2012 edição 42 informativo - osae · 2012— fev. edição 42 informativo boletim abril de 2012 -...

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Informativo Boletim Abril de 2012 - Edição nº43 O Solicitador Timóteo de Matos foi homenageado numa festa realizada no passado dia 3 de Março, em Alcobaça. Pág. 8 A Solicitadora Elisabete Machado recebe Medalha de Excelência por ser a melhor diplomada em Solicitadoria da Universidade Lusófona do Porto. Pág.5 Formações nas áreas de SISAAE e Processo Civil, em formato SOS, já estão a decorrer, nas instalaçoes do Conselho Regional do Norte. Pág. 16 Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores - Palácio da Justiça - 4050 PORTO CRN participa mais uma vez no júri das Provas de Aptidão Profissional da Escola ETAP, em Viana do Castelo. Pág. 10 Editorial “Desafiam-se os Solicitadores a adquirir novas competências e a procurar mercado para o exercício da sua profissão” pág.3

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Page 1: 2012 Edição 42 Informativo - OSAE · 2012— Fev. Edição 42 Informativo Boletim Abril de 2012 - Edição nº43 O Solicitador Timóteo de Matos foi homenageado numa festa realizada

2012— Fev.

Edição 42

Informativo

Boletim

Abril de 2012 - Edição nº43

O Solicitador Timóteo de Matos foi

homenageado numa festa realizada no passado

dia 3 de Março, em Alcobaça. Pág. 8

A Solicitadora Elisabete

Machado recebe Medalha de

Excelência por ser a melhor

diplomada em Solicitadoria

da Universidade Lusófona do

Porto. Pág.5

Formações nas

áreas de SISAAE e

Processo Civil, em

formato SOS, já

estão a decorrer,

nas instalaçoes do

Conselho Regional

do Norte. Pág. 16

Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores - Palácio da Justiça - 4050 PORTO

CRN participa mais uma vez

no júri das Provas de Aptidão

Profissional da Escola ETAP,

em Viana do Castelo. Pág. 10

Editorial

“Desafiam-se os

Solicitadores a adquirir

novas competências e a

procurar mercado para

o exercício da sua

profissão” pág.3

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Sumário

2 Boletim

Informativo

Editorial

“Motiva-nos a mudança, na expectativa de que

o possamos fazer melhorando e, é com esse

propósito que vos apresentamos um Boletim

renovado quer na apresentação quer nos

conteúdos”

Em Destaque

Elisabete Machado recebe medalha de

excelência por ser melhor aluna da ULP em

Solicitadoria

Timóteo de Matos Homenageado em Alcobaça CRN integra júri de provas de Aptidão

Profissional na ETAP

Opinião

Em Português nos entendemos: Novo acordo

ortográfico – um desacordo para esquecer, por

Timóteo de Matos

Sabia Que

Círculo Judicial de Oliveira de Azeméis

organiza acção de formação em Maio Solicitadores Estagiários podem inscrever-se

na CPAS Já estão a decorrer as formações de SISAAE e

Processo Civil em formato SOS

3

5

12

15

No último boletim informativo, nº42,

por lapso na formatação e paginação do

mesmo, dois parágrafos do texto "Em

português nos entendemos" de Timóteo

de Matos, foram replicados

erradamente.

Assim, os parágrafos começados por "A propósito, ocorre-me um pedido de justificação de falta..." e "Ora, não sendo médico, para poder socorrê-lo...", na

segunda coluna, devem ser ignorados, já que estão repetidos. Pedimos desde já a compreensão de todos os solicitadores, bem como do colega Timóteo de Matos, por este equívoco.

Errata

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3 Boletim

Informativo

Editorial

Caros Colegas,

Motiva-nos a mudança, na

expectativa de que o possamos

fazer melhorando e, é com esse

propósito que vos apresentamos

um Boletim renovado quer na

apresentação quer nos

conteúdos.

Solicitadores,

Procurando ainda manter o que

de bom foi feito, prosseguimos

no propósito da formação

descentralizada.

Assim, propomo-nos organizar

seis cursos de formação sobre:

Registos e Notariado

Direito das Sociedades

Direito das Contra-ordenações

Direito e Processo do

Trabalho

Direito do Contencioso Fiscal

Direito do Procedimento

Administrativo

a ministrar em sistema de

rotação, simultaneamente nas

cidades de Barcelos, Castelo

Branco, Coimbra, Leiria, Porto e

Viseu, incentivando os

Solicitadores a adquirir novas

competências e conhecimentos

que lhes permita estender a sua

actividade para áreas não

habitualmente exploradas na

profissão como forma de ataque

à quebra verificada nas áreas

tradicionais ligadas à

transmissão de imóveis, sector

em baixa no actual quadro de

crise.

Desafiam-se os Solicitadores a

adquirir novas competências e a

procurar mercado para o

exercício da sua profissão nas

áreas de contra-ordenações

tributárias e rodoviárias,

contencioso fiscal,

procedimento administrativo,

laboral e societário, mantendo e

aprofundando naturalmente as

competências nas áreas de

registos e notariado.

Com esse propósito, solicitamos

a colaboração de alguns

docentes universitários na

elaboração de conteúdos

programáticos, definição e

distribuição da carga horária e a

indicação de bibliografia.

Manifestamos os nossos

agradecimentos pela pronta

anuência, entusiasmo, incentivo

e colaboração aos ilustres

docentes: Prof. Jorge Leite

(Trabalho); Dr. Virgílio

Machado (Registos e

Notariado); Dr. Armando Veiga

(Contra-ordenações); Dr. Rui

Sampaio (Contencioso Fiscal);

Dra. Mariana Pinheiro de

Almeida (Sociedades) e Dr.

Jorge Barros Mendes

(Administrativo) que nos

permitam organizar esses cursos

de formação dirigidos aos

Solicitadores.

A dinâmica da formação

organizada pelo C. R. Norte

dependerá, naturalmente, da

receptividade que obtenha junto

daqueles a quem se destinam –

os Solicitadores – e a quem

desafiamos para manifestarem a

sua adesão, procedendo à pré

-inscrição nos módulos

pretendidos a realizar na área

mais próxima do seu domicílio

profissional ou residência, com

inicio previsto para o próximo

mês de Maio.

Agentes de Execução,

A par do entusiasmo com que

abraçamos novos projectos e

desafios, é com apreensão e

algum cepticismo que verifico

que as medidas adoptadas e que

considero absolutamente

necessárias, como a conciliação

bancária e as equipas de

Agentes de Execução

Liquidatários criadas no âmbito

das actividades da CAMAE –

Comissão de Acompanhamento

e Monitorização dos Agentes de

Execução não são

complementadas por medida

que considero imprescindível

para inverter o rumo que a

especialidade vai tomando.

A nomeação das Sociedades

de Agentes de Execução na

própria acção executiva.

É, um facto que tal medida

carece de motivação politica que

o permita, legislando nesse

sentido. Compete a quem

acredite ser essa a solução e

melhor colocado esteja para

abrir caminho, esclarecer e

fundamentar o interesse da

solução, junto de quem tenha

poder decisório.

A mim, que acredito na solução,

compete-me incentivar quem

“Desafiam-se os Solicitadores a

adquirir novas competências e

a procurar mercado para o

exercício da sua profissão”

“A mim, que acredito na

solução, compete-me

incentivar quem o possa fazer,

alertando para os benefícios

face à situação actual, convicto

que não é possível manter o

actual estado em que se

encontram alguns agentes de

execução”

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Editorial

4 Boletim

Informativo

o possa fazer, alertando para os

benefícios face à situação actual,

convicto que não é possível

manter o actual estado em que

se encontram alguns agentes de

execução que não puderam ou

não souberam organizar-se por

forma a evitar situações de

ruptura, conduzindo à cessação

de funções voluntária ou

compulsivamente.

Desde logo, porque a solução

permitiria fazer a liquidação da

esmagadora maioria dos

processos executivos através da

elaboração do relatório e nota

discriminativa intercalar para

efeitos de delegação do processo

do agente de execução titular do

processo na respectiva

sociedade. Transitando,

relatório, nota discriminativa

intercalar, saldo e processo para

a sociedade de agentes de

execução, cuja validação seria

realizada pelos sócios da

sociedade que o receba.

Delegado o processo pelo sócio

na sociedade, verificar-se-ia a

excelência da solução

encontrada – software de

conciliação bancária – actuando

sobre as contas-cliente do

sociedade.

A solução permitiria assim, que

todos sócios de uma sociedade

de agentes de execução fossem

fiscalizadores mútuos no

interior da sociedade, quanto à

veracidade da liquidação do

processo delegado por cada

sócio, pelo diagnóstico de

carência de formação, legalidade

dos actos praticados,

cumprimentos pelas regras

deontológicas, movimentação

das contas-cliente.

A solução permitiria ainda que

cada cessação de funções por

opção, doença, disciplinar se

traduza em autêntico tormento

para o agente de execução

cessante, Câmara dos

Solicitadores, órgãos

disciplinares, exequentes e

executados e tribunais. A

sociedade de agentes de

execução prosseguiria o seu

propósito com os restantes

sócios, podendo até nos casos de

cessação de funções por doença

ou fim da vida activa do agente

de execução representar o apoio

à doença ou velhice, pela

cedência da sua quota, e não em

tormento para quem força já

não possui por se encontrar

doente ou debilitado pela

velhice, tendo ainda de fazer

esforço que já não suporta para

liquidar o seu escritório.

Os próprios episódios de doença

que provocam indisponibilidade

temporária superior a 10 dias,

deixariam de originar infracções

disciplinares ou redistribuição

de processos, muitas vezes

irreversível, porque

prosseguiriam com os restantes

sócios no activo e em funções.

Também as habituais

dificuldades fiscais para

reembolso do crédito de IRS,

resultante pela retenção na

fonte excessiva e pela

desconformidade entre as

declarações fiscais emitidas

pelas entidades pagadoras de

rendimentos de categoria B

(exequentes) e os montantes

auferidos de cada agente de

execução na sua declaração

anual, a maioria das vezes

motivadas pelo respeito dos

mandatários a quem se remetem

as facturas/recibos que não

chegam aos serviços dos

exequente em tempo oportuno

para cumprimento das

obrigações pecuniárias

(depósito da retenção efectuada)

ou declarativas (declaração

anual dos honorários pagos ao

agente de execução e valor do

Irs retido), teriam menor

impacto porquanto enquanto

sociedades e devendo dispor de

contabilidade organizada, não

estariam sujeitos a retenção na

fonte.

Por último, não certamente por

fim, poderiam os agentes de

execução exercendo a sua

profissão inseridos em

sociedades finalmente limitar o

âmbito da responsabilidade civil

profissional em igualdade de

circunstâncias com outros

profissionais liberais que da

prerrogativa podem beneficiar.

Todavia, salvaguardando a

possibilidade de alguns agentes

de execução recém-incritos não

quererem ou não poderem

participar em sociedades,

deveria ser possível exercerem a

profissão individualmente,

limitando o número de

processos pendentes a um

número que não causasse para

si, para a Câmara dos

Solicitadores, para os

exequentes ou executados

grandes constrangimentos pela

suspensão ou cessação de

funções.

Um abraço com Amizade,

Fernando Rodrigues

“Os próprios episódios de

doença que provocam

indisponibilidade temporária

superior a 10 dias, deixariam

de originar infracções

disciplinares ou redistribuição

de processos, muitas vezes

irreversível, porque

prosseguiriam com os

restantes sócios no activo e em

funções”

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Em Destaque

5 Boletim

Informativo

Solicitadora Elisabete Machado recebe Medalha

da Excelência por ser a melhor diplomada em

Solicitadoria da ULP

A Universidade Lusófona do Porto entregou, no

passado sábado, dia 24, as Medalhas de Excelência

aos Melhores Diplomados de 2011, durante as

comemorações do dia da ULP. A solicitadora

Elisabete Machado foi a melhor diplomada do curso

de Solicitadoria.

"Não há segredo

nenhum" confessou

Elisabete Machado em

declarações à TV

CRNorte, quando

questionada sobre o

segredo que a fez ser a

melhor aluna, estando a

trabalhar e a estudar ao

mesmo tempo.

A solicitadora já exercia a

profissão antes de

enveredar pela vida

académica, mas face às

mudanças da sociedade,

achou que devia procurar

formação a fim de se

"preparar" para essa

evolução. A exercer

funções de agente de

execução, Elisabete

acredita que o curso lhe

trouxe outros

conhecimentos que "só

são transmitidos na

escola, nomeadamente os

príncipios gerais, os

valores axiológicos, a

dogmática para sabermos

interpretar uma norma e

aplica-lá" e, acrescenta,

"isso foi bastante

vantajoso".

Solicitadora Elisabete Machado na cerimónia de entrega

das Medalhas de Excelência

Diploma de Excelência entregue à Solicitadora Elisabete Machado

Com o diploma nas mãos e

a medalha de melhor

diplomada em 2011, a

solicitadora afirma que,

hoje em dia, com os

conhecimentos que

adquiriu já consegue

"chutar a bola, perceber a

direcção em que vai e quais

os danos que pode causar".

Elisabete Machado

acredita que o apoio da

família, dos colegas de

trabalho, dos amigos e até

dos professores foi a "base"

do seu "êxito". Quanto à

distinção recebida, diz ser

“uma honra demonstrar

que a classe naquilo que

participa tem êxito e está

entre os melhores”. E,

acrescenta, “gostaria

imenso que este meu

triunfo fosse motivo de

orgulho para todos nós que

fazemos parte desta classe

e que servisse de estímulo

para todos”.

Para os colegas de

profissão deixa, ainda, uma

mensagem: "Os colegas

não podem estar à espera

que seja o poder político a

assegurar o futuro. Temos

de trabalhar, temos de

lutar pela nossa classe".

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Em Destaque

6 Boletim

Informativo

Para a recém-formada ficam, também, algumas palavras de consideração do

presidente da CRN:

Caríssima Colega Elisabete Machado,

Bem conheço o enorme esforço e espírito de sacrifício necessário para os Solicitadores e,

em particular, os Agentes de Execução atingirem esses objectivos.

Obtida a licenciatura em Solicitadoria por si só é, desde logo, um feito digno de todos os

elogios e respeito.

A acrescer a isso, o reconhecido valor de quem se destacou pela positiva, pelo

estabelecimento de ensino e mesmo pelos próprios colegas, é sempre um incentivo para

prosseguir no percurso académico.

Não tenho a menor dúvida que a motivação, depois do reconhecimento, será ainda maior

para um objectivo que se percebe, por antecipação, bem sucedida. A licenciatura em

Direito, que actualmente frequenta, será uma realidade, sem qualquer dúvida.

Os meus parabéns e aí está como em matéria de formação, poderá a Câmara dos

Solicitadores ir muito para além da formação que directamente organiza. A criação de

estímulos e condições para que Solicitadores e Agentes de Execução frequentem

Licenciaturas de Solicitadoria, Direito, Mestrados, e Pós-Graduações é também um dos

objectivos do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores.

Um forte abraço com Amizade,

Fernando Rodrigues

1– Elisabete Machado depois de receber o Diploma de

Excelência

2– Alguns dos finalistas do curso de solicitadoria que

também receberam os diplomas de formatura

3– A família e os amigos da Solicitadora distinguida,

também estiveram presentes durante a cerimónia

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3

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Em Destaque

7 Boletim

Informativo

"A solicitadoria vai adquirir, cada vez mais,

particular relevância"

O Professor Doutor Manuel de Almeida Damásio, Administrador da Universidade Lusófona do Porto

e Presidente da Cofac, esteve à conversa com a TV CRNorte durante as comemorações do dia da

Universidade e afirmou que “a solicitadoria vai adquirir, cada vez mais, particular relevância".

Durante as comemorações do

dia da ULP foram entregues as

Medalhas de Excelência aos

Melhores Diplomados de

2011, distinções que, nas

palavras do Porfessor Doutor

Manuel Damásio, "visam

estimular a competição,

salientando ou apresentando

perante a comunidade

académica os que se vão

distinguindo, os que vão

alcançando os melhores

lugares." Isto porque, na sua

opinião, "para se conquistar o

saber e obter os melhores

resultados é preciso criar

estímulos, incentivos".

A propósito da melhor

diplomada em Solicitadoria,

Elisabete Machado, o

Professor Doutor acredita que

"ao exaltar, ao colocarmos ao

aplauso da comunidade

académica do Porto, da

Lusófona, uma aluna que se

salientou na Solicitadoria,

estamos também a promover

o curso e a salientar os

aspectos novos de uma

profissão já com muitos anos,

que agora adquiriu e vai

adquirir cada vez mais

particular relevância".

Em relação ao curso de

Solicitadoria, o

administrador diz que "a

Lusófona visa preparar estes

quadros ao mais alto nível" e

acredita que esta passou a ser

uma "área importante de

actividade". "O solicitador

também pode ser um

profissional liberal, mas

também pode estar em

gabinetes de apoio à

administração, apoio a

advogados, a empresários e

pode desempenhar tarefas

importantes como a

administração da justiça, no

caso do solicitador de

execução", afirma. O

Professor Doutor acredita

ainda que, o solicitador "está

preparado para valorizar o

tribunal" e diz que, a Lusófona

está, neste momento, a

desenvolver um ramo de

estudos dentro da

Professor Doutor Manuel de Almeida Damásio

durante as cerimónias do dia da Universidade

Lusófona do Porto

Solicitadoria para a

valorização dos tribunais. Isto

porque, "tradicionalmente

para os tribunais formavam-

se apenas licenciados em

Direito, isso está a mudar e

tem de mudar mais."

Pagamento de Quotas

Como é do conhecimento de

todos, a receita proveniente do

pagamento de quotas é

fundamental para a vida da

Câmara dos Solicitadores. Desta

forma, apela-se ao espiríto de

colaboração de todos, no sentido

de regularizar as quotas em

atraso, podendo assim de pleno

direito beneficiar dos eventos

futuros promovidos por este

Conselho Regional.

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Em Destaque

8 Boletim

Informativo

Festa de Homenagem ao solicitador Timóteo de

Matos

Timóteo de Matos foi homenageado numa festa realizada no passado dia 3 de Março, no Hotel Santa

Maria, em Alcobaça. Entre família, amigos, colegas e até conhecidos foram 200 as pessoas que se

reuniram para prestar uma homenagem ao solicitador.

A ideia partiu de Albano de

Oliveira, Graça Carreira e Sara

Bispo que, por entenderem que

"o colega Timóteo" é "uma

referência da solicitadoria" na

Comarca de Alcobaça decidiram

prestar-lhe uma homenagem,

explica Albano Oliveira,

delegado do círculo judicial

desta cidade. A ideia surgiu,

também, depois do solicitador

se ter reformado em Janeiro. A

festa começou pelas 20h e teve,

segundo o delegado, "uma

grande adesão". "Tivemos a

participação de cerca de 200

participantes, que de uma forma

espontânea quiseram dizer

presente". Para além de

contarem com a presença de

pessoas da área da solicitadoria,

os organizadores optaram por

alargar a iniciativa a outras

actividades onde Timóteo de

Matos "deixou a sua marca,

nomeadamente o ciclismo,

ensino e política", referiu

Albano Oliveira.

O delegado não deixa de

mostrar satisfação pela forma

como as pessoas aderiram a esta

homenagem, já que a ideia

partiu apenas de "três

mentores", "não houve apoio

institucional de nenhum

organismo" e as inscrições

tinham "um custo agregado, o

que neste momento que o país

atravessa é relevante", explica.

"Só não ficamos surpreendidos

porque sabemos a dimensão que

o nosso colega Timóteo tem nas

Presidente Regional do Norte, Fernando Rodrigues, cumprimenta Timóteo de Matos durante a festa de

homenagem

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Em Destaque

9 Boletim

Informativo

áreas por onde deixou a sua

influência", confessa Albano

Oliveira, para quem é

importante destacar o

"sentimento que atravessou toda

a preparação, realização e

momento pós-evento, que é o de

ter organizado uma homenagem

que todos achavam ser

merecida". O delegado

considera, ainda, "gratificante

que passados já vários dias as

pessoas continuem a manifestar

o seu agradecimento de termos

tido a iniciativa de prestar esta

homenagem e dessa forma ter

permitido a elas próprias

participar nesse momento".

Também Joaquim Gomes,

ex-ciclista e actual Director

Técnico da Volta a

Portugal , marcou presença

nesta homeagem . “O

Timóteo é uma figura

marcante, que se distingue

dos demais, pela forma e a

rapidez com que se impõe”,

afirma Joaquim Gomes

e, acrescenta, “não tenho

dúvidas que o seu

extraordinário sentido de humor

é o seu maior aliado, até nos

momentos mais difíceis”. Em

relação à homenagem diz que

lhe pareceu “justa,

merecida e muito

oportuna”. Já que,

“conhecendo o Timóteo

não me surpreendeu a

simpatia que granjeou

nos mais diversos

quadrantes”, explica.

Questionado sobre que

mensagem gostaría de

deixar ao solicitador,

Joaquim Gomes exclama

“que mensagem se pode deixar a

alguém que em 15 minutos, pelo

telefone, me deu a mais humilde

lição de vida?! Deixo-lhe só um

forte abraço”.

1

3

4

5

1– Foram cerca de 200 as pessoas que prestaram homenagem a

Timóteo de Matos

2– Ex-ciclista e actual Director da Volta a Portugal, Joaquim Gomes

também esteve presente na festa de homenagem

3– Timóteo de Matos foi agraciado pela organização da homenagem

4-Albano de Oliveira, Sara Oliveira e Graça Carreira foram os

mentores da homenagem

5– Helena Reis , tesoureira do CRNorte cumprimenta Timóteo de

Matos

2

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Em Destaque

10 Boletim

Informativo

CRN participa mais uma vez no júri das Provas de Aptidão Profissional da Escola ETAP

Realizaram-se, no passado dia 22 de Março, em Viana do Castelo, as apresentações das Provas de Aptidão Profissional dos alunos da área dos Serviços Jurídicos, da Escola ETAP. Mais uma vez, o CRNorte marcou presença, integrando o júri das provas.

Depois de um ano lectivo a

preparem as Provas de Aptidão

Profissional, os alunos Técnicos

de Serviços Jurídicos

defenderam no dia 22 os seus

trabalhos. Uma Apresentação

que é, nas palavras da

Solicitadora Paula Pereira “o

culminar de um trabalho

realizado no 3º ano, nível 4 que

equivale ao 12º ano”.

Este ano, membros do CRNorte

integraram mais uma vez o júri

das provas a par de elementos

da Ordem dos Notários, Ordem

dos Advogados (a nível

distrital), Funcionários de

Tribunal, professores e IRN

(Instituto dos Registos e

Notariado). Para a solicitadora

Paula Pereira, o facto de

membros do Conselho Regional

Norte integrarem este júri é

importante, na medida em que

os alunos têm a possibilidade de

contactar de perto com

profissionais da área. “É muito

importante, já que através da

nossa presença se podem criar

«parcerias», isto é os alunos

poderão contar com um estágio,

com a nossa inter-ajuda sempre

que necessitem” e, acrescenta,

“por vezes estes alunos de nível

4 são futuros solicitadores, aliás

como alguns referiram quando

questionados”.

Para além disso, a solicitadora

considera que este contacto

“leva ao conhecimento mais

directo destes alunos sobre o

que é o solicitador e as suas

áreas de actuação”.

Após as apresentações e defesas

das provas pelos 19 alunos, o

júri reuniu e atribuiu notas aos

trabalhos individuais, que já

lhes tinham sido previamente

entregues, bem como ao

Director Pedagógido e demais

professores presentes. Foi feita

depois a média entre esta nota e

a do trabalho curricular

desenvolvido por cada um, para

obter a média final. Segundo

Paula Pereira, “de alguma forma

a nota do júri vai influenciar a

média final”.

Para a escola, a solicitadora

deixa ainda uma palavra de

agradecimento pela “forma

como nos recebem, calorosa,

atenta e sempre com prontidão

para as questões colocadas

acerca do ensino profissional.

Bem haja pelo vosso trabalho

árduo, sem horários, com

muitos papéis para preencher

mas sempre empenhados”.

A defesa das Provas decorreu no

auditório da ETAP em Viana do

Castelo, entre as 9h30 e as 21h,

com um intervalo de 1h para

almoço. É de referir ainda que a

ETAP conta com outras

unidades de formação em

Valença, Vila Nova de Cerveira,

Caminha e Vila Praia de Âncora,

onde são ministrados cursos que

vão desde Técnicos de Serviços

Jurídicos, Gestão, Construção

Civil, Contabilidade,

Multimédia, Artes Gráficas,

Restauração, Cozinha e até

Recepção, entre outros.

Aluna a entregar o seu trabalho, previamente, ao júri Júri avalia as Provas de Aptidão Profssional

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Episódios

11 Boletim

Informativo

Episódios da Vida dos Solicitadores: A Reforma

- Profissão?

- Solicitador… Evidentemente!

Por Timóteo de Matos

Grande pândego e conversador,

aquele colega, o Teófilo Matos! Já

entradote, nos fins dos cinquenta,

mantinha, em conjunto com o

filho, a esposa e duas

funcionárias, que já eram da casa,

um antigo e prestigiado

escritório, onde trabalhava com

gosto e competência.

Sempre alegre, um dito

espirituoso a soltar-se-lhe

oportunamente da língua, amigos

não lhe faltavam: na profissão,

entre os clientes, na cidade, no

desporto, nas repartições, nos

tribunais. Habituado a reagir com

optimismo aos problemas da vida

e com uma anedota às peripécias

do dia a dia, quando completou

sessenta anos, declarou-se

“sexogenário”, cortou o bigode e

começou a preparar-se para a

reforma.

Mas os alcatruzes da nora dão

muitas voltas e, a dado passo,

apareceu-lhe um problemazito de

saúde com que não contava.

Médicos, análises, exames,

estudos, ressonâncias, hospitais,

laboratórios e consultórios

acabaram todos, finalmente, por

chegar a um diagnóstico pouco

agradável e daí à reforma por

invalidez foi um passo.

Tinha o Teófilo, no entanto,

contribuído para a Caixa de

Previdência, por um escalão

elevado, pelo que, pouco exigente

em gastos, achou a pensão

suficiente para viver

tranquilamente. E tanto assim lhe

pareceu que, apesar de a doença

ser de alguma gravidade, se

manteve tranquilo, crítico e

sempre interventivo, de um

humor por vezes a roçar a

provocação, sobretudo se a

propósito vinham Governo ou

Presidente da República, os

quais, a cada momento, atacava

com terríveis diatribes, ou

mimoseava com momentosas e

bem humoradas sátiras. Quanto

ao Governo, - explicava,

sorridente - quer este quer os

anteriores, porque cada vez que

fala, enterra mais o país; quanto

ao Presidente, porque cada vez

que abre a boca, se enterra mais a

ele próprio.

Entretanto, ao lado da

inquebrantável boa disposição

que o Teófilo mantinha, foi-se a

sua doença agravando:

começaram as pernas a sentir

mais dificuldade em transportar o

corpo; começou a língua a

experimentar maior dificuldade

em articular algumas palavras.

- Com esta idade, perder a língua

é o pior que pode acontecer a um

modesto cidadão como eu. –

Dizia frequentemente, com ar

maroto, acrescentando após curta

pausa: - Faz falta para a gente

falar!

Agravaram-se os problemas de

dicção e foi necessário iniciar a

terapia da fala.

A terapeuta, a Patrícia,

irrepreensível no trabalho e de

uma competência extrema, para

além dos seus vinte e tantos anos,

era uma jóia de pessoa, uns olhos

vivos, alegres, muito expressivos,

embora calmos. Naturalmente,

foi-se gerando entre ambos uma

grande empatia e uma boa

amizade, sobretudo depois de

terem descoberto que alguns dos

familiares da Patrícia eram

excelentes amigos do Teófilo.

Todavia, esta amizade não

impedia o trabalho e geralmente

o doente submetia-se, sem

embargos, a todos os exercícios

prescritos pela terapeuta.

Aí pela quarta ou quinta sessão,

como o (im)paciente Teófilo

fizesse ouvidos de mercador aos

seus conselhos e continuasse a

falar pelos cotovelos, apesar das

óbvias dificuldades que mostrava

ao fazê-lo, a pobre Patrícia,

depois de várias e inúteis

admoestações para que falasse

mais lentamente, resolveu impor-

se:

- A partir de hoje, vai passar a

falar como o Cavaco Silva, o

nosso Presidente!

- Mas Patrícia, - respondeu-lhe,

num tom sério e convicto - falar

como o nosso Presidente?! Como

é que isso é possível, se a minha

reforma me chega perfeitamente?

- Mas Patrícia, - respondeu-

lhe, num tom sério e

convicto - falar como o

nosso Presidente?! Como é

que isso é possível, se a

minha reforma me chega

perfeitamente?

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Opinião

12 Boletim

Informativo

Em Português nos entendemos

Novo acordo ortográfico – um desacordo para esquecer

A ideia não se submete facilmente ao cerco insidioso das palavras

Rui Knopfli

Não se trata de simples conjectura. Não estou

receptivo a este acordo porque tive a percepção

de que tudo foi confeccionado por indefectíveis

e excepcionais defensores da ruptura. A verdade

é que subsistem diferenças que não são

imperceptíveis. Este acordo é decepcionante.

Posso afirmá-lo peremptoriamente, na verdadeira

acepção do termo!

Não se trata de simples conjetura. Não estou

recetivo a este acordo porque tive a perceção de

que tudo foi confecionado por indefetíveis e

excecionais defensores da rutura. A verdade é

que subsistem diferenças que não são

impercetíveis. Este acordo é dececionante.

Posso afirmá-lo perentoriamente, na verdadeira

aceção do termo!

Seguro de que o interessado

leitor analisou,

cuidadosamente, os dois textos

acima e que notou as

diferenças, ouso lançar-lhe o

seguinte repto: falando do novo

acordo ortográfico, o que

representa a coluna da

esquerda? E a da direita?

Suponho que o atento leitor

terá respondido que a coluna

da esquerda se refere ao texto

escrito antes do novo acordo e

a da direita ao mesmo texto já

com a sua aplicação.

Quer pensar um pouco melhor?

Ah! Não precisa. Pois, não me

leve o leitor a mal, mas está

redondamente equivocado. No

novo acordo ortográfico, a

coluna da esquerda traduz a

forma como o texto se deve

escrever correctamente no

Brasil e a da direita a forma

como deverá escrever-se em

Portugal.

Mas então – perguntar-se-á, o

leitor – porque carga de água é

que, no texto fixado pelo

acordo, o que se escreve no

Brasil teria toda a lógica que

fosse escrito em Portugal e o

que se escreve em Portugal

seria aceitável se escrito no

Brasil? Sempre me foi vendida

a ideia de que o acordo

ortográfico tinha sido feito para

tornar a grafia das palavras

igualzinha no português de

Portugal e no do Brasil. Afinal

o que é que se passa? Para que

serviu o acordo e, se assim foi

feito, para que o queremos

nós?

Pois tem o excelente leitor toda

a razão. O logro a que se

chamou acordo ortográfico

começou, se não quisermos

remontar a 1968, a ser

preparado em 1990, numa

sessão onde o Brasil se fez

representar por um único

elemento contra sete de

Portugal. Foi uma espécie de

Aljubarrota, mas ao contrário,

porque sofremos pesada

derrota. Havia quem

defendesse a unificação da

grafia porque, assim, a língua

se viria a impor rapidamente

por esse mundo fora; outros

mais modestos, porque tal iria

trazer aproximação entre os

povos irmãos. Valham-nos

Santa Ignorância e Santa

Ingenuidade. Onde é que, no

mundo actual, o português se

viria a impor, como língua,

apenas por obra e graça de uma

unificação? Quais as razões que

teriam levado os iluminados

artífices e defensores do acordo

a pensar que tal fosse possível?

Acontece, ainda, que o

“andamento” lhes não

acompanhou os desejos: O

Brasil só em 2009 viria a

adoptar o acordo e em Portugal

só em 2015 será obrigatória a

sua aplicação. O Brasil, no

momento da adopção, fez

publicar o seu próprio

“Vocabulário Ortográfico da

Língua Portuguesa”. Portugal

só em 2011 dispôs de um

“Vocabulário Ortográfico do

Português”. Acrescente-se que

ambos os Vocabulários foram

publicados unilateralmente e

ficará o leitor com uma

aproximada ideia do que é um

acordo para tão ilustres

conhecedores da língua.

Por Timóteo de Matos

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Opinião

13 Boletim

Informativo

Quanto ao nosso Governo de

então e aos ulteriores, deve

admitir-se que estiveram à sua

altura: enganaram-se a si

próprios e enganaram-nos a

nós, fazendo-nos crer que

tinha havido debate de ideias,

que tinham sido tidas em conta

sugestões, críticas ou

contribuições por parte de

pessoas e entidades capazes.

Logro total. Nada disso

aconteceu. Mais previdentes,

Angola e Moçambique, até

hoje, nada disseram. Está

assim feita, através do acordo,

a tão desejada aproximação

entre os povos irmãos.

Como foi possível cair-se num

erro tão grosseiro, julgue por si

próprio o leitor.

Acrescentaremos nós, ainda,

que a ideia base que a tudo

presidiu foi a de serem feitas as

alterações da grafia, tendo em

conta a pronúncia. Ora, como

muito bem resume Fernando

Venâncio, no seu artigo

“Acordo Ortográfico é um

engano!” (LER nº 105 –

Setembro 2011), até hoje, os

critérios de grafia do

português foram a

“etimologia” e a

“tradição”, e só de forma

implícita a “pronúncia”

efectiva. Este Acordo

subverteu drasticamente

o esquema, consagrando

a “pronúncia” (culta,

obviamente) de cada

comunidade de língua

portuguesa como critério

fundamental, e decisivo,

da grafia.

É sabido que a tendência do

português europeu é a de

fechar as vogais, quando não

acentuadas, ou nos casos em

que uma consoante não faz

esse papel (acepção=aceção,

recepção=receção), enquanto

a do português do Brasil é a de

abri-las. Assim torna-se

evidente que, ao invés de

aproximar o português de

Portugal e Brasil, tenderá o

acordo a afastá-lo cada vez

mais. É claro que a língua vai

evoluir no Brasil em contraste

com Portugal. Citando, de

novo, o referido estudo de

Fernando Venâncio: No

Brasil, uma nova geração

de linguistas apresta-se a

tomar as rédeas. Ela vai

já quebrando tabus

morfológicos e

sintácticos, e quebrará os

ortográficos também. As

várias pronúncias

“cultas” em território

brasileiro não escondem

um vasto âmbito de

uniformidade sonora,

mormente em contraste

com Portugal. Um dia,

essa considerável

uniformidade vai,

sobretudo no âmbito das

consoantes, reclamar a

adequação gráfica que a

etimologia e a tradição

lhe sonegaram, e não é a

pronúncia portuguesa,

mesmo culta, que irá

estorvar tal anseio.

Não nos permite, o âmbito

deste trabalho, apresentar uma

série infindável de razões

contra este acordo pelo que

nos limitaremos, de seguida, a

apresentar mais alguns

exemplos do que são algumas

das suas falhas, aliás,

facilmente evitáveis. Também,

diga-se em abono da verdade,

os defensores do acordo não

apresentaram, até hoje, um

único estudo linguístico a seu

favor. No entanto, não é menos

verdade que todos os estudos

técnicos e analíticos publicados

são contra ele. Para quem

queira fundamentar o assunto

deixamos, em caixa, alguns

títulos de obras contra, e a

favor (ver pág. 14). Deixamos

ainda para os mais curiosos,

retiradas com a devida vénia

da Revista Ler acima referida,

algumas listas de palavras que

manterão ou modificarão

Descubra algumas

diferenças

Portugal

muda para

Brasil

mantém

aceção acepção

confecionar confeccionar

contracetivo contraceptivo

dececionante decepcionante

excecional excepcional

impercetível imperceptível

indefetível indefectível

intercetar interceptar

invetiva invectiva

perceção percepção

perentório peremptório

precetor preceptor

receção recepção

rececionista recepcionista

recetáculo receptáculo

recetador receptador

recetividade receptividade

recetivo receptivo

rutura ruptura

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Opinião

14 Boletim

Informativo

a grafia, em Portugal e no

Brasil.

As supressões de acentos não

parecem vir a causar

problemas de maior.

Não deixarão, ainda assim, de

conter alguma ambiguidade

expressões do tipo: “António,

para o carro!” ou semelhantes.

No entanto, a título de

exemplo, a supressão do “c”

em palavras terminadas em –

acção, aumentará o número de

excepções desnecessárias

numa língua que delas não

estava necessitada, devendo

ainda referir-se a

probabilidade de a vogal

anterior tender a desaparecer,

na pronúncia, devido à

tendência já apontada de

passarem a mudas as vogais

não acentuadas no português

europeu.

Para terminar dois

apontamentos:

Parecerá estranho ao leitor

mas, estando o acordo em

vigor, ao entrar em qualquer

hotel no Brasil, dirigir-se-á à

“RECEPÇÃO”, enquanto em

Portugal, na “RECEÇÃO” será

atendido por um solícito

“RECECIONISTA”.

Se, por outro lado, ler no jornal

que, num Benfica – Porto, foi

atirado da bancada um

espetador azul e branco e que

este caiu em cima de um

polícia, não fique a pensar que

o pobre agente foi espetado. O

que lhe caiu em cima foi

mesmo um adepto do Futebol

Clube do Porto.

Como diria o Diácono

Remédios: Ó meus amigos!

Não havia necessidade…

Descubra algumas

Portugal

muda para

Brasil

admite

aspeto aspecto

afetuoso afectuoso

cético céptico

coletivo colectivo

conjetura conjectura

desafeto desafecto

detetável detectável

dialeto dialecto

fação facção

fator factor

fraturar fracturar

infletir inflectir

inseto insecto

objetivar objectivar

otimismo optimismo

perspetiva perspectiva

respetivo respectivo

retângulo rectângulo

retificar rectificar

sintático sintáctico

suscetível susceptível

transato transacto

Não vão mudar adepto, artefacto, bactéria,

compacto,

diopteria, dúctil, eucalipto,

impacto,

inepto, intacto, interrupção,

invicto,

lácteo, mentecapto, provecto,

réptil,

tectónico, vasectomia

adaptar, adaptação

apto, aptidão

captar, captação

convicto, convicção

facto, factual

fricção, friccionar

núpcias, nupcial

pacto, pactuar

secção, seccionar

sectário, sectarismo

capturar, captura, captor,

contacto, contactar, contactável

corrupto, corrupção, corruptível

ficção, ficcionar, fictício

intelecto, intelectual,

intelectualidade

opção, opcional, optar

rapto, raptar, raptor

Norma brasileira admite:

artefato, elítico, intato, láteo,

tetónico,

fatual, secionar, contacto, contatar,

contatável, corruto, corrução,

corrutível,

inteleto, inteletual, inteletualidade

Escolha o que preferir

acupuntura ou acupunctura

assético ou asséptico

caráter ou carácter

caraterística ou característica

circunspeto ou circunspecto

conetar ou conectar

espetador ou espectador

espetro ou espectro

expetativa ou expectativa

expetável ou expectável

infecioso ou infeccioso

insurreto ou insurrecto

interseção ou intersecção

notívago ou noctívago

olfato ou olfacto

Perfecionista ou

perfeccionista

setor ou sector

suntuoso ou sumptuoso

tato ou tacto

telespetador ou telespectador

veredito ou veredicto

No Brasil obrigatório:

asséptico, conectar,

perfeccionista, telespectador

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Sabia Que

15 Boletim

Informativo

Solicitadores estagiários podem inscrever-se na CPAS Os solicitadores estagiários

podem inscrever-se

facultativamente na Caixa de

Previdência dos Advogados e

Solicitadores (CPAS) de acordo

com o nº3 do artº 5º do

regulamento da mesma. Para tal

basta apresentar um

requerimento junto desta Caixa

de Previdência. A inscrição

torna-se efectiva a partir do 1º

dia do mês seguinte ao da

admissão. No entanto, convém

realçar que, não podem

beneficiar da suspensão (no

máximo de 36 meses) dos

efeitos da inscrição, aquando da

inscrição inicial como

solicitador. Assim sendo, vão ter

de continuar a pagar as

contribuições, já que também

não beneficiam da suspensão

desta obrigação. A inscrição no

CPAS poderá trazer vantagens

na contagem de tempo de

descontos para uma futura

pensão, sendo por isso, uma

hipótese a considerar. Todas

estas informações podem ser

consultadas de forma mais

alargada no site da CPAS através

do endereço www.cpas.org.pt.

Algumas publicações:

Em defesa do Acordo:

- Edite Estrela – A Questão Ortográfica (Editorial Notícias, 1993)

- Francisco Álvaro Gomes – O Acordo Ortográfico (Flumen/Porto Editora, 2009)

Contra o acordo:

- Vasco Graça Moura – Acordo Ortográfico: A Perspectiva do Desastre (Alêtheia, 2008)

- António Emiliano – O Fim da Ortografia (Guimarães, 2008)

- Francisco Miguel Valada – Demanda, Desastre, Deriva (Textiverso, 2009)

Conversores Ortográficos:

Portal da Língua Portuguesa www.portaldalinguaportuguesa.org/lindex.php?action=lince Porto Editora www.portoeditora.pt/acordo-ortografico/conversor-texto/ Priberam www.flip.pt/FLiP-On-line/Conversor-para-o-Acordo-Ortografico.aspx

Círculo Judicial de Oliveira de Azeméis organiza

acção de formação em Maio

"A acção vai constituir uma

oportunidade que se pretende

de âmbito alargado", explica

António Vieira. Segundo o

Delegado do Círculo Judicial , a

ideia surgiu em setembro de

2011 no decorrer de uma

reunião de círculo, "por se

reconhecer a necessidade e

consequentemente afirmar o

compromisso de acção para o

ano de 2012". O objectivo da

iniciativa passa pela

"abordagem e actualização de

matérias profissionais, sendo

conjugado com uma forte

componente de aposta no

encontro de solicitadores,

promovendo ainda passagem

pela gastronomia local e

elementos carateristicos da

região", refere António Vieira.

As temáticas ainda estão a ser

definidas, mas a formação vai

ser dividada em duas áreas,

"uma direcionada a generalistas

e a outra a agentes de execução".

Em relação à importância que

este tipo de iniciativas podem

ter para as delegações , António

Vieira entende que "as

delegações dependem antes de

mais de alguma capacidade de

iniciativa, mas apoiam-se e

consolidam-se também através

da resposta que no imediato é

dada por todos aqueles que

pretendem o sucesso da classe

profissional em que se

integram".

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16 Boletim

Informativo

Sabia que

Formações SOS em SISAAE e Processo Civil já estão a

decorrer

Já estão abertas as incrições para as formações nas áreas de SISAAE e Processo Civil em formato

SOS. A formação é permanentemente ministrada nas instalações do Conselho Regional do Norte e as

inscrições mantêm-se abertas e devem ser feitas através de um formulário disponível na página da

internet do mesmo.

É nas instalações do Conselho

Regional do Norte que estão a

decorrer as formações nas áreas

de SISAAE e Processo Civil em

formato SOS, ou seja, de forma

personalizada. Para participar

nestas formações é necessário

efectuar a inscrição através de

um formulário disponível na

página da internet do CRNorte e

aguardar pela confirmação da

mesma. A formação em SISAAE

decorre à quinta-feira das 14h30

às 17h30. A de Processo Civil,

tem hora marcada à quinta-feira

das 18h30 às 21h30 ou ao

sábado das 10h às 13h. Desta

forma, as inscrições devem ser

feitas até à terça-feira da

semana em que se pretende

assistir à formação e devem ser

indicados, por ordem de

preferência, apenas dois dos

módulos pretendidos. Sendo

que, nas semanas seguintes, os

participantes podem efectuar

inscrição noutros módulos ou

até repetir algum.

As inscrições podem ser

alteradas ou anuladas pelo

CRNorte caso o número de

inscritos não as justifique ou

por impossibilidade de se

realizarem naquela semana. Os

inscritos serão sempre

notificados através do email

fornecido aquando da inscrição.

Para mais informações pode

consultar a página através de

http://crn.solicitador.net/ ou

entrar em contacto com o

CRNorte.

As primeiras formações em formato SOS

decorreram no passado dia 29 de Março, quinta-

feira. Ao início da tarde, pelas 14h30 decorreu a

de SISAAE e ao final da tarde, pelas 18h3o a de

Processo Civil. Ficam as fotos da formação em

SISAAE:

Formação SOS

Exemplo de Formulário de inscrição em Formação

SOS SISAAE disponível no site: