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  1  Descarte de Celulares: Uma Análise do Comportamento Declarado dos Consumidores e sua Consciência Ecológica Autoria: Késia Rozzett, Solange Alfinito, Marília de Assumpção RESUMO O objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre consciência ecológica e comportamento declarado de descarte de celular a partir da moderação de variáveis sociodemográficas . Foi validada uma Escala de Comportamento Declarado de Descarte de Celulares, que foi relacionada à Escala de Consciência Ecológica do Consumidor. Os resultados mostraram que a consciência ecológica de produto prediz o comportamento responsável de descarte; e a de reciclagem e utilização prediz o conhecimento sobre o  processo de des carte. A pesquisa corrobo ra com outros estudos na área ao oferecer indícios de que há variáveis mais adequadas do que as sociodemográficas para explicar esse comportamento. Palavras-chave: Lixo Eletrônico. Descarte. Comportamento do consumidor. Consciência Ecológica. Celulares. Análise Fatorial Ordinal.

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 Descarte de Celulares: Uma Análise do Comportamento Declarado dos Consumidores e

sua Consciência Ecológica

Autoria: Késia Rozzett, Solange Alfinito, Marília de Assumpção

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre consciência ecológica ecomportamento declarado de descarte de celular a partir da moderação de variáveissociodemográficas. Foi validada uma Escala de Comportamento Declarado de Descarte deCelulares, que foi relacionada à Escala de Consciência Ecológica do Consumidor. Osresultados mostraram que a consciência ecológica de produto prediz o comportamentoresponsável de descarte; e a de reciclagem e utilização prediz o conhecimento sobre o

 processo de descarte. A pesquisa corrobora com outros estudos na área ao oferecer indícios de

que há variáveis mais adequadas do que as sociodemográficas para explicar essecomportamento.

Palavras-chave: Lixo Eletrônico. Descarte. Comportamento do consumidor. ConsciênciaEcológica. Celulares. Análise Fatorial Ordinal.

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IntroduçãoSegundo o programa Solving the e-waste problem (StEP), as rápidas inovações e

trocas de produtos, combinadas à migração da tecnologia analógica para a digital, têmaumentado o problema do lixo eletrônico (StEP, 2012). As economias de escala – que têm

diminuído o preço de inúmeros produtos eletrônicos – também contribuíram com o aumentoda demanda por esses aparelhos, tornando sua aquisição menos dispendiosa.Entre as principais razões para o crescimento na geração de resíduos de equipamentos

eletroeletrônicos (REEE), Ansanelli (2011) destaca o aumento no consumo e a redução dotempo de vida útil desses produtos. Ferreira e Ferreira (2008) citam a fixação do homem pornovas tecnologias, a competitividade capitalista e as constantes inovações tecnológicas – quetornam os produtos eletrônicos descartáveis em uma velocidade cada vez maior, tendo emvista a redução do seu ciclo de vida.

No âmbito governamental, foi aprovada a Lei 12.305/2010, de 02/08/2010, que instituia Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010). Ela engloba diversascategorias de produtos geradores de resíduos sólidos, incluindo os eletroeletrônicos. Para cada

categoria, deve ser feito um acordo setorial, que prevê a implantação da responsabilidadecompartilhada pelo ciclo de vida do produto, a qual requer que consumidores, empresas egoverno conheçam o problema gerado pelo lixo eletrônico (e-lixo) e assumam seusrespectivos papéis na diminuição e adequação desses resíduos. Ou seja, o consumidor deveter consciência do impacto social e ambiental gerado pelo descarte não apropriado de resíduoseletroeletrônicos e as empresas devem prever medidas socialmente corretas de reciclagem ereutilização destes produtos, bem como meios para que sejam devolvidos ao fabricante após ouso, a chamada logística reversa (LR). A solução para o problema envolve uma combinaçãode variáveis que dependem de como consumidores, empresas e governo se comportam emrelação ao e-lixo (ABINEE, 2011). Para tanto é necessário que se conheça o comportamentodos consumidores deste tipo de produto.

Ressalta-se, neste sentido, a importância de pesquisas que foquem em produtos commaior taxa de troca e ascensão no mercado, com ciclos de vida inconstantes (de difícilestimativa), como aparelhos celulares, por exemplo, que representam maior potencial geradorde e-lixo (ARAÚJO et al., 2012). Para Araújo et al. (2012), o rápido crescimento do mercadode aparelhos de celular em todo o mundo suscita a necessidade de políticas, planejamento egerenciamento específicos dos resíduos que podem ser gerados.

Vale destacar ainda a relevância de que estudos sobre descarte explorem tambémvariáveis influenciadoras do comportamento social e ambientalmente responsável. Assim, esteestudo objetiva investigar a relação entre consciência ecológica e comportamento declaradode descarte de celular a partir da moderação de variáveis sociodemográficas.

Referencial TeóricoAs pesquisas sobre descarte ganharam espaço em meados da década de 1970, quando

acentuou-se a preocupação com o meio ambiente. Entre os estudos relevantes destaca-se o deJacoby, Berning e Dietvorst (1977), que desenvolveram uma taxonomia para enquadrar osprincipais comportamentos de descarte dos consumidores. Definiram descarte como o que éfeito com o produto quando não há mais utilidade para ele. Para os autores, descarte englobanão somente o ato de jogar o produto fora, mas também doá-lo, vendê-lo, emprestá-lo emantê-lo, mesmo que tenha perdido sua utilidade. Este trabalho também considera as opçõesde manutenção, doação e empréstimo como descarte, pois são decisões comuns quando hánecessidade de se desfazer de celulares (VOLPONI; GIOTO Jr; FAJGENBAUM, 2008).

Segundo Arnould, Price e Zinkhan (2004), o ato do descarte trata de dois componentesinter-relacionados: distanciamento físico ou espacial da posse de um objeto e distanciamentodos significados e emoções relacionados ao objeto. As ligações emocionais influenciam a

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forma como as pessoas descartam seus produtos e se estão dispostas ao descarte. O processonem sempre é estritamente racional, pois caso o objeto a ser descartado possua valor para apessoa, as emoções e sentimentos podem influenciar diretamente no processo. Giaretta et al.(2010) mostraram que o vínculo afetivo e o valor econômico empregado são fatores que

interferem no procedimento de descarte de celulares obsoletos.Quanto aos fatores influenciadores da escolha do consumidor sobre como descartar,Jacoby, Berning e Dietvorst (1977) sugerem três categorias: a) características psicológicas doconsumidor, como personalidade, atitudes, emoções, percepção, aprendizagem, criatividade,inteligência, classe social, pressão social, consciência social e ambiental, entre outros; b)fatores intrínsecos ao produto, como condições de uso, tempo de uso, tamanho, peso, estilo,cor, capacidade, inovação tecnológica, durabilidade; c) fatores situacionais extrínsecos aoproduto, como condição financeira, mudanças sociais, circunstâncias de aquisição. Os autoresressaltam que essas categorias não são excludentes e podem interagir e se sobrepor.

Suarez et al. (2011) apontam que a literatura sobre descarte é muito dispersa e não háarticulação entre as publicações, o que dificulta um diálogo que possibilite avanços

acadêmicos e, principalmente, pragmáticos em relação ao tema. De forma geral, os estudos noBrasil se dividem entre os que abordam a reciclagem e os que focam nos aspectos simbólicosdo processo e não propõem uma visão mais abrangente sobre o tema. Em relação ao setor deprodutos eletroeletrônicos, há carência nacional, visto que os poucos estudos focammajoritariamente nos malefícios à saúde e ao meio ambiente (GIARETTA et al., 2010) e empercepções de consumidores sobre o problema do descarte inapropriado (VOLPONI; GIOTOJr; FAJGENBAUM, 2008).

Nesse sentido, Suarez et al. (2011) propuseram uma articulação conceitual que embasaa reflexão e análise dos elementos que determinam o comportamento de descarte. Oarcabouço detalha três momentos chave (o reconhecimento do problema; o descarte em si; e opós-descarte) e cinco categorias de benefícios do processo de descarte (autoperpetuação;conexão com outros; mudança/afirmação de nova identidade; maximização de recursos; ehigiene, organização e reposição). Os benefícios, segundo as autoras, estão relacionados aoproblema que o descarte procura resolver. Os dois últimos benefícios, mais utilitários, sãogeralmente associados ao descarte de celulares, pois geralmente não possuem alto valoremocional para o consumidor.

O benefício da maximização de recursos (espaço, dinheiro) incita que o descarte podeser suscitado pelo desconforto gerado por produtos cujo uso está aquém do considerado idealpelo consumidor ou pela necessidade de recursos financeiros. O que move o processo dedescarte é o desejo de aproveitar recursos, como o espaço ocupado pelo objeto, ou de obterparte do valor que foi pago na sua aquisição. Se o dinheiro empregado na aquisição for o fator

principal a ser maximizado, por exemplo, o consumidor pode optar por manter o produto.Nesse caso, a manutenção é justificada pelo desconforto de se desfazer de um item que foiadquirido. Já o benefício da Higiene, Organização, Reposição é o mais cotidiano, ondetendem a se concentrar o maior número de produtos. O descarte é geralmente automático apósa compra de um novo bem. As decisões de descarte requerem, em sua maioria, pouco esforçoconsciente e reflexão, pois o hábito é que predomina. Os consumidores engajados com areciclagem encaixam-se nesta dimensão.

Quanto às pesquisas em descarte que focam na reciclagem, Meneses e Palacio (2006)questionam o pressuposto de que o comportamento de reciclagem está relacionado ao altonível de envolvimento com o ato de reciclagem. Segundo esses autores, em locais onde areciclagem já se tornou uma rotina, o nível de envolvimento dos indivíduos que reciclam seus

resíduos e o dos que não o fazem não apresentam diferenças significativas. Bratt (1999)sugere que o comportamento pós-compra, como a separação de resíduos para reciclagem, nãodeve ser considerado isoladamente como um indício de que o consumidor adota um

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comportamento generalizado de preservação do meio ambiente, pois a reciclagem pode serum indício de um comportamento compensatório. Se, por exemplo, a reciclagem éconveniente, o consumidor pode considerar que a sua parte para preservar o meio ambiente jáfoi feita, adotando comportamentos que não sejam ambientalmente responsáveis em outras

situações. Por isso, é importante estudar, além do comportamento de descarte, outros fatoresque indiquem ou não um comportamento social e ambientalmente responsável.Nesse sentido, ressalta-se que a investigação entre os construtos estudados em

comportamento do consumidor e as variáveis sociodemográficas é comum no campo e se justifica, entre outros fatores, pelo fato de que estas variáveis permitem acesso a segmentos demercado mais facilmente (WEDEL; KAMAKURA, 2000) e são de fácil acesso para pesquisa.

Muitos dos estudos cujo objetivo eram definir o perfil do consumidor ambientalmenteresponsável o fizeram por meio de variáveis sociodemográficas. No entanto, estes estudosobtiveram resultados divergentes e contribuíram pouco para a identificação deste grupo deconsumidores (AZEVÊDO et al., 2010; DIAMANTOPOULOS et al., 2003). Nesse sentido,torna-se relevante que se faça uso das variáveis sociodemográficas em diferentes amostras

(BODUR; SARIGOLLU, 2005). Há estudos em comportamento do consumidor queconfirmam que essas variáveis influenciam uma predisposição ao comportamentoambientalmente responsável (BEDANTE; SLONGO, 2004), o que reforça a incorporaçãodessas variáveis neste estudo, embora a relação entre estas variáveis e medidas de consciênciaecológica sejam complexas (DIAMANTOPOULOS et al., 2003).

Em uma pesquisa conduzida com consumidores ingleses por Diamantopoulos et al.(2003) foram encontradas correlação negativa entre idade e conhecimento ambiental ecorrelação positiva entre idade e atitude ambiental. Fransson e Gärling (1999), por sua vez,encontraram resultados opostos, em que pessoas mais jovens tendem a apresentar maispreocupação ambiental. Similarmente, Bodur e Sirigollu (2005) destacam que, em geral,resultados de pesquisas mostram que o consumidor ambientalmente responsável é jovem.

Outra variável que ocupa destaque nos estudos sobre o comportamento do indivíduocom consciência ecológica é a escolaridade. Para essa variável, há maior homogeneidade nosresultados e os estudos convergem para uma relação positiva entre o grau de escolaridade e asquestões ambientais (DIAMANTOPOULOS et al., 2013). Argumenta-se que a ecologia esuas interações são complexas, tornando o entendimento da importância ambiental maisdifícil. Desta forma, os mais escolarizados compreendem melhor as questões envolvidas eassim, tornam-se mais preocupados e motivados a participar de comportamentos socialmenteresponsáveis. Embora essa hipótese obtivesse suporte parcial no estudo de Diamantopoulos etal. (2013), mostra-se bastante pertinente e encontra reflexos nos trabalhos de Bodur eSarigollu (2005) e Azevêdo et al. (2010). Outra pesquisa que corrobora com essa relação

positiva é a de Coelho, Gouveia e Milfont (2006), que identificaram que pessoas com maisanos de escolaridade tendem a expressar maior preocupação com o ambiente.Embora para algumas variáveis exista uma grande convergência nos resultados é

preciso ressaltar que os resultados encontrados podem variar conforme a região geográfica eparticularidades do mercado pesquisado. Resultados encontrados em um país não podem serconsiderados universais (BODUR; SARIGOLLU, 2005). A especificidade local, diferentestipos de poluição, disponibilidade de produtos verdes, legislação ambiental e influênciasculturais, podem (pelo menos parcialmente) explicar diferenças nas característicassociodemográficas dos consumidores verdes de um país (DIAMANTOPOULOS et al., 2003).

No Brasil, o trabalho de Lages e Vargas Neto (2002) detectou uma influência tênuedas variáveis sociodemográficas sobre o comportamento ecológico do consumidor. Azevêdo

et al. (2010), todavia, replicaram a escala de Lages e Vargas Neto (2002) mas nãoencontraram explicação com o uso de variáveis sociodemográficas.

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Para Kassarjian (1971), as variáveis sociodemográficas são classificadas comoinsuficientes para avaliar o comportamento de indivíduos tidos como ecologicamenteconscientes e é interessante fazer uso de medidas psicossociais, como as de personalidade.Schlegelmilch, Bohlen e Diamantopoulos (1996) identificaram que as variáveis

sociodemográficas são parcialmente adequadas para explicarem o comportamento social eambientalmente responsável. Para eles, uma medida que está mais proximamente relacionadaé o nível de consciência ecológica.

Schlegelmilch, Bohlen e Diamantopoulos (1996) discutem que o construto têminduzido debates em diversas disciplinas como marketing, psicologia, sociologia e ciênciapolítica e que diversos instrumentos têm sido usados para acessá-lo. Follows e Jobber (2000)aplicam essa reflexão ao contexto do comportamento e declaram que consumidores queavaliam o meio ambiente como algo importante, também vão avaliar as consequências aomeio ambiente provocadas por suas compras. Especificamente em relação à consciênciaecológica, Bedante e Slongo (2004) observam que quanto mais alto o nível de consciênciaecológica apresentado por um indivíduo, maior a tendência dele considerar o impacto

ambiental de suas ações.O modelo teórico da pesquisa (Figura 1) baseou-se, portanto, na relação de predição da

Consciência Ecológica do Consumidor no Comportamento Declarado de Descarte deCeuluares, com moderação das variáveis sociodemográficas idade, sexo, estado civil eescolaridade, além da verificação da moderação da fabricante do celular e sua adoção deprogramas de logística reversa.

Figura 1: Modelo teórico de pesquisa Método

Foi realizada uma pesquisa descritiva, em duas etapas: na primeira, a Escala deComportamento Declarado de Descarte de Celulares (ECDDC) de Rozzett et al. (2013) foiadaptada e submetida à validação teórica e estatística; na segunda, relacionou-se a ECDDCcom fatores da Escala de Consciência Ecológica do Consumidor de Lages e Vargas Neto(2002) com moderação de variáveis sociodemográficas nesta relação.

Foram utilizadas duas amostras, uma com coleta presencial (amostra 1) e outra comcoleta online (amostra 2). Para ambas a amostragem foi não probabilística por conveniência epodiam participar pessoas que já tivessem trocado de aparelho celular. A amostra mínima

para a coleta presencial foi calculada entre 5 e 10 sujeitos por item do questionário exigidospara a Análise Fatorial Exploratória (AFE) (HAIR et al., 2009; TABACHNICK; FIDELL,2007) e para a coleta online foi considerada a necessidade de pelo menos 400 respondentes(HAIR et al., 2009; KLINE, 2011) para construção de um modelo de equações estruturais.

Dos 592 participantes da amostra 1, 51,7% eram do sexo feminino, com idades entre17 e 63 anos (M=24,45, DP=7,98), majoritariamente solteiros (79,2%) e com ensino médiocompleto (74,2%), residentes no Distrito Federal (96,4%).

Quanto aos 438 participantes da amostra 2, 60,3% eram do sexo feminino, com idadesentre 14 e 77 anos (M=32,40; DP=10,72), majoritariamente solteiros (52,7%) ou casados(42,2%) e com ensino superior completo (44,7%) ou pós-graduação completa (31,7%),residentes, em sua maioria, no Distrito Federal (59,4%). A amostra 2 teve maior

heterogeneidade e representou pessoas com um status de vida diferenciado da amostra 1 (maisvelhas, casadas e com maior formação educacional). A condução de um teste não-paramétricode comparação entre grupos ( Mann-Whitney U) mostrou diferenças significativas entre as

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duas amostras para 27 das 47 variáveis analisadas. Uma vez que a escolha por manter ocelular guardado foi predominante em ambas as amostras, a análise deste comportamento foidetalhadamente descrita, conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Frequências de resposta e mediana relativos aos itens de manutenção do aparelho celular em casa

Amostra 1 Amostra 2Frequência Mediana Frequência MedianaMantenho o celular antigo mesmo que ele nãofuncione mais 51,6% 4 48,5% 3Mantenho o celular antigo guardado pois um diaposso precisar dele

46% 3 30,5% 3

Mantenho meu celular antigo guardado, poisnão sei o que fazer com ele

33,9%3

29,9%3

Guardo meu celular antigo pelas lembranças queele me traz

13,9% 1 8,3% 1

A ECDDC (ROZZETT et al., 2013) é composta de 36 itens, aos quais foramacrescentadas quatro perguntas referentes ao tipo de aparelho descartado, frequência de troca,data aproximada do último descarte e marca do celular. Havia ainda uma pergunta filtro sobreo que a pessoa fez com o último celular a fim de identificar casos de descarte voluntário einvoluntário, conforme a taxonomia de Jacoby, Berning e Dietvorst (1977). Além destes,foram utilizados dois fatores extraídos da Escala de Consciência Ecológica do Consumidor,validada por Lages e Vargas Neto (2002) a partir de uma adaptação do instrumentodesenvolvido por Straughan e Roberts (1999). Segundo Lages e Vargas Neto (2002), aconsciência ecológica do consumidor resulta da junção de variados níveis e subníveis deconsciência relativos a facetas diferentes da consciência ecológica. Foram utilizados doisfatores: “produto” “reciclagem e reutilização”, por serem os níveis que melhor serelacionavam com o objetivo deste estudo. Foram também incluídas no instrumento variáveis

sociodemográficas relativas a idade, sexo, estado civil e escolaridade.Os 804 questionários da amostra 1 foram aplicados de forma presencial no DistritoFederal, majoritariamente em salas de aulas de universidades e em órgãos públicos. Já os 512questionários da amostra 2 foram coletados online, hospedados no Google Docs, cujo link  foidivulgado às redes de contato da pesquisadora. Pedia-se que o questionário fosse respondido eencaminhado e qualquer pessoa que já tivesse trocado de celular.

Foram, primeiramente, examinados os pressupostos para análises multivariadas,conforme recomendações de Hair et al. (2009) e Tabachnick e Fidell (2007). Foi realizadauma análise de casos extremos, seguindo as recomendações de Riani, Torti e Zani (2011) paraidentificação de outliers ordinais. Para tanto, foi feito um cruzamento entre pares de variáveisque poderiam indicar casos incoerentes ou outliers bivariados. Foram também excluídos da

amostra os casos extremos multivariados identificados pela distância  Mahalanobis  e pelainspeção das respostas, quando as marcações limitavam-se aos extremos da escala e queperderam ou tiveram seus aparelhos celulares roubados ou furtados, por não seremconsiderados casos de descarte voluntário (JACOBY; BERNING; DIETVORST, 1977). Naidentificação de outliers bivariados, o cruzamento entre a variável “o que você fez com seuúltimo celular” e “não jogo celular em lixo comum” (cd02), por exemplo, identificou, naamostra 1, 3 casos incoerentes em que o sujeito afirmou ter jogado seu último aparelho nolixo, mas concordou totalmente com a segunda assertiva. Da mesma maneira, foramidentificados e eliminados outros 10 outliers bivariados e 47 casos omissos, que haviamdeixado a segunda parte do questionário em branco. Foram também eliminados 155 casos dedescarte involuntário, resultando em uma amostra de 592 casos válidos. Para a amostra 2,

foram eliminados 5 casos de respondentes que residiam fora do Brasil, 50 de descarteinvoluntário, 7 de outliers bivariados, 1 de marcações exclusivas de valores extremos e 11 dequestionários respondidos pela metade, restando, assim, 438 casos.

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Uma vez tratados os dados, os 36 itens da escala de descarte foram submetidos àAnálise Fatorial Ordinal (AFO), baseada na matriz de correlação policórica (método two-

step), conforme os procedimentos indicados por Basto e Pereira (2012), uma vez que a AFOnão presume que as variáveis utilizadas sejam contínuas e sigam distribuição normal.

Para a investigação da relação entre os fatores pesquisados, foi desenhado um modeloestrutural com Modelagem por Equações Estruturais (MEE), onde os fatores da Escala deConsciência Ecológica do Consumidor prediziam os fatores da ECDDC, com moderação devariáveis sociodemográficas. Foi escolhido o método de estimação por MáximaVerossimilhança, que segundo Boomsma (1983), é robusto quanto a violações dospressupostos de normalidade. Após testes de normalidade multivariada e bootstrapping,  asvariáveis com forte desvio foram excluídas da análise.

ResultadosAmbas as amostras retornaram resultados semelhantes no que concerne à forma de

descarte do último celular e ao fabricante do aparelho. A Tabela 2 resume estes dados.Tabela 2: Comparação entre as amostras para último descarte e fabricante de celulares

 

O que fez com o último celular? Amostra 1 (N=592) Amostra 2 (N=438)Guardou o último celular 55,6% 48,9%

Doou, vendeu, trocou ou emprestou 37,3% 41,7%Levou a um centro de coleta oudevolveu à operadora/fabricante

2,5% 5,6%

Qual era a marca do celular?Nokia 28,2% 32,4%

Samsung 18,9% 18,3#Motorola 17,9% 13,2%

LG 12,2% 11%Verificou-se que nenhuma das 36 variáveis era normal (p<0,001 para o testeKolmogorov Smirnov) - o que já era esperado, por serem variáveis ordinais e com poucascategorias (CHU; GHAHRAMANI, 2005). Decidiu-se, assim, pela Análise Fatorial Ordinal.

Foi, então verificada a fatorabilidade da matriz por meio do teste de esfericidade deBarlett, do Keiser-Meyer-Olkin (KMO) e das medidas de adequação de cada variável( Measures of sampling adequacy, MSA). O KMO foi de 0,72, considerado aceitável(KAISER, 1970). Os valores do MSA foram todos acima de 0,44, com apenas duas variáveiscom valores abaixo de 0,5, limite proposto por Kaiser (1970). Estes itens tiveram suascomunalidades e cargas igualmente inaceitáveis e foram, portanto, excluídos da análise.

Para determinar a quantidade de fatores a serem extraídos, foram analisados os

resultados da análise paralela (11 fatores), fator de aceleração (1 fator), coordenadas ordinais(7 fatores), regra de Kaiser (7 fatores ) e o teste de média mínima parcial de Velicer (Velicer’s

 MAP), que sugeriu a retenção de 4 ou 6 componentes, além da divisão teórica sugerida porRozzett et al. (2013). Basto e Pereira (2012) recomendam a utilização do teste MAP deVelicer por não ser influenciado pela presença de muitos erros e resíduos. Desta forma,priorizou-se a quantidade de fatores indicadas neste teste, uma vez que também estavam maispróximos do estimado teoricamente.

Uma vez definida que a quantidade de componentes a serem extraídos seria 4, foiconduzida uma Análise Fatorial Exploratória com rotação Direct Oblimin a fim de verificar acorrelação entre os fatores e decidir a melhor rotação para a AFO, se ortogonal ou oblíqua,conforme recomendam Tabachnick e Fidell (2007). Não houve nenhuma correlação maiorque 0,32 e decidiu-se, portanto, que seria mais adequado utilizar uma rotação ortogonal, vistoque era também a mais apropriada teoricamente.

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 Foi, então, realizada uma Análise de Eixos Principais Ordinal, com rotação Varimax-T e extração de 4 fatores. Após análise conjunta das cargas fatoriais e comunalidades, oitoitens foram excluídos da amostra por possuírem carga fatorial abaixo de 0,4 e comunalidadesabaixo de 0,3 (CHURCHILL, 1979; BAGOZZI; YI, 1992). Apesar de outros itens possuírem

valores abaixo do aceitável para comunalidades, eles foram mantidos por terem boas cargasfatoriais e pela boa contribuição semântica ao fator (HAIR et al., 2009). A Tabela 3 mostra amatriz de cargas rotacionadas em cada fator e suas respectivas comunalidades.

Tabela 3: Cargas fatoriais e comunalidadesID Variáveis F1 F2 F3 F4 h2 

cd32 Conheço lugares adequados para o descarte de celulares  0,80 0,84cd31 Já procurei informações de locais corretos para fazer o descarte de

eletrônicos e encontrei 0,78

0,72

cd11 Conheço locais de fácil acesso para realizar o descarte de celulares  0,77 0,65cd35 Conheço programas de logística reversa (retorno do produto usado)

da minha operadora de celular  0,64

0,47

cd27 Conheço programas de logística reversa (retorno do produto usado)da fabricante do meu celular   0,60

0,41

cd22 Conheço pessoas que descartam celulares corretamente  0,57 0,47cd10 Conheço uma lei que regule o descarte de celulares  0,56 0,37cd12 Compro celulares de empresas que providenciam a reciclagem dos

aparelhos 0,51

0,36

cd21 Nunca procurei informações a respeito do descarte de celulares  0,47 0,37cd19 Descarte celular no lixo comum, pois não sei o que fazer com ele  0,76 0,58cd24 Quando vou descartar um celular, penso nos danos ao meio ambiente  0,60 0,52cd25 Desconheço se existem substâncias tóxicas nos celulares  0,50 0,25cd36 É importante descartar celulares corretamente para proteger o meio

ambiente 0,47

0,40

cd33 Não me considero responsável pelo descarte adequado de celulares  0,45 0,22cd3 Não jogo celular no lixo comum  0,44 0,23cd13 Jogar celular no lixo comum pode contaminar o meio ambiente  0,43 0,31cd5 Mantenho meu celular antigo guardado, mesmo que ele não funcione

mais 0,75

0,60

cd14 Mantenho meu celular antigo guardado, pois um dia posso precisardele 

0,600,37

cd28 Mantenho meu celular antigo guardado pois não sei o que fazer comele 

0,550,38

cd26 Guardo meu celular antigo pelas lembranças que ele me traz  0,52 0,35cd17 Considero a empresa fabricante a principal responsável por dar

destinação correta aos celulares que fabrica 0,47

0,23

cd34 Creio que há necessidade de uma lei para regular o descarte decelulares 

0,46 0,24

cd30 Considero a operadora de celular a principal responsável por dardestinação correta aos celulares que vende 

0,400,17

cd9 Considero o governo o principal responsável por dar destinaçãocorreta aos celulares usados 

0,400,16

cd18 Falta informação sobre como descartar celulares corretamente  0,40 0,27Os quatro fatores contabilizam 39,71% da variância explicada do construto, com

predominância dos dois primeiros fatores, que explicam aproximadamente 27% da variância.Para análise de confiabilidade, foi utilizado o coeficiente alfa de confiabilidade

ordinal (Tabela 4), proposto por Zumbo, Gadermann e Zeisser (2007), que apresenta

estimadores consistentes mesmo com distribuições assimétricas.

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Tabela 4: Coeficiente alfa ordinalFator 1 – Conhecimento

sobre o processo dedescarte

Fator 2 –Comportamento de

Descarte SocialmenteResponsável

Fator 3 –Comportamento de

manutenção

Fator 4 –Responsabilidade

Institucional sobre oDescarte

0,86 0,74 0,69 0,55Após a verificação da adequação estatística da ECDDC, foi feita uma Modelagem por

Equações Estruturais (MEE) para investigar a relação com os outros dois fatores da Escala deConsciência Ecológica do Consumidor e a moderação de variáveis sociodemográficas.

Os dois fatores da Escala de Consciência Ecológica do Consumidor foram submetidos àAFO, com escolha de rotação ortogonal, seguindo o que fora adotado por Lages e VargasNeto (2002) a fim de verificar a estrutura fatorial. A análise prévia de componentes a seremextraídos confirmou, pelos valores do teste MAP de Velicer, a extração de dois fatores.

Os resultados indicaram alta fatorabilidade (KMO=0,90 e MSAs entre 0,85 e 0,95).Foram extraídos dois fatores com itens cujas comunalidades estavam dentro do aceitável

(maiores que 0,4 e menores que 0,9) e cargas fatoriais consideradas, em sua maioria, muitoboas (maiores que 0,63), seguindo a classificação de Comrey (1973). O corte para cargafatorial foi de 0,45 (TABACHNICK; FIDELL, 2007). O item ce7 (Eu não compro produtospara minha casa que prejudicam o meio-ambiente), contudo, apresentou a menorcomunalidade (h2=0,457) e carga dividida entre os dois fatores e foi, portanto, excluído daanálise, conforme mostra a Tabela 5, onde RR representa o Fator Reciclagem e Reutilização ePROD o Fator Produto.

Tabela 5: Cargas fatoriais rotacionadas em cada fator ID Variável RR PRODce4 Eu tento comprar apenas produtos que podem ser

reciclados.0,822

ce5 Eu evito comprar produtos com embalagens quenão são biodegradáveis 0,783ce1 Eu procuro comprar produtos feitos de papel

reciclado0,665

ce3 Eu procuro não comprar produtos que possuemgrande quantidade de embalagens.

0,664

ce2 Sempre que possível, eu compro produtos feitoscom material reciclado

0,569

ce6 Eu não compro produtos fabricados ou vendidos por empresas que prejudicam ou desrespeitam omeio-ambiente.

0,510

ce10 Quando possível, eu sempre escolhe produtos que

causam menor poluição0,812

ce8 Quando eu tenho que escolher entre dois produtosiguais, eu sempre escolho o que é menos prejudicialàs outras pessoas e ao meio ambiente

0,792

ce9 Eu já convenci amigos ou parentes a não comprar produtos que prejudicam o meio-ambiente.

0,674

ce11 Eu sempre faço um esforço para reduzir o uso de produtos feitos de recursos naturais escassos.

0,642

Ambos os fatores tiveram índices alfa de confiabilidade ordinal de 0,88. Uma vez quetodos os indicadores analisados foram melhores que o mínimo aceitável, procedeu-se àutilização dos fatores para o modelo de pesquisa.

O modelo inicial testado obteve índices de ajustamento próximos do satisfatório(X2(398)  = 1134,84 p<0,001, CMIN/DF = 2,85, GFI = 0,84 e RMSEA = 0,07), mas com

algumas relações não significativas e foi, portanto, adaptado.

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Na análise do modelo, o fator Responsabilidade Institucional sobre o Descarte não foiconsiderado por ter sido composto de itens com cargas fatoriais, comunalidade e alfa baixosna fase exploratória. Quanto ao Fator Comportamento de manutenção, não houve prediçãodos fatores de consciência ecológica e não foi possível investigar a correlação deste fator com

outros fatores do comportamento de descarte por serem endógenos, resultando, assim, em suaexclusão do modelo. Os itens cd36 (É importante descartar celulares corretamente paraproteger o meio ambiente) e cd13 (Jogar celular no lixo comum pode contaminar o meioambiente) foram descartados por apresentarem valores de assimetria muito altos (>10,00) ecarga fatorial pobre (<0,40). Estes itens sugeriam respostas com tendência positiva(marcações mais próximas do extremo superior da escala) e tiveram, dessa forma, alto grau deassimetria negativa. Foram também inseridas correlações entre os erros das variáveis cd32(Conheço lugares adequados para o descarte de celulares) e cd11 (Conheço locais de fácilacesso para realizar o descarte de celulares) e entre os erros das variáveis cd35 (Conheçoprogramas de logística reversa da minha operadora de celular) e cd27 (Conheço programas delogística reversa da fabricante do meu celular). De acordo com Kline (2011), uma correlação

entre erros reflete o pressuposto de que dois indicadores correspondentes compartilham algoem comum que não está explicitamente presente naquele modelo. A presença de correlaçãoentre os erros dos pares de variáveis é justificada pelo conteúdo dos itens, que referem-se aum mesmo conjunto de ideias, mas não são multicolineares (VIF<5 e r<0,8). 

Após alterações, o modelo final teve ajuste satisfatório, com X2(225)  = 524,799,

p<0,001, CMIN/DF = 2,332, GFI = 0,903 e RMSEA = 0,055, conforme mostra a Figura 3, eindicou que a consciência ecológica do consumidor sobre o produto (PROD) influencia seuconhecimento sobre o processo de descarte de celulares (COND) e que a consciênciaecológica do consumidor em relação à reciclagem e reutilização (RR) de produtos eembalagens prediz a adoção de um comportamento mais responsável (COMPC). As variáveissociodemográficas de idade, sexo e estado civil foram utilizadas, separadamente, comomoderadores dessas relações. Não foi possível moderar pela variável escolaridade pelacaracterística da amostra 2, predominante de pessoas com nível superior completo ou pós-graduação. Também foram divididos dois grupos de marcas de celulares descartados deacordo os resultados de Demajorovic et al. (2012), onde um grupo foi composto pelas marcasque possuem comunicação de programa de LR e outro pelas que não possuem . Em nenhumdos casos, houve diferença significativa entre os grupos, indicando que não há moderaçãodestas variáveis. A Figura 2 apresenta o modelo estrutural final encontrado.

Figura 2: Modelo estrutural final de pesquisaDiscussão

A princípio, os resultados de Rozzett et al. (2013) sugeriram a existência do fator“Comportamento de compra/consumo”. Contudo, nos resultados da AFO, não houveadequação dos itens: cd2-Compro um novo celular assim que surgem novidades; cd6-Quando

compro um celular, sempre penso no que vou fazer com o antigo; cd15-Só compro um novocelular quando o antigo não funciona mais; cd1-Após comprar um novo celular, faço doaçãodo antigo; cd8-Após comprar um novo celular, ponho o antigo à venda. Estas variáveis podem

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não ter se encaixado no comportamento de descarte por representarem ações de descartemotivadas por algum outro comportamento de compra e consumo, cujas razões ouassociações não foram exploradas nesta pesquisa.

As frequências de resposta relativas ao descarte dos aparelhos celulares corroboram

com os resultados encontrados por Rozzett et al. (2013), indicando que a principal destinaçãoé a manutenção ou a venda. Os itens sobre manutenção do aparelho, apesar de não terem serelacionado com outras variáveis, foram mantidos na pesquisa por sua relevância ao tema epela geração de resultados descritivos interessantes para o conhecimento das motivações dedescarte. Apesar das diferenças dos perfis de participantes entre as duas amostras, osresultados indicaram que metade dos entrevistados mantém algum aparelho celular guardadoem casa, mesmo que esteja com defeito, sem possibilidade de funcionamento imediato.

Estes valores corroboram tanto com o estudo realizado pela Fundação Estadual doMeio Ambiente (FEAM), que aponta a doação e a venda como os principais canais reversosutilizados pelos consumidores para descartar seus resíduos eletroeletrônicos (FUNDAÇÃO...,2010). A decisão por manter o celular na gaveta pode também ser explicada pelos vínculos

afetivos e significados que o objeto representa para a pessoa ou por acreditarem que um diaainda irão fazer uso desse bem (ARNOULD; PRICE; ZINKHAN, 2004). Segundo Roster(2001) e Young e Wallendorf (1989), o descarte envolve mais do que o simples ato dedisposição de um produto. Ele pode ser entendido como um processo em que há umaseparação física e psicológica entre o objeto e seu possuidor. No estudo de Giaretta et al.(2010), por exemplo, os entrevistados tendiam a manter o celular quando os aparelhos

 possuíam significados afetivos para eles. Ao final, um fator exclusivo, de Comportamento deManutenção (COMPM) emergiu das análises, corroborando com o modelo de Jacoby,Berning e Dietvrost (1977), que classificam a manutenção do bem em casa como um tipo decomportamento de descarte.

A pesquisa retornou também um fator denominado “Conhecimento sobre o processode descarte”, com os seguintes itens: conheço lugares adequados para o descarte de celulares(cd32); conheço locais de fácil acesso para realizar o descarte de celulares (cd11); conheçoprogramas de logística reversa da minha operadora de celular (d35); conheço programas delogística reversa da fabricante do meu celular (cd27); conheço pessoas que descartamcelulares corretamente (cd22); conheço uma lei que regule o descarte de celulares (cd10); Jáprocurei informações de locais corretos para fazer o descarte de eletrônicos e encontrei(cd31). Nunca procurei informações a respeito do descarte de celulares (cd21); comprocelulares de empresas que providenciam a reciclagem dos aparelhos (cd12). Estes itenscompuseram o fator mais forte da escala e sugerem a importância do acesso à informação noprocesso de descarte desses produtos, corroborando com os estudos de Andrade, Fonseca e

Mattos (2010), Castanho, Spers e Farah (2005), Ferreira e Ferreira (2008), Giaretta et al.(2010) e Silveira e Chang (2010).Os resultados indicaram ainda um fator relacionado ao Comportamento de Descarte

Socialmente Responsável, composto pelos itens: Descarto o celular no lixo comum, pois nãosei o que fazer com ele (cd19 reverso); Não me considero responsável pelo descarte adequadode celulares (cd33 reverso); Desconheço se existem substâncias tóxicas nos celulares (cd25reverso); d) não jogo celular no lixo comum (cd3); é importante descartar celularescorretamente para proteger o meio ambiente (cd36); jogar celular no lixo pode contaminar omeio ambiente (cd13); Quando vou descartar um celular, penso nos danos ao meio ambiente(cd24). A combinação destes itens nesse fator indicou a formação de uma variável latenterelativa ao comportamento de descarte socialmente responsável, o que corrobora com

Tilikidou, Adamson e Sarmaniotis (2002) que identificaram que a consciência ecológica éresultado de aspectos cognitivos, afetivos e comportamentais envolvendo a relevância domeio ambiente para o consumidor, o conhecimento sobre os impactos das suas ações no meio

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ambiente e suas atitudes e comportamentos pró-ambientais nas etapas de compra e pós-compra. Vale destacar que os itens cd13 e cd36, apesar de carregados neste fator, não indicamrealmente um comportamento de descarte socialmente responsável. Na verdade, são itensmais relativos, teórica e semanticamente ao fator “Conhecimento sobre o processo de

Descarte”. Estes itens também apresentam alta tendência de marcação de valores extremos,uma vez que fazem afirmações contundentes que corroboram ideias pro-ambientais e incitamconcordância, apesar de um comportamento diferente. Assim, para o modelo estrutural, foramremovidos da análise.

Outro fator resultante da AFO foi sobre Responsabilidade Institucional, com os itens:Considero a empresa fabricante a principal responsável por dar destinação correta aoscelulares que fabrica (cd17); Creio que há necessidade de uma lei para regular o descarte decelulares (cd34); Considero a operadora de celular a principal responsável por dar destinaçãocorreta aos celulares que vende (cd30); considero o governo o principal responsável por dardestinação correta aos celulares usados (cd9); falta informação sobre como descartar celularescorretamente (cd18). Este fator, apesar de relevante se considerados os resultados da literatura

internacional, não apresentou resultados estatísticos satisfatórios, o que pode ser atribuído àcircunstância das leis de países em desenvolvimento, como o Brasil, cujo aparato legal e aspráticas empresariais não refletem uma preocupação institucional maciça com a questão daresponsabilidade do descarte e do descarte responsável. Estas dificuldades podem serrefletidas no nível de conhecimento da população geral ocasionado pela baixa agenda sobre otema nesses países. Azevêdo et al. (2010) observam que a grande maioria das pesquisasempíricas sobre o tema de descarte foram realizadas em países desenvolvidos, incluindo aescala que foi adaptada por Straughan e Roberts (1999) e que foi adaptada por Lages eVargas Neto (2002) e utilizada parcialmente nesse estudo. Por isso, esses resultados, devemser analisados com ressalva.

Os resultados do modelo estrutural mostraram que a consciência ecológica sobreReciclagem e Reutilização (RR) é preditora do Conhecimento sobre o processo de descarte(COND), mas não possui relação significativa com o Comportamento de descarte socialmenteresponsável (COMPC), corroborando com os resultados de Meneses e Palacio (2006) e Bratt(1999), de que o consumidor engajado em atividades de reciclagem não necessariamenteapresenta comportamento pró-ambiental, uma vez que sua participação nessas atividades podefuncionar de forma compensatória e fazer com que ele não se sinta na necessidade de teroutros tipos de comportamentos responsáveis.

Já a consciência ecológica a respeito do Produto (PROD) não possui relação depredição com o Conhecimento sobre o processo de descarte (COND), mas mostrou-seinfluenciadora do Comportamento de descarte socialmente responsável (COMPC),

corroborando os resultados de Bedante e Slongo (2004) e fortalecendo a visão deproximidade entre consciência ecológica e comportamento responsável debatidapor Schlegelmilch, Bohlen, Diamantopoulos (1996).

Em ambas as relações, não houve moderação de variáveis sociodemográficas comoidade, sexo ou escolaridade. Este resultado está em consonância com Schlegelmilch, Bohlen eDiamantopoulos (1996), que afirmam que essas variáveis são parcialmente adequadas praexplicar o comportamento de compra ambientalmente responsável e com Kassarjian (1971),que afirma que as variáveis demográficas são insuficientes para a identificação e acompreensão do comportamento dos indivíduos ecologicamente conscientes. Apesar daidentificação do perfil do indivíduo ecologicamente consciente por meio de característicassociais, econômicas e demográficas, Anderson Jr. e Cunningham (1972) afirmam que são as

características psicossociológicas é que mais fornecem subsídios para a definição deconsciência social responsável.

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Considerações FinaisObjetivo deste trabalho foi investigar a relação entre consciência ecológica e

comportamento declarado de descarte de celular a partir da moderação de variáveissociodemográficas. A pesquisa possibilitou a verificação de adequação estatística da Escala

de Comportamento Declarado de Descarte de Celulares (ECDDC) de Rozzett et al. (2013) esua relação com outras variáveis. Os resultados corroboram com os estudos na área e mostramque a maioria dos consumidores costumam doar, vender ou guardar os eletrônicos usados,mesmo que estejam estragados, por não saberem o que fazer com eles e que fatores daconsciência ecológica do consumidor têm relação direta com os fatores “conhecimento sobreo descarte” e comportamento socialmente responsável”.

O presente trabalho contribuiu para a literatura de marketing e comportamento doconsumidor ao estabelecer novas relações entre o comportamento de descarte declarado eoutros aspectos do processo de descarte como o conhecimento sobre responsabilidades eprocessos adequados de descarte, bem como ofereceu indícios de que há variáveis maisadequadas do que as sociodemográficas para explicar esse comportamento, como é o caso da

consciência ecológica. A contribuição desta pesquisa reside também na validação de uminstrumento científico que permite analisar o comportamento declarado de consumidores emrelação ao descarte de aparelhos de celular. Especificamente no contexto brasileiro, a pesquisacolaborou com a literatura fornecendo resultados empíricos a um campo carente de pesquisascom foco no comportamento de descarte do consumidor e promove informações novas ao unirem uma mesma abordagem empírica as facetas de conhecimento, comportamento e opiniãodo consumidor na etapa de desligamento com o produto celular.

Este trabalho concentra suas aplicações práticas na apresentação das relações entre ocomportamento de descarte e o conhecimento sobre os processos de descarte por parte doconsumidor e contribui para as diversas esferas da sociedade ao dar luz à relação deresponsabilidades sobre o descarte sob a ótica do consumidor. Essa discussão torna-serelevante ao fornecer subsídios e indícios para implantação de políticas públicas, bem comopara adequação de estratégias mercadológicas e ganha expressividade ao fornecer dadosrecentes que podem ser utilizados para tanto no contexto de fabricantes de celular, quanto nosâmbitos governamentais e de instituições representativas da sociedade para a formulação deacordos setoriais relativos à PNRS. O estudo contribui com o conhecimento sobre o processode descarte de celulares, cujos componentes figuram em mais de uma categoria da PNRS, apartir da relação deste processo com outras variáveis, oportunizando que informaçõesespecíficas sobre o comportamento de descarte sejam acessadas para a composição dosacordos setoriais.

É sabido que o arcabouço sobre o qual o tema pousa é amplo e que limitações de

ordem metodológica e teórica existem. Dentre as limitações do estudo estão a escassaliteratura sobre o tema abordado, o que limita a discussão dos resultados encontrados e aconstrução dos itens da escala, sobretudo no contexto do comportamento de descarte doconsumidor brasileiro. A construção teórica infante do tema na literatura nacional de certaforma permite que sejam utilizados limites mais frouxos para os pressupostos metodológicoscom o objetivo de explorar as dimensões que cercam o tema e fornecer subsídios de partidapara outras pesquisas. Neste trabalho, foi necessário trabalhar com limites mais generosospara os índices de comunalidade, aceitando itens na escala com comunalidades consideradasbaixas com o objetivo de manter itens que corroborassem para a compreensão adequada docomportamento de descarte de celulares. Ainda, destacam-se os procedimentos de coleta,principalmente para a amostra 1, que praticamente limitaram-se às salas de aula de uma

universidade pública e acabaram por enviesar a caracterização dos participantes da coletapresencial. Outra limitação imposta pelo processo de coleta de dados foi o tamanho e avariabilidade da amostra, necessários para os testes de moderação das variáveis

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sociodemográficas e nas relações entre os outros fatores observados permitindo maior divisãode grupos e, portanto, maior acuidade na investigação das diferenças de comportamento entregrupos mais homogêneos sob o ponto de vista sociodemográfico.

Encoraja-se que pesquisas explicativas e experimentais sejam conduzidas com o

objetivo de ampliar o escopo metodológico na abordagem do tema. Incita-se que variáveispsicológicas, relacionadas a fatores motivacionais e envolvimento do consumidor, sejamutilizadas a fim de compreender as razões pelas quais os consumidores nem sempre dispõemde energia suficiente para removê-los de sua zona de conforto e que sentimentos estãoatrelados à escolha por manter um aparelho sem funcionamento em casa. Sugere-se ainda quefuturas pesquisas reaproveitem os itens que não se salvaram na fase de análise fatorialexploratória e os adaptem a fim de que estejam mais condizentes com a teoria e com os outrositens avaliados. Outra sugestão para futuras pesquisas seria aplicar esses itens associando aescala a valores humanos, de forma a analisar se existem valores que influenciam as pessoas aterem comportamentos ambientalmente mais responsáveis no descarte de lixo eletrônico.

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