2010 - caderno do aluno - ensino médio - 3º ano - sociologia - vol. 2

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GABARITO Caderno do Aluno Sociologia– 3 a série – Volume 2 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA HISTÓRIA DO BRASIL Páginas 3- 4 1. Imagem 1: voto Imagem2 : abaixo-assinado Imagem 3: assembleia Imagem 4: manifestação 2. Todas são formas de participação política em uma sociedade democrática e expressam a vontade, os ideais e os objetivos da população, e podem contribuir para mudanças na maneira como a cidade é organizada ou é governada. Páginas 5 - 8 A pesquisa visa aprofundar o conhecimento e a reflexão a respeito desses movimentos de defesa de interesses de grupos sociais particulares, reivindicação de direitos e integração de minorias no conjunto da sociedade em condições de igualdade. Espera-se que o aluno aborde os seguintes aspectos: nome do evento, data, local e contexto em que ocorreu; circunstâncias que levaram ao acontecimento; quais eram os objetivos dos diferentes grupos que participaram do episódio e suas lideranças; que tipos de diálogo e/ou interlocução puderam ser observados entre representantes de grupos divergentes a fim de firmar acordos e tratados de cooperação mútua; descrição sucinta dos desenvolvimentos em termos da mobilização das facções em defesa de territórios, bens, membros dos grupos, ideias e objetivos; análise e conclusão dos resultados do episódio. O conflito pela terra

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Caderno do Professor com todas atividades e respostas para uso em dúvidas.

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GABARITO Caderno do Aluno Sociologia– 3a série – Volume 2

1

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1

FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA HISTÓRIA DO BRASIL

Páginas 3- 4

1.

Imagem 1: voto Imagem2 : abaixo-assinado

Imagem 3: assembleia Imagem 4: manifestação

2. Todas são formas de participação política em uma sociedade democrática e

expressam a vontade, os ideais e os objetivos da população, e podem contribuir para

mudanças na maneira como a cidade é organizada ou é governada.

Páginas 5 - 8

A pesquisa visa aprofundar o conhecimento e a reflexão a respeito desses

movimentos de defesa de interesses de grupos sociais particulares, reivindicação de

direitos e integração de minorias no conjunto da sociedade em condições de igualdade.

Espera-se que o aluno aborde os seguintes aspectos: nome do evento, data, local e

contexto em que ocorreu; circunstâncias que levaram ao acontecimento; quais eram os

objetivos dos diferentes grupos que participaram do episódio e suas lideranças; que

tipos de diálogo e/ou interlocução puderam ser observados entre representantes de

grupos divergentes a fim de firmar acordos e tratados de cooperação mútua; descrição

sucinta dos desenvolvimentos em termos da mobilização das facções em defesa de

territórios, bens, membros dos grupos, ideias e objetivos; análise e conclusão dos

resultados do episódio.

O conflito pela terra

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Página 9

1.

AAttoorreess ssoocciiaaiiss PPaappeell ppoollííttiiccoo nnooss mmoovviimmeennttooss hhiissttóórriiccooss

EEssccrraavvooss A utilização do trabalho escravo, tanto do indígena quanto do negro africano, teve um profundo impacto nas relações sociais no Brasil. As populações que viviam sob esse regime sofreram a opressão do trabalho compulsório, dos maus-tratos, da tortura, dos castigos, das doenças e do extermínio. Muitos escravos procuraram livrar-se da condição de cativos, refugiando-se em comunidades (quilombos) onde buscavam preservar certa autonomia, criando estilos de vida e cultura próprios, produzindo alimentos e comerciando com outras comunidades vizinhas, ou rebelaram-se no interior das próprias fazendas, negociando melhores condições de vida com seus senhores. A participação de escravos negros e de negros fugidos nas diversas revoltas populares nesse período tinha como objetivo a libertação dos escravos, a liberdade de cultos religiosos, o uso da terra e a luta contra os desmandos das autoridades.

HHoommeennss lliivvrreess ppoobbrreess Nessa categoria estão compreendidos os pequenos proprietários, homens brancos sem terra e sem trabalho, pequenos comerciantes, artesãos, trabalhadores rurais. Submetidos aos grandes proprietários rurais e donos do poder local, eram vítimas da sua ganância e opressão, sem participar dos processos de decisão política. Essa população, nas várias revoltas, tinha o objetivo de lutar contra os desmandos e abusos das autoridades locais, pela posse e uso da terra, pelo direito de exercício de atividades comerciais, de extração de minério e contra mudanças introduzidas pelo governo, como no caso do Censo e do registro civil de nascimentos e óbitos ou no sistema de pesos e medidas.

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CCoorroonnééiiss As relações de poder no século XIX e início do século XX eram extremamente desiguais. A luta política era intensa e violenta. O que estava em jogo não era o exercício de um direito de cidadão, mas o domínio político local. O chefe político local, também conhecido como “coronel”, não podia perder poder: a derrota representava o desprestígio e a perda de controle de cargos públicos, como os de delegados de polícia, juiz municipal e postos na Guarda Nacional, por exemplo. Assim, a manutenção das relações de dependência entre chefes locais e seus “clientes”, geralmente os segmentos da população mais pobre, garantia-lhes os votos necessários nas eleições legislativas para o Senado e para a Câmara dos Deputados durante o período da Monarquia Constitucional, perpetuando assim a manutenção do poder das oligarquias rurais.

Página 10

1. Disputas pela posse de territórios, pelo direito à exploração de recursos, uso da terra,

extração de minérios, especialmente o ouro, e também de exercer atividades

comerciais, vendendo e usufruindo livremente do lucro obtido com a

comercialização da sua produção, revolta contra o aprisionamento e a escravização

de índios e negros africanos, cobrança de impostos pelo governo, abuso de poder das

autoridades e opressão das oligarquias rurais sobre a população mais pobre, que vivia

do trabalho da terra.

2. Essas rebeliões se assemelham por terem sido de forte caráter popular e, na maior

parte das vezes, por terem contado com a participação de vários grupos dos setores

mais pobres da população, como populações ribeirinhas, homens livres, mestiços,

negros de ganho e escravos, sertanejos, entre outros. Porém diferem pelas

motivações e circunstâncias que levaram aos acontecimentos. Durante o Primeiro

Reinado tiveram um caráter fortemente oposicionista aos governos locais e, muitas

vezes, o seu objetivo era o de tomar o poder e tornar a província ou região

independente do Brasil. Já a partir de 1850, ocorreram revoltas contra medidas

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adotadas pelo governo que interferiam na vida da população de forma considerada

ilegítima. Esse foi o entendimento em relação à interferência do Estado nas funções

tradicionalmente atribuídas à Igreja (secularização) e na mudança do sistema de

pesos e medidas, que transformaram a comercialização dos produtos então vigente. A

partir da instauração da República, os movimentos populares tiveram como

principais características a luta pela terra, a oposição ao poder dos coronéis e das

empresas exploradoras das regiões em disputa e a força da religiosidade popular, que

mobilizou as populações em torno de suas crenças contra as forças do governo

arregimentadas para combatê-las.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2

OS MOVIMENTOS OPERÁRIO E SINDICAL E PELA TERRA

Página 12

1. Aqui as respostas serão as mais variadas, dependendo da experiência de cada aluno,

com base nas referências de familiares e de amigos e do que ouvem e leem nos meios

de comunicação de massa.

2. A resposta a esta questão pode revelar o desconhecimento do aluno a respeito das

funções do sindicato e expressar mais visões negativas do que positivas. A definição

encontrada no dicionário pode ser o ponto de partida para a resposta, mas a ênfase

deve ser posta no papel de representação dos interesses econômicos e políticos de

trabalhadores e empresários. No que se refere especificamente à classe operária, é

importante apontar o papel do sindicato nas lutas pelos direitos sociais, trabalhistas e

de representação política.

Páginas 13 - 15

TTeennddêênncciiaass ppoollííttiiccaass CCaarraacctteerrííssttiiccaass

““AAmmaarreellooss”” oouu rreeffoorrmmiissttaass Eram os setores menos agressivos, mais próximos do governo. Ainda que buscassem a melhoria das condições de trabalho e de vida para os trabalhadores, não se opunham à ordem estabelecida, mantendo, assim, uma relação “clientelista” com seus empregadores.

AAnnaarrqquuiissttaass Constituíam os setores mais radicais, que rejeitavam qualquer relação com o Estado e com a política, bem como com os partidos, o Congresso e mesmo com a ideia de pátria. Para os anarquistas, o Estado ou qualquer outra instituição autoritária hierarquicamente superior eram considerados dispensáveis e até mesmo nocivos para o estabelecimento de uma comunidade humana autêntica. Portanto, também eram contra qualquer forma de organização ou dominação

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patronal.

SSoocciiaalliissttaass Menos radicais que os anarquistas e comunistas, acreditavam que podiam fazer avançar os interesses da classe operária por meio da luta política, ou seja, da conquista e do exercício dos direitos políticos.

CCoommuunniissttaass Organizados oficialmente em 1922, defendiam a tomada do poder por meio da revolução. A causa operária dos comunistas era lutar contra o sistema capitalista, substituindo o controle do Estado pelo partido, centralizado e hierarquizado, até que pudesse ser criada uma sociedade sem classes, onde a propriedade privada seria abolida e os meios de produção seriam de todos. Desse modo, o Estado se tornaria desnecessário e posteriormente deixaria de existir.

Página 15

Como o exercício é livre, a avaliação deverá considerar se todas as etapas foram

contempladas, as fontes consultadas, a correção gramatical e lógica do texto.

Os movimentos dos trabalhadores rurais

Páginas 22 -24

1. A resposta vai depender da experiência dos alunos, seja em decorrência de relatos de

seus familiares, amigos ou vizinhos, seja pela leitura de jornais e revistas ou audiência

de rádio ou televisão.

2. Dependendo da região em que a escola estiver localizada, os alunos poderão ter um

conhecimento maior a respeito do MST, em virtude da atuação de seus militantes na

organização de ocupações ou assentamentos.

3. As opiniões poderão ser favoráveis ou desfavoráveis, porém é importante dar um

retorno da correção para os alunos, trabalhando os estereótipos e preconceitos com

objetividade, mostrando que não se trata de julgar o MST segundo interesses

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determinados, mas entender a questão que está por trás dos movimentos dos

trabalhadores rurais: a luta pela reforma agrária e a organização dos trabalhadores rurais

só adquirem sentido se as situarmos no contexto da política fundiária brasileira,

responsável pela concentração de terra nas mãos de grandes proprietários e a expulsão

dos trabalhadores rurais. Privados da terra de trabalho, esses homens pobres do campo

perdem as condições de sobrevivência e de uma vida digna para si e sua família.

Páginas 24 - 26

1.

• República Velha:

a) Período de grande participação política de operários nos dois principais centros

urbanos do Brasil e formação dos primeiros sindicatos.

b) Apesar da obstrução direta e violenta de empregadores por meio da polícia,

ainda havia pouca interferência do Estado no direito de associação e organização dos

trabalhadores, que puderam fazer muitas greves entre 1901-1920.

c) As principais legislações a beneficiar os trabalhadores foram a indenização por

acidentes, férias remuneradas por 15 dias e o Código de Menores.

Era Vargas:

a) Aumenta a participação política da classe trabalhadora com a formação de

partidos políticos e a multiplicação de sindicatos de diversas categorias profissionais.

b) Com a intervenção e o controle do Estado, o sindicato deixa de ser um órgão de

luta, reivindicações e mobilização política e passa a ser um espaço de negociação

“pacífica” entre empregadores e empregados, estritamente regulados pelo governo e

seus técnicos.

c) Criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio e dos primeiros

Institutos de Previdência Social; aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho.

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• Era Nacional-Desenvolvimentista:

a) Foi o período de maior mobilização das lideranças sindicais e partidárias que

representavam o operariado industrial e os trabalhadores, até mesmo rurais. A

participação política contou inclusive com os estudantes e a Igreja Católica.

b) Empresários liberais e grandes proprietários rurais, juntamente com setores

militares nacionalistas, contrários à política populista, reagiram negativamente à

mobilização dos sindicatos, reprimindo as greves e manifestações, procurando conter

os movimentos de demanda social.

c) O movimento sindical mantinha-se mais voltado para o jogo político partidário,

atrelando com isso o sindicato à política nacional-desenvolvimentista e afastando-se

dos interesses imediatos dos trabalhadores que diziam respeito às suas condições de

trabalho e de vida. Dessa maneira, reforçava as suas relações com o Estado populista

e fortalecia a estrutura sindical corporativa; poucas mudanças foram feitas, exceto

pelo Estatuto do Trabalhador Rural.

• Ditadura Militar:

a) No final da era militar, houve grande participação política e mobilização por

parte do novo movimento sindical e do operariado dos setores mais modernos da

indústria, especialmente em São Paulo, no final dos anos 1970.

b) A mobilização foi duramente reprimida com o uso da força policial e a prisão

das lideranças. A forte reação da sociedade civil, aliada à proposta do governo militar

de uma “abertura lenta, gradual e segura”, favoreceu a formação de partidos e a

fundação de centrais sindicais.

c) Ocorreu, também, a unificação do sistema de previdência social com a inclusão

dos trabalhadores rurais, autônomos e domésticos ao sistema.

2. Romper com o chamado “peleguismo” e renovar a estrutura sindical, buscando a

autonomia diante do Estado e dos partidos políticos, a liberdade sindical, a

interlocução direta entre empregadores e operários com a intermediação do sindicato

e a organização no local de trabalho.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3

O MOVIMENTO FEMINISTA

Página 28

1. Durante muito tempo acreditou-se que homens e mulheres agiam de forma diferente,

pois teriam naturezas diferentes. Hoje existe uma compreensão de que, se os homens

são biologicamente diferentes das mulheres, isso não significa que a mulher seja

menos capaz que os homens para realizar qualquer atividade. Ambos devem ter

igualdade de direitos.

2. A resposta deve evidenciar a compreensão a respeito da questão da historicidade da

condição feminina, ou seja, que o sentido do que significa ser mulher variou ao longo

da história. Na época das avós e das mães dos alunos o comportamento das mulheres

e a relação entre homens e mulheres era diferente. As mulheres tinham uma posição

mais dependente, devendo se encarregar apenas das tarefas domésticas, enquanto os

homens se dedicavam à vida pública. A subordinação da mulher ao homem era vista

como natural e as mulheres não gozavam de direitos que eram garantidos aos

homens.

Página 29

A relação entre homens e mulheres mudou ao longo do tempo e ocorre

diferentemente de acordo com as sociedades. Assim, ser homem e ser mulher é o

resultado de fatores sociais, culturais e históricos. O texto mostra que em sociedades

tribais, como na Gália e na Germânia, as mulheres tinham atuação semelhante às dos

homens: faziam guerra, construíam suas casas, ocupavam-se da agricultura e do gado

etc. Mesmo nos primeiros séculos da Idade Média, as mulheres contavam com a

proteção de leis, tendo, por exemplo, o direito de sucessão e de propriedade garantidos.

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Páginas 30 - 31

a) Ideologia: conjunto de ideias que serve para legitimar o poder de um grupo sobre o

outro.

b) Âmbito doméstico: refere-se ao mundo da casa.

c) Alijado: pode significar desobrigar-se, desonerar-se, desencarregar-se, desembaraçar-

se. Aqui aparece no sentido de afastado.

d) Subalterna: é aquela que está abaixo de algo, submetida ao poder do outro.

e) Assimetria sexual: diferenciação nas relações de poder entre pessoas de diferentes

sexos.

f) Reducionismo biológico: o reducionismo biológico acredita que todas as

diferenciações existentes entre grupos e no interior de um mesmo grupo são fruto de

diferenças biológicas. Ele deixa de lado o fato de que a maior parte das diferenças

entre os seres humanos resulta de aprendizados diferentes, ou seja, de processos de

socialização diferentes, e não de diferenças biológicas.

g) Outros termos que você destacou: resposta livre, dependendo do grau de

compreensão e do vocabulário do aluno. O dicionário deve ser utilizado.

Páginas 31 - 32

A Constituição de 1988 representa uma das mais tolerantes legislações sobre família,

na medida em que igualou os direitos civis das mulheres aos dos homens, atribuindo-

lhes os mesmos direitos na sociedade conjugal, permitindo o reconhecimento das uniões

estáveis como entidade familiar e garantindo o reconhecimento de filhos nascidos fora

do casamento legal.

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Exercício

Páginas 32 - 33

11991166 Nesse ano passou a vigorar o primeiro Código Civil da República. Ele subordinava a mulher ao homem, tanto é que, depois de casada, ela deveria pedir autorização do marido para: a) trabalhar; b) realizar transações financeiras; c) fixar residência. Por esse código a não virgindade da mulher era motivo para a anulação do casamento e a filha que mantivesse relações sexuais antes do matrimônio poderia ser deserdada.

11992277 O Estado do Rio Grande do Norte foi o primeiro a permitir o direito ao voto para as mulheres.

11993322 Todas as mulheres do país adquirem o direito de votar.

11996622 Com o Estatuto Civil da Mulher Casada, a mulher passou a ser vista como “colaboradora” do marido e, assim, seus direitos foram ampliados, pois passou a ser necessária a autorização de ambos os cônjuges para dar fiança, vender bens imóveis, oferecer bens e realizar hipotecas. Com o Estatuto, o concubinato passou a ser visto como sociedade de fato e as mulheres que haviam sido concubinas, ou seja, moraram junto com um homem sem terem se casado com o mesmo, passaram a ter direito à mesma pensão, caso tivessem se casado.

11997755 Ano Internacional da Mulher.

11997777 Passa a vigorar a Lei do Divórcio, que estabeleceu a possibilidade de fim da sociedade, ou seja, homens e mulheres passaram a poder se separar e a poder contrair novo matrimônio. Ela também facilitou o reconhecimento dos filhos nascidos fora do casamento.

11998844 O Brasil assina a convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher.

11998855 Surge a primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM (SP).

11998888 Só nesse ano é que homens e mulheres foram totalmente igualados em diretos civis.

11999944 Pela primeira vez uma mulher foi eleita governadora: Roseana Sarney, pelo Estado do Maranhão.

Página 34

A pesquisa pode ser a respeito dessas três mulheres ou de outras que forem

escolhidas em consultas feitas pelos alunos. O trabalho é livre, com o objetivo de

despertar no aluno o gosto pela pesquisa e fortalecer a capacidade de leitura e análise de

outros textos, mas pode ser avaliado levando-se em consideração as fontes consultadas,

a correção gramatical e a lógica do texto.

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Páginas 34 - 35

1. Durante muito tempo acreditou-se que homens e mulheres agiam de forma diferente,

pois teriam naturezas diferentes que não poderiam ser alteradas. Os homens

acreditaram e fizeram as mulheres acreditar que, como eles eram diferentes

biologicamente, com corpos diferentes, os homens seriam superiores às mulheres e

que isso sempre tinha sido assim. Hoje, sabe-se que, biologicamente, os homens são

diferentes das mulheres por uma série de fatores. Entretanto, também se acredita que

isso não tem relação alguma com a capacidade para desempenhar qualquer atividade,

e que ambos devem ter igualdade de direitos. Portanto, a forma de agir de homens e

mulheres não é natural, mas fruto de fatores sociais, culturais e históricos.

2. Não, a luta das mulheres por direitos iguais não foi uma luta fácil e rápida. Trata-se,

na verdade, de um longo processo, ainda não totalmente terminado, marcado por

dificuldades e marginalizações daquelas mulheres que assumiam a luta pela

igualdade de direitos sociais e políticos. Além disso, a luta das mulheres por

cidadania não foi uma luta que uniu todas as mulheres numa mesma causa, em todos

os momentos. Existiam duas correntes dentro do feminismo: as mulheres

pertencentes à burguesia lutavam mais por direitos políticos e as pertencentes às

classes trabalhadoras, por direitos trabalhistas. É por isso que, durante muito tempo,

o que existiu não foi o feminismo enquanto um movimento que luta pela alteração

das relações entre homens e mulheres, mas, sim, movimentos de mulheres. Ou seja,

as ideias e as práticas feministas nunca foram homogêneas, nem no Brasil nem em

outros lugares.

3. A Constituição de 1988 garantiu a igualdade de direitos civis às mulheres, tanto na

vida pública quanto na privada. Assim, homens e mulheres passaram a ter os mesmos

direitos na sociedade conjugal; o conceito de família foi alterado, com o

reconhecimento da união estável entre homem e mulher como uma entidade familiar;

foi garantido o direito dos filhos nascidos fora do casamento legal.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4

MOVIMENTOS POPULARES URBANOS

Página 38

A questão tem como objetivo fazer o aluno dirigir o olhar para o bairro e a cidade em

que vive, apontando os problemas que afetam a vida de seus moradores. Trata-se,

portanto, de recuperar a sua experiência de vida no contexto urbano.

1. Pretende-se, com essa pergunta, estimular o aluno a apresentar soluções para os

problemas relatados e elaborar uma reflexão crítica a respeito das condições de vida

na cidade. Provavelmente os alunos atribuirão responsabilidades aos governantes,

individualizando a solução desses problemas.

2. Espera-se que o aluno seja capaz de compreender a importância da participação dos

indivíduos na resolução dos problemas de sua cidade. O objetivo dessa questão é

fazer o aluno perceber a cidade como algo que envolve a sua vida e o seu cotidiano e,

além disso, levá-lo a “descobrir” que os problemas urbanos são problemas coletivos

e sua resolução também deve ser coletiva.

Página 39

1. Trata-se de verificar o conhecimento do aluno a respeito dos fatores que propiciam o

aumento do número de favelas e sobre as condições de vida dessa população. Deve-

se estar atento para o fato de que alguns dos alunos possam morar em favela, ou que

ocorram manifestações de preconceito.

2. Atraídas pelo crescimento econômico nas décadas de 1950 até 1970, populações

trabalhadoras migraram para as cidades da Região Sudeste em busca de emprego,

instalando-se em terrenos que não deveriam ser ocupados. A falta de acesso à

moradia levou essas populações a ocupar terrenos com risco geotécnico (íngremes,

com risco de deslizamento, ou alagamento, por exemplo), áreas de preservação

(como áreas de mananciais e reservas florestais) e áreas não favorecidas pelo

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mercado imobiliário, por não possuírem infraestrutura urbana. Como consequência,

essas novas áreas urbanas decorrentes desse crescimento são carentes em

infraestrutura, especialmente saneamento básico.

O desenvolvimento dos movimentos populares urbanos

Páginas 40 - 41

1. O objetivo dessa questão é, principalmente, fazer o aluno entender a reação dos

moradores diante da ameaça de remoção de uma favela, tendo-se em conta os fatores

que levam ao surgimento das favelas.

2. A pergunta visa estimular o aluno a se colocar na situação do outro, mas ele pode

expressar tanto uma visão conformista, quanto de resistência ao processo de remoção

de favelas.

3.

FFiinnaall ddooss aannooss 11994400 ee ddééccaaddaa ddee 11995500 Formação de Comitês Democráticos Populares, organizados nos loteamentos periféricos, pelo Partido Comunista, com a função de sentir os problemas e as demandas locais e encaminhá-las ao poder público. Esses comitês buscavam identificar e priorizar os problemas da periferia da cidade. Desses comitês nasceram as Sociedades Amigos de Bairro.

DDiittaadduurraa mmiilliittaarr ((11996644 aa 11998855)) Em São Paulo, a repressão militar teve como alvo principal o movimento operário e os sindicatos. Impossibilitados de se expressar politicamente por meio das entidades sindicais e dos partidos políticos, esses militantes, na década de 70, voltaram-se para o bairro, as favelas, a periferia, como novos locais de luta e como espaços marcados por sérias contradições. O bairro passa a ser visto como um espaço portador de conflitos, de experiências e modos de vida que seriam importantes para a articulação dos movimentos urbanos nessa conjuntura. Também foi no bairro, enquanto espaço de luta, que a experiência construída nas atividades da Igreja Católica nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se

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encontrava com a experiência sindical e com outras tantas práticas sociais e políticas que deram vida ativa aos movimentos urbanos. Durante os anos de repressão, as CEBs se tornaram uma das poucas alternativas de organização popular, nas quais as pessoas se reuniam para discutir sua vida cotidiana, seus valores, suas necessidades e seus posicionamentos políticos. Esses movimentos funcionavam como um grupo de pressão junto ao poder público e ao sistema de representação política municipal, reivindicando melhorias da infraestrutura, como calçamento, água, luz elétrica, esgoto, remoção de lixões, e ampliação da rede escolar.

RReeaabbeerrttuurraa ddeemmooccrrááttiiccaa ((11998855 eemm ddiiaannttee)) A década de 1980 foi marcada por profundas agitações sociais e políticas. Se os movimentos sindicais entram nessa conjuntura como vanguarda por meio das greves operárias a partir de 1978, os movimentos sociais urbanos vieram na esteira de uma série de outros movimentos que passaram a ser denominados, na década de 1980, os novos movimentos sociais. Animados nas campanhas pela redemocratização, esses novos movimentos sociais ampliavam as possibilidades de participação social e política das camadas sociais mais desfavorecidas. Consequentemente, então, trouxeram para o discurso político o tema da exclusão social. Essa questão, que atravessou a década de 1990 por meio de inúmeras políticas públicas urbanas, ainda não foi resolvida.

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Página 41

A avaliação desse exercício deve levar em conta a compreensão do aluno a respeito

da discussão e dos textos lidos, a capacidade de observação da realidade que o cerca,

bem como a coerência na construção dos argumentos que justificam as suas opiniões e

propostas de soluções e projetos. Evidentemente, deve ser valorizado o esforço de

pesquisa das ações de organizações ou grupos de moradores empenhados na resolução

dos problemas urbanos.

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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5

NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS: NEGRO, GLBT (GAYS, LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSGÊNEROS) E AMBIENTALISTAS

Páginas 43 - 45

Se o aluno não conhece a música indicada, deve procurar ouvi-la e escrever em seu

caderno os trechos indicados pelo professor.

1. A população negra no Brasil sofre as consequências de uma distribuição de renda

injusta que dificulta o acesso à educação, ao emprego, a melhores salários, a

condições de vida digna.

2. Porque a igualdade de direitos só existe no papel, não conseguindo ainda a sua

efetivação concreta. O autor aponta o preconceito racial como responsável pela

discriminação social do negro.

3. Porque o número de negros em papéis de destaque na televisão ainda é muito

pequeno e, quando aparecem, é sempre em posições subalternas, que enfatizam o seu

passado de escravo.

Páginas 45 - 46

• José do Patrocínio teve papel importante junto aos movimentos abolicionistas e

de libertação, tendo sido o fundador da Sociedade Brasileira contra a Escravidão e

participado da Confederação Abolicionista.

• André Rebouças também foi um militante importante do movimento

abolicionista, ao lado de José do Patrocínio, lutando pelo fim da escravidão no

Brasil.

• Abdias Nascimento tem tido importante participação nos movimentos de

integração do negro na sociedade brasileira, tendo assumido posições importantes

também em movimentos mundiais. Exerceu cargos públicos, como secretário de

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Estado do Governo do Rio de Janeiro, senador da República e deputado federal, com

propostas de legislação antirracista e voltadas para a defesa da população negra. Foi

fundador do Teatro Experimental do Negro e do Ipeafro.

Movimento GLBT

Página 47

O maior exemplo é o da Parada do Orgulho Gay, que mobiliza centenas de milhares

de participantes e tem recebido o apoio popular e garantido maior visibilidade para o

movimento GLBT. Mas a participação política pode se dar, também, por meio de

manifestações artísticas, como a música (de protesto, o rap), a literatura, o cinema, o

teatro, as charges ou a malhação de bonecos em Sábado de Aleluia, com suas críticas

políticas.

Página 47

Uma das mais importantes reivindicações do movimento GLBT diz respeito ao

reconhecimento da união homoafetiva, ou seja, o reconhecimento das uniões civis de

pessoas do mesmo sexo. Apesar de existirem vários casais homossexuais, essas uniões

não desfrutam de direitos como a comunhão parcial de bens, o direito à herança, a abrir

contas conjuntas, enfim, ter os mesmos direitos garantidos aos casais heterossexuais.

A luta pela criminalização da homofobia visa estabelecer punições para todas as

formas de rejeição ou expressão de preconceito contra homossexuais que os

discriminam em locais públicos e no trabalho, chegando até mesmo a atos de violência.

Esta luta liga-se ao mesmo princípio jurídico que criminaliza o racismo e significa

também a tentativa de obter o reconhecimento jurídico da condição social de

homossexual.

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Páginas 48 - 50

A avaliação do trabalho deve levar em conta: se todas as informações solicitadas

foram dadas; a forma de apresentação delas nos painéis; a clareza na exposição dos

resultados da pesquisa para os colegas.

Trabalho de livre escolha. O aluno deve registrar corretamente as informações

transmitidas pelos colegas.

Página 50

O processo de industrialização propiciou o aumento do bem-estar para uma camada

grande da população. Entretanto, esse bem-estar liga-se a um maior consumo e, com

ele, a uma produção cada vez maior de resíduos e à utilização mais intensa de recursos

naturais, que não são ilimitados. A atividade humana de transformação da natureza,

gera, portanto, riquezas, mas traz consigo o risco que ameaça a sobrevivência no

planeta.

Página 51

O que está em jogo é, antes de mais nada, uma questão política, que envolve as

nações mais poderosas e os movimentos ambientalistas. Os EUA se recusaram a assinar

o Protocolo de Kyoto, alegando razões econômicas, e dificultaram, assim, a sua

implementação. A pressão e os protestos ambientalistas têm conseguido organizar

vários eventos internacionais, que, entretanto, esbarram na resistência de alguns países.

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O movimento ambientalista (parte 2)

Página 53

Chico Mendes foi uma liderança importante dos seringueiros e do movimento

ambientalista na Amazônia. Sua luta em favor da reforma agrária e pelos interesses da

população que tira seu sustento da Floresta Amazônica teve repercussão internacional.

Em consequência dessa luta, foi assassinado por fazendeiros.

Página 53

A escolha do tema é livre, mas podem ser lembradas as questões referentes à

Amazônia e à Mata Atlântica, como o desmatamento, as queimadas, a extração de

madeira, e as que estão mais próximas e que afetam a vida dos moradores das cidades,

como a poluição do ar, o problema do lixo, a contaminação das águas, entre outros.

Podem ser sugeridos, também, temas relacionados com a preservação da vida animal.

Na avaliação devem ser observados os recursos utilizados, a apresentação estética e se a

intenção educativa do painel foi atingida.

Página 54

Trata-se de uma atividade livre que incentiva a criatividade musical dos alunos. A

música deve expressar as reivindicações de um dos movimentos.