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Sede: SCRS 505 bloco C – 3 o andar – 70350-530 Brasília/DF – Tel.: (61) 2101-6000 Escritório: Rua Marcílio Dias n o 574 – Menino Deus – 90130-000 Porto Alegre/RS – Tel.: (51) 3232-3330 Pronunciamentos feitos durante a sessão da Comissão Geral de 17 de maio de 2012, no Plenário da Câmara dos Deputados para tratar da crise financeira dos Municípios brasileiros. IV - COMISSÃO GERAL O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Sras. e Srs. Deputados, neste momento, transformo a sessão plenária em Comissão Geral, para debater a situação financeira dos Municípios brasileiros. Vale salientar que esta Comissão Geral foi requerida pelo ilustre Líder do PR, o Deputado Lincoln Portela, a quem cumprimento, porque todos sabem que a situação dos Municípios brasileiros é muito difícil. Portanto, convido os Srs. Prefeitos e os senhores expositores a comparecerem ao plenário. Sobre a mesa encontra-se à disposição dos Srs. Parlamentares folha de inscrição destinada a quem quiser fazer uso da palavra. Portanto, convido os Srs. Prefeitos a tomarem assento à Mesa. Convido aqueles que estão nas galerias a descerem ao plenário, já que a Comissão Geral dá acesso a todos aqueles que desejam participar desta reunião. (Pausa.) O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - A Presidência convida o Sr. Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Brasileira de Municípios, para compor a Mesa. (Palmas.) Convida também para compor a Mesa o Prefeito Angelo Roncalli, Presidente da Associação de Mineira de Municípios. (Palmas.) Saúdo neste instante o Prefeito Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, a quem rendo as homenagens devidas. Convido também para compor a Mesa o Presidente da Associação Amazonense de Municípios, Prefeito Jair Souto, (palmas) e o Presidente da Associação de Municípios de Santa Catarina. (Palmas.) A Presidência, em nome da Mesa Diretora da Câmara, cujo Presidente é Marco Maia, em primeiro lugar, quer saudar o Deputado Lincoln Portela, autor desse requerimento. Em seguida, saudar o Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Prefeito Paulo Ziulkoski, o Presidente da Associação Mineira de Municípios, Prefeito Ângelo Roncalli, o Presidente da Associação Amazonense de Municípios, Prefeito Jair Souto, e o Presidente da Associação de Municípios de Santa Catarina.

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Sede: SCRS 505 bloco C – 3o andar – 70350-530 Brasília/DF – Tel.: (61) 2101-6000 Escritório: Rua Marcílio Dias no 574 – Menino Deus – 90130-000 Porto Alegre/RS – Tel.: (51) 3232-3330

Pronunciamentos feitos durante a sessão da Comissão Geral de 17 de maio de 2012, no Plenário da Câmara dos Deputados para tratar da crise financeira dos Municípios brasileiros.

IV - COMISSÃO GERAL

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Sras. e Srs. Deputados, neste momento, transformo a sessão plenária em Comissão Geral, para debater a situação financeira dos Municípios brasileiros. Vale salientar que esta Comissão Geral foi requerida pelo ilustre Líder do PR, o Deputado Lincoln Portela, a quem cumprimento, porque todos sabem que a situação dos Municípios brasileiros é muito difícil. Portanto, convido os Srs. Prefeitos e os senhores expositores a comparecerem ao plenário.

Sobre a mesa encontra-se à disposição dos Srs. Parlamentares folha de inscrição destinada a quem quiser fazer uso da palavra. Portanto, convido os Srs. Prefeitos a tomarem assento à Mesa. Convido aqueles que estão nas galerias a descerem ao plenário, já que a Comissão Geral dá acesso a todos aqueles que desejam participar desta reunião. (Pausa.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - A Presidência convida o Sr. Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Brasileira de Municípios, para compor a Mesa. (Palmas.)

Convida também para compor a Mesa o Prefeito Angelo Roncalli, Presidente da Associação de Mineira de Municípios. (Palmas.) Saúdo neste instante o Prefeito Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, a quem rendo as homenagens devidas.

Convido também para compor a Mesa o Presidente da Associação Amazonense de Municípios, Prefeito Jair Souto, (palmas) e o Presidente da Associação de Municípios de Santa Catarina. (Palmas.)

A Presidência, em nome da Mesa Diretora da Câmara, cujo Presidente é Marco Maia, em primeiro lugar, quer saudar o Deputado Lincoln Portela, autor desse requerimento. Em seguida, saudar o Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Prefeito Paulo Ziulkoski, o Presidente da Associação Mineira de Municípios, Prefeito Ângelo Roncalli, o Presidente da Associação Amazonense de Municípios, Prefeito Jair Souto, e o Presidente da Associação de Municípios de Santa Catarina.

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Gostaria de saudar os Srs. Prefeitos e dizer que esta Casa acompanha com muita responsabilidade e com muito interesse a situação dos Municípios brasileiros. O cidadão não vive na União, nem no Estado; vive no Município, célula básica da organização política e administrativa do País. No Município em que vive ou exerce sua atividade, deve aspirar a uma saúde de boa qualidade, educação, segurança pública, infraestrutura, água encanada, saneamento básico, estrada para escoar produção, para se comunicar com as pessoas, transporte de boa qualidade e sobretudo geração de empregos, para que possa viver com dignidade e criar a sua família.

Nós temos certeza de que precisamos, cada vez mais, melhorar a situação financeira dos Municípios. Eu sou um defensor intransigente da divisão eqüitativa dos royalties do petróleo (palmas), pois o FPM hoje é insuficiente para resolver todos os problemas dos Municípios. As obrigações são cada vez maiores, e cada vez mais se oneram os Municípios. Todas as vezes em que se quer conceder algum incentivo, faz-se através do IR, Imposto de Renda, ou do IPI, que são aquelas fontes que fazem com que o FPE e o FPM possam ter um fundo maior. Deviam utilizar os seus próprios fundos ou os seus próprios recursos para que pudessem fazer essas concessões, para que não se onerasse, cada vez mais, a partilha do FPM.

Posso dizer que eu sou defensor intransigente do Governo. Defendo o Governo desde o Presidente Lula, o melhor Presidente da República que o Brasil já teve. Defendo a Presidente Dilma porque acho que S.Exa. vem seguindo uma política compensatória, sobretudo fazendo com que as pessoas possam, cada vez mais, ter condições de viver com dignidade. As políticas compensatórias são o Bolsa Família, o Brasil sem Miséria e tantos outros programas fundamentais para que possamos melhorar cada vez mais a vida das pessoas. São mais de 45 milhões de brasileiros que viviam em pobreza absoluta. Ascenderam das classes D e E para a classe C, passaram a ter condições de reformar a sua casa, de adquirir eletrodomésticos e assim por diante.

Quero dizer que, cada vez mais, esses programas beneficiam as pessoas. Mas, em relação aos Municípios, se se levar em consideração que hoje há uma vinculação de 25% com a educação, 15% com a saúde, 54% com a folha de pagamento, além de mais1% com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Restam poucos recursos para fazer investimentos fundamentais, a fim de que possamos cada vez mais melhorar a vida das pessoas.

Quanto ao pré-sal, sou contra aqueles que se dizem Estados produtores. Não existem Estados produtores. A própria Constituição determina que são Estados confrontantes. No que diz respeito à exploração do petróleo da terra, podem até ser, mas não à exploração do petróleo do pré-sal, que se faz a 320 quilômetros da costa. E as correntes marítimas vão levar resíduos para as praias do Nordeste e não para as praias daqueles Estados confrontantes.

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Portanto, a divisão do pré-sal tem que ser feita diretamente, desde o início, desde os poços perfurados e explorados. Os poços não são explorados pelo Estado — não há Estados produtores —; são prospectados os poços e extraído o petróleo pelas empresas. Precisamos, então, definir. Faço um apelo ao Presidente Marco Maia para que coloque urgentemente a matéria na pauta.

Sabem quanto vão ser esses recursos nos próximos 10 anos? Setenta bilhões de reais. Hoje o FPM representa pouco mais de 2,5 bilhões de reais, e o FPE, um pouco menos, porque é apenas 21,5% e o FPM, 22,5% desse fundo. Temos certeza absoluta de que daria mais ou menos 23 bilhões; 70 bilhões dariam três FPMs. Assim, teríamos condições de melhorar a vida dos Municípios, que teriam condições de melhorar cada vez mais a vida das pessoas.

O homem, o cidadão é o princípio, o meio e o fim de toda atividade. O Estado não vive em função das suas obrigações, sobretudo em qualquer campo, o Estado vive em função das pessoas. Melhorar a vida das pessoas é condição fundamental para estabelecermos uma sociedade justa, fraterna, humana, solidária e distributiva. Então, faço essa saudação — passarei agora a palavra —, pedindo a vocês que confiem nesta Casa, que não vai lhes faltar. Esta Casa vai votar a divisão equitativa dos royalties do petróleo, para que possamos diminuir cada vez mais a desigualdade, tão profunda, existente entre pessoas, famílias, Municípios, Estados e

regiões do País. (Palmas.)

Esta, sim, é a sociedade que desejamos: uma sociedade igualitária, uma sociedade fraterna, uma sociedade humana, uma sociedade distributiva, em que na mesa do rico possa haver o que ele quiser, mas que na mesa do pobre não falte o mínimo necessário para ele viver com dignidade e criar sua família, em que o cidadão, em qualquer região onde viva ou exerça atividade, tenha direitos e oportunidades iguais aos daqueles que residem nos centros mais desenvolvidos.

Essa é minha palavra. Esse é meu estímulo. Essa é minha posição firme em defesa dessa sociedade que devemos e temos a obrigação de construir. (Palmas.)

Concedo agora a palavra ao ilustre autor do requerimento de transformação desta sessão ordinária em Comissão Geral, o meu Líder, o Líder do meu partido, Deputado Lincoln Portela, a quem parabenizo pela iniciativa. S.Exa., como eu, é municipalista convicto, sabe que o Município é base para o estabelecimento desse Brasil tão grande que desejamos, desse Brasil que possa aproveitar suas potencialidades.

O Deputado Lincoln Portela, do PR de Minas Gerais, é Líder de um bloco importante na Casa, com 43 Sras. e Srs. Deputados. S.Exa. tem uma posição muito importante na votação que vai ser feita. Tenho certeza de que estará sempre ao lado de vocês, porque sabe que essa é uma

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boa causa, e a boa causa traz todos para essa causa. Então, quero dar a palavra, como autor do requerimento, ao primeiro orador desta Comissão Geral destinada a investigar a situação financeira dos Municípios, para que a Casa possa se instrumentalizar e ter mais argumentos fundamentais, a fim de que possamos defender ainda mais o Município.

Tenho certeza de que cada um tem uma contribuição a dar. Não há ninguém neste País, por mais simples que seja, que não tenha uma contribuição a dar. Por isso, vamos ouvir atentamente os Prefeitos e vamos ouvir suas reivindicações. Temos certeza absoluta de que esta Casa haverá de encontrar soluções viáveis para que o Município brasileiro tenha condições de melhorar cada vez mais a vida das pessoas.

Passo a palavra, portanto, ao ilustre Deputado Lincoln Portela, Líder do PR nesta Casa do Poder Legislativo. S.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna. (Pausa.) A Presidência também tem o prazer de saudar e de convidar para compor a Mesa o Prefeito Luiz Benes Leocádio de Araújo, Presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, e a Prefeita Eliene Brasileiro, Presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará.

Concedo, portanto, a palavra ao Deputado Lincoln Portela. (Palmas.)

O SR. DEPUTADO LINCOLN PORTELA - Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, saúdo V.Exa., o Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, que tanto tem trabalhado, às vezes incompreendido por muitos setores da política que não valorizam devidamente os Prefeitos brasileiros. Parabéns a S.Sa. pelo trabalho, independentemente de correntes políticas ou qualquer coisa. Já tive contato com S.Sa., quando eu ainda era apresentador da Rede Record de Televisão, em Minas Gerais. Pude, no Record Minas, fazer uma entrevista com S.Sa. pelo menos 12, 13 anos atrás. S.Sa. já era militante na área, trabalhando pelo bem do Brasil. Em seu nome, saúdo a todos os integrantes da Mesa.

Lembro-me, claro, do nosso Prefeito de São Gonçalo do Pará, em Minas Gerais, que é também membro da Executiva Estadual do Partido da República, meu amigo raterno e Presidente da Associação Mineira de Municípios, Ângelo Roncalli.

Sras. e Srs. Prefeitos do nosso Brasil, não quero me estender muito. Quero fazer menção aqui a Gabriel Jorge Samaha, que vai falar pelo Bloco/PV, Prefeito de Piraquara; Luiz Benes Leocádio, que vai falar pelo PMDB, Prefeito de Lajes; Edna Agnolin, que falará PDT, Vice-Prefeita do Município de Palmas; Ivan Santos Leite, que falará pelo PSC, Prefeito do Município de Estância; Eliene Brasileiro, que falará pelo PCdoB, Presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará e Prefeita de General Sampaio, e Paulo Ziulkoski, que falará pelo PR — Partido da República —, que cedeu espaço para que ele falasse.

Não quero me deter muito. Nasci no Partido Municipalista Brasileiro, continuo sendo municipalista. Sei da luta dos meus Prefeitos em Minas Gerais, das dificuldades que eles têm

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no próprio Município, das dificuldades no Estado, das dificuldades com a Federação. Sei também das dificuldades com esta Casa. Por essa razão, esta Casa, democraticamente, abriu espaço — o Presidente Marco Maia e todos os Líderes da Casa. Esta Comissão foi pedida por mim, mas todos os Líderes da Casa assinaram o requerimento. Nenhum dos Líderes ficou sem assiná-lo. É preciso que vocês venham aqui para o Brasil ouvi-los. Estamos sendo transmitidos pela TV Câmara, e por certo a Rádio Câmara também transmite a sessão e dará notícias no programa A Voz do Brasil.

Parabéns a todos vocês que ficaram aqui, a todos vocês que vieram para a Marcha, a todos vocês que têm tido problemas, problemas, sim, com a questão dos pisos nacionais salariais. Claro, precisamos resolver essa questão, mas não podemos jogar a bomba em cima das Prefeituras, em cima dos Prefeitos. Não podemos fazer com que esses Prefeitos recebam ações de improbidade administrativa, ações civis públicas de improbidade administrativa. Alguém vai dizer assim: “Você terá problemas com as suas emendas!” Mais do que eu já tenho?! Lamentável a incompetência da Caixa Econômica Federal na liberação dos recursos a vocês!

Lamentavelmente, nós percebemos Prefeitos sofrendo. As empresas são devidamente licitadas, são contratadas, fazem as obras, e a Caixa Econômica Federal, péssima gestora desses recursos, não paga essas obras. (Palmas.) Isso é um absurdo! Talvez fosse até necessário que uma reclamação ao PROCON fosse feita. É um absurdo!

Esses dias eu tive que trazer o Prefeito Niltinho, da cidade de Corinto, e tive que trazer também todos os Vereadores — ficaram hospedados na minha casa —, todos os Vereadores, situação e oposição da cidade de Corinto, para dizer que o Governo Federal não estava pagando as emendas. Obras de 2009, obras de mais de 1 milhão de reais foram terminadas, mas as obras não eram pagas às empresas, e o Prefeito estava correndo o risco de receber uma ação de improbidade administrativa.

Então, imediatamente fomos chamados. Ainda muito bem que a Secretaria de Relações Institucionais nos recebeu, o Claudinei nos recebeu, a Caixa Econômica Federal também nos recebeu, para resolver esse problema. Mas é lamentável que eu, numa sessão cheia de quarta-feira, tenha que fazer isso para que as coisas aconteçam.

Parabéns a vocês que exercem o sacerdócio. Parabéns a vocês que exercem o sacerdócio, sim, porque servem ao Município, não usam o Poder como um fim em si mesmo, porque eu acredito na democracia, acredito na honestidade, acredito na justiça. Aqueles que erram são punidos, Deputados que erram são punidos, Prefeitos que erram são punidos. Agora, sermos punidos por erros de terceiros, isso

é que não pode continuar acontecendo. Prefeitos serem punidos por erros e irresponsabilidade de terceiros não pode acontecer.

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Parabéns a V.Exas. que ficaram nesta Casa; parabéns a esta Casa que abriu as portas, até mesmo para receber, se preciso for, democraticamente, puxões de orelha; parabéns a esta Casa, que é a casa mais cristalina do Brasil e abriu espaço para V.Exas. Sucesso! E que Deus dirija os Municípios brasileiros. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - A Presidência vai alternar os oradores: será um Parlamentar, em seguida, um convidado. Antes de conceder a palavra ao próximo orador, anuncio a presença da ilustre Senadora Ana Amélia, uma das melhores Senadoras da República (palmas), ilustre representante do Rio Grande do Sul na Câmara Alta do País, em nosso Senado Federal, onde tem tido uma postura das mais importantes em defesa dos mais sagrados interesses do País: honestidade, seriedade e bom trato com a coisa pública. Parabenizo a ilustre Senadora Ana Amélia. Gostaria que S.Exa. continuasse com esse grande trabalho em defesa dos grandes interesses nacionais. Um abraço fraterno, Senadora Ana Amélia, que Deus a inspire e a ajude!

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Prefeito de Piraquara, Paraná, Sr. Gabriel Jorge Samaha, indicado pelo Bloco PV/PPS e pelo Democratas. Em seguida, concederei a palavra ao ilustre Deputado Onofre Santo Agostini, do PSDB de Santa Catarina, e ao Presidente da Confederação Nacional dos Municípios — CNM, o ilustre Dr. Paulo Ziulkoski, indicado pelo Bloco PR/PTdoB/PRP/PHS/PTC/PSL/PRTB.

Concedo a palavra, portanto, ao ilustre Prefeito de Piraquara, Paraná, Sr. Gabriel Jorge Samaha. S.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. GABRIEL JORGE SAMAHA - Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, nosso Presidente, Sr. Paulo Ziulkoski, Senadora Ana Amélia, a quem estendo o meu carinho e a minha solidariedade — antes de V.Exa. exercer o cargo de Senadora, eu era seu expectador no Canal Rural. Então, compartilhamos muito das ideias e dos debates pela agricultura, na defesa da pecuária deste País —, Sras. e Srs. Prefeitos, talvez eu não tenha a mesma lucidez e capacidade do Paulo Ziulkoski, e remeto a responsabilidade a ele, de conseguir fazer a grande síntese da nossa luta, do nosso debate, do nosso esforço em repensar a estrutura federativa deste País.

Eu quero voltar a um fato que a imprensa do Paraná me tem cobrado, qual seja a nossa manifestação com relação ao pronunciamento da Sra. Presidente Dilma Rousseff. De antemão, quero registrar que, num primeiro momento, achei que não tinha sido legal, mas, no segundo momento, Paulo...

Eu sempre costumo dizer, Presidente Inocêncio, que, para nós que participamos da política, muitas vezes a manifestação negativa é reveladora, indica, coloca elementos no debate

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federativo que até então não existiam ou não enxergávamos. Digo isso porque voltei ao quarto do hotel tentando fazer uma reflexão sobre tudo isso. Venho a esta tribuna para expor a seguinte questão: infelizmente, não querem

fazer o debate sobre o novo pacto federativo. Negam-se a repensar a autonomia dos Municípios, negam-se a repensar a sustentabilidade dos Municípios.

Nós, infelizmente, desde a ditadura militar, ou melhor, desde o Estado Novo, vivemos criando mecanismos de centralização do Governo Federal, sejam eles mecanismos políticos, sejam eles mecanismos econômicos, sejam eles de políticas públicas neste País. Isso nós viemos construindo. E, infelizmente, a Presidente, ou a Presidenta, que eu ajudei a eleger...

E não tiro mérito nenhum das políticas que estão implementando, não tiro mérito nenhum do combate na questão macroeconômica para manter o País neste caminho, mas digo o seguinte: tanto o Governo Fernando Henrique quanto os Governos Lula e Dilma não acenaram em nenhum momento — em nenhum momento! — no sentido de romper essa nossa prática parasitária com relação aos nossos Deputados, em que ficamos na dependência exclusiva das emendas parlamentares para levar um pouquinho de conforto, de qualidade de vida para as nossas cidades. Em nenhum momento acenaram para isso, Srs. Prefeitos e Srs. Deputados.

E por que a vaia foi reveladora? A vaia foi reveladora não pela falta de educação dos Prefeitos e Prefeitas do Brasil. A vaia foi reveladora pela nossa incapacidade de aguentar mais esse processo, pela falta de condição, não só política, mas também física, de cada Prefeito e Prefeita de passar pelo constrangimento de realizar uma obra e não conseguir pagá-la, de prometer uma obra e não ter dinheiro, de depender exclusivamente dos Deputados, que, no meu ponto de vista e no da grande maioria dos países, tinham que estar discutindo outras questões, que não emendas.

É nesse sentido que a Associação dos Municípios do Paraná vem se posicionar. Para nós o importante é discutir os royalties? Sim, é importante. São questões pontuais. É importante discutir o encontro de contas da Previdência? É importante, sim, discutir o encontro de contas, mas, Paulo, mais importante para nós é abrir nesta Casa de leis novamente o debate do pacto federativo.

Nós não podemos mais continuar fazendo discussões pontuais. Temos que ter discussões centrais, estratégicas, para redefinir o papel dos entes federados no Brasil. É essa a posição da Associação dos Municípios do Paraná, de todos os Prefeitos e Prefeitas do Paraná. Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado, Paulo. Muito obrigado, companheiros e companheiras Prefeitos. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado Onofre Santo Agostini, PSD, Santa Catarina. S.Exa. dispôe de 5 minutos na tribuna.

Tendo que me retirar por motivo superior, chamarei o Deputado Amauri

Teixeira para assumir a presidência dos trabalhos.

O SR. DEPUTADO ONOFRE SANTO AGOSTINI - Sr. Presidente, Sr. Presidente da Confederação dos Municípios, Srs. Prefeitos, Srs. Presidentes de Associações, minha ilustre Deputada Amélia Lemos, Srs. Prefeitos, Prefeitas, Srs. Deputados, é claro que em 5 minutos não dá para externamos o nosso pensamento. Eu já fui Prefeito, na época em que Prefeito mandava. Hoje, infelizmente, o Prefeito manda muito pouco. Na época em que era Prefeito, em 1972, a Câmara de Vereadores só podia dar nome de rua. Era essa a atribuição do Vereador. Hoje, a Câmara de Vereadores cassa Prefeito. Temos hoje um Tribunal de Contas devidamente aparelhado. Aperta-se um botãozinho e se sabe a história de Pinhalzinho, de Cunha Porã, do Estado de Santa Catarina. Temos o Ministério Público que fiscaliza muito, e temos o pior de todos — desculpem-me dizer isso quando a Nação brasileira está escutando: a imprensa, a imprensa marrom. Às vezes, o Prefeito é o maior Prefeito que a cidade já teve, faz as maiores obras, mas, por um descuido qualquer, o seu nome é jogado na lama.

É por isso que eu digo que o Prefeito hoje manda pouco. Municipalizaram todos os serviços das Prefeituras; mas não municipalizaram o principal: o dinheiro. O Prefeito sabe a solução dos problemas, sabe como fazer, mas lhe falta o recurso. Quando, Deputado Luiz Couto, falamos sobra a Nação brasileira, o que é o Brasil? O Brasil é um conjunto de Estados, mas é uma coisa abstrata. Não se pega no Brasil. Quando falamos no Estado, por exemplo, nosso querido Estado, o que é o Estado de Santa Catarina? É um conjunto de Municípios, mas também é uma coisa abstrata. A única coisa concreta é o Município. Ali é que estão os problemas, ali faltam saúde, água, telefone, e assim por diante. Para resolvermos o problema da Nação brasileira ou dos Estados temos que resolver o problema do Município.

Agora, quanto à reforma tributária é fim de papo. Vocês acham que vai haver reforma tributária para se perderem recursos? Vocês acham que vão perder recursos para destinar aos Prefeitos? Não. Então, vai continuar esse movimento. E o Presidente Inocêncio Oliveira colocou aqui um problema muito sério, muito importante. Nós, Deputados, vamos votar — o meu partido já nos autorizou a votarmos —, vamos todos nós, Deputados, votar a distribuição dos royalties do petróleo a todos os Municípios do Brasil.

Colocou muito bem o Deputado Inocêncio, o petróleo, os royalties, o pré-sal não pertencem a esse ou àquele Estado; pertencem ao povo brasileiro. E teremos que levar recursos para os pequenos Municípios. Os pequenos Municípios deverão receber esses benefícios.

Não tenho dados técnicos aqui hoje sobre o que acontece hoje com as dívidas dos Municípios, mas vou deixar isso para segundo plano. Quero dizer aos Prefeitos, aos nossos queridos Prefeitos de Cunha Porã, de Pinhalzinho, de Siderópolis, ao nosso Presidente da FECAM, eu,

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muitas vezes, fui chamado para ser candidato a Prefeito da minha terra. Mas nem como candidato único eu aceito! (Palmas.)

Nem como candidato único, ganhando o dobro do que ganha o Prefeito, eu aceito, porque é impossível administrar qualquer Município com essas leis absurdas que existem. No meu tempo, não havia essa história de transporte escolar, essa história de posto de saúde, não havia essa história de creche. Hoje em dia, ai do Prefeito que não disponibilizar as creches; ai do Prefeito que não fizer o transporte escolar.

E com que dinheiro se faz isso?

Por isso, meu caro Inocêncio de Oliveira, Sras. e Srs. Parlamentares e povo brasileiro, nós vamos continuar a assistir aos Prefeitos e Prefeitas vindo a este Parlamento ou ao Senado da República — querida Senadora —, com o pires na mão, pedindo: “Por favor nos ajudem”. Como nós recebemos, nesta semana, vários

Prefeitos de pequenos, médios e grandes Município, com pires na mão, pedindo: “Por favor, Deputado, libere aquela emenda. Por favor, Deputado, faça isso”. Mencionou muito bem o Portela aqui: enrolam, mandam lá à Caixa Econômica... Em um Município, Srs. Deputados, da minha região, Bom Jesus do Oeste, com 3 mil ou 4 mil habitantes, o Prefeito está sendo executado na Justiça, porque a empresa que lá realizou uma obra não recebeu dinheiro. Entraram na Justiça contra o Prefeito com ameaça até de caçar-lhe o mandato. É isso que está acontecendo.

Por isso, vamos continuar assistindo, Paulo, a Prefeitos virem aqui pedir “Por favor nos ajudem”? Coloco-me à disposição e, no que eu puder ajudar, contem comigo. O nosso querido Inocêncio de Oliveira comentou muito bem — e eu não conheço nenhum Deputado que não seja a favor dos Prefeitos — que nós vamos fazer as emendas, naquilo que for possível. Um abraço, Srs. Prefeitos, e vivam as Prefeituras que tanto lutam por um País melhor e uma sociedade mais justa. Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Tenho a satisfação de passar a palavra ao ilustre Dr. Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional dos Municípios — CNM. (Palmas.)

O SR. PAULO ZIULKOSKI - Muito boa tarde a todos. Inicialmente, saudamos o Deputado Inocêncio, que preside este trabalho; os demais Deputados que têm representação popular do Brasil, a Câmara Federal; a Senadora Ana Amélia, que representa a Federação no Senado, com muita honra e muita alegria, nossa conterrânea do Rio Grande do Sul; demais Prefeitos e Prefeitas; enfim, todos os senhores e todas as senhoras. Estamos finalizando a nossa XV Marcha dos Prefeitos, e houve muitos avanços. Eu diria, Deputado Inocêncio Oliveira, que muita coisa passou por aqui por esta Casa, onde tivemos o apoio dos Deputados.

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Nós solucionamos, em 2002, a questão da iluminação pública no País. Lembram-se os senhores que faltava definição de competência e financiamento; solucionamos o salário-educação, que sempre foi cobrado na folha das empresas, hoje em torno de 12 bilhões de reais. Desse valor, um terço ficava aqui, dois terços iam para os Governadores, mas a parte destinada aos Prefeitos não era repassada. Depois da emenda que fizemos, e o Senado e a Câmara a aprovarem, hoje, republicanamente, esse percentual chega aos Municípios, chega à educação brasileira.

Conseguimos o aumento de 1% no Fundo de Participação, depois de 3 anos, 4 anos de luta, que representa 3 bilhões, que seria o décimo terceiro, em tese, das Prefeituras do Brasil. Conseguimos a construção da Lei Complementar 116 — Senadora Ana Amélia. Quando ela entrou em vigor, em 2004, os Municípios arrecadavam 7 bilhões e 800 milhões de ISS. Hoje, a partir da apresentação da lei, na Marcha de 2003, arrecadamos 45 bilhões de reais. Foi uma das nossas maiores conquistas.

E assim eu poderia ficar aqui citando, Deputado Inocêncio Oliveira. Lembrome que V.Exa. estava durante todo esse período aqui na Câmara. Então, tudo temos que saudar como conquista, que, somadas em termos nominais, representam 125 bilhões de reais. Portanto, foram conquistas significativas, mas tivemos retrocessos, e muitos, também por ação ou por omissão do Congresso Nacional. Várias questões, por exemplo, não foram votadas ou, quando votadas, não entraram ou não foram ao encontro do interesse dos Municípios.

Ultimamente se fala — eu, por causa do tempo, não tenho muito a falar —dos famosos pisos. Quem seria contra o piso? Todos somos a favor de um piso, só que temos que pensar na realidade de nosso País, das finanças municipais. Afinal, o Congresso votou uma lei complementar, a Lei 101, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal, e nós, dos Municípios, que estamos no andar térreo, temos que cumpri-la. Dali para cima, os outros andares são diferentes, porque no País a legislação que é feita, muitas vezes, na maioria das vezes, é feita para o pequeno, para o pobre, e o

pobre, o pequeno neste País é o Município da Federação brasileira. (Palmas.)

Então, estamos no limiar do final de mandatos destes Prefeitos e Prefeitas que estão aqui. E sabem qual é a realidade? 1.500 Municípios e Prefeitos do Brasil vão deixar restos a pagar no dia 31 de dezembro, pelas informações que temos. E deixar restos a pagar, de acordo com o art. 42 da lei, que tem que ser cumprida, remete para a Lei 10.028, que criminaliza quem descumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que remete para o Código Penal, para o art. 359. E sabem o que é isso? Prisão de 1 ano a 4 anos. Isso não é história, é real nos Municípios. E foi dolo que o Prefeito cometeu? Não! É porque há uma imposição de normas produzidas nesta Casa e no Senado ao longo desses anos — não estou individualizando, porque são leis votadas — que conduzem o Município, o Prefeito ao cadafalso.

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Eu dizia à Presidente Dilma, na terça-feira, que pelas nossas avaliações mais de 4 mil Prefeitos, se não mudar o entendimento, daqui a 2 anos serão todos fichas sujas. Será que foi por dolo? Se foi por dolo, vamos ajudar botá-los na cadeia. Mas não é! Se um deles ultrapassar 0,1% dos 54% de pessoal, já está enquadrado. Se a conta é rejeitada, o Tribunal lhe aplica multa. Se ele for julgado pelo Tribunal, passa a ser ficha suja. Mas que culpa ele tem?

Nós sempre alertávamos aqui no Congresso, nos debates e na mídia. Votaram o piso do magistério, vou pegá-los como exemplo, e ninguém leu. Digo exageradamente “ninguém”, mas desculpem-me. A Casa nos recebe, queremos agradecer ao Deputado Lincoln Portela, aos Líderes, ao Presidente Marco Maia, enfim, a todos que nos acolhem nessa oportunidade, mas é importante poder dizer isso: votaram um piso que provavelmente, não tenham lido.

Digo aqui, como disse na Marcha, Deputado Inocêncio: nenhum Prefeito, nenhum Governador deste País cumpre a Lei do Piso. E nenhum deles vai cumprir como ela está hoje, e todos vão estar em improbidade. Se V.Exa., amanhã, for Prefeito de Recife, em tese falando, no dia 2 V.Exa. já pode ser incurso em improbidade, porque a Lei do Piso é ampla, não é a remuneração dos 1.451 reais, que no meu Estado e no Brasil a ampla maioria paga. O problema é que disseram na mesma lei que o professor tem direito a um terço fora da sala de aula, portanto 33% da carga horária ele vai cumprir fora. Como a LDB prevê 4 horas diárias do aluno com o professor, nós precisamos colocar um terço a mais de professores.

Quantos professores os Municípios têm no Brasil? Tem 1 milhão e 330 mil novos professores. E quem cumpriu até agora? Nenhum! Talvez meia dúzia esteja cumprindo. Qual é o impacto de mais um terço naquilo que já é impagável? Foi colocado o direito para transferir para o aposentado. Parece que sou contra o aposentado, mas eu não sou contra, sou a favor. Só que tem que coragem, sim, de votar. Mas tem que ter coragem de mexer, como diz o gaúcho, “na guaiaca do Governo Federal”, e é complicado mexer nessa guaiaca. Então, transfira para o Município e faça o pagamento do aposentado. E qual é o volume disso? Vinte bilhões de reais? Estão brincando! Isso é brincadeira. Ninguém cumpre.

Portanto, não cumprindo a lei é improbidade. Só que os Governadores estão sendo

chamados, estão sendo feitos acordos para manter não o piso como base, mas como remuneração. E o Judiciário vem e derruba Governadores que construíram a lei, inclusive! Nós dizíamos que aquilo não funcionaria e fomos acusados. Essa é a realidade.

A Câmara votou agora o piso dos enfermeiros, na Comissão de Seguridade Social e Família com parecer terminativo na Comissão de Justiça. Vai passar? Provavelmente, vai. Sabem qual é o impacto, Srs. Deputados e Deputadas? Serão 23 bilhões de reais. Trinta e oito por cento são para os enfermeiros do Programa Saúde da Família.

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V.Exas. votaram a emenda constitucional dando piso para os agentes comunitários,

que são 330 mil, com valor de dois salários mínimos. Qual o impacto disso? São 5 bilhões. V.Exas. estão olhando para o Brasil ou estão destruindo os Municípios do Brasil? Desculpem-me, vou encerrar.

Eu poderia ficar aqui o dia inteiro, pois há alguém que está lá no Nordeste, sufocado, sem uma gota d’água para poder continuar subsistindo, ou no nosso Norte, afogado na água, nós estamos enfrentando tanto uma situação como a outra, e única coisa que ainda poderá ajudar um pouco esses Prefeitos e os Municípios é a Câmara ter a coragem e cumprir o que foi acertado no gabinete do Senador Sarney. Deixar como o Senado fez e votar imediatamente a redistribuição dos royalties, não ficar subjugado a um Governador, ao interesse de um Estado ou de uma minoria. (Palmas.)

O petróleo em alto mar existe há 200 milhões de anos, não foi produzido por ninguém, é da natureza. E ele, pelo art. 20 da Constituição, é nosso, é do Brasil, é de Pernambuco, seu Estado, e é do meu Estado. Então, a Câmara tem que parar toda a sua tramitação e cumprir pelo menos isso, que é uma injeção na veia, algum dinheiro para que esses Prefeitos eventualmente possam se salvar. Não há caminho mais: ou nós vamos para um lado e somos condenados, ou vamos por outro. Câmara tem que olhar para isso.

Chega de enganar os Prefeitos com emendas. Afinal, o próprio Governo já nos disse: “Não pagamos emendas de Deputados”. Será que os Deputados não vão se impor como o próprio Executivo? Então, esse é o final da Marcha. Desculpem-me, mas essa é a nossa dura realidade: estão terminando com os Municípios do Brasil e com os cidadãos brasileiros que pagam os impostos.

Muito obrigado. (Palmas. Grande Paulo!)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Inocêncio Oliveira) - Passarei a Presidência ao ilustre Deputado Amauri Teixeira para dar continuidade a esta Comissão Geral destinada a analisar a situação financeira dos Municípios brasileiros. Peço desculpa a V.Sas. por ter de me retirar neste instante, pois tenho outros compromissos nesta Casa. A nossa atividade não se ressume apenas ao plenário, desenvolvemos outras atividades sobretudo em nossos Estados.

Passarei, portanto, com muita satisfação, esta Presidência, saudando a todos e desejando que esta Comissão Geral dê os frutos que todos esperam. Um abraço fraterno e que Deus nos ajude. (Palmas.)

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O Sr. Inocêncio Oliveira, 3º Secretário, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Amauri Teixeira, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - O próximo inscrito é o Deputado Daniel Almeida, mas está presente à Comissão Geral uma Senadora atuante, o que é uma honra para nós. É evidente que, por cortesia, o Deputado Daniel Almeida não vai se opor, se concedermos a palavra à Senadora Ana Amélia, para que se dirija a todos os prefeitos do Brasil. V.Exa. tem 5 minutos.

A SRA. SENADORA ANA AMÉLIA - Caro Presidente, Deputado Amauri Teixeira, lhe agradeço muito a delicadeza. Penso que seja uma deferência ao Senado da República me conceder a oportunidade de dirigir algumas palavras aos corajosos e destemidos Prefeitos e Prefeitas Municipais.

Eu gostaria de saudar de modo especial, em nome do Deputado Amauri Teixeira, todos os Deputados presentes e o grande e principal líder municipalista brasileiro, de quem tenho a honra de ser conterrânea, o Prefeito Paulo Ziulkoski, pela coragem que teve de, há 15 anos, iniciar este movimento, a Marcha dos Prefeitos. É a revelação muito clara da necessidade, hoje inadiável, de mudanças no pacto federativo. Tenho abordado, desde quando era jornalista, durante 40 anos, as dificuldades que os Municípios enfrentam.

Nós temos uma Federação capenga, desvirtuada na sua missão de equilíbrio social, porque a União fica com 60% de toda a receita arrecadada, os Estados, com pouco mais de 20%, e os Municípios, que ficavam com 23% em 1988, com a Constituição passaram a receber 13%. No entanto, de lá para cá tiveram aumentadas em muito suas competências e responsabilidades e estão sob o abrigo e a responsabilidade da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Ministério Público, vigilante, como tem que ser. Só que os outros entes federativos, Estados e União, não cumprem e não

executam a lei. E nada acontece.

No caso da saúde, foi inviabilizada a aprovação da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que apoiei no Senado Federal. O que é a Emenda 29? A obrigação de que a União cumpra sua parte na repartição do dinheiro para a saúde. A legislação diz que os Municípios devem aplicar 15% da sua receita líquida em saúde. A média é de 23%. Existe Município no meu Estado, Panambi, por exemplo, que aplica 34% da receita em saúde. O Rio Grande do Sul, que deveria aplicar, pela lei, como todos os Estados, 12%, não aplica nem a metade. Por isso, Paulo Ziulkoski, se sobrecarrega a receita dos municípios, pois eles têm que cumprir, além do que a lei determina, 15%.

Se a média é de 23%, é dinheiro que falta para outros setores. Então, eu quero, primeiro, cumprimentar esta mobilização ordeira, pacífica, corajosa. Mas hoje já percebo a impaciência

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natural e legítima dos Prefeitos e Prefeitas Municipais, porque nesses 15 anos foram muitas conquistas. Muitas conquistas! Aí está o valor e a propriedade deste movimento. Mas parece que mais 30 ou mais 15 marchas deverão ser feitas até que esta Federação fique mais justa, mais equilibrada, institucionalmente mais forte e que seja mais democrática, porque, do jeito que está, eu acho que não é uma democracia adequada, do ponto de vista

do compartilhamento das responsabilidades e receitas.

Agora, Sr. Presidente, Deputado Amauri Teixeira, Estados como Rio Grande do Sul, Bahia e outros do Nordeste e Amazonas sofrem com enchentes e secas que dizimam a produção rural. O meu Estado teve uma queda de 50%, uma perda de 5

bilhões de reais na lavoura de soja, de milho, de arroz, de feijão. Cinco bilhões! E os Municípios que dependem da agricultura, como ficarão nesse processo? Não são só os agricultores que sofrem, também as administrações municipais terão muitos problemas para cumprir suas responsabilidades.

Aí eu digo de novo: o piso dos professores, uma preocupação levantada aqui, é justa. Mas é injusto a União fazer festa com o chapéu alheio e obrigar os Municípios a cumprir uma determinação a que financeiramente não estão capacitados. (Palmas.)

É preciso que a União, quando tomar uma decisão dessa natureza, tenha em mente que é necessário dar condições para que as administrações, que já estão com a corda no pescoço em matéria financeira, viabilizem aquilo que a lei determina. Todos aqui são legalistas, querem cumprir a lei. Mas todos também querem condições para que isso ocorra. Não podem fazer milagres, nem fabricar dinheiro para pagar, como está ocorrendo na Europa.

Os senhores merecem o apoio da classe política, da Câmara dos Deputados. Quero, ao encerrar, cumprimentar o Presidente Amauri Teixeira e lhe pedir que transmita ao Presidente da Câmara Federal, Deputado Marco Maia, meus cumprimentos por ter aberto as portas deste plenário para trazer para o Congresso o drama e os problemas que os Municípios estão enfrentando em nosso País. O Congresso Nacional tem a obrigação, portanto, desse compromisso para resgatar as necessidades e tornar essa Federação mais justa e democrática e com justiça social para todos.

Parabéns aos Prefeitos que participam desta XV Marcha. Cumprimento Paulo Ziulkoski, um grande, talvez o maior, líder municipalista deste País. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Parabéns, Senadora. O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Quero registrar a presença dos alunos da Faculdade de

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Arquitetura e Urbanismo da UnB. Estamos num momento singular na Casa, chamado Comissão Geral. Só nesta oportunidade é que outras pessoas, que não Parlamentar, falam em plenário. A Comissão Geral debate com a sociedade um problema específico. É o que está ocorrendo.

Vamos continuar a alternância entre Parlamentar e representantes dos Prefeitos. Esta é a característica da Comissão Geral: permitir que outros representantes, que não nós, falem.

Passo a palavra para Clayrton Dutra, Prefeito de Carandaí, Minas Gerais, representante dos Prefeitos do Estado do requerente, Deputado Lincoln Portela.

V.Sa. dispõe de 3 minutos. Vamos reduzir um pouco o tempo para permitir que todos possam falar, Deputado e Prefeitos.

O SR. CLAYRTON DUTRA COSTA VIEIRA - Boa tarde, Presidente Amauri Teixeira, querido e forte Presidente Paulo Ziulkoski, que tem feito este trabalho dignamente à frente de todos os Municípios brasileiros, Prefeitas, Prefeitos, Parlamentares, Senadora Ana Amélia, que tão bem falou em nome dos nossos Municípios. A situação que os Municípios vivem, e já perdura por esses 15 anos de

marchas, é um retrocesso, como disse nosso Presidente. Temos avanços? Temos

grandes avanços. Mas demos um passo importante — chegamos próximos, depois

de mais de 10 anos —, e retroagimos, em saúde, com a Emenda Constitucional nº

29. De 2000. Infelizmente, perdemos; o povo brasileiro perdeu. (Palmas.)

Quando se fala, como se falou aqui, em pacto federativo, passa saúde, passa educação, passam todos os pisos. É mais do que justo que a administração precise de bons funcionários, de bons profissionais. Para que os tenha, precisamos ter sim o pacto federativo revisto. Como também foi dito, já se passou tempo, e nenhum Presidente colocou a mão, de fato, para mexer nessa história. Gostamos dos avanços, seja com Fernando Henrique, seja com Lula, seja com Dilma. Mas precisamos de mais para o povo brasileiro. A nossa saúde já não suporta mais.

Com relação aos royalties, eu acompanho os debates. Ontem, na reunião com a bancada mineira, todos os Deputados foram unânimes em falar, aqui também, que estão de acordo. Porém, o Presidente da Casa, Marco Maia, a quem faço um apelo, fez um compromisso com o Presidente da Confederação, com os Prefeitos, que, infelizmente, não seguiu adiante. O projeto está engavetado, parado, está tramitando lentamente dentro da Casa. Como disse o Presidente, é uma injeção na veia dos Municípios, que precisam, e muito, para sair das dificuldades, da míngua, do pires na mão.

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Não queremos Municípios dependentes, queremos Municípios independentes, que não precisem, a todo instante, bater na porta dos Deputados. Temos gestores capazes. Meu Município, felizmente, já vive, há vários anos, sem emendas federais, porque não conseguimos. Mas nada disso tem afetado a saúde, na qual aplicamos 30% da receita líquida. A média dos Prefeitos aplicam 24%, a média nacional. Porém, tanto os Estados descumprem quanto o Governo Federal não aplica o mínimo, o que pedimos, que é 10%.

Quero deixar bem claro: muitas vezes vemos a imprensa cobrar do secretários municipais, dos prefeitos uma solução; mas não vemos cobrar dos governadores, dos secretários estaduais, dos ministros, no âmbito federal. Precisamos que essa cobrança seja equitativa. Precisamos avançar para um Brasil forte, e só vamos chegar a um Brasil mais forte, com o avanço de cada Município da nossa Nação. Espero que esta Casa conduza esta discussão da melhor forma. Porém, de forma ágil, porque estamos chegando a um momento que, infelizmente, está ficando insuportável. Muito obrigado, Presidente.

Parabéns aos Prefeitos pela mobilização, pelo interesse por essa discussão. Que Deus ilumine o nosso País, a nossa Presidenta, que é sensível o suficiente para mudar a história deste País, começando pela saúde e pela justiça social, e também com os Municípios na distribuição dos royalties. Todos os Municípios são iguais, da mesma forma que o são todos os cidadãos do nosso País.

Um grande abraço a todos. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado Daniel Almeida. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Oziel Oliveira. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Luiz Couto. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Edinho Araújo, do PMDB de São Paulo.

(Pausa.)

Quero registrar a presença do Deputado Gilmar Machado, que pretende ser

futuro colega dos senhores.

Concedo a palavra ao Deputado Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina.

O SR. DEPUTADO EDINHO BEZ - Sr. Presidente, Amauri Teixeira, grande Deputado representante da Bahia, Senadora e amiga Ana Amélia, que nos surpreende a cada dia mais, presença assídua em todas as nossas reuniões. Presidi

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o Fórum Parlamentar Catarinense, criamos o Fórum Regional Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e tivemos o privilégio e a honra de recebê-la em todas as nossas reuniões. Ela foi a mais assídua de todos. Ao citá-la, cumprimento a todos os presentes.

Registro a presença do Presidente da FECAM. É um prazer tê-lo conosco, grande Prefeito de Siderópolis, sentimento que estendo a todos. Acabei de chegar de uma reunião do meu partido, o PMDB. Aliás, o segundo não sabia desse encontro aqui e quando me deparei com o movimento perguntei o que estava havendo. Mudaram, de repente, algo por aqui? Estou no meu sexto mandato, e isso significa a nossa sensibilidade para com as reivindicações dos nossos Prefeitos, representando as Prefeituras deste Brasil afora.

Obviamente que estamos acostumados a falar aqui e há muita repetição. Meu pai me ensinou muitas coisas e uma delas era: “Repita, meu filho. Tem de repetir mesmo. Repita, porque senão as coisas não acontecem”. Essa velha e importante frase “ninguém mora na União, no Estado, mas, sim, no Município” é verdadeira. Michel Temer, nosso Vice-Presidente da República, acabou de citá-la, há uns 30 minutos, em um fórum no qual estamos discutindo questões nacionais.

O nosso ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim também disse — cabe muito, nesta oportunidade — que nós cidadãos, cidadãs e partidos políticos precisamos mostrar a cara, ter posições. Quem não mostra a cara, quem não tem posição firme é ignorado. Sabemos da importância de estarmos atentos a cada um de V.Exas. Eu também, a partir do ano que vem, é possível, está desenhado, serei

Prefeito, colega de V.Exas., do Município de Tubarão, Santa Catarina. Fui convocado pelo meu partido e grande parte da sociedade para colocar meu nome à

disposição, baseado também em minha experiência, com o objetivo de trabalhar não apenas em Municípios, mas na região.

Tenho brincado com os Ministros dizendo que a partir do ano que vem eu virei também pedir, como V.Exas. sempre fizeram conosco. Precisamos mudar isso, partir para o pacto federativo. Precisamos mudar. Recebi no meu gabinete, inúmeras vezes, 10, 15 Prefeitos e a história é quase a mesma. Muda pouco, de acordo com a característica de cada Município. Precisamos mudar! Não sei se V.Exas. sabem — eu arrisquei dizendo, no início, que muitas coisas são repetição — que no dia 31 de dezembro deste ano encerra a nossa regulamentação, no que tange à distribuição do Fundo de Participação dos Municípios. Se não mudarmos isso, não votaremos até 31 de dezembro, correremos o risco de, a partir de 1º de janeiro, termos problemas, inclusive com o orçamento do Estado, pois 70% depende da participação do fundo para os Municípios. Precisamos rever isso urgentemente.

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Fora isso, poderia falar aqui dos problemas de educação, saúde, transporte, dos quais todos sabemos. Meus familiares foram Prefeitos, meu pai, militante político, Vereador. Enfim, nós também sabemos muito bem. E até por que os Prefeitos sempre colaboraram com as minhas reeleições. Por isso, estamos aqui já no sexto mandato — um estadual e cinco federal. Precisamos fazer o que vocês estão fazendo: reunindo-se, mobilizando-se, organizando-se. Infelizmente, na área política, muitas vezes tem que ser na base da pressão.

E temos uma formação diferente, de educados, de não querer ofender ninguém e de tratar as pessoas de forma, digamos, respeitosa, nós que temos sentimento, alma e coração, não gostamos de machucar ninguém. Mas, infelizmente, os muitos educados na política levam prejuízo, porque existe no Brasil uma cultura arcaica, atrasada que precisamos mudar, mas enquanto não mudar, infelizmente, tem de ser assim.

Parabéns para cada Prefeito que saiu lá do seu Município e veio aqui participar da famosa Marcha dos Prefeitos, transmitindo a nós o segmento da população do Brasil, representado pelos nossos Prefeitos. Parabéns, Amauri Teixeira. Parabéns à Câmara dos Deputados que também cedeu este espaço sem estar programado. Quem nos conhece sabe que não temos medido esforços e rogo o testemunho dos meus colegas, dos meus Prefeitos de Santa Catarina, que sabem do nosso esforço. A bancada de Santa Catarina, que tive o privilégio de coordenar, sempre atento também às questões do nosso Estado e cada Estado, obviamente, com o seu foro.

Parabéns. Só existe uma maneira: cobrar de forma organizada. E quanto à vaia que a Presidente Dilma Rousseff levou, parte, isso faz parte da democracia. Se fosse só para dizer “amém”, nós não precisaríamos estar aqui.

Parabéns a todos vocês e contem conosco. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Seguindo a alternância, nós convidamos a Sra. Edna Agnolin, Vice-Prefeita do Município de Palmas, Tocantins, para falar pelo PDT.

A SRA. EDNA AGNOLIN - Quero cumprimentar os membros da Mesa, na pessoa do seu Presidente Deputado Amauri Teixeira e, em seu nome, cumprimentar todos os Parlamentares aqui presentes, cumprimentar todos os Prefeitos, na pessoa do João Luiz, Prefeito do Município de Jaú, do meu Estado Tocantins. Quero cumprimentar também, de forma carinhosa, o meu marido, Deputado Federal Ângelo Agnolin, esse Deputado municipalista.

Senhoras e senhores, estamos chegando ao último ano do mandato dos nossos Prefeitos. A XV Marcha dos Prefeitos, sem dúvida,1 veio em boa hora. A meu ver, uma mobilização correta, justa e democrática. A situação dos Municípios é verdadeiramente dramática. A cada dia, mais obrigações são assumidas pelos Municípios; no entanto, eles não recebem recursos na mesma proporção para implementá-las.

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Temos perdas significativas de receitas, ocasionadas principalmente pelas renúncias fiscais. Quero citar um exemplo, segundo o CONSEPLAN – Conselho Nacional dos Secretários de Planejamento —, na receita total da União, em 1988, 76,19% tinha origem no IPI e no Imposto de Renda e apenas 23,81% em outras receitas. Já em 2010, apenas 45,51% tiveram origem no IPI e no Imposto de Renda, as outras receitas saltaram para 54,49%, fazendo com que os Fundos de Participação de Estados e Municípios, que tinham, respectivamente, 16,38% na receita total da União em 1988, chegasse apenas a 9,78% em 2010. Imaginem agora, em 2012, senhores!

Demonstramos assim, claramente, a perversidade do atual modelo de repartição, que necessita urgentemente de uma repactuação. Os restos a pagar por parte do Governo Federal somam aproximadamente 24,5 bilhões de reais, recursos que serviriam para fomentar o desenvolvimento econômico e social dos nossos Municípios. Vale salientar que, em 2001, a dívida total dos Municípios brasileiros somava 26 bilhões. Essa dívida quase triplicou, passando para 70 bilhões de reais, em 2012. Em nossa capital, Palmas, não é diferente. Chegamos, em 2012, com uma dívida consolidada de 62 milhões de reais, sendo mais da metade, ou seja, 33 milhões, somente com a Previdência.

Grande parte dos nossos gestores está passando por situação angustiante com folhas de pagamento e fornecedores em atraso, dificuldades de garantir contrapartida e inúmeros outros problemas. Quero aqui fazer um apelo ao Congresso e a nossa Presidenta Dilma e também ao Congresso. Seja sensível, Presidenta! Perceba o clamor e o sofrimento dos gestores e munícipes do nosso Brasil. Ajude-nos a construir um consenso que faça a justa distribuição dos royalties do petróleo. (Palmas.)

Em nome do meu Estado, o Tocantins, agradeço a todos os Prefeitos, Vereadores, Parlamentares, e à Mesa Diretora, que atendeu ao requerimento do líder do PR, Deputado Lincoln Portela. Quero também aqui externar meu agradecimento ao PDT, partido que me confiou essa honrosa missão. Muito obrigada, e vamos à luta, companheiros! (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Passo a palavra ao Deputado Daniel Almeida, do PCdoB da Bahia. Mas, antes, quero cumprimentar todos os Prefeitos, principalmente os Prefeitos da Bahia, que estiveram ontem, em número significativo, na marcha. Se os Prefeitos do Brasil estão sofrendo, os Prefeitos do semiárido baiano, que sofrem com a tragédia da seca, estão sofrendo ainda mais. Então, quero cumprimentá-los pela expressiva participação que tiveram na marcha.

Daniel Almeida, do PCdoB da Bahia.

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O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Ainda na alternância, com a palavra a Prefeita Eliene Brasileiro, do Município de General Sampaio, e também Presidenta da Associação dos Municípios do Estado do Ceará.

A SRA. ELIENE BRASILEIRO - Boa tarde a todas e a todos. Saúdo o Deputado Amauri Teixeira, do PT da Bahia. Saúdo o Presidente Paulo Ziulkoski, Presidente da Confederação Nacional de Municípios, os demais Presidentes de entidades municipalistas aqui presentes. Agradeço à Liderança do PCdoB, em nome do Deputado Chico Lopes e do Senador Inácio Arruda, que cederam esse espaço para que a gente pudesse se manifestar.

Saúdo as mulheres, na pessoa da Prefeita do Município de Graça, Augusta Brito de Paula, do PCdoB do Ceará. Saúdo também os assessores e os Prefeitos, em nome da Secretária do Desenvolvimento Social e Turismo do Município de General Sampaio, Ediene Monteiro, e todos aqueles que fazem parte desta comitiva. Saúdo também os cearenses, os nordestinos e todos os brasileiros que nos assistem pela TV Câmara.

O Projeto de Lei nº 2.565/2011, dos Senadores Wellington Dias e Vital do Rêgo, feito em conjunto com a Confederação Nacional de Municípios, corrige a distorção na distribuição dos benefícios oriundos do petróleo, pois a União e alguns Municípios e Estados confrontantes concentram cerca de 97% dos recursos distribuídos, enquanto todos os demais entes da Federação ficam com 3%. Com a proposta, será garantida uma forma de distribuição mais equitativa de uma renda que pertence, por princípio, a todo o povo brasileiro.

Com a aprovação da proposta, a quantidade de recursos será superior a algumas vezes o valor do FPM pago para os Municípios. Falo aqui em nome da Região Nordeste. Na Confederação Nacional de Municípios, sou a representante titular desta Região, que, juntamente com o Norte, concentra toda a pobreza do nosso Brasil. Ouvindo os discursos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, a gente escuta o reconhecimento de que o Brasil tem uma dívida para com esta Região. Por

que não compensar essa dívida distribuindo os royalties do petróleo? Não queremos

mais viver de pires na mão, pedindo recursos para a saúde, para uma ou outra área.

Os royalties seriam mais uma forma de compensação. Vivemos hoje no Nordeste, com certeza, a maior de todas as secas. É preciso um olhar todo especial para o enfrentamento desse desastre natural. Em que pese as ações para as quais o Governo Federal e os Governos Estaduais já estão tomando providências, também os royalties poderiam ajudar em muito, com certeza. No âmbito da CNM, temos o Fórum das Entidades Municipalistas do Nordeste. Ontem mesmo, reunimo-nos com o Ministro da Integração pedindo agilidade e prioridade para as ações de enfrentamento à seca.

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Nesse sentido, pedimos o apoio desta Casa à pauta municipalista, que está aqui neste impresso, ao Nordeste brasileiro, que hoje sofre com essa grande seca, ao Norte, que hoje sofre com as enchentes. Por fim, ressalto a importância do movimento municipalista, das entidades de Municípios. Convoco toda a população, pois esta luta não é só dos Prefeitos, mas de todo o povo que vive nos Municípios e precisa nos apoiar. O Município é de todos e também dos Deputados. Municipalismo forte só é possível com a participação de todos. O meu muito obrigada, e royalties para todos!

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado Edinho Araújo, do PMDB de São Paulo. S.Exa. é Deputado, mas vai falar com conhecimento de causa, porque já foi Prefeito.

O SR. DEPUTADO EDINHO ARAÚJO - Sr. Presidente, Deputado Amauri Teixeira, é uma alegria poder falar nesta Comissão Geral, sob a Presidência de V.Exa., um dos políticos mais atuantes e mais presentes no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados; distinta Mesa; Srs. Prefeitos, Prefeitas, Deputados, Deputadas, eu venho a esta tribuna para me solidarizar, para dizer que os senhores são bem-vindos a esta Casa.

Esta é a Casa do Povo. É claro que, muitas vezes, nós não temos correspondido com o papel que se espera de todos nós, que é enfrentar as grandes questões nacionais. Muitas vezes nos omitimos, e é preciso fazer aqui uma autocrítica da nossa atuação. Eu fui Prefeito muito jovem, aos 27 anos, na minha terra natal. Nada mais honroso para um cidadão e para uma cidadã do que ser prefeito da sua terra natal. Eu fui Prefeito de Santa Fé do Sul, no Estado de São Paulo, cidade de

aproximadamente 40 mil habitantes. Depois fui Deputado Estadual por 3 vezes, no

Estado de São Paulo.

Sempre estive na defesa do municipalismo, aquilo que foi dito aqui por todos e pelo nosso grande líder, Franco Montoro, que cunhou a frase: “Ninguém mora na União, ninguém mora no Estado. O homem e a mulher, os problemas se dão no Município”. Eu convivi com esse grande municipalista e parlamentarista que foi

Franco Montoro. Estive aqui nesta Casa, na década de 90, nas eleições de 1994 e 1998, e retorno agora, no meu terceiro mandato. Mas fui, de 2000 a 2008, Prefeito de São José do Rio Preto, cidade para onde me mudei e onde, depois de alguns anos, me candidatei a Prefeito e disputei quatro turnos, em 2000 e 2004. Vencendo os quatro turnos, fui Prefeito também daquela terra, São José do Rio Preto, no noroeste do Estado de São Paulo, cidade de mais de 440 mil habitantes. Portanto, eu tenho nove mandatos; e perdi o primeiro, com 22 anos de idade. Está aqui o Prefeito de Nhandeara, que é da nossa região, que conhece e sabe do que estou falando.

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Eu sou um inconformado com o Pacto Federativo e acho que essa nossa luta tem que ser permanente. Eu sei que, muitas vezes, os senhores voltam para os seus Municípios e perguntam: “O que é que levamos? O que é que conquistamos? Será que avançamos?” Essa é a grande questão. Nós vamos viver, agora em outubro, as eleições municipais. Todos nós políticos detentores de mandatos — Prefeito, Vice-Prefeito, Vereador, Vereadora, Deputado —, todos nós pertencemos a um partido. Eu queria deixar uma ideia: precisamos motivar os nossos partidos em âmbito municipal, estadual e nacional, porque, nesta tese, ninguém é contra o Município, ninguém é contra um Pacto Federativo que seja justo. A Constituição de 1988 estabeleceu que o Município é ente da Federação. Uma grande conquista: Município, ente da Federação, portanto, com autonomia. Mas, como ter autonomia política, se as atribuições só aumentam e a arrecadação cai?

Eu fui Prefeito na década de 70. Qual era a atribuição do prefeito? Pavimentação, praça, assistência social. Educação? Era o Estado, às vezes a União. Saúde? O Estado e a União. Hoje, todas essas atribuições de saúde, de educação, de assistência social, todas elas são responsabilidade do prefeito, da prefeita, do Município. É isso o que acontece. Essa é a realidade do Brasil. Qual é a capacidade de investimento da grande maioria dos Municípios brasileiros? Zero. Zero de capacidade de investimento. Ficam na dependência de emendas parlamentares dos Deputados Estaduais e Deputados Federais.

Quanto tempo leva uma emenda, desde quando o Deputado a propõe no Orçamento até ela efetivamente se realizar no Município? Três anos, 4 anos. Aqui se discute: por que não o Orçamento impositivo? O Orçamento não pode ser uma peça retórica, uma peça apenas de sonhos. Ele tem que ser uma peça verdadeira, mas, para possa ser verdadeiro, tem que ser impositivo. Mas essa não é a grande questão. A grande questão é a burocracia. Eu abriria mão de fazer as emendas parlamentares em favor do Município (palmas),

desde que se coloque o recurso diretamente nas mãos do prefeito, que tem todos os instrumentos de fiscalização. E fiquemos nós com a defesa do Estado, com as grandes questões nacionais, com o planejamento, com as questões internacionais.

Quanto ao Município, ninguém melhor do que o prefeito para saber das suas reais

necessidades. Portanto, nós Deputados acolhemos a todos aqui, nesta Comissão Geral, na certeza de que nós possamos estar dando um passo a mais — mas é só através da união, conscientizando os nossos partidos, as nossas associações de prefeitos, e sempre atentos e vindo aqui.

Os senhores têm autoridade, estão legitimados pelo voto popular, portanto, têm o direito de representar o trabalhador, que não tem tempo para cuidar dos interesses do Município. Quem tem que cuidar desses interesses é o prefeito, é a prefeita, é o vice-prefeito, são os vereadores. Continuem nesta luta e contem comigo, contem com o Estado de São Paulo, que

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também pode dar a sua contribuição. Por isso, eu quero dizer aqui da minha alegria de poder abraçá-los e cumprimentá-los nessa luta que vale a pena. Um grande abraço e muito obrigado a todos. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Convidamos para se pronunciar o Sr. Luiz Benes Leocádio de Araújo, Prefeito de Lajes, no Rio Grande do Norte, e Presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN, que falará em nome do PMDB.

O SR. LUIZ BENES LEOCÁDIO DE ARAÚJO - Sr. Presidente, Deputado Amauri Teixeira, demais Deputados Federais aqui presentes, Sras. Deputadas, Senadora Ana Amélia, que há pouco falou, meus caros colegas Prefeitas e Prefeitos, principalmente do meu Estado do Rio Grande do Norte, já que somos quase 100 representantes do nosso Estado na 15ª Marcha, saúdo o nosso Presidente Paulo Ziulkoski; os colegas presidentes de associações regionais do Amazonas e do Ceará, enfim, todos os que nos antecederam.

Trazemos aqui apenas um complemento, porque falamos depois de todos as pessoas nesta Comissão Geral, momento ímpar na Câmara dos Deputados, esta Casa que representa o povo brasileiro. É através da TV Câmara que convoco, que convido, que conclamo todos os brasileiros para que levem este debate, este assunto que nós tratamos aqui hoje para as discussões, seja nas escolas, seja nas

praças, seja nas ruas, seja nas suas casas. Aqui estamos discutindo, sim, o futuro do povo do Brasil, daquelas pessoas que moram nos Municípios. Foi dito por todos os oradores que nos antecederam que é no Município onde tudo acontece. Mas não é demais registrar aqui que nós vemos que, depois que alguém chega a determinado posto, com a missão de representar o povo, parece que lhe dá uma certa amnésia e ele esquece um pouquinho a responsabilidade que tem para com aquilo que nós sabemos, nós dizemos, nós pregamos, nós vemos.

Alguém vai para a praça dizer que irá para qualquer posto, para representar o nosso povo, mas, na hora de decidir, ficamos nós, às vezes, a esperar por determinados assuntos ou pela situação em que se encontra o governante A, B ou C do Parlamento Estadual ou Federal, de onde quer que seja. Mas, como representante dos Municípios daquele Estado, venho aqui reconhecer também os avanços, as conquistas e o crescimento que teve o movimento municipalista, graças ao nosso envolvimento, à nossa independência, à nossa força, à nossa união. Também não é demais registrar o apoiamento, o espaço e a atenção que recebemos de governantes, principalmente do Governo Federal, desde o Presidente Lula e agora com a Presidenta Dilma.

Nós temos, sim, de reconhecer e de dizer aqui também que é através das parcerias entre Municípios, Estados e União, que nunca, jamais se poderia ou poderá executar nenhuma das políticas públicas lá nos nossos Municípios, para as nossas populações, se não fosse o apoio das nossas Prefeituras, das nossas equipes, dos nossos secretários, dos nossos servidores.

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Continuaremos, sim, com a cabeça erguida, para dizer que estaremos prontos para continuar com essas parcerias. Mas é também o momento de dizermos que queremos respeito pela autonomia dos Municípios conquistada sob a égide da nossa Constituição Federa l, a nossa Carta Cidadã de 1988, que teve aqui, como seu maior defensor o nosso saudoso Ulysses Guimarães, que, quando Deputado Federal do meu Partido, o PMDB, tanto lutou nos microfones desta Casa, dizendo que é no municipalismo onde tudo acontece.

O nosso PMDB hoje representa o maior número de Prefeituras deste País.

Para mim, é uma honra muito grande vir aqui, em nome de Lajes, no meu Rio Grande do Norte, em nome da indicação do meu Líder, Deputado Henrique Eduardo

Alves, Líder do PMDB, defensor do Governo Federal, parceiro deste Governo. Nós que somos Prefeitos de partidos da base da Presidenta Dilma fomos às ruas, fomos às praças, fomos às casas defender esse projeto. Eu tenho certeza de que o Brasil está no caminho certo, mas desde que também tenhamos o respeito, o espaço e o poder de dizer, sem temer e de cabeça erguida: “O Município só será forte se tiver o reconhecimento da sua importância, da sua missão, do seu trabalho e da sua responsabilidade frente às nossas populações”.

Como já disseram aqui vários Deputados, inclusive do meu partido, o PMDB, não é possível mais aceitarmos o que acontece com as indicações ao Orçamento da União, com as emendas que eles apresentam com tanto esforço, com tanto respeito, com tanta vontade de fazer chegar aquela ação lá no Município que os ajudou a chegarem até aqui para nos representar. Muitas vezes, nós levamos a população às ruas, às praças para dizer que conseguimos tais recursos e esperamos 1, 2, 3, às vezes, até 4 anos sem que as obras possam ser executadas.

Então, isso é que precisa, sim, mudar. Nós esperamos que isso seja modificado, até porque ninguém procura aquilo que não perdeu, ninguém cobra aquilo que não lhe levaram.

Estamos aqui para dizer que nós já tivemos participação na distribuição do bolo tributário nacional, como disse aqui a nossa colega Prefeita do Estado do Tocantins, com números bem superiores aos que temos hoje. O que queremos é voltar a ter recursos, através dos tributos distribuídos oriundos do Imposto de Renda, do IPI, que formam o FPM. Para simplificar o fechamento das minhas palavras, basta trazer um dado real, atual, de hoje; o mês de abril terminou há pouco. Meu Município de Lajes, que tem 11 mil habitantes, recebeu do FPM em torno de 600 mil reais brutos. E aqui falo e mostro a prova. Que bom que temos hoje a lei da transparência, a Lei de Acesso à Informação Pública. Consultem o site do Banco do Brasil, www.bb.com.br.

Está lá o registro, 400 mil retidos na hora em que entra o crédito do FPM: para vinculação com educação, 20%; com saúde, 15%; com Previdência Social, aproximadamente 15%; o que enviamos para o Poder Legislativo local, as Câmaras Municipais, 7%; para o PASEP, 1%. E a isso se soma aproximadamente 60, 70... Até porque é obrigação nossa investir 15% em

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saúde, mas o Município investe mais de 20%; é nossa obrigação aplicar 25% em educação, mas aplicamos quase 30%.

Então, senhores, de 600 mil reais, restam 200 mil reais para livre aplicação. Como um Município com 11 mil habitantes se sustenta com 200 mil reais, valor que não é suficiente para manter funcionando os gabinetes de dois Deputados aqui nesta Casa, que tem 513 Parlamentares? (Palmas.)

Não é possível, então, aceitar, calar-se, ser omisso. Viemos hoje aqui, nesta tarde, também para agradecer, reconhecer e parabenizar aqueles que estão contribuindo com o avanço, mas na esperança, na certeza de que vamos ter, sim, mais uma vez a participação deste Parlamento na redistribuição dos royalties do petróleo, através do Projeto nº 2.565/2011, fazendo justiça a todo o Brasil, dando-nos melhores condições para trabalhar pelas nossas comunidades.

Meu agradecimento, mais uma vez, não só a esta Casa, mas também ao meu partido, o PMDB, e, sobretudo, a nós, pela força, pela luta, pela coragem e pela vontade, nossa e de muitos outros colegas que ficaram lá nos seus Municípios. Quero dizer que a esperança é viva e que vamos manter esse debate, esperando que os Deputados, na próxima semana, neste Parlamento, mantenham essa chama acesa, na certeza de que estarão cumprindo o seu dever, pois estão aqui representando o povo brasileiro, para apreciar matérias, produzir leis, mas também corrigir injustiças, como a que vemos hoje frente aos trabalhos que temos que desenvolver lá nos nossos Municípios e a pouca arrecadação distribuída.

Obrigado à Presidente Dilma pelas parcerias, pelos equipamentos, pelas retroescavadeiras, pelas UPAs, pelos programas sociais, mas, Presidenta Dilma, veja que nós, os Prefeitos, sempre fomos seus parceiros, em nenhum momento, negamo-nos, até porque se a ajudamos a ser nossa representante, queremos também ser verdadeiros parceiros na luta por melhor servir o povo brasileiro.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Concedo a palavra à Deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina.

A SRA. DEPUTADA CARMEN ZANOTTO - Sr. Presidente, Deputado Amauri Teixeira, que preside os trabalhos na tarde de hoje, quero cumprimentar o Prefeito Douglas, o Prefeito do Município de Siderópolis, do meu Estado, que aqui representa o conjunto de Prefeitos como Presidente da Federação Catarinense dos

Municípios; quero cumprimentar o orador que acabou de usar a tribuna, o Prefeito

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Luiz Araújo.

Prefeito, somos de cidades onde se trocam apenas as letras, porque também sou do Município de Lages, mas no Estado de Santa Catarina. Também dentro do Estado de Santa Catarina temos as nossas dificuldades. Cumprimento todos os demais Prefeitos que estão aqui conosco, o Deputado Edinho, também do meu Estado.

Senhoras e senhores, fui Secretária Municipal de Saúde do meu Município, o Município de Lages. Depois, ocupei a Pasta da Secretaria de Estado como Subsecretária, Diretora-Geral e Secretária de Estado. Essa Marcha dos Prefeitos acontece com mais frequência do que, com certeza, cada um dos Prefeitos e das Prefeitas desejaria. Quando os Prefeitos se deslocam dos seus Municípios sempre há aquele olhar sobre o porquê de virem mais uma vez a Brasília. É porque é aqui em Brasília que as coisas acontecem. A nossa população precisa entender o papel da representação conjunta dos seus governantes. Por isso, os Prefeitos e Prefeitas, Vereadores, precisam se deslocar para que possam erguer as suas bandeiras e fazer com que esta Casa, o Parlamento e o Governo Federal tenham ouvidos para atender as demandas. Digo isso porque um grupo de Parlamentares bem grande desta Casa tem discutido com muita intensidade desde o ano passado. Em um primeiro momento, houve a intenção de conseguirmos derrubar o veto dos royalties do petróleo.

Quando percebemos que isso seria impossível, buscou-se uma alternativa para que o conjunto de Municípios brasileiros — repito, o conjunto de Municípios brasileiros tenha o mesmo direito, que é o direito à redistribuição dos royalties do petróleo. Não abordo isso em função da Marcha que ocorre esta semana e do episódio do pleito com a Presidência da República. Os discursos, os meus pronunciamentos me

credenciam a estar repetindo aqui, junto às senhoras e aos senhores, esta preocupação. E digo isso por quê? Porque a PETROBRAS é uma empresa brasileira. Por ser empresa brasileira, toda sua construção histórica se deu com um conjunto dos tributos da arrecadação de todos os brasileiros. Portanto, o descobrimento, o avanço da PETROBRAS faz com que a gente possa efetivamente dizer que nós precisamos de isonomia entre os Municípios brasileiros e que a gente consiga uma alternativa para que o conjunto de Municípios seja atendido.

Então, essa é uma luta que, com certeza, a partir desta semana, irá se intensificar aqui no Parlamento, porque agora tem o apoio expressivo do conjunto dos Municípios brasileiros, com a bancada de Parlamentares que está preocupada com esse tema. Mas quero também aqui, Deputado Amauri, registrar e aproveitar este momento para fazer um grande apelo, um apelo, em nome dos Prefeitos que estão

com processos das construtoras que realizaram as obras, que já têm medição de em torno de 90% ou até 100% e que não honraram os pagamentos das emendas.

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Estou falando de emendas de obras em execução de 2007, 2008 e 2009. Há Prefeitos da minha região que têm ação e estão respondendo porque elas, não pagaram porque o caloteiro são eles. O Parlamentar indica, a emenda é credenciada, liberada, existe o sinal para que eles possam começar a executar a obra, mas nós precisamos — assim como os Prefeitos e os gestores são processados quando não seguem a ordem cronológica dos pagamentos porque não tinham dinheiro para pagar todos —, da mesma ordem, primeiro, liquidar as dívidas

passadas para começar a fazer dívida nova, porque senão muitos Prefeitos estão saindo porque não vão para a reeleição, já cumpriram os dois mandatos, e estão respondendo e irão continuar respondendo por falta de pagamento de um contrato realizado com uma empreiteira de uma obra executada com recursos federais.

Então, quero fazer esse grande apelo. Quero dizer também que ontem o Deputado Edinho e eu, junto com toda a bancada de Santa Catarina, estivemos, Deputado Ronaldo Benedet, no Ministério da Saúde, onde o Deputado Ronaldo e eu pessoalmente travamos um grande debate. Eu, como “susista”, gestora que fui defendendo o conjunto de Municípios numa lógica de que o SUS avançou muito. Digo isso porque nosso Estado foi o melhor avaliado no índice SUS. Mas temos grandes estrangulamentos, e concordamos nesse assunto, que é a tabela do Sistema Único de Saúde, que está fazendo com que os nossos médicos deixem de atender no conjunto de Municípios e nos hospitais.

Por que isso? Porque essa tabela não teve correção, nos últimos anos, em especial, para os exames de imagem e os procedimentos de cirurgias eletivas e consultas médicas. Então, Deputado Amauri Teixeira, nós aqui na Casa temos uma grande tarefa, e eu e V.Exa., que somos da Comissão de Seguridade Social e Família Buscar recursos financeiros, sim, para fazermos frente às questões que ainda precisamos avançar nesse sistema público brasileiro, que o resultado que temos é o

fruto do trabalho do conjunto dos Municípios, porque é efetivamente no Município

que as ações de saúde e educação efetivamente são realizadas.

Não são servidores públicos, não, são servidores de cada um dos Municípios que estão aqui e estão lá combatendo a dengue, fazendo com que nossas crianças compareçam e nossos idosos agora compareçam às salas de vacina, para que tenhamos, cada vez mais, uma saúde pública melhor e de qualidade. Para isso, o conjunto de Municípios e os Estados precisa efetivamente de mais recursos para o setor saúde também. Então, Sras. Prefeitas e Srs. Prefeitos, a luta continua. Esta semana é mais um passo desta grande luta em defesa das políticas públicas do nosso País. Parabéns a todos e continuem a luta. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Vou passar a palavra ao Prefeito que representa o PSC, Sr. Ivan Santos Leite, Prefeito do Município de Estância, Sergipe, e Presidente da Federação dos Municípios do Estado de Sergipe.

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O SR. IVAN SANTOS LEITE - Sr. Presidente Amauri Teixeira, do nosso vizinho Estado da Bahia — minha solidariedade pela seca que tanto aflige aquela região —, Srs. Deputados, colegas Prefeitos, é com satisfação que agradeço ao Deputado André Moura, pela indicação, como Líder nesta Casa do PSC, do nosso nome para representar, neste momento, a Federação dos Municípios do Estado de Sergipe e os colegas Prefeitos.

Gostaria de, depois, feito diagnóstico super bem-feito por vários oradores que me antecederam, propor algumas alternativas de solução. Por exemplo, a questão do piso salarial. Ora, se o piso foi criado por lei federal, e o Executivo Federal diz que viabilizaria uma complementação de recursos, a nossa ideia é invertermos a educação. Os Municípios abrem mão dos 60% destinados à remuneração do FUNDEB, destinados à remuneração de professor, que fique no Governo Federal, e o Governo Federal complemente o recurso necessário para pagamento de salários e pague diretamente aos professores.

A sugestão, para análise, é criar um PDP, Pagamento Direto aos Professores. Trata-se de uma ideia para ser pensada, porque talvez equacione. Outro assunto muito ventilado aqui, com o qual ficamos preocupados, diz respeito aos restos a pagar, tema muito bem explorado. O Prefeito recebe o convênio, assina o contrato, confiando que vai receber. Como ele pode ser responsável por disponibilizar um dinheiro que não é dele? A Lei de Responsabilidade Fiscal precisa ser alterada nesse aspecto, não para conceder anistia, não para perdoar, mas para transferir a responsabilidade.

Se o recurso ficou de ser bancado pela União, o Prefeito não pode ser responsabilizado pelo pagamento do recurso. Que seja disponibilizado e considerado como dinheiro em caixa o contrato assinado. Consequentemente, os Prefeitos, ao final de sua gestão, não estarão inadimplentes com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Basta isso. Basta considerar o contrato assinado como dinheiro em caixa, para efeito dos restos a pagar dos Municípios. Não haverá nenhum desembolso adicional imediato. É outra sugestão que fazemos.

Por fim, uma sugestão polêmica, mas que não nos furtaríamos a fazer: a questão dos royalties. Existe uma dívida federal, como mencionou o Deputado Inocêncio Oliveira, Deputado nesta Casa, uma dívida de mais de 1,8 trilhão de títulos, e os recursos viabilizados anualmente pelos royalties seriam apenas de 7 bilhões — digo apenas, comparando com 1,8 trilhão, é claro. Isso representa menos de 0,5% desse montante.

Poderiam ser lançados títulos federais, disponibilizados de imediato para os Municípios como antecipação dos recursos do pré-sal, o que acabaria com a briga entre irmãos, Estados produtores ou Estados confrontantes, como queiram colocar, e os Municípios, que com justa razão querem repartir essa riqueza nacional. Eu acho que essa equação viabilizaria não apenas que entrasse recurso imediato para os Municípios que precisam, mas também que a Presidenta

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Dilma Rousseff, o Presidente Marco Maia e todos Parlamentares, juntos, encontrassem uma solução. Tenho certeza de que não é do agrado dela, nem dos Deputados desta Casa, tampouco dos Senadores essa dificuldade que os Prefeitos e os Municípios estão passando. Portanto, fica a nossa sugestão: que seja viabilizada a antecipação dos recursos, via lançamento de Letras do Tesouro Nacional, especificamente com essa finalidade, o que representaria menos de 0,5% do endividamento nacional e seria totalmente viável, já que no horizonte de 10 anos o pré-sal renderá 80 bilhões.

Essa é uma equação economicamente viável e economicamente possível, ao tempo em que evitaria uma guerra fratricida, uma disputa que não leva a nada, aliás, está levando até a indelicadezas, como a que lamentavelmente ocorreu. Nós tínhamos convidado a Presidente — ela estava na nossa Casa —, e aquela realmente não foi a forma adequada de tratar a quem está empenhado em resolver os problemas nacionais. Fica este nosso registro, com os agradecimento e os parabéns ao Deputado Lincoln Portela, diante da iniciativa de abrir este espaço, e à nossa Presidente Eliene Brasileiro, da Associação dos Municípios do Estado do Ceará, pela iniciativa de pedir audiência com o Ministro Fernando Bezerra, que tão séria e serenamente tratou dos assuntos relativos à seca, reunido mais de uma hora e meia com as associações de todo o Nordeste.

Parabenizo e agradeço ao Deputado Amauri Teixeira pela compreensão na

concessão do tempo. Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao

Deputado Ronaldo Benedet, do PMDB de Santa Catarina.

O SR. DEPUTADO RONALDO BENEDET - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Prefeitos e Vereadores, é uma satisfação estarmos num evento como este, na Câmara dos Deputados, numa Comissão Geral que possibilita a Prefeitos, Vereadores e autoridades municipais o direito à voz na Casa do povo brasileiro, para que possa m manifestar seus problemas, dificuldades e sofrimentos.

Quero saudar, especialmente, o Prefeito Ronaldo Carlessi, da cidade de Turvo, no meu Estado, e o Vereador Vanderlei José Zilli, de Criciúma, que já foi Presidente da Câmara de Vereadores. Ambos os representantes podem trazer as dificuldades e os sofrimentos que os Municípios vivem no Brasil. Fala-se nos royalties e no petróleo. Esse é um exemplo que podemos usar para que se resolva logo esta questão, a fim de que se distribuam todos os tributos do Brasil para os Municípios, como estamos propondo, que a Câmara faça a distribuição para os Municípios brasileiros.

Defendo um novo pacto federativo e faço um desafio aos Prefeitos e Vereadores para que comecem uma campanha em prol da 16ª Marcha dos Prefeitos no ano que vem. Que iniciem uma campanha nacional e política, suprapartidária, que envolva todos os partidos simpáticos a

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esta questão. Não é de hoje que devemos fazer uma campanha por um novo pacto federativo. Não é possível que os Municípios fiquem com uma pequena parte dos recursos arrecadados em tributos no Brasil, enquanto vivem a maior parte dos problemas brasileiros.

Proponho que os Municípios fiquem com 30% da arrecadação de todos os tributos, os Estados, com 30%, e o Governo Federal, com 40%. Acabem com a emenda parlamentar. Eu, que sou Deputado Federal de primeiro mandato, sinto-me envergonhado, porque não cabe ao Deputado distribuir verba — isso é coisa do Poder Executivo. Cada ente da Federação brasileira que cuide da sua parte. O Município não tem de vir a Brasília de pires na mão pedir recursos aos Deputados Federais ou ao Governo Federal.

A Presidenta Dilma Rousseff é excelente gestora, tem que cuidar do nosso País e das competências federais. Cada Estado cuide das suas competências estaduais e cada Prefeito cuide das competências do seu Município, sem ter a necessidade de pedir dinheiro a Governador, a Deputado, a Ministro ou ao Governo Federal. O Governo brasileiro, o Brasil como um todo, precisa evoluir. Nós vivemos uma fase política de busca pela democracia brasileira.

Nós do PMDB, Deputado Amauri Teixeira, pensamos do mesmo modo, somos da mesma origem política, nós já conquistamos a democracia. Agora temos de buscar novos avanços políticos para o Brasil. Nós precisamos fazer como os países avançados, onde os Municípios ficam com uma grande parte da arrecadação dos tributos, Ronaldo Carlessi. Ontem, Deputada Carmen Zanotto e Deputado Amauri Teixeira, eu disse ao Ministro que o Governo Dilma não pode pagar pelos problemas que o Brasil vem sofrendo. Mas nós precisamos corrigir, como eu disse e repito, pois está nas costas dos Prefeitos.

O problema da saúde pública é grave no Brasil. Quem precisa recorrer ao SUS, à saúde pública, infelizmente, está muito mal no nosso País, em que pese todo o esforço feito pelo Governo Federal e pelo Ministro da Justiça. Dizia o meu Prefeito Ronaldo Carlessi que ele tem de gastar com saúde entre 15% e 24% do orçamento do Município. Nós temos que tomar uma decisão, pois o Governo Federal não pode mais arrecadar 65%, deixando a maior parte para os Municípios.

Lembro-me, quando foi criado o PSF — eu era Secretário de Finanças do Município de Criciúma —, que o Governo Federal pagava integralmente o PSF. Hoje uma parte do PSF está nas costas do Município. E estão em campanha os servidores do PSF, os agentes comunitários de todo o Brasil, que querem um piso salarial. Eu acho que nós temos que votar o piso salarial para todas as categorias, mas é preciso saber de onde vai sair o dinheiro. Eu sou a favor. Eu acho que o trabalhador brasileiro tem de ganhar bem, mas de onde sairá o dinheiro? O Município terá dinheiro para pagar todos os pisos salariais?

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Portanto, eu proponho que cada um administre o que é seu, que cada um decida apenas o que é seu. O Município tem 30%, então se vire: vá contratar, administrar e gastar o que pode, dentro do seus valores. Da mesma forma, os Governos de Estado e o Governo Federal, que cada um gaste os seus valores. Nós vamos fazer justiça. O Brasil só será desenvolvido quando quem tiver condições de investir fortemente em educação for o Município; em saúde, o Município, porque é ele que está na ponta. Quem sabe é o prefeito, é ele que tem de contratar mais médico, mais dentista, e dar boas condições de saúde. É ele que tem de pagar bem ao professor. Quem tem de estar na base, ajudando os hospitais, as escolas e a universidade do Município, é o prefeito.

Para concluir minha fala, Sr. Presidente, desafio os prefeitos a, no ano que vem, perseguirem esta proposta como número 1, para daqui a 10 ou 15 anos estarmos aqui comemorando esta luta de mais 15 anos, o novo Pacto Federativo, pelo qual, dos recursos arrecadados em tributos no País, 30% serão para os Municípios, 30% para os Estados e 40% para a União. Assim, acabam a mendicância e o pires na mão, quando os prefeitos vêm a Brasília pedir dinheiro ao Governo Federal.

Um abraço e parabéns aos prefeitos e vereadores. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Concedo a palavra, para falar em nome do Partido dos Trabalhadores, ao Prefeito Paulo Martins, de Campo Maior, Piauí. (Palmas.)

O SR. PAULO MARTINS - Sr. Presidente Amauri Teixeira, Deputado da Bahia, quero saudar a Mesa em nome de Eliene Brasileiro, que aqui representa as mulheres neste mês de Maria.

Sou do Município de Campo Maior, que fica a 74 quilômetros de Teresina, Capital do Piauí. Trata-se de um Município com 45 mil habitantes, onde houve em 1823 a Batalha do Jenipapo, pela independência deste País, na qual derrotamos as tropas do major Fidié. O Sul e o Sudeste ficaram totalmente independentes, pois os portugueses queriam o Norte e o Nordeste, e em Campo Maior houve essa batalha em que morreram quase 300 pessoas.

Para V.Exas. entenderem, no dia 13 de fevereiro eu assumi a Prefeitura do Município de Campos Maior. Renunciei ao mandato de Deputado Estadual 13 dias após ganhar a eleição. Participei de uma eleição municipal, ganhei e assumi um compromisso com o povo de Campo Maior. Eu encontrei o Município com muitas dificuldades. Ali mandou o coronelismo durante muito tempo. Os salários pagos ali eram de 153 reais. Na pasta da Educação, os salários dos servidores públicos do Município estavam 4 meses atrasados. O nepotismo era grande — e até saiu no Correio Braziliense reportagem que dizia que o Município de Campo Maior era o município com mais nepotismo em todo o Brasil. E nós derrotamos o império que mandava no Município há mais de 30 anos.

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Participo da primeira marcha para trocar experiência entre Prefeituras de todo o Brasil. O nosso Município estava totalmente defasado. A FIRJAN, em 2010, havia considerado o Município de Campo Maior como um dos Municípios mais desorganizados do Brasil. Em 2011, o SEBRAE nos deu o prêmio de Prefeito Empreendedor do Estado do Piauí — hoje o Município paga religiosamente todas as

contas em dia. Nessa marcha foram definidas pautas importantes para discussão, como a questão do INSS e também a questão do ICMS eletrônico. Mas a pauta principal é o pré-sal.

Sr. Presidente, eu tenho dito nas reuniões que nós não dependemos, neste momento, da nossa Presidente Dilma. Dependemos de esta Casa para aprovar o projeto que tem como autor o Senador Wellington Dias. Ou se vota e se derruba o veto do Presidente Lula, por quem tenho o maior apreço do mundo, pelo que ele fez por este Brasil, que também pertence ao meu partido, ou, então, que se vote essa proposta nova. E, após a Câmara dos Deputados se manifestar, a Presidente Dilma terá todo o direito de vetar ou sancionar. Esta Casa é que tem que se manifestar.

Ocorreram diversos avanços nesta Casa. Estamos pedindo agora encarecidamente apoio nas bases, porque o Governo também ganha com isso, mas ganham principalmente os Municípios. As políticas não podem ser macro. Só temos 27 Estados no Brasil. O Governo Federal olha para os Estados, mas temos 5.564 Municípios em todo o Brasil. É lá que acontecem as políticas públicas de saúde e educação, de infraestrutura. Sem esse grupo de capilaridade não se consegue executar as políticas públicas. Então, eu quero pedir a esta Casa esse esforço. Outra questão que foi colocada em pauta e que é importante mencionar é que as despesas dos Municípios aumentaram em 16% enquanto os repasses institucionais aumentaram só 4%. Eu não tenho nada contra — é até louvável a posição da Presidenta Dilma — estabelecer uma proteção às empresas nacionais quando estão com dificuldade de competir com as empresas internacionais.

Então, quando se baixa o IPI, quando se baixa o Imposto de Renda, automaticamente os Municípios têm perda na ponta. Então, se há um piso para o Município pagar, tem de haver um piso para receber, tem de ter o mínimo. Estamos lutando pela compensação das perdas que os Municípios estão tendo neste ano de 2012. Houve um acréscimo de praticamente 16% nas despesas. Todo Prefeito quer pagar o piso salarial dos professores, ninguém é contra isso, nós estamos pagando em Campo Maior. Estamos pagando ao trabalhador o salário justo de 622 reais — e todo Prefeito quer pagar.

Precisamos entender que, quando se mexe na economia para proteger empresas nacionais, automaticamente há perdas no FPM. Então, nossa briga nesta luta, nesta troca de experiências da XV Marcha dos Prefeitos, é para que esta Casa tenha sensibilidade de aprovar uma compensação para que os Municípios equilibrem suas contas. Hoje os Municípios estão pagando apenas a folha de pagamento, estão engessados. E o pré-sal vem justamente criar condições de dar uma autonomia maior aos Municípios.

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Quero reivindicar a V.Exa. empenho desta Casa, que aprovou a Resolução nº 72, importantíssima para os Municípios para o próximo ano. A PEC 29 precisa tramitar a fim de se criar condições para uma saúde melhor. Precisamos do pré-sal, que pertence ao povo brasileiro. Por isso estamos pedindo a esta Casa que apresse imediatamente o trâmite da matéria, como disse o Senador Wellington Dias, para se criar condições de dar segurança ao povo brasileiro. A segurança virá com a aprovação do pré-sal para todo Brasil. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - A Constituição de 1988 trouxe inúmeros avanços para a sociedade brasileira. E um dos avanços foi dar autonomia aos Municípios. A Constituição emancipou e elevou os Municípios à condição de ente federativo autônomo. No entanto, se formos ver o desenho tributário criado pela mesma Constituição que deu autonomia aos Municípios, veremos uma concentração de tributos nas mãos da União, uma concentração mediana nas mãos dos Estados e

uma arrecadação mínima atribuída ao Município. Essa Constituição que deu os fins

deveria ter dado os meios para garantir autonomia aos Municípios. E não o fez.

Portanto, esta Casa tem uma responsabilidade.

Além disso, nós também temos uma elevada carga tributária neste País. A Constituição comete duas injustiças. A primeira ao distribuir os recursos, porque os concentra no ente mais forte da Federação. Em uma Federação não deveria existir um ente mais forte do que o outro, porque o pacto federativo é um pacto de relação em que todos os entes federativos deveriam se relacionar com o mesmo grau de hierarquia.

A Constituição cometeu uma primeira injustiça na distribuição dos recursos arrecadados do povo brasileiro; e comete outra injustiça ao tributar aqueles que menos podem pagar. Temos uma carga tributária extremamente regressiva, que cobra tributo de quem tem pouca capacidade contributiva, e distribuímos esses recursos, injustamente arrecadados, de forma injusta. Temos que rever o pacto federativo, associado, necessariamente, a uma nova reforma tributária. Devemos mudar a cesta dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios, porque durante determinado período, principalmente durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, o IPI — se vocês fizerem um estudo, o IPI era o segundo tributo que mais arrecadava no Brasil — foi esvaziado. Houve crescimento da arrecadação com contribuição. E não se divide contribuição; dividese apenas Imposto de Renda e IPI. Temos que desfazer isso para evitar manobras casuísticas, que esvaziam ainda mais a autonomia dos Municípios.

Houve consenso, mas a Câmara e o Senado têm a responsabilidade de redesenhar o Estado brasileiro e redesenhar a Federação brasileira, dando autonomia a todos os entes federativos, principalmente aos Municípios, porque nos Municípios são executadas as principais políticas públicas essenciais ao bem-estar do povo brasileiro. Dessa forma, os Prefeitos estão corretos,

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os Prefeitos estão certos quando lutam pela autonomia dos entes que representam. Vocês precisam persistir, insistir, até que um dia exista a verdadeira autonomia do Município, ente tão importante da Federação brasileira. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Antes de encerrar a sessão, concedo a palavra ao Deputado Professor Setimo, Deputado Federal do Maranhão.

O SR. DEPUTADO PROFESSOR SETIMO - Sr. Presidente, V.Exa. tocou realmente num tema que poderá melhorar a vida dos Municípios. Eu vi a pauta das reivindicações dos Prefeitos e observei que entre elas está a questão do aumento dos servidores. Os Prefeitos estão muito preocupados com a melhoria salarial das enfermeiras, dos agentes de saúde. Nós acreditamos que no que se refere aos agentes de endemias e aos agentes de saúde, o Ministério da Saúde vai repassar os recursos para pagar o aumento a ser concedido, porque as Prefeituras não aguentam mais. Com o aumento, pela projeção que nós temos, a remuneração vai para 980 reais, em 2013 vai para 1.100 reais e, depois, chegará a 2 salários mínimos.

Mas a questão maior não é a preocupação em aumentar salário, mas, sim, em aumentar os recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Durante todo esse período, nós percebemos que a cada ano a União retira mais os recursos dos Municípios. Houve período em que o repasse da União para os Municípios era 22%, hoje a margem é de 12%. Os Municípios passaram a ter mais obrigações e sofreram redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, porque o Governo fica com o bolo maior do que é arrecadado. Essa é a situação. O que temos de fazer é devolver os recursos para os Municípios. Devolvendo os recursos para os Municípios, não vamos ter problemas de pagamento com INSS, de aumento de salário para os servidores. Todo mundo quer ter um salário melhor.

E essa é uma briga que não podemos atrapalhar. Nós precisamos repassar mais recursos para as Prefeituras. Fala-se em municipalismo, no entanto, a política de municipalizar não se trata apenas de dar autonomia administrativa para o Município, mas dar autonomia administrativa e também autonomia da gestão financeira. E só se tem autonomia da gestão financeira quando os recursos repassados pela União são maiores. Nós temos uma preocupação, Sr. Presidente. Agora, no dia 31 de dezembro, as normas que regulamentam os repasses dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios vão perder sua validade.

Esta Casa tem a obrigação de, até o mês de dezembro, apesar de ser período eleitoral, criar uma nova lei — não é só criar nova lei? — para distribuição do fundo e, nessa nova lei, melhorar os repasses, acabar com aquela discriminação entre Norte, Nordeste e Sul. Que o repasse seja dividido por igual. Municipalizar, Sr. Presidente, é melhorar os recursos da Prefeitura. Falo com conhecimento de causa. Fui Vereador por cinco mandatos. Minha esposa é Prefeita da terceira maior cidade do Maranhão. Conheço as dificuldades que temos lá. Ouvi um companheiro meu dizer que uma cidade de São Paulo com 80 mil habitantes tem um ICMS de

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50 milhões todo mês para a Prefeitura. A minha cidade tem 200 mil habitantes e ICMS de 1 milhão. Vejam a disparidade!

Então, no sistema de hoje, alguns Municípios estão bem. Quem recebe royalty está muito bem. Quem tem empresas, grandes indústrias, tem o ICMS. Mas quem está no Norte, Nordeste, principalmente nesses Estados pequenos, não tem como manter a folha de pagamento. A preocupação hoje, em cada Município, companheiro, é uma coisa. Sempre tenho dito, e disse na reunião dos Prefeitos do Maranhão: hoje, o Prefeito que consegue pagar a folha em dia e manter a cidade limpa já é um grande Prefeito. Quem consegue fazer isso já é um grande prefeito. (Palmas.)

Sr. Presidente, a gestão municipal não é só isso. Precisamos dar atenção ao servidor... O Prefeito, hoje, está sendo simplesmente gerente de banco, só pagando

aos funcionários. Assim, não podemos investir na área da saúde, não podemos investir na área da educação, não podemos investir na área social e arcar com outras despesas de custeio do Município. Esse INSS, essa taxa de juros SELIC é a falência dos Municípios. Ou mudamos a maneira de a União repassar os recursos para os Municípios ou, daqui a 10 anos, o que vai acontecer? Na próxima eleição, todos os Prefeitos de hoje não poderão mais concorrer à eleição — estarão na ficha suja —, porque tudo hoje é a Lei de Responsabilidade, é a Controladoria. Os promotores, alguns querem ser Prefeitos etc. e tal.

Então, a situação do prefeito é gritante. Quando sai de uma Prefeitura, com 30, 40, 50 processos nas costas, o prefeito vai logo para a ficha suja. Morreu a sua carreira política ali. Daqui a uns dias, nós não vamos encontrar mais neste País candidato a Prefeito nem candidato a Deputado, porque todos estão com a ficha suja do passado, como prefeito de cidade. Temos que melhorar os repasses. A União não pode ficar com esse bolo tão grande. Todos os problemas estão nos Municípios. Quem adoece não vem aqui para Brasília; quem adoece está lá no Município. Quem quer estudar está no Município.

O crack está aí. Hoje, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios, mais de 85% dos Municípios já tem a presença do crack.A Presidente Dilma, bem intencionada, criou um programa de combate ao crack, em parceria com o Município, mas a burocracia é muito grande, Sr. Presidente, é muito grande. Para se conseguir fazer um convênio para tirar 100, 200 mil da União a fim de combater o crack, a burocracia é muito grande. Temos aí as creches: primeiro ano do Governo Dilma, continuação do Governo Lula. A implantação de creche é a saída para que tenhamos qualidade no processo educacional. Não podemos querer melhorar o ensino superior ou o ensino fundamental sem passar pela creche. A implantação das creches representa uma expectativa na melhoria da educação, na qualidade educacional deste País.

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Então, precisamos avançar. Para as creches, a burocracia também é grande. Já demos o grito, já estivemos mesmo no Ministério reclamando da análise, da exigência de uma papelada muito grande. Os Municípios não conseguem. Nós temos milhares e milhares de creches para serem construídas, mas a burocracia é muito grande. Então, pedimos aqui agilidade ao Ministro Mercadante na liberação dessas creches, para que possamos, ainda este ano, construí-las. Muito obrigado, Sr. Presidente e todos aqui presentes. Contem sempre com esta Casa, para que a Câmara e o Senado possam melhorar a vida dos Municípios.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Nós agradecemos a presença de todos os prefeitos. Desejamos que tenham uma boa volta e que esse quadro seja alterado omais rápido possível.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

O SR. HENRIQUE OLIVEIRA (Bloco/PR-AM. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna hoje manifestar minha reocupação o crescente aumento do tráfico e usuários de drogas no Brasil, e em especial, no meu estado, Amazonas. De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional, de um em cada quatro presidiários do Brasil está detido por tráfico de drogas. O índice é o maior desde o ano de 2005, quando os dados do Depen começaram a ser disponibilizados. O Depen ainda informa que enquanto a população carcerária como um todo aumentou 1,7 vezes (de 294 mil para 514 mil) entre os anos de 2005 e 2011, a quantidade de presos por tráfico cresceu quase quatro vezes (de 32 mil para 125 mil).

Isso nos mostra, senhor presidente, que aumentou o número de presos por este tipo de crime, mas deixa claro que o que aumentou mesmo foi o número de traficantes no país. Trago aqui alguns dados do relatório da Superintendência da Polícia Federal, que aponta o Rio Solimões, no Amazonas, como o principal portal de ingresso do crack, produzida nas zonas do Alto Huallaga e Caballococha, no Peru e Putumaio, na Colômbia. A fragilidade das nossas fronteiras é um dos motivos para essa crescente demanda.

Dados da Agência da Federação Nacional dos Policiais Federais, a Fenapef, mostram que 40% do crack consumido no Brasil é trazido do Peru, pela Amazônia. Quadrilhas de traficantes têm no Rio Solimões uma rota para droga que abastece os grandes centros urbanos do país. A estimativa é que hoje já são cerca de 1,8 milhão de brasileiros usuários da droga, o que permite estimar o volume de consumo por dia próximo de 4 toneladas de crack. Ou seja, todos os dias, quase 2 toneladas de crack passariam pelos rios e estradas da Amazônia.

A Mesorregião Alto Solimões é composta por nove municípios: Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Fonte Boa, Jutaí, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins. A população total é de 223.912 habitantes (2.010) - 51% urbana - 49% rural. A área abriga 37 terras indígenas. O relatório da PF mostra que a importância deste ponto de

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ingresso é ressaltada em face de que por aquela região são também realizadas exportações colombianas, seja de Pasta Base de Cocaína ou de Cloridrato de Cocaína.

Esse 'Trapézio Amazônico' tendo como eixo a cidade de Tabatinga é uma região tradicionalmente influenciada pelo poder do narcotráfico. O município é o maior centro urbano da região do Alto Solimões e precisa de total atenção. Os postos da polícia federal nessa região estão abandonados. Essa situação tem que ser mudada. Por isso, aproveito para pedir que o governo federal tome medidas urgentes para fechar as fronteiras, não só da região Norte, mas também das demais áreas de fragilidade do país para o tráfico de drogas. O aumento do efetivo da polícia federal é fundamental para o combate a este tipo de crime.

Vejam a gravidade desse problema caros colegas. Já são quase dois milhões de usuários de crack no Brasil. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, crack é consumido em quase quatro mil municípios brasileiros. Só no Amazonas, dos 42 municípios pesquisados pela Confederação, em 35 deles foram constatados uso do crack. Entre os municípios com alto consumo no Estado estão Careiro da Várzea, Coari, Tefé, Carauari, Alvarães, Fonte Boa, Lábrea e Benjamin Constant. Senhor presidente, nobres colegas, diante de todos esses dados não podemos cruzar os braços. Temos que tomar uma atitude urgente e mais uma vez peço ao governo federal para dar mais atenção às nossas fronteiras. Sem produto para vender não há traficante e quem sabe podemos diminuir o número de famílias que se afundam no desgosto e na tristeza ao ver o filho, o irmão, um membro da família, se acabar com sua vida por causa do vício. Se não cuidarmos dos nossos jovens, qual será o futuro do nosso país? Pensem nisso. É o que eu tenho a dizer. Obrigado.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (Bloco/PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em meio à maior seca vivenciada pelo Nordeste nos últimos 30 anos e com centenas de municípios em estado de emergência, a estiagem já provoca escassez e aumento de preços de produtos básicos consumidos pela população. De sua parte, o Governo Federal e os Governos Estaduais adotam medidas emergenciais para mitigar os problemas, como parte do chamado PAC da Estiagem, mas questões burocráticas precisam ser superadas para liberação dos recursos de 2,7 bilhões de reais, anunciad os pela Presidente Dilma Rousseff, na reunião com os governadores do Nordeste em Aracajú.

Central de abastecimento da Região Metropolitana do Recife, a Ceasa apresenta variação de até 100% no preço de produtos populares tipo o feijão, o milho e a abóbora. Mesmo que a maioria da produção destinada à Ceasa venha de áreas irrigadas, o cultivo está sendo afetado pela redução de água nos perímetros de agricultura. Em Pernambuco, 79 municípios do Semiárido já decretaram estado de emergência. O caso do feijão é sintomático. A região de Irecê na Bahia, tradicional fornecedora de feijão para Pernambuco e demais Estados da Região, está sendo severamente atingida pela estiagem e não consegue atender à demanda do mercado. Grande parte do produto também provinha do Estado do Paraná, mas no ano passado o baixo preço desestimulou a produção e os agricultores locais deixaram de plantar. Desse modo agrava-se a escassez e o preço do feijão dispara no mercado.

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O comparativo é o seguinte: uma saca de 30 kg vendida no ano passado entre 65 e 70 reais, atualmente está custando até 149 reais, ou seja, uma majoração de mais de 100 por cento. A pecuária também está sendo afetada gravemente. O indicador são as cham adas Guias de Trânsito de Animais - GTAs. Sem pastagens e sem água para alimentar os rebanhos, os criadores estão vendendo seus animais para outros

Estados a preços irrisórios. Há registros de que nos últimos quatro meses 725 mil animais deixaram suas propriedades de origem, sendo levados para o Estado do Maranhão ou para o abate precoce. A emissão de GTAs em Pernambuco aumentou 112% este ano comparado com o ano passado.

Também preocupante é a inadimplência dos pequenos e médios agricultores nos estabelecimentos oficiais de crédito. Essa condição os impede de pleitear financiamento bancários para adquirir a ração animal. Gera-se, portanto, um ciclo burocrático desvirtuado. Os agricultores sofrem duplamente com os prejuízos da estiagem e com as restrições bancárias. A consolidação de obras hídricas estruturadoras, tipo as barragens e adutoras, será a medida eficaz, a médio e longo prazos, para superar de vez esse flagelo secular no Nordeste. Impõe-se tocar sem mais embaraços a transposição das águas da bacia do Rio São Francisco. A conclusão do Eixo Leite, viabilizará as obras da Adutora do Agreste, que permitirá levar água para cerca de 70 municípios da região mais seca do Estado. A Adutora do Pajeú, cujos canos já foram adquiridos levará água para todos os municípios da região.

Este é o quadro dramático que atualmente desafia os poderes públicos e está sendo enfrentado com medidas emergenciais e obras estruturadores a médio e longo prazos, até que haja uma solução definitiva para a prosperidade de todo o Nordeste, região com mais de 60 milhões de brasileiros em grande parte beneficiada pelo desenvolvimento industrial, mas ainda carente de infraestrutura hídrica compatível com suas necessidades. Segundos dados divulgados pelos órgãos de meteorologia, poderemos ter uma nova seca no próximo ano, por isso é necessário nos preparamos urgentemente com obras que permitam a convivência do homem com a seca.

Este parlamentar trabalha com a convicção, baseada em dados objetivos, de que o Nordeste irá superar essas adversidades conjunturais e estruturais e se transformará em celeiro dinâmico da Nação brasileira. Muito obrigado.

V - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Amauri Teixeira) - Encerro a sessão, antes convocando para amanhã, sexta-feira, dia 18 de maio, às 9 horas, a seguinte ORDEM DO DIA

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(Debates e trabalho de Comissões.)

(Encerra-se a sessão às 18 horas e 30 minutos.)