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CURSO JAZZ Lista dos Dez Melhores Certamente ninguém espera que você saia correndo e compre os discos de todos os artistas mencionados nos capítulos listados acima. Em geral, os artistas descritos primeiro e em maior detalhe dentro de cada estilo é considerado o mais importante. Uma lista do tipo "Os Dez Melhores" razoavelmente consensual, com representantes de vários estilos e instrumentos, teria Louis Armstrong, Duke Ellington, Billie Holiday, Charlie Parker, Art Blakey, Charles Mingus, Thelonious Monk, Miles Davis, John Coltrane e Ornette Coleman. Eles estão entre os verdadeiros gigantes do jazz. Depois disso, os gostos pessoais começam a entrar em cena. Teoria Musical Básica Esta seção revisa os conceitos de intervalos, escalas, tonalidades, acordes, e o Ciclo das Quintas da teoria musical clássica. Aqueles leitores que já aprenderam a teoria clássica básica podem pular esta seção se desejarem. Intervalos Há 12 notas diferentes na música tradicional: Dó, Dó Sustenido/Ré Bemol, Ré, Ré Sustenido/Mi Bemol, Mi, Fá, Fá Sustenido/Sol Bemol, Sol, Sol Sustenido/Lá Bemol, Lá, Lá Sustenido/Si Bemol e Si. Depois do Si vem o Dó uma oitava acima do primeiro Dó, e este ciclo continua. Essa seqüência é chamada de escala cromática. Cada etapa nessa escala é chamada de um meio tom ou semitom. O intervalo entre duas notas é definido pelo número de semitons entre elas. Duas notas distantes um semitom, como Dó e Dó Sustenido, definem uma segunda menor. As notas que estão dois semitons distantes, como Dó e Ré, definem uma segunda maior. Isso também é chamado um tom inteiro. De semitom em semitom, os demais intervalos são a terça menor, terça maior, quarta justa, trítono,

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CURSO JAZZ

CURSO JAZZLista dos Dez Melhores

Certamente ningum espera que voc saia correndo e compre os discos de todos os artistas mencionados nos captulos listados acima. Em geral, os artistas descritos primeiro e em maior detalhe dentro de cada estilo considerado o mais importante. Uma lista do tipo "Os Dez Melhores" razoavelmente consensual, com representantes de vrios estilos e instrumentos, teria Louis Armstrong, Duke Ellington, Billie Holiday, Charlie Parker, Art Blakey, Charles Mingus, Thelonious Monk, Miles Davis, John Coltrane e Ornette Coleman. Eles esto entre os verdadeiros gigantes do jazz. Depois disso, os gostos pessoais comeam a entrar em cena.

Teoria Musical Bsica

Esta seo revisa os conceitos de intervalos, escalas, tonalidades, acordes, e o Ciclo das Quintas da teoria musical clssica. Aqueles leitores que j aprenderam a teoria clssica bsica podem pular esta seo se desejarem.

Intervalos

H 12 notas diferentes na msica tradicional: D, D Sustenido/R Bemol, R, R Sustenido/Mi Bemol, Mi, F, F Sustenido/Sol Bemol, Sol, Sol Sustenido/L Bemol, L, L Sustenido/Si Bemol e Si. Depois do Si vem o D uma oitava acima do primeiro D, e este ciclo continua. Essa seqncia chamada de escala cromtica. Cada etapa nessa escala chamada de um meio tom ou semitom. O intervalo entre duas notas definido pelo nmero de semitons entre elas. Duas notas distantes um semitom, como D e D Sustenido, definem uma segunda menor. As notas que esto dois semitons distantes, como D e R, definem uma segunda maior. Isso tambm chamado um tom inteiro. De semitom em semitom, os demais intervalos so a tera menor, tera maior, quarta justa, trtono, quinta justa, sexta menor, sexta maior, stima menor, stima maior e, por fim, a oitava.

A maioria desses intervalos tambm tem outros nomes. Por exemplo, um trtono s vezes chamado de quarta aumentada se a notao das notas do intervalo parecer descrever uma quarta. Por exemplo, o intervalo trtono de D a F Sustenido chamado de quarta aumentada, porque o intervalo de D para F uma quarta justa. Por outro lado, se as notas do intervalo parecerem descrever uma quinta, a o trtono s vezes chamado de quinta diminuta. Por exemplo, o intervalo trtono do D ao Sol Bemol, que na verdade o mesmo que o intervalo de D a F Sustenido, chamado uma quinta diminuta, porque o intervalo de D a Sol uma quinta justa. Em geral, se qualquer intervalo maior ou perfeito aumentado em um semitom pela incluso de um acidente (a indicao de bemol ou sustenido numa nota), o intervalo resultante chamado aumentado, e se algum intervalo menor ou perfeito reduzido em um semitom pela adio de um acidente, o intervalo resultante chamado diminuto.

Escalas Maiores e Menores

Todas as escalas so simplesmente subconjuntos da escala cromtica. A maioria das escalas tem 7 notas diferentes, mas algumas tm 5, 6 ou 8. A escala mais simples, que ser usada como um exemplo para a discusso de acordes, a escala D Maior, que tem "D, R, Mi, F, Sol, L, Si". Uma escala maior definida pelos intervalos entre essas notas: "T T s T T T (s)", onde "T" indica um tom inteiro e "s", um semitom. Assim, uma escala Sol Maior tem "Sol, L, Si, D, R, Mi, F Sustenido", com um semitom levando ao sol que iniciaria a prxima oitava.

A escala que consiste das mesmas notas da escala de D Maior, mas comea no L ("L, Si, D, R, Mi, F, Sol") uma escala de L Menor. Ela chamada de escala relativa menor de D Maior, j que uma escala menor construda com as mesmas notas. A relativa menor de qualquer escala maior formada quando se toca as mesmas notas a comear pela sexta nota da escala maior. Assim, a relativa menor da escala de Sol Maior Mi Menor.

Uma pea que baseada numa escala especfica considerada como da tonalidade dessa escala. Por exemplo, uma pea baseada nas notas D, R, Mi, F, Sol, L e Si considerada como sendo ou da escala de D Maior, ou da de L Menor. A progresso de acordes da pea pode distinguir os dois. Do mesmo modo, uma pea baseada nas notas Sol, L, Si, D, R, Mi e F Sustenido est ou em Sol Maior ou Mi Menor. Quando a palavra "maior" ou "menor" omitida, presume-se "maior". O conjunto de notas bemis e sustenidas numa escala define a armadura de tom da tonalidade em questo. Assim, a armadura de tom de Sol Maior contm um F Sustenido.

Voc deve tentar tocar vrias escalas maiores e menores. Talvez seja bom escrever as notas de cada escala, ou comprar um livro como Scales For Jazz Improvisation, de Dan Haerle, que contm muitas escalas j soletradas para voc. As escalas mais complexas descritas abaixo devem ser soletradas e praticadas. Os ouvintes de jazz devem tentar o bastante de cada escala para se tornar familiar com seu som. Em muitos casos, somente uma tonalidade ser suficiente. Os msicos devem praticar cada escala em todas as doze tonalidades por sobre toda a gama de seus instrumentos at que tenham completa maestria sobre todas elas. Entretanto, no se deixe afogar pelas vrias escalas a ponto de ficar frustrado e nunca avanar para as prximas sees sobre como aplicar a teoria. Voc deve comear a aplicar a teoria quando tiver algum comando dos modos drico, mixoldio, ldio e lcrio descritos abaixo.

Acordes

Um acorde um conjunto de notas, geralmente tocadas ao mesmo tempo, que formam um relacionamento harmnico especfico entre si. O acorde mais bsico a trade. Uma trade, como o nome d a entender, composta por trs notas, separadas por intervalos de uma tera. Por exemplo, as notas D, Mi e Sol tocadas juntas formam a trade D Maior (C). Ela chamada assim porque as trs notas vm do comeo da escala de D Maior. O intervalo de D a Mi uma tera maior, e de Mi a Sol, uma tera menor. Essa ordem de intervalos define uma trade maior. Uma trade de Sol Maior (G) composta por Sol, Si e R; outras trades maiores so construdas de maneira similar.

As notas L, D e Mi formam a trade L Menor, assim chamada porque as notas do vm do comeo da escala L Menor. O intervalo de L a D uma tera menor, e de D a Mi, uma tera maior. Essa ordem de intervalos define uma trade menor. Uma trade Mi Menor composta de Mi, Sol e Si; outras trades menores so construdas de maneira similar.

Os outros dois tipos de trades so a trade diminuta e a trade aumentada. Uma trade diminuta como uma trade menor, mas a tera maior no topo reduzida a uma tera menor. Assim, uma trade L Diminuta seria formada trocando o Mi da trade L Menor por um Mi Bemol. Uma trade aumentada como uma trade maior, mas a tera menor no topo aumentada para uma tera maior. Assim, uma trade D Aumentada seria formada pela troca do Sol numa trade de D Maior pelo Sol Sustenido. Observe que uma trade diminuta pode ser formada com trs notas da escala maior; por exemplo, Si, R e F na escala D Maior. Entretanto, no existem trades aumentadas ocorrendo naturalmente nas escalas maiores e menores.

Uma trade pode ser estendida adicionando-se mais teras no seu topo. Por exemplo, se voc pega a trade de D Maior ("D, Mi, Sol"), e acrescenta Si, voc tem um acorde de D com Stima Maior (Cmaj7 ou CM7), assim chamado porque as notas vm da escala de D Maior. De modo similar, se voc pegar a trade de L Menor ("L, D, Mi"), e adiciona o Sol, voc tem um acorde de L com Stima Menor (Am7 ou A-7), assim chamado porque as notas vm da escala de L Menor. O tipo mais comum de acorde de stima na harmonia clssica, entretanto, a stima da dominante, que obtido adicionando-se uma stima menor trade maior construda a partir da quinta nota da escala maior, que tambm chamada de dominante. Por exemplo, no tom D Maior, a quinta nota o Sol, por isso uma trade de Sol Maior ("Sol, Si, R") com uma stima acrescentada (F) um acorde de Sol com Stima da Dominante (G7).

Esses trs tipos de acordes de stima tm um relacionamento muito importante entre si. Em qualquer tom maior, por exemplo, D, o acorde construdo sobre o segundo grau da escala um acorde de stima menor; o acorde feito sobre o quinto grau da escala chamado um acorde de stima da dominante; e um acorde com stima feito sobre a tnica da escala um acorde de stima maior. Geralmente se usam algarismos romanos para indicar os graus da escala, com maisculas indicando trades maiores e suas stimas, e minsculas indicando trades menores e suas stimas. A seqncia Dm7 - G7 - Cmaj7 no tom de D pode assim ser representada como ii-V-I. Essa uma progresso de acordes muito comum no jazz, e ela discutida em muito detalhe mais adiante. O movimento da fundamental nessa progresso de quartas justas para cima, ou de quintas justas para baixo. Essa tambm uma das resolues mais fortes da harmonia clssica.

As stimas tambm podem ser adicionadas a trades diminutas ou trades aumentadas. No caso de uma trade diminuta, a tera adicionada pode ser uma tera menor, o que cria uma stima diminuta (por exemplo, "L, D, Mi Bemol, Sol Bemol", ou Adim) ou uma tera maior, que cria uma stima meio diminuta (por exemplo, "Si, R, F, L" ou Bm7b5). Uma tera menor pode ser adicionada a uma trade aumentada, embora esse seja um acorde usado to raramente que nem tem um nome padro na teoria clssica. Adicionar uma tera maior a uma trade aumentada criaria um acorde de stima s no nome, j que a nota acrescentada uma repetio, uma oitava acima, da fundamental (a nota mais grave) do acorde. Por exemplo, "D, Mi, Sol Sustenido, D". Tecnicamente, a stima um Si Sustenido em vez de um D, mas nos sistemas modernos de afinao elas so a mesma nota. Duas notas que tm nomes diferentes mas a mesma altura, como Si Sustenido e D, ou F Sustenido e Sol Bemol, so chamadas enarmnicas. A teoria clssica geralmente muito exigente quanto grafia enarmnica correta de um acorde, mas no jazz, a grafia mais conveniente geralmente usada.

Outras extenses para todos os tipos de acordes de stima podem ser criadas pela adio de mais teras. Por exemplo, o acorde de D com Stima Maior ("D, Mi, Sol, Si") pode ser estendido para um acorde de D com Nona Maior, pelo acrscimo do R. Essas extenses posteriores e alteraes formadas abaixando-se ou elevando-se a nota em meio tom, so as marcas registradas da harmonia do jazz, e so discutidas nas sees abaixo. Embora haja uma variedade quase infinita de possibilidades de acordes, a maioria dos acordes usados com freqncia no jazz pode ser classificada como acordes maiores, acordes menores, acordes da dominante, ou acordes meio diminutos. Acordes totalmente diminutos e acordes aumentados tambm so usados, mas, como ser visto, eles geralmente so usados como substitutos para um dos quatro tipos bsicos de acorde.

O Ciclo das Quintas

O intervalo de uma quinta justa significativo de vrias maneiras na teoria da msica. Muitas pessoas usam um diagrama chamado Ciclo das Quintas (ou Crculo das Quintas) para ilustrar esse significado. Desenhe um crculo em que a circunferncia seja dividida em doze partes iguais, como num relgio. Coloque a letra C (D) no topo do ciclo, e a nomeie os outros pontos no sentido horrio com G, D, A, E, B, F#/Gb, C#/Db, G#/Ab, D#/Eb, A#/Bb, e F. O intervalo entre quaisquer duas notas adjacentes uma quinta justa. Observe que cada nota da escala cromtica est includa exatamente uma vez no ciclo.

Uma utilidade do ciclo das quintas est em determinar as armaduras de tom. O tom de D Maior (C) no tem bemis nem sustenidos. medida que voc caminha no sentido horrio pelo crculo, cada nova armadura de tom adiciona um sustenido. Por exemplo, Sol Maior tem um sustenido (F#); R Maior tem dois (F# e C#); L Maior tem trs (F#, C# e G#); Mi Maior tem quatro (F#, C#, G# e D#); e assim por diante. Observe tambm que os prprios sustenidos adicionados em cada passo seguem o crculo das quintas, a comear pelo F# (adicionado no Sol Maior), depois o C# (em R), da o G# (em L), depois o D# (em Mi), e assim por diante. No caminho oposto, se voc seguir o crculo das quintas no sentido anti-horrio, as armaduras de tom adicionam bemis. Por exemplo, F Maior tem um bemol (Bb); Si Bemol Maior tem dois (Bb e Eb); Mi Bemol Maior tem trs (Bb, Eb, e Ab); e assim por diante. Os bemis adicionados em cada passo tambm seguem o ciclo das quintas, comeando com o Bb (acrescentado no F Maior), depois o Eb (em Si Bemol), da o Ab (no Mi Bemol), e assim por diante.

O ciclo das quintas tambm define escalas. Qualquer conjunto de sete notas consecutivas pode ser combinado para formar uma escala maior. Qualquer conjunto de cinco notas consecutivas pode ser combinado para formar uma escala pentatnica, que ser abordada mais tarde.

Se as notas no ciclo das quintas forem consideradas como nomes de acordes, elas mostram o movimento descendente da fundamental em quintas justas quando lidas no sentido anti-horrio. J se observou que esse movimento da fundamental uma das resolues mais fortes que existem, especialmente no contexto de uma progresso de acordes ii-V-I. Por exemplo, uma progresso ii-V-I em F tem Gm7 - C7 - F, e os nomes desses trs acordes podem ser lidos a partir do crculo das quintas. Pode-se sempre encontrar a nota a um intervalo de um trtono de uma dada nota simplesmente olhando-se na direo diametralmente oposta no crculo. Por exemplo, um intervalo de um trtono a partir de G Db, e essas notas esto diretamente opostas entre si no crculo. Isso pode ser til na execuo de substituies por trtonos, abordadas mais adiante.

Fundamentos do Jazz

Agora que voc est ouvindo jazz, precisa ficar mais consciente daquilo que est ouvindo. Os aspectos mais importantes aos quais deve prestar ateno so a estrutura, o sungue do jazz e a criatividade.

Estrutura

A maior parte do jazz desde a era do bebop baseada numa forma que na verdade bem similar forma sonata da teoria clssica: uma introduo opcional, a exposio ou tema (possivelmente repetido), a seo do desenvolvimento e a recapitulao, possivelmente seguida de uma coda. A introduo, se presente, d o tom para a pea; a exposio a melodia principal; a seo de desenvolvimento onde o compositor estende as idias da exposio; a recapitulao uma reafirmao do tema; e a coda um encerramento. Na linguagem do jazz, essas sees de uma pea seriam chamadas introduo, tema (possivelmente repetido), a seo de solo, a repetio do tema, e possivelmente uma coda ou encerramento. A introduo estabelece o clima; o tema a melodia principal; a seo de solo quando os solistas improvisam sobre a melodia e/ou a progresso de acordes da msica; a repetio do tema uma reafirmao da melodia; e a coda ou encerramento uma concluso.

Embora nem toda pea siga essa forma, a vasta maioria do jazz tradicional fica muito perto dela. Durante a seo de solo, a seo rtmica geralmente continua seguindo a progresso de acordes do tema enquanto os solistas se revezam na improvisao. Cada vez que a progresso repetida chamada um chorus (pronuncia-se "crus"), e cada solista pode tocar durante vrios chorus. Nesse aspecto, a forma tema-e-variao da msica clssica tambm uma analogia vlida. Cada solista toca uma variao improvisada sobre o tema.

A improvisao o aspecto mais importante do jazz, do mesmo modo que o desenvolvimento geralmente considerado a parte mais importante de uma sonata clssica. Quando estiver ouvindo uma pea, tente cantar o tema para voc mesmo por trs dos solos. Poder notar que alguns solistas, especialmente Thelonious Monk e Wayne Shorter, geralmente baseiam seus solos no tema meldico tanto quanto na progresso harmnica. Voc tambm notar que freqentemente se tomam liberdades com o tema em si; msicos como Miles Davis, Coleman Hawkins, Sonny Rollins e John Coltrane foram especialmente adeptos de fazer declaraes pessoais at mesmo quando tocavam somente o tema.

H duas formas muito comuns de um tema no jazz. A primeira a forma do blues, que normalmente uma forma de 12 compassos. H muitas variantes das progresses harmnicas do blues, mas a maioria baseada na idia de trs frases de quatro compassos. Em sua forma original, a segunda frase seria uma repetio da primeira, e a terceira seria uma resposta a essa frase, embora raramente se siga essa conveno no jazz. Voc pode dar uma conferida nas progresses harmnicas do blues apresentadas mais adiante para ter uma idia de como elas soam, de modo que possa reconhecer as formas do blues quando ouvi-las. Os textos nas capas e folhetos dos discos e os ttulos das msicas tambm geralmente ajudam a identificar quais faixas so baseadas no blues. Entre as msicas de jazz bem conhecidas baseadas nas progresses do blues esto "Now's The Time" e "Billie's Bounce", de Charlie Parker, "Straight, No Chaser" e "Blue Monk", de Thelonious Monk, e "Freddie Freeloader" e "All Blues", de Miles Davis.

A outra forma comum no jazz a forma AABA, amplamente usada na msica popular desde a virada para o sculo XX at o surgimento do rock and roll. Essa forma consiste de duas sees, chamadas seo A e seo B, ou ponte (em ingls, bridge, de onde o "B"). A forma A1, A2, B (ponte), A3. As sees A so similares ou idnticas, exceto pela letra e talvez os dois ltimos compassos. A msica "I Got Rhythm", de George Gershwin, um exemplo da forma AABA. H literalmente centenas de msicas baseadas na progresso harmnica dessa msica, entre elas "Anthropology", de Charlie Parker, e "Oleo", de Sonny Rollins. Outras msicas com a forma AABA incluem "Darn That Dream", de Jimmy Van Heusen, e "There Is No Greater Love", de Isham Jones. Msicas como essas, canes da msica popular da primeira metade do Sculo 20 que foram interpretadas por muitos msicos de jazz, so geralmente chamadas de standards do jazz.

Essas estruturas so somente modelos. Msicos como Cecil Taylor nos mostraram faz tempo que possvel expressar-se sem estruturas to bem definidas, e alis esse tipo de expresso geralmente mais pessoal do que qualquer forma organizada. Eu descrevi essas estruturas comuns para ajudar voc a compreender o contexto em que muitos msicos trabalham, no para sugerir que elas so a nica maneira. Voc deve aprender a discernir por si s, quando estiver ouvindo outros msicos, que tipo de estruturas eles esto usando, se estiverem. Voc tambm precisa decidir por conta prpria que estruturas usar quando estiver tocando.Fundamentos do Jazz (parte 2)

O Sungue do Jazz

Entender a estrutura da msica o primeiro passo em direo a uma melhor apreciao dela. O resto desta Introduo lidar principalmente com exemplos musicais aplicados. Antes que voc mergulhe na teoria, entretanto, precisa desenvolver uma percepo do sungue do jazz. Isso faz parte do motivo pelo qual se deve ouvir tanta msica, j que virtualmente impossvel ensinar o sungue do jazz com teoria. No obstante, tentarei explicar o que voc deve ouvir e tentar alcanar quando estiver tocando.

Definio de Suingue

O elemento mais bsico do sungue do jazz a colcheia suingada. Na msica clssica, as colcheias num compasso 4/4 devem ocupar exatamente metade de um tempo cada. Elas so chamadas pelo pessoal do jazz de colcheias exatas (straight eighth notes, ou simplesmente straight eighths). Toque uma escala de D Maior ("D, R, Mi, F, Sol, L, Si, D") com colcheias exatas. Se tiver um metrnomo, ajuste ele para 96 batidas por minuto. Essas so semnimas: "um dois trs quatro". Agora subdivida isso mentalmente: "um-e dois-e trs-e qua-e".

Uma aproximao comum para o sungue do jazz usa tercinas. Os tempos bsicos so subdivididos mentalmente como "um-e-a dois-e-a trs-e-a qua-e-a", e voc toca somente no tempo e no "a". A primeira nota de cada tempo ter o dobro da durao da segunda. Isso vai soar como um Cdigo Morse trao-ponto-trao-ponto-trao-ponto-trao-ponto, e exagerado demais para sua utilizao no jazz. Em algum ponto entre as colcheias exatas (proporo 1:1 entre a primeira e a segunda nota) e as tercinas (proporo 2:1) esto as notas do verdadeiro sungue do jazz. No posso dar uma proporo exata, contudo, porque ela varia dependendo do andamento e do estilo da pea. Em geral, quanto mais rpido o andamento, mas exatas as colcheias. Alm disso, os msicos da era pr-bebop geralmente usam um sungue mais exagerado do que os de perodos posteriores, mesmo no mesmo andamento. Independente de qual seja a proporo, a segunda "metade" de cada tempo geralmente acentuada, e os tempos dois e quatro geralmente so acentuados tambm. Aqui tambm a quantidade de acento depende do msico e da situao.

Tambm h o problema de tocar antes ou depois do tempo. Quando Dexter Gordon toca, at mesmo as notas que deviam cair no tempo so geralmente tocadas um pouco retardadas. Isso geralmente chamado de laying back. Isso d um ar mais relaxado para a msica, enquanto tocar um pouco antes as notas que deviam cair no tempo pode ter o efeito oposto. Os baixistas geralmente tocam ligeiramente antes do tempo, especialmente nos andamentos mais rpidos, para fazer a msica seguir frente.

Nem todos os estilos de jazz usam o sungue da mesma maneira. A maioria dos estilos de jazz latino e muitos estilos de fusion e jazz moderno usam colcheias exatas, ou colcheias que so s ligeiramente suingadas. O shuffle e alguns outros estilos de rock usam um sungue muito exagerado. Oua de perto a gravaes de diferentes estilos, prestando ateno s diferenas. No se engane achando que o sungue uma constante universal.

Praticando o Sungue

Aprender a tocar colcheias em sungue que soem naturais geralmente a parte mais difcil do aprender a tocar jazz, j que isso pode soar muito mal at que voc consiga fazer direito. H algumas tcnicas que podem ajudar voc a superar essa complicada fase inicial.

Se voc vem ouvindo atenciosamente outros msicos, pode estar melhor em reconhecer o sungue do que em toc-lo. Por isso, eu recomendo muito que voc grave voc mesmo tocando colcheias em sungue em vrios andamentos, e ento oua a gravao. Voc pode julgar por si prprio se o seu sungue soa natural ou forado. Algum j disse que quem no consegue suingar sozinho, no consegue suingar. preciso trabalhar no seu prprio conceito de sungue desta maneira, para que a sua percepo de como o seu sungue est soando no seja influenciada pelo som de outros msicos que o estejam acompanhando.

Voc deve praticar o sungue independente daquilo que estiver tocando. Quando praticar escalas, pratique tambm o sungue, alm de simplesmente tocar as notas certas. Tente variar o ritmo que usa para tocar a escala. Alm de escalas, voc deve tentar praticar o sungue quando estiver tocando outros exerccios ou canes. Qualquer mtodo de prtica musical ou fakebook ter provavelmente vrias peas apropriadas. Tente tocar msicas com muitas colcheias consecutivas, mas tente tambm canes com notas e pausas mais longas. Ter de tocar muitas colcheias consecutivas pode deixar voc muito tmido em relao ao sungue.

Embora conseguir suingar sozinho seja importante, no fcil fazer no comeo, e quando estiver desenvolvendo sua noo de sungue, ouvir-se ocasionalmente no contexto de um grupo tambm pode ajudar. Outra coisa que ajuda s vezes ter uma seo de acompanhamento rtmico. Se voc tiver o Band-In-A-Box, pode program-lo para tocar chorus interminveis em D Maior, e a voc pode tocar ou improvisar sobre a escala de D Maior enquanto pratica o sungue. Os discos do Jamey Aebersold tambm podem fornecer o acompanhamento, mas esteja atento ao fato de que a maioria das faixas tem muitas mudanas de acordes, e so muito complexas para ser usadas com esse propsito. H algumas faixas adequadas, entretanto, como as dos Volumes 1, 16, 21, 24 e 54, que so voltados para iniciantes. Esses livros, especialmente os primeiros quatro, tambm contm teis materiais didticos.

Se voc tem um parceiro, ou um gravador, ou um seqenciador (equipamento e/ou software para gravar e tocar num sintetizador), pode criar acompanhamentos caseiros. Os componentes bsicos de uma batida de bateria para o sungue so o padro do ride (prato de conduo) e o padro do chimbal. O padro do ride, em sua forma mais bsica, "1, 2 e, 3, 4 e"; ou, foneticamente, "dim dim-ah dim dim-ah". As colcheias nos tempos 2 e 4 devem ser suingadas, claro. O chimbal fechado (com o pedal) no 2 e 4. Linhas de baixo podem ser construdas seguindo-se algumas regras simples. Primeiro, toque semnimas. Segundo, toque-as nas duas oitavas abaixo do D central. Terceiro, toque somente notas da escala em que voc est trabalhando. Quarto, a maioria das notas deve estar somente um tom de distncia da nota anterior, embora saltos ocasionais sejam aceitveis. Por exemplo, uma linha de baixo em D Maior pode consistir de "D, R, Mi, F, Sol, Mi, F, Sol, L, Si, L, Sol, F, Mi, R, Si, D". Voc vai precisar de muita pacincia para criar seu prprio acompanhamento com um gravador, j que vai precisar gravar muitos compassos para no ter que ficar rebobinando a fita quando estiver improvisando mais adiante. Um seqenciador permite que voc crie loops, de modo que possa gravar somente alguns compassos e fazer com que eles sejam repetidos indefinidamente.

Fundamentos do Jazz (parte 3)

Criatividade

O aspecto mais importante da improvisao a criatividade. Este o mais vital dos conceitos que um improvisador precisa entender. O objetivo escutar alguma coisa interessante na sua cabea e conseguir toc-la imediatamente. O seu entendimento dos fundamentos da msica um aliado nessa jornada. Ele pode ajudar voc a interpretar os sons que voc escuta na sua cabea, relacionando-os a sons que voc conhece e compreende. A sua fluncia tcnica no seu instrumento um outro aliado. Ela pode ajudar voc a executar com preciso aquilo que voc conceber. A inspirao, entretanto, o que permite que voc oua idias interessantes para comeo de conversa. Essa fagulha criativa o que distingue o verdadeiro artista do mero arteso. Embora nenhuma introduo como esta v consiguir mostrar como ser criativo, posso tentar jogar um pouco de luz sobre a criatividade naquilo em que ela se relaciona com a improvisao.

O Processo Criativo

O trompetista Clark Terry resume o processo criativo como sendo "imitar, assimilar, inovar". Ouvir outros msicos pode lhe dar idias que voc pode querer desenvolver mais, enquanto conseguir reproduzir com sucesso o que eles esto fazendo um passo rumo a conseguir expressar-se. Depois, voc precisa entender por que as coisas que voc est tocando soam da maneira como elas soam, para que, quando voc quiser criar um som especfico, saiba como alcan-lo. A teoria apresentada nas prximas sees pode ajudar voc a estruturar seus pensamentos e pode tambm ajudar voc a identificar os sons que voc ouve. Entretanto, os processos analticos so um auxlio para o processo criativo, no uma substituio dele. Duas analogias, uma com a lngua e outra com a matemtica, podem ajudar a deixar isso mais claro.

Quando comeou a falar, voc aprendeu primeiro ouvindo outras pessoas e imitando elas. Gradualmente, voc tornou-se consciente de noes da gramtica, at que um dia a gramtica foi codificada para voc em aulas de portugus. O seu vocabulrio vem provavelmente crescendo desde que voc pronunciou a primeira palavra. Tanto na escrita quanto na conversao, suas ferramentas so o seu conhecimento de gramtica, vocabulrio e o assunto apropriado. Para escrever ou falar alguma coisa interessante, entretanto, voc precisa ter uma certa dose de inspirao. No suficiente juntar seqncias gramaticalmente corretas de palavras. O que voc tem a dizer geralmente mais importante do que a maneira como o diz, embora o uso correto da lngua possa ajudar voc a passar sua mensagem. Do mesmo modo, na msica, o conhecimento de teoria e dos fundamentos so as ferramentas da composio e da improvisao, mas a inspirao exerce o papel mais importante em determinar o seu sucesso. No basta simplesmente coar as notas "certas"; preciso que voc toque msica interessante. A improvisao no jazz geralmente comparada a "contar uma histria", e, como uma boa histria, deve ser bem estruturada e tambm passar alguma coisa interessante para o ouvinte.

Na matemtica, a criatividade tambm pode com freqncia ser crucial. Aprender os vrios axiomas, frmulas e equaes normalmente no diz a voc como resolver um problema lgico especfico, integrar uma certa funo ou provar um novo teorema. Alguma inventividade necessria para se conseguir aplicar o conhecimento ao problema especfico. Geralmente, saber como problemas similares foram resolvidos no passado pode dar uma idia de por onde comear, e a experincia em trabalhar com um tipo especfico de problema pode ajudar a direcionar voc. Entretanto, em todos os problemas matemticos, exceto os mais simples, algum pensamento original necessrio. Da mesma maneira, no jazz, sua familiaridade com os trabalhos de outros msicos pode ajudar voc a comear, e seu conhecimento de teoria pode ajudar a direcionar voc, mas para ser um improvisador bem-sucedido, voc precisa ser criativo. Do mesmo modo que longas colunas de nmeros no so necessariamente interessantes, mesmo que a soma seja correta, tampouco o uma improvisao que consista de nada mais do que escalas e padres baseados nessas escalas.

Sua experincia como ouvinte, seu conhecimento de teoria musical e a experimentao com o seu instrumento vo definir o contexto musical em que voc conseguir se exprimir. Voc deve continuamente se esforar para expandir esse contexto, ouvindo muitos msicos diferentes, analisando o que voc ouve e praticando tanto quanto possvel. Mesmo assim, o ingrediente final, a inspirao, voc ter de descobrir por conta prpria.

A Improvisao

Voc deve, a esta altura, se j no o fez, comear a improvisar. Voc deve comear da mesma maneira que comeou a praticar o sungue: sozinho e sem acompanhamento a princpio, com um gravador se possvel, e depois com algum tipo de acompanhamento de seo rtmica. Novamente, o Band-In-A-Box, os discos Aebersold, ou os acompanhamentos criados por voc mesmo sero muito valiosos.

Para suas primeiras tentativas de improvisao, escolha uma tonalidade com que se sinta confortvel e ento comece a tocar o que der na cabea. Invente pequenas melodias que usem principalmente notas da escala escolhida. No tente preencher todo o espao disponvel com notas. Em vez disso, concentre-se em ouvir uma frase curta na cabea, e ento tente tocar essa frase. No se preocupe se isso significar que haver pausas de vrios segundos ou mais entre as frases. Miles Davis usava esse tipo de fraseado o tempo todo.

Em algum ponto, enquanto estiver improvisando numa dada tonalidade, tente tocar notas que no so dessa tonalidade. Tocar notas que no esto na tonalidade usada s vezes chamado de tocar outside, ou seja, tocar por fora. Voc vai descobrir que muitas vezes isso soa muito natural, enquanto em outras, soa dissonante, ou spero. As sees sobre teoria mais adiante podem ajudar voc a entender por que isso acontece, mas seu ouvido o ltimo juiz. Quando voc finalmente ficar sem idias numa tonalidade, talvez deva trocar para outra. Voc tambm pode tentar improvisar sem nenhuma tonalidade central. Acredito que isso deva ser to natural quanto improvisar dentro de um tom.

Transcrever solos tocados por outros msicos uma maneira de conseguir algumas idias do que tocar. Voc pode examinar a estrutura do solo, ver como eles usam as vrias relaes acorde/escala discutidas mais adiante nesta Introduo, e tentar aplicar o que voc aprender na sua prpria msica. Um dos melhores solos para um iniciante estudar o solo de Miles Davis em "So What" no lbum Kind Of Blue. A estrutura de acordes simples: 16 compassos em R Menor, seguidos por 8 compassos em Mi Bemol Menor, e depois 8 compassos novamente em R Menor. As linhas de Miles so fceis o bastante para ser transcritas nota por nota. As sees de teoria abaixo vo ajudar voc a entender o contexto em que Miles estava trabalhando, mas transcrever o solo dele vai ajudar voc a ver o que ele estava fazendo dentro desse contexto.

Uma outra maneira de conseguir idias para solos usar padres, ou frases curtas que voc praticou antecipadamente e que sabe que vo se encaixar nas mudanas de acordes em um ponto especfico. Em geral, improvisar muito mais do que simplesmente juntar padres um depois do outro, mas praticar padres pode ser uma boa maneira de desenvolver sua tcnica, bem como seu ouvido, especialmente se voc pratica seus padres em todas as 12 tonalidades. H vrios livros, entre eles Patterns For Jazz, de Jerry Coker, que apresentam alguns padres teis.

Uma tcnica usada com freqncia na era do bebop e desde ento a citao, ou usar uma frase reconhecvel de uma outra composio, ou de uma improvisao gravada bem conhecida, como parte de sua prpria improvisao. Isso s vezes tambm chamado de interpolao. Voc pode ter notado isso acontecendo em solos que j ouviu. H geralmente algum valor humorstico em fazer citaes, especialmente se o trabalho interpolado algo bobinho como "Pop Goes The Weasel".

Os obstculos mais importantes para um improvisador iniciante superar so suas prprias inibies. A princpio, quando estiver praticando improvisao sozinho, voc pode achar que no tem nenhuma idia para tocar. Depois que voc tiver chegado ao ponto em que se sente confortvel e concluir que hora de tocar com outros msicos, pode se sentir envergonhado de tocar na frente de seus colegas. Finalmente, quando conseguir tocar com outros msicos em lugar reservado, pode ficar com medo quando tocar pela primeira vez em pblico. No tenho curas milagrosas para esses problemas. S posso sugerir que voc toque tanto quanto possvel em cada estgio, e pressione continuamente a si mesmo para correr riscos.

Relaes Acorde/Escala

A maior parte da improvisao no jazz mainstream baseada em progresses harmnicas. A progresso harmnica uma seqncia de acordes que harmoniza a melodia. Geralmente cada acorde dura um compasso; s vezes dois, s vezes s meio. Um fakebook mostra a cifra que representa cada acorde especfico acima do ponto correspondente na melodia.

Ainda mais importante do que os prprios acordes, entretanto, so as escalas implcitas nesses acordes. Como improvisador, quando estiver tocando num acorde R Menor, cujo smbolo Dm, voc vai normalmente tocar linhas construdas com notas da escala do R Drico. Essa seo documenta os vrios acordes e as escalas associadas usadas no jazz. Presume-se que voc tenha familiaridade com o nome das notas e sua localizao.

Se seu objetivo virar um msico de jazz, deve praticar linhas de improvisao baseadas em todas as escalas apresentadas aqui, e em todas os 12 tons. Ou voc pode ficar com somente um tom por escala, mas deve ainda assim praticar improvisao sobre cada relao acorde/escala para melhor reconhecer os seus sons.

Intervalos

H 12 notas diferentes na msica tradicional: D, D Sustenido/R Bemol, R, R Sustenido/Mi Bemol, Mi, F, F Sustenido/Sol Bemol, Sol, Sol Sustenido/L Bemol, L, L Sustenido/Si Bemol e Si. Depois do Si vem o D uma oitava acima do primeiro D, e este ciclo continua. Essa seqncia chamada de escala cromtica. Cada etapa nessa escala chamada de um meio tom ou semitom. O intervalo entre duas notas definido pelo nmero de semitons entre elas. Duas notas distantes um semitom, como D e D Sustenido, definem uma segunda menor. As notas que esto dois semitons distantes, como D e R, definem uma segunda maior. Isso tambm chamado um tom inteiro. De semitom em semitom, os demais intervalos so a tera menor, tera maior, quarta justa, trtono, quinta justa, sexta menor, sexta maior, stima menor, stima maior e, por fim, a oitava.

A maioria desses intervalos tambm tem outros nomes. Por exemplo, um trtono s vezes chamado de quarta aumentada se a notao das notas do intervalo parecer descrever uma quarta. Por exemplo, o intervalo trtono de D a F Sustenido chamado de quarta aumentada, porque o intervalo de D para F uma quarta justa. Por outro lado, se as notas do intervalo parecerem descrever uma quinta, a o trtono s vezes chamado de quinta diminuta. Por exemplo, o intervalo trtono do D ao Sol Bemol, que na verdade o mesmo que o intervalo de D a F Sustenido, chamado uma quinta diminuta, porque o intervalo de D a Sol uma quinta justa. Em geral, se qualquer intervalo maior ou perfeito aumentado em um semitom pela incluso de um acidente (a indicao de bemol ou sustenido numa nota), o intervalo resultante chamado aumentado, e se algum intervalo menor ou perfeito reduzido em um semitom pela adio de um acidente, o intervalo resultante chamado diminuto.

Escalas Maiores e Menores

Todas as escalas so simplesmente subconjuntos da escala cromtica. A maioria das escalas tem 7 notas diferentes, mas algumas tm 5, 6 ou 8. A escala mais simples, que ser usada como um exemplo para a discusso de acordes, a escala D Maior, que tem "D, R, Mi, F, Sol, L, Si". Uma escala maior definida pelos intervalos entre essas notas: "T T s T T T (s)", onde "T" indica um tom inteiro e "s", um semitom. Assim, uma escala Sol Maior tem "Sol, L, Si, D, R, Mi, F Sustenido", com um semitom levando ao sol que iniciaria a prxima oitava.

A escala que consiste das mesmas notas da escala de D Maior, mas comea no L ("L, Si, D, R, Mi, F, Sol") uma escala de L Menor. Ela chamada de escala relativa menor de D Maior, j que uma escala menor construda com as mesmas notas. A relativa menor de qualquer escala maior formada quando se toca as mesmas notas a comear pela sexta nota da escala maior. Assim, a relativa menor da escala de Sol Maior Mi Menor.

Uma pea que baseada numa escala especfica considerada como da tonalidade dessa escala. Por exemplo, uma pea baseada nas notas D, R, Mi, F, Sol, L e Si considerada como sendo ou da escala de D Maior, ou da de L Menor. A progresso de acordes da pea pode distinguir os dois. Do mesmo modo, uma pea baseada nas notas Sol, L, Si, D, R, Mi e F Sustenido est ou em Sol Maior ou Mi Menor. Quando a palavra "maior" ou "menor" omitida, presume-se "maior". O conjunto de notas bemis e sustenidas numa escala define a armadura de tom da tonalidade em questo. Assim, a armadura de tom de Sol Maior contm um F Sustenido.

Voc deve tentar tocar vrias escalas maiores e menores. Talvez seja bom escrever as notas de cada escala, ou comprar um livro como Scales For Jazz Improvisation, de Dan Haerle, que contm muitas escalas j soletradas para voc. As escalas mais complexas descritas abaixo devem ser soletradas e praticadas. Os ouvintes de jazz devem tentar o bastante de cada escala para se tornar familiar com seu som. Em muitos casos, somente uma tonalidade ser suficiente. Os msicos devem praticar cada escala em todas as doze tonalidades por sobre toda a gama de seus instrumentos at que tenham completa maestria sobre todas elas. Entretanto, no se deixe afogar pelas vrias escalas a ponto de ficar frustrado e nunca avanar para as prximas sees sobre como aplicar a teoria. Voc deve comear a aplicar a teoria quando tiver algum comando dos modos drico, mixoldio, ldio e lcrio descritos abaixo.

Acordes

Um acorde um conjunto de notas, geralmente tocadas ao mesmo tempo, que formam um relacionamento harmnico especfico entre si. O acorde mais bsico a trade. Uma trade, como o nome d a entender, composta por trs notas, separadas por intervalos de uma tera. Por exemplo, as notas D, Mi e Sol tocadas juntas formam a trade D Maior (C). Ela chamada assim porque as trs notas vm do comeo da escala de D Maior. O intervalo de D a Mi uma tera maior, e de Mi a Sol, uma tera menor. Essa ordem de intervalos define uma trade maior. Uma trade de Sol Maior (G) composta por Sol, Si e R; outras trades maiores so construdas de maneira similar.

As notas L, D e Mi formam a trade L Menor, assim chamada porque as notas do vm do comeo da escala L Menor. O intervalo de L a D uma tera menor, e de D a Mi, uma tera maior. Essa ordem de intervalos define uma trade menor. Uma trade Mi Menor composta de Mi, Sol e Si; outras trades menores so construdas de maneira similar.

Os outros dois tipos de trades so a trade diminuta e a trade aumentada. Uma trade diminuta como uma trade menor, mas a tera maior no topo reduzida a uma tera menor. Assim, uma trade L Diminuta seria formada trocando o Mi da trade L Menor por um Mi Bemol. Uma trade aumentada como uma trade maior, mas a tera menor no topo aumentada para uma tera maior. Assim, uma trade D Aumentada seria formada pela troca do Sol numa trade de D Maior pelo Sol Sustenido. Observe que uma trade diminuta pode ser formada com trs notas da escala maior; por exemplo, Si, R e F na escala D Maior. Entretanto, no existem trades aumentadas ocorrendo naturalmente nas escalas maiores e menores.

Uma trade pode ser estendida adicionando-se mais teras no seu topo. Por exemplo, se voc pega a trade de D Maior ("D, Mi, Sol"), e acrescenta Si, voc tem um acorde de D com Stima Maior (Cmaj7 ou CM7), assim chamado porque as notas vm da escala de D Maior. De modo similar, se voc pegar a trade de L Menor ("L, D, Mi"), e adiciona o Sol, voc tem um acorde de L com Stima Menor (Am7 ou A-7), assim chamado porque as notas vm da escala de L Menor. O tipo mais comum de acorde de stima na harmonia clssica, entretanto, a stima da dominante, que obtido adicionando-se uma stima menor trade maior construda a partir da quinta nota da escala maior, que tambm chamada de dominante. Por exemplo, no tom D Maior, a quinta nota o Sol, por isso uma trade de Sol Maior ("Sol, Si, R") com uma stima acrescentada (F) um acorde de Sol com Stima da Dominante (G7).

Esses trs tipos de acordes de stima tm um relacionamento muito importante entre si. Em qualquer tom maior, por exemplo, D, o acorde construdo sobre o segundo grau da escala um acorde de stima menor; o acorde feito sobre o quinto grau da escala chamado um acorde de stima da dominante; e um acorde com stima feito sobre a tnica da escala um acorde de stima maior. Geralmente se usam algarismos romanos para indicar os graus da escala, com maisculas indicando trades maiores e suas stimas, e minsculas indicando trades menores e suas stimas. A seqncia Dm7 - G7 - Cmaj7 no tom de D pode assim ser representada como ii-V-I. Essa uma progresso de acordes muito comum no jazz, e ela discutida em muito detalhe mais adiante. O movimento da fundamental nessa progresso de quartas justas para cima, ou de quintas justas para baixo. Essa tambm uma das resolues mais fortes da harmonia clssica.

As stimas tambm podem ser adicionadas a trades diminutas ou trades aumentadas. No caso de uma trade diminuta, a tera adicionada pode ser uma tera menor, o que cria uma stima diminuta (por exemplo, "L, D, Mi Bemol, Sol Bemol", ou Adim) ou uma tera maior, que cria uma stima meio diminuta (por exemplo, "Si, R, F, L" ou Bm7b5). Uma tera menor pode ser adicionada a uma trade aumentada, embora esse seja um acorde usado to raramente que nem tem um nome padro na teoria clssica. Adicionar uma tera maior a uma trade aumentada criaria um acorde de stima s no nome, j que a nota acrescentada uma repetio, uma oitava acima, da fundamental (a nota mais grave) do acorde. Por exemplo, "D, Mi, Sol Sustenido, D". Tecnicamente, a stima um Si Sustenido em vez de um D, mas nos sistemas modernos de afinao elas so a mesma nota. Duas notas que tm nomes diferentes mas a mesma altura, como Si Sustenido e D, ou F Sustenido e Sol Bemol, so chamadas enarmnicas. A teoria clssica geralmente muito exigente quanto grafia enarmnica correta de um acorde, mas no jazz, a grafia mais conveniente geralmente usada.

Outras extenses para todos os tipos de acordes de stima podem ser criadas pela adio de mais teras. Por exemplo, o acorde de D com Stima Maior ("D, Mi, Sol, Si") pode ser estendido para um acorde de D com Nona Maior, pelo acrscimo do R. Essas extenses posteriores e alteraes formadas abaixando-se ou elevando-se a nota em meio tom, so as marcas registradas da harmonia do jazz, e so discutidas nas sees abaixo. Embora haja uma variedade quase infinita de possibilidades de acordes, a maioria dos acordes usados com freqncia no jazz pode ser classificada como acordes maiores, acordes menores, acordes da dominante, ou acordes meio diminutos. Acordes totalmente diminutos e acordes aumentados tambm so usados, mas, como ser visto, eles geralmente so usados como substitutos para um dos quatro tipos bsicos de acorde.

O Ciclo das Quintas

O intervalo de uma quinta justa significativo de vrias maneiras na teoria da msica. Muitas pessoas usam um diagrama chamado Ciclo das Quintas (ou Crculo das Quintas) para ilustrar esse significado. Desenhe um crculo em que a circunferncia seja dividida em doze partes iguais, como num relgio. Coloque a letra C (D) no topo do ciclo, e a nomeie os outros pontos no sentido horrio com G, D, A, E, B, F#/Gb, C#/Db, G#/Ab, D#/Eb, A#/Bb, e F. O intervalo entre quaisquer duas notas adjacentes uma quinta justa. Observe que cada nota da escala cromtica est includa exatamente uma vez no ciclo.

Uma utilidade do ciclo das quintas est em determinar as armaduras de tom. O tom de D Maior (C) no tem bemis nem sustenidos. medida que voc caminha no sentido horrio pelo crculo, cada nova armadura de tom adiciona um sustenido. Por exemplo, Sol Maior tem um sustenido (F#); R Maior tem dois (F# e C#); L Maior tem trs (F#, C# e G#); Mi Maior tem quatro (F#, C#, G# e D#); e assim por diante. Observe tambm que os prprios sustenidos adicionados em cada passo seguem o crculo das quintas, a comear pelo F# (adicionado no Sol Maior), depois o C# (em R), da o G# (em L), depois o D# (em Mi), e assim por diante. No caminho oposto, se voc seguir o crculo das quintas no sentido anti-horrio, as armaduras de tom adicionam bemis. Por exemplo, F Maior tem um bemol (Bb); Si Bemol Maior tem dois (Bb e Eb); Mi Bemol Maior tem trs (Bb, Eb, e Ab); e assim por diante. Os bemis adicionados em cada passo tambm seguem o ciclo das quintas, comeando com o Bb (acrescentado no F Maior), depois o Eb (em Si Bemol), da o Ab (no Mi Bemol), e assim por diante.

O ciclo das quintas tambm define escalas. Qualquer conjunto de sete notas consecutivas pode ser combinado para formar uma escala maior. Qualquer conjunto de cinco notas consecutivas pode ser combinado para formar uma escala pentatnica, que ser abordada mais tarde.

Se as notas no ciclo das quintas forem consideradas como nomes de acordes, elas mostram o movimento descendente da fundamental em quintas justas quando lidas no sentido anti-horrio. J se observou que esse movimento da fundamental uma das resolues mais fortes que existem, especialmente no contexto de uma progresso de acordes ii-V-I. Por exemplo, uma progresso ii-V-I em F tem Gm7 - C7 - F, e os nomes desses trs acordes podem ser lidos a partir do crculo das quintas. Pode-se sempre encontrar a nota a um intervalo de um trtono de uma dada nota simplesmente olhando-se na direo diametralmente oposta no crculo. Por exemplo, um intervalo de um trtono a partir de G Db, e essas notas esto diretamente opostas entre si no crculo. Isso pode ser til na execuo de substituies por trtonos, abordadas mais adiante.

Harmonia da Escala Maior

Uma grande parte da harmonia do jazz baseada na escala maior. Como dissemos antes, cada escala maior tem uma relativa menor que formada quando se toca a mesma seqncia de notas, mas a partir do sexto grau da escala maior. Alis, outras escalas podem ser formadas usando-se a seqncia de notas de uma escala maior, a partir de qualquer um de seus graus. Essas escalas so chamados modos da escala. A escala maior natural chamada o modo jnio (ou jnico ou inico). A escala formada a partir da sexta nota, a relativa menor, chamada de modo elio. Os nomes desses modos, bem como outros discutidos abaixo, vm da Grcia Antiga, embora se diga que esses nomes foram misturados em tradues muito tempo atrs. Embora os modos gregos tenham interesse somente histrico na teoria clssica, eles so fundamentais para o jazz.

Escala Maior ou Modo Jnio

A escala maior, ou modo jnio, deve lhe ser bem familiar a esta altura. Ela associada com acordes de stima maior. No tom de D, por exemplo, o acorde D com Stima Maior, notado Cmaj7 (ou C com um pequeno tringulo prximo a ele, ou s vezes CM7), tem as notas "D, Mi, Sol, Si", e essas notas delineiam a escala D Maior. Se um compasso numa pea de msica harmonizado com um acorde Cmaj7, a escala D Maior ento uma escala adequada para se usar na improvisao. A nica nota dessa escala que soa ruim quando tocada contra um acorde Cmaj7 a quarta nota, o F. Voc pode convencer a si mesmo disso indo ao piano e tocando o acorde Cmaj7 com a mo esquerda enquanto toca vrias notas da escala D Maior com a direita. A quarta de uma escala maior geralmente chamada de nota evitada (avoid note) sobre um acorde de stima maior. Isso no significa que voc no possa nunca tocar um F sobre um Cmaj7, claro, mas deve estar ciente do efeito dissonante que isso produz.

O acorde obtido acrescentando-se uma tera no topo do acorde ("D, Mi, Sol, Si, R") seria chamada de Cmaj9, e ele implica a mesma escala. Adicionar uma outra tera resultaria em "D, Mi, Sol, Si, R, F", e esse acorde seria chamado um Cmaj11. Por causa da natureza dissonante do F nesse contexto, entretanto, nem esse acorde, nem o acorde Cmaj13, obtido pelo acrscimo de uma tera adicional (L), so muito usados.

Modo Drico

O modo drico construdo no segundo grau da escala maior, usando-se as mesmas notas dessa escala. Por exemplo, a escala drica de R montada com as notas da escala D Maior, a partir do R, e consiste de "R, Mi, F, Sol, L, Si, D". O modo drico muito parecido com uma escala menor, mas o sexto grau elevado em meio tom. Ou seja, a escala R Menor teria um Si Bemol, enquanto o modo drico tem um Si. Como ele parece tanto com a escala menor, natural tocar esse modo sobre um acorde de stima menor. Alis, ele usado com mais freqncia do que a prpria escala menor. Se voc for ao piano e tocar um acorde Dm7 ("R, F, L, D") com a mo esquerda, e tocar as notas do modo drico de R e da escala menor de R na mo direita, vai provavelmente concluir que o modo drico soa melhor, porque o Si menos dissonante contra um acorde Dm7 do que o Si Bemol. Se voc usar o modo drico sobre um acorde de stima menor, no h notas evitadas.

Do mesmo modo que com o acorde de stima maior, voc pode acrescentar teras ao acorde de stima menor para fazer Dm9, Dm11 e Dm13. Esses acordes ainda implicam o uso da mesmo modo drico. Se voc usar a escala menor natural, o acorde de dcima-terceira contm a nota Si Bemol, que um tanto dissonante nesse contexto. Esse acorde raramente usado, mas quando ele pedido, geralmente notado Dm7b6, e uma das poucas excees regra de que a maioria dos acordes so grafados em termos das extenses com nmeros mpares acima da stima. Essa regra vem do fato de que os acordes so tradicionalmente feitos pela sobreposio de teras. A notao Dm6 s vezes um sinnimo de Dm13 quando o Si natural explicitamente pedido.

Modo Frgio

O terceiro modo da escala maior chamado de modo frgio. Na tonalidade de D, uma escala frgia construda sobre o Mi, e consiste de "Mi, F, Sol, L, Si, D, R". Essa escala, como o modo drico, tambm similar escala menor, exceto que o segundo grau no modo frgio rebaixado em meio tom. Ou seja, uma escala Mi Menor teria um F Sustenido, enquanto o modo frgio tem um F. Se voc tentar tocar a escala frgia sobre um acorde de stima menor, vai provavelmente ach-lo mais dissonante do que a escala menor, por causa da segunda rebaixada. O modo frgio usado ocasionalmente sobre um acorde de stima menor, embora geralmente o acorde seja notado como m7b9 como uma dica ao improvisador de que o modo frgio deve ser usado. H outras situaes especficas em que a escala frgia soa bem. Uma delas sobre um acorde de stima da dominante com uma quarta suspensa (veja modo mixoldio, abaixo) e uma nona rebaixada, notada susb9. Outra sobre um acorde especfico que eu vou simplesmente chamar de um acorde frgio. Um acorde frgio sobre Mi seria "Mi, F, L, Si, R". Quando o modo frgio tocado sobre esse tipo de acorde, o resultado um som um tanto espanhol, particularmente se voc acrescentar um Sol Sustenido escala, resultando naquilo que s vezes chamado de escala frgia espanhola. Vrias msicas de Chick Corea, entre elas "La Fiesta", e boa parte da msica do disco Sketches Of Spain, de Miles Davis, usam essa sonoridade extensivamente.

Modo Ldio

O quarto modo da escala maior o modo ldio. Na tonalidade de D, uma escala ldia construda sobre o F, e consiste de "F, Sol, L, Si, D, R, Mi". Essa escala como a escala maior, exceto que ela contm um quarto grau aumentado. Ou seja, uma escala de F Maior conteria um Si Bemol, enquanto a escala ldia contm um Si natural. Como o quarto grau da escala maior uma nota evitada sobre um acorde de stima maior, essa escala d ao improvisador uma alternativa. Embora o som da quarta elevada possa soar um pouco incomum no comeo, voc vai ver que ela em geral prefervel quarta natural da escala maior. Quando o smbolo Cmaj7 aparece, voc tem a escolha entre as escalas maior e ldia. Geralmente, se o modo ldio especificamente desejado, vai aparecer o smbolo Cmaj7#11. Lembre-se que um acorde Cmaj11 contm um F como a dcima primeira; o Cmaj7#11 denota que essa nota deve ser elevada em meio tom.

Modo Mixoldio

O quinto modo da escala maior o modo mixoldio. Na tonalidade de D, uma escala mixoldia construda sobre o Sol, e consiste das notas "Sol, L, Si, D, R, Mi, F". Essa escala como a escala maior, exceto que o stimo grau rebaixado em meio tom. Ou seja, uma escala maior de Sol conteria um F Sustenido enquanto a mixoldia contm um F. Como o acorde de stima construdo sobre o quinto grau da escala maior uma stima da dominante, natural que se toquem linhas baseadas no modo mixoldio sobre um acorde de stima da dominante. Por exemplo, a escala mixoldia de Sol pode ser usada sobre um acorde G7.

Do mesmo modo que com a escala maior sobre um acorde de stima maior, o quarto grau da escala (D no caso do Sol Mixoldio) uma nota um tanto evitada sobre um acorde de stima da dominante. Entretanto, existe um acorde chamado de acorde suspenso, notado Gsus, Gsus4, G7sus, G7sus4, F/G, Dm7/G, ou G11 sobre o qual no h notas a evitar no modo mixoldio de Sol. A notao F/G indica uma trade de F Maior sobre a nota Sol no baixo. O termo "suspenso" vem da harmonia clssica e se refere ao retardo temporrio da tera num acorde da dominante ao se tocar primeiro a quarta, antes de resolv-la na tera. No jazz, entretanto, a quarta geralmente no nunca resolvida. O acorde suspenso consiste da fundamental, quarta, quinta, e geralmente tambm a stima. A msica "Maiden Voyage", de Herbie Hancock, consiste somente de acordes suspensos no resolvidos.

Escala Menor ou Modo Elio

O modo elio, ou escala menor, j foi discutido. Ele pode ser tocado sobre um acorde menor com stima, embora os modos drico ou frgio sejam usados com mais freqncia. Ele geralmente mais usado sobre um acorde m7b6.

Modo Lcrio

O stimo e ltimo modo da escala maior o modo lcrio. Na tonalidade de D, uma escala lcria construda sobre o Si, e consiste das notas "Si, D, R, Mi, F, Sol, L". O acorde de stima construdo sobre essa escala ("Si, R, F, L") um acorde de stima meio diminuto, Bm7b5. Esse smbolo vem do fato de que esse acorde similar a um Bm7, exceto que a quinta rebaixada em meio tom. O smbolo clssico para esse acorde um crculo cortado por um "/" no meio. A escala lcria pode ser usada sobre um acorde de stima meio diminuto (tambm chamado de stima menor com quinta bemol), mas o segundo grau um tanto dissonante e s vezes considerado uma nota evitada.

Harmonia da Escala Menor Meldica

Na teoria clssica, h trs tipos de escala menor. A escala menor que j discutimos, o modo elio, tambm chamada de escala menor natural ou pura. As duas outras escalas menores foram derivadas dela para oferecer possibilidades harmnicas e meldicas mais interessantes. Se voc construir uma progresso ii-V-I numa escala menor, vai descobrir que o acorde de stima construdo sobre a tnica um acorde de stima menor, e o acorde de stima construdo sobre o segundo grau um acorde de stima meio diminuto. Por exemplo, Am7 e Bm7b5 na escala L Menor. O acorde construdo sobre o quinto grau dessa escala um acorde menor, por exemplo Em7 em L Menor. A resoluo de Em7 em Am7 no to forte quanto a de E7 em Am7. Alm disso, o Am7 no soa como uma tnica; ele soa como se precisasse resolver num acorde de R Maior. Ao elevar o stimo grau da escala menor em meio tom (isto , elevar o Sol de L Menor para Sol Sustenido), esses problemas so resolvidos. O acorde construdo no quinto grau agora um E7, e o acorde de stima construdo sobre a tnica uma trade de L Menor com uma stima maior, geralmente notado Am-maj7. Isso cria um ii-V-i muito mais forte. A escala resultante, "L, Si, D, R, Mi, F, Sol Sustenido", chamada de menor harmnica, porque se entende que ela gera harmonias mais interessantes que a escala menor natural.

O stimo grau de uma escala maior s vezes chamado de nota sensvel, j que est somente meio tom abaixo da tnica e encaminha muito bem a ela melodicamente. O stimo grau da escala menor natural, por sua vez, est um grau inteiro abaixo da tnica e no encaminha to bem para ela. Embora a escala menor harmnica contenha uma nota sensvel, se voc tocar essa escala, notar que o intervalo entre o sexto e o stimo graus (o F e o Sol Sustenido na escala L Menor Harmnica) estranho melodicamente. Esse intervalo chamado de segunda aumentada. Embora ele soe exatamente como uma tera menor, no h tons na escala entre as duas notas. Esse intervalo considerado dissonante na harmonia clssica. Para consertar a situao, a sexta pode ser elevada meio tom tambm (de F para F Sustenido) para gerar a menor meldica. Na teoria clssica, essa escala geralmente usada somente de modo ascendente. Quando descendente, j que o Sol Sustenido no usado para encaminhar para a tnica L, a menor natural geralmente usada em seu lugar. A harmonia de jazz normalmente no distingue esses casos, contudo. A escala menor meldica ("L, Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido") usada tanto no sentido ascendente quanto no descendente.

Tanto a menor harmnica quanto a meldica delineiam um acorde m-maj7 no primeiro grau, por exemplo um Am-maj7 ("L, D, Mi, Sl Sustenido") em L Menor. Tanto a escala menor harmnica quanto a menor meldica podem ser usadas sobre este acorde. A menor meldica tambm usada sobre acordes marcados simplesmente m6, embora, como foi observado antes, esse smbolo possa tambm implicar o modo drico. Vrios dos modos da escala menor meldica geram harmonias particularmente interessantes e so tocados com freqncia no jazz. Essas escalas no so normalmente descritas na teoria clssica, por isso os nomes delas so menos padronizados que os modos da escala maior.

Frgio com Sexta Maior

No existe um termo nico para o segundo modo da escala menor meldica. O segundo modo da menor meldica de L "Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L". Esta escala similar ao modo frgio, exceto que tem uma sexta maior. Por esse motivo, ela pode ser chamada de modo frgio com sexta maior, embora esse nome no seja de modo algum padronizado. Ele usado com mais freqncia como um substituto para o modo frgio.

Ldio Aumentado

O terceiro modo da escala menor meldica conhecido como um modo ldio aumentado. Numa menor meldica de L, uma escala ldia aumentada construda sobre o D e consiste de "D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si". Essa escala contm um acorde aumentado com stima maior, "D, Mi, Sol Sustenido, Si". No existe um smbolo padro para este acorde, mas se utiliza Cmaj7#5 ocasionalmente, como tambm Cmaj7-aug ou Cmaj7+. Quando esse acorde pedido, a escala ldia aumentada uma escolha apropriada. O acorde maj7#5 usado principalmente como um substituto para um acorde normal de stima maior.

Ldio Dominante

O quarto modo da escala menor meldica geralmente chamado de ldio dominante, ou ldio com stima bemol (ldio b7). Se voc mont-lo, ver por qu. Numa escala menor meldica em L, uma escala ldia dominante feita a partir do R e consiste de "R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D". Esta escala lembra a escala R Maior, "R, Mi, F Sustenido, Sol, L, Si, D Sustenido", mas com duas alteraes: a quarta aumentada, caracterstica do modo ldio, e a stima menor, caracterstica do modo mixoldio. O modo mixoldio foi descrito como uma possvel escolha de escala para uso sobre um acorde de stima da dominante, mas o quarto grau era uma nota a se evitar. A escala ldia dominante no contm esta nota a evitar. Do mesmo modo que com a escala ldia e a quarta aumentada sobre um acorde de stima maior, a escala ldia dominante pode soar incomum a princpio, mas geralmente mais interessante do que o modo mixoldio quando tocada sobre uma stima da dominante.

Este som especfico, a quarta aumentada sobre um acorde de stima da dominante, era muito usado na era do bebop, e fez os primeiros msicos do bebop receber muitas crticas pelo uso desses sons no-tradicionais. Esse som foi tambm a gnesis da composio "Raise Four", de Thelonious Monk, que apresenta com destaque a quarta aumentada na melodia. O uso dessa escala geralmente indicado explicitamente pelo smbolo D7#11. Msicos do bebop geralmente chamavam essa nota de uma quinta bemol, grafando o smbolo do acorde como D7b5, embora isso normalmente implique a escala diminuta, que discutida mais adiante.

Quinto Modo

O quinto modo da escala menor meldica no tem um nome estabelecido, e normalmente s usado sobre um acorde do V grau numa progresso ii-V-i de uma tonalidade menor. Esse uso ser discutido mais adiante.

Lcrio com Segunda Maior

O sexto modo da escala menor meldica geralmente chamado de lcrio com segunda maior, j que na verdade o modo lcrio com um II grau elevado em meio tom. Por exemplo, o modo lcrio de F Sustenido baseado em Sol Maior e consiste de "F Sustenido, Sol, L, Si, D, R, Mi", mas a escala lcria com segunda maior de F Sustenido baseada num L Menor Meldico e consiste de "F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D, R, Mi". J que o segundo grau do modo lcrio uma nota evitada sobre um acorde m7b5, a escala lcria com segunda maior geralmente usada em seu lugar. Essa escala tambm chamada s vezes de escala meio diminuta.

Escala Alterada

O stimo modo da escala menor meldica geralmente chamado de escala diminuta de tons inteiros, porque ele combina os elementos das escalas diminuta e de tons inteiros, que so discutidas mais adiante. Outro nome para essa escala escala alterada. Para ver por qu, recorde-se da discusso introdutria sobre acordes. Os acordes so construdos pela superposio de teras. Discutimos as trades, que contm trs notas, bem como os acordes de stima, que contm quatro notas. No tom de D, o acorde G7 o acorde de stima da dominante. Ele contm uma fundamental (Sol), uma tera (Si), uma quinta (R), e uma stima (F). Se adicionarmos outra tera no topo, L, temos um acorde de nona, o G9. Se acrescentarmos uma outra tera, D, temos um acorde de dcima primeira, G11. O D o quarto grau dessa escala, e normalmente uma nota evitada. Este smbolo normalmente usado somente quando a quarta explicitamente exigida, como num acorde suspenso. Se ento adicionarmos uma outra tera, Mi, temos um acorde de dcima terceira, G13. O D normalmente omitido desse acorde. Uma outra tera nos retornaria ao Sol.

Esse acorde pode ser alterado pela elevao ou rebaixamento de notas individuais em meio tom. A fundamental, tera, e stima no so normalmente alteradas, j que so as notas que mais definem um acorde. Uma mudana em qualquer uma dessas destri a sensao de dominante do acorde. A dcima primeira elevada j foi discutida. As outras alteraes interessantes so a quinta e a nona. Para um acorde G7, isso significa uma quinta rebaixada, ou bemol (R Bemol), a quinta elevada, ou sustenida (R Sustenido), a nona rebaixada, ou bemol (L Bemol), e a nona elevada, ou sustenida (L Sustenido).

Agora, vamos retornar chamada escala alterada. Uma escala alterada de Sol pode ser construda a partir da escala L Bemol Meldica, e consiste de "Sol, L Bemol, Si Bemol/L Sustenido, D Bemol/Si, R Bemol, Mi Bemol/R Sustenido, F". Em primeiro lugar, observe que essa escala contm Sol, Si, e F, a fundamental, tera e stima do acorde G7. As notas restantes, L Bemol, Si Bemol, R Bemol e Mi Bemol, so respectivamente a nona bemol, a nona sustenida, a quinta bemol e a quinta sustenida. Em outras palavras, todas as possveis alteraes num acorde de nona esto includas nessa escala. O acorde implcito nessa escala em geral notado simplesmente como G7alt, embora a notao G7#9#5 tambm seja usada, como tambm a G7#9. Os smbolos b9 e b5 no so normalmente usados nesse contexto, a despeito de estarem presentes na escala, por que eles implicam a escala diminuta, que discutida mais adiante.

O som da escala alterada e o acorde que ela implica so muito mais complexos do que qualquer outra escala/acorde de stima da dominante apresentado at aqui, e um dos sons mais importantes do jazz ps-bop. Talvez seja bom voc investir mais tempo nessa escala para se acostumar a ela. Tente ir ao piano e tocar a fundamental, tera, e stima com a mo esquerda, enquanto toca a escala alterada, e linhas meldicas baseadas nela, com a direita. Voc pode utilizar essa escala mesmo quando o acorde parea ser um acorde de stima da dominante comum, mas deve faz-lo com cautela num ambiente de grupo, porque outros integrantes da banda podem estar tocando sons do modo mixoldio ou ldio dominante, e sua escala alterada vai soar dissonante em relao a eles. Isso no necessariamente errado, mas voc deve estar consciente do efeito produzido.

Harmonia da Escala Menor Meldica

Na teoria clssica, h trs tipos de escala menor. A escala menor que j discutimos, o modo elio, tambm chamada de escala menor natural ou pura. As duas outras escalas menores foram derivadas dela para oferecer possibilidades harmnicas e meldicas mais interessantes. Se voc construir uma progresso ii-V-I numa escala menor, vai descobrir que o acorde de stima construdo sobre a tnica um acorde de stima menor, e o acorde de stima construdo sobre o segundo grau um acorde de stima meio diminuto. Por exemplo, Am7 e Bm7b5 na escala L Menor. O acorde construdo sobre o quinto grau dessa escala um acorde menor, por exemplo Em7 em L Menor. A resoluo de Em7 em Am7 no to forte quanto a de E7 em Am7. Alm disso, o Am7 no soa como uma tnica; ele soa como se precisasse resolver num acorde de R Maior. Ao elevar o stimo grau da escala menor em meio tom (isto , elevar o Sol de L Menor para Sol Sustenido), esses problemas so resolvidos. O acorde construdo no quinto grau agora um E7, e o acorde de stima construdo sobre a tnica uma trade de L Menor com uma stima maior, geralmente notado Am-maj7. Isso cria um ii-V-i muito mais forte. A escala resultante, "L, Si, D, R, Mi, F, Sol Sustenido", chamada de menor harmnica, porque se entende que ela gera harmonias mais interessantes que a escala menor natural.

O stimo grau de uma escala maior s vezes chamado de nota sensvel, j que est somente meio tom abaixo da tnica e encaminha muito bem a ela melodicamente. O stimo grau da escala menor natural, por sua vez, est um grau inteiro abaixo da tnica e no encaminha to bem para ela. Embora a escala menor harmnica contenha uma nota sensvel, se voc tocar essa escala, notar que o intervalo entre o sexto e o stimo graus (o F e o Sol Sustenido na escala L Menor Harmnica) estranho melodicamente. Esse intervalo chamado de segunda aumentada. Embora ele soe exatamente como uma tera menor, no h tons na escala entre as duas notas. Esse intervalo considerado dissonante na harmonia clssica. Para consertar a situao, a sexta pode ser elevada meio tom tambm (de F para F Sustenido) para gerar a menor meldica. Na teoria clssica, essa escala geralmente usada somente de modo ascendente. Quando descendente, j que o Sol Sustenido no usado para encaminhar para a tnica L, a menor natural geralmente usada em seu lugar. A harmonia de jazz normalmente no distingue esses casos, contudo. A escala menor meldica ("L, Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido") usada tanto no sentido ascendente quanto no descendente.

Tanto a menor harmnica quanto a meldica delineiam um acorde m-maj7 no primeiro grau, por exemplo um Am-maj7 ("L, D, Mi, Sl Sustenido") em L Menor. Tanto a escala menor harmnica quanto a menor meldica podem ser usadas sobre este acorde. A menor meldica tambm usada sobre acordes marcados simplesmente m6, embora, como foi observado antes, esse smbolo possa tambm implicar o modo drico. Vrios dos modos da escala menor meldica geram harmonias particularmente interessantes e so tocados com freqncia no jazz. Essas escalas no so normalmente descritas na teoria clssica, por isso os nomes delas so menos padronizados que os modos da escala maior.

Frgio com Sexta Maior

No existe um termo nico para o segundo modo da escala menor meldica. O segundo modo da menor meldica de L "Si, D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L". Esta escala similar ao modo frgio, exceto que tem uma sexta maior. Por esse motivo, ela pode ser chamada de modo frgio com sexta maior, embora esse nome no seja de modo algum padronizado. Ele usado com mais freqncia como um substituto para o modo frgio.

Ldio Aumentado

O terceiro modo da escala menor meldica conhecido como um modo ldio aumentado. Numa menor meldica de L, uma escala ldia aumentada construda sobre o D e consiste de "D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si". Essa escala contm um acorde aumentado com stima maior, "D, Mi, Sol Sustenido, Si". No existe um smbolo padro para este acorde, mas se utiliza Cmaj7#5 ocasionalmente, como tambm Cmaj7-aug ou Cmaj7+. Quando esse acorde pedido, a escala ldia aumentada uma escolha apropriada. O acorde maj7#5 usado principalmente como um substituto para um acorde normal de stima maior.

Ldio Dominante

O quarto modo da escala menor meldica geralmente chamado de ldio dominante, ou ldio com stima bemol (ldio b7). Se voc mont-lo, ver por qu. Numa escala menor meldica em L, uma escala ldia dominante feita a partir do R e consiste de "R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D". Esta escala lembra a escala R Maior, "R, Mi, F Sustenido, Sol, L, Si, D Sustenido", mas com duas alteraes: a quarta aumentada, caracterstica do modo ldio, e a stima menor, caracterstica do modo mixoldio. O modo mixoldio foi descrito como uma possvel escolha de escala para uso sobre um acorde de stima da dominante, mas o quarto grau era uma nota a se evitar. A escala ldia dominante no contm esta nota a evitar. Do mesmo modo que com a escala ldia e a quarta aumentada sobre um acorde de stima maior, a escala ldia dominante pode soar incomum a princpio, mas geralmente mais interessante do que o modo mixoldio quando tocada sobre uma stima da dominante.

Este som especfico, a quarta aumentada sobre um acorde de stima da dominante, era muito usado na era do bebop, e fez os primeiros msicos do bebop receber muitas crticas pelo uso desses sons no-tradicionais. Esse som foi tambm a gnesis da composio "Raise Four", de Thelonious Monk, que apresenta com destaque a quarta aumentada na melodia. O uso dessa escala geralmente indicado explicitamente pelo smbolo D7#11. Msicos do bebop geralmente chamavam essa nota de uma quinta bemol, grafando o smbolo do acorde como D7b5, embora isso normalmente implique a escala diminuta, que discutida mais adiante.

Quinto Modo

O quinto modo da escala menor meldica no tem um nome estabelecido, e normalmente s usado sobre um acorde do V grau numa progresso ii-V-i de uma tonalidade menor. Esse uso ser discutido mais adiante.

Lcrio com Segunda Maior

O sexto modo da escala menor meldica geralmente chamado de lcrio com segunda maior, j que na verdade o modo lcrio com um II grau elevado em meio tom. Por exemplo, o modo lcrio de F Sustenido baseado em Sol Maior e consiste de "F Sustenido, Sol, L, Si, D, R, Mi", mas a escala lcria com segunda maior de F Sustenido baseada num L Menor Meldico e consiste de "F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si, D, R, Mi". J que o segundo grau do modo lcrio uma nota evitada sobre um acorde m7b5, a escala lcria com segunda maior geralmente usada em seu lugar. Essa escala tambm chamada s vezes de escala meio diminuta.

Escala Alterada

O stimo modo da escala menor meldica geralmente chamado de escala diminuta de tons inteiros, porque ele combina os elementos das escalas diminuta e de tons inteiros, que so discutidas mais adiante. Outro nome para essa escala escala alterada. Para ver por qu, recorde-se da discusso introdutria sobre acordes. Os acordes so construdos pela superposio de teras. Discutimos as trades, que contm trs notas, bem como os acordes de stima, que contm quatro notas. No tom de D, o acorde G7 o acorde de stima da dominante. Ele contm uma fundamental (Sol), uma tera (Si), uma quinta (R), e uma stima (F). Se adicionarmos outra tera no topo, L, temos um acorde de nona, o G9. Se acrescentarmos uma outra tera, D, temos um acorde de dcima primeira, G11. O D o quarto grau dessa escala, e normalmente uma nota evitada. Este smbolo normalmente usado somente quando a quarta explicitamente exigida, como num acorde suspenso. Se ento adicionarmos uma outra tera, Mi, temos um acorde de dcima terceira, G13. O D normalmente omitido desse acorde. Uma outra tera nos retornaria ao Sol.

Esse acorde pode ser alterado pela elevao ou rebaixamento de notas individuais em meio tom. A fundamental, tera, e stima no so normalmente alteradas, j que so as notas que mais definem um acorde. Uma mudana em qualquer uma dessas destri a sensao de dominante do acorde. A dcima primeira elevada j foi discutida. As outras alteraes interessantes so a quinta e a nona. Para um acorde G7, isso significa uma quinta rebaixada, ou bemol (R Bemol), a quinta elevada, ou sustenida (R Sustenido), a nona rebaixada, ou bemol (L Bemol), e a nona elevada, ou sustenida (L Sustenido).

Agora, vamos retornar chamada escala alterada. Uma escala alterada de Sol pode ser construda a partir da escala L Bemol Meldica, e consiste de "Sol, L Bemol, Si Bemol/L Sustenido, D Bemol/Si, R Bemol, Mi Bemol/R Sustenido, F". Em primeiro lugar, observe que essa escala contm Sol, Si, e F, a fundamental, tera e stima do acorde G7. As notas restantes, L Bemol, Si Bemol, R Bemol e Mi Bemol, so respectivamente a nona bemol, a nona sustenida, a quinta bemol e a quinta sustenida. Em outras palavras, todas as possveis alteraes num acorde de nona esto includas nessa escala. O acorde implcito nessa escala em geral notado simplesmente como G7alt, embora a notao G7#9#5 tambm seja usada, como tambm a G7#9. Os smbolos b9 e b5 no so normalmente usados nesse contexto, a despeito de estarem presentes na escala, por que eles implicam a escala diminuta, que discutida mais adiante.

O som da escala alterada e o acorde que ela implica so muito mais complexos do que qualquer outra escala/acorde de stima da dominante apresentado at aqui, e um dos sons mais importantes do jazz ps-bop. Talvez seja bom voc investir mais tempo nessa escala para se acostumar a ela. Tente ir ao piano e tocar a fundamental, tera, e stima com a mo esquerda, enquanto toca a escala alterada, e linhas meldicas baseadas nela, com a direita. Voc pode utilizar essa escala mesmo quando o acorde parea ser um acorde de stima da dominante comum, mas deve faz-lo com cautela num ambiente de grupo, porque outros integrantes da banda podem estar tocando sons do modo mixoldio ou ldio dominante, e sua escala alterada vai soar dissonante em relao a eles. Isso no necessariamente errado, mas voc deve estar consciente do efeito produzido.

Escalas Pentatnicas

H um grupo de escalas de cinco notas conhecidas coletivamente como escalas pentatnicas. Os intervalos numa escala pentatnica tradicional so normalmente limitados a tons inteiros e teras menores. Muitos msicos usam essas escalas relativamente simples com bom resultado, entre eles McCoy Tyner e Woody Shaw. As duas escalas pentatnicas bsicas so a escala pentatnica maior e a escala pentatnica menor. Uma escala pentatnica maior em D contm "D, R, Mi, Sol, L", e uma escala pentatnica menor em D contm "D, Mi Bemol, F, Sol, Si Bemol". Observe que a escala pentatnica menor em D na verdade o quinto modo de uma escala pentatnica maior em Mi Bemol. Outros modos das escalas pentatnicas tambm so usados, como por exemplo "D, R, F, Sol, Si Bemol", que o segundo modo da escala pentatnica maior em Si Bemol. Essa escala pode ser chamada de escala pentatnica suspensa, embora essa terminologia no seja de modo algum universal.

Como seus nomes implicam, as escalas pentatnicas maior, menor e suspensa podem ser usadas sobre acordes maiores, menores e suspensos respectivamente. Por exemplo, a escala pentatnica maior em D pode ser usada sobre Cmaj7. Esse acorde s vezes grafado C6 para deixar mais enfatizado que a escala pentatnica maior deve ser usada. A escala pentatnica menor em D pode ser usada sobre Cm7. A escala pentatnica suspensa em D pode ser usada sobre um acorde C7sus.

Outras escalas de cinco notas tambm so usadas ocasionalmente. Por exemplo, a escala "Mi, F, L, Si, R" a tradicional "escala in sen" japonesa. Ela pode ser usada como uma substituta para o modo frgio em Mi (observe que ela de fato define o acorde Mi Frgio) para acrescer um sabor oriental msica. Entre as variaes teis dessa escala esto o segundo modo, "F, L, Si, R, Mi", que pode ser usado sobre um acorde Fmaj7#11; o quarto modo, "Si, R, Mi, F, L", que pode ser usado sobre um acorde Bm7b5; e o quinto modo, "R, Mi, F, L, Si", que pode ser usado sobre um acorde Dm6.

Como h relativamente poucas notas numa escala pentatnica, uma nica escala pentatnica pode geralmente ser usada sobre vrios diferentes acordes sem nenhuma nota a se evitar realmente. Por exemplo, a escala pentatnica maior em D, "D, R, Mi, Sol, L", pode ser usada sobre Cmaj7, C7, D7sus, Dm7, Em7b6, Fmaj7, G7sus, Gm7, ou Am7.

Escalas Simtricas

Quando um modo de uma dada escala produz o mesmo tipo de escala que a original, essa escala dita simtrica. Vrias escalas importantes usadas por msicos de jazz so simtricas. Por exemplo, a escala cromtica simtrica, j que cada modo individual dela uma outra escala cromtica. Nesse caso, h na verdade somente uma escala cromtica nica; todas as outras so somente modos dela. Em geral, se N modos de uma dada escala produzem o mesmo tipo de escala (inclusive o primeiro modo, a prpria escala original), ento h somente 12/N escalas diferentes desse tipo.

Uma coisa a se observar nas escalas discutidas nesta seo que elas parecem se prestar a tocar padres meldicos, e s vezes difcil conseguir no soar clich quando se usa essas escalas. Quando se tem vrios compassos de um dado acorde, uma tcnica comum tocar uma figura breve na escala a ele associada e repeti-la transposta a vrias posies diferentes. Por exemplo, um possvel padro em D Maior seria "D, R, Mi, Sol". Esse padro pode ser repetido vrias vezes com o incio em diferentes posies, talvez como "R, Mi, F, L" ou "Mi, F, Sol, Si". Por alguma razo, muitas das escalas apresentadas abaixo convidam a esse tipo de abordagem, e fcil terminar com uns poucos clichs que voc acaba usando todas as vezes que confrontado por essas escalas. Sempre fique atento a isso. Voc no deve se sentir como se uma escala estivesse ditando o que voc pode ou deve tocar.

Escala de Tons Inteiros

Uma escala particularmente fcil a escala de tons inteiros, assim chamada porque todos os graus da escala so intervalos de um tom. Uma escala de tons inteiros em D consiste de "D, R, Mi, F Sustenido, Sol Sustenido, Si Bemol". Ela tem somente seis notas, e todos os seus modos (inclusive o modo original) formam escalas de tons inteiros. H assim somente 12/6 ou 2 escalas de tons inteiros. A outra "R Bemol, Mi Bemol, F, Sol, L Si".

Como o primeiro, o terceiro e o quinto graus dessa escala formam uma trade aumentada, essa escala pode ser tocada sobre acordes aumentados. Essa escala tambm contm a nota que seria a stima num acorde de stima da dominante (ou seja, Si Bemol num acorde C7). O acorde implcito nessa escala notado como C7aug, Caug, C7+, C+, ou C7#5.

Escalas Diminutas

Uma outra escala simtrica a escala diminuta. Essa escala tambm chamada de escala tom-semitom, ou escala semitom-tom, porque ela construda pela alternao de intervalos de tons e semitons. Uma escala tom-semitom (vamos abrevi-la TS) em D consiste de "D, R, R Sustenido, F, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si"; uma escala semitom-tom (abreviada ST) consiste de "D, R Bemol, Mi Bemol, Mi, F Sustenido, Sol, L, Si Bemol". Essas escalas contm oito notas cada. Observe que, alm da escala original, os modos que se iniciam na tera, quinta, e stima seja de uma escala TS ou de uma ST (alm do primeiro modo) formam outra escala TS ou ST, por isso h somente 12/4 ou 3 escalas diminutas diferentes de cada tipo. Alm disso, observe que a escala diminuta TS exatamente o segundo modo da escala diminuta ST, por isso, na verdade, h somente trs escalas diminutas distintas no total. As verses TS e ST dessa escala so, entretanto, usadas em situaes diferentes.

A escala diminuta ST delineia um acorde de stima da dominante com uma nona e quinta bemol. Por exemplo, C7b9b5 "D, Mi, Sol Bemol, Si Bemol, R Bemol", e essas notas, bem como a sexta, a quinta natural e a nona elevada, esto todas presentes na escala diminuta ST de D. A escala ST por isso uma boa escolha para se usar sobre acordes de stima da dominante b9b5. John Coltrane usou muito essa sonoridade.

Essa escala muito similar escala alterada, que, se voc recorda, tambm chamada de escala diminuta de tons inteiros. A escala alterada em D contm as primeiro cinco notas da escala diminuta ST de D e as quatro ltimas (superpondo o Mi e o F Sustenido) da escala de tons inteiros de D. J que ambas as escalas contm quintas rebaixadas e nonas rebaixadas e elevadas, elas so s vezes usadas indistintamente sobre acordes de stima da dominante. Tente ir para o piano e praticar essas duas escalas com sua mo direita, sobre a fundamental, tera e stima na esquerda. Elas soam muito similares. Muitos fakebooks so inconsistentes no uso dos smbolos alt, #9, b9, b5, #9#5, e b9b5. A lio aqui que voc vai ter que contar com seus ouvidos e com o bom senso para se guiar no uso dessas duas escalas.

A escala diminuta TS delineia um acorde de stima diminuta e por isso usado sobre acordes diminutos. Por exemplo, a escala diminuta TS de D (D, R, R Sustenido, F, F Sustenido, Sol Sustenido, L, Si) pode ser tocada sobre Cdim ou Cdim7. O smbolo clssico para acordes diminutos, um pequeno crculo, tambm usado s vezes. Observe que essa escala a mesma que as escalas diminutas TS de R Sustenido, F Sustenido, e L, e na verdade Cdim7, D#dim7, F#dim7, e Adim7 so todas inverses do mesmo acorde. Eles podem ser usados indistintamente.

Mais importante ainda que essa escala tambm o mesmo que as escalas diminutas ST em R, F, Sol Sustenido, e Si. Essas escalas so associadas com seus respectivos acordes dominantes com nona bemol e quinta bemol (b9b5). Os acordes diminutos D, Mi Bemol, F Sustenido e L so por isso geralmente usados como substituies de acordes para os respectivos acordes de stima da dominante, e vice-versa. Na maioria dos lugares onde voc v um acorde diminuto, pode substitu-lo por um dos respectivos acordes de stima da dominante. Uma progresso particularmente comum | Cmaj7 | C#dim | Dm7 |. O acorde C#dim aqui implica a escala diminuta TS de D Sustenido, que o mesmo que as escalas diminutas ST de D, Mi Bemol, F Sustenido, e L. Nesse caso, o acorde A7b9b5 pode ser usado no lugar do acorde C#dim. No apenas os acordes A7b9b5 e C#dim compartilham a mesma escala, mas o acorde de L com Stima da Dominante tambm resolve bem no acorde de R Menor. Quaisquer escalas associadas com acordes de L com Stima da Dominante, como o L Mixoldio, L Ldio Dominante, L Alterado, ou L Blues, podem ser assim tocadas sobre um acorde C#dim nesse contexto.

A Escala de Bluese Outras Escalas Derivadas

As escalas nesta seo so principalmente derivadas de progresses de acordes, em vez de acordes especficos. Na maioria das vezes, elas podem ser usadas como pontes entre acordes, o que permite que voc toque a mesma escala, ou escalas muito aproximadas, sobre dois ou mais acordes diferentes. Isso s vezes chamado de generalizao harmnica.

A Escala de Blues

A escala de blues geralmente a primeira escala, depois da escala maior, ensinada a iniciantes na improvisao, e em muitos casos a nica outra escala que aprendem. Essa escala supostamente tem suas razes na msica afro-americana com surgimento na poca da escravido, mas as origens exatas de sua encarnao moderna so desconhecidas. A escala de blues em D consiste de "D, Mi Bemol, F, F Sustenido, Sol, Si Bemol". O segundo grau dessa escala, que a tera bemol da escala menor, chamada de "blue note". Na msica vocal, ela geralmente cantada em alguma parte entre um Mi Bemol e um Mi. Na msica instrumental, vrias tcnicas so empregadas para se alcanar o mesmo efeito, tais como esticar a corda enquanto se toca um Mi Bemol em instrumentos de corda, tocar mais baixo um Mi num instrumento de sopro, ou tocar Mi Bemol e Mi simultaneamente num instrumento de teclado. A stima e a quinta bemis tambm so s vezes chamadas de blue notes, e nem sempre so cantadas ou tocadas exatamente na altura grafada. Variaes da escala de blues que incluem uma tera, quinta ou stima naturais tambm podem ser usadas. Alm disso, observe que se uma quinta bemol for omitida, a escala resultante a escala pentatnica menor. A escala pentatnica menor pode por isso ser usada como substituta da escala de blues, e vice-versa.

A beleza da escala de blues que ela pode ser tocada sobre toda uma progresso de blues sem nenhuma nota evitada. Se voc tentar linhas meldicas baseadas nessa maneira de tocar, por exemplo, uma escala de blues em D sobre um acorde C7, voc recebe um retorno positivo instantneo, j que quase tudo que voc consegue fazer soa bem. Isso infelizmente leva muitos msicos a usar demais essa escala, e a esgotar suas idias rapidamente. H somente um nmero limitado de fraseados que podem ser tocados numa escala de seis notas, e a maioria deles j foi tocada milhares de vezes a esta altura. Isso no significa dizer que voc no deva nunca usar a escala de blues; pelo contrrio, ela vitalmente importante para o jazz. Mas no v ficar to encantado com a gratificao fcil produzida por ela a ponto de praticar fraseados de blues exaustivamente, em vez de expandir seu vocabulrio harmnico.

A metfora da lngua uma boa. difcil dizer coisas interessantes com um vocabulrio limitado. Geralmente msicos como Count Basie so dados como exemplos de msicos que tiram muito de muito pouco, mas h uma diferena entre dizer poucas palavras porque voc est escolhendo elas cuidadosamente, e dizer poucas palavras porque voc no tem nada a dizer ou porque seu vocabulrio muito limitado para exprimir suas idias. Esse conselho transcende a escala de blues, claro.

No sempre necessrio variar o contedo harmnico de sua msica se voc for suficientemente criativo em outros aspectos. Uma maneira de criar um interesse maior quando estiver usando a escala de blues usar qualquer efeito especial sua disposio para variar seu som. Eles podem incluir honking (tocar uma mesma nota repetidas vezes) e screaming (tocar notas nos registros mais altos) para saxofonistas, growling para baixistas, ou o uso de clusters no piano.

Escalas Menores

A escala menor harmnica s vezes tocada sobre acordes m-maj7. Seus modos no tm nomes padronizados, e so raramente usados por msicos de jazz, exceto como pontes sobre uma progresso harmnica ii-V-i. Por exemplo, considere a progresso | Bm7b5 | E7alt | Am-maj7 |. Uma escala menor harmnica de L pode ser tocada sobre todos os trs acordes, em vez do tradicional uso das escalas Si Lcria, Mi Alterada e L Menor Meldica. Outra maneira de dizer isso que o segundo modo pode ser tocado sobre um acorde m7b5, e que o quinto modo pode ser usado sobre um acorde alterado da dominante. Mesmo quando voc no est usando a escala menor harmnica sobre uma progresso inteira, talvez seja uma boa usar o seu quinto modo sobre um acorde de V numa progresso ii-V-i em tonalidade menor. A vantagem de usar essa escala nesse exemplo que ela difere das escalas Si Lcria e L Menor Meldica por somente uma nota cada. A desvantagem que a tnica da escala uma nota evitada nesse contexto.

A escala menor meldica pode ser usada da mesma maneira; seu quinto modo pode ser usado sobre o acorde V numa progresso ii-V-i para manter algum ponto em comum entre as escalas usadas. Observe entretanto que o segundo modo da escala L Menor Meldica no uma escolha ideal sobre o acorde Bm7b5, porque essa escala tem F Sustenido em vez de F. Essa a nica diferena entre as escalas menores harmnica e meldica. A escolha em relao a se se deve usar o quinto modo das escalas menores harmnica ou meldica sobre um acorde de stima da dominante pode parcialmente depender da tonalidade da msica. Se F Sustenido estiver na armadura de tom, ento a escala menor meldica pode soar mais diatnica. Voc pode optar por essa escala se esse for o som que estiver tentando obter, ou pela menor harmnica se estiver tentando evitar soar diatnico. Por outro lado, se o F Sustenido no estiver na armadura de tom, ento a escala menor harmnica pode soar mais diatnica. Uma outra questo a considerar qual dessas escalas est mais perto da escala que voc est usando no acordes anterior e no posterior. Dependendo do som que voc estiver tentando conseguir, pode escolher a escala que tenha mais ou menos notas em comum com as escalas adjacentes.

Escalas Bebop

A escala bebop maior uma escala maior acrescida de uma quinta aumentada ou sexta menor. A escala bebop maior de D contm "D, R, Mi, F, Sol, Sol Sustenido, L, Si". Essa escala pode ser usada sobre ac