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Carta para implementação do Estatuto da Cidade Texto aprovado no Encontro Nacional pelo Direito à Cidade Rio de Janeiro, julho de 2002

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  • 1Carta para implementaodo Estatuto da CidadeTexto aprovado no Encontro Nacional pelo Direito Cidade

    Rio de Janeiro, julho de 2002

  • 2

  • 3I. RECONHECIMENTODO DIREITO CIDADE

    O Estatuto da Cidade, Lei Nacionaln 10.257, de 10/07/2001, reconhece equalifica o DIREITO S CIDADESSUSTENTVEIS como um dos direitosfundamentais da pessoa humana. aconcretizao dos direitos humanos nacidade atravs da garantia do direito terra urbana, moradia, ao saneamentoambiental, infra-estrutura urbana, aotransporte e aos servios pblicos, aotrabalho e ao lazer, para as presentes efuturas geraes. (artigo 2, I)

    II. DIRETRIZES GERAISDA POLTICA URBANAGarantir a Funo Social da

    Propriedade e da CidadeEntendido como a prevalncia na

    formulao e implementao daspolticas urbanas de interesse comumsobre o direito individual de propriedade,implicando no uso socialmente justo eambientalmente sustentvel do espaourbano.

    Inclui a obrigao dos rgosgovernamentais de regular e controlar odesenvolvimento urbano atravs depolticas territoriais que visem priorizar aproduo social do habitat emobservncia aos interesses sociais,

    culturais e ambientais coletivos sobre os

    individuais.A funo social da propriedade o

    princpio norteador da regulaopblica sobre o direito de propriedadeurbana, visando a garantia do direito dapopulao excluda e marginalizada deacesso terra urbanizada. J o princpioda funo social da cidade visaassegurar a democratizao do territrio,espaos de poder, de produo e decultura possibilitando o acesso de todoss diversas funes da cidade.

    III. COMPETNCIA DAUNIO, ESTADOS EMUNICPIOS

    UnioA Unio tem as seguintes

    competncias e responsabilidades:- Regulamentar e implantar o

    Conselho Nacional de DesenvolvimentoUrbano, de acordo com a MedidaProvisria n2.220, de 04/09/2001, comoo rgo colegiado nacional da polticaurbana criado para garantir a gestodemocrtica, com funo deliberativa,em discusso com as entidadesenvolvidas na questo urbana.

    - Democratizar e descentralizar oprocesso de definio da poltica desaneamento tais como os critrios paraa aplicao e destinao dos recursos, epara a utilizao desses recursos pelos

    Carta para implementao doEstatuto da Cidade

  • 4Municpios, Estados, agentes privados esociais.

    - Aprovar e implementar o projeto delei de iniciativa popular do FundoNacional de Moradia, que institui umsistema nacional descentralizadodemocrtico da poltica habitacional deinteresse social.

    - Constituir programas nacionais deapoio aos Municpios para capacitaona gesto democrtica da cidade,regularizao fundiria e aplicao dosinstrumentos de poltica urbana.

    - Estimular e viabilizar asConferncias Nacionais de PolticaUrbana, Habitao e Saneamento.

    - Promover a regularizao fundiriadas reas pblicas da Unio ocupadaspor populao de baixa renda nostermos do Estatuto da Cidade, cabendoa Defensoria Pblica da Unio prestar oservio de assistncia jurdica gratuita.

    EstadosOs Estados federados tm as

    seguintes competncias eresponsabilidades:

    - Instituir, mediante leicomplementar, Regies Metropolitanas,Aglomeraes Urbanas e Micro-regiescom gesto democrtica.

    - Apoiar os municpios e as entidadesda sociedade civil organizada comrecursos e programas de capacitaopara a execuo da poltica urbanaintegrada em especial nas regiesmetropolitanas.

    - Estimular e viabilizar asConferncias Estaduais de PolticaUrbana, Habitao e Saneamento.

    - Promover a regularizao fundiriadas reas estaduais ocupadas por

    populao de baixa renda em acordocom o estabelecido no Estatuto daCidade.

    - Prestar assistncia jurdica gratuitaqueles que comprovarem insuficinciade recursos atravs da DefensoriaPblica, mediante um servio preventivode orientao e assessoria jurdicagratuita populao de baixa renda(indivduos ou associaes).

    MunicpiosOs Municpios tm as seguintes

    competncias e responsabilidades:- A competncia preponderante para

    executar a poltica de desenvolvimentourbano com o objetivo de ordenar odesenvolvimento das funes sociais dacidade e garantir o bem estar de seushabitantes.

    - Instituir e aplicar o Plano Diretor que o instrumento bsico da polticamunicipal incumbido de estabelecer asmetas e diretrizes da poltica urbana, oscritrios de verificao se a propriedadeatende sua funo social, e definir aforma de aplicao dos instrumentos depoltica urbana estabelecidos no Estatutoda Cidade.

    - A promoo do adequadoordenamento territorial; planejamento econtrole do uso, parcelamento eocupao do solo urbano.

    - Organizar e prestar os serviospblicos de interesse social(ex.saneamento, coleta de lixo,transporte coletivo).

    - Implementar a gesto democrticada cidade como eixo estratgico daimplementao da poltica urbanaintegrada, cujo processo deve conter umsistema de planejamento democrtico

  • 5que assegure a participao popular eintegre os rgos da poltica setorial(Conselhos e Secretarias), com os rgosregionalizados (subprefeituras, conselhosde bairros, comunitrios, oramentoparticipativo).

    - Realizar as Conferncias da Cidadecomo forma de constituir uma esfera deinterlocuo e mediao dos interessesdos diversos atores sociais visando aconstruo da cidade que queremos.

    IV. FORMA DEIMPLEMENTAO DODIREITO CIDADEA cidade que queremos

    POVOAR AS REASCONSOLIDADAS DA CIDADE

    - Demarcao de Zonas Especiais deInteresse Social (ZEIS), incluindo glebasvazias e seu entorno, reas com infra-estrutura completa, reas emtransformao ou altamente valorizadaspelo mercado imobilirio e reas comforte presena de edifcios e galpesabandonados para a construo demoradia popular com espaos eequipamentos comunitrios.

    - Adoo de ndices de densidadepopulacional adequados, variando deacordo com a localizao do imvel nacidade.

    - Priorizar a produo de espaos decomrcio e servio de pequeno porte,regulando por atividade o tamanhomximo dos empreendimentos.

    - Recuperar e qualificar os espaos

    pblicos para uso de toda a populao.

    CONTER A SEGREGAOSCIO-ESPACIAL EQUALIFICAR O AMBIENTEURBANO DA PERIFERIA

    - Demarcao de ZEIS incluindo todasas favelas e loteamentos clandestinosconsolidados que atendam os critriosbsicos de urbanizao e estejam dentrode programas de regularizao fundiria.

    - Regularizao jurdica e urbansticadestas reas, com reserva de reas paraproviso habitacional e construo deequipamentos e espaos sociaiscomunitrios.

    - Implantar zoneamento que garantaa instalao de usos geradores deemprego, respeitada a tranqilidade dosusos residenciais.

    - Implantar programas de educaourbano ambiental.

    -Transformar a periferia em bairroscom qualidade de vida, com acesso ainfra-estrutura, saneamento, servios,paisagismo, lazer e diversidade de uso.

    - Aplicar a edificao e parcelamentocompulsrios e o imposto sobre apropriedade predial e territorial urbanaprogressivo no tempo (IPTU) nos imveissubutilizados e ociosos visando estimulara renovao urbana.

    - Investir na melhoria das habitaes,infra-estrutura e equipamentos pblicos ecomunitrios de cultura e lazer noscentros e eixos comerciais da periferia

  • 6GARANTIR ATENDIMENTO DEMANDA DE MORADIAPOPULAR

    - Articular e integrar as polticashabitacionais com polticas de inclusosocial.

    - Atravs de uma poltica nacional dehabitao que contemple:

    a) Prioridade populao de 0 a 5salrios mnimos.

    b) Aprovao e implementao doFundo Nacional de Habitao.

    c) Elaborao de planos de habitaointegrados em nvel federal, estaduais emunicipais.

    d) Criao de conselhos municipais,estaduais e federal de habitao.

    e) Descentralizao operacional efinanceira e diversificao dosprogramas habitacionais entre as trsesferas de poder.

    f) Sustentabilidade da poltica pblicahabitacional:

    - Recursos pblicos para subsidiar apopulao de baixa renda, numprocesso permanente e contnuo definanciamento.

    - Trocar a dvidas dos estados emunicpios por investimentos emhabitao, urbanizao edesenvolvimento scio-econmico.

    - Demarcao no Plano Diretor daCidade de ZEIS das seguintes reas:

    a) reas vazias e subutilizadas, quetenham infra-estrutura consolidada;

    b) reas pblicas e privadasocupadas por populao de baixa rendaque necessitem de regularizaofundiria e urbanizao para fins demunicipais, estaduais e federais ociososem ZEIS, que devem conter moradia,

    lazer, comrcio, servio e atividades deproduo de pequeno porte.

    - Utilizao dos instrumentos deparcelamento, edificao ou utilizaocompulsria, do IPTU progressivo notempo e do direito de preempo nestasreas demarcadas

    - Produzir diagnstico dos problemasde habitao na cidade, identificandoseus diferentes aspectos: moradias emsituao de risco, loteamentosirregulares, favelas, cortios,coabitaes, sem teto, bairros comurbanizao (infra-estrutura eequipamentos) precria, etc.

    PRIORIZAR O TRANSPORTECOLETIVO

    - Definir um Plano Municipal deTransporte Pblico que inclua o metr ea ferrovia, e que integre as linhas denibus, garantindo melhorias imediataspara a qualidade, frequncia e agilidadedo sistema de transporte pblico dacidade.

    - Ampliao da malha viriaprivilegiando o transporte pblicocoletivo.

    - Implementar o Fundo e ConselhoMunicipal de Transporte.

    -Adoo de medidas para conforto esegurana dos pedestres, especialmentedos idosos e detentores de direitosespeciais.

    - Estmulo utilizao de transportesno-motorizados.

    - Definir um plano de mobilidadeurbana, integrando as diversasmodalidades de transporte a fim degarantir a acessibilidade s diversas

    funes da cidade.

  • 7DESCENTRALIZAR A OFERTADE EMPREGO NA CIDADE

    - Reviso do zoneamento de forma agarantir a diversidade de usos em toda acidade, preservando a qualidade damoradia e possibilitando o aumento dosusos no residncias na cidade (usosmistos e corredores nos bairros).

    - Reconhecimento e investimento nosespaos informais de mltiplo uso nacidade (ex. feiras livres) para suaqualificao e diversificao.

    - Reviso de critrios de localizaode indstrias e estudo de impacto devizinhana de grandes empreendimentosque se instalam na periferia, comexigncia de alternativas de emprego erenda para as comunidades onde seinstalam.

    - Definio de mecanismos deincluso e formalizao do trabalhoinformal, mediante tratamento tributrioadequado, para estmulo a gerao deemprego e renda.

    GARANTIR ODESENVOLVIMENTO URBANOAMBIENTAL SUSENTVEL

    - Articulao da dimenso dodireito cidade tendo como referncia aintegrao entre o direito moradia e odireito ao meio ambiente, visando ocombate e eliminao da desigualdadeeconmica e social atravs da promoode polticas pblicas integradas nocampo do desenvolvimento econmico,e social viabilizando o acessodemocrtico e o desfrute dos recursosambientais, paisagsticos e do

    conhecimento todos.- Entendimento de urbanizao como

    a associao do direito moradia dignae o direito a um meio ambientesaudvel, entendendo-se saneamentoambiental como o acesso guapotvel, a implantao de rede deesgoto, uma gesto integrada detratamento dos resduos slidos.

    - Garantia da efetividade das normasambientais para legalizao eurbanizao das favelas, e no paramanter a ilegalidade e precariedade dosassentamentos.

    - Utilizao do Estudo de Impacto deVizinhana para democratizar o sistemade tomada de decises sobre os grandesempreendimentos a serem realizados nacidade, dando voz comunidade sujeitaao impacto, e condicionando o direitode propriedade ao direito de vizinhana.

    - Condicionamento dos projetos degrandes empreendimentos aosresultados do Estudo de Impacto deVizinhana, que poder aprov-los,estabelecendo condies oucontrapartidas para o funcionamento, oupoder impedir sua realizao.

    - Controle dos usos incmodos emtodas reas da cidade.

  • 81. Plano DiretorO Plano Diretor ir definir a poltica

    de desenvolvimento e expanso doMunicpio considerando a rea urbana erural respeitando as diretrizes gerais dapoltica urbana para o estabelecimentodas normas e instrumentos previstos nosartigos 2 e 39 do Estatuto da Cidade.

    Dever o Plano Diretor explicitar deforma clara qual o objetivo da polticaurbana, deve partir de um amploprocesso de leitura da realidade local, ea partir disso estabelecer o destinoespecfico que se quer dar as diferentesregies do municpio, embasando osobjetivos e as estratgias. OMACROZONEAMENTO traar umaestratgia de reorganizao da cidade edas reas rurais do Municpio,estabelecendo o destino especfico quese quer dar as diferentes regies,definindo os objetivos e estratgias, aszonas que se pretenda incentivar, coibirou qualificar a ocupao, e, os usos quese pretende induzir ou restringir emcada regio.

    O Plano Diretor parte integrante doprocesso de planejamento municipal,devendo o plano plurianual, as diretrizesoramentrias e o oramento anualincorporar as diretrizes e as prioridadesnele contidas.

    Plano Diretor instrumentoobrigatrio para:

    - as cidades com populao acimade 20.000 habitantes;

    - aquelas cidades situadas: em regiesmetropolitanas ou aglomeraes urbanas,em rea de interesse turstico, em reassob a influncia de empreendimentos de

    grande impacto ambiental;- para aqueles municpios onde o

    poder pblico pretender aplicar osinstrumentos previstos no captulo deReforma Urbana da Constituio de1988;

    - para os municpios que j tmPlano Diretor mas que no atendem osrequisitos constitucionais.

    O Plano Diretor dever:- Delimitar as reas urbanas onde a

    propriedade urbana no atende afuno social: as no edificadas, asreas urbanas consideradassubutilizadas ou no utilizadas.

    - Define as exigncias para que apropriedade urbana atenda a funosocial.

    - Pode aplicar os seguintesinstrumentos para exigir do proprietriodo imvel que promova seu adequadoaproveitamento: parcelamento ouedificao compulsrios; IPTUprogressivo no tempo; desapropriaopara fins de reforma urbana.

    - Dever dispor a escala deprioridade para o exerccio do direito depreempo (direito de preferncia) e asreas em que incidir este direito.

    - Definir quais so as reas queestaro sujeitas as operaes urbanasconsorciadas, que posteriormentedevero ser delimitadas por leimunicipal.

    - Definir os critrios para atransferncia do direito de construir e asreas que incidir este direito.

    - Estabelecer critrios para a outorgaonerosa do direito de construir fixarreas nas quais o direito de construirpoder ser exercido acima do coeficiente

  • 9de aproveitamento bsico adotado,mediante contrapartida a ser prestadapelo beneficirio.

    - Definir as reas que estaro sujeitasao consrcio imobilirio.

    - Definir os empreendimentos eatividades que dependero do estudode impacto de vizinhana.

    - Definir os critrios para aregularizao fundiria: delimitar asreas urbanas que sejam passveis deaplicao do Usucapio Urbano, daConcesso Especial de Uso para Fins deMoradia, como as ZEIS, devendo definirquais so as reas que o poder pblicopoder exercer a faculdade de assegurara moradia em outro local.

    - Definir ZEIS para assegurarcondies dignas de moradia apopulao de baixa renda.

    - Poder ainda prever a constituiode um plano habitacional com recursosdo oramento municipal destinado a suaimplementao, definindo reasdisponveis e polticas articuladas.

    Participao popularO Direito a participao popular na

    elaborao do Plano Diretor,compreendendo desde o direito deiniciativa popular de apresentao depropostas e emendas ao plano diretor,de audincias pblicas como requisitoobrigatrio, de consultas pblicas pormeio de plebiscito e referendo mediantea solicitao da comunidade.

    obrigatria, a publicidade e oacesso a qualquer interessado, aosdocumentos e informaes produzidasnos processos de elaborao do PlanoDiretor e na fiscalizao de suaimplementao.

    A participao e mobilizao populardiz respeito tambm as fases doprocesso legislativo de aprovao doPlano Diretor e a fase deimplementao.

    Responsabilidade do PoderLegislativo e Executivo

    Caso o Municpio utilize osinstrumentos contidos no Estatuto daCidade contrrios as diretrizes gerais dapoltica urbana, poder este ato serconsiderado uma leso ordemurbanstica (art. 53 do Estatuto),possibilitando que as entidades dasociedade civil utilizem o instrumento deao civil pblica.

    Os prefeitos podero incorrer eminconstitucionalidade por omisso, seno organizarem os Conselhos dePoltica Urbana e executarem o PlanoDiretor sem a participao dacomunidade, ou seja, se deixarem delado os mecanismos constitucionais, taiscomo audincias pblicas e iniciativaspopulares de interesse especficos debairros. O Prefeito estar sujeito, seassim agir, ao cometimento de infraopoltico administrativa, crime deresponsabilidade ou de improbidadeadministrativa,sujeitando-se perda domandato e demais sanes legais.

    A Cmara Municipal poder incorrerem omisso legislativa quando noaprovar o Plano Diretor submetido peloExecutivo a sua apreciao, no prazoestabelecido no Estatuto da Cidade oudefinido por lei municipal, ou eminconstitucionalidade administrativa,quando legislar as matrias obrigatriasdo Plano Diretor de forma parcial,

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    impedindo a satisfao das normasconstitucionais da poltica urbana.

    A Cmara Municipal, ainda, deverefetuar emendas Lei Orgnica doMunicpio adequando-a, no que couber,ao Estatuto da Cidade.

    2. RegularizaoFundiria

    A garantia do direito moradiadigna e o direito s cidades sustentveisso os fundamentos para a promoo deuma Poltica urbana que priorize aurbanizao e regularizao dosassentamentos humanos precrios.

    O Estatuto da Cidade um novomarco legal para a integrao social eterritorial desta populao, melhorandoas condies de vida, tanto no aspectoda moradia como no aspecto ambiental,e, conferindo segurana jurdica posseda populao moradora dosassentamentos em reas pblicas ouprivadas.

    Para a aplicabilidade destesinstrumentos de regularizao indispensvel a previso legal dedestinao de recursosdestinao de recursosdestinao de recursosdestinao de recursosdestinao de recursos, tanto dooramento municipal como dooramento da Unio e dos Estados.

    Assim as reas onde selocalizam favelas, loteamentospopulares irregulares e clandestinos nasperiferias urbanas ou nas reasdeclaradas de proteo ambiental,conjuntos habitacionais precrios ouabandonados, cortios e habitaescoletivas em condies precrias -expresses dos assentamentos humanosda populao de baixa renda sero

    passveis de regularizao, uma vezpreenchidos os requisitos legais.

    2.1. Usucapio especial parafins de moradia

    um instrumento de regularizaofundiria de reas pertencentes aparticulares, que so ocupadas porpopulao de baixa renda para fins demoradia. Visa reconhecer o direito moradia mediante o cumprimento dafuno social da propriedade.

    Para reivindicar este direito omorador deve entrar com uma aojudicial. Todos que no tiverem recursospodero utilizar-se da assistncia jurdicagratuita e dos benefcios da justiagratuita, ou seja, o Estado deverfornecer advogados para que entremcom a ao, no arcaro com asdespesas processuais (honorrios,diligncias, etc.), alm da gratuidade doregistro no Cartrio de Registro deImveis. Tambm obrigatria ainterveno do Ministrio Pblico emtodas as aes de usucapio urbanopara garantir o fiel cumprimento da lei.

    Com a declarao do usucapio nasentena judicial, o morador, posseiro,que estiver na posse de rea urbanaparticular, assim como os assentamentos(favelas, loteamentos clandestinos, etc.)consolidados de populao de baixarenda passaro a ter o domnio doimvel com a aquisio da propriedade.

    A sentena judicial que reconhece odomnio individual ou coletivo sobre oterreno valer como ttulo para o registrode imveis.

    O usucapio especial para fins demoradia poder se dar na formaindividual ou coletiva. No primeiro caso

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    deve se entrar com uma ao judicialindividual, no segundo, os diversospossuidores podem entrar com umaao coletiva ou a associao demoradores que os represente, desde quelhe autorizem expressamente.

    verificar a situao fsica e urbanstica defato das reas de posse individual e asde posse comum (levantamentotopogrfico, elaborao de planta,memorial descritivo, etc.) dos imveisque pretendem ser regularizados,tornando possvel com isto que omorador entre com a ao.

    3. Dever desenvolver polticassociais com a comunidade, visando aurbanizao e regularizao fundiria,assegurando a sua participao naformulao e execuo no Plano deUrbanizao.

    4. A regularizao est condicionada urbanizao ou reurbanizao, demodo a incorporar esses espaosurbanos cidade legal, como meio deviabilizar os direitos urbanos aos setoressociais marginalizados.

    5. Definir mecanismos econmico-financeiros como medida que favorea aincluso social tais como a iseno eanistia de taxas e impostos.

    2.2. Concesso de uso especialpara fins de moradia

    A concesso de uso especial parafins de moradia o meio pelo qual possvel regularizar a situao das reaspblicas ocupadas por populao debaixa renda, uma vez que os imveispblicos no esto sujeitos a usucapio.

    Ao contrrio do usucapio, no necessria ao judicial parareivindicao deste direito. Deve-serequerer pela via administrativa, juntoao rgo competente da AdministraoPblica, a concesso de uso especialpara fins de moradia.

    Papel da PrefeituraPapel da PrefeituraPapel da PrefeituraPapel da PrefeituraPapel da Prefeitura1. A Prefeitura dever prestar

    assistncia jurdica gratuita para apopulao e as comunidades de baixarenda visando assegurar o acesso justia.

    2. Dever prestar o servio deassistncia tcnica gratuita, para

    USUCAPIOINDIVIDUAL

    posse de reaurbana particular

    posse de reaurbana particular

    posse seminterrupo e

    oposio pelo perodomnimo de 5 anos

    posse seminterrupo e

    oposio pelo perodomnimo de 5 anos

    no ser proprietriode outro imvelurbano ou rural

    no ser proprietriode outro imvelurbano ou rural

    rea de at 250m2 rea de at 250m2

    ocupao porpopulao de baixa

    renda

    posse destinada parafins de moradia

    prpria ou de suafamlia

    posse destinada parafins de moradia

    prpria ou de suafamlia

    deve ser usadosempre que no forpossvel individualizar

    os lotes ocupados

    USUCAPIOCOLETIVO

    REQUISITOS PARA

  • 12

    Orientao para o Pedido daConcesso Especial:

    1. Identificao da rea PblicaO primeiro passo identificar se a

    rea ocupada pblica e o segundo identificar quem tem o domnio da rea:a Unio, o Estado ou o Municpio.

    Havendo documentos oficiais, comoa certido do cartrio de Registro deImveis ou do prprio Poder Pblico,declarando de quem a reas pblica,o pedido poder ser feito diretamente Unio, Estado ou Municpio que tenha odomnio sobre a rea objeto daconcesso especial.

    Na da falta de conhecimento se area pblica ou sobre quem tem o seudomnio, cabe ao Municpio identificarquais so as reas pblicas ocupadas porpopulao de baixa renda, e se aUnio, Estado ou Municpio que detmo seu domnio.

    Neste caso os moradores que tem odireito concesso devero solicitaruma certido Prefeitura que declarese o imvel pblico ocupado dedomnio da Unio, do Estado ou doMunicpio.

    Se for constatado que a rea pblicapertence a mais de um ente federado,cabe tambm ao Municpio nestacertido especificar a respectivametragem da rea pertencente a cadaum deles. Por exemplo, se parte da reapertencer a Unio e outra partepertencer ao Municpio deve serespecificada a metragem da rea dedomnio da Unio e a rea de domniodo Municpio.

    Aps obter a certido o requerimentodo direito a concesso especial dever

    ser feito Prefeitura caso o imvel sejamunicipal, ao Governo do Estado, se oimvel pertencer ao Estado, ou aoGoverno Federal, se o imvel for daUnio. Havendo omisso ou o noreconhecimento do direito os moradoresdevero se valer da ao judicial parareivindicar o direito.

    2. Identificar a existncia deoposio a posse

    A oposio ocorre mediante apromoo de uma ao judicial(reintegrao de posse) por parte doPoder Pblico (Unio, Estado ouMunicpio) reivindicando a posse da reae solicitando a remoo dos ocupantesda rea.

    Esta identificao pode ser feita noPoder Judicirio ou nos rgos da justiae assuntos jurdicos da Unio, do Estadoou Municpio.

    3. Descrio da reaPara solicitar a identificao da rea

    atravs da certido do Municpio e parasolicitar o pedido do reconhecimento dodireito concesso especial, deve seranexado um croquis de localizao darea atravs da denominao das ruase vias de circulao que constituem opermetro da rea ocupada.

    O pedido do direito de concessoespecial coletiva deve ser feito e aceitopelo Poder Pblico sempre que no forpossvel individualizar os lotes ocupadospor cada um dos moradores, no sendonecessrio a descrio individualizadados lotes neste caso.

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    4. Documentos de Prova da Possede 5 anos

    A prova da posse coletiva de umarea pblica pelo prazo mnimo de 5anos pode ser efetuada atravs dosseguintes documentos:

    - Registro das crianas na escola edos moradores no posto de sade;

    - Existncia de equipamentospblicos e comunitrios na rea pblicaocupada; escolas, creches, centrocomunitrio, posto de sade;

    - Prestao de servios de coleta delixo, transporte pblico;

    - Iluminao pblica;- Prestao de servios de forneci-

    mento de energia eltrica e gua;- Mapas e fotos areas;

    Papel da Prefeitura1. Dever garantir a assistncia

    tcnica e jurdica gratuita e aparticipao popular na elaborao doPlano de Urbanizao.

    2. Dever reconhecer o direito concesso de uso especial para fins demoradia nos casos em que estejampreenchidos os requisitos previstos em leipara esse reconhecimento, outorgandodesta forma, o ttulo de concesso dedireito especial de uso para fins demoradia.

    3. Como regra haver a concessode uso da rea ocupada pelapopulao, mantendo a populaoonde est, sejam elas reas de usocomum do povo, reas verdes, situadasem via de comunicao e destinadas aurbanizao ou construo de represas eobras congneres

    4. Excepcionalmente o Poder Pblicodever remover a populao. Nos casosem que a populao estiver ocupandorea de risco, esta ter o direito moradia garantido atravs da concessode uso de outra rea urbana adequada moradia.

    2.3. Concesso de Direito Realde Uso (CDRU)

    A populao que ocupa rea pblicaou privada, mas no preenche osrequisitos da concesso de uso ou dausucapio, poder reivindicaralternativamente a CDRU.

    Ela foi criada pelo Decreto-lei n271de 28/02/1967, anteriormente aaprovao do Estatuto da Cidade, econsiste no direito real de uso aplicvela terrenos pblicos ou particulares, decarter gratuito ou oneroso, para fins de

    CONCESSO DEUSO INDIVIDUAL

    possuir como sua reade at 250m2

    possuir como sua reade mais de 250m2

    posse seminterrupo e

    oposio pelo perodomnimo de 5 anos

    posse seminterrupo e

    oposio pelo perodomnimo de 5 anos

    no ser proprietriode outro imvelurbano ou rural

    no ser proprietriode outro imvelurbano ou rural

    por 5 anos, at 30 dejulho de 2001

    por 5 anos, at 30 dejulho de 2001

    posse destinada parafins de moradia

    prpria ou de suafamlia

    posse destinada parafins de moradia

    prpria ou de suafamlia

    usar sempre que nofor possvel

    individualizar os lotesocupados por cadaum dos moradores

    CONCESSO DEUSO COLETIVA

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    urbanizao, industrializao,edificao, cultivo da terra ou outrautilizao de interesse social.

    Este direito ser constitudo atravsde instrumento pblico ou particular, ouainda, por simples termo administrativo,inscrito e cancelado em livro especial,de acordo com o Decreto-lei n271/67.Para o Municpio aplicar a CDRU nasreas pblicas municipais para fins demoradia necessrio que uma leimunicipal autorize a aplicao desteinstrumento.

    2.4. Zonas Especiais deInteresse Social (ZEIS)

    As Zonas Especiais de InteresseSocial (ZEIS) so destinadasprimordialmente produo emanuteno de habitao de interessesocial, uma vez que visam incorporar osespaos urbanos da cidade clandestina(favelas), loteamentos irregulares ehabitaes coletivas (cortio) cidadelegal.

    Papel da Prefeitura1. Delimitar no Plano Diretor da

    Cidade os diferentes tipos de ZEIS:a) reas pblicas ou particulares

    ocupadas por populao de baixa renda(favelas, etc.) em que haja interessepblico de promover a urbanizao ou aregularizao jurdica da posse da terra.

    b) loteamentos irregulares em quehaja interesse pblico de promover aregularizao jurdica do parcelamento,a complementao da infra-estruturaurbana ou dos equipamentoscomunitrios, bem como a recuperaoambiental.

    c) terrenos no edificados,subutilizados ou no utilizados,necessrios para a implantao deprogramas habitacionais de interessesocial.

    d) reas com concentrao dehabitao coletiva precria de aluguel(cortio), onde haja interesse pblico depromover programas habitacionais.

    2. Elaborar planos de interveno nasZEIS de urbanizao e regularizaofundiria tanto de lotes urbanizadosquanto de construo de moradiaspopulares como mutires.

    3. Prever no Plano Diretor a outorgagratuita da autorizao para construiracima do coeficiente base nas ZEIS,viabilizando a oferta de Habitao deInteresse Social.

    4. Tambm dever ser definido noPlano Diretor formas de participao dainiciativa privada, especialmente dosproprietrios de terrenos, agentesimobilirios e associaes e cooperativasde moradores.

    5. Garantir que depois de aprovado oplano de urbanizao da ZEIS no sejapermitido o desmembramento de lotes,exceto para implantao deequipamentos comunitrios pblicos.

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    3. Acesso JustiaDe acordo com nossa Constituio

    Federal (artigo 5 LXXIV) dever doEstado assegurar populaonecessitada o acesso justia para aobteno e defesa de seus direitos.Cabe ao Poder Pblico promover:

    3.1. Assistncia tcnica ejurdica gratuita Municipal

    Implantao pela Prefeitura doservio de orientao jurdica gratuitaintegral populao de baixa renda,mediante:

    a) prestao de orientao eassessoria jurdica preventiva aos grupossociais carentes;

    b) prestao de assistncia judiciria,atravs de advogados gratuitos queentrem com as possveis aes naJustia, para a proteo em juzo dosdireitos da populao sem recursos.

    A assistncia jurdica gratuita e osbenefcios da justia gratuita devem serassegurados tanto para o indivduo ougrupo de indivduos necessitados, comotambm para a associao demoradores de uma comunidade carente.

    O Poder Pblico pode promover esteservio por rgo prprio ou atravs deconvnios com Universidades, com aOAB e com entidades civis que tenhamesta finalidade prevista em seu estatuto.

    J o servio de assistncia tcnicadeve disponibilizar os instrumentais quesero exigidos pelo Poder judicirio, e,suficientes para demonstrar e comprovara situao fsica e urbanstica dosimveis que pretendem regularizar,desapropriar, conceder o uso, etc.

    3.2. Justia Gratuita -Gratuidade do registro

    Os beneficiados pela Justia Gratuitano arcaro com quaisquer custosprocessuais, como diligncias dos Oficiasde Justia, Certides dos CartriosJudiciais ou de Registro de Imveis,honorrios percias, etc.

    A Justia gratuita perante o Cartriode Registro de Imveis significa que aspessoas beneficiadas pela sentenajudicial (ex.usucapio) no tero quearcar com os gastos relativos ao registrodo seu ttulo de domnio, sendo gratuitaa nova matrcula e escriturao doimvel.

    3.3. Defensoria PblicaEstadual

    De acordo com o artigo 134 daConstituio Federal, a DefensoriaPblica reconhecida como instituioindispensvel para a concretizao dodireito de acesso Justia da populaode baixa renda.

    papel da Defensoria:- Prestar assistncia jurdica integral

    s pessoas carentes ( todos os graus denecessitados), no campo judicial e extra-judicial.

    - Defender os interesses difusos ecoletivos das pessoas carente, como odireito cidade em todas as suasfacetas (moradia, meio ambiente,transporte, etc.).

    - Assessorar juridicamente ONGs,associaes e entidades civis,especialmente as de defesa dos direitoshumanos, do direito das vtimas deviolncia, das crianas e dos

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    adolescentes, das mulheres, dos idosos,das pessoas portadoras de deficincias,dos povos indgenas, da raa negra, dasminorias sexuais e de luta pela moradiae terra.

    - Prestar atendimento interdisciplinarcom defensores, psiclogos e assistentessociais.

    3.4. Ministrio PblicoO Ministrio Pblico uma

    instituio autnoma, por isto, no estsubordinada a nenhum outro rgo,poder ou autoridade pblica, podendoatuar:

    a) como fiscal da lei;b) ou como autor da ao civil;

    pblica, no caso de leso ou ameaa deleso ordem urbanstica (interessedifuso e coletivo).

    Isso porque dentre os poderes que aConstituio delegou para este rgoesta a proteo do patrimnio pblico esocial e a tutela dos interesses difusos ecoletivos (ordem urbana, meio ambiente,moralidade administrativa, direitos doconsumidor, das populaes indgenas,da infncia e da juventude etc.).

    Poder valer-se do INQURITO CIVILPBLICO para investigar e recolherprovas que possibilitem a propositura daAO CIVIL PBLICA, que por onde oMinistrio Pblico, substituindo acoletividade cuidar da defesa de seusdireitos.

    Vale ressaltar que poder serfirmado tambm TERMO DEAJUSTAMENTO, quando for possvelacordo dispensando a propositura daao.

    4. Gesto Democrticada Cidade

    Garantia da participao direta dapopulao no Planejamento e Gesto daCidade, atravs da normatizao,execuo e fiscalizao das atividadesdo Poder Pblico e dos agentes privados,mediante canais de participao popularnos termos do Estatuto da Cidade oudas Leis Orgnicas Municipais com osConselhos de Poltica Urbana, deDesenvolvimento Urbano ou da Cidadecom poder deliberativo

    O princpio da gesto democrtica dacidade condio para o controle daAdministrao Pblica, da gesto daspolticas pblicas, da destinao eutilizao dos recursos pblicos para areverso do quadro de desigualdadesocial (artigo 2, II).

    Organizar um processo deinformao sobre a cidade de forma ainserir os setores populares no debatesobre o Plano Diretor, o OramentoMunicipal e a Poltica UrbanaMetropolitana, fomentando assim acriao de uma rede de formao degestores populares.

    So instrumentos de democratizaoda gesto das cidades:

    1. Fruns da sociedade civil- um espao de articulao da

    sociedade civil de mbito federal,estadual e local.

    - Papel de formulao dasplataformas a serem levadas para osConselhos de gesto democrtica.Poder, ainda, indicar os representantesda sociedade nos Conselhos.

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    2. Conselhos- Devem ser institudos por lei nos

    nveis: nacional, estadual e municipalpara promoo da poltica urbana.

    - So rgos colegiados,deliberativos que devem ser constitudospor representantes da Administrao epor representantes da sociedade.

    - Tm a finalidade de fiscalizar aatuao dos rgos e agentes daAdministrao Pblica. Como rgos decontrole do poder Pblico no podemser submetidos a qualquer forma desubordinao.

    3. Audincias e Consultaspblicas

    - Assegura a participao popular nosprocessos de decises do PoderLegislativo e Executivo, sobre assuntosde seu interesse, garante o direito informao dos cidados e o princpio dapublicidade dos atos pblicos.

    - So obrigatrias no LegislativoMunicipal para a aprovao dosinstrumentos de planejamentomunicipal:

    a) o plano plurianual;b) a lei de diretrizes oramentrias;c) oramento anual;d) o Plano diretor.- Podem ser solicitadas por grupos de

    cidados e entidades representativas nafalta de previso expressa no regimentointerno do Legislativo e ExecutivoFederal, Estaduais e Municipais, danecessidade de sua realizao natramitao dos projetos de leis e dosprocessos administrativos.

    - Seu resultado tem efeito vinculantepara a Administrao Pblica, cabendo

    a lei que disciplina o processoadministrativo determinar essavinculao.

    4. Conferncias sobre assuntosurbanos de interesse pblico

    - Devem ser realizadas no mbitomunicipal, estadual e nacional, para amobilizao dos Governo e sociedadecivil.

    - Compreendida como espaopblico privilegiado para estabelecer asdiretrizes, prioridades, metas referentesao desenvolvimento urbano sustentvele a implementao da poltica urbanavisando assegurar o pleno exerccio dodireito a cidade. A Conferencia e umespao privilegiado para a definio deparcerias, dirimir conflitos coletivos elegitimar as aes referentes polticaurbana e promover a avaliao decomo esta sendo desenvolvida estapoltica.

    5. Iniciativa Popular- Assegura o direito da populao

    apresentar projetos de lei, de planos, deprogramas e projetos sobre assuntos deseu interesse, de desenvolvimentourbano.

    - No mbito municipal, a iniciativapopular pode ser exercida pelaapresentao na Cmara dosVereadores de projeto subscrito por, nomnimo, 5% do eleitorado.

    - No mbito estadual, a iniciativadepender de percentual definido naConstituio Estadual de cada estado.

    - No mbito federal, necessrioque 1% do eleitorado nacional(distribudos por pelo menos 5 Estados,

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    com no menos que 3/10 de eleitorespara cada um deles) subscreva o projetoapresentado na Cmara dos Deputados.

    6. Gesto oramentriaparticipativa

    - Segundo nossa ConstituioFederal, qualquer cidado, partidopoltico, associao ou sindicato naforma da lei, tm legitimidade paradenunciar irregularidades ou ilegalidadesperante o Tribunal de Contas da Unio(art.74,x 2, CF).

    - No mbito Municipal, possibilita aocidado exercer seu direito defiscalizao das finanas pblicas,participando da elaborao e execuodos oramentos pblicos.

    - Pressupe o direito obteno deinformaes sobre as finanas pblicas eparticipao na definio dasprioridades.

    - obrigatria a realizao deaudincias e consultas pblicas para aaprovao do oramento anualmunicipal pela Cmara dos Vereadores.

    - A falta de garantia efetiva daparticipao popular no processo deelaborao do oramento municipalresulta na inconstitucionalidade da LeiOrgnica Municipal (art.49 do Estatutoda Cidade).

    Texto aprovado no Encontro Nacionalpelo Direito CidadeRio de Janeiro, julho de 2002

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