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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS TEMA: EURÍPEDES BARSANULFO, O DIVULGADOR DA DOUTRINA ESPÍRITA 22 o Encontro Espírita sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

TEMA: EURÍPEDES BARSANULFO, O DIVULGADOR DA DOUTRINA ESPÍRITA

22o Encontro Espíritasobre a Vida e a Obra de

Eurípedes Barsanulfo 

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Coordenação Geral: Luzia Ribamar de Carvalho

Grupo de Coordenação:

Organização do Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro

Diagramação e Finalização: Depto. Editorial do CELD

• Dilma de Oliveira Mallett

• Elizabeth Garnier

• Selma Vieira dos Santos

• Tereza Cristina Almeida

• Terezinha Aparecida Sabino de Souza  

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O nosso apelo-convite é para que todos nós entendamos o nosso papel na divulgação. Isto é tão importante, que o fazemos em nome de Jesus, em nome da Doutrina Espírita, e deve percutir nos corações dos que se dedicam a essa tarefa. É uma responsabilidade falar em nome de Jesus, tanto quanto o é falar em nome da Doutrina Espírita.

Antonio de Aquino

(Inspirações do Amor Único de Deus – Volume I. Psicofonia de Altivo C. Pamphiro)

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita 

INFORMAÇÕES GERAIS

Horário:

8h às 8h30min Chegada/Recepção

8h30min às 9h Abertura/Deslocamento

9h às 10h30min Estudo

10h30min às 11h Intervalo

11h às 12h55min Estudo

13h Encerramento

CENTROS PARTICIPANTES LOCAL Data da Realização

Centro Espírita Léon Denis Bento Ribeiro 27/maio

Centro Espírita Antonio de Aquino Magalhães Bastos 27/maio

Centro Espírita Irmão Clarêncio Vila da Penha 27/maio

Núcleo Espírita Antonio de Aquino Bangu 27/maio

Centro Espírita Abigail Santa Cruz 3/jun

Centro Espírita Abigail de Lima Madureira 3/jun

Centro Espírita Casa do Caminho Taquara 3/jun

Centro Espírita Ismael Magalhães Bastos 3/jun

Centro Espírita Israel Barcelos Bento Ribeiro 3/jun

Centro Espírita Léon Denis Cabo Frio 3/jun

Fraternidade Oficina do Amor Nova Iguaçu 3/jun

Núcleo Espírita Rabi da Galileia Santa Cruz 3/jun

Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo Cardoso Moreira 10/jun

Obra Social Balthazar — Casa da Esperança Nova Sepetiba 17/jun

Centro Espírita Bezerra de Menezes Duque de Caxias 24/jun

Centro Espírita Maria de Nazaré Nilópolis 24/jun

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita 

Temas estudados até a presente data 1991 – Eurípedes Barsanulfo, o homem de bem.

1992 – Eurípedes Barsanulfo, o trabalhador na cura (do corpo e do espírito) e na educação.

1993 – As experiências vivenciadas por Eurípedes Barsanulfo enquanto médium curador, ao longo

de sua vida.

1994 – Eurípedes Barsanulfo, trabalhador espírita. Um homem de bem.

1995 – As pressões como elemento criador de Eurípedes Barsanulfo.

1996 – Eurípedes Barsanulfo e o amor cristão.

1997 – Eurípedes Barsanulfo e a consciência íntima do ser.

1998 – Eurípedes Barsanulfo, o homem total: aspecto do homem do mundo e do homem do Cristo.

1999 – Eurípedes Barsanulfo e os prováveis motivos que o levaram a reencarnar.

2000 – Eurípedes Barsanulfo, o homem diante dos fenômenos psíquicos.

2001 – Eurípedes Barsanulfo, o homem no mundo espiritual.

2002 – Eurípedes Barsanulfo e a personalidade dos espíritos que o acompanharam na sua

reencarnação.

2003 – Eurípedes Barsanulfo e o Mundo Espiritual.

2004 – Eurípedes Barsanulfo e o livre-arbítrio.

2005 – Eurípedes Barsanulfo e a reencarnação.

2006 – Eurípedes Barsanulfo e a alegria de reencarnar.

2007 – Eurípedes Barsanulfo, a reencarnação e as influências.

2008 – Eurípedes Barsanulfo, a reencarnação e a convivência com os diferentes.

2009 – Aprendendo, com Eurípedes, a conviver com os diferentes.

2010 – Aprendendo, com Eurípedes Barsanulfo, a amar ao próximo...

2011 – Eurípedes, um grande líder.

2012 – Eurípedes Barsanulfo, o divulgador da Doutrina Espírita.

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita 

Eurípedes Barsanulfo

Eurípedes, católico praticante, não entendia como pessoas tão honestas e equilibradas, apesar de incultas, como o tio Sinhô Mariano e a madrinha Sana empenhavam-se tanto na difusão da doutrina do demônio. Apresentava argumentos brilhantes tentando dissuadi-los.

Porém, após a leitura do livro Depois da Morte, de Léon Denis, Eurípedes encontrou na reencarnação a única explicação racional para

os desequilíbrios físicos, morais e sociais. Caiu o véu. Ele aceitou, com naturalidade, os princípios espíritas, sem lhes opor nenhuma barreira.

Instaurou-se um conflito. Para continuar católico só havia um meio — provar que o fenômeno espírita não existia. Disse, então, a Sinhô Mariano:

— “Gostei do livro de Léon Denis; li-o duas vezes; mas, agora, quero os fatos. A prova de que a verdade está com a Doutrina Espírita, que me parece extraordinariamente evangelizada.” (Eurípedes Barsanulfo, o Apóstolo da Caridade. p. 42)

Assim, na primeira reunião assistida por Barsanulfo, em Santa Maria, houve a explosão mediúnica: → Eurípedes é saudado pelo espírito Dr. Bezerra de Menezes: “(...) Alegre-se, meu filho, porque sua hora é chegada”. → Foi apresentado ao seu espírito protetor, Vicente de Paulo, que lhe falou sobre sua missão e pediu-lhe que se afastasse da Irmandade São Vicente de Paulo: “Os Espíritos do Senhor realizarão com você diversos trabalhos. A caridade, meu filho, é a nossa bandeira. O trabalho principal será o de curar e Bezerra de Menezes o auxiliará nesse setor. Tudo está planificado e Jesus, em verdade, é quem nos dirige”. → Através do médium Jason, semianalfabeto, Eurípedes recebe comunicação, em francês, exortando o amor ao próximo. → João Evangelista, pela mediunidade do caboclo Aristides, explana sobre o Sermão da Montanha. → Teve vários dons mediúnicos revelados nessa noite: desdobramento, vidência e audiência.

Após tudo isso, Eurípedes não teve mais dúvidas e submeteu-se, totalmente, à Doutrina Espírita, sem recalcitrar diante dos aguilhões. Foi ridicularizado e ofendido pela sociedade; perdeu seus alunos, tendo de fechar a escola; foi perseguido e processado por prática ilegal da medicina... Apesar disso, Eurípedes prosseguiu fiel à sua missão, se-guindo as pegadas do Mestre Jesus.

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita 

 

 

Sumário

Objetivo Geral ...............................................................................................................................................10 

Objetivos Específicos .................................................................................................................................10 

Tema 1 – O líder é um divulgador? O divulgador é um líder? .........................................................11 

Tema 2 – “Aquele que semeia, saiu a semear...” ................................................................................ 15 

Tema 3 – Eurípedes Barsanulfo, vanguardeiro da divulgação da Doutrina Espírita .................20 

Tema 4 – Aprendendo com Eurípedes Barsanulfo a ser divulgador da Doutrina Espírita.......25 

ANEXOS ..........................................................................................................................................................29 

Casos...........................................................................................................................................................29 

Educadores de Espíritos ........................................................................................................................ 30 

O Incentivo Santo.....................................................................................................................................31 

Doutrina Espírita.......................................................................................................................................32 

Referências Bibliográficas......................................................................................................................... 34 

 

 

 

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita

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Objetivo Geral

• Reconhecer Eurípedes Barsanulfo como divulgador vanguardeiro da Dou-trina Espírita, propiciando a união dos estudos e dos trabalhos Assistenciais e o apoio à saúde espiritual como meios de possibilitar a transformação moral.

Objetivos Específicos

• Analisar a influência do poder de reação e transformação perpetuado, durante anos, por Eurípedes Barsanulfo;

• Examinar as pegadas de Eurípedes, comparando o contexto social da sua época com o atual;

• Refletir sobre a necessidade que cada um tem de assumir suas tarefas na casa espírita para conquistar a paz e o progresso;

• Estimular a todos nós para que sejamos capazes de, na medida de nossas possibilidades e a nosso modo, trabalharmos para produzir o melhor.

• Reconhecer que não existem milagres, e sim muito trabalho, apoiado no Amor.

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita

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Tema 1 – O líder é um divulgador? O divulgador é um líder?

Líder: 1. Indivíduo que chefia, comanda e/ou orienta, em qualquer tipo de ação,

empresa ou linha de ideias. 2. Guia, chefe ou condutor que representa um grupo, uma corrente de opinião, etc. 3. Tipo representativo de um grupo. 4. Chefe de um partido público. (Dicionário Novo Aurélio, Século XXI)

Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem, entusias-

ticamente, visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum (Hunter, 2007).

O líder influencia, envolve, tem seguidores. E o divulgador? A tarefa de divulgar é muito necessária em praticamente todas as áreas. Por

exemplo: divulgar a empresa para os clientes; divulgar um produto novo; divulgar os progressos científicos para revistas; divulgar uma ideia; divulgar uma maneira ou um comportamento...

No Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa – Michaelis: Divulgador é aquele que divulga. Divulgação: 1. Ato ou efeito de divulgar. 2. Difusão, propagação. Divulgar: 1. Fazer conhecido, tornar público; apregoar, difundir. 2. Tornar-se

conhecido ou público, propagar-se. Divulgamos uma ideia, uma maneira, um gesto. Divulgamos algo que está sendo

bom para nós ou que vai ser bom para o outro.

Característica de um divulgador

Uma das características mais importantes para um divulgador é sua capacidade de comunicação: uma boa conversa, ser claro no que se está falando, estar convicto sobre as qualidades do produto/ideia que está oferecendo. Tudo isto vai demonstrar credibilidade ao possível cliente, ganhando sua confiança. É imprescindível o conhecimento sobre a empresa e/ou produto que se está divulgando, pois saberá mostrar os pontos fortes, estando apto a responder qualquer questionamento feito pelo possível cliente. Isto também demonstra credibilidade às pessoas.

Então o divulgador é aquele que: • fala do que “acredita”; • transmite uma ideia; • faz com que as outras pessoas divulguem por ele; • tem conhecimento do que está divulgando.

Como foi que você conheceu a Doutrina Espírita?

• Quem a divulgou para você? • Como foi esta divulgação? • Você já divulgou a Doutrina Espírita? Como?

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Escreva um benefício que a divulgação da Doutrina Espírita trouxe para você. ________________________________________________________________________

Os bons espíritos, juntos aos divulgadores espíritas e junto aos que receberão a divulgação.

“...Aqueles que a nós se afeiçoam, estão ao nosso lado, sejamos ou não médiuns; um pai não abandona seu filho, porque este é surdo ou cego, e não pode vê-lo, nem ouvi-lo; ele o envolve com sua solicitude, como o fazem os bons espíritos, com relação a nós; se não podem transmitir-nos, materialmente, seus pensamentos, vêm em nosso auxílio, através da inspiração.”

(O Livro dos Médiuns, item 218)

“Quase todos os autores, escritores, oradores, poetas, são médiuns, em certos momentos: têm a intuição de uma assistência oculta que os inspira e participa de seus trabalhos. Eles próprios o confessam, nas horas em que estão mais soltos.”

(Léon Denis. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 21)  

Como foi que o nosso querido amigo Altivo C. Pamphiro tomou conhecimento da Doutrina Espírita?

Através de Dona Brunildes, que trabalhava com Altivo no IRB e registrou o espírito do pai do Altivo pedindo para que alertasse o filho sobre a necessidade de cuidar melhor da saúde. Isto aconteceu sem ela saber de nenhuma informação a respeito da família de Altivo, que foi convidado a participar dos estudos de O Evangelho, que se realizavam na casa de dona Brunildes. Quem divulgou a Doutrina Espírita para Eurípedes Barsanulfo?

Eurípedes tomou conhecimento do Espiritismo através das conversas com o tio Sinhô e pelo convite da madrinha Sana para assistir a uma reunião. Foi esclarecido pela leitura do livro Depois da Morte, de Léon Denis, que o incitou a buscar a comprovação prática em Santa Maria. Lá, pela psicofonia de Aristides, homem sincero, bom, mas semianalfabeto, ouviu, “numa linguagem sublime, onde o magnetismo de poderosa elo-quência que empolgava até as lágrimas”, belíssima mensagem de João Evangelista, que elucidou as dúvidas que ficaram após a leitura do Sermão do Monte, na Bíblia: causas e efeitos, vida além-túmulo, as múltiplas existências no progresso espiritual e a comu-nicabilidade dos espíritos. Com a lógica do Espiritismo, Eurípedes não teve mais dúvida, interiorizou facilmente os conhecimentos da Doutrina Espírita, porque já era o “verdadeiro homem de bem”, já praticava a caridade e o amor que Jesus ensinou, fazendo luz dentro do próprio coração, tornando-se um farol aos navegantes deste mar revolto de sen-timentos desalinhados.

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O maior divulgador de todos os tempos

Qual é o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir de

guia e de modelo? “Vede Jesus.”

(O Livro dos Espíritos. Pergunta 625) “Quando as multidões absortas se aproximavam do Mestre querido, para ouvirem

suas prédicas ungidas de Fé, perfumadas de Caridade e cintilantes de Esperança, nunca o Moço Nazareno lhes acenou com uma Cruz; nunca pretendeu colocar sobre os ombros de seus infelizes irmãos o peso do madeiro infamante. Ao contrário, atraía-os com olhares de piedade e em suas sublimes exortações, em seus amorosos conselhos, para todos tinha palavras de perdão, de afeição, de consolação.”

(Cairbar Schutel. Parábolas e Ensinos de Jesus. p. 355) E por que Jesus é chamado de Divino Mestre? “...Jesus é chamado o Divino Mestre. Não porque possuísse uma cátedra de ouro... Não porque fosse o dono da melhor biblioteca do mundo... Não porque simplesmente exaltasse a palavra correta e irrepreensível... Não porque subisse ao trono da superioridade cultural, ditando obrigações para os

ouvintes... Mas sim porque alçou o próprio coração ao amor fraterno e, ensinando, converteu-

se em benfeitor de quantos lhe recolhiam os sublimes ensinamentos.” (Emmanuel. Fonte Viva. Lição 116 – Ir e ensinar)

Paulo de Tarso – Submissão total, transformação radical após uma existência de

equívocos e arbitrariedades, nascendo assim o maior divulgador do Cristianismo. Paulo fez três grandes viagens a pé, pregando a Boa-Nova, percorrendo perto de

20.000km; escreveu as epístolas, cartas cheias de ternura e carregadas de orientações aos companheiros das comunidades nascentes; foi preso, apedrejado, açoitado, maltra-tado; padeceu fome, frio, privações. Por amor a Jesus, ele tudo aceitou e afirmou portar no corpo “as marcas do Cristo”.

“Paulo é o mais belo rebento da Árvore do Cristianismo. (...) Cristo fez dele o seu Vaso de Honra, para que levasse às gentes a Palavra da Redenção!”

(Cairbar Schutel. Parábolas e Ensinos de Jesus. p. 398) Os discípulos do Cristianismo saíram às primeiras horas levando a Boa-Nova aos

corações sofredores, falando do Evangelho de Jesus.

Citando alguns divulgadores da Doutrina Espírita: Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Cairbar Schutel,

Leopoldo Machado, Gabriel Dellane, a mãe que perdeu o filho e mostrou resignação, a dona de casa que muda seu comportamento, aquela pessoa que me trouxe para a Doutrina Espírita, aquele que ofereceu uma página espírita, aquele outro que presenteou com um livro espírita, aquela pessoa que convidou para assistir uma palestra, que indicou

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a cura através do passe, aquela outra que nas dificuldades mostra fé, consolo e confiança em Deus, tranquilidade...

Existe diferença entre um divulgador comum e um divulgador da Doutrina Espírita?

Divulgador comum: • Faz propaganda, muitas vezes visando ao benefício financeiro.

O divulgador da Doutrina Espírita:

• Tem por função “esclarecer e consolar”. • “Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do

princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual.”

(A Gênese, item 16) • “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para

promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Paulo, Efésios, 4:29)

• “O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição. Através dele, a alma de um criminoso pode emergir para o Céu, à maneira do lírio que desabrocha para a luz, de raízes ainda presas no charco.”

(Neio Lúcio. Jesus no Lar. Lição 41)  

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Tema 2 – “Aquele que semeia, saiu a semear...”

“Ensinar é aprender duas vezes.” (Joseph Joubert)

O que entendemos por divulgador da Doutrina Espírita? • É aquele que possui a responsabilidade de estudar, interpretar e transmitir os

conhecimentos doutrinários e evangélicos.

• “...É o esforço que se faz em torno da difusão de uma ideia. Essa ideia, que nos parece boa em seu princípio, em sua base, em seus objetivos, deve ser estendida a todos aqueles que buscam encontrar a Verdade.”

(Cairbar Schutel, 1998)

• “...É a criatura que vai clarear o assunto para as outras pessoas que estão ouvin-do o tema...”

(Revista de Estudos Espíritas, no 8, Ano I, CELD) O que se exige de quem divulga a Doutrina Espírita ou qual a condição principal para ser um divulgador da Doutrina Espírita?

“...Exige o conhecimento doutrinário, tanto quanto possível, aprofundado, e, ao mesmo tempo, exige, de quem fala, a sua grande dose ou uma grande dose — melhor dizendo — de compreensão dos problemas humanos e também um mínimo de amor no coração.”

Por que isso? “Porque se não houver o conhecimento, o assunto explanado não fica suficien-

temente claro para quem ouve. Se não houver compreensão das dores humanas, o assunto poderá parecer superficial para quem sofre, principalmente. E se não houver amor, o assunto ou as pessoas parecerão suficientemente tolas; pessoas que transmitirão, então, uma visão errada para quem ouve. Daí, repetindo-nos, precisamos de quem fale, de quem entenda e de quem sinta.”

(Balthazar, pelo médium Altivo C. Pamphiro em 25/5/1990) A fidelidade aos ensinos da Doutrina é a condição principal do divulgador da Doutrina

Espírita, seguida de um mínimo de amor acompanhado de empatia. “Qualquer crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As

crenças condenáveis são as que conduzem ao mal.” (O Livro dos Espíritos. Pergunta 838)

“No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negues fidelidade. Porque a Doutrina Espírita é em si a liberalidade e o entendimento, há quem julgue

seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.”

(Emmanuel. Religião dos Espíritos. Capítulo 80)

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita

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Portanto, o divulgador da Doutrina Espírita precisa cuidar da pureza essa Doutrina, sem misturar com postulados de doutrinas espiritualistas, parecidas, mas de modo algum iguais aos postulados da Doutrina Espírita. Isto é, manter a objetividade que foi a missão de Allan Kardec ao codificar as máximas transmitidas pelos espíritos.

Eurípedes Barsanulfo mantinha polêmicas a respeito da Doutrina Espírita com seu tio Sinhô, que em Santa Maria realizava sessões, desejoso de entendimento sobre a difusão da doutrina. As discussões repetiam-se, no conflito fraterno, entre tio e sobrinho, às vezes noite a dentro.

Eurípedes, senhor de invejável cultura adquirida na leitura de todos os dias, apre-sentava argumentos brilhantes, sublimados sempre por sua delicadeza inata.

Do outro lado, o tio — homem rude do campo, elementarmente instruído na Doutrina Espírita — muitas vezes se mantinha em silêncio, à falta de argumentação segura. Tio Sinhô entrega a Eurípedes o livro Depois da Morte, de Léon Denis, e diz ao sobrinho:

⎯ O que não posso explicar a você, este livro vai fazer, em parte, por mim. Eurípedes lê toda a obra e se confessa plenamente empolgado com a lógica

expressivamente convincente de Léon Denis. (Corina Novelino. O Homem e a Missão. Capítulo 9)

E como fazer para manter a fidelidade à Doutrina Espírita?

“...Será sempre aquele ser que conheça a Doutrina, que a ame a ponto de difundi-

la e que esteja sempre preparado para fazê-lo. ...É o esforço no qual todos os homens de boa vontade devem estar engajados...”

(Cairbar Schutel, 1998) O que significa:

♥ “conheça a Doutrina” “Divulgando o conhecimento de leis básicas, como a sobrevivência do espírito após a morte, a manutenção de sua individualidade, a sua possibilidade de comu-nicar-se e o retorno numa futura reencarnação...”

(Cairbar Schutel, 1998) (Princípios fundamentais da Doutrina Espírita: Deus acima de tudo; imortalidade da alma; plu-

ralidade das existências; pluralidade dos mundos habitados; intercâmbio entre os dois mundos.) Através: dos estudos sistematizados que o Centro Espírita oferece; dos estudos nos

encontros; das palestras; da leitura dos livros básicos da Doutrina Espírita. Jesus afirmou: “Se vós permanecerdes na minha palavra; verdadeiramente sereis

meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João, 8:32 e 33)

Léon Denis mostra a importância dos estudos: • “A pessoa esclarecida se conscientiza e se liberta da ignorância.”

(No Invisível. Capítulo: Prática e Perigos da Mediunidade)

• “A ignorância é o mal soberano, donde decorrem o sofrimento e a miséria; e o principal meio para se melhorar a vida presente e o futuro é adquirir o conhecimento.”

(Depois da Morte. Capítulo: A Índia)

“Poderoso é o Sol da verdade”, diz-nos Eurípedes Barsanulfo.

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22o Encontro sobre a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo Tema: Eurípedes Barsanulfo, o Divulgador da Doutrina Espírita

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A importância do estudo

O conhecimento da Doutrina Espírita chancela um grupo sério. Foi o que aconteceu com o Centro Espírita Léon Denis e com muitos outros centros, com origem no estudo sistematizado, sério. O CELD teve início com um pequeno grupo de pessoas que estudavam a Doutrina e se transformou no que vemos hoje, oferecendo a seus fre-quentadores o estudo sistematizado do Pentateuco nos cursos, nas palestras e nos encontros que a Casa oferece.

O estudo do Espiritismo proporciona ao homem meios de transformação moral a partir dos estudos alicerçados nos ensinos de Jesus que diz “amai-vos uns aos outros e ao próximo como a si mesmo”.

“O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá (...). Quem quer que deseje adquirir conhecimento de uma ciência deve fazer um estudo metódico, começar pelo princípio e seguir o encadeamento e o desenvolvimento das ideias.”

(O Livro dos Espíritos. Introdução VIII)

Onde e como adquirir o conhecimento espírita

“O Centro por ter, não só como seus distintos diretores espirituais, homens que se dedicaram a difundir o Espiritismo, não só por terem, em seu seio, criaturas que amam a Doutrina Espírita e a divulgam, mas porque é verdadeiramente um núcleo propulsor da ideia espírita... A divulgação é portanto o maior objetivo deste Centro (Centro Espírita Léon Denis); já isto é do conhecimento da grande maioria. Alhures, disse-se, aqui, que a atividade primeira da Instituição é a divulgação; se qualquer serviço tiver que ser deixado de lado, que sejam todos os serviços menos o da divulgação; este é o objetivo maior da Casa.”

(Balthazar, pelo médium Altivo C. Pamphiro em 25/5/1990)

♥ “que a ame” “Amar uma Doutrina é ter por ela o prazer de estar junto, de viver os seus conceitos, de entendê-la, tornando-a imanente*. É difundir essa mesma Doutrina, é torná-la compreensível aos outros...”

(Cairbar Schutel, 1998)

♥ “sempre preparado” “A maior caridade que praticamos em relação à Doutrina Espírita é a sua própria divulgação.”

(Emmanuel – Psicografia de Francisco Cândido Xavier)

E como estar preparado? “...Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos. Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque

dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas.” (Emmanuel. Religião dos Espíritos. Capítulo 80)

                                                            * Imanente: que existe sempre em um determinado objeto e inseparável dele. 

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Estamos usando os valores intelectuais para nossa transformação moral? “Há muitos que são divulgadores porque abraçaram a filosofia que ela traz nos seus

postulados, mas poucos são aqueles que percebem que não se trata apenas de trans-formação do intelecto, e sim da transformação moral...”

Victor (Mensagem psicografada pelo médium Mário Coelho, em 21/1/2012, no CELD)

“...Nenhum conhecimento é inútil; todos contribuem mais ou menos para o progresso, porque o espírito perfeito deve saber tudo e porque, se o progresso deve cumprir-se em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas auxiliam o desenvolvimento do espírito.”

(O Livro dos Espíritos. Pergunta 898) “...Não é só o desenvolvimento da inteligência que é necessário aos homens, é a

elevação do sentimento e, para isso, é preciso destruir tudo o que pode estimular neles o egoísmo e o orgulho...”

(A Gênese. Capítulo 28, item 6) “A pedido de Eurípedes, o pai o encaminhara para a escola primária do Sr. Joaquim

Vaz de Melo, onde o menino aprendeu a ler e a contar rapidamente. Depois que aprendeu a ler nunca mais deixou a companhia luminosa dos livros... Leu com grande interesse livros sobre assuntos médicos... Buscou o conhecimento intelectual através do autodi-datismo. Comprava livros de francês, astronomia...”

(Corina Novelino. O Homem e a Missão)

Divulgar a Doutrina Espírita X Proselitismo*

“Eu não forço nenhuma convicção. Quando encontro pessoas sinceramente desejosas de se instruir, e que fazem a honra de me pedir esclarecimentos, sinto o prazer e o dever de lhes responder dentro dos limites dos meus conhecimentos; porém, quanto aos antagonistas que, como o senhor, têm convicções firmadas, eu não dou um passo para os desviar delas, já que tenho muitas pessoas bem propensas ao estudo, para perder meu tempo com aquelas que não o são. Mais cedo ou mais tarde, pela força dos fatos, a convicção virá, e os mais incrédulos serão levados pela torrente. No momento, alguns adeptos a mais, ou a menos, não fariam nenhuma diferença; eis por que o senhor nunca me verá preocupado em trazer para as nossas ideias aqueles que têm, como é o seu caso, razões para se afastarem delas.”

(O Que é o Espiritismo. Capítulo 1)

“Não procureis os gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos, ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, nos lugares em que estiverdes presentes, pregai, dizendo: está próximo o reino dos céus.” (Mateus, 10:5 a 7)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 24, item 8)

“...Ide semear em terreno já preparado, sabendo bem que a conversão dos gentios aconteceria com o passar do tempo.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 24, item 9)                                                             * Prosélito: indivíduo que se converte a uma religião diferente da sua; adepto, partidário.

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Cuidados na divulgação da Doutrina Espírita

“...Diremos que o que têm a fazer limita-se em falar abertamente do Espiritismo, sem

afetação, como de uma coisa muito simples e muito natural, sem pregá-la e, sobretudo, sem procurar nem forçar as convicções, nem, quando mesmo, fizer prosélitos. O Espiritismo não deve se impor; vem-se a ele porque dele se tem necessidade...”

(Revista Espírita de Dezembro de 1861 – Organização do Espiritismo) “Escudar-se na humildade constante, ao desenvolver qualquer atividade de propa-

ganda doutrinária, evitando alarde, sensacionalismo, demonstrações publicitárias preten-siosas ou métodos de ação suscetíveis de perturbar a tranquilidade pública.”

(André Luiz. Conduta Espírita. Lição 13)

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Tema 3 – Eurípedes Barsanulfo, vanguardeiro da divulgação da Doutrina Espírita

“…Ao lado de Kardec, ao lado de Denis, ao lado de Bezerra, pode-se considerar Eurípedes como a quarta perna de um banco que sustenta o Espiritismo em todo o Brasil.” (Corina)

(Mensagem psicografada pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 25/5/2002)

Eurípedes Barsanulfo, o “vanguardeiro” do Espiritismo

“Certos espíritos têm, por natureza própria, a característica de atrair e agregar trabalhadores e fazer, por si só, no ambiente pequeno ou no ambiente maior, trabalhos que se comparam a muitos centros espíritas atuais. De maneira que os espíritos, em certas situações, eles vêm como que treinando, adaptando o ambiente terreno, os médiuns, os trabalhos, para que, gradativamente, possam ser delineados dentro do ambiente da casa espírita. No âmbito de Eurípedes, isso foi feito a céu aberto, porque é um espírito que por sua própria natureza já atrai, conduz e estimula, com todas estas características já mencionadas, para que o trabalho de educação, de socorro, de amparo, de educação mesmo do espírito, no âmbito terreno e no âmbito espiritual possa ser apresentado.”

(Dr. Hermann, pelo médium Luiz Carlos Dallarosa. Diretrizes para o 22o EESVOEB em 1/7/2011)

Eurípedes divulgou a Doutrina Espírita nos aspectos:

• dos estudos doutrinários – “conheça a Doutrina” o Os trabalhos doutrinários se realizavam duas vezes por semana no Grupo Espírita

Esperança e Caridade, fundado por Eurípedes em 27 de janeiro de 1905. Tinha por objetivo os estudos sobre o Espiritismo e o serviço aos doentes através da ho-meopatia, com receituário mediúnico, passando a atrair pessoas de várias partes.

(Bigheto. Eurípedes Barsanulfo: Um Educador de Vanguarda na Primeira República. p. 94) o Às quartas-feiras, no Colégio Allan Kardec, ensinava O Evangelho Segundo o

Espiritismo. o Junto dos que se acercavam, Eurípedes fomentava a capacidade de renovação

de todos. Oferecendo trabalho, orientação, tornando o Evangelho compreensível e dando o exemplo de seguidor do Cristo até as últimas consequências, o que culmina em sua morte física, por exaustão do corpo, por atender diuturnamente, vinte quatro horas do dia, ao programa do cristão.

o Ensina àqueles espíritos a semente da responsabilidade, dos deveres perante Jesus, ou seja, propicia o desenvolvimento dos recursos que serão mobilizados e que, em um determinado momento, serão o fruto que será oferecido a quem se acercar. Foi o que aconteceu com todos os discípulos que assimilaram a lição: Dr. Tomaz Novelino, Agnaldo Morato, Sr. Candinho, etc. Empenhados em obras de reeducação de almas, foram ou são o braço da Providência Divina, junto daqueles espíritos reunidos a eles.

o Em muitas receitas que eram solicitadas por telegramas, Eurípedes, além de prescrever a necessidade medicamentosa para o corpo físico, também pres-crevia leituras do Pentateuco para a cura da alma.

• prática mediúnica – “que a ame”

o Eurípedes possuía diversos mecanismos da mediunidade que Dr. Bezerra de Menezes utilizava. Ora a faculdade mecânica, quando os centros nervosos de

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Eurípedes se ressentiam pelo desgaste de energias, ora pelo processo intuitivo... Como intérprete fiel de Bezerra, Eurípedes atuava como cirurgião e parteiro. Centenas de intervenções se efetivaram com pleno êxito. Vemos, então, dife-rentes mecanismos para atender ao abençoado programa de assistência aos sofredores.

(Corina. O Homem e a Missão. Capítulo 13) o Não tinha hora nem distância para atender ao abençoado programa de Assis-

tência aos sofredores, pois sempre dizia que “A doença não espera por nosso comodismo”.

• apoio à saúde e apoio espiritual – “sempre preparado”

o O médium passista, por exemplo, somente entrava em atividades transmissoras de elementos curativos após um estágio de meses na assistência a enfermos, quando devia demonstrar inequívoca capacidade de devotamento e interesse pela dor do próximo, a cuja cabeceira velava em noites de inquietadoras aflições.

(Corina. O Homem e a Missão. Capítulo 11) o Quando Eurípedes saía a ver seus amados enfermos, no labor santo da assistência

diária, fazia-se acompanhar de alunos que o auxiliavam na grande tarefa. (Idem)

o Recebia obsediados para tratamento, dando-lhes carinhosas e benéficas assis-tência e hospitalidade.

o Eurípedes adotara o hábito de comparecer às cerimônias fúnebres, na companhia dos alunos e demais professores do colégio.

o Eurípedes conseguia despertar, em todos os colaboradores, o desenvolvimento de um mecanismo de fidelidade aos propósitos do Cristo. Mostrava-se como discípulo, enfrentando todas as dificuldades, desde o cansaço físico até o assédio; quando respondia como cristão, como médium espírita, como divulgador da Doutrina Espírita a todas as circunstâncias; ele é o modelo.

Eurípedes Barsanulfo fundou um “Centro Espírita a céu

aberto”, isto é, sem teto (obstáculos, impedimentos), para atender àqueles que não contavam com nenhuma assis-tência médica, assistencial e educativa. Pois, entre o Céu e a Terra, ele mantinha sintonia o tempo todo, uma ligação profunda com a espiritualidade superior.

“…A reencarnação de Eurípedes Barsanulfo é estudada como modelo, em muitos núcleos do Além. Nela se inspiram muitos que, ao voltar à Terra, para tarefas junto aos familiares e aos espíritas em geral, sentem necessidade de um maior fortalecimento interno.

Há os que nele se inspiram para trabalhar a própria mediunidade. Não poucos até mesmo tentam copiar suas virtudes. O modelo de seu trabalho é seguido por tantos outros…”

(Luiz. Mensagem psicografada pelo médium Altivo C. Pamphiro em 22/2/1999)

“O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem distinção de raça nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.

Respeita todas as convicções sinceras nos outros, e não amaldiçoa aqueles que não pensam como ele.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 17, item 3)

(Fonte: Correio Espírita – Ano 6, no 71, p. 4 - Maio de 2011) 

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Como eram realizadas as reuniões nos centros espíritas na época de Eurípedes

• Reunião mediúnica em residências, pois não havia Centro; • Reunião mediúnica com finalidade nos fenômenos; • Reunião mediúnica nas quais a sociedade achava que tinha a presença do

demônio. “Em Minas Gerais é difícil precisar quando se iniciaram as atividades espíritas, pois

ainda não há suficientes documentos históricos e pesquisas a respeito; sabe-se que nesse período as mesas girantes também tinham se tornado moda. Por volta de 1893, anos após as mesas girarem e responderem perguntas com inteligência, atraíram a atenção de dois intelectuais espanhóis radicados no Brasil: Frederico Peiró e Maximiliano Alonso. Ambos materialistas, tomaram contato com os fenômenos espíritas em Uberaba... Os dois começaram a pesquisar o assunto para entender o que estava por trás daquele curioso fenômeno. Depois de algum tempo de estudo se convencem de que por trás das mesas existia a manifestação dos espíritos. Iniciaram os estudos sobre o Espiritismo e passaram a divulgá-lo em Minas Gerais, percorrendo cidades como Belo Horizonte, Uberaba, Sacramento e Araxá.”

(Bigheto. Eurípedes Barsanulfo: Um Educador de Vanguarda na Primeira República. p. 82.)

Ambiente da região em relação à Doutrina Espírita

“...O código penal brasileiro de 1890 nos artigos 156, 157 e 158 considerou a prática do espiritismo criminosa... O artigo 157 proibia: ‘praticar o espiritismo, magia e seus sortilégios, usar talismãs e cartomancias para despertar sentimentos de ódio ou amor, inculcar curas de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública’.”

“...No período de 1881 a 1910 houve diversas perseguições policiais ao Espiritismo, sendo proibidas as sessões de muitos grupos espíritas. A Federação Espírita publicou em seu jornal O Reformador e reuniu artigos de jornais da imprensa não espírita acerca das perseguições promovidas contra os espíritas que militavam no interior do país. Os locais onde se realizavam as sessões espíritas eram apedrejados e, às vezes, os perseguidores colocavam até bombas e dinamites para destruir os lugares de reuniões.”

(Bigheto. Eurípedes Barsanulfo: Um Educador de Vanguarda na Primeira República. p. 82.) O testemunho de Eurípedes

Eurípedes fora intimado a comparecer ao Paço Municipal a fim de prestar decla-rações no inquérito policial aberto para avaliação das denúncias, como incurso nos crimes previstos nos artigos 156 e 157 do Código Penal.

A notícia espalhara-se pela cidade como um relâmpago. A praça da Câmara encheu-se de gente amiga de Eurípedes.

À hora indicada, Eurípedes compareceu ao local determinado pela autoridade competente.

Trazia sua valise, pois dali sairia às visitas programadas, junto a enfermos. Tomara conhecimento da denúncia com grande serenidade. Compreendeu que não era o “charlatão”, o visado pela incompreensão humana, mas

pura e simplesmente a Doutrina Espírita...

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O interrogatório prosseguia, a hora avançava e uma só preocupação lhe asso-berbava o espírito: seus doentes. Estavam alguns em estado grave e aguardavam-lhe a assistência pessoal.

Quando, finalmente, encerrou-se o trabalho de S. Ex.ª o Delegado Especial, Eurípedes a ele se dirigiu, humilde:

⎯ Poderá S. Ex.ª conceder-me permissão para retirar-me? ⎯ Que vai o senhor fazer? — indaga o representante da justiça, com os olhos fitos

na valise de Eurípedes. ⎯ Ver meus doentes, senhor.

(Corina. Eurípedes, o Homem e a Missão. Capítulo 17)

Eurípedes Barsanulfo se instalou em ambiente inóspito (local de condições difíceis de se viver), impregnado de enfermidades espirituais. Para quê?

♥ Divulgar o mundo espiritual naquele rincão. ♥ Socorrer, através da mediunidade, aquelas pessoas que não tinham apoio médico,

social e educacional. ♥ Despertar as sementes de amor ao próximo naqueles corações para que fossem

multiplicadores do bem. ♥ Mostrar a todos nós que é possível desenvolver um trabalho, mesmo num lugar

inóspito, quando se tem fé na espiritualidade superior. ♥ Preparar terreno para Chico Xavier. Como convivia dentro deste ambiente hostil? ♥ Com suas conquistas. ♥ Alinhado com seus guias espirituais. ♥ Fiel à sua missão na Terra, que era implantar a ideia de Deus nos corações dos

homens.

E nós? O que estamos fazendo para devolver os benefícios recebidos através da Doutrina Espírita?

“...Minha passagem pelo mundo não terá sido estéril se contribuí para mitigar uma

só dor, para esclarecer uma só inteligência em busca da verdade, para reconfortar uma só alma vacilante e contristada.”

(Léon Denis. Depois da Morte. Introdução) “Como possas e quando possas, relaciona as bênçãos que já recebeste da Nova

Revelação, reanimando e orientando os irmãos do caminho.” (Emmanuel. Perante Jesus)

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“... Diz-se que a Doutrina Espírita, em verdade, não precisa de divulgadores: precisa de homens transformados. Não se pode, no entanto, ignorar o papel preponderante de quem fala; não se pode ignorar o papel de quem escreve; não se pode ignorar o papel de quem aparece nos vários veículos de difusão modernos, para falar de uma doutrina tão importante e tão bela como é a Doutrina Espírita. O nosso apelo-convite é para que todos nós entendamos o nosso papel na divulgação. Isto é tão importante, que o fazemos em nome de Jesus, em nome da Doutrina Espírita, e deve percutir nos corações dos que se dedicam a essa tarefa. É uma responsabilidade falar em nome de Jesus, tanto quanto o é falar em nome da Doutrina Espírita.

Meus irmãos, longe de desanimá-los, desejo, ao contrário, estimulá-los, dizendo assim:

Orem, pensem, analisem, meditem, coloquem dentro dos seus corações aquilo de que vocês irão falar. Serão realmente educadores, quando assim o fizerem.

Homens que se dedicam à divulgação doutrinária, trabalhadores que falam aos espíritos encarnados ou desencarnados, todos têm uma responsabilidade enorme nas mãos! Sobre seus espíritos pesa a responsabilidade maior de transmitir a ideia clara, límpida, superior, que é a Doutrina Espírita.

(Antonio de Aquino. Inspirações do Amor Único de Deus, vol. 1. Psicofonia de Altivo Carissimi Pamphiro)

“Certo é que o inolvidável tecelão trazia o seu ministério divino; mas quem estará

no mundo sem um ministério de Deus? Muita gente dirá que desconhece a própria tarefa, que é insciente a tal respeito, mas nós poderemos responder que, além da ignorância, há desatenção e muito capricho pernicioso. Os mais exigentes advertirão que Paulo recebeu um apelo direto; mas, na verdade, todos os homens menos rudes têm a sua convocação pessoal ao serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência ao apelo é sempre a mesma. O convite ao ministério chega, às vezes, de maneira sutil, inesperadamente; a maioria, porém, resiste ao chamado generoso do Senhor.”

(Emmanuel. Paulo e Estevão, Introdução) “(...) Usaram os empréstimos do Pai Magnânimo exclusivamente para si mesmos,

olvidando estendê-los aos companheiros da evolução e ignorando que a verdadeira alegria não vive isolada numa só alma, pois que somente viceja com reciprocidade de vibrações entre vários grupos de seres amigos...

O espírito deve ser conhecido por suas obras. É necessário viver e servir. É necessário viver, meus irmãos, ser mais do que pó!”

(Eurípedes Barsanulfo. Espírito da Verdade. Psicografia de Francisco Cândido Xavier, Lição 12)

Estamos colocando os valores do mundo à frente dos valores espirituais?

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Tema 4 – Aprendendo com Eurípedes Barsanulfo a ser divulgador da Doutrina Espírita

“Não Coloqueis a candeia sob o alqueire.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 24)

Eurípedes Barsanulfo não se preocupou em fazer prosélitos, mas com seu exemplo

foi um dos maiores propagadores da Doutrina Espírita. Aproveitava cada momento de sua vida para divulgá-la. Ele não era espírita somente na casa espírita, mas em qualquer lugar onde estivesse.

Eurípedes, na concepção da palavra, foi o divulgador da Doutrina Espírita em ato, forma, repercussão e legado.

Caso do Donatista Durante quase três anos de argumentações, onde Donatista, espírito obsessor,

incorporava no médium tio Sinhô, Eurípedes lançava as sementes do seu coração generoso, inspirado por Jesus. Eurípedes, então, convida-o para uma prece, ao final da qual lágrimas impetuosas jorram dos olhos do médium Mariano da Cunha.

⎯ Mestre, fui vencido! Estou vencido pelo poder do Amor que jorra de sua alma! E Donatista prossegue:

⎯ Tenho penetrado em centros espíritas, em toda parte. Tenho discutido com muitos presidentes cultos e nunca fui vencido. Esfacelei muitos desses centros. Aqui penetrei no mesmo intuito. Lutei para derrubar este e derrotá-lo, Mestre, mas fui anulado por sua bondade, por sua sabedoria, por seu Amor!

(Corina. O Homem e a Missão. Capítulo 11) A forma como Eurípedes divulgava a Doutrina

• Não escondia sua nova religião: propagava-a na Zagaia uma vez por semana; atendia mediunicamente através de cirurgias e partos.

• Fundou o Centro Espírita Esperança e Caridade; implantou o culto diário das 9 horas.

• Fundou o Colégio Allan Kardec, primeiro colégio Espírita do Brasil, onde implantara o estudo do Evangelho e se dedicava à formação do caráter virtuoso do aluno.

• Debate com o padre Yague: “O Espiritismo é uma religião, uma filosofia e uma ciência. A religião é a faculdade ou o sentimento que nos leva a crer na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal. Ora, nenhuma religião proclama, melhor do que o espiritismo, a existência de Deus, nem melhor lhe reconhece o infinito das perfeições.”

(Bigheto. Eurípedes Barsanulfo: Um Educador de Vanguarda na Primeira República. p. 98)

• Quando diante de uma tocaia, cumprimenta seus algozes e segue para atender os necessitados.

“Aqueles que não precisam, absolutamente, lutar, já realizaram em si o progresso:

outrora lutaram e triunfaram. É por isso que os bons sentimentos não lhes custam esforço algum e suas ações lhes parecem muito simples: o bem tornou-se para eles um hábito...”

(O Livro dos Espíritos. Pergunta 894)

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“Eurípedes está inserido no contexto espiritual, no processo de educar as criaturas e demonstrar que esse processo é capaz de estimular e transformar os outros. À medida que você se transforma, se educa e adquire fé, tanto quanto possível, inabalável, você é capaz de multiplicar isso, como o próprio dito milagre dos pães..., o processo de que um pode estimular, de maneira positiva, os outros. Então, é aquela criatura que ao chegar a um ambiente onde muitos estão sofridos, chorosos, tristes, com a sua conversa, estímulo e positivismo, começa a tirar risos do triste, a sentir que o triste, o deprimido, o desanimado, o desiludido é capaz de reagir e se movimentar... À medida que cada um se educa, dentro dessa característica, e assume isso para si próprio, mesmo sem perceber ele começa a se transformar, porque agregam-se aqueles que são simpáticos e afins às suas ideias.”

(Dr. Hermann, pelo médium Luiz Carlos Dallarosa. Diretrizes para o 22o EESVOEB) O que observamos é que Eurípedes foi e continua sendo “um farol” para muitas

almas que se encontram mergulhadas no desânimo, na dor... Eurípedes Barsanulfo representou o que deve ser o movimento na casa espírita na

atualidade. Ele, com o auxílio do mundo espiritual e com as características do seu espírito,

mostrou o que, mais tarde, na casa espírita atual, através das suas tarefas e dos seus trabalhadores, é operacionalizado por muitas pessoas.

Quando não se tem um grande líder como Eurípedes Barsanulfo, cada um precisará ter a sua própria motivação. Necessitará aprender a movimentar os seus próprios interesses para buscar o aperfeiçoamento que a Doutrina Espírita nos ensina.

Como estamos divulgando a Doutrina Espírita?

Nesses 22 anos em contato com Eurípedes Barsanulfo, que atitudes estamos apresentando com os conhecimentos adquiridos através dos estudos, dos encontros, das viagens a Sacramento, das mensagens do plano espiritual, dos livros doutrinários...?

“Se você não pode ser a mensagem, seja pelo menos o carteiro.” (Joanna de Ângelis)

“Conhece-te a ti mesmo.”

“Não basta crer e saber, é necessário viver nossa crença, isto é, deixar penetrar, na prática quotidiana da vida, os princípios superiores que adotamos. É preciso habituar-nos à comunhão, pelo pensamento e pelo coração, com os espíritos eminentes que deles foram os reveladores; com todas as almas de elite que têm servido de guias para a Humanidade, viver com eles em uma intimidade diária, inspirar-nos em sua maneira de ver e sentir a influência deles, através desta percepção íntima que nossas relações com o mundo invisível desenvolvem.

Entre essas grandes almas, é bom escolher uma, como exemplo, a mais digna de nossa admiração e, em todas as circunstâncias difíceis, em todos os casos em que nossa consciência oscila entre dois partidos a tomar, perguntar-nos o que ela teria decidido e agir da mesma forma.

Assim, construir-nos-emos, pouco a pouco, de acordo com esse modelo, um ideal moral que se refletirá em todos os nossos atos. Todo homem, na humilde realidade de cada dia, pode modelar para si uma consciência sublime. A obra é lenta e difícil, mas, temos séculos para concluí-la.”

(Léon Denis. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 24)

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Em que fase estamos?

As fases: • Conhecimento • Reflexão • Interiorização • Vivência

“Não se pede aos trabalhadores da divulgação doutrinária a mesma ação grandiosa

que ele (Eurípedes) teve, mas pede-se a mesma seriedade com que ele a divulgava, pois era baseada numa certeza robusta de tudo o que ele aprendeu com a Doutrina Espírita.

Que possamos aprender com Eurípedes a seriedade no servir.” Victor

(Mensagem psicografada pelo médium Mário Coelho em 21/1/2012)

“A felicidade é como a pérola que se forma dentro da ostra: nasce nos embates de

cada dia no esforço da transformação no reino do sentimento. Portanto, mesmo com os problemas e dificuldades, não desanime ou interrompa

teus ideais de espiritualização. A seu tempo, perceberás um clarão reluzente na tua intimidade refletindo a riqueza e a sabedoria do Pai, que servirão para embelezar a vida e a fazer-te mensageiro da paz em ti mesmo. É a pérola da alegria definitiva.”

(Ermance Dufaux. Mereça Ser Feliz) Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?

“...A divulgação doutrinária, com vistas ao homem, objetiva, portanto, não só ensiná-lo, não só fazê-lo um divulgador, mas também proporcionar a ele os meios de ele se transformar, para que ele, transformado, realmente seja aquela criatura capaz de fazer alguma coisa pela Doutrina Espírita. Compreendeu bem isto, minha filha? Porque, veja bem, onde está a causa da maior parte dos fracassos dos trabalhadores da Doutrina Espírita? Se analisarmos bem, é porque não se transformam nos seus pontos nevrálgicos; ela pode até se transformar... Por exemplo — apenas exemplificando — o homem descrê da reencarnação e se transforma, passa a acreditar na reencarnação, mas continua mau. Então, o que adiantou ele crer na reencarnação? Ele tinha que ser bom. Há prioridades, portanto. Dentro da vida de cada um, a prioridade qual é? Cabe a você descobrir onde está, onde a Doutrina Espírita entra como elemento auxiliar.

É difícil? É difícil porque o homem não se detém a pensar em si... porque não pensa em si. ...o homem não analisa os seus pontos nevrálgicos. Ele precisa analisar os seus

pontos nevrálgicos; porque se ele analisar os seus pontos nevrálgicos, ele descobre o remédio na Doutrina Espírita... Então, essa divulgação, vocês entenderam, é uma necessidade da Casa, e o homem precisa dela fazer um meio do seu autoconhecimento, e se aprimorar para que ele, então, seja aquele grande divulgador.”

(Mensagem psicofônica pelo médium Altivo C. Pamphiro em 27/7/1990)

“Aquele, porém, que recebeu a semente em boa terra, é o que escuta a palavra,

que lhe presta atenção e ela frutifica, e rende cem, sessenta ou trinta por um.” (Mateus, 13:18 a 23)

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“Com Eurípedes, aprendemos que o divulgador da Doutrina Espírita deve ser aquele que realmente interioriza aquilo que divulga, fazendo luz dentro do próprio coração.”

Victor (Mensagem psicografada pelo médium Mário Coelho para o 22o EESVOEB)

“Assim, porfiai*, porfiai muito, acreditando que Deus, o Pai, há de proteger-vos, mas

certamente não tirará de vós nenhuma cota de responsabilidade. Sois espíritos treinados para esse envolvimento. Não se esqueçais disso.”

(Cairbar Schutel, 1998)

“Jesus é o espelho cristalino em que se reflete Deus, e Eurípedes o espelho cristalino em que se reflete Jesus.”

(Corina. O Homem e a Missão)

“Deveis todos consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração. Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus queridos filhos!”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 20)

“Quantos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo gerando ines-peradas resoluções.

Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?” (Emmanuel. Segue-me! Lição: As forças do amanhã)

“...Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo, vós sois os eleitos de Deus! Ide e pregai a

palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar vossos hábitos, vossos trabalhos e vossas ocupações fúteis para a sua propagação. Ide e pregai: os espíritos elevados estão convosco. Por certo falareis a pessoas que não querem ouvir a voz de Deus, pois essa voz, incessantemente, os faz lembrar da abnegação. Aos avarentos pregareis o desinteresse; aos dissolutos, a abstinência; aos tiranos domésticos, como aos déspotas, a mansidão. Palavras perdidas, eu o sei; mas que importa! É preciso que regueis com o vosso suor o terreno em que tendes de semear, porque ele não produzirá nem frutificará, a não ser com reiterados esforços da enxada e da charrua evangélica. Ide e pregai!

(...) Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que ele vos confiou; mas, atenção, porque muitos se transviaram entre os que foram chamados para o Espiritismo. Observai, portanto, o vosso caminho e procurai a verdade.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 20, item 4)

“Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.”

(Paulo, Efésios, 4:29)

                                                            * Porfiar – debater com ardor; fazer empenho; insistir. 

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ANEXOS

Casos: 1) Caso – A Força do Exemplo. Livro: Almas em Desfile. (Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelo Espírito Hilário Silva. FEB. 5a Edição. Lição 3, p. 24) 2) Caso – Josefino, grande orador espírita, estava se dirigindo com seu carro para o centro espírita onde faria a palestra da tarde.

Preparou-se muito: pesquisou o tema; anotou; relacionou com a prática; enfim, o tema estava didaticamente bem compreendido.

Mas Josefino era impetuoso, não agia e sim reagia. Como estava atrasado para a palestra, achou que todos estavam contra ele no trânsito. Esbravejava com todos! Nisso, um carro à sua frente acelerava sempre que ele tentava ultrapassá-lo. Ele, depois de várias tentativas, conseguiu fazer a ultrapassagem e xingou a motorista do outro carro, dona Mercedes, que olhou bem em seus olhos no momento da ultrapassagem.

Josefino chegou finalmente ao centro e foi para a tribuna. Quando levantou para iniciar a palestra, observou uma senhora se levantar, olhar para ele e sair do Centro.

Mais tarde soube, através de companheiros do centro, que dona Mercedes, a senhora que se levantou e foi embora, entrava pela primeira vez num centro espírita e comentou que se ele, Josefino, tinha atitudes rudes na rua, não poderia falar numa tribuna.

3) Caso – Tribuno Amargurado. Livro: Diário da Mediunidade. (Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Ramiro Gama. Editora Didier. 1a Edição. Lição 32)

Analisando o caso: Recém-liberto do corpo, um conhecido tribuno espírita não disfarçava o seu abatimento diante do fracassado propósito antigo de ter a religião na alma, independente de rotulagens.

Os motivos de seu abatimento:

• Falei mais do que fiz; • Esqueci-me de perseverar no caminho que apontava aos outros; • Por vezes, fico horas inteiras escutando o eco dos aplausos que sempre me saudavam

ao término de minhas conferências; • Personalismo; • Defendi pontos de vista pessoais; • Abracei equivocadas teorias doutrinárias; • Boa memória, mas o coração vazio de amor; • Fomentei muitas ilusões de ser mais do que sempre fui; • Humildade por fora... estimava a bajulação, a deferência com que era tratado; • Não coloquei a mediunidade, talentos que não aproveitei a benefício dos sofredores; • Perdi-me em reuniões particulares, nunca me fixando em centro espírita algum.

E conclui: • Ninguém, de fato, conhece o que não vivencia; • Há mais valor em calos nas mãos do que muitos versículos nos lábios; • Preciso esquecer o que fui; a fim de ser o que preciso ser; • As obras que deixei são sementes que plantei, nada mais. Se forem boas, com certeza

continuarão produzindo... caso contrário... O trator do tempo se encarregará de revolver a terra, deixando a gleba pronta para outras semeaduras;

• Tratem de fazer no bem o que os outros mandam, e não de mandar o que os outros fazem;

• Quero a religião na alma... estou cansado de rotulagens... • Há necessidade do compromisso com a fidelidade esclarecedora da Doutrina Espírita; • É preciso que o divulgador se apague para que somente o conteúdo se apresente, pois é

o intermediário, o facilitador para que as pessoas se aproximem das ideias doutrinárias.

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4) Caso – Numa repartição pública, onde trabalhavam diversos funcionários, Ana era espírita. Como ia ao centro com frequência, seu colega Marcos sempre fazia comentários “engra-çadinhos”: “Já vai para o terreiro, não é?...; Vai bater tambor...; Vai fazer o santo...”; etc. Não dava à Ana oportunidade para esclarecer os motivos de sua presença quase diária na casa espírita, qual seja: assistir palestras, cursos ou participar de alguma das atividades assistenciais oferecidas pela casa.

Marcos tinha um filho especial — Artur — que era seu grande amor. Um dia, vencendo enorme indecisão (pois tinha quase certeza de que Marcos iria responder com uma de suas gracinhas), Ana ofereceu-lhe o livro O Castelo das Aves Feridas, explicando que se tratava da narrativa das lutas e glórias vivenciadas por espíritos que, como Artur, eram considerados especiais.

Marcos recebeu o livro e realmente não deixou de fazer um comentário jocoso: “— Já sei..., isso deve ser coisa lá da tua religião...” Mas, para surpresa de Ana, Marcos não só leu o livro como se mostrou muito interessado em outras obras, que lhe foram imediatamente fornecidas. Lia todos os livros que Ana fazia chegar às suas mãos. Passou a chegar mais cedo, pois sabia que encontraria Ana sozinha e poderia tirar dúvidas sobre a leitura. As conversas eram sempre gratificantes e sobre os livros.

Não tardou muito e Marcos pediu para acompanhar Ana até “sua” casa espírita. Lá sentiu-se também em casa. Conheceu o serviço voltado para as crianças especiais. Aos poucos, convenceu a esposa, Fátima (evangélica), a levarem Artur para ser beneficiado pelo trabalho de evangelização.

Educadores de Espíritos

“Grandes feitos se preparam. Que se ergam os trabalhadores do

pensamento, se querem participar da missão oferecida por Deus a todos os que amam a Verdade e a ela servem.”

(Léon Denis. O Grande Enigma. Cap. 16) Que o amor único de Deus inspire todas as almas para o bem! Ouvimos falar da educação, como forma adequada para se conduzirem as almas que

precisam aprender e estimular-se para o progresso infinito. Os que participam do processo de envolvimento das criaturas no aprendizado são portadores de um mandato divino, embora as grandes dificuldades encontradas no homem de hoje.

Mas o que vem a ser, realmente, um mestre? Quem é aquele que ensina senão alguém que deveria preparar-se primeiramente, ou seja, estudar as condições do aprendizado depois a si mesmo, para, aí sim, exercer o sagrado mandato de explicar aos outros o que ele próprio alcançou.

Vemos, entretanto, na sociedade moderna, tão sobrecarregada de solicitações, ficar-se preocupado com a velocidade das coisas, criando-se núcleos de ensino, atabalhoados muitas vezes, com o objetivo de atender à grande sociedade em suas demandas. Observamos, por outro lado, que o homem continua necessitando de quem o ensine de forma ponderada, equilibrada, superior.

Diz-se que o ritmo frenético da sociedade pede igualmente o ritmo frenético por parte dos professores; mas a que isso conduz? Aonde chegará o homem que não aprende efetivamente as lições que lhe são oferecidas?

Pudéssemos dizer que as coisas fossem tão fáceis de se solucionar e bastaria acelerar-se a formação de um professor para se socorrerem os alunos. Entretanto, não é isso o que ocorre.

Igualmente no estudo do Evangelho de Jesus, tão grato aos trabalhos de uma casa espírita, principalmente junto aos jovens ou aos adultos, observamos, muitas vezes, que as pessoas dedicadas a essa função não se preocupam corretamente com meditação, com a análise profunda dos temas, de modo que possam transmitir, realmente, uma ideia calcada numa profunda visão do assunto, quando não numa aprofundada experiência.

Perquirir, meditar, concluir são fases de um único processo, o processo de educar. Ah! Meus irmãos, quando vemos criaturas preocupadas em falar de Evangelho como se nada estivessem sentindo, intimamente lhes dizemos: “Filho meu, antes de falar, pense, analise, sinta, medite”.

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Diz-se que a Doutrina Espírita, em verdade, não precisa de divulgadores: precisa de homens transformados. Não se pode, no entanto, ignorar o papel preponderante de quem fala; não se pode ignorar o papel de quem escreve; não se pode ignorar o papel de quem aparece nos veículos de difusão modernos, para falar de uma doutrina tão importante e tão bela como é a Doutrina Espírita. O nosso apelo-convite é para que todos nós entendamos o nosso papel na divulgação. Isto é tão importante, que o fazemos em nome de Jesus, em nome da Doutrina Espírita, e deve repercutir nos corações dos que se dedicam a essa tarefa. É uma respon-sabilidade falar em nome de Jesus, tanto quanto o é falar em nome da Doutrina Espírita.

Meus irmãos, longe de desanimá-los, desejo, ao contrário, estimulá-los, dizendo assim: “Orem, pensem, analisem, meditem, coloquem dentro dos seus corações aquilo de que

vocês irão falar. Serão realmente educadores, quando assim o fizerem. Homens que se dedicam à divulgação doutrinária, trabalhadores que falam aos espíritos

encarnados ou desencarnados, todos têm uma responsabilidade enorme nas mãos! Sobre seus espíritos pesa a responsabilidade maior de transmitir a ideia clara, límpida, superior, que é a Doutrina Espírita.

Muitos dos que aqui estão outrora fizeram da palavra o veículo da transformação das massas. Uns falaram de Deus; outros falaram de política; outros disseram verdades incompletas; outros apenas destruíram. Todos estão comprometidos com o ensino. Todos têm um compromisso com Jesus. E com a verdade.

Que essa verdade seja hoje a que conduza os homens para sua elevação e não mais para a destruição dos valores que eles já conseguiram amealhar ou ainda para a Descrença em Deus!”

Preocupem-se com a maneira como falam; preocupem-se em transmitir uma mensagem realmente cristã; preocupem-se com o futuro da Humanidade.

Outrora, quando falavam, não se importavam com o futuro dos homens: queriam apenas falar, dominar. Hoje, já não se faz mais isso! Hoje, todos trazem consigo a palavra de Jesus e o senso de responsabilidade que a Doutrina Espírita dá.

Por isso, já falamos livremente, abertamente, plenos de Jesus; porque trazemos a crença no Mestre Divino, alicerçada na Doutrina Espírita. Somos de Jesus, já que agora temos o pensamento clareado pela Doutrina Espírita!

Oh! Meus irmãos, certamente sentirão dentro de seus espíritos o reflexo da transformação; talvez um frêmito, como uma revolução interna, porque serão os velhos castelos, as velhas construções, que para nada mais servem, sendo destruídas pelas convicções de agora.

Que as antigas construções sejam eliminadas, portanto, dos corações dos que desejam dar os passos decisivos na direção do equilíbrio e da paz! Todos são chamados a servir, decididos, na direção do equilíbrio e da paz. Todos são chamados a servir, a falar, a pensar com Jesus e com a Doutrina Espírita.

Que este momento lhes seja sagrado, e que vocês sigam sempre com Deus! Jesus Cristo nos ampare e nos inspire com o seu amor!

Antonio de Aquino (Inspirações do Amor Único de Deus – Volume I. Psicofonia de Altivo C. Pamphiro)

O Incentivo Santo

Aberta a sessão de fraternidade em casa de Pedro, Tadeu clamou, irritado, contra as próprias fraquezas, asseverando perante o Mestre:

— Como ensinar a verdade se ainda me sinto inclinado à mentira? Com que títulos transmitir o bem, quando ainda me reconheço arraigado ao mal? Como exaltar a espiritualidade divina, se a animalidade grita mais alto em minha própria natureza?

O companheiro não formulava semelhantes perguntas por espírito de desespero ou desânimo, mas sim pela enorme paixão do bem que lhe tomava o íntimo, a observar pela inflexão de amargura com que sublinhava as palavras.

Entendendo-lhe a mágoa, Jesus falou, condescendente: — Um santo aprendiz da Lei, desses que se consagram fielmente à Verdade, chamado

pelo Senhor aos trabalhos da profecia entre os homens, mantinha-se na profissão de mercador de remédios, transportando ervas e xaropes curativos, da cidade para os campos, utilizando-se para isso de um jumento caprichoso e inconstante, quando, refletindo sobre os defeitos de que se via portador, passou a entristecer-se profundamente. Concluiu que não lhe cabia colaborar nas

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revelações do Céu, pelo estado de impureza íntima, e fez-se mudo. Atendia às obrigações de protetor dos doentes, mas recusava-se a instruir as criaturas, na Divina Palavra, não obstante as requisições do povo que já lhe conhecia os dotes de inteligência e inspiração.

Sentido, porém, que a Celeste Vontade o constrangia ao desempenho da tarefa e reparando que os seus conflitos mentais se tornavam cada vez mais esmagadores, certa noite, depois de abundantes lágrimas, suplicou esclarecimento ao Todo-Poderoso.

Sonhou, então, que um anjo vinha encontrá-lo em suas lides de mercador. Viu-se cavalgando o voluntarioso jumento, vergado ao peso de preciosa carga, em verdejante caminho, quando o emissário divino o interpelou, com bondade, em seguida às saudações habituais:

— Meu amigo, sabes quantos coices desferiu hoje este animal? — Muitíssimos — respondeu sem vacilação. — Quantas vezes terá mordido os companheiros de estrebaria? — prosseguiu o enviado,

sorridente — quantas vezes terá insultado o asseio de tua casa e orneado despropositadamente? E porque o discípulo aturdido não conseguisse responder, de pronto, o anjo considerou: — Entretanto, ele é um auxiliar precioso e deve ser conservado. Transporta medicamentos

que salvam muitos enfermos, distribuindo esperança, saúde e alegria. E fitando os olhos lúcidos no pregador desalentado, rematou: — Se este jumento, a

pretexto de ser rude e imperfeito, se negasse a cooperar contigo, que seria dos enfermos a esperarem confiantes em ti? Volta à missão luminosa que abandonaste, e, se te não é possível, por agora, servir a Nosso Pai Supremo na condição de um homem purificado, atende aos teus deveres, espalhando reconforto e bom ânimo, na posição do animal valioso e útil.

Nas bênçãos do serviço, serás mais facilmente encontrado pelos mensageiros de Deus, os quais, reconhecendo-te a boa vontade nas realizações do amor, se compadecerão de ti, ampa-rando-te a natureza e aprimorando-a, tanto quanto domesticas e valorizas o teu rústico, mas prestimoso auxiliar!

Nesse instante, o pregador viu-se novamente no corpo, acordado, e agora feliz em razão da resposta do Alto, que lhe reajustaria a errada conduta.

Surgindo o silêncio, o discípulo agradeceu ao Mestre com um olhar. E Jesus, transcorridos alguns minutos de manifesta consolação no semblante de todos, concluiu:

— O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição. Através dele, a alma de um criminoso pode emergir para o Céu, à maneira do lírio que desabrocha para a luz, de raízes ainda presas no charco.

Em seguida, o Mestre pôs-se a contemplar as estrelas que faiscavam, dentro da noite, enquanto Tadeu, comovido, se aproximava, de manso, para beijar-lhe as mãos com doçura reverente.

(Neio Lúcio. Jesus no Lar. Lição 41. Psicografia de Francisco Cândido Xavier)

Doutrina Espírita

Toda crença é respeitável. No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negues fidelidade. Toda religião é sublime. No entanto, só a Doutrina Espírita consegue explicar-te os fenômenos mediúnicos em que

toda religião se baseia. Toda religião é santa nas intenções. No entanto, só a Doutrina Espírita pode guiar-te na solução dos problemas do destino e da

dor. Toda religião auxilia. No entanto, só a Doutrina Espírita é capaz de exonerar-te do pavor ilusório do inferno, que

apenas subsiste na consciência culpada. Toda religião é conforto na morte. No entanto, só a Doutrina Espírita é suscetível de descerrar a continuidade da vida, além

do sepulcro. Toda religião apregoa o bem como preço do paraíso aos seus profitentes. No entanto, só a Doutrina Espírita estabelece a caridade incondicional como simples dever.

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Toda religião exorciza os espíritos infelizes. No entanto, só a Doutrina Espírita se dispõe a abraçá-los, como a doentes, neles

reconhecendo as próprias criaturas humanas desencarnadas, em outras faixas de evolução. Toda religião educa sempre. No entanto, só a Doutrina Espírita é aquela em que se permite o livre exame, com o

sentimento livre de compressões dogmáticas, para que a fé contemple a razão, face a face. Toda religião fala de penas e recompensas. No entanto, só a Doutrina Espírita elucida que todos colheremos conforme a plantação que

tenhamos lançado à vida, sem qualquer privilégio na Justiça Divina. Toda religião erguida em princípios nobres, mesmo as que vigem nos outros continentes,

embora nos pareçam estranhas, guardam a essência cristã. No entanto, só a Doutrina Espírita nos oferece a chave precisa para a verdadeira

interpretação do Evangelho. Porque a Doutrina Espírita é, em si, a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja

ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

“Espírita” deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda. “Espírita” deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências. “Espírita” deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates

contigo mesmo. “Espírita” deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, por isso, te faltem

as passageiras subvenções e honrarias terrestres. Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos. Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá

em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas. (Emmanuel. Religião dos Espíritos. Capítulo 80)

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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