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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS Prof. Paulo Henrique Ribas Sentença - Conceito (art. 162, §1°, CPC): Ato do juiz que implica em qualquer das hipóteses previstas nos artigos 267 e 269 do CPC. - Classificação: Quanto à resolução do mérito: Terminativa: sem resolução do mérito (267, CPC) (!) sentença terminativa: juiz decidirá em forma concisa. Extintiva: com resolução do mérito (269, CPC) Quanto à tutela jurisdicional conferida: Declaratória Constitutiva Condenatória Mandamental Executiva lato sensu - Requisitos: Relatório: resumo do andamento processual. Fundamentos: análise das questões de fato e de direito. Dispositivo: julgará os pedidos formulados. - Vícios intrínsecos: - Sentença ilíquida: quando o autor tiver formulado pedido certo e determinado (art. 459, parágrafo único, CPC); nas ações pelo procedimento sumário de ressarcimento de dano e cobrança de seguro decorrentes de acidente de veículos (art. 475-A, §3º, CPC); bem como no Juizado Especial (art. 38, parágrafo único, Lei 9.099/95). (!) Súmula 318 STJ. - Sentença extra, ultra e citra petita. (!) Princípio da adstrição (correlação – correspondência – congruência) - Esse princípio limita o juiz na hora de proferir a sentença. - O juiz está limitado aos fatos e ao pedido do autor: não pode nem dar mais (ultra petita) e nem diferente do que o autor pediu (extra petita). Ainda não pode o juiz deixar de julgar algum pedido (citra petita). - O juiz não está adstrito aos fundamentos jurídicos elencados pelas partes. - Sentença deve ser certa, ainda que decida relação jurídica condicional. - Fato superveniente: Mitigação ao princípio da estabilidade da demanda (art. 462, CPC).

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SENTENA

Ncleo Preparatrio Para Concursos

Prof. Paulo Henrique Ribas

Sentena

- Conceito (art. 162, 1, CPC):

Ato do juiz que implica em qualquer das hipteses previstas nos artigos 267 e 269 do CPC.- Classificao:Quanto resoluo do mrito:

Terminativa: sem resoluo do mrito (267, CPC)

(!) sentena terminativa: juiz decidir em forma concisa.

Extintiva: com resoluo do mrito (269, CPC)

Quanto tutela jurisdicional conferida:

Declaratria

Constitutiva

Condenatria

MandamentalExecutiva lato sensu- Requisitos:

Relatrio: resumo do andamento processual.

Fundamentos: anlise das questes de fato e de direito.

Dispositivo: julgar os pedidos formulados.

- Vcios intrnsecos:

- Sentena ilquida: quando o autor tiver formulado pedido certo e determinado (art. 459, pargrafo nico, CPC); nas aes pelo procedimento sumrio de ressarcimento de dano e cobrana de seguro decorrentes de acidente de veculos (art. 475-A, 3, CPC); bem como no Juizado Especial (art. 38, pargrafo nico, Lei 9.099/95).

(!) Smula 318 STJ.

- Sentena extra, ultra e citra petita. (!) Princpio da adstrio (correlao correspondncia congruncia)

- Esse princpio limita o juiz na hora de proferir a sentena.

- O juiz est limitado aos fatos e ao pedido do autor: no pode nem dar mais (ultra petita) e nem diferente do que o autor pediu (extra petita). Ainda no pode o juiz deixar de julgar algum pedido (citra petita).

- O juiz no est adstrito aos fundamentos jurdicos elencados pelas partes.

- Sentena deve ser certa, ainda que decida relao jurdica condicional.

- Fato superveniente:Mitigao ao princpio da estabilidade da demanda (art. 462, CPC).

- Modificao da sentena pelo juiz aps publicada:

- corrigir inexatides materiais ou erros de clculo; de ofcio ou a requerimento das partes (art. 463, I, CPC);

- por meio de embargos de declarao (art. 463, II, CPC);

(!) - juzo de retratao (arts. 285-A e 296, CPC).

(!) - determinao do cumprimento equivalente ou converso em perdas e danos, no sendo possvel o cumprimento especfico das obrigaes de fazer, no-fazer ou entrega de coisa.- Obrigao de Fazer, de No-Fazer e de Dar:- Tutela especfica ou obteno do resultado prtico equivalente; e, se o autor requerer ou sendo impossvel a aplicao das hipteses anteriores, a condenao do devedor em perdas e danos (sem prejuzo da multa).- Possibilidade de concesso de liminar, a qual poder se revogada ou modificada a qualquer tempo.

- Multa diria e outras medidas de apoio, visando ao cumprimento especfico da obrigao, podendo ser impostas de ofcio.

Coisa julgada

- Coisa julgada formal a qualidade que reveste a sentena, a qual no mais pode ser impugnada no processo em que foi proferida.- Coisa julgada material a qualidade que reveste a sentena, a qual no mais est sujeita a recurso, tornando-se imutvel e indiscutvel.(!) sentenas terminativas; de jurisdio voluntria; e proferidas em processos cautelares.

- Limites objetivos da coisa julgada: os motivos; a verdade dos fatos e a apreciao da questo prejudicial decidida incidentemente no processo no fazem coisa julgada. (!) ao declaratria incidental.

- Limites subjetivos da coisa julgada: no prejudica, nem beneficia terceiros.

- Eficcia preclusiva da coisa julgada: arts. 473 e 474, CPC.- Duplo grau de jurisdio: art. 475, CPC. (reexame obrigatrio das sentenas proferidas contra a Fazenda Pblica e que julgar procedentes os embargos execuo de dvida ativa). (!) remessa independente de recurso.

(!) no incide sobre valor certo no excedente a a 60 (sessenta) salrios mnimos; no caso de procedncia dos embargos do devedor na execuo de dvida ativa do mesmo valor; bem como quando a sentena estiver fundada em jurisprudncia do plenrio do Supremo Tribunal Federal ou em smula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. Liquidao de sentena

- Finalidade: aperfeioamento do ttulo executivo judicial.

- Se a sentena for ilquida e ocorrer o trnsito em julgado, ser necessria a liquidao da sentena (arts. 475-A 475-H, CPC):

- Parte intimada, por meio de seu advogado, do requerimento de liquidao.

- Espcies:i) clculo(!) credor instrui o pedido com a memria discriminada e atualizada do clculo. (possibilidade de requisio ao devedor ou a terceiro de informaes, bem como de auxlio do contador do juzo).

ii) arbitramento

(!) cabimento quando determinado pela sentena ou convencionado pelas partes; ou quando o exigir a natureza do objeto da liquidao.

(!) juiz nomeia perito e fixa prazo para entrega do laudo.

iii) artigos

(!) cabimento quando, para determinar o valor da condenao, houver necessidade de alegar e provar fato novo; observando, no que couber, o procedimento comum.

- Possibilidade de liquidao provisria.

- Liquidao deve respeitar a coisa julgada.

- Da deciso sobre a liquidao de sentena, cabe agravo de instrumento.

- (!) Smula 344 STJ: A liquidao por forma diversa da estabelecida na sentena no ofende a coisa julgada.Cumprimento da sentena

- Sentena pode estipular uma obrigao de fazer, no fazer, entregar (arts. 461 e 461-A, CPC) ou pagar quantia certa (art. 475-J, CPC).

- Ttulos executivos judiciais: art. 475-N, CPC.

- Possibilidade de cumprimento de sentena parcial.

- Indenizao por ato ilcito incluir prestao de alimentos e constituio de capital: renda assecuratria do valor mensal da penso.

(!) Rebus sic stantibus.- Prazo de seis meses para requerer o cumprimento, sob pena de arquivamento dos autos.- Aplicao subsidiria das normas que regem a execuo de ttulo extrajudicial.Multa e Intimao para pagar

- Pagamento em 15 dias, sob pena de multa de 10%:

a) com o pagamento, extingue-se a execuo.

b) com o pagamento parcial, a multa incidir sobre a parcela restante (475-J, 4);

c) com o no-pagamento, h incidncia da multa e expedio do mandado de penhora e avaliao (art. 475-J, CPC), com a possibilidade de o exequente indicar bens do executado. Se no houver bens, h suspenso da execuo.

(!) Com o trnsito em julgado ou com a intimao do devedor inicia-se o prazo de 15 dias para pagamento?

(!) Possibilidade de intimao do devedor por intermdio de seu advogado?

- A penhora recai sobre os bens presentes e futuros, no recaindo sobre os bens impenhorveis.Impugnao

- Instituto substituto dos embargos execuo de ttulo judicial.

- Prazo de 15 dias contados da juntada aos autos da intimao da penhora.

- Contedo restrito de impugnao (art. 475-L, CPC).

- Quando o devedor, na impugnao, alegar excesso de execuo, dever de imediato dizer qual o valor considera devido. Se no o fizer, o juiz poder liminarmente rejeitar a impugnao.

- A impugnao no tem efeito suspensivo automtico, devendo ser requerido mediante comprovao do fumus boni iuris e periculum in mora.

- Se deferido o efeito suspensivo, a impugnao segue no corpo dos prprios autos. Se indeferido o efeito suspensivo, o juiz determina o desentranhamento da impugnao dos autos de execuo, a qual correr em separado, pois a execuo tambm prosseguir.

- Poder o credor continuar a execuo mesmo que deferido o efeito suspensivo, desde que preste cauo idnea.

- A deciso na impugnao pode ocorrer de duas formas:

a) Se acolhe a impugnao e extingue a execuo, caber apelao.

b) Se no acolhe a impugnao, caber agravo de instrumento.

Execuo Provisria

- Art. 475, I, 1, CPC: quando se trata de execuo sub-judice (recurso somente com efeito devolutivo).

- Na execuo provisria tambm necessrio o requerimento simples de cumprimento, instrudo com cpias das peas arroladas no art. 475-O, 3, CPC.- A execuo provisria faz-se do mesmo modo da definitiva, observando os critrios elencados no artigo 475-O.- Desnecessidade da carta de sentena e responsabilidade do advogado pela juntada dos documentos do artigo 475-O, 3, CPC.

- Se a sentena for reformada, o exequente dever reparar os danos ao executado.

- Os prejuzos podem ser liquidados dentro dos prprios autos, no sendo necessria a propositura de ao autnoma de indenizao.

- Diante do no pagamento na execuo provisria, promover-se- a penhora (possibilidade de penhora on line). Admite-se a venda do bem penhorado ou o levantamento do dinheiro da penhora, desde que haja cauo do exequente.

- Dispensa de cauo (art. 475-O, 2, CPC)

1 - Decorrente de crdito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilcito;

Crdito limitado a 60 vezes o valor do salrio mnimo;

Comprovar situao de necessidade.

2 - Quando o caso estiver pendente de agravo de instrumento para fazer subir o REsp e o RE, salvo se a dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difcil ou incerta reparao.Competncia

Art. 475-P:

i) os tribunais, nas causas de sua competncia originria;

ii) o juzo que processou a causa no primeiro grau de jurisdio (neste caso, o exequente poder optar pelo juzo do local onde se encontram bens sujeitos expropriao ou pelo do atual domiclio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo ser solicitada ao juzo de origem);

iii) o juzo cvel competente, quando se tratar de sentena penal condenatria, de sentena arbitral ou de sentena estrangeira.Ao rescisriaCabimento (art. 485, caput, CPC)

- Sentena de mrito.

- Acrdo de mrito.

- No cabe no Juizado Especial; em processos de jurisdio voluntria; em sentena proferida em processo cautelar - (!) salvo se for de reconhecimento de prescrio ou decadncia - ; em sentena na ADIN, ADCON, ADPF.(!) 267, V, CPC?- Exigncia do trnsito em julgado.

- Desnecessidade de esgotamento das vias recursais.

Prazo:

Decadencial de 2 anos.

Juzo rescindendo e juzo rescisrio

Vcios de rescindibilidade:

- prevaricao (319, CP), concusso (316, CP), corrupo (317, CP) do juiz (485, I, CPC)

(!) juiz corrupto em acrdo.

- juiz impedido ou absolutamente incompetente (485, II, CPC).

- dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de coluso entre as partes, a fim de fraudar a lei (485, III, CPC).

(!) dolo do advogado ou do representante legal da parte.

- deciso ofender a coisa julgada (485, IV, CPC).

- deciso violar literal disposio de lei (485, V, CPC).

(!) Smula 343 STF.

- deciso se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na prpria ao rescisria (485, VI, CPC).

- depois da sentena, o autor obtiver documento novo, cuja existncia ignorava, ou de que no pde fazer uso, capaz, por si s, de Ihe assegurar pronunciamento favorvel (485, VII, CPC).

- houver fundamento para invalidar confisso, desistncia ou transao, em que se baseou a sentena (485, VIII, CPC).

(!) desistncia ou renncia?

- deciso fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa (485, IX e 1 e 2 CPC).

(!) requisitos para procedncia da rescisria fundada em erro de fato: i) o erro de fato tem de ser fundamento nico da deciso; ii) prova de que houve erro de fato mediante o simples exame do processo no qual foi proferida a deciso, sem necessidade de nova instruo probatria e iii) inexistncia de controvrsia a respeito do fato.

Legitimidade ativa

- partes/sucessores

(!) rescisria baseada em vcio de confisso pode ser proposta pelos sucessores?

- terceiro prejudicado

- Ministrio Pblico (enquanto parte; quando deveria ter participado como fiscal da lei; quando houver coluso das partes)

Competncia

- Julgada por Tribunal

- Desconstituir sentena: Tribunal de Justia ou no Tribunal Regional Federal

- Desconstituir acrdo:

- sem interposio de Resp ou RE: prprio Tribunal a quo

- com interposio de Resp ou RE: depende do conhecimento do recurso. Se houve o conhecimento do Tribunal ad quem. Se no foi conhecido do Tribunal a quo.

Procedimento

Petio inicial

(!) Atentar para o pedido de resciso e o pedido de novo julgamento.

(!) Possibilidade de medidas urgentes.Valor da causa

(!) pode no coincidir com o valor da causa na ao originria.

(!) cauo ao juzo de 5% sobre o valor da causa quando da proposio da rescisria

(!) A Unio, o Estado, o Municpio, o Ministrio Pblico e o beneficirio da assistncia judiciria esto dispensados desse depsito.

(!) Se houver rejeio unnime da ao rescisria, esse valor ser entregue ao ru, sem prejuzo da condenao em verba sucumbencial.

Documentos indispensveis propositura

- deciso rescindenda

- cpia da certido de trnsito em julgado

Citao do ru

(!) Prazo varivel de resposta (entre 15 e 30 dias).

Necessidade de instruo probatria

Carta de ordem

Manifestaes finais

Autor, ru e Ministrio Pblico como fiscal da lei (nessa ordem, por escrito e num prazo de 10 dias).

Julgamento

- Se improcedente a deciso ser declaratria negativa.

- Se procedente:

- no juzo rescindendo, a natureza sempre ser constitutiva negativa ou desconstitutiva.

- no juzo rescisrio:

- improcedente: deciso ser declaratria negativa

- procedente: deciso ser da natureza do pedido (condenatrio, constitutivo, declaratrio...)