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Em junho de 2010, o Ministério Público de Uberaba celebrou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o proprietário da empresa Guerra Terra Comércio e Represen-tações Ltda. Na época, ele se comprometeu a regularizar o loteamento Recanto da Terra, situado em frente da avenida Tenente Waldyr Silva, no Jardim Canadá.

Passados todos os prazos acordados, porém, a empresa não cumpriu nenhuma das cláusulas contidas no TAC, o que obrigou o promotor Carlos Alberto Valera a executá-la. A multa acordada era de R$ 1.000 por dia; como se passou quase um ano, o valor total da multa cobrada através de exe-cução está em R$ 334.682,74.

Valera lembra que todos os TACs realizados pelo Mi-nistério Público têm força de contrato e o descumprimento das cláusulas resulta em cobrança via judicial. O processo de execução de títulos foi protocolado no Fórum Melo Viana, na terça-feira (21) e distribuído por sorteio para a 5ª Vara Cível.

O caso. O loteamento Recanto da Terra foi criado há mais de dez anos. Os terrenos foram vendidos sem a infraes-trutura mínima necessária. Cansados de ficarem esquecidos, os proprietários dos lotes negociados com a empresa Guerra Terra Comércio e Representações Ltda. procuraram o Mi-nistério Público para solucionar o problema.

Um dos sócios da empresa, Rogério Freitas Guerra Ter-ra esteve no órgão ministerial e concordou em concluir to-das as obras previstas no projeto técnico no prazo de 120 dias, além de concluir todas as eventuais modificações sob responsabilidade do Codau. O mesmo deveria acontecer em 60 dias com relação ao projeto técnico da Cemig. Já o regis-tro do loteamento em cartório teve o prazo determinado em oito meses para que os documentos fossem entregues aos proprietários, ficando assim devidamente legalizados. Ou-tras exigências são o asfaltamento de toda a rua Ruth Guerra Terra, bem como meio-fio e sarjeta, que também devem ser instalados na avenida Um e rua Dois.

Além de unificar atuação do MP-MG contra o tráfico, a Coordenadoria Antidro-gas irá exigir mais eficiência dos que atu-am contra a dependência química. Com o objetivo de ampliar sua atuação no com-bate a um dos problemas que mais danos vêm causando à sociedade, o Ministério Público de Minas Gerais está preparando a instalação da Coordenadoria de Combate e Repressão ao Tráfico Ilícito de Entorpe-centes.A nova Coordenadoria terá entre suas principais atribuições unificar o traba-lho das Promotorias de Tóxicos e fiscalizar as entidades que trabalham na prevenção e no tratamento de dependentes químicos em todo o Estado. Sua atuação será inédita devido à articulação com os setores públi-cos e privados para reprimir a atividade criminosa e para promover a ampliação da rede de atendimento e a eficácia do trata-mento especializado ao dependente e aos seus familiares.

O procurador-geral de Justiça Al-ceu José Torres Marques, que criou a Coordenadoria Antidrogas em outubro de 2010, designou o atual coordenador da Promotoria de Tóxicos de Belo Horizon-te, Jorge Tobias de Sousa, para comandar o novo órgão.

Jorge Tobias destaca a importância de se buscar uma resposta mais rápida à sociedade. “A degradação que a sociedade vem sofrendo com o avanço do tráfico e do consumo de entorpecentes está exigindo estratégias para combater os criminosos e

ao mesmo tempo estimular e fiscalizar as políticas públicas de conscientização, de prevenção e de tratamento especializado para os dependentes”, ressaltou.

A Coordenadoria Antidrogas, que está sendo estruturada com os recursos huma-nos e materiais necessários para dar início às suas atividades, integra a estrutura do CAOCrim (Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, de Execução Penal, do Tribunal do Júri e da Auditoria Militar), coordenado pelo promotor de Justiça Joaquim Miranda.

Segundo Joaquim Miranda, a Coor-denadoria Antidrogas atuará em coope-ração permanente com outros Centros de Apoio Operacional e com as Promotorias de Justiça, visando articular e multiplicar a adoção das ações judiciais ou extrajudi-ciais do Ministério Público. “A questão das drogas é complexa e envolve também áreas como Saúde, Família, Infância e Juventude e Direitos Humanos”, enfatizou.

A Coordenadoria Antidrogas deverá ainda dar suporte aos promotores de Jus-tiça elaborando modelos de peças proces-suais; promovendo reuniões e cursos pe-riodicamente e cooperando com as Promo-torias de Justiça em inquéritos criminais, processos e outros procedimentos previs-tos legalmente para coletar informações e provas necessárias à adoção de medidas que garantam o efetivo combate ao narco-tráfico. Com informações da Assessoria de Imprensa do MP de Minas

Consultor JurídiCo – sP – ConamP – 24.06.2011

MP-MG cria Coordenadoria Antidrogas

Jornal da manhã – mG – ConamP – 24.06.2011

Não cumprimento de TAC gera multa de R$ 300 mil

mais tóxicosALMG também

discute assuntoCom o foco na prevenção e combate

às drogas, a Comissão de Direitos Huma-nos da Assembleia de Minas se reúne nes-ta semana para debater as políticas públi-cas de prevenção do uso de drogas. Foram convidados representantes do Ministério da Justiça, do Ministério do Público, da Secretaria de Estado de Saúde e da Subse-cretaria de Políticas sobre Drogas.

o temPo - P. 2 - 26.06.2011a Parte

entorpecentesMP cria nova

coordenadoriaSerá criada mais uma coordenadoria

no Ministério Público de Minas Gerais. A Coordenadoria de Combate e Repres-são ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes terá entre as principais atribuições a de unificar o trabalho das promotorias de tóxicos e fiscalizar as entidades que tra-balham na prevenção e no tratamento de dependentes químicos em todo o Estado. Segundo o Ministério Público, a atuação da nova coordenadoria será inédita devi-do à articulação com os setores públicos e privados no sentido de reprimir a ativida-de criminosa e promover a ampliação da rede de atendimento e a eficácia do tra-tamento especializado ao dependente e a seus familiares.

o temPo - P. 2 - 27.06.2011a Parte

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Ana Clara Brant A população de Belo Horizonte pede mais táxis, re-

clama da demora de até 90 minutos para ser atendida. O Ministério Público exige que a PBH faça uma licitação para esse serviço público, pois a legislação federal assim determina. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais já or-denou a realização da licitação. Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que BH tem o menor índice de táxis por número de habitantes entre as principais capi-tais, com um carro para cada 395 pessoas, enquanto no Rio de Janeiro a relação é de 1 para 198; em Porto Ale-gre, de 1 táxi para cada 359 habitantes; Salvador, 1 táxi para cada 382 pessoas e São Paulo, de 1 táxi para cada 344 habitantes. Mas, apesar das exigências, evidências e decisões judiciais, a administração municipal bate o pé e afirma que não fará licitação e não aumentará o número de táxis na cidade.

Nem a disputa da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014, eventos que terão a capital mineira como uma das sedes, faz a prefeitura mudar de ideia. Para a diretora de atendimento e infor-mação da BHTrans, Jussara Bellavinha, não há registros de aumento da demanda por corridas que justifique a am-pliação da frota. A única previsão é a publicação de um edital para a concessão de 60 placas para táxis especiais, os chamados táxis turísticos.

O projeto é uma parceria da BHTrans com a Belo-tur, empresa municipal de gestão do turismo na capital. Os taxistas selecionados serão capacitados para atender os turistas que visitam Belo Horizonte. Jussara Bellavi-nha diz que a iniciativa é de “extrema importância para a cidade, mas ainda depende de algumas questões que

já estão sendo resolvidas. Deve começar a funcionar em breve e será um serviço permanente e não só para a Copa do Mundo. Mas ainda não podemos adiantar muito nesse sentido”, disse.demorados e esCassos

Quem usa o serviço de táxi da capital entende que o número de veículos deve ser ampliado, pois as dificulda-des para usar esse tipo de transporte são crescentes. Léo Quintino, editor do portal BH Táxi, que fornece informa-ções úteis e notícias para taxistas e clientes, informa que, diariamente, recebe uma média de 100 reclamações de falta e atrasos de táxis na capital. “E não é só nas horas mais críticas, como 8h da manhã ou às 18h. Mas sábado à noite, e principalmente quando há um grande evento em Belo Horizonte. Ninguém se queixa dos taxistas, que são atenciosos e eficientes, mas está claro que a oferta de táxis é insuficiente para atender a população. Estou cansado de ouvir gente reclamando que espera até 1h30 para conseguir um”, assegura.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Taxistas do Brasil (Abratáxi ), Eduardo Caldeira, para atender a demanda da população de Belo Horizonte se-ria necessário aumentar a frota em no mínimo 30%, pois além do trânsito, o número de corridas cresceu consi-deravelmente, o que complica ainda mais a situação. “Temos a mesma quantidade de táxis em BH há muitos anos. E, nesse tempo, a população cresceu, envelheceu, já que esse é um público que consome demais o nosso serviço. Isso sem falar nas pessoas que estão deixando de dirigir por causa da lei seca e também porque não que-rem enfrentar esse trânsito complicado. Só a BHTrans não vê isso”, alega.

estado de minas – 1 ª P. e P. 25 e 27 - 26.06.2011

Cidade quer mais táxis, mas BHTrans diz nãoLevantamento mostra que BH tem o menor índice de carros por número de habitantes entre as principais

capitais. Em horários de pico, espera pelo serviço chega a 90 minutos

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NALU SAADO Procon-MG deter-

minou ontem a suspensão das vendas do site da Ri-cardo Eletro até que a em-presa preste contas da não entrega de produtos e faça outras adequações pedi-das. Entre 2010 e 2011, o órgão recebeu 111 recla-mações contra o site.

Para forçar a suspen-são, o Procon requisitou à Secretaria de Estado da Fazenda (SEF-MG) que não autorize a emissão de notas fiscais eletrôni-cas para o site. O Procon enviou ofício ao Comitê Gestor da Internet (CGI-

BR) para que a home page seja bloqueada.

A decisão resultou do processo administrativo instaurado em 20 de maio, quando foram dados dez dias úteis para as mudan-ças. A empresa não teria atendido ao órgão, nem enviado representante à audiência em 8 de junho. “Apresentaram defesa sete dias depois”, contou o pro-motor de Justiça de Defesa do Consumidor, Amauri Artimos da Matta. Ontem, o advogado da empresa reuniu-se com o promotor. Foi agendada nova audiên-cia para quarta-feira (27).

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irregularidades

Ricardo Eletro tem que tirar site do ar

Procon já pediu ao CGI-BR para que o home page seja bloqueada

FOTO: REPRODUÇÃO/INTERNET

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Gustavo Werneck Preservação da memória, fortalecimento da educa-

ção patrimonial e ampliação do acesso da população, principalmente estudantes e professores. Um acordo judicial, firmado em ação proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE), determina uma série de medidas para garantir as ruínas e a história da Fábrica Patriótica, localizada no km 559, da rodovia BR-040, em Ouro Preto, na Região Central, e de propriedade da mineradora Vale. A unidade fundada pelo alemão Wi-lhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855), que ficou mais conhecido como Barão Eschwege, comemora seu bicentenário em dezembro do ano que vem, é das mais antigas siderúrgicas do pais e a segunda de Minas – a primeira foi implantada em Morro do Pilar, em 1811, pelo Intendente Câmara –, embora pioneira ao forjar o ferro em escala industrial, exatamente em 12/12/1812.

Pelo acordo, a Vale deverá apresentar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento da Patriótica desde 1938, projeto com cronograma prevendo medidas de conservação de todo o conjunto arqueológico, que fica na Mina da Fábrica; delimitação da área; manutenção das árvores no entorno; e implantação de um sistema de monitoramento das vibrações causadas ao sítio, por meio de sismógrafo nos 12 primeiros meses.

Ainda conforme o documento, a mineradora terá que apresentar relatório de drenagem de águas pluviais nas vias do entorno do empreendimento e projeto, ela-borado por profissionais habilitados, sobre um progra-ma de educação patrimonial para empregados e visi-tantes, além de promover a visitação guiada ao sítio histórico. Para esse último aspecto, está previsto um projeto sinalização indicativa, educativa e informativa sobre o sítio. Para completar, edição de um livro com a história da Fábrica Patriótica e a biografia do Barão de Eschwege, para distribuição gratuita a órgãos públicos e a escolas e instituições de Ouro Preto, Itabirito, Con-gonhas e Belo Vale.limPeZa

Em fevereiro, o então promotor de Justiça da co-marca de Ouro Preto, Ronaldo Crawford, agora em Igarapé, e o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Mi-nas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda, ajuiza-ram ação, com pedido de liminar, a qual foi concedida em 27/2, pelo juiz Marco Antônio da Silva, para que a mineradora adotasse medidas emergenciais, como

limpeza, escoramento de partes das ruínas e retirada de entulho. O acordo judicial, por sua vez, foi firmado em 25 de maio e a Vale, via assessoria de imprensa, adianta que já executou a primeira medida, que é a delimitação georreferenciada do conjunto arqueológico da Fábrica Patriótica e aguarda retorno do Iphan sobre a área a ser efetivamente tombada como sítio arqueológico, a fim de adotar as demais ações dentro dos prazos previstos. As ruínas, conforme a empresa, receberam 812 visitan-tes em 2009 e 887 no ano passado. As visitas são guia-das e marcadas previamente.

“Foi uma decisão fantástica. O acordo preserva, protege e garante a fruição de um bem cultural que re-presenta o registro da primeira fábrica de ferro em esca-la industrial do país. A visitação antes era mais restrita e, agora, vai permitir a ampliação do público”, afirmou, ontem, o promotor Crawford.

A arqueóloga da Vale, Juliana Souza, destaca o pio-neirismo da Patriótica na produção do ferro em escala industrial e informa que o sítio reúne as ruínas da casa do administração, quatro fornos, duas forjas de ferreiro, um malho, um engenho e um muro alto feito com can-ga de minério. “O ferro produzido era para o comércio local, e não para exportação, embora se tratasse de uma unidade de vanguarda, mas eficiente do que as demais então existentes”, explica. A área escolhida para a fá-brica, que teria funcionando por cerca de 10 anos, re-sultou de um acordo entre os acionistas, entre eles os proprietários da Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale. “Aqui está muito bem preservado”, diz Juliana.morro do Pilar

Enquanto as ruínas da Patriótica se beneficiam do ares da preservação, as de Morro do Pilar, na Região Central, estão longe desse tratamento. Do empreendi-mento construído pelo desembargador Manoel Ferreira da Cãmara Bittencourt e Sá, o Intendente Câmara, por ordem de dom João VI (1767-1826) restaram apenas dois pilares, cada um medindo 3m de largura por 2,5 de altura. Na época, Morro do Pilar pertencia à Comarca do Serro Frio. O estado do marco da primeira fábrica de ferro que, segundo historiadores, seria a primeira da América do Sul, é dos piores, exigindo medidas urgen-tes das autoridades para valorizar a história e fortalecer o turismo do município integrante do Circuito da Serra do Cipó.

A vereadora Geraldina Aparecida Dias (PSL) la-menta a situação das ruínas, que ficam, conforme a pla-ca inaugural, sob uma estrutura erguida “pela prefeitura

estado de minas – P. 26 - 26.06.2011 PatrimÔnio

As duas faces da preservaçãoEnquanto acordo entre Vale e promotores garante proteção e visitação das ruínas da

Fábrica Patriótica, em Morro do Pilar abandono ameaça história da siderurgia no país

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e Companhia Vale do Rio Doce , em 1990, por determi-nação do então ministro das Minas e Energias Aurelia-no Chaves (1929-2003)”. Para Geraldina, “o governo deveria se preocupar mais com outras cidades, como Morro do Pilar, e não apenas com Ouro Preto, alvo de mais investimento para o turismo”. Ela lembra que bem cultural não tem nem tombamento municipal e só re-cebeu, há pouco mais de um ano, uma demão de tinta. “Esse lugar poderia receber mais visitantes”, acredita. De acordo com informações da prefeitura, está sendo elaborado um projeto para revitalização da área.

O homem de ferroDa Alemanha ao Brasil, via Portugal. Filho de

família aristocrática alemã, Wilhelm Ludwig von Es-chwege estudou na Universidade de Göttingen e, no início do século 19, fez os primeiros contato com a en-genharia de minas. Apesar de destinado à vida militar, a sua curiosidade intelectual o levou a adquirir formação acadêmica ecléctica, estudando direito, ciências natu-rais, arquitetura, ciência e economia política, economia florestal, mineralogia e paisagismo.

Em 1802, Eschwege parte para Portugal, onde per-manece até 1810 e ocupa o cargo de diretor de minas. Da sua experiência no país e de viagens de prospecção também nas colônias, recolheu dados geológicos e pa-leontológicos, informações sobre técnicas de minera-ção e de administração das minas. O material lhe per-mitiu iniciar a publicação de diversas obras de caráter científico e integrar uma rede intelectual abrangente.

Durante a estada em Portugal, Eschwege catalogou inúmeros aspectos da mineralogia portuguesa e publi-

cou um estudo sobre as conchas fossilizadas da região de Lisboa. De 1803 a 1809, o barão de Eschwege este-ve à frente da fábrica de artilharia em Arega, Figueiró dos Vinhos, onde se fabricavam, entre muitas outras obras em ferro, os canhões para as forças armadas por-tuguesas.

Em 1810, a convite do príncipe regente D. João VI, Eschwege vem para o Brasil com o objetivo de reani-mar a decadente mineração de ouro e trabalhar na nas-cente indústria siderúrgica. Foi também encarregado do ensino das ciências da engenharia aos futuros oficiais do exército e de continuar os trabalhos de exploração mineira e de metalurgia. No mesmo ano, foi criado por D. João VI o Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, sendo o alemão chamado para dirigi-lo e en-sinar técnicas avançadas de extração mineral. Ficou no Brasil até 1822, com a patente de tenente-coronel engenheiro, nomeado Intendente das Minas de Ouro e curador do Gabinete de Mineralogia.

Eschwege iniciou em Ouro Preto os trabalhos de construção de uma fábrica de ferro, denominada Patri-ótica, empreendimento privado, sob a forma de socie-dade por ações. No ano de 1812, em Itabira, na Região Central de Minas, com ajuda do barão, foi extraído, pela primeira vez, ferro por malho hidráulico. Em 1817, foram aprovados pelo governo os estatutos das socie-dades de mineração, que estabeleciam as bases para a fundação da primeira companhia mineradora do Brasil, sugeridas por Eschwege. Da obra escrita por Eschwege e publicada na Europa, se destacam Pluto Brasiliensis (1833), a primeira obra científica sobre a geologia bra-sileira. (GW)

Acordo com o Ministério Público vai assegurar preservação das ruínas da segunda siderúrgica implantada em Minas

EULER JÚNIOR/EM/D.A PRESS

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O principal cartão postal de Bom Sucesso, no Sul de Minas Gerais, corre o risco de desaparecer. Tomada por mato e pichações, a antiga estação ferroviá-ria está com a estrutura comprometida. Localizada na entrada da cidade, teve portas e janelas do fim do século XIX roubadas. “É um descaso com a memó-ria do município. Como é possível que a prefeitura deixe o patrimônio acabar desse jeito?”, diz a dona de casa Maria da Consolação Ribeiro, 68.

Desativado oficialmente pela Fer-rovia Centro Atlântica (FCA), o prédio da estação está em processo avançado de degradação. A Estrada de Ferro Oes-te de Minas (Efom) foi utilizada para transporte de passageiros entre Divinó-polis e Belo Horizonte até o início da década de 80. A partir daí, passou a ser rota apenas para o transporte de cargas. Até hoje, moradores contemplam a pas-sagem do trem da FCA.

O Ministério Público Estadual (MPE) entrou, no mês passado, com uma representação na Justiça pedindo que a prefeitura realizasse obras emer-

genciais para que a estação não desabe. A medida cautelar foi aceita pela juíza do município e, na semana passada, funcionários da prefeitura realizaram o lacre nas janelas e cercaram o local.

Reformas.Além da medida caute-lar, o MPE pede que o patrimônio da ci-dade seja restaurado. “Em quatro anos, a prefeitura recebeu mais de R$ 280 mil de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e não soube onde investiu”, destaca Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador da Pro-motoria Estadual de Defesa do Patrimô-nio Cultural e Turístico (CPPC).

Segundo ele, a verba destinada ao município deveria ter sido empregada na manutenção da antiga estação ferro-viária. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, ainda não existe projeto de revitalização.

A administração municipal espera a definição da Justiça sobre qual órgão será responsável pela estação e qual de-verá arcar com os custos da reforma. A prefeitura não comentou os gastos com o ICMS. (GS)

o temPo - P. 24 - 23.06.2011

Cartão postal do município, estação ferroviária está abandonada

FOTO: MATHEUS JASPER/DIVULGAÇÃO

Patrimônio

Estação ferroviária de Bom Sucesso prestes a ruir

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mais lenidão

Promotor reclama da falta de cooperação em investigações

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Cont... o temPo - P. 3 e 4 - 26.06.2011

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Alessandra Mello Dois anos depois que uma série de reportagens do Estado de

Minas denunciou a existência de esquema de fraudes envolvendo emendas do Ministério do Turismo para a realização de festas no interior do estado, a Procuradoria da República em Governador Va-ladares ofereceu a primeira acusação. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou este mês o ex-prefeito de Central de Minas Ageu Diniz de Oliveira, sua mulher, Aurora Rita Diniz, dois integrantes da comissão de licitação, funcionários da prefeitura e seis sócios-proprietários das empresas In-Marketing, Simples Cidade, Show Time Produções, Terra Produções e Aprodutora, responsáveis pela realização das festas no municípios. Todos são acusados pelo MPF de formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e fraude em li-citação. A reportagem não conseguiu contato com o ex-prefeito pelo telefone da fazenda dele na zona rural de Central de Minas. Os sócios das empresas também não foram localizados.

O esquema denunciado pelo EM em reportagens publicadas a partir de 23 de junho de 2009 envolvia as empresas e diversas pre-feituras da Região Leste de Minas. Pelo menos R$ 11 milhões em emendas do orçamento federal foram destinados para municípios dessa região entre 2008 e 2009, todos alvos de procedimentos admi-nistrativos instaurados para apurar possíveis irregularidades. Vinte e dois deles já são investigados em inquéritos civis abertos em 2010 e neste ano. A maioria desses recursos chegou aos cofres das prefei-turas por indicação do deputado federal João Magalhães (PMDB), já denunciado criminalmente e por improbidade administrativa pelo MPF, acusado de venda de emendas parlamentares para obras de in-fraestrutura. Os R$ 206 mil destinados pelo Ministério do Turismo para a realização da 4ª Festa do Estudante de Central de Minas, alvo da denúncia do MPF, foram liberados por meio de uma emenda de

Magalhães. FaCilidades

Na denúncia, que vai ser analisada pela Justiça Federal de Go-vernador Valadares, o procurador da República Edilson Vitorelli Diniz Lima afirma que a fraude com verbas de festa é “um plano arquitetado por uma quadrilha altamente qualificada, que se utiliza de facilidades na aquisição de verbas públicas junto ao Ministério do Turismo para desviar verbas públicas federais. O esquema identifica-do neste inquérito policial tem o mesmo modus operandi de outras fraudes desmanteladas pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União nas Operações João-de-Barro e Sanguessuga, modificando-se apenas o ministério em que a verba foi pleiteada”. As duas operações citadas pelo procurador dizem respeito às verbas do Orçamento da União desviadas para a realização de obras de infraestrutura e com-pra de ambulâncias.

Entre os denunciados na fraude em Central de Minas estão o empresário Antônio Carlos Alves dos Santos, dono da In-Marketing, empresa de Governador Valadares , e Carlos Henrique dos Santos, dono da Simples Cidade, que venceu o pregão para a festa na cida-de. Antes de fundar a Simples Cidade, Carlos Henrique era um dos sócios da In-Marketing. Juntas, as duas empresas participaram ou foram vencedoras da maioria das licitações investigadas por suspeita de irregularidades.

Segundo apurações da Controladoria Geral da União, que de-pois das reportagens do EM abriu um procedimento para investigar o repasse de emendas para festas em Alpercata, Coroaci, Divino das Laranjeiras, Marilac e Tumiritinga, as empresas Simples Cidade e In-Marketing foram vencedoras de licitações para a realização de even-tos, todos patrocinados com emendas do deputado João Magalhães, que não figura entre os denunciados nesse processo.

estado de minas - P. 4 - 27.06.2011 diversão suspeita

Dois anos depois, a 1ª acusaçãoPrefeito de Central de Minas é denunciado por fraudes na realização

de festas no interior mostradas por reportagens do EM em 2009

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hoJe em dia - P. 3 - 23.06.2011

Inova amplia ação em Tribunal

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o temPo - P. 6 - 23.06.2011 Processo

TCE cancela concursos em dois municípios mineiros

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.GABRIELA SALES

A preocupação com a falta de va-gas nas salas de aula de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, se transformou em revolta. No terreno onde deveria ser construída uma escola, no bairro Viena, a prefeitu-ra deu início às obras de um galpão para separação de lixo reciclável. Segundo moradores, a instituição de ensino mais próxima, a 1 km do local, não consegue atender à demanda.

De acordo com a associação dos moradores, mais de 80% das crianças e adolescentes do Viena já perderam o ano letivo por falta de vagas. “Se ti-véssemos uma escola, nossas crianças estariam estudando e esse problema já estaria resolvido”, disse o aposentado Wilson Gonçalves, 50, pai de um casal de gêmeos de 17 anos e morador da ave-nida João Lunar Pinto, onde é constru-ído o galpão. Segundo ele, apenas a fi-lha estuda. “Com muito custo, consegui uma vaga para ela. Meu filho, porém, já perdeu o ano”.

O casal de gêmeos, que está no ensino médio, estudava em uma escola mais distante no ano passado. Como o custo do transporte ficou alto demais, a família buscou unidades de ensino mais próximas de casa, mas não conseguiu.

Os quatro filhos do operador de tráfego aéreo Adenício Dama, 41, pas-sam pela mesma situação. Com idades entre 9 e 20 anos, aguardam na lista de espera para uma vaga em uma escola estadual no bairro vizinho Eliana, que atende à demanda de pelo menos cinco outros bairros da região. “As salas estão superlotadas, e a direção fala que não tem previsão para novos lugares. Meus filhos continuarão sem estudar no ano que vem?”, questionou.

De acordo com a presidente da As-sociação dos Moradores do bairro Viena, Marlúcia Rezende Carvalho, a constru-ção do galpão para resíduos reciclados foi uma surpresa negativa. “Não fomos comunicados de nada. Sabemos que a reciclagem é importante, mas, neste

momento, a educação das crianças e dos adolescentes é prioritária”, afirma.

O galpão, orçado em R$ 600 mil, está previsto para ficar pronto em nove meses e deve atender a uma cooperativa de catadores de lixo. Não está prevista coleta seletiva porta a porta.

abaixo-assinado

Esperança é o Ministério Público

A Associação dos Moradores do bairro Viena pretende acionar o Minis-tério Público Estadual na tentativa de embargar a obra. Segundo a presiden-te da entidade, Marlúcia Carvalho, um abaixo-assinado será encaminhado à Promotoria da Vara da Infância e da Juventude no município.

A Prefeitura de Ribeirão das Neves informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está ciente das reivindi-cações dos moradores. Porém, aguarda parecer da Secretaria Municipal de Edu-cação a respeito da viabilidade da cons-trução da escola, que ocuparia o mesmo terreno do galpão.

Ainda segundo a prefeitura, não há previsão para a construção da unidade de ensino, pois não há projeto do em-preendimento.

Sobre os questionamentos feitos pelos moradores em relação às priorida-des da população, a prefeitura informou que a obra do galpão já estava prevista, fazendo parte do conjunto de ações de coleta seletiva.

A assessoria de imprensa negou que exista falta de vagas nas duas esco-las, uma municipal e outra estadual, que atendem aos bairros da região.

No sábado, os moradores do Viena prometem organizar uma passeata pelas principais ruas do bairro. A ideia é arre-cadar mais assinaturas e fazer um abra-ço simbólico do terreno onde o galpão é construído. “Fomos atraídos para o bairro com a promessa de toda uma in-fraestrutura. Agora, a prefeitura nos vira as costas”, diz o comerciante Adelmo da Silva. (GS)

o temPo - P. 24 - 23.06.2011 ribeirão das neves

Escola perde espaço para lixo Prefeitura diz que unidade de ensino está nos planos, mas não há previsão

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Proibida, campanha antecipada já está nas ruasFaixas, plotagens em carros e até apoio cultural em peças gráficas de eventos públicos são

usados por pretensos candidatos a vereador no pleito de 2012. Divulgar leis e projetos são um dos artifícios empregados pelos políticos para burlar a proibição. Promotores já investigam os abusos. Página 3, política

hoJe em dia - 1ª P. e P. 3 - 26.06.2011

ARTIMANHAS PARA GANHAR VOTOS

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ANA PAULA PEDROSAQuatro pessoas que teriam sido

lesadas pelo esquema do empresá-rio Thales Emanuelle Maioline, sócio da Firv Consultoria e Admi-nistração de Recursos Financeiros, e seis testemunhas de defesa foram ouvidas ontem no Fórum Lafayet-te, em Belo Horizonte, na primei-ra audiência de instrução do caso, que já completa um ano. Outras 14 pessoas deram seus depoimentos por meio de carta precatória nas cidades onde moram. O empresá-rio, acusado de um golpe de cerca de R$ 100 milhões, será ouvido em data ainda não determinada.

A acusação do Ministério Pú-blico Estadual (MPE) é que Maio-line e seus sócios praticaram este-lionato e lesaram cerca de 2.000 pessoas em 14 cidades mineiras. Além de Maioline, uma testemu-nha comum à defesa e à acusação também não foi ouvida ontem.

Paralelamente ao processo que apura o crime financeiro, correm na Justiça 115 processos contra Maio-line e 144 contra a Firv, movidos por ex-clientes que foram lesados e por e-funcionários.

Alguns processos trabalhistas já obtiveram decisões favoráveis. Uma fonte próxima ao processo, que pediu para não ser identificada, explica que a Justiça do Trabalho é mais ágil e tem mais instrumentos para fazer valer os direitos das pes-soas. “A legislação trabalhista au-toriza a desconsideração da pessoa jurídica, o que significa que é pos-sível executar não apenas os bens da empresa, como os dos sócios”, exemplifica. Já as ações da vara cível podem levar anos para terem uma decisão. “Pode tramitar, sem nenhuma cerimônia, por cinco ou dez anos”, afirma a fonte.

o temPo - P. 11 - 23.06.2011 rombo

Justiça promove primeira audiência do caso MaiolineQuatro vítimas testemunharam ontem no Fórum Lafayette

Falência pode facilitar pagamento

a credoresSe a Justiça decretar a falência

da Firv o processo está correndo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais o pagamento aos credores será facili-tado. Neste caso, todos os processos seriam remetidos à vara de falências, que faria um rateio dos bens. Uma fonte próxima ao processo explica

que se a falência for decretada, as pes-soas que já receberam podem ter que devolver os valores para que seja feita uma nova divisão. “É o que se chama ação revocatória. O dinheiro seria in-tegrado à massa falida para uma divi-são igualitária”, diz. A pessoa explica que essa medida visa a evitar que um credor receba tudo e outro não receba nada. A divisão da massa falida é pro-porcional ao tamanho da dívida que a empresa tem com cada parte envolvi-da no processo. (APP)

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Pedro Rocha Franco Modelos velhos, pneus carecas, falta de cinto de segurança

e constantes panes. Parentes de vítimas do acidente entre um comboio de locomotivas da MRS Logística e um ônibus de transporte escolar (veja arte), em Entre Rios de Minas, na Região Central, denunciam que as condições dos coletivos a serviço dos estudantes são precárias e podem ter contribuído para a tragédia na manhã de anteontem, que matou três pessoas – Katiele Gon-çalves Fonseca Viana, de 16 anos; Leiva Fonseca Coelho, de 35; e o motorista do escolar, Antônio Geraldo de Assis Moura, de 50 – e deixou 30 feridos, vários em estado grave. Os familiares contam que problemas nos veículos se repetiam e quem fazia a manutenção eram os motoristas, em vez de mecânicos especia-lizados.

Na porta do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, em Belo Horizonte, ao buscar a prima Letícia Viana Ribeiro, de 13 anos, liberada ontem da enfermaria com ferimentos leves, a empresária Luciana Verano detalhou a situação dos veículos que transportam crianças e adolescentes para as escolas de En-tre Rios de Minas. Segundo ela, dois integrantes da família já prestaram serviço à prefeitura e os problemas mecânicos e de segurança se repetem no dia a dia dos estudantes. “Meu irmão sempre tinha que consertar o ônibus antes de sair. E ele não é mecânico. É só motorista”, diz. As condições de trabalho ruins fizeram com que outra parente de Luciana pedisse demissão da empresa contratada pela prefeitura para o transporte escolar. “Os pneus estão todos daquele jeito…”, conta a empresária.

A denúncia de Luciana Verano, já feita por outros morado-res do município ao Ministério Público Estadual, é confirmada pelo vereador João Gonçalves de Resende (PRTB), que falou sobre os ônibus escolares de Entre Rios de Minas. O envolvido no acidente estava em estado ruim de conservação, segundo ava-liação de policiais que estiveram no local do acidente. Apenas a documentação estava em dia. O vereador apresentou um do-cumento encaminhado pela Câmara ao prefeito Mário Augusto Alves de Andrade (PTB), em 19 de fevereiro de 2009, pedindo resposta às denúncias de uso indevido dos veículos escolares em transporte de times de futebol, passeios, velórios e enterros. “Os ônibus não estão adequados às normas de segurança para circu-lação e põem em risco a vida de motoristas e passageiros. Os veículos referidos neste ofício não têm seguro contra acidentes”, diz o documento.

“Os ônibus não têm condições de transportar pedra, quan-to mais seres humanos. O prefeito nunca respondeu aos nossos requerimentos”, denuncia o vereador, lembrando que há uma lei estadual proibindo carona em veículos de transporte escolar. “Morreu uma caroneira. Pais podem acompanhar somente filhos menores de 5 anos ou que precisam de um responsável.”

O prefeito foi procurado ontem pelo Estado de Minas e não foi localizado. Ele divulgou nota lamentando a tragédia e dis-se que segunda-feira teráreunião com representantes da MRS Logística para discutir a segurança na passagem de nível onde ocorreu o acidente.

ALTANa manhã de ontem, a prima de Luciana e Jéssica de Fá-

tima Fonseca, de 13, tiveram alta médica do HPS. Mancando e

com dor na coluna, Letícia disse ter desmaiado no instante da batida e não se recorda de detalhes. Lembra apenas que, quando saiu de casa, “havia muita neblina” e, depois da colisão, colegas disseram que o trem não apitou. “Fui jogada para fora do ônibus e cai na canaleta do trilho”, recorda, agradecendo a Deus por não ter sofrido ferimentos graves. O irmão dela também estava no escolar e quebrou o maxilar. Jéssica deixou o hospital com fratura leve no rosto.

Além das duas meninas, outras 10 pessoas foram levadas ao HPS, entre elas o motorista Antônio Geraldo de Assis Moura, que morreu. Dois estudantes foram liberados na mesma noite do acidente e ontem mais quatro, incluindo Letícia e Jéssica. Outros cinco continuam internados em observação. Dois deles recebem cuidados especiais na unidade de terapia intensiva (UTI).

Promotor certo de que houve falhasLuana Cruz A sequência de erros que causou o acidente será inves-

tigada, paralelamente à Polícia Civil e à Câmara Municipal, pelo Ministério Público Estadual (MPE). O promotor Car-los Eugênio Souto Maior Júnior, da comarca de Entre Rio de Minas, disse na manhã de ontem que vai instaurar um in-quérito civil público. “Houve falha. Seria precipitado dizer quem foi responsável pelo acidente agora, mas será apura-do”, afirma. O ônibus transportava alunos de duas escolas, uma municipal e outra estadual, e crianças de uma unidade especial de ensino para excepcionais. Por volta das 6h27 de quarta-feira, chocou-se com o comboio de sete locomotivas da MRS Logística na passagem de nível sem sinalização sonora ou luminosa, na zona rural de Entre Rios.

O veículo levava quase 50 pessoas, a maioria menores, todas sem cinto de segurança. O motorista, segundo teste-munhas, entrou na passagem de nível sem olhar e o ma-quinista não apitou para alertar. O ônibus foi arrastado por cerca de 50 metros e tombou. O trem só parou 400 metros adiante. “Vou identificar as pessoas que estavam no escolar para ouvi-las, pedir laudo à prefeitura e ouvir a MRS Logís-tica (empresa responsável pelo trem) sobre a sinalização na linha férrea”, afirma o promotor. Segundo Carlos Eugênio, se ficar provada omissão, a empresa poderá ser responsabi-lizada, com pagamento de indenização às famílias das víti-mas ou autuação criminal.

A Prefeitura de Entre Rios poderá também responder pelo acidente, caso seja comprovada negligência na manu-tenção dos veículos de transporte escolar. A culpa do mu-nicípio pode render ao prefeito a acusação de improbidade administrativa, com multa ou decretação de sua inelegibi-lidade. Segundo o promotor, pais de alunos já haviam pro-curado o MPE para denunciar as más condições do trans-porte escolar. Carlos Eugênio afirma que há relatos de que crianças andavam grandes distâncias para pegar o ônibus. A promotoria vai apurar ainda o uso dos escolares em outros tipos de transporte.

estado de minas – P. 17 e 18 - 24.06.2011

Tragédia não pode ficar impune Câmara de Entre Rios de Minas e MPE investigam denúncias de que o ônibus envolvido

no acidente que matou três pessoas não era seguro e de falta de sinalização na travessia da linha

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suPer notíCia - P. 8 - 27.06.2011

diÁrio do ComÉrCio - P. 25 - 23.06.2011 JudiCiÁrio

Minas se mobiliza por Tribunal Regional Federal

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hoJe em dia - 1ª P. P. 2 - 24.06.2011

País tem 40 promotores de Justiça sob investigação

Responsáveis por fiscalizar autoridades e orga-nizações da sociedade, os membros do MP também são alvos de denúncias. Um dos casos sob análise no Conselho Nacional ocorreu em Minas. Trata-se de agressão entre os próprios promotores.

Página 2, Política

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Troca de farpas envolvendo ju-íza, promotor de Justiça, defensora pública e advogado, em pleno júri, constrangeu membros de institui-ções

A Justiça gaúcha viveu ontem a situação constrangedora de ser cha-mada a dar satisfações públicas so-bre um festival de destemperos.

Um bate-boca em pleno júri popular chamuscou a imagem da Defensoria Pública, do Ministério Público e da magistratura.

O espetáculo de excessos ocor-reu na noite de terça-feira, na 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. Em pleno julgamento, quatro acusados de tráfico e tentativa de homicídio testemunharam a violência de uma altercação entre a juíza Rosane Mi-chels e o promotor de Justiça Eu-gênio Amorim. Uma gravação da sessão revela que o promotor teria chamado, entre dentes, a juíza de “mentirosa” e “mau-caráter”.

– Doutor Amorim, o senhor me chamou de mau-caráter? Diga na frente, não fale baixinho assim! – revoltou-se Rosane.

– Eu? Aonde? A senhora está ouvindo coisas! – negou Amorim.

– A defensora pública Tatiana Boeira deu voz de prisão a Amorim, por “desacato”. Ontem à tarde, o promotor anunciou ao vivo à Rádio Gaúcha que iria abandonar a Vara do Júri da Capital:

– É isso que a bandidagem vai querer. Por ordem da defensora pú-blica e da juíza!

– Para Túlio Martins, presi-dente do Conselho de Comunicação do Tribunal de Justiça, é um caso isolado entre gente do MP e da De-fensoria.

– Era até certo ponto espera-do, porque já havia um atrito, um mal-estar na Vara do Júri entre o promotor, a defensora e a juíza.

O ambiente do júri favorece isso – afirmou Martins.

– Segundo Nilton Arnecke, subdefensor público-geral do Esta-do, Amorim e Tatiana se defrontam no plenário de três a quatro vezes por mês, e o ambiente é naturalmen-te tormentoso.

– Não foi o primeiro evento mais contundente e talvez não seja o último. O promotor Eugênio já teve problemas com outros defen-sores. Mas envolve os agentes, não as instituições – garantiu.

– As reações mais fortes vie-ram do MP. Em nota, a instituição repudiou “veementemente a ten-tativa de violação das prerrogati-vas funcionais” de Amorim. Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto, presidente da Associação do MP, afirmou:

– Os promotores estão se sen-tindo tão ofendidos como o doutor Amorim. De nossa parte não há pre-conceito em relação à Defensoria e ao Judiciário. Essas instituições é que podem dizer se existe alguma prevenção em relação ao MP.

– Colega de Amorim no MP e promotora na 2ª Vara do Júri até o ano passado, Josiene Menezes Paim reconhece que o setor envolve emo-ção.

– Mas nunca tinha visto nada parecido – diz.

– O bate-boca– Trechos dos diálogos entre o

promotor Eugênio Amorim, o advo-gado Ademir Valentim, a juíza Ro-sane Ramos de Oliveira Michels e a defensora pública Tatiana Boeira, conforme transcrito na ata da sessão de julgamento:

– Ademir Valentim - Excelên-cia, em face de que no intervalo o dr. Promotor de Justiça ameaçou a minha integridade física, eu não me acho em condições de prosseguir

com a Defesa, uma vez que eu me sinto acuado!

– Promotor Amorim - A se-nhora fez reunião na sala da Defen-soria Pública com os advogados, a senhora ligou para a Corregedoria do Ministério Público para dizer que eu estava armado e os seguran-ças foram no carro e atestaram que não estou armado! (o promotor teria mostrado à segurança que sua pisto-la estava no carro) Mas o que é isso, doutora?

– Juíza Rosane - Eu fui comu-nicada, doutor...

– Amorim - A senhora foi par-cial mais uma vez, tudo por conta de nossas divergências do Caso Eliseu, doutora! Um Juiz de Direito não pode se comportar assim, doutora! A senhora tem que ter respeito com a Justiça, os jurados, seja imparcial, pelo menos me ouça!

– Rosane - Eu não vou.– Amorim - Eu sou acusado

pela doutora.– Rosane - Eu não acusei o se-

nhor, o senhor está sendo acusado pela Defesa.

– Amorim - A senhora disse que o fato ocorreu.

– Rosane - Eu não concluí a frase, porque o senhor não permite que ninguém...

– Amorim - A senhora disse que o fato ocorreu sem antes me ou-vir!...

– Amorim - Admita, doutora, que a senhora tem problema pessoal comigo...

– Rosane - Eu não tenho pro-blema pessoal nenhum com o se-nhor!

– Amorim - A senhora foi na Corregedoria dizendo que eu estava armado, a senhora faltou com a ver-dade! Nunca vi um juiz faltar com a verdade, e faltar com a verdade é ser desonesto! A senhora foi dizer

Zero hora – rs – ConamP – 24.06.2011

Bate-boca arranha imagem de poderes

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para o meu corregedor que eu estava armado!

– Rosane - O senhor está me chamando de de-sonesta? Está tudo grava-do! O senhor está perden-do a sua calma! Eu não sou desonesta!

– Amorim - Eu fui armado hoje na vila, so-mente isso (o júri foi até a vila conhecer o local, palco dos crimes em julgamen-to)! Não estava armado.

– Rosane - O senhor estava armado, é proibido entrar armado no júri! Mas isso não é o problema...

– Defensora Tatiana - Doutora, uma questão de ordem.

– Rosane - Doutora, não me interrompa.

– Tatiana - Doutora, eu como cidadã brasileira eu vou pedir que prenda o doutor em flagrante por de-sacato. Isso é um absurdo! Ele está desacatando...

– Rosane - Isso é uma questão para a Corregedo-ria do Ministério Público...

– Amorim - Quem tem algema? Me prendam! Quem tem algema?...

– Amorim - ... menti-rosa, mau-caráter

– Rosane - Doutor Amorim, o senhor me cha-mou de mau-caráter? Diga na frente, não fale baixinho assim!

– Amorim - Eu? Aon-de? A senhora está ouvindo coisas!

– O que eles dizem– Rosane Michels,

juíza (em nota)– A dissolução do

Conselho de Sentença, há

dois dias reunido no Ple-nário da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, para jul-gamento dos primeiros quatro réus, dentre 12 de-nunciados pelo Ministério Público, deu-se em razão de pedido específico de suspensão do julgamento, formulado pelo advogado, defensor de dois acusados, que, após desentendimento com o promotor de Justiça que atuava na acusação, sentiu-se mal, necessitou de atendimento médico e, ato contínuo, declarou-se impossibilitado de prosse-guir na defesa. A confusão que se seguiu, protagoni-zada pelo promotor de Jus-tiça, formou-se em decor-rência deste ter interrom-pido a fala da magistrada, impedindo-a de decidir so-bre o pedido. A atribuição subjetiva do fato a diver-gências pessoais pretéritas da magistrada com o pro-motor de Justiça não passa de justificativa inconsis-tente, na medida em que a sequência dos fatos, de cunho objetivo, resultaram gravadas e registradas pela estenotipia, integrando a ata do julgamento.

– Eugênio Amorim, promotor de Justiça

– Assim que eu puder vou pedir o afastamento da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. Inclusive, não que-ro trabalhar mais na área criminal, penso em ir para o Interior. Pedi uma licen-ça, só volto a trabalhar no dia 18 de julho. Estou arra-sado. Não tenho nenhuma dúvida de que fui vítima

de abuso por parte da de-fensora e por parte da juí-za. Não chamei a juíza de mau-caráter. Eu falei que ela estava mentindo, o que é diferente de ser mentiro-sa. Mentirosa é algo perma-nente. Ela estava mentindo quando disse que eu estava armado e tinha ameaçado o advogado.

– O advogado veio na minha direção com o dedo em riste, tentando me vitimizar, achei que ele ia me bater. Quando ele se aproximou, disse para ele não vir. Isso não é ameaça, é uma condição.

– Tatiana Boeira, de-fensora pública

– Não houve abuso de autoridade. A Constitui-ção Federal assegura a todo o cidadão o direito de dar voz de prisão em flagrante a todo cidadão que cometa um crime. Se faz uma con-fusão entre voz de prisão e prisão efetiva, a detenção. A prerrogativa que os juí-zes e os promotores têm é de serem presos por crimes inafiançáveis. Em momen-to algum ele (promotor Amorim) foi detido, alge-mado. Com esse episódio perdemos todos, o Tribu-nal, as partes, a sociedade.

– Ademir Valentim, advogado

– Não foi encontrado por ZH para dar sua ver-são.

[email protected]

[email protected]

GUILHERME MA-ZUI E ITAMAR MELO

Cont... Zero hora – rs – ConamP – 24.06.2011

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Por Rodrigo HaidarCom menos de um mês para o fim do mandato de 12 dos 15

integrantes do Conselho Nacional de Justiça, o Senado corre con-tra o tempo para aprovar os nomes dos advogados, juízes e mem-bros do Ministério Público que farão parte da nova composição do órgão responsável pelo controle externo do Judiciário. Em tese, ainda há tempo hábil para aprovar os indicados antes dos atuais conselheiros deixarem seus postos. O prazo, contudo, é bastante apertado.

O mandato de 11 conselheiros acaba na segunda quinzena de julho, em meio ao recesso do Congresso Nacional. E o mandato do conselheiro Marcelo Neves, representante do próprio Senado que disputa a recondução, expira em 8 de julho. Somado ao trâmite burocrático habitual a que as indicações se submetem até a nome-ação pela Presidência da República, o CNJ pode ficar desfalcado por algum tempo.

Em condições normais de temperatura e pressão, seria pos-sível que o CNJ chegasse a agosto com a nova composição com-pleta. Na atual corrida, isso é menos provável por conta de alguns fatores. Um deles é a disputa acirrada entre Marcelo Neves e Bru-no Dantas, os dois candidatos do Senado ao CNJ. Outro é o fato de que alguns senadores tiveram a salutar iniciativa de cumprir bem sua atribuição constitucional de sabatinar, de verdade e não de forma protocolar, os indicados.

Este segundo fato criou dificuldades para o conselheiro Je-fferson Kravchychyn na última terça-feira (21/6). A votação do conselheiro indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil na Co-missão de Constituição e Justiça (CCJ) foi adiada por conta de duas acusações levantadas contra ele.

A primeira de que manteve sua foto no site de seu escritório de advocacia, o que sugeriria uma tentativa de captação de clien-tes para a banca, que hoje é tocada por seus filhos Alex e Gisele Lemos Kravchychyn. A segunda acusação é feita pelo desembar-gador Elpídio Donizetti, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O juiz acusa o conselheiro de quebrar o sigilo de seu processo de separação judicial e de vazar para a imprensa o voto que determi-nou a exoneração de sua ex-mulher — contratada em um cargo comissionado em seu gabinete — e, depois, mudar seu conteúdo na hora do julgamento. Kravchychyn foi relator do processo con-tra o desembargador.

Sabatina de fatoAs perguntas sobre as acusações foram feitas pelos senadores

Demóstenes Torres (DEM-GO) e Pedro Taques (PDT-MT). São os dois senadores que na CCJ lideram a iniciativa — repita-se, salutar — de transformar a sabatina em algo efetivo. À revista Consultor Jurídico, o senador Pedro Taques afirmou que a sabatina não existe para elogiar currículos.

“Parto da suposição de que o cidadão que se apresenta para a sabatina tenha notável conhecimento jurídico, senão não esta-ria ali. Logo, cabe aos senadores perquirir, além de suas posições sobre temas jurídicos, a reputação ilibada. Se existe qualquer acu-sação contra um indicado, a sabatina é o lugar para esclarecê-la”, disse o senador.

Taques informou que é relator de um projeto de resolução apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), que mo-difica a tramitação da sabatina. Pelo texto, será possível que a so-ciedade também apresente questionamentos em relação ao saber jurídico e à conduta do candidato, seja ao cargo de conselheiro do CNJ, seja para ministro dos tribunais superiores ou do Supremo

Tribunal Federal. Uma espécie de sabatina participativa.Foi de Taques também a iniciativa de pedir ao presidente da

CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que não fossem sa-batinados mais do que dois candidatos por sessão. A ideia não foi seguida à risca. Na última terça-feira, por exemplo, quatro candi-datos foram sabatinados.

Mas a iniciativa evita situações como a que aconteceu há dois anos, quando a CCJ se reuniu para sabatinar, em uma única sessão, 25 indicados ao CNJ e ao Conselho Nacional do Ministério Públi-co (clique aqui para ler reportagem sobre o episódio).

O senador Pedro Taques também brigou para que não fosse quebrado o interstício. Ou seja, para que o relatório sobre um can-didato não fosse lido e seu nome já aprovado na mesma sessão. O senador deu como exemplo a indicação do procurador regional da República Wellington Cabral Saraiva.

Relator da indicação do procurador, Taques leu seu relatório na última terça-feira e Saraiva será sabatinado na próxima quarta-feira (29/6). O prazo permite que se dirimam ou confirmem quais-quer dúvidas que pesem contra o indicado. “Não posso me preocu-par com o tempo do CNJ. Tenho de cumprir minha função”, disse Taques sobre o prazo apertado para a aprovação dos nomes.

O senador Demóstenes Torres também falou à ConJur sobre a nova forma de tratar as sabatinas. “Nos Estados Unidos, há saba-tinas que chegam a durar até três meses. Aqui no Brasil, nunca se levou mais do que oito horas para a CCJ aprovar um candidato”, afirmou. Para Demóstenes, é importante, até por uma questão de respeito ao próprio sabatinado e para que ele não seja aprovado com qualquer mácula sobre sua imagem, que os senadores sejam inquisidores, não bajuladores.

“No caso das indicações para o CNJ, estamos aprovando pes-soas que irão fiscalizar milhares de juízes de todo o Brasil. Até por esse motivo é importante que o Jefferson Kravchychyn possa se defender das acusações feitas contra ele e, se aprovado, possa tomar posse do cargo sem qualquer restrição ao seu trabalho. Esse é o papel de uma sabatina, sem qualquer desmerecimento a quem está sendo questionado”, afirmou o senador Demóstenes.

Resposta às acusaçõesOs dois senadores afirmaram que o fato de terem adiado a vo-

tação do conselheiro Kravchychyn por uma semana passa ao largo de qualquer pré-julgamento sobre sua conduta. “As acusações, por partirem de um desembargador que foi julgado por ele, têm de ser relativizadas. Mas não quer dizer que devam ser ignoradas. O importante é esclarecê-las”, disse Pedro Taques.

O senador Demóstenes Torres afirmou que entrou em contato com o desembargador Elpídio Donizetti para que ele prove o que disse sobre o conselheiro. O juiz irá ao Senado na terça-feira expor suas razões aos senadores que compõem a CCJ. “O caso é simples, de prova material. Se o desembargador demonstrar que a imprensa noticiou os fatos antes do julgamento do CNJ, houve, efetivamen-te, um vazamento. Se não demonstrar isso, se as notícias saíram depois de iniciada a sessão em que seu caso foi julgado, não é possível acreditar em vazamento ou quebra de sigilo por parte do conselheiro.”

Na sabatina, Kravchychyn respondeu com firmeza às acusa-ções. Sobre o site de seu escritório, ressaltou que consta que ele está licenciado e que nunca fez qualquer atendimento profissional nos dois últimos anos, enquanto ocupou o cargo de conselheiro do CNJ. E disse que não houve vazamento e mudança de voto no caso do desembargador Donizetti.

Consultor JurídiCo – sP – ConamP – 24.06.2011

Corrida pelas vagas do CNJ agita o Senado

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O conselheiro explicou que o caso correu em sigilo, mas que o julgamento do CNJ é aberto. Com o julgamento, o setor de im-prensa do órgão levou a notícia ao site do Conselho. “Não houve nenhum tipo de manipulação, de informação açodada ou adiantada por parte deste conselheiro ou de seu gabinete, que é um servidor só”, disse.

Sobre a possível mudança do teor de seu voto, Kravchychyn disse que ela realmente existiu. Mas explicou que se trata de um procedimento comum. “A proposta de decisão foi à unanimidade em três itens e houve a modificação de uma parte da decisão com relação a uma magistrada, que foi por 10 a 3. Então a decisão do processo foi por unanimidade, com exceção desse item. Como relator, eu tive que fazer a modificação do relatório, da decisão apresentada na sessão na parte dispositiva”, justificou.

A decisão do CNJ que provocou a ira do desembargador con-tra o conselheiro e o fez passar a entregar memoriais aos senadores contra a recondução de Kravchychyn foi de exonerar a ex-mulher do juiz do cargo de assessora em seu gabinete na 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Pelo acordo da separação entre o desembargador e sua ex-mulher, se ela fosse exonerada do cargo em comissão que ocu-pava, ele seria obrigado a pagar, a título de pensão alimentícia, a diferença dos valores que ela recebia. O juiz a contratou, então, para trabalhar em seu gabinete. Isso o livrou de pagar os valores. O CNJ entendeu que a contratação fora feita por conta da barganha prevista no acordo de separação, e determinou sua exoneração.

O fato e as explicações do conselheiro não convenceram os senadores em um primeiro momento. Por isso, a avaliação de sua indicação foi adiada por uma semana. Na sabatina, Demóstenes Torres foi taxativo: “Eu diria, com sinceridade, até para não ser leviano, não ficar com conversa fiada, que, se eu votar agora, vou votar contra, porque estou na dúvida e, na dúvida, não posso co-locar alguém com reputação duvidosa no Conselho Nacional de Justiça.”O pedido para adiar a votação foi feito também pelos se-nadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques, entre outros. Todos disseram que não se sentiam à vontade para votar a recon-dução do conselheiro diante das acusações do desembargador.

Para a OAB, as acusações têm um claro conteúdo de revan-che. O presidente em exercício do Conselho Federal da entidade, Alberto de Paula Machado, disse à ConJur que a Ordem aprovou, por unanimidade, a recondução de Kravchychyn porque ele apre-sentou justificativas para todas as acusações que lhe são feitas, agora, no Senado.

Machado afirmou que se houvesse fundamento nas acusações a OAB defenderia ampla investigação. Para ele, não é o caso: “O desembargador, por conta de uma decisão que lhe foi desfavorá-vel, passou a distribuir memoriais tentando macular a honra de um conselheiro que simplesmente cumpriu seu ofício. A expectativa da Ordem é que ele seja aprovado na próxima sessão de quarta, até porque isso é a vontade da advocacia.”

Na próxima terça, o desembargador Donizetti tentará conven-cer os senadores de suas razões e, na quarta, a indicação do con-selheiro Jefferson Kravchychyn será novamente avaliada. Mesmo em caso de reprovação pela CCJ, o nome ainda será votado pelo plenário do Senado.

Olho no relógioAinda que se resolvam as questões em torno da indicação de

Jefferson Kravchychyn e que se sabatinem os poucos candidatos que ainda não passaram pelo crivo da comissão, a votação dos no-mes em plenário pode não ser feita a tempo de o CNJ iniciar seus trabalhos em agosto com a composição completa.

O senador Demóstenes Torres afirmou que a intenção do pre-sidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é votar a maioria dos nomes na quarta-feira (29/6). E garantiu que na CCJ do Senado todos já terão sido sabatinados. Mas na semana que vem, tempo de tradicionais festas juninas nas regiões norte e nordeste do país, muitos parlamentares devem ficar em suas bases eleitorais, o que pode dificultar a votação.

Na semana passada, enquanto o plenário do Senado votava a aprovação de embaixadores, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu a Sarney para colocar em votação alguns dos nomes do CNJ. O presidente do Senado, então, abriu votação nominal para afe-rir se havia quórum suficiente. Descobriu que não, porque pouco mais de 50 dos 81 senadores estavam em plenário.

Para a aprovação de embaixadores, basta maioria simples dos votos. Para o CNJ, é necessária maioria absoluta. Ou seja, o candi-dato tem de obter, no mínimo, 41 votos. Com a presença de apenas 50 senadores, é arriscado colocar os nomes em votação.

A disputa entre Marcelo Neves e Bruno Dantas deixa o qua-dro ainda mais complexo. Dantas têm o apoio oficial da liderança de oito partidos: PT, PMDB, PDT, PSB, PRB, PR, PTB e PP. Ne-ves, que busca a recondução, conta oficialmente com os votos de PPS, PSDB, DEM, PSOL e PCdoB, mas deve tirar um naco de votos do PMDB e do PDT de Dantas. Por ser pernambucano, o atual conselheiro do CNJ têm ainda a simpatia de senadores de sua região, mesmo aqueles dos partidos que declararam apoio a Bruno Dantas. Trocando em miúdos, a disputa está bastante apertada e qualquer voto pode fazer a diferença.

Em razão disso, apoiadores dos dois candidatos têm ficado de olho nos trabalhos do plenário para garantir que, no momento da votação, o maior número de senadores esteja presente. A falta de poucos parlamentares de um lado ou de outro pode ser definitiva. Há outro motivo para isso: pelo regimento interno do Senado, se nenhum dos dois obtiver os 41 votos mínimos necessários, ambos são rejeitados e a Casa teria de partir para a escolha de um novo nome.

Por essas e outras é que a intenção inicial do presidente do Senado de votar os nomes de todos os candidatos ao CNJ de uma vez não deve ser levada até o fim. Caso seja, há muito menos chan-ces de os candidatos serem aprovados a tempo de não deixar o Conselho Nacional de Justiça praticamente vazio.

Há duas opções: votar parte dos nomes e garantir o funciona-mento do CNJ, ainda que desfalcado, ou votar todos em conjunto, o que poderá fazer com que a definição fique para depois do re-cesso e que o órgão abra os trabalhos em agosto com apenas três conselheiros: Marcelo Nobre, a corregedora Eliana Calmon e o presidente Cezar Peluso.

Não seria a primeira vez que isso acontece. Há dois anos, o Senado não votou em tempo hábil os nomes indicados ao Con-selho. A cerimônia de posse dos novos conselheiros, que estava marcada para 15 de junho de 2009, foi cancelada. Os nomes ha-viam sido sabatinados e aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em 27 de maio. O atraso fez cancelar também a sessão plenária do CNJ marcada para 23 de junho daquele ano.

Na ocasião, não faltou trabalho para o conselheiro Marcelo Nobre, que passou a ser chamado por colegas e amigos de super-conselheiro. Isso porque Nobre, único remanescente, ficou com a missão de decidir todas as questões urgentes que chegavam a Brasília. A situação durou quase 60 dias.

Na próxima semana, a depender do resultado das últimas sa-batinas e do quórum do Senado, o CNJ já terá uma ideia se poderá abrir seus trabalhos com força total em agosto.

Cont... Consultor JurídiCo – sP – ConamP – 24.06.2011

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Carta CaPital - 18 - 29.06.2011

São Paulo. Servido-res da Assembleia Le-gislativa de São Paulo (Alesp) chegam a rece-ber salários maiores do que os de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que fo-ram fixados pela Cons-tituição como o teto de remunerações do fun-cionalismo público no país.

O jornal “Estado de S. Paulo” teve acesso a holerites de funcioná-rios do Legislativo e en-controu, por exemplo, o caso de um servidor que recebeu, em maio deste ano, um salário bruto de R$ 28.806,02.

Um ministro do Su-premo Tribunal Federal

ganha mensalmente R$ 26,7 mil. Na conta, além do salário, deveriam estar computadas, no entendimento de espe-cialistas, gratificações, adicional por tempo de serviço, sexta parte (gratificação específica concedida ao servidor a partir de 20 anos de tra-balho) e abono.

O supersalário re-cebido por alguns fun-cionários do Legislativo paulista chega a ser R$ 8,8 mil maior do que o salário dos deputados estaduais.

Um parlamentar da Assembleia recebe R$ 20.042,35 - 75% dos R$ 26,7 mil recebidos pelos deputados federais.

o temPo - P. 7 - 24.06.2011 teto

Servidores da Assembleia de SP têm supersaláriosLevantamento mostra que um funcionário chega a ganhar R$ 28.806

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isto É dinheiro - P. 98 - 27.06.2011

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Na madrugada da última sexta-feira, um policial militar, que estava atendendo a uma ocorrência em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi ferido a tiros por um policial civil, que negou o disparo. Não obstante, o agres-sor foi preso em flagrante.

Foi a segunda vez, numa semana, em que policiais civis e militares se desentenderam. Na segunda-feira, policiais mi-litares foram questionados por uma delegada porque deixaram de recolher integralmente o produto de um roubo feito por assaltantes a um posto de gaso-lina.

A questão é antiga. Existe, latente, uma rixa entre essas duas polícias. Volta e meia ela emerge, manifestando maior ou menor gravidade. O problema não se restringe a Minas. Ocor-re também em outros Estados e sua origem remonta a algum momento de seu curso históri-co.

Essa rivalidade prejudica a eficiência operacional de am-bas as polícias e a sociedade, que as sustenta, é a principal prejudicada. Governos tentam promover um integração, mas o processo encontra fortes resis-tências, tornando a colaboração apenas formal e sem efetivida-de.

A questão parece se loca-lizar nas polícias militares. A Constituição de 1946 colocou-as a serviço não só do Estado e da sociedade, mas do gover-nante. Este passou a ter um exército próprio para cuidar da segurança do Estado. O regime de 1964 agravou essa situação.

Uma só políciaAs polícias militares passaram a

ter um status superior ao das polícias civis. As diferenças se fazem sentir nas verbas, equipamentos, salários e, consequentemente, na qualidade dos serviços. Encarregada das investiga-ções, a Polícia Civil não resolve a maioria dos crimes.

Em alguns Estados, como São Paulo, a PM goza de uma autonomia

que se equipara a um poder parale-lo ao Estado. Esse efetivo dá força, como o provou o ex-governador Ita-mar Franco quando o governo fede-ral falou em privatizar Furnas. Mas também é uma ameaça.

O ideal é uma só polícia, e des-militarizada. Na contramão, aqui até os bombeiros são militares.

hoJe em dia - P. 4 - 25.06.2011