2035 - direito administrativo - aula 01 vandr%c9 amorim 23 min 06

33
Professor Vandré Amorim Direito Administrativo Faça parte do Grupo Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 1 CAPÍTULO I NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA PONTO I ASPECTOS INICIAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO I - ESTADO 1. CONCEITO É uma Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (mas que também atua junto à comunidade externa/estrangeira). É a organização jurídica de um povo , em determinado território , sob um governo soberano , para a realização do bem comum. Esses, pois, seriam, segundo doutrina majoritária, os elementos do Estado (Povo Território Governo Soberano). Para alguns doutrinadores, a busca do bem comum também seria um dos elementos do Estado. II - GOVERNO 1. CONCEITO É a expressão política de comando, de fixação de objetivos do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente (critério material). É o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais (critério formal ou orgânico). Hely Lopes Meirelles: “O governo comanda com responsabilidade política e constitucional”. Tem soberania, ou, pelo menos, autonomia política. III - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. CONCEITO 1.1 SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES Administração é “todo aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. É o instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas do governo”. Tem poder de decisão somente na área de suas atribuições, dentro dos limites legais de sua competência executiva; não tem opção política. Comanda com “ responsabilidade técnica e legal”. A doutrina costuma apontar um conceito/sentido amplo , no qual a Administração Pública incluiria tanto a) os órgãos de governo, na função típica/política, como

Upload: araujolegal-nascimento

Post on 02-Dec-2015

161 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 1

CAPÍTULO I NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO

ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

PONTO I ASPECTOS INICIAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

I - ESTADO

1. CONCEITO

É uma Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (mas que também atua junto à comunidade externa/estrangeira). É a organização jurídica de um povo, em determinado território, sob um governo soberano, para a realização do bem comum. Esses, pois, seriam, segundo doutrina majoritária, os elementos do Estado (Povo – Território – Governo Soberano). Para alguns doutrinadores, a busca do bem comum também seria um dos elementos do Estado.

II - GOVERNO

1. CONCEITO

É a expressão política de comando, de fixação de objetivos do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente (critério material). É o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais (critério formal ou orgânico).

Hely Lopes Meirelles: “O governo comanda com responsabilidade política e constitucional”. Tem soberania, ou, pelo menos, autonomia política.

III - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. CONCEITO

1.1 SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES

Administração é “todo aparelhamento do Estado preordenado à realização dos seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. É o instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as opções políticas do governo”.

Tem poder de decisão somente na área de suas atribuições, dentro dos limites legais de sua competência executiva; não tem opção política. Comanda com “responsabilidade técnica e legal”.

A doutrina costuma apontar um conceito/sentido amplo, no qual a Administração Pública incluiria tanto a) os órgãos de governo, na função típica/política, como

Page 2: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 2

também b) a estrutura, de órgãos e pessoas jurídicas, para a execução/cumprimento das funções do governo, cuja função seria meramente administrativa. Para o conceito/sentido estrito, a Administração Pública abrange tão somente os órgãos e pessoas jurídicas que possuem função administrativa, de cumprimento, de execução das diretrizes fixadas pelo governo, não se incluindo as funções de criação/elaboração das políticas públicas, que são cometidas aos órgãos políticos.

2. SENTIDOS

2.1 SEGUNDO O CRITÉRIO FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO

Administração Pública é o conjunto, o complexo de órgãos, instituições públicas e agentes públicos que desempenham a função administrativa.

Dá-se ênfase, aqui, àqueles que atuam como Administração pública

2.2 SEGUNDO O CRITÉRIO MATERIAL OU OBJETIVO

Administração Pública é o conjunto de atividades do Estado voltadas para a satisfação das necessidades públicas, de modo concreto e imediato. É, na expressão do mestre José Cretella Jr., “a expressão do Estado agindo in concreto”. “Mediante atividade ininterrupta, prevenindo, ordenando, garantindo a ordem jurídica e social, concretiza-se a Administração, cujos atos, contínuos e executórios, ao contrário dos legislativos e judiciais - intermitentes - asseguram ao Estado a obtenção dos fins a que se propõe”.

Nesse sentido, verifica-se o que a Administração Pública desempenha, suas atividades, e não mais quem ela é.

As atividades desenvolvidas, em regra, pela Administração Pública são: o Serviço Público; o Fomento; a Polícia Administrativa; e, para alguns doutrinadores, a Intervenção.

- 1).___ (PC-DF-NCE) No sentido material, considera-se Administração Pública o desempenho da função administrativa, como por exemplo, a gestão de bens e de serviços públicos.

- 2).___ (CESPE-STJ) Enquanto pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos formam o sentido subjetivo da administração pública, a atividade administrativa exercida por eles indica o sentido objetivo.

- 3).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) A administração pública está alicerçada sobre duas bases: a organizacional (formal) e a funcional (material), ambas revestidas dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

Page 3: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 3

IV - CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É o ramo do direito público interno que estuda o conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) que regem a organização e o funcionamento da Administração Pública e as relações jurídicas decorrentes de sua atuação, quando no uso da Supremacia do Poder Público.

Para a conceituação do Direito Administrativo adota-se na doutrina majoritária o “Critério da Administração Pública”, que defende que a atividade administrativa está presente em todos os Poderes do Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo, sendo que nesse último há uma predominância). Esse critério é adotado em contraposição ao chamado “Critério do Poder Executivo”, que só admite atividade administrativa no Poder Executivo.

- 4).___ (CESPE – TCE/AC) O direito administrativo pode ser conceituado de acordo com vários critérios. Desses, o que prepondera, para a melhor doutrina, é o critério do Poder Executivo, segundo o qual o direito administrativo é o conjunto de regras e princípios jurídicos que disciplina a organização e a atividade desse poder.

- 5).___ (CESPE/UnB – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2012) De acordo com o critério da administração pública, o direito administrativo é o ramo do direito público que regula a atividade jurídica contenciosa e não contenciosa do Estado, bem como a constituição de seus órgãos e meios de atuação.

V - REGIMES JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As relações jurídicas entre a Administração e os particulares devem se nortear em regras jurídicas (regime jurídico) que permitam a busca do interesse coletivo. Para que a Administração Pública consiga atingir o bem comum ela municiada de várias prerrogativas que garantam uma Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse privado (particular). A esse conjunto de regras, dá-se o nome de regime jurídico de direito público, também chamado pela doutrina de Regime Jurídico Administrativo, sendo essa a regra de atuação do poder público.

A expressão Regime Jurídico Administrativo é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, tratando-se, pois, do regime jurídico público. Da aplicação de tal regime decorrem dois princípios essenciais: o da Supremacia do Interesse Público (posição privilegiada da Administração, com diversas prerrogativas – presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, impenhorabilidade de bens, etc.) e o da Indisponibilidade do Interesse Público (que não permite que a Administração Pública abra mão do interesse público a fim de beneficiar interesses pessoais).

Por outro lado, existem relações jurídicas entre a Administração e os particulares que não são regidas pelo Direito Administrativo, mas sim, por outros ramos do Direito (p.ex.: Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Consumidor). Isto ocorre quando a Administração

Page 4: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 4

abre mão da Supremacia, o que se dá, apenas, excepcionalmente. Nesses casos, não há a prática do chamado ato administrativo, mas sim de ato da administração, regido por um conjunto de regras, preponderantemente (mas não exclusivamente), de direito privado, chamado de Regime Jurídico de Direito Privado (híbrido ou misto).

Quanto ao regime de Direito Privado que a Administração Pública também pode se submeter (p.ex.: quando um banco estatal – BB, CEF, BRB – celebra com particular um contrato de abertura de contacorrente), é necessário ter atenção no sentido de que ele jamais será adotado de maneira exclusiva. Isso porque algumas regras do direito comum (Civil, consumidor, etc.) serão afastadas (derrogadas), a fim de que normas de direito público tenham incidência. Percebe-se assim que se trata de uma predominância de regras de direito privado, mas não de exclusividade.

Dessa forma, é correto afirmar que a Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito público (regra) ou a regime jurídico de direito privado (exceção). A opção por um regime ou outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela lei, como, p.ex., os artigos 173, § 1º, e o art. 175, ambos da Constituição. A expressão Regime Jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

- 6).___ (CESPE/UnB - TCU) A expressão regime jurídico-administrativo, em seu sentido amplo, refere-se tanto aos regimes de direito público e de direito privado a que se submete a administração pública quanto ao regime especial que assegura à administração pública prerrogativas na relação com o administrado.

- 7).___ (CESPE - PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ) As fundações criadas pela administração pública com personalidade jurídica de direito privado são submetidas exclusivamente ao regime jurídico privado.

- 8).___ (FCC - TRT - 18ª R) Mesmo quando o Estado pratica ato jurídico regulado pelo direito Civil ou Comercial, ele pratica ato administrativo.

- 9).___ (ESAF-Analista Administrativo) Um dos princípios informativos do Direito Administrativo, que o distingue dos demais ramos, no disciplinamento das relações jurídicas, sob sua incidência, é o da supremacia do interesse público sobre o privado.

VI - FONTES

É tudo aquilo serve de base para a atuação do agente público. São consideradas fontes do Direito Administrativo a Lei, a Doutrina, os Costumes, a Jurisprudência e os Princípios Gerais de Direito Público.

a) A lei: Essa fonte precede às demais, embora não seja, necessariamente, hierarquicamente superior em todas as situações. Em sentido amplo (lato senso), é toda norma

Page 5: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 5

de conduta emanada do Poder Público, caracterizada especialmente pelos atributos de generalidade e abstração, dotadas de coercibilidade (coação em potencial, a ser deflagrada ante a inobservância da lei) e que visa garantir a vida em sociedade com harmonia e prevalência do interesse comum sobre o particular. A palavra lei deve ser interpretada de maneira ampla para se admitir o uso de todos os atos normativos, sobretudo os atos administrativos;

b) A doutrina: conjunto de estudos, reflexões e pareceres, produzido pelos estudiosos do Direito;

c) Os costumes: práticas reiteradamente observadas ao longo dos tempos - em determinada sociedade e num certo momento - dotadas também de generalidade e abstração, que, não contrariando a lei, são acolhidas pelo direito como norma válida de conduta, com valor jurídico. É necessária a repetição e a consciência de que prática reiterada servirá de fonte.

d) A jurisprudência: conjunto de decisões uniformes (num mesmo sentido) dos Tribunais e Órgãos com poder de decisão. Não apenas dos órgãos do Poder Judiciário, mas também de órgãos que possuem poder decisório e vinculativo, como os Tribunais de Contas. Atualmente, existem diversos institutos que possuem sua aplicação pautada em decisões, p.ex., do TCU. Conjunto de decisões que laboram num mesmo sentido, vale dizer, que decidem conflitos de direito da mesma forma, em decisões com conteúdos idênticos sobre um determinado ponto de direito. A jurisprudência pode ser formada em mais de um sentido antes de ser pacificada pelos Tribunais. A uniformização de jurisprudência é desejável e necessária. Não tem, em regra, caráter vinculativo.

e) Princípios gerais de Direito Público: princípios são normas dotadas de generalidade e preeminência sobre as normas simples – regras – e que vinculam, desde o legislador infraconstitucional até o aplicador da lei, ao seu conteúdo. Como princípios gerais de direito Público, podemos citar: a indisponibilidade do interesse público, a supremacia da Administração quando age nesta qualidade, o devido processo legal com contraditório e ampla defesa, etc. Um princípio geral que se aplica tanto ao Direito Público como ao privado é o da proibição de enriquecimento ilícito ou sem causa, especialmente à custa do patrimônio alheio. Conforme o caso que se apresenta, deve-se fazer uma ponderação, uma aplicação equilibrada de um princípio, a fim de que outro seja afastado, ao menos temporariamente.

TESTANDO SEU APRENDIZADO:

- 10).___ (CESPE – TCU/Analista de Controle Externo) A jurisprudência e os costumes são fontes do direito administrativo, sendo que a primeira ressente-se da falta de caráter vinculante, e a segunda tem sua influência relacionada com a deficiência da legislação.

- 11).___ (CESPE - 2009 - SEFAZ-AC - Fiscal da Receita Estadual) Os costumes são fontes do direito administrativo, não importando se são contra legem, praeter legem ou secundum legem.

Page 6: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 6

- 12).___ (CESPE - 2009 - TCU - ACE) - A CF, as leis complementares e ordinárias, os tratados internacionais e os regulamentos são exemplos de fontes do direito administrativo.

Page 7: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 7

PONTO II ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. FORMAS E MEIOS DE ATUAÇÃO

A expressão administração pública, como foi visto, admite mais de um sentido (objetivo ou subjetivo). No objetivo, transmite a ideia de atividade, tarefa, ação, realização, enfim a própria função administrativa. Já no aspecto subjetivo, espelha o universo de órgãos e pessoas que desempenham tal função. Esse último aspecto será aprofundado a partir de agora.

Nesse passo, como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, sua organização se apoia em três situações fundamentais: a centralização, a descentralização e a desconcentração.

1.1 CENTRALIZAÇÃO

Prestação do serviço público pelas próprias repartições (diretamente), ou seja, pela Administração Direta. É o Estado, ao mesmo tempo, titular e prestador do serviço.

1.2 DESCENTRALIZAÇÃO

O poder público transfere sua titularidade ou sua execução, para outra pessoa jurídica, por outorga (mediante lei – Administração Indireta), delegação (por meio de contrato: concessionários e permissionários de serviço público) ou, ainda, por ato administrativo unilateral (permissão ou autorização). Trata-se de execução indireta, pois há o repasse, a delegação (lato sensu) da prestação do serviço público a outro ente/pessoa.

1.3 DESCONCENTRAÇÃO

Distribuição entre vários órgãos da mesma entidade, visando simplificar e acelerar a execução do serviço. Liga-se, a desconcentração, à hierarquia, enquanto que a descentralização supõe a existência de duas ou mais pessoas, entre as quais se repartem a competência.

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 13).___ (CESPE/UnB – ECT/2011) A descentralização é uma forma de transferir a

execução de um serviço público para terceiros, que se encontrem dentro ou fora da administração. A desconcentração é uma forma de se transferir a execução de um serviço público de um órgão para outro dentro da administração direta. Nesse sentido, a diferença entre descentralização e desconcentração está na amplitude da transferência.

Page 8: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 8

- 14).___ (CESPE/UnB – ECT/2011) A administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado; a administração indireta é o conjunto de pessoas administrativas que têm a competência para o exercício de suas tarefas de forma descentralizada.

- 15).___ (FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Sobre a descentralização e a desconcentração é correto afirmar que a

a) descentralização compreende a distribuição de competências para outra pessoa jurídica, enquanto a desconcentração constitui distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica.

b) desconcentração compreende a distribuição de competências para outra pessoa jurídica, desde que de natureza jurídica de direito público.

c) descentralização constitui distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica, admitindo, excepcionalmente, a delegação de serviço público a terceiros.

d) descentralização compreende a distribuição de competências para outra pessoa jurídica, vedada a delegação de serviço público à pessoa jurídica de direito privado.

e) desconcentração constitui a delegação de serviço público à pessoa jurídica de direito privado por meio de permissão ou concessão.

- 16).___ (CESPE – STJ) A descentralização por serviços caracteriza-se pelo reconhecimento de personalidade jurídica ao ente descentralizado, que deve ter capacidade de auto-administração, patrimônio próprio, capacidade específica ou de especialização e submissão ao controle ou à tutela por parte de ente descentralizado nos termos da lei.

- 17).___ (CESPE – STJ) Enquanto a desconcentração é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica, a descentralização é a distribuição interna de competência dentro da mesma pessoa jurídica.

- 18).___ (PC-DF-NCE) - Através da desconcentração administrativa é possível atribuir a particulares, por ato administrativo, ou por contrato, a execução de serviços públicos.

- 19).___ (Ag. Penitenciário-DF-NCE) - A distribuição interna de competências administrativas entre os diversos órgãos que integram a estrutura de um dos entes estatais denomina-se:

a) desconcentração; b) descentralização; c) desmembramento; d) desdobramento; e) especialização.

2. ÓRGÃOS PÚBLICOS

Page 9: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 9

2.1. Conceito

“É todo centro de competência governamental e administrativa, instituído para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é sempre imputada à pessoa jurídica a que pertence”.

É parte do corpo da Entidade que manifesta sua vontade através dele, por seus agentes.

A relação entre o agente e o órgão é de imputação. O agente não é seu mandatário nem seu representante, mas sim, tem seus atos imputados à pessoa jurídica a qual pertence - Teoria do Órgão.

Pela Lei 9.784/99 "órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e da estrutura da administração indireta".

2.2. Características principais dos órgãos públicos

a) Desempenham funções estatais eminentemente públicas;

b) Não têm personalidade jurídica;

c) Não têm vontade própria e, nos limites de suas competências funcionais, expressam a vontade da entidade a que pertencem, através de seus agentes;

d) De seus atos resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma legal ou regulamentar;

e) Os órgãos independentes e os autônomos (que integram o Alto-Escalão do Governo, p.ex., Senado, Assembleia Legislativa) têm capacidade processual, ou seja, podem ajuizar ações, para a defesa de suas prerrogativas funcionais;

f) Não representam juridicamente a entidade a que pertencem, função esta própria de determinados agentes.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS:

A) QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL - na escala governamental

A.1) Órgãos Independentes (ou Primários)

São originários da Constituição e representativos dos Poderes de Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário).

Não têm qualquer subordinação hierárquica ou funcional.

Page 10: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 10

Submetem-se apenas aos controles constitucionais de um Poder pelo outro.

Seus membros são agentes políticos.

Exemplo: Congresso, Câmara Federal, Chefias do Executivo, STF, TCU, Conselhos de Contas dos Municípios etc.

A.2) Órgãos Autônomos

“São aqueles localizados na cúpula da administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes”.

Subordinam-se hierarquicamente aos órgãos independentes.

Têm autonomia administrativa, financeira e técnica.

São órgãos diretivos que participam das decisões governamentais e executam suas funções específicas segundo diretrizes dos órgãos independentes.

Seus dirigentes não são funcionários, mas, agentes políticos nomeados em comissão, em regra.

Exemplo: Ministérios Federais e Secretarias de Estados e dos Municípios.

A.3) Órgãos Superiores

São órgãos com poder de direção, controle, decisão e comando, com áreas de competência específicas, subordinados aos órgãos independentes ou autônomos.

Não têm autonomia administrativa e nem financeira.

Têm preeminência hierárquica na área de suas atribuições.

São, em regra, subdivisões dos órgãos independentes ou autônomos.

Seus integrantes são agentes administrativos.

Exemplo: Superintendências, Departamentos, Gabinetes, Inspetorias etc.

A.4) Órgãos Subalternos

São todos aqueles subordinados à órgãos hierarquicamente superiores, com reduzido poder decisório.

Predominância de atribuições de execução (serviços de rotina).

Page 11: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 11

Seus integrantes são agentes administrativos.

Exemplo: Seções, Portarias etc.

B) QUANTO À ESTRUTURA

B.1 Órgãos Simples (ou Unitários)

“São aqueles constituídos por um só centro de competência, não comportando órgãos menores em sua estrutura”.

Exemplo: Portarias, Almoxarifados etc.

B.2 Órgãos Compostos

São aqueles que reúnem órgãos menores em suas estruturas, com funções principais idênticas ou com funções auxiliares diversificadas (atividade-fim realizada de forma desconcentrada para outros órgãos).

Exemplo: Secretaria da Educação, Ministério da Saúde etc.

C) CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL

C.1 Órgãos Singulares (ou Unipessoais)

“São aqueles que atuam e decidem através de um único agente que é seu chefe e representante”.

Exemplo: Chefias do Executivo.

C.2 Órgãos Colegiados (ou Pluripessoais)

São aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros.

Exemplo: Corporações Legislativas, Tribunais de Contas, Conselhos Fiscais etc.

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 20).___ (PC-DF-NCE) - Em relação aos órgãos públicos, analise as afirmativas:

I. Os órgãos públicos têm personalidade jurídica própria, mas o ente estatal a que estão vinculados responde subsidiariamente por danos resultantes de sua atuação.

II. Os órgãos independentes são aqueles que desempenham as funções típicas do Estado e não estão subordinados hierarquicamente a nenhum outro órgão.

Page 12: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 12

III. Os órgãos singulares são aqueles que se manifestam pela vontade de um único agente.

São verdadeiras somente as afirmativas: a) I e II; b) I e III; c) II e III; d) I, II e III; e) nenhuma. - 21).___ (CESPE - 2009 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área

Administrativa) Assinale a opção que contém órgão da administração direta. a) Advocacia Geral da União b) Caixa Econômica Federal c) IBAMA d) Banco Central - 22).___ (FCC - 2010 - TRE-RS - Técnico Judiciário - Área Administrativa)

NÃO integram a Administração Pública Indireta: a) Autarquia e Fundação Pública. b) Ministério Público e Defensoria Pública. c) Fundação Pública e Empresa Pública. d) Sociedade de economia mista e autarquia. e) Empresa Pública e Sociedade de economia mista. - 23).___ (PC-DF-NCE) - De acordo com a classificação que divide os órgãos

públicos conforme a sua posição estatal, as Secretarias de Estado são consideradas órgãos:

a) independentes; b) colegiados; c) autônomos; d) superiores; e) coletivos.

(CESPE - PF) - Considerando que o Departamento de Polícia Federal (DPF) é um órgão do Ministério da Justiça, julgue os itens a seguir. - 24).___ Se fosse transformado em autarquia federal, o DPF passaria a integrar a

administração indireta da União. - 25).___ Por pertencer o DPF ao Poder Executivo, os atos praticados por agentes

públicos lotados nesse órgão não são sujeitos a controle legislativo, mas apenas a controles administrativo e judicial.

3. ENTIDADES PRESTADORAS DE SERVIÇOS

3.1 INTRODUÇÃO

Page 13: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 13

No que respeita ao uso das expressões “entidades estatais e paraestatais”, leis, doutrinadores e tribunais têm emprestado vários sentidos, o que não só deixa dúvidas ao intérprete, como também imprime indesejável precisão jurídica.

Há juristas que entendem serem entidades paraestatais aquelas que, tendo personalidade jurídica de direito privado (não incluindo autarquias), recebem amparo oficial do Poder Público, como as empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas e entidades de cooperação governamental, como o SESI, SENAI, SESC, SENAC, etc (Hely Lopes Meirelles). Outros pensam exatamente o contrário: entidades paraestatais seriam as autarquias (Cretella Júnior). Alguns, a seu turno, só enquadram nessa categoria as pessoas colaboradoras que não se preordenam a fins lucrativos, excluindo-se, assim, as pessoas que integram a Administração Indireta (Celso Antônio Bandeira de Mello).

Na prática tem-se encontrado o emprego da expressão empresas estatais, sendo nelas enquadradas as Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

Segundo José dos Santos Carvalho Filho, “toda pessoa jurídica que tivesse vínculo institucional com a pessoa federativa, de forma a receber desta os mecanismos estatais de controle, estariam enquadradas como entidade paraestatais”.

3.2 ADMINISTRAÇÃO DIRETA

É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Ela é constituída por órgãos internos dessas mesmas pessoas.

Tais órgãos são os verdadeiros instrumentos de ação da Administração Pública, pois que a cada um deles é cometida uma competência própria.

O que tem relevância é a noção de que a Administração Direta do Estado desempenha atividade centralizada.

3.3 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.

Quando não pretende executar determinada atividade através de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidade ou a mera execução a outras entidades, surgindo, então, o fenômeno da delegação. Quando a delegação é feita por contrato ou ato administrativo, aparecem como delegatários os concessionários e os permissionários de

Page 14: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 14

serviços públicos. Quando é a lei que cria as entidades ou permite sua criação (outorga), surge a Administração Indireta.

Resulta daí que a Administração Indireta é o próprio Estado executando alguma de suas funções de forma descentralizada.

Enquanto a Administração Direta é composta de órgão internos do Estado, a Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de entidades.

De acordo com o art. 4, II, do Decreto-lei 200/1967, a Administração Indireta da União compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) Fundações públicas.

E mais, o parágrafo único desse dispositivo legal diz que “As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade”.

Note que não há subordinação, mas sim vinculação.

“Art. 37 (...) XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998 – redação anterior: XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública , sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública;)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;”

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 26).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) - Entidade da administração indireta, criada

por lei específica, pode ser extinta por ato do Poder Executivo, desde que demonstrada e comprovada sua ineficiência.

Page 15: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 15

- 27).___ (CESPE/UnB - TCU) O controle das empresas estatais cabe ao ministério a que estiverem vinculadas e se materializa sob a forma de supervisão, estando previstos, ainda, na Constituição Federal de 1988, outros instrumentos de controle que são aplicados de acordo com as condições nela estabelecidas.

- 28).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) As entidades paraestatais não integram a administração direta nem a administração indireta, mas colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, como são os casos do SENAC e do SENAI.

- 29).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) A administração direta engloba os ministérios, as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas.

- 30).___ (FGV – TRE/PA - 2011) - Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.

- 31).___ (PC-DF-NCE) - As entidades da Administração Indireta estão sujeitas ao controle hierárquico próprio do ente estatal a que estão vinculadas.

- 32).___ (PC-DF-NCE) - A empresa pública integra a Administração Indireta e tem personalidade jurídica de Direito Privado.

4. AUTARQUIA

Pessoa jurídica de Direito Público Interno, criada por lei específica (art. 37, XIX), e organizada por decreto, com patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. Administração própria segundo a lei que a criou. (Dec.-Lei 200/67, art. 5o, I). Tem como função a execução de serviços públicos típicos (natureza social e atividades administrativas), mais especializadamente e com maior flexibilidade, com exclusão, via de regra, dos serviços de cunho econômico e mercantil.

Na esfera da União, o Decreto-Lei 200/67, em seu art. 5º, I, assim conceitua essa pessoa: “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.”

O termo autarquia significa autogoverno ou governo próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semântica para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa com relativa capacidade de gestão dos interesses a seu cargo, embora sob o controle do Estado, de onde se originou (in José dos Santos Carvalho Filho).

Tem os mesmos privilégios da Administração Direta.

Para contratar, deve obedecer a regra de exigência de licitação.

Page 16: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 16

Pessoal regido por estatuto próprio, em qualquer dos regimes dos servidores públicos. Proibição de acumulação de cargos. Limitação ao Teto Remuneratório (art. 37, XI, CF/88)

Seus bens e rendas são patrimônios públicos, com destinação especial. São portanto, em regra, inalienáveis (e dependem, em regra, de autorização legislativa, em relação aos bens imóveis – Art. 17, I, Lei 8.666/93) e impenhoráveis. Sua utilização, oneração e alienação se darão na forma regulamentar.

Extinta a Autarquia (o que deve ocorrer mediante lei (princípio da simetria das forma jurídicas), seu patrimônio reincorpora-se ao da entidade estatal que a criou.

É obrigatória a declaração de bens para o exercício do cargo de dirigente ou conselheiro.

4.1 PRIVILÉGIOS DAS AUTARQUIAS – segundo Hely Lopes Meirelles

a) Imunidade imposta sobre patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades (art. 150, § 2o, CF);

b) Prescrição quinquenal de suas dívidas passivas;

c) Impenhorabilidade de seus bens e rendas (art. 100 da CF);

d) Impossibilidade de usucapião de seus bens imóveis;

e) Prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188 do CPC);

f) Execução Fiscal de seus créditos inscritos;

g) Ação regressiva contra seus servidores culpados de danos a terceiros (Art. 37, § 6° CF);

h) Recurso de ofício nas sentenças que julgarem improcedentes a execução de seus créditos fiscais. (Súmula 620 STF e CPC, art. 475, III);

i) Pagamento de custas ao final quando vencida (Art. 27 CPC);

j) Juízo privativo da entidade a que pertencem (p.ex., Art. 109, I, CF);

k) Ampliação do prazo para desocupação de imóvel locado para seus serviços quando decretado o despejo;

l) Retomada dos bens havidos ilicitamente por seus servidores;

Page 17: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 17

m) Dispensa de exibição de instrumento de mandado em juízo, pelos procuradores de seus quadros, para os atos “ad judice”.

4.2 CONTROLE AUTÁRQUICO

Não se sujeitam ao controle hierárquico, mas sim, ao controle finalístico.

A autonomia administrativa da autarquia é um direito subjetivo público oponível ao próprio Estado.

4.3 ESPÉCIES DE CONTROLE

a) POLÍTICO

Nomeação de seus dirigentes pelo executivo, podendo, conforme a lei, se exigir a aprovação do Poder Legislativo.

b) ADMINISTRATIVO

Controle finalístico do Ministério ou Secretaria Estadual ou Municipal (denominado de “Supervisão”).

c) FINANCEIRO

Igual à Administração Direta com prestação de contas ao Tribunal de Contas competente.

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 33).___ (FCC – Procurador Judicial/PE) - Determinado Estado criou,

regularmente, uma autarquia para executar atividades típicas da Administração estadual que melhor seriam exercidas de forma descentralizada. Em relação a esta pessoa jurídica instituída, pode-se afirmar que se trata de pessoa jurídica a) De direito público, com personalidade jurídica própria, embora sujeita ao

poder de autotutela do ente que a instituiu. b) De direito público, não sujeita a controle de seu ente que a instituiu

quando gerar receitas próprias que lhe confiram autossuficiência financeira.

Page 18: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 18

c) Sujeita ao regime jurídico de direito privado quando for autossuficiente e ao regime jurídico de direito público quando depender de verbas públicas, sem prejuízo, em ambos os casos, da submissão à tutela do ente que a instituiu.

d) Sujeita ao regime jurídico de direito público, criada por Decreto, integrante da Administração Indireta e, portanto, sujeita a controle do ente que a instituiu.

e) De direito público, dotada das prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico-administrativo e sujeita ao poder de tutela que a instituiu. - 34).___ (CESPE - PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ) A instituição de autarquias

ocorre por meio de decreto, o qual aprova o regulamento ou estatuto da entidade e transfere os bens que compõem seu patrimônio inicial.

- 35).___ (FGV – TRE/PA - 2011) - As autarquias possuem natureza jurídica de direito privado, sendo criadas diretamente por lei, sem necessidade de registro.

- 36).___ (TJRJ - CESPE/2008) - Não é permitido às autarquias desempenhar atividades econômicas.

4.4 ESPÉCIES DE AUTARQUIAS

A depender do regime jurídico que a autarquia seguirá, se admite a classificação de dois grupos: a) autarquias comuns (ou de regime comum, p.ex., INSS, IBAMA, etc.); e b) autarquias especiais (ou de regime especial, p.ex., ANEEL, ANATEL, ANP, ANVISA, CREA, CRM, etc.).

As primeiras estariam sujeitas a uma disciplina jurídica sem qualquer traço distintivo, por isso também são chamadas de Autarquias Típicas, ao passo que as últimas seriam regidas por disciplina com particularidades específicas, cuja característica seria a de atribuir prerrogativas especiais e diferenciadas a certas autarquias.

4.5 AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL

Encaixam-se, como autarquias especiais, além de outras, sobretudo as Agências Reguladoras, para as quais foi atribuída a função principal de controlar, em toda sua extensão, a prestação dos serviços públicos e o exercício de atividades econômicas, bem como a própria atuação das pessoas privadas que passaram a executá-las, inclusive impondo sua adequação aos fins colimados pelo Governo e às estratégias econômicas e administrativas que inspiraram o processo de desestatização.

Pode-se dizer que as autarquias especiais possuem, além das prerrogativas já concedidas às de caráter comum, as seguintes características:

a) Poder normativo técnico: recebem das respectivas leis delegação para editar normas técnicas (não as normas básicas de política legislativa)

Page 19: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 19

complementares de caráter geral, retratando poder regulamentar mais amplo, porquanto tais normas se introduzem no ordenamento jurídico como direito novo;

b) Autonomia decisória: os conflitos administrativos, inclusive os que envolvem as entidades sob seu controle, se desencadeiam e se dirimem através dos próprios órgãos da autarquia, ou seja, o poder revisional exaure-se, via de regra, no âmbito interno, mostrando-se inviável juridicamente eventual recurso dirigido a órgãos ou autoridades da pessoa federativa à qual está vinculada a autarquia;

c) Independência administrativa: alguns de seus dirigentes têm investidura a termo (ou mandato), ou seja, são nomeados para prazo determinado fixado na lei, não ficando à mercê de critério político do Ministério supervisor, nem de usual prática de descontinuidade administrativa, tão prejudicial às metas que as instituições buscam alcançar. Assim, têm eles alguma estabilidade em seus cargos, sobretudo porque são nomeados pelo Presidente da República, mas sua investidura depende de aprovação pelo Senado Federal; e

d) Autonomia econômico-financeira: demonstra que essas autarquias têm recursos próprios e recebem dotações orçamentárias para gestão por seus próprios órgãos, visando aos fins a que a lei as destinou. Daí a instituição das taxas de regulação, das quais são contribuintes as pessoas jurídicas que executam as atividades sob controle da agência.

De todas essas linhas, pode-se constatar que a doutrina aponta, como característica básica das autarquias em regime especial, o fato de a lei lhes ter agraciado com certas prerrogativas especiais, tornando-se uma categoria diversa daquela em que se encontram as autarquias de regime comum.

A doutrina aponta ainda, como autarquias especiais os Conselhos Profissionais (CRM, CREA, CRO, etc.). No entanto, o STF, no que tange à OAB, fixou na ADI 3.026 (julgada em 08/06/2006), que: a) não é “autarquia especial”, não integrando a Administração Indireta da União; b) é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro; c) não está sujeita a controle da Administração, inclusive Tribunais de Contas, não havendo relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público; d) a OAB, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional; e) não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas, possuindo também finalidade institucional, como defesa da ordem jurídica, inclusive pela provocação de controle concentrado de constitucionalidade (art. 103, CF/88); f) O regime estatutário imposto pelo Estatuto da Ordem aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente; g) Não é cabível a exigência de concurso público para a admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB.

Page 20: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 20

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 37).___ (CESPE/UnB - PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ) No direito

brasileiro, as agências reguladoras são autarquias sob regime especial, o qual se caracteriza pela independência administrativa, pela autonomia financeira e pelo poder normativo dessas agências.

(CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Acerca da organização administrativa e dos conceitos relativos à administração direta e indireta, julgue os itens que se seguem. - 38).___ As agências reguladoras são entidades que compõem a administração

indireta e, por isso, são classificadas como entidades do terceiro setor.

4.6 AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Também instituídas sob a forma de autarquia, as agências executivas se distinguem das agências reguladoras pela circunstância de não terem, como função precípua, a de exercer controle sobre particulares prestadores de serviços públicos.

Destinam-se a exercer atividade estatal que, para melhor desenvoltura, deve ser descentralizada e, por conseguinte, afastada da burocracia administrativa central. A base de sua atuação é a operacionalidade, ou seja, visam à efetiva execução e implementação da atividade descentralizada.

As agências executivas não se configuram como categoria nova de pessoas administrativas, mas sim como uma qualificação atribuída a autarquias ou fundações governamentais.

A previsão inicial dessa categoria de autarquias veio com a edição da Lei 9.649/98. Com efeito, o seu artigo 51 reza que ato do Presidente da República poderá qualificar como agência executiva autarquias e fundações, desde que:

a) tenham plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;

b) tenham celebrado contrato de gestão com o Ministério supervisor.

Importante ressaltar, ainda, que nem todo contrato de gestão é firmado para se qualificar uma agência executiva. Há contratos de gestão que são firmados entre o Poder Público e uma entidade qualificada como Organização Social-OS, nos termos do art. 5º da Lei 9.637/98.

Page 21: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 21

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 39).___ (FGV - 2011 - TRE-PA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) É considerado requisito para a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva

a) ter celebrado contrato de prestação de serviços por, no mínimo, um ano com o respectivo Ministério Supervisor.

b) ter celebrado contrato de permissão e/ou concessão com o respectivo Ministério Supervisor.

c) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, seis meses.

d) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério Superior. e) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional concluído há, no mínimo, um ano.

- 40).___ (FCC/2011 - NOSSA CAIXA/SP – Advogado) No que concerne às agências

executivas, é correto afirmar que a) tais agências não possuem autonomia de gestão, porém a lei assegura a

disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir suas metas e objetivos institucionais.

b) trata-se de entidade preexistente, que receberá a qualificação de agência executiva através de ato do Ministro de Estado a que estiver vinculada.

c) agência executiva é a qualificação dada somente às autarquias, desde que cumpridas as exigências legais para tanto.

d) a qualificação da entidade como agência executiva permite que ela usufrua de determinadas vantagens previstas em lei, como, por exemplo, o aumento dos percentuais de dispensa de licitação, previsto na Lei nº 8666/93.

e) para a qualificação em agência executiva, é necessário o cumprimento de apenas um desses requisitos: ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento ou ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor.

4.7 ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS

A Lei 11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais de instituição de consórcios públicos, previu que estes mecanismos deverão constituir associação pública ou pessoa jurídica de direito privado (art. 1º, § 1º).

No art. 6º, I, da referida Lei, estabeleceu-se que a associação pública terá personalidade jurídica de direito público. Ademais, o art. 16 alterou o Código Civil (art. 41, IV), a fim de equiparar tais pessoas às autarquias.

Page 22: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 22

De acordo com o art. 6º, § 1º, “o consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados”. São denominadas pela doutrina de Entidades “Multifederadas” ou “Interfederativa”.

Dessa maneira, formado o consórcio público com a fisionomia jurídica de associação pública – sempre para a consecução de objetivos de interesse comum dos entes pactuantes e para a implementação do sistema de gestão associada, com base no art. 241 da CF – terá ela personalidade jurídica de direito público e natureza jurídica de autarquia. Por consequência, a tais associações serão atribuídas todas as prerrogativas que a ordem jurídica dispensa às autarquias em geral.

TESTANDO SEU APRENDIZADO:

- 41).___ (FGV/AUDITOR FISCAL DO RJ – 2011) Os consórcios públicos são pessoas jurídicas de direito privado e integram a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

5 FUNDAÇÕES PÚBLICAS

É um patrimônio personalizado destacado para uma finalidade específica, por meio de um fundado/instituidor (Estado).

Na esfera da União, o Decreto-Lei 200/67, em seu art. 5º, IV, assim conceitua essa pessoa: “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”.

A grande discussão que se tem travado há algum tempo, sobre as fundações públicas, diz respeito à natureza jurídica das entidades. Há duas correntes sobre a matéria.

A tese dominante defende a existência de dois tipos de fundações públicas: as fundações públicas de direito público e as de direito privado. As primeiras ostentam personalidade jurídica de direito público e as segundas personalidade de direito privado. Em razão disso, as fundações públicas de direito público são caracterizadas como verdadeiras autarquias, razão por que são denominadas de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais.

O STF optou por esse entendimento, consoante se infere dos seguintes julgados, verbis:

Page 23: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 23

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 28 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES DE FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS OU MANTIDAS PELO ESTADO E SERVIDORES DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS: INCONSTITUCIONALIDADE.

1. A distinção entre fundações públicas e privadas decorre da forma como foram criadas, da opção legal pelo regime jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e também da natureza dos serviços por elas prestados.

2. A norma questionada aponta para a possibilidade de serem equiparados os servidores de toda e qualquer fundação privada, instituída ou mantida pelo Estado, aos das fundações públicas.

3. Sendo diversos os regimes jurídicos, diferentes são os direitos e os deveres que se combinam e formam os fundamentos da relação empregatícia firmada. A equiparação de regime, inclusive o remuneratório, que se aperfeiçoa pela equiparação de vencimentos, é prática vedada pelo art. 37, inc. XIII, da Constituição brasileira e contrária à Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes.

4. ... (ADI 191/RS, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Julgamento: 29/11/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE A JUSTIÇA FEDERAL E A JUSTIÇA COMUM. NATUREZA JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER PÚBLICO.

1. A Fundação Nacional de Saúde, que é mantida por recursos orçamentários oficiais da União e por ela instituída, é entidade de direito público.

2. Conflito de competência entre a Justiça Comum e a Federal. Artigo 109, I da Constituição Federal. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação em que figura como parte fundação pública, tendo em vista sua situação jurídica conceitual assemelhar-se, em sua origem, às autarquias.

3. Ainda que o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia.

Page 24: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 24

4. Recurso extraordinário conhecido e provido para declarar a competência da Justiça Federal. (RE 215741/SE, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA Julgamento: 30/03/1999, Órgão Julgador: Segunda Turma).

Características básicas:

a) Trata-se de uma universalidade de bens personificados;

b) O instituidor é o próprio Estado;

c) Ausência de fins lucrativos; e

d) Fim social da entidade.

Privilégios

Quando criadas nos moldes das Autarquias, ou seja, sob regime de direito público, possuirá os mesmos privilégios citados no item anterior, referente às autarquias.

Quando, por sua vez, possuir natureza privada, embora instituída pelo poder público, seguirá o regime similar das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

TESTANDO SEU APRENDIZADO:

- 42).___ (CESPE/UnB – ECT/2011) - As autarquias são dotadas de personalidade jurídica de direito privado; as fundações públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito público. Tanto estas quanto aquelas integram a administração indireta.

- 43).___ (FGV – TRE/PA - 2011) - As áreas de atuação das fundações de direito público são determinadas via lei ordinária.

- 44).___ (TJRJ - CESPE/2008) - As fundações públicas são, exclusivamente, pessoas jurídicas de direito público.

6. EMPRESAS ESTATAIS

6.1 CONCEITO

Pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por Lei, (art. 37, XIX) com patrimônio público (Empresa Pública) ou misto (Sociedade de Economia Mista) para a realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo sob normas e controle do Estado, bem como para exploração da atividade econômica.

A nova Lei de Falência (Lei 11.101/2005) reza, expressamente, que não estão sujeitas à aplicação dessa lei tanto as SEM como as Empresas Públicas.

Page 25: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 25

Quanto à penhorabilidade dos seus bens, possível, vez que se trata de pessoas de direito privado (exceto quanto àqueles que estiverem ligados diretamente à prestação do serviço público, pois estão afetados).

Mostra-se relevante o conhecimento do art. 173 da CF/88, verbis:

“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de

economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto

aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,

observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal,

com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos

administradores. § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão

gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. § 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a

sociedade. § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos

mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa

jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.”

6.2 ESPÉCIES

6.3 EMPRESAS PÚBLICAS

Pessoa Jurídica de Direito Privado, de capital exclusivamente público, autorizada por Lei específica e regida pelos preceitos comerciais.

Poderá ser constituída sob qualquer modalidade empresarial.

Page 26: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 26

Criada para a prestação de serviço público, bem como para explorar atividade econômica, em caráter supletivo da iniciativa privada (art. 173, § 1o CF), sem os privilégios do ente estatal que a criou.

O regime de pessoal é o da CLT.

Sujeita-se à Licitação para contratar.

Proibição geral de acumulação de cargos.

Seu patrimônio garante as obrigações resultantes de suas atividades, sujeitando-se à execução como os da empresa privada (penhorabilidade do patrimônio).

PONTOS DE DISTINÇÃO EM RELAÇÃO ÀS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:

a) Forma Societária: qualquer modalidade empresarial;

b) Capital Votante: exclusivamente público;

c) Foro processual: o mesmo do ente político a que está vinculada.

TESTANDO SEU APRENDIZADO:

- 45).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) - A ECT possui personalidade jurídica própria, integra a administração indireta da estrutura governamental e constitui empresa pública de direito público.

- 46).___ (PC-DF-NCE) - A empresa pública será criada, mediante autorização do Poder Legislativo, para desempenhar atividade considerada típica do Estado.

- 47).___ (CESPE - PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ) As sociedades de economia mista e as empresas públicas têm em comum a sua criação por lei.

- 48).___ (CESPE/UnB – ECT / 2011) - As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio e são criadas por lei específica.

- 49).___ (FGV – TRE/PA - 2011) - As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas com o registro de seus atos constitutivos.

- 50).___ (TJRJ - CESPE/2008) - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não se sujeitam a procedimento licitatório por terem o mesmo tratamento jurídico das empresas privadas.

- 51).___ (TJRJ - CESPE/2008) - O capital de empresa pública é todo estatal.

6.4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA - S.E.M.

Page 27: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 27

Pessoa jurídica de Direito Privado, autorizada por Lei, sob a forma de S/A, cujas ações com direito a voto sejam em sua maioria da União, quando federais (Decreto-Lei 200/67), ou do ente que a cria, nos demais casos.

A forma de S/A só é imperativa para a União.

Tem por objeto serviço público, ou de utilidade pública ou atividade econômica empresarial.

Não goza de privilégios fiscais ou trabalhistas ou de qualquer ordem que sejam estranhos à iniciativa privada.

O regime de pessoal é o da CLT.

Sujeita-se à Licitação para contratar.

Proibição geral de acumulação de cargos.

Seu patrimônio garante as obrigações resultantes de suas atividades, sujeitando-se à execução como os da empresa privada (penhorabilidade do patrimônio).

Súmula nº 517/STF - As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou opoente.

PONTOS DE DISTINÇÃO EM RELAÇÃO ÀS EMPRESAS PÚBLICAS:

a) Forma Societária: somente S/A* (na União);

b) Capital Votante: ações com direito a voto sejam em sua maioria do Estado; e

c) Foro processual: justiça estadual, para as ações ordinárias.

TESTANDO SEU APRENDIZADO: - 52).___ (FGV – TRE/PA - 2011) - Com a entrada em vigor da lei instituidora de

sociedade de economia mista, dá-se o termo inicial de sua pessoa jurídica. - 53).___ (FGV/AUDITOR FISCAL DO RJ – 2011) As sociedades de economia mista

submetem-se ao limite máximo de remuneração previsto no artigo 37, inciso XI, da Constituição da República (subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal) caso recebam recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

- 54).___ (CESPE - Perito Criminal/PF) - As sociedades de economia mista podem ser empresas públicas, caso em que integram a administração indireta do ente

Page 28: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 28

federativo a que pertencem, mas também podem ser empresas privadas, caso em que não fazem parte da administração pública.

- 55).___ (CESPE/TCU – ACE) Nas sociedades de economia mista interventoras no domínio econômico, uma compra relacionada com sua atividade-fim exige licitação, ao passo que a relacionada com sua atividade meio dispensa o procedimento licitatório.

- 56).___ (TJRJ - CESPE/2008) - As sociedades de economia mista só podem adotar a forma de sociedade anônima.

- 57).___ (Ag. Penitenciário-DF-NCE) - A entidade da Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, capital exclusivamente público, criada para desempenhar atividades econômicas de interesse do Estado ou para prestar serviços públicos, denomina-se:

a) autarquia; b) fundação pública; c) sociedade de economia mista; d) empresa pública; e) agência executiva.

- 58).___ (FCC - MPE/RS – Secretário de Diligências) - Sobre as entidades da Administração Indireta, considere:

I – Pessoa Jurídica de Direito Público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.

II - Pessoa Jurídica de Direito Privado, autorizada por lei e constituída mediante qualquer das formas societárias admitidas em direito. Os conceitos acima referem-se, respectivamente, a:

a) Fundação Pública e sociedade de economia mista. b) Autarquia e empresa pública. c) Autarquia e fundação. d) Empresa pública e fundação de direito privado. e) Sociedade de economia mista e autarquia.

- 59).___ (CESPE - Técnico Judiciário/TRE - MA) Assinale a opção correta acerca da administração indireta.

a) É traço comum às empresas públicas e sociedades de economia mista o desempenho de atividade de natureza econômica.

b) As fundações instituídas e mantidas pelo poder público não integram a administração indireta.

c) Os bens das autarquias e fundações públicas são penhoráveis. d) São características das autarquias: criação por decreto, personalidade

jurídica pública e grande abrangência de fins ou de atividades. e) Todas as entidades da administração indireta têm personalidade jurídica

de direito público.

Page 29: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 29

- 60).___ (FCC – TCE/AL - Auditor) – Constitui norma comum e inerente ao regime jurídico das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista:

a) a imunidade tributária garantida pela Constituição, relativa aos impostos sobre patrimônio, renda ou serviços.

b) o controle das suas atuações por órgãos da Administração Direta, nos limites da lei.

c) O desempenho de atividade de natureza não econômica. d) A incidência do duplo grau de jurisdição, quando sejam partes em

processo judicial. e) A instituição de sua personalidade jurídica por Decreto expedido pelo

chefe do Poder Executivo.

7. OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS VINCULADAS AO ESTADO

Consoante leciona Maria Sylvia Zanella di Pietro, embora não empregada na atual Constituição, entidade paraestatal é expressão que se encontra não só na doutrina e na jurisprudência, como também em leis ordinárias e complementares. Contudo, não há um conceito legal para tal expressão. Em virtude disso, como já dito acima, surge na doutrina as mais variadas concepções. A mais adotada, no entanto, é aquela apresentada por Celso Antônio Bandeira de Mello, que afirma que “a expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado desempenhado atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de império. Não abrange as sociedades de economia mista e empresas públicas; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipo-suficientes, de assistência social, de formação profissional (SESI, SESC, SENAI)”.

Nesse mesmo sentido de entidades paralelas ao Estado, podem ser incluídas, hoje, além dos serviços sociais autônomos, também as entidades de apoio, as chamadas organizações sociais-OS e as organizações da sociedade civil de interesse público-OSCIP.

Os teóricos da Reforma do Estado incluem essas entidades no que denominam de terceiro setor, assim entendido aquele que é composto por entidades da sociedade civil de fins públicos e não lucrativos; esse terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o Estado, e o segundo setor, que é o mercado.

7.1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

São aqueles instituídos por lei, como Pessoa Jurídica de Direito Privado, para ministrar assistência ou treinamento a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos e mantidos por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais. São entes

Page 30: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 30

paraestatais de cooperação, com administração e patrimônio próprio. Como exemplo, cita-se o SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR e SEBRAE.

Não integram a Administração direta nem a indireta.

Essas entidades não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas atividade privada de interesse público (serviços não exclusivos do Estado). A atuação estatal, no caso, é de fomento e não de prestação de serviço público.

Pessoal regido pela CLT, com observância ao princípio da obrigatoriedade de licitação, exceto nos casos previstos em lei. Não gozam de privilégios administrativos, fiscais ou processuais. Estão sujeitos à Justiça Estadual (Súmula 516, STF).

7.2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS’S) - LEI 9.637/98

Ocorrerá com a formalização do contrato de gestão, onde os serviços públicos serão executados por organizações sociais, as quais devem ter personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com atuação na área de ensino, cultura, saúde, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente.

Não há propriamente a existência de um contrato, mas sim um verdadeiro convênio, pois os interesses não se contrapõem, existindo na verdade um pacto de cooperação entre a entidade e o Estado.

Após a formalização do contrato de gestão e qualificada como “organização social”, ela estará apta a receber bens públicos em permissão de uso e sem licitação prévia (art. 12, § 3º), não havendo restrição alguma a que se trate também de bens imóveis, ser beneficiária de recursos orçamentários (art. 12) e de servidores públicos que lhe serão cedidos a expensas do erário público (art. 14).

7.3. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP’S)

Tal figura foi introduzida pela Lei 9.790/99, sendo que tal qualificativo é atribuível, vinculadamente, a pessoas jurídicas de Direito Privado requerentes, para fins de habilitá-las a firmar termos de parceria com o Poder Público, com o qual se credenciam a receber recursos ou bens públicos empenhados neste vínculo cooperativo entre ambos, desde que a) não tenham fins lucrativos; b) sejam prepostas a determinadas atividades socialmente úteis (p.ex.: assistência social, combate à pobreza, cultura, cidadania – art. 3º); c) não estejam inclusas no rol das impedidas (art. 2º - organizações sociais, sociedades comerciais, sindicatos, etc.); d) consagrem em seu estatuto uma série de normas preestabelecidas sobre estrutura, funcionamento e prestação de contas (art. 4º).

Page 31: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 31

Não celebram contrato de gestão com o poder público, mas sim termos de parceria, com um programa a cumprir, com metas e prazos (assim como nos contratos de gestão!). O Poder Público não participa de seus quadros diretivos, como ocorre nas Organizações Sociais. O objeto da atividade delas é muito amplo, compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social, ao passo que as organizações sociais prosseguem apenas atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.

7.4. SERVIÇOS DELEGADOS A PARTICULARES

É a transferência da execução de serviços, por ato administrativo (bilateral ou unilateral), para particulares, mediante regulamentação e controle do Poder Público.

7.4.1 MODALIDADES

A) CONCESSÃO

Regulada, sobretudo, pela Lei 8.987/95, com regras e princípios específicos.

Serviços concedidos - é a delegação contratual ou legal da execução do serviço, na forma autorizada, e regulamentada pelo Executivo. Necessidade de regulamentação pelo Poder Público (art. 175, parágrafo único CF).

Concessão obrigatória por licitação (art. 175 caput), na modalidade de concorrência pública. O contrato de concessão é ajuste de direito administrativo - bilateral, oneroso, comutativo e realizado “intuitu personae”.

Subsiste sempre, a faculdade de o poder concedente, a qualquer tempo, retomar o serviço concedido, mediante indenização, ao concessionário, dos lucros cessantes e danos emergentes resultantes da encampação. As indenizações serão as previstas no contrato ou apuradas judicialmente.

Findo o prazo da concessão, revertem ao poder concedente os direitos e bens vinculados à prestação, nas condições do contrato.

B) PERMISSÃO

Serviços permitidos são todos aqueles em que a Administração estabelece os requisitos para sua prestação ao público e, por meio de ato unilateral (termo de permissão) ou por contrato (contrato de adesão), comete a execução aos particulares que demonstrarem capacidade para o desempenho.

Page 32: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 32

A permissão para a prestação de serviço público ou de utilidade pública,pelo art. 175 da CF/88, exige licitação. Nos termos do art. 2º, IV, da Lei 8.987/95, permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos da Lei 8.987/95, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente (art. 40).

A Lei 8.987/95 e o Art. 175 da Constituição Federal de 1988 permitem a pactuação da permissão por contrato de adesão quando feito com prazo determinado.

C) AUTORIZAÇÃO

É a mais precária das delegações, efetivada para atender interesses coletivos instáveis ou emergência transitória, ou ainda serviços de utilidade pública, atendidos por serviço controlado pelo autorizante, sem regulamentação específica. São aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória.

Não exige Licitação, uma vez que se trata de delegação por ato administrativo.

A modalidade de serviços autorizados é adequada para todos aqueles que não exigem execução pela própria Administração, nem pedem especialização na sua prestação ao público, como ocorre com os serviços de táxi, de despachantes, de pavimentação de ruas por conta dos moradores. Isso porque, embora não sendo uma atividade pública típica, convém que o Poder Público conheça e credencie seus executores e sobre eles exerça o necessário controle no seu relacionamento com o público e com os órgãos administrativos a que se vinculam para o trabalho.

Page 33: 2035 - Direito Administrativo - Aula 01 VANDR%c9 AMORIM 23 Min 06

Professor Vandré Amorim

Direito Administrativo

Faça parte do Grupo “Direito Administrativo para Concurso”: http://www.facebook.com/groups/direitoadministrativoparaconcurso/ e

tenha acesso a dicas, resumos, tabelas, informações sobre novos concursos e muito mais. Página 33

GABARITO

1) C 2) C 3) C 4) E 5) E 6) E 7) E 8) E 9) C 10) C 11) E 12) C

13) C 14) C 15) A 16) C 17) E 18) E 19) A 20) C 21) A 22) B 23) C 24) C

25) E 26) E 27) C 28) C 29) E 30) C 31) E 32) C 33) E 34) E 35) E 36) E

37) C 38) E 39) D 40) D 41) E 42) E 43) E 44) E 45) E 46) E 47) E 48) E

49) E 50) E 51) C 52) E 53) C 54) E 55) E 56) C 57) D 58) B 59) A 60) B