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A primeira condição para uma bebida ser considerada uma cachaça é ser produzida no Brasil. Apesar disso, mesmo sendo popular entre os turistas estrangeiros, a resistência dos brasileiros à cachaça ainda é real. A desvalorização nacional ao produto é queixa de fabricantes. De todo o mercado de bebida alcoólica, ela não chega a 10%, segundo dados do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento da Cachaça. O Brasil produz cerca de 800 milhões de litros por ano, em média. Apenas 1,3% é exportado, tendo Estados Unidos, Alemanha e México como principais destinos. Não por acaso, as cachaçarias do estado têm investido nos rótulos de luxo, para provar que a bebida serve muito além da simples “lapadinha”, sendo utilizada em drinques e até em receitas gourmet. Os rótulos envelhecidos e consequentemente mais caros apareceram nos últimos anos e a participação desse perfil vem em crescente no volume total produzido. Segundo o Ibrac, o crescimento médio de vendas é de quase 10% por ano do setor premium. A pernambucana Pitú adentrou no segmento com garrafas que custam cerca de R$ 150. A curiosidade é tanta em torno das cachaças premiuns é tanta que a Cachaçaria Carvalheira já entrou no circuito turístico no Recife para apreciadores da bebida, onde o visitante conhece o processo de produção, degustação e até recebe uma aula de caipirinha. “Recebemos quase 150 visitantes ao dia”, diz Nayrce Carvalho, gerente da cachaçaria. Algumas das outras oito cachaçarias com fábricas no estado - Pitú, Sanhaçú, Triumpho, Engenho Água Doce, Serra Nova, Serrote, Quilombo e 51 (esta paulista) - também realizam visitas guiadas (veja quadro ao lado). Reconhecido como o maior Museu de Cachaça do Mundo, com mais de 12,1 mil garrafas, o instituto no município de Lagoa do Carro, a 60 km do Recife, também integra o roteiro. Lá, o visitante encontra a primeira cachaça industrializada do Brasil (1756, do Engenho Monjope, de Igarassu). Divulgação Para promover ainda mais o consumo da bebida, a cada dois anos acontece no estado o Salão Internacional da Cachaça, que teve sua primeira edição em 2004. Com 72 estandes, o Centro de Convenções de Pernambuco abre espaço para três dias de degustação, compras e palestras. O mais importante portal sobre a bebida no país, o Mapa da Cachaça (www.mapadacachaca.com.br) apostou nos turistas internacionais no ano de Copa e lançou um guia de apresentação, receitas e dicas de estabelecimentos das cidades-sede que apostam na iguaria. No Recife, foram lembrados Seu Luna, Cordel Botequim, Cozinhando Escondidinho e Restaurante da Mira. 22/08/2014 Gastrô Pernambuco.com

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A primeira condição para uma bebida ser considerada uma cachaça é ser produzida no Brasil. Apesar disso, mesmo sendo popular entre os turistas estrangeiros, a resistência dos brasileiros à cachaça ainda é real. A desvalorização nacional ao produto é queixa de fabricantes. De todo o mercado de bebida alcoólica, ela não chega a 10%, segundo dados do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento da Cachaça. O Brasil produz cerca de 800 milhões de litros por ano, em média. Apenas 1,3% é exportado, tendo Estados Unidos, Alemanha e México como principais destinos.

Não por acaso, as cachaçarias do estado têm investido nos rótulos de luxo, para provar que a bebida serve muito além da simples “lapadinha”, sendo utilizada em drinques e até em receitas gourmet. Os rótulos envelhecidos e consequentemente mais caros apareceram nos últimos anos e a participação desse perfil vem em crescente no volume total produzido. Segundo o Ibrac, o crescimento médio de vendas é de quase 10% por ano do setor premium. A pernambucana Pitú adentrou no segmento com garrafas que custam cerca de R$ 150.

A curiosidade é tanta em torno das cachaças premiuns é tanta que a Cachaçaria Carvalheira já entrou no circuito turístico no Recife para apreciadores da bebida, onde o visitante conhece o processo de produção, degustação e até recebe uma aula de caipirinha. “Recebemos quase 150 visitantes ao dia”, diz Nayrce Carvalho, gerente da cachaçaria. Algumas das outras oito cachaçarias com fábricas no estado - Pitú, Sanhaçú, Triumpho, Engenho Água Doce, Serra Nova, Serrote, Quilombo e 51 (esta paulista) - também realizam visitas guiadas (veja quadro ao lado). Reconhecido como o maior Museu de Cachaça do Mundo, com mais de 12,1 mil garrafas, o instituto no município de Lagoa do Carro, a 60 km do Recife, também integra o roteiro. Lá, o visitante encontra a primeira cachaça industrializada do Brasil (1756, do Engenho Monjope, de Igarassu).

Divulgação Para promover ainda mais o consumo da bebida, a cada dois anos acontece no estado o Salão Internacional da Cachaça, que teve sua primeira edição em 2004. Com 72 estandes, o Centro de Convenções de Pernambuco abre espaço para três dias de degustação, compras e palestras. O mais importante portal sobre a bebida no país, o Mapa da Cachaça (www.mapadacachaca.com.br) apostou nos turistas internacionais no ano de Copa e lançou um guia de apresentação, receitas e dicas de estabelecimentos das cidades-sede que apostam na iguaria. No Recife, foram lembrados Seu Luna, Cordel Botequim, Cozinhando Escondidinho e Restaurante da Mira.

22/08/2014

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+PASSEIOS

CarvalheiraOnde: Rua Manoel Didier, 53, ImbiribeiraTour: R$ 10 – visita guiada pelos campos de produção com degustação dos sete rótulos e uma caipirinha.Funcionamento: segunda a sábado, das 9h às 18h; domingo, das 13h às 15hTelefone: (81) 3471-6111

PitúOnde: Margens da BR 232, km 55,5, São Vicente de Paulo – Vitória de Santo AntãoTour: gratuito – vídeo com história da cachaça, atendimento bilingue, visita técnica e degustação.Funcionamento: todos os dias, 9h às 16h30Telefone: (81) 3523-8066

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SanhaçuOnde: Sítio Valado, s/n, Chã GrandeTour Rural: R$ 5 – visita guiada, acesso aos locais de produção, degustação (45min)Tour Pedagógico: R$ 7 – visita guiada, acesso aos locais de produção, acesso à area de reflorestamento, aula de degustação, lanche regional (90 min)Funcionamento: segunda a sábado, 9h às 17h; domingos e feriados, 9h às 15h.Telefone: (81) 3537-1413

TriumphoOnde: Rua Manoel Paiva dos Santos, 114, Centro de TriunfoTour: gratuito – acompanha o processo de produção, visita guiada, degustação (30min)Funcionamento: todos os dias, 8h às 16h30Telefone: (87) 3846-1103/ 3846-1229/ 3846-1410

Museu da CachaçaOnde: acesso pelo km 8 da PE-90 p/ Limoeiro, Chácara Girassol (Lagoa do Carro)Funcionamento: diariamente, das 9h às 17hInformações: www.museudacachaca.com.br

+Onde provar

Cordel BotequimProve: Linguiça na cachaçaRua da Hora, 837, Espinheiro(81) 3033-4126

Cozinhando EscondidinhoProve: Cartola flambada na cachaçaRua Conselheiro Peretti, 106, Casa Amarela(81) 3451-0599

Restaurante da MiraProve: Caninha especial da casaAv. Dr. Eurico Chaves, 916, Nova Descoberta(81) 3268-6241

Seu LunaProve: Cabeça de bode com cachaçaAv. Saldanha Marinho, 645, Ipsep(81) 3339-0012

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+ Pulinho em Aquiraz

Um dos grandes produtores de aguardente país, o Ceará também conta com seu próprio evento para promover a bebida: o Festival Internacional da Cachaça (Festaça), realizado no município de Aquiraz, situada na costa leste do litoral do estado, a 27 km de Fortaleza. A festa ocorreu no Parque Ecoeducativo Engenhoca, reduto da Cachaçaria Colonial, e teve o objetivo de popularizar e apresentar novas tendências gastronômicas da bebida.

Conhecida mundialmente por abrigar o Beach Park, o circuito turístico da cidade vai muito além das oito belas praias e do famoso parque aquático. É lá onde está instalado o Aquiraz Riviera, um complexo imobiliário com um dos maiores campos de golfe do país. O município também conta com seu próprio Museu da Cachaça, que conta a história da Colonial. Ali do lado, na CE-040, um passeio pelos engenhos de cana produtores de suas próprias aguardentes e rapaduras, como o São Luiz. A cidade ainda tem um leque de restaurantes fantásticos (e não muito caros) capaz de deixar qualquer turista louco.

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Dadinho de tapioca com queijo coalhoPelo chef Rodrigo Oliveira para o Mapa da Cachaça Ingredientes dos dadinhos250g de tapioca granulada300g de queijo coalho500ml de leite quente8g de sal1 pitada de pimenta branca

Modo de fazer os dadinhosCombine a tapioca e o queijo num recipiente e adicione devagar o leite quente, evitando a formação de bolhas.Acrescente os temperos e continue mexendo até a mistura firmar.Despeje em uma assadeira forrada com plástico e cubra com papel filme. Deixe resfriar em temperatura ambiente e leve à geladeira por três horas.Corte em cubos e frite por imersão a 170ºC até dourar.Sirva com o molho de pimenta.

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Ingredientes do Molho de pimenta e cachaça300ml de água250ml de vinagre de manga40ml de cachaça branca50g de alho assado sem casca40g de pimenta dedo de moça assada40g de pimenta de bico8g de pimenta malagueta em conserva drenada500g de açúcar20g de sal20g de polvilho doce

Modo de fazerAbra as pimentas dedo de moça e tire as sementes. Asse a 150ºC por 20min com a pele para baixo. Repita o mesmo processo para o alho. Pique com a faca as pimentas antes de bater.Faça um caramelo com metade do açúcar. Quando o caramelo estiver ainda claro (165ºC), adicione a água e mantenha no fogo baixo.Hidrate o polvilho com um pouco da água e reserve.Bata no liquidificador metade das pimentas de bico com a totalidade de pimenta malagueta e um pouco de água, até conseguir uma pasta. Coe esta mistura no caramelo e jogue as sementes for a.Aos poucos e separadamente, coloque no liquidificador as pimentas dedo de moça, pimentas de bico e o alho assado. Com ajuda da água, bata pulsando para que não desmanchem totalmente.Depois de processados, vá adicionando no caramelo e, ao final, junte o restante dos ingredientes (vinagre, sal, cachaça e a sobra da água)Ferva essa mistura e deixe mais 10min em fogo baixo. Adicione o polvilho hidratado de uma vez, mexa bem e envaze ainda quente.Sirva como acompanhamento dos bolinhos.

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Maria de Lourdes Rabelo pensou em unir a cachaça com um quitute que combina com a própria bebida. O pastel de cachaça - sensação na primeira edição do Festival Internacional da Cachaça de Aquiraz (CE) - pode ser encontrado com facilidade em Fortaleza, com recheio de vários sabores. A grande diferença do salgado é a aparência. O pastel de cachaça não estoura bolhinhas quando frita. Para Maria de Lourdes, esse é um dos grandes motivos para utilizar a bebida na produção, já que álcool evapora e o gosto da aguardente não fica tão forte. Na hora de provar, o pastel não desmancha na mão. Maria de Lourdes costuma fazer o salgado sempre que pode e o recheia com o que tiver vontade, mas deixa a dica: "O ideal é que o recheio seja seco, como frango desfiado ou carne moída com azeitonas". A cozinheira conta que é fácil encontrar em supermercados massas prontas com cachaça, mas que a caseira é mais saborosa.

Massa de Pastel de Cachaça

Ingredientes1kg de farinha de trigo sem fermento100ml de óleo de soja1 colher de sopa de salmeia dose de cachaça de sua preferência1 ovo200ml de vinagre de álcool250ml de água

Modo de PreparoMisture todos os ingredientes em um recipiente e leve para uma mesa enfarinhada. Amasse a massa até misturar bem. Abra a massa com o rolo e corte do tamanho que preferir. Recheie e frite.

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Em Fortaleza, o cozinheiro Manoel Moacir - que não se considera chef - inventou a receita por acaso. Conta que sempre fazia o molho em casa e resolveu acrescentar a cachaça para apenas dar um toque diferente. O molho madeira de cachaça pode acompanhar filé ou frango, mas, segundo Moacir, "funciona até num bom prato de camarão". A dica para o preparo ideal é saber o ponto certo. Manoel aconselha usar uma colher para medir. "Se conseguir puxar com a colher, ficar parecendo mingau, é porque já está bom. Se não, pode acrescentar mais farinha de trigo”, indica.

Molho Madeira com Cachaça

IngredientesCascas de 10 cebolasCascas de 10 cenouras300g de carne picada5 tabletes de caldo de galinha ou de carne100g de massa de trigo200ml de vinho branco100ml de cachaça30ml de azeite de oliva3 colheres de sopa de margarina

Modo de PreparoSepare as cascas e a carne picada e vá jogando em azeite bem quente. Depois, acrescente o tablete de caldo, o trigo, até quase queimar. Continue com o vinho e a cachaça, sem parar de mexer.Peneire o caldo para tirar as cascas e coloque o azeite e a margarina.Se a consistência não estiver no ponto de mingau, pode acrescentar mais farinha de trigo para engrossar.