24-a vida no novo império

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Quinta da Confusão – O nascimento de um império 175 Dia 7 Dois touros, dois quartéis, duas minas Época da fundação do império 7 de Janeiro de 2009 Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

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Páginas 175 a 179

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Quinta da Confusão – O nascimento de um império

175

Dia 7

Dois touros, dois quartéis,

duas minas

Época da fundação do

império

7 de Janeiro de 2009

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

1 2 3 4

5 6 7 8 9 10 11

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

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0:30 Habitantes: 350

Quatro horas após o começo das obras na Quinta da Perfeição, tudo ficou concluído. O abrigo nocturno e a nova feira, assim como o seu armazém, estavam acabados e prontos a funcionar. Importa dizer que desde que a notícia da conquista da Quinta da Perfeição chegara à capital do império vários animais tinham ido visitar a quinta. Os madeireiros eram os únicos que podiam trabalhar onde quisessem, pois podiam levar consigo todos os seus bens. Os fabricantes de instrumentos também o poderiam se levassem consigo o seu alto-forno, mas os mineiros e os agricultores, assim como os animais empregados em empresas, tinham que trabalhar sempre no mesmo sítio. De qualquer forma, nada impedia os animais com empregos fixos de irem visitar a Quinta da Perfeição e voltar, pelo que muitos fizeram isso. Quando as obras acabaram era já muito tarde, 0:30 do Dia 7, pelo que as visitas não tardaram a cessar. Muitos animais dormiram no abrigo nocturno da quinta onde estavam, outros em carruagens, e assim se passou a madrugada do Dia 7.

8:00

Após uma curta noite de sono, para quem tinha trabalhado nas obras da Quinta da Perfeição, o Dia 7 começou para o novo Império da Quinta da Confusão. A Guerra contra a Quinta da Perfeição acabara na noite anterior, e os animais bem tinham apreciado o descanso depois de batalhas bem intensas. Agora aparentemente em paz, estes podiam tratar da sua vida normal. As duas feiras do império abriram e começaram a atender clientes (a feira da Quinta da Perfeição também abria às 8:00 e encerrava às 22:00, tal como a feira da Quinta da Confusão), enquanto que os terrenos agrícolas e as minas voltaram a ter actividade. Houve, no entanto, alguns animais que decidiram andar à volta da Quinta da Perfeição para explorar os territórios em redor da quinta, até aí desconhecidos para a Quinta da Confusão. Tinham também outro motivo: o ouro e o carvão. Esses minérios tinham sido encontrados na feira da Quinta da Perfeição aquando da ocupação da quinta, e os animais da Quinta da Confusão não haviam sabido dizer o que eram. Segundo os habitantes sobreviventes da Quinta da Perfeição, o ouro tinha um grande valor comercial e o carvão dava melhores rendimentos em fogueiras do que a madeira. Esses minérios vinham de duas minas específicas, que estavam agora a ser procuradas pelos animais que abandonaram a Quinta da Perfeição para explorar os territórios à volta da quinta. A exploração era a coisa mais notável que estava a acontecer no

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começo do Dia 7, pois de resto nada havia para se destacar. A vida quotidiana prosseguia como normalmente, tanto na Quinta da Perfeição como na Quinta da Confusão. Mas havia um pormenor estranho para os animais da Quinta da Confusão: a rede das águas da Quinta da Perfeição. A quinta não tinha nenhum curso de água a atravessá-la, pelo que era um mistério a origem da água que corria pelas canalizações da quinta. A questão tinha uma solução simples: o dono da Quinta da Perfeição, como não tinha nenhum curso de água na quinta para dar de beber aos animais, construiu 5 bebedouros ligados ao Rio Douro. Quando os animais da quinta se tornaram racionais e descobriram as canalizações, ligaram-nas aos 5 bebedouros da quinta e assim conseguiram obter água para as plantações. Foi isso que os antigos habitantes da Quinta da Perfeição como país independente explicaram aos animais da nova pátria que ocupava a quinta. Explicado o motivo de haver água na Quinta da Perfeição, a vida quotidiana continuou sem mais obstáculos.

9:00

As buscas pelas minas desconhecidas da Quinta da Perfeição deram os seus primeiros resultados, pois um dos animais que partira para o exterior da quinta deparou-se com uma rampa que descia para o interior do chão e uma placa a dizer «Mina de Ouro da Quinta da Perfeição». A mina encontrava-se 1 km a norte a quinta, e tinha sinais evidentes de ter sido explorada no passado. Ainda se viam marcas das rodas de carroças e pegadas de cavalos, e além disso a mina encontrava-se tão explorada como a Mina de Ferro da Quinta da Perfeição quando fora descoberta pela Quinta da Confusão, em meados do Dia 6. O animal que descobriu a mina regressou rapidamente para a Quinta da Perfeição, e não tardou para que a mina começasse a ser explorada. Adicionava-se uma mina ao Império da Quinta da Confusão e um item ao Índice de Tecnologia do país.

Império da Quinta da Confusão Quintas (2) – Quinta da Confusão e Quinta da Perfeição

Minas de Ferro (1) – Quinta da Perfeição Minas de Ouro (1) – Quinta da Perfeição

Área: 1 km2

Índice de Tecnologia:

Militar -5 (escudo de ferro, espada de ferro, cinto de ferro, bainha de couro, bicicleta de guerra) Transportes-6 (Aéreos-0)

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(Marítimos -2) (barco a remos de Modelo 1 e de Modelo 2) (Terrestres-4) (carroça de 2 rodas, carroça de 4 rodas, carruagem, bicicleta) Civil -19 (arado, foice, madeira, caixa de madeira, ferro, pregos, balde, escada, botijas de ar, machado, banheira, canalizações, corda, argola de couro, vidro, janela, tapete rolante, engrenagens, ouro) Construções-6 (estufas, abrigo nocturno, Casa da Moeda, feira, altos-fornos, indústria)

O ouro não tinha nenhuma aplicação prática na Quinta da Confusão, senão como reserva de valor para as feiras. Por isso mesmo o metal não teve muito sucesso no império, mas isso não preocupava as empresas. Ambas eram prósperas, o fraco sucesso do ouro não era preocupante. O carvão, pelo contrário, parecia ser um minério de maior sucesso por causa dos seus elevados rendimentos caloríficos, e a feira da Quinta da Perfeição estava a ficar sem as suas reservas desse minério. Encontrar a Mina de Carvão da Quinta da Perfeição seria bastante bom, mas a mina por enquanto permanecia oculta algures nos campos transmontanos.

Após algumas queixas de animais que viajavam entre a Quinta da Perfeição e a Quinta da Confusão, os cientistas decidiram achar uma forma de melhorar o caminho entre as duas quintas. Com efeito, andar a corta-mato não era de todo a melhor forma de viajar: as árvores e respectivas raízes, as rochas e os altos e baixos constantes tornavam o caminho entre as duas quintas do império mais demorado do que um simples caminho liso, sobretudo para quem viajava de carroça. Quem viajava de carruagem não sentia tanto as irregularidades do caminho devido à suspensão dos veículos, mas era consenso entre os cientistas da Quinta da Confusão de que uma estrada a ligar as duas quintas do império seria uma obra bastante útil. Mas como iriam fazer tal coisa, se o país nunca tinha feito nada semelhante no passado? Enquanto trabalhavam, os cientistas foram conversar uns com os outros acerca do assunto. Haveria de se arranjar alguma forma de se fazer a estrada que o império tanto queria, nem que se levassem 12 horas de debate para se chegar a um consenso.

10:00 Habitantes: 375

Um cientista que não participava nos debates acerca da maneira de se fazer estradas decidiu arranjar alguma forma de os animais poderem escrever facilmente, sem ser com recurso a tábuas de madeira e machados ou outros instrumentos pontiagudos. Assim, tentando obter o mesmo suporte de escrita que os donos tinham, arranjou peles de animais, raspou-as para tirar os pêlos e esticou-as prendendo-as a molduras de madeira com

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ganchos feita pelo animal. Quando as peles ficaram esticadas e lisas, o cientista foi a casa dos donos ver qual era o tamanho do papel que usavam. Quando obteve as medidas, cortou as peles de forma a ter vários pedaços do tamanho de folhas A4. O animal tinha criado o pergaminho, mas deu o nome de papel de couro à sua invenção.

Índice de Tecnologia:

Militar -5 (escudo de ferro, espada de ferro, cinto de ferro, bainha de couro, bicicleta de guerra) Transportes-6 (Aéreos-0) (Marítimos -2) (barco a remos de Modelo 1 e de Modelo 2) (Terrestres-4) (carroça de 2 rodas, carroça de 4 rodas, carruagem, bicicleta) Civil -20 (arado, foice, madeira, caixa de madeira, ferro, pregos, balde, escada, botijas de ar, machado, banheira, canalizações, corda, argola de couro, vidro, janela, tapete rolante, engrenagens, ouro, papel de couro) Construções-6 (estufas, abrigo nocturno, Casa da Moeda, feira, altos-fornos, indústria)

Faltava, no entanto, um pormenor: o modo de escrita. O papel de couro era demasiado fino para ser riscado com instrumentos pontiagudos, pelo que era necessário haver uma tinta para se escrever. Não tardou para que o cientista arranjasse a tinta: simplesmente pegava-se numa uva e espremia-se o fruto junto ao papel. À medida que o sumo ia escorrendo era possível escrever-se sem danificar a folha, e quando a uva ficasse sem sumo bastava arranjar outra e prosseguir a escrita. Dessa forma, o papel de couro teve grande sucesso na feira da Quinta da Confusão e depois na da Quinta da Perfeição, quando lá chegou. A escrita, que na Quinta da Confusão até aí se resumia a registos de contabilidade das empresas e projectos de construções por ser pouco prática, rapidamente se começou a vulgarizar no império. Não tardou para que se vissem animais na posse de uvas e folhas de papel de couro a escrever aquilo que quisessem. Todavia, a escrita com as uvas não era prática, e isso retardava a vulgarização da escrita no Império da Quinta da Confusão. Esse processo teria fim apenas no Dia 8, com a criação de métodos de escrita mais práticos.

Os animais do norte da Quinta da Confusão, a partir do sítio onde estavam, eram sempre os primeiros da quinta a ver a chegada dos donos ou dos funcionários. Muitas das vezes a sua chegada trazia problemas para os animais, pelo que eram os que estavam no norte da quinta a dar o alarme. Mesmo quando os animais eram irracionais, estes viam os camiões e as carrinhas dos funcionários e fugiam, o que alertava os companheiros para