika, und laut dem Sprichwort des Aktivisten der panafrikanischen Bewegung Marcus Garvey: “A people without the knowledge of their past history, origin and culture is like a tree without roots“ – “Ein Volk, das seine Geschichte, seine Herkunft und Kultur nicht kennt, ist wie ein Baum ohne Wurzeln“ – ist es nachvollziehbar, welchen Stellenwert Tradition und kulturelle Werte auch in der Musik haben.

Es gibt neben den vielen mosambikanischen Timbilaensembles, (Timbila: typisch mosambikanisches Instrument dem Xylophon ähnlich) herausragende Vertreter dieser Musik wie zum Beispiel Timbila Muzimba, Matchume Zango, Cheny Wa Gune und viele, viele weitere.

Ein inspirierender Ort, die vielen unterschiedlichen Musikrichtun-gen und Tendenzen des Landes kennenzulernen, ist der Musiker-verein in Maputo. Dort treffen sich regelmäßig Musiker und Musikliebhaber zu Jam Sessions. Kürzlich hatten wir dort die Gelegenheit, die Blasmusikkapelle “Gruam Buam“ aus Passau, die zum Oktoberfest angereist war, zu einer Jam Session mit Rappern aufspielen zu lassen.

Das Ergebnis hat bestätigt: Musik ist die Sprache, die wir alle verstehen.

Von Birgit Plank-Mucavele

Além de artistas de renome como Orlando da Conceição, Hortênsio Langa, Xidiminguana, Dilon Djinji, Mingas, Stewart Sukuma, Ali Faque, Chico António, Alberto Mula e Os Gallatones, pelo palco do ICMA já passaram muitos músicos da nova geração e jovens talentos. A conhecida banda Kakana com a sua vocalista Yolanda, Zé Maria e a sua banda Pazedi, Paulo Macamo, Timóteo Cuche, Albino Bié e Texito Langa são apenas alguns de muitos que hoje representam a música moçambica-na.

A música é uma língua que todos entendem. A música estimula o intercâmbio cultural e a sensação de comunidade. Através do projecto musical ”Lisboa-Maputo-Berlim“ juntaram-se, em 2008, músicos de Portugal, da Alemanha e da diáspora. Representan-do Moçambique estavam Stewart Sukuma, Orlando da Conceição, Lídia Mate, Paulo Macamo e Chico António.O “Trio Ivoire”, composto por elementos da Alemanha e da Costa do Marfim, veio duas vezes. Aly Keita, no balafon, Hans Lüdemann, no piano, e Chander Sardjoe, na bateria, fascinaram várias vezes centenas de amantes da música no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM). A combinação do balafon com o piano resultou num diálogo fantástico entre os dois músicos e representa bem os efeitos que a música do mundo pode produ-zir.É entre a tradição e o moderno que muitas formas de arte se movem em África e o ditado do activista do movimento panafri-cano Marcus Garvey: ”A people without the knowledge of their past history, origin and culture is like a tree without roots“ – “um povo que não conhece a sua história, a sua origem e cultura é como uma árvore sem raízes” – reflecte o peso que a tradição e os valores culturais têm na música.

Além das orquestras de timbila (instrumento típico moçambicano do tipo xilofone) há grandes representantes desta música como Timbila Muzimba, Matchume Zango, Cheny Wa Gune, entre muitos, muitos outros.

Um lugar inspirador para se conhecerem os diferentes tipos de música e as tendências do país é a Associação dos Músicos em Maputo. Lá, realizam-se regularmente jam sessions, reunindo músicos e amantes da música. Recentemente tivemos a oportu-nidade de juntar rappers moçambicanos e o grupo alemão de instrumentos de sopro “Gruam Buam”, que tinha vindo para a Oktoberfest.

O resultado confirmou que a música é a lígua que todos enten-demos.

Por Birgit Plank-Mucavele

31 - Música

Page 32: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

“Madgermanes” – “os que estiveram na Alemanha“, “os regressados da Alemanha”: são muitas as desig-nações para os moçambicanos que, nos anos 1980, viveram na RDA.

Em 2003, diversos grupos destes “regressados” uniram-se e formaram a Associação de Amizade Moçambique-Alemanha (AAMA). O primeiro presidente da AAMA foi o Dr. Aurélio Siman-go, que esteve à frente da associação entre 2003 e 2005. Lingu-ista de profissão, trabalhou como professor de português na ”Escola da Amizade” de Staßfurt, na RDA, entre 1982 e 1987.

“Madgermanes” – “die, die in Deutschland waren”, “die Rückkehrer aus Deutschland”: Es gibt viele Begriffe für die Mosambikaner, die in den 1980er Jahren in der DDR gelebt haben.

2003 vereinten sich verschiedene Gruppen dieser “Ehemaligen” und bildeten den Deutsch-Mosambikanischen Freundschaftsver-ein (AAMA). Dr. Aurélio Simango war von 2003 bis 2005 erster Präsident der AAMA. Der Linguistikdozent arbeitete von 1982 bis 1987 als Portugiesischlehrer an der “Schule der Freundschaft” in Staßfurt in der damaligen DDR.

“...ein Ort der Begegnung für uns alle”

„... um ponto de encontro para todos nós”

Schlafzimmer von Nelson Ernesto Munhequete mitHerd, Fernseher und anderen Gegenständen aus der DDR.Foto © Malte Wandel: Bildband “Einheit, Arbeit, Wachsamkeit” 2013

Quarto de Nelson Ernesto Munhequete com fogão, televisor e outros utensílios da RDA.Foto © Malte Wandel: Bildband “Einheit, Arbeit, Wachsamkeit” 2013

32 - Madgermane

Page 33: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

O que pensa da designação de “madgermane”?

Aurélio Simango: “Eu, pessoalmente, não gosto. Primeiro, porque tem uma conotação negativa e, depois, porque não diz nada. Na minha opinião, essa não é a designação apropriada para nenhum grupo. Por exemplo, uma pessoa natural da Alemanha, é “mujarimana” em língua changana. O plural de “mujarimana” é “vajarimana”, mas a designação “majarimana” tem um sentido depreciativo, quando associada à origem das pessoas.

Como foi criada a AAMA?

Na verdade, já antes de 2003 se tinha tentado criar uma associ-ação assim. Havia a percepção de que era necessário olhar de outra forma para estes regressados da Alemanha, porque, até àquele momento, o grupo que mais sobressaía era o que se concentrava no Jardim 1º de Maio, um grupo que reunia essenci-almente os ex-trabalhadores da Alemanha. Não sei se foi uma auto-designação ou se os que os viam a manifestar-se lhes deram o nome de “madgermanes”. A designação de “madger-mane” passou, então, a ser um termo genérico para todos os que, por uma ou outra razão, tinham estado na Alemanha.

Na minha opinião, até àquele momento, não se tinha uma ideia clara de que, além do grupo que se reunia no Jardim 1º de Maio, havia outros grupos – o dos estudantes, por exemplo, sobretudo os que tiveram formação na área de educação, ou outro, do qual faço parte, o grupo que esteve na “Escola da Amizade”. Ou seja, havia uma diversidade de grupos que nem poderiam ser identifi-cados como tendo um objectivo comum. E uma forma de valori-zar as diferentes experiências de cada um era provavelmente criar um espaço onde todos nós nos encontrássemos, um ponto de encontro. Isto, porque a experiência de ter estado na Aleman-ha foi vivida por todos.

Naquela altura, muitos casaram e tiveram filhos e estes têm outra visão da sua situação. Então, a nova associação deveria incluir outros interessados e, finalmente, também alemães, mantendo, assim, uma ligação com a Alemanha. A esta associ-ação juntou-se um projecto, o ICMA, que, hoje, posso dizê-lo com orgulho, foi uma aposta bastante inteligente, porque, através das suas actividades culturais, conseguiu alterar o sentido negativo do conceito “madgermane”. Esta foi a nossa grande motivação: encontrarmo-nos para positivamente valori-zar a nossa vivência na Alemanha.

Quem deu início ao processo de criação da AAMA?

É difícil dizer, porque foi um processo longo. Obviamente, a embaixada, por ter o espaço físico e político, tinha já o hábito de reunir os moçambicanos que tinham estado na Alemanha. Ou seja, posso dizer que a iniciativa partiu tanto da embaixada como do desejo dos regressados da RDA. O ICMA foi uma ideia posterior.

Como se desenvolveu, do seu ponto de vista, o papel do ICMA em relação à AAMA durante os últimos dez anos?

Eu penso que houve uma mudança estratégica. Ainda que o ICMA tenha uma ligação estreita com a AAMA, como projecto sempre teve vida própria. Isto é muito salutar. O que se pretende agora é que surjam outros projectos, que se explorem outras possibilidades semelhantes ao ICMA. Mas isso será difícil. O ICMA já está ao nível dos outros institutos culturais e deve continuar a cumprir o seu objectivo nesta direcção.

Was halten Sie von dem Begriff „Madgermane“?

Aurélio Simango: „Ich persönlich mag ihn nicht. Erstens, weil der Begriff eine negative Konnotation hat und zweitens, weil er nichts aussagt. Es ist einfach keine korrekte Bezeichnung, für keine Gruppe. So heißt zum Beispiel ein in Deutschland Geborener auf Shangana „mujarimana“. Der korrekte Plural davon wäre „vajari-mana“, aber die Bezeichnung „majarimana“ ist abwertend, wenn sie sich auf Personen bezieht.

Wie kam es 2003 zur Gründung der AAMA?

Schon vor 2003 hatte es verschiedene Versuche in dieser Richtung gegeben. Damals gab es die verbreitete Auffassung, dass es nötig sei, die Rückkehrer aus der DDR auf eine andere Art und Weise zu betrachten. Die Gruppe, die zu der Zeit am stärks-ten hervorstach, war die der Demonstranten vom Park des 1. Mai, in der sich vor allem die ehemaligen Fabrikarbeiter aus der DDR trafen. Ich weiß nicht einmal, ob diese Leute sich dann selbst „Madgermanes“ nannten, oder ob es die Passanten waren, die ihnen den Namen gaben. Jedenfalls verstand man seitdem unter „Madgermanes“ alle diejenigen, die aus dem einen oder anderen Grund in Deutschland gewesen waren.

Zu jenem Zeitpunkt hatte die breitere Öffentlichkeit, denke ich, keine wirkliche Vorstellung davon, dass es neben der Gruppe, die sich im Park des 1. Mai traf, noch andere gab, zum Beispiel die der Studenten, vor allem Lehramtskandidaten, aber auch die Gruppe derer, die an der “Schule der Freundschaft“ gewesen waren, und zu der auch ich gehöre. Es gab also mehrere verschiedene Gruppen, die auch kein gemeinsames Ziel verfolg-ten. Und eine Möglichkeit, all diesen unterschiedlichen Erfahrun-gen Raum zu geben, war vermutlich die, einen Ort der Begeg-nung für uns alle zu schaffen, denn gemeinsam war uns nur die Erfahrung unseres Deutschlandaufenthalts.

Damals hatte es auch Eheschließungen gegeben, aus denen Kinder hervorgegangen waren, die ihrerseits andere Erfahrun-gen hatten, eine andere Sichtweise ihrer Situation. Der neuen Vereinigung sollten sich auch andere Interessenten anschließen können, nicht zuletzt auch Deutsche, und sie sollte eine Verbin-dung zu Deutschland haben. Dieser Vereinigung wurde ein Projekt übertragen, das ICMA, was, wie ich heute mit Stolz sagen kann, eine ziemlich kluge Idee war, weil es durch seine kulturel-len Aktivitäten das negative Konzept der “Madgermanes“ ändern konnte. Das war unser eigentliches Ziel: Uns zu treffen, um ein positives Bild unseres Deutschlandaufenthalts zu bewahren.

Wer hat die Gründung der AAMA veranlasst?

Das ist schwer zu sagen, denn es handelte sich um einen langen Prozess. Die Botschaft hatte natürlich schon immer die Mosambi-kaner, die in Deutschland gewesen waren, zu Treffen zusam-mengerufen, weil sie den Raum und die politischen Möglichkei-ten dazu hatte. Die Initiative zur Schaffung der AAMA kam, wenn man so will, einerseits von der Botschaft, andererseits von den Rückkehrern. Das ICMA als Projekt kam erst später ins Spiel.

Wie hat sich das Verhältnis des ICMA zur AAMA in den letzten Jahren verändert?

Ich denke, dass es gewissermaßen eine strategische Verände-rung gegeben hat. Das Kulturinstitut hat immer, auch wenn es eng mit der AAMA verbunden war, sein eigenes Leben geführt. Das ist zu begrüßen. Was jetzt angestrebt wird, ist, andere ähnliche Projekte zu finden, andere Möglichkeiten zu erkunden, was nicht leicht sein wird. Das ICMA selbst kann sich mittlerweile mit den anderen Kulturinstituten messen und muss darin auch weiter seinen Daseinszweck sehen.

33 - Madgermane

Page 34: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Então não vê diferença entre o trabalho do ICMA e o dos outros institutos culturais de Maputo?

Do ponto de vista técnico penso que não, mas do ponto de vista funcional há alguma diferença. O ICMA tem uma relação muito forte com a AAMA. O Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), por exemplo, é uma criação do governo francês. Mas a Directora do ICMA e a sua equipa fazem um trabalho que está à altura de qualquer outro instituto – o ICMA, apesar de ter um espaço bastante pequeno, sempre fez muito barulho.

Como vê o conceito “cultura para todos”?

Muitos eventos aqui são gratuitos, o que faz do ICMA um espaço popular entre os artistas, uma casa que fomenta aqueles que, por assim dizer, ainda não têm nome no espaço cultural mapu-tense. Isto significa que o ICMA tem o seu papel no panorama cultural de Maputo.

O que esperam do ICMA aqueles que estiveram na Alemanha?

A área de actuação do ICMA não se limita a um único campo. O Instituto chegou a organizar eventos culturais como a “Oktober-fest”, por exemplo, onde nos juntávamos para matar saudades da Alemanha. Mas há ainda outros eventos em que pode participar quem quiser – tanto os que estiveram como quem nunca esteve na Alemanha. Além disso, o ICMA oferece cursos de alemão. Antes, a língua alemã era associada aos que estiveram na Alemanha, mas, hoje, já há pessoas que querem aprender alemão por vários motivos.

Por outro lado, há pessoas para as quais os anos na Alemanha e o regresso deixaram traumas: deixaram famílias lá e quando chegaram, depois de vários anos fora, não encontraram ninguém. Muitos foram recrutados para o exército governamen-tal cá e não só. Tinham perdido os seus pais, famílias inteiras e amigos de infância. Num certo sentido, a ideia subjacente à criação do ICMA foi também oferecer a todas essas pessoas um ponto de encontro. Mas, hoje em dia, as pessoas também vêm aqui, porque é um espaço cultural.

A entrevista foi conduzida por Benita Schauer

Sie sehen also keinen Unterschied zwischen der Arbeit des ICMA und jener der anderen Kulturinstitute in Maputo?

In technischer Hinsicht nicht, aber unter funktionalen Aspekten gibt es schon einen Unterschied. Das ICMA hat immer eine sehr starke Bindung an die AAMA gehabt. Das Französische Kultur-zentrum (CCFM), um nur ein Beispiel zu nennen, ist hingegen eine Schöpfung der französischen Regierung. Aber die Leiterin des ICMA und ihr Team machen eine Arbeit, die den anderen Institu-ten in nichts nachsteht – das ICMA konnte man, obgleich es nur über wenig Platz verfügt, niemals übersehen.

Was halten Sie vom Konzept „Kultur für alle“?

Viele Veranstaltungen hier sind gratis, weshalb die Künstler, insbesondere jene, die gewissermaßen noch neu sind, diesen Ort besonders mögen. Das ICMA hat seinen festen Platz in der Kulturszene Maputos.

Was erwarten die „Ehemaligen“ vom ICMA?

Das ICMA hat schon ein besonderes Aufgabenspektrum. Das Institut organisierte kulturelle Veranstaltungen wie zum Beispiel das Oktoberfest, wo die Leute hingingen, um ihre Nostalgie für Deutschland zu pflegen. Aber es gibt auch andere Ereignisse, an denen alle Interessierten teilnehmen können – egal, ob sie in Deutschland waren oder nicht. Außerdem bietet das ICMA Deutschkurse an. Früher wurde die deutsche Sprache mit denje-nigen in Verbindung gebracht, die in Deutschland gewesen waren. Heute kommen die Leute aus unterschiedlichen Gründen, um Deutsch zu lernen.

Andererseits dürfen wir auch nicht vergessen, dass die Jahre in Deutschland und die Rückkehr nach Mosambik für manche Leute ein Trauma darstellten: Sie haben dort Familien zurückgelassen, hier keine Angehörigen mehr gefunden, nachdem sie mehrere Jahre weg waren. Viele wurden sofort in die Regierungsarmee eingezogen und nicht nur das: Sie hatten ihre Eltern, ihre ganze Familie, ihre Kindheitsfreunde verloren und sahen sie nie wieder. In gewisser Hinsicht war also die Idee bei der Gründung des ICMA auch die, all diesen Menschen, uns allen, einen neuen Ort der Begegnung zu geben. Aber heutzutage kommen die Menschen hierher, auch weil es ein Ort der Kultur ist.

Das Interview führte Benita Schauer

34 - Madgermane

Foto © Bildband / Livro „Madgermany“, Annett Bourquin, 2009

Page 35: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

A maioria dos antigos trabalhadores moçambica-nos, que estiveram na RDA, regressou a Moçam-bique até 1990. Muitos deles deixaram mulher e filhos na Alemanha. E em muitos casos, o contacto perdeu-se com o seu regresso.

Por isso, muitas vezes, o ICMA recebe pedidos de jovens da Alemanha que procuram os seus pais. Juntamente com a Associação dos Antigos Trabalhadores Moçambicanos na Alemanha (ATMA) e a rede „Reencontro Familiar“ entre Moçam-bique e a Alemanha tem sido possível reunir pais e filhos.

”Procuramos o pai do meu filho há muito tempo. (...) Ele trabalhou em Coschütz (Dresden), na antiga RDA, entre 1981 e 1990. Conhecemo-nos em 1985 e apaixonámo-nos. A 4 de Abril de 1989 nasceu o nosso filho E. Infelizmente, ele teve de regressar a Moçambique devido à reunificação da Alemanha (...).“ (e-mail de 5 de Outubro de 2010 dirigido ao ICMA)

”Simplesmente feliz. Hoje, pela primeira vez, falei ao telefone com o meu pai, que está em Moçambique. Muito obrigado a (...) todos (...) os que me ajudaram a procurá-lo!“ (página de „Reen-contro Familiar“ no Facebook, 2 de Abril de 2014)

”Eu estou à procura do meu pai, que, nos anos 1980, trabalhou na RDA. (...) Ele foi embora, quando eu tinha 4 anos. (...) Desde então, nunca mais o vi. Ficaria muito grato por qualquer informação, porque cheguei a uma idade em que busco as minhas raízes africanas.“ (e-mail de 18 de Janeiro de 2012 dirigido ao ICMA)

”Eu trabalho para o programa de televisão ‘Vermisst’ (“Desaparecido”). Procuramos, para familiares que nos pedem, parentes que perderam de vista há muito tempo. Já estivemos em contacto em Abril de 2012 quando procurava um pai. Por coincidência, um dos seus funcionários conhecia-o e, assim, pai e filha puderam reencontrar-se.“ (e-mail de 8 de Abril de 2014 dirigido ao ICMA)

”Gostaria de encorajar todos aqueles que até agora não ouviram nada do seu pai. Não desistam! Vale a pena!“ (página de „Reen-contro Familiar“ no Facebook, 11 de Outubro de 2013)

Por Benita Schauer

Die meisten der mosambikanischen Vertragsarbei-ter, die in der DDR waren, kehrten bis 1990 nach Mosambik zurück. Viele von ihnen hinterließen in Deutschland Frau und Kinder, häufig brach der Kontakt zu diesen mit der Rückkehr in die Heimat ab.

Oft erreichen das ICMA deshalb Anfragen von in Deutschland lebenden Kindern, die nach ihren Vätern suchen. Gemeinsam mit dem Verein der Ehemaligen Mosambikanischen Vertragsarbeiter in Deutschland (ATMA) und dem deutsch-mosambikanischen Netzwerk für Familienzusammenführung „Reencontro Familiar“ gelingt es immer wieder, Väter und Kinder zusammenzubringen.

“Schon seit langer Zeit sind wir auf der Suche nach dem Vater meines Sohnes (...) Von 1981 bis 1990 war er Gastarbeiter in Coschütz (Dresden) in der ehemaligen DDR. Im Jahre 1985 lernten wir uns kennen und lieben. Am 4. April 1989 kam dann unser gemeinsamer Sohn E. auf die Welt. Leider musste er dann nach Hause, da wir die Wende hatten (...).“ (E-Mail an das ICMA vom 5. Oktober 2010 )

“Einfach nur glücklich. Heute das erste Mal mit meinem Papa in Mosambik telefoniert. Riesen Dank an (...) alle (...), die bei der Suche geholfen haben!“ (Facebook-Seite von „Reencontro Famili-ar“, 2. April 2014)

“Ich suche auf diesen Weg meinen Vater, der in den 80er Jahren als Gastarbeiter in der DDR gearbeitet hat. (...) Er ging von uns, als ich 4 Jahre alt war. (...) Seit diesem Zeitpunkt habe ich ihn nicht mehr gesehen. Ich wäre wirklich über jede kleine Information sehr dankbar, da ich nun in einem Alter bin, wo ich mich nach meinen afrikanischen Wurzeln sehne.“ (E-Mail an das ICMA vom 18. Januar 2012)

“Ich arbeite für die Redaktion „Vermisst“. Wir suchen im Auftrag von Familienangehörigen nach lange vermissten Angehörigen. Im April 2012 standen wir schon mal in Kontakt, da ich damals auf der Suche nach einem vermissten Vater war. Wie der Zufall so wollte, kannte damals einer Ihrer Mitarbeiter den Gesuchten, so dass Vater und Tochter endlich wieder zueinander finden konnten.“ (E-Mail an das ICMA vom 8. April 2014)

“Ich möchte all denen Hoffnung machen, die bis jetzt noch nichts von ihrem Vater gehört haben. Bleibt dran! Es lohnt sich!“ (Facebook-Seite von „Reencontro Familiar“, 11. Oktober 2013)

Von Benita Schauer

„... da ich nun in einem Alter bin, wo ich mich nach meinen afrikani-schen Wurzeln sehne“

„... porque agora cheguei a uma idade em que busco as minhas raízes africanas“

35 - Madgermane

Page 36: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Präsidenten der AAMA / Presidentes da AAMA:2003-2006 Dr. Aurélio Simango2006-2011 Dr. Adolfo Sinai2012-2014 Albino Forquilha

Maputo, bis 1975 Lourenço Marques, Hauptstadt und Geschäftszentrum MosambiksMaputo, até 1975 Lourenço Marques, capital política e económica de MoçambiqueFoto © Africa Glow ZA 2009

Page 37: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

ICMA: 10 Anos 2003 Fundação e lançamento dos estatutos da Associação de Amizade Moçambique-Alemanha (AAMA) sob a presidência do Dr. Aurélio Simango

Fundação e abertura oficial do Instituto Cultural Moçambique-Alemanha (ICMA) na sede do DED Serviço Alemão de Desenvolvi-mento, Rua Carlos Albers, 89, Maputo, pelo DED, Goethe-Institut de Joanesburgo, Embaixada da Alemanha e AAMA

São organizados os primeiros cursos de língua e eventos culturais

2004 Organização das primeiras Semanas Culturais Alemãs com os parceiros de cooperação

2005 A oferta do ICMA é ajustada ao trabalho cultural do Goethe-Institut com mais cursos de língua, um programa cultural maior e biblioteca É publicada a antologia “ Alemanha, Ida e Volta“ (Deutschland, Hin und Zurück) com histórias pessoais de antigos trabalhadores moçambicanos na RDA

2006 O departamento de língua cresce e são alugadas mais salas no Instituto Cultural Franco-Moçambicano (CCFM)

2008 Assinatura do acordo de cooperação com o Goethe-Institut, que constitui uma base para o trabalho do ICMA

Implementação da iniciativa PASCH, do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, e introdução do ensino de alemão no Instituto Comercial de Maputo

2009 Publicação do livro “Madgermany“ com retratos de “mad-germanes“ e membros da ATMA

2010 O ICMA torna-se membro fundador do cluster EUNIC (“European Union National Institute of Culture“) em Moçambique

2011 Introdução dos cursos de língua alemã “FALEMÃO” na cidade da Beira

2012 O ICMA assume a casa na Rua Carlos Albers, em Maputo

2013 Realização da primeira Semana DACH com os represen-tantes dos países de língua alemã (D-Deutschland/Alemanha, A-Österreich/Áustria, CH-Schweiz/Suíça)

Inauguração, a 3 de Outubro, da exposição de banners por ocasião do 10° aniversário de “Cultura para todos“ no espaço público e nos edifícios do Ministério da Cultura, do Teatro Aveni-da e do Instituto Nacional de Cinema (INAC)

10 Jahre ICMA2003 Vereinsgründung und Verabschiedung der Statuten des Deutsch-Mosambikanischen Freundschaftsvereins (AAMA) unter Vereinspräsident Dr. Aurélio Simango

Gründung und offizielle Eröffnung des Deutsch-Mosambikanischen Kulturzentrums (ICMA) im DED-Landesbüro, Rua Carlos Albers, 89, Maputo, durch die AAMA, den DED, die Deutsche Botschaft und das Goethe-Institut Johannesburg

Erste Sprachkurse und Kulturveranstaltungen werden durchge-führt

2004 Organisation der ersten Deutschen Kulturwochen mit den Kooperationspartnern

2005 Das Angebot im ICMA wird entsprechend der Kulturarbeit des Goethe-Instituts angepasst mit erweitertem Sprachkursange-bot, Kulturprogramm und BibliotheksserviceDie Anthologie “Deutschland, Hin und Zurück“ (Alemanha, Ida e Volta) mit persönlichen Geschichten von mosambikanischen Vertragsarbeitern in der DDR wird veröffentlicht

2006 Die Sprachabteilung wächst und zusätzliche Räume werden im Französischen Kulturzentrum (CCFM) angemietet

2008 Unterzeichnung des Kooperationsvertrags mit dem Goethe-Institut, der eine Grundlage für die Arbeit des ICMA darstellt

Die PASCH-Initiative des Auswärtigen Amtes wird vom ICMA in Mosambik umgesetzt und Deutsch an einer berufsbildenden Schule (“Instituto Comercial de Maputo“) eingeführt

2009 Der Bildband “Madgermany“ mit Portraits von “Madgerma-nes“ und Mitgliedern der ATMA erscheint

2010 ICMA ist Gründungsmitglied des EUNIC-Clusters (“European Union National Institute of Culture“) in Mosambik

2011 Das Sprachkursprogramm „FALEMÃO“ wird erstmals in Beira angeboten

2012 ICMA übernimmt die Liegenschaft in der Rua Carlos Albers, Maputo

2013 Erste DACH-Woche mit den Vertretern der deutschsprachi-gen Länder (D-Deutschland, A-Österreich, CH-Schweiz) wird durchgeführt

2013 Bannerausstellung anlässlich der 10 Jahre – “Cultura para todos“ im öffentlichen Raum (Kulturministerium, “Teatro Avenida“, INAC) wird am 3.10. eröffnet

37 - 10 anos

Foto

© T

ina

Krüg

er 2

014

Präsidenten der AAMA / Presidentes da AAMA: 2003-2006 Dr. Aurélio Simango | 2006-2011 Dr. Adolfo Sinai | 2012-2014 Albino Forquilha

Page 38: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

aguacheiro design e multimédia | associ-ação dos músicos moçambicanos | associação moçam-

bicana de cinema | associação de amizade moçambique- aleman-ha (aama) | associação kulungwana | atma-associação dos antigos trabalha-

dores moçambicanos na alemanha | british council | casa da cultura | centro cultural franco – moçambicano (ccfm) | centro cultural brasil – moçambique

(ccbm) | ciedima | cmcm-conselho municipal da cidade de maputo | coope-ração suiça | cooperação austríaca para o desenvolvimento | cncd-

companhia nacional de canto e dança | centro cultural universitário (ccu) | club of mozambique | escola de comunicação e arte (eca) | eunic-

european union national institute of culture | gil vicente bar | giz- coope-ração alemã | goethe-institut johannesburg | icm-instituto comercial de

maputo | iodine | impacto | instituto cultural português (instituto camões) | isarc- instituto superior de artes e cultura | instituto nacional audio visual

(inac) | logaritimo | koordinierungskreis mosambik | mafalala libre | mahla filmes | mozarte | mutumbela gogo | núcleo de arte | teatro aveni-

da | tim-televisão indepedente de moçambique | uem- universidade edurdo mondlane | up- universidade pedagógica | dr. adolfo sinai |

albino forquilha | dra. alexandra pinho | allan rutt | alexandre tunduru | ana lúcia cruz | annett bourquin | antje brauer-maxaeia | dr. aurélio simango | beatriz costa | dr. bernd pirrung | benita schauer | benjamina catia sigauque | dr. boia efraime | bruce chapman | dr. calane da silva | celisa quelhas | cornelia batchi | christian hoffmann | david abilio | david aguacheiro | diana manhiça | dito tembe | djalma lourenço | domi chirongo | eckehard fricke | eden martin | estácio valoi | eva kohl | féling capela | felix cossa | fernanda ferrão | franziska pfeiffer | gabriel mond-lane | gil oquisso | heike backofen-warnecke | heike de quadros | heike meuser | heike roch | henrike grohs | holger pfingsten | dr. inocente vasco | ivan mucavel | jacinto sitoe | jens vilela neumann | jirka vierhaus | joel guelat | johannes beck | johannes bloos | jorge dias | jorge ndlozy | joerg von chamier | julietta massimbe | julietta mussan-hane | karin kessler | dr. katharina von ruckteschell-katte | kerstin kuschel | knut noke | lídia mavie | lien heidenreich | lénio ussivane | dr

lorenz petersen | luís paulo almeida | luís ribeiro | luka mukhavele | magda burity da silva | maimuna adam | manuela soeiro | margue-

rite seidel | maria elisa chim | dr. mario baloi | mário macilau | mario sauder | marta barroso | matteo angius | mauro pinto | merritt

becker | meto elisio | mia couto | nadine westermann | nataniel ngomane | niculin jäger | dr. norbert spitz | nuno maia | panaibra

gabriel canda | patrick schmidt | paulo macamo | paulo mutom-bene | pedro pimenta | peter anders | peter steudtner | petra

wanga | dr. philipp schauer | quito tembe | rainer lehmanski | roland hohberg | rosa malate | dr. rui conzane | sérgio costa |

dr. simão mucavele | stella jamisse | steffi kölling | dra. susan-ne jahn | tina krüger | ulf-dieter klemm | ullrich kloeckner | uta

santana | ute fendler | walburga greiner | warren nebe | werner puntigam | zefrino

DanksagungenAgradecimentos

38

Page 39: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

Es gibt kein Vergangenes, das man zurücksehnen dürfte,Es gibt nur ein ewig Neues, das sich aus den erweiterten

Elementen des Vergangenen gestaltet.

Johann Wolfgang von Goethe, 1823

Que não desejemos, no presente, o regresso de nada do passado.Somente existe uma eterna inovação que é a continuação evolutiva

dos elementos do passado.

Johann Wolfgang von Goethe, 1823

KHANIMAMBU

O ICMA-Goethe-Zentrum Maputo agradece aos seus amigos, criadores, artistas e parceiros pela boa coope-ração e o magnífico apoio.

Das ICMA-Goethe-Zentrum Maputo bedankt sich bei allen Freunden, Krea-tiven, Künstlern und Partnern für die gute Zusammenarbeit und freundliche Unterstützung.

Page 40: 3 6 5 0 DIAS DE CULTURA · Instituto Cultural Moçambique - Alemanha QUALID ADE SERVIÇ O COMPETÊNCIA Design & Multimédia IMPRESSUM / FICHA TÉCNICA: Herausgeber / Editor:

www.goethe.de/maputo

Culturapara

todos