25 maio 2011

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25/05/2011 94 XIX

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25/05/201194XIX

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MINAS GERAIS - p. 2 - 25.05.2011

Amanda Paixão - Repórter Empresários mineiros envol-

vidos em esquemas de sonegação fiscal são alvos de uma operação re-alizada, na manhã desta quarta-fei-ra (25), pelo Ministério Público de Minas Gerais. Mandados de busca e apreensão serão cumpridos em três empresas e em duas residências durante a operação Mr. MM. Além disso, estão sendo feitas buscas ad-ministrativas, por auditores fiscais da Receita Estadual, em quatro pa-darias.

Segundo o Ministério Públi-co Estadual, um dos principais en-volvidos no esquema seria um dos proprietários da empresa MM In-formática. Ele já havia sido preso, temporariamente, por determinação da Justiça do Espírito Santos, por comandar naquele Estado o mesmo esquema criminoso de sonegação fiscal. Além disso, a empresa foi

descredenciada e as padarias que fraudavam o sistema foram devi-damente autuadas pela fiscalização capixaba.

O sistema comercializado pela quadrilha possibilitava a venda de mercadorias sem a emissão do cupom fiscal, mas permitia o con-trole contábil e de estoques, de ma-neira que o fraudador tinha pleno acesso às vendas efetuadas irregu-larmente.

Ainda segundo o MPE, estima-se que a sonegação das padarias que utilizam o esquema de adulteração é da ordem de 50% e que centenas delas participem da fraude em Mi-nas Gerais.

Além de dois promotores e um procurador de Justiça, participam da Operação Mr. MM, 27 auditores fiscais e dois técnicos da Secretaria de Estado de Fazenda e Polícia Mi-litar.

HOJE EM DIA - ON lINE - 25.05.2011

Esquema de sonegação fiscal em padarias e supermercados é investigado em MinasSegundo o Ministério Público Estadual, um dos principais envolvidos no esquema seria um dos proprietários da empresa MM Informática

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O EStADO DE Sp - p. A10 - 25.05.2011

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HOJE EM DIA - 1ª p. E p. 3 - 25.05.2011MP investiga negócio entre Codemig e Rural

Promotoria investiga negócio entre Codemig e Banco RuralTransação envolve outras duas empresas na venda de um lote de 15 mil metros quadrados em BH

A Defesa do Patrimônio Público apura su-posta irregularidade numa transação entre a Companhia de Desenvolvimento de Minas e o Banco Rural. A estatal vendeu um terreno, sem

licitação por R$ 121,5 mil. Seis meses depois, a área foi revendida por R$ 620 mil, valorização de 500%.

página 3, política

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TÂMARA TEIXEIRAA Faculdade de Ciências Empresariais

(Face) da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec) contratou um escritório de advocacia para defender os diretores da ins-tituição suspeitos de irregularidades.

O negócio foi visto com estranheza pelo antigo presidente da Fumec, Custódio Cruz, já que os processos são movidos pela pró-pria Fumec.

As denúncias estão sendo apuradas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e surgiram quando Cruz assumiu o contro-le da instituição - entre outubro de 2010 e o último dia 13. Cruz verificou indícios de desvios de verbas envolvendo a antiga ad-ministração - hoje de volta ao controle do grupo -, que podem ter gerado um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres da Fumec. O escritório foi contratado no valor de R$ 120 mil por ano.

“Os advogados são os mesmos que de-fendem os diretores como pessoas físicas. Isso significa que a Fumec está pagando para se defender contra ela mesma”, disse Cruz que faz parte da Faculdade de Ciências

Humanas (FCH).A contratação dos advogados aconteceu

depois de uma tomada de preços em que há suspeita de fraude. Uma das empresas, Ge-raldo Sant Anna, que aparece na demonstra-ção de tomada de preços, sequer soube do do processo de seleção. IRREGulARIDADES

Na última semana, O TEMPO publicou uma série de reportagens mostrando que o MP apura possíveis desvios de verba que teriam ocorrido nos últimos dois anos. No período, a Fumec foi presidida por Air Ra-belo.

A promotoria também vai analisar a de-núncia de que a Face contratou por R$ 29 mil uma empresa de promoção de eventos, Líder Prestação de Serviços, para prestar as-sessoria jurídica a faculdade.

A empresa, no entanto, não pode ofere-cer esse tipo de trabalho, pois não tem ins-crição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nem os seus sócios são advogados. Onde funcionaria a empresa, em Rio Aci-ma, na região metropolitana, está uma casa abandonada.

O tEMpO - p. 25 - 25.05.2011Contradição.Escritório vai recorrer de processos movidos

pela própria instituição contra osmembros do grupo

Fumec contrata advogados para defender diretoria

FOTO: CHARLES SILVA DUARTE - 17.5.2011

Ministério Público investiga susposto desvio de verba na faculdade

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ZONA DA MAtA

Polêmica em antena em prédio tombadoHOJE EM DIA - p. 21 - 25.05.2011

Promotoria leva atendimento às ruasMontes-clarenses podem tirar suas dúvidas jurídicas até as 17 horas de hoje

HOJE EM DIA - p. 20 - 25.05.2011

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Leonardo Augusto Enquanto a oposição e a base do governador Antonio Anas-

tasia (PSDB) na Assembleia Legislativa teimam em não entrar em acordo para votação da pauta do plenário, cerca de 30 projetos de lei já passaram pelas comissões, mas não foram incluídos na ordem do dia. Os deputados alinhados ao Palácio da Liberdade não abrem mão de votar indicações para o comando de autarquias e fundações do estado. Ao mesmo tempo, a oposição argumenta que os postos já estão ocupados – o que, alega, seria ilegal – e que só apreciará os nomes depois de posicionamento do Ministério Público.

Segundo o líder do bloco de apoio a Anastasia, Bonifácio Mourão (PSDB), nenhum projeto entrará na pauta enquanto as in-dicações não forem votadas. “Se afirmam haver ilegalidade, por-que ainda aguardam posicionamento do Ministério Público. Nós defendemos que o fato de os cargos já estarem preenchidos não fere a Constituição porque a autonomia para escolha dos nomes é do governador”, diz o parlamentar.

A definição da pauta do plenário é feita pela Mesa Diretora, mas é praxe ouvir sugestões da base e da oposição. Entre os pro-jetos que, apesar de prontos, não foram incluídos na pauta está o que torna obrigatória a apresentação da caderneta de saúde (docu-

mentos que apresentam, por exemplo, dados sobre vacinação) para inscrição de crianças em creches e escolas maternais. Outro texto altera o funcionamento da caixa beneficiente de ex-guardas civis e fiscais de trânsito de Minas Gerais.

A oposição reclamou ontem da não inclusão dos projetos na pauta. No entanto, segundo o presidente da Casa, Dinis Pinheiro (PSDB), os parlamentares contrários ao governador Anastasia par-ticiparam das reuniões que fixaram a pauta que tem, ao todo, oito indicações para cargos nas autarquias e fundações e três requeri-mentos. Uma reunião entre base e oposição estava prevista para ontem à noite, momentos antes de sessão extraordinária prevista para acontecer às 20h.

FICHA-SuJA Com o impasse, ao longo da tarde de ontem apenas um re-

querimento, enviado pelo governo do estado, foi votado. O texto pedia a retirada da pauta da indicação de Tadeu de José Mendonça para o Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (Ipem). Ex-prefeito de Três Pontas, na Região Sul de Mi-nas, Tadeu foi condenado por má gestão de recursos de convênios à frente da prefeitura, conforme mostrou reportagem do Estado de Minas publicada no dia 12. O requerimento foi aprovado por 42 votos.

EStADO DE MINAS - p. 7 - 25.05.2011

Alessandra Mello O governo de Minas Gerais pode ter de demitir mais um

ocupante do segundo escalão por causa da Lei da Ficha Limpa, aprovada pela Assembleia Legislativa em dezembro. Condena-da por improbidade administrativa, a ex-prefeita de Ouro Preto Marisa Maria Xavier Sans (PDT) foi nomeada em fevereiro para o cargo de vice-presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop). Em 2008, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou Marisa Xavier por ter feito alterações no pa-trimônio histórico de Ouro Preto sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As mu-danças foram feitas durante os preparativos para o carnaval de 2004. A cidade é patrimônio mundial da humanidade. Uma das principais atribuições da fundação que tem a ex-prefeita como uma de suas dirigentes é a preservação do patrimônio cultural de Ouro Preto.

A decisão, que confirmou a sentença de primeira instân-cia, determinou ainda a suspensão de seus direitos políticos por quatro anos. Ela também foi proibida de firmar contrato com o poder público. Procurada pela reportagem, a ex-prefeita disse que o governo já criou uma comissão para estudar todos os casos de impedimento de nomeação em função da Lei da Ficha Limpa e que a sua situação também será avaliada. “O gover-no do estado criou uma comissão para cuidar disso tudo. Todo mundo vai encaminhar sua situação e ver como fica”, informou pelo celular. Desde a entrada em vigor da lei estadual – que proíbe a nomeação de condenados por decisões colegiadas da Justiça por crime contra a administração pública, contra a vida e que tenham sido decretados inelegíveis pelos tribunais de contas do Estado e da União ou eleitorais –, três pessoas foram

exoneradas, entre elas o ex-vereador Wellington Magalhães, in-dicado para o cargo de vice-diretor geral da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg), e o ex-deputado federal Edmar Moreira, nomeado para diretor da estatal minei-ra MGI Participações, em abril. A última delas foi a de Tadeu José de Mendonça, ex-prefeito de Três Pontas (Sul de Minas) que ocupava o cargo de diretor geral do Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (Ipem-MG). DECREtO

Na tentativa de evitar novos desgastes com a nomeação de fichas-sujas para ocupar postos na estrutura do governo de Mi-nas, o governador Antonio Anastasia (PSDB) editou na quin-ta-feira um decreto de lei que define os impedimentos para a nomeação. Estabeleceu ainda um prazo de 30 dias para que to-dos os servidores e dirigentes do estado que ocupem cargos em confiança apresentem uma declaração de próprio punho ates-tando que não se enquadram nos casos citados no documento. O decreto do governador preenche um vácuo deixado pela As-sembleia Legislativa na aprovação do projeto que criou a Lei da Ficha Limpa mineira. Em seu texto, a lei mineira determina que o detalhamento dos casos de impedimento para ocupação de cargos de confiança no primeiro e no segundo escalão seja feito por meio de lei complementar, o que não aconteceu até hoje.

O decreto do governador entrou em vigor imediatamen-te. Segundo seu teor, serão considerados fichas-sujas aqueles condenados ou punidos até cinco anos antes da nomeação. As restrições impostas pelo governo de Minas podem ser somadas às previstas na legislação federal e endurecem mais ainda a lei aprovada pela Assembleia ano passado.

EStADO DE MINAS - p. 7 - 25.05.2011 Administração pública

Ficha-suja dirige fundaçãoEx-prefeita de Ouro Preto, atual vice-presidente da Faop, Marisa Maria Xavier Sans foi condenada por improbidade administrativa. Pela lei, não pode ocupar cargo no governo

Administração pública

Briga entre base e oposição trava pauta na Assembleia

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Ernesto Braga A seção mineira da Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB-MG) quer que a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) investigue a emissão pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) do certificado de registro e licenciamento de veículo (CRLV) para placas com multas não quita-das. Reportagens do Estado de Mi-nas denunciam que vans com infra-ções pendentes desde 2008, usadas no transporte clandestino de passa-geiros, estão com a documentação em dia. Perueiros criaram rotas de Belo Horizonte para o interior e, principalmente, para cidades da re-gião metropolitana, e desafiam im-punemente as regras do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). No ae-roporto de Confins, carros de luxo não credenciados para rodar como táxi, conduzidos pelos “piolhos”, oferecem preços mais baixos parar tomar a clientela das placas legali-zadas, estacionam em locais inde-vidos e abusam da velocidade na Linha Verde.

Referência da OAB-MG para assuntos de trânsito, o advogado Carlos Cateb defende a intervenção do governo estadual no Detran-MG. “A Seds e a Ouvidoria Geral do Es-tado (OGE) têm a obrigação de to-mar providências. É comum a ação de quadrilhas dentro dos órgãos de trânsito em todo o país e o problema não pode ser descartado aqui”, afir-mou. O presidente da seção mineira da Ordem, Luís Cláudio Chaves, ad-mite a possibilidade de a instituição cobrar respostas oficiais da Seds. “O objetivo da OAB é garantir que todas as pessoas tenham os mesmos direitos constitucionais. Portanto, a diligência no Detran-MG é necessá-

ria para explicar o porquê de alguns donos de veículos multados fica-rem impedidos de receber o licen-ciamento, enquanto o documento é liberado para outros que se encon-tram na mesma situação.”

O EM listou cinco placas de vans usadas no transporte remune-rado e não licenciado de passagei-ros, infração prevista no inciso oi-tavo do artigo 231 do CTB. Juntas, somam 64 multas – a perua com menor quantidade de infrações tem sete penalidades –, aplicadas nos últimos três anos. No aeroporto de Confins, apenas um Toyota Corolla, flagrado pelo EM, tem 24 multas anotadas a partir de abril do ano passado. Embora o inciso segun-do do artigo 131 do capítulo 12 do CTB considere que “O veículo so-mente será considerado licenciado estando quitados seus débitos rela-tivos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais vinculados ao automóvel, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas”, todas as placas citadas estão com o licenciamento 2010 re-gular ou já receberam o documento de 2011, que começa a ser cobrado em julho.

O ouvidor de Polícia da OGE, Paulo Alkmim, disse ter “achado estranho” o licenciamento de pla-cas com multas pendentes e afirmou que vai cobrar providências do esta-do. “Diante dos fatos, vou pedir in-formações ao chefe da Polícia Civil (delegado-geral Jairo Lellis Filho) e ao diretor do Detran-MG (delega-do Oliveira Santiago Maciel) sobre esse procedimento”. O ouvidor está viajando a trabalho, pelo interior de Minas, e volta à capital na sexta-fei-ra, quando promete entrar em con-tato com as autoridades policiais.

Ele disse que já estava fazendo le-vantamentos sobre irregularidades no departamento, como o desvio de lacres de segurança para placas, fraude denunciada com exclusivi-dade pelo EM. GOVERNO

A Superintendência de Comu-nicação do governo de Minas infor-mou que só vai se pronunciar depois das manifestações da OAB-MG e da Ouvidoria de Polícia. De acordo com o setor, prevalece a explicação dada na semana passada pela dele-gada Rafaela Gigliotti, coordena-dora da Administração de Trânsito do Detran-MG. Ela garante que não há irregularidades nos licenciamen-tos. Disse que, em algumas situa-ções, o CRLV é expedido mesmo se o veículo apresentar pendências, mediante ordem judicial, por efeito suspensivo depois do julgamento de recurso ou quando o dono do carro não é notificado pelo órgão de trân-sito que aplicou a multa. Em rela-ção às placas citadas pelo EM, ela afirma que só não há mandados da Justiça para que o documento seja liberado.

A situação mais comum, segun-do Rafaela Gigliotti, é o dono do veículo não ser notificado da infra-ção. “Há uma deliberação do Con-selho Estadual de Trânsito (Cetran) em Minas bastante ousada e muito benéfica, que garante os direitos constitucionais. Ela diz que toda penalidade que não foi regularmen-te notificada não pode ser cobrada para nenhum efeito”, disse. A Po-lícia Rodoviária Federal (PRF), a BHTrans e o Departamento de Es-tradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), órgãos que multaram a maioria dos perueiros, negam as fa-lhas de comunicação.

EStADO DE MINAS - p. 21 E 22 - 25.05.2011VEÍCulOS MultADOS

OAB quer licenciamento investigadoOrdem dos Advogados do Brasil, seção MG, pede à Secretaria de Defesa Social que

apure no Detran emissão de documento a vans de perueiros com infrações não pagas

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Ernesto Braga A facilidade com que perueiros e transportadores

clandestinos que agem no aeroporto de Confins conse-guem o licenciamento para continuar transitando com seus veículos, apesar de acumularem uma lista de multas, não é regra para todos os cidadãos. Foi o que comprovou o fotógrafo Ronaldo Guimarães, de 52 anos, que, em 23 de setembro, foi multado por excesso de velocidade quan-do saía do aeroporto internacional da Grande BH. O carro que ele dirigia, um Honda Fit com placa da capital, foi fla-grado pelo radar. O fotógrafo admite ter se esquecido de pagar a multa de R$ 85,13, que foi enviada para sua casa, a única que consta no prontuário do veículo. Por causa da pendência, o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) de 2011 não foi enviado pelo Departa-mento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).

O motorista só conseguiu o documento depois de pagar a multa, na tarde de ontem, no prédio do Detran no Bairro Gameleira, Região Oeste de BH. Se para o fo-tógrafo a regra do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que impede a liberação do CRLV de placas com multas pendentes foi cobrada com rigor, o mesmo nem sempre ocorre quando os infratores de trânsito são os clandesti-nos. O Estado de Minas identificou cinco placas de vans usadas para o transporte irregular que estão carregadas de multas, registradas desde 2008. No entanto, todas tiveram o licenciamento de 2010 ou 2011 expedido pelo departa-mento da Polícia Civil.

A van placa CVV 2487, de Contagem, tem 18 multas, que somam R$ 1.585,46. A primeira foi registrada em de-zembro de 2008, mas o CRLV de 2011 do veículo já está nas mãos do proprietário. O documento também já foi en-viado ao dono da perua placa JKH 6245, de Ribeirão das

Neves, embora ela acumule nove multas desde dezembro do ano passado. Com 13 multas registradas desde julho de 2009, a dívida da de placa DDK 8387, outra de Neves, chega a R$ 1.330,11, o que não impediu que ela fosse licenciada no ano passado, assim como a de placa JKH 5985, de Sete Lagoas, que tem 17 multas acumuladas des-de maio de 2009 e R$ 1.819,62 em multas.

Na mesma situação está a van LCE 0388, de BH. De agosto de 2009 a novembro de 2010, ela recebeu sete multas, três por transporte clandestino de passageiros. A dívida do proprietário do carro com os órgãos de trânsito chega a R$ 723,59. Mesmo assim, ele recebeu o licencia-mento do ano passado e o carro está liberado para rodar. Um dos veículos de luxo flagrados pelo Estado de Minas transportando irregularmente passageiros do aeroporto de Confins – mesmo local onde Ronaldo foi multado – até a capital, acumula 24 multas desde abril de 2010 e dívida de R$ 2.234,63. Mas o carro, um Toyota Corolla, também está com a documentação em dia.

“Sei que estou errado por não ter quitado a multa e não questiono por não ter recebido o licenciamento des-te ano. Mas a lei tem que valer para todo mundo. Não é justo proprietários de veículos carregados de penalidade estarem sendo beneficiados”, disse o fotógrafo. Referên-cia da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) para assuntos de trânsito, Carlos Cateb tam-bém condena o tratamento diferenciado dado pelo Detran-MG aos donos de carros. “É muito estranho uma pessoa não receber a documentação do veículo por causa de uma multa que não foi paga, enquanto os perueiros, que já es-tão cometendo uma infração ao exercer a atividade, estão rodando com a documentação em dia, mesmo cheios de débitos e penalidades”, critica.

Punição seletiva para infratorEnquanto perueiros que acumulam multas ao longo de anos dispõem de licenciamento

em dia emitido pelo Detran-MG, cidadão comum tem documento retido até quitar débito

EStADO DE MINAS - p. 21 E 22 - 25.05.2011

Entenda o caso Reportagem publicada pelo EM segunda-feira

denunciou a proliferação do transporte clandestino de passageiros em vans com multas pendentes, mas que tiveram o licenciamento de 2011 expedido pelo Detran-MG. O departamento da Polícia Civil negou possíveis irregularidades, afirmando que há casos em que o documento é emitido mesmo com pendências: por ordem judicial, por efeito suspensivo depois do julgamento de recurso ou quando o dono do veículo não é notificado pelos órgãos fiscalizadores.

Ontem, o EM revelou esquema de perueiros de luxo no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, conhecidos como “piolhos”. Usando veí-

culos com prontuários carregados de multas, sem o pagamento do seguro obrigatório, entre outras irre-gularidades, os clandestinos cercam passageiros na saída da sala de desembarque e oferecem serviço de táxi quase que pela metade do preço. O aliciamento é registrado pelas câmeras de segurança do aeroporto, mas transcorre sem interferências da fiscalização.

A PRF, o DER e a prefeitura da capital, por meio da BHTrans, negaram que os donos de veículos mul-tados não sejam notificados.

A OAB-MG e a Ouvidoria de Polícia afirmam que vão cobrar explicações da Secretaria de Estado de Defesa Social e da Polícia Civil sobre a emissão pelo Detran-MG de CRLV de placas com multas pen-dentes.

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Plantão em delegacia restrito a 67 municípiosNovo esquema de funcionamento vai fechar 70% das unidades

da Polícia Civil que atendem fora do expediente normal

HOJE EM DIA - 1ª p. E p. 17 - 25.05.2011

Apenas 67 cidades mineiras terão plantão em delegacias

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CONt.... HOJE EM DIA - 1ª p. E p. 17 - 25.05.2011

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Maria Clara Prates O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

instaurou procedimento disciplinar para apurar a nomeação, pelo desembargador de Minas Elpídio Donizetti – diretor da Asso-ciação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamagis) –, de sua ex-mulher, servidora do Tribunal de Justiça, para um cargo de as-sessora, em troca do pagamento da pensão alimentícia. De acordo com o procedimento, a negociata consta do termo de separação ju-dicial de Donizetti encaminhado pelo Tribu-nal de Justiça de Minas Gerais ao conselho, que solicitou vários documentos para instru-ção da representação. Em seu voto, acompa-nhado pelos demais conselheiros, Jefferson Kravchychyn determinou a imediata exone-ração da servidora de carreira do Judiciário mineiro do cargo comissionado, com salário de R$ 9,2 mil mensais.

De acordo com os documentos, o de-sembargador atirou no próprio pé ao tentar fazer sua defesa. A representação contra o magistrado foi feita pelo Sindicato dos Ser-vidores do Tribunal de Justiça, em razão da prática de nepotismo. Para afastar a acusa-ção, Donizetti informou que não estava mais casado com a servidora, portanto, não havia favorecimento de parentes. Para a compro-vação, o CNJ solicitou a documentação re-ferente à separação do casal. A surpresa veio na análise pelo CNJ no termo de acordo de separação homologado pelos dois. Nele, fica claro que o cargo comissionado entrou na barganha, já que Elpídio Donizetti fica-ria isento do pagamento de ajuda financeira enquanto a ex-mulher ocupasse o cobiçado cargo de assessor no Judiciário. COMpENSAtÓRIA

O desembargador confirmou a existên-cia da cláusula no seu acordo de separação, mas disse que foi “mal interpretado” pelo CNJ, porque ela não passava de um instru-mento compensatório. “Em momento algum formei um conluio para me apropriar de um cargo público. Como minha ex-mulher abriu mão da pensão alimentícia, me dispus a arcar com os valores caso ela perdesse o cargo comissionado”, afirma. O magistrado

frisou também que além desta, várias outras cláusulas semelhantes constavam do termo, como a compensação pelo tempo de demora na venda da casa do casal.

O desembargador confirmou também que nomeou a ex-mulher para seu gabinete, no fim do ano passado, mas não viu impe-dimento nisso, já que estavam separadas. “Minha mulher é uma pessoa altamente qualificada e seria nomeada por qualquer de-sembargador que tivesse uma vaga em razão de seu currículo. Acontece que me dispus a fazê-lo”, diz. Ele explicou ainda que, em outubro do ano passado, a ex-companheira trabalhava para um desembargador que mor-reu e, portanto, ele viu aí a oportunidade de ter uma funcionária qualificada. “Me sur-preendeu essa interpretação do CNJ do meu acordo, mas com a instauração do processo disciplinar vou ter oportunidade de provar que não agi de má-fé. Não tenho vergonha de minha vida”, conclui.

NEpOtISMO Essa não é a primeira vez que o de-

sembargador sai em defesa de parentes no serviço público. Em 2005, quando presidia a Anamagis, Donizetti propôs ação direta de inconstitucionalidade (Adin) junto ao Su-premo Tribunal Federal (STF) contra a Re-solução 7 do CNJ, que proíbe o nepotismo (emprego de parentes) no Judiciário. À épo-ca, Donizetti declarou ser contra o nepotis-mo para todos os poderes e órgãos públicos, mas que a decisão teria que partir do Poder Legislativo e não do conselho. Ele afirmou que o CNJ, ao editar a resolução, usurpou as funções do Legislativo, atentando contra o princípio federativo e contra a autonomia dos tribunais.

Segundo o magistrado, à época, o con-selho era recém-constituído e estava viven-do uma crise de identidade. A sua função, acreditava, era voltada apenas para questões administrativas e financeiras do Judiciário e não tinha competência para legislar. Até o início deste mês, Elpídio Donizetti estava em Portugal fazendo um curso de doutorado, iniciado em fevereiro. (Colaborou Alessan-dra Mello)

EStADO DE MINAS - 1ª p. E p. 5 - 25.05.2011

INVEStIGAÇÃO

Cargo em troca de pensãoEm acordo de divórcio, desembargador propõe à ex-mulher que permaneça como sua assessora, com salário de R$ 9,2 mil, para se livrar do encargo.

CNJ determina exoneração da servidora

Desembargador paga pensão com emprego para ex-mulherO diretor da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamagis) Elpídio Donizetti Nunes arranjou um

jeito inusitado de cumprir sua obrigação financeira com a ex-esposa. Em vez de tirar do próprio bolso, avançou no do contribuinte: nomeou a ex-companheira para um cargo de assessora no Tribunal de Justiça de Minas, com salário de R$ 9,2 mil. O acordo consta no termo de separação judicial do casal. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento disciplinar para apurar o caso e determinou a exoneração da servidora da função comissionada. Sobre o acordo, o desembargador disse tratar-se de um instrumento compensatório em que a ex-mulher abriu mão da pensão, mas que ele arcaria com os valores caso ela perdesse o cargo. PÁGINA 5

Flórence Couto - Repórter - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

determinou que o Tribunal de Justiça de Mi-nas Gerais (TJMG) exonere a servidora Leila Donizetti Freitas Santos Nunes. A ex-esposa do desembargador Elpídio Donizetti Nunes foi nomeada após acordo formalizado duran-te a separação judicial do casal. Desde então, ela se tornou assessora judiciária do gabinete da 18ª Câmara Cível.

Conforme a denúncia, Leila Nunes é servidora do TJMG e está à disposição da secretaria do tribunal, exercendo cargo em comissão. Ela foi indicada para o cargo pelo ex-marido e teve a confirmação da nomeação e da manutenção no cargo homologada pela juíza Adriana Rabelo, da 2ª Vara Cível de Nova Lima. A determinação foi tomada no momento da separação judicial do desembar-gador. O Ministério Público de Minas Gerais também deu parecer favorável à decisão da magistrada.

O relator do processo de controle ad-ministrativo (PCA), conselheiro Jefferson Kravchychyn, afirmou que a atitude reve-la uma violação dos princípios basilares da administração pública, com destaque para a moralidade e impessoalidade. “A atuação do desembargador, que entrelaça sua vida parti-cular com sua posição como membro do Tri-bunal de Justiça mineiro, ofende frontalmen-te a Lei Orgânica da Magistratura Nacional”, destacou o relator.

Kravchychyn ainda afirmou que, neste caso, a prática de nepotismo é irrefutável, já que a situação foi comprovada por documen-tos oficiais.

“Não há que se considerar o bom ser-viço prestado pela servidora ou fazer-lhe concessão em virtude de seu currículo ou sua formação acadêmica. A ética na direção da coisa pública suplanta qualquer argumento contrário”, destacou o conselheiro Kravchy-nhyn em seu voto. O PCA foi movido junto ao CNJ pelo Sindicato dos Servidores da Jus-tiça de Minas Gerais (Sindjus/MG) contra o Tribunal de Justiça daquele estado (TJMG).

HOJE EM DIA - p. 3 - 25.05.2011Conselho Nacional de Justiça

julga caso de nepotismo Desembargador se divorcia e indica ex-esposa

para cargo em comissão no tribunal

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Pedro Ferreira e Gabriella Pacheco

O bárbaro assassinato do empresário José Antônio Eustáquio Alves, de 55 anos, e do filho dele, Felipe Hen-rique Pessoa Alves, de 25 – desaparecidos sexta-feira e encontrados carbonizados dentro de uma Parati da fa-mília, no sábado, em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte –, foi planejado e executado pelo empre-sário João Francisco de Castro, do mesmo ramo, conhe-cido como João do Gelo, de 43. De acordo com a polícia, com ajuda de cúmplices ele tentou ainda matar um outro filho de José Antônio, Guilherme Antônio Alves, de 24, que estava preso no porta-malas do veículo, levou um tiro, mas conseguiu escapar.

José Antônio era dono de uma empresa de macro-compressores e refrigeradores, em Contagem, na Grande BH, e João do Gelo planejou os assassinatos para não pagar uma dívida de R$ 60 mil da compra de máquinas para sua fábrica de gelo, em Betim. “Ele pagaria R$ 30 mil em dinheiro e entraria na negociação uma caminho-nete F-250 no valor de R$ 45 mil. Foram pagos R$ 15 mil na porta do banco e R$ 15 mil seriam na empresa do autor. Nesse local, João do Gelo rendeu o empresário e o obrigou a assinar um recibo de pagamento. Depois, fez a vítima telefonar para os filhos e atraí-los para entregar a mercadoria, onde também foram rendidos”, contou o de-legado Jorge Melo. Segundo ele, vítima e autor já tinham feito negócios anteriormente. ARMADO

Às 6h30 de ontem, policiais civis de Mateus Leme cercaram a empresa do acusado para prendê-lo. João do Gelo estava armado com uma pistola calibre 380 e, por mais de duas horas, ameaçou se matar. A polícia acredi-tava que ele mantinha reféns a mulher e duas filhas, uma de quatro meses e outra de 19 anos, que está grávida. O suspeito pediu a presença do seu advogado e não ad-mitia se entregar. Às 11h38, quando direcionava a arma para a cabeça, foi dominado pelo delegado Wanderson Gomes da Silva, do Grupo de Combate às Organizações Criminosos da Polícia Civil e Ministério Público. João chegou a disparar um tiro que, por pouco, não atingiu o policial.

O delegado Jorge Melo, que comanda as investiga-ções, conta que as três vítimas foram levadas para Juatu-ba e José Antônio e Felipe foram mortos a tiros no banco traseiro da Parati, na madrugada de sábado. “Ele também atirou contra o porta-malas para matar Guilherme, que escapou e foi baleado”, contou. O tiro perfurou o pulmão e o fígado do rapaz.

Guilherme ficou até a tarde de sábado no meio do mato. Ele foi perseguido pelos suspeitos e pediu ajuda em sítios, sem ser socorrido. Ao retornar à BR-262, con-seguiu carona até Juatuba, onde foi atendido numa po-liclínica e avisou outro irmão do seu paradeiro e do que tinha acontecido com seu pai e o irmão.

Segundo o delegado, no momento do crime João do Gelo estava acompanhado de um comparsa, identificado como Fernando. “Pelo menos três envolvidos estão fora-gidos, com mandados de prisão expedidos”, disse.

Jorge Melo manteve em sigilo o paradeiro de Gui-lherme, para não atrapalhar as investigações. “Ele viu que o pai e o irmão tinham sido morto a tiros, que es-tavam jogando gasolina no carro, e conseguiu escapar abrindo o porta-malas com os pés. O carro foi queimado com os corpos dentro”, detalhou Jorge Melo.

Acusado assume assassinatos A operação da Polícia Civil para prender João do

Gelo começou segunda-feira à noite, quando a Justiça concedeu o mandado de prisão. Às 6h30 de ontem, po-liciais de Mateus Leme cercaram a fábrica de gelo no Bairro Jardim Teresópolis, em Betim, onde o suspeito também mora com a família. Todas as ruas de acesso foram fechadas. Ao perceber a presença dos policiais, ele se armou com uma pistola 380 – mesmo calibre da usada para os assassinatos – e ameaçou se matar, no segundo andar da casa, onde funciona o escritório da fábrica. Du-rante as negociações, o suspeito manteve contato com a família, mas não demonstrou nenhum interesse em se entregar.

Às 11h38 houve um disparo. Às 11h42, a mulher e as filhas do autor, que a polícia equivocadamente ima-ginava terem sido feitas reféns, deixaram o local. A jo-vem, grávida, estava abalada. O suspeito saiu algemado e apresentando várias queimaduras nas mãos. Segundo o delegado, Wanderson, ele se feriu ao atear fogo no carro com as vítimas.

Ontem, o preso assumiu o duplo homicídio e a ten-tativa de homicídio. “Ele confessa, mas alega que hou-ve um desentendimento comercial e que havia dívida do outro para com ele”, afirma Melo, que contesta essa versão. O acusado já havia sido detido por porte ilegal de armas.

De acordo com a polícia, o carro de Guilherme foi encontrado abandonado na Via Expressa, no Bairro Via Cristina, onde fica a empresa da família. Os corpos de João Antônio Alves e Felipe permanecem no Instituto Médico Legal (IML), aguardando exame de DNA para identificação, por terem sido carbonizados. (PF)

EStADO DE MINAS - p. 7 - 25.05.2011 plano macabro

Dívida levou a dupla execuçãoPolícia prende o acusado de assassinar empresário e filho e queimar os corpos, para fugir do pagamento de

R$ 60 mil. Cerco teve ameaça de morte e durou mais de cinco horas

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ENTENDA O CASO

(segundo a polícia) EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A

PRESS José Antônio vende R$ 75 mil em

máquinas de refrigeração para a fábrica de João Francisco

O suspeito paga R$ 15 mil em di-nheiro, restando R$ 60 mil, o que in-cluiria uma caminhonete

João do Gelo planeja matar José Antônio e os dois filhos, para não pagar o restante da dívida

Na sexta, José Antônio vai à fábri-ca receber parte do dinheiro e é rendido por João e quatro cúmplices

A vitima é obrigada a assinar um recibo de pagamento e a atrair os filhos ao local

Os filhos são rendidos e também levados na Parati da vítima para Juatu-ba. Um deles, no porta-malas.

José Antônio e Felipe são mortos a tiros na madrugada de sábado, os dois no banco traseiro

Guilherme, que não havia sido baleado, percebe quando os suspeitos jogam gasolina no carro (foto) e con-segue abrir o porta-malas com os pés. Ele leva um tiro quando fugia por um matagal

Guilherme é perseguido, consegue socorro no fim da tarde de sábado e avi-sa a família

Na manhã de ontem, policiais in-vadem a fábrica em Betim. João amea-ça se matar, é dominado e presohomem que era procurado pela polícia acom-

panhou, do lado de fora, o cerco feito pelos agentes. Duas horas depois de os policiais terem chegado, João do Gelo desceu calmamente a Rua Bragança, passando entre curiosos sem ser nota-do. Um comerciante revelou que ele esteve no bar que costumava frequentar e se despediu. “Foi bom ter sido seu vi-zinho, mas chegou a minha hora”, te-ria dito o acusado. Por volta das 9h30, chegou ao local apontando um revólver calibre 380 para a cabeça. Ele já tinha conhecimento do que o aguardava.

Durante as negociações para que largasse a arma e seguisse para a de-legacia, a filha dele permaneceu junto aos policiais em um cômodo no segun-do andar do prédio. A mulher, também protegida, levou o bebê para outro pon-to da casa.

Moradores que observavam as ne-gociações comentaram que o homem não é mineiro e que tinha um tempera-mento forte. “Conversando, ele até era gente boa, mas tinha o estopim muito curto e era ignorante”, afirmou um de-les. “Ele realmente era bem nervoso. Mas quando conversou no bar, parecia que queria mesmo morrer”, emendou uma vizinha.

Além da arma calibre 380, na casa do suspeito foi encontrada munição correspondente à mesma utilizada nos homicídios em Juatuba. A polícia vai apurar suposta ligação das familiares do suspeito. “A princípio não acredi-tamos que a mulher e a filha tenham envolvimento, mas elas também serão investigadas”, disse o delegado Jorge Melo. (GP)

O homem que era procurado pela polícia acompanhou, do lado de fora, o cerco feito pelos agentes. Duas horas de-pois de os policiais terem chegado, João do Gelo desceu cal-mamente a Rua Bragança, passando entre curiosos sem ser notado. Um comerciante revelou que ele esteve no bar que costumava frequentar e se despediu. “Foi bom ter sido seu vizinho, mas chegou a minha hora”, teria dito o acusado. Por volta das 9h30, chegou ao local apontando um revólver calibre 380 para a cabeça. Ele já tinha conhecimento do que o aguardava.

Durante as negociações para que largasse a arma e se-guisse para a delegacia, a filha dele permaneceu junto aos policiais em um cômodo no segundo andar do prédio. A mu-lher, também protegida, levou o bebê para outro ponto da

casa. Moradores que observavam as negociações comentaram

que o homem não é mineiro e que tinha um temperamento forte. “Conversando, ele até era gente boa, mas tinha o es-topim muito curto e era ignorante”, afirmou um deles. “Ele realmente era bem nervoso. Mas quando conversou no bar, parecia que queria mesmo morrer”, emendou uma vizinha.

Além da arma calibre 380, na casa do suspeito foi en-contrada munição correspondente à mesma utilizada nos ho-micídios em Juatuba. A polícia vai apurar suposta ligação das familiares do suspeito. “A princípio não acreditamos que a mulher e a filha tenham envolvimento, mas elas também serão investigadas”, disse o delegado Jorge Melo. (GP)

CONt....EStADO DE MINAS - p. 7 - 25.05.2011

Vizinhos revelam temperamento ruim

Da Redação - Lucas Prates

Os primeiros bloqueadores de celu-lares em penitenciárias de Minas Gerais começarão a ser testados entre os meses de julho e agosto, na Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), um grupo técnico estuda as melhores tecnologias a serem empregadas. A previsão é de que até o final deste ano os equipamentos já es-tejam em funcionamento no Estado. A Seds não tem definidos quantos bloque-adores nem quais penitenciárias rece-berão os equipamentos. Uma das pre-ocupações dos técnicos é encontrar um sistema de bloqueio que não interfira no sinal de telefonia no entorno das unida-des prisionais.

Nas últimas semanas, a Peniten-ciária de Segurança Máxima Nelson Hungria viveu problemas causados pelo uso de celulares pelos presos. Após uma operação pente-fino, no dia 25 de abril, presos comandaram, de dentro do presí-dio, ataques a ônibus em Belo Horizon-te e na Região Metropolitana. Um preso identificado pela Polícia Civil admitiu que os contatos foram feitos do interior da penitenciária.

HOJE EM DIA - p. 19 - 25.05.2011Bloqueador de

celular será testado na Nelson Hungria

A previsão é de que até o final deste ano os equipamentos já estejam em funcionamento no Estado.

Recentemente, a penitenciária viveu problemas causados pelo uso de

celulares pelos presos

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Clarissa Thomé / RIO A população idosa é a que mais cresce no Brasil, mas há

poucas alternativas para cuidar dessas pessoas quando co-meçam a perder a independência. A maioria das instituições brasileiras é filantrópica (65,2%). As particulares correspon-dem a 28,2% e as públicas, a apenas 6,6%.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez o primeiro censo de abrigos e asilos do País - instituições de longa permanência para idosos (Ilpi), no jargão técnico. Descobriu que só 0,5% da população com mais de 60 anos está em uma das 3.548 instituições brasileiras. Mais de dois terços dos municípios não têm abrigo para idosos.

“É má notícia. Põe sobre a família a responsabilidade de cuidar de seu idoso dependente, sem levar em conta se isso é possível”, diz a demógrafa Ana Amélia Camarano, coor-denadora de População e Cidadania da Diretoria de Estudos Sociais do Ipea.

Ela ressalta que a situação não leva em conta as mu-danças na família. Hoje, a mulher, a principal cuidadora, participa do mercado de trabalho. Além disso, múltiplos ca-samentos acabam por enfraquecer laços familiares. “Quem tem muita sogra não cuida de nenhuma.”

O estudo mostra que houve crescimento acentuado do

número de abrigos e asilos - enquanto nos anos de 1940 e 1950, aproximadamente 20 instituições eram abertas anu-almente, na primeira década dos anos 2000 esse número passou para 90. Um terço (1.047) se identifica como lares e tenta reproduzir a vida em família, diz Ana.

Ela reconhece que “nenhum país” tem como oferecer abrigo a toda a sua população idosa dependente, mas defen-de investimento dos governos no cuidado domiciliar formal. “É preciso oferecer uma rede de cuidados para a população idosa: garantir benefício monetário para o cuidador familiar, a inclusão desse cuidador no sistema de seguridade social, a oferta de centros-dia, nos quais o idoso tenha atividades.”

O governo federal tem apenas um abrigo, o Cristo Re-dentor, em Benfica, no Rio. Ali, entre os 280 residentes está Carlos Bastos, de 73 anos. Na juventude, viajou pela Europa como integrante da Força Internacional de Paz, da ONU. Foi representante comercial de fornecedoras de peças para per-furação de petróleo. Aos 61 anos, aposentou-se e foi viver no abrigo. “O idoso pobre não tem dias felizes. Onde ele está, no abrigo ou em casa, quer ser tratado com alegria, com dignidade, sentir o beijo de um neto”, afirma.DESAbRIGADOS

71% dos municípios brasileiros não têm nenhum cen-tro

O EStADO DE Sp - p. A20 - 25.05.2011

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA As mudanças nas regras dos cartões de crédito que entram

em vigor em junho ajudarão a reduzir o endividamento dos brasi-leiros nessa modalidade de crédito, segundo o Banco Central.

No próximo dia 1º, começa a valer a maior parte das medi-das anunciadas em novembro pelo governo.

Entre as principais, estão a redução no número de tarifas e a adoção de um percentual mínimo de pagamento da fatura, que será de 15%. Em dezembro, sobe para 20%.

Hoje, cada banco tem sua própria regra. Algumas institui-ções exigem o pagamento de menos de 10% da fatura e deixam o consumidor financiar o resto.

Quem paga o percentual mínimo arca com juros e encargos menores e não é considerado inadimplente.

A mudança obriga o cliente a pagar um valor maior no ven-cimento e a rolar uma dívida menor na modalidade de crédito que tem os juros mais caros do mercado bancário, cerca de 10% ao mês.

“Buscamos incentivar o uso racional do cartão e ajudar as famílias a evitar o endividamento excessivo”, disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, ao lançar cartilha sobre as mudan-ças.

O cartão foi responsável por 27% das concessões de crédito ao consumo em março. A inadimplência acima de 90 dias está em quase 25%, a mais alta entre as linhas pesquisadas pelo BC.

O governo reduziu o número de tarifas, de 80 para 5 ser-

viços: anuidade, emissão de segunda via, saque, pagamento de contas no cartão e avaliação emergencial de limite de crédito.

As novas tarifas começam a valer em 1º de junho só para os cartões emitidos a partir dessa mesma data. Para os outros cartões, a regra só vale a partir de junho de 2012.

O BC também obrigou os bancos a oferecer um cartão bá-sico, que não pode estar ligado a programas de benefícios. Deve servir apenas para pagamentos e ter anuidade menor que a dos demais cartões da mesma emissora.

O governo não mexeu na questão dos juros, que continuam sendo negociados entre bancos e consumidores.

O BC considera, no entanto, que a questão do cartão básico e das tarifas vai elevar a competição por clientes e ajudar a baixar as taxas.ENVIO

As empresas continuam proibidas de enviar cartões sem o pedido do consumidor e podem ser punidas ainda por cobranças indevidas.

Para o presidente do BC, a mudança torna a indústria de car-tões mais “racional e transparente” e reduz o risco “reputacional” dos bancos.

Tombini disse ainda que o BC adotará novas medidas, se ne-cessário, para garantir o crescimento sustentável desse segmento, sem riscos para a população e para as instituições financeiras.

A Associação das Empresas de Cartões vai colocar na inter-net uma lista das tarifas (www.abecs.org.br).

FOlHA DE Sp - p. b1 - 25.05.2011

Apenas 6,6% dos asilos do País são públicosApesar do crescimento da população idosa, Brasil oferece poucas alternativas para cuidar dessas pessoas

Nova regra de cartão evita endividamento Para o BC, adoção de percentual mínimo de pagamento de fatura, de 15%, faz consumidor rolar dívida menor.

Inadimplência entre crédito acima de 90 dias é de 25%; juros são os mais caros do mercado, cerca de 10% ao mês

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LORENNA RODRIGUES DE BRASÍLIA Correntistas com débitos no cheque especial que ul-

trapassarem um ano não pagarão mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) a partir da data do primeiro aniver-sário da dívida.

Segundo a Receita Federal, o governo quer incentivar a renegociação.Até agora, era cobrada alíquota de 3% ao ano, o que contribuía para aumentar ainda mais o saldo de-vedor.Com isso, quem ficava inadimplente por muito tem-po acabava tendo que pagar um imposto às vezes maior do que o valor devido.

A partir de hoje, quando o cliente ficar inadimplente -geralmente a partir de 90 dias sem pagamento-, o banco deixará de recolher o IOF devido.

Quando o correntista quitar a dívida, porém, deverá pagar o imposto devido desde a suspensão do recolhimen-to até o prazo de um ano.

“O objetivo principal é fazer com que essa pessoa vol-te a obter crédito”, afirma o subsecretário de Tributação da Receita, Sandro Serpa.

RENDA FIXAQuatro meses depois da isenção, o governo restituiu a

cobrança de IOF no resgate de títulos de renda fixa de cur-to prazo, como os CDBs (Certificados de Depósito Ban-cário).

De acordo com a Receita, o objetivo é tornar esse tipo de investimento menos atraente. Em janeiro, o tributo foi

zerado para retiradas em até 30 dias de todas as aplicações de renda fixa, com exceção de títulos públicos.

Agora, a cobrança volta a valer para todos os títulos, menos certificados agrícolas, debêntures, certificados de recebíveis imobiliários e letras financeiras.

Nesses casos, o governo quer manter o estímulo ao mercado secundário.

Serpa nega que a medida tenha sido tomada para cor-rigir um erro inicial com a isenção da cobrança.

CONt.... FOlHA DE Sp - p. b1 - 25.05.2011

Dívida no cheque especial terá IOF restrito Isenção valerá a partir do 1º ano do débito; governo quer incentivar a renegociação

FOlHA DE Sp - p. b3 - 25.05.2011

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FOlHA DE Sp - p. A2 - 25.05.2011

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O GlObO - p. 6 - 25.05.2011

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