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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyDaniela [email protected]

Redação Érica BarrosAlexandre [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

Circulação e Assinatura Alexandre Aguilar(19) 3241 9292 [email protected]

EXPEDIENTE EDITORIAL

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292Fax: (19) 3212 3782

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Uso de grãos alternativos pode reduzir dependência da avicultura ao milho

Reconhecido (não só pelos conterrâne-os) como “celeiro do mundo”, seria impossí-vel ao Brasil impedir que também o milho produzido no País alcançasse seu justo valor internacional, sobretudo porque o fenôme-no da alta dos grãos é global. Assim, todos os setores consumidores têm que aprender, necessariamente, a conviver com um pata-mar de preços mais elevado.

O que não pode ocorrer, naturalmente, é a sujeição a uma repentina indisponibilidade do produto – fantasma que andou rondan-do a avicultura no início deste ano: não há planejamento que suporte esse tipo de tor-tura. Por isso também é preciso buscar ou-tras saídas.

Importar é uma delas, mas não a única. Pois, ao menos na produção animal, existem matérias-primas substitutivas do milho - par-cial e até totalmente: são os (por nós chama-dos) “grãos alternativos”, alguns deles base da alimentação animal em várias partes do mundo.

No Brasil, grãos como o sorgo, milheto e triticale somente são lembrados quando ocorrem quebras na safra de milho. Pois tal-vez tenha chegado a hora de colocá-los de-fi nitivamente no cardápio de nossas aves e de nossos suínos, especialmente.

À guisa de provocação, esta edição de Produção Animal – Avicultura faz breve refe-rência à existência desses grãos alternativos e às potencialidades de seu uso na nutrição avícola. Quem sabe, assim, se desencadeie o processo de liberalização da dependência da avicultura ao milho, permitindo-se ao doura-do grão seguir a marcha acenada pelo mer-cado internacional.

José Carlos GodoyCoordenador Editorial

[email protected]

Ponto Final Ariel Mendes

É hora de investirmos em qualidade

Grãos alternativos podem ser solução para

alta de insumosAs novas previsões

do USDA para a avicultura mundial

Ciência Avícola Especial: Trabalhos premiados no VI Congresso de Ovos

InsumosA alta do fosfato bicálcio .........................20

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ............................ 04 Notícias ............ 10

AviGuia: empresas, produtos e serviços ........... 32

Associações ..................... 34

ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36Alojamento de matrizes de corte ..........................................37Produção de pintos de corte ................................................ 38Produção de carne de frango ............................................... 39Exportação de carne de frango............................................ 40Disponibilidade interna de carne de frango ........................41Alojamento de matrizes de postura .................................... 42Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43Desempenho do frango vivo no mês de abril ..................... 44Desempenho do ovo no mês de abril .................................. 45

Sumário

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura44444 ProProProProroProduçduçduçdução ãoo ão ãã AAAAnAniAniAA malmmal |||||| A AvAAAA icucultltutuurarara

Maio13 a 15 de maio

AveSui América Latina 2008Local: Centro Sul, Florianópolis, SCRealização: Gessulli Agribusiness Contato: 11-2118-3133E-mail: [email protected]ções: www.avesui.com

27 a 29 de maio

Conferência APINCO 2008 de Ciência e Tecnologia AvícolasLocal: Mendes Convention Center, Santos, SPRealização: FACTA, Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia AvícolasContato: 19-3243-6555E-mail: [email protected]ções: www.facta.org.br/conferencia2008

28 a 30 de maioEnipec 2008Local: Centro de eventos do Pantanal, Cuiabá, MTRealização: Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)Contato: 65-3617-4421E-mail: [email protected]

Junho 25 e 26 de junho

Avicultor 2008Local: Belo Horizonte, MGRealização: AVIMIG, Associação dos Avicultores de Minas GeraisContato: 31- 3482-6403Informações: www.avimig.com.br

29 de junho a 4 de julho

XXIII Congresso Mundial de AviculturaLocal: Convention and Exhibition Centre, Brisbane, AustraliaRealização: WPSA, World Poultry Science Association Informações: www.wpsa.info

4 Produção Animal | Avicultura

Julho

17 a 20 de Julho

49ª Festa do Ovo de Bastos

Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe,

Bastos, SP

Realização: Sindicato Rural de Bastos

Contato: 14-3478-9800

Setembro 11 a 12 de setembroV Curso de Atualização em Avicultura para Postura ComercialLocal: Centro de Convenções da UNESP/FCAV de Jaboticabal, SPRealização: Associação Paulista de Avicultura (APA) e FCAVContato: 16-3209-1300E-mail: [email protected]ções: www.funep.com.br/eventos

Novembro19 a 21 de Novembro

AVISULAT - I Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e LaticíniosLocal: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPSContato: 51-3228-8844Informações: www.avisulat.com.br

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6 Produção Animal | Avicultura

Eventos

Ibiara Correia de Lima Almeida Paz*Resumo: Abordar as diversas técnicas em aviário de produção e reprodução para detec-tar problemas locomotores em frangos de corte industriais. Avaliar as aplicações de cada técnica para monitorar a incidência e o desenvolvimento de linhagens mais resistentes.

* Doutora em Zootecnia da Área de Concentração: Nutrição e Produção Animal pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). É Professora Voluntária do Departamento de Produção Animal da Facul-dade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP.

Irenilza de Alencar Nääs*Resumo: A pluralidade da demanda do mercado consumidor e suas preocupações com o bem-estar animal de um lado, e as poucas margens econômicas dos produtores, de outro, levam a uma aparente dicotomia de interpretação de ações, que podem ser resu-midas em duas palavras que não necessariamente refl etem a verdadeira situação de cada caso: crueldade e produtividade. In medium virtus (a virtude está no meio), deve ser o que se deve procurar quando se trata de bem-estar animal, em que entender, observar e estimar são as atividades mais importantes no campo, para que se possa orientar os produtores. A palestra vai tratar de apresentar e discutir, sem esgotar o material, os princípios do bem-estar animal e suas aplicações práticas na cadeia de produção avícola.

* PHD em Engenharia Agrícola pela Michigan State University. Professora Titular da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (ênfase em construções rurais e ambiência), membro da Diretoria da FACTA – Fundação APINCO de Ciên-cia e Tecnologia Avícolas e atual presidente da Associação Internacional de Engenharia Agrícola.

Problemas locomotores e técnicas de mensuração

Princípios de bem-estar animal e sua aplicaçãona cadeia avícola

Giancarlo Piccoli*Resumo: Debater como funcionam atualmente os métodos de insensibilização e descrever os que são mais empregados no país, além de explicar o que é a insensibilização elétrica seguida pela sangria e insensibilização a gás. Os cuidados especiais que melhoram o bem-estar das aves também serão abordados.

* Diretor da Empresa G.A. Tecnologia. Formado em Comércio Exterior e Administração de Marketing pela Faculdade Getulio Vargas (FGV) de São Paulo. Desenvolveu o Atordoador Eletrônico para Aves ES 1.0.

Métodos de insensibilização para frangos e perus

Com o objetivo de discutir os diversos assuntos técni-cos e científi cos da produção avícola, acontece entre os dias 27 e 29 de maio no Mendes Convention Center em Santos, SP, a Conferência APINCO de Ciência e Tecnolo-gia Avícolas. O evento vai contar com a participação de especialistas da avicultura do Brasil e convidados do exte-rior que farão cerca de 40 palestras sobre temas ligados ao setor. Além disso, para o Prêmio de Pesquisa José Maria Lamas da Silva serão feitas quase 50 apresentações orais.

Ciência e tecnologia em desta

Terça-feira às 10h30min no Auditório Principal

Terça-feira às 08h30min no Auditório Principal

Terça-feira às 13h30min no Auditório Principal

No primeiro dia do evento, no auditório princi-pal, será realizado o Simpósio sobre Bem-Estar de Frangos e Perus. A palestra de Irenilza Nääs abre a programação.

A seguir, alguns destaques do programa da confe-rência, o título das apresentações e o currículo dos palestrantes:

Programa completo disponível em: www.facta.org.br/conferencia2008

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Produção Animal | Avicultura 7

Roberto Carlos de Freitas*Resumo: Expor questões relativas ao manejo de matrizes pesadas em aves reproduto-ras. A formulação da ração e a maneira como é oferecida às aves poderão defi nir o sucesso ou insucesso na criação e obtenção de pintainhos por ave alojada, visto que esse processo (formulação e manejo) deve fazer com que cada indivíduo desenvolva corretamente o esqueleto, musculatura, tendões e aparelho reprodutor.

*Graduado em Zootecnia pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba (FAZU). Atualmen-te é Gerente de Serviços Técnicos da Hygen (representante exclusiva da linhagem Hybro no Brasil).

Aporte de proteína e aminoácidos na fase de recria e sua relação com a fertilidade dos machos

que na Conferência APINCO 2008

José Maurício França*Resumo: Discutir técnicas de manejo e como a etologia contribui defi nitivamente para os sistemas de produção intensiva. Parâmetros tangíveis para mensurar e monitorar conforto das aves devem ser estabelecidos. Um dos requisitos fundamentais para obter resultados satisfatórios é a capacitação pessoal.

* Médico Veterinário com especialização em Gestão Industrial, mestrado em Tecnologia de Alimentos e doutorado em Engenharia de Produção. Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

Exigências dos diferentes programas de certifi cação e auditoria para bem-estar em frangos de corte

Alexandre Teixeira Zocche*Resumo: Discutir de forma dinâmica, a partir de relatos de campo e fotos, os princi-pais parasitas encontrados na avicultura. O PAT (Programa de Atualização Técnica da Farmabase), que vem sendo utilizado com o objetivo de manter a saúde do plantel e alcançar o melhor desempenho zootécnico é uma das sugestões de controle.

* Médico Veterinário formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com es-pecialização em Sanidade Avícola pela Universidade do Oeste Catarinense (UNOESC). Tem expe-riência em Laboratório de Patologia Aviária. Atualmente Coordena toda área técnica de Avicultu-ra da Farmabase Saúde Animal em Jaguariúna, SP.

Controle de parasitas intestinais em frangos de corte e reprodutorasQuarta-feira às 8h30min horas na Sala A

Arnaldo da Silva Junior*Resumo: Discutir a maneira correta de incluir antioxidantes na cadeia produtiva da ração animal para não ocasionar perdas ou degradação de vitaminas e substâncias vitais durante o armazenamen-to e transporte do alimento. O investimento em um tratamento inteligente com antioxidantes nas rações é pequeno e pode ser uma das alternativas para evitar prejuízos.

* Pós-Doutorado em Biologia Molecular e Engenharia Genética pela Unicamp. É diretor da empresa Agrifoods no Brasil.

Fundamentos químicos para a ação dos antioxidantes na melhoria da qualidade nutricional das raçõesQuarta-feira às 10 horas na Sala B

Quinta-feira às 8h30min horas na Sala B

Terça-feira às 15h30min no Auditório Principal

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8 Produção Animal | Avicultura

Eventos

Paulo Tabajara Chaves Costa*

A produção avícola e a utilização degrãos para etanol e biodisel

Resumo: A alta dos preços globais de alimentos e o uso de biocombustíveis à base de soja e milho são assuntos que já preo-cupavam o setor de produção

animal há algum tempo e que agora vêm ganhando espaço na mídia brasileira e mundial. Dois grãos constituem 90% das dietas avícolas nacionais: milho e farelo e óleo de soja.Signifi cativas parcelas destes grãos têm sido utilizadas para a produção de etanol-via milho, e biodiesel-via óleo da soja.

Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de mi-lho, cerca de 30% da produção deste, que ultrapassa 100 milhões de toneladas (duas vezes a produção brasileira), será convertida em etanol, ainda em 2008. Deve faltar milho para alimentação humana e animal. Para a produ-ção de biodiesel, óleos vegetais e/ou gorduras animais, podem ser transformadas em diesel-equivalente, porém com um rendimento de tão somente 80%.

Etanol e biodiesel, proporcionam combustível para serem rodados cerca de 24.000 KM ou a quilometragem média de um americano em seis meses; portanto um cida-dão americano consume em biocombustíveis a produção de 4 hectares com milho e soja por ano. Se a produção de 18 toneladas de milho mais 6 toneladas de soja forem trans-formadas em 24 toneladas de rações para frangos de corte, poderemos produzir 13 toneladas de proteína viva, que com um rendimento de cerca de 80%, nos dariam 10.000 kg de carcaças de frangos; sufi cientes para alimentar com uma proteína nobre, 333 seres humanos, no mesmo ano.Eis aí um grande paradoxo, a ser resolvido no futuro próximo, muito próximo.

* Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), possui mestrado pela Sou-thern Illinois University At Carbondale e doutorado pela University of Florida. Professor por 40 anos da UFSM e Dire-tor de Tecnologia da empresa Vitagri.

Virginia Santiago Silva*Resumo: Abordar os aspectos microbiológicos da cama aviária e manejo aplicado à redução da carga bacteriana, com destaque para patógenos de interesse em saúde pública e animal. As exigências internacionais relativas e as recomendações práticas para a avicultura de corte também serão discutidas.

* Doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo (USP). É pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves na área de Sanidade Animal.

Manejo adequado para reutilização de cama

Quinta-feira às 8h30min na sala A

Tuffi Bichara*Resumo: Cogitar os benefícios das novas tecnologias de ventilação (temperatura, umidade, renovação de gases, luz) no controle do ambiente aviário. Explicar a relação entre o efeito da intensidade e da cor da luz dentro do aviário e a produtividade das aves.

* Zootecnista formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Pós graduado em Gestão e Estratégia Empresarial, pelo Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp). Atualmente é Gerente de Serviços técnicos da Nutron Alimentos, atua nas áreas de nutrição e produção animal.

Dark-house para frangos de corte em clima tropicalQuinta-feira às 14 horas na sala A

Quinta-feira às 15 horas na Sala A

Eduardo Mendonça Souza*Resumo: O melhoramento genético em frangos de corte, a médio e longo prazo, pode resul-tar no desenvolvimento de produtos equilibrados do ponto de vista do desempenho zootécni-co-econômico e bem estar animal. Avaliar algumas características zootécnicas economicamente importantes para o rendimento é a proposta desta apresentação.

* Formado em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa. Possui MBA em Agribusiness pela Fun-dação Getúlio Vargas (FGV). É geneticista da empresa Aviagen - North American.

Perspectivas do melhoramento genético do frango para médio e longo PrazoQuinta-feira às 14 horas na sala B

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Através de Portaria publicada no Diário Ofi cial da União, a médica veterinária

Regina Célia Freitas D’Arce foi designada pelo Ministro da Agricultura para exercer o cargo, em comissão, de Coordenador de Sanidade Avícola. A função integra os qua-dros da Coordenação Geral de Combate às Doenças do Departamento de Saúde Ani-mal que, por sua vez, é uma das divisões da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA.

Em termos práticos, a designação signi-fi ca que o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do MAPA tem, agora, nova coordenação, ou seja, Regina D’Arce, que já

integrava a equi-pe responsável pelo PNSA, subs-titui o médico veterinário Marce-lo de Andrade de Mota, que vinha coor-denando a implantação do Programa.

Graduada em Medicina Veterinária pela UNESP (1996), Regina Célia Freitas D’Arce especializou-se em Virologia Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), obtendo o Mestrado e o Doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp (2000 e 2004, respectivamente).

Núcleo Oeste de Médicos Veterinários comemora sucesso do IX SBSA

Com a presença de importantes nomes da avicultura brasilei-ra e mundial, o Núcleo Oeste de Médicos Veterinários reali-

zou no início de abril, em Chapecó, SC, o IX Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O evento contou com 750 inscritos entre veterinários, pesquisadores, zootecnistas, produtores, estudan-tes e empresários do setor avícola.

Além dos três dias de debates, a organização do evento homenageou o médico Zoé Silveira D’Ávila, presidente da União Brasileira de Avicultura desde 1996.

Ao agradecer a homenagem, D’Ávila lembrou: “Eu comecei na avicultura quando a população mais empobrecida só comia frango quando um dos dois estava doente. E hoje produzimos uma carne

de excelente qualidade a preços baixos e de alta qualidade”.Patrocinadores, parceiros e comissão organizadora já se

preparam para o X SBSA, que em 2009 acontecerá no novo centro de convenções de Chapecó, uma arena multiuso cuja obra deve ser concluída ainda este ano.

“No ano que vem completamos uma década de simpósios e iremos para um local maior. Além disso, continuamos com a responsabilidade de manter a qualidade e a principal caracterís-tica deste evento que é a seriedade dos temas e o clima de amizade que há entre organizadores e participantes, já que pertencemos todos a uma mesma cadeia produtiva” destaca Miguel Breda Canal, presidente do Núcleo Oeste.

PNSA tem nova coordenadora

Regina D’Arce

Auditório do IX SBSACláudio Kracker, Zoé D’Ávila e Breda Canal

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Produção Animal | Avicultura 11Produção Animal | Avicultura 11

Em cerimônia realizada em Brasília durante a abertura da 30ª Confe-

rência Regional da FAO para a Améri-ca Latina e Caribe, a Associação Latino-Americana de Avicultura, ALA, e o Escritório Regional da FAO para a América Latina e Caribe FAO/RLC, fi rmaram protocolo de entendimen-tos e de ação conjunta visando à prevenção e ao controle de doenças animais transfronteiriças, (no caso da avicultura, especialmente Infl uenza Aviária e Doença de Newcastle), bem como à segurança alimentar dos produtos ofertados pela avicultura. Firmaram o documento, pela ALA, o presidente da entidade, Ariel Antonio Mendes, e, pela FAO/RLC, José Gra-ziano da Silva, Representante Regio-nal da FAO no continente.

A ALA ressalta que o crescimento signifi cativo e altamente tecnifi cado da avicultura latino-americana permi-tiu fazer das Américas o primeiro

produtor mundial de carne de aves e de ovos, os alimentos de origem animal de maior consumo em nível regional.

A FAO/RLC, por sua vez, informa que foram desenvolvidos quatro projetos sub-regionais de prevenção e detecção precoce de Infl uenza Aviária do tipo H5N1, todos com a fi nalidade de fortalecer a capacidade de diagnóstico e alerta sanitário dos serviços sanitários latino-americanos. Os projetos também estabeleceram um programa de comunicação e informação sobre a Infl uenza Aviária e um dos objetivos do memorando de entendimentos assinado é o de implementar uma estratégia conjunta de comunicação para a doença.

Outras áreas de cooperação estabelecidas no documento envol-vem o fortalecimento da biosseguri-dade nos sistemas avícolas familia-res, além da inocuidade e qualidade da carne de aves e dos ovos. “Essa é uma área na qual o setor privado vem atuando e a colaboração com a FAO é importante na coordenação de esforços entre países”, destaca o Presidente da ALA.

ALA une-se à FAO no combate às doenças animais transfronteiriças na América Latina

Ariel Mendes e José Graziano

Representantes da avicultura latino-americana no encontro da FAO)

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12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Unifrango analisa parcerias para administração do Terminal de Contêineres

Doux Frangosul altera marca institucional no Brasil

Em julho deste ano a Unifrango Agroindustrial deve começar a operar na cidade de Apucarana,

no norte do Paraná. O projeto prevê a criação de um abatedouro e a instalação de um terminal refrigerado.

Os associados do grupo produzem, em média, 80.000 toneladas de frango por mês, das quais 25.000 são destinadas ao mercado externo. O termi-nal será utilizado para estas operações internacionais, e também para a cabotagem, que vai envolver mais 5.000 toneladas de carne de frango por mês.

No início, a câmara fria de Apucarana terá capa-cidade para receber até 10.000 toneladas de frango, sendo que este número deve ser ampliado de acordo com a demanda futura.

A fi lial brasileira do Grupo francês Doux, a Doux Frangosul passa a assinar através de

nova marca institucional: Groupe Doux, mesmo nome que é reconhecida mundialmente. A mu-dança visa unifi -car o posiciona-mento da marca institucional da empresa brasileira ao da mundial.

Já a marca Frangosul passa a ser utilizada so-mente para os produtos de cortes de frango e derivados comercializados no mercado brasileiro.

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Produção Animal | Avicultura 13

Perdigão fatura R$2,85 bi no primeiro trimestre e já tem novo presidente indicado

Depois do Marfrig, Margen também ingressa no setor avícola

A partir de 30 de outubro deste ano, José Antonio Fay (atual Diretor

Geral) substitui Nildemar Secches na presidência da Perdigão. Após a posse, Secches permanecerá na presidência do Conselho de Administração, cargo que vem acumulando desde o ano passado.

FaturamentoDe acordo com informações da as-

sessoria de imprensa, a Perdigão fechou o primeiro trimestre de 2008 com fatura-mento bruto de R$ 2,85 bilhões, valor 59,5% superior ao obtido em igual período do ano anterior.

As vendas no mercado interno soma-ram R$ 1,74 bilhão, aumento de 69% ante o mesmo exercício anterior. Já as exportações atingiram R$ 1,1 bilhão, valor 46,7% superior em comparação ao primeiro trimestre de 2007.

À exemplo do Frigorífi co Marfrig, (quarto maior produtor de carne bovina do mundo e que adquiriu duas empresas no mercado de carne de frango, o

Margen (um dos cinco maiores do Brasil em abate de bovinos) estréia na avicultura.

A assessoria de imprensa do Margen confi rmou que o frigorífi co está cons-truindo um abatedouro de aves em Barra do Garças, Mato Grosso, a 550 quilô-metros de Cuiabá. Ainda não existem informações sobre previsão de conclusão das obras ou capacidade de abate inicial.

As recentes aquisições do Marfrig envolvem as empresas Pena Branca (gru-po Predileto, com abatedouros em Jaguariúna e Amparo, SP) e a unidade minei-ra da DaGranja, sediada em Uberaba.

O Chile comunicou ao governo brasileiro (Ministério da Agricultu-

ra) e aos exportadores (ABEF) no fi nal de 2007 que reconheceu os Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina como áreas livres da Doença de Newcastle.

No fi nal de março, uma missão veterinária chilena esteve no Brasil com o objetivo de habilitar abatedouros avíco-las brasileiros. Com a tarefa completa, o Chile começa a reabrir portas que per-manecem fechadas à carne de frango brasileira há cerca de uma década.

A abertura do mercado chileno não traz grandes expectativas para os ex-portadores brasileiros, porquanto as importações anuais de carne de frango do Chile estão situadas ao redor das 50 mil toneladas, sendo efetuadas, na maioria, da Argentina.

Chile começa a reabrir suas portas ao frango brasileiro

Avepar assina convênio para fi nanciamento de novos aviáriosPara reconstrução da nova unidade de abate, em Abelardo Luz, SC, o grupo

Avepar anunciou a formalização de convênio de Integração Rural fi rmado com o Banco do Brasil no valor de R$10 milhões (com possibilidade de extensão).

O novo projeto segue as linhas e dimensões do frigorífi co inaugurado no ano passado e destruído em um incêndio em dezembro de 2007, ocupando a mesma área de cerca de 270mil m² e gerando mais de 1.500 empregos diretos e indire-tos. O convênio vai possibilitar a parceria entre a Avepar e os produtores rurais integrados, disponibilizando recursos para operações de investimento.

Produção Animal | Avicultura 13

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14 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

A apresentação do resultado de trabalhos científi -cos realizados em universidade e instituições de pesquisa no setor de postura foi um dos pontos

altos do VI Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de Ovos, promovido pela Associação Paulista de Avicultura (APA). Este ano, a comissão organizadora do evento recebeu e analisou 40 trabalhos, entre as áre-as de Manejo, Sanidade, Nutrição e Outras Áreas. As

inscrições foram gratuitas e os autores tiveram 15 mi-nutos para expor os trabalhos premiados no congresso. Os vencedores foram premiados com uma placa come-morativa e prêmio em dinheiro.

Abaixo e nas páginas seguintes segue um resumo dos trabalhos premiados. A íntegra dos mesmos, com tabelas e gráfi cos está disponível em www.avisite.com.br/cet.

APA premia pesquisas voltadas à melhoria do setor de postura

Este trabalho avaliou três vacinas inativadas oleosas comerciais contra SE, no que tange à prevenção da ex-creção fecal e contaminação de ovos. Foram utilizadas 400 pintainhas de linhagem comercial para postura leve. Na oitava semana de vida as aves foram divididas em quatro gru-pos (V1, V2, V3 e CG). Suabes cloa-cais foram realizados a partir de dois dias pós-infecção duas vezes por se-mana. As aves do grupo V3 excreta-ram menos SE em fezes e a contaminação de ovos tam-bém foi inferior. O uso de bacterinas reduz a excreção fecal de SE e previne a contaminação de ovos, atuando, portanto como ferramenta complementar no controle da SE.

O experimento com duração de 112 dias foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito dos níveis de cál-cio, composição granulométrica e substituição entre as fontes de cálcio, sobre a qualidade de ovos de 576 po-edeiras comerciais semi-pesadas em segundo ciclo de produção. Não hou-ve efeito signifi cativo dos tratamen-tos sobre qualidade interna dos ovos, mas houve para níveis de cálcio e

fontes de cálcio sobre a qualidade externa, com os melhores resultados para 3,8% de cálcio e calcário grosso e farinha de ostra.

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Controle da excreção fecal e da produção de ovos contaminados por Salmonella Enteritidis em poedeiras vacinadas com bacterinas oleosas contra SE

Desempenho e qualidade de ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção suplementadas com calcário e farinha de ostra

Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito do período de armazenamento sobre a oxidação lipídica de gemas, através dos valores de TBARS, de ovos comerciais de casca vermelha de galinhas da linhagem Hy-line Brown, coletados no período entre 100 e 104 semanas de idade das aves.

Conclui-se que a metodologia utilizada para determinação dos valores de TBARS em gemas de ovos foi efi ciente. Além disso, o armazenamento sob condições de temperatura ambiente não é uma forma efi caz para preservar a qualidade inter-na do ovo.

Estudo da metodologia TBARS em ovos

Com o objetivo de comparar métodos alternativos de muda for-çada ao método convencional foi realizado um experimento utili-zando-se 420 aves da linhagem Shaver, com 70 semanas de idade. A muda forçada teve duração má-xima de 28 dias e após o término

os dados de produção foram controlados durante quatro períodos de 28 dias.

A utilização de calcário de granulometria gros-seira não apresentou efeito sobre o peso das aves, porém melhorou a qualidade da casca dos ovos du-rante o período de muda. Os tratamentos de restri-ção alimentar de 87,5% e 100% apresentaram me-lhores desempenhos durante o período de produção pós muda.

Restrição alimentar como método alternativo de muda forçada para poedeiras comerciais

Edivaldo Garcia e Andréa Molino

Jacqueline de Paiva

Carla Pizzolante

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Produção Animal | Avicultura 15

A aluna de pós-graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Es-tadual Paulista (UNESP), Andréa de Britto Molino, explica que com a realização deste estudo pôde-se constatar a efi cácia da utilização de métodos alternativos de muda forçada quanto ao bem estar das aves, a produção e qualidade dos ovos, minimizando assim os custos de reposição dos plantéis de poedeiras.

IntroduçãoA técnica de muda forçada constitui-se em uma ma-

neira de reciclar as aves velhas, promovendo aumento da taxa de postura, melhoria da qualidade interna e da casca dos ovos, durante o segundo ciclo, em relação ao fi nal do primeiro ciclo de produção (Lee, 1982). Existe uma preocupação crescente em pesquisar métodos al-ternativos que não causem tanto estresse e que apre-sentem resultados econômicos e de qualidade dos ovos compatíveis com o método convencional de muda for-çada, uma vez que os EUA e a Comunidade Européia têm condenado os métodos de muda baseados em je-jum alimentar.

A restrição alimentar qualitativa para indução à muda forçada foi motivo de estudo de Andreotti et al. (2005) que compararam o jejum alimentar à restrição de nu-trientes em 50 e 75% em relação a uma dieta básica para poedeiras, utilizando para isto uma diluição da ração com cascas de arroz em 50 e 75%. Constataram perda de peso corporal de 25% aos 20 e 10 dias para as dietas com dilui-ção de 50 e 75%, respectivamente, concluindo que a res-trição de 50% pode ser utilizada para indução à muda forçada sem causar estresse alimentar muito severo, por-tanto, dispondo as aves a um maior bem estar. Frente a crescente preocupação mundial com o bem estar animal, o objetivo do trabalho foi avaliar os métodos alternativos de muda forçada, com e sem utilização de calcário de gra-nulometria grosseira, e verifi car seus efeitos na perda de peso, produção e qualidade dos ovos na muda e o desem-penho pós muda.

Material e MétodosPara o experimento foram utilizadas 420 aves da linha-

gem Shaver com 70 semanas de idade. A muda forçada teve duração máxima de 28 dias e após o término, os dados de produção foram controlados durante quatro períodos de 28 dias. Na avaliação de desempenho, foi utilizado em esquema fatorial 5x2 contendo cinco restrições alimenta-res (50; 62,6; 75; 87,5; e 100% de consumo ad libtum) com e sem utilização de calcário de granulometria grosseira. Já para análise da qualidade dos ovos foram utilizados três ovos por parcela, num total de 21 ovos/tratamento no ini-cio do experimento e aos 3, 7, 10, 14, 21 e 28 dias. Durante o período de muda foram avaliadas variação do peso cor-poral, percentagem de postura e qualidade dos ovos. No pós-muda foi avaliado o desempenho das aves.

Restrição alimentar como método alternativo de muda forçada para poedeiras comerciaisAutores: Andréa de Britto Molino, Edivaldo Antônio Garcia, Daniella Aparecida Berto, Francine Vercese, Kleber Pelícia e Anderson de Pontes Silva

Resultados e DiscussãoO tratamento de 100% de restrição alimentar atingiu

perda de 25% do peso aos 10 dias, a restrição de 87,5% aos 14 dias, e a restrição de 75% aos 21 dias. Por outro lado, os demais tratamentos não atingiram a meta de per-da de peso almejada de 25% durante os 28 dias do perío-do pós-muda. Os tratamentos de restrição de 50 e 62,5% não conseguiram zerar a produção de ovos durante os 28 dias do período de muda.

Constatou-se interação signifi cativa entre a quantida-de de restrição de ração e a utilização de calcário de granu-lometria grosseira para as características gravidade especi-fi ca resistência da casca à quebra, espessura de casca, percentagem de casca e Peso de Casca por superfície de Área. Considerando-se os resultados observa-dos em cada nível de restrição para aves ali-mentadas com e sem calcário, constatou-se que para todas as variáveis de qualidade de casca, no nível de restrição de 100% houve melhores valores para aves alimentadas sem calcário, ao passo que para os demais níveis de restrição, constatou-se melhores valores para aves que receberam calcário de granulo-metria grosseira.

Pode-se constatar também que os trata-mentos com restrição de 87,5 e 100% pro-moveram melhor percentagem de postura, peso de ovo, massa de ovos e conversão ali-mentar por dúzia e por massa de ovos. Não houve efeito signifi cativo do calcário para nenhuma das variáveis analisadas.

ConclusãoNão houve efeito do calcário de granu-

lometria grosseira sobre o peso das aves; a perda de peso de 25% foi alcançada aos 10, 14 e 21 dias para os tratamentos de restrição alimentar de 100, 87,5 e 75% do consumo ad libtum, respectivamente; a utilização de calcário de granulometria grosseira melhorou a qualidade da casca dos ovos durante o período de muda; os tratamentos de restrição alimentar de 100 e 87,5% apresentaram melhores desempe-nhos durante o período de produção pós muda.

Man

ejo

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16 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

O estudo esclarece os reais benefícios da vacinação de poedeiras contra SE e como ela pode ser utilizada em conjunto com medidas gerais de higiene, biossegurança e boas práticas de manejo. É o que afi rma Jacqueline de Paiva, mestranda em microbiologia agropecuária da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV) da Uni-versidade Estadual Paulista (UNESP).

De acordo com ela, a pesquisa acrescenta dados aos estudos brasileiros e internacionais, que são escassos em avaliação da proteção de vacinas inativadas por longos períodos após a vacinação das aves.

“Na maior parte dos estudos, vacinação e desafi o são realizados muito próximos, de forma que os dados signi-fi cativos em relação à prevenção das vacinas, muitas vezes, são resultantes da resposta imune que está sendo desencadeada pela vacina e não de um potencial de imunização conferida por ela. Assim sendo nossos estudos se aproximam da realidade do campo”.

IntroduçãoA vacinação é uma das medidas que vêm ganhando

destaque nos últimos anos para controlar a SE. Entre as opções estão as vacinas inativadas que são conhecidas

por apresentarem alta segurança, imunida-de de longa duração e altos títulos de anti-corpos circulantes, além de serem permiti-das em muitos países.

A proposta deste estudo é analisar a uti-lização de três vacinas comerciais inativa-das oleosas para prevenir a salmonelose de aves por SE em comparação com aves não vacinadas, visando avaliar a prevenção da excreção fecal e da contaminação dos ovos.

Material e MétodosPara o experimento foram utilizadas

400 aves fêmeas brancas de linhagem co-mercial para postura de ovos de mesa, com um dia de vida. Na oitava semana de vida as aves foram divididas em quatro grupos V1, V2, V3 e CG. Três vacinas comerciais inati-vadas oleosas contra SE foram utilizadas (V1,V2,V3), as aves foram vacinadas na oi-tava e décima semana de vida. O quarto grupo não foi vacinado. Um total de treze aves de cada grupo foram desafi adas com SE na 20ª, 25ª e 31ª semanas de vida. Suabes cloacais foram realizados a partir de dois dias pós-infecção duas vezes por semana. Todos os ovos produzidos foram examinados.

Resultados e DiscussãoAs aves do grupo V3 excretaram menos

SE pelas fezes e a contaminação de ovos foi inferior. Alguns autores demonstraram que a resposta imune humoral estimulada por

Controle da excreção fecal e da produção de ovos contaminados por Salmonella Enteritidis em poedeiras vacinadas com bacterinas oleosas contras SEAutores: Jacqueline Boldrin de Paiva, Oliveiro Caetano de Freitas Neto, Aline Lopes Mesquita, Ângelo Berchieri Junior.

vacinas inativadas é sufi ciente para reduzir a coloniza-ção intestinal por SE, acarretando diminuição na excre-ção fecal, conforme pode ser visto em nosso estudo no grupo V3, no primeiro desafi o.

Ovos e derivados representam 62,8% das fontes de contaminação de SE em toxinfecções alimentares des-de a década de 80 (Morris 1990). De acordo com Bar-row & Lovell (1991) ovos são contaminados com SE por material fecal quando passam pela cloaca ou por contaminação transovariana. No estudo realizado foi possível a observação da correlação entre a excreção fecal de SE e a contaminação de ovos, corroborando com as observações de Woodward et al. (2002), na qual a redução da excreção fecal esteve associada à re-dução no número de ovos contaminados. A redução da excreção fecal garante ainda, uma menor contami-nação ambiental.

Houve, portanto um benefício da vacinação em redu-zir a excreção fecal e contaminação de ovos, com maior evidência no grupo V3. Segundo Liu et al. (2001) vacinas inativadas podem diminuir a excreção fecal de SE em di-ferentes níveis, de acordo com a composição delas.

Os resultados deste trabalho se somam a trabalhos prévios, os quais demonstraram diminuição na quanti-dade de ovos contaminados, por meio da adoção de um programa de vacinação com vacinas inativadas em granjas de poedeiras (Woorward, 2002).

ConclusãoApesar dos resultados favoráveis da redução da ex-

creção fecal de SE, não se pode constatar proteção total em nenhum dos grupos vacinais.

Os resultados da excreção fecal e contaminação de ovos mostraram-se semelhantes, demonstrando que os ovos são contaminados em sua maioria pelas fezes clo-acais e não por infecção transovariana.

O uso de vacinas inativadas é uma ferramenta com-plementar a outras formas de controle para SE.

Sani

dade

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Produção Animal | Avicultura 17

A pesquisadora da Unidade de Pesquisa de Brotas do Pólo Regional Centro Oeste da Agência Paulista de Tecno-logia dos Agronegócios (APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carla Cachoni Pizzolante, comenta que o requerimento de cálcio para as poedeiras no primeiro ciclo de produ-ção é bem estabelecido, mas ainda existem dúvidas com relação à forma que deve ser fornecido à ração.

“As aves mais velhas, apesar de conseguirem repor suas reservas ósseas de cálcio, depositam menor proporção de cálcio nos ovos que acabam tendo cascas mais fi nas e frágeis, o que diminui seu valor comercial”, explica.

Segundo Carla, algumas pesquisas indicam que o cálcio deveria ser suplementado na ração numa granulometria mais grossa tipo pedrisco ou casca de ostra, o que propiciaria a liberação do cálcio de uma maneira mais lenta, tornando-o disponível durante o processo noturno de formação da casca.

IntroduçãoA casca é a embalagem natural do ovo e protege a

gema e albume contra perdas e agressões do meio de-vendo ser forte o sufi ciente para resistir aos processos de postura da ave, coleta, classifi cação e transporte, até chegar ao consumidor fi nal (Kussakawa et al. 1998). O aumento da exigência do cálcio com a idade das aves ocorre devido ao declínio nas reservas de cálcio nos os-sos, ao aumento no tamanho dos ovos e a quantidade de cálcio depositado na casca.

O objetivo do estudo foi fornecer rações contendo diferentes níveis de cálcio e combinações entre as fon-tes de cálcio com diferentes granulometrias, como al-ternativa para a melhoria da qualidade de ovos de poe-deiras semi-pesadas em segundo ciclo de reprodução.

Material e MétodosO experimento com duração de 112 dias teve a fi na-

lidade de avaliar o efeito dos níveis de cálcio e combina-ções entre as fontes de cálcio com diferentes granulome-trias, sobre a qualidade dos ovos de 576 poedeiras comerciais semi-pesadas em segundo ciclo de produção. Para a análise foi utilizado um delineamento em bloco ao acaso, com doze tratamentos, em arranjo fatorial 3x4, com três níveis cálcio na dieta (2,6; 3,2 e 3,8%) e quatro combinações entre as fontes de cálcio (1- 100 % calcário fi no, 2- 50 % calcário fi no + 50 % calcário grosso, 3- 50 % calcário fi no e 50 % de farinha de casca de ostra, 4- 50 % calcário fi no e 25 % calcário grosso + 25 % farinha de casca de ostra) e seis repetições de oito aves cada. A qua-lidade de ovos foi verifi cada ao fi nal de cada período de 28 dias cada, retirando-se dois ovos de cada parcela, du-rante três dias consecutivos para avaliação qualidade in-terna: percentagem de gema, percentagem de albume, unidades Haugh, índice gema, cor da gema e qualidade externa dos ovos: gravidade especifi ca, percentagem da casca, espessura da casca, resistência da casca à quebra e peso da casca por superfície área.

Desempenho e qualidade de ovos de poedeiras semi-pesadas em segundo ciclo de produção suplementadas com calcário e farinha de ostraAutores: Carla Cachoni Pizzolante, Hirasilva Borba Alves Souza, Sérgio Kenji Kakimoto, Edivaldo Antonio Gar-cia, José Roberto Medina Garcia, Marcelo Surian Checco, Érika Salgado Politi Braga Saldanha, Antônio de pádua Deodato, Christine Laganá.

Resultados e DiscussãoA análise de variância detectou efeitos signifi cativos

dos níveis de cálcio, onde a análise de regressão indi-cou efeito linear crescente nos parâmetros de qualidade externa dos ovos. A qualidade externa dos ovos tam-bém foi melhorada quando houve substituição em até 50% do calcá-rio fi no pelo calcário grosso e/ou de farinha de ostra.

Os resultados obtidos neste ex-perimento são semelhantes aos encontrados em outros estudos sobre o assunto que revelaram uma melhoria da qualidade da casca dos ovos ao tamanho da par-tícula (granulometria) da fonte de cálcio, independente da sua origem.

ConclusãoA qualidade da casca dos ovos

de poedeiras semi-pesadas em se-gundo ciclo de produção melho-rou com o aumento dos níveis de cálcio e com a substituição em até 50% do calcário fi no pelo calcário grosso e/ou farinha de ostras. A utilização de poedeiras semi-pesa-das em segundo ciclo de produção neste estudo deve ser considerada e outros nutrientes relacionados ao metabolismo de cálcio e/ou a forma de fornecimento, devem ser pesquisados para essas aves, já que a maioria dos relatos encontrados na literatura é proveniente de pes-quisas realizadas com poedeiras brancas.

Nut

riçã

o

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18 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Aline Giampietro, uma das autoras do trabalho, (que faz parte de testes preliminares para uma tese de douto-rado) da Faculdade de Ciências Agrárias da UNESP, explica que a metodologia de TBARS (teste de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) é uma ferramenta que permite a análise da taxa oxidativa de gemas dos ovos armazenados.

Para ela, o estudo ajuda a conscientizar produtores, estabelecimentos comerciais e consumidores da necessidade de armazenar os ovos corretamente, visto que elevadas temperaturas e períodos de estocagem aceleram inúme-ras reações enzimáticas, entre elas o processo oxidativo.

“Pesquisas que objetivam avaliar a qualidade dos ovos devem ser incentivados já que são de fundamental impor-tância para preservar as características deste alimento. Entretanto, este estudo é apenas o início das investigações a serem feitas com relação à oxidação lipídica em ovos”, afi rma.

IntroduçãoApesar de ser altamente nutritivo, o ovo é um alimen-

to perecível e pode perder sua qualidade rapidamente de-vido às várias reações enzimáticas que ocorrem durante seu armazenamento. A oxidação lipídica é um processo

natural que ocorre nos ovos e é um dos fatores que contribuem para a perda da qualidade. Através da metodologia utili-zada para determinação dos valores do ácido tiobarbitúrico (TBARS) é possível analisar a taxa oxidativa dos ovos arma-zenados. O objetivo do trabalho foi in-vestigar se esta metodologia, descrita por VYNCKE (1970), é efi ciente para de-terminar a oxidação sofrida pelo ovo durante o armazenamento.

Material e MétodosPara o experimento foram utiliza-

dos 80 ovos de galinhas poedeiras da linhagem Hy-line Brown coletados no período entre 100 e 104 semanas de idade das aves. Os ovos foram subme-tidos à análise da metodologia de TBARS descrita por VYNCKE (1970) com dez repetições para os diferentes tipos de armazenamento, que corres-pondeu a 0,7,14 e 21 dias. Os resulta-dos obtidos foram submetidos a análi-se de variância e as médias comparadas pelo teste de Turkey a 5% de signifi cância.O teste de comparações múltiplas de Turkey é utilizado para discriminar as diferenças.

Resultados e DiscussãoAo analisar a tabela ao lado, pode-

se observar que os valores da análise de TBARS aumentam de acordo com

Estudo da metodologia TBARS em ovosAutores: Aline Giampietro, Aline Mary Scatolini, Marcel Boiago, Diego Coro, Hirasilva Souza, Pedro de Souza, Tânia Mara Lima, Carla Pizzolante.

o envelhecimento dos ovos, ou seja, a oxidação lipídi-ca da gema torna-se mais expressiva, porém estável, na segunda e terceira semana de estocagem, pois nos períodos referidos não houve diferença signifi cativa para os valores de TBARS nas amostras (p>0,05). Já quando comparados aos demais períodos é perceptí-vel a diferença (p<0,05) na taxa de oxidação, sendo que ovos frescos (0 dias) apresentaram os menores va-lores de TBARS, seguidos pelos ovos armazenados du-rante 7 dias. A partir do 14º dia de armazenamento houve uma tendência de estabilidade da taxa de oxidação.

ConclusãoOs resultados obtidos revelaram que a metodologia

empregada para determinação dos valores de TBARS em gemas de ovos foi efi ciente para avaliar a taxa oxidativa. Além disso, o armazenamento sob condições de tempe-ratura ambiente não é efi caz para preservar a qualidade interna do ovo, o que torna evidente a importância das condições de umidade e temperatura adequadas no transporte e estocagem.

ARMAZENAMENTOEM DIAS

TBARS(MG TMP/KG)

0 0,1343 C

7 0,1698 B

14 0,2138 A

21 0,2276 A

CV (%) 12,78

DMS 0,029

A, B, C – Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de

Tukey (p>0,05)

CV (%) – coefi ciente de variação; DMS – diferença mínima signifi cativa

Out

ras

Áre

as

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Produção Animal | Avicultura 19

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20 Produção Animal | Avicultura

Insumos

A exemplo da alta verifi cada nos preços do milho e ou-tros grãos, o fosfato bicálci-

co, matéria-prima utilizada na pro-dução de rações e sais minerais, está 75% mais caro que há um ano atrás, afetando o custo de produção das proteínas animais.

Em uma ração de frangos de corte ou galinhas de postura, há a necessidade de se adicionar de 1,5 a 1,8% de fosfato bicálcico para aten-der as exigências das aves em fósforo.

Por sua vez, o Fósforo (P) é um dos principais elementos minerais requeridos pelo animal. Cerca de 80% do P está armazenado nos os-

sos e dentes e os 20% restantes no músculo, vísceras, células do san-gue, tecido nervoso e outros teci-dos do organismo.

De acordo com José Roberto Bottura, diretor técnico da Associa-

ção Paulista de Avicultura, a defi ci-ência de fósforo nas aves acarreta um retardo no crescimento, raqui-tismo, outros problemas ósseos, re-dução na produção de ovos, baixa qualidade da casca dos ovos e ou-tros distúrbios metabólicos. “Não podemos reduzir o uso de sais mi-nerais, principalmente na avicultu-ra de postura. Como vamos vender ovo sem casca? Precisamos de mais empresas disponíveis que possam atender a demanda existente”, afi rma.

Os subprodutos de oleaginosas (farelos de soja, algodão, amen-doim e canola) e o farelo de trigo e de arroz são boas fontes de fósforo,

Fosfato bicálcico: apenas mais um na lista de aumento de preços das matérias-primas

Fosfato bicálcico,

assim como milho e

outros grãos, sofreu

ponderáveis altas,

afetando o custo de

produção das proteínas

animais

PRINCIPAIS INSUMOSoVVVaarriiaaççãoooooo PPPPPPeerrccccccceeeeennnnnnttttttuuuuuuuaaaaaaalllll jjjjjaaaaannnnnnn//////ddddddddeeeeeeezzzzzz 2222222200000000000000000007777777

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Produção Animal | Avicultura 21

Analisando a alta generalizada dos insumos agropecuários, Zanni explica a crescente demanda por milho para o setor de produção animal.

“A pujança das economias global e doméstica, notadamente, tem impulsionado a dinâmica na produção de alimentos. vejamos:

Recordes históricos no preço do • petróleo e o óbvio interesse dos Estados Unidos na substituição deste fóssil pelo biocombustí-

porém, deve-se considerar que tal elemento encontra-se combinado com o ácido fítico ou fi tatose; o fósforo dessas fontes minerais apre-senta apenas 30% de disponibilidade.

No processo de fabricação do fosfato bicálcico, existem duas ma-térias-primas principais: o ácido fosfórico e uma fonte de cálcio, que pode ser calcário, cal virgem ou hi-dratada. Três grandes empresas concentram a produção: Bunge, Cargill e Iara.

De acordo com Ariovaldo Zan-ni, Diretor Executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimenta-ção Animal (Sindirações), a alta do preço dos fosfatos pode ser explica-da pela maior demanda por etanol de milho nos Estados Unidos e o aumento da área plantada na Chi-na e Índia, somadas ao aumento explosivo no custo dos precursores - enxofre e rocha fosfática, que têm como principais fornecedores no mercado internacional o Canadá e a Rússia.

“Além disso, o custo dos aditi-vos importados foi infl uenciado pelo aumento do petróleo, energia, fretes, e precursores químicos e uma somatória de difi culdades en-frentadas por fornecedores asiáti-cos (poluição e problemas ambien-tais, clima e logística)”, afi rma.

E completa: “Sem possibilidade de repasse integral desse persisten-te pacote de incrementos, o setor de fabricação de premixes, suple-mentos, sal mineral e rações com-pletas vem tentando amenizar este efeito, lançando mão de diversas iniciativas com vistas à sustentabi-lidade, como a implementação das boas práticas de fabricação, dispo-nibilizando novas soluções nutri-cionais para maior efi ciência zootécnica”.

Assim como as alternativas que podem ser buscadas para a alta do preço dos grãos essenciais para a avicultura, a comunidade técnica e científi ca conhece formas para a substituição das fontes do elemen-to essencial: fósforo de origem or-gânica (farinha de carne e ossos) e

vel que tem demandado mais milho e pressionado a cotação da commoditie, apesar da in-dústria de alimentação animal e humana ainda estarem su-pridas. Alterações climáticas imprevi-• síveis acentuando a aridez do solo e o limitado suprimento de água doce para agricultu-ra e irrigação que certamente comprometerão a produção das variedades originais; As previsões do Sindirações

projetam a produção de 70 mi-lhões de toneladas de ração no Brasil em 2010 e demanda de aproximadamente 50 milhões de toneladas de milho exclusiva-mente para alimentação animal.

Neste caso, o Sindirações acredita que a ação mais efi caz para atendimento da crescente demanda por milho é o ganho em produtividade que os even-tos melhorados geneticamente podem proporcionar, além da resistência aos predadores e in-tempéries”, afi rma. •

inorgânica (fosfatos).Zanni explica: “A fi tase, enzima

capaz de mobilizar o fósforo fítico presente no grão é a medida alter-nativa de substituição parcial e em alguns casos até integral do fosfato. A preocupação crescente com a pre-

servação do meio ambiente, a proibição do uso de derivados de origem animal e as formulações ma-temáticas de mínimo custo para ex-pressão máxima da rentabilidade na produção são os principais fatores desta gradual e natural migração”.

OGM é saída para milho

IMPACTO DO AUMENTO DAS MATÉRIAS-PRIMASRAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE

Matérias-Primas % 2008/2007 % sobre tonelada

Milho 46,6 21,9

Farelo Soja 48,6 13,3

Óleo degomado 40,0 5,9

Outros macro ingredientes

8,0 0,04

Fosfato 75,0 2,0

Premix 52,4 1,9

Aminoácidos -9,4 -0,4

Total – 44,7

Fonte: Sindirações – Ração formulação Hipotética

Ariovaldo Zanni

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22 Produção Animal | Avicultura

Projeções 2008

2222222222 PrPPrroroooP duçduçduçduçdududuçãããão ão oãoã AniAnAnAnnininiAA mamalmalmamamm ||| Av AvAvAvAvA icuicuicuicultlttutuuurrrara

PPPrroojjeeççõõeess 22000088PPPP

Novas previsões trazem

variações signifi cativas

em relação às projeções

anteriores. Para USDA,

exportações mundiais,

serão 7% maiores em 2008

Principais mudança nas previsões do USDA

1ª PREVISÃO(NOVEMBRO/07)

NOVA PREVISÃO(ABRIL/08) VARIAÇÃO

Produção (milhão/t) 64,404 70,748 9,85%

Consumo (milhão/t) 62,603 70,347 12,37%

Importação (milhão/t) 5,382 7,264 34,97%

Exportação (milhão/t) 7,480 7,722 3,24%

Carne de frango: USDA amprodução, consumo, importaçã

Divulgadas em abril passado, as novas previsões para 2008 do Departamento de

Agricultura dos EUA (USDA) em re-lação à produção, consumo, impor-tação e exportação mundial de car-ne de frango em alguns aspectos diferem substancialmente daquelas levantadas no fi nal do ano passado e publicadas na edição de dezem-bro de 2007 de Produção Animal – Avicultura.

Assim, por exemplo, enquanto as projeções anteriores apontavam que as exportações mundiais deste ano seriam quase 40% maiores que as importações (com uma diferen-ça de mais de dois milhões de tone-ladas entre exportações e importa-ções), os números mais recentes propõem exportações apenas 6% maiores, a diferença anterior redu-zindo-se para menos de um quarto do originalmente apontado (458 mil toneladas).

Outro exemplo das mudanças introduzidas está na produção mundial prevista, agora 10% maior que aquela apontada há menos de seis meses, o que representa um vo-lume adicional de mais de seis mi-lhões de toneladas. Isso decorre da ampliação da base de dados do USDA, aplicada também aos dados

de anos anteriores. Mas o índice de 10% apontado – é importante res-saltar – não corresponde ao aumen-to de produção esperado, que deve fi car em pouco mais de 4%.

No comércio internacional, também em função da ampliação da base de dados, embora a diferen-

ça entre exportações e importações tenha recuado para menos de meio milhão de toneladas (contra mais de dois milhões de toneladas ante-riores), é apontado, igualmente, aumento do volume a ser exporta-do em relação ao originalmente previsto. Não chega a ser muito, cerca de 250 mil toneladas a mais, mas corresponde a um aumento de

quase 7% em relação ao que foi ex-portado em 2007.

As tabelas a seguir mostram as novas tendências do USDA para a produção, o consumo doméstico, a importação e a exportação de carne de frango em países selecionados. Segundo o órgão, os totais aponta-dos (que incluem outros países, não especifi cados) não represen-tam a totalidade do mercado mun-dial, mas estão em um nível que supera os 90% do total e, portanto, são um bom indicador das tendên-cias do produto do ano.

Nas tabelas, adicionalmente aos volumes consolidados, preli-minares ou previstos, são apresen-tadas as variações anuais (de 2007 para 2008), as “pré-surto de In-fl uenza Aviária” (de 2005 para 2008, um indicador do grau de re-cuperação do setor após o grande surto de IA que prejudicou todo o setor entre o fi nal de 2005 e o pri-meiro semestre de 2006) e, ainda, as variações ocorridas nos últimos 10 anos (de 1998 para 2008). Nes-te caso, as variações não alcançam todos os países agora relacionados pelo USDA porque, em 1998, vá-rios deles não tinham expressão como produtores, consumidores, importadores ou exportadores.

Projeções 2008

22 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 23ProProProProProProProProPrProProrrProPrPror ddddduçdduçdududududuçduçduççduçduuçduçduçdduçduçuçduddud ão ão ão oãoãoão oãoãoãoão ãoãoãoooooããoãoãooãooão ooooãããããoãoo AAnAnAnAA iAniAniAniAniA iAniAniAnA iiAnAAnAnAnAAAnAnAnAAAAnAAnAnAnAAnAnAAniAniAniAniAniAnniAninniAAAnAnnAnAAniiA mmmmmmamamalmamalmalmalmalmamalmalmammamamammmamaalmmaamalmmalmaamalmalmmmmmalmalmmmmmmmaammmmmmmmmmmmmmmmma |||||||| AvAvAv Av AvAvAvAvA AAAvAAvAAAAAAA AAAAAAvvicuicuicucuicucuccuucuuuuuucuuuuui uuuii uuuuuultultultultultultultltulltultulltultultuuuuuuultuuuutltltultuuultltutuuultltultuultuuuutultultutuutltltutultututuutuututultulttututuutuuuul uuuultttttttuuuura rararaaaaaraarraaaarararaaaaarraaraararrararrararaaaaaaraarrrararraararara rarra rraa 23232323232332233332333323232323323232332232323322222323233222322222223222223222223

Em 2008 a produção mundial de carne de frango cresce perto de 4,5% e supera a marca dos 70 mi-lhões de toneladas. Entre os cinco grandes produtores (EUA, China, Brasil, União Européia e México), a maior expansão é prevista para a China, onde o produto vem sendo fortemente demandado, seja como substituto da carne suína (cuja

produção está em retração, devido a problemas sanitários), seja pelo melhor preço em relação a outras carnes ou, ainda, pela criação de novos mercados (milhares de lojas de fast-food vêm sendo instaladas em território chinês, ano após ano).

Em tese, a produção chinesa de carne de frango poderia crescer a

um índice bem superior ao apon-tado pelo USDA. Mas o país en-frenta problemas climáticos, de disponibilidade de matérias-pri-mas e, inclusive, de mão de obra (êxodo rural). Assim, não é impro-vável que o Brasil, terceiro produ-tor mundial, apresente índices de expansão superiores aos obtidos pela China.

Produção Animal | Avicultura 23

PRODUÇÃO – MILHÕES DE TONELADAS

2004 2005 2006 2007 2008VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA)

2007/2008 2005/2008 1998/2008

EUA 15,286 15,870 15,930 16,211 16,558 2,14% 4,34% 9,45%

China 9,998 10,200 10,350 11,500 12,500 8,70% 22,55% 16,82%

BRASIL 8,408 9,350 9,355 10,305 10,895 5,73% 16,52% 135,47%

UE 7,852 8,169 7,740 8,111 8,200 1,10% 0,38% -3,40%

México 2,389 2,498 2,592 2,730 2,825 3,48% 13,09% 65,20%

Índia 1,650 1,900 2,000 2,300 2,600 13,04% 36,84% 290,98%

Rússia 0,650 0,900 1,180 1,350 1,485 10,00% 65,00% 132,03%

Argentina 0,910 1,030 1,200 1,280 1,380 7,81% 33,98% 57,71%

Japão 1,124 1,166 1,227 1,241 1,235 -0,48% 5,92% 1,15%

Irã 1,171 1,153 1,153 1,153 1,153 0,00% 0,00% –

Tailândia 0,900 0,950 1,100 1,050 1,150 9,52% 21,05% 17,35%

Outros 9,274 9,716 9,970 10,522 10,767 2,33% 10,82% 26,08%

TOTAL 59,612 62,902 63,797 67,753 70,748 4,42% 12,47% 29,96%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura2004 a 2006: valores consolidados;

2007: resultado preliminar;2008: previsão

mplia base de dados e prevê ão e exportação maiores

Índia, Rússia e China, pela ordem, devem apresentar os maiores índices de expansão na produ-

ção; mas o quarto integrante do “BRIC”, o Brasil, deve “atropelar” e obter incremento superior

ao apontado pelo USDA

PRODUÇÃO

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24 Produção Animal | Avicultura

Projeções 2008

CONSUMO – MILHÕES DE TONELADAS

2004 2005 2006 2007 2008VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA)

2007/2008 2005/2008 1998/2008

EUA 13,080 13,430 13,671 13,624 13,892 1,97% 3,44% 10,08%

China 9,931 10,088 10,371 11,624 12,700 9,26% 25,89% 14,40%

UE 7,616 8,087 7,661 8,128 8,230 1,25% 1,77% 6,80%

BRASIL 5,992 6,612 6,853 7,384 7,680 4,01% 16,15% 92,29%

México 2,713 2,871 3,016 3,121 3,213 2,95% 11,91% 60,25%

Rússia 1,675 2,139 2,373 2,581 2,724 5,54% 27,35% 51,84%

Índia 1,648 1,899 2,000 2,300 2,600 13,04% 36,91% 290,98%

Japão 1,713 1,880 1,939 1,936 1,927 -0,46% 2,50% 4,96%

Argentina 0,845 0,949 1,123 1,226 1,306 6,53% 37,62% –

África do Sul

0,956 1,010 1,141 1,182 1,238 4,74% 22,57% –

Irã 1,180 1,139 1,152 1,194 1,181 -1,09% 3,69% –

Outros 11,575 12,111 12,351 13,292 13,656 2,74% 12,76% 60,24%

TOTAL 58,924 62,215 63,651 67,592 70,347 4,08% 13,07% 30,97%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura2004 a 2006: valores consolidados;

2007: resultado preliminar;2008: previsão

Nas projeções do USDA, em 2008 o mundo vai consumir 4% a mais de carne de frango que no ano passado, o que demanda volu-me de quase 70,350 milhões de toneladas.

É interessante observar, aqui, que idêntico índice de expansão (4%) é previsto também para o Brasil, o que corresponderia a um consumo interno muito próximo dos 7,7 milhões de toneladas. Mas esse volume, contraposto aos nú-meros da própria avícola brasileira para 2007 (pouco mais de 7 mi-lhões de toneladas), corresponde a

um incremento de quase 10%. Mas como expli-car esta variação tão ex pressiva?

O que ocor-re é que al-guns nú-meros do USDA rela-cionados à produção e/ou expor-tações brasileiras são conservadores e geram diferenças em relação aos resultados registrados internamen-te. Aparentemente, porém, o órgão não está equivocado ao projetar

uma disponibili-

dade interna próxima de 7,7 mi-lhões de toneladas. E isso só vai cair se as vendas externas do Brasil superarem a média mensal de 300 mil toneladas.

CONSUMO

Os maiores índices de expansão no consumo, aponta o USDA, devem ser registrados nos dois países que de-têm a maior população do mundo, China e Índia. Mas problemas sanitários e com o abastecimento de maté-rias-primas podem limitar essa expansão. A menos que os dois países recorram com maior ênfase ao mercado externo.

LHÕES DE TONELADAS

007 2008VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA)

u expor-iras são conservadores renças em relação aos gistrados internamen-

mente, porém, o órgão uivocado ao projetar

uma disponibili-

dade interna próxima de 7,7 mi-lhões de toneladas. E isso só vai cair se as vendas externas do Brasil superarem a média mensal de 300 mil toneladas.

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Produção Animal | Avicultura 25ProProduçduçução ãã AniAn malalm ||| Av AvAv A icuici ltura 255

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26 Produção Animal | Avicultura

Projeções 2008

A exemplo do que fez com pro-dução e consumo, o USDA tam-bém estima que as importações mundiais de carne de frango terão uma expansão de 4% neste exercí-cio, devendo chegar a um volume em torno dos 7,264 milhões de toneladas.

Neste caso, está previsto que as maiores expansões estarão con-centradas na China (+24,5%) e em Hong Kong (+14%), situação de-terminada pela baixa disponibili-dade do produto no mercado chi-nês e pela impossibilidade de um incremento da produção interna.

É interessan-te notar que, a despeito do for-te aumento das importações chi-nesas nos anos 2000 (174% de incremento de 2005 para 2008), o atual volume de importações previsto (600 mil toneladas) permanece inferior ao de dez anos atrás. Em 1998, con-forme informações do USDA, a China importou 755 mil tonela-das de carne de frango.

Notar, ainda, que a inclusão dos EUA no rol dos importadores decorre apenas do fato de o USDA ser um órgão norte-americano, uma vez que os valores são peque-nos em relação ao restante da lista.

IMPORTAÇÃO

Com a ampliação de sua base de dados, o USDA re-vela que as importações mundiais de carne de fran-go vêm sendo bem maiores que o apontado nas es-tatísticas do próprio órgão. Estimadas (fi nal de 2007) em 5,382 milhões de toneladas, as importações de 2008 podem, na realidade, chegar aos 7,264 milhões de toneladas.

IMPORTAÇÃO - MIL TONELADAS

2004 2005 2006 2007 2008VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA)

2007/2008 2005/2008 1998/2008

Rússia 1.016 1.225 1.189 1.222 1.240 1,47% 1,22% 6,44%

Japão 582 748 716 696 690 -0,86% -7,75% 14,05%

UE 489 609 605 640 650 1,56% 6,73% 164,23%

China 174 219 343 482 600 24,48% 173,97% -20,53%

Arábia Saudita

429 484 423 470 490 4,26% 1,24% 75,63%

México 326 374 430 400 400 0,00% 6,95% 35,59%

Emirados Árabes

158 167 182 238 260 9,24% 55,69% 118,49%

Hong Kong 244 222 243 215 245 13,95% 10,36% -20,20%

África do Sul 154 189 260 239 244 2,09% 29,10% 180,46%

Iraque 125 126 119 175 175 0,00% 38,89% –

EUA 12 15 21 28 27 -3,57% 80,00% 800,00%

Outros 1.748 1.766 1.751 2.179 2.243 2,94% 27,01% 402,91%

TOTAL 5.457 6.144 6.282 6.984 7.264 4,01% 18,23% 63,49%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura2004 a 2006: valores consolidados;

2007: resultado preliminar;2008: previsão

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Produção Animal | Avicultura 27

Embora Argentina e Kuwait (!) possam registrar índices de expansão mais signifi cativo, o maior avanço nas exportações (300 mil toneladas adicionais) continuará com o Brasil – prevê o USDA.

Note-se, neste caso, que os números do órgão em relação ao Brasil continuam aquém da realidade, pois, por exemplo, o volume previsto para 2008 já foi superado no ano passado (3,287 milhões de toneladas, segundo a ABEF e a SECEX/MDIC). Isso, à primeira vista,

decorre do fato de o USDA só computar as vendas externas brasileiras de frango inteiro e de cortes, sem levar em conta os industrializados e a carne de frango salgada que, no ano pas-sado, representaram quase 10% dos dois principais produtos exportados. E isso aplicado às projeções do USDA deixa as ex-portações brasileiras de carne de frango em um volume mui-to próximo daquele estimado internamente pela ABEF, algo em torno dos 3,6 milhões de toneladas. •

EXPORTAÇÃO

Os dados do USDA em relação às exportações brasileiras estão aquém do resultado efetivamente alcançado. Mas aplicando-se ao volume exportado em 2007 (perto de 3,287 milhões de toneladas) o índice de 10% apontado pelo órgão, chega-se ao volume estimado internamente pelo próprio setor exportador.

EXPORTAÇÃO - MIL TONELADAS

2004 2005 2006 2007 2008VARIAÇÃO ACUMULADA (DE/PARA)

2007/2008 2005/2008 1998/2008

BRASIL 2.416 2.739 2.502 2.922 3.215 10,03% 17,38% 407,90%

EUA 2.170 2.360 2.361 2.618 2.722 3,97% 15,34% 8,23%

UE 725 691 684 623 620 -0,48% -10,27% -39,75%

China 241 331 322 358 400 11,73% 20,85% 12,99%

Tailândia 200 240 261 297 320 7,74% 33,33% 12,28%

Canadá 74 101 110 139 140 0,72% 38,61% 21,74%

Argentina 66 84 80 59 80 35,59% -4,76% –

Kuwait 24 97 38 60 70 16,67% -27,84% –

Chile 39 52 56 34 34 0,00% -34,62% –

Emirados Árabes

15 20 10 30 30 0,00% 50,00% –

Austrália 13 16 14 22 20 -9,09% 25,00% –

Outros 61 70 56 74 71 -4,05% 1,43% -72,90%

TOTAL 6.044 6.801 6.494 7.236 7.722 6,72% 13,54% 45,01%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: Produção Animal – Avicultura2004 a 2006: valores consolidados;

2007: resultado preliminar;2008: previsão

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28 Produção Animal | Avicultura

Capa

Matérias-primas para raçãMatérias-primas para raçã

O abastecimento de milho tem se tornado um desafi o para a avicultura mundial.

Com a valorização de seu prin-cipal insumo, devido à destinação do milho norte-americano para a produção de etanol, o setor avícola tem registrado margem reduzida.

Os grãos alternativos, como o sorgo, o triticale e o milheto, mes-mo não substituindo 100% do mi-lho usado na ração, surgem como opções que podem ajudar a minimi-zar os problemas de abastecimento e preço.

Ariovaldo Zanni, médico-veteri-nário e Diretor-Executivo do Sindi-cato Nacional da Indústria de Ali-mentação (Sindirações), afi rma que a opção por algumas matérias-primas alternativas pode ser viável para fu-gir da instabilidade na oferta e da alta do custo do milho e da soja.

“Além disso, a preocupação com índices zootécnicos do rebanho e o explosivo custo dos fosfatos (ver matéria na página 20) são fatores cruciais para o desenvolvimento do mercado de alternativos”, destaca.

Para José Eduardo Butolo, bio-químico, Professor da UNESP e dire-tor da Supremais Nutrição Animal, as perspectivas de substituição par-cial do milho pelo sorgo, triticale ou milheto nas rações avícolas depen-dem da disponibilidade destes grãos, da relação de preços entre o milho e os alternativos e também da quali-dade de cada um deles, observando seus pontos positivos e negativos.

“Além da correção dos níveis energéticos e das fontes de pigmen-tos, que são necessárias em alguns ca-sos, quando utilizamos ingredientes alternativos, o aspecto econômico é o de maior importância”, afi rma.

Godofredo Miltenburg, Presi-dente do Colégio Brasileiro de Nu-trição Animal, explica: “O custo fi -nal da dieta com os grãos alternativos precisa ser no mínimo 5% mais eco-nômico para compensar eventuais gastos adicionais”.

Na sua avaliação não haverá grande disponibilidade de triticale (híbrido do milho e centeio) na sa-fra atual, já que os altos preços al-cançados pelo trigo são mais convi-dativos para o produtor.

De fato, segundo as estimativas da Companhia Nacional de Abaste-cimento (CONAB) houve uma re-dução de 12,3% na área plantada de triticale na safra atual em com-paração com a anterior. Entretanto, em relação à produção deve ser re-

gistrado crescimento de 3,8%. Pelas projeções do órgão, o sor-

go é o alternativo com maior dis-ponibilidade. E apesar da previsão de crescimento de 10,6% na produ-ção de sorgo, o volume ainda fi ca muito abaixo do milho. A estimati-va para o alternativo é cerca de 54 milhões de toneladas inferior à sa-fra do grão principal.

O milheto, que também pode ser utilizado como matéria-prima alternativa, não faz parte do acom-panhamento de safra realizado pela CONAB ou das pesquisas do Insti-tuto Brasileiro de Geografi a Estatís-tica (IBGE). Pela estimativa da Em-brapa Milho e Sorgo, unidade da

Com os grãos alternativos, é

possível fugir dos preços mais

elevados das matérias-primas

essenciais da ração, milho

e farelo de soja

Butolo:“Aspecto econômico é o de maior importância”

Indústria de alimentação animal deve se

conscientizar de que os grãos alternativos

apresentam qualidade semelhante à do milho

Capa

Sorgo

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Produção Animal | Avicultura 29

ão: e os grãos alternativos?ão: e os grãos alternativos?

De acordo com Butolo, feitas as correções de

pigmentação, o sorgo pode substituir 100% do milho

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária com sede em Sete La-goas, MG, sua produção é de cerca de 600 mil toneladas.

Apesar da produção reduzida, o órgão acredita que se a indústria de alimentação animal se conscienti-

zar de que os grãos alternativos apresentam qualidade semelhante à do milho e podem ser adquiridos por um menor preço, os agriculto-res terão um incentivo para au-mentar a área plantada de sorgo, triticale e milheto.

“Devemos estimular sempre a produção de grãos alternativos, que também é uma vantagem para o agricultor. Vale lembrar a impor-tância da avaliação correta dos al-ternativos”, completa o Presidente do CBNA.

Atualmente, o sorgo é o quinto cereal mais importante no mundo, atrás do trigo, arroz, milho e ceva-da. A cultura é considerada uma se-gunda opção ao milho e é alimento humano em muitos países da Áfri-ca, Sul da Ásia e América Central. Já no México, o maior importador de sorgo, o grão é muito utilizado para a produção de rações animais.

No Brasil, a cultura do sorgo gra-nífero nas principais regiões do País é realizada como segunda safra, em sucessão a uma cultura de verão, como a soja e o milho safrinha.

De acordo com a Embrapa Mi-lho e Sorgo, a área cultivada tem mostrado fl utuações em decorrên-cia da política econômica e tem a comercialização como principal fa-tor limitante. Os armazéns grane-leiros, por exemplo, são usados prioritariamente para estocagem

de milho e soja, sendo destinados apenas espaços marginais para ar-mazenagem de sorgo.

A CONAB estima que a área plantada de sorgo deve alcançar 734,9 mil hectares na safra atual, registrando crescimento de 4,3% em relação à anterior. Já a produ-ção deve alcançar 1,65 milhão de toneladas contra 1,5 milhão na sa-fra anterior.

A controvérsia em relação à uti-lização do sorgo nas rações avícolas gira em torno do tani-no, um composto fenó-lico, que pode estar pre-sente no cereal.

Butolo explica que apesar de apresentar al-gumas vantagens agro-nômicas, como resistên-cia a pássaros, insetos e fungos, o tanino causa

problemas na palatabilidade e digestibil idade.

Por sua vez, a Embrapa enfatiza que a comercialização de sementes de sorgo com tanino no Brasil é bastante restrita, sendo que somen-te 4% do sorgo granífero semeado é deste tipo.

Através de seu programa de me-lhoramento genético, o órgão de-senvolveu e disponibilizou para o mercado quatro cultivares de híbri-do de sorgo sem tanino.

Sorgo

Produção Animal | Avicultura 29

Milheto Triticale

Déa

Mar

tin

s /

Emb

rap

a

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30 Produção Animal | Avicultura

Capa

O milheto é uma gramínea ori-ginada na África, onde é muito usa-do na alimentação humana. No

Brasil foi introduzido nos anos 70 e é bastante utilizado na agricultura como cobertura do solo em plantio

direto e na pecuária como forrageira.

Apresenta grande tole-rância à seca e às tempera-turas elevadas, além de se desenvolver bem em solos ácidos, de baixa fertilida-de e arenosos.

A Embrapa Milho e Sorgo afi rma que a cultura do milheto tem-se expan-dido de forma acelerada na região dos Cerrados, devido a sua versatilidade, rusticidade e crescimento rápido.

O órgão estima a área cultivada no Brasil com milheto em 4 milhões de hectares; deste total cerca de 30% (600 mil tonela-

das) é destinado para a formulação de rações e o restante é utilizado como forragem.

De acordo com Butolo, pesqui-sas efetuadas na nutrição de mono-gástricos no Brasil, principalmente em poedeiras comerciais, codornas e frangos de corte, evidenciam que o milheto pode substituir até 60% do milho.

“Entretanto, como este alterna-tivo não possui carotenóides pig-mentantes, é necessária a utilização de pigmentos sintéticos naturais para a correção da coloração da gema do ovo, característica impor-tante na aparência do produto para o consumidor”, afi rma.

A Embrapa possui uma única cultivar de milheto, chamada BRS 1501, lançada em 1998.

Milheto

Composição do Milho, Milheto, Sorgo e triticale na Matéria original:

Parâmetros Unidade Milho Milheto Sorgo Triticale

Umidade % 14,00 13,50 13,00 14,00

Proteína bruta % 8,50 14,14 9,00 13,40

Energia Metabolizável - Suínos kcal/kg 3.421 3.038 3.323 3.050

Energia Metabolizável - Aves kcal/kg 3.230 3.020 3.080 3.105

Energia Metabolizável verdadeira - Aves kcal/kg 3.639 3.460 3.480 3.256

Extrato etéreo % 4,20 3,50 2,80 2,30

Fibra bruta % 2,60 6,50 4,00 5,70

Cálcio % 0,03 0,04 0,03 0,05

Fósforo total % 0,26 0,32 0,29 0,40

Fósforo disponível % 0,10 0,12 0,05 0,22

Metionina % 0,19 0,30 0,15 0,21

Cistina % 0,18 0,26 0,15 0,26

Lisina % 0,26 0,39 0,22 0,43

Treonina % 0,32 0,52 0,29 0,40

Triptofano % 0,08 0,25 0,07 0,18

Arginina % 0,44 0,65 0,36 0,64

Isoleucina % 0,28 0,60 0,37 0,40

Leucina % 1,03 1,44 1,19 0,75

Valina % 0,42 0,78 0,45 0,50

Histidina % 0,26 0,31 0,24 0,40

Fenilalanina % 0,39 0,72 0,49 0,65

Fontes: Oliveira, Albino et al; Lima, G.J.M.M.; Embrapa; Butolo, J.E.

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“Milheto pode substituir

até 60% do milho”

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Produção Animal | Avicultura 31

O triticale é um cereal resultan-te da hibridação de duas espécies distintas, o trigo e o centeio e foi desenvolvido para conter alto nível de proteína e elevado conteúdo de energia, com alta produtividade. Alem disso, apresenta resistência a algumas doenças e adaptação a so-los pobres.

A Embrapa Trigo, sediada em Passo Fundo, RS, informa que a cul-tura vem sendo pesquisada no Brasil desde 1969 e a partir de 1990 houve aumento da demanda de triticale para a alimentação de suínos e aves.

O triticale apresenta concentra-ção de proteínas superior à do mi-lho e devido à sua rusticidade e tole-rância a condições desfavoráveis de acidez do solo, em especial com re-ferência a toxicidade de alumínio,

pode ser cultivado em re-giões classifi cadas como ecologicamente margi-nais à cultura do trigo.

Em 2004, a Embrapa Trigo registrou a primei-ra cultivar de triticale obtida mediante cruza-mento no Brasil, deno-minada Triticale BRS Mi-notauro (foto).

De acordo com as estimativas da CONAB, para a safra atual a pro-dução de triticale deve alcançar 211,5 mil toneladas contra 203,8 da safra anterior, registrando cres-cimento de 3,8%.

O bioquímico Butolo explica que comparando o triticale com o milho e o sorgo, “verifi ca-se um teor protéico e conteúdo de fi bra

bruta bem mais elevados e um ex-trato etéreo mais baixo, conferindo a este ingrediente um menor nível de energia digestível”.

VANTAGENS DESVANTAGENS PRODUÇÃO REGIÃO

SORGOÉ o alternativo produzido em maior escala e seu valor nutricional está entre 90 e 95% do observado no milho

Presença do tanino pode diminuir palatabilidade e reduzir ganho de peso

1,65 milhão de toneladas

Centro-Oeste

MILHETOGrande tolerância à seca, temperaturas elevadas, solos ácidos, de baixa fertilidade e arenosos

Necessária a utilização de pigmentos sintéticos naturais para a correção da coloração da gema do ovo

600 miltoneladas

Centro-Oeste e Nordeste

TRITICALEContém alto nível de proteína e elevado conteúdo de energia e fósforo

Recomendada a utilização de enzimas para melhorar a digestibilidade

211,5 mil toneladas

Centro-Sul

Triticale

ProProProroooProProduçduçduçduçduçduçuçduççduçduçd ão ãoão ão ãoão ãooão ooo AniAAniAniAniAniniAniAniA iimalmamamamalmamamalmmmmm || Av AvAvAvAvAvAvvvvicicuicuicicucuicicii ltuuuuultultltuuuuuuuuraraararara ra ra rararrraa 313111313131

PernambucoEm conjunto com o governo per-

nambucano, a AVIPE (Associação Avíco-la de Pernambuco) vem há alguns anos apostando na expansão do sorgo no Es-tado na expectativa de aliviar os proble-mas decorrentes do abastecimento de milho na região.

O governo estadual doa a semente aos produtores dispostos a plantar sorgo e a entidade se compromete a adquirir toda a produção do grão no Estado.

Saulo Valadares, presidente da AVIPE, explica que quando não há quebra de safra, os avicultores de Pernambuco substituem 10% de milho pelo sorgo nas rações avícolas. Sempre engajada na luta por melhores condições para a avi-cultura pernambucana, a entidade ainda adquire milheto plantado no Maranhão,

Piauí, Tocantins e Bahia. A substituição pelo milho é de apenas 5%, já que a dis-ponibilidade é pouca e o grão precisa ser moído em equipamentos específi cos que também não estão disponíveis em quan-tidade sufi ciente.

Valadares acredita que com a atua-ção do governo será possível expandir a área plantada com sorgo, já que nas con-dições climáticas do Estado de Pernam-buco o sucesso com esta plantação é mais garantido do que com o milho. “Na safra passada verifi camos uma res-trição hídrica na estação chuvosa e não tivemos sorgo para comprar. O milho não chegou nem a brotar,” afi rma.

Norte de Minas GeraisIncrementar a produção de sorgo no

Norte de Minas e apresentar tecnologias

para que a região se torne auto-sufi cien-te na produção do cereal. Este é o objeti-vo do programa de incentivo à cultura implantado em 2005 por diversas insti-tuições, encabeçado pela Embrapa Mi-lho e Sorgo, e que prossegue até 2009. Entre as ações propostas estão: dias de campo, desenvolvimento de atividades de pesquisa, aumento da produção de 10 mil para 100 mil toneladas, incre-mento na produtividade, geração de em-pregos e substituição de 50% do milho na formulação de ração industrial.

O Norte de Minas, segundo dados do Centro de Análises e Estudos Estratégi-cos da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais), importa mais de 97 mil toneladas de sorgo, destinados, prin-cipalmente, à alimentação animal. •

Programas brasileiros para o sorgo

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Butolo lembra que até 30%

do triticale pode ser usado

em substituição ao milho

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32 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empesas

Hy-Line incentiva aumento do consumo de ovos

Com o objetivo principal de incentivar as empresas envolvidas na cadeia produtiva do ovo a dar sua

contribuição para o incremento do consumo deste alimento no Brasil, a Hy-Line lançou duran-te o VI Congresso da Asso-ciação Paulista de Avicultura, APA a segunda fase da Campanha “Coma Ovo Todos os Dias”.

Uma primeira etapa do projeto foi iniciada com crian-ças de 7 a 12 anos das escolas municipais de Nova Granada, SP, sede da empresa. Devem ser realizadas palestras com a

presença de médicos, nutricionistas e técnicos da empresa buscando sanar dúvidas e difundir os benefícios deste alimento. Rogério Belzer, Diretor Geral da empresa, ressal-ta que as crianças precisam ser informadas das qualidades

do ovo para que este não seja substituí-do por outros produtos com maior apelo publicitário e inferior valor nutricional.

Mais informações:www.hylinedobrasil.com.br

Sobrecoxa resfriada sem pele, coxa e so-brecoxa resfriada sem pele e sem osso e

frango a passarinho congelado individual-mente (IQF - Individual Quick

Frozen) são os novos pro-dutos disponibilizados pela catarinense Macedo.

De acordo com a empresa as novidades foram lançadas por demanda do próprio mercado. O IQF é um

produto mais prático, já que evita desper-dícios, permitindo que o consumidor pre-pare apenas o que vai consumir.

Atualmente, 80% da produção de IQF é exportada. O restante é comercializado no mercado interno – regiões de Santa Catari-na, Paraná e Rio Grande do Sul. A Macedo informa que já estão em fase de desenvolvi-mento novos produtos que farão parte dessa linha.

Mais informações:www.macedo.com.br

Para estimular a pesquisa científi ca no Brasil e promo-ver novos conhecimentos na área de alimentação

animal, a Alltech promove o seu 6º Prêmio de Pesquisa.Podem se inscrever estudantes de pós-graduação, profes-

sores e profi ssionais das áreas de medicina veterinária, agro-nomia, zootecnia e ciências biológicas.

Os interessados devem elaborar um artigo científi co ou revisão de literatura que envolva as tecnologias de nutrição animal da Alltech.

A empresa premiará os melhores trabalhos e seus orienta-dores. Os interessados podem solicitar o folder com as fi chas de pré-inscrição e inscrição pelo e-mail [email protected]. A pré-inscrição pode ser efetuada até dia 30 de junho. O prazo

fi nal para envio dos trabalhos é 31 de julho e devem ser enca-minhadas quatro cópias impressas e mais duas cópias eletrô-nicas em CD. Além disso, deve ser enviado um resumo do currículo tanto do pesquisador quanto do orientador.

O aluno e seu orientador classifi cados em 1º lugar rece-bem uma passagem aérea (ida e volta), hospedagem e ins-crição para participar do 25º Simpósio Internacional de Saúde e Nutrição Animal (em 2009), promovido pela Allte-ch em Lexington, Kentucky.

Mais informações:www.alltech.com.brTel: (41) 3347-9291

Abertas as inscrições para o 6° Prêmio de Pesquisa Alltech

Visando praticidade, Macedo lança novos produtos

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Produção Animal | Avicultura 33

O médico veterinário Marcelo Zuanaze, gerente técnico do

Laboratório Biovet, foi um dos convi-dados da Big Frango para participar do 1º Seminário Técnico do grupo, que aconteceu durante a Expo Londri-na, em abril.

O profi ssional discutiu as boas práticas de instalações e manejo aví-cola para garantia da biosseguridade. De acordo com o veterinário, a inicia-tiva da Big Frango permite buscar soluções que se encaixem à realidade das regiões nas quais estão localizadas as unidades de produção da empresa.

Destaque na Expo Londrina: Big Frango reuniu mais de 550 produtores para encontro técnico-científi co

Biovet participa do 1º Seminário Técnico da Big Frango

A Fort Dodge Saúde Animal lança o Manual Poulvac SE e Poulvac SE-ND-IB.

Voltado para produtores de matrizes e frangos de corte e com enfoque na proteção materna, o material traz aspectos importantes do controle da Salmonella Enteritidis

Além de explicações sobre a importância da imuni-dade passiva, o manual traz também informa-ções sobre como ocorrem as trans-missões verticais e horizontais, o motivo da resistência às doenças em aves adultas, sinais clínicos, o que pode causar a infecção precoce, a importância da prevenção e como deve ser o processo de aplicação da vacina.

Mais informações: www.fortdodge.com.br

Manual mostra como combater e controlar Salmonella

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34 Produção Animal | Avicultura

Associações

Encontro Mineiro reserva espaço para os responsáveis técnicos

ASGAV e SIPARGS defi nem diretoria para o triênio 2008-2011

Há tempos respondendo interinamente pela presi-

dência da Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), a partir de maio corrente o empresário Luiz Fernando Ross (Frinal) assume o cargo de vez: em Assembléia Geral dos afi liados da ASGAV foi eleito presidente da entidade e, simultaneamente, também do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Rio Grande do Sul (SIPARGS).

No quadro, parte da nova diretoria eleita, cujo mandato se estende pelo triênio 2008-2011.

Diretoria Asgav/Sipargs - Triênio 2008

Luiz Fernando Ross (Frinal) Presidente

Joaquim Nunes (Perdigão) Vice-presidente de secretaria

Nestor Freiberger (Agrosul) Vice-presidente de fi nanças

Aristides Vogt (Doux Frangosul) Vice-presidente de assuntos fi scais da Asgav

Heitor Mulller (Agrogen) Vice-presidente de assuntos fi scais do Sipargs

Pedro Luiz Utzig (Nutrifrango) Vice-presidente de produção e qualidade

Roberto Khel (Aveserra) Vice-presidente de gestão ambiental da Asgav

Ricardo Menezes (Perdigão) Vice-presidente de gestão ambiental do Sipargs

A oitava edição do Encontro Mineiro de Avicultura,

realizado pela Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), contou este ano com uma novidade: o 1º Encontro de Responsáveis Técnicos.

O evento antecede o Avicul-tor 2008, que acontece nos dias 25 e 26 de junho, em BH, e apresenta intensa programa-ção técnica.

Para as discussões técnicas foram disponibilizadas 40 va-gas. Os inscritos tiveram a oportunidade de participar de workshops na área de Bem-Estar Animal com o médico veterinário José Euler Valeriano e discutir os Pontos Críticos na Criação de Frangos de Corte e Produção de Rações com José Mauricio França, consultor técnico e auditor Sênior da WQS Certifi cação de Produtos.

O evento contou com a presença de professores e alu-nos da Universidade Federal de

Viçosa, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dentre outros profi ssionais de abate-douros, técnicos e fornecedores do segmento avícola.

O 8º Encontro de Avicultura de Barba-cena foi aberto pelo presidente da Avimig, Dr. Tarcísio Franco do Amaral. Em seguida, Nilson Olivo, Diretor Comercial da Divisão de Carnes da Global Food apresentou a palestra Mercado Mundial de Carnes.

EMinas Gerais

Rio Grande Sul

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Produção Animal | Avicultura 35

Avicultura capixaba defi ne prioridades para triênio 2008/2010

Entidades trabalham pelo desenvolvimento da avicultura em Tocantins

Em abril, a Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES) se reuniu com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES) para discutir as ações prioritárias para o desenvolvimento do setor avícola no Estado nos próximos anos.

De acordo com infor-mações divulgadas pelo Sebrae, entre os assuntos discutidos estão as defi ni-ções para o plano da Ges-tão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR) da avicultura (desenvolvido em parceria com o Sebrae), a criação de uma central de informações com dados de fornecedores, compradores e prestadores de serviço, ajustes dos municípios quanto ao cadastramento de abatedouros, inspeção dos estabelecimentos, Plano Nacional de Preven-

ção de Doenças e a implan-tação de uma central de compras de insumos.

A AVES pretende for-mar um grupo gestor re-presentado por diversas entidades para desenvolver as ações do GEOR. O se-cretário executivo da AVES, Nélio Hand, acredita que os associados participarão efetivamente da execução dos trabalhos. “Com certe-za o Geor trará muitos benefícios para esse impor-tante setor da economia capixaba. A participação dos associados nesse traba-lho é fundamental para o avanço continuo das ativi-dades”, afi rma.

Estiveram na reunião Letícia Toniato Simões, gestora do projeto de avi-cultura do Sebrae, Antonio Venturini, presidente da AVES, e representantes da avicultura capixaba.

A Associação de Avicul-tura do Norte do Tocantins (Avinto), o Núcleo Gestor de Avicultura do Estado e a Agência de Defesa Agrope-cuária (Adapec) assinaram um acordo para o desen-volvimento da avicultura industrial na região Norte do TO. As entidades tam-bém discutiram os resulta-dos alcançados no ano de 2007 e as metas para este ano. O Núcleo Gestor é formado por membros da Adapec e do Sebrae/TO, entre outros.

Pelo acordo assinado, cabe à Adapec, entre ou-tras ações desenvolvidas, disponibilizar técnicos para a realização de palestras e outros eventos relaciona-dos à avicultura industrial, alem das ações já desen-volvidas, como fi scalizações de trânsito e estabeleci-mentos, orientações técni-

cas e atendimentos a noti-fi cações de doenças avícolas.

Vale ressaltar, que no plano de regionalização, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Tocantins alcançou o estrato “C”, com 49 pontos, pequena diferença em relação ao estrato “B”, que previa um mínimo de 51 pontos.

A avicultura no Tocan-tins está sendo impulsiona-da pela chegada da Asa Alimentos ao Estado. A empresa brasiliense inau-gurou no primeiro semes-tre de 2007 uma unidade de abate no Tocantins e com acesso ao mercado externo através do porto de Itaqui, no Maranhão, o que aumenta o grau de competitividade do empre-endimento em relação à exportação efetuada por outros Estados.

Tocantins Espírito Santo

Entdesem

Toca

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36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

produção de carne de frango.É verdade, aqui, que a evolução de

18% nas exportações de carne de frango justifi cou parte do aumento ob-servado na produção. Mas é inegável, também, que esse aumento foi exces-sivo, visto que ocasionou expansão de, praticamente, 9% na oferta interna do produto. Com efeitos que, natural-mente, se refl etiram diretamente nos preços internos – simples questão de ação e reação, nada mais.

Na área de postura, o alojamento de matrizes permanece em expansão desde o início do ano, mas (considera-

Produção e mercado em resumoEnquanto setor de corte segue em visível expansão, o de postura mantém a moderação

Comparativamente ao mesmo perío-do do ano passado, os números de

produção no primeiro trimestre de 2008 passaram a apresentar variações positi-vas mais signifi cativas na área de corte, mantendo-se moderadas na postura.

Assim, enquanto o alojamento de matrizes de corte, a produção de carne de frango e a disponibilidade interna do produto registravam, há um ano, de-créscimo em relação a 2006, agora pas-sam a apresentar índices de expansão dos mais signifi cativos - como o acrésci-mo de 23% nas matrizes de corte ou o aumento de, praticamente, 12% na

36 Produção Animal | Avicultura

do o volume acumulado em períodos de 12 meses) com números ainda infe-riores aos registrados, por exemplo, no terceiro trimestre de 2007. Por sua vez, o alojamento de pintainhas comerciais de postura vem mantendo uma estabi-lidade mensal digna de nota. E como o acumulado em 12 meses permanece in-ferior ao registrado há um ano – ten-dência que se estende pelos próximos meses – é previsível uma oferta futura de ovos menor que a atual ou, pelo me-nos, mais adequada à demanda do mer-cado. A reação, sem dúvida, será uma remuneração melhor para o produtor.

Ainda há quem se pergunte por-quê, no primeiro trimestre de 2008, o frango seguiu rota oposta à de suínos e bovinos, que experimentaram forte va-lorização em pleno período de safra. Mas não há segredos, é tudo questão de ação e reação, de causa e efeito, os preços reagindo opostamente à maior ou menor oferta do produto.

O gráfi co abaixo deixa isso bem cla-ro: em 2007, a disponibilidade interna

recuou 6,21% e o preço médio pago pelo frango vivo aumentou 16,42%. Já em 2008 o “pequeno” aumento de 8,87% fez os preços médios recuarem 11,53% em relação ao mesmo período de 2007.

A propósito: alguém poderá dizer que a valorização do frango no pri-meiro trimestre de 2007 era inevitá-vel, visto que no ano anterior (crise internacional da Infl uenza Aviária) os

preços recebidos estiveram no “fun-do do poço”. É verdade. Mas preven-do esse tipo de contestação, a com-paração foi feita com o primeiro trimestre de 2005, daí a variação (po-sitiva) de 16,42%. Comparado com o primeiro trimestre de 2006 o ga-nho do frango vivo foi de 64,21%.

Aparentemente, os preços reagem mais fortemente, para cima ou para baixo, às variações de produção.

Comportamento do frango: apenas questão de ação e reação, nada mais

FRANGO VIVO – Relação entre volume produzido e preço recebidoPrimeiro trimestre de 2007 e 2008

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Produção Animal | Avicultura 37

MATRIZES DE CORTEAlojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. %

Abril 2,635 3,444 30,73%

Maio 3,110 3,863 24,20%

Junho 3,022 3,358 11,12%

Julho 3,263 3,601 10,36%

Agosto 3,152 3,527 11,90%

Setembro 3,105 3,347 7,77%

Outubro 3,444 3,945 14,56%

Novembro 3,490 3,858 10,55%

Dezembro 3,585 3,766 5,05%

Janeiro 3,137 4,265 35,97%

Fevereiro 2,962 3,852 30,06%

Março 3,674 3,944 7,34%

1º Trimestre 9,772 12,060 23,41%

Em 12 meses 38,579 44,770 16,05%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Dados da UBA indicam que em março passado foram alojadas no

Brasil 3,944 milhões de matrizes de corte, 7,34% a mais que no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, fevereiro de 2008, houve uma expansão de perto de 2,4%. Mas ela foi apenas aparente, pois, conside-rado o mês mais longo (31 dias, contra 29 de fevereiro), registra-se uma que-da real de 4,2%.

No decorrer dos primeiros 91 dias de 2008 o alojamento brasileiro de ma-trizes de corte somou 12,060 milhões de cabeças, número que correspondeu a um incremento de 23,4% sobre o mesmo trimestre do ano passado, um índice elevado que encontra justifi cati-va exatamente no baixo alojamento do ano passado, ocasião em que o incre-mento foi de apenas 1,88% sobre os três primeiros meses de 2006.

Não se pode deixar de notar, no en-tanto, que em 2006, no primeiro tri-mestre, foi registrada expansão de mais de 12% em relação a idêntico período de 2005. E isso considerado, a evolu-ção média do plantel reprodutor de corte no último triênio foi superior a 12% ao ano.

O alojamento atual (12,060 milhões de cabeças em 91 dias) agora projeta para a totalidade do ano (366 dias) vo-lume em torno dos 48,5 milhões de matrizes, número que, se alcançado, vai representar expansão de 14% sobre 2007. Não é muito diferente (2 pontos percentuais a mais) o índice de expan-são observado no alojamento dos últi-mos 12 meses: entre abril de 2007 e março de 2008 o plantel alojado so-mou 44,770 milhões de cabeças, au-mentando 16% em relação aos 12 me-ses imediatamente anteriores.

Alojamento de matrizes de corteTrimestre é encerrado com evolução anual próxima de 25%

Os níveis atuais de alojamento projetam para 2008

volume da ordem de 48,5 milhões de matrizes de corte

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38 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corteNúmero de março caiu em relação a janeiro e fevereiro de 2008

Normalmente, a produção de pintos de corte do mês de março de cada

ano é superior à de janeiro, mês tam-bém de 31 dias. Em 2008, possivelmen-te pela primeira vez na história do setor, a situação inverteu-se, como efeito da crise que afeta internamente a indústria do frango desde o início do exercício.

Em março passado, conforme a APINCO, foram produzidos no Brasil 441,119 milhões de pintos de corte, volume 4,19% superior ao registrado um ano antes, em março de 2007. Em comparação a janeiro de 2008 a queda foi de 4,25%. E em relação a fevereiro de 2008, houve um aumento nominal de pouco mais de 3%. Considerado, porém, o número de dias de um e ou-tro mês, a produção de março também foi, em termos reais, inferior, apresen-tando queda de 3,5%.

Com esse recuo, o volume acumu-lado em 2008, que no primeiro bimes-tre registrava expansão de 9,52%, en-cerra o trimestre com incremento de 7,69% e totaliza quase 1,330 bilhão de pintos de corte – um volume que sugere, para o ano, produção total de 5,320 bilhões de cabeças.

É improvável, no entanto, que a produção fi que nesse volume. Pois, mesmo se esperando para abril um de-sempenho ainda contido (as previsões do setor são de uma produção de cer-ca de 430 milhões de pintos de corte), pode-se prever rápida recuperação nos volumes produzidos porque projetos novos e de ampliação começam agora a entrar na fase de produção.

Em decorrência, não seria surpresa o volume do ano aproximar-se dos 5,7 bilhões de pintos de corte, 10,6% a mais que o produzido em 2007 - índice de incremento observado no alojamen-to de matrizes de corte do último ano.

Nos 12 meses encerrados em março de 2008 o volume acumulado apresen-tou expansão de 11,44% sobre o mes-mo período anterior, fi cando próximo dos 5,250 bilhões de pintos de corte.

PINTOS DE CORTE Produção brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

Abril 333,0 414,3 24,41%

Maio 376,4 433,5 15,17%

Junho 379,8 418,8 10,27%

Julho 387,6 434,6 12,12%

Agosto 396,4 444,8 12,22%

Setembro 388,3 424,4 9,30%

Outubro 412,6 463,4 12,30%

Novembro 394,1 431,5 9,50%

Dezembro 405,4 451,8 11,44%

Janeiro 420,5 460,7 9,56%

Fevereiro 390,8 427,9 9,48%

Março 423,4 441,1 4,19%

EM 3 MESES 1.234,7 1.329,7 7,69%

EM 12 MESES 4.708,3 5.246,8 11,44%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 39

Produção de carne de frango1º Trimestre é encerrado com volume apenas 2% inferior

ao recorde de dezembro

CARNE DE FRANGOProdução em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/ 2008 VAR. % ANUAL

Abril 708,8 835,3 17,85%

Maio 707,1 859,7 21,58%

Junho 727,2 851,6 17,10%

Julho 802,2 872,6 8,78%

Agosto 764,4 871,8 14,04%

Setembro 777,3 866,9 11,53%

Outubro 797,5 891,4 11,78%

Novembro 790,7 887,9 12,29%

Dezembro 851,4 945,5 11,05%

Janeiro 828,9 914,0 10,26%

Fevereiro 749,8 866,3 15,53%

Março 843,7 926,5 9,81%

EM 2 MESES 2.422,4 2.706,8 11,74%

EM 12 MESES 9.349,0 10.589,5 13,27%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Dados da APINCO apontam que em março de 2008 foram produzidas

no Brasil 926,5 mil toneladas de carne de frango, volume 9,81% superior ao registrada um ano antes, em março de 2007. Em relação a fevereiro de 2008 foi registrada, em valores nominais, ex-pansão de, praticamente, 7%. Mas em termos relativos (número de dias de um e outro mês) o incremento foi quase nulo (menos de 0,1% de variação).

Mesmo essa aparente estabilidade não esconde que a produção do tri-mestre inicial do ano foi continuamen-te crescente e, sem dúvida, excessiva para o período, reconhecido como o de menor consumo de todo o exercí-cio. Assim, o volume produzido em março fi cou apenas 2% abaixo do re-gistrado em dezembro/07 – em oposi-ção, o mês de melhor consumo do ano. Para completar (e demonstrar que esse excesso não fi cou restrito a um mês) a produção do primeiro trimestre fi cou apenas 0,6% abaixo da alcança-da no trimestre fi nal de 2007, o mais favorável de todos.

Assim, a produção dos três primei-ros meses de 2008 fi cou ligeiramente acima dos 2,7 milhões de toneladas de carne de frango, apresentando expan-são de 11,74% sobre o mesmo perío-do do ano passado. Alcançou-se, pois, um volume que, projetado para o res-tante do ano, sugere produção total da ordem de 10,827 milhões de tonela-das, 5% a mais que o produzido em 2007.

É bem provável, no entanto, que a produção do exercício não pare por aí - mesmo esperando-se para o segun-do trimestre volume menor que o do primeiro. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o volume produzido regis-trou aumento de 13,27%, fi cando muito próximo dos 10,6 milhões de toneladas. E se esse índice de expan-são se mantiver na média do ano, a produção de 2008 pode chegar aos 11,6 milhões de toneladas.

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40 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Exportação de carne de frangoEm março, embarques atingiram segundo maior volume histórico

CARNE DE FRANGOExportação brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

Março 211,5 264,0 24,82%

Abril 196,5 275,2 40,07%

Maio 194,9 259,3 33,06%

Junho 186,2 284,0 52,54%

Julho 300,6 304,7 1,36%

Agosto 210,6 242,1 15,00%

Setembro 256,9 313,4 20,57%

Outubro 284,1 298,9 5,32%

Novembro 238,1 299,9 25,95%

Dezembro 209,2 274,9 31,40%

Janeiro 232,4 292,6 25,89%

Fevereiro 303,6 313,2 3,18%

No 1º Trimestre 745,2 880,7 18,19%

Em 12 meses 2.824,6 3.422,3 21,16%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Dados consolidados divulgados pela ABEF apontam que em março últi-

mo as exportações brasileiras de carne de frango somaram 313,2 mil tonela-das, aumentando 3,18% em relação a março de 2007.

O incremento, neste caso, foi mo-desto. Mas isso decorre do fato de, há um ano, os embarques do produto te-rem registrado, à época, um novo re-corde, superado a seguir em apenas duas ocasiões, a última delas em outu-bro de 2007, quando as exportações alcançaram a marca das 313,4 mil toneladas.

Pois bem: faltaram menos de du-zentas toneladas para que se alcanças-se o recorde vigente, o que signifi ca dizer que as exportações de março últi-mo correspondem, por ora, ao segun-do maior valor histórico alcançado pelo setor.

Em função do resultado mais re-cente, as exportações de carne de frango do primeiro trimestre de 2008 fi caram em 880,7 mil toneladas, um volume que representa aumento de 18,19% sobre o mesmo período de 2007 e que projeta para o ano embar-ques totais de 3,522 milhões de tone-ladas, 7% a mais que o registrado no ano passado.

Essa projeção, entretanto, não é a mais pertinente, visto que as exporta-ções variam de trimestre para trimestre e o primeiro do ano é, invariavelmente, o que apresenta o menor volume. Isso considerado e tendo em vista que nos últimos quatro anos os embarques do primeiro trimestre corresponderam, no máximo, a 23% das exportações to-tais, não será equivocado projetar para 2008 embarques de até 3,8 milhões de toneladas.

No momento, o acumulado em 12 meses (abril de 2007 a março de 2008) vai pouco além dos 3,4 milhões de to-neladas e apresenta expansão de 21% sobre os 12 meses imediatamente anteriores.

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Produção Animal | Avicultura 41

Disponibilidade interna de carne de frangoVolume ofertado em março foi, em valores reais, similar ao de fevereiro

CARNE DE FRANGODisponibilidade interna em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2006/2007 2007/2008 VAR. % ANUAL

Abril 497,2 571,3 14,89%

Maio 510,6 584,5 14,46%

Junho 532,3 592,2 11,26%

Julho 616,5 588,6 -4,52%

Agosto 465,3 567,0 21,87%

Setembro 567,7 624,7 10,04%

Outubro 541,6 578,1 6,73%

Novembro 506,9 589,0 16,20%

Dezembro 613,6 645,6 5,21%

Janeiro 619,7 639,1 3,13%

Fevereiro 517,5 573,8 10,88%

Março 540,1 613,2 13,53%

No 1º Trimestre 1.677,3 1.826,1 8,87%

Em 12 meses 6.529,2 7.167,2 9,78%

Fontes dos dados básicos: APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Considerando-se que os números da APINCO apontaram, para março

passado, produção brasileira de 926.478 toneladas de carne de frango, enquan-to os números da ABEF indicaram ex-portações de 313.233 toneladas, fi ca-ram no mercado interno, no mês, 613.245 mil toneladas do produto.

O volume disponibilizado interna-mente representou aumento de 13,53% sobre março de 2008 e, em va-lores nominais, de 6,88% sobre o mês anterior, fevereiro de 2007. Porém, em termos relativos (número de dias do mês), o volume ofertado foi pratica-mente igual ao do mês anterior (queda de apenas 0,01%) e 4% menor que o de janeiro, situação favorecida pelo bom desempenho das exportações que, pela primeira vez no ano, voltaram a su-perar a casa das 300 mil toneladas.

No primeiro trimestre do ano, a dis-ponibilidade interna de carne de frango totalizou 1,826 milhão de toneladas, apresentando acréscimo de 8,87% so-bre o mesmo trimestre de 2007. O fato mais ressaltável, no entanto, é que essa disponibilidade superou a oferta interna alcançada no quarto trimestre de 2007 – em oposição ao primeiro trimestre de cada ano, o de maior consumo de car-ne de frango. E isso, com certeza, expli-ca o fraco desempenho econômico do frango no período, incapaz de neutrali-zar – ainda que parcialmente - o au-mento de custo ocasionado pelas eleva-ções de preço do milho.

A oferta interna acumulada no tri-mestre inicial de 2008 projeta para o ano volume global da ordem de 7,3 milhões de toneladas, 4% a mais que o disponibilizado em 2007. Mas a ten-dência natural é de um volume bem maior que pode aproximar-se dos 7,7 milhões de toneladas. Por ora, o volu-me acumulado em 12 meses está pró-ximo de 7,170 milhões de toneladas, apresentando expansão de 9,78% so-bre o total disponibilizado nos 12 me-ses imediatamente anteriores.

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42 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Alojamento de matrizes de posturaCrescimento de quase 22% no 1º trimestre

MATRIZES DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Abril 46,747 23,304 -50,15% 83,81% 56,66%

Maio 23,223 83,167 258,12% 77,62% 74,63%

Junho 42,489 95,915 125,74% 72,49% 63,49%

Julho 93,053 53,253 -42,77% 76,50% 64,66%

Agosto 43,751 63,392 44,89% 66,41% 85,02%

Setembro 31,827 67,212 111,18% 34,56% 43,68%

Outubro 78,400 24,339 -68,96% 66,45% 55,63%

Novembro 80,900 40,126 -50,40% 73,42% 91,92%

Dezembro 62,143 50,503 -18,73% 73,13% 80,03%

Janeiro 59,975 92,858 54,83% 83,33% 56,45%

Fevereiro 34,687 98,130 182,90% 59,64% 85,95%

Março 100,664 47,021 -53,29% 64,12% 62,29%

No 1º Trimestre 195,326 238,009 21,85% 69,22% 69,85%

EM 12 MESES 697,859 739,220 5,93% 70,41% 69,12%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

De acordo com o levantamento da UBA, em março passado foram

alojadas no Brasil 47.021 matrizes des-tinadas à futura produção de poedei-ras, 62% delas representadas por li-nhagens produtoras de ovos brancos.

Correspondendo a, praticamente, metade do que se alojou em janeiro ou fevereiro, o volume de março tam-bém apresentou uma redução de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado, ocasião em que ocorreu uma ultrapassagem (nos últimos tem-pos, rara) das 100 mil matrizes de postura.

Naturalmente, o refl uxo observa-do em março fez com que se alteras-sem os índices de matrizes acumula-das no ano. Dessa forma, enquanto o primeiro bimestre de 2008 foi encer-rado com uma expansão de mais de 100% sobre o mesmo período do ano anterior, o trimestre acusa expansão de perto de 22%, o volume alojado tendo passado de 195.326 matrizes para 238.009 matrizes.

Mantido nos três trimestres subse-qüentes de 2008, esse volume projeta alojamento anual de 952 mil matrizes de postura, quase 37% a mais que o registrado nos 12 meses de 2007 – um plantel que não é alcançado des-de o segundo semestre de 2005. Mas por ora, em 12 meses, o volume acu-mulado totaliza 739.220 matrizes, vo-lume cerca de 6% superior ao alojado no mesmo período anterior.

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Produção Animal | Avicultura 43

Alojamento de pintainhas de posturaAcumulado em 12 meses permanece negativo

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURAAlojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS2006/

2007

2007/

2008VAR. %

% OVO BRANCO

2006/2007 2007/2008

Abril 4,472 4,980 11,36% 72,86% 73,53%

Maio 5,483 4,960 -9,53% 74,44% 74,17%

Junho 5,478 5,142 -6,14% 74,68% 74,39%

Julho 5,669 5,078 -10,44% 74,57% 74,30%

Agosto 5,543 5,091 -8,16% 72,91% 74,48%

Setembro 5,034 5,074 0,80% 73,43% 72,28%

Outubro 6,086 5,166 -15,13% 75,33% 73,26%

Novembro 4,882 5,105 4,57% 72,55% 73,80%

Dezembro 4,792 5,017 4,71% 75,16% 75,79%

Janeiro 4,821 4,897 1,57% 76,98% 75,11%

Fevereiro 4,749 5,048 6,29% 77,81% 73,17%

Março 5,028 5,122 1,88% 73,73% 72,51%

No 1º Trimestre 14,598 15,066 3,21% 76,13% 73,57%

EM 12 MESES 62,037 60,679 -2,19% 74,53% 73,89%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em março passado, conforme a UBA, foram produzidas no Brasil

5,173 milhões de pintainhas de postu-ra, 51 mil delas (perto de 1% do total produzido), de linhagens produtoras de ovos vermelhos, destinadas ao mer-cado externo. O saldo, representado por 5,122 milhões de pintainhas de postura, foi alojado internamente.

O volume alojado internamente no mês apresentou evolução de 1,88% sobre março de 2007 e de cer-ca de 1,5% sobre o mês anterior, fe-vereiro de 2008. Porém, em termos reais (isto é, considerado o número de dias de um e outro mês), o alojamen-to de março foi 5% inferior ao de fevereiro.

Em função do último resultado, o acumulado no primeiro trimestre de 2008 fi cou em 15,066 milhões de pin-tainhas de postura, volume que cor-responde a um incremento de 3,21% sobre o trimestre inicial do ano passa-do e a uma redução de quase 1,5% sobre o trimestre anterior, o último de 2007.

Projetado para a totalidade do ano, o alojamento do trimestre sugere volume total da ordem de 60,265 mi-lhões de pintainhas de postura, ou seja, praticamente o mesmo volume alojado no ano que passou (60,210 milhões de cabeças). Por ora, o total acumulado nos últimos 12 meses é li-geiramente maior, de 60,679 milhões de pintainhas de postura, número que se mantém negativo (-2,19%) em re-lação ao que foi alojado nos 12 meses imediatamente anteriores.

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Produção de pintainhas

de postura permanece

ajustada: volume atual

projetado para a totalidade

do ano mantém números

obtidos em 2007

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44 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIAR$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

Abril/2007 1,36 38,78% -12,26%

Maio/2007 1,20 4,35% -11,76%

Junho/2007 1,40 25,00% 16,66%

Julho/2007 1,68 82,60% 20,00%

Agosto/2007 1,84 55,93% 9,52%

Setembro/2007 1,68 9,80% -8,69%

Outubro/2007 1,60 -9,09% -4,76%

Novembro/2007 1,55 21,09% -3,12%

Dezembro/2007 1,65 41,02% 6,45%

Janeiro/2008 1,52 14,28% -7,88%

Fevereiro/2008 1,38 -22,90% -9,21%

Março/2008 1,24 -20,00% -10,14%

Abril/2008 1,33 -2,20% 7,26%

Desempenho do frango vivo em abril de 2008Quarto mês do ano marca inicio de recuperação de preços do setor

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2004 1,49 2,75%

2001 0,97 6,47% 2005 1,35 -8,72%

2002 1,13 16,49% 2006 1,16 -14,70%

2003 1,45 28,31% 2007 1,55 33,62%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

MÉDIA JAN-ABR R$1,37/KG -9,27%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Registrando contínua redução de preços no primeiro trimestre do

ano, só em abril passado o mercado do frango vivo voltou a dar sinais de rever-são. E se, num espaço de 90 dias, so-freu desvalorização de pelo menos 27% (abriu o ano cotado a R$1,65/kg; encerrou março a R$1,20/kg), em pou-co mais de três semanas conseguiu re-cuperar mais da metade do que per-deu, pois chegou ao fi nal de abril cotado a R$1,45/kg.

Não foi o sufi ciente, naturalmente, pois mesmo com esse último valor per-maneceu com uma remuneração infe-rior aos custos de produção. Além dis-so, o valor médio alcançado no mês, de R$1,33/kg, fi cou 2,20% abaixo do re-gistrado em abril do ano passado. Nes-se panorama, o único aspecto positivo acabou sendo a valorização de 7,26% em relação ao mês anterior, março de 2008 – aparentemente, o “fundo do poço” deste ano para o frango vivo.

Espera-se que a recuperação inicia-da em abril tenha prosseguimento em maio. Porque nos quatro primeiros me-ses de 2008 o frango vivo registrou pre-ço médio de R$1,37/kg, valor que é quase 10% menor que o obtido no mesmo quadrimestre de 2007, além de, na média anual dos últimos exercícios, só superar aquela registrada em 2006, a pior da década em termos reais.

Além disso a cotação média do mi-lho, principal insumo do frango, sofreu acréscimo superior a 30%. Isso, sem contar que a variação de preços do grão entre abril do ano passado e abril de 2008 foi superior a 40%.

Detalhe que não passa despercebi-do é que, a despeito da recuperação mais recente, o frango vivo vem se comportando, direitinho, conforme a sazonalidade típica das carnes no pri-meiro semestre (período de safra e, portanto, de preços decrescentes). Desta vez, porém, esteve sozinho, pois as carnes bovina e suína tiveram e con-tinuam tendo forte valorização.

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/KG, granja, interior paulista)

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Produção Animal | Avicultura 45

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIAR$/CXA

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

Abril/2007 37,83 43,90% -8,14%

Maio/2007 37,21 45,29% -1,64%

Junho/2007 43,56 59,09% 17,06%

Julho/2007 42,13 63,16% -3,28%

Agosto/2007 43,34 73,22% 2,87%

Setembro/2007 38,42 42,03% -11,35%

Outubro/2007 37,29 28,36% -2,94%

Novembro/2007 36,64 26,12% -1,74%

Dezembro/2007 45,30 27,43% 23,64%

Janeiro/2008 38,69 27,69% -14,59%

Fevereiro/2008 50,71 29,20% 31,07%

Março/2008 50,30 22,14% -0,81%

Abril/2008 39,63 4,76% -21,21%

Desempenho do ovo em abril de 2008Mercado esfria e setor acaba fi cando com segundo pior preço do ano

A fase de exuberância de preços ob-servada em fevereiro e março,

meses em que o produto obteve pre-ços recordes, fi cou para trás: em abril, o ovo extra branco comercializado no atacado paulista alcançou preço médio de R$39,63/caixa, valor 21% inferior ao registrado no mês anterior, março de 2008.

Essa foi, também, a segunda pior média do ano, superior apenas à de ja-neiro/08, além de ter superado em me-nos de 5% o preço médio de abril do ano passado – o que, em suma, repre-senta evolução que não cobre sequer parcialmente o maior custo do milho, cujos preços, em um ano, aumentaram mais de 40%.

Sob esse aspecto, aliás, nem mes-mo as cotações recordes alcançadas pelo ovo em fevereiro e março ajudam a cobrir o maior custo do milho en-frentado no primeiro quadrimestre de 2008. Ou seja: nesse período, o ovo alcançou preço médio de R$44,83/caixa, valor que superou em 20,5% o preço médio de R$37,20/caixa regis-trado entre janeiro e abril de 2007. Só que, no mesmo quadrimestre, os pre-ços médios do milho apresentaram evolução de 33%. Sob esse aspecto, portanto, o setor voltou a apresentar resultados negativos como em anos anteriores.

Médias Anuais entre 2000 e 2007

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2004 34,47 -13,11%

2001 24,07 4,11% 2005 33,48 -2,87%

2002 27,88 15,83% 2006 27,48 -17,92%

2003 39,67 42,29% 2007 39,37 43,27%

Situação em 2008 (em relação ao mesmo período de 2007)

MÉDIA JAN-ABR R$44,83/CAIXA 20,51%

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇO EFETIVO EM 2008

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2007): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2008: (R$/caixa, no atacado paulista)

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46 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

A recente crise no preço internacional dos alimentos é um desafi o e uma oportuni-dade única para o Brasil. Desafi o porque

os preços dos grãos e das carnes terão refl exos no mercado interno, principalmente no preço e nas exportações de milho, com tendência de aumen-tar se o governo não tomar medidas urgentes para preservar nossa produção de carne de aves e suínos, que tem no milho sua principal fonte de alimentação. O governo brasileiro precisa cons-cientizar-se que o milho é um insumo estratégi-co, pois além de servir de alimento para a nossa po-pulação, serve também para produzir carne, agre-gando valor a essa com-moditie e gerando empre-gos no pais. Também viabiliza a pequena pro-priedade através do siste-ma de integração de aves e suínos.

Mas pode ser uma oportunidade única de aumentarmos nossas ex-portações, não só de grãos mas de carne e produtos processados. Mesmo que esse aumento nos pre-ços internacionais também nos afete no curto prazo, ao longo dos próximos anos se transfor-mará em mais um diferencial para o país, pois como temos a nosso favor um menor custo de produção em relação à Europa e Ásia, a tendên-cia será de mantermos esse diferencial, aumen-tando com isso nossas exportações.

A base para aumentarmos nossa produção de carne de frangos e perus já está pronta, pois os investimentos em novos projetos nos anos re-centes é impressionante. O mesmo vem ocorren-do na postura comercial, que vem sofrendo uma transformação muito grande nos últimos anos, com o objetivo de tecnifi car o setor, preparando-o para a exportação. Quando começarem as ex-portações de ovos em grande escala, principal-mente para a União Européia e Japão, o setor dará um grande salto de qualidade, a exemplo do que ocorreu com o frango.

Entretanto, para mantermos níveis altos de exportação de carne de aves e para viabilizarmos as exportações de ovos, precisamos incrementar

os investimentos em qualidade, a fi m de que toda a cadeia produtiva possa produzir com qua-lidade, respeitando o bem-estar animal e sem agredir o meio ambiente. Para que isso ocorra, é fundamental que o governo invista mais em sa-nidade, criando e equipando novos laboratórios para diagnóstico e para análises de resíduos e adequando a legislação a essa nova realidade mundial.

Mas o setor produtivo também deve criar suas próprias normas e guias de produção. É o

que temos procurado fa-zer na UBA, com a publi-cação, em breve, de guias de boas praticas de pro-dução para frangos e para poedeiras, bem como de normas de bem-estar para frangos, perus e poedeiras e um guia para imple-mentação de programas de rastreabilidade nas em-presas produtoras de car-ne e ovos. Essas normas foram elaboradas nos dois últimos anos e exigiram muito esforço da UBA e

dos técnicos das empresas associadas que colabo-raram na elaboração das mesmas, pois tínhamos que criar normas que não se transformassem em empecilhos ou que encarecessem os custos de produção. Tivemos uma preocupação especial em manter a competitividade das médias e pe-quenas empresas, já que as grandes, de um modo geral, já usam rotineiramente esses procedimen-tos exigidos pelos mercados importadores.

O novo desafi o para os próximos anos é fa-zer com que as empresas médias e pequenas so-brevivam nesse mundo cada vez mais globaliza-do e possam também exportar seus produtos, criando alternativas que possibilitem escapar do gargalo do frango resfriado e do ovo in natu-ra produzido apenas para o mercado interno. Para que isso seja possível, precisamos de enti-dades de classe fortes, com uma UBA mais re-presentativa e que defenda os interesses de to-dos os segmentos da cadeia produtiva, não só junto ao governo, mas, principalmente, junto ao consumidor, cada vez mais exigente e esclarecido.

O novo desafi o para os

próximos anos é fazer com

que as empresas médias

e pequenas sobrevivam

nesse mundo cada vez

mais globalizado e possam

também exportar seus

produtos

É Hora de Investirmos em Qualidade

Ariel Antonio Mendes,

Presidente da ALA e Vice-Presidente Técnico Científi co da UBA

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PONTO FINAL

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