27568334 jazz escalas

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Harmonia da Escala Maior Uma grande parte da harmonia do jazz é baseada na escala maior. Como dissemos antes, cada escala maior tem uma relativa menor que é formada quando se toca a mesma seqüência de notas, mas a partir do sexto grau da escala maior. Aliás, outras escalas podem ser formadas usando-se a seqüência de notas de uma escala maior, a partir de qualquer um de seus graus. Essas escalas são chamados modos da escala. A escala maior natural é chamada o modo jônio (ou jônico ou iônico). A escala formada a partir da sexta nota, a relativa menor, é chamada de modo eólio. Os nomes desses modos, bem como outros discutidos abaixo, vêm da Grécia Antiga, embora se diga que esses nomes foram misturados em traduções muito tempo atrás. Embora os modos gregos tenham interesse somente histórico na teoria clássica, eles são fundamentais para o jazz. Escala Maior ou Modo Jônio A escala maior, ou modo jônio, deve lhe ser bem familiar a esta altura. Ela é associada com acordes de sétima maior. No tom de Dó, por exemplo, o acorde Dó com Sétima Maior, notado Cmaj7 (ou C com um pequeno triângulo próximo a ele, ou às vezes CM7), tem as notas "Dó, Mi, Sol, Si", e essas notas delineiam a escala Dó Maior. Se um compasso numa peça de música é harmonizado com um acorde Cmaj7, a escala Dó Maior é então uma escala adequada para se usar na improvisação. A única nota dessa escala que soa ruim quando tocada contra um acorde Cmaj7 é a quarta nota, o Fá. Você pode convencer a si mesmo disso indo ao piano e tocando o acorde Cmaj7 com a mão esquerda enquanto toca várias notas da escala Dó Maior com a direita. A quarta de uma escala maior é geralmente chamada de nota evitada (avoid note) sobre um acorde de sétima maior. Isso não significa que você não possa nunca tocar um Fá sobre um Cmaj7, é claro, mas deve estar ciente do efeito dissonante que isso produz. O acorde obtido acrescentando-se uma terça no topo do acorde ("Dó, Mi, Sol, Si, Ré") seria chamada de Cmaj9, e ele implica a mesma escala. Adicionar uma outra terça resultaria em "Dó, Mi, Sol, Si, Ré, Fá", e esse acorde seria chamado um Cmaj11. Por causa da natureza dissonante do Fá nesse contexto, entretanto, nem esse acorde, nem o acorde Cmaj13, obtido pelo acréscimo de uma terça adicional (Lá), são muito usados. Modo Dórico O modo dórico é construído no segundo grau da escala maior, usando-se as mesmas notas dessa escala. Por exemplo, a escala dórica de Ré é montada com as notas da escala Dó Maior, a partir do Ré, e consiste de "Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó". O modo dórico é muito parecido com uma escala menor, mas o sexto grau é elevado em meio tom. Ou seja, a escala Ré Menor teria um Si Bemol, enquanto o modo dórico tem um Si. Como ele parece tanto com a escala menor, é natural tocar esse modo sobre um acorde de sétima menor. Aliás, ele é usado com mais freqüência do que a própria escala menor. Se você for ao piano e tocar um acorde Dm7 ("Ré, Fá, Lá, Dó") com a mão esquerda, e tocar as notas do modo dórico de Ré e da escala menor de Ré na mão direita, vai provavelmente concluir que o modo dórico soa melhor, porque o Si é menos dissonante contra um acorde Dm7 do que o Si Bemol. Se você usar o modo dórico sobre um acorde de sétima menor, não há notas evitadas. Do mesmo modo que com o acorde de sétima maior, você pode acrescentar terças ao acorde de sétima menor para fazer Dm9, Dm11 e Dm13. Esses acordes ainda implicam o uso da mesmo modo dórico. Se você usar a escala menor natural, o acorde de décima-terceira contém a nota Si Bemol, que é um tanto dissonante nesse contexto. Esse acorde é raramente usado, mas quando ele é pedido, é geralmente notado Dm7b6, e é uma das poucas exceções à regra de que a maioria dos acordes são grafados em termos das extensões com números ímpares acima da sétima. Essa regra vem do fato de que os acordes são tradicionalmente feitos pela sobreposição de terças. A notação Dm6 é às vezes um sinônimo de Dm13 quando o Si natural é explicitamente pedido.

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  • Harmonia da Escala Maior

    Uma grande parte da harmonia do jazz baseada na escala maior. Como dissemos antes, cada escala maior tem uma relativa menor que formada quando se toca a mesma seqncia de notas, mas a partir do sexto grau da escala maior. Alis, outras escalas podem ser formadas usando-se a seqncia de notas de uma escala maior, a partir de qualquer um de seus graus. Essas escalas so chamados modos da escala. A escala maior natural chamada o modo jnio (ou jnico ou inico). A escala formada a partir da sexta nota, a relativa menor, chamada de modo elio. Os nomes desses modos, bem como outros discutidos abaixo, vm da Grcia Antiga, embora se diga que esses nomes foram misturados em tradues muito tempo atrs. Embora os modos gregos tenham interesse somente histrico na teoria clssica, eles so fundamentais para o jazz.

    Escala Maior ou Modo Jnio

    A escala maior, ou modo jnio, deve lhe ser bem familiar a esta altura. Ela associada com acordes de stima maior. No tom de D, por exemplo, o acorde D com Stima Maior, notado Cmaj7 (ou C com um pequeno tringulo prximo a ele, ou s vezes CM7), tem as notas "D, Mi, Sol, Si", e essas notas delineiam a escala D Maior. Se um compasso numa pea de msica harmonizado com um acorde Cmaj7, a escala D Maior ento uma escala adequada para se usar na improvisao. A nica nota dessa escala que soa ruim quando tocada contra um acorde Cmaj7 a quarta nota, o F. Voc pode convencer a si mesmo disso indo ao piano e tocando o acorde Cmaj7 com a mo esquerda enquanto toca vrias notas da escala D Maior com a direita. A quarta de uma escala maior geralmente chamada de nota evitada (avoid note) sobre um acorde de stima maior. Isso no significa que voc no possa nunca tocar um F sobre um Cmaj7, claro, mas deve estar ciente do efeito dissonante que isso produz.

    O acorde obtido acrescentando-se uma tera no topo do acorde ("D, Mi, Sol, Si, R") seria chamada de Cmaj9, e ele implica a mesma escala. Adicionar uma outra tera resultaria em "D, Mi, Sol, Si, R, F", e esse acorde seria chamado um Cmaj11. Por causa da natureza dissonante do F nesse contexto, entretanto, nem esse acorde, nem o acorde Cmaj13, obtido pelo acrscimo de uma tera adicional (L), so muito usados.

    Modo Drico

    O modo drico construdo no segundo grau da escala maior, usando-se as mesmas notas dessa escala. Por exemplo, a escala drica de R montada com as notas da escala D Maior, a partir do R, e consiste de "R, Mi, F, Sol, L, Si, D". O modo drico muito parecido com uma escala menor, mas o sexto grau elevado em meio tom. Ou seja, a escala R Menor teria um Si Bemol, enquanto o modo drico tem um Si. Como ele parece tanto com a escala menor, natural tocar esse modo sobre um acorde de stima menor. Alis, ele usado com mais freqncia do que a prpria escala menor. Se voc for ao piano e tocar um acorde Dm7 ("R, F, L, D") com a mo esquerda, e tocar as notas do modo drico de R e da escala menor de R na mo direita, vai provavelmente concluir que o modo drico soa melhor, porque o Si menos dissonante contra um acorde Dm7 do que o Si Bemol. Se voc usar o modo drico sobre um acorde de stima menor, no h notas evitadas.

    Do mesmo modo que com o acorde de stima maior, voc pode acrescentar teras ao acorde de stima menor para fazer Dm9, Dm11 e Dm13. Esses acordes ainda implicam o uso da mesmo modo drico. Se voc usar a escala menor natural, o acorde de dcima-terceira contm a nota Si Bemol, que um tanto dissonante nesse contexto. Esse acorde raramente usado, mas quando ele pedido, geralmente notado Dm7b6, e uma das poucas excees regra de que a maioria dos acordes so grafados em termos das extenses com nmeros mpares acima da stima. Essa regra vem do fato de que os acordes so tradicionalmente feitos pela sobreposio de teras. A notao Dm6 s vezes um sinnimo de Dm13 quando o Si natural explicitamente pedido.

  • Modo Frgio

    O terceiro modo da escala maior chamado de modo frgio. Na tonalidade de D, uma escala frgia construda sobre o Mi, e consiste de "Mi, F, Sol, L, Si, D, R". Essa escala, como o modo drico, tambm similar escala menor, exceto que o segundo grau no modo frgio rebaixado em meio tom. Ou seja, uma escala Mi Menor teria um F Sustenido, enquanto o modo frgio tem um F. Se voc tentar tocar a escala frgia sobre um acorde de stima menor, vai provavelmente ach-lo mais dissonante do que a escala menor, por causa da segunda rebaixada. O modo frgio usado ocasionalmente sobre um acorde de stima menor, embora geralmente o acorde seja notado como m7b9 como uma dica ao improvisador de que o modo frgio deve ser usado. H outras situaes especficas em que a escala frgia soa bem. Uma delas sobre um acorde de stima da dominante com uma quarta suspensa (veja modo mixoldio, abaixo) e uma nona rebaixada, notada susb9. Outra sobre um acorde especfico que eu vou simplesmente chamar de um acorde frgio. Um acorde frgio sobre Mi seria "Mi, F, L, Si, R". Quando o modo frgio tocado sobre esse tipo de acorde, o resultado um som um tanto espanhol, particularmente se voc acrescentar um Sol Sustenido escala, resultando naquilo que s vezes chamado de escala frgia espanhola. Vrias msicas de Chick Corea, entre elas "La Fiesta", e boa parte da msica do disco Sketches Of Spain, de Miles Davis, usam essa sonoridade extensivamente.

    Modo Ldio

    O quarto modo da escala maior o modo ldio. Na tonalidade de D, uma escala ldia construda sobre o F, e consiste de "F, Sol, L, Si, D, R, Mi". Essa escala como a escala maior, exceto que ela contm um quarto grau aumentado. Ou seja, uma escala de F Maior conteria um Si Bemol, enquanto a escala ldia contm um Si natural. Como o quarto grau da escala maior uma nota evitada sobre um acorde de stima maior, essa escala d ao improvisador uma alternativa. Embora o som da quarta elevada possa soar um pouco incomum no comeo, voc vai ver que ela em geral prefervel quarta natural da escala maior. Quando o smbolo Cmaj7 aparece, voc tem a escolha entre as escalas maior e ldia. Geralmente, se o modo ldio especificamente desejado, vai aparecer o smbolo Cmaj7#11. Lembre-se que um acorde Cmaj11 contm um F como a dcima primeira; o Cmaj7#11 denota que essa nota deve ser elevada em meio tom.

    Modo Mixoldio

    O quinto modo da escala maior o modo mixoldio. Na tonalidade de D, uma escala mixoldia construda sobre o Sol, e consiste das notas "Sol, L, Si, D, R, Mi, F". Essa escala como a escala maior, exceto que o stimo grau rebaixado em meio tom. Ou seja, uma escala maior de Sol conteria um F Sustenido enquanto a mixoldia contm um F. Como o acorde de stima construdo sobre o quinto grau da escala maior uma stima da dominante, natural que se toquem linhas baseadas no modo mixoldio sobre um acorde de stima da dominante. Por exemplo, a escala mixoldia de Sol pode ser usada sobre um acorde G7.

    Do mesmo modo que com a escala maior sobre um acorde de stima maior, o quarto grau da escala (D no caso do Sol Mixoldio) uma nota um tanto evitada sobre um acorde de stima da dominante. Entretanto, existe um acorde chamado de acorde suspenso, notado Gsus, Gsus4, G7sus, G7sus4, F/G, Dm7/G, ou G11 sobre o qual no h notas a evitar no modo mixoldio de Sol. A notao F/G indica uma trade de F Maior sobre a nota Sol no baixo. O termo "suspenso" vem da harmonia clssica e se refere ao retardo temporrio da tera num acorde da dominante ao se tocar primeiro a quarta, antes de resolv-la na tera. No jazz, entretanto, a quarta geralmente no nunca resolvida. O acorde suspenso consiste da fundamental, quarta, quinta, e geralmente tambm a stima. A msica "Maiden Voyage", de Herbie Hancock, consiste somente de acordes suspensos no resolvidos.

  • Escala Menor ou Modo Elio

    O modo elio, ou escala menor, j foi discutido. Ele pode ser tocado sobre um acorde menor com stima, embora os modos drico ou frgio sejam usados com mais freqncia. Ele geralmente mais usado sobre um acorde m7b6.

    Modo Lcrio

    O stimo e ltimo modo da escala maior o modo lcrio. Na tonalidade de D, uma escala lcria construda sobre o Si, e consiste das notas "Si, D, R, Mi, F, Sol, L". O acorde de stima construdo sobre essa escala ("Si, R, F, L") um acorde de stima meio diminuto, Bm7b5. Esse smbolo vem do fato de que esse acorde similar a um Bm7, exceto que a quinta rebaixada em meio tom. O smbolo clssico para esse acorde um crculo cortado por um "/" no meio. A escala lcria pode ser usada sobre um acorde de stima meio diminuto (tambm chamado de stima menor com quinta bemol), mas o segundo grau um tanto dissonante e s vezes considerado uma nota evitada.

    Harmonia da Escala Menor Meldica

    Na teoria clssica, h trs tipos de escala menor. A escala menor que j discutimos, o modo elio, tambm chamada de escala menor natural ou pura. As duas outras escalas menores foram derivadas dela para oferecer possibilidades harmnicas e meldicas mais interessantes. Se voc construir uma progresso ii-V-I numa escala menor, vai descobrir que o acorde de stima construdo sobre a tnica um acorde de stima menor, e o acorde de stima construdo sobre o segundo grau um acorde de stima meio diminuto. Por exemplo, Am7 e Bm7b5 na escala L Menor. O acorde construdo sobre o quinto grau dessa escala um acorde menor, por exemplo Em7 em L Menor. A resoluo de Em7 em Am7 no to forte quanto a de E7 em Am7. Alm disso, o Am7 no soa como uma tnica; ele soa como se precisasse resolver num acorde de R Maior. Ao elevar o stimo grau da escala menor em meio tom (isto , elevar o Sol de L Menor para Sol Sustenido), esses problemas so resolvidos. O acorde construdo no quinto grau agora um E7, e o acorde de stima construdo sobre a tnica uma trade de L Menor com uma stima maior, geralmente notado Am-maj7. Isso cria um ii-V-i muito mais forte. A escala resultante, "L, Si, D, R, Mi, F, Sol Sustenido", chamada de menor harmnica, porque se entende que ela gera harmonias mais interessantes que a escala menor natural.

    O stimo grau de uma escala maior s vezes chamado de nota sensvel, j que est somente meio tom abaixo da tnica e encaminha muito bem a ela melodicamente. O stimo grau da escala menor natural, por sua vez, est um grau inteiro abaixo da tnica e no encaminha to bem para ela. Embora a escala menor harmnica contenha uma nota sensvel, se voc tocar essa escala, notar que o intervalo entre o sexto e o stimo graus (o F e o Sol Sustenido na escala L Menor Harmnica) estranho melodicamente. Esse intervalo chamado de segunda aumentada. Embora ele soe exatamente como uma tera menor, no h tons na escala entre as duas notas. Esse intervalo considerado dissonante na harmonia clssica. Para consertar a situao, a sexta pode ser elevada meio tom tambm (de F para F Sustenido) para gerar a menor meldica. Na teoria clssica, essa escala geralmente usada somente de modo ascendente. Quando descendente, j que o Sol Sustenido no usado para encaminhar para a tnica L, a menor natural geralmente usada em seu lugar. A harmonia de jazz normalmente no distingue esses casos, contudo. A escala menor meldica ("L, Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido") usada tanto no sentido ascendente quanto no descendente.

  • Tanto a menor harmnica quanto a meldica delineiam um acorde m-maj7 no primeiro grau, por exemplo um Am-maj7 ("L, D, Mi, Sl Sustenido") em L Menor. Tanto a escala menor harmnica quanto a menor meldica podem ser usadas sobre este acorde. A menor meldica tambm usada sobre acordes marcados simplesmente m6, embora, como foi observado antes, esse smbolo possa tambm implicar o modo drico. Vrios dos modos da escala menor meldica geram harmonias particularmente interessantes e so tocados com freqncia no jazz. Essas escalas no so normalmente descritas na teoria clssica, por isso os nomes delas so menos padronizados que os modos da escala maior.

    Frgio com Sexta Maior

    No existe um termo nico para o segundo modo da escala menor meldica. O segundo modo da menor meldica de L "Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L". Esta escala similar ao modo frgio, exceto que tem uma sexta maior. Por esse motivo, ela pode ser chamada de modo frgio com sexta maior, embora esse nome no seja de modo algum padronizado. Ele usado com mais freqncia como um substituto para o modo frgio.

    Ldio Aumentado

    O terceiro modo da escala menor meldica conhecido como um modo ldio aumentado. Numa menor meldica de L, uma escala ldia aumentada construda sobre o D e consiste de "D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si". Essa escala contm um acorde aumentado com stima maior, "D, Mi, Sol Sustenido, Si". No existe um smbolo padro para este acorde, mas se utiliza Cmaj7#5 ocasionalmente, como tambm Cmaj7-aug ou Cmaj7+. Quando esse acorde pedido, a escala ldia aumentada uma escolha apropriada. O acorde maj7#5 usado principalmente como um substituto para um acorde normal de stima maior.

    Ldio Dominante

    O quarto modo da escala menor meldica geralmente chamado de ldio dominante, ou ldio com stima bemol (ldio b7). Se voc mont-lo, ver por qu. Numa escala menor meldica em L, uma escala ldia dominante feita a partir do R e consiste de "R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D". Esta escala lembra a escala R Maior, "R, Mi, F Sustenido, Sol, L, Si, D Sustenido", mas com duas alteraes: a quarta aumentada, caracterstica do modo ldio, e a stima menor, caracterstica do modo mixoldio. O modo mixoldio foi descrito como uma possvel escolha de escala para uso sobre um acorde de stima da dominante, mas o quarto grau era uma nota a se evitar. A escala ldia dominante no contm esta nota a evitar. Do mesmo modo que com a escala ldia e a quarta aumentada sobre um acorde de stima maior, a escala ldia dominante pode soar incomum a princpio, mas geralmente mais interessante do que o modo mixoldio quando tocada sobre uma stima da dominante.

    Este som especfico, a quarta aumentada sobre um acorde de stima da dominante, era muito usado na era do bebop, e fez os primeiros msicos do bebop receber muitas crticas pelo uso desses sons no-tradicionais. Esse som foi tambm a gnesis da composio "Raise Four", de Thelonious Monk, que apresenta com destaque a quarta aumentada na melodia. O uso dessa escala geralmente indicado explicitamente pelo smbolo D7#11. Msicos do bebop geralmente chamavam essa nota de uma quinta bemol, grafando o smbolo do acorde como D7b5, embora isso normalmente implique a escala diminuta, que discutida mais adiante.

    Quinto Modo

    O quinto modo da escala menor meldica no tem um nome estabelecido, e normalmente s usado sobre um acorde do V grau numa progresso ii-V-i de uma tonalidade menor. Esse uso ser discutido mais adiante.

  • Lcrio com Segunda Maior

    O sexto modo da escala menor meldica geralmente chamado de lcrio com segunda maior, j que na verdade o modo lcrio com um II grau elevado em meio tom. Por exemplo, o modo lcrio de F Sustenido baseado em Sol Maior e consiste de "F Sustenido, Sol, L, Si, D, R, Mi", mas a escala lcria com segunda maior de F Sustenido baseada num L Menor Meldico e consiste de "F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D, R, Mi". J que o segundo grau do modo lcrio uma nota evitada sobre um acorde m7b5, a escala lcria com segunda maior geralmente usada em seu lugar. Essa escala tambm chamada s vezes de escala meio diminuta.

    Escala Alterada

    O stimo modo da escala menor meldica geralmente chamado de escala diminuta de tons inteiros, porque ele combina os elementos das escalas diminuta e de tons inteiros, que so discutidas mais adiante. Outro nome para essa escala escala alterada. Para ver por qu, recorde-se da discusso introdutria sobre acordes. Os acordes so construdos pela superposio de teras. Discutimos as trades, que contm trs notas, bem como os acordes de stima, que contm quatro notas. No tom de D, o acorde G7 o acorde de stima da dominante. Ele contm uma fundamental (Sol), uma tera (Si), uma quinta (R), e uma stima (F). Se adicionarmos outra tera no topo, L, temos um acorde de nona, o G9. Se acrescentarmos uma outra tera, D, temos um acorde de dcima primeira, G11. O D o quarto grau dessa escala, e normalmente uma nota evitada. Este smbolo normalmente usado somente quando a quarta explicitamente exigida, como num acorde suspenso. Se ento adicionarmos uma outra tera, Mi, temos um acorde de dcima terceira, G13. O D normalmente omitido desse acorde. Uma outra tera nos retornaria ao Sol.

    Esse acorde pode ser alterado pela elevao ou rebaixamento de notas individuais em meio tom. A fundamental, tera, e stima no so normalmente alteradas, j que so as notas que mais definem um acorde. Uma mudana em qualquer uma dessas destri a sensao de dominante do acorde. A dcima primeira elevada j foi discutida. As outras alteraes interessantes so a quinta e a nona. Para um acorde G7, isso significa uma quinta rebaixada, ou bemol (R Bemol), a quinta elevada, ou sustenida (R Sustenido), a nona rebaixada, ou bemol (L Bemol), e a nona elevada, ou sustenida (L Sustenido).

    Agora, vamos retornar chamada escala alterada. Uma escala alterada de Sol pode ser construda a partir da escala L Bemol Meldica, e consiste de "Sol, L Bemol, Si Bemol/L Sustenido, D Bemol/Si, R Bemol, Mi Bemol/R Sustenido, F". Em primeiro lugar, observe que essa escala contm Sol, Si, e F, a fundamental, tera e stima do acorde G7. As notas restantes, L Bemol, Si Bemol, R Bemol e Mi Bemol, so respectivamente a nona bemol, a nona sustenida, a quinta bemol e a quinta sustenida. Em outras palavras, todas as possveis alteraes num acorde de nona esto includas nessa escala. O acorde implcito nessa escala em geral notado simplesmente como G7alt, embora a notao G7#9#5 tambm seja usada, como tambm a G7#9. Os smbolos b9 e b5 no so normalmente usados nesse contexto, a despeito de estarem presentes na escala, por que eles implicam a escala diminuta, que discutida mais adiante.

    O som da escala alterada e o acorde que ela implica so muito mais complexos do que qualquer outra escala/acorde de stima da dominante apresentado at aqui, e um dos sons mais importantes do jazz ps-bop. Talvez seja bom voc investir mais tempo nessa escala para se acostumar a ela. Tente ir ao piano e tocar a fundamental, tera, e stima com a mo esquerda, enquanto toca a escala alterada, e linhas meldicas baseadas nela, com a direita. Voc pode utilizar essa escala mesmo quando o acorde parea ser um acorde de stima da dominante comum, mas deve faz-lo com cautela num ambiente de grupo, porque outros integrantes da banda podem estar tocando sons do modo mixoldio ou ldio dominante, e sua escala alterada vai soar dissonante em relao a eles. Isso no necessariamente errado, mas voc deve estar consciente do efeito produzido.

  • A Escala de Blues e Outras Escalas Derivadas

    As escalas nesta seo so principalmente derivadas de progresses de acordes, em vez de acordes especficos. Na maioria das vezes, elas podem ser usadas como pontes entre acordes, o que permite que voc toque a mesma escala, ou escalas muito aproximadas, sobre dois ou mais acordes diferentes. Isso s vezes chamado de generalizao harmnica.

    A Escala de Blues

    A escala de blues geralmente a primeira escala, depois da escala maior, ensinada a iniciantes na improvisao, e em muitos casos a nica outra escala que aprendem. Essa escala supostamente tem suas razes na msica afro-americana com surgimento na poca da escravido, mas as origens exatas de sua encarnao moderna so desconhecidas. A escala de blues em D consiste de "D, Mi Bemol, F, F Sustenido, Sol, Si Bemol". O segundo grau dessa escala, que a tera bemol da escala menor, chamada de "blue note". Na msica vocal, ela geralmente cantada em alguma parte entre um Mi Bemol e um Mi. Na msica instrumental, vrias tcnicas so empregadas para se alcanar o mesmo efeito, tais como esticar a corda enquanto se toca um Mi Bemol em instrumentos de corda, tocar mais baixo um Mi num instrumento de sopro, ou tocar Mi Bemol e Mi simultaneamente num instrumento de teclado. A stima e a quinta bemis tambm so s vezes chamadas de blue notes, e nem sempre so cantadas ou tocadas exatamente na altura grafada. Variaes da escala de blues que incluem uma tera, quinta ou stima naturais tambm podem ser usadas. Alm disso, observe que se uma quinta bemol for omitida, a escala resultante a escala pentatnica menor. A escala pentatnica menor pode por isso ser usada como substituta da escala de blues, e vice-versa.

    A beleza da escala de blues que ela pode ser tocada sobre toda uma progresso de blues sem nenhuma nota evitada. Se voc tentar linhas meldicas baseadas nessa maneira de tocar, por exemplo, uma escala de blues em D sobre um acorde C7, voc recebe um retorno positivo instantneo, j que quase tudo que voc consegue fazer soa bem. Isso infelizmente leva muitos msicos a usar demais essa escala, e a esgotar suas idias rapidamente. H somente um nmero limitado de fraseados que podem ser tocados numa escala de seis notas, e a maioria deles j foi tocada milhares de vezes a esta altura. Isso no significa dizer que voc no deva nunca usar a escala de blues; pelo contrrio, ela vitalmente importante para o jazz. Mas no v ficar to encantado com a gratificao fcil produzida por ela a ponto de praticar fraseados de blues exaustivamente, em vez de expandir seu vocabulrio harmnico.

    A metfora da lngua uma boa. difcil dizer coisas interessantes com um vocabulrio limitado. Geralmente msicos como Count Basie so dados como exemplos de msicos que tiram muito de muito pouco, mas h uma diferena entre dizer poucas palavras porque voc est escolhendo elas cuidadosamente, e dizer poucas palavras porque voc no tem nada a dizer ou porque seu vocabulrio muito limitado para exprimir suas idias. Esse conselho transcende a escala de blues, claro.

    No sempre necessrio variar o contedo harmnico de sua msica se voc for suficientemente criativo em outros aspectos. Uma maneira de criar um interesse maior quando estiver usando a escala de blues usar qualquer efeito especial sua disposio para variar seu som. Eles podem incluir honking (tocar uma mesma nota repetidas vezes) e screaming (tocar notas nos registros mais altos) para saxofonistas, growling para baixistas, ou o uso de clusters no piano.

    Escalas Menores

    A escala menor harmnica s vezes tocada sobre acordes m-maj7. Seus modos no tm nomes padronizados, e so raramente usados por msicos de jazz, exceto como pontes sobre uma progresso harmnica ii-V-i. Por exemplo, considere a progresso | Bm7b5 | E7alt | Am-maj7 |. Uma escala menor harmnica de L pode ser tocada sobre todos os trs acordes, em vez do tradicional uso das escalas Si Lcria, Mi Alterada e L Menor Meldica. Outra maneira

  • de dizer isso que o segundo modo pode ser tocado sobre um acorde m7b5, e que o quinto modo pode ser usado sobre um acorde alterado da dominante. Mesmo quando voc no est usando a escala menor harmnica sobre uma progresso inteira, talvez seja uma boa usar o seu quinto modo sobre um acorde de V numa progresso ii-V-i em tonalidade menor. A vantagem de usar essa escala nesse exemplo que ela difere das escalas Si Lcria e L Menor Meldica por somente uma nota cada. A desvantagem que a tnica da escala uma nota evitada nesse contexto.

    A escala menor meldica pode ser usada da mesma maneira; seu quinto modo pode ser usado sobre o acorde V numa progresso ii-V-i para manter algum ponto em comum entre as escalas usadas. Observe entretanto que o segundo modo da escala L Menor Meldica no uma escolha ideal sobre o acorde Bm7b5, porque essa escala tem F Sustenido em vez de F. Essa a nica diferena entre as escalas menores harmnica e meldica. A escolha em relao a se se deve usar o quinto modo das escalas menores harmnica ou meldica sobre um acorde de stima da dominante pode parcialmente depender da tonalidade da msica. Se F Sustenido estiver na armadura de tom, ento a escala menor meldica pode soar mais diatnica. Voc pode optar por essa escala se esse for o som que estiver tentando obter, ou pela menor harmnica se estiver tentando evitar soar diatnico. Por outro lado, se o F Sustenido no estiver na armadura de tom, ento a escala menor harmnica pode soar mais diatnica. Uma outra questo a considerar qual dessas escalas est mais perto da escala que voc est usando no acordes anterior e no posterior. Dependendo do som que voc estiver tentando conseguir, pode escolher a escala que tenha mais ou menos notas em comum com as escalas adjacentes.

    Escalas Bebop

    A escala bebop maior uma escala maior acrescida de uma quinta aumentada ou sexta menor. A escala bebop maior de D contm "D, R, Mi, F, Sol, Sol Sustenido, L, Si". Essa escala pode ser usada sobre acordes de stima maior ou acordes aumentados de stima maior. A escala bebop maior de D pode tambm ser usada como uma ponte entre acordes numa progresso como | Cmaj7 | Bm7b5 E7 | Am |; ou seja, a mesma escala pode ser tocada sobre toda a progresso. Uma outra maneira de ver isso dizer que estamos tocando a escala bebop maior de D sobre o acorde Cmaj7, tocando seu oitavo modo sobre o acorde Bm7b5, tocando seu terceiro modo sobre o acorde E7, e tocando seu stimo modo sobre o acorde Am. Esses modos lembram de perto as escalas maior, lcria, alterada e menor, respectivamente. Observe que estamos usando uma escala bebop maior de D sobre uma progresso ii-V-i em L Menor. Em geral, podemos usar a escala bebop maior em qualquer tonalidade especfica sobre uma progresso ii-V-i na relativa menor daquela tonalidade.

    Entre as outras escalas bebop est a escala bebop da dominante, que similar ao modo mixoldio, mas com uma stima maior adicional. A escala bebop dominante de D portanto formada por "D, R, Mi, F, Sol, L, Si Bemol, Si". Essa escala pode ser usada sobre acordes de stima da dominante. A stima maior no na verdade uma nota evitada se voc a usar como um tom de passagem entre o D e o Si Bemol. Ela tambm serve como a quarta elevada do acorde Fmaj7 que provavelmente seguir o acorde C7. H tambm uma escala bebop menor, que uma escala drica com uma tera elevada adicional. A escala bebop menor de D portanto "D, R, Mi Bemol, Mi, F, Sol, L, Si Bemol". Essa escala pode ser usada sobre acordes de stima menor, e geralmente usada em progresses de blues de tonalidades menores para dar um sabor mais de stima da dominante aos acordes.

    Escalas Sintticas

    As escalas de blues e bebop so s vezes chamadas escalas sintticas, porque elas no se encaixam bem na teoria clssica e parecem ter sido inventadas para se adequar a uma situao particular. Em geral, um nmero ilimitado de escalas sintticas pode ser construdo usando-se intervalos de segunda menor, maior ou aumentada. Talvez seja bom que voc experimente criar suas prprias escalas e procure oportunidades para us-las.

  • Quadro de Acordes e Escalas

    A tabela abaixo lista os acordes que ocorrem com mais freqncia na harmonia de jazz junto com as escalas normalmente associadas a cada acorde. Os acordes esto agrupados nas quatro categorias bsicas (maior, menor, da dominante, e meio diminuto). Numa emergncia, qualquer escala de qualquer acorde de qualquer uma dessas categorias pode ser usada para qualquer outro acorde naquela categoria. H uma categoria adicional para acordes diversos no final. H muitas outras possveis escalas e acordes. Entretanto, essas so as mais importantes na harmonia tradicional do jazz.

    Acorde Escala/Modo D Maior, D Ldio, D Maior Bebop Cmaj7, Cmaj9, C6, C D Maior Pentatnica, Sol Maior Pentatnica Cmaj7#11 D Ldio, Si in sen D Drico, D Menor Bebop, D Menor Pentatnica Cm7, Cm9, Cm11, Cm F Maior Pentatnica, Si Bemol Maior Pentatnica Mi Bemol Maior Bebop, D Blues, D Menor D Drico, D Menor Meldica, D Menor Pentatnica, Cm6, Cm F Maior Pentatnica, Si Bemol Maior Pentatnica, D Menor Bebop, Mi Bemol Maior Bebop, R in sen Cm-maj7 D Menor Meldica, D Menor Harmnica, Mi Bemol Maior Bebop Cm7b6 D Menor, L Bemol Maior Pentatnica Cm7b9 D Frgio, D Frgio com Sexta Maior D Mixoldio, D Ldio Dominante, D Bebop Dominante, C7, C9, C13, C D Blues, D Maior Pentatnica C7sus, Csus, C11 D Mixoldio Bb/C, Gm7/C D Suspensa Pentatnica, F Maior Pentatnica C7#11, C7 D Ldio Dominante C7alt, C7#9#5, C7#9 D Alterada, F Menor Harmnica, F Menor Meldica C7b9b5, C7b9 D Diminuta ST, F Menor Harmnica, F Menor Meldica C7aug, C7+, C7#5 D de Tons Inteiros Cm7b5 D Lcrio com Segunda Maior, D Lcrio Cdim7 D Diminuta de Tons Inteiros D Frgio, D Frgio com Sexta Maior, D Frgio Espanhol Cphryg D in sen Cmaj7#5 D Ldia Aumentada, D Maior Bebop C7susb9 D Frgio com Sexta Maior, D Frgio