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RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2 inct Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES2 0 1 1 - 2 0 1 2

inctBiodiversidade eUso da Terra naAmazônia

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INCT Biodiversidade e Uso da Terra

Sede: Museu Paraense Emílio GoeldiAv. Magalhães Barata, 376 - São BrazCEP: 66040-170 - Belém - PA - BrasilFone: +55 (91) 3182-3247Visite: http://saturno.museu-goeldi.br/inct

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INCT BIODIVERSIDADE E USO DA TERRA NA AMAZÔNIA: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2011/2012

Edição EletrônicaCoordenação Geral Ima Célia Guimarães Vieira

Organização, elaboração, revisão e edição de textosBrenda Taketa Joice Bispo SantosIma Célia Guimarães Vieira

Criação de arteJéssica Vasconcelos

FotosClaudia Leonor López GarcésMarcia MauésToby GardnerAndrew WhittakerJos BarlowMárcia MauésRodrigo Peixoto

Os textos referentes aos subprojetos foram submetidos por seus respectivos coordenadores, cujos contatos encontram-se listados no decorrer das seções que compõem esta publicação.

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A Amazônia e a possibilidade de um novo mundo. Com mais Ciência & TecnologiaA Amazônia e a possibilidade de um novo mundo. Com mais Ciência & Tecnologia

Em um lugar como a Amazônia, dispor de informações de qualidade é essencial a quem toma decisões, atua em projetos ou quer entender um pouco mais das diversas realidades que a fazem uma região socioeconômica, cultural e ambientalmente diversa.

Aqui, presente e futuro dependem do entendimento das trajetórias passadas, da celeridade em acompanhar os processos em tempo real, projetando cenários futuros compatíveis com as diversas possibilidades do agora, bem como da capacidade de pensar, de forma dinâmica e criativa, em propostas e alternativas inovadoras à solução dos problemas históricos e à necessidade de um desenvolvimento mais favorável às pessoas, ao uso e manutenção inteligente dos diversos recursos naturais assim como da valorização das suas variadas formas de vida e riquezas.

Como efeitos de atividades econômicas diversas e de ações, as definições dos planos e modelos de desenvolvimento resultam de interesses e embates políticos por diferentes grupos em instâncias também variadas, formais ou não, a devastação das áreas de floresta, o desperdício dos bens naturais e a depredação da biodiversidade só podem ser devidamente combatidos e evitados com o entendimento, cada vez mais acurado, das múltiplas realidades encontradas na região.

É trabalhosa e desafiante a tarefa de associar conhecimento e ação, cujo esforço não deve se restringir às universidades e institutos de pesquisa, mas alastrar-se por outras entidades públicas e privadas, em um movimento que permita a criação de novas tecnologias, experiências, transformações, diretrizes e medidas realmente estratégicas, capazes de orientar um novo futuro para a região.

Nesse sentido, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, sediado no Museu Paraense Emilio Goeldi, foi criado como uma rede de pesquisa interdisciplinar e multi institucional com a missão de produzir pesquisas que permitam fornecer as bases científicas para práticas econômicas sustentáveis, educação para sustentabilidade e apoio a políticas públicas para a região do Arco do Desmatamento.

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Seu eixo de atuação é a análise dos impactos socioambientais e sociais e o desenvolvimento de estratégias de uso sustentável para a região, que envolvem ampla articulação com diversos segmentos da sociedade, incluindo gestores, produtores, trabalhadores e escolas.

Por meio dessa publicação, apresentamos à sociedade o nosso Segundo Relatório de Atividades, referente ao período 2011- 2012, indicando por eixo de atuação e subprojetos as principais ações, com destaque aos resultados de impacto, à produção científica e à formação de pessoal.

A abertura de cada subeixo desse documento carrega uma citação da geógrafa Bertha Becker, para lembrar as suas essenciais contribuições na definição das principais diretrizes e agenda de pesquisa deste INCT.

Entre outros efeitos, uma agenda política nos moldes do que Charles Clement propôs como “Revolução Beckeriana” resultaria em um modelo de desenvolvimento fortemente pautado por Ciência e Tecnologia aplicadas à valorização e beneficiamento da biodiversidade nacional, e, em especial, da amazônica.

Becker, em seu mais recente artigo intitulado “Amazônia: crise mundial, projetos globais e interesse nacional", publicado na Revista Territórios, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta que avanços nessa direção dependem em parte da renovação do quadro institucional de C&T da região.

Em complemento a medidas como a implantação do INCT Biodiversidade e Uso da Terra, ainda é necessário reforçar os investimentos em pesquisa e focar em prioridades como a criação de um Instituto do Coração Florestal, que agregue instituições para fortalecer um pensamento estratégico amazônico, de parques tecnológicos orientados a estudos e aplicações efetivas sobre a biodiversidade, assim como estimular arranjos destinados à organização da cadeia produtiva da madeira.

Coordenadora Geral do INCT Biodiversidade e Uso da TerraDezembro de 2012

Ima Célia Guimarães Vieira

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AMAZÔNIA

AVANÇANDO SOBRE NOVAS FRENTES: CIÊNCIA COMO NORTE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

10 Amazônia: Patrimônio singular, região plural

12 Fronteiras do desmatamento

13 O que é um INCT?

14 Função de um INCT aplicado à biodiversidade e ao uso da terra

15 Sobre o INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia

15 Tipos de informações produzidas

17 Parcerias

20 O papel das alterações climáticas e de paisagem na evolução passada e futura de espécies de vertebrados e plantas superiores de especial interesse para a conservação na Amazônia

33 A perda da biodiversidade no Centro Endemismo Belém

39 Análise custo-benefício entre conservação e desenvolvimento na Amazônia Brasileira / Custos sociais e ambientais de queimadas na Amazônia

SUBEIXO 1: IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE A BIODIVERSIDADE

SUBEIXO 2: IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DO USO DA TERRA

SUMÁRIO

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53 Serviços ecossistêmicos e sustentabilidade das paisagens agrosilvipastoris da Amazônia Oriental

64 Dinâmica de uso da terra no Leste do Pará

78 Uso de Recursos e Recuperação da Produtividade Agrícola das Terras do Leste do Pará

83 Elaboração de mapas de populações tradicionais, conflitos e usos da biodiversidade na área da BR-163 (PA)

89 Laboratório de práticas sustentáveis em Terras Indígenas próximas ao arco de desmatamento

94 Recuperação de Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente

99 Ebio - Escola da Biodiversidade Amazônica

106 Programa de Formação e Capacitação de Profissionais em Biodiversidade Amazônica

115 Bolsas concedidas

119 Publicações

SUBEIXO 3: DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE USO SUSTENTÁVEL DE CURTO,MÉDIO E LONGO PRAZOS

O INCT EM NÚMEROS

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A Amazônia não é só uma questão regional – é também nacional,

continental e global. Tem uma história e uma geografia diferente daquelas

do Brasil após a colonização europeia. Foi e é uma fronteira-mundi, com

processo de ocupação mais tardio e com maior abertura para o exterior do

que o do Brasil. Faz parte de sua história o contato contínuo com os grandes

avanços da ciência e da tecnologia que impulsionam a economia-mundo

desde o século XV, mas avanço esse sempre serviu a interesses externos à

região, que foi incorporada aos processos globais como periferia

exportadora de recursos.

[...] É preciso, portanto, sustar a continuidade do modelo baseado na

economia de fronteira. O desenvolvimento e a integração efetiva da

Amazônia no Estado Nação brasileiro requerem hoje conhecimento

científico e tecnológico de ponta, mas com o olhar para ela direcionado.

Essas condições são hoje possíveis graças à revolução científico-tecnológica

que a partir dos anos 1970 valorizou duplamente a natureza amazônica –

como capital natural e como condição de sobrevivência do planeta –, e

criou possibilidades de lidar com esse fantástico patrimônio com novas

formas de produção.

(Bertha Becker, 2012, em “Amazônia: Crise Mundial, Projetos Globais e Interesse Nacional”)

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Amazônia: patrimônio singular, região plural

Diversidade biológica, reservas de recursos naturais variados, populações e grupos de múltiplas origens, tradições e modos de viver que desempenham atividades produtivas de acordo com os diferentes históricos e incentivos, governamentais ou não, são alguns dos elementos que compõem as muitas “Amazônias” existentes em uma região que se distribui em mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, por nove países sul-americanos, entre os quais o Brasil se destaca por compreender 60% dessa área.

Ela congrega 40% das florestas tropicais que ainda existem em todo o mundo, desempenhando um papel fundamental na regulação climática continental e na manutenção dos ciclos biogeoquímicos globais.

Vivem na região aproximadamente 20 milhões de pessoas. Combinações entre aspectos climáticos, bioquímicos, geológicos e humanos resultam em diferentes paisagens, que compreendem a maior variedade de animais e vegetais do planeta, cujas estimativas alcançam um mínimo de 40 mil espécies de plantas superiores e outras 425 de mamíferos, 1,3 mil de aves, 371 de répteis, 427 de anfíbios e 3,5 mil de peixes de água doce (Mittermeier et al., 2003; Hubert & Renno; 2006).

Entre 1988 e 2010, quase 1,6 milhões de hectares de suas florestas primárias foram alterados anualmente, o que contribuiu para o registro das maiores taxas absolutas de desmatamento de floresta tropical e de degradação florestal por fogo e exploração madeireira.

Amazônia

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FAUNA

3.813 espécies

Com o apoio do INCT, o Museu Goeldi criou o Censo da Biodiversidade, com o objetivo de informar a sociedade sobre a riqueza da biodiversidade amazônica ao longo dos anos. Só no Pará o número de espécies alcança os seguintes números:

FLORA

Na Amazônia

No Pará

Já o Censo das Árvores, cujas fontes de referência são a Amazon Tree Diversity Network (ATDN), aponta a riqueza da cobertura vegetal da região:

O estudo em uma permitiu estimar a presença de aproximadamente e de árvores na região.Fonte:

No Pará, a investigação sobre de parcelas permanentes de levantamentos florísticos projetou a existência de e

de árvores.Fonte: Amazon Tree Diversity Network/Museu Paraense Emilio Goeldi

área de 1.133 hectares600.000 indivíduos 5.000 espécies

218 hectares28.220 indivíduos 1.696

espécies

Amazon Tree Diversity Network

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Fronteiras do desmatamento

A exemplo do que tem sido feito por governos, instituições de pesquisa e entidades não-governamentais, é possível subdividir todo o espaço que compreende o bioma amazônico por fronteiras baseadas em critérios políticos, geográficos, biológicos, socioculturais e econômicos, entre outros.

No Brasil, onde as políticas de desenvolvimento regional dos últimos 40 anos resultaram em um processo contínuo de avanço e destruição sobre as áreas florestais. A região do “Arco do Desmatamento” foi definida para caracterizar a faixa relativamente estreita, quando consideradas as extensões regionais, em que esse processo tem se concentrado na região.

Espraiando-se pelo sul da região amazônica, do oeste do Maranhão ao interior do Acre, essa porção de território abrange 524 municípios, cuja população somada ultrapassa os 10 milhões de habitantes (MPEG, CI 2003). No Arco do Desmatamento, estão também inseridas 36 unidades de conservação federais e estaduais, sendo 25 de uso sustentável, 11 de proteção integral, além de 99 Terras Indígenas.

Nesse contexto, o estado do Pará, que do leste ao sul apresenta historicamente extensas áreas em processo de desmatamento, representa um espaço rico e diverso para a produção de informações essenciais à tomada de decisões em diferentes níveis de governo e setores da sociedade e à garantia de processos de desenvolvimento inclusivos e sustentáveis do ponto de vista socioeconômico e ambiental.

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Avançando sobre novas frentes: ciência como norte do desenvolvimento regional

O que é um INCT?

Em âmbito nacional, um Plano de Aceleração do Crescimento em Ciência, Tecnologia e Inovação foi criado para garantir a excelência nas atividades brasileiras de pesquisa, garantindo-lhe o reconhecimento em nível internacional, maior interação com o setor empresarial, melhoria da educação científica e participação mais equilibrada das diferentes regiões do país nessa área.

Entre os anos de 2008 e 2009, foram selecionados 123 projetos que resultaram na formação e consolidação de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), em uma iniciativa conduzida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o apoio de outros ministérios, entidades de fomento nacionais e estaduais e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Metas ambiciosas e abrangentes foram então estabelecidas com o objetivo de mobilizar e agregar, de forma articulada, os melhores grupos em áreas acadêmicas e espaços estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país, assim como impulsionar a pesquisa científica básica e fundamental competitiva internacionalmente, estimular o desenvolvimento de conhecimento e tecnologia de ponta, associando-os a aplicações inovadoras, em estreita ligação com as empresas vinculadas ao Sistema Brasileiro de Tecnologia.

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Qual a função de um INCT aplicado à biodiversidade e uso da terra?

Um centro de excelência para o estudo da biodiversidade e da paisagem amazônica deve ajudar a melhor compreender e a projetar cenários futuros sobre o estado de conservação de áreas prioritárias em termos de riquezas biológicas, por exemplo, e as consequências ambientais e sociais das diferentes possibilidades de uso da terra na região.

Por ajudar a antever problemas, riscos e possibilidades e a estimular soluções de modo estratégico e eficaz, essas informações deverão subsidiar e estimular práticas econômicas sustentáveis, atividades de educação, incluindo a formação de novos pesquisadores, e apoiar a gestão de políticas públicas na região do Pará inserida no Arco do Desmatamento, reconhecida por seus altos índices de depredação das áreas florestais.

Biodiversidade

i

Como bio" é o termo em latim para definir "vida", biodiversidade remete à rica

variedade de formas de vida que podem ser encontradas na Terra.

Essa diversidade pode ser considerada do ponto de vista genético, já que os indivíduos

de uma mesma espécie não são geneticamente idênticos entre si; orgânico, na medida em que a

história evolutiva muda entre as espécies; e ecológico, porque a distinção entre biomas e

paisagens depende das inúmeras formas de interação entre as populações da mesma espécie e

as de outras, que formam a partir disso comunidades cujas relações com o ambiente resultam

nos ecossistemas.

Fonte: Museu Goeld

"

A pecuária, a exploração ilegal de madeira e a agricultura mecanizada estão entre as

atividades responsáveis por aproximadamente 80% do desmatamento detectado na

Amazônia até hoje. Apenas o restante pode ser atribuído à agricultura itinerante de pequena

escala.

Uso da terra na Amazônia

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O que é então o INCT Biodiversidade e Uso da Terra?

Informação como combustível das práticas ambiental e economicamente sustentáveis

O INCT Biodiversidade e Uso da Terra é uma rede de organizações e profissionais com a missão de gerar informações e abordagens científicas inéditas que compatibilizem os potenciais e necessidades de desenvolvimento econômico, inclusão social e conservação da biodiversidade na Amazônia.

Os trabalhos realizados apoiam-se em uma abordagem interdisciplinar capaz de produzir efeitos sobre o planejamento territorial, a definição de áreas prioritárias para a conservação, o estímulo das dinâmicas econômicas mais eficientes e sustentáveis do ponto de vista socioambiental e o compartilhamento das informações produzidas com toda a sociedade, especialmente os gestores públicos e privados.

Partindo da premissa de que a ampliação e a difusão do conhecimento sobre a biodiversidade são fatores-chave para uma adesão cada vez maior às soluções sustentáveis de manejo dos recursos naturais e de que é essencial avaliar as práticas de uso da terra, por meio de indicadores de sustentabilidade elaborados de forma crítica e em diferentes escalas temporais, o INCT deve garantir:

- A avaliação da suscetibilidade de espécies de especial interesse para a conservação, como as ameaçadas de extinção e as endêmicas, diante do quadro de mudanças climáticas previstas pelo IPCC;

- O estudo e a quantificação dos padrões de transformação da paisagem criados pela conversão de florestas na Amazônia;

- A medição da perda de biodiversidade associada a diferentes usos da terra;

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- A avaliação das respostas da biodiversidade e dos ecossistemas a queimadas e incêndios florestais;

- A criação de cenários sobre flora e fauna futuras da Amazônia;

- O desenvolvimento de estratégias produtivas que minimizem os impactos negativos das mudanças de uso da terra;

- A concepção e o teste de modelos de restauração florestal para as áreas de preservação permanente e reserva legal;

- A produção de informações sobre os custos de oportunidades de conservação ambiental e atividades produtivas;

- O fortalecimento de abordagens interdisciplinares entre os grupos de pesquisas e nos cursos de Pós-graduação;

- A maior visibilidade pública às alternativas de sustentabilidade;

- A qualificação cada vez maior de profissionais nas universidades e institutos de pesquisa, por meio de cursos de formação e disseminação técnico-científica em temáticas especializadas;

- O aperfeiçoamento de metodologias e práticas de ensino sobre a biodiversidade no sistema escolar;

- A implantação do Laboratório de Práticas Sustentáveis na região do Arco do Desmatamento;

- A colaboração com os programas de desenvolvimento de políticas públicas para a Amazônia, com ênfase no estado do Pará.

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Parcerias

Sob a coordenação do Museu Paraense Emílio Goeldi, instituições brasileiras e internacionais formam a rede de parceiros do INCT, sob o compromisso de produzir com excelência dados técnico-científicos que apoiem a gestão de políticas orientadas ao desenvolvimento regional, tendo em vista a necessidade de propor as melhores alternativas aos problemas socioambientais e de entender os cenários futuros possíveis para cada decisão tomada no presente.

Integram também os projetos desenvolvidos pelo INCT Biodiversidade e Uso da Terra mais de 100 pessoas, entre pesquisadores, técnicos de laboratório e pesquisa e profissionais de educação e comunicação.

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“Os dois maiores problemas a serem solucionados são a mudança

climática rumo a um aquecimento global e a perda de biodiversidade. [...]

A biodiversidade e os serviços ecossistêmicos precisam ser entendidos

como os mais fundamentais componentes do desenvolvimento

econômico verde, cujos serviços exportados e importados devem ser

incluídos num sistema de contas da riqueza”.

(Bertha Becker, 2012, em “Amazônia: Crise Mundial, Projetos

Globais e Interesse Nacional”)

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O 4° Relatório Mundial do IPCC, divulgado em 2007, é incisivo ao apontar que o aumento da média de temperatura mundial desde meados do século XX se deve muito provavelmente ao aumento das concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera, provocadas em sua maior parte pelo uso de combustíveis fósseis. De acordo com o documento, de 12 anos analisados (período de 1995 a 2006), 11 figuraram entre os mais quentes nos registros de temperatura do ar desde 1850, sendo que o aumento da temperatura entre 1906 e 2005 foi estimado em 0,74°C.

Além disso, as influências humanas seriam responsáveis não apenas pelo aumento da média da temperatura mundial, mas também pela interferência em outros aspectos ambientais, como os sistemas hidrológicos, os ecossistemas terrestres e marítimos, além das calotas polares e terrenos congelados.

Estudiosos também apontam que essa combinação entre o aumento de temperatura e o decréscimo da água do solo pode provocar em meados deste século alterações ou reordenamentos na distribuição das florestas tropicais e mesmo a sua substituição por savanas em algumas áreas.

Lançado em 2006, o relatório Stern confirmou os prognósticos do IPCC, apontando a iminência de riscos de aumento da temperatura mundial acima do considerado aceitável para a segurança dos ecossistemas planetários. O estudo também revelou que, caso as emissões permaneçam nos níveis atuais, a concentração de GEE na atmosfera elevará os índices pré-industriais em duas vezes até meados deste século. Nesse caso, a projeção de aumento da temperatura pode variar de dois a cinco graus celsius ou até mais (STERN, 2006, p. 48).

SUB-EIXO 1: IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE A BIODIVERSIDADE

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O papel das alterações climáticas e de paisagem na evolução passada e futura de espécies de vertebrados e plantas superiores de especial interesse para a conservação na Amazônia

Coordenação:

Alexandre Aleixo (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Ana Albernaz (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Estudos filogeográficos e qualificação de profissionais na região

Como reagirá a biodiversidade da região do Arco do Desmatamento diante do aumento da temperatura, previsto pelas mudanças climáticas globais, e da manutenção das atividades econômicas que pressionam as áreas florestais?

Com base no histórico evolutivo dos animais vertebrados e plantas superiores existentes na região, usualmente considerado em escalas de milhões de anos, é possível relacionar os efeitos que as alterações no clima e as diferentes formas de uso da terra terão sobre a paisagem e as espécies, projetando nos cenários futuros as possíveis extinções e os impactos sobre cada ecossistema.

Nessa análise do grau de suscetibilidade natural das espécies em relação às mudanças climáticas, foram priorizadas as que são consideradas vulneráveis em função da forte pressão humana sobre os seus habitats, bem como as ameaçadas de extinção.

A rede de pesquisa formada a partir desse subprojeto incluiu 29 estudos filogeográficos sobre linhagens amazônicas de aves, insetos, mamíferos e répteis, por meio do Laboratório de Biologia Molecular do Museu Goeldi.

Feita por alunos ligados aos programas de pós-graduação em Zoologia da Universidade Federal do Pará e em Recursos Naturais da Universidade Federal de Roraima, a maior parte destes estudos têm comprovado que a última máxima glacial - de aproximadamente 21.000 anos atrás - exerceu uma grande perturbação na paisagem florestal amazônica, alterando de forma significativa a distribuição das espécies florestais.

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No entanto, esse rearranjo aparentemente não implicou na separação de populações e na geração de novas espécies ou linhagens nesse período, já que a maior parte dos organismos estudados pode ser considerada mais antiga.

Futuro

As análises permitirão construir modelos baseados em diferentes cenários de governança relacionados ao uso da terra, o que inclui considerar a presença e a ausência de políticas públicas (incentivos, comando-controle, proibições, entre outros instrumentos), por meio dos quais será possível prever as possíveis e prováveis mudanças na paisagem, assim como visualizar como as espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e plantas superiores serão espacialmente distribuídas de acordo com as condições ecológicas passadas, atuais e futuras.

Metas alcançadas:

1. Produzidos e validados modelos biogeoclimáticos de impactos sobre a biodiversidade da região amazônica a partir de diferentes cenários de mudanças ambientais passadas e previstas para o futuro;

2. Com ferramentas da biologia molecular, a história evolutiva recente das espécies amazônicas foi reconstruída, por meio da modelagem dos nichos e áreas em que elas estão geograficamente distribuídas, o que permitiu a avaliação do efeito das mudanças climáticas passadas sobre a fauna e a flora local.

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Resultados Divulgados

Pessoas qualificadas e conhecimento produzido:

- Cerca de 50 alunos e pesquisadores espalhados por várias instituições da Amazônia, do Brasil e do exterior fazem parte desse subprojeto, que já resultou na defesa de nove dissertações de mestrado até outubro de 2012.

- Encontram-se em fase de elaboração: um trabalho de conclusão de curso, cinco dissertações de mestrado e nove teses de doutorado.

- Foram publicados 11 artigos científicos em periódicos indexados, com a previsão de pelo menos mais de 16 para submissão em 2013.

- Nos anos de 2011 e 2012 os resultados do projeto foram apresentados em um congresso internacional, o “IX Neotropical Ornithological Congress”, por meio de 11 atividades e na reunião magna da Academia Brasileira de Ciências, realizada no Rio de Janeiro em maio de 2012.

TRABALHOS PUBLICADOS

ALEIXO, A. ; ALBERNAZ, A. L. K. M. ; GRELLE, C. A. V. ; VALE, M. M. ; RANGEL, T. F. . Mudanças Climáticas e a Biodiversidade dos Biomas Brasileiros: Passado, Presente e Futuro. Natureza & Conservação, v. 8, p. 194-196, 2010.

ALEIXO, A. ; POLETTO, F. ; LIMA, M. F. C. ; CASTRO, M. ; PORTES, C. E. B. ; MIRANDA, L. S. . Notes on the vertebrates of northern Pará, Brazil, a forgotten part of the Guiana Region. I. Avifauna.. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, v. 6, p. 11-65, 2011.

AVILA-PIRES, T. C. S. ; HOOGMOED, M. S. ; ROCHA, W.A. . Notes on the Vertebrates of northern Pará, Brazil: a forgotten part of the Guianan Region, I. Herpetofauna. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Série Ciências Naturais, v. 5, p. 13-112, 2010.

DERRYBERRY, E. P. ; CLARAMUNT, S.; DERRYBERRY, G.; CHESSER, R. T. ; CRACRAFT, J. ; ALEIXO, A. ; PÉREZ-EMÁN, J. ; REMSEN JR, J. V. ; BRUMFIELD, R. T. Lineage diversif ication and morphological evolution in a large-scale continental radiation: The Neotropical Ovenbirds and Woodcreepers (Aves: Furnariidae). Evolution (Lancaster, PA.), v. 65, p. 2973-2986, 2011.

DERRYBERRY, E. P. ; ALEIXO, A.; SEDDON, N.; CLARAMUNT, S.; TOBIAS, J. A.; BAKER, A.; BRUMFIELD, R. T. Correlated evolution of beak morphology and song in the neotropical woodcreeper radiation. Evolution , v. 66, p. 2784-2797, 2012.

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FERRARI, S. F. ; SENA, L. ; SCHNEIDER, M. P. C. ; SILVA JÚNIOR, J. S. . Rondon s marmoset, Mico rondoni sp.n., from southwest Brazilian Amazonia. International Journal of Primatology, v. 31, p. 693-714, 2010.

FERNANDES, A. M. ; ALEIXO, A. ; GONZALEZ, J. ; WINK, M. Multilocus phylogeography of the Wedge-billed Woodcreeper Glyphorynchus spirurus (Aves, Furnariidae) in lowland Amazonia: Widespread cryptic diversity and paraphyly reveal a complex diversification pattern. Molecular Phylogenetics and Evolution, v. 66, p. 270-282, 2013.

FERNANDES, A M.; ALEIXO, A.; WINK, M. Phylogeography of the chestnut-tailed antbird (Myrmeciza hemimelaena) clarifies the role of rivers in Amazonian biogeography. Journal of Biogeography, v. 39, p. 1524-1535, 2012.

LEES, A. C. ; Moura, N. G. ; SANTANA, A. ; ALEIXO, A.; Barlow, J. ; Berenguer, E. ; Ferreira, J. ; Gardner, T. A. Paragominas: a quantitative baseline inventory of an eastern amazonian avifauna. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 20, p. 93-118, 2012.

PATEL, S. ; WECKSTEIN, J. D. ; PATANE, J. S. L. ; BATES, J. ; ALEIXO, A. . Temporal and spatial diversification of Pteroglossus araçaris (AVES: Ramphastidae) in the neotropics: Constant rate of diversification does not support an increase in radiation during the pleistocene. Molecular Phylogenetics and Evolution (Print), v. 58, p. 105-115, 2011.

PELOSO, P. L. V. ; PELLEGRINO, K. C. M. ; RODRIGUES, M. T. ; AVILA-PIRES, T. C. S. . Description and phylogenetic relationships of a new genus and species of lizard (Squamata, Gymnophthalmidae) from the Amazonian rainforest of northern Brazil. American Museum Novitates, v. 3712, p. 1-24, 2011.

PORTES, C. E. B. ; CARNEIRO, L. ; SCHUNCK, F. ; SILVA, M. S. E. ; ZIMMER, K. J. ; WHITTAKER, A. ; POLETTO, F. ; SILVEIRA, L. F. ; ALEIXO, A. . Annotated checklist of birds recorded between 1998 and 2009 at nine areas in the Belém area of endemism, with notes on some range extensions and the conservation status of endangered species. Ararajuba (Rio de Janeiro), v. 19, p. 167-184, 2011.

PRUDENTE, A. L. C. ; PASSOS, P. . New cryptic species of Atractus (Serpentes: Colubridae) from Brazilian Amazon. Copeia, v. 2010, p. 397-404, 2010.

RIBAS, C. C. ; ALEIXO, A. ; NOGUEIRA, A. C. R. ; MIYAKI, C. Y. ; CRACRAFT, J. . A palaeobiogeographic model for biotic diversification within Amazonia over the past three million years. Proceedings - Royal Society. Biological Sciences , v. 279, p. 681-689, 2012.

SANTOS, M. P. D. ; ALEIXO, A. ; HORTA, F. M. ; PORTES, C. E. B. . Avifauna of the Juruti region, Pará, Brazil. Ararajuba (Rio de Janeiro), v. 19, p. 134-153, 2011.

STOUFFER, P. C. ; COCKLE, K. L. ; ALEIXO, A. ; ARETA, J. I. ; BARNETT, J. M. ; BODRATI, A. ; CADENA, C. D. ; GIACOMO, A. S. ; HERZOG, S. K. ; HOSNER, P. ; JOHNSON, E. I. ; NAKA, L. N. ; SANCHEZ, C. . No evidence for widespread bird declines in protected South American forests. Climatic Change, v. 108, p. 383-306, 2011.

STURARO, M. J.; AVILA-PIRES, T. C. S. Taxonomic revision of the geckos of the Gonatodes concinnatus complex (Squamata: Sphaerodactylidae), with description of two new species. Zootaxa (Online), v. 2869, p. 1-36, 2011.

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Page 24: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

Pesquisas Realizadas

Tipo Autor Título Instituição

Mestrado

Valdenice Barros da Silva Moscoso

Modelagem da distribuição de doze espécies vegetais (seis madeireiras e seis palmeiras) na Amazônia, usando dados de coleções e de inventários. 2012. Dissertação (Mestrado em Botânica)

Universidade Federal Rural da Amazônia

Annelise Batista D'Angiolella

Filogenia molecular e taxonomia do grupo Anolis Chrysolepis Duméril & Bibron, 1837 (Squamata, Polychrotidae)

Universidade Federal do Pará

Pedro Luiz Vieira del Peloso

Variação geográfica e taxonomia do lagarto Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 (Squamata, Gymnophthalmidae)

Universidade Federal do Pará

Marcelo José Sturaro Variação Geográfica e Taxonomia de Gonatodes do grupo concinnatus (Reptilia: Squamata)

Universidade Federal do Pará

Luciano Jorge Serejo dos Anjos

Modelagem de Distribuição da Avifauna Ameaçada do Leste do Pará

Universidade Federal do Pará

Victor Fonsêca da Silva

Variação morfológica e molecular dos sagüis de face com pêlos da Amazônia oriental, Saguinus midas (Linnaeus, 1758) e Saguinus niger (É. Geoffroy, 1803)

Universidade Federal do Pará

José Abílio Barros Ohana

Variação morfológica no tamanduá-mirim, Tamandua Tetradactyla (Linnaeus, 1758).. 2011. Dissertação

Universidade Federal do Pará e Museu Emílio Goeldi

Gregory Thom e Silva

Testando hipóteses de diversificação na Amazônia: filogeografia da espécie politípica Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 (Aves: Thamnophilidae)

Universidade Federal do Pará

Denise Mendes Martins

Sistemática Molecular e Filogeografia do gênero Phoenicircus Swainson, 1832 (Aves: Cotingidae)

Universidade Federal do Pará

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Tipo Autor Título Instituição

Mestrado Shirliane de Araújo Sousa

Filogeografia e limites inter-específicos no gênero Corythopis (Aves: Tyrannidae)

Universidade Federal do Pará

Romina do Socorro da Silva Batista

Filogeografia e limites inter-específicos em Dendrocolaptes certhia (Aves: Dendrocolaptidae)

Universidade Federal do Pará

Leonardo Moura dos Santos Soares

Filogenia e limites interespecíficos de Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) e Micrastur mintoni (Whittaker, 2002), (Aves Falconidae)

Universidade Federal do Pará

Lucas Eduardo Araújo da Silva

Filogeografia de Phaethornis bourcieri (Aves: Trochilidae): implicações taxonômicas e biogeográficas

Universidade Federal do Pará

Leonardo de Sousa Miranda

Molecular, morphological, and vocal variation and species limits in the Ihering´s Antwren Myrmotherula iheringi (Thamnohilidae), with the description of a new species

Universidade Federal do Pará

Silvia Tereza de Carvalho

Filogeografia e limites inter-específicos no complexo Percnostola rufifrons (Aves: Thamnophilidae)

Universidade Federal do Pará

Tiago Sousa Neves História biogeográfica e diversificação do complexo de aves neotropicais Xiphorhynchus pardalotus/ocellatus

Universidade Federal do Pará

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Análise genealógica e de genética populacional dos jacamins para entender a diversificação de espécies em áreas de floresta amazônica nos últimos três milhões de anos

Fonte: RIBAS, C. C.; ALEIXO, ALEXANDRE ; NOGUEIRA, A. C. R. ; MIYAKI, C. Y. ; CRACRAFT, J.

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Com base em uma análise genealógica e de genética populacional dos jacamins, esse modelo apresenta uma possível justificativa para a diversificação de espécies terrestres associadas a florestas de terra-firme na Amazônia nos últimos três milhões de anos (Aves: Psophiidae, Psophia spp.; Ribas et al. 2012).

No primeiro mapa, de letra “a”, fica claro que, até o Plioceno (03 a 2.7 milhões de anos atrás), o gênero Psophia era provavelmente restrito aos escudos brasileiro e das guianas, também ausente das bacias sedimentares do oeste e centro da Amazônia, ocupadas por um complexo de rios e lagos em terreno não apropriado para o desenvolvimento de florestas de terra-firme.

Na imagem seguinte, que demonstra o momento de continuação do soerguimento dos Andes e o começo do soerguimento da porção sudoeste das bacias sedimentares, as condições se tornam mais favoráveis ao desenvolvimento da moderna bacia hidrográfica amazônica e do rio Amazonas, provocando o aparecimento da primeira espécie do gênero Psophia, que hoje apresenta uma idade estimada entre 2.7 a 2 milhões de anos.

É na Amazônia ocidental, com a progressiva substituição do ambiente de rios e lagos por florestas de terra-firme, que acontecem os primeiros episódios de colonização das bacias sedimentares da Amazônia central e ocidental por linhagens associadas a florestas de terra-firme provenientes dos escudos brasileiro e das guianas.

Análise genealógica e de genética populacional dos jacamins para entender a diversificação de espécies em áreas de floresta amazônica nos últimos três milhões de anos

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Já na imagem “d”, referente ao período seguinte, entre 02 e 01 milhão de anos atrás, no qual o rio Madeira se encontra formado, são criadas as condições para o surgimento da segunda espécie do grupo, a Psophia leucoptera.

Em seguida, entre 1.3 e 0.8 milhões de anos, com o estabelecimento do rio Tapajós, registra-se a formação da terceira espécie do grupo, a Psophia viridis. Nesse mesmo período, a espécie Psophia napensis é dividida, provavelmente por um paleo-rio, que a separa daquelas populações do escudo das guianas.

Entre 1 e 0.7 milhões de anos, conforme a imagem “e”, uma barreira associada ao baixo curso do rio Negro provoca a origem de novas espécies, a Psophia ochroptera, que ocupa a área de endemismo Negro, e a Psophia crepitans, da área de endemismo Guiana.

O último mapa (f) demonstra que, entre 0.8 e 0.3 milhões de anos, o desenvolvimento das bacias dos rios Xingu e Tocantins leva novamente ao surgimento de uma nova espécie, com três novas linhagens de Psophia: P. dextralis, P. interjecta e P. obscura.

Fonte: RIBAS, C. C.; ALEIXO, ALEXANDRE ; NOGUEIRA, A. C. R. ; MIYAKI, C. Y. ; CRACRAFT, J. . A palaeobiogeographic model for biotic diversification within Amazonia over the past three million years. Proceedings - Royal Society. Biological Sciences (Print), v. 279, p. 681-689, 2012.

Análise genealógica e de genética populacional dos jacamins para entender a diversificação de espécies em áreas de floresta amazônica nos últimos três milhões de anos

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Uma nova espécie de ave foi descoberta na região paraense próxima ao município de Alta Floresta, fortemente pressionada por atividades econômicas e cortada pelas rodovias Transamazônica e BR-163, entre os rios Madeira e Xingu.

O reconhecimento do Torom-de-alta floresta (Hylopezeus whittakeri), que vive entre populações do Torom-carijó (Hylopezeus macularius), mas que se diferencia dele pelo canto e pela plumagem, entre outros aspectos, demonstra como os esforços de pesquisa precisam ser ainda mais intensos para alcançar a riqueza biológica da região.

O anúncio da nova espécie endêmica – característica daquele local - foi feito por meio do artigo “Systematic evision of the Spotted Antpitta (Grallariidae: Hylopezeus macularius), with description of a cryptic species from brazilian amazonia”, publicado na revista da União Americana de Ornitólogos, em abril de 2012.

Para identificá-la, os pesquisadores analisaram mais de 100 gravações com 310 sons distintos, provenientes de 51 localidades, com atenção à frequência, ritmo e duração das notas no canto de cada individuo. Também foram examinadas 97 exemplares de coleções do Brasil e do exterior, além do sequenciamento do DNA mitocondrial de 28 indivíduos.

Nova espécie de ave

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O isolamento geográfico é uma das explicações para o surgimento desse novo pássaro, já que a região em que ele se encontra é entremeada por rios e rodovias com intenso movimento, que funcionam como barreiras.

Uma análise de vulnerabilidade executada em conjunto com técnicos do Centro Nacional de Migração de Aves, ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, revelou que, apesar das fortes pressões sobre as áreas de floresta onde vive o torom-de-alta-floresta, a nova espécie não se encontra ameaçada. Esta situação pode mudar em curto prazo, principalmente com a consolidação dos novos conglomerados hidrelétricos nas bacias dos rios Madeira, Tapajós e Xingu.

Assinam o trabalho de identificação da nova espécie os pesquisadores do Museu Goeldi e da Universidade Federal do Pará: Lincoln Carneiro, Luiz Gonzaga, Péricles Rêgo, Iracilda Sampaio, Horácio Schneider e Alexandre Aleixo.

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“O problema do desflorestamento da Amazônia só será resolvido com um novo paradigma de desenvolvimento. E o da degradação do planeta somente com um novo regime de acumulação. Em vinte anos de negociações nas convenções sobre o clima e a biodiversidade, passou-se de uma questão do meio ambiente a uma questão de desenvolvimento sustentável, de justiça redistributiva entre Norte e Sul, de construção de um novo regime de crescimento econômico. A mudança de paradigma traduz-se hoje em termos de crescimento verde ou bioeconomia na luta contra a depressão econômica; passar de uma questão ambiental e de poluição ao horizonte de um novo regime de acumulação, a partir de um paradigma tecno-econômico mais verde, coloca-se como o desafio maior. E das próprias políticas climáticas passa-se à ideia que um desenvolvimento mais sustentável pode contribuir fortemente para a atenuação da mudança climática”.

(Bertha Becker, 2012, em “Amazônia: Crise Mundial, Projetos Globais e Interesse Nacional”)

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SUB-EIXO 2: IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DO USO DA TERRA

A construção de indicadores de sustentabilidade socioambiental permite avaliar, entre outros aspectos, a qualidade e a eficiência das diferentes formas de uso da terra praticadas na Amazônia.

Com eles, é possível construir diagnósticos das regiões estudadas, o que permite a indicação das atividades merecedoras de incentivo e as que precisam de limites ou correções, para que se tornem mais condizentes com um modelo de desenvolvimento mais adequado à região.

Agricultura familiar, manejo florestal, pecuária e produção agrícola destinada à fabricação de biocombustíveis são algumas das práticas cujos impactos sobre os ambientes e as sociedades locais carecem de especial atenção dos centros de pesquisa.

Os resultados dos estudos são de alta relevância e interesse aos gestores públicos, técnicos de governo, estudiosos e empresários, que, conhecendo mais e melhor os conflitos e os casos bem-sucedidos de repartição e uso dos recursos existentes, assim como os atributos de cada atividade produtiva estudada, terão condições de planejar outros tipos de programas, políticas, projetos e ações social, econômica e ambientalmente sustentáveis para a região.

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A perda da biodiversidade no Centro Endemismo Belém

Coordenação:

Marlúcia Martins (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Márcia Maués (EMBRAPA/CPATU) - [email protected]

Dentro do Arco do Desmatamento, o Centro de Endemismo Belém, que concentra todas as áreas de florestas e ecossistemas situados ao leste do rio Tocantins somados à Amazônia Maranhense, chama a atenção por sua ampla e peculiar biodiversidade, ameaçada pelo avanço humano.

Para relacionar a perda da biodiversidade aos diferentes graus de degradação dos habitats, levantamentos e registros nos remanescentes florestais de áreas públicas e privadas são associados a dados de coleções cientificas anteriores e a séries temporais da dinâmica florestal.

Figura - Mosaico das classes de cobertura vegetal e uso da terra do Centro de Endemismo Belém.Fonte: SIPAM-IBGE, 2008/MPEG/Cenários, 2012.

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As espécies de drosófilas, mamíferos, abelhas, aranhas, serpentes, aves, briófitas, pteridófitas, formigas, mariposas e minhocas são analisadas por suas características morfológicas, com técnicas moleculares e também pelos traços biológicos que possam torná-las suscetíveis às alterações ambientais.

Com base em dados de coleções biológicas, até o início do projeto havia o registro para o Centro de Endemismo Belém de 1.447 espécies pertencentes aos seguintes grupos biológicos: abelhas-das-orquídeas, aranhas, aves, briófitas, drosófilas, mamíferos terrestres e arborícolas, mamíferos voadores (morcegos), pteridófitas e répteis, além de 137 gêneros de formigas.

Após inventários realizados em oito sítios distribuídos ao longo do Arco do Desmatamento, foram coletadas 670 espécies, das quais 348 e 35 gêneros representam novos registros para essa área. Além disso, 38 são espécies endêmicas e 133 têm o status de espécies vulneráveis.

No momento, três espécies novas também se encontram em fase de descrição. O avanço no conhecimento da biota do Centro de Endemismo Belém, que é o mais antropizado da Amazônia, representa um esforço para chamar a atenção dos tomadores de decisão quanto à necessidade de conter o desmatamento na região, como é o caso da Reserva Biológica do Gurupi, onde foram registradas diversas espécies novas para a ciência.

Figura - Sítios de Amostragem em fragmentos de floresta do Centro de Endemismo Belém

Fonte: MPEG/Cenários/INCT, 2012.

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Pessoas qualificadas, trabalho em rede e conhecimento produzido:

- 75% das áreas previstas para estudo do projeto já foram visitadas, 60% dos grupos de espécies foram levantados em todas as áreas e 40% foram coletados parcialmente.

- Além do envolvimento de 14 pesquisadores, do Brasil e do exterior, integram o projeto 21 estudantes e 21 bolsistas, sendo dois de doutorado e um de mestrado.

- Parcerias estabelecidas para a realização das pesquisas com instituições como o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Pará, o Campo Experimental do Moju da Embrapa Amazônia Oriental, o Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas e vários proprietários rurais.

- Três artigos publicados em 2012 e pelo menos 12 trabalhos sendo preparados para a submissão em 2013.

Divulgação científica:

- Duas exposições temporárias foram criadas para divulgar os resultados do projeto e circularam no município de Açailândia (MA), em São Luís (MA), durante a SBPC; e na V Feira Estadual de Ciência e Tecnologia do Pará, em Belém (PA);

- Um livro sobre a Amazônia Maranhense foi publicado em 2011, em parceria com o Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental;

- Os resultados também foram divulgados por meio de seminários científicos do mesmo programa em Santarém (PA) e Macapá (AP). O tema “Perda de Biodiversidade no Centro de Endemismo Belém” gerou entrevistas para rádio, televisão e jornal impresso, além de três colóquios com estudantes e professores de ensino médio e fundamental nos estados do Pará e Maranhão.

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Desdobramentos políticos:

Informações fundamentais têm apoiado o processo de consolidação do plano destinado à recuperação da REBIO do Gurupi e à revisão de seu plano de manejo, além da participação efetiva da coordenação do projeto no grupo de trabalho que organiza o conselho consultivo da unidade. A reintegração da REBIO Gurupi é o principal resultado do projeto na área de política ambiental.

Tipo Autor Título Instituição

Aperfeiçoamento Rozijane Santos Fernandes

Licófitas e Monilófitas no Centro de Endemismo Belém

Museu Paraense Emílio Goeldi

Osvanda Silva de Moura

Briófitas no Centro de Endemismo Belém

Museu Paraense Emílio Goeldi

Luiz Armando

de Araújo Góes Neto

Licófitas e Monilófitas no Centro de Endemismo Belém

Museu Paraense Emílio Goeldi

Eline Tainá

Garcia

Briófitas no Centro de Endemismo Belém: Paragominas, Pará

Museu Paraense Emílio Goeldi

Rosângela

Santa Brígida

Perda de Biodiversidade de Drosofilídeos no Arco de Desmatamento da Amazônia

Museu Paraense Emílio Goeldi

Alessandra Monteiro Lopes

Perda de Biodiversidade de Esfingídeos no Arco de Desmatamento da Amazônia

Museu Paraense Emílio Goeldi

Marcília

Gabriela França Tavares

Estudo das formigas (Hymenoptera: Formicidae) dos Centros de Endemismo Belém, Xingu e Tapajós

Museu Paraense Emílio Goeldi

Mariana Taniguchi

Diversidade e riqueza de Euglossina no Centro de Endemismo Belém

Embrapa Amazônia Oriental

Leonardo Trevelin

Mastofauna de médio - grande porte e de pequenos mamíferos voadores no Centro de Endemismos Belém

Museu Paraense Emílio Goeldi

Pesquisas realizadas:

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Tipo Autor Título Instituição

Mestrado Manoel Barros Aguiar Neto

Riqueza e composição de aranhas (Ctenidae e Araneidae) em remanescentes florestais

Universidade Federal do Pará

Luciana Priscila Costa Macedo

Briófitas no Centro de Endemismo Belém, Boa Vista do Acará, Pará

Museu Paraense Emílio Goeldi

Doutorado

Ivaneide Furtado

Avaliação da variabilidade morfológica nas espécies de Drosophilidae

UFPA/MPEG

Evento

Ano

Título

VII Simpósio de Ecologia, Genética e Evolução de Drosophila., BELEM. VII Simpósio de Ecologia, Genética e Evolução de Drosophila

2011 Espécies de Drosophilidae (Diptera) registradas no Centro de Endemismo

16º Seminário de Iniciação Científica da Embrapa

2012 Comparação de faunariqueza de espécies de abelhas euglossina (hymenoptera, apidae) em dois fragmentos florestais inseridos no arco do desmatamento amazônico, no estado do Pará

X Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto

2012 Orchid-bee fauna (hymenoptera: apidae: euglossina) in two forest fragments in the state of Pará

Resultados divulgados:

Trabalhos apresentados em eventos

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Artigos publicados

TRABALHOS PUBLICADOS

BRITO, E. da S.; ILKIU-BORGES, A.L. A new species of Ceratolejeunea Jack & Steph.

(Lejeuneaceae, Jungermanniopsida) from a remnant of Amazonian forest in Maranhão,

Brazil. Nova Hedwigia , v. 95, p. 423-428, 2012.

MOURA, O. S. de; ILKIU-BORGES, A.L.; Reiner-Drehwald, M. E. . A new species of

Lejeunea Lib. (Lejeuneaceae) from Low Várzea forest in lower Amazon (Pará, Brazil).

Nova Hedwigia , v. 95, p. 197-202, 2012.

BRITO, E. da S. ; ILKIU-BORGES, A. L. . Brioflora da Ilha do Marajó, Pará, Brasil: Soure

e Cachoeira do Arari. Acta Botanica Brasílica, 2012. No prelo.

MOURA, O.S.; ILKIU-BORGES, A.L.; Brito, E.S. Brioflora (Bryophyta e Marchantiophyta)

da ilha do Combu, Belém, Pará, Brasil. Hoehnea. No prelo.

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Análise custo-benefício entre conservação e desenvolvimento na Amazônia Brasileira / Custos sociais e ambientais de queimadas na Amazônia

Coordenação:

Toby Gardner (Universidade de Cambridge) - [email protected]

Jos Barlow (Lancaster University) - [email protected]

Dentro do segundo subeixo do INCT, dois projetos são desenvolvidos com um objetivo central: demonstrar como a conversão da cobertura vegetal por diversas formas de uso da terra influencia nas dinâmicas ecossistêmicas e nos padrões da biodiversidade amazônica.

Para entender os processos de desmatamento e as mudanças quanto ao uso da terra, por exemplo, são considerados os processos históricos, como os incentivos, os programas e as políticas governamentais que impulsionaram as migrações das populações rurais e urbanas no decorrer dos últimos séculos, bem como as dinâmicas dos mercados de commodities globais mais recentes.

Por meio de pesquisas que articulam ciências naturais e sociais, o que é essencial para abordar a complexidade das transformações nas paisagens amazônicas, os esforços colaborativos desenvolvidos nos últimos três anos resultaram na criação da Rede Amazônia Sustentável, que congrega parceiros de diferentes instituições, entre centros de pesquisa, governos e entidades da sociedade civil organizada, assim como produtores rurais e tomadores de decisão.

Rede de pesquisas sobre sustentabilidade

Entre os principais objetivos da Rede Amazônia Sustentável, estão:

1) Quantificar e entender melhor as consequências ecológicas do desmatamento, da degradação florestal e das mudanças nos sistemas agrícolas, incluindo a pecuária e a silvicultura em múltiplas escalas, priorizando a avaliação dos impactos locais e paisagísticos e também o legado dos impactos históricos sobre esses ecossistemas;

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2) Avaliar os fatores que determinam os padrões de uso da terra, a escolha do tipo de manejo e a produtividade agrícola, assim os custos de oportunidade para conservação e os padrões de bem-estar dos produtores rurais. Além dos fatores geofísicos, econômicos, geográficos, verificar a influência dos socioculturais em relação ao comportamento de uso da terra, incluindo a região de origem do produtor, o apoio técnico, o acesso ao crédito, o capital social e a importância da gestão da cadeia logística (“supply chain”);

3) Aplicar o levantamento multidisciplinar para avaliar relações entre objetivos de conservação e desenvolvimento, assim identificando trade-off e sinergia potenciais de cada uma delas, com ênfase à identificação dos custos e benefícios relativos de diferentes usos da terra e sistemas de manejo, do potencial para feedbacks, das interações multiescala, assim como das dependências e resultados perversos.

4) Apoiar futuras iniciativas de pesquisa a partir da avaliação de diferentes variáveis, desenho de amostragem, priorização de perguntas de pesquisa, maneiras de interagir com atores e institutos locais, além de divulgar resultados relacionados a variadas escolas de pensamento.

Pessoas qualificadas, parcerias estabelecidas e conhecimento produzido:

- 99 alunos e pesquisadores envolvidos,

- Dez alunos em intercâmbio com universidades no exterior e um participante do programa Ciência sem Fronteiras lotado no Museu Goeldi, em Belém;

- Pesquisadores sêniores dedicados a atividades como visitas técnicas, workshops e participação em reuniões e apresentações de resultados no exterior;

- Até outubro 2012, foram defendidos três trabalhos de graduação, quatro de mestrado e um de doutorado;

- O projeto oferta um total de 39 bolsas de pesquisa, sendo 08 de graduação, 08 de mestrado, 18 de doutorado e 05 de pós-doutorado, entre 34 instituições de cinco países. Dos bolsistas que ainda produzem atualmente pesquisas, oito devem defender em 2013 e outros 11 nos dois anos seguintes.

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- Duas organizações não-governamentais também integram a rede de trabalho;

- Dez artigos publicados e outros 20 manuscritos em fase de elaboração para serem submetidos em 2013;

- Desde fevereiro de 2009, foram organizadas 26 oficinas, simpósios e cursos dirigidos ao refinamento do projeto e interpretação dos dados.

Articulação com instituições

Dentre as parcerias estabelecidas pela Rede Amazônia Sustentável, destacam-se acordos e variadas formas de interação com a empresa Cikel Brasil Verde, situada em Paragominas; a Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós, que atua na região Oeste paraense; e diversos sindicatos de produtores rurais atuantes no estado.

Cikel Brasil Verde

Com uma área de 140 mil hectares, a Cikel Brasil Verde responde por um dos únicos grandes remanescentes de floresta primária na região estudada pela rede de pesquisa e no Centro de Endemismo de Belém, sendo o outro remanescente florestal uma área de reserva indígena. Para o cumprimento dos objetivos do projeto, a assinatura de um termo de cooperação técnica permitiu o estudo em duas microbacias com alta proporção de cobertura florestal na área da empresa.

COOMFLONA

Em Santarém, a articulação foi realizada com a empresa COOMFLONA localizada na Floresta Nacional do Tapajós.Junto a essa organização, que produz e comercializa produtos florestais madeireiros e não-madeireiros de três associações compostas por 22 comunidades, foi possível realizar ampla pesquisa socioeconômica e investigar a sua formação, a produção florestal, os custos-benefícios das atividades empreendidas, entre outros aspectos.

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Sindicatos

Por meio da interação com sindicatos, a Rede Amazônia Sustentável articulou uma rede com mais de 500 parceiros, entre grandes, médios e pequenos produtores rurais do estado.Foram firmados termos de cooperação com entidades que representam centenas de produtores rurais, incluindo alguns dos proprietários dos maiores empreendimentos de grãos e gado do estado, e outras que congregam trabalhadores e pequenos proprietários rurais de Santarém, Mojuí dos Campos, Belterra e Paragominas.Tais parcerias foram essenciais não apenas para garantir o acesso às áreas de estudo e a dados socioeconômicos das propriedades, mas também para construir o relacionamento com os públicos que poderão usufruir dos resultados da pesquisa.

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Pesquisas realizadas e em andamento

Tipo Autor Título Instituição

Graduação

Débora Reis de Carvalho

Relação entre habitat físico, uso e ocupação do solo e riqueza de espécies de peixes em igarapés da região de Santarém, Pará

Universidade Federal de Lavras

Amanda Cardoso Nunes Cordeiro and Maria de Fátima Lopes Almeida

Incêndio florestal e a Inflamabilidade de paisagens no município de Paragominas, Pará

Universidade do Estado do Pará

Lilian Natália Ferreira de Lima

Contribuição dos cipós para os estoques de carbono em florestas sob diferentes níveis de degradação em Paragominas

Universidade do Estado do Pará

Williams Ávila Estimando a recuperação dos nutrientes do solo e condição física através da regeneração de florestas secundárias em áreas degradadas na Amazônia brasileira

Universidade Rural de Amazonia

Ruan Carlo Stulpen Veiga

A importância das palmeiras Attalea maripa e Attalea speciosa na estimativa de Estoque de Carbono ao longo do gradiente de degradação florestal.

Universidade Federal Fluminense

Fabio Frazao Spill-over in tropical forest communities - theoretical importance and practical implications for conservation

Universidade Federal de Lavras and Lancaster University

Evelyn Pereira Brandão

Insetos aquáticos em igarapés sob influência do desmatamento na região do baixo amazonas (Pará)

Centro Universitário do Norte

Mestrado

Victor Oliveira Usos múltiplos da paisagem Amazônica e a comunidade de escarabeíneos

Universidade Federal de Lavras

Ana Carolina Oliveira Fiorini

A importância da madeira morta para avaliar estoques de carbono em projetos de redução de emissão por desmatamento e devastação florestal

Universidade Federal de Rio de Janeiro

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Tipo Autor Título Instituição

Mestrado Amanda Estefania de Melo Ferreira

A influência do fomento florestal nos aspectos ambientais e socioeconômicos em estabelecimentos rurais na Amazônia

Universidade Federal do Pará

Carla Daniele Furtado da Costa

Vulnerabilidade ao fogo de florestas intactas e degradadas na região de Santarém -Pará

Universidade Federal do Pará

Fabiane Campos Trocas gasosas de CH4 e N2O entre solo e atmosfera em diferentes tipos de cobertura nos municípios de Belterra e Santarém, Pará

Universidade Federal do Oeste do Pará

Mariana Durigan Mudanças nos estoques de carbono e nitrogênio do solo em função da conversão do uso da terra no Pará

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo

Miercio Junior Avaliação do impacto dos diferentes usos do solo nas emissões de c-co2 na região de planalto de Santarém, Pará

Universidade Federal do Oeste do Pará

José Max Barbosa de Oliveira Junior

Libélulas neotropicais (Insecta: Odonata) como potencias bioindicadores de qualidade ambiental

Universidade do Estado de Mato Grosso

Doutorado

Erika Berenguer Estimating carbon stocks and vegetation change along a gradient of forest degradation across eastern Amazon.

Lancaster University

Victor Oliveira Assessing the relative importance of present and past environmental changes to patterns of biodiversity

Universidade Federal de Lavras / Lancaster University

Cecilia Gontijo Leal Padrões de diversidade e organização funcional de peixes e integridade física de riachos brasileiros

Universidade Federal de Lavras / Lancaster University

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Tipo Autor Título Instituição

Doutorado Leandro Juen Grandes rios e a distribuição de Odonata na Amazônia:similaridade de composição, limitação à dispersão e endemismo

Universidade Federal de Goais

Danielle de Lima Braga

Resposta da comunidade de formigas a diferentes sistemas de uso do solo na Amazônia Central

Universidade Federal de Lavras

Janaina Gomes de Brito

Estrutura da comunidade de insetos aquáticos de igarapés submetidos a diferentes tipos de uso da terra na Amazônia Oriental (Pará)

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

Nárgila Moura Avifauna dynamics in different land use in Santarém and Paragominas, Brazilian Amazonia

Museu Emilio Paraense Goeldi

Nicola Saverio Holanda Tancredi

Trajetórias tecnológicas sob a ótica do ferramental geotecnológico: uma abordagem nas regiões de Paragominas e Santarém Pará

Universidade Federal do Pará

Patricia Carignano Torres

Determinantes da atividade e consumo de caça em região de fronteira agrícola na Amazônia Oriental

Universidade de Sao Paulo

Rafael Leitão Organização funcional de assembleias de peixes em riachos Amazônicos: Efeitos em múltiplas escalas espaciais e respostas ao uso da terra

INPA

Ricardo Solar Land use changes in the Brazilian Amazon and its effects on insects diversity across the landscape

Universidade Federal de Vicosa

Rodrigo Fagundes Braga

Distúrbios associados ao uso do solo amazônico e seus impactos na comunidade e funções ecológicas de Scarabaeinae (Coleoptera: Scarabaeidae)

Universidade Federal de Lavras

Sâmia Nunes A landscape restoration model for reducing forest fragmentation, enhancing carbon uptake and restoring biodiversity: a case study of Paragominas, Brazil

Lancaster University

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Resultados Divulgados

TRABALHOS PUBLICADOS

Lees, A.V., de Moura, N.G., Santana, A., Aleixo, A., Barlow, J., Berenguer, E., Ferreira, J. and Gardner, T.A. in press. A quantitative baseline of an Eastern Amazonian avifauna. Ornitologia Neotropical Gardner, T.A. (in press). The Amazon in transition: the challenge of transforming the world's largest tropical forest biome into a sustainable social-ecological system. In Addressing Tipping Points, Eds. O'Riordan, T., Lenton, T., and Christie, I. Oxford University Press. Barlow, J., Parry, L., Gardner, T.A., Ferreira, J., Aragao, L.E.O.C., Carmenta, R., Berenguer, E., Vieira, I.C.G., Souza, C., and Cochrane, M.A. 2012. The critical importance of considering fire in REDD+ programs. Biological conservation, 154, 1-8 Gardner, T.A., Burgess, N.D., Aguiar-Amuschastegui, N., Barlow, J., Berenguer, E., Clements, T., Danielsen, F., Ferreira, J., Foden, W., Kapos, V., Khan, S.M., Lees, A.C., Parry, L., Roman-Cuesta, R.M., Schmitt, C.B., Strange, N., Theilade, I., Vieira, I.C.G. 2012. A framework for integrating biodiversity concerns into national REDD+ programmes. Biological Conservation, 154, 61-81 Ferreira, J., R. Pardini, J. P. Metzger, C. R. Fonseca, P. S. Pompeu, G. Sparovek, and J. Louzada. 2012. Towards environmentally sustainable agriculture in Brazil: challenges and opportunities for applied ecological research. Journal of Applied Ecology 49:535–541. Lees, A.C., de Moura, N.G., Andretti, C.B., Davis, B.J.W., Lopes, V.L.L, Henriques, L.M.P., Aleixo, A.L.P, Barlow, J., Ferreira, J., and Gardner, T.A. in press. One hundred and thirty-five years of avifaunal surveys around Santarém, central Brazilian Amazon. Neotropical Ornithology Gardner, T.A., Ferreira, J.F., Parry, L., Barlow, J., Lees, A., Vieira, I. and 84 collaborators of the Sustainable Amazon Network. in press. A social and ecological assessment of tropical land-uses at multiple scales: the Sustainable Amazon Network. Philosophical transactions of the Royal Society (Series B). Barlow, Jos and Silveira, Juliana M. and Mestre, Luiz A. M. and Andrade, Rafael B. and D'Andrea, Gabriela Camacho and Louzada, Julio and Vaz-de-Mello, Fernando Z. and Numata, Izaya and Lacau, Sebastien and Cochrane, Mark A. (2012) Wildfires in Bamboo-Dominated Amazonian Forest: Impacts on Above-Ground Biomass and Biodiversity. PloS ONE, 7 (3) de Andrade, Rafael Barreto and Barlow, Jos and Louzada, Julio and Vaz-de-Mello, Fernando Zagury and Souza, Mateus and Silveira, Juliana M. and Cochrane, Mark A. (2011) Quantifying responses of dung beetles to fire disturbance in tropical forests:the importance of trapping method and seasonality. PLoS ONE, 6 (10) Carmenta, Rachel and Parry, Luke and Blackburn, Alan and Vermeylen, Saskia and Barlow, Jos (2011) Understanding human-fire interactions in tropical forest regions:a case for interdisciplinary research across the natural and social sciences. Ecology and society, 16 (1)

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Trabalhos apresentados em eventos:

Evento Ano Título

Inaugural seminar for Cambridge Conservation Initiative Seminar Series

2011 Trade-offs, team work and the challenge of translating conservation science into policy: some lessons and thoughts from the Amazon

Invited presentation to the Environmental Change Institute; Oxford University

2011 Trade-offs, team work and the challenge of translating conservation science into policy: some lessons and thoughts from the Amazon

Student Conference on Conservation Science (http://www.sccs-cam.org/)

2012 The Importance of Degradation for Tropical Forests

Planet Under Pressure (http://www.planetunderpressure2012.net/)

2012 Land-use sustainability in the Brazilian Amazon: trade-offs and opportunities for conservation and development

International Society for Ecological Economics (http://www.isee2012.org/)

2012 Integrating disciplines in studies of land-use sustainability: methodological approach of the Sustainable Amazon Network (Projeto Amazonia Sustentavel) in Brazil

International Society for Ecological Economics (http://www.isee2012.org/)

2012 Towards a better understanding of motivations for environmental compliance in the Brazilian Amazon

International Society for Ecological Economics (http://www.isee2012.org/)

2012 From red to green: achieving an environmental pact at the municipal level in Paragominas (Pará, Brazil)

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 The end of slash-and-burn by Amazonian smallholders?

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Temporal patterns of road network development in the Brazilian Amazonia

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Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Supply chain configurations and land use in the Brazilian Amazon: a comparative analysis of two soybean frontiersÂ

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Biodiversity mapping to identify priorities for conservation and restoration in human-modified landscapes of the eastern Amazon.

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 The Importance of Degradation in Tropical Forests

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Avian responses to Amazonian land-use change

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Recovery of forest biodiversity and carbon stocks following degradation and natural regeneration in the Amazon

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Responses of insect diversity and function to Amazonian landscape change

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Biotic condition of freshwater systems in human-modified Amazonian landscapes

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Fire and the future of the Amazon

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Quantifying landscape degradation at a deforestation frontier in the Brazilian Amazon

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Changing patterns of soil fertility and below ground carbon in human-modified amazonian landscapes

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Decreasing dung beetle diversity with changes in forest structure and diversity

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Dung beetles as indicators of land use change and implications for conservation in the Brazilian Amazonia

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Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 The Importance of Degradation in Tropical Forests

Association for Tropical Biology and Conservation annual meeting (http://www.atbc2012.org/)

2012 Environmental correlates of hunting and bushmeat consumption in the Amazonian agricultural frontier

Cambridge Science Festival 2012 Conservation-development trade-offs and the challenge of translating conservation science into policy: some insights from the Brazilian Amazon

University of Goettingen; Landscape Ecology Department; Germany

2012 Environment-developmment trade-offs in Amazonia: provisional findings from the Sustainable Amazon Network

Annual conference of the Ecological Society of Germany; Austria and Switzerland (http://www.gfoe-2012.de/)

2012 Conservation-development trade-offs and the challenge of translating conservation science into policy: some insights from the Brazilian Amazon

XXIV Seminário internacional de política econômica da UFV: Mudanças ambientais globais e desenvolvimento econômico sustentável (http://www.ufv.br/der/eventos/sipe/)

2012 Conservation-development trade-offs and the challenge of translating conservation science into policy: some insights from the Brazilian Amazon

XIII Congresso Brasileiro de Limnologia 2012 Insetos aquáticos em igarapés sob influência de diferentes tipos de uso da terra na região do baixo amazonas (Pará)

XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia 2012 Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera em igarapés sob influência de diferentes tipos de uso da terra nos municípios de Santarém e Belterra, Pará.

21st Global Steering Meeting of the ASB-Alternatives to Slash-and-Burn Group

2012 Slash-and-burn agriculture, ecosystem services and sustainable development in Eastern Amazon: provisional findings from the Sustainable Amazon Network (RAS)

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Os impactos da degradação sobre as florestas amazônicas

Muito se fala sobre o desmatamento na Amazônia. O que nem todos sabem é que há diferença conceitual entre desmatamento e degradação florestal, sendo possível que hoje, conforme apontam as estimativas, a área de floresta degradada por atividades humanas nos trópicos chegue a ser maior que a área já desmatada.

A degradação florestal é causada principalmente por extração de madeira, fogo e fragmentação da floresta. A despeito da crescente necessidade de desenvolver modelos acurados de acompanhamento e avaliação das mudanças relacionadas à biodiversidade e aos estoques de carbono retidos pela vegetação, poucos estudos têm quantificado os impactos dos processos de degradação na estrutura e composição biológica das florestas.

Após a realização de pesquisas em duas regiões distintas no estado do Pará, mais precisamente nos municípios de Paragominas e Santarém, pesquisadores associados ao INCT Biodiversidade e Uso da Terra formaram uma base de dados única sobre os impactos da degradação florestal sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. O trabalho resultou em uma profunda avaliação da degradação florestal por imagens de satélite e levantamentos de campo intensivos ao longo de dois anos para quantificar os impactos da degradação na biota da floresta Amazônica e os serviços ecossistêmicos que essa diversidade apoia.

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Os impactos da degradação sobre as florestas amazônicas

Avaliando uma série temporal de imagens de satélite desde 1988, a equipe mostrou que, apesar de um declínio na taxa de desmatamento durante os últimos anos, a área de floresta degradada está crescendo nas regiões de estudo. A hipótese proposta é que regiões que foram sujeitas à exploração madeireira mais intensa, como o caso de Paragominas, são mais vulneráveis às queimadas e que a frequência de queimadas vem crescendo com a expansão agrícola e o aumento da população rural.

Além disso, foram encontradas evidências de que as áreas de degradação florestal, causada principalmente por fogo, são maiores nos anos mais secos, indicando o potencial de efeitos sinergéticos entre exploração madeireira, atividades agrícolas e mudanças climáticas.

Ao reunir os dados do maior levantamento florestal já feito em florestas degradadas na Amazônia, o grupo de pesquisadores quantificou grandes perdas nos estoques de carbono causadas pela degradação florestal. Esses resultados mostram que, juntos, os impactos da exploração madeireira e do fogo têm um efeito muito mais marcante do que separados. A perda média no estoque de carbono das árvores em Paragominas é de 32% em florestas simplesmente exploradas e 55% em florestas impactadas pelos dois fatores.

O impacto foi também mais drástico em relação às árvores maiores, que atuam como espécies-chave no funcionamento do ecossistema florestal.

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Os impactos da degradação sobre as florestas amazônicas

Sobre a biodiversidade, os efeitos tendem a ser ainda mais marcantes do que os observados nos estoques de carbono. Levantamentos das espécies de árvores, aves e insetos em mais de 250 sítios de estudo mostram que a composição de espécies nas florestas degradadas por exploração e fogo fica mais próxima a das florestas secundárias, enquanto as áreas submetidas apenas ao corte raso possuem mais chances de se regenerarem.

Floresta degradada por exploração

madeireira intensa

Uma floresta altamente degradada

por exploração madeireira antiga

e múltiplas queimadas

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Serviços ecossistêmicos e sustentabilidade das paisagens agrosilvipastoris da Amazônia Oriental

Coordenação:

Izildinha Miranda (Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA) -

[email protected].

Políticas públicas e investimentos empresariais destinados ao uso sustentável dos recursos naturais amazônicos exigem informações sobre a eficiência produtiva e os impactos socioambientais dos diferentes tipos de agricultura.

Para fazer tal avaliação, a Rede Serviços Ecossistêmicos e Sustentabilidade das Paisagens Agrosilvipastoris da Amazônia Oriental, conhecida como Amaz, com o apoio técnico e financeiro do INCT, ampliou e fortaleceu as pesquisas realizadas em três sítios na região paraense do Arco do Desmatamento: (1) Projeto de Assentamento Agroextrativista em Nova Ipixuna; (2) Travessão da Rodovia Transamazônica, em Pacajá; (3) Projeto de Assentamento Palmares II em Parauapebas.

Localização da localidade de Maçaranduba. Os mapas de ocupação dos solos correspondem a uma composição colorida de Landsat TM 5 do 2 julho 2007 (vermelho – PIR – MIR)

Fonte: Projeto

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Localização da localidade de Pacajá. Os mapas de ocupação dos solos correspondem a uma composição colorida de Landsat TM 5 do 2 julho 2007 (vermelho – PIR – MIR)

Localização da localidade de Palmares. Os mapas de ocupação dos solos correspondem a uma composição colorida de Landsat TM 5 do 2 julho 2007 (vermelho – PIR – MIR)

Fonte: Projeto

Fonte: Projeto

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Cada um deles corresponde a um tipo de realidade que se diferencia pelo histórico da ocupação, pelo tamanho das propriedades e pelos sistemas de produção, sendo todos afetados diretamente por projetos de desenvolvimento financiados por agências regionais e federais.

Considerando os princípios conceituais de cada área disciplinar junto com as metodologias utilizadas, esse subprojeto pode ter as suas atividades distribuídas entre seis temas: 1) Socioeconomia e políticas públicas, 2) Paisagens, 3) Biodiversidade e biomassa, 4) Serviços Ecossistêmicos, 5) Modelagem, 6) Troca de Saberes.

Socioeconomia e políticas públicas

Estudos sobre os ciclos de vida das frentes pioneiras amazônicas e das três localidades pesquisas, a origem das famílias, o processo de colonização, os sistemas agrários locais, as características das populações locais e os indicadores de qualidade de vida possibilitaram a geração de resultados referentes à influência e aos efeitos produzidos por cada um desses fatores sobre as diferentes realidades abordadas pelo subprojeto.

Da mesma forma, a análise dos grupos dominantes, da influência das coalizões de interesses, das políticas públicas, das forças de mercado, da dinâmica predatória e da agricultura familiar ajudou a apontar outras decisões governamentais necessárias ao desenvolvimento rural da região amazônica com bases mais sustentáveis do ponto de vista social, econômico e ambiental.

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Paisagem

Uma abordagem geográfica baseada na análise de paisagens amazônicas foi estabelecida com as imagens de satélite das três áreas de estudo. A ideia era qualificar e quantificar o impacto das atividades agrícolas dos últimos 20 anos.

A escolha por diferentes modelos produtivos pelos agricultores pressupõe a atuação sobre funções ecológicas também distintas, o que provoca influência direta sobre os elementos que determinam a estrutura espacial da paisagem das áreas florestais.

Para qualificar e quantificar estes processos espaciais, foram selecionados vários indicadores sintéticos, que permitiram a construção de cronossequências no período de 1990 a 2007, responsáveis pelas mudanças da paisagem encontrada apenas no último ano de referência.

Esse tipo de análise permitiu incorporar ao projeto tanto a dinâmica da ocupação do solo quanto a estrutura da paisagem.

Biodiversidade e Biomassa

Realizadas em ambientes acadêmicos e políticos sobre como mitigar as mudanças climáticas e valorar os serviços ambientais prestados pela floresta, as discussões entre especialistas, técnicos e gestores públicos apontam para a necessidade de definir métodos que ajudem a entender como as diferentes espécies vegetais se comportam quanto à fixação de carbono, assim como de medir o quanto de gases do efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono, é retido pela biomassa, incluindo a das raízes.

Entre outros resultados, os estudos acenam que os variados tipos de uso da terra, que geram na prática diferentes níveis de coberturas vegetais, tendem a provocar também uma grande diferenciação na quantidade de biomassa encontrada nos locais estudados.

Com base nessas informações, é possível prever os impactos do desmate e da queima sobre as áreas de cultivo e de florestas, o que deve ajudar a avaliar a qualidade e os efeitos climáticos e ecológicos produzidos pelas diferentes atividades.

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Serviços ecossistêmicos

Os mecanismos de compensação defendidos nas negociações internacionais para a Redução de Emissões de gases do efeito estufa por Desmatamento e Degradação (REDD), assim como os créditos de carbono relacionados ao plantio de floresta, necessitam do conhecimento a respeito dos estoques de carbono nos solos e na vegetação, bem como das variações decorrentes do uso da terra.

O solo possui funções ecossistêmicas que vão da regulação do clima pelo sequestro de carbono e do ciclo d'água ao controle da erosão do solo e à oferta de produtos agrícolas e florestais. Na Amazônia, a capacidade do solo de assegurar esses serviços de maneira sustentável é uma condição essencial à permanência dos pequenos agricultores em terras por eles desmatadas.

Entre outros processos, a água da precipitação se infiltra no solo, reconstituindo o lençol freático e a reserva utilizável pelas plantas, em vez de escoar pela superfície e aumentar o risco de erosão a montante e de inundações a jusante. Além disso, para manter ou mesmo melhorar a sua capacidade produtiva, é necessário avaliar e comparar os impactos sobre os componentes da fertilidade, assim como as práticas de sucessões vegetais e agrossilvopastoris.

Os resultados apontam que as contínuas mudanças no uso da terra afetam mais fortemente as variáveis químicas e morfológicas do solo do que a função de armazenar o carbono nele retido, que também não é capaz de compensar significativamente a redução substancial do estoque contido na biomassa lenhosa.

A cobertura vegetal, por sua vez, varia em função quantidade de carbono relacionada aos tipos de uso da terra e manejo florestal em cada área.

Os serviços hídricos do solo, particularmente o processo de infiltração e o armazenamento da água, são muito afetados nas pastagens, o que aumenta de forma considerável o risco de erosão. A vegetação secundária, quando existente, facilita a reversão das alterações nas propriedades físicas e hidrodinâmicas dessas pastagens. A queima da floresta melhora a baixa fertilidade química desse tipo de solo, mas a eficiência dos processos de ciclagem de nutrientes pelo ecossistema florestal tende a explicar e resolver esse problema.

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Modelagem

Baseado em um sistema multi-agente (SMA), um modelo foi criado para a avaliação de cenários ligados à integração Lavoura-Pecuária-Floresta nas frentes pioneiras. É possível comparar assim as diferentes estratégias de utilização do solo e os impactos de cada uma sobre o funcionamento ecossistêmico e os serviços ambientais prestados. Os resultados da avaliação permitem, entre outros objetivos, projetar situações em que são diminuídos os impactos ambientais das atividades agrícolas, com a preservação das reservas florestais e das matas ciliares, a recuperação das áreas degradadas e geração de empregos, renda e melhores condições de trabalho ao produtor rural.

Complementam o trabalho duas abordagens conhecidas como “Modelagem participativa do funcionamento das propriedades agrícolas” e “Modelagem espacial das frentes pioneiras”.

Troca de saberes

Políticas de proteção à biodiversidade e de valorização dos serviços ecossistêmicos exigem a maior articulação entre os saberes das populações locais e os produzidos por instituições formais de ensino e pesquisa. Também é imprescindível aumentar a visibilidade dessas informações diante de quem concebe as políticas públicas e as práticas que permitem o uso sustentável dos recursos naturais dentro dos sistemas de produção.

Com essa perspectiva, durante todo o projeto, o pessoal envolvido cumpriu a tarefa de discutir as principais questões tratadas em seu escopo, a partir de diferentes escalas e grupos, principalmente os de agricultores, pesquisadores e tomadores de decisões.

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Rede envolvida

- As atividades apoiadas pelo INCT complementam as ações da rede AMAZ, que resulta da parceria em âmbito internacional entre o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França, a Universidade de Rouen e o Centro Nacional de Pesquisa Científica, todos da França; e na escala regional, a Universidade Federal Rural da Amazônia, o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Universidade Federal do Pará;

- Ao todo, 64 profissionais integram a rede de pesquisa, sendo 27 pesquisadores, 04 doutorandos, 08 mestrandos, 22 estudantes de graduação e 03 técnicos.

Bolsas de pesquisa concedidas

Nível de Formação Número

Pós-Doutorado 01

Doutorado 05

Mestrado 08

Iniciação Científica 09

Estagiários 13

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Pesquisas realizadas

Tipo

Autor

Título

Instituição

Pós Doutorado

Oszwald Johan Etude des processus dynamiques à l'interface nature/société à partir des outils de la géomatique; rôle de leurs interactions sur le fonctionnement des systèmes complexes, amenant à une meilleure gestion intégrée des territoires

Université de Rennes, France

Doutorado

Luiz Gonzaga da Silva Costa

Biomassa aérea e Carbono em Projetos de Assentamentos no Arco do Desmatamento, Estado do Pará

Universidade Federal Rural da Amazônia

João Carlos Medeiros

Funções de pedotransferência em estudos do funcionamento hídrico do solo da região sudeste do Estado do Pará

Universidade de São Paulo

Mariana Nascimento Delgado Oliveira

Influência do uso da terra sobre o funcionamento do solo e na sustentabilidade dos sistemas agroextrativistas da Amazônia Oriental

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo

Tâmara Thaiz Santana Lima

Biomassa de raízes finas em Projetos de Assentamentos no Arco do Desmatamento, Estado do Pará

Universidade Federal Rural da Amazônia

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Tipo

Autor

Título

Instituição

Mestrado

Billard Cécile Analyse de signature paysagère dans trois contextes de front pionniers au Brésil (Para)

Universidade de Freiburg

Mariana Nascimento Delgado Oliveira

Impactos da mudança do uso da terra de floresta para pastagem no sudeste do Pará: abordagens físicas e micromorfológicas do solo

Universidade Federal Rural da Amazônia

Heraldo Costa Silva Mudanças da biodiversidade vegetal após práticas agrícolas em uma área rural de Pacajá, Pará

Universidade Federal Rural da Amazônia

Alessio Moreira dos Santos

Consequências das práticas agrícolas na diversidade vegetal em Parauapebas, Para

Universidade Federal do Pará

Liliane Nunes Castro Riqueza de plantas herbáceas em Projetos de Assentamentos no Arco do Desmatamento, Estado do Pará

Universidade Federal Rural da Amazônia

Igor do Vale Gonçalves

Padrões de regeneração arbórea em mosaicos agrícolas do sudeste do Pará

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Stéphanie Tselouiko De l’echange des savoirs pour une gestion interactive des territoires ? Etude ethnographique d’un projet de developpement chez une communaute d’agriculteurs familiaux du Km 338 sud de la Transamazonienne, municipalite de Pacaja - Pa (Bresil)

École des hautes études en sciences sociales

Sterphane Araújo de Matos

Plantas medicinais nos quintais de agricultores familiares de uma localidade da Transamazônica, Município de Pacajá, Pará, Brasil: uso, conhecimento e valorização

Universidade Federal Rural da Amazônia

Tipo Autor Título Instituição

Graduação

Amanda Estefania de Melo Ferreira

Ocorrência de fungos micorrízicos arbusculares em horizonte antrópico (Terra Preta do Indio) em Altamira – Pará

Universidade Federal do Pará

Mário Vitorino Diversidade de fungos micorrízicos arbusculares e descrição de aspectos fisico-quimicos de solos sob pastagem na vicinal 338 Sul, Pacajá, Pará

Universidade Federal do Pará

Gladson José Xavier de Paulo

Ocorrência de fungos micorrízicos arbusculares em

Universidade Federal do Pará

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Resultados divulgados

Artigos publicados

Artigos submetidos

TRABALHOS PUBLICADOS

OSZWALD J., Gond V., DECAËNS T. et Lavelle P. Production d'indicateurs d'usage du sol en forêts tropicales pour renseigner les dynamiques spatiales de biodiversité au Brésil (Etat du Para), Bois et Forêts des Tropiques, 306. 2011.

OSZWALD, J. ; ARNAULD DE SARTRE, X.; DECAENS, T. ; GOND, V. ; GRIMALDI, M. ; LEFEBVRE, A. ; FREITAS, R. L. A. ; SOUZA, S. L. ; MARICHAL, R. ; VEIGA, I. ; VELASQUEZ, E. ; LAVELLE, P. Utilisation de la télédétection et de données socio-économiques et écologiques pour comprendre l'impact des dynamiques de l'occupation des sols à Pacajá (Brésil). Revue Française de Photogrammétrie et de Télédétection, v. 198-199, p. 8-24, 2012.

OSZWALD, J., LEFEBVRE, A., ARNAUD DE SARTRE, X., GOND, V., THALES, M., FRETAS, R. Analyse des directions de changement des états de surface végétaux pour renseigner la dynamique du front pionnier de Maçaranduba (Brésil) entre 1997 et 2006. Télédétection, 9: 97-111. 2010.

MARICHAL, R. ; GRIMALDI, M.; MATHIEU, J. ; BROWN, G. G. ; DESJARDINS, T.; SILVA JÚNIOR, M. L. da; PRAXEDES, C. ; MARTINS, M. B. ; VELASQUEZ, E.; LAVELLE, P.. Is invasion of deforested Amazonia by the earthworm Pontoscolex corethrurus driven by soil texture and chemical properties? Pedobiologia (Jena, Print), v. 55, p. 233-240, 2012.

COSTA, L. G. da S. ; MIRANDA, I.S. ; GRIMALDI, Michel ; SILVA JÚNIOR, M. L.; MITJA, D. ; LIMA, T.T.S. . Biomass in different types of land use in the Brazil s arc of deforestation. Forest Ecology and Management, v. 278, p. 101-109, 2012.

SANTOS, A. M. ; MITJA, D. Agricultura familiar e desenvolvimento local: os desafios para a sustentabilidade econômico-ecológica na comunidade de Palmares II, Parauapebas, PA. Interações (UCDB), v. 13, p. 39-48, 2012.

LAQUES, A-E. ; MITJA, D ; Delaître, E. ; Thales, M.C. ; MIRANDA, I. S. ; COELHO, R. F. R. ; SAMPAIO, S. M. N. . Spatialisation de la biodiversité en Amazonie brésilienne pour appréhender l influence de la colonisation des terres et des politiques publiques. VertigO - la revue électronique en sciences de l environnement, v. 14, p. 1, 2012.

TRABALHOS PUBLICADOS

MATOS, S. A. ; COELHO-FERREIRA, M. R. ; DE ROBERT, P. Plantas medicinais nos quintais de agricultores familiares de uma localidade da Transamazônica, Município de Pacajá, Pará, Brasil. Manuscrito 27p. Submetido à Acta Amazônica. COSTA, L. G. da S. ; MIRANDA, I.S. ; GRIMALDI, Michel ; SILVA JÚNIOR, Mario Lopes da ; MITJA, D. ; Desjardins, T.; LIMA, T.T.S. . Carbon in different types of land use in the Brazil s arc of deforestation. Em preparação.

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COSTA, L. G. da S. ; MIRANDA, I.S. ; GRIMALDI, Michel ; SILVA JÚNIOR, Mario Lopes da ; MITJA, D. ; Desjardins, T.; LIMA, T.T.S. . Quanto de carbon existe nas vegetações antropizadas do Arco do Desmatamento. Em preparação. LIMA, T.T.S.; MIRANDA, I.S. ; GRIMALDI, Michel ; SILVA JÚNIOR, Mario Lopes da ; COSTA, L. G. da S.; Desjardins, T.;. Raízes finas nas vegetações antropizadas do Arco do Desmatamento. Em preparação.

Evento Ano Título

9º Seminário Anual de Iniciação Científica da UFRA – Belém (PA)

2011

Avaliação da atividade enzimática de solos de sistemas de floresta primária-pastagem de Marabá (PA)

62º Congresso Nacional de Botânica – Fortaleza (CE)

2011 Relação biomassa vegetal aérea e cobertura vegetal em paisagens agrícolas na região do arco do desmatamento no estado do Pará

XXXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo – Uberlândia (MG)

2011 Caracterização micromorfológica de solos sob floresta e pastagens na Amazônia oriental

9º Seminário Anual de Iniciação Científica da UFRA – Belém (PA)

2011 Propriedades químicas do solo sob diferentes sistemas de uso e manejo em Pacajá (PA)

62º Congresso Nacional de Botânica – Fortaleza (CE)

2011 Biomassa de raízes finas e suas relações com a cobertura vegetal e paisagens agrícolas na região do arco do desmatamento no estado do Pará

X Congresso de Ecologia do Brasil – São Lourenço (MG)

2011 Biomassa de raízes finas em paisagens agrícolas na região do arco do desmatamento no estado do Pará em relação âs características do solo e paisagem

X Congresso de Ecologia do Brasil – São Lourenço (MG)

2011 Biomassa aérea vegetal em função da paisagem e do solo em paisagens agrícolas na região do arco do desmatamento no estado do Pará

XXXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo – Uberlândia (MG)

2011 Caracterização micromorfológica de solos sob florestas e pastagens na Amazônia Oriental

Trabalhos apresentados em eventos

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Dinâmica de uso da terra no Leste do Pará

Coordenação:

Ima Vieira (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Reforçada por incentivos governamentais e empresariais que objetivam o fortalecimento da sua cadeia produtiva, a expansão do dendê é hoje realidade na região leste do Pará, onde se verifica a implantação de grandes áreas particulares de cultivo e, mais recentemente, o fomento à produção em menor escala por estabelecimentos rurais de pequeno e médio portes.

As políticas públicas que envolvem a gestão desse tipo de atividade apresentaram nos anos recentes avanços consideráveis, a exemplo do Zoneamento Ecológico e Econômico e das linhas de financiamento para pequenos produtores, entre outros. No entanto, ainda são muitas as ações necessárias ao alcance de uma produção social e ambientalmente adequada à região.

Nesse contexto, o INCT Biodiversidade e Uso da Terra optou por estudar esse processo ao realizar análises da dinâmica da paisagem e das consequências ecológicas, bem como das modificações socioambientais provocadas por esse tipo de produção, para gerar informações essenciais à tomada de decisões pelos governos e empresas e ao acompanhamento e controle de políticas pelos movimentos sociais e sociedade civil organizada.

As principais metas propostas e parcialmente executadas incluíram: 1) a análise da dinâmica da paisagem em duas microbacias de Moju nos anos de 1985 a 2009; 2) a identificação e caracterização das Áreas de Preservação Permanente de Moju; 3) o diagnóstico das florestas de APPS degradadas e intactas; 4) a avaliação dos indicadores de sustentabilidade da bacia do Acará-Mirim, em Tomé-Açu; 5) a avaliação da capacidade de gestão ambiental em Moju; 6) a avaliação dos impactos do dendezeiro na biodiversidade, com ênfase às aves e árvores.

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Diretrizes de C&T identificadas em Colóquio sobre Dendezeiro

Pesquisadores que atualmente estudam a expansão da cultura do dendê na Amazônia reuniram-se em um evento realizado pelo INCT Biodiversidade e Uso da Terra em dezembro de 2012 para relatar experiências e os resultados dos seus trabalhos. Como desdobramento do encontro, intitulado "Colóquio de Parcerias sobre as pesquisas econômicas, ambientais e sociais da expansão do dendezeiro na Amazônia", os organizadores definiram algumas diretrizes prioritárias à produção de conhecimento sobre o tema, essenciais à criação de um programa interinstitucional para a realização de novos estudos na região.

Um artigo foi então elaborado com recomendações às agências de fomento de C&T para o investimento e a superação das lacunas de informações existentes. Entre os principais pontos identificados como necessidades estão:

a) Estudar os custos de produção dos agricultores familiares, das médias e grandes empresas que se dedicam ao cultivo e beneficiamento do dendezeiro no estado do Pará em comparação com outros grandes países produtores (Malásia e Indonésia);

b) Verificar os impactos ambientais decorrentes da expansão do cultivo do dendezeiro no estado do Pará concernentes à flora e a fauna, aos aspectos legais com relação ao novo Código Florestal e às restrições do comércio internacional emanadas da Roundtable on Sustainable Palm Oil, Mercado Verde, entre outros;

c) Avaliar os impactos sociais e econômicos decorrentes da expansão do cultivo do dendezeiro, considerando o processo de substituição de áreas agrícolas, mudança no uso da terra, mercado de mão-de-obra, relações trabalhistas, migrações intra e interregionais, adaptação dos agricultores familiares no processo produtivo, relação produtor versus empresas beneficiadoras, Selo de Combustível Social;

d) Estudar os impactos das novas tecnologias atualmente utilizadas, como o dendezeiro híbrido resultante do cruzamento do caiauê com o dendezeiro africano, resistente ao amarelecimento fatal; e as que buscam maior resistência à seca, o menor porte, o maior teor de óleo insaturado, incluindo os custos de se fazer a polinização manual, exigido por algumas dessas variedades. Sistemas de colheita altamente penosos deverão sofrer processos de mecanização futura, o que também trará impactos ao setor produtivo;

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e) Analisar os impactos sociais, econômicos e ambientais do óleo de dendê quanto à viabilidade de inserção no Programa de Selo de Combustível Social, já que em janeiro de 2010 o país atingiu a meta de mistura de 5% de óleo (B5) vegetal com óleo diesel, prevista para 2013. Essa mistura, que em 2011 era constituída com 81% de óleo de soja, 13% de sebo bovino, 3% de óleo de algodão e 3% com outros óleos, fez com que praticamente um quinto da produção brasileira de soja fosse destinado ao programa de biodiesel. Este programa envolve mais de 104 mil agricultores familiares, 89,1% com Selo de Combustível Social;

f) Levantar quais seriam as implicações sobre o mercado de óleo de dendê paraense caso se reproduzam aqui as recentes tendências de arrendamento de terra verificada na África, por países como a China, a Coréia do Sul, do Oriente Médio e da Europa para a produção de alimentos e, também, de grandes plantios de dendezeiros e de pinhão manso;

g) Ampliar as pesquisas sobre os benefícios econômicos e sociais da polinização, que constitui preocupação mundial da FAO, com relação à necessidade de alimentos e matérias-primas e a destruição dos ecossistemas nos quais os polinizadores coabitam. Este tema de pesquisa constitui a novidade nos centros avançados da Inglaterra, França e África do Sul, realçando a importância dos polinizadores e dos impactos econômicos, sociais e ambientais da sua redução;

h) Verificar os efeitos econômicos, sociais e ambientais com relação à política de exportação de óleo de dendê para fins energéticos, quando existe um grande mercado doméstico formado pela necessidade de cumprir as metas de reduções voluntárias de emissão de gases do efeito estufa de 36,1% a 38,9% para 2020, prometidas pelo governo brasileiro em 2009 durante a COP 15, em Copenhague;

i) Analisar a viabilidade econômica dos cultivos de dendezeiros, considerando as taxas de juros, prazo de carência, tamanho dos plantios, análise de riscos envolvendo preços e produtividade, inserção de outros cultivos, entre outros;

j) Relacionar as políticas de carbono, balanço energético, pegada ecológica, REDD e indicadores de sustentabilidade à cadeia produtiva do cultivo do dendezeiro.

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Fontes: Terraclass/Prodes/Deter-INPE

Publicado o Dossiê Florestas secundárias tropicais: ecologiae importância em paisagens antrópicas

Os pesquisadores Ima Vieira e Toby Gardner organizaram esse dossiê, publicado no Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi de Ciências Naturais, como uma contribuição do INCT Biodiversidade e Uso da Terra às discussões sobre a importância das florestas secundárias em um momento considerado politicamente crítico para a política ambiental brasileira. Assinado por pesquisadores do Brasil e de outros países, um conjunto de sete artigos e uma nota de pesquisa abordam diversos aspectos relacionados ao tema no período em que as instâncias legislativas discutem as mudanças do Código Florestal brasileiro e o estado do Pará organiza um Grupo de Trabalho para discutir normas ambientais referentes às florestas do estado.

A publicação está disponível na internet, pelo endereço http://www.museu-goeldi.br/editora/naturais/index.html.

Extensão atual da cobertura florestal, dos principais usos da terra e dos

desmatamentos até 2012 nos municípios de Moju, Tailândia e Acará

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Criado sistema de informações sobre florestas para a elaboração de normas e organização produtiva

Um resultado de grande relevância para esse subprojeto foi a criação do Sistema de classificação do estágio sucessional da vegetação secundária, conhecido como “Sistema Capoeira Class”, que deve gerar informações essenciais ao subsídio de políticas públicas regionais, especialmente no que se refere à elaboração de leis e normas sobre usos da terra, com ênfase no estado do Pará.

Em geral, as florestas secundárias da Amazônia com potencial produtivo podem ser classificadas em três estágios sucessionais: inicial, intermediário e avançado. Como não há na literatura científica modelo ou sistema de classificação desse tipo nem na legislação brasileira o detalhamento do que deva ser considerado nas avaliações técnicas, as secretarias e órgãos de meio ambiente têm dificuldades de realizar, de forma adequada e precisa, o licenciamento de áreas para fins de supressão, manejo e conservação da vegetação nativa.

Foi assim que surgiu a proposta de instituir pelo projeto um sistema de classificação do estágio sucessional da vegetação secundária, com base em trabalhos de campo em três municípios paraenses e na revisão da literatura existente.

Metodologia - Foram realizados então inventários – levantamentos e registros das espécies encontradas em campo – em 128 parcelas de 0,16 hectares por sítio de estudo e usados 18 descritores florístico-estruturais da vegetação.

As parcelas dos estágios inicial (40 unidades), intermediário (48 unidades) e avançado (40 unidades) foram submetidas a uma análise discriminante, por meio da qual os três estágios sucessionais foram relacionados a dezesseis medidas florístico-estruturais, ao invés de considerar estritamente o tempo de abandono da área, o que por si não leva à correta classificação.

As diferentes comunidades arbóreas encontradas nos três estágios sucessionais corroboram a necessidade de considerar adequadamente as estruturas florestais secundárias na legislação específica e nas políticas para a recuperação de áreas degradadas prioritárias aos programas de restauração florestal.

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Áreas de Proteção Permanente (APPs) mapeadas

Estudos iniciais relacionados a esse subprojeto indicam também que no município de Moju, um dos que mais desmatam na Amazônia, as áreas de cultivo e expansão do dendê, localizadas ao leste, sobretudo as que fazem limite com Tailândia, são as que mais apresentam degradação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de nascentes d'água de pequeno porte.

Segundo os levantamentos, restam nesse município cerca de 60% das florestas originais, grande parte delas em processo de degradação. Considerando as regras do Código Florestal, o município também possui 66% de APPs em situação irregular, principalmente quanto às matas ciliares, que foram igualmente destruídas ou fortemente perturbadas por cortes seletivos ou pelo fogo.

Fonte: Almeida et al, não publicado.

Usos da Terra e Cobertura Vegetal mapeados em Moju, Pará.

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CATEGORIAS %

APP com vegetação

natural

28,0

APP irregular Ocupada com floresta

degradada e sucessional

24,4

Ocupada com pasto 23,7

Ocupada com culturas

agrícolas e queimadas

10,1

Ocupada com dendê 7,9

Total de APP irregular 66,1

Sem classificação 5,4

Tabela - Características das Áreas de Preservação Permanentes - APPs do município de Moju, Pará.

Fonte: Adaptado de Almeida et al, em preparação.

Entre os tipos de florestas protegidas, as APPs merecem atenção especial, em razão da sua importância na prestação de serviços ambientais.

Essas áreas, cobertas ou não por vegetação nativa, possuem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e da flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas .

O conhecimento sobre a composição florística e da estrutura das florestas ciliares é um pré-requisito de grande importância aos projetos de recomposição da cobertura vegetal de áreas marginais a rios, córregos e nascentes, com finalidades de conservação. No entanto, estudos detalhados e específicos da ecologia das comunidades arbóreas das matas ciliares ainda são escassos na Amazônia e, particularmente, na região do baixo Tocantins, onde se localiza o município de Moju.

Entre os resultados preliminares do estudo, os diagnósticos florísticos das APPs regulares com florestas e das irregulares com vegetação degradada mostram que há alterações estruturais entre essas áreas.

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Os primeiros levantamentos demonstram que há diferenças significativas na estrutura de florestas conservadas e degradadas, conforme demonstrado na tabela abaixo.

Estrato Florestas de APP Conservadas

Florestas de APP Degradadas

(1) DAP = 10 cm 1.494 1.364

(2) DAP = 5,0 cm e = 9,99 cm 705 752

Biomassa aérea (t/ha) 265 242

Tabela - Abundância de indivíduos arbóreos e biomassa aérea para florestas conservadas e florestas degradadas de APPs m 3 diferentes estratos,

município de Moju, Pará.

Redes de instituições e pesquisadores envolvidas

- O projeto é realizado por um grupo formado por 20 pesquisadores e estudantes de pós-graduação;

- Quatro teses de doutorado e quatro dissertações de mestrado estão em andamento;

- Representantes do projeto têm participado ativamente de reuniões com tomadores de decisão: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (Sema-PA).

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Pesquisas realizadas

Resultados divulgados

Artigos e livros publicados

Tipo Autor Título Instituição Mestrado

Madson Antonio Benjamin Freitas

Alterações Estruturais, Florísticas e de Biomassa em Várzea Manejada para a Produção de Açaí no Estuário Amazônico

Universidade Federal Rural da Amazônia

Veríssimo César Sousa da Silva

Sustentabilidade de Assentamentos Rurais no Pará: Uma análise através do Barômetro da Sustentabilidade

Universidade Federal do Pará

Juan Cardoso de Oliveira Andreza Cardoso

Diagnóstico Florístico-estrutural de Florestas Conservadas e Degradadas de Áreas de Preservação Permanente de Moju Sustentabilidade e Gestão Ambiental do Município de Moju-PA

Universidade Federal Rural da Amazônia Universidade Federal do Pará

Doutorado

Ricardo Folhes Arranjos institucionais e dinâmicas sócio-ambientais na Amazônia brasileira

Universidade Federal do Pará

Arlete Silva de Almeida

Dinâmica da paisagem e sustentabilidade do uso da terra no município de Moju, estado do Pará

Universidade Federal do Pará

Wanja Janayna de Miranda Lameira

Planejamento de Territórios Sustentáveis aplicado à bacia do rio Acará Mirim, estado do Pará

Universidade Federal do Pará

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TRABALHOS PUBLICADOS

Aguiar, A. P. D. ; Ometto, J. P.; NOBRE, Carlos; Lapola, D. M. ; Almeida, C.;Vieira, Ima C. G.; Soares, J. V.; Alvala, R.; Saatchi,S. ; Valeriano,D.;Castilla-Rubio, J. C. . Modeling the spatial and temporal heterogeneity of deforestation-driven carbon emissions: the INPE-EM framework applied to the Brazilian Amazon. Global Change Biology, v. 18, p. 3346-3366, 2012. Vieira, I.C.G ; Toledo, P.M ; Araújo, R.A; Coelho, A. ; Baião, P. . Amazônia. In: F. Scarano; I. Santos;A. Cecilia Martins;J.M.C. Silva ; A. Guimarães; R. Mittermeir. (Org.). Biomas Brasileiros: Retratos de um País Plural. 1ed. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, v. , p. 129-164.2012.

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Artigos submetidos

REFERÊNCIA

Homma, A.K. O. & Vieira, I C G. Colóquio sobre Dendezeiro: prioridades de pesquisas econômicas, sociais e ambientais na Amazônia. Revista Amazônia Ciência e Desenvolvimento. Belém-Pará. Ferreira, E. de M. F.; Parry, L.; Barlow, J; Vieira. I. C. G. Morello. T. F. Fomento florestal e sua função socioeconômica: estudo de caso no município de Almeirim (PA). Revista Ambiente e Sociedade. Campinas.

Resumos apresentados em eventos

Evento Ano Título

54º Congresso Internacional de Americanistas - Viena (Áustria)

2012

Land Use Sustainability in the

Amazon: problems and Challenges

http://ica2012.univie.ac.at/fileadmin/user_upload/DOEVL_events/ICA/54ICA_Programme_Print.pdf

TRABALHOS PUBLICADOS

Amaral, D. D.; Vieira, I C G ; Salomão, R P ; Almeida, A. S. ; Jardim, M. A. S. The status of conservation of urban forests in eastern Amazonia. Brazilian Journal of Biology (Impresso), v. 72, p. 257-265, 2012.

Salomão, R. P.; Vieira, I.C.G.;. Brienza Junior, S.; Amaral. D.D. & Santana, A. C. 2012. Sistema Capoeira Classe: uma proposta de sistema de classificação de estágios sucessionais de florestas secundárias para o estado do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais 7(3) (no prelo). 2012. Hayashi, S. N.; Vieira, I. C. G. Carvalho, C. J. R. & Davidson, E.Linking nitrogen and phosphorus dynamics in litter production and decomposition during secondary forest succession in the eastern Amazon. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais 7(3): Vliet, N. van; Adams, C. Vieira, I.C.G. & Mertz, O. Changes in land use and in the livelihoods of forest frontier farming communities across the Brazilian Amazon. Human ecology. no prelo. 2013. VIEIRA, I C G. Uso da Terra e Biodiversidade na Amazônia. In: Moyses Nussenzveig. (Org.). O Futuro da Terra. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.

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Evento Ano Título

Planet under Pressure – Londres (Inglaterra)

Mar-12 Minimizing conflicts of scale using an environmentally-driven public policy framework under an agenda of green economy, regional development and sustainability: a study case from the State of Para, Brazilian Amazon.

http://elsevier.conference-services.net/reports/template/onetextabstract.xml?xsl=template/onetextabstract.xsl&conferenceID=2808&abstractID=571930

VI Encontro Nacional da ANPPAS – Belém (PA)

2012 Análise do Uso da Terra e Cobertura Vegetal no Centro de Endemismo Xingu.

VI Encontro Nacional da ANPPAS – Belém (PA)

2012 Análise Espacial da Dinâmica do Uso da Terra e Cobertura Vegetal no Município de Mãe do Rio Estado do Pará. Centro de Endemismo Xingu

VI Encontro Nacional da ANPPAS – Belém (PA)

2012 Análise da Cobertura Vegetal no Centro de Endemismo Belém

VI Encontro Nacional da ANPPAS – Belém (PA)

2012 A influência do fomento florestal em estabelecimentos rurais da Amazônia

VI Encontro Nacional da ANPPAS – Belém (PA)

2012 Dinâmica socioambiental no município de Moju em tempos de biodiesel

IV Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas Globais: O Plano Brasileiro para um Futuro Sustentável – São Paulo (SP)

Out-11 Usos da Terra e Biodiversidade da Amazônia: Desafios para a sustentabilidade regional

Seminário Clima, Dinâmica e Biodiversidade de Florestas Amazônicas – Belém (PA)

Jun-12 Dinâmica de Usos da Terra na Amazônia e a Expansão do óleo de Palma

Seminário Amazônia + 20 – Belém (PA)

Jun-12 Educação e Ciência para um futuro sustentável da Amazônia.

Seminário Pará+20 – Belém (PA)

Jun-12 Biodiversidade, Recursos Genéticos e Populações Tradicionais

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Artigo em jornal

Políticas públicas

- Elaborada a nota técnica “Bases científicas para a definição de parâmetros para fins de licenciamento de áreas com vegetação secundária para uso agrícola”, de autoria de Rafael de Paiva Salomão, Silvio Brienza Junior e Ima Vieira para subsidiar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará na formulação de normas para uso e supressão de florestas secundárias no estado;

- Publicado o trabalho “A framework for integrating biodiversity concerns into national REDD+ programmes. Biological Conservation, 154, 61-71”, distribuído como um documento de informação oficial em inglês, francês e espanhol na última Convenção Internacional de Diversidade Biológica.

TRABALHOS PUBLICADOS

VIEIRA, I CG. Ciência e Tecnologia são estratégicas para a Amazônia?. Revista Amazônia Viva, Belém, p.36 - 36, 12 jan. 2012.

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’’É hora de retomar o significado de futuro ao propor um para a

Amazônia. Futuro é entendido como um processo de construção

humana, como um tempo refletido, sonhado, desejado. Construção

humana a partir de um poderoso recurso estratégico que é a

imaginação de cada um. Imaginação que não se reduz a devaneios,

ela corresponde a uma forma de consciência. A transformação desse

futuro possível em realidade dependerá do conhecimento científico-

tecnológico e de inovações que repousarão em grande parte em

vocês, jovens brasileiros, esperança da nação.’’

(Bertha Becker, Um Futuro para a Amazônia, 2008)

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SUB-EIXO 3: DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE USO SUSTENTÁVEL DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOSSUB-EIXO 3: DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE USO SUSTENTÁVEL DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS

Mostrar à sociedade que é possível conciliar avanços econômicos, medidas ambientalmente sustentáveis e benefícios sociais é o objetivo do terceiro sub-eixo do INCT Biodiversidade e Uso da Terra, criado também para reforçar alianças destinadas à conservação da biodiversidade amazônica.

Um laboratório de práticas sustentáveis, ações de educação ambiental e formação e qualificação de pessoas para lidarem com o que faz da região biologicamente rica e diversa estão entre as formas de valorizar o papel das pessoas e da diversidade cultural nos processos de desenvolvimento da região.

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Uso de Recursos e Recuperação da Produtividade Agrícola das Terras do Leste do Pará

Coordenação:

Lourdes Ruivo (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Cristine Amarante (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Grupos especializados em pedologia, matéria orgânica, microbiologia e bioquímica de solos tropicais avaliam a sustentabilidade do uso do solo em sistemas florestais e agroflorestais no estado do Pará.

Além de definir indicadores para avaliar a qualidade do solo em diversos tipos de cultivos, o grupo também se dedica à seleção de sistemas de uso da terra mais adequados à realidade local, buscando os que mais se aproximam da área de referência estudada, sob a forma de capoeira ou floresta, testando também a possibilidade de aumentar ou manter a fertilidade pelo uso de terra preta nova.

Produzidas novas tecnologias para a recuperação de solos degradados

- Por meio de uma experiência com a empresa Tramontina Belém, foi possível aperfeiçoar, validar e valorar práticas alternativas de recuperação de áreas alteradas em sistemas diferenciados de cultivos agrícolas, florestais, agroflorestais e silviculturais, associando-as a orientações administrativas, econômicas e sociais. Um exemplo foi o uso do soro do curauá para a melhoria da qualidade do solo sob plantio agroflorestal;

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- No estudo sobre a aplicação de resíduos da indústria madeireira na recuperação de áreas alteradas ou em sistemas florestais e agroflorestais, foi concluído que os resultados mais efetivos são obtidos quando se usam métodos que reúnem a decomposição do material orgânico, níveis de elementos químicos trocáveis, modificações no solo e em componentes biológicos;

- A análise dos sistemas de cultivo agrícola, florestal, silvicultural e agroflorestal inseridos em áreas de vegetação secundária manejadas com e sem queima permitiu a obtenção dos seguintes resultados:

1. com base na coleta de serapilheira, foram analisados os níveis de nutrientes da matéria vegetal com diversos tratamentos de corte, queima e raleamento para identificar qual apresentaria maior eficácia quanto ao funcionamento e produção de nutrientes em períodos de estiagem e chuva. As conclusões apontaram que o total de macronutrientes avaliados é maior no sistema agroflorestal sem queima; no período chuvoso, a concentração de macronutrientes é maior, com variação sazonal entre os sistemas; o sistema com queima apresenta maior concentração de nutrientes na estiagem, mas parece não ser favorecido no aumento da concentração; e a concentração de micronutrientes não apresenta influência sazonal.

2. na produção de Terra Preta Nova como alternativa para elevação e sustentabilidade da fertilidade do solo, foram utilizados resíduos de serraria, carvão e açougue em um experimento de longo prazo (25 anos), instalado em 2003 em Tailândia (PA). As análises indicaram que, em relação à morfologia, houve variação quanto à coloração e a estrutura do solo, além de variação na vegetação espontânea; em relação à geoquímica, a principal fonte de elementos químicos trocáveis (P, Ca, Mg, K, Zn e Mn) e de matéria orgânica foram os resíduos de açougue, aplicados sob a forma de ossos queimados e triturados.

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Conhecimento repassado às empresas parceiras do projeto

Com a participação na rede de pesquisa, as empresas parceiras redimensionam sua importância no contexto produtivo e ambiental de Tailândia, recebendo maior reconhecimento do público e legitimidade nas ações que empreendem. Foram realizados ciclos de informações para estimular o desenvolvimento de produtos locais favoráveis a inovações tecnológicas e associados aos sistemas de manejo conservacionistas.

Resultados divulgados

REFERÊNCIA

MATOS, F O ; CASTRO, R.M.S. ; RUIVO, M L P ; MOURA, Q. L. . Teores de nutrientes do solo sob sistemas agroflorestais manejado com e sem queima no estado do Pará. Floresta e Ambiente, v. 19(3), p. 1-10, 2012. AMARANTE, C. B.; SILVA, J. C.; MÜLLER, A.H.; MÜLLER, R.C.S.; Avaliação da composição mineral do chá da folha senescente de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae) por espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS). Química Nova, v.34, n.3, 419-423, 2011. AMARANTE, C.B.; MÜLLER, A. H.; PÓVOA, M. M.; DOLABELA, M. F. Estudo fitoquímico biomonitorado pelos ensaios de toxicidade frente à Artemia salina e de atividade antiplasmódica do caule de aninga (Montrichardia linifera). Acta Amazonica, v.41, n.3, p.437-440, 2011. AMARANTE, C. B.; SOLANO, F. A. R.; LINS, A. L. F. A.; MÜLLER, A. H.; MÜLLER, R. C. S. Caracterização física, química e nutricional dos frutos da aninga. Planta Daninha, v.29, n.2, p.295-303, 2011. CASTRO, R.M.S. ; RUIVO, M L P ; SILVA, M. F. . Disponibilidade de serapilheira em sistema agroflorestal com queima e sem queima e capoeirão, no minicípio de Bragança, Pará. Revista FAFIBE On Line (Online), v. IV(4), p. 1-6, 2011. LOPES, E. L. N. ; FERNANDES, A R ; RUIVO, M L P ; CATTANIO, J. H. ; SOUSA, G. F. . Biomassa microbiana e atributos químicos do solo sob diferentes sistemas de manejo no nordeste paraense. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 35(4), p. 1127-1139, 2011.

Artigos publicados

TRABALHOS PUBLICADOS

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MATOS, F O ; CASTRO, R.M.S. ; RUIVO, M L P ; MOURA, Q. L. . Teores de nutrientes do solo sob sistemas agroflorestais manejado com e sem queima no estado do Pará. Floresta e Ambiente, v. 19(3), p. 1-10, 2012. MEIRELES, A. R. O., LEMOS, V P, KERN, D. C., COSTA, M L. Nutrients in arhaeollogical black earth from Ilha de Terra-Caxiuanã. Journal of the Brazilian. Journal of the Brazilian Chemical Society, 2011. NEVES, PAFG ; AMARANTE, C. B. ; RUIVO, MLP ; PICCININ, JL ; ARAUJO, N. N. A. . Influência da sazonalidade sobre os teores de nitrogênio e fósforo no Experimento Terra Preta Nova (TPN). Enciclopédia biosfera, v. 7(13), p. 1764-1770, 2011. NEVES, PAFG ; BATISTA, R. J. R. ; PICCININ, J L ; RUIVO, MLP ; AMARANTES, C. B. Determinação de Fe, Mn, Zn e Cu Disponível em amostras de terra preta nova do município de Tailandia (PA). Enciclopédia biosfera, v. 8(14), p. 1135-1142, 2012. PEREIRA JR, A. ; RUIVO, MLP ; MACAMBIRA, M.L.J. ; CORDEIRO, I. M. C. ; CASTRO, R.M.S. ; ROCHA, E.P. Seasonal effects of fertility and fauna of soil reforested with paricá (Schizolobium parahyba var. Amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby in Aurora, Pará.. Earth Interactions, 2012 (Aceito para Publicação). RODRIGUES, H. J. B. ; COSTA, R. F. ; RIBEIRO, J. B. M. ; SOUZA FILHO, J. D. C ; RUIVO, M L P ; SILVA JUNIOR, J. A . Variabilidade sazonal da condutância estomática em um ecossistema de manguezal amazônico e suas relações com variáveis meteorológicas. Revista Brasileira de Meteorologia, 26(2). 2011. RUIVO, MLP ; PEREIRA JR, A. ; BERNARDES, K. C. ; AMARANTES, C. B. ; MOURA, Q. ; MACAMBIRA, M.L.J. . Fertility, Microbial Biomass and Edaphic Fauna under Forestry and Agroforestry Systems in the Eastern Amazon. In: Juan A. Blanco; Yueh-Hsin Lo. (Org.). Forest Ecosystems - More than Just Trees. 1ed.Rijeka: In Tech, 2012, v. 1, p. 231-252. RUIVO, MLP ; MONTEIRO, K. F. G. ; CORDEIRO, I. M. C. ; CAMPINAS, D S N ; OLIVEIRA, M. L. Fertility and Soil Management in Agroforestery Systems in the Eastern Amazon (In Press). In: Bolanle Adewuyi; Kayin Chukwu. (Org.). Soil Fertility: Characteristics, Processes and Management 1ed. Nova Science Publishers: , 2012, v. , p. 55-68.

Capítulos de livros assinados

REFERÊNCIA

AMARANTE, C. B.; SILVA, J. C.; MÜLLER, A.H.; MÜLLER, R.C.S.; Avaliação da composição mineral do chá da folha senescente de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae) por espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS). Química Nova, v.34, n.3, 419-423, 2011. AMARANTE, C.B.; MÜLLER, A. H.; PÓVOA, M. M.; DOLABELA, M. F. Estudo fitoquímico biomonitorado pelos ensaios de toxicidade frente à Artemia salina e de atividade antiplasmódica do caule de aninga (Montrichardia linifera). Acta Amazonica, v.41, n.3, p.437-440, 2011. AMARANTE, C. B.; SOLANO, F. A. R.; LINS, A. L. F. A.; MÜLLER, A. H.; MÜLLER, R. C. S. Caracterização física, química e nutricional dos frutos da aninga. Planta Daninha, v.29, n.2, p.295-303, 2011.

TRABALHOS PUBLICADOS

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CASTRO, R.M.S. ; RUIVO, M L P ; SILVA, M. F. . Disponibilidade de serapilheira em sistema agroflorestal com queima e sem queima e capoeirão, no minicípio de Bragança, Pará. Revista FAFIBE On Line (Online), v. IV(4), p. 1-6, 2011. LOPES, E. L. N. ; FERNANDES, A R ; RUIVO, M L P ; CATTANIO, J. H. ; SOUSA, G. F. . Biomassa microbiana e atributos químicos do solo sob diferentes sistemas de manejo no nordeste paraense. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 35(4), p. 1127-1139, 2011. MATOS, F O ; CASTRO, R.M.S. ; RUIVO, M L P ; MOURA, Q. L. . Teores de nutrientes do solo sob sistemas agroflorestais manejado com e sem queima no estado do Pará. Floresta e Ambiente, v. 19(3), p. 1-10, 2012. MEIRELES, A. R. O., LEMOS, V P, KERN, D. C., COSTA, M L. Nutrients in arhaeollogical black earth from Ilha de Terra-Caxiuanã. Journal of the Brazilian. Journal of the Brazilian Chemical Society, 2011 (no Prelo) NEVES, PAFG ; AMARANTE, C. B. ; RUIVO, MLP ; PICCININ, JL ; ARAUJO, N. N. A. . Influência da sazonalidade sobre os teores de nitrogênio e fósforo no Experimento Terra Preta Nova (TPN). Enciclopédia biosfera, v. 7(13), p. 1764-1770, 2011. NEVES, PAFG ; BATISTA, R. J. R. ; PICCININ, J L ; RUIVO, MLP ; AMARANTES, C. B. Determinação de Fe, Mn, Zn e Cu Disponível em amostras de terra preta nova do município de Tailandia (PA). Enciclopédia biosfera, v. 8(14), p. 1135-1142, 2012.

PEREIRA JR, A. ; RUIVO, MLP ; MACAMBIRA, M.L.J. ; CORDEIRO, I. M. C. ; CASTRO, R.M.S. ; ROCHA, E.P. Seasonal effects of fertility and fauna of soil reforested with paricá (Schizolobium parahyba var. Amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby in Aurora, Pará.. Earth Interactions, 2012 (Aceito para Publicação). RODRIGUES, H. J. B. ; COSTA, R. F. ; RIBEIRO, J. B. M. ; SOUZA FILHO, J. D. C ; RUIVO, M L P ; SILVA JUNIOR, J. A . Variabilidade sazonal da condutância estomática em um ecossistema de manguezal amazônico e suas relações com variáveis meteorológicas. Revista Brasileira de Meteorologia, 26(2): ..-..2011. RUIVO, MLP ; PEREIRA JR, A. ; BERNARDES, K. C. ; AMARANTES, C. B. ; MOURA, Q. ; MACAMBIRA, M.L.J. . Fertility, Microbial Biomass and Edaphic Fauna under Forestry and Agroforestry Systems in the Eastern Amazon. In: Juan A. Blanco; Yueh-Hsin Lo. (Org.). Forest Ecosystems - More than Just Trees. 1ed.Rijeka: In Tech, 2012, v. 1, p. 231-252. RUIVO, MLP ; MONTEIRO, K. F. G. ; CORDEIRO, I. M. C. ; CAMPINAS, D S N ; OLIVEIRA, M. L. Fertility and Soil Management in Agroforestery Systems in the Eastern Amazon (In Press). In: Bolanle Adewuyi; Kayin Chukwu. (Org.). Soil Fertility: Characteristics, Processes and Management 1ed. Nova Science Publishers: , 2012, v. , p. 55-68.

KERN, D. C. ; RODRIGUES, T E ; MONTEIRO, K. F. G. ; COSTA, M. L. ; RUIVO, MLP ; OLIVEIRA, M. L. ; FRAZAO, F. J. L. ; ROCHA, J.B. ; PINHEIRO, M.J.S. ; COMETTI, J.L. . Aproveitamento de resíduos de madeira na formação de Terra Preta Nova: estudo de caso no experimento ao reflorestamento de Paricá (Schizolobium amazonicum). In: MENDES, A.C.; PROST, M.T.; CASTRO, E.. (Org.). Ecossistemas amazônicos: dinâmicas, impactos e valorização dos recursos naturais. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2011, v. 1, p. 239-258. RUIVO, MLP ; AMARAL, I. G. ; DUTRA, F. C. ; SALES, M E C . Caracterização física e química do Latossolo Amarelo da Estação Experimental Urbana do Mocambo. In: MENDES, A.C.; PROST, M.T.; CASTRO, E.. (Org.). Ecossistemas amazônicos: dinâmicas, impactos e valorização dos recursos naturais. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2011, v. 1, p. 67-78.

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Coordenação:

Rodrigo Peixoto (Museu Paraense Emilio Goeldi) - [email protected]

Elaboração de mapas de populações tradicionais, conflitos e usos da biodiversidade na área da BR-163 (PA)

Ao reconhecer que os agravos ao meio ambiente provocam impactos negativos diretos sobre os meios de vida das pessoas que nele habitam e que as populações tradicionais podem ser decisivas para frear o avanço sobre as florestas e no manejo dos seus recursos de forma ambientalmente sustentável, esse subprojeto foi criado para mapear os territórios, os conflitos e os usos da biodiversidade na área de influência da BR-163, mais precisamente na porção paraense situada no chamado Arco do Desmatamento.

Seu objetivo foi estabelecer bases para aproximar o saber das populações tradicionais e o conhecimento científico e tecnológico. Particularmente no que diz respeito à Terra Indígena Maró, criou formas de trabalho conjunto com os Borari e Arapium, situados nas aldeias de Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José, por meio do qual foram elaboradas publicações sobre as histórias e cartografias dessas etnias, material posteriormente destinado à educação escolar indígena.

Atividades realizadas

- Na Terra Indígena Maró, assim como em comunidades da Resex Tapajós-Arapiúns, foram realizadas oficinas e elaborados mapas coletivos;

- Na TI Maró, foram realizadas atividades como inventário dos recursos naturais, entrevistas, coleta de dados e elaboração de material didático;

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- Promovido o debate com os indígenas sobre biodiversidade e critérios para a investigação científica na TI Maró em contribuição ao projeto Farmácia Viva, proposta pelas lideranças Borari da aldeia de Novo Lugar, como forma de articulação do saber indígena com a pesquisa científica;

- Realizado o encontro de entidades do movimento social da região para planejar o mapa dinâmico dos interesses e conflitos territoriais na região do baixo Tapajós, mostrando terras indígenas, projetos de assentamento, unidades de conservação, assim como projetos hidrelétricos, de exploração mineral e madeireira, avanço da soja e pecuária;

- Entrevistas feitas com lideranças comunitárias e pesquisadores para a elaboração de relatório sobre as atividades de reposição florestal na Resex Tapajós-Arapiuns;

- Levantamento dos anseios nas aldeias para a composição de plano de ação dos indígenas da TI Maró intitulado “a vida sobre o território”;

- Produzidos relatórios antropológicos para apoiar o reconhecimento e a definição de territórios indígenas no município de Altamira.

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Relacionamento com a sociedade:

Comunidades

Em parceria com as populações locais, foram elaboradas as cartografias das aldeias de Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José III, localizadas na Terra Indígena Maró; e das comunidades Anã e São Pedro, da Resex Tapajós-Arapiúns;

Governo

Em parceria com a Universidade do Oeste do Pará (Ufopa) e a Associação dos Produtores da Margem Esquerda do Tapajós (APRUSPEBRAS), o subprojeto resultou em uma proposta de reposição florestal ao Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), por meio da qual os moradores da Resex Tapajós-Arapiuns seriam qualificados para reflorestar as terras em que vivem com espécies nativas de árvores, para então comercializar créditos de carbono e produtos florestais não-madeireiros, como óleos, sementes e frutos.

Universidades e ONG

Também foram realizadas parcerias para o desenvolvimento de ações junto com as Universidades de Marburg (Alemanha), de Nevada, Reno (Estados Unidos) e com o projeto não-governamental Saúde e Alegria.

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Resultados divulgados

Trabalhos apresentados em eventos

REFERÊNCIAS

PEIXOTO, R.; FIGUEIREDO, K.; ARENZ, K. O Movimento Indígena no Baixo Tapajós:

etnogênese, território, Estado e conflito. Novos Cadernos do NAEA.

TRABALHOS PUBLICADOS

Evento Data Título

VII Conferência da SALSA – Belém (PA)

2011 Índios resistentes se movimentam por identidade e território no baixo Tapajós

II Encontro Globalização, Políticas Territoriais, Meio Ambiente e Conflitos Sociais - Vassouras (RJ)

2012 Terra Indígena Maró:conflito, conquista e vida no território

28º Reunião Brasileira deAntropologia - São Paulo (SP)

2012 O movimento indígena no baixo Tapajós: resistência, conflitos,conquistas e contestações

3º Encontro da Região Norte da Sociedade Brasileira de Sociologia: Amazônia e Sociologia: fronteiras do século XXI

2012 Amazônia e Sociologia: fronteiras do século XXI

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O conflito no oeste do Pará

No Baixo Tapajós a exploração madeireira avança disputando espaço com unidades de conservação, projetos de assentamento extrativista e terras indígenas. O Estado pavimenta estradas, projeta um complexo de hidrelétricas no rio Tapajós e promove grandes projetos de mineração. O agronegócio sobe pela BR-163 desde o Mato Grosso em direção ao Pará em busca de terras férteis. Essa frente capitalista vem com disposição diversa da população local no trato com a natureza, visando negócios nem sempre idôneos nessa fronteira de expansão, espécie de faroeste, onde a lei vige precariamente. Os conflitos opõem formas contraditórias de utilização do espaço. Por um lado, ainda a ideia de vazio demográfico, de uma região à espera de ser ocupada pelo capital. Por outro, o empenho em afirmar territórios de identidade, espaços de superação do desencontro entre os homens e a natureza.

O movimento indígena se manifesta na Flona Tapajós, na Resex Tapajós-Arapiuns e no PAE Lago Grande - unidades federais - mas também na Gleba Nova Olinda que compõe um conjunto de cinco terras arrecadadas e matriculadas em nome do estado do Pará, formando as glebas Mamurú-Arapiuns, que reúnem a maior quantidade de áreas florestais não destinadas no Pará, disputadas por diversos interesses. Na Gleba Nova Olinda está incrustada a Terra Indígena Maró. Ali os conflitos dizem respeito a diferentes significados atribuídos à natureza. Objeto de exploração por um lado, ambiente de vida e interação por outro. Os conflitos iniciaram-se com a chegada de grileiros e madeireiros no início de 2000 e são motivados pela extração irregular da madeira.

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O conflito no oeste do Pará

Há, pois, uma contradição importante no que diz respeito à ocupação do espaço. Os conflitos ocorrem na medida em que grupos sociais enraizados no território, tendo-o como valor existencial, têm suas bases materiais de vida ameaçadas por apropriações que tomam o território para possuí-lo e explorá-lo economicamente, com pouco apreço pela natureza. Os conflitos assinalam justamente onde esse tipo de desenvolvimento predatório está provocando impactos sociais e ambientais negativos. Os grupos sociais e étnicos resistem às agressões. Além de adotar a noção de território para designar o espaço onde eles se reproduzem cultural, econômica e socialmente, os comunitários e indígenas tomaram consciência de que o meio onde habitam deve ser fiscalizado por eles próprios, na falta de uma ação mais efetiva do Estado. A resistência das chamadas populações tradicionais é importante, porque sem ela a remoção dos seus territórios e o seu desaparecimento implicaria grave perda de conhecimento e diversidade biológica. Portanto, as disputas territoriais marcam o contexto do Baixo Tapajós. As relações sociais, as representações de identidade e as ações coletivas que dão sentido ao movimento social e indígena são produzidas nesse contexto conflituoso principalmente em função da terra e dos seus significados. Uma das estratégias de luta dos indígenas e das comunidades é a de elaborar cartografias que os situam no mapa. De fato, o coletivo indígena que constitui a TI Maró se mapeou e conquistou um lugar no ordenamento territorial produzido pelo Estado.

Texto: Rodrigo Peixoto

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Coordenação:

Claudia López (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Laboratório de práticas sustentáveis em Terras Indígenas próximas ao arco de desmatamento

No ano de 2007, em reconhecimento à importância das populações indígenas na gestão e preservação das áreas florestais, um projeto buscou identificar, junto ao povo indígena Ka´apor, alternativas de geração de renda baseadas em práticas ambientalmente sustentáveis.

O levantamento dos saberes sobre o manejo da floresta por esse grupo foi então realizado ao mesmo tempo em que era incentivada a produção de mudas com espécies tradicionalmente usadas, por meio de viveiros instalados em duas das aldeias, criados para apoiar o reflorestamento de áreas da Terra Indígena (TI) Alto Turiaçú, no estado do Maranhão.

Considerando a importância de estabelecer conexões entre os conhecimentos científicos e os saberes tradicionais dos povos indígenas sobre o uso e o manejo dos recursos naturais, e agora trabalhando também com o povo indígena Mebêngôkre-Kayapó, no estado do Pará, esse subprojeto do INCT deu continuidade às atividades de pesquisa-ação nas aldeias Moikarakô, na TI Kayapó (PA); Xiepihu-rena e Paracui-rena, da TI Alto Turiaçú (MA); além de iniciar ações junto à aldeia Las Casas (PA), situada em uma TI de mesmo nome.

Por meio de metodologias participativas, foi possível realizar o levantamento do estado atual dos recursos naturais e a análise das relações entre os povos indígenas Ka'apor e Mebêngôkre- Kayapó e o meio ambiente, a fim de entender como as diferentes formas de apropriação desses recursos podem contribuir com a conservação da biodiversidade regional.

Entre as práticas cultural e ambientalmente sustentáveis com potencial de estímulo entre essas populações estão o manejo e a comercialização de produtos florestais não-madeireiros, bem como a confecção de produtos artesanais a partir desses produtos.

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Atividades de pesquisa realizadas

Terra Indígena Las Casas - PA

- Levantamento de recursos não-madeireiros com potencialidade comercial;- Início de inventário do babaçu (Attalea speciosa Mart ex Spreng.); Levantamento das plantas medicinais reconhecidas e utilizadas pelo pajé da aldeia Las Casas;- Registro da história local e pesquisa documental sobre o posto indígena Las Casas.

Terra Indígena Kayapó- PA: Aldeia Moikarakô

- Levantamento de recursos vegetais usados no artesanato;- Aspectos históricos e sociais da comercialização de artefatos indígenas;- Estudo etnohistórico e da cultura material Mebêngôkre, assim como da história do contato de grupos Mebêngôkre como os Iranh Amraire.

Terra Indígena Alto Turiaçú -MA: Aldeias Xiepihu-rena e Paracui-rena

- Levantamento da produção de artefatos indígenas Ka´apor com fins comerciais;- Levantamento etnobotânico das espécies usadas na elaboração de artefatos comfins comerciais.- Registro da história oral sobre conflitos territoriais.

Acervos constituídos

Registro fotográfico e audiovisual:- Acervo com mais de 5000 fotografias das aldeias Las Casas e Moikarakô (etnia Mebêngôkre- Kayapó) e das aldeias de Alto Turiaçu (etnia Ka'apor).

-

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Criação de Base Cartográfica:

- Aldeia Las Casas: foram levantadas áreas de concentração de recursos naturais com potencial comercial e elaborados mapas de localização de algumas áreas de coleta de babaçu e buriti;- Aldeias Xie e Paracui (TI Alto Turiaçú-MA): georreferenciamento dos usos da terra nessas áreas com a identificação dos campos de cultivo, pastos e desmatamentos.

CAPÍTULOS DE LIVROS PUBLICADOS

CHAVES, C.;A força que vem das cobras: a bordunakayapó/La force vientdesserpents » :lamassue Kayapó. Índios no Brasil. Bruxelas: Ludion, Europalia-Brasil, 2011, p.98-99. LOPEZ GARCÉS, C. “Bijoux de plumes” Lesperuresfémenines Ka’apor. Índios no Brasil. Bruxelas: Ludion, Europalia-Brasil, 2011, p. 100-102.

ROBERT, P. Conflitos, alianças e recomposições territoriais em projetos de desenvolvimento sustentável: experiências da Terra Indígena Kayapó (Sul do Pará). In: Araujo, R; Léna, P. (Org.). Desenvolvimento Sustentável e Sociedade na Amazônia. Belém: MPEG, 2010, p. 333-354. KAYAPO, B. & ROBERT, P. Mapas do diálogo. Experiências de mapeamento participativo em Moikarakô, Terra Indígena Kayapó, Pará. In Kawhage, C e Marinha, H. (org.) Situação socioambiental das Terras Indígenas do Pará. Desafios para a elaboração de políticas de gestão territorial e ambiental. SEMA, Belém,2011 p. 127-136. ROBERT, P. Kax, hotte de protege Kayapó, leplusboeupanierdesfemmes. Índios no Brasil. Bruxelas: Ludion, Europalia-Brasil, 2011, p. 83-85.

Resultados divulgados

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ARTIGOS PUBLICADOS

LÓPEZ GARCÉS, C. L. ; DE ROBERT, P. El legado de DarrellPosey: de las investigaciones etnobiológicas entre los Kayapó a la protección de los conocimientos indígenas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Bogotá D.C., v. 7, p. 565-580, 2012.

DE ROBERT, P; LÓPEZ GARCÉS, C. L. ;LAQUES, A.E; FERREIRA, M . A beleza das roças: agrobiodiversidadeMebêngôkre- Kayapó em tempos de globalização. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Rio de Janeiro, v. 7, n.2, p. 339-369, 2012.

GONZÁLEZ, S. E.;FERREIRA, M. ; DE ROBERT, P.; LÓPEZ GARCÉS, C. L. . Conhecimentos e usos do babaçu (Attaleaspecioda Mart. e AttaleiaAchleri (Drude) A J Hend) entre os Mebêngôkre- Kayapó da terra Indígena Las Casas, estado do Pará, Brasil. Acta Botanica Brasílica (Impresso), v. 26, p. 295-308, 2012.

NO PRELO

GONZÁLEZ-PÉREZ, DE ROBERT & COELHO-FERREIRA, M; Sementes utilizadas no artesanato Kayapó das aldeias Moikarakô e Las Casas no Estado do Pará, Brasil. Artigo submetido e aceito para a publicação na revista EconomicBotany. SANTOS, R., GONZÁLEZ-PÉREZ, S., COELHO-FERREIRA, M. & LÓPEZ, C.;Espécies úteis em aldeias indígenas Kayapó, Pará, Brasil. Artigo submetido e aceito para a publicação na revista Acta amazônica em abril de 2012.

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Em parceria com o Museu do Índio e a Fundação Nacional do Índio -FUNAI, sede Marabá, foi realizada na aldeia Las Casas uma primeira oficina de transmissão de saberes tradicionais sobre os aspectos mais importantes da cultura Mebêngôkre- Kayapó.

Durante a dinâmica, foram registradas as atividades capazes de gerar renda às populações indígenas de forma sustentável, como os trabalhos artesanais com miçangas, enfeites de crianças, tecelagem em linha de algodão, para posterior publicação de um catálogo.

Os choros femininos e a pintura corporal caracterizam-se como ofícios próprios das mulheres Mebêngôkre enquanto peças construídas em fibra de buriti e folhas de babaçu, a exemplo das cestas e máscaras, como atividades dos homens.

O objetivo é prosseguir com a realização de oficinas nas demais aldeias associadas ao projeto, contribuindo com a reflexão e o estímulo de práticas sustentáveis, com base na motivação das próprias comunidades.

Próximo ao enfoque do etnodesenvolvimento, o Laboratório busca levantar alternativas de desenvolvimento local ao mesmo tempo em que as suas ações reafirmam os sentidos culturais e o direito à diferença, favorecendo assim a proposição de modelos especializados de políticas públicas.

Saberes indígenas

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Coordenação:

Silvio Brienza (Embrapa/CPATU) - [email protected]

Rafael Salomão (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

A recuperação do passivo ambiental amazônico pode ser facilitada pela oferta de alternativas econômica e ambientalmente viáveis de produção florestal a governos e produtores rurais.

Para propor tais soluções, um subprojeto foi criado para testar três modelos, instalados em áreas distintas de empresas privadas do Pará também distintas, nas quais critérios de eficiência e sustentabilidade ecológica estão sendo experimentados. Os resultados ajudarão a estimular o aumento da produtividade nas terras de quem optar pelo plantio de árvores.

Os sistemas de plantio florestais foram implantados por meio de faixas de espécies cujas distâncias se diferenciam de acordo com a proposta ofertada a cada empresa.

As espécies utilizadas destinam-se a dois fins comerciais de alta importância econômica: produção madeireira (paricá - Schizolobium parahyba var. amazonicum, castanha – Bertholletia excelsa, andiroba – Carapa guianensis e copaíba – Copaifera duckei) e geração de energia (taxi-branco – Sclerolobium paniculatum).

Empresa Propriedade Município

(PA)

Data de Plantio

AFLORESPA Fazenda Nevada Ulianópolis Fev/2012

Vale Florestar S.A. Fazenda Preciosa Dom Eliseu Mar/2012

Pampa Exportações Ltda. Fazenda Pampa Vigia Abr/2012

Empresas envolvidas

Recuperação de Áreas de Reserva Legal e de Proteção Permanente

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Mediações realizadas

Avaliações de crescimento em altura são realizadas a cada três meses, tendo as suas médias, calculadas em centímetros, descritas abaixo.

Fonte: Projeto

Tabela - Médias de crescimento em altura (cm) das espécies do modelo de produção

energético-madeireiro.

Local Espécie Altura (cm)

(3 meses)

Fazenda Nevada

(taxi-branco; 3 m x 2 m)

Andiroba 78,55

Castanha 106,17

Paricá 94,08

taxi-

branco

41,85

Fazenda Preciosa

(taxi-branco; 3 m x 2 m)

Castanha

73,21

Copaíba 64,15

Paricá 57,56

taxi-

branco

17,90

Fazenda Preciosa

(taxi-branco; 3 m x 3 m)

Castanha

56,58

Copaíba 50,61

Paricá 54,28

taxi-

branco

16,51

Fazenda Pampa

(taxi-branco; 3 m x 2 m)

Andiroba

50,67

Castanha 38,63

Paricá 51,61

taxi-

branco

21,04

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Impactos avaliados

- Diversidade: as áreas estudadas podem ser consideradas como redutos de biodiversidade, com resultados semelhantes à riqueza das florestas secundárias ou as de histórico similar de uso da terra, cuja vegetação nativa está em desenvolvimento com idades entre 3,5 e 5 anos.

- Banco e dispersão de sementes: estudada durante seis meses em casa-de-vegetação, a riqueza do banco de sementes do solo mostrou um total de 2.750 indivíduos, representados por 79 espécies, distribuídas em 34 famílias botânicas.

Os principais tipos de dispersão de sementes foram zoocoria (38%) e anemocoria barocoria (ambos 29%).

- Composição florística: o índice de heterogeneidade de Shannon-Weaver variou entre 2,75 e 3,02, indicando uma alta diversidade da composição florística das quatro áreas estudadas.

- Similaridade florística: o índice de Sorensen variou entre 619 e 778, o que indica a existência de similaridade florística entre os pares formados pelas quatro áreas de estudo. Em todas elas, houve uma maior predominância de vegetação herbácea (acima de 50%).

- Biomassa: a biomassa de árvores, arbustos e trepadeiras lenhosas variou de 36% para 49%.

- Sucessão ecológica: a sucessão ecológica foi caracterizada principalmente por espécies pioneiras (66%) e secundária inicial (23%).

TIPO Quantidade Encerrados Em andamento

Iniciação Científica 04 04 Mestre 03 1 02 Doutor - Pós-Doutor - Bolsistas Embrapa/FAPESPA/CNPq/Empresa

02 02

Pessoas qualificadas com o apoio de bolsas

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Resultados divulgados

Artigos publicados

REFERÊNCIA

SALOMÃO, R. P.; SANTANA, A. C.; BRIENZA JÚNIOR, S.; GOMES, V.H.F. Análise

fitossociológica de floresta ombrófila densa e determinação de espécies-chave para

recuperação de área degradada através da adaptação do índice de valor de

importância. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, v. 7, p. 57-

102, 2012.

OCHOA-OUTINHO, C. H.; BASTOS, A. P. V.; BRIENZA JÚNIOR, S. Forestry regeneration

in Eastern Amazon and new challenges for de-regulated areas: steps towards REDD+?.

In: Incentive of Local Community for REDD and Semi-domestication of Non-timber Forest

Products, 2012, Kyoto. The Proceedings of The Workshop on Incentive of Local

Community for REDD and Semi-domestication of Non-timber Forest Products. Kyoto:

Kyoto University, 2012

REFERÊNCIA

SALOMÃO, R. de P.; SANTANA, A. C. ; BRIENZA JÚNIOR, S. Seleção de espécies chave

da floresta ombrófila densa e indicação da densidade de plantio na restauração

florestal de áreas degradadas na Amazônia. Ciência Florestal (UFSM. Impresso), 2012.

SALOMÃO, Rafael P.; BRIENZA JÚNIOR, S.; SANTANA, A. C. Análise da florística e

estrutura de floresta primária visando a seleção de espécies-chave, através de análise

multivariada, para a restauração de áreas mineradas em unidades de conservação.

Revista Árvore (Impresso), 2012.

No Prelo

TRABALHOS PUBLICADOS

TRABALHOS PUBLICADOS

97

Page 98: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

Evento Ano Título

International Research on Food Security, Natural Resource Management and Rural Development – Goettingen (Alemanha)

2012 Dynamics of growth of Schizolobium

parahyba var. amazonicum in two

models of production in the Brazilian

Oriental Amazonia

International Research on Food Security, Natural Resource Management and Rural Development – Goettingen (Alemanha)

2012 Soil Seed Banks in Degraded Pastures Recovered by Forest Plantations in the Eastern Amazon, Brazil

International Research on Food Security, Natural Resource Management and Rural Development – Goettingen (Alemanha)

2012 Floristic Composition of Soil Seed Bank in Forest Plantations in the Eastern Amazon, Pará, Brazil

Floristic Composition of Soil Seed Bank in Forest Plantations in the Eastern Amazon, Pará, Brazil

Floristic Composition of Soil Seed Banks in Degraded Agriculture Areas Recovered by Forest Plantations, Brazil

Resumos publicados em eventos

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COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Ebio - Escola da Biodiversidade Amazônica

Coordenação:

Maria de Jesus Ferreira Fonseca (Universidade do Estado do Pará – UEPA) -

[email protected]

Joice Santos (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Como o próprio nome sugere, a Escola da Biodiversidade Amazônica - Ebio é um espaço que conecta pensamento e experiência, comunicação e educação, ensino, criatividade e o prazer de aprender. Seu programa tem como foco a riqueza e a diversidade refletidas na natureza, na cultura e nas realidades socioeconômicas das diversas regiões amazônicas.

Sua proposta pedagógica é construir redes com base nos saberes das pessoas que vivem na Amazônia, considerando os seus costumes e práticas, assim como promover formas de educar sobre a diversidade biológica a partir do contato com esta riqueza, valorizando atitudes de cuidado e preservação do patrimônio natural.

Aliada aos processos educativos, os processos de comunicação foram importantes tanto para facilitar o relacionamento do INCT Biodiversidade e Uso da Terra com os seus públicos, quanto para tornar acessível o conteúdo científico em diferentes plataformas, ampliando o alcance dos processos de divulgação de resultados científicos.

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Através do projeto LabCom Móvel, a Ebio experimentou linguagens e formatos enquanto são desenvolvidos produtos de comunicação da ciência para web, rádio e mídias locativas como telefones celulares e tablets. Com o Necaps/UEPA, a Ebio testou diferentes práticas pedagógicas. As estratégias de mobilização integraram eventos presenciais, documentação digital, redes sociais e produtos virtuais.

Durante três anos de atuação, a Escola criou oportunidades formais e informais de interação entre educadores, comunicadores e universo escolar, estimulando as escolas envolvidas a aproveitarem os contextos ambientais aos quais se inserem, bem como a troca de experiências entre pesquisadores, alunos e professores, a realização de oficinas de capacitação, o uso de tecnologias digitais de baixo custo e a formação de redes de educadores.

Atividades realizadas

- Quatro páginas na internet criadas e mantidas

INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazôniahttp://saturno.museu-goeldi.br/inct/

Prêmio José Marcio Ayres para Jovens Naturalistashttp://marte.museu-goeldi.br/marcioayres/

Escola da Biodiversidade Amazônica http://escolabioamazonica.blogspot.com.br/

Agência Tubo de Ensaiohttp://agenciatubodeensaio.blogspot.com.br/

100

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- Fórum Permanente de Educadores Ambientais instalado em 2010;

- Cerca de 40 eventos realizados, incluindo exposições, jornadas itinerantes, ciclos de formação de educadores, oficinas, palestras, trilhas, videotrilhas, bazar ecológico e um simpósio regional;

- Cerca de 140 produtos de comunicação e divulgação científica criados, entre materiais didáticos, hotsite de eventos, blogs, podcasts, slideshows, vídeos de bolsos, ensaio e registros fotográficos, logotipos de projetos, mapa interativo, material gráfico (folder, cartaz, banner, convite, impressos e virtuais), kits e um protótipo de aplicativo para celular.

- Dez eventos transmitidos pela tecnologia streaming;

- Aproximadamente 150 entrevistas em vídeo, reportagens e matérias multimídias produzidas.

- 5ª Edição do Prêmio Márcio Ayres Para Jovens Naturalistas promovida:

Ciclos de palestras e oficinas com cerca de 20 atividades, quinze municípios mobilizados, 40 escolas participantes e sete finalistas. Depois de uma jornada de 16 meses de trabalho, a quinta edição do Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas terminou com o anúncio dos primeiros colocados, alunos do ensino médio e fundamental de escolas públicas, cujo interesse culminou na realização de pesquisas e na elaboração de artigos sobre a biodiversidade amazônica.

O envolvimento de pelo menos três mil pessoas foi garantido pela elaboração de materiais educativos, da websérie “Naturalistas do Século XXI”, pela transmissão de eventos ao vivo e pela digitalização de conteúdos, além de campanhas informativas em jornais locais e nas mídias sociais.

Junto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os apoiadores da última edição do Prêmio Márcio Ayres incluíram o jornal O Liberal, a Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Fundação Amazônia Paraense (Fapespa).

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- Lançado o projeto Agência Tubo de Ensaio:

Resultante da parceria entre o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Universidade Federal do Pará, a Embrapa Amazônia Oriental, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Associação Fotoativa e quatro escolas públicas de Belém, o projeto Tubo de Ensaio consiste em uma agência de notícias formada por estudantes adolescentes, que usam dispositivos móveis como telefones celulares e máquinas fotográficas para conhecer e experimentar de outra forma os assuntos científicos e relacionados ao próprio conteúdo escolar.

Textos, vídeo, spots de rádio e fotos foram produzidos de forma experimental pelos alunos, sob a instrução de universitários e profissionais de Comunicação Social, e disponibilizados em um blog, durante a V Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em Belém durante a Semana Nacional de C&T.

Os estudantes participaram de todo o processo de planejamento, registro e edição do conteúdo informativo para a cobertura jornalística do evento.

Atualmente, o projeto encontra-se em fase do planejamento destinado à sua continuidade, o que inclui mobilizar novos parceiros e apoiadores e captar recursos para financiar as suas ações.

- Realizado levantamento “Saberes Necessários para Inclusão de Temas Ambientais em Contextos Escolares”:

Os resultados da pesquisa feita com 28 professores e 120 alunos da sexta à nona série do ensino fundamental, todos da Região Metropolitana de Belém, ajudarão a EBio a conhecer melhor os seus públicos e entender mais a história, os saberes e as expectativas dessas pessoas em relação às temáticas trabalhadas pelo INCT, especialmente no que se refere à biosociodiversidade. Entre outras funções, esses dados servirão para orientar a confecção de materiais didáticos para a Educação Básica.

102

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Pesquisas realizadas

Tipo Autor Título Instituição

Graduação

Neriane Nascimento da Hora, Nária Elane da Silva Borralho

Biodiversidade e Conservação : os planos de cursos e os saberes dos licenciados em Biologia

Universidade do Estado do Pará

Luena Mitié Takada Barros

A memória no ciberespaço: usos de mídias locativas para a valorização de memórias sobre o Museu Emílio Goeldi.

Universidade Federal do Pará

Paola Maira Gomes Caracciolo

Webséries – estratégias narrativas para a ciência: uma análise da experiência com mídias móveis no Museu Paraense Emílio Goeldi

Universidade Federal do Pará

Especialização Jéssica de Almeida Francês Vasconcelos, Michael Richard de Medeiros Ferreira

Comunicação, Design e Educação: uma proposta de interface para aplicativo sobre as espécies do centro de endemismo Belém – Amazônia Brasileira

Instituto de Ensinos Superiores da Amazônia

Mestrado Celene da Silva Carvalho

Saberes e Prática Pedagógica sobre Biodiversidade: um estudo na IV Edição do Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas

Universidade do Estado do Pará

José Tadeu de Brito Nunes

Elementos Visuais da Biodiversidade Amazônica no Pensar-fazer dos joalheiros de Belém- PA. Programa de Pós-Graduação em Educação

Universidade do Estado do Pará

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Referências de artigos publicados

JÚNIOR, JRC ;FONSECA, M. J. C. F. ; NAKAYAMA, L. ; SANTANA, A. R. . O Conhecimento Etnoecológico dos Pescadores Yudjá, Terra Indígena Paquiçamba, Volta Grande do Rio Xingu. Tellus (UCDB), v. 21, p. 1-16, 2011. FONSECA, M. J. C. F. ; Oliveira,I. Apoluceno . Cinco anos do PPGED-UEPA na Amazônia: trajetórias, avanços e possibilidades acadêmicas. Revista Cocar (UEPA), v. 09, p. 07-16, 2011. FONSECA, M. J. C. F. ; Nakayama, L. . Narrativas para ensinar-aprender a Amazônia: uma contribuição à educação ambiental em contextos educacionais diversos. Revista de Estudos Universitárias (Sorocaba), v. 36, p. 143-153, 2010.

Resultados divulgados

Livros publicados, organizados ou editados

OLIVEIRA, A.C.M., SANTOS, J.B., SANTOS-COSTA, M.C. Os Animais da Tanguro, Mato Grosso: diversidade na zona de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado. – Belém: MPEG, UFPA, IPAM, 2010, 115 p. FONSECA, M. J. C. F.França, MSAF ; Oliveira,I. Apoluceno ; SANTOS, T. R. L. ; ; MOTA NETO, J. C. ; SILVA, M. G. ; Santos, Ana Paula Cunha ; SILVA. M.J.L. da ; LIMA, M. S. P. Educação em classes multisseriadas na Amazônia: singularidade, diversidade e heterogeneidade. 1. ed. Belém: EDUEPA, 2011. v. 1. 167p . FONSECA, M. J. C. F.Oliveira,I. Apoluceno ; França, MSAF ; SANTOS, T. R. L. ; MOTA NETO, J. C. ; SILVA. M.J.L. da ; SILVA, M. G. ; LIMA, M. S. P. ; Santos, Ana Paula Cunha . . Educação em classes multisseriadas na Amazônia: singularidade, diversidade e heterogeneidade. 1. ed. Belém: EDUEPA, 2011. v. 2. 168p.

104

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Evento Data Título

III Congresso Brasileiro de Educação – Bauru (SP)

2011 Articulação entre universidade e

escola: promovendo a inclusão digital

Old Meets New: Media in Education Proceedings of the 61st International Council for Educational Media and the XIII International Symposium on Computers in Education (ICEM&SIIE'2011) Joint Conference – Aveiro (Portugal)

2011 Desenvolvendo competências com software livre: fazendo arte e estimulando a imaginação para a compreensão de conteúdosmatemáticos

II Congresso Nacional de Educação Ambiental e IV Encontro Nordestino de Biogeografia, João Pessoa (PB)

2011 A Construção de Jogos Educativos no Estudo da Biodiversidade

II Congresso Nacional de Educação Ambiental e IV Encontro Nordestino de Biogeografia, João Pessoa (PB)

2011 A Mediação dos Textos Informativos na Re-construção do Conceito

X Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Norte - Intercom Norte 2011, Boa Vista (RR)

2011 Videoblog da Cotia

XI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte, Palmas (TO)

2012 Memórias do Museu: registrando com mídias locativas o Museu Emílio Goeldi

XI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte, Palmas (TO)

2012 Ensaio fotográfico Jovens Naturalistas

XI Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte, Palmas (TO)

2012 Plano de comunicação integrada Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas

XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Fortaleza (CE)

2012 Práticas de Comunicação da Ciência na Era da Convergência Midiática

XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Fortaleza (CE)

2012 Youtube como plataforma para produção independente de webséries

Resumos publicados em eventos

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COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Coordenação:

Anna Ilkiu (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Ubiratan Santos (Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG) - [email protected]

Programa de Formação e Capacitação de Profissionais em Biodiversidade Amazônica

A falta de conhecimento pode ser considerada um dos fatores limitantes à conservação da biodiversidade. Com a velocidade do avanço humano sobre as áreas de florestas, muitos organismos podem ser extintos sem que antes se estude as suas peculiaridades e funções ecológicas ou ambientais, entre outras.

Atualmente, a Amazônia congrega apenas dois cursos de pós-graduação em Botânica, que dão subsídios à pesquisa da biodiversidade vegetal, o que ainda é pouco representativo diante da extensão da área e da diversidade biológica da região.

Além disso, a maioria dos programas nessa área está concentrada nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, distantes da realidade local e ainda assim insuficientes para estudar a sua flora.

Como o número de pesquisadores dedicados à Taxonomia Vegetal pode ser considerado muito aquém das necessidades de mapas, diagnósticos e informações, torna-se imprescindível qualificar regionalmente pessoas e garantir investimentos para a realização de estudos, equipar ou otimizar laboratórios, assim como promover o intercâmbio com outros centros de excelência nacionais onde a pesquisa avançou consideravelmente nos últimos anos.

Um programa foi assim criado por meio da parceria entre a Universidade Federal Rural da Amazônia e o Museu Paraense Emílio Goeldi com o objetivo de produzir conhecimento sobre a biodiversidade vegetal amazônica a partir de dois aspectos: 1) Morfologia, Sistemática e Evolução de Plantas; e 2) Ecologia, Manejo e Conservação.

106

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Resultados obtidos durante todo o período do projeto

Metas alcançadas

Defesa de dissertação 35

Participação em eventos 40

Artigos publicados 28

Cursos e palestras realizados 06

Banca com participação de professores vinculados a instituições

de outros estados

16

Pesquisas realizadas

Ano Aluno/Orientador Título da dissertação

2011 Ana Carla Feio Dos Santos

“Estudos anatômicos em três espécies de Elaphoglossum Schott ex J. SM.(Dryopteridaceae - Samambaias): uma contribuição taxonômica”

Ana Kelly Koch

“Bromeliaceae e Orchidaceae Epífitas da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil.”

Laíce Fernanda Gomes de Lima dos Santos

“Flórula fanerogâmica das restingas do Estado do Pará: Melastomataceae Juss. e Memecylaceae DC.”

Maira Dos Santos Rodrigues “Caesalpinieae (Leguminosae-Caesalpinoideae) do campo experimental da Embrapa Amazônia Oriental, Município de Moju, Estado do Pará, Brasil.”

107

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Ano Aluno/Orientador Título da dissertação

2011 Fábio dos Reis Ribeiro de Araújo

“Diversidade de usos e conhecimento local sobre palmeiras (Arecaceae) na Amazônia Oriental.”

Eliete da Silva Brito

“Riqueza e aspectos ecológicos das briófitas do município de Soure e Cachoeira do Arari, Ilha do Marajó, Pará, Brasil”

Alice Lima Hiura “Euphorbiaceae sensu stricto,Phyllanthaceae, Picrodendraceae e Putranjivaceae do campo experimental da Embrapa Amazônia Oriental, município de Moju, Pará.”

Mônica Falcão da Silva “Flórula fanerogâmica das restingas do Estado do Pará. Leguminosae – Papilionoideae.”

Simone Albarado Rabelo “Distribuição, florística, estrutura e efeito do fogo em comunidades de plantas em savanas no estado do Pará: subsídios para o manejo e criação de unidades de conservação”

Maria Isabel de Sena Nery

“Caracterização morfoanatômica do eixo vegetativo aéreo de Ayapana triplinerves (Vahl.) R.M. King & Rob. (Asteraceae): Planta Medicinal da Amazônia, Pará, Brasil.”

Luiz Armando de Araújo Góes Neto

“Licófitas e samambaias do corredor de biodiversidade do norte do Pará, Brasil.”

Sol Elizabeth González Pérez “Produtos florestais não madeireiros em Terras Indígenas Kayapó no estado do Pará: Diversidade, uso e manejo”

Sterphane Araújo de Matos

“Plantas nos quintais de agricultores familiares do travessão 338 Sul, Pacajá, Pará, Brasil: Uso, conhecimento evalorização”

Luiz Henrique Monteiro dos Santos

“Estudo do comportamento morfofisiológico de faveira (Parkia multijuga Benth.) sob níveis de sombreamento.”

108

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Ano Aluno/Orientador Título da dissertação

2011 Jamerson Rodrigo dos Prazeres Campos

“Comportamento de Eschweilera ovata (Cambess) Mart. Ex Miers em uma floresta de terra firme explorada seletivamente no município de Moju, Pará.”

Heraldo Costa Silva

“Mudanças da Biodiversidade Vegetal após práticas agrícolas em uma área rural de Pacajá, Pará”

Luana Moraes da Luz “Respostasecofisiológicas e bioquímicas de plantas jovens de Hymenaea Courbaril L. E H. Stigonocarpa Mart. submetidas à deficiência hídrica e reidratação”

2012

Christiane Silva da Costa “A Família Polygalaceae Na Ilha De Marajó”

Tarcymara Barata Garcia “Anatomia Dos Órgãos Vegetativos Aéreos De Três Espécies De Theobroma (Malvaceae S.L.) Com Ênfase Nas Estruturas Secretoras: Estrutura E Histoquímica”

Fernando da Costa Brito Lacerda

“Dinâmica Das Plantas Espontâneas Em Sistemas Agroflorestais No Município De Tomé-Acu, Estado Do Pará”

Paulo Marcos Ferreira da Silva

“Anatomia foliar de duas espécies de Leguminosae-Papilionoideae ocorrentesnaAmazônia Brasileira”

Ana Maria Moreira Fernandes

“Mudanças na composição e diversidade da vegetação de duas florestas no estuário amazônico nos últimos 50 anos”

Luciana Priscila Costa Macedo

“Brioflora (Marchantiophyta e Bryophyta) da Reserva Biológica do Gurupi,Maranhão, Brasil”

Wanderson Luis da Silva e Silva

“Leguminosae em savanas do estuário amazônico brasileiro”

109

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Ano Aluno/Orientador Título da dissertação

2012 Eduardo Oliveira Silva “Passifloraceae da área de Proteção Ambiental de Belém- PA”

Carolina Santos da Silva “O gênero Myrciaria O.Berg (Myrtaceae) na Amazônia brasileira”

Julieta Pallos Pinto de Araújo Góes

“Licófitas e samambaias da serra do Itauajuri, Município de Monte Alegre, Estado do Pará, Brasil”

Paulo José de Souza Sousa “Revisão sinóptica de Micrandra Benth (Euphorbiaceae s. s.)”

Marleide de Sousa Chaves Rêgo

“Anatomia foliar de duas espécies de Clusia L. (Clusiaceae Lindley): estratégias adaptativas para a restinga do Crispim, Marapanim, PA”

Priscilla Prestes Chaves “Florística e estrutura da comunidade de plantas dos campos rupestres da Floresta Nacional de Carajás na Amazônia Oriental”

Ronan Gomes Furtado “Fungos Causadores de Ferrugens(Pucciniales) em Plantas de Áreas da Floresta Nacional do Amapá e Entorno, Brasil”

Rosiane Marcos de Santana “Dinâmica de regeneração natural de Sterculia pruriens (Aubl.) K.Schum, no período de doze anos em clareiras causadas pela exploração florestal seletiva em floresta de terra firme”

Valdenice Barros da Silva Moscoso

“Modelagem da distribuição geográfica de doze espécies vegetais (seis madeireiras e seis palmeiras) na Amazônia Brasileira, usando dados de coleções e de inventários”

Fabiane Késia Silva da Silva “Sinopse e composição química dos óleos essenciais de espécies de myrtaceae comercializadas como Pedra-ume-caá em Belém-PA”

Eline Tainá Garcia “Briófitas (Bryophyta e Marchantiophyta) de Remanescentes Florestais noReservatório de Tucuruí, Pará, Brasil”

110

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Trabalhos apresentados em eventos

Evento Ano Título

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Distribuição Vertical de Bromélias Epífitas em uma floresta de várzea na área de Proteção Ambiental Ilha do Combú, Belém, Pará, Brasil

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Diversidade de Bromélias Epífitas na área de Proteção Ambiental Ilha do Combú, Belém, Pará, Brasil

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 A família Plygalaceae na Ilha de Marajó

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar de Clusia columnaris Engl. (Clusiaceae) e distribuição das estruturas secretoras

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar de Clusia fokeana Miq. e Clusia palmicida Rich. (Clusiaceae), ocorrentes na restinga de Marapanim-PA

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Estruturas secretoras em folhas de Clusia fokeana Miq. e Clusia palmicida Rich. (Clusiaceae) em vegetação de restinga da costa do Estado do Pará

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Riqueza, diversidade e estrutura da vegetação de uma floresta de várzea na Floresta nacional de Caxiuanã, Pará

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Influência do estresse hídrico artificial em uma comunidade de Lianas do sub-bosque na floresta de terra firme da Floresta Nacional de Caxiuanã na Amazônia oriental

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Checklist das Leguminosae em áreas abertas da Ilha do Marajó, Pará, Brasil – Dados preliminares

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar de Theobroma grandiflorum (Willd. Ex Spreng) K. Schum. (Malvaceae) – Cupuaçu

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Evento Ano Título

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Fungos Poliporóides do sítio de estudo do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oiental (PPBIO), na FlorestaNacional do Amapá

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar de Theobroma grandiflorum (Willd. Ex Spreng) K. Schum. (Malvaceae) – Cupuaçu

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar de Costus Spicatus (Jacq.) Swartz e C. Spiralis (Jacq.) Roscoe. (Costaceae): Ervas Medicinais da Amazônia Brasileira

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Estrutura e composição florística do banco de sementes do solo e da vegetação espontânea em sistemas agroflorestais no município de Tomé-Açú, nordeste do estado do Pará

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Relação biomassa vegetal aérea e cobertura vegetal em paisagens agrícolas na região do arco do desmatamento no Estado do Pará

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Avaliação florística e ecológica de briófitas (Marchantiophyta e Bryophita) em parcelas da reserva Biológica do Gurupi, Maranhão, Brasil

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Comunidades de briófitas (Bryophita e Marchantiophyta) de remanescentes florestais no reservatório de Tucuruí, Pará

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia Foliar de Mezilaurus mahuba (A. Samp.) van der Werff (Lauraceae): com ênfase nas estruturas secretoras

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Estruturas secretoras em Mansoa standleyi (Steyerm.) A. H. Gentry (Cipó dálho): Ontogênese e Estrutura

112

Page 113: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

Evento Ano Título

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia foliar da aromática medicinal Siparuna guianensis Aublet (Monimiaceae)

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Anatomia do eixo vegetativo aéreo de Polygala spectabilis DC (Polygalaceae): Erva medicinal da Amazônia, Pará, Brasil

62° Congresso Nacional de Botânica, Fortaleza

2011 Passifloraceae do parque Municipal de Utinga, Belém-PA, Brasil: Resultados parciais

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Morfologia de frutos, sementes e plântulas de três espécies de Macrolobium Schreb

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Seis novos registros de fungos anamorfos (Hifomicetos) para o Brasil

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Diversidade e aspectos ecológicos de fungos da Ordem Pucciniales em remanescentes florestais da Região Metropolitana de Belém, Pará, Brasil

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Fitoterápicos em drogarias da Região Metropolitana de Belém-PA

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Plantas medicinais comercializadas em mercados públicos de Belém-Pará

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Florística e distribuição espacial de epífitas vasculares em formações florestais de restinga, Maracanã, Pará, Brasil

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Comportamento biofísico econcentração de ácido abscísico em plantas jovens de Ipê-Amarelo (Handroanthus serratifolius (Vahl) S. O. Grose) em condições de déficit hídrico e alagamento

113

Page 114: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

Evento Ano Título

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Alterações metabólicas em plantas jovens de Jatobá (Hymenaea courbaril L.) cultivadas sob dois períodos: “chuvoso” e “seco”, no Município Igarapé-Açú-PA

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

2012 Inventário dos tricomas glandulares de duas espécies da Tribo Bignonieae: Stizophyllum riparium (Kunth) Sandwith e Amphilophium magnoliifolium (DC.) L.G.Lohmann

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

Nov -

2012

Descrição anatômica comparada das folhasde Hibiscus acetosella Welw. exHiern E H. sabdariffa L. (Malvaceae)

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

Nov -

2012

Alocação de carbono e área foliar específica em mudas de Parkia Gigantocarpa Ducke e Schizolobium Amazonicum Huber ex Ducke cultivadas sob sombreamento

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

Nov -

2012

Fotossíntese, atividade cambial e diâmetro do coleto de mudas de Parkia Gigantocarpa Ducke e Schizolobium Amazonicum Huber ex Ducke sob sombreamento

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

Nov -

2012

Aspectos ecológicos das briófitas (Marchantiophyta e Bryophyta) da Reserva Ecológica Radini, Municipio de Abaetetuba, Pará, Brasil

63° Congresso Nacional de Botânica, Joinville (SC)

Nov -

2012

Checklist de hepáticas e musgos do

estado do Amapá (AP)

114

Page 115: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

O INCT EM NÚMEROS

Bolsas Concedidas

Investimento total em Qualificação de Pessoas – Bolsas do INCT

A gestão do recurso destinado à qualificação de pessoal buscou abranger o maior número de bolsistas possível assim como atender aos interesses e objetivos dos subprojetos, independente do tempo de duração das pesquisas.

Até o momento, foram implementadas 41 bolsas do INCT, incluindo renovações, sendo que as modalidades implementadas foram:

- DTI-2: 12 cotas (10 bolsistas)

- DTI-3: 24 cotas (21 bolsistas)

- Apoio Técnico Nível Superior: 06 cotas (05 bolsistas)

Tipo debolsa

Quantidade

Duração (meses)

Implementadas

DTI-2 05 36 12 cotas (10 bolsistas)

DTI-3 07 36 24 cotas (21 bolsistas)

AT-NM 02 36 06 cotas (05 bolsistas)

Volume total de recursos em bolsas (R$)

685.400,00

115

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Cotas e valores

Em períodos que variaram entre 02 e 36 meses, 36 bolsistas já foram contemplados com bolsas de pesquisa em 14 áreas de interesse.

Bolsa Quantidade Meses

DTI – 2 12 177

DTI – 3 24 260

Apoio Técnico 5 46

Áreas de interesse

Recuperação de áreas alteradas

Monitoramento da biodiversidade

Socioeconomia

Biodiversidade do solo

Genética de aves

Biomassa

Fitossociologia

Nicho ecológico e distribuição de aves

Inventário de briófitas e pteridófitas

Cartografia

Etnobotânica

Artesanato indígena

Apoio ao Ensino sobre Biodiversidade

Preparo de coleção de invertebrados

116

Page 117: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

Bolsas DTI-2 implementadas e especialidade

Bolsas DTI-2 implementadas e especialidade

117

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Bolsas AT-NS implementadas e especialidade

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO (PESSOAL ENVOLVIDO)

Iniciação Científica 33

Mestrado 66

Doutorado 38

Pós-doutorado 06

Total

143

Total com bolsa INCT-MPEG 41

118

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PUBLICAÇÕES 2011-2012

Artigos publicados (total) 66

Artigos publicados em periódicos nacionais 30

Artigos publicados em periódicos internacionais 36

Livros e capítulos de livros 28

Apresentações em congressos nacionais 75

Apresentações em congressos internacionais 37

Total

206

119

Page 120: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

AMAZON TREE DIVERSITY NETWORK - ATDN. The Amazon Tree Diversity Network: barcoding the Amazon. 2013.

BECKER, B-K. “Amazônia: Crise Mundial, Projetos Globais e Interesse Nacional”. Disponível em <http://berthabecker.blogspot.com.br/2012/12/amazonia-crise-mundial-projetos-globais.html>. Último acesso: 01.01.2013.

BECKER, B-K.; STENNER, C. Um Futuro para a Amazônia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. Série “Inventando o futuro”. 150 p. ISBN 978-85-86238-77-2

MITTERMEIER, R. A., C. G. MITTERMEIER, T. M. BROOKS, J. D. PILGRIM, W. R. KONSTANT, G. A. B. FONSECA & C. KORMOS. Wilderness and biodiversity conservation. Proceedings of the National Academy of Science 100: 10309-103013.

HUBERT, N. & J-F. RENNO. Historical biogeography of South American freshwater fishes. Journal of Biogeography 33: 1414-1436.

MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI. Censo da biodiversidade. Disponível em <http://marte.museu-goeldi.br/biodiversidade/censo/aplicacao/>. Último acesso: 01.01.2013.

PAINEL INTERGOVERNAMENTAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - IPCC. Cambio climático 2007: Informe de síntesis. Contribución de los Grupos de trabajo I, II y III al Cuarto Informe de evaluación del Grupo Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático [Equipo de redacción principal: Pachauri, R.K. y Reisinger, A. (directores de la publicación)]. IPCC: Ginebra, 2007.

STERN, Nicholas. Stern Review on the economics of climate change: executive summary / Sir Nicholas Stern. London: 2006.

REFERÊNCIAS

Page 121: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2 0 1 1 - 2 0 1 2

INCT - Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia

Realização Patrocínio

Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico

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