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Direito Processual Penal I 1º Semestre de 2015. Prof: Wanderson Gome de Oliveira Turmas: 5º período. Disponibilizado aos alunos: 23/02/2015 EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO REGRA: Lei projeta efeitos durante seu período de atividade. Extratividade: é a incidência de uma lei fora de seu período de vigência. Normas processuais penais: art. 2º CPP (Princípio já estudado) "O ato processual será regulado pela lei que estiver em vigor no dia em que ele for praticado (tempus regit actum). Quanto aos atos anteriores não haverá retroação, pois permanecem válidos, já que praticados segundo a lei dessa época." Obs: As normas processuais serão aplicadas aos processos em andamento ainda que o fato tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor e mesmo que sua aplicação se dê em prejuízo do agente. Ex: Lei 10.792/03 RDD: trouxe tratamento disciplinar mais gravoso aos presos quando presentes as hipóteses legais. Por se tratar de uma regra disciplinar interna dos presídios é norma processual e pode ser aplicada a fatos anteriores a esta lei. OBS: Então não se aplica art. 5º, XL da CF. Portanto, temos dois efeitos do princípio "tempus regit actum": a) Atos processuais sob a égide da lei anterior são válidos. 1

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Processual Penal

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Direito Processual Penal I1 Semestre de 2015.

Prof: Wanderson Gome de OliveiraTurmas: 5 perodo.Disponibilizado aos alunos: 23/02/2015

EFICCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

REGRA: Lei projeta efeitos durante seu perodo de atividade.

Extratividade: a incidncia de uma lei fora de seu perodo de vigncia.Normas processuais penais: art. 2 CPP (Princpio j estudado)"O ato processual ser regulado pela lei que estiver em vigor no dia em que ele for praticado (tempus regit actum). Quanto aos atos anteriores no haver retroao, pois permanecem vlidos, j que praticados segundo a lei dessa poca."Obs: As normas processuais sero aplicadas aos processos em andamento ainda que o fato tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor e mesmo que sua aplicao se d em prejuzo do agente.Ex: Lei 10.792/03 RDD: trouxe tratamento disciplinar mais gravoso aos presos quando presentes as hipteses legais. Por se tratar de uma regra disciplinar interna dos presdios norma processual e pode ser aplicada a fatos anteriores a esta lei.OBS: Ento no se aplica art. 5, XL da CF.Portanto, temos dois efeitos do princpio "tempus regit actum":a) Atos processuais sob a gide da lei anterior so vlidos.b) As normas processuais tem aplicao imediata mesmo que o fato que deu origem ao processo tenha sido anterior.

EFICCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAO

Vigora princpio da absoluta territorialidade.

Art. 1 CPP. O CPP aplicado em todo territrio nacional.Obs: As ressalvas do art. 1 no so excees territorialidade processual brasileira, mas sim do CPP.I- Casos em que o mesmo fato tenha ocorrido no Brasil sero julgados em seu pas de origem. Ex: agentes diplomatas, agentes consulares. TPI: Art. 5, 4 CFIII- CPPMIV- Art. 5 XXXVII, veda tribunal de exceoV- ADPF 130-7/DFImportante: Art. 6 CP: Princpio da Ubiquidade. Art. 5, 1, CP: embarcaes e aeronaves pblicas.... Art. 7: ExtraterritorialidadeImportante: A lei processual brasileira s vale dentro dos limites territoriais nacionais (lex fori), ou seja, processo tramitando fora aplicam normas processuais daquele pas.

INQURITO POLICIAL

Com a prtica do crimeSurge para o Estado o Direito de PunirAntes de punir pressupe o Devido Processo LegalO DPL s se inicia quando houver provas da materialidade e indcios de autoriaQue so colhidas atravs do Inqurito Policial

Ento, Inqurito Policial um procedimento administrativo preparatrio e inquisitivo presidido pela autoridade policial que tem por objetivo reunir elementos necessrios apurao da prtica de uma infrao penal e sua autoria, com a finalidade de propiciar a propositura da denncia ou queixa.

I) Autoridade Competente:- Polcia Judiciria (art. 4 CPP)Obs: O Art. 4 tambm traz a finalidade que a apurao das infraes penais e sua autoria.

nico: diz que no significa que a apurao das infraes exclusiva da polcia judiciria.

Polcia Judiciria

Polcia CivilCrimes que atingem bens de interesse do particular/ Estados/ Municpios. Polcia FederalCrimes que atingem bens particulares e da Unio.

Obs: Lei 10.446/02 Essa lei colocou a PF em alguns casosque seriam de atribuio da polciacivil. Art. 1: I, II, III,, IV. Obs: Esta lei ampliou a possibilidade de investigao da PF. No ampliou a competncia da Justia Federal. Ou seja, o IP vai para Justia Estadual

Lei 10.446/02.O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1o Na forma do inciso I do 1o do art. 144 da Constituio, quando houver repercusso interestadual ou internacional que exija represso uniforme, poder o Departamento de Polcia Federal do Ministrio da Justia, sem prejuzo da responsabilidade dos rgos de segurana pblica arrolados no art. 144 da Constituio Federal, em especial das Polcias Militares e Civis dos Estados, proceder investigao, dentre outras, das seguintes infraes penais:I seqestro, crcere privado e extorso mediante seqestro (arts. 148 e 159 do Cdigo Penal), se o agente foi impelido por motivao poltica ou quando praticado em razo da funo pblica exercida pela vtima;II formao de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4 da Lei n 8.137, de 27 de dezembro de 1990); eIII relativas violao a direitos humanos, que a Repblica Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrncia de tratados internacionais de que seja parte; eIV furto, roubo ou receptao de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operao interestadual ou internacional, quando houver indcios da atuao de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federao.V - falsificao, corrupo, adulterao ou alterao de produto destinado a fins teraputicos ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depsito ou distribuio do produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal).Pargrafo nico. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polcia Federal proceder apurao de outros casos, desde que tal providncia seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justia. (Includo pela Lei n 12.894, de 2013)Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

II) Natureza Jurdica: um procedimento administrativo.No processo porque no se constitui em uma relao trilateral. No se tem acusado e sim investigado.

Caractersticas do I.P. (Inqurito Policial)a) Instrumental: Sua finalidade reunir provas da materialidade e indcios da autoria visando fundamentar futura ao penal. instrumento para incio do Devido Processo Legal.b) Obrigatrio: Havendo Justa causa a autoridade policial esta obrigada a instaurar o IP. Art. 5, 2 CPP (O Delegado pode indeferir a abertura de IP se no houver justa causa).c) Dispensvel: Se o titular da ao (MP) j estiver elementos necessrios para promov-la. Art. 39, 5. Ex. Crime ambiental. (vem instrudo com inqurito civil).d) Informativo: Os elementos colhidos no I.P. s servem para iniciar a ao penal e no podem fundamentar uma condenao.Exceo: Jri (os jurados no so obrigados a fundamentar a sua deciso).Obs: Eventuais vcios no inqurito no afetam a Ao Penal, pois o IP meramente informativo. e) Discricionrio: No incompatvel com a caracterstica obrigatoriedade. Obs: A discricionariedade est ligada s diligncia a serem realizadas no inqurito, j a obrigatoriedade esta liga a instaurao do I.P. f) Escrito: Art. 9 CPP. g) Sigiloso: Art. 20 CPP: No vigora no I.P. a publicidade. Tal sigilo no existe para Juiz, MP e Advogado. h) Inquisitivo: No se fala em acusado, mas sim mero suspeito ou o investigado. No existe no IP contraditrio e Ampla Defesa.Obs: art. 306 , 1 CPP ...cpia integral para a Defensoria Pblica.A inteno no foi trazer o contraditrio? No. A cpia para defensoria limitada a analise da regularidade, legalidade da priso em Flagrante (manifesta quanto a legalidade da priso). Smula 343 STJ? Cuidado I.P. no processo, no aplica sano. A smula trata de faltas disciplinares e no crimes. A smula fala em processo administrativo disciplinar.i) Indisponvel : art. 17 CPP. Somente o juiz a pedido do M.P., pode arquivar o I.P. O arquivamento sempre judicial. j) Temporrio : Art. 5 , LXXVIII

FORMAS DE INSTAURAO DO INQUERITO POLICIAL (I.P.).

A Ao penal pblica incondicional A.1 De oficio: art. 5, I - Chamada de cognio imediata.A.2 - Mediante requisio do MP ou do Juiz: art. 5, II CPP - Cognio mediata.Pergunta: Esta requisio pode ser desatendida? 1 Corrente: A requisio no pode ser desatendida, tem carter de ordem. (No estamos falando que existe hierarquia). 2 Corrente: Fundamenta-se no principio da obrigatoriedade (Havendo justa causa o delegado abrir o I.P. caso contrrio no). Obs: Inciso II ... mediante requisio da autoridade judicial...Doutrinadores entendem que esta parte no foi recepcionada pela Constituio. O juiz est agindo e no pode agir. Fere a imparcialidade do juiz. (O juiz no pode agir, deve remeter ao MP conforme prev o art. 40 CPP).A.3 Requerimento do ofendido: art. 5, II segunda parte - Chamada de cognio mediata. Obs: O requerimento, diferentemente da requisio (para aqueles que so adeptos da 1 corrente) no obriga o delegado a instaurar o I.P. O delegado pode indeferir o requerimento de abertura do I.P. (Art. 5, 2 do CPP).Obs: Art. 5, 2. ... Chefe de Policia. Quem o Chefe de Polcia?1 Corrente: o Delegado Geral.2 Corrente: o Secretrio de Estado de Defesa Social (Secretaria de Segurana Pblica do Estado). Na Esfera Federal o Ministro da Justia.A.4 Auto de Priso em Flagrante: a chamada de cognio coercitiva. Aqui o inqurito policial inaugurado mediante a A.P.F. e no atravs de portaria. A investigao o prprio auto de priso em flagrante.A.5. - Comunicao de qualquer do povo: art. 5, 3. Chamada Delatio Criminis. possvel instaurao de I.P. provocada por denuncia annima / apcrifa? Sim a jurisprudncia entende possvel desde que autoridade policial receba a noticia com reservas, verificando preliminarmente a procedncia das informaes. B ) Ao Penal Publica Condicionada // Privada (Art. 5 , 4 e 5)- O delegado no pode agir de oficio (A.1. Fora); - MP e Juiz no podem requisitar (A.2 Fora);- Requerimento do Ofendido (A.3 Ok);- A.P.F. desde que a vtima ou seu representante legal autorize (A.4 Ok);- Comunicao de qualquer do povo (A.5 Fora).

ATOS DE DILIGNCIAAs diligncias esto exemplificativamente elencadas no art. 6 e art.7 do CPP.Art. 6, I: A finalidade aqui resguardar os vestgios do crime (corpo de delito). Obs. Existe um crime em que o Delegado no precisa preservar o cenrio dos delitos. So crimes ocorridos no trnsito. (Art. 1 da lei 5.970/73). Art. 6, II: Esta apreenso perdura enquanto os objetos forem necessrios ao processo.Cuidado: Art. 91, II do CP. Objetos que no voltam mais para o proprietrio. Confisco em favor da Unio.Art. 6, III: Doutrinadores entendem que bastava este inciso por ser bastante genrico. Art. 6, IV: Pergunta: O ofendido no comparece. Pode ser conduzido coercitivamente? Sim, art. 201, 1 do CPP.Obs: Zaffaroni discorda. Diz que o Estado esta se colocando em posio de mais vtima que a prpria vtima. Deve ser respeitada a deciso da vtima.Art. 6, V: O captulo III do Ttulo VII prev o interrogatrio judicial (contraditrio). O interrogatrio judicial foi alterado com a Lei 10.792/03.Interrogatrio Judicial:1 etapa: sobre o autor;2 Etapa: Sobre o fato;3 Etapa: Contraditrio (reperguntas).Obs: No interrogatrio judicial obrigatria a presena do defensor.Interrogatrio Policial (Inquisitivo)1 etapa: sobre o autor2 etapa: sobre o fatoObs: No obrigatria a presena de advogado.Pergunta: E se o investigado for menor Indiciado menor de 21 anos (art. 15 CPP)?1 Corrente (majoritria): Com o advento do novo Cdigo Civil, est dispensada a nomeao de curador.2 Corrente: Diferentemente do interrogatrio judicial no obrigado a presena do advogado, demonstrando ento, a necessidade do curador. Art. 15 CPP. Art. 6, VI: Pergunta: possvel reconhecimento fotogrfico de pessoas e coisas?Sim, mesmo no sendo previsto no CPP possvel tal reconhecimento, com base no que prescreve o inciso III deste artigo e no principio da liberdade de produo de provas. Art. 6, VII: Obs: Delitos que deixam vestgios, o exame de corpo de delito indispensvel (art. 158 CPP). Pergunta: Desaparecem os vestgios, posso realizar o exame indireto ou substitui-lo por prova testemunhal? Depende, se desaparecerem sem culpa do Estado cabe exame indireto e prova testemunhal. Se culpa do Estado, o exame direto no pode ser substitudo. Art. 6, VIII: Pela simples leitura do inciso todos se sujeitam ao processo datiloscpico tocar piano.Obs: art. 5, LVIII da CF.Ento temos: - CPP: Determinando identificao datiloscpica.- Constituio Federal: Regra: identificao civil (Documento).Excees: a) lei 9034/95 (art. 5) Organizao Criminosa; b) lei 12.037/09 (art. 3) que dispe sobre identificao criminal. Revogou a Lei 10.054/00 (doutrina entendia que inciso I da lei revogada era inconstitucional, pois, se preocupava com a gravidade dos fatos e no coma a inteno primordial identificao). Art. 6, IX: Auxiliam o juiz na fixao da pena base (art. 59 CP).Art. 7: Reconstituio do fato.Ex: de reconstituio que fere a moralidade estupro.Ex: de reconstituio que fere a ordem publica Desastres (TAM).Perg: O indiciado tem que participar da reconstituio?No obrigado. A C.F. garante que ningum obrigado a produzir provas contra si mesmo.Perg: O indiciado obrigado a estar presente na reconstituio?A maioria da doutrina/jurisp. No v constrangimento a sua presena.A doutrina moderna diz que constrangimento, pois, se no obrigado a reconstituir o fato, no tem a obrigao a estar no local do fato.Art. 13 do CPP, I,II, III e IV.So outras atribuies da Policia Judiciria. (delegado)Obs: Um delegado pode realizar diligncias em outra cidade ou Estado (circunscrio) independente de precatrias. Isto esta no art. 22 CPP e 250 CPP.Art. 21 CPP. Foi recepcionada pelo C.F.?A maioria entende que no. Nem em Estado de Defesa pode-se decretar a incomunicabilidade quantos mais I.P. Este artigo no foi recepcionado pela C.F.Art. 136, 3, IV CF. vedada a incomunicabilidade do preso, na vigncia do estado de defesa. Quanto mais no Inqurito Policial.Perg: O que indiciamento? o ato pelo qual o Delegado atribui a algum a prtica de uma infrao penal, baseado em indcios de autoria e prova de materialidade.Perg: O indiciamento pode ser sustado via HC?STF e STJ admitem desde que evidente a inocncia do agente.Perg: Indiciamento fere o principio da presuno inocncia (no culpa (STF)?A minoria diz que sim, fere o principio constitucional presuno da inocncia.

VALOR PROBATRIO DO INQURITO POLICIALA doutrina de forma quase unnime confere pouco ou nenhum valor probatrio ao I.P.O juiz jamais pode basear uma condenao apenas I.P onde no se verifica o contraditrio.Ento a condenao no pode ser fundamentada apenas no I.P. por ser uma fase inquisitiva.Obs: No I.P. temos 2 tipos de provas:a) Repetveis : no tem valor probatrio na fase (IP) Ex: oitiva de testemunha.b) Irrepetiveis: Tem valor probatrio (IP). Ex: A percia no local, na arma, exame de corpo de delito. Aqui falamos em contraditrio diferido na fase processual onde a defesa vai se manifestar contra as percias j realizadas.

Cuidado: A jurisprudncia mesmo no caso de provas repetveis confere algum valor probatrio. Ex: Confisso policial assistida por advogado.A jurisprudncia tem dado credibilidade a essa confisso.Cuidado: Existe algum caso que a condenao pode ser baseado somente na prova policial? o jri, pois, o jurado julga de acordo com a sua convico e no precisa fundamentar sua deciso.

PRAZOS DE ENCERRAMENTO DO I.P. (Art. 10 CPP):Regra:- Indiciado preso (10 dias). - Indiciado solto (30 dias).Perg: Esse prazo deve ser computado como prazo penal ou processual penal?Se penal: inclui dia da priso exclui o dia do fim. (art. 10 CP)Se processual: exclui o dia da priso e inclui o dia do fim. (art. 798 CPP)Resposta: Prevalece na doutrina que esse prazo processual (indiciado solto). Agora no caso de indiciado preso (que h restrio da liberdade) o prazo penal.Essa distino cada vez mais crescente na doutrina (indiciado preso ou solto).Perg: O que acontece se a autoridade desrespeita esse prazo?No contamina o Processo, mas pode ter consequncias: Ex: conseqncia administrativa, no caso de indiciado preso, ser solto.Obs: Art. 10, 3 - Prorrogao I.P.A lei estabelece prazo pequeno, mas, prorrogvel se indiciado solto (ilimitado). Cuidado: se estiver preso pode prorrogar, mas, tem que liberar o mesmo. No pode prorrogar com o indiciado preso.Exceo: - Lei 11.343/06 (lei de Drogas): Indiciado preso: 30 dias prorrogveis por mais 30 (art. 51) com indiciado preso.Indiciado solto: 90 dias prorrogveis, mais 90 dias.Na lei de Drogas s se admite uma prorrogao. Diferentemente do C.P.P. que admite prorrogao ilimitada.Outra coisa importante: A lei 5.010/66, (Prazos da Justia Federal) art. 66 CPP, se o indiciado estiver preso nesta lei:Indiciado preso: 15 dias, prorrogado por mais 15.Indiciado solto: a lei silencia, ou seja, a doutrina entende que se aplica-se regra geral (30 dias).

CONCLUSO DO INQURITO POLICIAL:O delegado conclui o inqurito, atravs de um relatrio, onde vai citar as partes, pessoas envolvidas, etc. O IP se encerra mediante um relatrio (art. 10 , 1 e2 do CPP).Perg: E se o relatrio no for minucioso? Ou se encerrar o I.P. sem relatrio? Qual a consequncia?Nenhuma: Relatrio no minucioso ou sua falta de relatrio mera irregularidade. No precisa devolver pra o delegado corrigir.Obs: O relatrio encaminhado para o Juiz. Art. 10, 1 do CPP. Perg: Quando o IP chega para o juiz o que ele faz? - Se crime de ao penal privada aplica o art. 19 CPP (Os autos aguardaro em cartrio).Precisa que o ofendido ou seu representante apresente a queixa crime, pois trata-se de ao penal privada. - Se crime de ao penal pblica os autos do IP, vo para o Ministrio Publico, abre-se nessa hiptese 04 opes para o MP: 1 oferecer denuncia.2 requerer o arquivamento3 suscitar conflito de atribuio e competncia4 requerer diligncia. Obs: 1 - Requerimento de diligncia, se o promotor entender que o colhido no IP no capaz de formar o seu convencimento ele pode retornar para a autoridade policial requerendo novas diligencias.Obs: 2 Suscitar conflito de atribuio e competncia. Cuidado: Conflito de jurisdio ocorre entre autoridades judiciais. Podemos ter :Quem julga

Juiz do Estado A XJuiz do Estado AT.J.

Juiz Federal A XJuiz Federal AT.R.F.

Juiz Estadual A XJuiz Estadual BS.T.J.

Juiz Federal A XJuiz Federal BS.T.J.

Juiz Estadual XJuiz FederalS.T.J.

Conflito de atribuioAqui eu tenho autoridades ministeriais:Quem Julga

Promotor do Estado A XPromotor do Estado AP.G.J.

Procurador da Rep. A XProcurador da Rep. BP.G.R

Promotor de SP XPromotor do PR S.T.F.

Promotor de SP. XProcurador RepublicaS.T.F.

No o STJ, pois o art. 105, d da CF trata apenas de conflitos entre judicirios, no tendo previso de julgar conflito fora do mbito judicirio.

ARQUIVAMENTO DO INQURITO POLICIALFundamentos para o requerimento para o arquivamento:1 Atipicidade: Ex: Principio da insignificncia 2 Descriminante: Ex: Excludentes de ilicitude. 3 Dirimentes: Ex: Causas de excludentes de culpabilidade - art. 22 CP.4 Extino da punibilidade. Ex: Crime prescrito, etc.5 Falta de provas

Obs. 1: O arquivamento fruto de deciso judicial. O M.P. no arquiva inqurito, apenas requer o arquivamento.. Perg: O juiz ao determinar o arquivamento faz coisa julgada material? No, sumula 524 STF. (Se houver novas provas pode desarquivar o I.P.) e art. 18 CPP. O juiz ao arquivar no faz coisa julgada material. Cuidado: H.C. 84156/MT. : O STF entende que se o arquivamento for com base na atipicidade ou extino da punibilidade, nem com novas provas se consegue desarquivar o inqurito. Perg: Existe algum caso em que esta provado a dirimente e o promotor no pode requerer o arquivamento?SIM. Ex: A imputabilidade por doena mental. Pois, falamos em Medida de Segurana e devemos aguardar at o fim do processo onde o ru pode ser absolvido. INQURITO POLICIALRelatrioJuiz_____________________________________________________________________

A. P. Privada A.P. Publica (art. 19 CPP) MP Arquivamento __________________________ Concorda Discordaart. 18 CPP art. 28 CPP

ART. 28 CPP: 1 - Discordncia do arquivamento na Justia Estadual. Juiz M P Estadual Requer Arq. Juiz (Discorda) (art. 28 CPP) (Devolve para apreciao do MP) P.G.J. : Tem 04 hipoteses:

P.G.J.:

a) oferecer denuncia b) designar outro promotor.c) insistir arquivamento. d) requerer novas diligencias. (a lei no prev)

Obs: O fenmeno de o juiz discordar e devolver para apreciao do MP, chamado de principio da devoluo.Obs: O promotor designado pelo P.G.J. no pode recusar a oferecer a denuncia, funciona como um Longa Manus, do P.G.J., age em nome do P.G.J. um brao do P.G.J. Age por delegao.Cuidado: Tem um caso em que o promotor pode recusar ofertar a denncia, por motivos de (suspeio ou impedimento). Art. 252 e 254 CPP. Obs: Se o P.G.J. insiste no arquivamento o juiz tem que acatar tal deciso. O chefe da Ao Penal Publica o MP. E se o chefe dele, o P.G.J. determinou o arquivamento o juiz tem que obedecer.

2 - Discordncia do Arquivamento na Justia Federal:

Ministrio Pblico Federal requer arquivamento.Justia Federal (Discorda) (Principio da devoluo)No vai pra o P.G.R. (tem que aplicar o art 62,IV , LC 75/93 dispe sobre as atribuies e estatuto do MP da Unio) Art. 62. Compete s Cmaras de Coordenao e Reviso:IV - manifestar-se sobre o arquivamento de inqurito policial, inqurito parlamentar ou peas de informao, exceto nos casos de competncia originria do Procurador-Geral;Vai para a Cmara Coordenao e Reviso.Tudo se repete.

c) Discordncia de arquivamento no caso de frum por prerrogativa de funoProcurador Geral de Justia (P.G.J.) (requer o arquivamento)Vai para o Tribunal de Justia (este discorda)Obs: O T.J. Est obrigado a acatar o pedido de arquivamento.No se fala em principio da devoluo nos casos de foro por prerrogativa de funo. Obs: 2 Por que o desembargador est obrigado a aceitar?Porque o PGJ, s encaminha ao TJ, depois de abrir oportunidade do legtimo interessado recorrer do pedido de arquivamento ao colgio de procuradores. S depois desse perodo de recurso que se encaminha para o T.J., ou seja, j foi devidamente discutida a situao.Perg: O que arquivamento indireto? a manifestao do promotor de justia no sentido de que o juzo incompetente para a matria, quando requer ento a remessa do inqurito ao juzo que segundo seu ponto de vista o competente para julgar. Perg: O Que arquivamento Implcito? quando o promotor deixa de incluir na denncia um indiciado sem fazer manifesta referncia a ele. Ex. A ,B e C foram indiciados: O M. P. apresenta denuncia contra A e B, e com relao ao C, ele silencia (isto chamado de arquivamento implcito). Perg: No Brasil permitido tal arquivamento? NO, no Brasil no permitido, pois burla (engana) a fiscalizao do Judicirio quanto as razes invocadas pelo MP. (art. 28 CPP). Perg: Da deciso que determina o arquivamento do I.P. cabe recurso? Em regra NO cabe recurso. Exceo: Lei 1.521/51 (lei dos crimes contra a econmica popular) art. 7 : Os juizes recorrero de oficio (nesse caso cabe recurso). Perg: Pode o MP requerer o arquivamento e antes do juiz se manifestar, pode se retratar?Deciso do STF: NO PODE, SALVO SE HOUVER NOVAS PROVAS.Eugnio Pacelli: Pode.

Outras espcies de investigao preliminar: Ex: Art. 4, pargrafo nico CPP, a investigao pode ser realizada por outras que no a policia judiciria. - Receita Federal,- Militar (IPM), - CPI (parlamentar investiga). - COAF (Banco Central investiga). - Magistrado investiga quando outro magistrado suspeito de crime. - Procurador investiga em casos onde o promotor suspeito de crimes. - STF: Em caso de foro por prerrogativa de funo.Material utilizado:BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 8 ed., So Paulo: Saraiva, 2013.CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19 ed., So Paulo: Saraiva, 2012.LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 10 ed., So Paulo: Saraiva, 2013.MACHADO, Antnio Alberto. Curso de processo penal. 3 ed., So Paulo: Atlas, 2010.NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal. 5 ed., So Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.PACELLI, Eugnio. Curso de processo penal. 18 ed., So Paulo: Atlas, 2014. RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 20 ed., So Paulo: Atlas, 2012.TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 7 ed., Salvador: Jus Podivm, 2012.

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