27/05/2013 o dia
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27/05/2013 00:30:00
O DIA
Rio - O grafiteiro Wellington Demuner, de 24
anos, que mora no Morro Santa Marta, em
Botafogo, e assina como Swell, tem um sonho:
viver em uma favela colorida, decorada por
grafite em todos os cantos. “Claro que só isso
não basta, precisamos de saneamento básico,
muitas casas estão em péssimas condições,
quase caindo”, reclama. Swell já possui 15
trabalhos no Santa Marta e pretende fazer
dezenas de outros: “O grafite não tem
mistério, tem que sair de casa e fazer, nossas
telas são os muros das ruas”, diz. Artistas
como Swell, além de oficinas, workshops,
mutirões e até uma exposição, demonstram a
presença cada vez mais forte dessa arte nas
comunidades cariocas.
Com entrada franca, a mostra ‘Grafitarte’, que
está no Museu da Maré até 20 de junho, é o
resultado de oficinas de grafite oferecidas aos
jovens do Complexo da Maré pelo Instituto
Vida Real. São obras produzidas por 90
alunos, entre 12 e 18 anos, com diversos
problemas sociais. “O que digo para os alunos
Arte do grafite domina as comunidadesem muros e exposições
Oficinas gratuitas podem ser encontradas no Alemão,Rocinha, Cidade de Deus, entre outros locais
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é que eles não estão nas oficinas para ter
aula de graça, e, sim para fazer uma
exposição. É uma boa oportunidade para
entrarem no mercado de trabalho, assim
acontece a transformação social”, atesta
Cristina Figueiredo, organizadora da mostra.
Outras comunidades também têm oficinas gratuitas: na Cidade de Deus e Complexo do Alemão,
são ministradas pela Cufa; na Nova Era, Vila Cruzeiro e, novamente, Alemão, são administradas
pelo AfroReggae, e, na Rocinha, coordenada pelo Instituto Wark. “Os jovens moradores não têm
acesso à arte, o grafite é a arte disponível para eles, uma forma de se expressarem”, conta o
instrutor do AfroReggae Cristiano Preas.
Já Anarkia Boladona — nome artístico de Panmela Castro — prefere dar workshops focando nas
mulheres. “Eu e a rede Nami (grupo formado apenas por grafiteiras) ensinamos a grafitar e
conversamos sobre os direitos das mulheres. Muitas delas não saem da favela, não obtêm
informações”, revela Anarkia. O projeto visitou mais de 30 comunidades, atingindo um total de
duas mil mulheres.
Um exemplo importante dessa arte é a Vila Operária, em Duque de Caxias. O lugar possui cerca
de 200 muros estilizados, pois já recebeu o mutirão MOF (Meeting of Favela) — o maior evento
voluntário de arte urbana da América Latina — sete vezes. O MOF, que reuniu 400 artistas em
2012, acontece sempre no último domingo de novembro. “Pensamos em levar o evento para
outras favelas, mas é uma tarefa complicada, necessita da aceitação dos moradores,
comerciantes...”, explica o grafiteiro Combo, idealizador do mutirão.
Swell e sua cascata no Santa Marta, e um grafitede Vhils no Morro da Providência
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Cristiano Preas (boné verde), do AfroReggae, no Alemão
Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Pioneiro do grafite em favelas, Fábio Ema é ex-membro do Comando Vermelho, e abriu oficinas
em comunidades de São Gonçalo, Fallet e Fogueteiro, Manguinhos e Mangueira, onde dava
aulas para os filhos de traficantes. “O grafite é adorado por bandidos e policiais”, diz Ema. A
próxima oficina será no morro do Salgueiro, favela que recebeu uma exposição do artista em
março deste ano. “Minha exposição é na favela, já fui convidado por galerias da Europa e dos
EUA, mas sempre recuso. A intenção da minha arte não é essa”, destaca ele, que é responsável
pela maioria dos cenários da banda O Rappa.
As comunidades cariocas atraem até artistas internacionais, como o português Alexandre Farto,
o Vhils. Ele visitou o Brasil recentemente para registrar o rosto de moradores que saíram ou que
vão sair do Morro da Providência, em virtude do processo de remoção para obras da
revitalização da Zona Portuária. “Essas intervenções são uma forma de lhes dar alguma voz”,
declara Vhils.
Oficinas gratuitas
CUFA
Cidade de Deus. Seg e qua, das 14h às 16h. Avenida Jose de Arimatéia 90. Tel.: 2443-8576.
Complexo do Alemão. Ter e qui, das 14h às 16h. Rua Benedito Cerqueira s/nº, Olaria. Tel.:
7816-3884.
AFROREGGAE
Jardim Nova Era. Sex, das 9h30 às 11h30 e das 13h às 16h. Rua Castor 86, Nova Iguaçu. Tel.:
3103-4063.
Complexo do Alemão. Qua, das 10h às 12h e das 13h30 às 15h30. Rua Joaquim de Queiroz 62,
Complexo do Alemão. Tel.: 3884-0767.
Vila Cruzeiro. Seg e qua, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Praça São Lucas 1, Vila Cruzeiro.
Tel.: 2209-0084.
INSTITUTO WARK
Rocinha. Qua e sex, das 19h40 às 20h40. Travessa Escada 101, Rocinha. Tel.: 3324-3623.
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Tags: Grafite , Comunidades
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