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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER Curso de Comunicação Social – Jornalismo JENNIFER LETICIA AMARAL PULCINELLI OS SITES DE REDES SOCIAIS NA IMPRENSA: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO EM REPORTAGENS DAS REVISTAS VEJA, ÉPOCA E ISTOÉ.

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CENTRO UNIVERSITRIO POSITIVO UNICENP

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CENTRO UNIVERSITRIO INTERNACIONAL UNINTERCurso de Comunicao Social JornalismoJENNIFER LETICIA AMARAL PULCINELLIOS SITES DE REDES SOCIAIS NA IMPRENSA:

UMA ANLISE DE CONTEDO EM REPORTAGENS DAS REVISTAS VEJA, POCA E ISTO.CURITIBA

2014JENNIFER LETICIA AMARAL PULCINELLIOS SITES DE REDES SOCIAIS NA IMPRENSA:

UMA ANLISE DE CONTEDO EM REPORTAGENS DAS REVISTAS VEJA, POCA E ISTO.Trabalho de Concluso de Curso apresentado como requisito parcial para obteno do grau de bacharel em Comunicao Social com Habilitao em Jornalismo ao Centro Universitrio Internacional UNINTER.

Orientadora: Prof. Msa. Alessandra Lemos.CURITIBA

2014DEDICATRIAAGRADECIMENTO

Conhecendo a Deus e fazendo o conhecido,

a maior ideia de comunicar.

Jocum - PR

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar o contedo de reportagens selecionadas entre agosto de 2013 fevereiro de 2014 que tenham como tema sites de redes sociais, para entender como as revistas Veja, Isto e poca se manifestam sobre os sites de redes sociais em suas reportagens. Nesse sentido, o trabalho composto por duas partes: Sendo a primeira, pesquisa bibliogrfica, para maior compreenso dos conceitos de comunicao mediada por computador, cibercultura, sites de redes sociais e algumas consideraes sobre jornalismo de revista. A segunda etapa a analise das reportagens das revistas Veja, poca e Isto que tenham como tema sites de redes sociais e interpretao dos seguintes: as redes sociais mais citadas; as palavras utilizadas para se referir ao usurio; termos de apontam as interaes comunicativas via SRS; termos utilizados para identificar o ambiente virtual; os pases mais citados; os termos mais abordados e o meio de acesso ao SRS. Entre os principais autores que fundamentaram este trabalho esto Manuel Castells, Raquel Recuero, Lcia Santaella, Andr Lemos, Pierre Lvy, Alex Primo, Antnio Carlos Gil, Nelson Traquina, Marilia Scalzo, Felipe Pena, Mauro Wolf, Milton Santos entre outros.PALAVRAS-CHAVE: Cibercultura; Redes Sociais; Revista; Comunicao Mediada; Reportagens. LISTA DE GRFICOSGrfico 1 19

Grfico 2 20

Grfico 3 21Grfico 4 19

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Grfico 6 21Grfico 7 19

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SUMRIO

1 INTRODUO92 PERSPECTIVA TERICA SOBRE SITE DE CIBERCULTURA, REDES SOCIAIS E COMUNICAO MEDIADA POR COMPUTADOR112.1 INTERAO X INTERATIVIDADE122.2.INTERAO MTUA E REATIVA132.3 CIBERCULTURA142.3.1 Leis fundadoras da cibercultura162.4 CONCEITOS DE REDES SOCIAIS182.4.1Redes sociais na internet202.4.2 Atores e conexes202.5 SITES DE REDES SOCIAIS (SRS)222.5.1 Persona produtor e Persona leitor232.5.2 Valores de capital social242.6 Facebook262.6.1 Facebook no Brasil282.7 Twitter282.8 Instagram292.9 Whatsapp303 DEBATE SOBRE SITES DE REDES SOCIAIS E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE324 ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE JORNALISMO DE REVISTA E CRITRIOS DE PRODUO DE CONTEDO JORNALSTICO354.1 Notcia e critrios de noticiabilidade354.2 Jornalismo de revista374.2 .1 A revista como formadora de opinio375 ANLISE DE CONTEDO DE REPORTAGENS DA REVISTA VEJA, ISTO E POCA SOBRE SITES DE REDES SOCIAIS 415.1 Revista Veja435.2 Revista poca485.3 Revista Isto526 DISCUSSO DOS RESULTADOS577 CONSIDERAES FINAIS598 ANEXOS60

9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS61

1 INTRODUO

De acordo com Renn Frana (2013 p. 93), as revistas no so apenas produes grficas e textuais dotadas de significados implcitos ou explcitos, mas tambm representaes que possibilitam a leitura da realidade especfica da sociedade. Elas permitem aos sujeitos um vislumbre daquilo que esta acontecendo, fornecem informaes que vo se atualizando e se misturando no apenas com os outros meios de comunicao, mas tambm com outras revistas. Afirmando ento, que o jornalismo de revista esta intimamente ligada s expectativas dos leitores.Atualmente o fcil acesso a internet atravs de diversos dispositivos e os seus benefcios para a realizao de tarefas dirias, tem permitido que as redes sociais conquistem cada vez mais espao na rotina da sociedade. Esse aprimoramento dos meios de comunicao tm causado mudanas significativas no modelo estrutural da sociedade, tornando-se necessria a avaliao sobre algumas atitudes cotidianas especficas e relevantes dos meios de comunicao impresso.A questo que motiva a realizao deste trabalho e, portanto, o problema de pesquisa : como as principais revistas impressas brasileiras se manifestam em relao s interaes ocorridas nos sites de redes sociais em suas reportagens?

Uma das hipteses que as revistas impressas se importam em publicar sobre as interaes ocorridas nos ambientes dos sites de redes sociais de acordo com o interesse do pblico; e as outras hipteses so que as revistas geralmente utilizam os mesmos termos para se referir ao usurio, as interaes comunicativas e para identificar o ambiente virtual. Outra hiptese que norteia esse trabalho so os acontecimentos das movimentaes sociais on line e off line que definem a pauta do jornalismo de revista como: os assuntos mais abordados e o meio de acesso aos sites de redes sociais.

Diante dessa realidade onde a utilizao das redes sociais cada vez mais constante, com inmeros recursos disponveis e interaes variadas abrangendo diversas reas sociais se achou pertinente a realizao desta pesquisa para entender como as interaes on line influencia o meio de comunicao impresso.

O objetivo geral deste trabalho analisar o contedo de reportagens selecionadas nas revistas Veja, poca e Isto do perodo de Agosto de 2013 Fevereiro de 2014 que tenham como tema sites de redes sociais. Para o desdobramento desse objetivo, foi utilizado o mtodo de anlise de contedo de Bardin (2009), que dividido em: 1. Pr anlise; 2. Explorao do material, e 3. Tratamento dos resultados (a interferncia e a interpretao).

O trabalho est dividido em sete captulos com a introduo. No segundo apresentada as perspectivas tericas sobre Cibercultura, sites de redes sociais e comunicao mediada por computador, alm disso, cita a diferena entre interao e interatividade, em que o termo utilizado para se referir as trocas comunicacionais que ocorrem na web ser: interatividade. Ainda neste captulo so descritos os dois tipos de interaes de acordo com a percepo de Primo, as mtuas e reativas.

Atravs do seu contexto histrico so descritas suas funes, as leis fundadoras Lemos (2005) e suas inmeras maneiras e formas que permitem a comunicao entre indivduos e com o mundo. Essas interaes atravs das redes sociais so apresentadas por meio do seu conceito sociolgico e sua estrutura dentro da internet na qual constitui os laos sociais, atravs dos ns ou (nodos) e conexes que representam o processo comunicacional, abordaremos tambm os sites de redes sociais (SRS) e suas caractersticas, descrevendo sua estrutura , funes e influncia no contexto social. No terceiro captulo ocorre um debate sobre sites de redes sociais e seu impacto na sociedade e a viso de aldeia global pela teoria de Milton Santos. No quarto so apresentadas algumas consideraes sobre jornalismo de revista e critrio de produo de contedo jornalstico como: notcia, critrios de noticiabilidade e jornalismo de revista.

O quinto captulo apresenta a metodologia de pesquisa que consiste em um mtodo de natureza mista qualitativo/quantitativo, atravs das analise de contedo de reportagem das revistas de contedo diversificado que contm reportagens sobre redes sociais na internet e com a elaborao de grficos apresentamos no sexto captulo a discusso dos resultados. Por fim, o stimo captulo encerra com as consideraes finais.2 PERSPECTIVA TERICA SOBRE SITE DE CIBERCULTURA, REDES SOCIAIS E COMUNICAO MEDIADA POR COMPUTADOR

PARAGRFO DE INTRODUOA comunicao mediada por computador tem como caracterstica abordar de modo preciso seus objetivos e processos onde os meios digitais abriram novas formas de comunicao com caractersticas prprias.

Atravs da comunicao entre os atores que so criadas as impresses construdas e percebidas. No entanto, a interao com a mquina tambm faz parte desta construo e reconhecimento de identidade.

Vivemos na era digital em que a vida praticamente acontece em volta de um computador ligado a rede internet, por isso abordaremos a formao da CMC (comunicao global mediada por computadores) que ocorreu nos EUA no incio dos anos 90, e que alguns anos depois se difundiu para o resto do mundo.

De acordo com Manuel Castells (1999), a internet a espinha dorsal da CMC: a rede que liga a maior parte das redes. Ela o meio de comunicao que alcanou maior nmero de pessoas em menor tempo.

O processo da formao e difuso da Internet e das redes de CMC a ela ligadas nos ltimos 25 anos moldou de forma definitiva a estrutura do novo veculo de comunicao da arquitetura da rede, na cultura de seus usurios e nos padres reais de comunicao. (CASTELLS, 1999, p. 441)

A CMC ganhou fora com o surgimento da internet, que moldou a estrutura de redes ampliando o acesso pblico possibilitando aberturas para produes e manifestaes, fazendo com que o modelo de comunicao de massa perdesse parte do seu efeito.

O modelo tradicional da comunicao de massa, baseado na transmisso de um nmero restrito de mensagens para um pblico considerado homogneo composto por indivduos indistintos, est perdendo espao para um novo sistema com diferentes padres de produo, distribuio e consumo de informao e produtos culturais diversos. (ANTUNES, 2011, p. 1)

Os frequentes e contnuos avanos da tecnologia digital, chamada web 2.0, que o conceito de uma srie de termos satlites (SILVA, 2008, p. 29). um software social, com arquitetura de participao e contedos gerados pelos prprios internautas. (COBO ROMAN & PARDO KUKLINSKI, 2007, p.15) estrutura que tm provocado grandes mudanas nos sistemas comunicacionais e sociais.

A revoluo digital formou uma sociedade interativa, facilitando a circulao das informaes, moldando um novo jeito das pessoas se comportarem.

Mas Lcia Santaella esclarece que;

[...] No devemos cair no equvoco de julgar que as transformaes culturais so devidas apenas ao advento de novas tecnologias e novos meios de comunicao e cultura. So isto som, os tipos de signos que circulam nesses meios, os tipos de mensagens e processos de comunicao que neles se engendram os verdadeiros responsveis no s por moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, mas tambm por propiciar o surgimento de novos ambientes socioculturais. (SANTAELLA, 2003, p.24)

2.1 INTERAO X INTERATIVIDADE

Na CMC comum a utilizao das palavras interao e interatividade e para explicar a diferena entre elas Jensen afirma que, com respeito media (sic), interatividade desenvolveu-se como um derivado de interao sugerindo uma analogia entre trocas tipo humano-humano e humano-mquina. (JENSEN,1999, p.5 apud SEP, 2006, p.4).Ennes Ferreira (1999, p.1123 apud SEP, 2006 p. 10), define interao como ao que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, ou duas ou mais pessoas.

No entanto, Panos Kiousis (2002, p. 370 apud SEP, 2006, p.6 ), compreendendo a facilidade da confuso entre os termos, define o conceito de interatividade da seguinte forma;

Interatividade pode ser definida como o grau com que uma tecnologia de comunicao pode criar um ambiente mediado no qual os participantes podem comunicar-se (um com um, um com muitos, muitos com muitos),tanto sincronicamente quanto assincronicamente, e participar em trocas recprocas de mensagens (dependncia de terceira ordem). Com respeito aos usurios humanos, adicionalmente a interatividade se refere a sua habilidade para perceber (itlico do autor) sua experincia como uma simulao de comunicao interpessoal e aumentar sua conscincia de telepresena.

Para Cladia Sep (2006 p.6) [...] vale ressaltar que a comunicao mediada um atributo central para Kiousis, visto que ele entende que a interatividade mais fortemente ancorada na noo de interao via media. Ou seja, para ele se a interao no acontecer por intermdio de um meio no h interatividade. De modo que para Jesen (1998, p. 200) um dos autores que Kiousis toma como referncia apresenta o conceito de interatividade como uma medida de uma habilidade potencial de um media para permitir ao usurio exercer uma influncia sobre o contedo e/ou forma da comunicao mediada.

Para este trabalho o termo interatividade ir se referir as trocas comunicacionais que ocorrem na web, porm Primo no nomeia nem diferencia interao de interatividade como trocas comunicacionais no ciberespao.

2.2 INTERAO MTUA E REATIVA

De acordo com Alex Primo (2008, p.39), interao deve ser entendida como a ao entre os participantes do encontro e no deve ser vista como uma caracterstica do meio, mas um processo que construdo pelos interagentes.

Segundo Primo o professor e produtor multimdia Bairon (1995, p. 16) define: Por interativo podemos entender todo sistema de computao onde se manifesta um dilogo entre o usurio e a mquina. (apud PRIMO, 2005, p. 9).As interaes mtuas e reativas so os dois tipos de interaes mediadas por computador propostas por Primo (2005, p. 14 - 16). Na primeira ele destaca que a relao entre os participantes define-se no tempo em que as coisas acontecem ao interagirem, um modifica o outro e esse relacionamento influencia recursivamente o comportamento de ambos. J as interaes reativas percorrem caminhos previsveis, pois estabelecem condies iniciais que se forem ultrapassadas, o sistema interativo pode ser interrompido. No entanto, pode ocorrer o que ele chama de multi-interao onde em muitos casos pode se estabelecer interaes reativas e mtuas ao mesmo tempo.

Por exemplo, em uma situao presencial uma interao com outra pessoa pode se dar atravs da fala, de gestos, perfumes, etc. Alm disso, cada um interage com seu contexto e intrapessoalmente. J em um chat, ao mesmo tempo em que se conversa com outra pessoa tambm se interage com a interface do software e tambm com o mouse, com o teclado. (PRIMO, 2005, p. 16).

Tnia Limeira (2003, p. 55-56), destaca sete mudanas trazidas nas formas comunicacionais ocorridas pela comunicao mediada na Cibercultura:

a) a comunicao se altera do tradicional um-para-todos, e ressurge de muitos para muitos; b) as informaes e os contedos so transmitidos por meio de um ambiente mediador, onde a vivncia simultnea entre produtores e consumidores; c) a interatividade ocorre de duas maneiras: a interatividade com o meio onde os internautas participam, modificando a forma e o contedo em tempo real; e a interatividade atravs do meio em que a comunicao interpessoal e em tempo real; d) o internauta interage simultaneamente em dois ambientes: o real e o virtual; e) o internauta decide a forma de navegao e seleciona os caminhos que vai seguir; f) o ambiente web no uma simulao, uma alternativa a ela, chamado de mundo virtual, onde os internautas vivenciam experincias, como fazer compras on-line; g) os internautas necessitam adquirir habilidades para interagir com os desafios do ambiente da web.Neste caso, a interatividade pode acontecer por intermdio do meio ou da interatividade com o meio. (SPRANDEL, 2009, p.6). Em que Limeira (2003, p.56) conclui que primeiro a relao entre as pessoas ocorre primeiro pela comunicao que atua como um condutor de mensagens, e o segundo a possibilidade dos internautas modificarem a forma e contedo do ambiente mediador em tempo real.2.3 CIBERCULTURA

Na sociedade contempornea as evolues dos meios de comunicao, em se tratando das mdias digitais, tm sido muito rpidas. A cada ano surgem novas tecnologias que permitem estarmos conectados o tempo todo e em qualquer lugar.

Segundo a pesquisadora Adriana de Souza e Silva (2006, p. 30) Hiroshi Ishii, do Tangible Media do MIT Media Lab;

prev a computao do desktop migrando em duas direes principais: sobre nossas peles/corpos e sobre o ambiente fsico em que habitamos. A primeira tendncia associada definio de computao wearable, ao passo que a segunda relacionada computao ubqua. (SOUZA E SILVA, 2006, p.30).Tecnologicamente, a ubiquidade pode ser definida como a habilidade de se comunicar a qualquer hora e em qualquer lugar via aparelhos eletrnicos espalhados pelo meio-ambiente. (SOUZA E SILVA, 2004, p. 179).

As primeiras transformaes tecnolgicas se disseminaram na sociedade na dcada de 60 nos Estados Unidos e Inglaterra com os primeiros computadores para armazenar programas e clculos cientficos inicialmente restritos a utilizao militar, mas foi na dcada de 70 que ocorreram a convergncia das telecomunicaes com a informtica.

Mas que haveria um movimento geral de virtualizao da informao e da comunicao, afetando profundamente os elementares da vida social, ningum, com, exceo de alguns visionrios, poderia prever naquele momento. (LVY, 2008 p. 31).

Em meados dos anos 90 com o crescimento das redes de teleinformtica se instaurou no mundo a necessidade da comunicao, e deste modo o termo mdia passou a ser utilizado para referir-se aos processos de comunicao mediados por computador. (SANTAELLA, 2003, p. 54).

A cultura miditica acelerou a circulao da informao de forma dinmica e mltipla e desta cultura que a sociedade ps moderna vem se desenvolvendo ficando conhecida como o perodo da revoluo digital e da convergncia miditica que est na possibilidade aberta do computador de converter toda a informao - texto, som, imagem, vdeo em uma mesma linguagem universal. (SANTAELLA, 2003, p. 59).

Segundo Santaella (2003, p.70), as consequncias dessas tecnologias para a comunicao e a cultura so remarcveis, porque sem a revoluo digital comunicacional a globalizao no seria possvel

A revoluo da informao no simplesmente uma questo de progresso tecnolgico. Ela tambm significativa para a nova matriz de foras polticas e culturais que ela suporta. Os recursos tecnolgicos de informao e comunicao estabelecem as condies para a escala e natureza das possibilidades organizacionais, complexas e de larga escala. Esses recursos tambm constituem o sistema nervoso do Estado moderno e garantem sua coeso como uma organizao expansiva. (ROBINS & WEBSTER 1999, p. 109 apud SANTAELLA, 2003, p. 73).

A palavra cibercultura provm das palavras: ciberntica e cultura para definir o movimento das relaes sociais contemporaneos que acontecem dentro do ciberespao. Para Andr Lemos (2003, p.1) o termo cibercultura est recheado de sentidos, mas podemos compreender as cibercultura como a forma sociocultural que emerge a relao simbitica entre a sociedade. J segundo Santaella (2003, p. 72) ciberespao um fenmeno complexo de comunicao interativa e convergente que utiliza-se de um cdigo universal, porm um ambiente ainda obscuro e desregulamentado.Entretanto, Santaella (2003, p.18) faz a ressalva de que a questo central deste fenmeno tecnolgico compreender como o ritmo acelerado das mudanas tecnolgicas tem causado impactos psquicos, culturais, cientficos e educacionais nestes setores responsveis pela formao da sociedade.

Mesmo pases em desenvolvimento como o Brasil, com todas as contradies e excluses que lhes so prprias, no esto de fora da revoluo digital e da nova ordem econmica, social e cultural mundializada que ela instaura com todas as consequncias que traz tanto para a vida cotidiana, com os novos tipos e formas de trabalho e profisso que introduz e as diversas modalidades de lazer e entretenimento que permite, quanto para as formas de registro e sntese da realidade, para as suas utilizaes cientficas, artsticas e educacionais. Segundo Santaella (2003, p.103), a natureza da cibercultura essencialmente heterognea.

Usurios acessam o sistema de todas as partes do mundo, e, dentro dos limites da compatibilidade lingustica, interagem com pessoas de culturas sobre as quais, para muitos, no haver provavelmente um outro meio direto de conhecimento. Por isso mesmo, tambm uma cultura descentralizada, reticulada, baseadas em mdulos autnomos. Materializa-se em estruturas de informao que veiculam signos imateriais, quer dizer, feitos de luzes e bytes, signos evanescentes , volteis, mas recuperveis a qualquer instante.A fonte fundamental da cibercultura est no microprocessador, porm, essas e as novas tecnologias em chips, celulares, palmtop tem progressivamente modificado a sociedade humana, pois estas vrias formas eletrnicas de extenso humana se tornaram essenciais vida social, firmando cada vez mais a criao da cibercultura, que ir se fortalecendo medida que utiliza-se a comunicao mediada digital. Por isso entende-se que a tecnologia computacional est fazendo a mediao das nossas relaes sociais, de nossa auto identidade e do nosso sentido mais amplo da vida social (SANTAELLA, 2003, p. 105).

2.3.1 Leis fundadoras da cibercultura

A internet cria, hoje, uma revoluo sem precedentes na histria da humanidade. Pela primeira vez o homem pode trocar informaes, sob as mais diversas formas, de maneira instantnea e planetria. (LEMOS, 2008, p.116)

Para Silva (2008, p.40) atualmente a web 2.0 tem inovado o mundo da informtica, ela uma plataforma aberta, construda por aes colaborativas que tem como objetivo compartilhar informaes e torn-las pblica a grupos e comunidades. Essas transformaes ocorrem de vrias maneiras que podem ser atravs dos softwares sociais, das redes sociais, dos ndices de dados que os usurios geram, e da prpria arquitetura de participao.

A lgica do funcionamento de redes, cujo smbolo a internet, tornou-se aplicvel a todos os tipos de atividades, a todos os conceitos e a todos os locais que pudessem ser conectados eletronicamente. (CASTELLS, 2009, p.89)

A nova dinmica tcnico-social da cibercultura instaura assim, no uma novidade, mas uma radicalidade: uma estrutura miditica mpar na histria da humanidade onde, pela primeira vez, qualquer indivduo pode, a priori, emitir e receber informao em tempo real, sob diversos formatos e modulaes, para qualquer lugar do planeta e alterar, adicionar e colaborar com pedaos de informao criados por outros. (LEMOS, 2005, p. 2)De acordo com Lemos por causa da internet surge uma nova linguagem que altera a forma do comportamento e da comunicao do ser humano. Diante dessas constantes evolues tecnolgicas e desse novo homem conectado para ele a cibercultura pode ser definida atravs de trs leis fundadoras: a primeira a liberao do plo de emisso onde surge a possibilidade de produzir e publicar as prprias opinies que no podem mais ser reprimidas no ciberespao.As diversas manifestaes socioculturais contemporneas mostram que o que esta em jogo como o excesso e a circulao virtica de informao nada mais do que a emergncia de vozes e discursos, anteriormente reprimidos pela edio da informao pelos mass media. Aui a mxima tem de tudo na internet, pode tudo na Internet. (LEMOS, 2005, p. 2)A segunda o princpio de conexo em rede que hoje significa uma estrutura telemtica ligada a conceitos como interatividade, simultaneidade, circulao e tactilidade. Para Lemos (2005, p.2), na segunda lei tudo comunica e tudo esta em rede: pessoa, mquina, objetos, monumentos e cidades, ela comea com a transformao do PC (computador pessoal) em CC(computador coletivo) e o atual CC mvel (computador coletivo mvel). Lvy (2008, p.127) acredita que uma comunidade virtual construda sobre projetos mtuos de cooperao ou de troca, independentemente das proximidades geogrficas e das filiaes institucionais. Santaella (2003, p.103-104) diz que atravs das redes digitais as pessoas interagem atravs de uma cultura heterognea, que permite que elas troquem todo tipo de mensagens entre indivduos ou no interior de grupos, e tenham acesso s informaes pblicas, disponham da fora de clculo de mquinas situadas milhares de quilmetros, construam mundos virtuais juntos, desenvolvam projetos, amizades e cooperaes.A terceira a reconfigurao que para Lemos (2008, p.120) vai, pouco a pouco, redefinindo nossa pratica do espao e do tempo, particularmente no que se refere ao novo nomadismo tecnolgico e as fronteiras entre o espao pblico e o espao privado.

Silva (2008, p.122) diz que as mdias tradicionais convergem com as atuais, pois sua forma hbrida reflete a criao de produtos miditicos em formatos digitais que facilitam as ramificaes para o internauta.

De acordo com Lemos (2005, p.3) tudo muda, mas nem tanto essa modificao das estruturas sociais, das instituies e das prticas comunicacionais devem ser entendida como reconfigurao, e no deve ser confundida com a ideia da substituio ou do aniquilamento, pois geralmente trata-se de reconfigurar prticas, modalidades miditicas, espaos, sem a substituio de seus respectivos antecedentes.

Por remix compreendemos as possibilidade de apropriao, desvios e criao livre (que comeam com a msica, com os DJs nohiphope ps Sound Systems) a partir de outros formatos, modalidade ou tecnologias, potencializados pelas caracteristicas das ferramentas digitais e pela dinmica da sociedade contempornea. Agora o lema da cibercultura a informao quer ser livre. E ela no pode ser considerada uam commodite como laranjas ou banana. (LEMOS, 2005 p.3) Esse crescimento na frequncia da utilizao das tecnologias digitais faz dessas trs leis a base da ciber-cultura-remix, pois elas potencializam a capacidade dessas tecnologias de se recombinarem aumentando dessa maneira o seu alcance. Atualmente diversos estudos esto sendo realizados, com diversos produtos digitais onde essas leis esto presentes. Podemos citar os podcast, os blogs e os softwares livres.

De acordo com Lemos (2008, p.9) os contedos produzidos pelos princpios da liberao da emisso, da conexo generalizada e da reconfigurao parece ser um caminho irreversvel na atual cibercultura.

A cibercultura composta de inmeras maneiras e formas que permite a comunicao entre indivduos e com o mundo. Essas interaes atravs das redes sociais sero apresentadas a seguir com as rede sociais.2.4 CONCEITO DE REDES SOCIAISA noo de rede / redes sociais nasce com a Antropologia Social. Para Barnes (1972 apud ACIOLI, 2007, p. 3) no existe uma definio especfica para teoria das redes sociais, sendo possvel que a noo de rede seja adaptada diversas teorias. Em toda a histria da humanidade as pessoas renem-se em grupos para discutir idias, conceitos, crenas e costumes. Atualmente, este seria o conceito bsico de redes sociais e para que servem. Complementando, segundo Snia Aguiar:Redes sociais so, antes de tudo, relaes entre pessoas, estejam elas interagindo em causa prpria, em defesa de outrem ou em nome de uma organizao, mediadas ou no por sistemas informatizados; so mtodos de interao que sempre visam algum tipo de mudana concreta na vida das pessoas, no coletivo e/ou nas organizaes participantes. As interaes de indivduos em suas relaes cotidianas familiares, comunitrias, em crculos de amizades, trabalho, estudo, militncia etc. caracterizam as redes sociais informais, que surgem espontaneamente, sob as demandas das subjetividades, das necessidades e das identidades. (AGUIAR, 2007, p. 2).

Segundo Snia Acioli (2007, p.3), a concepo bsica de rede seria a de que a configurao de vnculos interpessoais entrecruzados so de forma inespecfica conectada s aes dessas pessoas e s instituies da sociedade. No entanto entende-se redes sociais pela ideia de indivduos inseridos numa sociedade, ligados por laos socias os quais podem ser reforados ou entrarem em conflito. Recuero (2009, p. 37) confirma que As relaes no precisam ser composta apenas de interaes capazes de construir, ou acrescentar algo. Elas tambm podem ser conflituosas ou compreender aes que diminuam a fora do lao social. Segundo Raquel Recuero (apud SPYER, 2009 p. 25), Rede social gente, interao, troca social. um grupo de pessoas, compreendido atravs de uma metfora de estrutura, a estrutura de rede.Os estudos em rede foram iniciados pelo matemtico Leonard Euler, mas depois foram abordados por vrios ramos das Cincias Sociais. E denominada por Barabsi (2003) como a cincia da rede que demonstra a existncia de padres comuns (denominados padres de rede) a vrios fenmenos de campos to dspares quanto matemticos, fsico, econmico e social (apud RECUERO, 2005, p1).

A Anlise de Rede tem, tambm, um ramo sociolgico, a Anlise de Redes Sociais, baseada na Sociometria e na Teoria dos Grafos (Degenne e Fors, 1999; Scott, 2001), que tem suas bases ainda nas dcadas de 60 e 70 (Wellmann, 1989). Dentro desta perspectiva, uma rede social compreendida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituies ou grupos) e suas conexes (Wasserman e Faust, 1994, Degenne e Fors, 1999). (apud RECUERO 2005, p.4)________________

1 A metfora da rede foi utilizada pela primeira vez como semente de uma abordagem cientfica pelo matemtico Leonard Euler (Buchanan, 2002; Barabsi, 2003; e Watts, 2003 e 1999). Euler, considerado um dos grandes gnios de sua poca, em 1736, publicou um artigo sobre o enigma das Pontes de Knigsberg. Knigsberg era uma cidade prussiana, localizada, como muitas de sua poca, em meio a ilhas no centro do rio Pregolya. A cidade continha ao todo sete pontes, e folcloricamente conta-se que, na poca, era uma diverso para seus habitantes tentar resolver o problema de atravessar a cidade atravs das sete pontes, cruzando cada uma apenas uma vez. Euler, em seu trabalho, demonstrou que cruzar as sete pontes sem jamais repetir um caminho era impossvel. Para tanto, ele conectou as quatro partes terrestres (ns ou pontos) com as sete pontes (arestas ou conexes), mostrando a inexistncia da referida rota e criando o primeiro teorema da teoria dos grafos (apud RECUERO, 2009, p.19).2.4.1 Redes Sociais na internet

Os conceitos de redes sociais so muito antigos, e no surgiram com a CMC nem com o advento da internet por isso no se limitam a elas. Contudo, neste trabalho o conceito de redes sociais est associado internet sites de redes sociais (SRS), pois as relaes comunicacionais que circulam neste ciberespao, fazem parte do objetivo desta anlise.

Como caracterstica das redes sociais na internet, podemos citar Raquel Recuero (2009, p.13), SRS so agrupamentos complexos institudos por interaes sociais apoiadas em tecnologias digitais de comunicao. Portanto, rede social alm de um sistema operacional entre computadores, promove em seu ambiente virtual a comunicao, interao e conexo de pessoas.

Nas redes sociais os atores so em geral pessoas ou organizaes envolvidas na rede, fazendo parte do sistema e interagindo entre si.E dessas perspectivas, segundo os autores (WASSERMAN & FAUST, 1994, DEGENNE&FORS, 1999 apud, RECUERO 2009, p. 24), uma rede social compreendida pelos atores (pessoas, instituies ou grupos) e suas conexes. Para Recuero (2005 p. 6), essas conexes so entendidas como os laos e relaes sociais que ligam as pessoas atravs da interao social. Trata-se de uma interseco estabelecidos em estruturas funcionalistas nos modelos matemticos.

2.4.2 Atores e Conexes

Quando estuda - se um grupo de rede social, passa-se, no entanto a analisar sua estrutura. Para isso, de um lado ficam os ns e do outro as arestas ou conexes. O termo ns serve para identificar quem so os usurios, os atores nas redes sociais. Cada n significa um ponto dentro das redes, um ator. Um mesmo n pode estar situado em diversas redes simultaneamente e realizar conexes distintas em cada uma delas. (TAVARES & TAIXEIRA, 2010, p. 2). Segundo Fragoso, Recuero & Amaral (2013) Enquanto os ns so geralmente representados pelos atores envolvidos e suas representaes na internet, [...] as conexes so mais plurais em seu atendimento.

No primeiro caso, temos redes que so mantidas pela interao (a rede mantida pelas interaes entre os atores). No segundo, redes que so mantidas pelo sistema (a rede mantida a menos que algum delete um n ou uma conexo). (FRAGOSO, RECUERO & AMARAL, 2013, p. 116)

As SRS se tornaram o espao para expresso social na internet. Mas Lemos (2008 apud SANTANA at al., 2011, p. 2), prope chamar isso de cibersocialidade, isto , a sinergia entre a socialidade contempornea e as novas tecnologias do ciberespao. na internet que so percebidas mais fortemente a pertinncia das interaes sociais. Os estudos das redes sociais foram retomados aps o crescimento dos SRS na internet

Ainda deste modo, Recuero (2009, p. 28) conclui que os atores no ciberespao podem ser compreendidos como indivduos que agem atravs de seus fotologs, weblogs, e pginas pessoais, bem como atravs de seus nicknames. Nas redes sociais na internet, as conexes so constitudas por trs elementos: interao, relaes e os laos sociais.

Recuero (2009, p. 30) esclarece que o que gera a conexo a interao, que ela define sendo a matria prima das relaes e dos laos sociais. Parsons e Shill (1975) explicam que a interao compreende sempre o alter e o ego como elementos fundamentais, onde um constitui-se em elemento de orientao para o outro. Essas aes podem ser coordenadas atravs, por exemplo, da conversao, onde a ao de um ator social depende da percepo daquilo que o outro est dizendo. (RECUERO, 2009 p. 31)

Os autores Watzlavick, Beavin e Jackson (2000, p.46) explicam que as interaes entre os ns e as conexes representam na verdade um processo comunicacional. A interao , portanto, uma ao comunicativa entre sujeitos que tem o seu reflexo diretamento ligado ao sistema interacional social dos envolvidos. Cooley (1975) salienta ainda que a comunicao compreende o mecanismo ltimo das interaes sociais (apud RECUERO, 2009, p.31).

Recuero explica que na CMC e no ciberespao a comunicao possui particularidades a respeito dos processos de interao.

O primeiro deles que os atores no se do imediatamente a conhecer. No h pistas da linguagem no verbal e da interpretao do contexto da interao. tudo construdo pela mediao do computador. O segundo fator relevante a influncia das possibilidades de comunicao das ferramentas utilizadas pelos atores. H multiplicidade de ferramentas que suportam essa interao e o fato de permitirem que a interao permanea mesmo depois do ator estar desconectado do ciberespao. (RECUERO, 2009, p. 31 32) Segundo Humberto Souza (2011, p. 35) as interaes, relaes ou laos sociais podem ocorrer dentro ou fora do ciberespao e podem, ainda, se combinarem. Esses laos podem ainda, serem fracos ou fortes, e isto depende da quantidade de interao que os usurios mantm. Quanto mais interao mais forte o lao social. (DEGENNE E FORS, 1999; SCOTT, 2000 apud RECUERO, 2009 p.42).

As conexes constitudas pelos laos sociais que, por sua vez, so formados atravs da interao social entre os atores. [...] so, de certo modo, o principal foco do estudo das redes sociais, pois sua variao que altera as estruturas desses grupos (RECUERO 2009, p. 30 apud POLIVANOV, 2011)

Por fim Recuero (2009, p.37 apud Souza, 2011, p.35), alerta que: As relaes no precisam ser compostas apenas de interaes capazes de construir, ou acrescentar algo. Elas tambm podem ser conflituosas ou compreender aes que diminuam a fora do lao social.

2.5 SITES DE REDES SOCIAIS (SRS)

Com advento das novas tecnologias de comunicao sua influncia na sociedade e na vida cotidiana, as pessoas passaram buscar formas de conectar-se, desta forma estabeleceram novas formas de relaes e interao.

E uma das ferramentas online mais conhecidas na contemporanedade, que juntam essas formas de interao e laos sociais so os sites de redes sociais SRS, que, segundo Recuero (2009), so espaos utilizados para a expresso das redes sociais na Internet.Sites de redes sociais foram definidos por Boyd & Ellison (2007) como aqueles sistemas que permitem i) a construo de uma persona atravs de um perfil ou pgina pessoal; ii) a interao atravs de comentrios; e iii) a exposio pblica da rede social de cada ator. Os sites de redes sociais s eriam uma categoria do grupo de softwares sociais, que seriam softwares com aplicao direta para a comunicao mediada por computador. (apud RECUERO, 2009 p. 102). O que difere os SRS das comunidades virtuais, por exemplo, a possibilidade da construo de uma persona como citada anteriormente por Boyd e Ellison (2007), pois segundo Recuero (2009, p. 103) sites como o Facebook possuem mecanismos de individualizao (personalizao, construo do eu, etc.); mostram as redes sociais de cada ator de forma pblica e possibilitam que os mesmos construam interaes nesses sistemas.

2.5.1 Persona produtor & Persona - leitor

Segundo Trindade & Huttner (2013 p.4), o elemento mais importante o capital social adquirido atravs dela. Ele um elemento, considerado por muitos, como um indicativo da conexo entre os indivduos de uma rede social.

As interaes dentro das SRS fazem parte da construo do Capital Social que Marteleto & Silva (2004, p. 44), definem por normas, valores, instituies e relacionamentos compartilhados que permitem a cooperao dentro ou entre os diferentes grupos sociais. Recuero (2009, p. 107) tambm descreve que capital social a construo de impresses de popularidade que transpassem o espao off-line. Para ela o tipo de valor construdo em cada SRS pode ser entendido, possibilitando a verificao da sua influncia na construo desse meio.

Os principais agentes de interao que definem as demonstraes deste capital nas SRS so conhecidos como personas.

A Internet abriga dois principais personas que interagem em seus espaos: o persona produtor de contedo e o persona leitor de contedo. [...] o persona-produtor pode transformar-se em persona-leitor em um minsculo intervalo de tempo e vice-versa. (TAVARES, 2010 p. 2)

De acordo com Tavares, o persona - produtor define sua imagem pessoal conforme suas relaes virtuais, porm, essa identidade pode ser irreal e trazer atributos que valorizem sua imagem diante de outras personas. A autora Paula Sibilia (2008) apresenta uma crtica em relao a essa necessidade do persona produtor em tornar-se um espetculo na rede.

Pois, independentemente da quantidade de espectadores que de fato consigam recrutar, os adeptos desses recursos da web 2.0 costumam pensar que seu presunoso eu tem o direito de possuir uma audincia. seduo desse pblico, dedicam-se todos os dias com seus relatos, fotos e vdeos de tom intimista e cotidiano, nos quais o protagonista exclusivo sempre o mesmo: eu. Um sujeito que , simultaneamente, autor, narrador e personagem principalssimo de todas as peripcias. (SIBILIA, 2008, p. 244).Segundo Tavares (2010, p. 5), o persona leitor age de acordo com a necessidade da rea que ele est envolvido dentro da rede, pois embora sejam menos atuante do que o persona - produtor, ele desenvolve um papel importante nos servios da internet. Alis, medida que a sociedade foi se tornando complexa e os meios de comunicao tradicionais se desenvolvendo, o leitor apresentou-se como elemento fundamental no processo de mudana na circulao e uso da informao. O persona-leitor da Internet pode ser caracterizado como aquele internauta que ainda no assumiu uma identidade interativa e por vezes, persona produtora, sendo um ator passivo de navegao dos espaos virtuais, pois no produz o prprio contedo para disponibiliz-lo na rede, recebendo apenas as informaes de seu interesse. Ainda que sua atuao seja passiva, o persona leitor pode ser considerado irreal, visto que opta-se na construo de um personagem calado, quieto, no interagente e apenas navegador de espaos digitais, mesmo que na sua realidade seu papel seja mais atuante. Como exemplo do persona-leitor pode-se relacionar o internauta visitante de stios diversos ou aquele que constri falsos perfis nas redes sociais apenas para em uma atitude voyerista observar a informao que circula no espao virtual. (TAVARES, 2010, p. 5-6).

As interaes dos personas nas SRS so decorrentes da necessidade da busca do aumento do capital social com os demais interagentes. O capital social de acordo com Pierre Bourdieu (apud RECUERO, 2005, p. 89-90), pode ser o estmulo que o persona - produtor tem para construir a identidade que poder atrair mais simpatizantes de suas aes.

Recuero, apresenta a partir dos autores Bertolini e Bravo (2001, apud RECUERO 2009 p. 108)) alguns dos valores mais comumente relacionados aos sites de rede social e sua apropriao pelos atores, como visibilidade, reputao, popularidade e autoridade. Compreender os valores difundidos dentro das redes sociais importante para entender a dinmica do fluxo de informao nos sites de redes sociais. (CERQUEIRA & OLIVEIRA, 2012 p, 9).2.5.2 Valores de Capital Social

Os SRS permitem os atores estarem mais conectados, que consequentemente traz o aumento da visibilidade entre os ns. Segundo Recuero (2008, p. 108) a visibilidade constituda enquanto um valor porque proporciona que os ns sejam mais visveis na rede.

Visibilidade: consiste em que os ns de uma rede sejam visveis, o que pode significar: 1) acesso a informaes e a apoio de forma proporcional ao nmero de conexes; estabelecidas, o que permite a construo de capital social; 2) manuteno de rede social on-line e off-line; 3) gerenciamento dos grupos sociais. (MONTARDO & CARVALHO, 2011, p. 6)

A visibilidade ainda ligada a um site de redes sociais, como apontaram Ellison, Steinfield & Lampe (2007 apud RECUERO, 2009, p. 108) pode ser utilizada para estreitar as distncias e ainda manter laos sociais. E por si s um valor decorrente da prpria presena do ator na rede social, mas tambm a matria-prima para a criao de outros valores.

Recuero esclarece que um dos principais valores construdos nas redes sociais a reputao. Segundo Buskens (1998) a reputao compreendia atravs da percepo de trs elementos: eu e o outro e a relao entre ambos. O conceito de reputao implica diretamente no fato de que h informaes sobre quem somos e o que pensamos que auxiliam outros a construir, por sua vez, suas impresses sobre ns. (apud RECUERO, 2009, p. 109)

De forma resumida, reputao a opinio que as pessoas tm do outro. Forma-se com base no que eu fao e no que eu digo, mas tambm no que os outros percebem dos meus atos ou palavras, em como os interpretam e em como os transmitem a terceiros.(ALONSO, 2011, p. 6 apud MARQUES, 2012, p. 5)

Muitos autores tambm relacionam a reputao como um mecanismo de seleo dos parceiros em uma rede social (GOLBECK & HENDLER, 2004 apud RECUERO 2009, p. 110). A reputao tornou-se um julgamento do outro, de escolher em quem confiar, ela esta relacionada percepo qualitativa, que relacionada a outros valores agregados.

A reputao, assim, refere-se s qualidades percebidas nos atores pelos demais membros de sua rede social. Ela pode ser gerenciada atravs dos sites de redes sociais, uma vez que cada ator pode como j explicamos construir impresses de forma intencional. Com essa intencionalidade, um determinado n poderia trabalhar na construo de sua prpria reputao, seja atravs das informaes publicadas, seja atravs da construo de visibilidade social. (RECUERO, 2009 p. 111)

A reputao resume-se nas qualidades percebidas pelo outro dentro da rede social. E nos SRS elas podem ser gerenciadas, uma vez que cada ator possa construir impresses de forma intencional. Com essa intencionalidade, um determinado n poderia trabalhar na construo de sua prpria reputao, seja atravs das informaes publicadas, seja atravs da construo de visibilidade social.

Segundo Dbora Teixeira & Vitor Tavares (2010, p.6), o valor de capital social relacionado a popularidade de um n calculada pela centralidade da posio dele numa rede, pois, quanto mais central o n estiver maior ser o nmero de pessoas conectadas a ele.

Este um valor relativo posio que o n possui dentro da SRS, ou seja, sua posio centralizada e por isso possui mais pessoas conectadas a ele, por conseguinte, esse n poder ter uma capacidade de influncia mais forte que outros ns na mesma rede. Como a audincia mais facilmente medida na rede, possvel visualizar as conexes e as referncias a um indivduo, a popularidade mais facilmente percebida. (RECUERO, 2009, p. 111). Mas, por se tratar de uma relao quantitativa a popularidade formada por mais de laos fracos do que os fortes. (MONTARDO & CARVALHO, 2011, p. 6).

Por ltimo temos a autoridade, que trata do poder de influncia que uma pessoa possa ter na rede (MAURICIO & FONTES, 2012, p. 453).

Autoridade est ligada posio ocupada na rede e a reputao, mas no se resume apenas a estes fatores, pois a autoridade est conectada ao capital social conector, uma vez que este o foco dos blogueiros que desejam construir uma audincia, mais do que construir intimidade com outros. (RECUERO, 2009, p. 113). A autoridade est relacionada reputao, mas com mais profundidade. (TAVARES & TEIXEIRA, 2010, p. 6).A seguir, apontaremos um breve histrico das quatro redes sociais mais citadas nas matrias anlisadas nas revistas selecionadas para esta pesquisa, j que os SRS o ambiente em que se manisfestam os valores e as caracteristica apontados at este momento na anlise.2.6 FACEBOOK

O site Facebook (originalmente, thefacebook) foi criado formalmente nos Estados Unidos em Fevereiro de 2004 pelos alunos da Universidade de Harvard Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Severin (brasileiro) e Chris Hughes, como uma plataforma relacional inicialmente para ser utilizada dentro da prpria Harvard. Mas percebendo a potencialidade do sistema Zuckerberg decidiu ampliar o cadastramento dos perfis de usurios entre as outras universidades. Em um curto espao de tempo o Facebook foi expandido para Massachusetts Institute of Technology (MIT) e posteriormente a todos os Estados Unidos, e segundo Recuero (2009, p. 171) o Facebook hoje um dos sistemas com maior base de perfil de usurios do mundo.

Conforme j citado o objetivo era criar um meio online de troca de informaes, desta forma Facebook foi pensado para que os jovens universitrios, que estavam saindo da escola para a universidade se conhecessem e criassem entre si uma rede de contatos.

O Facebook funciona atravs de perfis e comunidades. Em cada perfil, possvel acrescentar mdulos de aplicativos (jogos, ferramentas, etc.). O sistema muitas vezes percebido como mais privado que outros sites de redes sociais, pois apenas usurios que fazem parte da mesma rede podem ver o perfil uns dos outros. (RECUERO, 2009, p. 171).

A plataforma do Facebook permite que os usurios construam um espectro novo de relaes sociais atravs da internet.

A ideia dos jovens era criar um website de relacionamentos onde a experincia social dos colegas universitrios acontecesse online. Compartilhar fotos, dizer o que achou da ltima festa, convidar algum pra sair, ter um espao virtual para interagir com os amigos, conhecer novas pessoas. Este era basicamento o Facebook. Na pgina oficial, a rede apresentada como um espao que ajuda as pessoas a se comunicarem com mais eficincia aos seus amigos, familiares e colegas de trabalho. (QUERO ANUNCIAR NO FACEBOOK, 2011)

O sucesso do Facebook foi adaptado para o cinema com a longa metragem A Rede Social, que conta a histria da criao do site e o drama envolvendo seus idealizadores. Em 2011 o filme foi o vencedor de trs Oscar das oito categorias para as quais foi indicado.

Com todo este sucesso a rede social Facebook passou a receber investimentos bilionrios, e a rede converteu-se em uma grande empresa, pois tornou-se uma vitrine mundial. Atualmente so mais de 750 milhes de usurios ativos, pessoas que gastam 700 bilhes de minutos por ms somente nesta pgina. Seu crescimento mdio mensal de 10%. A pgina tornou-se um acervo digital de fatos dos Estadso Unidos, com milhes de aplicativos criados por dia. A ____________________

2 Prmio da Academia das Artes e Cincias Cinematogrficas, entregue anualmente.

rede tambm uma das mais acessadas por dispositivos mveis. Mais de250 milhes de usurios acessam o Facebook regularmente de celulares, smartphone e tablets. (QUERO ANUNCIAR NO FACEBOOK, 2011)2.6.1 Facebook no BrasilO Facebook a rede social mais utilizada no Brasil, segundo os dados divulgados pelo Portal Folha (2013) existem cerca de 76 milhes de brasileiros cadastrados como usurios ativos no site atualmente, sendo o terceiro pas com mais usurios do mundo estando abaixo apenas da ndia e dos Estados Unidos.

J no que diz respeito ao acesso dirio ao site, as informaes divulgadas pelo Portal Globo, por Gomes (2013) o Brasil o segundo pas com mais usurios que entram diariamente no Facebook. Segundo o diretor do Facebook no Brasil Leonardo Tristo 47 milhes de brasileiros voltam para a plataforma do Facebook todos os dias, o que nos coloca na segunda posio, atrs somente dos Estados Unidos.Devido a estes dados a ser considerados de internautas no Brasil, autores como Lemos e Lvy (2010, p. 23) afirmam que os brasileiros so ativos produtores de informao e participantes das redes sociais. 2.7 TWITTERO Twitter foi fundado por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams ainda em 2006, como um projeto da empresa Odeo. (RECUERO, 2009, p.174). O usurio da rede deve responder o seguinte questionamento O que voc est fazendo hoje?, a partir desta pergunta milhares de pessoas, no Brasil e no mundo, se comunicam incessantemente, atravs do micro blog Twitter. O Twitter pode ser classificado como rede social e servio de microblogging (blogs com posts curtos, cujas atualizaes no podem exceder 140 caracteres), com o objetivo de conectar as pessoas em tempo real atravs da web ou de um celular. (BERTI, CARDOSO, MELO & RODRIGUES 2009, p. 2). No Brasil, a popularizao do Twitter percebida facilmente, pois a cada dia novas formas de interao surgem atraindo mais adpetos a essa rede social, em que muitas ocasies tem servido de pauta para matrias jornalstica de TV e internet.

Dentre as pessoas que utilizam o Twitter como meio de comunicao esto muitas que so influentes e se utilizam desse meio para gerar informao. Outro fator que explica o crescimento e popularizao do Twitter o nmero crescente de celebridades e artistas nacionais e internacionais que,[...] criam perfis no site para aproximarem-se de seus fs. (BERTI, CARDOSO, MELO & RODRIGUES 2009, p. 3). No caso do Twitter o apelo muito mais cognitivo do que relacional. O objetivo de difundir uma notcia de um jornal ou weblog, por exemplo, no aprofundar laos sociais, mas especificamente informar ou gerar conhecimento. (Recuero, 2009, p.119).

2.8 INSTAGRAM O Instagram uma rede social de fotos, que permite ao usurio aplicar diversos filtros na imagem capturada pelo celular smatphone, em que, atravs do aplicativo da rede pode ser compartilhada on line para outras redes socias, como o Facebook e Twitter.

A rede Instagram foi desenvolvido e projetado pelo brasileiro Mike Krieger e o americano Kevin Systron e disponibilizado para o pblico em 06 de outubro de 2010, portanto uma rede relativamente nova criada para uso inicial em dispositivos mveis Apple iOS 25 (iPhone, iPad e iPod) sendo disponibilizado para o sistema Android em abril de 2012. (CAVENDISH, 2013, p. 49). Segundo Raquel Luise (2013, p. 6) em 2012, o Instagram foi comprado pelo Facebook por 1 bilho de dlares. E no mesmo ano chegou ao topo dos aplicativos mais baixado na loja virtual App Store, e divulgou o feito pelo Twitter.O aplicativo nasceu a partir de uma simplificao de outro aplicativo, tambm desenvolvido pelos dois engenheiros, chamado de Burbn, cuja proposta inicial era a de uma rede social que agruparia vrias funes, onde os usurios poderiam compartilhar a sua localizao, imagens, vdeos, planos para o final de semana, etc. Porm, o desenvolvimento deste aplicativo mostrou-se muito complexo, motivando Kevin e Mike a escolher uma das funes que consideravam mais atrativa: a fotografia. (CAVENDISH, 2013, p. 49 -50). Para utilizar o Instagram deve-se primeiro baixar e criar um perfil no aplicativo, depois escolher os usurios da rede que deseja seguir, o que no significa que o outro esteja seguindo o primeiro, necessrio antes que o outro clique tambm em seguir. O boto "seguir", conecta ento os usurios, permitindo que estes recebam em seu perfil as atualizaes de ambos (CAVENDISH, 2013, p. 52). E para facilitar a vida no novo usurio o aplicativo se conecta com a conta do Facebook auxiliando a encontrar a rede de amigos online j participantes de outros sites, e dessa forma facilitando as interaes entre ambos. Para Luise, o Instagram foi criado como forma de cooperar com a tendncia manipuladora da realidade, funcionando como um depsto de imagens. Um recurso que tem sido muito utilizado com o propsito de aumentar a visibilidade na rede. (LUISE, 2013, p. 7).2.9 WHATSAPP

O ucrniano Jan Koum criador da rede social de messenger WhatsApp (um trocadilho entre whats up, expresso similar a e a?, e app de aplicativo), nasceu em Kiev, mas aos 17 anos imigrou para o Estados Unidos e dependeu dos programas sociais do governo americano para se alimentar. Com uma histria de vida comovente Koum, hoje, se torna exemplo de superao de progresso, pois, aos 38 anos o novo multimilionrio da Meca da tecnologia que o Vale do Silcio, na California. (FOLHA DE SO PAULO, 2014)

O WhatsApp foi fundado em 2009 por Koum e Brian Acton que saram da empresa Yahoo para trabalharem por conta prpria. E logo comearam a desenvolver o WhatsApp que uma multiplataforma de mensagens instantneas para smartphones que em 2012 segundo Aline Carvalhal.

A empresa responsvel pelo app de mensagens instantnea Whatsapp revelou na ltima quinta-feira (23/08/2013) que o seu servio alcanou a marca de 10 bilhes de mensagens por dia.Em outubro de 2011 havia sido divulgado que o programa gerava, diariamente, cerca de 1 bilho de mensagens, o que mostra um crescimento significativo no servio. (CARVALHAL, 2012).

Atualmente conforme os dados publicado na revista Veja (Fev 2014) a rede j conquistou 450 milhes de clientes ativos, marca no atingida por nenhum outro servio da internet ou rede social em perodo semelhante. O diferencial da rede o fato de no ter espaos de publicidade no aplicativo, pois, segundo os criadores Koum e Acton os anncios fazem com que a rede se torne chata, motivo este segundo eles, os levaram a desistir do Yahoo!, empresa onde se conheceram. E outro ponto importante para os criadores, a privacidade.Koum, marcado por sua infncia e juventude em um pas onde se vasculhava as comunicaes dos cidados, se assegurou desde o incio do WhatsApp h cinco anos que o aplicativo recolha a menor quantidade possvel de dados do usurio, que s precisam de seu nmero de celular para se identificar e ter acesso ao servio. (FOLHA DE SO PAULO, 2014).Em Fevereiro de 2014, o WhatsApp assinou um acordo de venda por 19 bilhes ao SRS Facebook, a rede social que em seu dcimo aniversrio acredita no WhatsApp ir continuar sendo atrativa para o pblico mais jovem e escorar sua passagem para o celular. (FOLHA DE SO PAULO, 2014).

3 DEBATE SOBRE SITES DE REDES SOCIAIS E SEU IMPACTO NO SOCIEDADEComo apresentado, a internet e o uso dos sites de redes sociais como o Facebook, Twitter, Instagram entre outros foram aderidos ao cotidiano dos brasileiros. Dessa forma, observaremos como esses sites tem moldado os relacionamentos e a sociedade em geral. Como veremos na sequncia, tal debate foco das reportagens de revista que compem o corpus desta pesquisa. O levantamento tambm aponta os riscos que ocorrem devido ao uso constante desses espaos virtuais, pois essa interao com o computador e com as redes da internet e, portanto, tem sido motivo de cautela para os pesquisadores da comunicao social.

Segundo Castells (1999 p. 443), em algumas condies, o uso da Internet aumenta as chances de solido, sensaes de alienao ou mesmo depresso porm, o grau de sociabilidade que ocorre nessas redes eletrnicas e suas consequncias culturais ainda no esta claro ou definido.

Alguns crticos defendem a ideia de que tais situaes podem interferir na identidade humana e as redes sociais como o Facebook podem oferer uma desumanizao, ou seja, uma fuga das relaes sociais fiscas, para uma vida on-line onde tudo pode parecer mais fcil.Um dos problemas mais apontados em relao ao uso das redes sociais que as mesmas expem seus usurios, uma vez que esses disponibilizam informaes pessoais, mecanismos de contato (nmero de celular, endereo, etc.). fato que ao ingressarmos numa rede social virtual, principalmente se essa for externa, a qual a escola no pode garantir a privacidade de uso, necessrio se adotar precaues em relao a quais informaes pessoais iro circular na rede, de forma a evitar que as mesmas nos levem a sermos alvos de aes criminosas, sejam elas virtuais (assdio, cyberbullying, etc.) como tambm presenciais (roubos, violncias diversas, trotes e outros procedimentos) desagradveis; (ARAJO, 2010, p. 8)

Segundo Castells (1999, p. 444), [...] o uso mais intenso da Internet foi associado ao declnio da comunicao dos participantes com os membros da famlia no lar, um declnio no tamanho de seu crculo social e aumento da depresso e da solido.

Esta preocupao de Castells, sobre qual grau de sociabilidade estaremos vivendo daqui pra frente, se d devido s constantes transformaes que a cibercultura est exercendo sobre os homens. E quando pensamos em futuro, impossvel no pensar na gerao mais jovem, adolescentes que esto construindo o seu eu imersos neste mundo de novas tecnologias divididos entre vidas on-line e off-line.

As contribuies que essas novas tecnologias e ferramentas de rede como o Facebook oferecem contribui de forma imensurvel para a comunicao da sociedade contempornea, e no queremos negar os seus benefcios.

Recuero (2009, p. 44), descreve que a Internet o advento dos laos sociais mantidos a distncia. O desenvolvimento tecnolgico proporcionou uma certa flexibilidade na manuteno e criao de laos sociais, uma vez que permitiu que eles fossem dispersos espacialmente.

Na rea educacional, se utilizado de maneira correta pode gerar uma educao de qualidade, como uma extenso da sala de aula. Uma nova ferramenta neste novo processo o ensino distncia (EAD), considerado como um grande avano tecnolgico pode ser uma excelente opo utilizada para formao. Pierre Lvy (2008, p.158) afirma que a EAD explora novas tcnicas de ensino a distncia, incluindo as hipermdias, as redes de comunicao interativas e todas as tecnologias intelectuais da Cibercultura.

Para Trindade & Huttner (2013, p.9) o grande benefcio que as comunidades virtuais trazem consigo o compartilhamento de informaes, a troca de experincia e de saberes, o que proporcionado atravs de uma interao mtua.

Em seu blog, Raquel Recuero, salienta que necessrio discutir os impactos dos sites de rede social no dia a dia, propondo estratgias para debater por exemplo sobre as novas fronteiras entre o que pblico e o que privado e conscientizar a respeito do que significa publicar na internet.

Pelas caractersticas do anonimato e de veculo de comunicao instantnea entre pessoas de vrios grupos, a internet pode se tornar uma ameaa ou uma faca de dois gumes. Da mesma forma que a internet usada para discutir temas importantes na sociedade, aproximando opinies de pessoas distantes, tambm reflete o trabalho de pessoas com motivao ilegal ou criminosa. Crianas e adolescentes, curiosos e impulsivos por natureza e sem informaes sobre perigos da rede, no adivinham quem se esconde por trs de um apelido charmoso. (EISENSTEIN & ESTEFENON, 2011, p.44)

O terico das cincias sociais Milton Santos (2001) a respeito dessas conexes mundiais e constantes compara a sociedade conectada como uma aldeia global, que para ele um mundo fsico fabricado pelo homem, onde a ideia de difuso instantnea de notcias pode ser considerada como uma fbula, ou seja, um discurso midatico bem pensado. Pois, apresenta uma ideologia global que deseja homogeneizar o planeta quando, na verdade as diferenas so aprofundadas e o consumo estimulado.O mesmo sistema ideolgico que justifica o processo de globalizao, ajudando a consider-lo o nico caminho histrico, acaba, tambm, por impor uma certa viso da crise e a aceitao dos remdios sugeridos. Em virtude disso, todos os pases, lugares e pessoas passam a se comportar, isto , a organizar sua ao, como se tal crise fosse a mesma para todos e como se a receita para afast-la devesse ser geralmente a mesma. (SANTOS, 2001, p. 36).Devido ao fato, de que tais informaes se apresentam como ideologias com um discurso que antecede uma parte das aes humanas, sejam elas a tcnica, a produo, o consumo e o poder. O autor apresenta a informao com dois lados, um de instruir e o outro de convencer.

Falsificam-se os eventos, j que no propriamente o fato o que a mdia nos d, mas uma interpretao, e isto a notcia. [...] O evento j entregue maquiado ao leitor, ouvinte, ao telespectador, e tambm por isso que se produzem no mundo de hoje, simultaneamente, fbulas e mitos. (SANTOS, 2001, P.40)

A partir desses conceitos ele define que o discurso de um mundo unificado e global no passa de uma fbula, pois, as informaes no so derivadas das interaes entre as pessoas, mas so criadas e veiculadas atravs de objetos definidos pela mdia, formalizando uma relao interesseira.

Dessa maneira, a pesquisa em questo tem a inteno de verificar como esta ideologia pr- comunicao via computador tem sido aplicada nas principais revistas de comunicao impressa de contedo diversificado.

4 ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE JORNALISMO DE REVISTA E CRITRIOS DE PRODUO DE CONTEDO JORNALSTICO

Neste captulo, sero apresentadas algumas consideraes sobre critrios de noticiabilidade e jornalismo de revista, devido ao fato dessa pesquisa ter como foco a verificao do contedo das reportagens que tratam de sites de redes sociais. Sendo necessrio realizar uma breve reviso terica dos critrios que levam dado assunto a ganhar s pginas de um veculo de imprensa, neste caso, as revistas: Veja, poca e Isto. A esses critrios d se o nome de noticiabilidade.

4.1 Notcia e critrios de noticiabilidade

A notcia a matria prima do jornalismo, a circulao das notcias ocorrem atravs dos meios de comunicao que exercem o papel de mediadores. Sem o auxlio deles seria complicado ter conhecimento do que acontece em todos os campos da sociedade.

A revista americana Colliers Weekley, define a notcia como tudo que o pblico necessita saber, tudo que o pblico deseja falar, acrescentando que ela a inteligncia exata e oportuna dos acontecimentos, descobertas, opinies de todas as categorias que interessam aos leitores. (PENA, 2008, p. 71).

O jornalismo juntamente com a mdia tem grande importncia na sociedade contempornea, mantendo as pessoas informadas sobre os acontecimentos locais e mundiais. Para Felipe Pena (2008, p. 71) revelar o modo como as notcias so produzidas mais do que a chave para compreender o seu significado, contribuir para o aperfeioamento democrtico da sociedade. As informaes e os contedos oferecidos pela mdia passam por um formato de divulgao, mas eles podem ser interpretados atravs de pontos de vistas diferentes.

A mdia e o jornalismo se tornaram o espao pblico de maior visibilidade na sociedade atual. (ROLLO, 2008, p. 11). Que segundo Patrick Charaudeau (2006, apud ROLLO, 2008, p. 11) tem como objetivo atingir o maior nmero de pessoas, com mensagens que paream ter credibilidade.Para o jornalismo de suma importncia os critrios utilizados para selecionar e organizar as rotinas das edies para concluso do produto final nos jornais, TV, rdio e revista.

A questo central para os jornalistas o que notcia e qual fato merece ser notcia. Para isso, foram estabelecidos os valores/notcia que organizam e remontam quais informaes merecer publicao. Conhecidos como critrios de noticiabilidade utilizados para criar padronizao, sobre o conceito de noticiabilidade o professor Nelson Traquina define como:[...] o conjunto de critrios e operao que fornecem a aptido de merecer um tratamento jornalstico, isto , possuir valor como notcia. Assim, os critrios de noticiabilidade so o conjunto de valores - notcia que determinam se um acontecimento, ou assunto, susceptvel de se tornar notcia, isto ser julgado como merecedor de ser transformado em matria noticivel e, por isso, possuindo valor notcia (newsworthiness). (TRAQUINA, 2008, p. 63).O modelo terico do newsmaking que critica a Teoria do Espelho de que o jornalismo reflete a realidade, leva em considerao os critrios de noticiabilidade, valores notcia, constrangimentos organizacionais, construo da audincia e rotina de produo. (PENA, 2008, p.128). A sociloga Gaye Tuchman, citada por Pena, afirma que a organizao do ofcio jornalstico primordial para se produzir a notcia, para a autora o processo de produo de notcia planejado como uma rotina industrial (PENA, 2008, p.129). Porque, segundo Gaye, um processo de construo minimiza a manipulao por parte do jornalista.

Na viso do professor Mauro Wolf, a definio dos valores/notcia o que torna possvel a rotina dentro das redaes jornalsticas para a definio das notcias, pois, para ele esta classificao antes uma lgica de uma tipificao que tem por objetivo atingir fins prticos de uma forma programada e que se destina, acima de tudo, a tornar possvel a repetitividade de certos procedimentos. (WOLF, 2002, p. 197)

No quadro a seguir esto expostos os critrios de noticiabilidade medidos por Wolf.Quadro I: Valores notcia.

Fonte: (PENA, 2008 p. 72).Porm, Pena ressalta que a noticiabilidade negociada, o que faz com que todos esses critrios sejam variveis. O reprter negocia com o editor, que negocia com o diretor de redao, e assim por diante. E os prprios critrios esto inseridos na rotina jornalstica. (PENA 2008, p. 73).

4.2 Jornalismo de revista

O jornalismo de revista se diferencia dos demais meios de comunicao pela capacidade de construir fortes laos de empatia com seu pblico, desfrutar de tcnicas de construo especficas ao gnero e se preocupar com elementos bsicos de linguagem visual do produto. Seus textos tambm so geralmente sedutores, exploram diversos ngulos, com notcias exclusivas, ajustadas de acordo com a opinio do leitor. Revistas, desde o seu incio em 1663, promoveram a troca de ideias, influenciaram o pensamento, os costumes e a cultura do mundo moderno. Atravessaram guerras, perodos de recesso econmica e ditaduras que sufocaram o direito de expresso. Enfrentaram competio do rdio, do cinema, da televiso e da internet, e sobreviveram. Essa uma histria conduzida por homens e mulheres fascinantes. (ALI, 2009. p. 305).

Outra especificidade das revistas que ela no sai todo dia, geralmente so semanais, quinzenais ou mensais. Diferenciando a produo jornalstica das edies dos meios de massa: rdio, TV e internet, que produzem informaes no exato instante que ela est acontecendo.

Sobre essa produo de informao nas revistas Marlia Scalzo (2009, p.41) afirma que:

No d pra imaginar uma revista semanal de informao que se limita a apresentar para o leitor, no domingo um mero resumo do que ele j viu e reviu durante semana. sempre necessrio explorar novos ngulos, buscar notcias exclusivas, ajustar o foco para aquilo que se deseja saber, e entender o leitor de cada publicao.

Para Patrick Charadau (2010, p. 113), a mdia impressa essencialmente uma rea escritural, feita de palavras, de grficos, de desenhos e, por vezes, de imagens fixas, sobre um suporte de pape. O autor descreve que entre o leitor e a mdia impressa existe uma relao de distancia de ausncia fisca, que acontece devido ao tempo de produo e distribuio da informao, explicando que nas revistas ou em meios de comunicao impresso a conceitualizao muito mais analtica do que na oralidade, pois para ele:O leitor pe em funcionamento um tipo de compreeno mais discriminatria e organizada que baseia numa lgica hierarquizada: operaes de conexo entre as diferentes partes de uma narrativa, de subordinao e de encaixe de argumentos, de reconstruo dos diferente tipos de raciocnio (em rvore, em contnuo, em parelelo etc.). (CHARAUDEAU, 2010, p. 113)

Os temas tratados pelas revistas de informaes so diversos, desde reportagens interpretativas ao entretenimento, sendo considerados como fonte de informao e distrao, so muitas vezes objetos de coleo. Segundo Poliana Rollo (2008, p.17) as revistas trabalham com diversos tipos de assuntos, e, dentre as matrias publicadas, existem as que so consideradas reportagens. Estas se referem s abordagens mais completas que demostram os fatos com diferentes angulaes. No adianta perguntar o que ele [leitor] gostaria de ver na revista. Ele n sabe [...]. preciso compreend-lo, ir alm dos desejos e necessidades expressos por ele e descobrir quais so seus desejos latentes. Mesmo os que ele no saiba ou no queira admitir que tem. (ALI, 2009, p.34)O jornalismo de revista trabalha mais com reportagens e entrevistas, Nilson Lage explica que pode haver confuso entre os gneros notcia e reportagem, porm, ele ressalva que so diferentes apesar de seguirem os mesmos critrios do newsmaking na construo textual. A reportagem aborda assuntos, enquanto a notcia trata de fatos. Para a reportagem, interessa mais as relaes que reatualizam os fatos instaurando dado conhecimento do mundo. (LAGE 2001b, p.51 apud MARQUES DE MELO & ASSIS, 2010, p. 54).

Para Scalzo, a qualidade de produo de uma revista tem incio em seu plano editorial e a definio de sua misso permitindo que ela se posicione de forma assertiva no mercado editorial independente de seu pblico ser segmentado ou diversificado.4.2.1 A revista como formadora de opinioPara Ftima Ali (2009, p.18) s revistas so caracterizadas como um meio de comunicao porttil, de fcil uso e compreenso, pois basta saber ler, que a informao contida na revista absorvida. Elas oferecem grande quantidade de informao com um custo pequeno, alm de referenciar seus leitores sobre diversos temas para formar opinies. No jornalismo em revista, o discurso jornalstico , muitas vezes, caracterstico de uma narrativa mais flexvel, com alteraes no lide, adjetivaes ou uso de advrbios, verbos declaratrios e opinativos, ttulos abertos, metforas e associaes, legendas opinativas, ironia, entre outros. (NASCIMENTO, 2002 apud, GUERREIRO, SANTOS, JACOBINI, 2010, p.3).

Segundo Rafael Sampaio (2003, p.99) a penetrao da revista junto populao urbana do pas est na faixa de 55% dos homens e 62% das mulheres, chegando a 93% entre a classe A1, 88% entre a A2, 79% junto B1e 71% junto classe B2, e que seu pblico consumidor voltado para os mais diversos segmentos de publicao, onde os leitores geralmente s compram as revistas que lhe despertem interesse. Alm do mais, sobre a mdia impressa como as revistas, Charadeau (2010, p. 113) afirma que, a escrita desempenha o papel de provas para a instaurao da verdade, o que no possvel para a oralidade, no recupervel e aparentemente mais efmera.Para Vilas Boas (2006), toda revista tem um ponto de vista que no do jornalista, mas do veculo que obedece a uma linha editorial, apresentando uma opinio dos editores e donos do veiculo que representa. O ponto de vista pode sugerir de modo ambguo e sutil um posicionamento da revista em relao ao assunto tratado no texto. Isso porque o estilo revista se permite mais do que a liberdade no uso da palavra. (VILAS BOAS, 1996, p.40)

A revista desenrola o novelo dos fatos, busca testemunhos e solta a palavra. Narra e reporta. Por esta razo, costuma deixar algo no ar ou nas entrelinhas. Isso no significa que as revistas sejam infiis ao fato reportado, e sim que, ao soltar as amarras da padronizao, pode haver o risco de conduzir o leitor a certo juzo de valor. Portanto, importante separar do jornalismo interpretativo qualquer forma de viso localizada, absolutamente pessoal. O jornalismo interpretativo deve permitir que o leitor faa por si mesmo a digesto do tema que lhe exposto. (VILAS BOAS, 1996, p. 102)

Para Felipe Boff (2013, p.201), a revista se considera alm da objetividade, feita por jornalistas capazes no apenas de colher e relatar informaes, mas tambm, de analis-las e interpret-las, porm, muitas vezes tem receio de posicionar suas opinies, como medo de ser contrariada, se esquecendo que uma informao pode ser corrigida. No entanto, sobre opinio Renn Frana esclarece que o leitor sempre espera da revista um certo posicionamento sobre os acontecimentos sociais, afirmando que, este sentimento de espera s possvel porque ela conseguiu estabelecer um espao discursivo prprio com o passar dos anos. (FRANA, 2013, p. 94). Patrick Charadeau explica que a opinio pertence ao vasto domino do crer, isto , ao que no est em relao direta com a ao, mas com o imaginrio de saber no qual o sujeito pode exercer seu julgamento. O crer define numa relao do sujeito ao saber (2010, p. 120).

A opinio se assemelha a crena pela escolha de ser favor ou contra, mas se diferencia pelo cculo de probabilidade e de um julgamento hipottico a respeito de uma posio de adeso ou oposio, mas que no deve ser confundida com o conhecimento, pois ela no enuncia a verdade sobre o mundo, mas, se remete ao sujeito. (CHARADEAU, 2010, p. 122). Diante disso, Boff (2013, p. 202) afirma que a opinio possui uma influncia no texto jornalstico de revista, mas, pode conviver com a interpretao, sem receio de prejuzos a credibilidade. Somente tornando esta relao mais transparente e o editorial um timo ponto de partida. .5 ANLISE DE CONTEDO DE REPORTAGENS DAS REVISTAS VEJA, ISTO E POCA SOBRE SITES DE REDES SOCIAIS

Com relao a metodologia segundo Antnio Gil (2008) a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve vrias fases, desde a formulao do problema at a apresentao dos resultados. um procedimento racional e sistemtico que tem o objetivo de buscar resposta aos problemas colocados, desenvolvida atravs dos conhecimentos e recursos disponveis e com a utilizao de mtodos e tcnicas cientficas.

Para a realizao deste trabalho, que o objetivo presente identificar como as revistas: Veja, poca e Isto se manifestam sobre os sites de redes sociais em suas reportagens, definiu-se o formato monogrfico que segundo Gil (2008, p.18) parte do princpio de que o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes.Inicialmente foi realizada a pesquisa bibliogrfica, coletando informaes de material j publicado, constitudo principalmente de livros, artigos de peridicos e materiais disponibilizados na Internet. Alm do mtodo de fichamento, para que, Sistematicamente feito, proporciona ao estudante rica informao para seus estudos. (SEVERINO, 2007 p. 70).

A pesquisa bibliogrfica no a repetio daquilo que j foi escrito e estudado, mas tem por objetivo permitir ao cientista/pesquisador "o reforo paralelo na anlise de suas pesquisas ou manipulao de suas informaes." (TRUJILLO, 1974:230 apud MARCONI & LAKATOS, 2003 p. 183).

Buscou-se a partir da pesquisa apresentar um rico dilogo entre os autores das obras. E entre elas, destacam-se como principais Castells (1999), Lvy (2008), Primo (2003), Lemos 2008, Recuero (2009) Santaella (2008), Traquina (2008) Pena (2008) e Wolf (2002) que, de modo geral discorrem sobre cibercultura, sociedade, homem, jornalismo e comunicao.Alm disso, para atender aos objetivos desse trabalho foi utilizado o mtodo de anlise de contedo descrito por Laurence Bardin (2009, p. 121). A Anlise de Contedo (AC) um conjunto de instrumentos metodolgicos que se aperfeioa constantemente em que se aplicam a discursos diversificados. Essa metodologia tem como ponto de partida uma organizao, que dividida em trs plos. Sendo elas 1. A pr anlise; 2. A explorao do material, e 3. O tratamento dos resultados (a interferncia e a interpretao).

A Anlise de Contedo (AC) um conjunto de instrumentos metodolgicos que se aperfeioa constantemente e que se aplicam a discursos diversificados (Bardin 2009). Na pr anlise selecionado os documentos que sero analisados e a definio das hipteses que serviram de base na elaborao dos indicadores para a interpretao final. A explorao do material consiste na realizao das escolhas da pr-anlise, onde os dados brutos so codificados, essa formada pela escolha de unidade de registro, a seleo de regras de contagem e a escolha de categorias.

Na terceira e ltima fase da AC a autora descreve que para haver respostas da pesquisa necessrio que o tratamento dos resultados apresente alguns pontos essncias para toda comunicao, como o emissor e o receptor, da mesma maneira o estudo precisa que todas as fases da anlise se conectem para chegar ao resultado.

Dentre os processos apontados, para o corpus desta pesquisa ao que se referem AC, na pr - anlise foram verificados os peridicos das revistas Veja, poca e Isto do perodo de agosto de 2013 fevereiro de 2014, para a explorao do material foram selecionados as revistas que continham reportagens sobre redes sociais na internet. J na terceira etapa foram definidos os critrios: a) redes sociais mais citadas; b) palavras mais utilizadas para se referir ao usurio; c) termos que apontam as interaes comunicativas via SRS; d) termos utilizados para identificar o ambiente virtual; e) os pases mais citados; f) os temas mais abordados; g) meios de acesso ao SRS. E atravs dos dados coletados foram elaborados grficos para AC e interpretao dos dados, com o auxlio do programa de grfico Google docs para o levantamento dos resultados.

Para isso, utilizaremos os mtodos estatsticos e quantitativos, para o primeiro Gil (2008, p. 17), esclarece que este mtodo fundamenta-se na aplicao da teoria estatstica da probabilidade e constitui importante auxlio para a investigao em cincias sociais. J para o segundo, Fonseca (2002 p. 20) explica que a pesquisa _____________________________

Google Doocs: um pacote de aplicativos fornecido gratuitamente pela Google, pelo qual pode-se editar textos, planilhas e formulrios. Os resultados de pesquisas desenvolvidas nos aplicativos podem ser migrados para o pacote office..quantitativa se centra na objetividade, pois influenciada pelo positivismo, considera que a realidade s pode ser compreendida com base na anlise de dados brutos, recolhidos com o auxlio de instrumentos padronizados e neutros. Por isso,utiliza-se da linguagem matemtica para uma maior compreenso e descrio dos dados para explicar o porqu das causas dos fenmenos sociais.

Considerando os processos j descritos como metodologia, o trabalho segue a linha da pesquisa qualitativa. Para Minayo (2001, p. 22), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes, o que corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e dos fenmenos que no podem ser reduzidos operacionalizao de variveis.Na realidade, a fora da abordagem de redes sociais est em sua necessidade de construo emprica tanto qualitativa quanto quantitativa que busca, a partir da observao sistemtica dos fenmenos, verificar padres e teorizar sobre os mesmos (RECUERO, 2009 p. 21).

Na anlise qualitativa no h necessariamente uma preocupao de representatividade numrica, seu foco na busca no aprofundamento da compreenso de grupos sociais. Conforme os autores (SILVEIRA & GERHARDT, 2009, p.32) Os pesquisadores que utilizam os mtodos qualitativos buscam explicar o porqu das coisas. Alm disso, Deslauriers (1991, p.58), contribui dizendo que: O objetivo da amostra produzir informaes aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa que ela seja capaz de produzir novas informaes.

Portanto, para a realizao deste trabalho foi escolhido metodologia de natureza mista que de acordo com Jones (1997 apud FONSECA, 2008, p. 8) que a juno entre a investigao qualitativa e quantitativa em que apresenta vrias vantagens na investigao entre os adeptos de desportos, bem como em outras disciplinas de cincias sociais, podendo ser capaz de melhorar a qualidade dos resultados de trabalhos de investigao.5.1. Revista VejaA revista Veja foi criada pelos jornalistas Roberto Civita e Mino Cartas e sua publicao foi pela Editora Abril em 11 de setembro de 1968, com o objetivo de tratar de assuntos variados e de interesse nacional. Segundo Conti (1999, p.371) Roberto Civita achava que o Brasil estava progredindo e se modernizando. Queria que a revista fizesse reportagens mostrando e elogiando o desenvolvimento.

Publicada semanalmente s quartas - feiras, Veja ocupa o primeiro lugar no ranking de circulao das revistas semanais de informao, e, hoje possui plataformas com as variadas verses de acesso do leitor ao contedo, que podem acompanhar, por exemplo, atravs das redes socias como o Twitter. Segundo o site da Editora Abril, a audincia da revista de, em mdia, 9 milhes de leitores semanalmente:Juntas, as plataformas de VEJA contam com uma audincia de 12 milhes de pessoas (1).So 9,3 milhes de leitores na verso impressa, 150 mil na verso digital, 2,5 milhes de visitantes nicos no portal Veja.com, 36 mil leitores no app VEJA Notcias, por semana. Alm disso, a publicao ainda possui mais de 3 milhes de seguidores de VEJA no Twitter (uma das trinta contas mais populares do Brasil e a primeira entre os sites de notcia). (PUBLIABRIL, 2014)Segundo o Instituto Verificador de Circulao IVC, que mede o mercado editorial a Veja possui uma tiragem semanal de 1.149.287 de revistas, para assinatura so 907.629, avulsas 110.691 e uma circulao lquida de 1.018.320 totalizando 9.288.000 leitores de acordo com os dados IVC de janeiro de 2014 disponibilizados no site da editora. Veja considerada a quarta maior circulao, no mercado editorial de revistas semanais de informao, no mundo. (BAPTISTA & ABREU, 2010 p.18). A seguir apresentamos os resultados da anlise de contedo das revistas Veja, poca e Isto de Agosto de 2013 Fereveiro de 2014, referente as matrias selecionadas que abordavam as redes sociais como tema ou assunto de discusso nas reportagens.5.1.1 Anlise das reportagens da revista Veja

Em relao a revista Veja, o primeiro grfico da pesquisa apresenta que em 47.8% das reportagens analisadas o Facebook o site de rede social que mais citado, o restante so apresentados da seguinte maneira: 24.8% do Twitter, 13.2% do WhatsApp, 7.4% com o Instagram, 5% do Linkedin e os ltimos 1.7% ficaram com o Orkut

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3 Site da Editora Abril: publiabril.com.br

Grfico 01: Redes sociais mais citadas na revista Veja.

O segundo grfico demonstra quais as palavras utilizadas para se referir aos internautas que navegam nos SRS nas reportagens da revista Veja so em sua maioria o termo usurio com 41.1%, jovens/adolescente com 31.1%, perfil com 21.1% e outros 6.7% esto divididos entre as palavras f/ dolo e presena virtual.

Grfico 02. Palavra para se referir aos usurios nas SRS.O terceiro grfico identifica o ambiente virtual e demonstra que a revista Veja utiliza com 44.1% a palavra redes sociais, 31.3% o termo internet, 9.5% on-line, 6% web, 4% off-line e apenas 1% a expresso mdia digital em suas matrias.

Grfico 03. Termos utilizados para identificar o ambiente virtual - Veja

Em relao aos termos que se referem a interao comunicativa via SRS identificamos as palavras mais citadas como: informao 19% e acesso com 18.8%, dados 18.1%, comunicao 7.6%. O restante do grfico foi seguidos por temos frequentemente utilizados nos textos como compartilha, contedo, monitorar, conectado, curtir, conversa, post, contedo, notcia, comentrios e mensagem.

Grfico 04. Termos de interao comunicativa via SRS - VejaA respeito dos temas abordados nas reportagens em que os aparecem os SRS o sexto grfico bem dividido mostrando que a economia em primeiro lugar com 30.8%, assuntos ligados ao comportamento com 19%.2, j poltica, privacidade e os perigos nos SRS aparecem com 11.5% cada um seguidos dos 7,7% ligados ao campo empresarial e as matrias sobre esportes e entrevistas na Veja aparecem com 4% respectivamente.

Grfico 06. Tema mais abordado na revista veja sobre SRS. J no que diz respeito ao meio que os usurios acesso aos SRS a Veja aponta em seu contedo que os sites so mais acessado pelos aparelhos mveis com 56.8% e pelo computador tradicional 43.2% .

Grfico 07. Meios em que os SRS so acessados segundo a revista Veja.5.2 Revista pocaA poca uma revista de informao, da Editora Globo, que surgiu em 25 de maio de 1998, tendo como inspirao a revista alem Focus, atravs de uma parceria para a utilizao de material fotogrfico e editorial. Seu formato sempre de 20,2 cm x 26,6 cm e seu nome foi sugerido por uma equipe da editora e definido atravs de uma pesquisa de opinio pblica.ARevista poca possui ainda um contedo mais tradicionalista e poltico tendo opinio de grande valor aos seus leitores e a sociedade em geral, alm depublicarregularmente uma edio especial intitulada poca Negcios muito procurado por empresas e pequenos comerciantes. (NOTICIAKI, 2014). A tiragem semanal da poca de 600 mil e atualmente ocupa o segundo lugar no ranking das revistas de informao impressa no Brasil. A seguir apresentamos os dados coletados sobre redes sociais na revista poca.

5.2.1 Anlise das reportagens da revista poca

O grfico a seguir apresenta que em 55,4% das reportagens analisadas da revista poca o Facebook o site de rede social que mais citado, seguido do Twitter com 26.4% e o WhatsApp, 14.9% que mesmo sendo uma rede social nova j tem conquistado seu espao na mdia.

Grfico 08. Redes sociais citadas na revista poca.O proxmo grfico mostra como a revista poca cita em suas pginas o pblico que utilizam os SRS que em sua maioria o pblico jovem o que mais aparece com 58.6%, depois so: usurio 20.3%, perfil 12.8 e com 6% utilizado a expresso f/dolo.

Grfico 09. Palavras para se referir ao usurio das SRS - pocaO terceiro grfico identifica o ambiente virtual e demonstra que a revista poca utiliza com 58,6% a palavra jovens/adolescentes, 20,3% o termo usurios, 12,8% perfil, 6% f/dolo e apenas 2,3 % a expresso seguidores.

Grfico 10. Termos utilizados para identificar o ambiente virtual - pocaEm relao aos termos que se referem a interao comunicativa via SRS identificamos as palavras: publica 21.1%, mensagem com 19.3%, informao com 13,2%, acesso 9.6% compartilha 11.4, contedo com 8.8% as demais porcentagens foram divididos entre as palavras comunicao, conectado, comentrio, interagir, curtir e notcia, palavras essas utilizadas para explicar o movimento de interao dentro das redes sociais.

Grfico 11. Termos de interao comunicatica via SRS - poca Na revista poca os temas mais abordados so: assdio moral via SRS 16%, relacionamentos tambm com 16%, j os assuntos de poltica, educao, tecnologia e entrevista aparecem com 8% cada um, j os temas de religio, militncia e privacidade com 4%.

Grfico 13. Temas mais abordados na revista poca

J no que diz respeito ao meio que os usurios acesso aos SRS a poca aponta em suas reportagens que o meio mais utilizado pelos internautas o smartphone que aparece com 65.5% e o acesso pelo computador com 34.5%.

Grfico 14. Meio de acesso aos SRS poca.5.3 Revista IstoA Revista Isto, publicada pela Editora Trs, teve seu primeiro exemplar mensal em maio de 1976. A proposta inicial era ser uma revista de contedo, porm, se traduzia em muito texto, poucas ilustraes e fotos. Nove meses aps seu lanamento, Isto, tornou-se semanal, e com o intuito de "colher a atualidade ainda quente", a revista manteve a caracterstica de apresentar textos interpretativos.

Segundo a Mida Kit da prpria revista, a opo de oferecer um noticirio diferenciado, mais analtico e de maior profundidade, tinha sido suficiente apenas para cumprir a primeira tarefa da publicao. A pauta da Isto era definida atravs de um "colegiado informal", formado por editores, redatores, reprteres, fotgrafos, ilustradores, diagramadores e diretores de arte. E a Isto posiciona-se como a mais combativa revista semanal do pas (MIDIA KIT ISTO).

A revista composta por 14 editorais, de poltica a televiso, nove sees, e quatro colunas. Com a tiragem atual de 362.207 exemplares, a histria da Isto, que em maio chegam aos seus 38 anos de existncia na histria da Comunicao _______________________________________

4 Informaes retiradas do site da Editora Trs http://www.istoe.com.br

Brasileira Impressa. A Editora Trs atualmente a terceira maior editora de revistas do pas, com nove ttulos publicados: e as semanais so Isto, Isto Dinheiro e Isto Gente. (DALMONTE & VIDAL, 2011, p. 74). 5.3.1 Anlise das reportagens da revista Veja

Na revista Isto verificamos que a rede social mais citada nas matrias jornalisticas o Facebook com 44.6%, seguido do Twitter com 21.4% e tambm do Instagram com 21.4% e o WhatsApp com 7.1%.

Grfico 15. Redes sociais citadas na revista IstoO segundo grfico demonstra que as palavras mais utilizadas para se referir aos perfis nos SRS nas reportagens da revista Isto so usurio com 25%, jovens/adolescente com 58% e seguidores com 8% e tambm aparecem as expresses f/dolo e perfil em menor porcentagem.

Grfico 16. Palavras para se referir ao usurio das SRS Isto.

O terc