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2016

Comissão de Constituição e Justiça

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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Subcomissão para tratar da análise, atualização e aperfeiçoamento do

Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul

Composição:

Relator

Elton Weber- PSB

Titular

Frederico Antunes -

PP

Titular

Gilmar Sossella -

PDT

Titular

Luiz Fernando

Mainardi - PT

Titular

Sérgio Turra

- PP

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4

2. REUNIÕES DA SUBCOMISSÃO DO CÓDIGOS FLORESTAL ESTADUAL

– LEI ESTADUAL Nº 9519 DE 1992. ...................................................................... 7

2.1 REUNIÃO DIA 02/05/2016 ..................................................................................................... 7

2.2 REUNIÃO DIA 16/05/2016 ................................................................................................... 18

2.3 REUNIÃO DIA 30/05/2016 ................................................................................................... 29

2.4 REUNIÃO DIA 13/06/2016 ................................................................................................... 45

2.5 REUNIÃO DIA 20/06/2016 ................................................................................................... 46

3 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES ENVIADAS POR E-MAIL E

CORRESPONDÊNCIAS À SUBCOMISSÃO. ...................................................... 48

4 TABELA DE SUGESTÕES APRESENTADAS POR ENTIDADES

CONFORME O ENCAMINHAMENTO FEITO PELA SUBCOMISSÃO. ........... 53

5 CONSIDERAÇÕES DO RELATOR .............................................................. 102

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 117

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1. INTRODUÇÃO

A Subcomissão para tratar da análise, atualização e aperfeiçoamento do

Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul, relatada pelo deputado Elton

Weber e aprovada por unanimidade pelos presentes na Comissão de

Constituição e Justiça, se propõe a analisar a necessidade de adequação da Lei

Estadual nº 9.519, de 21 de janeiro de 1992, que instituiu o Código Florestal do

Estado de Rio Grande do Sul.

A presente proposição está centrada nas recentes alterações promovidas

em 2012 no Código Florestal Federal, através da Lei Nº 12.651 e com os

suplementos constantes nos decretos regulamentadores nº 7.830/2012 e

8.235/2014.

Devemos lembrar que as atribuições do Poder Público, previstas no § 1.º

do art. 225 da CF/1988 (LGL\1988\3), que vão ao encontro das competências

executivas comuns elencadas no art. 23, VI e VII, determinam ser de

competência conjunta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos

municípios a proteção do meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de

suas formas, bem como a preservação das florestas, da fauna e da flora.

Devemos considerar ainda, que o disposto no parágrafo único do referido artigo

originou os fundamentos constitucionais para a promulgação da Lei

Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011, que fixou normas para a

cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, tendo

em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Neste contexto, a LC 140/2011 determina a cooperação entre a União, os

estados, o Distrito Federal e os municípios nas ações administrativas

decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das

paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à

poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e

da flora. O objetivo é harmonizar as políticas e ações administrativas afim de

evitar a sobreposição de atuação com objetivo de evitar conflitos de atribuição

e garantir uma atuação administrativa eficiente”. Vale lembrar que a falta de

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equilíbrio na atuação simultânea da União, dos estados e municípios em prol da

defesa do meio ambiente, invariavelmente, gera enorme insegurança jurídica.

No entanto, a transferência da responsabilidade pela análise dessa gama

de garantias e salvaguardas sob a égide da defesa ambiental precisa estar sob

o prisma de aperfeiçoamento da governança ambiental, e, na necessidade de

regras claras sobre a repartição de competências de cada ente federativo.

A presente proposta tem por finalidade levar em consideração as

inúmeras alterações no arcabouço jurídico ambiental, em especial, na legislação

federal, que serve de lastro para as diretrizes para as demais normas jurídicas.

Neste sentido, gostaríamos de elencar algumas legislações federais

promulgadas posteriormente ao Código Florestal Estadual, à título de exemplo:

– Lei 7.802, de 11.07.1989, alterada pela Lei 9.974, de 06.06.2000 – Lei

de Agrotóxicos, regulamentada pelo Decreto 4.074, de 04.01.2002;

– Lei 8.723, de 28.10.1993, alterada pelas Leis 10.203, de 22.02.2001, e

10.696, de 02.07.2003 – redução de emissão de poluentes por veículos

automotores;

– Lei 8.746, de 09.12.1993 – cria o Ministério do Meio Ambiente;

– Lei 9.433, de 08.01.1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos;

– Lei 9.478, de 06.08.1997, alterada pelas Leis 11.097/2005, 12.351/2010

e 12.490/2011 – Política Energética Nacional;

– Lei 9.605, de 12.02.1998 – sanções penais e administrativas derivadas

de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, regulamentada pelo Decreto

6.514/2008.

– Lei 9.795, de 27.04.1999 – Política Nacional de Educação Ambiental;

– Lei 9.966, de 28.04.2000 – prevenção, controle e fiscalização da

poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou

perigosas em águas sob jurisdição nacional;

– Lei 9.984, de 17.07.2000, alterada pela Lei 10.871, de 20.05.2004 –

criação da Agência Nacional de Águas – ANA;

– Lei 9.985, de 18.07.2000 – Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza – SNUC, regulamentada pelo Decreto 4.340, de

22.08.2002;

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– Lei 11.105, de 24.03.2005 – Lei da Biossegurança;

– Lei 11.284, de 02.03.2006 – gestão de florestas públicas para a

produção sustentável;

– Lei 11.428, de 22.12.2006 – utilização e proteção da vegetação nativa

do Bioma Mata Atlântica e regulamentada pelo Decreto 6.660 de 21.11.2008.

– Lei 11.445, de 05.01.2007 – diretrizes nacionais para o saneamento

básico;

– Lei 11.794, de 08.10.2008 – procedimentos para o uso científico de

animais;

– Lei 12.187, de 29.12.2009 – Política Nacional sobre Mudança do Clima

– PNMC, regulamentada pelo Decreto 7.390, de 09.12.2010;

– Lei 12.305, de 02.08.2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos,

regulamentada pelo Decreto 7.404, de 23.12.2010;

– Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto

7.830/2012 e Decreto 8.235/2014.

Com o objetivo de reafirmar o uso adequado e racional dos recursos

florestais com base nos conhecimentos ecológicos, visando à melhoria de

qualidade de vida da população e à compatibilização do desenvolvimento

socioeconômico com a preservação do ambiente e do equilíbrio ecológico. E,

considerando que as florestas nativas, assim como as demais formas de

vegetação natural existentes no território estadual, são reconhecidas de utilidade

às terras que revestem, são consideradas bens de interesse comum a todos os

habitantes do Estado, exercendo-se os direitos com as limitações que a

legislação em geral, e, especialmente, esta Lei estabelecem, cabe ao poder

público a gestão desse patrimônio.

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2. REUNIÕES DA SUBCOMISSÃO DO CÓDIGOS FLORESTAL ESTADUAL

– LEI ESTADUAL Nº 9519 DE 1992.

2.1 REUNIÃO DIA 02/05/2016

O Deputado Estadual Elton Weber (PSB), coordenador e relator da

Subcomissão do Código Florestal, salienta que as constituições das

Subcomissões dos Códigos Florestal e do Meio Ambiente foram aprovadas por

unanimidade pelos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da AL/RS,

enaltecendo o início dos trabalhos acerca de temas que devem ser debatidos,

implementados e regulamentados.

O deputado Weber salienta que “a Casa Legislativa do Estado do Rio

Grande do Sul, é o local da ressonância de todos os anseios da sociedade

gaúcha em todos os segmentos”. O objetivo da presente Frente parlamentar é

abordar os temas correlatos às questões ambientais, em especial as que envolve

o Código do Meio Ambiente, que estão sendo em outra frente de trabalho criada

pelo deputado Frederico Antunes, para que estejam em consonância com as

possíveis adequações que deverão ser feitas no Código Florestal Estadual. Para

tanto, devemos levar em conta que a pouco mais de há quatro anos houve uma

alteração significativa no Código Florestal federal através da Lei nº 12.651 de

21012 e diversos decretos regulamentadores e Instruções Normativas emitidas

pelo Ministério do Meio Ambiente e suas autarquias como o objetivo de tornar a

presente legislação aplicável. A ideia é promover adequações sem que haja

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retrocesso ambiental mas alinhadas à produção agrossilvipastoril e condizente

ao preconizado pelos conceitos de desenvolvimento sustentável em seus três

pilares: social, ambiental e econômico.

O Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani

Polo, apoia o debate acerca de possíveis adequações aos códigos, pois o tema

em questão afeta diretamente o setor agropecuário. A lotação do Plenarinho e

de outras dependências da Assembleia, demonstra, claramente, que este tema

precisa ser discutido. Ele disse que a questão ambiental não se limita apenas ao

setor agropecuário e que ela é mais ampla, especialmente, pelas caraterísticas

do nosso Estado, produtor de grãos e de pecuária. Para ele, o tema tem uma

total integração e uma necessidade de que possamos discutir, de maneira

madura, para buscarmos caminhos e alternativas, proposta das duas

subcomissões. “Estamos aqui exatamente para que possamos, de forma

equilibrada e madura – assim como a nossa colega Ana Pellini, que tem uma

ligação muito direta com o tema aqui discutido –, encontrar os caminhos

necessários e importantes para o desenvolvimento social, econômico e

ambiental do nosso Estado.”

O Ministério Público do Estado, representado pela Sra. Ana Maria

Marchesan, afirma que irá acompanhar possíveis alterações nos códigos em

pauta. Além disto, aponta os seguintes pontos que julga relevantes:

o Atentar para o princípio de vedação do retrocesso;

o Carece a regulamentação dos Códigos;

o Entende que há um desmantelamento dos processos ambientais (ver PLC

acerca dos licenciamentos ambientais);

o Apoia a consolidação dos direitos conquistados;

o Considera um bom início de trabalho a proposição das subcomissões.

Marchesan destaca que é possível integrar um Grupo de Trabalho (GT)

sobre uma regulamentação adequada para o Bioma Pampa. Isso é muito

importante porque, historicamente, é um bioma que sempre foi negligenciado e

esquecido. Todos pensam que o que tem valor é árvore, é floresta, tanto que

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muitas vezes nem se advogava que as reservas legais se situassem em área de

campo nativo, sendo campo nem precisava ter amparo legal. Errado. “Todos

sabem que os nossos campos são dotados de uma vegetação muito rica, até

com alvo de pirataria. Há algumas ervas que só tem aqui, que são altamente

nutritivas para o gado e, por isso, também merecem proteção. Sem falar também

em toda a questão associada à vegetação, que é a questão dos recursos hídricos

tão castigados aqui no Rio Grande do Sul”.

Secretária de Estado Ana Pellini, representando a Secretária de

Estado do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e a Fundação

Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler FEPAM, vê com

bons olhos a discussão do tema, mesmo havendo o temor de retrocesso.

Ademais, relata as questões abaixo:

o PEC 65/2012 - é um exemplo negativo, pois representa um retrocesso

inadmissível. A desobrigação de apresentação do estudo prévio de

impacto ambiental para a execução de obras públicas que, de um modo

geral, são as mais impactantes, as que mais necessitariam de estudos

adequados, compensações e mitigações, não podem ficar fora do

licenciamento ambiental. Essas são as que precisam ficar sob o olhar do

licenciamento.

o PEC 153/2015 - é um bom exemplo para licenciamentos ambientais, pois

estabelece, na Constituição, a sustentabilidade como algo a ser buscado

pelo poder público em todas as suas compras e serviços, pois incumbe

ao poder público a promoção de práticas e a adoção de critérios de

sustentabilidade em seus planos, programas, projetos e processos de

trabalho.

o Código Florestal:

- Necessidade de diálogo com a Secretaria da Agricultura. Deve haver

distinção entre fomento e proteção;

o Código do Meio Ambiente:

- Regulamentação do Bioma Pampa deve ser posta em prática;

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- Sugere a criação de um capítulo no Código para tratar do tema;

- Infrações ambientais: há angústia para cobranças;

- Ocorrem acidentes que não conseguem ser cobrados. Ex.:

PETROBRÁS nunca foi efetivamente cobrada, pois há muitas

possibilidades para recursos, inclusive ao CONSEMA;

- Novas regras para pequenos empreendimentos de baixo risco. Há muita

burocracia para este setor, pois são equiparados a grandes empresas,

inviabilizando suas atividades;

- Zoneamento Ecológico Econômico:

- Mudanças pontuais para adequações – o Estado destinou R$ 8 milhões

para este setor;

- Concentração de informações oriundas de diversas instituições;

- Possibilidade de licenciamentos mais simples e ágeis;

- Locais mais adequados para cada atividade serão de conhecimento

público, disponibilizados de forma online.

O Sr. Leonardo Melgarejo, presidente da Associação Gaúcha de

Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) vê com maus olhos a possibilidade

de mudanças nos códigos. Entende que as subcomissões dão celeridade

desnecessária ao processo. A Associação tem uma preocupação muito grande

nessa visão de flexibilização das normas. Segundo o presidente: “Nós

entendemos que o argumento de que o retrocesso na legislação ambiental

nacional deva servir para mudança para legislação estadual não se aplica”.

A AGAPAN entende que uma atualização ocorrida em 2012 não deixa

espaço para discussão desse tipo em 2016. Muito pouco tempo para que nós

reconsideremos uma legislação que é forte, que é exemplo nacional em função

de que mudanças em outra escala aconteceram. Entendem ainda que a criação

das subcomissões atende a temas específicos e que a aglutinação das

subcomissões para discutir um assunto dessa natureza sugere uma certa

pressa, que nos parece inconveniente e inadequada. Gostaríamos que esses

temas fossem discutidos com calma em cada uma das subcomissões.

“A responsabilidade dos senhores vai ser julgada pela história e

estaremos dispostos a acompanhar com o máximo de atenção e vigilância,

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fazendo as cobranças que forem necessárias para impedir que aconteça com a

legislação estadual o que aconteceu com a legislação nacional”, afirmou o

presidente.

O Sr. Beto Moesch parabeniza o debate acerca do assunto. Segundo

ele, os códigos buscam o equilíbrio entre o setor produtivo e o meio ambiente.

Pensa que podem ser feitas alterações, mas deve ser posto em prática o que já

existe. Moesch lembra que o Código Florestal foi a primeira experiência das

demais leis. Depois, veio o de Resíduos Sólidos, Recursos Hídricos, Sistema

Estadual de Proteção Ambiental, que teve apoio da FAMURS, inclusive, porque

criamos o Conselho Estadual do Meio Ambiente. O Estado do Rio Grande do Sul

tinha resistência para criar um conselho, mas nós criamos, porque avisamos a

imprensa de que verbas internacionais não estavam vindo para o Estado do Rio

Grande do Sul, porque era o único Estado que não tinha o Conselho Estadual

do Meio Ambiente. O Estado politicamente avançado e ecologicamente correto

não teria o Conselho Estadual do Meio Ambiente em 92 e 93. Por questões

financeiras, foi aprovada a lei que institui o Conselho Estadual do Meio Ambiente.

Com relação ao código, que foi o último, fizemos um trabalho também, que

começou em 1992. Todos os segmentos tinham de estar à mesa para a

elaboração do código, se não as reuniões não ocorriam. Durante dois anos,

ocorreram reuniões semanais. Ainda fizemos um seminário do qual o Paulo

Affonso Leme Machado participou. Ele ficou impressionado, porque nunca tinha

visto isto na vida dele: tantas pessoas elaborando um código, artigo por artigo.

Na Assembleia eram realizados os debates e cinco grupos trabalhavam em cinco

salas diferentes. Isso é um trabalho inédito no Brasil. Nem o Conama consegue

fazer um trabalho com esse espírito. Por isso, foi aprovado por unanimidade.

Agora, são negociações. O setor produtivo exigiu o recurso do CONSEMA. Foi

aceito. Posso dizer por que cada artigo está lá. Teria que fazer o comentário dos

artigos. Era exigência do setor produtivo, que, no CONSEMA, aceitamos – nós,

o pessoal do grupo. E assim ele foi aprovado por unanimidade. Por esse motivo,

parabeniza os deputados por fazerem uma alteração, proporcionando o debate,

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para que seja legítimo. A história da própria Constituição do Estado e das leis,

que foram regulamentadas em âmbito ambiental, deram-se nesse sentido.

O Sr. Paulo Bracke, professor da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul - UFRGS, e coordenador do Instituto Gaúcho de Estudos

Ambientais - INGÁ e da Assembleia Permanente de Entidades em Defesa

do Meio Ambiente – APEDeMA/RS, teme possíveis mudanças. Entende que

pode haver flexibilização nos Códigos. Considera injustificada qualquer mudança

e que há retrocesso. Segundo Bracke, alega que ficou surpreso quando houve

essa tentativa da criação dessas subcomissões, porque, na sequência do que

acontecia em 2012, tive aí o Código Florestal Federal, que é a lei nº 12.651, que

hoje está pendente de quatro ações de inconstitucionalidade. É flagrante o

retrocesso em mais de 50 artigos. Temos um antecedente de todo um contexto

que foi referido aqui de tentativas de flexibilização e precarização da legislação

ambiental, que está acontecendo no Brasil e no mundo inteiro. Estamos

desconectados da situação ambiental do mundo, pois vivemos um cenário de

mudanças climáticas, da sexta extinção em massa, o período antropoceno, com

a degradação dos rios. Desconhecemos a qualidade ambiental. Vivemos um

cenário de desconhecimento em relação ao quadro, à capacidade de suporte

dos ambientes para que, digamos assim, venhamos a aceitar mudanças das leis,

a fim de permitir mais empreendimentos e atividades. Não há como fazermos

isso, se não conhecermos o contexto ambiental como um todo. Sem a

informação do estado de conservação da biodiversidade e da capacidade de

suporte das atividades de impactos negativos, potencialmente sinérgicos,

mudaremos leis no escuro, ampliando o risco ambiental para todos. Participamos

da construção da Lista da Flora Ameaçada do Estado, que nos apontou que,

entre 2002 e 2014, mais de 30% de aumento na lista das espécies. São 807

espécies da flora ameaçadas. Houve também um crescimento da fauna

ameaçada. Na flora ameaçada no Brasil, entre 2008 e 2014, tivemos quase

500% de aumento. Este é o contexto: poluição de rios e o que aconteceu em

Mariana. Cada vez mais, temos verificado que os órgãos ambientais estão

desestruturados. Não existe o interesse por parte dos órgãos ambientais, dos

governos, enfim, em estruturar esses órgãos para dar conta dessa situação.

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Consideramos injustificável qualquer mudança, retrocesso. Nesse sentido, sem

a definição de prioridades ambientais, não temos programas ambientais, planos

de políticas para a restruturação e estruturação do órgãos, inclusive no âmbito

municipal. Os órgãos municipais estão desestruturados, sem condições, muitas

vezes, de lidar com a questão da biodiversidade. O InGá considera esse

processo de tentativa de flexibilização das leis ambientais, que é levado para as

subcomissões, como um injustificável retrocesso. Deveria ser sustado até que

se conheça a realidade ambiental do Estado, sendo de outra forma alvo de uma

lei de responsabilização, sim, ou por irresponsabilidade ambiental, para os seus

proponentes.

O Sr. Pedro de Abreu Ferreira, coordenador do Centro de Pesquisa

do Instituto do Meio Ambiente e professor da Faculdade de Biociência e

pesquisador da PUCRS, expõe sua crítica ao Código Florestal Nacional. É

contra qualquer retrocesso. Ecossistema Campestre – Campos Rupestres

(Bioma Pampa) não é contemplado no Código Florestal. Prerrogativas dispostas

no Código Florestal Nacional não poderiam ser consideradas no Código Florestal

Estadual, pois inviabilizaria a proteção ambiental de 30% do território. Ferreira

informou ainda que recentemente, foi publicado um manifesto técnico-científico

por pesquisadores do Programa Biota-Fapesp, em São Paulo, da USP,

Unicamp, etc., também com aval da Associação Brasileira de Ciência Ecológica

e Conservação – Abeco –, que é um manifestação técnica analisando do ponto

de vista ambiental e jurídico a nova Lei de Proteção da Vegetação Nativa. Peço

que isso seja levado em conta nessas subcomissões na hora de serem

discutidas modificações no Código Florestal Estadual e no Código Estadual do

Meio Ambiente também. Representando a PUC, posicionou-se no sentido de

que somos totalmente contra qualquer retrocesso e acompanharemos as

comissões em relação a isso. Para tanto gostaria de fazer mais uma

complementação técnica. No Código do Meio Ambiente Estadual atual, não é

contemplado o ecossistema campestre. O campo é um ecossistema natural,

como a floresta, composto, basicamente, de vegetação herbácea e arbustiva. No

nosso Estado, ele é muito importante. Como já foi falado pela secretária, o bioma

pampa foi criado com base nisso. É um ecossistema que se estende daqui até o

final da Argentina, no sul, abrangendo a totalidade do Uruguai. Ele é muito rico

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e divers e ocupa mais da metade do Estado em área na sua cobertura original.

Segundo ele qualquer modificação que seja feita a partir de agora deveriam levar

isso em conta. Para terem uma ideia, no Título II do código atual, que mostra os

conceitos, não há o conceito de campo, de vegetação campestre. Isso inexiste

no código. Isso é fundamental para que seja regulamentada a questão do campo

nativo como ecossistema natural de nosso Estado. Para finalizar, salientou que

um outro estudo, independente, elaborado por membros da Abeco e Biota-

Fapesp e também por pesquisadores do Rio Grande do Sul da UFRGS e PUC,

avaliou o novo código florestal, ou uma nova Lei de Proteção da Vegetação

Nativa, e chegou à conclusão de que inviabiliza o cumprimento de metas

ambientais brasileiras perante várias assinaturas de protocolos internacionais.

A Sra. Erica Ema Baumgarten, representante da Associação

Ambiental Quintão, de Palmares do Sul, entende que não há fiscalização

suficiente. Até 2005, era muito bom, Funcionava. A partir de 2005 o Ministério

Público começou a relaxar. A Patrulha Ambiental – PATRAM – já não trabalhava

tão bem, porque o Ministério Público não levava suas denúncias adiante. “Hoje,

estamos quase no caos. Não adianta fazermos mais leis, se as que existem não

estão sendo cumpridas”. Segundo a Sra. Érica em Palmares do Sul em 2007 foi

firmado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), e houve uma audiência pública

em 2014. Há alguns dias, o promotor Camilo, que estava de plantão, pediu 45

dias para averiguar se realmente os cavalos, os animais de grande porte, estão

ocupando as dunas do Quintão. As dunas são a menina dos nossos olhos lá, no

município de Palmares do Sul. “Nós nos especializamos em diversificação

ambiental e ficamos com as dunas. Em cada reunião que vamos, as pessoas

comentam que são lindas. São as que existem. Mas a que preço a Associação

Ambiental está trabalhando há 15 anos”.

O Sr. Fernando Haetinger Bernál, presidente do COREDE Jacuí

Centro, afirma ser oportuno discutir os dois Códigos. Deve ser norteador de

princípios das políticas dos distintos setores produtivos. Sugere a criação de

Conselhos Regionais do Meio Ambiente. Lembra que não podemos ignorar que

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o mundo evoluiu, e algumas coisas precisam ser restabelecidas. Porém, algo

que deveria ser fundamental no código, é que deveria ser um norteador de

princípios das políticas previstas para aquele setor. Para Bernál, quando temos

um código que começa a esmiuçar demais, detalhar demais, se submete,

constantemente, à necessidade de mudanças. No momento em que falamos em

mudar um código, parece que estamos mudando os princípios norteadores da

política, quando, na verdade, estamos muitas vezes, querendo fazer ajustes em

pequenos pontos que não cabem mais, que estão defasados, passaram ou

precisam ser melhor pressionados, para terem resultado efetivos. Esse é um

ponto que considero bastante importante. É entendermos a dimensão de um

código em seu sentido mais macro. A partir dele, há um arcabouço de legislações

que definirão os aspectos de caráter mais específico. Venho de uma formação

em que trabalhamos muito com a democracia participativa. Parece-me haver,

historicamente, uma concentração de decisão por parte do Conselho Estadual

em relação ao meio ambiente. A proposta que faço aqui é de que – a partir da

leitura que temos nos comitês de bacias, nos Coredes, que são representações

de regiões, por características ambientais, ou por características econômicas –,

façamos conselhos regionais de meio ambiente, para podermos discutir, mais

detalhadamente, de acordo com as realidades de cada uma das regiões, as

características extremamente importantes, para, então, serem levadas a debate

num fórum em nível estadual. Se perdermos essa oportunidade de ter uma base

regional para discutir meio ambiente, talvez tenhamos muita dificuldade de fazer

com que os anseios de cada elemento que compõe a diversidade ambiental do

Estado do Rio Grande do Sul esteja contemplado num conjunto de legislações.

O Sr. Diogo Carlos Leuck, presidente da AGEFLOR, entende que a

legislação deve ser desburocratizada para viabilizar o sistema produtivo

sustentável. Não sei quais os motivos, mas tivemos alguns períodos, alguma

décadas de burocratização. Agora, com o Estado financeiramente enfraquecido,

não temos mais estrutura para cumprir essa burocracia. Então, precisamos

desburocratizar, lembra Leuck. Outra forma de fazer é dando estrutura para a

FEPAM. Diogo lembra que a Ageflor tem empresas associadas que produzem

em vários estados do Brasil e em vários países do mundo. Em países que,

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ambientalmente, são exemplos, como a Alemanha e outros países europeus que

deveriam ser modelos para nós. Esses associados dizem que não vão colocar,

no Rio Grande do Sul, uma unidade fabril, porque há muita burocracia, não

porque se permita, ou não, desmatar. Não é isso. É que o processo de instalação

é lento, oneroso e burocrático. “Vamos olhar não só para o Estado do Rio Grande

do Sul, mas para o Brasil e para o mundo, e fazer aquilo que a secretária sugeriu.

Penso que precisamos debater e revisar, para podermos produzir, dar uma

condição melhor para o ser humano e preservar o meio ambiente, sim”.

O Sr. Nestor Bonfanti, vice-presidente da FEDERAÇÃO DOS

TRABALHADORES NA AGRICULTURA NO Rio Grande do Sul - FETAG-RS,

sugere que as entidades fiscalizadoras passem a orientar os pequenos

produtores, ao invés de apenas puni-los. Rever critérios diferenciados entre

pequenos produtores e grandes empresas. Bonfanti acredita que é necessário

uma estrutura vá para orientar os agricultores e não para puni-los. Segundo ele,

o que se vê hoje é punição e não orientação. E para o agricultor permanecer na

sua pequena propriedade, produzindo alimentos, e não migrar para os meios

urbanos, precisa ter a possibilidade de produzir em sua pequena propriedade de

7, 8, 10 hectares. Temos de trabalhar para que a legislação ambiental seja um

pouco diferenciada para quem dispõe de 8 hectares, e para uma empresa como

Petrobras e outras indústrias. Não há como termos os mesmos critérios, pois,

caso contrário, estaremos expulsando milhares de famílias de agricultores

familiares. Somos favoráveis às questões ambientais, mas queremos o meio

ambiente com gente e não proibindo os agricultores a continuar com a suas

atividades. Ele lembra que no inverno muitos agricultores tem dificuldade de usar

a própria lenha que produz para aquecer a sua casa. O consumo de madeira nas

propriedades sem fins comerciais está previsto no Código Florestal Federal e na

Lei da Mata Atlântica, que é uma legislação específica, permite A exploração

eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa

provenientes de formações naturais, para consumo nas propriedades rurais,

posses das populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais, de que

trata o art. 9o da Lei no 11.428, de 2006, independe de autorização dos órgãos

competentes de até quinze metros cúbicos por ano por propriedade ou posse.

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Existem várias questões que precisam avançar, principalmente, para os

pequenos trabalhadores rurais e as pequenas propriedades, a previsão do

Pagamento por Serviços Ambientais.

O Sr. Ivo Lessa, engenheiro agrônomo do Sociedade de Agronomia

do Estado do Rio Grande do Sul – SARGS, apoia a revisão dos códigos, aliada

à debates entre as entidades para que haja um denominador comum. O

presidente lembra que o corpo técnico que existe neste Estado tem condições

muito boas de poder participar dessa discussão e trazer informações que talvez

não chegue, em relação a questão técnico-produtiva. Nesse sentido precisamos

construir uma remodelação, uma lei ou transformar a lei naquilo que seja

adequado e coerente com o Estado do Rio Grande do Sul. “Não precisamos

trabalhar pensando em ser totalmente contra ou ser totalmente a favor. Vamos

buscar o equilíbrio e nos entender, pois tenho certeza de que chegaremos, sim,

a um bom termo e a um bom trabalho em um projeto de alteração de lei”. Nesse

sentido, Lessa pede para que todos possamos trabalhar no sentido de um acordo

entre todos nós e que as coisas saiam em bom termo para o Estado do Rio

Grande do Sul e para o meio ambiente.

O Sr. Fernando Campos Costa, Presidente do Amigos da Terra

Brasil, salienta que há preocupação quanto a possíveis mudanças. Contra

retrocesso de direitos adquiridos.

A Sra. Maria Patrícia Möllmann, Secretária adjunta de Estado do

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMA e Presidente do

Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA, expõe que o Zoneamento

Ecológico Econômico é fundamental para que haja um grande banco de dados

inventariado, aglutinando informações de todos os setores e entidades. É um

instrumento de gestão devido ao prévio conhecimento da área em questão. O

CAR forneceu grandes informações quanto ao meio ambiente. Devem ser

simplificados os licenciamentos para os pequenos empreendedores,

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diferenciando seu tratamento frente ao aplicado para as grandes empresas.

2.2 REUNIÃO DIA 16/05/2016

A Sra. Maria Patrícia Möllmann, representante da SEMA, Ficou muito

satisfeita quando recebeu o convite para falar do zoneamento ecológico-

econômico, por se tratar de um instrumento muito importante. Ao final de sua

elaboração, esta Casa Legislativa terá de se debruçar sobre as formas de

implementação desse grande estudo. “Essa é uma primeira oportunidade de

todos conhecerem qual a ideia desse produto. Ao final, travaremos uma grande

discussão no Estado para analisar como implementá-lo, tornando-o efetivo”.

Pela lei nacional, os zoneamentos são instrumentos da política de meio ambiente

desde 1981. Esse é um dos instrumentos que prevê o nosso código. Até hoje,

tentou-se implementar, mas, na prática, nunca se fez, assim como outros tantos.

Em 2012, no Estado, fez-se um arranjo institucional com o decreto, cabendo à

Secretaria do Ambiente a coordenação dos trabalhos. Contamos com o

planejamento, o desenvolvimento, a agricultura – a Fundação de Economia e

Estatística também participa. Todos esses entes participam da Comissão

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Estadual do Zoneamento, que é o órgão deliberativo máximo sobre esse produto

no âmbito do Executivo do Estado. No mesmo ano começou o planejamento do

zoneamento com um aporte de recursos do Banco Mundial, que é quem está

financiando esse primeiro começo desse produto que será criado para ser um

instrumento perene. Não se trata de um instrumento que será entregue e estará

pronto. Nunca estará pronto – sempre terá de ser aprimorado.

O que há no zoneamento? A ideia desse zoneamento ecológico-

econômico é diferente dos outros zoneamentos já existentes, que são

ambientais, feitos no âmbito do CONSEMA ou da FEPAM. Trata-se de um

zoneamento mais amplo. Pretende-se, com ele, casar várias camadas, digamos

assim, de informações para se elaborar um instrumento de planejamento para o

Estado, não só na parte do que pode e não pode ser feito com relação à questão

ambiental. Falo isso para descolá-lo um pouquinho dos outros zoneamentos

existentes: o zoneamento ambiental, da silvicultura ou do Litoral Norte, para

exemplificar o que temos. Esse é um zoneamento mais amplo. É um instrumento

de planejamento de todo o Estado, numa escala de um para 100 mil. É uma

escala bem grande. Então, ele é um macrozoneamento. O que está sendo

proposto com esse zoneamento, é colher informações e depois detalhá-las,

organizá-las e, de alguma forma, verificarmos em cada região o que é melhor

fazer, o que é mais difícil fazer, quais são as fragilidades na questão ambiental.

O zoneamento deverá ser um instrumento de gestão para a ordenação do

território. Assim, vamos juntar várias informações, dividir o Estado de acordo com

suas características ambientais, socioeconômicas – esse quesito só iremos

enxergar mais adiante – e, dentro dessas áreas, vermos como é melhor

desenvolver o Estado e proteger o meio ambiente, casando as duas coisas. É

para isso que serve esse instrumento. A construção do zoneamento é uma

ferramenta clara para que a sociedade e os empreendedores conheçam

previamente as peculiaridades, vulnerabilidades, potencialidades e exigências

ambientais para cada local e região do Estado. Isto é o que queremos fazer:

integrar o planejamento a todas as atuações do Estado. O que está acontecendo

no ZEE? Ele começou o contrato agora em fevereiro da empresa. Ele já começa

desde 2012, com o planejamento, sendo montados os arranjos institucionais,

quem dentro do Estado faz o quê, e um consórcio formado por três empresas.

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Venceu uma licitação internacional para se fazer esse primeiro produto do ZEE.

Ele não é o zoneamento. Esse zoneamento será sempre atualizado. Então,

agora, seria o grande aporte de dados. O que iremos buscar de informações são

quatro aspectos: informações do meio biótico, do meio físico, da

socioeconômica, os aspectos jurídicos e institucionais também. Ou seja, a parte

da natureza, como é que ela é, a parte da socioeconômica, em todas regiões do

Estado, as instituições e o que pode o que não pode, o que se tem de legislação

e instituições em cima desse território. Já passamos pelo planejamento do

projeto. Estamos indo para a parte de inventário, onde iremos colher essas

diversas informações e, depois, juntar tudo isso.

Dentro do Conselho Estadual de Meio Ambiente, que é uma forma de

participação da sociedade nesse produto, ele está sendo acompanhado desde

o começo, desde antes de iniciar o contrato. Então, a fase de planejamento do

trabalho está praticamente finalizada. Temos o auxílio direto da Fundação de

Economia e Estatística, que está fazendo parte da equipe técnica da Secretaria

do Meio Ambiente. Há técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, da Fepam, da

Fundação Zoobotânica e da Fundação de Economia e Estatística, que também

está fornecendo técnicos para a equipe técnica, como também das demais

secretarias, que estão nos auxiliando dentro da Comissão ZEE. Agora, está

aberto também para a indicação de técnicos para acompanhamento dos

produtos. Como ele é multidisciplinar, são necessários economistas, biólogos,

geólogos, quem entenda de administração, enfim, profissionais das várias áreas

de conhecimento. Precisamos da ajuda de todas as secretarias e instituições do

Estado, que têm a ver tanto com o desenvolvimento, quanto com a parte de meio

ambiente.

MÖLLMANN lembra que acontecerão oficinas participativas. Hoje, a

participação popular está mais focada no Consema e no Conselho de Recursos

Hídricos. No ano que vem, começarão as oficinas em todo o Estado.

O consórcio contratado irá buscar informações nas instituições. Iremos

informá-lo desses dados todos. Esse seria um produto intermediário, para mim,

é o mais importante desse zoneamento, que é um banco de dados onde todas

essas informações estarão casadas. Dados como fauna ameaçada, ou o

inventário energético das minas e energia, enfim, as informações sobre

desenvolvimento estarão relacionadas com as do meio ambiente, explicitando

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onde há ambientes frágeis, qual o lugar do Estado que mais precisa ser

desenvolvido, onde há mais deficiências nas questões de socioeconômicas.

Todos aqueles dados que conseguirmos captar devem constar nesse banco de

dados. Estamos nessa fase de inventário.

No Consema viemos trabalhando e, já identificamos várias instituições

que iremos visitar para buscar esses dados, além dos do Estado.

Será um banco de dados geográfico, ou seja, as informações que

constarem nele vão estar georreferenciadas. Algumas serão um pontinho, outras

podem estar por municípios ou por área. É multiescalar. Conseguiremos ter

várias informações georreferenciadas daqueles vários aspectos que permeiam

a nossa vida: o meio físico, biótico, socioeconomia, regras legais e as

instituições, quem faz o quê.

Será temporal, porque temos levantamentos antigos e mais recentes.

Poderemos observar alguma evolução. Será multiformato, que é a questão dos

vários tamanhos da parte de georreferenciamento.

Quem é da área técnica entende assim: se houver uma informação numa

escala de 1:10.000, será incluída assim e será feita a conversão para a escala

padrão. Tudo para se dispor de uma base de comparação razoável, num formato

do zoneamento ecológico-econômico de acordo com as regras nacionais, que

estipulam uma escala de 1:100.000.

Com aquelas várias camadas vamos conseguir elaborar várias análises.

Esse banco de dados servirá como instrumento de planejamento de políticas

públicas, de investimentos. Os dados poderão ser usados no licenciamento,

evitando reestudo. Também possibilitarão a execução de modelos bem mais

abrangentes. Na questão do meio ambiente, às vezes, há muita dúvida.

Precisamos de ciência e de informações para se poder avançar em alguns

pontos. Só dispondo do conhecimento de quais são as repercussões se

consegue evoluir nas questões ambientais, por isso esses estudos mais amplos

podem ajudar em todas essas questões, simplificando e obtendo um resultado

mais certo, uma análise técnica bem mais apurada.

A fase final é de confecção dos prognósticos, depois que montarmos

aquele banco de dados com todas as informações, de todos os lugares do

Estado, que conseguirmos reunir. Temos solicitado no Consema o acesso a

esses dados. Pedimos que, se alguma entidade for demandada, que nos auxilie,

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disponibilizando os dados e as informações, sejam ambientais ou econômicas,

os estudos, Isso será uma ferramenta aberta para todo o Estado, para todas as

secretarias, para as empresas, para o governo. É um banco de dados aberto.

Faremos, dentro do zoneamento, a fase de prognóstico. Qual é a ideia

desse zoneamento? É de que seja orientativo. Não irá conter verdades

absolutas; será um raio X, mostrando onde é bom investir, a forma melhor de

proteção, onde estão os ambientes frágeis. Por exemplo, para a agricultura, se

o local é um ambiente com arenização, será que vale a pena investir ali? Quando

conversarmos, apoiados em bases científicas, ninguém vai se opor e

desenvolvimento e meio ambiente usarão a mesma linguagem, pois não adianta

investir se vai acabar com o meio ambiente e não vai ser produtivo.

A partir de dados técnicos mais bem embasados, penso que

diminuiremos os conflitos nas áreas ambiental e do desenvolvimento econômico.

Trabalhando sobre bases concretas, terminaremos, na maioria das vezes,

falando a mesma linguagem.

Dentro do zoneamento, a função, tanto do Consema, quanto das

audiências públicas, será validar junto com a sociedade o diagnóstico que

fizemos. Coletamos todos os dados da região para verificamos se é

representativo ou não.

Nos órgãos envolvidos com o zoneamento, temos a equipe técnica da

secretária do Meio Ambiente, que é quem aprova tecnicamente os vários

produtos. A FEEE precisa ser incluída, pois fizemos um acordo de cooperação,

e já estão nos auxiliando. O trabalho é acompanhado pelo Consema, pelo

Conselho de Recursos Hídricos e a sociedade vai participar por intermédio de

oficinas e de outros meios que estamos planejando, para ver se os produtos que

estão sendo feitos contemplam todas as informações daquele meio. Com um

inventário bem feito, se coletamos adequadamente todos os dados,

conseguimos elaborar bons prognósticos. Se o inventário não for representativo

de todas as áreas, poderemos ter prognósticos desfavoráveis, ou que realmente

não refletem a realidade. Temos muita preocupação nessa fase de coleta de

dados.

Este espaço é excelente para divulgação do que estamos fazendo e,

para pedir que a sociedade nos auxilie, para depois termos um bom

planejamento.

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Aqui temos um cronograma. Tem dois anos. O primeiro contrato do

zoneamento começou em fevereiro. Tivemos dois meses para planejamento; já

vencemos esse prazo. E agora, estamos na fase do inventário. No ano que vem

é que terão início as audiências públicas propriamente ditas.

É um supercontrato. São sete atividades principais. Acho que já

aumentou o número depois que aprovamos o produto da empresa. Temos 687

sub-atividades, 720 dias, 52 profissionais do consórcio contratado, afora os da

equipe técnica que já está com mais de 20 pessoas e 37 perfis profissionais que

exigimos no edital. É um supercontrato e um produto muito bacana. Costumo

dizer que é uma virada de curso na parte de gestão ambiental. Paramos de falar

teoricamente, sem ter conhecimento do macro.

Normalmente, o licenciamento, que é um dos instrumentos da política,

observa mais pontualmente as questões. O zoneamento é outro instrumento da

política estadual do meio ambiente, embora no código conste só zoneamento

ambiental, esse aqui é um zoneamento ecológico-econômico. É um instrumento

que abrange as duas áreas – na verdade, três, acrescida a parte dos aspectos

jurídicos e institucionais –, que vai permitir que tenhamos uma visão bem mais

ampla. Vai possibilitar que, antes de se pensar em investir em determinado lugar,

antes de se montar um programa de governo, já se olhe para esses dados aqui,

para o que a sociedade colocou de prognóstico, o que se fez de combinado para

cada região, verificando para o que é propícia e quais suas fragilidades

ambientais.

Então, quando se for investir ali, já se tem conhecimento, já se sabe o

que é frágil e o que é adequado. Dentro dessa visão fica muito mais fácil fazer

um licenciamento, ou se decidir por investir ou não, pois já se consegue antever

a facilidade ou a dificuldade de cada uma das ações. Também as medidas de

proteção ambiental serão facilitadas, porque, a partir do momento, em que se

aponta as fragilidades ambientais, podemos procurar fazer programas

governamentais para incentivar boas práticas, ou pagamento por serviços

ambientais. Então, será uma ferramenta para diversos pontos ligados ao meio

ambiente.

O produto final desse contrato será um projeto de lei. Embora eu entenda

que o produto intermediário, que é o banco de dados já referenciados e os

prognósticos que se fizer, serão quase mais importantes do que a própria

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questão da regulamentação. Tudo isso é para ser um grande pacto social.

Sobre esse projeto de lei ao final, deveremos discutir de que forma se

vai implementar o que for decidido nesse zoneamento. As políticas de governo

terão de considerar o zoneamento; como será atualizado; como será

acompanhado. Ao final, quando tivermos o produto desenhado, é uma

experiência no Brasil inteiro. Não existe uma receita pronta. Teremos de

trabalhar e conversar muito. Estamos fazendo isso no Consema e queremos

ampliar esse debate. Precisaremos discutir como vamos utilizar essa grande

ferramenta e implementar as estratégias para implantação legal do zoneamento.

Isso será visto ao final, depois de se desenhar todo o quadro do Rio Grande do

Sul, e certamente a Assembleia estará acompanhando. Quando chegarmos a

esse ponto, já poderemos ter uma ideia de implementação legal desse

instrumento que pode facilitar a questão referente a programas de governo, a

licenciamento, enfim, de todas as políticas públicas e dos investidores privados

também.

Este é o zoneamento. Sou uma entusiasta dele. Acho que é um grande

desafio. Estamos tentando fazer o meio ambiente ver a economia e vice-versa,

fazer todos se enxergarem todas as informações disponíveis. Vamos sentar e

conversar, debatendo casos concretos. Acredito que os conflitos serão muito

reduzidos com a utilização dessa ferramenta.

Temos um blog que vem detalhando as principais atividades. O nome é

zeers.blogspot. Se quiserem seguir, ali constam os passos principais da

construção dessa ferramenta, que ainda levará de um ano e meio a dois anos

para ficar pronta.

A Sra. Magda Creidy Satt Arioli, bióloga, e conselheira do Conselho

Regional de Biologia da 3ª Região, agradece e enaltece a participação do

Conselho Regional de Biologia nas discussões em pauta.

O Sr. Delmar Sittoni, representante do Núcleo Estadual ODS-RS, se

diz satisfeito com a apresentação da SEMA; afirma que o art. 2º do Código deve

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ser posto em prática; deseja que as informações do zoneamento sejam

atualizadas periodicamente.

O Sr. Eduardo Stumpf, engenheiro agrônomo e membro do

Consema, Sugere que o art. 15 do Código do Meio Ambiente seja alterado,

passando a constar como Zoneamento Ecológico Econômico; sugere que o

pagamento de serviços ambientais seja incluso no código; questiona como o

Código Ambiental irá tratar o seu alinhamento com as demais legislações

ambientais; demanda atenção para as unidades de conservação do Estado.

A segunda sugestão é a inclusão da previsão do pagamento dos

serviços ambientais, nos próprios instrumentos da Política Estadual do Meio

Ambiente. A justificativa é que a nossa Constituição Estadual, no artigo 259, §

único, já dispõe que a lei criará incentivos especiais para a preservação das

áreas de interesse ecológico em propriedade privada. Isso pode ser traduzido

por pagamento de serviços ambientais, que é uma técnica que está em

desenvolvimento. No âmbito federal tramitam dois projetos de lei, o nº 1274 e o

nº 1326, de 2011, para instituir a Política Nacional de Pagamentos por Serviços

Ambientais e alguns estados já a tem instituída. Os projetos de lei propõem criar

um fundo federal para o pagamento de serviços ambientais, assim como

propõem vedar o pagamento de serviços ambientais por meio de remuneração

monetária com recursos públicos em APP e RL. Então minha sugestão é a de

que, no Código Ambiental, conste o inciso com a previsão do pagamento de

serviços ambientais como um instrumento e, posteriormente, a Assembleia

Legislativa se debruce sobre o assunto para o Rio Grande do Sul construir o

pagamento de serviços ambientais.

O terceiro assunto é uma orientação. Na medida em que estamos com

o intuito de fazer um aperfeiçoamento do Código Ambiental do Estado do Rio

Grande do Sul e estive lendo, pois sou um estudioso de legislação, e verifiquei

que o sistema ambiental é muito grande.

Temos o sistema de proteção ambiental, onde estamos com o código

mais afeito, mas também temos outros sistema paralelos, que é o Sistema de

Recursos Hídricos, onde temos os comitês de bacia, temos os planos de bacia

hidrográfica, que a secretária e presidente do conselho esqueceu de falar que

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eles têm um trabalho muito bom para ser aproveitado no zoneamento. Também

temos o sistema de unidade de conservação do Estado, o sistema de

saneamento ambiental o sistema de resíduos sólidos.

O Código e todos esses sistemas tem uma legislação própria e o Código

Ambiental tem alguns artigos que se referem a isso, por isso gostaria de uma

orientação no sentido de como o Código Ambiental irá abarcar esses assuntos.

O exemplo que podemos dar é de que a lei 6.938, de 1981, que cria o

Sistema Nacional de Meio Ambiente, trata da servidão ambiental. No momento

em que o Código Florestal brasileiro foi alterado, a servidão ambiental foi

incorporada e houve algumas modificações no Código Florestal.

Então, o Código Florestal incorporou a servidão ambiental como cota de

reserva ambiental, que seriam aquelas áreas, além de APP e de reserva legal,

que tem vegetação remanescente e tem importância e o produtor rural poderá

instituí-la como cota de reserva ambiental, podendo oferecer a outros

agricultores como reserva legal, pensando que, talvez, essa área sejam as áreas

de objeto do Pagamentos por Serviços Ambientais – PSA.

Para fazermos as demais sugestões de todas as entidades que estão

aqui participando gostaríamos de uma orientação legislativa de como a

Assembleia pretende trabalhar com o Código Ambiental e com os outros cinco

sistemas ambientais.

O Sr. Eloí Flôres, Diretor da Secretaria Estadual da Educação, afirma

que o planejamento deve levar à aplicação das boas práticas com foco, de modo

orientativo e legal.

O Sr. Ronaldo Torres, Ativista do Movimento Cidadanista, questiona

quem dará suporte técnico caso a Fundação Zoobotânica seja extinta.

O Sr. Maximiliano Finkler, representante do Sindicato dos

Engenheiros do RS, acredita ser precipitado qualquer eventual alteração nos

códigos; atentar para que ao alterar determinado ponto, não haja reflexo negativo

em algum outro.

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O Sr. Beto Moesch demonstra preocupação para que não haja

retrocesso nas questões ecológicas; os códigos visam o equilíbrio da atividade

econômica com o meio ambiente; crítica ao desenvolvimento e fomento de meios

de produção de energia “sujos” (carvão, hidroelétrica); apoio à energia eólica e

fotovoltaica (solar); estímulo à pesquisa e apoio às energias renováveis; não vê

necessidade de alteração dos Códigos, mas sim sua aplicação prática; afirma

que os Códigos fomentam a economia e não meramente protegem o meio

ambiente.

O Sr. Daniel Martini, representante do Ministério Público, afirma que

o Zoneamento Ecológico Econômico será um importante instrumento para a

gestão de licenciamento; crítica à dificuldade de sanção na forma de multas às

entidades autuadas; omissão do Estado na elaboração de Políticas Públicas

Ambientais; sugere que é inoportuno discutir eventual alteração no Código

Florestal Estadual, devido às ADIN que tramitam no STF contra o Código

Florestal Nacional alterado em 2012, bem como a temática do licenciamento

ambiental; entende que o Código do Meio Ambiente Estadual pode ser

aprimorado no que tange ao PSA, sendo regulamentado por Lei ordinária;

defende a inconstitucionalidade do Decreto regulador do Bioma Pampa, pois o

mesmo não poderia ter sido regulamentado por Decreto, mas sim por Lei;

entende necessário fortalecer os instrumentos de planejamento e órgãos de

fiscalização ambiental.

O Sr. Alcebíades Santini, representante da Agergs, faz crítica ao fato

de o interesse econômico se sobrepor ao interesse coletivo; todos os setores

devem ser ouvidos; educação e fiscalização são fundamentais.

A Sra. Lisiane Becker, representante do Instituto Mira-Serra,

questiona a legalidade do convênio Estado/Município no que diz respeito à Mata

Atlântica; propõe a criação de um centro de reabilitação de animais silvestres.

O Sr. Clebes Pinheiro, representante da Associação dos Servidores

da Fepam, demonstra preocupação com possíveis alterações no Código

Florestal Estadual e nos processos de licenciamentos.

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O Sr. Alfredo Ferreira, representante da Agapan, evidencia

preocupação com o setor ambiental como um todo; falta aplicação e fiscalização

das leis existentes.

A Sra. Ilse Boldrin, representante da UFRGS, entende que deveria ser

denominado Código da Vegetação Brasileira, e não Código Florestal, pois as

florestas transcendem as fronteiras nacionais; afirma que o Bioma Pampa é

desconhecido pela população.

O Sr. Fernando Bernál, representante do Corede Jacuí-Centro,

salienta a distinção entre o meio rural e o meio urbano; afirma que há

concentração de pessoas no meio urbano sem o devido estudo do impacto

ambiental e da sustentabilidade.

O Sr. Ivo Lessa, representante da Farsul, afirma que há necessidade

de adequação da legislação Estadual à Federal.

O Sr. José Pedro Rebés Lima, pró-reitor adjunto de Pesquisa da

Unipampa, expõe que ficam à disposição para o que for necessário.

O Sr. Geraldo Mário Rohde, pesquisador da Cientec, disserta que o

problema da licença prévia será estancado com a implementação do

Zoneamento Ecológico Econômico, principalmente quanto aos

empreendimentos de grande porte, pois se tornará mais ágil.

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2.3 REUNIÃO DIA 30/05/2016

O Sr. Nestor Bonfanti, vice-presidente da Fetag, disserta que deve

haver tratamento diferenciado para os pequenos produtores; Valorizar

financeiramente a manutenção do meio ambiente por parte dos produtores

rurais.

É mais um debate que se faz necessário para aprofundar esse tema e discutir aquilo que, de fato, melhor representa e que deverá acontecer,

principalmente, em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais e dos agricultores familiares, que, neste momento, são representados pela FETAG/RS.

Existem três pontos que achamos importantes para o debate, a fim de

aprofundar os temas:

1. Inicialmente, acredito que seja o regramento do decreto do bioma

pampa. Temos que ter muita brevidade e muita profundidade

nesse regramento, dentro do Código, para que se tenha segurança jurídica.

2. Outro tema que nós temos que começar a trabalhar é o Pagamento por Serviços Ambientais - PSA. É muito bonito que

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todos tenham que preservar, e é necessária a preservação. Agora

quem preserva? O agricultor familiar, principalmente. Ele não pode estar preservando da propriedade dele para toda a sociedade sem ter um retorno financeiro. Afinal de contas, quando

falo em agricultor familiar, se trabalha com a média de 12 a 16 hectares aqui no Estado. Então, aqueles agricultores familiares que preservam além do que a lei indica que tem que preservar,

que tenha que ter um pagamento ambiental por ele estar ajudando o meio ambiente, não só do meio rural, mas de toda a população.

3. Outro ponto que gostaríamos destacar é para que haja um

tratamento diferenciado, na questão ambiental, dos pequenos

produtores frente aos demais. Não podemos ter a mesma visão de quem tem mil hectares e de quem tem 12 hectares. Nós temos que ter um olhar diferente, com mais carinho, com mais zelo para

essas famílias, principalmente das pequenas propriedades, agricultores familiares.

O Sr. Eduardo Condorelli, representante da FARSUL, expôs as

seguintes questões:

Entende que diversos dispositivos dos códigos em pauta não podem ser

aplicados na realidade, mesmo que venham a ser regulamentados, pois

foram constituídos em uma época que havia outra realidade;

Código Florestal: Afirma que diversos artigos do Código Florestal não são

expressos de forma clara; Determinados conceitos presentes no código

não estão alinhados com as demais legislações relacionadas ao meio

ambiente; A obrigação da reserva de 10% é impraticável em algumas

regiões do estado;

Código do Meio Ambiente: Crítica ao período de licença de 4 anos,

enquanto que em outros estados é aplicado 10 anos; Determinados

dispositivos do código não alinham-se às demais legislações ambientais;

Pondera melhores garantias (indenização) para os produtores que

sofrem desapropriação para a criação de unidades de conservação;

Questiona a possibilidade de criação de novas APPs, na medida em que

o Código Florestal Federal não prevê tal prerrogativa; Entende que o art.

22 do código é impraticável;

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Ambos os códigos devem ser revistos pontualmente para que possam

ser implantados na sociedade.

O Sr. Júlio Cesar Salecker, diretor da CERTEL

Como um dos diretores da CERTEL, uma Cooperativa de Infraestrutura

do Rio Grande do Sul encontro dificuldade em repor a compensação do rebrote

florestal, pois entendo ser feita em duplicidade quando ocorre apenas a

manutenção da rede, onde a compensação já foi efetuada no momento da sua

implantação. Trabalhamos na parte de energia e comunicação e somos a maior

e mais antiga cooperativa de infraestrutura do Brasil. Somos bem pequenos, mas

entre as cooperativas somos a maior e a mais antiga.

O que trazemos no ramo do cooperativismo de infraestrutura, por meio

da CERTEL, é a questão das obras lineares de utilidade pública quando falamos

das redes elétricas, seja de transmissão, de distribuição, seja uma rodovia, seja

de distribuição de gás, de saneamento e obras de telecomunicação, que são

obras que precisam de uma faixa de domínio, porque muitas vezes, quando são

obras aéreas, elas têm que fazer a devida supressão da sua faixa de domínio.

Há muitos e muitos anos tem ocorrido discussões, dentro das empresas

que trabalham com isso, na busca de alternativas quando na implantação de um

projeto deve-se fazer a devida reposição florestal obrigatória.

Eu nem vou questionar se essa reposição está correta ou não, mas ela é

feita e dali a dois, três anos ou um ano e meio ocorre a brotação dentro dessas

áreas. Depois, simplesmente se faz a manutenção dessas áreas cortando essa

brotação e, novamente, pela legislação ou pela interpretação da legislação

vigente, somos obrigados, de novo, a fazer uma reposição florestal daquelas

mesmas árvores que já vinham sendo compensadas quando a obra foi

implantada.

Para vocês terem uma ideia, podemos dizer que nos 48 Municípios de

atuação da CERTEL já não temos mais onde plantar árvores, já não temos mais

parceiros para plantar as árvores, não temos mais quem aceite mudas para fazer

a reposição florestal.

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Hoje existem muitos estudos do quanto a nossa mata nativa já cresceu

em relação a essa questão. Por isso, o custo tem se tornado muito elevado para

as obras de utilidade pública, que acabam levando um produto de necessidade a

toda nossa população. E isso nos parece totalmente injusto, posto que a

compensação já foi feita quando da implantação do projeto e não há necessidade

de fazer compensação, de novo, só porque se faz a manutenção.

Eu trouxe esse ponto específico, embora pareça que ele não é tão

importante. Mas se pegarmos a faixa de domínio de 15 metros e multiplicarmos

pela extensão de redes de comunicação, de energia, de gás e de saneamento,

isso dá uma área bem interessante dentro do Estado onde está sendo feita a sua

reposição.

Nós estamos fazendo a reposição durante a implantação dos projetos,

que pode ser na compra de áreas ecologicamente semelhantes e as

disponibilizando na compensação de 15/1, conforme o tamanho do diâmetro de

corte dessas árvores ou do rebrote dessas árvores. Mas não estamos

questionando a legislação.

E o que isso afeta a população e por que isso precisa ser trazido a esta

Casa? Gente, quando pisca a luz nas nossas casas ou quando ficamos sem

energia, 93% da falta de energia tem a ver com árvore tocando na rede. Isso

atinge a todos nós, sim, esse é um ponto que tem que ser resolvido, fora isso o

ambiente é esse e fica a nossa sugestão.

Nem dá para dizer que isso seja alterado, porque está muito mais para

uma má interpretação do que como está escrito, mas esse rebrote tem que ser

de novo compensado. Mas como não está escrito, nem dito nem não dito, acaba

se achando que deve haver compensação no rebrote, de novo.

O Sr. Marco Antônio Hansen, Representante da UNIPAMPA,

vislumbra conflito nas terminologias empregadas nas legislações

estaduais e federais. A questão de terminologia, sinônimos, similares e

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contraditórios entre a legislação federal e a estadual assim se apresenta

em várias legislações e resoluções.

Realmente, eu penso que deve haver um olhar atento para isso,

porque talvez nós tenhamos uma das maiores legislações do mundo em

questões ambientais.

Mas, internamente, pela quantidade e diversidade, ela se torna

um tanto quanto contraditória em alguns aspectos ou até impeditiva para

que alguns setores avancem, ou é muito ou pouco restritiva.

Na Unipampa, por meio da pró-reitoria de pesquisa, pós-

graduação e inovação, está sendo feita uma compilação das

contribuições de especialistas dos diferentes 65 cursos de graduação da

Universidade Federal do Pampa, onde várias pessoas estão trabalhando

e de debruçando para contribuir com proposições e sugestões de

melhorias dentro desse contesto.

Portanto, a Unipampa é parceira nessas questões e vai

continuar trabalhando cada vez mais em prol do meio ambiente. Até pela

minha própria formação, que sou geólogo, e do Dr. Adam, que é

engenheiro de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, temos um

olhar atento a essas questões.

Esse foi um tema que me interessou particularmente já que trabalhei

com zoneamento ecológico-econômico em outros Estados, como Sergipe,

Maranhão. Penso que temos a contribuir dentro deste contexto.

O Sr. Walter Fichtner, representante da Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul, salienta que o debate em pauta veio em boa

hora, visando o desenvolvimento sustentável; Preocupação quanto a vigência da

licença de apenas 4 anos; Pondera a equiparação com a legislação federal;

Entende ser demasiada a distância de 10 km das Unidades de Conservação

para a liberação de licenças.

Esta subcomissão, do nosso ponto de vista, vem em boa hora e

entendemos que todas as políticas e ações a serem realizadas na busca

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do desenvolvimento sustentável devem ser revisadas, passando pelo

período de amadurecimento e assimilação por parte de todos os

envolvidos: Setor público, privado e a sociedade em geral.

No âmbito da FIERGS, dentro do período de tempo estipulado por

esta comissão, que foi pouco, tentamos buscar o maior número de

contribuições possíveis.

Para isso, contamos com o apoio dos conselheiros do Conselho

do Meio Ambiente e Sustentabilidade, da FIERGS, – Codema, que eu

coordeno e é integrado por representantes de sindicados, indústrias e

especialistas na área ambiental.

No tocante às contribuições, identificamos pontos comuns vindos

de todos os setores da indústria do Estado, mas basicamente dois setores

são unânimes e merecem ser citados. Fundamentalmente, embora já

citados aqui, repito que, devido a sua importância, a questão da vigência

das licenças, em especial a licença de operação, que no Rio Grande do

Sul, como bem disse o Condorelli, é de quatro anos, enquanto que no

resto do País e pela Lei nº 237/97, do Conama, poderá ser de até 10 anos.

Isso, do nosso ponto de vista, é um atraso, como bem disse o

Condorelli, porque afasta o investimento, razão pela qual esta e outras

leis citadas também pelo colega Marco, o Rio Grande do Sul se diferencia

da lei nacional.

Penso que essa é uma das causas do baixo desenvolvimento do

nosso Estado em detrimento de outras unidades federativas, que

buscaram fazer atualizações e flexibilizações na busca do

desenvolvimento.

Uma outra questão importantíssima, que foi unânime entre todos

os sindicatos, é a relativa às autorizações exigidas no licenciamento

ambiental quando a atividade ou o empreendimento está localizado num

raio de 10 quilômetros de uma Unidade de Conservação.

Pelo Código Estadual do Meio Ambiente, essa autorização deve

ser dada pelo gestor da unidade para todos os licenciamentos num raio

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de 10 quilômetros, sem exceção. Se tomarmos como exemplo o Município

de Porto Alegre, veremos que o mesmo é afetado por oito unidades de

conservação nesse raio de 10 quilômetros. Então vejam a dificuldade de

alguém buscar um licenciamento só em Porto Alegre. Aqui também

sugerem a equiparação com a legislação federal. O Brasil inteiro, por meio

da Lei nº 428/2010, do Conama, prevê que somente o licenciamento de

empreendimentos de significativo impacto ambiental, aqueles sujeitos a

EIA-RIMA, que possam afetar a unidade de conservação num raio de até

três quilômetros, devem pedir autorização, enquanto que no Rio Grande

do Sul, independentemente da atividade exercida, são 10 quilômetros – o

que causa um grande transtorno.

Nós chamamos a atenção para esse dois aspectos porque foi

uma unanimidade entre todos os sindicatos e conselheiros consultados.

Igualmente fizemos a nossa lição de casa para o Código Florestal

Estadual. Nesse caso, as contribuições foram dadas pelo Comitê de Base

Florestal e Moveleira da FIERGS, que é formado por entidades dos

sindicatos da base florestal moveleira.

As nossas contribuições foram diversas e nós já encaminhamos

à Assembleia Legislativa, por meio de modo digital mas que estão aqui à

disposição. Espero que esta subcomissão venha realmente trazer

avanços para que possamos buscar um desenvolvimento maior.

O Sr. Alexandre Bugin, Presidente da ABES-RS,

A ABES, a partir do momento em que iniciaram as atividades

desta subcomissão, junto aos associados, começou um trabalho em

conjunto para buscar sugestões de revisão.

Para quem não conhece, a ABES é uma associação técnico-

científica que congrega os profissionais do setor de saneamento

ambiental que atuam no Estado, tanto no âmbito privado, como no

público.

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Fizemos com bastante detalhe, artigo por artigo – e

encaminharemos esse material à subcomissão – um documento

introdutório de apresentação de que gostaria fazer a leitura, no sentido de

a gente está chamando a atenção para alguns pontos que entendemos

serem importantes a serem considerados.

A ABES não concorda com qualquer proposta de alteração ou

simplificação do processo de licenciamento ambiental que eliminem os

estudos ambientais necessários para adequada análise de viabilidade de

empreendimentos, causadores de impacto ambiental, e a implantação

deles com a menor alteração do meio ambiente.

Somos favoráveis à revisão proposta, objetivando o

aperfeiçoamento e adequação às legislações em nível federal e estadual,

posteriores ao código.

É nosso entendimento que o código carece de adequações e

melhores definições técnicas em alguns temas, objetivando eliminar ou

reduzir as diversas interpretações que provocam insegurança jurídica

para a sociedade: cidadãos, empreendedores, técnicos dos órgãos

licenciadores e técnicos consultores responsáveis.

Entendemos que o código deve incorporar como ferramenta de gestão

ambiental os planos municipais de saneamento e de resíduos, os estudos de

avaliação ambiental integrada, o zoneamento ecológico-econômico. Esses

estudos devem balizar e regrar a viabilidade ambiental, os tipos de

licenciamentos necessários e os níveis de estudos a serem exigidos.

Entendemos ser necessário também revisar as restrições das atuações

dos profissionais, dos técnicos que atuam no setor ambiental, principalmente a

prevista no art. 76.

A ABES-RS ratifica seu compromisso por estatuto em participar de

processos desse caráter, buscando sempre contribuir para o desenvolvimento

da nossa sociedade. Estamos à inteira disposição desta subcomissão para o

diálogo necessário para o bom resultado desse trabalho.

A Sra. Marília Longo do Nascimento, representante da OAB-RS,

considera importante a revisão da legislação; Destaca a falha na gestão

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ambiental como um todo; Importante tratar separadamente cada código; O

Bioma Pampa deve ser abordado pela legislação.

Com certeza, não iremos perder esta oportunidade. Não trouxemos o

nosso documento final. Dentro da OAB, existe a Comissão de Direito Ambiental,

que é composta, na sua maioria, por advogados que atuam na área do Direito

Ambiental. Todos se comprometeram em trazer contribuições. Estamos as

colhendo. O mais breve possível, espero que, até o dia 10, possamos enviá-las

detalhadamente dentro do documento.

Pontualmente, ouvindo todas as contribuições, vou reforçar o nosso

entendimento, no sentido de que, sim, cabe uma revisão, que é necessária. As legislações federais posteriores trouxeram diversos outros regramentos que ficaram contraditórios com o nosso Código Estadual, questões conceituais, por

exemplo, o conceito de zoneamento ecológico-econômico. Temos, no âmbito federal, algumas normas que trazem planos,

programas, sistemas, mas tudo tem de ser implementado. Não adianta fazermos

como se já estivesse acontecendo a estruturação de um zoneamento ecológico-econômico no Estado, se ele não for efetivo. Esse zoneamento tem de sair do papel.

Quando o empreendedor for lá apresentar o seu pedido de licenciamento ambiental, é preciso que já existam instrumentos disponíveis para lhe dar capacidade de implementar um processo de licenciamento mais seguro, talvez

mais ágil. Para essa questão da gestão ambiental ser realmente atualizada, precisa passar por todos esses instrumentos.

Queria pontuar a importância de se tratar de forma separada as duas leis. Devemos trabalhar o Código Estadual do Meio Ambiente e o Código Florestal.

São legislações distintas, em relação às quais devemos ter o cuidado ao colocá-las em prática.

Reforço aquilo que foi dito em relação ao decreto do bioma pampa. Entendemos que ele precisa ser trazido para dentro de uma lei. Muitos dos temas que foram abordados, como o decreto, devem ser trabalhados no Código

Florestal, sim, dentro de uma lei, que é o instrumento adequado para tratar de alguns dos temas referidos pelo decreto.

O Sr. Antônio de Borba, representante da EMATER, estou neste

momento representando o presidente da nossa instituição e trazendo essa visão

de acompanhamento, por enquanto, do que está sendo debatido, das posições

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de cada instituição, procurando observar, de forma equilibrada, quais são os

possíveis encaminhamentos com relação a necessárias modificações, alterações,

mas tendo sempre muito cuidado, sabendo que, como foi falado antes, já existe

uma legislação.

Assim, é necessário que sejam implementadas as políticas, que essa

legislação seja praticada, realmente, e, dessa forma, procurarmos, no que for

necessário, fazer as alterações que mantenham o básico da legislação, que é o

cuidado e proteção ao meio ambiente, sem que isso prejudique as comunidades

rurais e os empreendedores, que também precisam do desenvolvimento. Essa é

a nossa posição.

O Sr. Juarez Petry, Presidente do Sindicato Rural de Tapes, falo em

nome do Sindicato Rural de Tapes, que é uma célula filiada ao Sistema FARSUL.

Queria manifestar uma grande preocupação que existe do produtor da base do

sistema produtivo quanto a essa questão da contrapartida dos produtores,

justamente para aqueles que estão contribuindo com uma parte de suas

propriedades para a preservação ambiental, o que beneficia toda a sociedade.

Assim, que haja uma compensação financeira, porque, de qualquer

forma, em função da legislação, teremos de abrir mão de uma parte da nossa

área de produção.

Outro fator que gostaria de ressaltar, e é uma preocupação recorrente

dos produtores, é a competitividade. Pessoas que falaram anteriormente, em

nome de suas entidades, já destacaram a maneira diferente da legislação do Rio

Grande do Sul em relação à legislação federal. É para isto que estamos reunidos

aqui: para compatibilizar.

Sugiro que seja tema de debate na própria Comissão do Mercosul da

Assembleia Legislativa o cuidado muito especial que devemos ter com a

legislação, tanto nacional, como a nossa estadual, para que não restrinjam o

produtor brasileiro em relação aos concorrentes do bloco ao qual pertencemos,

que é o Mercosul.

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Então, a legislação ambiental que estiver em vigor aqui dentro do Brasil

– o Código Florestal e todas as limitações decorrentes, vamos dizer assim – não

pode estar em desacordo com os nossos concorrentes do Mercosul, porque, do

contrário, poderá nos tirar a competitividade. Assim, que se atente para a

legislação que existe no bloco do Mercosul para que não se crie um

descompasso muito grande.

O Sr. Tulio Carvalho, representante da Fundação de Economia e

Estatística, Gostaria de dizer que este espaço criado aqui foi fundamental, para

que se consiga realmente aprofundar questões de interesse da sociedade como

um todo. Todos os setores da sociedade estão aqui representados e discutindo

o tema. Isso é o mais importante. Ninguém sairá daqui como entrou. Nunca se

termina uma reunião igual ao que se começou. Sempre se avança. Acredito na

evolução, tanto dos ecossistemas, como da própria sociedade. Os sociólogos

não gostam de falar em evolução social, mas não sou sociólogo, e sim

agrônomo, da Fundação de Economia e Estatística.

Estamos passando por um momento excepcional, digo isso com a maior

tranquilidade. Trabalho no serviço público há 43 anos e conheço desde o

governo Amaral de Souza até hoje. Digo, com certeza, que estamos passando

por um momento excepcional dentro da estrutura da nossa instituição.

A nossa instituição já vinha trabalhando com a questão do

desenvolvimento num olhar como um todo, só que agora ela aprofundou esse

olhar e está estruturando grupos de trabalho, em que está olhando, com mais

atenção, esse equilíbrio, no mínimo, no tripé ambiental, econômico e social.

Temos sociólogos, cientistas políticos, geógrafos, agrônomo – o único

agrônomo da Fundação, remanescente dos antigos quadros.

Estamos trabalhando nisso e, felizmente, os espaços estão sendo

dados. A Secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini,

articulou, politicamente, a presença da Fundação, tanto na Comissão Estadual

do Zoneamento, como dentro do Grupo de Trabalho do Zoneamento, assim

como articularam aqui dentro também e em outros segmentos.

Hoje, a Fundação está colocando aquela terceira questão fundamental,

mas, dentro dela, olhando as outras questões.

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Só teremos competitividade se tivermos qualidade e organização no

sistema de produção. Fala-se em custos, mas, muitas vezes, estamos tendo um

prejuízo e um custo maior degradando do que não degradando. Isso tem de ser

olhado.

O meio ambiente não pode ser entendido como um problema, mas como

uma solução. É essa a percepção.

Há novos estudos sendo propostos, que estão começando, e aqueles

aos quais está sendo dada continuidade – o deputado me olha e sabe que

tivemos muitas e belas discussões.

Com relação à questão do fogo, na época, o ranço que tínhamos na

questão ambiental era tremendo. Tínhamos que fazer aquilo e não tinha como

ser diferente lá.

Agora sabemos que, hoje, temos de repensar tudo o que fizemos, assim

como a nossa instituição, assim como eu e todo mundo, temos de repensar.

Hoje, não podemos imaginar radicalizar na questão ambiental, na

questão social ou na questão econômica. Temos que buscar o que é melhor e

sermos competitivos. O Rio Grande do Sul pode ser uma grife, como já o fomos

várias vezes, desde a época do Lutz.

O Sr. Hilário Eidelwein, Secretário do Meio Ambiente de Estrela, em

nome dos dirigentes municipais do meio ambiente, queremos parabenizar essa

comissão e reforçar o que já foi dito, fazendo um apelo todo especial.

Hoje, parece-nos que está muito socializada a questão da preservação

e da individualização da preservação.

O que quero dizer com isso? Represento o Vale do Taquari, cuja média

das propriedades é de 12 hectares e algumas chegam a 50, o que é muito raro.

Temos que produzir e sustentar a nossa família nessa área de terra e, muitas

vezes, temos duas nascentes, um córrego de 5 metros que passa na metade.

Não é que o nosso produtor, muitas vezes, não queira preservar. Ele

tenta preservar, mas quem paga e ajuda a pagar essa preservação? Um fato

muito relevante para nós, municipalistas, seria o pagamento pela preservação

ambiental.

Em nome dos dirigentes do Vale do Taquari, também gostaria de fazer

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a nossa singela contribuição. Muito obrigado por esta oportunidade.

O Sr. Anderson Belloli, representante da Federarroz, Represento a

Federarroz, uma entidade que, como o próprio nome refere, representa os

arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul.

Quando se fala em arrozeiros – dia desses estávamos na OAB

conversando sobre isso –, estamos falando, predominantemente, da parte Sul

do Estado do Rio Grande do Sul, considerada a porção mais pobre do Estado,

grosseiramente falando.

Gostaria de saudar o Juarez Petry, pois ele é, sim, um arrozeiro e

entende muito bem o que direi. Sou advogado e poderia fazer diversas

considerações acerca da legislação ambiental vigente no País e também no

Estado, todavia me parece que o ambiente não é o mais adequado, tendo em

vista a complexidade a que isso se reporta.

O pessoal das federações fez algumas considerações, as quais endosso

e, evidentemente, irei me filiar no momento adequado.

Falando aqui não somente como advogado, mas como um dos diretores

da Federarroz, digo que temos de estar cientes de que precisamos ter

maturidade, equilíbrio e responsabilidade naquilo que estamos propondo aqui.

Caso os senhores imaginem que ouvirão da Federarroz um discurso

liberal, defendendo apenas o lucro, irão se surpreender, na medida em que

dependemos, sim, do meio ambiente.

Ninguém é tão preocupado, data máxima vênia, com o meio ambiente

como estes senhores, que tiram da terra não apenas o seu sustento privado das

famílias, o que é extremamente fundamental.

Sob minha guarda tenho pequenos, médios e grandes produtores,

empresas rurais e familiares e pequenas propriedades. Represento aqui

diversas regiões do Estado.

O que estou dizendo é que precisamos, efetivamente, padronizar a

legislação, não esquecendo que defendemos, veementemente, o que ficou muito

claro.

Gostaria de saudar o Alexandre pelo trabalho que vem desenvolvendo e

porque tem sido um parceiro incondicional, o que reflete aqui o momento que

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precisamos viver de compreensão de que não estamos mais em uma

democracia representativa, mas, sim participativa, na qual precisamos, sim,

conciliar esse interesse.

A Federarroz está, sim, muito consciente desse dever holístico, que

deve, sim, fomentar, constantemente a preservação do meio ambiente.

O que solicito aos senhores é maturidade, cautela, parcimônia, diálogo

e se despir de juízos prévios, que causam tantos prejuízos a alguns debates.

É fundamental que avancemos. Depois de, no mínimo, 13 anos de um

debate na esfera federal, precisamos, sim, preservar alguns avanços para que

não seja retirada, minimamente, a competitividade do Estado, que é tão

deslocado, logisticamente, em relação ao restante do País.

É fundamental, senhores, que tenhamos, sim, a cautela necessária para

que não inviabilizemos, completamente, a produção – falando, agora,

especificamente do arroz –, que está totalmente alijada de lucro.

Falo, sim, de qualidade de vida. Falo de uma parte do Estado que

alimenta praticamente sozinha o Brasil no que diz respeito ao arroz. É disso que

estamos falando.

Não trouxe nenhum discurso pronto, aqui. Não tenho o objetivo de tocá-

los de alguma forma.

Atravessem a ponte do Guaíba ou se dirijam à praia para curtir o final de

semana e os senhores verão exatamente do que estou falando: a produção de

alimentos. É disso que se fala, deputado. É algo muito mais sério do que parece.

Aqui, ressalto sobretudo o trabalho da Fetag, com quem temos mais

contato, e da Farsul, no sentido de praticamente exigir dos produtores o

constante atendimento às regras ambientais. As coisas mudaram.

Esse é o recado e o apelo que faço. Sentem e dialoguem, pois isso é

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43

fundamental para que tenhamos as mínimas condições de cumprir o objetivo de

cada produtor rural, que, sobretudo, é levar, minimamente, algumas riquezas

para algumas regiões tão pobres do Estado.

Estamos falando aqui não somente de questões ambientais, sociais e

privadas desse tripé, mas de produção de riquezas, emprego e tributo para

manter o Estado funcionando.

Deputados, esse é o único recado que tenho para passar hoje. Ele foi

trazido de Alegrete, de Dom Pedrito, de Santa Vitória do Palmar e das pequenas

cidades de depressão central. Os produtores plantam, sim, 16, 8, 10, 15 e 20

hectares.

Com todo o respeito, pois sou daqui de Porto Alegre, cresci na Osvaldo

Aranha e sei bem do que estou falando. Muita gente não sabe o que se passa

lá.

Estão equivocados se acham que produtor anda de Hilux e tem rios de

dinheiro. A realidade é bastante diferente.

Deixo este apelo fundamental no sentido de que nós dialoguemos, para

que possamos respaldar, minimamente, a realidade na legislação, que, como

bem referiu o Condorelli, é impraticável.

A Sra. Maria Conceição Carrion, representante do Movimento

Gaúcho de Defesa do Meio Ambiente, preocupa-se com o retrocesso

ambiental.

O Sr. Delmar Sittoni, secretário executivo do Núcleo Estadual dos

ODS, sugere a implantação do sistema de informações para que possibilite a

análise de dados por desempenho, baseado em indicadores; O tema das

mudanças climáticas deve ser levado em consideração.

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44

O Sr. Ivo Lessa, presidente da Sociedade de Agronomia - SARGS,

alerta para o alinhamento entre o crescimento econômico e a proteção

ambiental.

O Sr. Eduardo Stumpf, agrônomo e membro do CONSEMA,

demonstra preocupação para que os distintos sistemas ambientais estaduais

mantenham-se interligados; Construir a legislação conectada com a realidade;

Sugere mais 90 dias para discussões.

A Sra. Sabrina Milano Vaz, engenheira agrônoma da Secretaria de

Desenvolvimento Rural - SDR, questiona a gestão da legislação em vigor;

O Sr. Sérgio, representante da Secretaria de Desenvolvimento

Econômico, Ciência e Tecnologia, aponta dificuldades para a implantação de

empreendimentos frente a alta burocracia e restrições ambientais.

O Sr. Alfredo Ferreira, representante da AGAPAN, atenta para a

questão fundiária; Preservar ao máximo as regiões de amortecimento.

O Sr. Beto Moesch, é favorável à inclusão do Zoneamento Ecológico

Econômico.

O Sr. Clebes Pinheiro, representante da Associação dos

Funcionários da FEPAM, lamenta o entendimento de que eventuais entraves

nas liberações de licenças ambientais decorram de problemas burocráticos da

FEPAM.

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45

2.4 REUNIÃO DIA 13/06/2016

FIERGS, questiona o encaminhamento das sugestões majoritariamente

acordadas.

MIRASERRA, dispõe que uma Resolução CONSEMA em tramitação já

delibera determinado assunto tratado em reunião anterior.

AGAPAN, afirma que o tempo para análise de possíveis adequações é

exíguo. Possuem adendos acerca do material compilado.

ABES, propõe debate entre as entidades para discussão das sugestões

apresentadas.

INST. CURICACA, entendem que o processo está sendo encaminhado

demasiadamente rápido. Propõe a instauração de uma metodologia para análise

das possíveis sugestões.

ECOLOGIA UFRGS, vê necessidade de mais prazo para interpretação

das sugestões compiladas, com o intuito de desenvolver uma análise mais

detalhada.

ASSOC. DOS FUNCIONÁRIOS DA FEPAM, destaca que são

favoráveis ao aperfeiçoamento das legislações, desde que respeitado o princípio

do retrocesso. Atentar para que possíveis alterações não sejam vinculadas à

dispositivos questionados a nível federal.

AMIGOS DA TERRA BRASIL, demonstra preocupação quanto ao prazo

para as análises e debates acerca do tema. Considera postura ofensiva por parte

do agronegócio. Apoia a permanência das famílias no campo.

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46

SENGE/CREA, informa que foram entregues questões consensuais

quanto aos pontos técnicos verificados no processo. São contrários ao

retrocesso.

2.5 REUNIÃO DIA 20/06/2016

Apresentação da compilação das contribuições sugeridas ao Código do

Meio Ambiente. Sugestão da criação de Frente Parlamentar para dar

continuidade ao processo de aperfeiçoamento das legislações ambientais e

florestais.

AGAPAN, expõe dúvida quanto à futura condução dos trabalhos.

MIRASERRA, enfatiza a importância de efetuar a análise da legislação por

artigos, pois diversos assuntos se interligam.

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47

AMIGOS DA TERRA, demonstra preocupação quanto à possíveis alterações

legislativas atreladas a questões em debate no STF.

ABES, parabeniza o trabalho proposto na busca do aperfeiçoamento do

tema.

FISCAL AMBIENTAL DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, possui

dúvidas quanto a periodicidade dos futuros encontros da Frente Parlamentar.

CORSAN, entende que são necessários encontros semanais para que os

códigos sejam devidamente analisados artigo por artigo.

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48

3 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES ENVIADAS POR E-MAIL E

CORRESPONDÊNCIAS À SUBCOMISSÃO.

No decorrer dos trabalhos realizados pela Subcomissão do Código

Florestal do Estado do Rio Grande do Sul, foram elencadas considerações e

sugestões oriundas dos distintos setores envolvidos com o tema em pauta, as

quais seguem:

3.1 INSTITUTO CURICACA

“Viemos por meio desse, na condição de instituição convidada para o

processo instalado na Assembleia Legislativa na forma de Subcomissões que

objetivam a Análise, Atualização e Aperfeiçoamento dos Códigos do Meio

Ambiente e Florestal, instituídos pelas Leis 11.520/2000 e 9.519/1992,

manifestar o seguinte:

Quanto ao objetivo de análise:

O Código Estadual Florestal possui orientações originalmente apoiadas

em fundamentos técnicos que são determinantes para decidir o que pode ou não

ser feito e também como fazê-lo. Recentemente, tivemos um processo

semelhante para o Código Florestal Federal que foi conduzido desrespeitando a

essas fundamentações técnica e muito pelo contrário, as decisões de alteração

foram apoiadas em posições políticas e nos interesses setoriais.

Uma forte crítica social decorreu desse equívoco de abordagem, com

manifestações de diversas instituições técnicas e científicas com atuação

ambiental, como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Proteção à Ciência –

SBPC – que, ao final, culminaram em processos judiciais, hoje sendo julgados

no Supremo Tribunal Federal.

De outra forma, poderia ter sido conduzido como no processo que

culminou no Código Florestal de 1965, quando uma comissão técnica foi formada

para discutir as necessidades em conservação ambiental e sua interação com a

produção e subsidiou os políticos em sua decisão.

De fato, modificações na legislação realizadas sem a devida

fundamentação não tem vida longa na atualidade, uma vez que vivemos tantos

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49

desafios de sustentabilidade ambiental e planetária e estamos muito bem

munidos de conhecimentos científicos e experiências técnicas que podem

orientar as decisões. A insegurança de legislações construídas com base

apenas em interesses políticos momentaneamente dominantes não é, sequer,

viável ao setor produtivo, que quer um espaço de estabilidade para planejar o

seu futuro.

Nesse contexto, nossa recomendação é que se instale uma Frente

Parlamentar para análise da legislação frente às necessidades atuais de

conservação da biodiversidade, de desenvolvimento sustentável e de

contribuição do Rio Grande do Sul para os grandes desafios globais atuais e

emergentes – clima, água, energia, biodiversidade. Assim como será feito para

a atualização do Código Estadual do Meio Ambiente, recomendamos que essa

Frente Parlamentar seja o espaço para discussão de pesquisadores de

universidades e de outras instituições científicas, de técnicos de órgãos

estaduais das áreas ambiental e produtiva e por técnicos de organizações

sociais com atuação em meio ambiente e produção agropecuária. Ainda

consideramos importante, que essa Frente Parlamentar adote uma metodologia

de trabalho semelhante à que foi adotada no processo de elaboração do Código

Estadual de Meio Ambiente, com grupos de trabalho temáticos, que a medida

que produzam seus resultados compartilhem e debatam os pontos mais

polêmicos com a Frente Parlamentar como um todo, permitindo uma análise

técnica mais ampla e contribuições fundamentadas para as atualizações e

aperfeiçoamentos necessários. Sem esquecer que, todas as contribuições e

posições, com diferentes fundamentações técnicas e visões que necessitarão

ser confrontadas, precisam estar disponibilizadas ao acesso da sociedade á

medida que sejam aportadas, para qualificar o debate e garantir a necessária

visibilidade e transparência.

Quanto aos objetivos de atualizações e aperfeiçoamentos:

O Código Florestal Estadual tem 24 anos. Essa idade nos indica alguma

coisa? Isso é suficiente para indicar a necessidade de atualizações e

aperfeiçoamentos? Trata-se de um instrumento ultrapassado ou jovem mal

aproveitado? Com certeza sua idade não nos diz nada.

O que pode nos indicar a necessidade de atualização é uma avaliação

sobre o que as leis do Código preconizam frente aos desafios de viabilidade para

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a sociedade gaúcha, brasileira e, de forma conectada, de toda a humanidade.

Por isso, consideramos que algumas perguntas orientadoras devem ser

utilizadas para a avaliação da necessidade ou não de atualizações e

aperfeiçoamentos, servindo, inclusive de diretrizes para as mudanças, caso

essas sejam necessárias. Por exemplo:

O Código atual contribui de forma adequada e suficiente para o controle

e reversão do aquecimento global e o enfrentamento das mudanças climáticas

e seus impactos sobre a biodiversidade e a vida humana? O que precisamos

melhor num novo Código da Vegetação Nativa para compatibilizá-lo com esses

desafios contemporâneos?

Ambientes como os banhados e os campos nativos, cuja conservação é

tão importante para a manutenção e provimento de serviços ambientais para

populações humanas associadas estão suficientemente protegidos nas duas

leis?

Ou precisamos contemplá-los de forma mais cuidadosa?

A repartição de responsabilidades e benefícios está justamente

distribuída entre os setores da sociedade? Ou precisamos rever o papel e o

tamanho da contribuição do setor produtivo para que consigamos conservar a

natureza e garantir acesso aos serviços ambientais para toda a sociedade,

principalmente a parte com menores condições econômicas e sociais ou que são

minorias praticamente excluídas dos processos decisórios?

Existem processos, tecnologias ou estratégias disponíveis que não

estão previstas ou reconhecidas na lei e que poderiam ajudar a avançarmos com

mais rapidez e eficácia na garantia dos direitos difusos previstos no artigo 225

da Constituição Federal? Ou precisamos adequar o Código para que possamos

avançar ainda mais na direção de ter esses direitos garantidos e respeitados por

todos os setores da sociedade, principalmente, aqueles que utilizam os bens da

natureza como meio de produção?

Tais questões, que são apenas exemplos de reflexões necessárias e de

orientação de abordagem que entendemos como fundamentais ao processo,

estão intimamente relacionadas com uma capacidade técnica de análise e

resposta. Por isso, para esses outros dois objetivos da Subcomissão, reforçamos

a primeira recomendação, da Frente Parlamentar, da composição da mesma, do

processo técnico e participativo necessário.

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51

Por fim, quando tratamos de meio ambiente e de decisões que afetam

aquela parte da sociedade que com ele interage e dele depende, mas está fora

do poder decisório, destacamos que o cuidado, a cautela, a fundamentação

técnica, participação social qualificada e transparência são os maiores aliados

de alcançarmos um bom resultado. Por isso, somos contrários à continuidade de

qualquer processo de Análise, Atualização e Aperfeiçoamento do Código

Estadual Florestal que avance na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul

sem que essas garantias estejam colocadas e para as quais entendemos

estarem contribuindo as nossas recomendações.

Nesse contexto, entendemos que na próxima reunião da Subcomissão

não há a menor chance de chegarmos a um documento final a ser encaminhado

para onde quer que seja. O que sair, não possuirá a confiança e reconhecimento

necessários para avançar.

Desde já, nos colocamos, com nosso corpo técnico e experiência

institucional, disponíveis para continuar contribuindo com o processo de Análise,

Atualização e Aperfeiçoamento do Código Estadual Florestal, caso ele continue

nessa Casa Legislativa, sempre e indispensavelmente se essas garantias

supracitadas estiverem presentes.

Cordialmente, Alexandre Krob, Coordenador Técnico, Instituto

Curicaca.”

3.2 Manifestação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no

Rio Grande do Sul – FETAG/RS

Of. Nº 270A/2016 Porto Alegre,17de junho de 2016.

Prezado Senhor:

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul

-FETAG-RS, entidade sindical de segundo grau, que defende e representa a

categoria dos agricultores familiares no estado do Rio Grande Sul. É

constituída por 341 sindicatos que representam mais de 380.000

propriedades da agricultura familiares no Estado e, nesta oportunidade

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devem, respeitosamente manifestar-se acerca da discussão na Subcomissão

do Código Estadual de Meio Ambiente e Florestal, e através deste, solicitar

que se inclua:

Tratamento diferenciado para as propriedades da agricultura familiar,

frente aos demais, no que diz respeito ao licenciamento ambiental.

A inclusão e o regramento do Decreto do Bioma Pampa, para dentro

do Código, assim tendo uma segurança jurídica.

A previsão e regulamentação dentro do Código, para o pagamento

por Serviços Ambientais, para os agricultores que preservam acima da

metragem mínima exigida, por legislação vigente.

Certa da compreensão de Vossa Senhoria para a preocupação

apresentada, solicita inclusão das demandas no relatório.

Sendo o que se apresenta para o momento, reiteramos nosso

respeito e consideração.

Atenciosamente,

Carlos Joel da Silva – Presidente

3.3 Sugestões do Sistema FARSUL

As sugestões ao texto da Lei Nº 9.519/1992 que Institui o Código

Florestal do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências, deverão

observar a seguinte orientação: a inclusão de novos temas/assuntos bem como

a exclusão de outros e sugestões de modificação na redação deverá vir

acompanhada de justificativa.

Carlos Rivaci Sperotto - Presidente

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53

4 TABELA DE SUGESTÕES APRESENTADAS POR ENTIDADES

CONFORME O ENCAMINHAMENTO FEITO PELA SUBCOMISSÃO.

TEXTO ATUAL

SUGESTÕES

JUSTIFICATIVA

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL.

Faço saber, em cumprimento ao disposto

no artigo 82, inciso IV da Constituição do

Estado, que a Assembleia Legislativa

aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei

seguinte:

CAPÍTULO I

DA POLÍTICA FLORESTAL

Art. 1º - As florestas nativas e as demais

formas de vegetação natural existentes no

território estadual, reconhecidas de utilidade

às terras que revestem, são consideradas

bens de interesse comum a todos os

habitantes do Estado, exercendo-se os

direitos com as limitações que a legislação

em geral e, especialmente, esta Lei

estabelecem.

Art. 2º - A política florestal do Estado tem

por fim o uso adequado e racional dos

recursos florestais com base nos

conhecimentos ecológicos, visando à

melhoria de qualidade de vida da população

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Art. 2º - A política florestal do

Estado tem por fim o uso

adequado e racional dos

recursos florestais naturais

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Especificar que o código

se refere à vegetação

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54

e à compatibilização do desenvolvimento

socioeconômico com a preservação do

ambiente e do equilíbrio ecológico.

com base nos conhecimentos

ecológicos, visando à melhoria

de qualidade de vida da

população e à

compatibilização do

desenvolvimento

socioeconômico com a

preservação do ambiente e do

equilíbrio ecológico.

natural, e não à

silvicultura.

Art. 3º - São objetivos específicos da política

florestal do Estado:

I - criar, implantar e manter um Sistema

Estadual de Unidades de Conservação, de

forma a proteger comunidades biológicas

representativas dos ecossistemas naturais

existentes, em conformidade com o artigo

251, § 1º, incisos VI, VII, XII e artigo 259 da

Constituição do Estado;

II - facilitar e promover o desenvolvimento e

difusão de pesquisas e tecnologias voltadas

à atividade florestal;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

III - monitorar a cobertura florestal do

Estado com a divulgação de dados de

forma a permitir o planejamento e a

racionalização das atividades florestais;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Inserir o vocábulo “nativa”.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Deixar claro que se trata

de monitoramento sobre

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55

as áreas com cobertura

vegetal nativa.

IV - exercer o poder de polícia florestal no

território estadual, quer em áreas públicas

ou privadas;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Tem-se observado que em

muitos casos há confusão

entre a função de polícia e

de fiscalização do

cumprimento da

legislação. Entende-se que

as demais legislações já

conferem condições

suficientes aos agentes

fiscalizadores não sendo

necessário este

dispositivo. No mínimo

amarrar com art. 70 da Lei

9.605/1998.

V - instituir os programas de florestamento e

reflorestamento considerando as

características socioeconômicas e

ambientais das diferentes regiões do

Estado;

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Inverter: características

ambientais e

socioeconômicas.

Suprimir o termo

“florestamento”. Texto: V -

instituir os programas de

reflorestamento considerando

as características ambientais e

socioeconômicas das

diferentes regiões do Estado;

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

A inversão entre os termos

sugeriria a priorização das

questões ambientais frente

às socioeconômicas.

A supressão do termo

“florestamento” justifica-se

por entender que se

estaria inserindo

vegetação florestal em

ambiente que não

abrigava formação arbórea

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56

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

naturalmente (por

exemplo: campos).

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

VI - estabelecer programas de educação

formal e informal, visando à formação de

consciência ecológica quanto à

necessidade do uso racional e conservação

do patrimônio florestal;

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir o termo “florestal”

por “das formações vegetais

nativas”.

VI - estabelecer programas de

educação formal e informal,

visando à formação de

consciência ecológica quanto

à necessidade do uso racional

e conservação do patrimônio

das formações vegetais

nativas;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Inserir o vocábulo “nativo”.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Contemplar as diferentes

formações vegetais

nativas (pampa, campos

de cima, butiazais...).

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Deixar claro que se trata

de consciência sobre o

patrimônio florestal nativo.

VII - facilitar e promover a proteção e

recuperação dos recursos hídricos, edáficos

e da diversidade biológica;

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VIII - promover a recuperação de áreas

degradadas, especialmente nas áreas de

preservação permanente e reserva legal,

bem como proteger as áreas ameaçadas de

degradação;

IX - instituir programas de proteção florestal

que permitam prevenir e controlar pragas,

doenças e incêndios florestais;

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir o termo “florestal”

por “das formações vegetais

nativas”. Suprimir: “pragas,

doenças” por “espécies

invasoras” Incluir:

desequilíbrios ecológicos,

espécies invasoras,

desmatamento, perda de área

de vegetação nativa; IX -

instituir programas de proteção

das formações vegetais

nativas que permitam prevenir

e controlar desequilíbrios

ecológicos, espécies

invasoras, desmatamento,

incêndios florestais e perda de

área de vegetação nativa;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Contemplar as diferentes

formações vegetais

nativas.

Entendemos que os

termos sugeridos dão

conta de forma mais

completa e abrangente

para a proteção da

vegetação nativa.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

X - identificar e monitorar as associações

vegetais relevantes, espécies raras ou

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58

endêmicas e ameaçadas de extinção,

objetivando sua proteção e perpetuação;

XI - implantar um banco de dados que

reúna todas as informações existentes na

área florestal;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

XII - manter cadastro de produtores,

comerciantes e consumidores de produtos

florestais no Estado;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

XIII - efetuar o controle estatístico da oferta

e procura de matéria-prima florestal em

níveis regional e estadual;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

XIV - planejar e implantar ações que

permitam encontrar o equilíbrio dinâmico

entre a oferta e a procura de matéria-prima

florestal em níveis regional e estadual, com

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

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59

base no princípio do regime sustentado e

uso múltiplo;

Diz respeito a florestas

plantadas e devem constar

em regramento específico

para este tipo de floresta

para evitar confusão com

florestas nativas.

XV - integrar as ações da autoridade

florestal com os demais órgãos e entidades

ambientais que atuam no Estado.

Art. 4º - O órgão florestal competente

poderá firmar convênios com pessoas

jurídicas de direito público e privado,

visando à execução da política florestal do

Estado.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 4º - O órgão competente

poderá firmar convênios com

pessoas jurídicas de direito

público e privado, visando à

execução da política florestal

para proteção da vegetação

nativa do Estado.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

O Órgão competente

encarregado da proteção

das florestas nativas

atualmente é o

DEBIO/SEMA, que exerce

a fiscalização, não sendo

compatível fazer fomento

florestal ou atuar na

promoção da produção

(florestas Plantadas).

Art. 5º - São instrumentos da política

florestal:

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 5º - São instrumentos da

política florestal para proteção

da vegetação nativa;

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

I - o órgão florestal; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

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60

I - o órgão encarregado da

proteção das florestas nativas

e biodiversidade;

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

II - a pesquisa florestal; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

II - a pesquisa sobre florestas

nativas;

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

III - a educação ambiental;

IV - o zoneamento ecológico/econômico

florestal;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Substituir por Zoneamento

Ecológico-Econômico.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

IV - o zoneamento

ecológico/econômico;

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Alinhamento com Decreto

Federal 4.297/2002 que

regulamente o

zoneamento ambiental

dentre os instrumentos da

Política Nacional do Meio

Ambiente.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

V - o plano de produção florestal estadual; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

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61

RETIRAR Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

VI - o incentivo à produção florestal; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

VII - o incentivo à preservação florestal;

VIII - o monitoramento e a fiscalização dos

recursos florestais;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

VIII - o monitoramento e a

fiscalização dos recursos

florestais nativos;

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

IX - o estabelecimento de percentuais

mínimos de cobertura florestal;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

As limitações adicionais já

estabelecidas pela

legislação federal devem

ser objeto de debate pela

Assembleia Legislativa,

não devendo ser

instrumento da política

florestal.

X - o estudo prévio de impacto ambiental; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

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62

RETIRAR Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

XI - o plano de manejo florestal; Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

RETIRAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

XII - a autorização para exploração florestal;

XIII - a obrigatoriedade da reposição

florestal;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

XIII - a obrigatoriedade da

reposição florestal para

nativas.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

XIV - as sanções administrativas e

disciplinares do descumprimento da

legislação florestal;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

XIV - as sanções

administrativas e disciplinares

do descumprimento da

legislação floresta para

proteção da vegetação nativa;

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirados os itens relativos

à produção florestal,

relacionados a florestas

plantadas.

XV - as unidades de conservação

estaduais;

XVI - a polícia florestal estadual.

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63

CAPÍTULO II

DA EXPLORAÇÃO E REPOSIÇÃO

FLORESTAL

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

DA EXPLORAÇÃO E

REPOSIÇÃO DE FLORESTAS

NATIVAS

Art. 6º - As florestas nativas e demais

formas de vegetação natural de seu interior

são consideradas bens de interesse

comum, sendo proibido o corte e a

destruição parcial ou total dessas

formações sem autorização prévia do órgão

florestal competente.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 6º - As florestas nativas e

demais formas de vegetação

natural de seu interior são

consideradas bens de

interesse comum, sendo

proibido o corte e a destruição

parcial ou total dessas

formações sem autorização

prévia do órgão competente.

Art. 7º - A autorização para a exploração

das florestas nativas somente será

concedida através de sistema de manejo

em regime jardinado, (Capítulo V, artigo 42,

inciso XVI), não sendo permitido o corte

raso, havendo a obrigatoriedade de

reposição nos termos desta Lei.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Necessidade de maior clareza

quanto a alguns conceitos e

maior adequação quanto aos

critérios de reposição florestal

obrigatória.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

O artigo é subjetivo tanto

sobre o que é “regime

jardinado” quanto sobre os

termos de

“impossibilidade” de corte

raso. Quanto a reposição

florestal não estabelece

exceção nem mesmo para

os casos já previstos em

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64

MODIFICAR:

Art. 7º - A autorização para a

exploração das florestas

nativas dependerá do

cadastramento do imóvel no

CAR de que trata o art.29 da

Lei 12651/2012 e somente

será concedida através de

sistema de manejo em regime

jardinado, (Capítulo V, artigo

42, inciso XVI), não sendo

permitido o corte raso,

havendo a obrigatoriedade de

reposição nos termos desta

Lei.

legislação federal, como

por exemplo art. 56 § 5º

Lei Federal 12.651/2012.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Adequado ao que consta

na Lei 12.651/2012 em

relação a supressão da

vegetação nativa.

Art. 8º - Os proprietários de florestas ou

empresas exploradoras de matéria-prima de

florestas nativas, além da reposição, por

enriquecimento, prevista no Plano de

Manejo Florestal, para cada árvore cortada

deverão plantar 15 (quinze) mudas,

preferencialmente das mesmas espécies,

com replantio obrigatório dentro de 1 (um)

ano, sendo permitido o máximo de 10%

(dez por cento) de falhas, comprovado

mediante laudo técnico e vistoria do órgão

florestal competente.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

INCLUIR:

Art. 8º - São obrigados à

reposição florestal as pessoas

físicas ou jurídicas que utilizem

matéria-prima florestal oriunda

de supressão da vegetação

nativa ou que detenham

autorização para supressão da

vegetação nativa.

Parágrafo único - A reposição de que trata

este artigo, vedado o plantio de exóticas em

meio às nativas, será feita mediante o

plantio de, no mínimo, 1/3 (um terço) de

essências nativas dentro do imóvel

explorado, podendo o restante ser em outro

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65

imóvel do mesmo ou diverso proprietário ou

empresa, com a devida comprovação no

órgão competente.

Art. 9º - Na hipótese do artigo 8º, 20% (vinte

por cento) da área com floresta nativa

constituirá reserva florestal, imune ao corte,

sendo vedada a alteração de sua

destinação no caso de transmissão a

qualquer título ou desmembramento da

área.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 9º- Todo o imóvel rural

deve manter área com

cobertura de vegetação nativa,

a título de Reserva Legal, sem

prejuízo da aplicação das

normas sobre as Áreas De

Preservação Permanente,

observados os percentuais

mínimos em relação à área do

imóvel, a delimitação e o

regime de proteção

estabelecidos na Lei Federal

nº 12.651 de 25 de maio de

2012.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Este dispositivo confunde

o entendimento da

sociedade por não deixar

claro se a Reserva

Florestal aqui proposta se

refere a Reserva Legal

prevista em Lei Federal,

inclusive por esta já ter se

chamado Reserva

Florestal no período entre

1965 e 1989.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Artigo tratava de reserva

florestal, figura não mais

existente e deve ser

substituído pelo que

consta na legislação atual

– Lei 12.651/2012.em

relação a Reserva Legal.

§ 1º - A reserva florestal deverá ser

perfeitamente definida e delimitada no

Plano de Manejo Florestal em função das

características peculiares de cada

propriedade.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Artigo tratava de reserva

florestal, figura não mais

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66

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

REVOGAR

existente e deve ser

substituído pelo que

consta na legislação atual

– Lei 12.651/2012.em

relação a Reserva Legal.

§ 2º - Nas propriedades cuja vegetação de

preservação permanente ultrapassar a 40%

(quarenta por cento) da área total da

propriedade, fica dispensada a reserva

florestal prevista neste artigo.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Assim como o caput e o §

1º este dispositivo se torna

ainda mais incoerente por

chocar diretamente com

determinações da Lei

Federal 12.651/2012.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Artigo tratava de reserva

florestal, figura não mais

existente e deve ser

substituído pelo que

consta na legislação atual

– Lei 12.651/2012.em

relação a Reserva Legal.

Art. 10 - As florestas nativas que

apresentam, no inventário florestal, volume

inferior ao valor médio determinado, pelo

órgão florestal competente para a formação

florestal inventariada, não poderão ser

exploradas.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Necessidade de maior clareza

quanto ao conceito de média

arbitrada por quem?

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Esta necessidade se vê

inclusive pelo conflito com

a Lei Federal 11.428/2006

que dispõe sobre as

possibilidades de

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67

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 10 - As florestas nativas

que apresentam, no inventário

florestal, volume inferior ao

valor médio determinado, pelo

órgão competente para a

formação florestal

inventariada, não poderão ser

exploradas.

supressão de vegetação

nativa em áreas da Mata

Atlântica.

Art. 11 - Não poderão ser cortados

indivíduos representativos de espécies que

apresentarem, no inventário florestal,

abundância absoluta e frequência absoluta

inferiores aos valores médios determinados

para a espécie na formação florestal

inventariada.

Art. 12 - O Plano de Manejo Florestal

deverá sempre indicar árvores adultas como

matrizes e porta-sementes a serem

preservadas, a título de banco genético.

Art. 13 - A licença para o corte de capoeira,

entendida como tal a definida no Capítulo V,

art. 42, inciso XI desta lei em propriedades

com até 25 hectares de área, será fornecida

pelo órgão florestal competente, por

solicitação do proprietário, desde que

respeitadas as áreas de preservação

permanente, de reserva legal, de reserva

florestal, as áreas com inclinação superior a

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Discutir tema “corte de

capoeira”.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Necessidade de

adequação às novas

determinações legais

vigentes bem como a de

técnica redacional visando

estabelecimento de artigos

Page 68: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

68

25 graus e as áreas consideradas de

relevante interesse ambiental a critério do

referido órgão.

MODIFICAR:

Art. 13 - A licença para o corte

de capoeira, entendida como

tal a definida no Capítulo V,

art. 42, inciso XI desta Lei em

propriedades com até 25

hectares de área, será

fornecido pelo órgão

competente, por solicitação do

proprietário, desde que

respeitadas as áreas de

preservação permanente, de

reserva legal, as áreas com

inclinação superior a 25 graus

e as áreas consideradas de

relevante interesse ambiental

a critério do referido órgão.

distintos entre imóveis de

até 25 ha e aqueles

maiores que isto.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12651/2012.

§ 1º - A licença poderá ser fornecida por

pessoas jurídicas de direito público e

privado devidamente conveniadas com o

órgão florestal competente, como prevê o

artigo 4º desta lei, sem ônus para o

pequeno produtor.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

§ 1º - A licença poderá ser

fornecida por pessoas jurídicas

de direito público e privado

devidamente conveniadas com

o órgão competente, como

prevê o artigo 4º desta lei, sem

ônus para o pequeno produtor.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12651/2012.

§ 2º - Se dentro de 30 (trinta) dias, a partir

do recebimento da solicitação, o órgão

competente não se manifestar, o

interessado fica dispensado da autorização,

desde que a área anualmente desmatada

Page 69: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

69

não ultrapasse a 1/5 (um quinto) da

extensão total do estabelecimento rural e se

destine, comprovadamente, ao uso agrícola.

§ 3º - Nas propriedades com áreas

superiores a 25 (vinte e cinco) hectares, a

solicitação para corte de capoeira deverá

ser acompanhada de laudo técnico de

Engenheiro Florestal, Engenheiro

Agrônomo ou Técnico Agrícola, ressalvadas

as limitações da parte final do "caput" deste

artigo.

§ 4º - A licença de que trata o “caput” deste

artigo também poderá ser concedida para

áreas com inclinação entre 25 e 45 graus,

desde que o plano de manejo florestal

indique a implantação de culturas

permanentes, preferencialmente fruticultura

ou silvicultura, e as práticas de conservação

do solo a serem adotadas.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

§ 4º - A licença de que trata o

"caput" deste artigo será

concedida para áreas com

inclinação entre 25 e 45 graus,

mediante plano de manejo

florestal sustentável e para

exercício de atividades

agrossilvipastoris, bem como

poderá ser mantida a

infraestrutura física associada

ao desenvolvimento das

atividades, observadas boas

práticas agronômicas, sendo

vedada a conversão de novas

áreas, excetuadas as

hipóteses de utilidade pública

e interesse social.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12651/2012.

Page 70: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

70

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

INCLUIR:

Capítulo: do controle e da

origem dos produtos florestais.

Artigos 35, 36 e 37 da lei

12.651/2012.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Adequar à legislação

federal, lei 12.651/2012.

Art. 14 - Visando à perpetuação da espécie,

fica proibido o abate da araucária

angustifólia em floresta nativa com diâmetro

inferior a 40 (quarenta) centímetros à altura

de 1,30 metros do solo.

Art. 15 - A autorização para a utilização dos

recursos florestais oriundos de florestas

nativas, em propriedades onde tenha

ocorrido a destruição da cobertura vegetal

considerada pelo Código Florestal Federal

de preservação permanente, fica

condicionada à apresentação de projeto de

recuperação ambiental, visando ao retorno

das suas condições originais.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Inserir “nos termos da

legislação pertinente”.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 15 - A autorização para a

utilização dos recursos

florestais oriundos de florestas

nativas, em propriedades onde

tenha ocorrido a destruição da

cobertura vegetal considerada

de preservação permanente,

fica condicionada à

apresentação de projeto de

recuperação ambiental, nos

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Importante estabelecer

que as bases para

elaboração dos planos de

recuperação deverão

constar de dispositivos

legais afim de evitar a

subjetividade no

estabelecimento de regras.

Page 71: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

71

moldes do que consta na Lei

12.651/2012, visando ao

retorno das suas condições

originais.

Art. 16 - A exploração de matéria-prima de

florestas plantadas vinculadas, somente

será permitida desde que contemplada no

Plano de Manejo Florestal, observando o

regime sustentado e uso múltiplo.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir “florestas plantadas”

por “plantios silviculturiais”.

Substituir "Plano de Manejo

Florestal" por "Plano de

Manejo Silvicultural".

Art. 16 - A exploração de

matéria-prima de plantios

silviculturais vinculados,

somente será permitida desde

que contemplada no Plano de

Manejo Silvicultural,

observando o regime

sustentado e uso múltiplo.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Tal substituição é no

sentido de reforçar a ideia

de que os plantios

silviculturais não são

florestas.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Procedimento retira a livre

inciativa de

empreendedores.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Trata de florestas de

produção.

Art. 17 - Nas florestas plantadas, não

vinculadas, é livre a exploração, transporte

e comercialização de matéria-prima florestal

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir “florestas plantadas”

por “plantios silviculturiais”.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Idem ao Art 16

Page 72: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

72

desde que acompanhada de documento

fiscal e guia florestal.

Art. 17 - Nos plantios

silviculturiais, não vinculadas,

é livre a exploração, transporte

e comercialização de matéria-

prima florestal desde que

acompanhada de documento

fiscal e guia florestal.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Trata de florestas de

produção.

Art. 18 - Os consumidores de matéria-prima

florestal, assim definidos no Capítulo V,

artigo 42, inciso XXI e alíneas, são

obrigados a manter florestas próprias

plantadas para a exploração racional, ou a

formar diretamente, ou por intermédio de

empreendimentos dos quais participam,

florestas destinadas ao seu suprimento.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir “florestas” por

“plantios silviculturiais”.

Art. 18 - Os consumidores de

matéria-prima florestal, assim

definidos no Capítulo V, artigo

42, inciso XXI e alíneas, são

obrigados a manter plantios

próprios para a exploração

racional, ou a formar

diretamente, ou por intermédio

de empreendimentos dos

quais participam, florestas

destinadas ao seu suprimento.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Idem ao Art 16

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12.651/2012 sendo a

reposição florestal

somente para florestas

NATIVAS.

Page 73: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

73

§ 1º - O atendimento ao disposto neste

artigo poderá ser realizado através de

projetos próprios ou pela execução e/ou

participação em programas de fomento

junto a cooperativas e associações de

reposição obrigatória, aprovados pelo órgão

florestal competente.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12.651/2012 sendo a

reposição florestal

somente para florestas

NATIVAS.

§ 2º - Cabe ao órgão florestal competente

estabelecer os limites de plantio, tendo em

vista o equilíbrio entre oferta e procura de

matéria-prima florestal.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12.651/2012 sendo a

reposição florestal

somente para florestas

NATIVAS.

Art. 19 - A comercialização ou venda de

lenha e a produção de carvão vegetal só

será permitida a partir de florestas

plantadas ou provenientes de subprodutos

oriundos de florestas nativas manejadas

conforme estabelecido no artigo 7º desta

Lei.

Art. 20 - Quem já tenha realizado

reflorestamento com espécies adequadas

em áreas de sua propriedade ou da qual

detenha a justa posse poderá vinculá-la

para dar cumprimento à reposição

obrigatória, devendo apresentar ao órgão

florestal competente um inventário florestal

detalhado.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Compatibilizar com a Lei

12.651/2012 sendo a

reposição florestal

somente para florestas

NATIVAS.

Page 74: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

74

Art. 21 - Uma vez autorizado o corte de

árvores, nos termos desta Lei, será

obrigatória a comunicação do início do

corte, para que o órgão florestal

competente, diretamente, ou através de

entidades conveniadas, possa exercer a

fiscalização, sendo obrigatória a vistoria

após a realização do corte.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Revisar redação.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 21 - Uma vez autorizado o

corte de árvores NATIVAS,

nos termos desta Lei, será

obrigatória a comunicação do

início do corte, para que o

órgão florestal competente,

diretamente, ou através de

entidades conveniadas, possa

exercer a fiscalização, sendo

obrigatória a vistoria após a

realização do corte.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

A redação proposta

possibilita confusão quanto

ao objeto do dispositivo, se

faz necessário deixar claro

sobre qual o tipo de

floresta estamos tratando

(nativa ou comercial).

Art. 22 - A autorização para a utilização dos

recursos florestais fica condicionada ao

cumprimento desta Lei e à quitação de

débitos oriundos de infrações florestais,

comprovadas através de certidão negativa

de dívidas florestais.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 22 - A autorização para a

utilização dos recursos

provenientes de florestas

nativas fica condicionada ao

cumprimento desta Lei e à

quitação de débitos oriundos

de infrações florestais,

comprovadas através de

Page 75: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

75

certidão negativa de dívidas

florestais.

CAPÍTULO III

DA PROTEÇÃO FLORESTAL

Art. 23 - É proibida a supressão parcial ou

total das matas ciliares e da vegetação de

preservação permanente definida em lei e

reserva florestal do artigo 9º desta Lei, salvo

quando necessário à execução de obras,

planos ou projetos de utilidade pública ou

interesse social, mediante a elaboração

prévia da EIA-RIMA e licenciamento do

órgão competente e Lei própria.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Suprimir o termo “interesse

social”. Suprimir "a elaboração

prévia da EIA-RIMA".

Art. 23 - É proibida a

supressão parcial ou total das

matas ciliares e da vegetação

de preservação permanente

definida em lei e reserva

florestal do artigo 9º desta Lei,

salvo quando necessário à

execução de obras, planos ou

projetos de utilidade pública,

mediante licenciamento do

órgão competente e Lei

própria.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Pela subjetividade do

conceito, o mesmo pode

dar margem à legitimar

obras cujos impactos

socioambientais se

sobreponham ao interesse

social.

Nem toda obra em APP

apresenta potencial de

impacto que justifique a

elaboração de EIA-RIMA.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Conflitante com Lei

Federal 12.651/2012 no

que tange as atividades de

baixo impacto ambiental

(art 8º) bem como ao

acesso de pessoas e

animais pela área (art 9º).

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76

Art. 23 - É proibida a

supressão parcial ou total das

matas ciliares e da vegetação

de preservação permanente

definida em lei, salvo quando

necessário à execução de

obras, planos ou projetos de

utilidade pública ou interesse

social, mediante licenciamento

do órgão competente.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Retirar reserva florestal e

EIA-RIMA.

Parágrafo único - A supressão da

vegetação de que trata este artigo deverá

ser compensada com a preservação de

ecossistema semelhante em área que

garanta a evolução e a ocorrência de

processos ecológicos.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir " a preservação de

ecossistema semelhante em

área que garanta a evolução e

a ocorrência de processos

ecológicos" por " a partir de

um projeto ambiental ser

aprovado pelo órgão ambiental

competente". Parágrafo único -

A supressão da vegetação de

que trata este artigo deverá

ser compensada a partir de um

projeto ambiental ser aprovado

pelo órgão ambiental

competente.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Tal substituição justifica-se

para possibilitar outras

formas de compensação

(projetos de recuperação

de mata ciliar, erradicação

de exóticas, custeio de

Planos de Manejo de

Unidades de

Conservação...) -

conforme por exemplo a IN

SEMA - 02/2013.

Art. 24 - A fim de possibilitar a identificação

da floresta plantada e da nativa existente,

deve o produtor apresentar, à autoridade

florestal, planta da propriedade, indicando

sua respectiva localização através de laudo

técnico, sendo averbado no órgão florestal

competente.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Dada a evolução

tecnológica,

principalmente do

Cadastro Ambiental Rural

Page 77: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

77

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art.24 – O desmatamento

realizado em desacordo com o

disposto nesta Lei deverá ser

embargado pelo órgão

competente, como medida

administrativa voltada a

impedir a continuidade do

dano ambiental, propiciar a

regeneração do meio ambiente

e dar viabilidade à

recuperação da área

degradada

§ 1º - O embargo restringe-se

aos locais onde efetivamente

ocorreu o desmatamento ilegal

não alcançando as atividades

de subsistência ou as demais

atividades realizadas no

imóvel não relacionadas com a

infração

§ 2º - O órgão responsável

deverá disponibilizar

publicamente as informações

sobre o imóvel embargado,

inclusive por meio da rede

mundial de computadores,

resguardados os dados

protegidos por legislação

específica, caracterizando o

– CAR) entende-se que

estas determinações não

devem constar de lei e sim

de documentos

reguladores.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

As Informações SOBRE A

PROPRIEDADE já

constarão no CAR.

Adequação ao art. 51 da

Lei 12.651/2012.

Page 78: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

78

exato local da área embargada

e informando em que estágio

se encontra o respectivo

procedimento administrativo.

§ 3º- A pedido do interessado,

o órgão competente

responsável emitirá certidão

em que conste a atividade, a

obra e a parte da área do

imóvel que são objetos do

embargo, conforme o caso.

Art. 25 - O Estado, visando à conservação

ambiental, criará, manterá e estimulará,

diretamente, ou através de convênios com

os municípios ou entidades oficialmente

reconhecidas, hortos florestais, estações

experimentais e jardins botânicos, com

assistência técnica voltada para a

recuperação, prioritariamente, das florestas

degradadas e para a implantação de

reflorestamento.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir "reflorestamento" por

"restauração de formações

vegetais nativas".

Art. 25 - O Estado, visando à

conservação ambiental, criará,

manterá e estimulará,

diretamente, ou através de

convênios com os municípios

ou entidades oficialmente

reconhecidas, hortos florestais,

estações experimentais e

jardins botânicos, com

assistência técnica voltada

para a recuperação,

prioritariamente, das florestas

degradadas e para a

restauração de formações

vegetais nativas.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Contemplar as diferentes

formações vegetais

nativas.

Page 79: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

79

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 25 - O Estado, visando à

conservação ambiental, criará,

manterá e estimulará,

diretamente, ou através de

convênios com os municípios

ou entidades oficialmente

reconhecidas, hortos florestais,

estações experimentais e

jardins botânicos, com

assistência técnica voltada

para a recuperação,

prioritariamente, das florestas

degradadas.

Parágrafo único - Os projetos de

assentamento, ou reassentamento, de

agricultores, delimitarão as áreas de

conservação.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Revisar redação.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Deixar claro que se trata

da delimitação física das

áreas de conservação e

preservação previstas em

Lei. O texto permite a

interpretação de que

caberá ao Estado delimitar

áreas destinadas a

conservação por seu

simples entendimento.

Art. 26 - O Estado estimulará a pesquisa de

espécies nativas a serem utilizadas para

Page 80: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

80

projetos de proteção e recuperação

ambiental.

Art. 27 - O Poder Público Estadual, em

projetos de manejo de bacias hidrográficas,

deverá priorizar a proteção da cobertura

vegetal dos mananciais de abastecimento

público.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

INCLUIR:

Capitulo: da proibição do uso

do fogo e do controle dos

incêndios.

Art. 28 - É proibido o uso do fogo ou

queimadas nas florestas e nas demais

formas de vegetação natural.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 28 - É proibido o uso do

fogo ou queimadas nas

florestas e nas demais formas

de vegetação natural, exceto

nas seguintes situações:

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Conflita com inciso I do art.

38 da lei Federal

12.651/2012 que

estabelece exceções.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Ver lei 12.651.

§ 1º - Em caso de controle e eliminação de

pragas e doenças, como forma de

tratamento fitossanitário, o uso de fogo,

desde que não seja de forma contínua,

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Ver lei 12.651.

Page 81: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

81

dependerá de licença do órgão florestal

competente, que deverá difundir critérios e

normas de queima controlada, assim como

campanha de esclarecimento de combate a

incêndios.

§ 1º - Em caso de controle e

eliminação de pragas e

doenças, como forma de

tratamento fitossanitário,

desde que o uso do fogo não

seja de forma contínua e

licenciado pelo órgão

competente, que deverá

difundir critérios e normas de

queima controlada, assim

como campanha de

esclarecimento de combate a

incêndios.

§ 2º - Será permitido uso de fogo como

prática de manejo controlado em pastagens,

nativas e exóticas, em áreas não

mecanizáveis, desde que não seja de forma

contínua, para limpeza, remoção de

touceiras de palhadas e como quebra de

dormência de sementes, mediante

permissão de órgão do poder público

municipal, até que seja viabilizada

tecnologia alternativa que venha a substituir

esta prática.

§ 3° - A permissão referida no § 2.º será

emitida e fiscalizada pelo órgão ambiental

municipal competente.

Art. 29 - Em caso de incêndio florestal que

não se possa extinguir com recursos

ordinários, é dever de toda autoridade

pública, requisitar os meios materiais e

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82

convocar pessoas em condições de prestar

auxílio.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

INCLUIR:

Capítulo- da exploração de

florestas nativas.

Art. 30 - Ficam proibidos a coleta, o

comércio e o transporte de plantas

ornamentais oriundas de florestas nativas.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Conflita com Lei Federal

12.651/2012 que

estabelece critérios de

manejo sustentável até

mesmo em Áreas de

Preservação Permanente

principalmente para

agricultores familiares e

comunidades tradicionais.

Parágrafo único - Será permitida a coleta de

exemplares, fora das unidades de

conservação, com finalidade científica, por

pesquisadores autônomos ou entidades,

mediante autorização especial do órgão

florestal competente.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Disciplina coleta fora das

UCs conflitando

diretamente com Lei

Federal 12.651/2012 que

estabelece critérios de

manejo sustentável até

mesmo em Áreas de

Preservação Permanente

principalmente para

Page 83: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

83

agricultores familiares e

comunidades tradicionais.

Art. 31 - Ficam proibidos a coleta, a

industrialização, o comércio e o transporte

do xaxim (dickisonia sellowiana)

proveniente de floresta nativa.

Art. 32 - REVOGADO

Art. 33 - Fica proibido, em todo o território

do Estado, o corte de:

I - espécies nativas de figueiras do gênero

ficus e de corticeiras do gênero erytrina;

II - exemplares de algarrobo (prosopis nigra)

e inhanduvá (prosopis affinis).

Art. 34 - O corte das espécies a que se

refere o artigo anterior poderá ser

autorizado pelo órgão florestal estadual, em

caráter excepcional, quando a medida for

imprescindível à execução de obras de

relevante utilidade pública ou interesse

social do Estado e as espécies não sejam

passíveis de transplante sem risco a sua

sobrevivência.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 34 - O corte das espécies

a que se refere o artigo

anterior poderá ser autorizado

pelo órgão estadual

competente, em caráter

excepcional, quando a medida

for imprescindível à execução

de obras de relevante utilidade

pública ou interesse social do

Estado e as espécies não

sejam passíveis de transplante

sem risco a sua sobrevivência.

(Redação dada pela Lei nº

Page 84: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

84

11.026, de 05 de novembro de

1997)

Parágrafo único - Na hipótese prevista no

"caput", o responsável pela obra ficará

obrigado a replantar 15 (quinze) exemplares

para cada espécie cortada, de preferência

em local próximo àquele em que ocorreu o

corte ou a critério do órgão florestal do

Estado.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Parágrafo único - Na hipótese

prevista no "caput", o

responsável pela obra ficará

obrigado a replantar 15

(quinze) exemplares para cada

espécie cortada, de

preferência em local próximo

àquele em que ocorreu o corte

ou a critério do órgão

competente do Estado.

Art. 35 - O órgão florestal competente

deverá proibir ou limitar o corte das

espécies vegetais consideradas em via de

extinção, raras ou endêmicas, delimitando

as áreas compreendidas no ato.

Parágrafo único - O órgão florestal

competente deverá divulgar relatório anual

e atualizado das espécies raras ou

endêmicas e ameaçadas de extinção.

Art. 36 - Qualquer árvore poderá ser

declarada imune de corte por ato do Poder

Público, ouvido o órgão florestal

competente, por motivo de sua localização,

raridade, beleza, importância científica ou

interesse cultural ou histórico.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Inserir o vocábulo “nativa”,

retirando das justificativas:

localização, beleza e interesse

cultural.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Deixar claro que se trata

de restrição possível sobre

espécies nativas, deixando

como justificativas apenas

Page 85: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

85

as fundamentais para a

manutenção da espécie.

Art. 37 - É vedada a introdução de espécies

exóticas nas unidades de conservação, cujo

objetivo é a preservação dos ecossistemas

naturais "in situ".

Art. 38 - Ficam proibidos o corte e a

respectiva exploração da vegetação nativa

em área da Mata Atlântica, que será

delimitada pelo Poder Executivo.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 38- A utilização e proteção

da vegetação nativa do Bioma

Mata Atlântica, que será

delimitado pelo Poder

Executivo seguirá o

estabelecido na Lei Federal nº

11.428, de 22 de dezembro de

2006 e regulamentações

federais e estaduais

posteriores.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

O prazo estabelecido,

nunca revisto, acaba por

estar em vigor 24 anos

além de contrariar

dispositivos federais

previstos tanto na Lei

Federal 12.651/2012

quanto na Lei Federal

11.428/2006.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Redação atualizada em

conformidade com a Lei da

Mata Atlântica que ainda

não existia quando

aprovado este código.

§ 1º - Excepcionalmente, a supressão da

vegetação primária ou em estágio avançado

e médio de regeneração da Mata Atlântica

poderá ser autorizada, mediante decisão

motivada do órgão competente, quando

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86

necessária a execução de obras, planos,

atividades ou projetos de utilidade pública

ou interesse social, através de aprovação

de estudo e respectivo relatório de impacto

ambiental.

§ 2º - Poderá ser autorizada a utilização

eventual de determinadas espécies

florestais de Mata Atlântica para consumo

comprovado na propriedade rural,

atendendo normatização do órgão

competente, sendo vedada a exploração

comercial.

§ 3º - A supressão da vegetação em estágio

inicial de regeneração de Mata Atlântica

obedecerá ao disposto no artigo 13 desta

Lei.

Art. 39 - Os programas nacionais e

estaduais que buscam o aproveitamento

dos recursos hídricos para geração de

energia, irrigação, drenagem e outros fins,

devem destinar, obrigatoriamente, parte de

seus investimentos para medidas

compensatórias de recomposição de matas

ciliares e implantação de unidades de

conservação.

Parágrafo único - No caso de hidroelétrica,

fica o responsável pelo projeto obrigado a

implantar e recompor as matas ciliares da

bacia de acumulação.

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87

Art. 40 - O Estado deverá, através do órgão

florestal competente, em conjunto com

outras instituições públicas e privadas

promover, com espécies nativas da mesma

região fito fisionômica, a arborização das

rodovias estaduais.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 40 - O Estado deverá,

através do órgão competente,

em conjunto com outras

instituições públicas e privadas

promover a arborização das

rodovias estaduais,

preferencialmente com

espécies nativas da mesma

região fitofisionomia.

Parágrafo Único – Nas

rodovias estaduais onde a

arborização tenha sido feita

com espécies exóticas, o

órgão competente poderá

firmar convênios com

instituições públicas e privadas

para substituição das espécies

exóticas por nativas, utilizando

recursos de medidas

compensatórias.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Possibilita parcerias para

arborização de rodovias

estaduais e substituição de

espécies exóticas.

CAPÍTULO IV

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 41 - As infrações ao disposto nesta Lei

importarão nas seguintes sanções:

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

Todo este artigo deverá ser

modificado após aprovação

dos artigos anteriores.

Page 88: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

88

I - a infração ao disposto no artigo 6º desta

Lei importará em perda de produto, além do

pagamento de multa correspondente ao

valor da matéria-prima extraída;

II - a infração ao disposto no artigo 8º desta

Lei importará em multa ao infrator,

correspondente ao valor de 8 (oito) UPF-

RS, por muda não plantada;

III - a violação ao disposto no artigo 9º desta

Lei, no caso de abate da reserva florestal,

importará em perda do produto, além do

pagamento de multa correspondente ao

valor da matéria-prima extraída;

IV - a infração ao disposto no artigo 9º desta

Lei, no caso de não demarcação e

averbação, bem como de alteração da

destinação, importará em multa ao infrator,

correspondente ao valor de 8 (oito) UPF-RS

por árvore;

V - a infração ao disposto no artigo 10 desta

Lei importará na perda do produto, além do

pagamento de multa correspondente ao

valor da matéria-prima extraída;

VI - a infração ao disposto no artigo 11

desta Lei importará na perda do produto,

além do pagamento da multa

correspondente ao valor da matéria-prima

extraída;

VII - a infração ao disposto no artigo 14

desta Lei importará na perda do produto,

Page 89: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

89

além do pagamento de multa

correspondente ao valor da matéria-prima

extraída e, em caso de reincidência,

importará na perda do registro para

exploração de essências nativas;

VIII - a reincidência na infração ao disposto

no artigo 18 desta Lei importará na

interdição da empresa, além da multa ao

infrator, correspondente ao valor de 100

(cem) a 300 (trezentas) UPF-RS;

IX - a infração ao disposto no artigo 19

desta Lei importará na apreensão e perda

do produto;

X - a infração ao disposto no artigo 23 desta

Lei importará na apreensão e perda do

produto, além da multa correspondente ao

valor da matéria-prima extraída;

XI - a infração ao disposto no artigo 29

desta Lei importará em multa ao infrator

correspondente ao valor de 100 (cem) a 300

(trezentas) UPF-RS por hectare ou fração;

XII - a infração ao disposto nos artigos 31,

32, 33 e 35 desta Lei importará na

apreensão e perda do produto;

XIII - a infração ao disposto no artigo 34

desta Lei importará na perda e apreensão

do produto, bem como em multa ao infrator,

correspondente ao valor de 100 (cem) a 300

(trezentas) UPF-RS.

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90

§ 1º - As multas, a que se refere este artigo,

serão aplicadas sem prejuízo das sanções

penais e administrativas dispostas em lei

federal.

§ 2º - Além das penas previstas neste

artigo, o infrator deverá promover a

recomposição do ambiente, através da

execução de projeto, previamente aprovado

pelo órgão florestal competente.

§ 3º - O procedimento das multas,

compreendendo notificação, autuação,

recursos e pagamento, será regulamentado

pelo Poder Executivo.

CAPÍTULO V

DAS CONCEITUAÇÕES

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

INCLUIR:

CONCEITOS constantes no

art. 3º da Lei 12.651.

Art. 42 - Para os fins previstos nesta Lei

entende-se por:

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Este capítulo passe a ser o

Capítulo II, tendo em vista que

ao longo de todo o Código são

referenciados os conceitos que

estão apresentados somente

aqui ao final do Código.

Federação das Indústrias

do Estado do Rio Grande

do Sul – FIERGS

Excluir conceitos sobre

florestas plantadas e

incluir conceitos do art. 3º

da Lei 12.651/2012.

Page 91: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

91

I - espécie nativa: espécie de ocorrência

natural, primitiva no território do Rio Grande

do Sul;

II - espécie ameaçada de extinção: espécie

em perigo de extinção, cuja sobrevivência é

improvável, se continuarem operando os

fatores causais. Inclui populações reduzidas

em níveis críticos e habitats drasticamente

reduzidos;

III - espécie rara ou endêmica: espécie de

ocorrência limitada a certos ambientes ou

com autoecologia restrita a um habitat

específico (o mesmo que endemismo);

IV - floresta: toda a formação florística de

porte arbóreo, mesmo em formação;

V - florestas nativas: são florestas

sucessoras, de ocorrência natural no

território do Rio Grande do Sul, em

formação ou adultas, constituídas por

espécies pioneiras da região e que tenham

superado o estágio de capoeira quanto ao

seu desenvolvimento;

VI - floresta degradada: floresta que sofreu

intervenção antrópica muito acentuada, a

ponto de descaracterizá-la em termos de

estrutura e composição florística;

VII - floresta heterogênea: florestas mistas

quanto à composição de espécies;

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Sugestão - revisão e

atualização dos conceitos:

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

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92

floresta heterogênea, florestas

inequiâneas, florestas

vinculadas, florestas não

vinculadas.

Entendemos que estes

conceitos se referem à

plantios silviculturais, e

não à florestas.

VIII - florestas inêquianeas: florestas

compostas de indivíduos de várias idades;

IX - florestas vinculadas: são aquelas

implantadas com recursos de incentivo

fiscal e/ou reposição obrigatória;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

X - florestas não vinculadas: florestas

implantadas com recursos próprios;

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

XI - capoeira: formação vegetal sucessora,

em estágio inicial ou médio, constituída

principalmente por espécies pioneiras

nativas da região, provenientes de florestas

nativas primárias ou de sucessoras, em

formação ou adulta, submetidas ao corte

raso e em que pelo menos 50% da

população arbórea não tenha ainda

alcançado um diâmetro à Altura do Peito

(DAP) de 12 cm;

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Sugestão - inclusão dos

conceitos de: floresta,

agrofloresta, atividades

florestais, florestamento,

reflorestamento, silvicultura,

restauração de paisagem.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Entendemos que são

conceitos importantes de

serem definidos pela

legislação estadual.

XII - associação vegetal relevante:

comunidade vegetal de importância regional

ou local, com características fito

fisionômicas e fitos sociológicas específicas

inerentes a um determinado ecossistema;

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93

XIII - unidades de conservação estaduais:

são porções do território estadual incluindo

as águas circunscritas, com características

naturais de relevante valor, de domínio

público ou de propriedade privada,

legalmente instituídas pelo Poder Público

com objetivos e limites definidos, e sob

regimes especiais de administração as

quais aplicam-se garantias adequadas de

proteção;

XIV - matéria-prima florestal: produtos de

origem florestal, que não tenham sido

submetidos a processamentos tais como

toras, toretes, lenha, resina, plantas

medicinais, ornamentais e comestíveis,

frutos, folhas e cascas;

XV - fomento florestal: conjunto de ações

dirigidas à valorização qualitativa e

quantitativa da produção florestal, incluindo

a constituição, reconstituição e

enriquecimento das formações florestais,

bem como a promoção e divulgação de

estudos e investigações que demonstrarem

maior ou melhor utilização de bens

materiais e imateriais da floresta;

XVI - regime jardinado: sistema de manejo

para florestas heterogêneas e inequiâneas,

com intervenções baseadas em corte

seletivo de árvores, regeneração natural ou

artificial, visando à produção contínua e

manutenção de biodiversidade de espécies;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Melhorar conceito.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Este conceito somente

existe na legislação

gaúcha devendo, se for o

Page 94: 2016 Comissão de Constituição e Justiça³digoFlorestal/Relatório Subcomiss… · – Lei 12.651, de 25.05.2012 – Código Florestal, e seus Decreto 7.830/2012 e Decreto 8.235/2014

94

caso de se manter, reduzir

seu grau de subjetividade.

XVII - regime sustentado e uso múltiplo:

produção constante e contínua de bens

florestais materiais (madeira, semente,

extrativo, folha, casca, caça, pesca) e

imateriais (proteção da água, ar, solo,

fauna, flora e recreação) mantendo a

capacidade produtiva do sítio, em benefício

da sociedade;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Melhorar conceito.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Este conceito é somente

utilizado em dois

dispositivos de forma

suplementar, devendo, se

for o caso de continuar

aqui, ser melhor descrito,

com menos subjetividade.

XVIII - enriquecimento: plantio de mudas no

interior de uma floresta ou formação

semelhante, com a finalidade de

recomposição florística;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Substituir por recomposição.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

O intuito dado ao vocábulo

“enriquecimento” (utilizado

em apenas dois

dispositivos) é o mesmo

utilizado pela Lei Federal

12.651/2012 quando se

refere ao termo

“recomposição”.

XIX - plano de manejo florestal: documento

técnico onde constam todas as atividades a

serem executadas durante o período de

manejo florestal;

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Substituir por Plano de Manejo

Florestal Sustentável – PMFS

e citar que se aplica apenas

em Florestas NATIVAS

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Harmonização com a Lei

Federal 12.651/2012 que

estabelece esta

terminologia aos planos de

manejo de áreas nativas

sob exploração, bem como

isenta de PMFS (art. 32)

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95

às explorações comerciais

fora de APP e RL.

XX - corte raso: abate de todas as árvores

de uma superfície florestal;

XXI - consumidor: Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

a) serrarias;

b) fábrica de lâminas, papel, papelão, pasta

mecânica, celulose, aglomerados,

prensados, fósforos;

c) extratores de toras;

d) consumidores de lenha e carvão acima

de 200 m3/ano;

e) indústrias de palmito;

f) produtos e comerciantes de lenha e

carvão;

g) ervateiras;

h) indústrias de tanino;

i) outros produtores, consumidores e afins,

assim considerados pelo órgão competente.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 43 - O Estado, entre outras atribuições,

fiscalizará as florestas nativas e demais

formações florísticas do Estado em

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96

colaboração com outras entidades de direito

público ou privado.

Art. 44 - O Poder Público estadual

promoverá, a cada 5 (cinco) anos, o

inventário florestal e zoneamento florístico

do Estado, divulgando, anualmente, o censo

referente ao consumo e produção de

matéria-prima florestal.

Art. 45 - O Poder Público estadual, através

da integração de órgãos públicos e

privados, deverá promover, de forma

permanente, programas de conscientização

e educação ambiental nos ensinos de

primeiro e segundo graus.

§ 1º - A partir da promulgação desta Lei, os

livros escolares de leitura a serem editados

deverão conter textos de educação florestal,

previamente aprovada pelo Conselho

Estadual de Educação, ouvido o órgão

florestal competente.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir "educação florestal"

por "educação ambiental".

§ 1º - A partir da promulgação

desta Lei, os livros escolares

de leitura a serem editados

deverão conter textos de

educação ambiental,

previamente aprovada pelo

Conselho Estadual de

Educação, ouvido o órgão

ambiental competente.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Tendo em vista que toda

educação é ambiental, não

sendo interessante a

divisão de temas.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Impraticável.

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97

§ 2º - As estações de rádio e televisão do

Estado incluirão, obrigatoriamente, em suas

programações, textos e dispositivos de

interesse florestal, no limite mínimo de 5

(cinco) minutos semanais, distribuídos, ou

não, em diferentes dias.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Supressão do § 2º.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Evitar que se use tal

espaço de forma de

apenas divulgar a

atividade de silvicultura.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Impraticável.

Art. 46 - O órgão florestal competente

promoverá, juntamente com outras

instituições públicas e privadas, festa anual,

da árvore, no período de 21 a 27 de

setembro.

Art. 47 - Nos mapas e cartas oficiais do

Estado serão obrigatoriamente assinaladas

as unidades estaduais públicas de

conservação e áreas indígenas.

Art. 48 - O Poder Executivo realizará

estudos visando verificar a situação atual e

a viabilidade de implantação dos parques e

reservas estaduais criados e não

implantados pelo Estado.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR ou

ESTABELECER PRAZO

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Esta lei existe há 24 anos,

cremos que já houve

tempo suficiente para

todos os estudos

necessários. Não há

sentido em deixar este

dispositivo em aberto

como está.

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98

Art. 49 - É criado o Fundo de

Desenvolvimento Florestal - FUNDEFLOR,

a fim de arrecadar recursos destinados a

executar a política florestal do Estado,

vinculado à Secretaria do Meio Ambiente -

SEMA.

Parágrafo único - Os recursos auferidos, em

decorrência da aplicação de penalidades

por infrações ao Código Florestal do

Estado, serão destinados a programas

estaduais de florestamento, reflorestamento

e fiscalização florestal e educação

ambiental, executados pelo órgão florestal

estadual.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Suprimir "florestamento".

Parágrafo único - Os recursos

auferidos em decorrência de

multas ou infrações florestais

serão destinados a programas

estaduais de reflorestamento.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 49- Os recursos auferidos

em decorrência de aplicação

de penalidades por infrações a

esta Lei serão destinados ao

Fundo Estadual do Meio

Ambiente.

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

A supressão do termo

“florestamento” justifica-se

por entender que se

estaria inserindo

vegetação florestal em

ambiente que não

abrigava formação arbórea

naturalmente (por

exemplo: campos).

Art. 50 - Nas regiões onde não houver

viveiros de plantas florestais, estes serão

implantados pela Secretaria da Agricultura

ou entidades conveniadas, colocando as

mudas de essências florestais à disposição

dos proprietários rurais a preço de custo.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

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99

Art. 51 - Todas as propriedades rurais do

Estado, independentemente das respectivas

áreas, devem ter um mínimo de 10% (dez

por cento) de sua superfície total ocupada

com cobertura florestal, preferentemente

com espécies nativas.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Substituir " cobertura florestal,

preferentemente com espécies

nativas" por "cobertura de

vegetação nativa, conforme a

formação fitogeográfica".

Art. 51 - Todas as

propriedades rurais do Estado,

independentemente das

respectivas áreas, devem ter

um mínimo de 10% (dez por

cento) de sua superfície total

ocupada com cobertura de

vegetação nativa, conforme a

formação fitogeográfica.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Companhia

Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Contemplar as diferentes

formações vegetais

nativas.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Totalmente sem sentido a

determinação estabelecida

neste dispositivo, não só

por chocar com a Lei

Federal 12.651/2012 que

trata do tema bem como

por exigir a implantação de

situações sem sentido

ambiental.

Parágrafo único - Nas propriedades que

possuam cobertura Florestal inferior a 10%

(dez por cento), seja de floresta adulta ou

em formação, o proprietário deverá

reflorestá-la, no prazo de 10 (dez) anos, até

atingir o limite mínimo de 10% (dez por

cento) da área do imóvel.

Companhia Riograndense de

Saneamento – CORSAN

Rever o parágrafo único

conforme sugestão acima.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Totalmente sem sentido a

determinação estabelecida

neste dispositivo, não só

por chocar com a Lei

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100

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

REVOGAR

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

EXCLUIR

Federal 12.651/2012 que

trata do tema bem como

por exigir a implantação de

situações sem sentido

ambiental.

Art. 52 - O órgão estadual encarregado do

exercício das atribuições a que se refere

este Código passa a ser a Secretaria do

Meio Ambiente - SEMA.

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

– FARSUL

Alterar texto base de análise.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 52 – Para efeitos desta

Lei, a atividade de plantio de

floresta de cunho comercial,

quando realizada em área apta

ao uso alternativo do solo, é

equiparada à atividade

agrícola, nos termos da Lei nº

8.171 de 17 de janeiro de

1991, que dispõe sobre a

política agrícola.

Federação da Agricultura

do Estado do Rio Grande

do Sul – FARSUL

Já foi estabelecido (artigo

52 e parágrafos 1º e 2º

alterados pela Lei nº

11.362 de 29 de julho de

1999) que determina que o

Órgão Estadual

encarregado do exercício

das atribuições a que se

refere este Código passa a

ser a SEMA.

§ 1º - Os objetivos específicos da política

florestal do Estado, elencados nos incisos II,

XI, XIII e XIV do artigo 3º desta Lei, são

compartilhados entre a Secretaria do Meio

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101

Ambiente - SEMA e a Secretaria da

Agricultura e Abastecimento.

§ 2º - Os objetivos específicos da política

florestal do Estado descritos nos incisos V e

IX do artigo 3º desta Lei são de

competência da Secretaria da Agricultura e

Abastecimento.

Art. 53 - O Poder Executivo regulamentará a

presente Lei, no que for julgado necessário

à sua execução.

Federação das Indústrias do

Estado do Rio Grande do Sul

– FIERGS

MODIFICAR:

Art. 53 – Fica o Poder

Executivo autorizado a instituir,

adaptar ou reformular, no

prezo de 6 (seis) meses,

instituições florestais ou afins,

devidamente aparelhadas para

assegurar a plena execução

desta Lei.

Art. 54 - Esta Lei entra em vigor na data de

sua publicação.

Art. 55 - Revogam-se as disposições em

contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 21 de

janeiro de 1992.

FIM DO DOCUMENTO.

Tabela 1 - COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO (CORSAN), FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (FARSUL) E FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL (FIERGS)

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102

5 CONSIDERAÇÕES DO RELATOR

O presente relatório preza pelo princípio da prevenção e precaução de o

meio ambiente ecologicamente equilibrado é indispensável à sadia qualidade de

vida e se dedica a necessidade de transparência dos atos e o fornecimento de

informações aos interessados, garantindo a efetiva participação dos cidadãos

nos processos de tomada de decisões.

Para tanto, elenco algumas considerações, as quais já compiladas na

tabela de sugestões e pontos já reiterados pelos partícipes nas audiências

públicas, para tecer comentários, o que exponho a seguir:

5.1 Quanto ao Zoneamento Ecológico-Econômico

Há uma indicação de substituição do inciso IV, art. 5º, que trata do

“zoneamento ecológico/econômico florestal”, para adequar-se ao Decreto

Federal nº 4.297/02, que regulamenta Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE,

como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. O ZEE pode

ser um instrumento valioso na conservação e na gestão desses espaços. Não

há óbice para esta adequação uma vez que o tema foi amplamente debatido e

esclarecido pela SEMA/RS durante as audiências públicas e que está em pleno

andamento no Estado.

5.2 A supressão da vegetação nativa

No que tange às competências de cada ente, a Carta Magna adotou como

regra a fixação de competências expressas, descritas minuciosamente, para a

União (arts. 22 e 24), não lhe atribuindo a chamada competência residual para

legislar. Dessas competências, algumas foram conferidas em caráter privativo

pelo art. 22 e outras em caráter concorrente no art. 24, permitindo aos estados

e ao Distrito Federal a edição de normas suplementares às normas gerais

editadas pela União1.

Vale ressaltar que os estados têm competência para emitir normas

específicas no âmbito da mencionada competência concorrente com a União,

que expedirá as normas gerais.

1 Fernandes, M. S., Cadernos Aslegis, n. 37, p. 61-69, maio/ago 2009

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103

Em linhas gerais, é vedado aos estados legislar quanto às matérias

atribuídas à União de forma privativa (art. 22 da CF) e quanto aos assuntos de

interesse local, atribuídos aos municípios. Quanto à competência concorrente da

União (art. 24 da CF), os estados terão competência legislativa plena até a

superveniência de normas gerais federais (art. 24, §3º), que determinarão a

suspensão da eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24, §4º). Após

a edição da lei federal com normas gerais, os estados somente poderão

suplementar a lei federal, emitindo normas de caráter específico.

Desta forma, as alterações apontadas se justificam na medida em que o

art. 7º, 13 e 38 da Lei nº 9.519/92, que tratam da supressão de vegetação nativa

na Lei Nº 9.519/92, encontram-se prejudicados pela superveniência da Lei nº

11.428/2006, que dispõe sobre o uso e a proteção da vegetação nativa no Bioma

Mata Atlântica. A presente lei trata das vedações e dos procedimentos

administrativos próprios que dependerão de autorização do órgão ambiental

competente através do disposto nos artigos 8º, §1º do art. 10, arts. 11, 12, § 1º

e 2º e o caput do art. 14, o § 2º do art. 17, o parágrafo único do art. 20, os caputs

dos artigos 21, 22, 23, 24, o parágrafo único e o caput do arts. 25 e 28, os incisos

I e II do art. 30, os § 1º e 2º do art. 31, e o art. 32 da Lei da Mata Atlântica (Lei nº

11.428/2006) e seu regulamento, o DECRETO Nº 6.660, de 21 de novembro de

2008.

Vale ressaltar ainda as dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e

instituídas pelo “Novo Código Florestal Federal” (Lei nº 12.651/12), que preveem

excepcionalidades e vedações para estas intervenções.

5.3 Elaboração de EIA-RIMA

Quanto a alteração do art. 23, que prevê a elaboração de EIA-RIMA para a

supressão parcial ou total de mata ciliar, verbis;

Art. 23 - É proibida a supressão parcial ou total das matas ciliares e da vegetação de preservação permanente definida em lei e reserva florestal do artigo 9º desta Lei, salvo quando necessário à execução de obras, planos ou projetos de utilidade pública ou interesse social, mediante a elaboração prévia da EIA-RIMA e licenciamento do órgão competente e Lei própria. Parágrafo único - A supressão da vegetação de que trata este artigo deverá ser compensada com a preservação de ecossistema semelhante em área que garanta a evolução e a ocorrência de processos ecológicos.

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104

Não podemos nos basear apenas em estudos de impacto ambiental para

a tomada de decisão. Afirmo isto tendo em vista o demonstrado no Acórdão

2.212/2009-TCU-Plenário, que apresenta os trabalhos sistemáticos no Brasil

sobre a qualidade dos estudos de impacto ambiental. Todavia, uma compilação

ao mesmo tempo abrangente e detalhada das principais deficiências dos

estudos foi feita por uma equipe de analistas do Ministério Público Federal (MPF,

2004)2. A partir de uma amostra de oitenta EIA’s de projetos submetidos a

licenciamento federal ou que implicaram, por razões diversas, o envolvimento do

MPF, os autores desse estudo identificaram as falhas mais frequentes ou mais

graves. A lista é extensa, e os problemas encontrados vão desde a abordagem

metodológica até levantamentos incompletos. Como bem demonstra o TCU, o

“diagnóstico ambiental é a parte mais facilmente criticável dos EIA”, haja

vista que os inventários sempre podem ser mais detalhados e as análises mais

aprofundadas. Detecta, por esse motivo, a necessidade de estabelecer qual a

extensão e o grau de detalhe dos estudos que fundamentam a análise dos

impactos e a proposição de medidas de gestão, de modo que a análise técnica

do EIA tenha como referência esses requisitos mínimos. O Acórdão do TCU

também chama a atenção para a falta de conexão entre o diagnóstico ambiental,

a análise de impactos e as propostas de mitigação. Segundo o TCU, um bom

EIA não se faz somente com um bom diagnóstico, mas com um adequado

balanço entre diagnóstico, avaliação de impactos, prognóstico e propostas

factíveis e eficazes de atenuação ou compensação dos impactos adversos e de

valorização dos impactos benéficos.

Além do mais o Código Florestal Federal (Lei 12.651/12) prevê apenas as

seguintes intervenções em APP:

Art. 8º - A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei. § 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. § 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de

2 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Deficiências em estudos de impacto ambiental: síntese de uma experiência. Brasília: Ministério Público Federal, 4ª Câmara de Coordenação e Revisão, 2004.

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regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda. § 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas. § 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.

As demais autorizações de supressão de vegetação para uso alternativo do solo deverão se adequar ao disposto no art. 26 e 52 da Lei 12.651 de 2012.

Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama. § 1º (VETADO). § 2º (VETADO). § 3º No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas do mesmo bioma onde ocorreu a supressão. § 4º O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput conterá, no mínimo, as seguintes informações: I - a localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel; II - a reposição ou compensação florestal, nos termos do § 4o do art. 33; III - a utilização efetiva e sustentável das áreas já convertidas; IV - o uso alternativo da área a ser desmatada. [...] Art. 52. A intervenção e a supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal para as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental, previstas no inciso X do art. 3o, excetuadas as alíneas b e g, quando desenvolvidas nos imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º, dependerão de simples declaração ao órgão ambiental competente, desde que esteja o imóvel devidamente inscrito no CAR.

Devemos fazer as ressalvas observando o disposto na RESOLUÇÃO

CONSEMA Nº 291/2015, que revoga § 3º art. 1º da Resolução CONSEMA nº

288 e a RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 309/2016, que reconhece atividade baixo

impacto ambiental permitidas intervenção ou supressão vegetação em APP.

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5.4 Reserva Legal: adequação aos parâmetros do CFF

O Novo Diploma Florestal, que institui a manutenção de cobertura vegetal a

título de Reserva Florestal Legal está previsto no caput do art. 123 da Lei

12.651/2012, verbis:

Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei: I – localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais; II – localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).

Em que pese o art. 12 da nova lei estipular que todo "o imóvel

rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de reserva

legal, sem prejuízo das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente".

Entretanto, a norma exprime algumas exceções, as quais referencio a seguir:

A primeira exceção à regra geral, do art. 12, em que cito, vem prevista

no art. 68, caput, da Lei 12.651/2012, verbis:

Art. 68. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais exigidos nesta Lei (BRASIL, 2012). § 1º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais poderão provar essas situações consolidadas por documentos tais como a descrição de fatos históricos de ocupação da região, registros de comercialização, dados agropecuários da atividade, contratos e documentos bancários relativos à produção, e por todos os outros meios de prova em direito admitidos. § 2º Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia Legal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de Reserva Legal maior que 50% (cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realizaram a supressão da vegetação nos percentuais previstos pela legislação em vigor à época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal também para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei (BRASIL, 2012).

3 E também no caput do art. 17: “A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado”.

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Trata-se de uma “positivação do conceito de ato jurídico perfeito nos

casos em que o proprietário, ao suprimir vegetação, fê-lo de acordo com a lei

do tempo”. A comprovação desta situação se dará por diversos meios de

prova, indicados em caráter exemplificativo pelo § 1.º do artigo em comento.

A segunda exceção diz respeito aos imóveis rurais de até quatro

módulos fiscais que, em 22.07.20084, que é o tema das nossas considerações

acerca da Reserva Legal para as pequenas propriedades ou posse rural

familiar, conforme o inciso V do art. 3o. 5

O dispositivo em análise se debruça sobre um universo restrito de

beneficiários. Segundo dados disponibilizados pelo Ipea (Comunicado 96, de

08.06.2011), o número de propriedades rurais com até 4 módulos fiscais

corresponde a 90% do total de propriedades rurais no Brasil, mas apenas a

23% da área rural cadastrada. Portanto, estão fora de seu alcance as médias

e grandes propriedades que, combinadas, representam 10% dos imóveis

rurais, porém abrangem 77% da área rural cadastrada.

Daí a pertinente observação de Rodrigo Bernardes Braga, de que “a

reserva legal se mostrou inviável ao minifúndio – cuja área excedente não

4 Data da expedição do Dec. 6.514/2008, que deu nova regulamentação à Lei 9.605/1998, dispondo sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente. A adoção dessa data, como bem anotou Daniel Roberto Fink, “faz crer aos menos avisados que, antes do dia 22.07.2008, não havia previsão de infrações administrativas e que somente agiu de forma ilícita quem praticou infrações após a edição desse decreto. Contudo, não é demais lembrar que anteriormente vigorava o Dec. 3.179/1999 (revogado pelo Dec. 6.514/2008), que expressamente previa infrações contra a flora (Seção II – arts. 25 a 40) e, especificamente em seus arts. 38 e 39, previa sanções para a exploração e o corte raso em área de Reserva Legal. Antes, ainda, o art. 14 da Lei 6.938/1981, regulamentado pelo Dec. 99.274/1990, dispunha sobre infrações relativas ao ‘não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental’. Nota-se, assim, que a adoção da data de 22.07.2008 como marco legal da existência de infrações ambientais desconsidera completamente toda a legislação anterior e os ilícitos praticados na sua vigência. Trata-se de verdadeira anistia aos infratores ambientais. Isso porque o atual dispositivo afirma que aqueles em cuja propriedade ou posse houvesse Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 12 poderão regular sua situação” (Comentários ao artigo 66 da Lei 12.651/2012. In: Édis Milaré; Paulo Affonso Leme Machado (coords.). Novo Código Florestal… cit., p. 472). 5 V - pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006;

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seria suficiente ao plantio ou qualquer outra atividade econômica – e altamente

custosa para as pequenas propriedades. O ônus da constituição e

manutenção da reserva para esse contingente de produtores não se revelou

razoável, merecendo, com efeito, a revisão introduzida pelo art. 676. Por outro

lado, a isenção não pode prosperar para as médias e grandes propriedades,

que gozam das condições necessárias para o cumprimento integral da

obrigação de constituição e, quando for o caso, da recomposição da área de

mata nativa”.

Mesmo assim, incomoda a questão relacionada ao déficit total ou área

zero de Reserva Legal para as pequenas propriedades rurais. Para tanto, o

legislador reservou à agricultura familiar a prerrogativa para cumprimento da

manutenção da área de reserva legal nos imóveis a que se refere o inciso V

do art. 3o, que “poderão ser computados os plantios de árvores frutíferas,

ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em

sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da região em

sistemas agroflorestais7. O poder público estadual deverá prestar apoio

técnico para a recomposição da vegetação da Reserva Legal nos imóveis a

que se refere o inciso V do art. 3o”.

Trata-se de interpretação eminentemente literal, que reclama acurada

reflexão quanto à sua razoabilidade. A propósito, como salientado pelo

ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), “A lei é

editada para reger o futuro, não para alcançar o passado (…). A primeira

condição da segurança jurídica é essa de se respeitar as situações

consolidadas. Não se pode pensar numa lei que se alcance o passado”8.

A dicção do dispositivo pressupõe a existência de percentual de Reserva

Legal previsto em lei, diverso e inferior aos limites mínimos impostos pelo art. 12

da Lei 12.651/2012, e que teria sido observado quando da supressão da

vegetação nativa em imóvel rural. No caso, a isenção é ampla, geral e irrestrita.

6 Comentários ao art. 67 da Lei 12.651/2012. In: Édis Milaré; Paulo Affonso Leme Machado (coords.). Novo Código Florestal… cit., p. 486-487. 7 Caput do Art. 54 8 Entrevista em Revista Dinheiro Rural. n. 61. p. 22. São Paulo: Ed. Três, 2009.

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Como forma de reafirmar os argumentos apresentados, o legislador

reforça no art. 55 da referida legislação9 a necessidade de apresentar apenas,

grifo, os remanescentes que formam a RL, conforme segue:

Art. 55. A inscrição no CAR dos imóveis a que se refere o inciso

V do art. 3o observará procedimento simplificado no qual será

obrigatória apenas a apresentação dos documentos

mencionados nos incisos I e II do § 1o do art. 29 e de croqui

indicando o perímetro do imóvel, as Áreas de Preservação

Permanente e os remanescentes que formam a Reserva Legal.

Mesmo que incida a afirmação do art. 12 da Lei 12.651/2012, de que "todo

imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de

Reserva Legal".

Entretanto, o disposto no art. 67 destaca que "nos imóveis rurais que

detinham, em 22.07.2008, área de até 4 módulos fiscais e que possuam

remanescente de vegetação nativa inferior ao previsto no art. 12, a Reserva

Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em

22.07.2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo" verbis:

Art. 67. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de

2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam

remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao

previsto no art. 12, a Reserva Legal será constituída com a área

ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de

2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.

Édis Milaré10, entende que, segundo o art. 67 supracitado, "os pequenos

proprietários poderão regularizar seus imóveis, apenas com o remanescente

florestal existente em seus imóveis", o que significaria dizer que os proprietários

ou possuidores rurais que detinham até quatro módulos fiscais até 22.07.2008

9 BRASIL, 2012. LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012. 10 Procurador de Justiça aposentado. Foi criador e o primeiro coordenador das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente e Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela PUC-SP. Atualmente é advogado, consultor jurídico e professor de Direito Ambiental.

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estariam desobrigados a recompor a área de reserva legal até que se atingisse

os percentuais mínimos estabelecidos pela nova legislação florestal.

Desta forma, caso o imóvel rural que detinha, em 22.07.2008, área de até

4 módulos fiscais e se, atualmente, nele existir remanescente de vegetação

nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12 da referida lei, a reserva

legal deverá ser constituída com a área ocupada com a vegetação nativa

existente em 22.07.2008, mesmo que seja zero, vedadas novas conversões para

uso alternativo do solo.

Vale lembrar ainda, que, para os proprietários ou possuidores de imóveis

rurais que, em 22.07.2008, não atendiam aos parâmetros de Reserva Legal

estabelecidos no art. 12 (20%), e não se enquadram no inciso V do art. 3o da

Nova Lei Florestal, devem buscar, isolada ou conjuntamente, alternativas que

conduzam à sua recomposição, regeneração natural ou compensação11. É o que

proclama o art. 66 da nova Lei Florestal, com os suplementos que lhe deram os

Dec. 7.830/201212 e 8.235/201413.

Entretanto, é importante salientar que mesmo aos que terão que compor

a RL, referidas no art. 12, deverão seguir os seguintes critérios, conforme segue:

Art. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios: I - o plano de bacia hidrográfica; II - o Zoneamento Ecológico-Econômico III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida; IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e V - as áreas de maior fragilidade ambiental. § 1º O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização da Reserva Legal após a inclusão do imóvel no CAR, conforme o art. 29 desta Lei. § 2º Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário ou possuidor rural não poderá ser imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão ambiental competente integrante do

11 As atividades em área de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22.07.2008 devem ser obrigatória e imediatamente suspensas (art. 17, § 3.º, da Lei 12.651/2012). 12 Que dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural e normas de caráter geral aos Programas de Regulamentação Ambiental. 13 Que estabelece normas gerais complementares aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito Federal de que trata o Dec. 7.830/2012 e institui o Programa Mais Ambiente Brasil.

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Sisnama, em razão da não formalização da área de Reserva Legal. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

Para tanto, o disposto no art. 51 da Lei 9.519 de 1992 encontra-se

prejudicada pelos mesmos motivos apresentados no item 5.2 supracitado.

5.5 Pagamento por Serviços Ambientais - PSA

O pagamento por serviços ambientais é um instrumento econômico de

estímulo à conservação da natureza. O objetivo principal é premiar, por meio de

pagamento direto ou oferta de serviços sociais, aqueles que conservam a

biodiversidade em suas propriedades ou posses e, desse modo, contribuem para

a continuidade dos serviços ecossistêmicos que a natureza presta. O pagamento

por serviços ambientais pode ser definido como uma transação contratual

voluntária, em que um pagador, beneficiário ou usuário de serviços ambientais

transfere, a um provedor desses serviços, recursos financeiros ou outra forma

de remuneração. O provedor de serviços ambientais é aquele que mantém,

recupera ou melhora as condições ambientais dos ecossistemas naturais,

garantindo a continuidade dos processos ecológicos. Portanto, para fazer jus ao

pagamento por serviços ambientais, a pessoa deve manter, recuperar ou

melhorar as condições ambientais de dado ecossistema e, desse modo, garantir

os serviços que esse ecossistema presta. Saliente-se que a Lei Florestal

autorizou a União a criar o programa de apoio e incentivo à conservação do meio

ambiente, incluindo o pagamento por serviços ambientais entre as ações desse

programa. A lei inclui, entre as atividades de conservação e melhoria dos

ecossistemas que geram serviços ambientais, a manutenção de APP e RL e das

áreas de uso restrito. E ainda afirma que as atividades de manutenção dessas

áreas são elegíveis para quaisquer pagamentos ou incentivos por serviços

ambientais. Embora seja meramente autorizativo, esse dispositivo acirrou a

polêmica e tem gerado expectativas naqueles que defendem a implantação de

projetos de pagamento por serviços ambientais com base em APP e RL.

No âmbito da União, a Agência Nacional de Águas (ANA) desenvolve o

Programa Produtor de Água. A Portaria nº 196 da ANA, de 30 de agosto de 2013,

institui o Manual Operativo do Programa Produtor de Água e estabelece que este

visa apoiar projetos de pagamento por serviços ambientais de proteção hídrica,

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tendo em vista a melhoria da qualidade e a ampliação da oferta de água, bem

como a regularização da vazão dos corpos hídricos. De acordo com a Portaria

196/2013, a valoração dos serviços ambientais de proteção hídrica baseia-se em

um Valor de Referência (VRE), que é o custo de oportunidade de uso de um

hectare da área objeto do projeto, expresso em R$/hectare/ano. Esse valor é

obtido mediante o desenvolvimento de um estudo econômico, específico para a

área do projeto, baseado na atividade agropecuária mais utilizada na região, ou

em um conjunto de atividades que melhor represente os ganhos médios líquidos

obtidos na sua utilização. O cálculo varia conforme a natureza do projeto –

conservação da vegetação nativa existente, recuperação da vegetação nativa ou

ações de conservação de solo.

O Programa Produtor de Água prevê o apoio técnico e financeiro para o

estabelecimento de arranjos que possibilitem o pagamento por serviços

ambientais e para execução de ações, como: construção de terraços e de bacias

de infiltração, readequação de estradas vicinais, proteção de nascentes,

recomposição e conservação de áreas com vegetação natural, reflorestamento

das áreas de preservação permanente e reserva legal, agropecuária sustentável

e saneamento ambiental14.

Na esfera do Poder Executivo Federal tramita o PL 792/2007 que

dispõe sobre o “pagamento de serviços ambientais do Deputado Federal

Senhor Anselmo de Jesus.

O projeto prevê que o pagamento ou compensação por serviços

ambientais tem como principal objetivo transferir recursos, monetários ou não

monetários, para aqueles que ajudam a conservar ou produzir tais serviços,

mediante a adoção de práticas, técnicas e sistemas que beneficiem a todos.

Segundo o Parlamentar, “países de diferentes portes estão desenvolvendo

esquemas de pagamento por serviços ambientais como política moderna de

conservação do meio ambientes e de desenvolvimento sustentável. É o

reconhecimento de que a proteção dos ecossistemas essenciais para a

14 SANTOS, DEVANIR GARCIA DOS. Pagamento por Serviços Ambientais. Apresentação na Audiência Pública da Comissão de Finanças e Tributação, na Câmara dos Deputados, ocorrida no dia 30 de junho de 2015, destinada a debater estudos de casos de projetos já implantados de PSA. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cft/audiencias-publicas/audiencia-publica-2015/audiencia-publica-debate-dos-estudos-de-casos-de-projetos-ja-implantados-de-psa-no-projeto-de-lei-no-792-de-2007. Acessado em 02 de julho de 2016.

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produção dos serviços ambientais básicos, tais como: ciclagem da água,

armazenamento de carbono e conservação da biodiversidade, não será

alcançada apenas com a criação de instrumentos legais restritivos aos usos da

terra”. O Deputado salienta ainda que “a gestão dos recursos naturais, na forma

como descrita neste projeto de lei, somente poderá ser implementada com a

participação de todos os cidadãos que integram a sociedade civil: trabalhadores,

membros de comunidades, associações, sindicatos, ONGs e líderes

comunitários entre outros, que, direta ou indiretamente, atuam no processo de

utilização dos recursos naturais’.

Nesta casa Legislativa tramita o Projeto de Lei nº 11 de 2012, do

Deputado Altemir Tortelli, que versa sobre a Política Estadual dos Serviços

Ambientais e o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais. O

parlamentar “destaca que muitos segmentos populacionais utilizam em suas

pequenas propriedades rurais métodos produtivos sustentáveis, que não

agridem o meio ambiente, como os agricultores familiares, populações

indígenas, quilombolas e demais segmentos contemplados pela Lei nº 11.326

de 24 de julho de 2006”.

Em 2011 o Deputado Pedro Pereira instalou uma Comissão Especial

para discutir sobre o Pagamento de Serviços Ambientais - PSA, nos termos do

PL 792/07 que tramita na Câmara dos Deputados (RCE 7/2011). Esta comissão

foi instalada em 05/10/2011, cujo objeto era discutir com parlamentares,

técnicos, empresários, ambientalistas e com a sociedade em geral o novo

princípio protetor-recebedor defendido pelo PL 792/2007 que dispõe sobre o

pagamento de serviços ambientais. O Deputado salienta que “atualmente pensar

desenvolvimento é pensar sustentabilidade, porque no futuro próximo, rico será

o país que possuir reservas hídricas, florestais, que possuir organismos com

integridade genética, enfim, aquele que preservar e manter íntegros seus

ecossistemas. Da mesma forma, o reconhecimento da essencialidade dos

serviços ambientais para o bem da humanidade, também deve orientar o modelo

de desenvolvimento, vez que incentivos positivos também constituem uma forma

de educação que conscientiza/sensibiliza os provedores e beneficiários acerca

da importância dos ecossistemas”.

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114

Ressalto ainda que diversos Estados já adotaram o pagamento por

serviços ambientais como instrumento de estímulo à conservação da

biodiversidade, dos recursos hídricos e de mitigação de emissões de gases de

efeito estufa.

Segue algumas legislações estaduais que tratam do tema:

ACRE Lei 2.025/2008 Lei 2.308/2010 Lei 2.693/2013 Decreto 6.306/2013

AMAZONAS Lei 3.135/2007 Decreto 26.958/2007

ESPÍRITO SANTO Lei 8.960/2008 Lei 9.864/2012 Decreto 3.182-R/2012

MINAS GERAIS Lei 17.727/2008 Lei 21.146/2014 Decreto 45.113/2009

PARANÁ Lei 17.134/2012 Decreto 1.591/2015

RIO DE JANEIRO Lei 3.239/2009 Decreto 42.029/2011

SÃO PAULO

Lei 13.798/2009 Decreto55.947/2010 Decreto 59.260/2013 Decreto 60.521/2014 Decreto 15.684/2015

As políticas estaduais são experiências pioneiras, tendo em vista a

inexistência de uma lei nacional sobre a matéria a não ser a previsão feita na Lei

nº 12.651 de 2012 através de seu art. 41, em que o Executivo Federal é

autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, um

programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente. O mesmo vale

para a adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade

agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais. Seria, assim,

uma forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável,

observados os critérios de progressividade, abrangendo as seguintes categorias

e linhas de ação:

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I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição,

monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e

que gerem serviços ambientais, isolada ou cumulativa:

a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do

estoque e a diminuição do fluxo de carbono;

b) a conservação da beleza cênica natural;

c) a conservação da biodiversidade;

d) a conservação das águas e dos serviços hídricos;

e) a regulação do clima;

f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional

ecossistêmico;

g) a conservação e o melhoramento do solo;

h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de

Reserva Legal e de uso restrito;

A inserção de um capítulo sobre o Pagamento por Serviços Ambientais

na legislação estadual poderia alavancar a conservação e a preservação de

áreas especialmente frágeis e que são responsáveis pelo fornecimento de água

pura e abundante, a estabilidade climática, o controle da erosão do solo, a

conservação das espécies da flora e da fauna e dos processos biológicos. As

APP’s e RL’s são a principal contribuição da propriedade privada para a

manutenção dos maciços de vegetação nativa e sua recuperação ou

manutenção são fundamentais, especialmente em biomas muito ameaçados,

como a Mata Atlântica e o Pampa.

5.6 Regulamentação do Bioma Pampa na CFE.

O relatório de monitoramento e mapeamento de áreas antropizadas no

Bioma Pampa, entre 2008 e 2009, de iniciativa do Ministério de Meio Ambiente,

IBAMA, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento – PNUD15, indicou que em 2008, a área de

15 MMA, 2011 - Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/relatrio_tcnico_monitoramento_pampa_2008_2009_72.pdf Acessado em: 10 de julho de 2016.

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remanescentes de vegetação do Pampa era de 36,03%. Em 2009, houve uma

redução para 35,84%. As estatísticas foram baseadas na área total do Bioma,

de 177.767,19 km², ou 63% do território do Rio Grande do Sul.

Em números totais, o Pampa teve sua cobertura vegetal original e secundária

reduzida de 64.050 km² para 63.719 km². Portando, o Bioma sofreu uma perda

acima de 0,18% no período, aproximadamente 331 km².

A inclusão na presente legislação de um capítulo sobre o Bioma Pampa

poderá inibir alguns vetores de transformação e devolver a segurança jurídica e

ambiental a este espaço, economicamente promissor e de reconhecido potencial

de desenvolvimento. Adequar a legislação significar minimizar os impactos

ambientais das atividades econômicas e limitar a intervenção e a exploração

nestes ecossistemas naturais.

É necessário, ainda, adequar os processos produtivos e modelos de

desenvolvimento de forma que sejam compatíveis com a conservação da

biodiversidade, e, por consequência, com a manutenção dos serviços ambientais

essenciais à preservação das espécies e ao bem-estar dos seres humanos.

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6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A tarefa a que me propus como relator desta subcomissão foi a de discutir

com a sociedade as possíveis adequações do Código Florestal Estadual (Lei

9.519/92) às legislações vigentes, em especial à Lei nº 12.651 de 2012 que

instituiu o “Novo Código Florestal Federal” e dispõe sobre a proteção da

vegetação nativa e dá outras providências.

Esta etapa inicial tinha como objetivo justamente dimensionar e identificar

os gargalos e entender a atual legislação. Diante da diversidade de opiniões e

conflitos identificados por meio da confrontação do Código Florestal Estadual

(9.519/92) com o Código Florestal Federal (12.651/12), e demais leis federais

pertinentes à proteção das florestas, ficou clara a necessidade de readequação

da presente legislação.

Considerando o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como uma das

principais ferramentas previstas na nova lei ambiental para a conservação do

meio ambiente, a adequação ambiental de propriedades, o combate ao

desmatamento ilegal e o monitoramento de áreas em restauração, auxiliando no

cumprimento das metas nacionais e internacionais de manutenção de vegetação

nativa e restauração ecológica de ecossistemas, reitero a necessidade de

revisão da atual legislação estadual, especialmente a inserção de parâmetros

inerentes ao Bioma Pampa, como forma de devolver a segurança jurídica aos

produtores rurais e gestores públicos que terão a incumbências de fazer cumprir

as regras impostas pelo CAR e regularizar suas propriedades.

Para tanto, recomendo a criação de uma Comissão Especial para

encaminhar as alterações de forma que haja ampla e irrestrita participação da

sociedade gaúcha nessa discussão.

Esta é a nossa recomendação.

Porto Alegre, 05 de outubro de 2016.

Deputado Estadual Elton Weber – PSB

Relator

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EXPEDIENTE

Proposição: RDI 36/ 2016

Proponente: DEPUTADO ELTON WEBER

Relator: DEPUTADO ELTON WEBER

Situação: Entrada em 24/02/2016

Número do processo: 20096.01.00/16-7

Assunto: subcomissão análise aperfeiçoamento atualização código florestal na CCJ

Ementa: Requer a criação de uma Subcomissão para tratar da análise, atualização e

aperfeiçoamento do Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul, instituído através

da Lei Estadual nº 9.519/1992, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça.

Assessoria Técnica: Alexandre Scheifler

Lucas da Silva Minetto

Revisão: Patrícia Meira