2013-03-28 - pascoa e constancia
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ECONOMIA 28 de Março de 2013
CLASSIFICADOS XI
Nersant viu 56 candidaturas aprovadas ao Vale Inovação Simplificado
A Nersant - Associação Empresarial da Região
de Santarém viu aprovadas 56 candidaturas que
submeteu no âmbito do Vale Inovação Simpli-
ficado. Este programa do QREN visa apoiar a
aquisição de serviços de consultoria e de apoio
à inovação e ao empreendedorismo por parte
de PME, em diversas áreas, o que significa mais
e melhores negócios na região do Ribatejo.
Com a aprovação destes projectos, as em-
presas da região vão assim responder às suas
necessidades específicas, o que lhes permitirá
aumentar a sua competitividade e trazer mais
e melhores relações comerciais para a região
do Ribatejo.
O Vale Inovação Simplificado permite às PME
acederem a financiamento de 75% a fundo per-
dido para a contratação de serviços em diversas
áreas. A Nersant, enquanto entidade qualifica-
da para a prestação destes serviços, irá prestar
apoio técnico e consultoria na área da certifi-
cação da qualidade, internacionalização, orga-
nização e gestão e tecnologias de informação e
comunicação, propriedade industrial, economia
digital e diversificação e eficiência energética.
Quando fazer a festa era uma festaDas fl ores naturais às de plástico, o olhar de um morador sobre a evolução das tradicionais Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância 4
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Identidade Profissional
Três Dimensões
Empresa da Semana
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Nersant apresenta solução digital de apoio à gestão das empresasO projecto contempla diversos pacotes de serviços como a presença na web e loja online 10
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Empresa inglesa quer importar fruta de Alpiarça 6
ESPECIAL 28 MARÇO 20132
especial PÁSCOA
Há sempre alguém que nos quer ver felizes
Nenhum leitor pode ficar indiferente às inúmeras mensagens de Páscoa Feliz co-
locadas neste espaço. Há empresas que merecem a nossa consideração porque têm
consideração pelos seus clientes e por todos aqueles que podem vir a ser seus clientes.
Há empresas que nos querem ver felizes e que tudo fazem para que isso se concre-
tize. Com o seu trabalho diário e com os pequenos gestos próprios de pessoas com
sensibilidade suficiente para perceberem que é de pequenos nadas que se faz a vida.
4 ESPECIAL FESTAS DE CONSTÂNCIA 28 MARÇO 2013foto arquivo O MIRANTE
Quando fazer a festa era uma festaDas lores naturais às de plástico, o olhar de um morador sobre a evolução das tradicionais Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância.
António Carlos Calhau, 67 anos, é uma figura bem conhecida em Constância e uma pessoa indicada para falar sobre a evolução das festas. Se tivéssemos dúvidas, elas dissiparam--se durante a hora em que se desenrolou a nos-sa conversa, na Praça Alexandre Herculano, interrompida vezes sem conta com saudações ou cumprimentos ao nosso interlocutor por parte de quem por ali passou. Nascido a 8 de Maio de 1945, “dia em que acabou a II Guer-ra Mundial”, em Fronteira, Alto Alentejo, vive há 39 anos em Constância, terra para onde foi parar quando começou a trabalhar na antiga casa “Santos Costa”, onde vendia ferragens, armas e muitos outros utensílios.
Até aos anos 80, as Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem confinavam-se às cerimónias religiosas, recorda, com os marítimos a faze-rem a procissão, na segunda-feira de Páscoa, com os barcos engalanados e a banda de Rio de Moinhos a tocar. Em seguida, a festa con-tinuava nas tabernas.
António Carlos Calhau recorda o momen-to de viragem, em meados dos anos 80. Antó-nio Mendes era presidente da câmara e con-vidou os comerciantes para uma reunião on-de propôs o adorno das ruas com flores. “No primeiro ano só apareci eu e a Anabela do talho. Começámos a incentivar as pessoas e enfeitámos as ruas com flores naturais”, re-corda, acrescentando que as pessoas, de todas as idades, juntavam-se para distribuir tarefas e trocar ideias. Faziam-se grandes amizades. Era uma festa fazer a festa.
No primeiro ano, enfeitaram a Rua Luís de Camões e a Rua dos Ferreiros.”Faziam-se corredores e uns arcos com verdura do campo e as flores eram apanhadas frescas”. As flores naturais foram substituídas - quatro festas de-pois - por flores de papel, dando origem a uma nova forma de artesanato popular. “Com pa-pel cada um faz a flor que quer”, indica. Carlos Calhau compreende a evolução, fruto da crise e da ordem natural das coisas. “Constância ca-da vez tem menos gente na parte de baixo da vila, aquela que é precisamente a mais enga-
lanada. Se não fosse a escola era difícil man-ter esta tradição”.
Recorda ainda como é que convenceu o pre-sidente da autarquia a deixar de atribuir pré-mios às ruas mais bonitas. “Foi numa edição em que deram dois primeiros prémios. Disse--lhe que devia acabar com os prémios porque senão acabava com a festa, pois pelo menos comigo deixava de contar”.
A TASQUINHA DOS “CHAPARROS”
A mudança de figurino - cerimónias religio-sas e pagãs - cativou mais visitantes que, até ali, vinham apenas no dia da procissão. Recorda que, no segundo ano, juntamente “com mais quatro alentejanos”, pediram autorização à câ-mara para abrir uma tasquinha (“Os Chapar-ros”) na Praça Alexandre Herculano pois na primeira edição com o novo figurino tinham chegado à conclusão que as pessoas queriam comer e não tinham onde. “Convidámos o Sér-gio Carrinho (presidente da Câmara da Cha-musca) para descerrar a placa e comprámos meio borrego, para fazer ensopado, e peixe do rio. Acabámos com tudo no primeiro dia”, re-corda, acrescentando que os “dezassete contos e tal” que ganharam nesse dia foram “investi-dos” numa rodada de camarões.
No ano seguinte, o número das tasquinhas aumentou e foi crescendo com o andar do tem-po. Actualmente, as festas vivem um impas-se por causa da crise económica. “É pena não existirem fundos para a festa mas penso que se tiverem um bom cartaz musical, um bom es-pectáculo as pessoas continuam a vir”, defende.
Aliado ao pouco dinheiro, o morador con-sidera que, nos tempos que correm, as pessoas estão muito viradas para o seu umbigo e não incorporam o espírito comunitário que antes caracterizava as festas. “As pessoas deviam ter orgulho em enfeitar a sua rua com flores para poderem receber os elogios pelo seu esforço. Por vezes, recebem elogios dos visitantes e nem sequer sabem quem é que teve o trabalho de as enfeitar. Cabe às novas gerações o futuro da festa”, considera.
Para além da chegada das embarcações en-galanadas - “uma imagem linda de se ver” - An-tónio Carlos Calhau acha que um dos momen-tos mais marcantes é a bênção das viaturas na Praça Alexandre Herculano, lamentando que, como nos primeiros anos, já não deixem esta-cionar os carros dos moradores junto à viatura dos bombeiros. “Era uma emoção sempre que tocavam as sirenes e a bênção era feita pelo pároco”, assevera.
Muita animação de sábado a segunda-feira
A reactivação da Feira de Artesanato, embora em moldes diferentes, é uma das novidades das Festas de Nossa Sra. da Boa Viagem / Festas do Concelho’ 2013, em Constância, que se realizam entre 30 de Março e 1 de Abril. As ruas floridas, a procissão e bênção de barcos e viaturas na tarde de segunda-feira e um programa musical variado onde pontificam nomes como os de Ana Laíns e convidados (domingo), Amor Electro (segunda-feira) e o DJ Nuno Calado (madrugada de sábado) são alguns dos atractivos. Exposições, folclore, provas desportivas e actividades radicais são outras apostas do programa.
Antóno Carlos Calhau cOlORIdO. Durante os dias de festa as ruas ganham outra vida com as lores de papel a ornamentar a vila
foto O MIRANTE