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  • O passivo do lazer ativo

    Giuliano Gomes de Assis Pimentel*

    Resumo: O termo lazer ativo vem sendo utilizado parasignificar a atividade fsica no tempo livre. Este texto trata dojulgamento crtico de tal categoria a partir dos seguintesrecortes: os ditos e escritos sobre o lazer ativo no universoacadmico; sua relao com o positivismo e o funcionalismo;a ramificao do termo na rede de prticas e discursosbiomdicos de controle do tempo livre da populao.Palavras-chave: Atividades de lazer. Sade. Poder

    *Centro de Cincias Biolgicas. Departamento de Educao Fsica. Universidade Estadual deMaring. Maring, PR, Brasil. E-mail: [email protected]

    1 INTRODUO

    Ao tratar da qualidade de vida inevitvel que especialistasusem os meios de comunicao (ou por eles sejam usados) pararecomendar uma srie de comportamentos e indicar certas condiescomo primordiais para se ter um bem-estar, uma vida melhor. Destaforma, o discurso hegemnico sobre qualidade de vida repousa sobrea idia de estilo de vida individual (no fumar, realizar exerccios,controlar o estresse, entre outras medidas) e sobre determinaesestruturais (a exemplo de hospitais, transporte, segurana, espaosde lazer ativo e controle da poluio).

    O comportamento ativo (fisicamente) no tempo livre passa aser visto como um dos componentes de melhoria da qualidade devida, de tal forma que se pode at especular sobre uma perspectivaneo-higienista do lazer. De fato, podem ser relacionados autores eentidades que fazem defesas e proposies do lazer ativo na

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    promoo da sade (GUEDES et al, 2001; GURGEL, 2002;MANIFESTO..., 2003; TUBINO, 2007; NAHAS et. al., 2010).

    Colado concepo de "vida ativa", o discurso do "lazer ativo"prega a adeso atividade fsica no tempo livre como uma forma demanuteno da sade, especialmente na preveno de doenascrnico-degenerativas e diminuio do estresse. Tal entendimento disseminado desde artigos publicitrios at peridicos especficosda classe mdica, mas especialmente difundido em programasmassivos de atividade fsica. Entre as repercusses ideolgicas eprofissionais da veiculao de informaes sobre os benefcios sade da vida ativa e os malefcios do sedentarismo, h areverberao de recomendaes sistematizadas sobre como ter umaexistncia saudvel no conjunto das polticas pblicas e dasestratgias fsico-sanitrias de instituies paraestatais (FRAGA,2006).

    Dada essa problemtica mais ampla, este artigo dialoga com oentendimento de "lazer ativo" na produo brasileira. Esse termo,internacionalmente corrente nos anos 1950, resgatado na ltimadcada para se referir atividade fsica no tempo livre, tendo suaaplicao para alm da comunidade especfica do lazer. Os recortespara o debate so: a) os ditos e escritos sobre o lazer ativo no universoacadmico; b) sua relao com o positivismo e o funcionalismo; c) arelao do termo com a rede de discursos e prticas biomdicos decontrole do tempo livre da populao.

    2 UMA RAZO DE SER

    O lazer ativo no surge como uma ideia banal ou obsoleta. Eladeriva justamente da premissa de que se o tempo livre pode sediaralguns desvios ao status quo, o lazer pode servir de mecanismo deresgatar esses corpos fisiologia do sistema. Esse preceito tem porbase o funcionalismo, corrente de pensamento que "supe que todasas esferas da vida desempenham alguma funo social, sempre nosentido de garantir a harmonia, coeso e estabilidade do sistema"(DIAS, 2011, p. 45). Dado o funcionalismo focar as sociedades

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    contemporneas em funo do processo de industrializao, o lazeracaba por ser uma derivao dessa sociedade industrial, funcionandopara a integrao social ordem pr-estabelecida.

    Visando contribuir insero produtiva do trabalhador nasociedade, a funo do lazer ativo enfrentar o crescimento dasdoenas crnico-degenerativas, fenmeno caracterstico desociedades industrializadas. A automao do trabalho e ascomodidades civilizatrias, remetidas racionalidade e capacidadedo capitalismo em prover a sociedade de mercadorias, diminuram onvel de atividade fsica. Em complemento, o sedentarismo e oconsumo de alimentao rica em gorduras e carboidratos tambmcontribuem para o agravamento dessas doenas ligadas ao modo devida urbano-industrial. Entre os efeitos dessa disfuno est osignificativo o impacto econmico, especialmente no tocante aotratamento mdico, perda de produtividade e absteno ao trabalho.(SILVA et. al., 2011)

    O problema da inatividade fsica tende a ampliar-se tambmpara a infncia conforme Guedes et. al. (2001, p. 51). Segundo osautores, o movimentar-se nessa fase da vida se caracterizaria comouma "tendncia inata", mas os estmulos do meio tm levado ascrianas a se identifiquem com "atitudes sedentrias". Citam comoexemplo, o "longo tempo de assistncia TV e ao vdeo, por noserem apresentadas outras opes de lazer". Logo, caberia Educao Fsica promover meios necessrios ao lazer ativo, visandoa recuperao da sade das crianas e seu retorno sua condionatural de movimentos corporais.

    Tanto no diagnstico/prognstico dado ao adulto trabalhadorou s crianas, parece se tomar como premissa que o consumo -muitas vezes fetichista- de tecnologias de conforto (e, em amplitudemaior, o sistema) no pode ser mudado, mas apenas ajustado. Nessesentido, o reequilbrio (frente s ameaas do sedentarismo) se darno tempo livre, quando as pessoas podero se motivar e aderir aprticas de lazer com consumo energtico superior ao de repouso.Trata-se, portanto, de tornar o lazer um foco de ateno manutenofuncional dos corpos, por meio de atividade fsica.

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    Nahas (2005, p. 08) toma o lazer ativo "[...] como sendo umestilo de vida em que a atividade fsica valorizada e integrada navida diria, com nfase no lazer". Lazer ativo tambm o nomeempregado a um programa de atividade fsica do Servio Social daIndstria do estado de Santa Catarina, sob a consultoria desse autor.Como situa Nahas (2005, p. 5) "[...] o SESI/SC resolveu pegar esteconceito e transferi-lo para as aes que j desenvolvia e estabelecernovas aes dentro deste princpio. Passou a ser um programa depromoo de um estilo de vida ativo e saudvel, por conseqncia,para o trabalhador da indstria e seus familiares".

    Eis, pois, no uma categoria inerte, sossegada sobre umacademicismo diletante. O lazer ativo ressurge como ferramentacompleta, voltada ao pensamento e ao. Mas alm de serpropositivo, com base em evidncias epidemiolgicas, o conceitotambm assume uma dimenso negativa na medida em que foiformulado com vistas a combater sua sombra, o par dialtico contrao qual sua identidade se afirma: o lazer passivo.

    O significado do que seja passivo no lazer alvo de reflexesdivergentes. No campo da abordagem biolgica da sade, ele tomado como as prticas com baixo gasto de esforo corporal; naabordagem sociocultural seria a exposio alienada do indivduo aoconsumismo. Nele no possvel que o cio seja criativo, sendo umindicativo - por exemplo - das crianas no terem brincadeirassaudveis como antigamente ou da pouca adeso/aderncia aoexerccio fsico no tempo livre1.

    Cabe, portanto, Educao Fsica a misso de tornar as pessoasativas quando o lazer passivo a hegemonia, pelos problemas quecausa sade. Assim, "o grande desafio para ns, promotores daatividade fsica, promotores da sade, por mudanas no estilo de

    1Vale considerar a oscilao do termo lazer ativo no somente conforme a disciplina ou o olharque faz uso desse vocbulo, mas tambm as variaes ao longo do tempo e do espao. A fimde confrontar a polissemia noutras perspectivas, recomendo a leitura de Dumazedier (1976),que abandona o termo nos anos 1960 por considerar que todo lazer -como atividade- ativo, atautores mais contemporneos que resignificam o termo, a exemplo de Backman e Crompton(1990) ou Csikszentmihalyi (1999).

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    vida, exatamente promover o que chamamos de lazer ativo numasociedade que se transformou num verdadeiro paraso do lazerpassivo" (NAHAS, 2005, p. 11).

    J h entre estudiosos do lazer, algum esforo em situar arelatividade e a incongruncia do termo. Melo (2005), por exemplo,toma o cinema, prtica que embora no exija o gasto de muitascalorias, pode depreender um esforo significativo de compreenso.O autor critica que, mesmo nas Artes, existe uma diviso -elitista-entre expectador passivo e ativo, sendo que, do ponto de vista daeducao desse sujeito, o ideal seria uma postura intermediria, oqual teria uma postura crtica frente aos filmes.

    Dessa discusso, a atribuio de valores negativos ao lazertomado como passivo, remete necessidade de encontrar um sentidopara o lazer. Por sua vez, ele precisa cumprir uma funo, dentro deuma moral, para que esse sentido se realize. Pese-se o lazernecessitar no apenas funcionar para algo, mas, como prtica social,essa funo precisar desempenhar 'algo bom' e, mais precisamente,o bem (da sociedade) sob o perigo de depreciar-se para o mal, nocaso, o lazer passivo, relacionado ao gasto com doenas e decadncia moral. Dado esse entendimento possvel, passamos adiscutir as ideologias e prticas que recortam o debate sobre lazerativo.

    3 AS IDEOLOGIAS E TEORIAS DE BASE

    Um aspecto a ser investigado com profundidade a viso decausalidade em relao ao de moralidade. Termos como lazer ativo,e sua correspondente funo de livrar as pessoas do sedentarismo epromover a sade, nos levam a interrogar o grau de penetrao devalores morais e religiosos nesse conceito. Vejamos: segundo Hood(2010), embora a vida seja fruto do acaso, o crebro humano programado para buscar ordem no mundo. Se a menta humana acostumada a pensar em padres, ela pode cri-los quando no

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    encontra nenhum. Essa busca por sentido em meio complexidadede fatores pode resultar em criaes mentais pseudocientficas, comobuscar uma razo moral que organize a vida, o que pode levarconcepes cientficas a se misturarem com valoraes.

    A esse respeito, Helman (2003) postula que, na histria ocidental,se produzem discursos e verses medicalizadas cuja mensagem defundo reproduz leituras morais. A autora exemplifica com asrepresentaes coletivas, perpetradas na medicina, sobre as causasda obesidade. A falta de vontade ou a fraqueza de esprito estariamcomo fonte dos males, individualizando a vtima como culpada. Asreflexes sobre esse tema apontam que o diagnstico causal sobrecomer muito e exercita-se pouco seria traduo contempornea dealguns pecados capitais. Na raiz da questo reitera-se a desaprovaomoral da gula e da preguia, assim como da falta de autocontrole.

    Courtine (1995) a respeito da genealogia religio-sade-comrcio na sociedade norte-americana, v nos cuidados com ocorpo o contrrio do hedonismo, visto que emagrecer e aumentar amassa muscular um trabalho de mortificao, pura ascese. Nessesentido, o puritanismo vai pregar que cada pessoa responsvel porsua salvao, sendo necessrio uma converso tambm corporal,pois cuidar do prprio corpo um elemento da salvao da alma. Aateno moral dirigida sade ainda completada pelo capitalismo,o qual oferece procedimentos e mercadorias para se alcanar essepropsito.

    Nesse tocante, o lazer comea a sofrer uma ciso entre osprazeres dispendiosos e os investimentos virtuosos. Os prazeresrelacionados ao pecado tm uma consequncia conhecida: a morte.Assim, o sexo sem segurana levar 'peste gay' e o sedentarismo obesidade, sinais que se projetam no corpo do denegrido. J osinvestimentos nos cuidados com o corpo e alma so representativosdo Homem de ao. Se as atividades fsicas no levam a Deus, aomenos fornecem uma educao moral, favorecendo "os hbitos deordem, de exatido, de disciplina, essenciais ao bom funcionamentode uma sociedade industrial e burocrtica" (COURTINE, 1995, p.93).

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    Uma reflexo inevitvel quando se identifica o moralismo comopedra de arrimo desse processo de adjetivao do lazer em ativo(bom) versus o passivo (mal) o questionamento do prprio sentidodo lazer como categoria.

    As categorias, via de regra, so ferramentas teis aopensamento, pois, por meio delas, possvel objetivar certosfenmenos, ampliando nossa capacidade analtica sobre eles. Poroutro lado, cada categoria est associada a uma escola depensamento, estando associada a um intricado sistema de se conhecera realidade. A questo que todo processo de conhecimento produztambm aquilo que vai ser desconhecido nesse processo. A ignornciaprecisa ser compreendida como implicada no conhecimento. Aresistncia tem sua dimenso individual e psicolgica, mas, tambm,cultural. Como pondera Foucault (2002) h objetos que se tornaminacessveis ao pensamento dentro de uma determinada episteme,pois, em sua lgica interna, h coisas sujeitas a serem pensadas editas e outras que fogem ao quadro de referncias dado por essecampo.

    H algo de podre no campo do lazer. Pode-se acreditar que oproblema esteja nas prticas sociais, tendo em vista a decadnciados costumes no tempo livre. Termos cunhados nos ltimos 50 anostrazem tona a preocupao do mundo acadmico com a perversodo lazer, o desvio de sua funo. Para tanto, o lazer adjetivado vemnos alertar sobre os perigos ocultos no e do lazer: antilazer, semilazer,mercolazer, lazer no-srio, lazer anormal, lazer passivo(PIMENTEL, 2010). Contra esses desvios, haveria um verdadeirolazer, carregado de positividade: cio criativo, lazer srio, lazer ativo.Mas, por outro lado, no estariam essas categorias obstruindo oentendimento do fenmeno?

    Se ao lazer necessrio serem emprestadas qualificaes, por que ele um objeto plural, passvel de muitos entendimentos oupor que, tal qual em um Teste de Rorschach cada autor projeta seusvalores e expectativas sobre uma figura borrada? Talvez estejamoschegando ao momento de desconstruo do lazer como categoriaacadmica, pois como Rojek (1995), questionamos se o lazer se

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    sustenta teoricamente como objeto de conhecimento, dada suaobjetivao estar pautada em julgamentos de valor.

    Essa assepsia lega ao lazer a prerrogativa de se afirmar comonegao do tempo produtivo, sendo, pois ele um tempo de no-trabalho. Em complemento, ele associado a contedos quepreenchem sua existncia, os quais no so concebidos em suaambivalncia. O lazer acaba por ser algo bom, funcional. No entanto,a abrangncia em torno das prticas no-usuais desconsideradascomo lazer, seria fulcral para o entendimento da possvel identidadeque se almeja dar ao lazer (ROJEK, 1995).

    importante frisar que no h equvoco em considerar que olazer um componente da qualidade de vida, sendo fundamentalhaver investimentos nesse campo da vida social(CSIKSZENTMIHALYI, 1999). Porm, justificar o lazer como algobom, tal como um medicamento ou uma essncia positiva reforariao moralismo sobre prticas no-usuais, tidas como patolgicas. Olazer um objeto estranho porque suas formas socialmenteimprodutivas so desqualificadas, como no caso do lazer passivo eas prticas moralmente reprovveis sequer chegam a serem includascomo lazeres. Ora, se um fenmeno necessita ser bom e produtivopara ser considerado objeto, h limitao desse objeto ao subjetivismode quem e com quais valores define o que e no lazer.

    A esse respeito Rojek (2005) um autor seminal ao ponderarque as aes humanas outrora tidas como boas ou ruins (portanto,um padro moral) passaram, a partir do Sculo XVIII por um processode leitura cientfica. Por meio das mesmas, foram desenvolvidosmtodos e linguagens que tirassem a recriminao de condutas docampo religioso e dos costumes para um processo de "patologizao",incluindo a os lazeres. Logo, em exemplos, o consumo de lcool,assistir a um filme pornogrfico, jogar um vdeo-game violento epraticar esportes de risco deixaram de ser fustigados apenas pelasubjetividade afeita ao certo e errado e passaram ao exame ditoobjetivo da medicina, da psicologia e da psiquiatria, que podemdiagnosticar essas opes (de lazer) como comportamentosdesviantes, frutos de desequilbrios e doenas.

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    Eis que Rojek (2005) aponta para um paradoxo que merecenossa ateno em um debate sobre o lazer como questo de sade.Para o autor, os prprios estudiosos do lazer criaram uma ciladapara si, ao acatar ingenuamente essa patologizao doscomportamentos desviantes. Se, como apontado anteriormente, olazer "vendido" como algo saudvel, como podem certos lazeresestar associados a doenas? A soluo dada foi a adjetivao dolazer, ampliando ainda mais sua irrelevncia como categoria para sepensar as prticas no tempo livre. O objeto lazer foi reconduzido sua condio etimolgica de coisa lcita (licere em latim),empobrecendo a compreenso sobre esse fenmeno.

    importante frisar que Chris Rojek no advoga a legitimaode qualquer prtica. Est preocupado com o esforo em se atribuirao lazer apenas aspectos positivos, como se, por meio dele, tambmno ocorressem distrbios, alienaes, crimes, perverses eproblemas de sade pblica. O lazer deve ser tratado, comimparcialidade (diferente de neutralidade), tendo os profissionais eestudiosos de estarem preparados tanto para suas benesses comopara seus aspectos sombrios. Ademais, imprescindvel repensarsobre o lazer no apenas em termos do que seja hegemnico, poisat mesmo entendimentos supostamente enraizados, como lazer ativoou passivo, podem estar sujeitos a resignificaes diante dassubjetividades contemporneas.

    Quanto terminologia, necessrio ressaltar que tais vocbulosno apresentam uma linearidade. So termos datados. perceptvelsua fora entre 1999 e 2009, com gradativo movimento desubstituio pelo termo atividade (ou inatividade) fsica no lazer, comose pode verificar nas produes mais recentes (NAHAS et. al, 2010;DEL DUCA et. al, 2001; SILVA et. al., 2011). Terminologicamenteesse recuo pode ter relao com as objees pblicas a seu uso2,buscando um conceito menos comprometedor. Mesmo no autor quedifundiu o termo como um programa nas unidades brasileiras do

    2Na programao de duas edies (2006 e 2009) do Encontro Nacional de Recreao e Lazer(ENAREL) esse termo foi assunto de calorosa discusso, demonstrando uma rejeio menospelo termo que por seu uso restrito visando o estmulo atividade fsica em contraponto aosedentarismo.

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    Servio Social da Indstria, o uso de lazer passivo foi basicamentesuprimido e lazer ativo vem passando a designar mais o programa,tendo a categoria se metamorfoseado em commodity para uso nomeio no-acadmico. No obstante a tendncia de caducarem taistermos, seus sentidos continuam sendo operados e continuamfuncionando como movimentos institucionalizados.

    4 A CRUZADA DO LAZER ATIVO

    Nos ltimos anos est em evidncia na Educao Fsica umdiscurso atualizado sobre ocupar o lazer com atividade fsica (lazerativo), o qual prope mudanas no estilo de vida: as pessoas deveriamfazer as atividades fsicas que mais as agradassem no tempo livre e,em contrapartida, teriam uma vida mais saudvel. A respeito dessasideologias utilitrias, Stigger (2002) concorda que, emborareconheam os outros aspectos, elas acabam associando a aquisioe desenvolvimento da sade ao esporte de lazer, e tirando da umajustificao poderosa para a sua prtica.

    At o universo das atividades na natureza est envolvido pelaidia de atividade fsica no lazer como possibilidade de melhoria dealguns parmetros relacionados qualidade de vida. Como h umacrescente associao da aventura na natureza com a sensao deliberao de adrenalina e diminuio do estresse crnico, se evidenciatanto em publicaes acadmicas quanto na comercializao depacotes tursticos a procura instrumental por essas prticas, o quevai desde spa em fazendas at cruzeiros martimos com a temticafitness (PIMENTEL, 2006).

    H nessa vertente 'verde' do lazer ativo ainda a relao comos ditos "treinamentos empresariais". Spink, Medrado, Mello (2002,p. 163) chamam ateno para a possvel relao entre o mundoglobalizado e os esportes radicais, podendo os mesmos servir formao de indivduos para essa realidade. No plano discursivo,por exemplo, h presena de representaes sociais sobre os esportesradicais serem, entre outras possibilidades, "ocasies propcias para

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    o desenvolvimento de funcionrios mais flexveis e aptos para operaradequadamente no mbito do mercado globalizado".

    Obviamente essa uma pretenso mecnica e ingnua, poisdesconsidera a resistncia e as mltiplas apropriaes que os sujeitosestabelecem com essas formas. Da porque, mesmo com asdiferentes sedues, o discurso do lazer ativo no supera ascontradies. A primeira que na histria nunca se logrou um nvelde produo e desenvolvimento econmico como o visto nos ltimos50 anos. Entretanto, essa revoluo mostrou-se conservadora aono dar conta nem da distribuio dos resultados dessa evoluocomo, tambm, muitos dos seus avanos repercutem mais que olazer passivo nas doenas crnico-degenerativas.

    Pode-se citar, por exemplo, desde a produo de alimentoscalricos sem valor nutritivo at a prioridade estatal e de mercadosobre os meios de transporte poluentes ao invs de polticas para ouso de bicicletas. Se, de fato, existisse um interesse em incentivar oestilo de vida ativo, alteraes estruturais ocorreriam no mercado,mas, como visto, o indivduo, com seus hbitos, que sofre a coeropara mudar. No est considerada nessa diretriz as causas doestresse no trabalho ou o tempo gasto no transporte, os quais tmefeito sobre o estado de nimo desse trabalhador para um lazer comatividade fsica.

    Destarte, o que se v o DNA do lazer ativo: um conceitoideolgico, cunhado no funcionalismo, para uma interveno neo-higienista sobre as prticas desregradas do povo. Poderamos vernele ainda a reproduo da moralidade vigente, notadamente um atode normalizao disfarada. Mas essa crtica isolada facilmentevencida pela complexidade de fatores levados em consideraoquando se promove o lazer ativo como uma categoria operativa dentrodas novas tecnologias de gesto de pessoas. Se, por exemplo, j secriticou o reducionismo na recomendao de prticas corporais paraa aptido fsica, sem considerar a diversidade regional, a exclusourbana e a opo pessoal, j se v incorporao dessas variveis nadefesa do lazer ativo como sendo:

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    [...] sentir-se bem na atividade escolhida, realizaratividades que sejam culturalmente relevantes. EmPomerode, Santa Catarina, tenho que fazer,promover, estimular bocha e o punhobol. So coisasculturalmente relevantes para aquelas comunidades.Bolo, boliche, etc. No posso propor que elescaminhem, porque na cidade no h nem sistema detransporte urbano, todo mundo caminha e pedalapara ir de um lugar a outro. O lazer ativoculturalmente relevante aquilo que envolve o jogo,a dana, a diverso para essa comunidade. Paraalguns trabalhadores da rea urbana que passamsentados dez horas por dia, caminhar pode ser umagrande opo de lazer ativo, mas, obviamente, no para todo mundo (NAHAS, 2005, p. 09).

    Neste caso, insuficiente caracterizar a cruzada em prol dolazer ativo como uma transparente moralizao dos costumes viaimposio. Entre outros olhares, funciona nesse discurso aconstruo, pelo poder, de conhecimentos e de verdades, entre osquais o lazer ativo seria uma benesse social a ser adotada comohbito das populaes para seu prprio bem. Este aspecto fundamental para entender que aes como o programa SESI LazerAtivo no esto descontextualizadas. H uma expressiva produode saber que vai de dados estatsticos sobre o sedentarismo porsetor laboral at os efeitos fisiolgicos sobre a produtividade equalidade de vida do operrio, como salietam Nahas et. al. (2010).Ademais, no se destinam a um sujeito individualizado, mas comunidade trabalhadora em geral, bem como seu background no ingnuo, mas ciente, dos limites do exerccio (ponderam, porexemplo, que a alimentao um fator mais preponderante que aatividade fsica no combate obesidade).

    Assim, mesmo a categoria lazer ativo sendo controversa ecarregada de valoraes de juzo, que prejudicam sua acuidadeacadmica, os programas voltados para a prtica de atividade fsicano tempo de no-trabalho aparentam-se altamente racionais ehumanistas. Neste caso, h engano ao tomar o discurso da atividadefsica e sade como destitudo de referncias socioculturais ou dereflexibilidade sobre seus limites. Aqui, parece necessrio entender

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    como um conceito sociocultural (lazer) assume operacionalidade apartir de uma rede discursiva entre as cincias exatas e biolgicas.

    Nesse caso, pode ser elucidativo se pensarmos, como Foucault(1997), que as que essa correlao de foras visa um carterprodutivo na sociedade. Para tanto, h uma confluncia de novastcnicas, entre as quais a disciplinar agregada pelo biopoder, aforma moderna dos governos lidarem com a difuso do poder eatingirem grandes contingentes. Logo, no se pensa mais no poderapenas como constrangimento individual, mas, sobretudo, como umadinmica voltada para desencadear e criar verdades e produtosdestinados a manter a sade das populaes. Esse aspecto relacional,portanto, leva incorporao das tcnicas disciplinares junto stecnologias polticas, que racionalizam a governamentalidade. Nisto,se destaca como tecnologia mais moderna o biopoder, refletido nocuidado sobre preservao da vida das populaes (especialmentedaqueles que mais precisarem: sedentrios, desviantes, crianas),de tal forma que estes sejam tambm capazes de gerir em si asverdades necessrias para serem corpos saudveis, felizes eprodutivos.

    Na estratgia moderna para governar os outros fundamental,portanto, produzir conhecimentos que convenam a populao sobretais saberes e prticas visarem o bem. Se esses aspectos indicam acontradio em ser ativo no lazer, pois isso pode significar um corpodcil diante de estratgias de despolitizao do sujeito, a publicidadeem torno do corpo belo e as campanhas de promoo da atividadefsica ancoradas nessa perspectiva so formas de seduo. Seduono sentido que o poder difuso entre sujeitos e instituies, sendomais eficaz para qualquer ao de controle atrair que intimidar. Afinal,quantos j no se deixaram seduzir por um lazer ativo que,combatendo o lado passivo, devolver o indivduo ao seu bem-estarpleno? No , afinal, isso algo desejado e valorizado pela EducaoFsica? Pois, diante dos possveis prazeres e benefcios, qual oproblema de estar embutido no lazer ativo um estratagema?

    Como a sabedoria ensina, a pergunta contm em si a resposta.Paradoxalmente, a busca em ser saudvel pode representar uma

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    forma de abdicao da liberdade e, de certa forma, do sentido dasade. O aprisionamento a normas de qualidade de vida, podecomprometer o viver qualitativamente. Como provoca Maffesoli(1997), qualquer gado bem criado se encontra pleno de sade, bemalimentado e consumidor da ltima moda, mas sem nunca ter acessoao que qualifica um ser como sendo humano: ser livre.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Na Educao Fsica existe uma constelao de autores eentidades que fazem defesas e proposies do lazer ativo napromoo da sade. Todavia o termo no uma exclusividade darea, obtendo adeso em outras disciplinas, como o Turismo, aMedicina, a Psicologia ou Urbanismo. Se, como vimos, essas relaesutilitrias do termo remetem a uma possvel gnese no funcionalismo,a gama de disciplinas a tratar do lazer ativo deve ao Higienismo umade suas influncias mais longevas.

    As aproximaes buscadas entre prtica de atividades fsicase uso do tempo livre sugerem um movimento de justificao do "lazerativo" em diferentes ambientes, tendo algumas argumentaes, decunho ideolgico, assumido feies cientficas. Em tal articulao,seus tericos enfatizam a presena da obteno da sade nasatividades de lazer, com subsdios sobre o quanto isso implicaria embenefcios aos praticantes.

    O limite desse tipo de leitura o encadeamento mecnico deepisdios, o que s pode fazer sentido numa perspectiva moralizante,na qual as boas aes geram bons resultados. Mas necessrioresgatar a aleatoriedade reinante no mundo fsico, mesmo que omundo social lhe empreste um sentido. Afinal, quanto se recomenda,por exemplo, a caminhada na perspectiva que isso resulte em sade,por outro lado a pessoa pode ser atropelada enquanto atravessauma rua. Portanto, assumir uma resposta em busca de melhorar aqualidade de vida, nos coloca em um mundo sujeito aos acasos. Olazer ativo no uma garantia; uma loteria: apostamos em umasrie de comportamentos e prticas de lazer, buscando coisas boas,

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    mas h em tudo certa indeterminao. Por isso, essencial noolhar o lazer ativo e o lazer passivo como prticas queobrigatoriamente levaro a resultados opostos.

    O passivo discursivo do lazer ativo pode ser encontrado namanipulao ideolgica dessa categoria por instituies interessadasem reforar a dimenso funcionalista das prticas no tempo livre. Aviso higinica aqui predominante porque h uma evidentemedicalizao dos discursos, amparados por uma causalidade ingnua,pela qual basta o trabalhador aderir atividade fsica para se resolveros problemas das doenas crnico-degenerativas. Certamente, osestudiosos da relao exerccio fsico e sade no esto tomadospor esse simplismo, mas contribuem para sua difuso no senso-comumquando empregam um lazer positivado como poltica de seduo.Nisto o moralismo preenche as lacunas interpretativas da supostaneutralidade positivista do lazer ativo.

    Se, nesse raciocnio pelo qual foi construdo, o lazer umacondio da sociedade industrial e possvel encontrar nele umafuno de harmonizao social e promoo da sade porque avida como um todo possui uma misso edificante a cumprir. Ora, seos meios esto disponveis, cada indivduo que no emprega seutempo livre para ser "ativo" no apenas deixa de cumprir o sentidotranscendente do lazer, determinado pela ordem das coisas, mas,tambm, peca contra si mesmo e a sociedade. Em nos fazer acreditarnessa falcia e reproduzi-la em nossas prticas sociais e acadmicasreside a genialidade desses poderes estatais e paraestatais queoperam com a fuso de mecanismos de controle e biopoder.

  • Giuliano Gomes de Assis Pimentel

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    The passive of the active leisureAbstract: The term active leisure has been used todefine free-time physical activity. This paper analyzesthis category from the following topics: the sayingsand writings about active leisure in the academicenvironment; its relation to positivism and functionalism;the popularization of the term within the network ofdiscourses aimed at biomedical control of free timemade by population.Keywords: Leisure Activities. Health. Power.

    El pasivo de el ocio activoResumen: El ocio activo es una palabra utilizada paradefinir la actividad fsica durante el tiempo libre. Estetexto hace crtica de la categora, utilizando comotpicos de anlisis: los dichos y escritos acerca delocio activo en el mbito acadmico; su relacin con elpositivismo y el funcionalismo; la popularizacin deltrmino en la red de representaciones e accionesbiomdicas de control del tiempo libre de la populacin.Palabras clave: Actividades Recreativas. Salud.Poder.

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    Recebido em: 31.07.2011

    Aprovado em: 03.09.2012

    Endereo para correspondnciaUniversidade Estadual de Maring,Centro de Cincias Biolgicas,Departamento de Educao Fsica.Av. Colombo, n. 5790, Zona 07,CEP 87020-900 Maringa, PR - Brasil