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www.jornalaldrava.com.br Página 1 POUSADA “ CONTOS DE MINAS ” RUA ZIZINHA CAMELLO, 15 - CENTRO = MARIANA / MG /// FONE: 0(xx)(31) 3558-5400 [email protected] www.pousadacontosdeminas.com.br MARIANA - MINAS GERAIS / BRASIL cultural ISSN 1519-9665 ALDRAVA LETRAS E ARTES CNPJ 04.937.265/0001-71 JORNAL ALDRAVA CULTURAL Utilidade Pública Municipal Lei n° 022/90 - 26/03/2009 Qualis CAPES - C ANO XII /// N O. 100 /// DEZ. / 2012 // MARÇO /2013 2013 - Ano do Brasil em Portugal Semana de Arte Aldravista em Portugal { Período: 06 a 12 de abril de 2013 } A Semana de Arte Aldravista em Portugal tem o objetivo de lançar, divulgar e promover a nova forma de poesia criada pelo grupo de poetas brasileiros – a Aldravia, através de “O Livro das Aldravias”, antologia que reúne 51 autores representantes de diversas regiões brasileiras, de Portugal e da França, a ser realizada no período de 06 a 12 de abril de 2013, Ano do Brasil em Portugal, no Salão Nobre da sede da Academia Portuguesa de Ex-Libris (Lisboa), na Academia Internacional de Heráldica de Portugal (Lisboa), na Academia de Letras e Artes (Cascais), na Câmara do Funchal e no Centro Cultural John dos Passos (Ilha da Madeira). Os escritores convidados participarão de conferências, debates e saraus sobre a nova forma de poesia brasileira, além de receberem homenagens da Academia Internacional de Heráldica de Portugal e da Câmara do Funchal. ///////// // {Por: Andreia Donadon Leal } // ACADEMIA INTERNACIONAL DE HERÁLDICA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES ( PORTUGAL ) ACADEMIA PORTUGUESA DE EX-LIBRIS

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MARIANA - MINAS GERAIS / BRASIL

culturalISSN 1519-9665

ALDRAVA LETRAS E ARTESCNPJ 04.937.265/0001-71

JORNAL ALDRAVA CULTURALUtilidade Pública MunicipalLei n° 022/90 - 26/03/2009 Qualis CAPES - C

ANO XII /// NO. 100 /// DEZ. / 2012 // MARÇO /2013

2013 - Ano do Brasil em PortugalSemana de Arte Aldravista em Portugal

{ Período: 06 a 12 de abril de 2013 }

A Semana de Arte Aldravista em Portugal tem o objetivo de lançar,divulgar e promover a nova forma de poesia criada pelo grupo de poetasbrasileiros – a Aldravia, através de “O Livro das Aldravias”, antologiaque reúne 51 autores representantes de diversas regiões brasileiras, dePortugal e da França, a ser realizada no período de 06 a 12 de abril de2013, Ano do Brasil em Portugal, no Salão Nobre da sede da AcademiaPortuguesa de Ex-Libris (Lisboa), na Academia Internacional deHeráldica de Portugal (Lisboa), na Academia de Letras e Artes(Cascais), na Câmara do Funchal e no Centro Cultural John dos Passos(Ilha da Madeira). Os escritores convidados participarão deconferências, debates e saraus sobre a nova forma de poesia brasileira,além de receberem homenagens da Academia Internacional de Heráldicade Portugal e da Câmara do Funchal. ///////// // {Por: Andreia Donadon Leal } //

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A divulgação e o lançamento da antologia: – O LIVRO DAS ALDRAVIAS – nova forma/nova poesia, deescritores brasileiros, promoverá o conhecimento de práticas e expressões criativas literárias realizadas por grupo artístico,com o objetivo de difundir e preservar a memória cultural brasileira no Ano do Brasil em Portugal.

Importância do evento e sua contribuição cultural: Os participantes convidados da antologia discutirão com os acadêmicos portugueses sobre a nova forma poética

criada por escritores brasileiros; sobre o processo de edição, publicação e lançamento de livros financiados pelos própriosautores do livro.

O espaço proporcionado para apresentação de produção poética brasileira, em importantes instituições culturaise acadêmicas de Portugal, fortalecerá, também, a identidade da cultura brasileira; o espaço para propagar e divulgar asaldravias criadas pelos poetas brasileiros, da antologia “O Livro das Aldravias”, possibilitando o conhecimento de umanova identidade literária, genuinamente brasileira.

Contribuição cultural: – Adesão de escritores portugueses à nova forma poética. Divulgação e promoção daLiteratura Brasileira no Ano do Brasil em Portugal. Intercâmbio cultural com membros das academias portuguesas:Academia de Letras e Artes (Cascais), Academia Internacional de Heráldica de Portugal, Academia de Ex-Libris; estudantesde universidades e promotores culturais de Portugal.

Instituições organizadoras do evento: (PORTUGUESAS) Academia de Letras e Artes (ALA) Academia Internacional de Heráldica de Portugal Academia Portuguesa de Ex-Líbris Câmara Municipal do Funchal

Instituições parceiras do evento: (BRASILEIRAS) Aldrava Letras e Artes Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – ALACIB Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais – InBrasCI

Relevância da atividade a ser realizada ou desenvolvida para a área cultural:Arte: Literatura: Conhecimento de práticas e expressões criativas literárias realizadas por grupo artístico,

difundindo e preservando a memória cultural brasileira no Ano do Brasil em Portugal. Intercâmbio cultural com membrosdas academias portuguesas: Academia de Letras e Artes (Cascais), Academia Internacional de Heráldica de Portugal,Academia de Ex-Libris; estudantes de universidades e promotores culturais de Portugal.

PROGRAMAÇÃO: – Lançamento de “O LIVRO DAS ALDRAVIAS – nova forma/nova poesia” – Lisboa: Nova Poesia Brasileira: de 6 a 10 Abril de 2013. – 1ª Bienal do Mediterrâneo do InBrasCI-MG – 09 de abril a 30 de junho de 2013. – Ilha da Madeira – Câmara do Funchal e Centro Cultural John dos Passos: de 11 a 12 de abril de 2013.

PROGRAMAÇÃO / DATAS:

Dia 06 de abril: Sarau Literário e Cerimônia de Entrega de Diplomas da Tertúlia Rafael Bordalo Pinheiro. Membro Correspondente daALACIB à Doutora Ana Cristina Martins. Grande Mérito Cultural 2013 - Aldrava Letras e Artes. Medalha 100 anos Jorge Amado do InBrasCI.(DoutoraAna Cristina Martins e Doutor Vítor Escudero)Dia 07 de abril: Tertúlia Poética entre Poetas Aldravistas Luso-Brasileiros. Entrega deDiplomas da Academia Internacional de Heráldica (Portugal) e Homenagem aos Poetas Aldravistas Brasileiros. Salão Nobre dos Paços do Concelhoda Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.Dia 08 de abril: Conferência com poetas fundadores do Movimento Aldravista - Colóquio com os Alunos. Universidade Lusófona de

Humanidades e Tecnologias. // Cerimônia Acadêmica no Salão Nobre da Academia Portuguesa de Ex-Líbris - Inauguração da Exposição: "OEsplendor do Ex-Líbris Brasileiro, nas Colecções Portuguesas". /// Lançamento de "O Livro das Aldravias - Nova forma-nova poesia" - ////Lançamento do Livro "O Pão Nosso" - Aldravias Portuguesas de Vítor Escudero.De 09 de abril a 30 de junho de 2013: 14:30 - 1ª Bienal do Mediterrâneo do InBrasCI-MG- Exposição Internacional de Arte Con-

temporânea e Literatura em Portugal - Convento dos Cardaes: 09 a 20 de abril. Galeria Municipal de Mourão: 27 de abril a 27 de maio. EspaçoCultural de Campino: 01 a 30 de junho. Coordenação Geral (Diretora do InBrasCI-MG): Nilze Monteiro. //De 09 de abril - 19:00: Cerimônia Acadêmica no Salão Nobre da Academia de Letras e Artes - Cascais: Colóquio/Mesa Redonda: Poesia

Contemporânea Brasileira- Entrega da Medalha de Membro Correspondente da ALACIB à escritora Celeste Cortez. Entrega da Medalha de GrandeMérito Cultural 2013 da Aldrava Letras e Artes. Lição Magistral de Sapiência pelo Presidente da ALA, Professor Doutor António de Sousa Lara.Dia 11 e 12: Ilha da Madeira - Câmara Municipal do Funchal e Centro Cultural John dos Passos – Ilha da Madeira. Palestras. Entrega

das Medalhas: Jorge Amado (InBrasCI). Mérito Cultural da ALACIB e da Aldrava Letras e Artes.

Semana de Arte Aldravista em Portugal{ Período: 06 a 12 de abril de 2013 }

// {Por: Andreia Donadon Leal } //

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Tudo nasce de um sonho – batear osrejeitos deitados no leito do Ribeirão doCarmo, no centro de Mariana, misturadosaos esgotos que descem sufocando essaságuas de mortas alegrias. Talvez de lá sa-íssem faíscas de ouro. Diziam ser mais umavã tentativa. Diziam ser mais uma estupi-dez, dessas de arriscar a saúde, pondo pésem águas contaminadas, na esperança deencontrar alguma riqueza que podia nãoestar lá, uma espécie de Sabarabuçu, el-dorado jamais alcançado. Diziam da insa-nidade de poetas, tentando ressuscitar ummilênio que morria marcado pelas profeci-as apocalípticas de fim da poesia, de fimdos tempos. Tempo e espaço para a cria-ção não havia mais – a poesia estava mor-ta! Mas, nasceria outro milênio com a res-ponsabilidade de ser portal de esperança,para uma humanidade acomodada na re-produção de fazeres pela garantia da so-brevivência. Que esperar dessa desespe-rança? Os poetas insanos entraram a últi-ma década do século XX ainda na ondafanzine, legado dos marginais de algunsanos antes e saíram dela com bilhetes deembarque em uma nave que os levaria aestações da nova poesia. Era preciso criaralguma coisa. Era preciso avançar. Erapreciso ousar. Mas, ser ousado não é bra-dar nem grafar palavrões; é propor cora-gem onde o medo impera, é desafiar a or-dem calcificada na tradição e no comodis-mo. Bateia não havia mais, mas as velhasaldravas penduradas nas portas silencio-sas esperavam por mãos desejosas de por-tas abertas... Que se libertem os poetas deseus cárceres privados! Que os olhos vol-tados para o chão de seixos irregulares eescorregadios fitem horizontes distantes –gritavam os poetas de Mariana ninando obebê Jornal Aldrava Lítero-Cultural (alter-nativo) que acabava de nascer como arau-to do século XXI, naquele novembro de2000. O jeito Tomé de ser mineiro não apos-tava na sobrevivência do neonato sem pe-digree. Mas, como é boa a sensação de inau-gurar linhagem! Do mezanino do Café DoisMil na Praça da Sé de Mariana, do ateliêdo Camaleão na subida do São Francisco edo porão do Minas Bar na Rua Direita ema-navam ideias de inovação na poesia para oséculo XXI. Eram os poetas aldravistas quejá se faziam identificar pelas ruas de Ma-riana. O objetivo, no entanto, era o horizon-te, era levar a poesia para o mundo, con-trariando a ordem da cultura nacional deimportação artística. Se todos os demaismovimentos artísticos foram buscar no ex-terior um modelo a ser aplicado aqui, o al-dravismo nascia com a proposta de criar

uma forma genuinamente nacional de arte,sem o estigma da cópia ou da adaptação. Paraisso, foi estabelecendo diálogos com outrosgrupos organizados de escritores – o Clubede Escritores de Ipatinga, a União Brasileirade Escritores do Rio de Janeiro e de São Pau-lo, o Instituto Brasileiro de Culturas Interna-cionais, Clubes Literários e Academias deLetras de Barbacena, Ponte Nova, Belo Hori-zonte, Rio de Janeiro, Petrópolis, Maceió, Bra-sília, Lisboa – Portugal, Funchal – Ilha daMadeira, Granada – Espana, Paris – Françae IWA nos Estados Unidos. Os poetas aldra-vistas, marcados pela independência e pelaliberdade criadora, reuniam-se em busca deideias que pudessem consolidar o Aldravis-mo como movimento artístico. Dois conceitosbasilares foram explorados: o da metonímiacomo figura fundamental da arte aldravista,em que os indícios e a incompletude sejamcaracterísticas das produções que compreen-dem um segundo conceito, o do sujeito dis-cursivo, a partir do qual o leitor passa a serconsiderado participante da construção desentido que é sugerido na obra aldravista. Aostrês anos de idade o então Jornal AldravaCultural deixa de ser um veio alternativo paraser a voz autorizada de um movimento sólidode produção artística. A ousadia de manifes-tos de Gabriel Bicalho e meus pela autono-mia do artista e de sua produção construía ahistória de uma caminhada para a demons-tração de que é possível não só ressuscitar apoesia, mas também de instrumentalizá-lacom uma forma que não fosse cópia de mode-los já carcomidos pelo tempo. À maneira deFernando Pessoa, performances distintasconstroem a heterogênea Andreia DonadonLeal, escritora, e Deia Leal, artista visual. Suacontribuição parte da exemplificação do con-ceito de sujeito discursivo, polifônico e meto-nímico, pois se constitui em porções de algo,numa incompletude de um todo que jamais semostra por inteiro, mas que faz a suficiênciapara a instauração dos sentidos necessáriosà continuidade da vida social e cultural, semimposições. Consolidam-se as artes aldravis-tas, literárias e visuais, e as artes brasileiraspassam a singrar mares nunca antes nave-gados. Todas as formas consolidadas são ex-perimentadas: o haicai, a trova, o soneto, orondó, a lira, o verso branco, o concreto, o prá-xis. Provada a competência nas formas canô-nicas, chega a hora de inovar, de apresentaralgo absolutamente novo, não uma maquia-gem nas velhas formas, mas uma ousada for-ma inédita. A descrença dessa possibilidadeestá estampada em todos os olhares. A aca-demia não crê na possibilidade de constru-ção nova no campo da forma. Nossa tradiçãocultural é a da inovação discursiva, ou seja,

na substância, especialmente na constitui-ção da chamada identidade nacional emba-ladas em embrulhos estrangeiros. Ousamosconstruir embalagem. Na arte visual, DeiaLeal propõe a abolição plena do traço, ob-tendo a formulação de conceitos icônicos nãosó sem figuração, mas sem a apresentaçãode qualquer traço indicador de desenho quevenha a projetar alguma imitação possívelde contorno de imagens. É a arte aldravistacomo embalagem e não apenas como varia-ção de embalagens de outras grifes. Semtraços, a arte aldravista consolida a ideiaicônica, exclusivamente conceitual que emer-ge de manchas, referenciada por uma titu-lação que sugere indicação de caminhos apossíveis leituras. Na poesia, a Aldraviavem coroar o esforço do grupo de poetas al-dravistas de encontrar uma embalagemnova para a palavra poética, mostrando queera falsa a assertiva apocalíptica de que apoesia estava num beco sem saída. Nãoeram loucos os poetas de Mariana, eram so-nhadores, e tinham a capacidade de fazersonhos se realizarem. A arte e a poesia al-dravista conquistaram credibilidade. A his-tória aldravista virou dissertação de mes-trado na Universidade Federal de Viçosa. Aarte aldravista conquistou prêmios interna-cionais e percorreu países de todos os con-tinentes, inclusive com uma obra exposta emdezembro de 2010 no Museu do Louvre, emParis. A literatura aldravista conquistouprêmios nacionais e internacionais, desta-cando-se o Prêmio Literatura para Todos,Prêmios da UBE-RJ, do Cataratas e do FE-MUP. São 13 anos de produção original. Osaldravistas buscaram não reproduzir a cul-tura tecnológica nacional, de fabricação emlinhas de montagem de produtos projetadosno exterior. Num país em que não há a ne-cessidade de produzir teses para obter dou-toramento, mas a redação de um texto tec-nológico, de aplicação de uma tese estran-geira, nós ousamos produzir uma tese lite-rária – a da literatura metonímica; ousa-mos produzir uma forma de poesia – a Al-dravia, que não é modificação de formascanonizadas, como se faz por aí com as va-riações nacionais do haicai. O ônus da ou-sadia é a dificuldade de encontrar eco nasociedade. O novo assusta. O novo gera des-confiança, exige a movimentação para forada zona de conforto a que nos habituamoscomo povo eternamente deitado no berçoesplêndido da tecnologia. Todo tecnólogopaga royalties (monetários ou éticos) aopensador que chegou ao modelo teórico, apartir do qual a montagem, a tecnologia sefez possível. Nossa contribuição à culturaliterária mundial já está disponível, mas nósainda temos fôlego para desbravar novoshorizontes no reflexo prateado de luz solarque faísca das ondas leves das águas bar-rentas do ribeirão morto aos peixes. A poe-sia da morte requer sua antítese – a vidapossível nas mortas alegrias sempre a so-nhar, sempre a sonhar! ////////////////////

TRAJETÓRIA ALDRAVISTAJ. B. Donadon-Leal

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Pós-Doutor em Análisedo Discurso / UFOP

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Sabemos pela história, que a Ida-de Média foi um período marcado pelarestrição da liberdade de conhecimen-to, de pensamento e de circulação denovas ideias, período também conhe-cido como “época das trevas”, ou seja,oposto às luzes ou ao Iluminismo, quesegundo pensamento Kantiano, “é alibertação do homem de sua culpávelincapacidade. A incapacidade signifi-ca a impossibilidade de servir-se desua inteligência sem o direcionamentodo outro”...

(KANT, 2004:25)

A Idade Média foi um período con-trário à razão, destinado à fase de inú-meras barbáries e de trevas; ou seja,um mundo dominado pelo pensamen-to dogmático e repressor da Igreja Ca-tólica.

Ora, se no Iluminismo, a incapaci-dade é vista como falta de inteligênciade si mesmo, pensar e raciocinar, du-vidar, questionar e pesquisar; o saberna Idade Média como dependente dooutro, especialmente da Igreja Católi-ca, instituição que tinha o saber, a or-dem, a regra, a disciplina, o controle eo poder divino, formas rígidas e abso-lutistas de organização social.

A obra O Nome da Rosa, de Um-berto Eco, dialoga perfeitamente comesses elementos formadores da cultu-ra moderna, período de transição daIdade Média para a Modernidade; aordem estabelecida penaliza a misériahumana e faz vistas grossas aos des-mandos dos poderosos: mulheres sevendem aos monges em troca de comi-da; a procura pela cura torna-se açãoherética, a reação contra os desman-dos do poder é reprimida; enfim, ONome da Rosa narra período sangren-to da história da humanidade.

Para uma leitura dessa narrativacabe aludir aos conceitos de mito deBarthes (1993) e Lévi-Strauss (1981),ambos convergentes para a questão daocultação, como forma de se criaremcertezas que garantem “normalidade”nas ações, como se fossem naturais,

para garantirem a permanência dos es-tados das coisas.

Percebe-se pela narrativa que um doshábitos mais comuns nos mosteiros naIdade Média era apagar obras escritas empergaminhos e escrever sobre eles, outrostextos. Estas obras escritas eram tambémconhecidas como palimpsestos, cujo es-paço adulterado era sobrescrito por ora-ções ou rituais litúrgicos.

O pensamento dominante da IgrejaCatólica queria continuar no poder, impe-dindo que o conhecimento fosse acessível,a não ser, obviamente, pelos seus “esco-lhidos”. O diálogo de Guilherme com ovelho bibliotecário guardião dos livros,Jorge de Burgos, exemplifica que o conhe-cimento sobre determinadas obras erarestrito:

[...] Quero ver o livro que roubaste lá,após tê-lo lido, porque não querias que ou-tros o lessem, e que escondeste aqui, prote-gendo-o de modo perspicaz, e que não destru-íste porque um homem como tu não destróium livro, mas apenas o guarda e cuida paraque ninguém o toque. Quero ver o segundolivro da Poética de Aristóteles, aquele que to-dos consideravam perdido ou nunca escrito,e do qual tu guardas talvez a última cópia.

(ECO, 1983:524)

O Nome da Rosa busca a explicação ea solução do mistério, através dos perso-nagens franciscanos, Guilherme de Bas-cerville e de seu auxiliar, Adso, que em ummosteiro na Idade Média, investigam oassassinato brutal de sete monges, emsete dias e noites, número consideradocabalístico.

A multiplicidade de significação donúmero sete na Bíblia, ou na superstição,mostra que é um chamar contundente àconsciência para algum fato ou aconteci-mento, sejam eles positivos ou negativos.O sete, para algumas pessoas é númeropositivo, sendo relacionado com a “esco-lha divina”, que fez Deus criar o mundoem seis dias e descansar no sétimo.

Sete também são as Linhas de cadaNação, sete são os dias da semana, seteforam as Chagas de Cristo, sete são ospalmos da sepultura e sete são as Trom-

betas do Apocalipse. Mas há ainda,inúmeros exemplos, em estórias oueventos relatados pela própria Bíbliaou em outros livros (como em O Nomeda Rosa), em que o número sete é ain-da “sinal” de mau agouro ou de mu-danças bruscas de comportamento.Por exemplo:

Sete nações foram destruídas por Is-rael até que se estabeleceu definitivamen-te na Terra Prometida.

(ATOS, 13:19)Sete dias era o prazo para a purifica-

ção do templo.(ATOS, 21:27)

Jesus disse que quando Satanás saido coração do homem, e os frutos do Espí-rito não o povoa, ele volta e traz sete espí-ritos piores.

(MATEUS, 12:45)Sete nações foram destruídas por Is-

rael até que se estabeleceu definitivamen-te na Terra Prometida.

(ATOS, 13:19)Sete pessoas foram as únicas que se

salvaram juntamente com Noé, das águasdo dilúvio.

(PEDRO, 2:5)João viu na mão de Deus um livro

selado com sete selos. Somente Jesus po-dia abrir aqueles sete selos.

(APOCALIPSE, 5:1 e 5)Sete mil homens morreriam através

de um terremoto...(APOCALIPSE, 11: 13)

A chegada do monge incumbido deinvestigar as sete mortes mostrará omotivo dos crimes, resultando tambémna instalação do tribunal da SantaInquisição.

As mortes são explicadas, apósleitura de livros proibidos pelos setemonges assassinados, em que elessempre apareciam com os dedos e alíngua roxos. Há uma biblioteca labi-ríntica (em forma de uma rosa, commúltiplas hastes) escondida no mos-teiro, a maior do mundo cristão e nela,um único exemplar da Comédia deAristóteles.

Cabe aqui se aventar a possível deEco testar a validade do conceito demito de Barthes:

O mito não nega as coisas; a sua fun-ção é, pelo contrário, falar delas; simples-mente, purificando-as, inocentando-as,fundamentando-as em natureza e em eter-nidade, dá-lhes uma clareza, não de expli-cação, mas de constatação: se constato a

O NOME DA ROSADE UMBERTO ECO

Andreia Ap. Silva Donadon LealMestre em Literatura (Cultura e Sociedade) UFV

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Page 7: 2013 - Ano do Brasil em Portugal · Portugal e da França, a ser realizada no período de 06 a 12 de abril de 2013, Ano do Brasil em Portugal, no Salão Nobre da sede da Academia

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imperialidade francesa sem explicá-la,pouco falta para que a ache normal, de-corrente da natureza das coisas: ficotranqüilo.

(BARTHES, 1993: 163)

Guilherme de Bascerville buscamostrar o que é ocultado, escondido;o silêncio e a negação das coisas jáse faziam “normais” entre os benedi-tinos.

A biblioteca é secreta, pois nelahá obras que não estão devidamenteinterpretadas no contexto do cristia-nismo medieval. Ou que contém sa-bedoria diferente da deles, cujas idei-as colocariam em dúvida a inefabili-dade de “Deus”.

O acesso à biblioteca do conven-to beneditino é restrito, porque há alium saber que é ainda estritamentepagão (especialmente os textos deAristóteles), e que poderia ameaçara doutrina cristã.

Como diz ao final Jorge de Bur-gos, o velho bibliotecário, acerca dotexto de Aristóteles – a comédia podefazer com que as pessoas percam otemor a Deus e, portanto, faz desmo-ronar todo esse mundo, ou no diálo-go entre Guilherme e Jorge sobre oriso:

“Mas o que te assustou nesse dis-curso sobre o riso? Não eliminas o risoeliminando o livro”.

“Claro que não. O riso é a fraqueza,a corrupção, a insipidez de nossa carne.É o folguedo para o camponês, a licençapara o embriagado, mesmo a igreja emsua sabedoria concedeu o momento dafesta, do carnaval, da feira, essa ejacu-lação diurna que descarrega os humo-res e retém de outros desejos e de outrasambições... Mas desse modo o riso per-manece coisa vil, defesa para os simples,mistério dessacralizado para a plebe”.[...]

“Mas aqui, aqui... “Jorge batia ago-ra o dedo em cima da mesa, perto do li-vro que Guilherme tinha diante de si,“aqui a função do riso é invertida, ele-vada à arte, abrem-se-lhe as portas domundo dos doutos. Faz-se dele objeto defilosofia, e da pérfida teologia”... [...]

[...] “O riso libera o aldeão do medodo diabo, porque na festa dos tolos tam-bém o diabo aparece pobre e tolo, por-tanto controlável. Mas este livro pode-ria ensinar que libertar-se do medo dodiabo é a sabedoria”.

[...] “O riso distrai, por alguns ins-

tantes, o aldeão do medo. Mas a lei éimposta pelo medo, cujo nome verda-deiro é temor a Deus. E deste livro po-deria partir a fagulha luciferina queatearia no mundo inteiro um novo in-cêndio: e o riso seria designado comoarte nova, desconhecida até de Prome-teu, para anular o medo. Para o aldeãodepois, acaba sua licença, e a liturgiaimpõe-lhe de novo, de acordo com o de-sígnio divino, o medo da morte. E destelivro poderia nascer a nova e destruti-va aspiração a destruir a morte atra-vés da libertação do medo. E o que sere-mos nós, criaturas pecadoras, sem omedo, talvez o mais benéfico e afetuosodos dons divinos”? [...]

(ECO, 1983:532-533)

Há uma defesa latente na obraO Nome da Rosa (expressão usadana Idade Média, cuja significaçãopode ser também relacionada com opoder infinito das palavras), pelacomédia, pela diversão, pelo cômico,pelas expressões de liberdade depensamento do ser humano, capazde resistir, com ironia, ao própriomedo imputado pela igreja. Eis, ex-plicitamente, a questão da constru-ção do mito, uma vez que é no poderdas palavras que ele se faz; porém,para que ele se constitua, é precisoque o proibido seja revelado.

Assim, é possível traduzir parauma visão contemporânea a pergun-ta fundamental de Lévi-Strauss:“que ‘significação’ têm as históriasrecolhidas?”

LÉVI-STRAUSS, 1981:55)

Quanto mais Guilherme de Bas-cerville descobre respostas para apergunta de Lévi-Strauss, mais seconvence de que sem leitura e semacesso aos arquivos é possível as-segurar as certezas emanadas dadoutrinação cristã e sua continuida-de. É o desvendamento da conceitu-ação de mito de Lévi-Strauss:

Não ando longe de pensar que, nasnossas sociedades, a História substituia Mitologia e desempenha a mesma fun-ção, já que para as sociedades sem es-crita e sem arquivos a Mitologia tempor finalidade assegurar, com um altograu de certeza – a certeza completa éobviamente impossível –, que o futuropermanecerá fiel ao presente e ao pas-sado.

(LÉVI-STRAUSS, 1981: 63)

Nada mais emblemático e signi-ficativo na obra de Eco, ao colocaruma obra de um filósofo como cen-tro do romance, que acreditava ple-

namente, em um único mundo: o perceptível, ovisível, o experimentado; esse único mundo ouexato mundo, nada a mais, nada a menos,nada mais além do que vivemos e vivenciamosaqui e agora, e é somente nesse mundo experi-mentado e visualizado, que encontraremos asbases sólidas, para empreender investigaçõesfilosóficas, que nos levará a pensar, a racio-nar, a escolher, a nos livrar do “medo” impin-gindo pela Igreja, ou pelo “poder divino”, pre-gado e ensinado pelo medo da morte ou peloestado permanente e imutável dela; pela obe-diência acirrada do cristão, que quer “viver noparaíso” ou ter vida eterna no Jardim do Éden.Só é digno da imortalidade quem se subjugaràs leis propaladas pela Igreja.

O universo dos livros leva o homem ao co-nhecimento, à sabedoria, à busca pelo aprimo-ramento e pela compreensão do mundo, a umanova realidade, que poderá ser vista sob umnovo olhar, um novo prisma, um novo critério,uma nova abordagem, que permitirá mudan-ças de uma estrutura social rígida, castrado-ra e perversamente cristã. Mas para ver a re-alidade com um novo olhar, para o pensamen-to dogmático e repressor da Igreja Católica,significa perder o poder de controle sobre ohomem, o que é extremamente perigoso e ina-ceitável em uma estrutura social rígida, quenão aceita/suporta mudanças.

O riso, dessa forma, estaria ligado à liber-tação do medo. Não o riso em si, mas o conhe-cimento que ele traz, com o poder de quebraras certezas solidificadas pela ocultação. AComédia, causadora do riso, zomba do poder.Naquele período trevoso, qualquer possibilida-de de questionamento do poder esbarraria nopoder da Igreja Católica, e o colocaria em che-que. Quem sabe, Eco tenha mostrado com efi-cácia, em O Nome da Rosa, que a Igreja Cató-lica agiu, por muito tempo, como as socieda-des primitivas, apostando na ignorância paraa perpetuação de suas ideias do passado,numa alusão ao pensamento de Lévi-Strauss,ou da passividade decorrente da “normalida-de” gerada pela crença, numa alusão ao pen-samento de Barthes. E o medo, naquele perío-do trevoso, foi a forma de a igreja católica con-trolar o homem, seus passos, suas ações epensamentos...

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, João Ferreira de. Tradução – BíbliaSagrada. São Paulo: Edição Revista e Corrigida, 1996.

BARTES, Roland. Mitologias. São Paulo: BertrandBrasil. 9ª Ed. 1993.

ECO, Umberto. O Nome da rosa – Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1983.

EMMANUEL, Kant. Filosofía de la historia. 2ª. ed.,México: Fondo de Cultura Económica, 2004.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e Significado. Lis-boa: Edições 70. 1981.

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do arcanjo de asas caídasgabriel bicalho / 14-02-2013

1

sou a sétima sinfonia de lúciferna indescritível catedraldas trevas: inaudível sou!

2sou o precipitado dos céuspela eterna incongruênciaentre demônios e deuses

3sou o justo

e definitivo desequilíbrio:o caos no cosmos

4sou o raio suspenso

na consumaçãodos tempos

5sou um falso profetatrajado de arcanjo

para vossa salvação

6consagrado nãosou quem sou:apenas sou!

7sou aquele que veio

em nome de outro deuse falhou!