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HÁ CINCO DÉCADAS, NO DIA 31 DE MARÇO, UM GOLPE MILITAR DERRUBOU DO PODER O ENTÃO PRESIDENTE DEMOCRATICAMENTE ELEITO JOÃO GOULART. NESTA EDIÇÃO, O METRO JORNAL RELEMBRA O QUE ACONTECEU NAQUELE DIA E MOSTRA AS CONSEQUÊNCIAS DO ATO QUE MUDOU OS RUMOS DO BRASIL PAGS. 4, 5 E 6 Prefeitura prepara mudanças na NFSe Serão 106 modificações visando combater a sonegação do ISS e estabilizar sistema PÁG. 02 Procon autua sites de compras na web Acompanhamento de 28 empresas foi por sete meses, entre agosto de 2013 e fevereiro deste ano PÁG. 11 RECICLE A INFORMAÇÃO: PASSE ESTE JORNAL PARA OUTRO LEITOR www.metrojornal.com.br | [email protected] | www.facebook.com/metrojornal | @jornal_metrocps MÍN: 21°C MÁX: 28°C CAMPINAS Segunda-feira, 31 de março de 2014 Edição nº 964, ano 4 Santos e Ituano decidem o Paulista Leandro Damião comemora gol do Santos | DAVI RIBEIRO/FOTOARENA Time de Itu vence Palmeiras por 1 a 0 no Pacaembu e enfrenta o Peixe, que passou pelo Penapolense: 3 a 2 PÁG. 15

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HÁ CINCO DÉCADAS, NO DIA31 DE MARÇO, UM GOLPEMILITAR DERRUBOU DOPODER O ENTÃO PRESIDENTEDEMOCRATICAMENTE ELEITOJOÃO GOULART.

NESTA EDIÇÃO, O METRO JORNAL RELEMBRA O QUE ACONTECEU NAQUELEDIA E MOSTRA ASCONSEQUÊNCIAS DO ATO QUE MUDOU OS RUMOS DO BRASIL

PAGS. 4, 5 E 6

Prefeitura prepara mudanças na NFSeSerão 106 modificações visando combater a sonegação do ISS e estabilizar sistema PÁG. 02

Procon autua sites de compras na webAcompanhamento de 28 empresas foi por sete meses, entre agosto de 2013 e fevereiro deste ano PÁG. 11

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MÍN: 21°CMÁX: 28°C

CAMPINAS

Segunda-feira, 31 de março de 2014 Edição nº 964, ano 4

Santos e Ituano decidem o Paulista

Leandro Damião comemora gol do Santos | DAVI RIBEIRO/FOTOARENA

Time de Itu vence Palmeiras por 1 a 0 no Pacaembu e enfrenta o Peixe, que passou pelo Penapolense: 3 a 2 PÁG. 15

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |02| {FOCO}

A Secretaria de Finanças de Campinas está fazendo 106 mudanças no sistema que gera a NFSe (Nota Fiscal de Serviços Eletrônica) para evitar sonegação do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). A alí-quota do ISS é variável de acordo com o tipo de ativi-dade e vai de 2% a 5% sobre a nota fiscal emitida.

Segundo o secretário de Finanças, Hamilton Bernar-des, as alterações são uma espécie de filtro que irá identificar os sonegadores do tributo. “O sistema irá comparar informações so-bre o contribuinte que nos dará condições de apurar se o pagamento feito do ISS es-tá correto”, disse Bernardes, que acrescentou: “Quere-mos promover a justiça tri-butária. Se eu pago, o outro

também tem de pagar.”O novo sistema também

terá a missão de agilizar a emissão da nota fiscal e im-pedir quedas no sistema.

A prefeitura tem feito ou-tras investidas para impedir

que prestadores de serviços deixem de pagar o ISS. No ano passado, fiscais do Exe-cutivo foram pessoalmen-te a pequenas empresas, co-mo estacionamentos, para comparar o número de veí-

culos estacionados por dia e o valor pago aos cofres pú-blicos. Também no fim do ano passado foi aprovado pela Câmara de Vereadores o direito de a prefeitura ter acesso à movimentação mensal da transação de cartões – crédito e de débi-to – para comparar com o valor pago ao poder públi-co dos serviços prestados.

Neste ano, a previsão de arrecadação do ISS é de R$ 700 milhões. Nos dois primeiros meses de 2014 entraram para os cofres públicos cerca de R$ 1,1 milhão, de acordo com o secretário de Finanças.

De acordo com a asses-soria de imprensa da Secre-taria de Finanças, a média mensal de cupons emitidos da NFSe é de dois milhões.

METRO CAMPINAS

‘Caçada’. Prefeitura prepara um sistema inteligente para identificar o prestador de serviço que não paga ISS. Alteração na plataforma deverá ficar pronta nos próximos dias

Porta-aberta: Departamento de cobranças da prefeitura | METRO CAMPINAS

Prefeitura faz 106 mudanças na NFSe contra sonegação

A Secretaria de Saúde de Americana confirmou na última sexta-feira a primei-ra morte por dengue na ci-dade. A vítima foi uma mulher, mas não foram di-vulgadas informações sobre a data do óbito e a idade.

Americana, como Cam-pinas, está entre as 10 ci-dades do país com maior número de notificações da doença, conforme da-dos divulgados pelo Minis-tério da Saúde há 15 dias.

Até sábado passado, Americana registrava 1.320 casos e outras 431 pessoas aguardam resultados de exames, já que eram suspei-tas de ter a doença.

Hoje Campinas deve divul-gar mais um balanço do nú-mero de casos confirmados na cidade. O último foi apresenta-do na última semana, quando os doentes passavam de mil. Os suspeitos se aproximavam de 2 mil. METRO CAMPINAS

Saúde. Dengue mata mulher em Americana

8em cada 10 suspeitos confirmaram a doença no Jardim Florence na semana retrasada

O jornal Metro circula em 24 países e tem alcance diário superior a 20 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. É publicado e distribuído gratuitamente de segunda a sexta em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, ABC, Santos, Campinas e Grande Vitória, somando 510 mil exemplares diários.

Editado e distribuído por Metro Jornal S/A. Endereço: avenida Engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza, 2799, Jardim São Gabriel, CEP 13045-541, Campinas, SP.Tel.: 019/3779-7421. O jornal Metro é impresso na Plural Editora e Gráfica Ltda.

EXPEDIENTEMetr� ������ Presidente: Cláudio Costa Bianchini (MTB: 70.145) Editor Chefe: Luiz Rivoiro (MTB 21.162). Diretor Comercial e Marketing: Carlos Eduardo Scappini Diretora Financeira: Sara Velloso. Diretor de Tecnologia e Operações: Luiz Mendes JuniorGerente Executivo: Ricardo Adamo Coordenador de Redação: Irineu Masiero. Editor-Executivo de Arte: Vitor Iwasso

Metr� ������� Editora-Executiva: Zezé de Lima (MTB: 16.231) Editor de Arte: Gustavo Moura. Gerente Comercial: Simone Monfardini���� ����������� �� �omunicação Campinas - Diretor Geral: Rodrigo V. P. O. Neves

A tiragem e distribuição desta edição são auditadas pela BDO.30.000 exemplares

FALE COM A REDAÇÃ[email protected]/3779-7518

COMERCIAL: 019/3779-7421

Pontilhão da avenida John Boyd Dunlop será entrege em abril, segundo EmdecA Prefeitura de Campinas aposta que a entrega em abril das obras de duplica-ção da ponte ferroviária que passa sobre a avenida John Boyd Dunlop, no Jardim Flo-rence 1, vai melhorar a flui-dez viária na região.

De acordo com a Secreta-ria de Transportes, as obras no pontilhão, de responsa-bilidade da concessionária ALL (América Latina Logís-tica), estão previstas para serem totalmente concluí-das até 11 de abril.

Durante os trabalhos de

duplicação da linha férrea, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Cam-pinas) registrou lentidões na via, principalmente em horá-rios de pico. Para minimizar os transtornos, a Emdec rea-lizou a reconfiguração sema-fórica nos cruzamentos da re-gião, além de monitoramento e operacionalização do tráfego nas vias que cruzam a avenida, com a presença dos agentes da Mobilidade Urbana.

Com a liberação total da via sob o pontilhão, a expecta-tiva da Emdec é de que ocor-

ra maior fluidez no trânsi-to. Após o término completo dos trabalhos, durante uma semana, técnicos e agentes da empresa irão monitorar o tráfego de veículos no local. Caso seja necessário, novas intervenções serão realiza-

das para garantir a melhora do tráfego na avenida.

Com cerca de 15 km de ex-tensão (29,6km contabilizan-do os dois sentidos), a John Boyd Dunlop é a maior via do município; e a principal liga-ção para a região do Campo Grande. Por dia, circulam pela via uma média de 64 mil veí-culos. Em 2011, a média era de 45 mil veículos/dia. A região do Campo Grande apresenta, nos últimos anos, crescimento populacional, com a entrega de diversos empreendimentos imobiliários. METRO CAMPINAS

31/12deste ano é o prazo máximo que a Secretaria de Transportes dá para início das obras do BRT em Campinas

Objetivo é melhorar fluidez viária

| THOMAZ MAROSTEGAN/ METRO CAMPINAS

1FOCO

Legado

“Mais uma vez fomos muito bem e vamos

entregar aquele terreno a quem

merece e é dono, que é a população. A nossa proposta é de legado. Não é exclusiva para a

Copa ou para os Jogos Olímpicos,

mas para a população.”JOSÉ MARIANO BELTRAME, SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO RIO DE JANEIRO, SOBRE

A OCUPAÇÃO DA MARÉ.

leia mais na pág. 8

Dólar

- 0,39%

(R$ 2,25)

Bovespa

+ 0,24%

(49.768 pts)

Euro

- 0,88%

(R$ 3,10)

Selic

(10,75% a.a.)

Salário

mínimo

(R$ 724)

Cotações

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {FOCO |03|◊◊

Emdec recorre à GM para conter ataques a ônibus

Laterais, vidros e tetos foram atingidos | THOMAZ MAROSTEGAN/METRO CAMPINAS

Os recorrentes ataques a ônibus na região do Parque Oziel – só na semana passa-da, entre quarta e quinta-fei-ra, foram nove veículos ape-drejados – levaram a Emdec (Empresa Municipal de De-senvolvimento de Campi-nas) a solicitar reforço da GM (Guarda Municipal).

O efetivo terá de aumen-tar rondas na área, na tenta-tiva de coibir mais depreda-ções no transporte público.

Em um dos ataques da semana passada, uma pas-sageira ficou levemente ferida por causa dos esti-lhaços dos vidros.

Segundo informações passadas pela Prefeitura de Campinas, todos os ata-ques foram realizados da mesma maneira, com pes-soas não identificadas jo-gando pedras nos veículos, do alto da passarela que li-ga o Oziel ao Jardim do La-

go, passando sobre a ro-dovia Santos Dumont. Os ônibus foram atingidos no teto, vidros e laterais.

A onda de vandalismo começou na noite de quar-ta-feira, dia 26, com cinco ônibus depredados. As li-nhas atingidas foram 1.93 – Aeroporto de Viracopos (inclusivo); 1.20 – Termi-nal Ouro Verde (inclusivo); e 4.22 – Jardim Nova Amé-rica (inclusivo). Na noite

de quinta, 27, mais quatro ônibus atingidos: 1.90 – Jardim São Domingos; 1.91 – Jardim Fernanda; 4.05 – Jardim Petrópolis (inclusi-vo); e 4.22 – Jardim Nova América (inclusivo).

Nos dois dias as ações fo-ram por volta dos mesmos horários, entre 21h e 22h30.Quem testemunhar as ocor-rências deve acionar a GM (153) ou PM (190).

METRO CAMPINAS

Rachaduras da General Osório estão controladas, diz prefeituraEngenheiros da Secretaria de Urbanismo afirmaram que não há perigo de ocor-rerem novos afundamentos ou rachaduras na rua Gene-ral Osório, onde o pavimen-to asfáltico ficou prejudica-do após o muro de arrimo de uma construção ceder na semana passada.

A empresa responsável pela obra preencheu a ra-chadura da rua com uma

espécie de cimento plás-tico para poder acompa-nhar a evolução da trinca, constatando que não esta-va havendo aumento da fissura. Área continua sen-do monitorada.

No local, será erguido um edifício de dez pavimen-tos, sendo sete andares, dois subsolos e um térreo. O pro-jeto foi aprovado pela pre-feitura. METRO CAMPINAS

Assaltantes rendem frentista e roubam posto

Dois criminosos rende-ram o frentista de um posto de combustíveis no Guanabara na madru-gada de ontem e rouba-ram R$ 180 do local.

O homem não ficou ferido e a dupla conse-guiu fugir.

O caso foi registrado no plantão do 1º DP (Dis-trito Policial).

METRO CAMPINAS

Jd. São Judas Tadeu fica sem água amanhã

O fornecimento de água será interrompido nes-ta terça-feira, dia 1º de abril, das 8h às 17h, pa-ra o Jardim São Judas Tadeu. A interrupção é necessária para que a Sa-nasa faça a interligação de redes. É recomendada a reserva antecipada de água, além de economia durante o período.

METRO CAMPINAS

Desabastecimento Crime

Foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério dos Amarais o corpo de Gus-tavo Henrique Gomes San-tos, de 12 anos, que mor-reu no último sábado após cair de uma pedra de apro-ximadamente 15 metros, ao tentar entrar em um clube no Jardim Chapadão.

O menino estava caído em um riacho quando foi encontrado por uma meni-na de 7 anos. Ele estava sem documento e só foi identifi-cado no hospital pelos pais. O Samu (Serviço de Atendi-mento Móvel de Urgência) e o Corpo de Bombeiros ten-taram o socorro, mas ele já chegou sem vida no Hospi-tal Mário Gatti. O garoto te-ve politraumatismo.

Segundo informações dos familiares, o menino havia saído escondido de

casa para ir a um aniversá-rio. No caminho, um grupo de amigos o chamou para ir ao clube, do qual não era só-cio. Por isso, ele teve de en-trar pelos fundos, local on-de ocorreu o acidente.

O caso foi registrado no 4º DP (Distrito Policial) e se-rá investigado pela Polícia Civil, que fez a perícia na área. O motivo da queda se-rá apurado, mas informa-ções iniciais indicam que o menino caiu e bateu a cabe-ça. METRO CAMPINAS

Acidente. Corpo foi enterrado ontem, às 15h30, no Cemitério dos Amarais. Menino caiu de uma pedra de 15 metros em um clube

Clube no Jardim Chapadão onde menino de 12 anos caiu da pedra | THOMAZ MAROSTEGAN/METRO CAMPINAS

Garoto morre ao cair de pedra no Jd. Chapadão

12anos tinha o menino que caiu de uma pedra em um clube no Jardim Chapadão. Caso será investigado pela Polícia Civil.

Via permanece bloqueada até o fim dos reparos | THOMAZ MAROSTEGAN/METRO

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |04| {BRASIL}

A morte d

O golpe militar, que colo-cou o país em um vácuo constitucional por 21 anos, completa hoje cinco dé-cadas. Ao tomar o poder, o chamado “Comando Su-premo da Revolução”, res-ponsável pela queda do presidente eleito demo-craticamente João Goulart (PTB), abriu caminho para o funcionamento de uma máquina burocrática de ex-purgos, perseguições, tor-turas, assassinatos e sus-pensão de direitos.

A esquizofrenia, típica dos movimentos golpistas, elencou inimigos em todos os setores da sociedade, não deixando fora da lista nem mesmo companheiros de ca-serna. Documentos da Esco-la Superior de Guerra reve-lam que 146 militares foram afastados em abril de 1964.

Ao ocupar o Palácio do Planalto, levado pelas ar-mas, e não pelos votos, o general Humberto Castel-lo Branco, sob a justificati-va de proteger o país de uma ameaça comunista, determi-nou a cassação de parlamen-tares e a suspensão de direi-tos políticos por dez anos. Jango foi para o exílio, após levar para o centro do deba-te, em plena Guerra Fria, re-formas que tiravam o sono da elite brasileira: agrária, trabalhista e urbana.

Sem o lastro dado aos go-vernos democráticos para gerir o país, os militares ado-taram os Atos Institucionais, instrumento do poder discri-cionário, para manter o país sob vigília. O AI-5, em 1968, foi o mais violento e acabou com qualquer esperança de redemocratização. Em pou-cas linhas, ele deu ao pre-sidente o poder de fechar o Congresso, Assembleias Le-gislativas e Câmaras Muni-cipais. Foi suspensa uma das principais garantias da Re-pública, a do habeas corpus. O direito de detenção sem justificativa foi imposto nos casos de crime político, con-tra a segurança nacional e a ordem econômica.

Passados 50 anos do dia que resultou na derrocada de todas as instituições de-mocráticas em funcionamen-to no país, é preciso avaliar a reação da sociedade brasilei-ra. Anestesiada pelo chama-

Ditadura. 31 de março marca 50anos da tomada do poder no país

NOITE DO DIA 30 DE MARÇOJango deixa, às 22h, o Paláciodas Laranjeiras, no Rio, e segue para oAutomóvel Clube. Em discurso parasuboficiais e oficiais do Exército afirma anecessidade das reformas de base

MADRUGADA DO DIA 31 DE MARÇOApós tomar conhecimento do discurso,o general Olympio Mourão parte comsuas tropas de Juiz de Fora, em Minas,para o Rio de Janeiro e Guanabara

MANHÃ DO DIA 31 DE MARÇOGeneral Assis Ribeiro, chefe do gabineteMilitar da presidência, alerta as tropasgovernistas sobre um possívelenfrentamento com militares golpistas

TARDE DO DIA 31 DE MARÇOEmbaixada dos EUA é informada dogolpe por militares golpistas. A Marinha norte-americana coloca uma esquadra em alerta próximo a Santos

As últimas horas da democracia

GolpistasGovernistasMilitaresMilitares

Políticos

Políticos

AMAURY KRUELChefe do 2º Exército emSão Paulo. Aderiu ao golpeapós Goulart se negar ademitir ministros deesquerda

ASSIS BRASILChefe do GabineteMilitar. Criou o dispositivomilitar montado para dar segurança ao presidentedurante a implementaçãodas reformas de base

ANTÔNIO CARLOSMURICYGeneral do Exército.Cheiou as tropas deMinas Gerais queseguiram para o Riode Janeiro

LADÁRIO PEREIRA TELLESComandante do 3º Exército.Defendeu a resistênciaarmada ao golpe. Airmouter número suiciente dehomens para garantirJango na presidência

GOLBERY DOCOUTO E SILVAUm dos articuladores do golpe. Fundou e operou o SNI (ServiçoNacional de Informações)

PERY CONSTANTBEVILAQUAChefe do Estado-Maior.Tentou convencer Jangoa resistir ao golpe e aretomar o comandoForças Armadas

OLYMPIO MOURÃOComandante militar em1964, ã frente da 4ªDivisão de Infantaria do1º Exército. Liderou astropas que saíram deMinas para o Rio

SAN TIAGO DANTAS (PTB)Ministro da Fazenda.A pedido de João Goulart,tentou reunir todos osaliados do governo paraevitar o desfecho do golpe

AURO DE MOURAANDRADE (PSD)Presidente do Senado.Fez um apelo às ForçasArmadas pedindo agarantia da ordem no país

LEONEL BRIZOLA (PTB)Deputado federal.Consumado o golpe, tentou montar uma resistênciaarmada no sul do país.Desistiu após a decisão deJango de ir para o Uruguai

ADHEMAR BARROS (PSP)Governador de São Paulo.Fez uma série de discursosem cadeia estadual derádio e televisão airmandoo apoio do governopaulista ao golpe

DARCY RIBEIRO (PCB)Ministro-chefe da Casa Civil.Antropólogo, defendeu obombardeio das tropasgolpistas. Planejou aocupação do Congresso

RANIERI MAZZILLI (PSD)Presidente da Câmara.Assumiu o poder após aderrubada de Jango.Articulou a escolha do novo presidento com o Comando Militar

LUÍS CARLOS PRESTES (PCB)Ao ser informado do iníciodo golpe, convocou todosos dirigentes do PartidoComunista. Tentou planejaro bombardeio do Palácio daGuanabara, no Rio

CARLOS LACERDA (UDN)Governador da Guanabara.Pediu a queda de Jangoacusando o presidente dese aliar ao comunismo.Acabou cassado em 1966

MIGUEL ARRAES (PST)Governador de Pernambuco.Na manhã de 1º de abril,tropas golpistas cercarama sede do governo. Arraesicou preso por 11 meses

JOSÉ MAGALHÃESPINTO (UDN)Governador de Minas Gerais.Articulou o golpe com osmilitares. Participou dosbastidores para derrubada de João Goulart

ALMINO AFFONSO (PTB)Ministro do Trabalho.Apoiou as reformas de basede João Goulart. Afonso foicassado logo após o golpe.Passou 12 anos no exílio

do “milagre econômico”, cujo resultado mais expressivo foi o crescimento de 14% do PIB, em 1973, grande parte da po-pulação fechou os olhos ao terrorismo de Estado, que te-ve sua representação máxima em órgãos como o DOI-CODI e a Oban (Operação Bandei-rantes), em São Paulo.

O saldo desses braços da repressão podem ser vistos pelos números apresentados pela iniciativa do “Brasil Nun-ca Mais”. Entre os anos de 1964 e 1985, são 6 mil denún-cias de casos de tortura e 356 de mortos e desaparecidos.

Hoje, busca-se, por meio de Comissões da Verdade em todo o país, cobrar a responsa-bilidade dos que participaram diretamente desses crimes ou os autorizaram (leia ao lado).

Nos últimos 20 anos, o país elegeu um professor

cassado pelo regime, um operário que liderou mo-vimentos grevistas ainda durante a ditadura e uma mulher que foi vítima da máquina de tortura do Esta-do. A jovem democracia bra-sileira passou, também, pelo teste da queda de um presi-dente, Fernando Collor de Mello, que deixou o gover-no pela força da lei e da von-tade popular, não das armas. Este ano, o país elegerá, pela sétima vez após o fim do re-gime militar, um novo pre-sidente. Não importa quem seja o eleito, o que os brasi-leiros esperam do vencedor é que ele mantenha o país no rumo da democracia e do respeito às leis.

DAVI FRANZON METRO SÃO PAULO

Os personagens

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {BRASIL} |05|◊◊

te da democracia

TARDE DO DIA 31 DE MARÇOSob a justificativa de proteger o chefe doEstado-Maior do Exército, Castello Branco,um pelotão ocupa o Ministério da Guerra

FINAL DA TARDE DO DIA 31 DE MARÇO Tropas do general Carlos Alberto Muricy chegam à divisa de Minas com o Rio

NOITE DO DIA 31 DE MARÇOO general Amaury Kruel liga paraJango e pede a saída dos ministros

ligados à esquerda. Com arecusa, adere ao golpe

MANHÃ DO DIA 1º DE ABRILJango deixa o Rio com destino aBrasília. San Tiago Dantas detalha aparticipação dos EUA no golpe

TARDE DO DIA 1º DE ABRILOficiais ocupam o forte de Copacabanae declaram apoio ao golpe. Tanquesque faziam a segurança de Jango nas

Laranjeiras abandonam o posto erumam para o Palácio Guanabara

TARDE DO DIA 1º DE ABRILEm Pernambuco, tropas golpistasinvadem o Palácio das Princesas, sede dogoverno, e prendem o governadorMiguel Arraes

NOITE DO DIA 1º DE ABRILAcompanhando a situação, o presidentedo Senado, Auro de Moura Andrade,

acerta a adesão do Congresso.Ao saber da decisão, Jango deixa aGranja Torto e parte para Porto Alegre

MADRUGADA DO DIA 2º DE ABRILEm sessão extraordinária, Andradearticula a institucionalização do golpe.O chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro,envia carta afirmando que Jangonão deixou o país e segue presidente.O documento é ignorado, e Andradedeclara vaga a Presidência da República

MADRUGADA DO DIA 2º DE ABRILAcompanhado de Moura Andrade e dopresidente do STF, Ribeiro Costa, RanieriMazzilli, presidente Câmara, segue parao Palácio do Planalto. No caminho, o grupo passa a ser seguido pordezenas de parlamentares.Todos entram sem dificuldade nasede do governo federal.Ao chegarem ao terceiro andar,no gabinete da presidência, Mazzillié empossado presidente

Comissão quer mostrar história realEm 31 meses de trabalhos, a Comissão Nacional da Verda-de abriu espaço para que, de maneira inédita, torturado-res e torturados contassem histórias ainda desconheci-das da ditadura militar entre 1964 e 1985.

As primeiras conclusões revelam que 50 mil pessoas, classificadas como subversi-vas, foram presas. Pela pri-meira vez, um testemunho formal admitiu que a tortu-ra nos porões da ditadura foi uma prática recorrente. O coronel reformado Paulo Malhães confessou ter tor-turado e ocultado corpos. Ele atuava na chamada Ca-sa da Morte, que funciona-

va em Petrópolis (RJ). O mi-litar chegou a admitir ter desaparecido com o corpo do ex-deputado Rubens Pai-va -- mas depois retirou o depoimento.

Amanhã, o general re-formado do Exército José Antônio Nogueira Belham, que comandou o DOI (Des-tacamento de Operações de Informações) do Rio de Janeiro, onde, segundo a co-missão, Paiva foi morto, de-verá ser ouvido na Câmara.

A comissão busca dar res-postas às famílias dos desa-parecidos políticos e as cau-sas de mortes que, mesmo com o passar de décadas, se-guem desconhecidas. É o ca-

so, por exemplo, da morte do ex-presidente João Gou-lart, cujo o corpo foi exuma-do. A versão oficial é de ata-que cardíaco (leia entrevista na pág. 6). A conclusão deve finalmente revelar se Jango foi vítima de envenenamen-to, como alvo da operação Condor, que uniu ditadu-ras do Cone Sul para assassi-nar opositores na década de 1970.

A busca por entender a história motivou pelo me-nos 100 outras comissões, em universidades, Assem-bleias Legislativas, sindica-tos e Estados.

A comissão nacional bus-cará apontar ainda quais

eram as empresas responsá-veis pelo financiamento do regime militar. A lista inclui ao menos 125 empresas, co-mo Light, Cruzeiro do Sul, Refinaria de Petróleo União, que, segundo relatório preli-minar, tinham cotas de até 70% dos recursos consumi-dos pelas Forças Armadas. “Precisa construir a ques-tão de como deve ser cobra-da a reparação das empresas aos trabalhadores. Estamos lutando por tudo isto”, afir-mou a coordenadora do Gru-po de Trabalho sobre o golpe de 1964, Rosa Cardoso.

A comissão apresentará em 16 de dezembro a con-clusão dos trabalhos, mos-

trando as violações dos di-reitos humanos entre 18 de setembro de 1946 e 5 de ou-tubro de 1988.

O ponto mais sensível da conclusão -- que ainda rece-be o carimbo de confiden-cial -- é a proposta de revi-sar a Lei de Anistia e punir agentes do Estado acusados de torturas, mortes e desa-parecimentos. Em 2010, o STF decidiu, por 7 votos a 2, manter livre de punições autores de crimes relacio-nados ao regime militar. A nova composição da Corte, com Roberto Barroso e Teo-ri Zavascki, alimenta o dese-jo de muitos de revisitar a questão. METRO BRASÍLIA

JOÃO MARQUES/UH/FOLHAPRESS ARQUIVO/FOLHAPRESS

ARQUIVO/FOLHAPRESS

Tropas do Exército ocupam o

centro de São Paulo na tarde

de 1º de abril

População ocupa

a praça da República, no

centro, no dia 1º de abril

Ao lado da esposa,

Maria Tereza Goulart,

Jango discursa na Central

do Brasil, no Rio

FONTE: ARQUIVO NACIONAL EPALÁCIO DO PLANALTO

Os militares

presidentes

Chefe do Estado-Maiordo Exército. Eleito presidente, cancela as eleições de 1965,extingue partidos edecreta nova Constituição

HUMBERTOCASTELLOBRANCO(1964 A 1967)

Chega ao poder com o apoioda linha dura do regime.Com a entrada em vigor doAI-5 (Ato Institucional) em 1968,determina a suspensão dasgarantias previstasna Constituição eo fechamento do Congressopor um ano

ARTHUR DA COSTA E SILVA(1967 A 1969)

Período marcado pelaescalada da violência contra asorganizações de esquerda queoptaram pela luta armada e osmovimentos estudantis. Duranteo governo Médici, o país registra ochamado “milagre econômico”.O PIB (Produto Interno Bruto)registra crescimento de14% em 1973

EMÍLIOGARRASTAZU MÉDICI(1969 A 1974)

Inicia a fase da distensão.Geisel revoga o AI-5 edeclara que a abertura serálenta, gradual e segura.Movimentos operáriose populares ganham forçaem todo o país

ERNESTOGEISEL(1974 A 1979)

Autoriza a criação de novospartidos políticos e daseleições diretas paragovernador. Movimentos pelaretomada da democracia ganham espaço. Lei da Anistiaentra em vigor

JOÃOBATISTAFIGUEIREDO(1979 A 1985)

Aurélio Lyra Tavares, AugustoRademaker e Márcio Souza deMello (Junta Militar). Após Costae Silva sofrer um derrame, elagoverna o país por dois meses

JUNTA MILITAR(DE AGOSTO A OUTUBRO DE 1969)

Em um dos últimos atos de seu governoJoão Goulart promete realizar as reformas agrária, urbana e eleitoral, além de apertar o cerco contra o luxo de capital estrangeiro

AS REFORMASDE BASE

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |06| {BRASIL}

Quais são suas lembranças da tomada do poder pelos militares em 1964?Eu era muito novo. Tinha 7 anos. Lembro de muita tensão. Não foi um dia co-mum. Fomos arrancados da Granja do Torto [residência oficial), em Brasília. Nos le-varam para Porto Alegre.

No dia 13, o comício da Cen-tral do Brasil completou 50 anos. Outro político teria força para realizar um ato como aquele?Seria preciso muito apoio po-pular. Meu pai tinha. Esse é o desafio do atual governo. A gente vê tentativas de crimi-nalizar as manifestações. Não

podemos chamar uma dona--de-casa que leva panela para protestar de subversiva. Não vivemos mais em uma dita-dura. O político que conse-guir capitalizar esses movi-mentos vai ser bem-sucedido.

Hoje, é possível analisar um programa como o das

JOÃO VICENTE GOULARTFilho de Jango fala sobre a exumação do corpo do ex-presidente da

República e da investigação para veriicar se ele foi envenenado

Nos 50 anos do Golpe Mili-tar torna-se necessário um resgate à história para en-tendermos o presente. Em 1964, o Brasil era um país politicamente repartido. O clima de radicalização era agravado por velhos adver-sários da democracia. A di-reita tinha uma relação de incompatibilidade com as urnas e buscava um anti-go recurso: arrastar as For-ças Armadas para o centro da luta política. A esquerda comunista não ficava atrás. Sempre estivera nas vizi-nhanças dos quartéis pa-ra uma eventual aventura golpista. Assim, numa con-juntura radicalizada, espe-rava-se do presidente equi-líbrio. Ledo engano.

João Goulart articulava sua permanência na presi-dência e necessitava emen-dar a Constituição. Sinali-zava que tinha apoio nos quartéis para, se necessá-rio, impor pela força a ree-leição (que era proibida).

Organizou um “dispositi-vo militar” que “cortaria a cabeça” da direita. Insis-tia que não podia governar com um Congresso con-servador, apesar de o seu partido, o PTB, ter a maior bancada. Veio 1964.

O autoritarismo aqui faz parte de uma tradição an-tidemocrática que nasceu com o Positivismo, no fi-nal do Império. O despre-zo pela democracia ron-dou o nosso país durante cem anos de República. O regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos. Não é possível cha-mar de ditadura o período 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação polí-tico-cultural que havia no país. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprova-ção da Lei de Anistia e as eleições diretas para os go-vernos estaduais em 1982.

Nos últimos anos se con-solidou a versão de que os militantes da luta armada

combateram a ditadura em defesa da liberdade. E que os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações. Em um país sem memória, é muito fácil rescrever a história. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, sequestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum.

Argumenta-se que não havia outro meio de resis-tir à ditadura a não ser pela força. Mais um grave equí-voco: muitos desses gru-

pos existiam antes de 1964 e outros foram criados pou-co depois, quando ainda ha-via espaço democrático. O terrorismo desses pequenos grupos deu munição para o terrorismo de Estado, e aca-bou sendo usado como pre-texto para justificar a barbá-rie repressiva.

A luta pela democracia foi travada politicamente pelos movimentos popula-res, pela defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve em se-tores da Igreja Católica im-

portantes aliados, assim co-mo entre os intelectuais, que protestavam contra a censura. E o MDB, nada fez? E seus militantes e parla-mentares que foram perse-guidos? E os cassados?

Os militantes de luta ar-mada construíram um dis-curso eficaz. Quem os ques-tiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crí-tica e evitam o que tanto te-mem: o debate. Mais: trans-formam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desqualificação dos sofrimentos da prisão.

Não há relação entre uma coisa e outra: criticar a luta armada não legitima o terrorismo de Estado. Te-mos que refutar as versões falaciosas. Não podemos ser reféns, historicamente fa-lando, daqueles que trans-formaram o antagonista em inimigo; o espaço da políti-ca, em espaço de guerra.

MARCO ANTÔNIO VILLAé historiador. Autor de dez livros, entre eles ‘Ditadura à Brasileira’ e ‘Jango: Um Perfil’

Ponto de vista

Depoimento

Golpe à brasileira

reformas de base proposto por João Goulart? Participei de um encon-tro sobre o comício na Cen-tral do Brasil. Um líder so-cial afirmou que a reforma agrária proposta pelo meu pai era a melhor para o Bra-sil. Acredito que muito da-quilo não foi feito. O PT diminuiu a desigualdade so-cial com o Bolsa Família, mas mesmo assim tem gen-te que não aprova o progra-ma. A ideia da reforma ban-cária também era ótima. Os bancos ganham bilhões e enviam quase todo o dinhei-ro para suas matrizes. Não somos contra o lucro. É pre-ciso que haja investimento em educação e saúde. Quan-do meu pai assinou a lei que limitava as remessas de lu-cros para o exterior, foi der-rubado pelos militares.

Como avalia o debate sobre a ditadura militar? Fico feliz com o esforço pa-ra lembrar essa época. É im-portante rever a morte de Jango, já que ele é um bem cultural brasileiro, como to-dos os presidentes.

É preciso exumar o corpo de Jango para investigar as causas de sua morte?Quando ele morreu [1976], não houve necropsia na Ar-gentina. Para que o corpo fosse enterrado no Brasil, foi exigido que o caixão esti-vesse lacrado. Em 2007, pe-dimos ao MPF que fossem investigadas as condições de morte. Isso começou antes da Comissão da Verdade.

Desde quando há a suspei-ta de envenenamento?Desde o enterro tínhamos essa dúvida. Sabíamos de ca-sos parecidos. A questão é que, com o passar do tem-po, a exumação pode ser in-conclusiva. Existem subs-tâncias que, após mais de 30 anos, não podem ser detec-tadas. Por isso a necessidade de convocar os agentes nor-te-americanos que teriam participado do caso. A legis-lação dos EUA permite is-so. Eu estou fazendo de tudo para que isso aconteça.

João Goulart fazia comen-tários sobre os dias de exílio no Uruguai?Ele dizia que o exílio é um invenção do demônio. Vo-cê é um morto-vivo. Ape-sar de estar próximo ao seu país, não pode passar a fronteira e encontrar ami-gos e família. Mas, no prin-cípio, achávamos que era só mais uma “quartelada”, como tantas outras que aconteceram no Brasil.

Todo esse resgate histó-rico acontece no mesmo ano que o Brasil recebe a Copa do Mundo. Como era a relação do seu pai com o futebol?Ele sempre gostou de fute-bol. Era torcedor do Interna-cional, chegou a jogar nas di-visões de base do colorado. Meu pai sempre torceu mui-to pelo povo brasileiro, sem-pre lutou por benefícios para a população. Mesmo no exí-lio, ele continuou vibrando com a Seleção. METRO RIO

ARQUIVO FOLHAPRESS

Tanques do Exército são levados

para São Paulo em 1964

1964: golpes, tragédias e resistência

Naquele dia, o último de março de 1964, tudo era estranho. Havia um ar pesado. Queríamos uma revolução social e econô-mica, capaz de trazer jus-tiça, e a distribuição das riquezas da nação. No en-tanto, os golpistas rouba-ram nosso sonho. Ao me-nos naquele momento.

Naquele dia, voltei pa-ra casa após o trabalho em Belo Horizonte. Bus-quei notícias com outros militantes e jovens. Não os encontrei. Fiquei com a família. No rádio, ouvimos que tropas se deslocavam para o Rio para dar o gol-pe e destituir Jango.

Prisões e sequestros ocorriam antes de se ofi-cializar o golpe, que foi falsamente denominado “revolução” para enganar a opinião pública, pois quem queria a “revolu-ção social e econômica” eram os trabalhadores, sindicatos, estudantes. Éramos nós, o povo.

A partir de então, mi-nha família sofreu as con-sequências: meu pai foi sequestrado e ficou desa-parecido por 6 meses. Eu e minha irmã fomos levadas para o quartel do Exército, no Barro Preto, onde res-pondemos a um Inquérito Policial Militar. Milhares de pessoas foram inquiridas. As elites conservadoras e de extrema-direita edita-ram a ditadura para ser-vir ao capital internacional e massacrar as classes tra-balhadoras. Fomos para a clandestinidade. Tive meus filhos sem poder usar mi-nha identidade. Trabalhei na imprensa clandestina. Divulgamos material sobre a guerrilha do Araguaia que aconteceu, sob a dire-ção do PCdoB, no Pará.

Em 1972, fomos seques-trados pelo DOI-CODI, tor-turados, ameaçados de morte e testemunhamos o assassinato de Carlos Nico-lau Danielli, dirigente co-munista e nosso amigo. Se-questraram minha irmã Crimeia, grávida, e meus filhos de 5 e 4 anos, Janai-na e Edson Luis. Tudo sob o comando do major Car-los Alberto Brilhante Ustra.

Este é o resumo da mi-nha história. Três palavras me guiaram para enfren-tar a vida: lembrar e re-sistir sempre.

MARIA AMÉLIA DE ALMEIDA TELESEx-militante do PCdoB, torturada na ditadura

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Depois de 41 dias de inde-finição, os alunos da USP Leste voltam às aulas ho-je, com ameaça de greve. Elas devem ser realizadas na Unicid e na Fatec, am-bas no Tatuapé. Os alunos reclamam de falta de in-fraestrutura nos locais es-colhidos pela universida-de. Afirmam, ainda, que os trabalhos de pesquisa serão prejudicados com a mudan-ça porque faltam laborató-rios. Uma assembleia deve decidir hoje se a greve será realizada pelos alunos.

O campus da USP Leste está interditado desde janei-ro por causa da contamina-ção do solo. Por isso, o uso do local foi vetado pela Jus-tiça. Segundo a reitoria, as aulas dos alunos da manhã acontecerão na Unicid e Fa-tec Tatuapé. Os estudantes da tarde ficarão concentra-dos na Unicid. Os do perío-do noturno, na Fatec e em outras unidades da USP. A distribuição dos alunos, po-de ser consultada no site www.each.usp.br.

Entre janeiro e meados de fevereiro, a reposição de aulas de cursos que ainda não tinham terminado o se-

mestre anterior foi feita na Cidade Universitária, usan-do as salas do Instituto de Psicologia. Mas, desde mea-dos de fevereiro, quando o ano letivo na Cidade Univer-sitária foi retomado, os vete-ranos da USP Leste ficaram sem espaço para as aulas.

Em nota, a USP afir-ma que a administração se preocupou, neste momen-to, com o início das aulas. Houve um esforço, segun-do a universidade, em con-seguir salas disponíveis. So-bre a falta de estrutura, a instituição disse que as ati-vidades acadêmicas só vol-tarão às condições normais quando o campus da zona leste for liberado. A univer-sidade também afirma que nenhum frequentador do local está submetido a qual-quer tipo de risco de conta-minação. METRO

Horas depois da ocupação do complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, pelas forças de segurança do Estado, uma provável guerra entre fac-ções deixou um adoles-cente, de 15 anos, morto. Jovens rivais de duas co-munidades da região, Bai-xa do Sapateiro e Nova Ho-landa, estariam jogando pedras uns contra os ou-tros, até que um deles ti-rou uma pistola e atirou, dando início ao confronto.

Além do morto, que foi encaminhado para a UPA Vila do João, mas não resis-tiu, outros dois menores fi-caram feridos e deram en-trada no Hospital Federal de Bonsucesso. Um de 16 anos foi baleado nas costas e um de 13, na face.

À tarde, 27 jovens foram detidos por policiais do Ba-talhão de Choque, acusa-dos de depredar carros.

Eles estavam jogando pe-dras em veículos que passa-vam na Linha Vermelha. Se-gundo familiares, o grupo foi protestar na via expres-sa contra a morte do ado-lescente atingido por tiros.

As 15 favelas da Maré, onde moram mais de 122 mil pessoas, foram ocupa-das no início da manhã. Com apoio de blindados da Marinha, cerca de 1,5 mil policiais entraram no com-plexo e retomaram o terri-tório em 15 minutos, sem disparar um tiro. Às 9h40, as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio foram has-teadas. “Estou aqui rezan-

do para vir a paz”, comen-tou Maria do Socorro da Silva, moradora da Maré.

Na operação, 13 pessoas foram presas dentro do complexo e também em outras ações realizadas na cidade e na região metro-politana. Entre elas, Daie-ne Rodrigues, presa pela Polícia Federal em Nite-rói. Ela é ex-namorada de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, chefe do tráfi-co da Maré, preso na sema-na passada.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, 118 pessoas já foram presas desde 21 de março, quan-do começaram os prepara-tivos para a ocupação do complexo. A data para a entrada das Forças Arma-das nas comunidades deve ser definida nesta semana.

Durante a varredura, os agentes apreenderam 452 kg de maconha e encontra-

ram armas e carregadores que estavam enterradas nas proximidades da Vila Olímpica e do Ciep Maré.

“Essa ocupação é mui-to significativa, demonstra que não toleramos de for-ma nenhuma o poder pa-ralelo, seja a milícia, o co-mando A ou B. Gerações nasceram aqui e se acos-tumaram a conviver com uma pessoa de fuzil, um jo-vem, às vezes amigo da es-cola, determinando quem entra e quem sai. Quantos jovens assistiram a esses meninos morrerem, mães desesperadas, serviços pú-blicos paralisados por cau-sa de tiroteio… É uma ci-dade dentro da cidade que se integra à cidade. É um dia histórico”, comemorou o governador Sérgio Ca-bral, que acompanhou a ação do Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova. METRO RIO

CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |08| {BRASIL}

Campus da USP Leste está interditado desde janeiro | DIVULGAÇÃO

5 milé o número de alunos de graduação e mestrado matriculados na USP Leste.

Pacificação. Outros 2 menores ficaram feridos. Operação contou com 1,5 mil policiais. Forças de segurança entraram na região em 15 minutos. Treze pessoas foram presas

Guerra entre facções mata um após ocupação da Maré

Moradores entraram no caveirão da PM | MAURÍCIO FIDALGO/FUTURA PRESS

15é o número de favelas que fazem parte do complexo da Maré, onde vivem 122 mil pessoas.

Educação. Alunos da USP Leste voltam às aulas hoje

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {BRASIL} |09|◊◊

LOBBY VEDA MINI-PRODU-ÇÃO E VENDA DE ENERGIA. Se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o governo não fossem tão suscetíveis à influência de geradoras e distribuido-ras, o Brasil poderia fazer uma revolução na área de energia. Era só permi-tir, como na Alemanha, que cidadãos comuns e até empresas vendessem energia excedente que produzissem (eólica, so-lar etc). Hoje, resolução nº 482 da Aneel proíbe isso. Admite só “desconto” na conta mensal.

CUNHA RECUA DE CPI DE OLHO EM PRESIDIR A CÂMA-RA. Líder do PMDB e arti-culador do “blocão” que tentou emparedar o go-verno, o deputado Eduar-do Cunha (RJ) quer mais do que se acertar com o Planalto, saindo da linha de frente da CPI da Petro-bras: ele pretende dispu-tar a presidência da Câ-mara, em substituição ao parceiro Henrique Alves (PMDB-RN). Mas terá de ignorar o acordo de reve-zamento que dá ao PT o direito de apontar o pró-ximo presidente.

PT FEZ SUA PARTE. O acor-do PT-PMDB, formaliza-

do por escrito, devolveu o ex-presidente Marco Maia (PT-RS) ao baixo clero e garantiu o cargo a Alves.

ESTOU EM OUTRA. Signatá-rio do acordo com o PT, Henrique Alves já priori-za a campanha ao gover-no potiguar, e não ousa-ria contrariar seu líder Eduardo Cunha.

MAIOR BANCADA. É da tra-dição da Câmara e do Se-nado a maior bancada escolher o presidente da Casa. Na Câmara, a maior bancada é a petista.

O PETRÓLEO É DELES. Do ad-vogado Luiz Fernando Pe-reira, sobre o escândalo na Petrobras: “Alguns levaram muito ao pé da letra o lema ‘o petróleo é nosso’”.

PULGA NA ORELHA. Gerou desconfiança o sumiço do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), dedicado com afinco ímpar à MP 627, que trata da bilionária tributa-ção de lucros de empresas brasileiras com operação no exterior.

COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

WWW.CLAUDIOHUMBERTO.COM.BR

PODER SEM PUDOR

O ex-futuro ministro

Jânio Quadros era prefeito de São Paulo, em 1988, e rece-beu o jovem secretário mu-nicipal João Mellão, 31, com uma novidade:- O senhor é o mais no-vo ex-futuro ministro da Administração!Explicou que recebera um te-lefonema do presidente José

Sarney pedindo sua liberação para o ministério. “Recusei de pronto!”, avisou.- Mas, prefeito, eu seria o mais jovem ministro da História...- É... – concordou Jânio – e com certeza a carreira política mais curta também... Relaxe, rapaz. E volte ao trabalho!

“PENA QUE VEIO MUITO

TARDE”

DEPUTADO DANILO FORTE (PMDB-CE)

SOBRE A SUBSTITUIÇÃO DA MINISTRA

IDELI SALVATTI

Política

Deputado Eduardo Cunha (RJ) | DIVULGAÇÃO

CLÁUDIO HUMBERTOCLAUDIO.HUMBERTO @METROJORNAL.COM.BR

Grupo antiestupro faz protesto onlineA indignação contra o resul-tado de uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômi-ca Aplicada), que revelou que 65,1% dos brasileiros acredita que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas, motivou milhares de pessoas a protestar postando fotos e mensagens no Facebook.

Junto com as manifesta-ções contra o machismo no

evento virtual #EuNãoMere-çoSerEstuprada, criado pela jornalista Nana Queiroz, 28, que trabalha no Metro Bra-

sília, porém, apareceram mensagens agressivas, pre-conceituosas e até ameaças contra as mulheres que ade-riram ao movimento.

A própria jornalista rece-beu mensagens com ofen-sas e ameaças de estupro. Ou-

tras mulheres também foram ameaçadas. todas prestaram queixa contra os agressores vir-tuais na Delegacia da Mulher.

Para fazer a denúncia o ideal é que a vítima impri-ma a tela do computador com as mensagens agressi-vas e o perfil dos autores, colocando o cursor do mou-se em cima do nome da pes-soa para que o endereço de

IP apareça na barra inferior do navegador, o que ajuda a polícia a identificá-lo.

O movimento antiestupro teve repercussão nas redes so-ciais e chegou à imprensa inter-nacional. Sites de notícias co-mo o The Huffington Post, dos EUA, “20 minutes”, da França, e “La Reppublica”, da Itália di-vulgaram a campanha contra o abuso sexual. METRO BRASÍLIA

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |10| {ECONOMIA}

Jonas é eletricista na ci-dade de São Paulo. Ele se formalizou como Mi-croempreendedor Indivi-dual (MEI) no ano passa-do, adquirindo o direito à cobertura da Previdência Social. Mas ao solicitar o auxílio-doença devido a um problema de saúde, teve o pedido negado. O motivo? Ele faz parte dos 55% de MEIs que encerra-ram 2013 inadimplentes e tiveram os benefícios suspensos.

Já falei aqui como é preocupante uma catego-ria estar, em sua maioria, na inadimplência. Prin-cipalmente uma que reú-ne 906 mil integrantes no Estado de São Paulo e 3,6 milhões no Brasil. É um passo atrás para quem obteve, há apenas pou-cos anos, incentivo para sair de uma situação irre-gular e assumir novo sta-tus no mercado. Pesquisa do Sebrae de 2013 mostra que 68% dos MEIs do país aumentaram as vendas após a formalização. Não é à toa que o grupo cresce sem parar desde sua cria-ção, em 2008.

Mas Jonas é um dos MEIs que caíram na ina-dimplência porque têm dificuldade para aces-sar a internet e impri-mir as guias de recolhi-mento (por cerca de R$ 40 ao mês, o MEI garan-te benefícios previdenciá-

rios e quita impostos). Ou-tros aguardam a chegada do boleto em casa. Como não chega, não pagam. E há ainda os que desconhe-cem a obrigação.

De nada adianta o tra-balhador se formalizar e pouco depois ficar nova-mente em situação irre-gular. Daí a necessidade de auxílio constante para o empreendedor.

Para ajudar nessa e em outras questões, o Sebrae intensifica sua atuação de hoje a 5 de abril, com a Semana Nacional do MEI. Trata-se de uma mobiliza-ção extra para dar apoio completo ao empreende-dor e capacitá-lo. A equi-pe do Sebrae-SP está em seus postos e nas ruas, em unidades móveis, orien-tando sobre gestão, legis-lação e muito mais, inclu-sive no sábado.

A criação do MEI foi um passo para a cidada-nia. Mas esta só será pere-ne se houver suporte para as conquistas. A formali-zação é a primeira etapa.

É preciso qualificar o empreendedor e cons-truir um ambiente favo-rável para seus negócios prosperarem. Esses são objetivos pelos quais o Se-brae-SP não abre mão de trabalhar.

Assim como Jonas fez, escreva para mim e conte sua história. Este espaço também é seu.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP e mestre e doutorando em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. O Sebrae-SP é uma instituição dedicada a ajudar micro e pequenas empresas a se desenvolverem e se tornarem fortes. Saiba mais em www.sebraesp.com.br

Empreendedorismo

[email protected]

SEMANA DE APOIO PARA O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Falta só um mês para entregar o IR

O prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) 2014 será encerrado dentro de exatamente um mês, no dia 30 de abril. De acordo com o último ba-lanço divulgado pela Re-ceita Federal, 4,6 milhões de contribuintes já ha-viam enviado a declaração até quinta-feira, 27. O nú-mero representa 17% do total de 27 milhões de de-clarações que a Receita es-tima receber.

A novidade deste ano é a possibilidade de fazer a

declaração pré-preenchida para os que possuem cer-tificação digital. A declara-ção deve ser enviada pela internet, usando o progra-ma disponível no site da Receita Federal (receita.fa-zenda.gov.br) ou os aplica-tivos para smartphones e tablets. METRO

Imposto de renda. Apenas 4,6 milhões já enviaram os dados para a Receita Federal. Prazo para pessoa física é dia 30 de abril

R E S T I T U I Ç ÃO

Lotes regulares começam a ser liberados no dia 16 de junho e terminam em 15 de dezembro de 2014

DECLARAÇÃO DO IR PESSOA FÍSICA 2014

���� ���� ��C L A R��

Quem recebeu rendimentos tributáveis cuja soma foi superior a R$ 25.661 em 2013,

Quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, acima de R$ 40 mil, em 2013

E N T R E G� �� ��C L A R AÇ ÃO

A entrega deve ser feita pela internet, utilizando o Receitanet, programa de transmissão da Receita Federal, ou por meio de dispositivos móveis tablets e smartphones para sistemas operacionais Android e iOS (Apple)

Início da entrega a partir do dia 6 de março

O prazo final será o dia 30 de abril

A multa mínima para quem não entregar no prazo é R$ 165

A !"claração

de ajuste anual

previamente

preenchida passou

a valer este ano

Mercado aposta em alta da Selic às vésperas de reuniãoO Comitê de Política Mo-netária (Copom) do Ban-co Central (BC) se reúne a partir de amanhã para de-finir a taxa básica de ju-ros, a Selic.

A aposta do mercado financeiro é de uma no-va alta de 0,25 ponto per-centual, para 11% ao ano. Na última reunião do Co-pom, em fevereiro, a taxa foi elevada na mesma me-dida, para 10,75%. A pre-visão apontada pelo Bole-

tim Focus, divulgado na última semana pelo BC, é que a taxa feche 2014 a 11,25% e termine 2015 em 12% – projeções que se mantêm estáveis há três semanas.

A taxa Selic é usada nas negociações de títulos pú-blicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), e serve de referên-cia para as demais taxas de juros da economia.

Ao aumentar a Selic,

o Copom busca conter a demanda aquecida, mas gera reflexos nos preços porque juros mais altos encarecem o crédito e es-timulam a poupança.

E a expectativa por uma inflação acima do es-perado tende a levar a um aumento mais forte daSe-lic. No caso dos juros fu-turos com vencimento em dois e três anos, as ta-xas estão entre 12% e 13%.

METRO

Petrobras é petroleira menos rentável no mundoA Petrobras é a petrolei-ra global menos rentável, aponta um levantamen-to feito pelo Credit Suisse. Apesar do sucesso da esta-tal em encontrar, desen-volver e produzir petró-leo (consideradas as áreas mais cruciais e desafiantes do setor), há perdas nas áreas de refino, distribui-ção e revenda de combus-tíveis, segundo o estudo.

Segundo o Credit Suis-se, o gargalo é provocado principalmente pelo con-

trole feito pelo governo no preço de combustíveis com a finalidade de evitar impactos na inflação.

Há mais de dois anos a Petrobras vende diesel e gasolina por preços in-feriores aos pagos na im-portação. O valor cobrado chega a ser até 20% infe-rior ao praticado no mer-cado internacional.

O valor da empresa na Bolsa, cerca de R$ 200 bi-lhões, é menos de metade dos R$ 510 bilhões regis-

trados no pico de 2008.O estudo do Credit Suis-

se mostra que a estatal é a mais rentável em explora-ção e produção, com retor-no de 18% sobre o capital bruto investido. A média do setor é de 12%.

No refino, distribuição e revenda, contudo, a Pe-trobras é a única com re-sultado negativo, com re-torno de -9%, ante média de 3% do setor. No cômpu-to final, o retorno é de 7%. A média é de 9%. METRO

O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve alta de 1,67% em março. O re-sultado acumulado do in-dicador é usado como re-ferência no reajuste de contratos de aluguel. O número do mês é o maior desde julho de 2008, se-gundo a FGV.

Puxada por uma al-ta agressiva nos preços no atacado do setor agro-pecuário e por alimen-tos mais caros no varejo, a elevação do IGP-M supe-rou a expectativa de ana-listas do mercado finan-ceiro, que flutuava entre 1,45% e 1,65%. Com a ace-leração registrada no mês, o índice acumula alta de 2,55% no primeiro trimes-tre de 2014 e, em 12 me-ses, 7,30% de variação.

O IGP-M de março é também muito superior ao registrado no mes-mo mês em 2013 (0,21%) e em fevereiro deste ano (0,38%).Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o IPA (Produtor Amplo) sal-tou de 0,27% em feverei-ro para 2,20% em março, o IPC (Consumidor) pas-sou de 0,70% para 0,82% e o INCC (Custo da Cons-trução) saiu de 0,44% para 22%. METRO

Alta. Inflação ‘do aluguel’ sobe 1,67%

27 milhões de declarações devem ser entregues este ano, segundo a Receita.

Controle de preços feito pelo governo é principal causa de perdas | STOCKXCHNG

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {ECONOMIA} |11|◊◊

Fiscalização realizada pelo Procon de Campinas em 28 sites nacionais resultou na autuação de 64% das em-presas. Várias infrações fo-ram constadas nos 18 au-tos lavrados, dentre elas, ausência de informações e diferenciação de preços. O relatório sobre a fisca-lização pode ser acessado no endereço: www.procon.campinas.sp.gov.br

Os fiscais acompanha-ram o comportamento dos sites entre agosto de 2013 e fevereiro deste ano, ob-servando o cumprimen-to da legislação, que in-clui o Decreto Federal nº 7.962/2013, que trata exclu-sivamente de comércio ele-trônico, como informações

claras a respeito do produ-to, serviço e do fornecedor; atendimento facilitado ao consumidor e respeito ao direito de arrependimento.

“Nossa fiscalização par-tiu do levantamento das empresas no segmento de e-commerce com o maior volume de reclamações em 2013 e da observação de uma lista de sites não re-comendados que já havía-mos divulgado. Observa-mos nessa diligência que as empresas ainda não se ade-quaram ao que determina a legislação, portanto elas so-frerão as penalidades pre-vistas por lei e poderão vir a ser multadas em valores que vão de R$ 525 a R$ 7,8 milhões”, explica a diretora

do Procon de Campinas, Lú-cia Helena Magalhães.

Em março de 2013, o Pro-con de Campinas divulgou 168 sites não recomenda-dos para compra. Conforme divulgado em www.procon.campinas/relatorios, mui-tos deles já não tinham endereço físico ou telefo-ne para contato. Verificou--se que muitos já nem exis-tem mais. O objetivo foi o de alertar os consumidores para este tipo de comércio, que muitas vezes conquis-ta o internauta por meio de propagandas. “Estamos che-cando sempre os sites e ob-servando se eles estão cum-primento o que determina a legislação”, diz a diretora.

METRO CAMPINAS

De olho. Comportamento das empresas virtuais foi observado entre agosto de 2013 e fevereiro deste ano. 28 foram fiscalizadas

Lúcia Helena Magalhães, diretora do Procon | DIVULGAÇÃO/PMC

Procon autua sites de venda na internet por infrações

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O número de mortos nos confrontos entre a polícia e opositores do governo Ni-colás Maduro, na Venezue-la, subiu para 39 no fim de semana, depois que autori-dades confirmaram a mor-te de duas pessoas. O nú-mero de feridos já passa de 560. O ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, disse que a causa das mor-tes está sendo investigada mas garantiu que estão li-gadas aos protestos.

Os Estados em que ocor-

reram os últimos inciden-tes, Táchira e Zulia, são importantes redutos oposi-tores no país, nos quais o governo ainda enfrenta di-ficuldade para dialogar.

Também no fim de se-mana, uma entidade que presta assistência jurídica a manifestantes contrários a Maduro denunciou à mis-são de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) 59 casos de tortura.

“Apresentamos um re-latório preliminar sobre as

violações aos direitos hu-manos e, particularmen-te, casos de tortura e trata-mento cruel e desumano”, disse o diretor da ONG Foro Penal Venezuelano, Alfredo Romero. Segundo ele, há um padrão nas atuações em ao menos 19 Estados.

O relatório apresenta de-talhes de 59 casos de tor-tura, 1.919 detenções ar-bitrárias e 30 assassinatos e denuncia os excessos no uso da força policial.

METRO

CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |12| {MUNDO}

Os EUA enviaram de vol-ta ontem para a Europa o principal representante mi-litar do país no continente, o general Philip Breedlove, em uma medida de “pre-caução” diante do que Wa-shington chamou de “falta de transparência” do gover-no russo sobre a movimen-tação de tropas na fronteira com a Ucrânia.

Breedlove é o chefe mi-litar dos EUA na Europa e também atua como coman-dante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região. Ele havia sido convocado para depor

no Congresso. Em meio à crise, a Ale-

manha disse ontem estar prestes a oferecer apoio mi-litar a países do Leste Euro-peu membros da Otan. O país poderia disponibilizar até seis caças, segundo a re-vista alemã “Der Spiegel”.

No sábado, contudo, o chanceler russo, Sergei La-vrov, disse que não há in-tenção de enviar tropas para a Ucrânia, mas acrescentou que Moscou está pronto pa-ra proteger os direitos dos representantes russos no país. “Não temos absoluta-mente nenhuma intenção

ou interesse de cruzar as fronteiras da Ucrânia”.

Tropas russas ocupam a Crimeia, território anexa-do por Moscou. O Ocidente tem ameaçado impor fortes sanções econômicas caso Moscou envie mais tropas ao país vizinho. De acordo com os EUA, mais de 40 mil soldados russos estão nas proximidades da fronteira com a Ucrânia.

Ontem, Lavrov minimi-zou o impacto das sanções, dizendo que elas provocam “algum transtorno”, mas não têm sido muito doídas para o país. METRO

ise. Em meio à tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, o governo americano decidiu enviar general de volta à região

Veículos militares supostamente russos são vistos em estrada próxima à fronteira da Ucrânia | DAVID MDZINARISHVILI/REUTERS

EUA enviam chefe militar para a Europa

Na semana passada o Bra-sil se absteve da votação, na Assembleia Geral da ONU, que condenou Moscou e considerou o referendo rea-lizado na Crimeia ilegal.

O chanceler Luiz Alberto Figueiredo defendeu uma solução “negociada” e pe-diu moderação.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o

ex-embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon cri-ticou o país pelo que cha-mou de “omissão” após a in-vasão russa.

“Países grandes e com grandes ambições precisam se definir, para o benefício de todos”, disse. Em julho, o presidente russo, Vladimir Putin, deve vir ao Brasil pa-ra o encontro dos Brics.

“Obviamente, o Brasil to-ma suas próprias decisões. Mas era de se esperar que um país tão grande e com a trajetória pacífica do Bra-sil tivesse uma posição clara nesse caso”, afirmou.

Mas para o professor de Relações Internacionais da FGV Oliver Stuenkel a pas-sividade “não é necessaria-mente algo ruim”. METRO

Diplomata critica papel brasileiro diante de crise

Eleições 1

Socialistas perdem na França

O Partido Socialista do presidente francês, Fran-çois Hollande, sofreu derrota nas eleições mu-nicipais. O resultado foi de 45% da UMP contra 43% do PS. METRO

Eleições 2

Oito morrem na Turquia

Ao menos oito pessoas morreram ontem na Tur-quia em confrontos em meio às eleições munici-pais. Segundo a impren-sa local, 17 ficaram feri-dos. METRO

Eleições 3

Egito define data de pleito

O Egito anunciou a da-ta para as eleições presi-denciais. O pleito ocor-rerá nos dias 26 e 27 de maio. O presidente Mohamed Mursi foi de-posto há nove meses.

METROManifestantes montam barricada a oeste de Caracas | CHRISTIAN VERON/REUTERS

Os objetos avistados no sul do Oceano Índico não fazem parte do Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines, desapareci-do há mais de três semanas. A informação foi divulgada on-tem pela AMSA (Autoridade Australiana de Segurança Ma-rítima), envolvida nas buscas.

A AMSA explicou que provavelmente os objetos recuperados anteontem por um navio chinês sejam lixo ou artigos de pesca.

AnosA busca pelo avião conti-nuou ontem em uma área de 319 mil quilômetros qua-drados, no oeste do Ocea-no Índico. Na região, tra-balham uma embarcação australiana e outros três na-vios da China. Outras seis embarcações devem atuar na busca de objetos já avis-

tados por aviões e satélites.A embarcação australiana

“Ocean Shield” leva um de-tector de caixas-pretas e um submarino não-tripulado, mas pode levar dias para che-gar à zona de busca.

O capitão da Marinha dos EUA Mark Matthews disse ontem que a busca pode levar anos, já que fal-tam informações sobre o local onde o Boeing caiu e isso está dificultando a pos-sibilidade de encontrá-lo.

O ex-chefe das Forças Ar-madas da Austrália Angus Houston anunciou que diri-girá o centro de coordena-ção de resgate.

Ontem, 29 parentes de passageiros chineses chega-ram a Kuala Lumpur, capi-tal malaia. Eles cobram re-sultados das autoridades.

METRO E AGÊNCIAS

Familiares de passageiros cobram o governo malaio | JASON LEE/REUTERS

MH370. Objetos encontrados no oceano não são de Boeing

Caracas pratica tortura, afirma relatório de ONG

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {CULTURA} |13|◊◊

Insatisfeita com os fracas-sos recentes nos gramados, a torcida do Guarani tem a chance de relembrar os mo-mentos de protagonismo do clube no futebol brasilei-ro e a tradição em revelar jo-gadores de renome através do cinema. “Bugrinos”, fil-me dirigido por Samir Chei-da, se apoia em depoimen-tos emocionantes de ídolos alviverdes para recontar os principais episódios de uma trajetória que completa 103 anos na quarta-feira.

Uma sessão está agenda-da para hoje, às 20h, no To-pázio Cinemas, no Shopping Prado. Os ingressos custam R$ 25 – há meia entrada. Na quarta-feira, às 20h, o MIS Campinas exibe “Bugrinos”. O auditório do Guarani tam-bém tem exibições progra-madas para sexta-feira, às 19h, e sábado, às 17h.

Cheida fez questão de en-trevistar os ícones bugrinos nos locais onde fizeram his-tória. Para retratar o primei-ro acesso à elite do futebol paulista – feito alcançado em 1950, contra o Batatais –, o di-retor levou, seis décadas de-pois, Dorival, autor de um gol decisivo, à rua Javari, on-

de aconteceu a partida. Care-ca, herói no título brasileiro de 1978, voltou ao gramado do Brinco de Ouro para con-tar como anotou o gol da con-quista diante do Palmeiras. A espontaneidade de Neto surge no retorno ao Morumbi, pal-co da bicicleta que, em 1988, fez seu futebol ser cobiçado por clubes grandes paulistas. Também no Brinco de Ouro, Amoroso explicou como en-fileirou santistas e deslocou o goleiro Edinho no Campeona-to Brasileiro de 1994. “Quis le-vá-los aos estádios dos feitos. O Neto, por exemplo, já é um

cara espontâneo. Quando vol-tou ao Morumbi, contou co-mo foi o gol de bicicleta e saiu um depoimento com muita emoção”, diz o diretor.

Os jogadores não foram os únicos entrevistados, já que o longa-metragem traz de-poimentos de torcedores. Em um deles, um bugrino per-de a fala ao explicar sua ido-latria pelo ex-ponta esquer-da João Paulo. A seleção na busca por torcedores foi cri-teriosa, garante Cheida. “Fiz as pesquisas pensando em quem seria o maior fã de ca-da jogador”. METRO CAMPINAS

Na telona: ‘Bugrinos’ exalta glórias do Guarani

Momentos importantes do clube são lembrados | THOMAZ MAROSTEGAN/METRO

A cena das big bands emba-lando os bailes das décadas de 1920 a 1950 compõe o imagi-nário não só daqueles que vi-veram a época mas também dos apaixonados pela música e pela dança. As Big Bands tor-naram-se um fenômeno cul-tural na “Era de Ouro”.

A partir da necessida-de de resgatar e documen-tar a história desse período musical no interior, o Sesc Campinas realiza a exposi-

ção “Big Bands Caipira”, que apresenta um recorte de do-ze orquestras de bailes origi-nárias no interior do estado.

A visitação será aberta na quarta-feira e se estende até o dia 1º de junho. De terça--feira à sexta, o local estará aberto das 8h às 21h30; aos sábados, domingos e feria-dos, das 9h30 às 18h.

A entrada para conferir a exposição é gratuita.

METRO CAMPINAS

Sesc. Exposição relembra sucesso das big bands

2CULTURA

Kate O’Mara

DespedidaA atriz morreu ontem, aos

74 anos, em Sussex, na Inglaterra. Seu papel mais famoso é de Cassandra, na série americana “Dinastia”

(foto), mas ela também atuou em atrações como

“Doctor Who” e “Triangle”.

AS UNIVERSIDADES E O REGIME MILITARRodrigo Patto Sá Motta - ed. Zahar, 432 págs. R$ 55.

O historiador da UFMG faz uma análise de um período em que professores universitários foram proibidos de trabalhar. Ele mostra também que, ao mesmo tempo, o governo militar modernizou as instituições de ensino superior, investindo em educação.

A DITADURA ENVERGONHADA, A DITADURA ESCANCARADA, A DITADURA DERROTADA E A

DITADURA ENCURRALADAElio Gaspari

ed. Intrínseca. R$ 35.

Quatro dos mais importantes livros sobre o assunto ganham reedição, revistas e atualizadas. Está programado um quinto livro para completar a

série, ainda sem data de lançamento.

A DITADURA MILITAR E OS GOLPES

DENTRO DO GOLPECarlos Chagas

ed. Record, 490 págs. R$ 48.

O autor explora as histórias contadas por jornais e jornalistas

para destrinchar ainda mais o período entre 1964 e 1969, além

de analisar os dez anos que precederam a tomada do

poder pelos militares.

DITADURA À BRASILEIRAMarco Antonio Villa ed. LeYa, 432 págs. R$ 50.

O autor faz um panorama sobre o período do regime militar no país nos aspectos político, econômico, social e cultural e analisa as peculiaridades da ditadura brasileira.

1964 NA VISÃO DO MINISTRO DO TRABALHO DE JOÃO GOULARTAlmino Affonso ed. Fundap, 680 págs. R$ 60.

Affonso, empossado por Jango um ano antes do golpe, reconstrói o cenário de intrigas e traições que resultaram no início da ditadura no Brasil.

Literatura. Conheça dez livros que tentam explicar as causas e consequências do golpe militar que transformou o Brasil em uma ditadura há exatos 50 anos

1964 em letrasALMANAQUE 1964Ana Maria Bahianaed. Companhia das Letras240 págs. R$ 50.

Em texto pop, a jornalista faz um balanço do cenário social, o clima cultural e político naquele ano, lembrando nomes marcantes no Brasil e no mundo.

1964 – O GOLPEFlávio Tavares ed. L&PM, 320 págs. R$ 45.

O jornalista gaúcho mostra documentos que detalham a participação dos Estados Unidos na queda de João Goulart e afirma que o golpe nasceu por ordem do governo de John Kennedy.

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |14| VARIEDADES

Metro Pergunta

Metro web

Quando sair do papel, o BRT desafogará o trânsito da cidade?

Leitor fala

@vipurgatoSem dúvida. Só fico bem desaponta-do com a demora para o projeto sair do papel.

@MaranhaoAntonio

Desconfio que o projeto sequer saia do papel. Não confio nas garantias dadas pela Secretaria de Transportes de Campinas.

@HoraLi1

Com certeza. Não faltam exemplos para comprovar que a iniciativa é um acerto.

Eduardo CamposA leitura que tenho do comporta-mento do Eduardo Campos me re-mete muito à forma como agia seu avô, o Miguel Arraes, que alisava com uma mão e batia com a outra. Os elogios ao Lula são simplesmente pelo fato de que o Lula tem um ibo-pe invejável no Nordeste – e pode estender isso a qualquer político. É raro ver um político que critique o Lula em regiões nas quais o PT rei-na – casos do Norte e no Nordeste. E dá-lhe Bolsa Família! EDIVALMIR MASSA – CAMPINAS, SP

BRTAs obras do BRT em Campinas ficam para o fim do ano. Alguém se sur-preende ao saber que nem ao menos o projeto básico para a implantação dos corredores do BRT (Bus Rapid Transport) foi concluído? Os atrasos no Brasil, sejam na Copa do Mundo ou nas reformas urbanas, são absurdos. Um péssimo costume dos nossos políticos, que, lamentavel-mente, acabam transmitindo isso à população. BRUNO POLATO – CAMPINAS, SP

Para falar com a redação:

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Siga o Metro no Twitter:

@Jornal_MetroCPS

A dedicação a assuntos de amigos e

grupos tomará sua atenção de maneira mais intensa. Convivên-

cias sociais preencherão o dia.   

Projetos a longo prazo são propensos a

tomar dedicação mais intensa. Atente-se para que a ansiedade

não faça antecipar etapas.

Horóscopo Está escrito nas estrelas www.estrelaguia.com.br

Os invasores

Cruzadas

Sudoku

A Lua continua seu signo, o que traz ten-

dências para ampliar condutas sentimentais e uma postura nos-

tálgica. Foque no presente.

Aproveite para exercitar a mente com

atividades culturais, principalmente compartilhando interesses

com quem gosta.

Às vezes é essencial dar um tempo

com afazeres que estejam provocando desgastes para retomar-

mos com nova visão e motivações diferentes.  

Procure curtir mais lazer, a família

e ter diversões com mais intensidade, sem se preocupar antecipa-

damente com obrigações da semana.

A atenção com temas domés-

ticos será mais intensa, tanto no esclarecimento de algo para o

lar como na relação com familiares.

Quanto mais ocupar a mente com

cultura e afastar pensamentos de problemas, mais revitalizado

estará para a semana.

Atente-se para que alguns excessos – ou

com algumas vaidades ou com o seu bolso - não comprometam o

dia e a semana.        

Há tendências para lidar de maneira

mais constante com diferenças junto a outras pessoas, o que

requisitará paciência.

Um pouco mais de preocupação

com o corpo e a saúde será essencial, especialmente se abusou

de diversões nos últimos dias.

Aproveite para repor energias de des-

gastes vivenciados anteriormente. Interesses por temas culturais

e espirituais serão essenciais.

FASCISMO E BOLA O primeiro título euro-peu em copas ficou com a Itália depois de mui-to esforço em 1934. Primeiro, os donos da casa joga-ram uma eliminatória para entrar no torneio e ven-ceram a Grécia por 4x0. Já na Copa, foram quatro jogos em oito dias entre a estreia e a semifinal. De-pois de golear os EUA por 7x1, a Azzurra empatou com a Espanha por 1x1 nas quartas de final e teve que ganhar o jogo-extra, no dia seguinte, com vários jogadores sem condições físicas, por 1x0. Na briga por vaga na decisão, o gramado molhado deu ainda mais dramaticidade à vitória sobre o timaço da Áus-tria, do craque Sindelar, por 1x0. Na final, o placar de 2x1 sobre a Tchecoslováquia garantiu ao ditador Benito Mussolini a festa nacionalista em Roma.

VIAJOU, MAS NÃO JOGOUO evento cresceu em relação à edição anterior, pas-sando de uma para oito cidades e com transmissões ao vivo pelo rádio para 12 dos países participantes. A Copa contou com Eliminatórias e teve histórias curiosas. A seleção do México bateu Cuba e viajou para a Itália, mas os Estados Unidos se inscreveram no Mundial logo em seguida. Com isso, os mexica-nos tiveram que fazer mais um jogo, perderam por 4x2 e ficaram fora da Copa. O Uruguai não quis dis-putar o Mundial se tornou o único campeão a não defender o título porque a Itália havia se recusado a jogar a primeira Copa. A Argentina perdeu vários vi-ce-campeões de 30 para a Itália, como Monti, DeMa-ria, Guaita e Orsi, todos de origem italiana.

O VELHO MESTREEnquanto o técnico do Brasil, Luiz Vinhaes, que contava com o craque Leônidas, recebeu críticas pela eliminação logo no primeiro jogo contra a Espanha, o comandante italiano foi festejado co-mo um dos principais responsáveis pelo título. Vittorio Pozzo se encantou pelo futebol enquan-to estudava na Inglaterra e foi o responsável pe-la consolidação de algumas caraterísticas táticas do futebol italiano. Líder autoritário e paternalis-ta, chegaria ao bicampeonato em 38, fato jamais igualado por um treinador.

O QUE ROLOU NAS COPAS

Sergio Patrick é apresentador e coordenador de esporte da Rádio Bandeirantes, que comanda a Cadeia Verde e Amarela das rádios do Grupo Bandeirantes nas transmissões da Copa do Mundo.A coluna O QUE ROLOU NAS COPAS traz histórias e personagens de todos os mundiais. Envie sua sugestão para [email protected] .

SERGIO PATRICKDA RÁDIO BANDEIRANTESAM 840 / FM 90,9

Colaboraram Alexandre Praetzel e Leandro Quesada, da Rádio Bandeirantes.

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CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com {ESPORTE} |15|◊◊

O Capivariano ascendeu on-tem à elite do futebol pau-lista em 2015 com uma vitó-ria de virada por 2 a 1 sobre o Guarani, em Paulínia. O inédito acesso, com duas ro-dadas de antecedência, teve o gol decisivo marcado por Rodolfo, aos 43 minutos do segundo tempo. Silas tam-bém marcou e Eduardo Eré fez para o Bugre.

A derrota piorou a situa-ção do Guarani. Foi a quar-ta derrota consecutiva do Bugre, que está a seis jogos sem vencer e fora da dispu-

ta pelo acesso duas rodadas.Agora, o Guarani, além

de não subir, tem de se preocupar com o rebaixa-mento. A equipe tem 21 pontos e está em 11º lu-gar na tabela. São apenas quatro a mais que a Itapi-rense, a equipe que abre a zona de rebaixamento.

O próximo jogo do Bugre é no sábado, contra o Bata-tais, fora de casa. Na última rodada, enfrenta o Rio Bran-co em Paulínia. Ambos os adversários também estão ameaçados. METRO CAMPINAS

Mais uma. Bugre perde e rebaixamento preocupa

O Vôlei Amil garantiu na sex-ta-feira a vaga para as semi-finais da Superliga feminina ao bater o São Caetano pela segunda vez na série de três partidas. Jogando fora de ca-sa, no ginásio Lauro Gomes, o time de José Roberto Gui-marães venceu por 3 sets a 0, com parciais de 21/19, 21/13 e 21/16. A equipe de Campinas terá como adversária nas se-mifinais a Unilever, que avan-çou após vencer o Pinheiros.

METRO CAMPINAS

3 a 0. Vôlei Amil está nas semifinais

3ESPORTE

Os dois finalistas do Paulistão 2014 estão definidos: Santos e Ituano, que avançaram após despachar Penapolense e Pal-meiras, respectivamente. As partidas acontecem nos dias 6 e 13 de abril, no Novelli Ju-nior e na Vila Belmiro.

O primeiro a garantir va-ga na finalíssima foi o Santos, que sofreu na Vila, mas con-seguiu a vitória por 3 a 2. Aos 21 minutos, Cícero acertou o pé de fora da área para abrir o marcador. Nem deu nem tem-po de comemorar. Em segui-da, em cobrança de pênalti, Guaru igualou o placar.

Só que aos 35, após Aranha e David Braz baterem cabeça,

a bola sobrou livre para Dou-glas Tanque fazer o segundo.

No 2o tempo, o Peixe se lançou de vez ao ataque. Até que, aos 15, Leandro Damião escorou de cabeça para empa-tar. O Santos seguiu em cima, e foi recompensado aos 41, com gol de Stéfano Yuri, que garantiu a presença santista.

Pouco depois foi a vez do Palmeiras entrar em campo no Pacaembu para encarar o Ituano. Diante de um adversá-rio que se propôs a se fechar na defesa e buscar contra-ata-que, o Verdão levou a pior: perdeu por 1 a 0.

O gol saiu num belo chu-te de Marcelinho, de fora da

área, aos 38 minutos do se-gundo tempo.

Em um jogo em que a marcação prevaleceu, poucas chances foram criadas. Sem Valdivia, que começou no banco, com desconforto mus-cular, o Palmeiras ficou tam-bém sem Alan Kardec, que saiu machucado.

Na volta do intervalo, o panorama não mudou, nem mesmo com a entrada do chi-leno. Pelo contrário, o Verdão se perdeu. E acabou derrota-do, ficando fora da final.

Paulistão. Peixe sofre na Vila Belmiro, mas consegue superar a Penapolense por 3 a 2 e garante vaga na final. Adversário será o time de Itu que, em pleno Pacaembu, eliminou o favorito Palmeiras ao vencer por 1 a 0

Cícero abriu o marcador na Vila Belmiro | ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS

Ituano despacha Verdão e faz a final com o Santos

Kardec saiu lesionado ainda na etapa inicial | RODRIGO COCA/FOTOARENA/FOLHAPRESS

SANTOS PENAPOLENSE

3 2PALMEIRAS ITUANO

0 1

WILSON DELL’ISOLA METRO SÃO PAULO

“Foi difícil, mas deu tudo certo. Foi um

alívio, porque falhei duas vezes. Mas o grupo é maravilhoso e agora vamos pensar na final”

DAVID BRAZ, ZAGUEIRO DO SANTOS

“Foi um jogo assim. Eles tiveram a chance e

fizeram o gol. Hoje não conseguimos repetir as atuações que tivemos nas outras partidas”

MARCELO OLIVEIRA, VOLANTE DO PALMEIRAS

Olho nele

“Pelo que o Pato vem jogando não dá para tirar base, mas pelos

treinos, sim. Mas treino é diferente, não tem cobrança, é algo mais

light. Temos de ver o cara no jogo, lá

tem cobrança”

MURICY RAMALHO SOBRE PATO,

QUE DEVE INICIAR A PARTIDA DE

VOLTA CONTRA O CSA, DIA 9 DE ABRIL,

PELA COPA DO BRASIL

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O australiano Will Power pas-seou em St. Petersburg e ga-rantiu a vitória na primeira etapa da Fórmula Indy. Ryan Hunter-Reay ficou com a se-gunda colocação e o brasilei-ro Helio Castroneves fechou o pódio. Tony Kanaan, que fez sua estreia pela equipe Ganas-si, ficou apenas com a sexta colocação. Power usou da tá-tica e da habilidade para con-quistar a vitória na estreia. Tática para antes de uma re-largada diminuir muito a ve-locidade a ponto de causar a batida de Jack Hawksworth com Marco Andretti. E da ha-bilidade para fazer belas ultra-passagens sobre Scott Dixon e Tony Kanaan. METRO

CAMPINAS, SEGUNDA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 2014www.readmetro.com |16| ESPORTE

O inglês Lewis Hamilton conquistou ontem o GP da Malásia, o segundo da tem-porada da Fórmula 1, supe-rando o alemão Nico Ros-berg em dobradinha da Mercedes, no circuito de Se-pang. O tetracampeão Se-bastian Vettel, da Red Bull, que vinha tendo problemas com seu motor Renault, completou o pódio ao ficar na terceira posição.

Esta foi a 23ª vitória da carreira de Hamilton, que

largou da pole e liderou de ponta a ponta. “É uma vitó-ria incrível, estou muito agra-decido pelo trabalho da mi-nha equipe e quero dedicar esta vitória às vítimas da tra-gédia que ocorreu há três se-manas”, declarou o britânico.

Antes da largada, foi res-peitado um minuto de silên-cio em homenagem aos de-saparecidos do voo MH370 da Malaysia Airlines.

Rosberg, que venceu na estreia em Melbourne, con-

tinua na liderança do cam-peonato com 43 pontos, 18 de vantagem sobre o com-panheiro de equipe.

Hoje não!Felipe Massa, da Williams, terminou em sétimo. O bra-sileiro, inclusive, teve sua pri-meira indisposição com a equipe. Nas voltas finais, Mas-sa foi ameaçado de ultrapas-sagem pelo seu companhei-ro Valtteri Bottas. Saiu faísca no duelo pela sétima posição.

Pelo rádio, a Williams conversou com os dois pilo-tos e disse que o finlandês teria melhores condições de ultrapassar a McLaren de Jenson Button, caso conse-guisse a posição de Massa, e deu a entender que era me-lhor que o brasileiro abris-se caminho: “Felipe, o Bot-tas tem pneus em melhores condições e está mais rápi-do que você”. Felipe não dei-xou e acabou na frente.

Depois da corrida, o en-

genheiro-chefe da Williams, Rod Nelson, evitou falar em ordens de equipe, afirman-do que era apenas uma “de-cisão estratégica” e que não há favorecimento a um pilo-to. “Não é como em outras equipes que têm um piloto nº1 e um nº2. Nós temos dois pilotos nº1. E é uma situação de corrida, que poderia ter si-do melhor para a equipe. Fe-lipe não fez o que nós prefe-ríamos que ele fizesse”, disse o dirigente. METRO

Fórmula 1. Lewis Hamilton vence GP da Malária e confirma soberania da Mercedes na temporada. Vettel, da Red Bull, ficou em terceiro. Felipe Massa, da Williams, se desentende com equipe e acaba em sétimo

Hamilton liderou GP da Malásia de ponta a ponta | CLIVE MASON/GETTY IMAGES

Levantou

poeira

Indy. Will Power vence na estreia

Foi a 22ª vitória na carreira | CHRIS TROTMAN/GETTY IMAGES