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2006 Sonae Indústria, SGPS, SA Relatório de Sustentabilidade NEW PERSPECTIVES SI

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www.sonaeindustria.com

Lugar do Espido - Via NorteApartado 1096 - 4471-909 Maia - PortugalT +351 22 010 0400 - F +351 22 010 4226

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2006Sonae Indústria, SGPS, SARelatório de Sustentabilidade

NEW PERSPECTIVES

SI

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1. Sobre este relatório

2. Carta do Presidente do Conselho de Administração3. Mensagem do Presidente Executivo

4. O nosso contexto de negócio5. Visão, valores e princípios

6. INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE6.1 Governo da sociedade6.2 Gestão de risco6.3 Eficiência económica6.4 Eficiência e recursos ambientais6.5 As pessoas na organização6.6 Comunidades locais6.7 Direitos humanos6.8 Responsabilidade pelo produto

7. Objectivos: Quadro-resumo8. Informação complementar

02

0406

0816

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7073

ÍNDICE

NovasPerspectivas//diálogo

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� SOBRE ESTE RELATÓRIO

1.SOBRE ESTE RELATÓRIO

PRINCÍPIOS ADOPTADOSNESTE RELATÓRIOO objectivo deste relatório é o de transmitir uma imagem global, justa, transparente e equilibrada das práticas, resultados e compromissos relevantes em áreas-chave relacionadas com a sustentabilidade. Entendemos que este objectivo foi cumprido. Até certo ponto, este relatório inspirou-se nos princípios das Directrizes para Relatório de Sustentabilidade estabelecidas em 2006 pela Global Reporting Initia-tive (GRI). Este ano, a selecção da informação baseou-se numa avaliação interna, onde se identificaram os aspectos materialmente relevantes. As partes interessadas incluem: os accionistas e a comunidade de investidores; os colaboradores da Sonae Indústria e todos aqueles que sentem o impacto das nossas operações, incluindo os processos de reestruturação.

Envidámos esforços no sentido de prestar informação de acordo com princípios de boas práticas de reporte. Contudo, a inexistência de regras e práticas de reporte, genericamente aceites em determi-nadas áreas, poderá dificultar a comparação com o desempenho de outras empresas, se não estiverem disponíveis dados, análises e interpretações adicionais.

ÂMBITO DO REPORTEE SUAS LIMITAÇÕESEste relatório abrange o período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2006. Todavia, dado tratar-se do nosso primeiro relatório de sustentabilidade, aproveitámos a oportunidade para, em determinadas áreas, destacar o progresso e a história recente, de modo a facilitar a compreensão dos conteúdos e a apresentar melhor a nossa posição. Este relatório abrange todas as operações da Sonae Indústria a nível mundial, incluindo as empresas locais detentoras das insígnias Glunz, Isoroy, Sonae Novobord, Sonae UK, Tafisa, Tafisa Canada e Tafisa Brasil (ver o quadro no final deste relatório). A informação é apresentada de forma consolidada, sendo que todas as excepções estão devidamente identificadas.

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�SOBRE ESTE RELATÓRIO

Os dados relacionados com os temas do ambiente e da segurança, higiene e saúde foram preparados por cada unidade operacional individualmente, de acordo com os requisitos corporativos de reporte. Os outros dados foram coligidos a partir de informações provenientes das funções corporativas relevantes, tais como Planeamento e Controlo de Gestão e Recursos Humanos, assim como directamente das unidades operacionais. Sempre que necessário, as definições e as medidas de cada indicador aparecem no relatório juntamente com informação sobre esses mesmos indicadores.

Neste relatório, não temos a intenção de detalhar informações individualmente sobre operações, processos, actividades e produtos.

Os dados contidos neste relatório baseiam-se nos contributos provenientes de diversas operações e fontes de informação. Procurou-se assegurar que a informação não seja materialmente incompleta e não conduza a interpretações erradas.

RESPONSABILIDADEPELO RELATÓRIONo dia 14 de Junho, a Comissão Executiva analisou e aprovou o Relatório de Sustentabilidade da Sonae Indústria, relativo ao exercício de 2006.

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� CARTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

O CONTRIBUTO DOS PAINÉIS DERIVADOS DE MADEIRAPARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O sector da construção e uso de edifícios é responsável por cerca de um terço da utilização global de energia e pelas respectivas emissões de CO2. Em diversas partes do mundo, as florestas estão ame-açadas, com consequências para a biodiversidade e para as condições de vida de diversas populações, as quais têm expectativas legítimas de conseguirem viver em habitações condignas, com recurso a materiais de qualidade e acessíveis. O desafio do sector da construção e uso de edifícios reside, por conseguinte, em proporcionar todos os confortos da vida moderna, minimizando impactos adversos no ambiente.

A madeira, comparada com outros materiais, tais como o aço e o betão armado, tem um impacto ambiental claramente menos prejudicial quando utilizada como material de construção. Assim, os painéis derivados de madeira têm um efeito positivo em relação ao aquecimento global, através da melhoria da eficiência energética, o que permite a redução significativa dos custos relacionados com a energia nas habitações. Quando utilizados na construção, os painéis actuam como armazéns de carbono, o que contribui para a mitigação das emissões de CO2. No final da sua vida útil, os painéis derivados de madeira podem ser reciclados e transformados em novos produtos, reentrando, assim, num ciclo contínuo de reci-clagem. Por conseguinte, a procura de madeira e de painéis derivados de madeira para a indústria da construção deveria aumentar ainda mais.

2.CARTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

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�CARTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Caras partes interessadas,

Vivemos numa época excitante. Nunca antes houve tantos desafios relacionados com a sustentabilidade do planeta e nunca antes tivemos o nível actual de meios técnicos - e tecnológicos - para os resolver. As ideias podem ser imediatamente partilhadas em todo o mundo e, através da inovação, estão permanentemente a ser desen-volvidas alternativas às práticas correntes. Ou seja, enquanto que parte da actividade humana pode ter impactos sociais e ambientais negativos, os mesmos seres humanos, se estiverem dispostos a fazê-lo, têm o poder e a capacidade de alterar, para melhor, o rumo do desenvolvimento.

É minha convicção de que as empresas, na sua esfera de influência, devem contribuir para este processo. Na Sonae Indústria, observo um grande empenho em prol de um crescimento sustentável e rentável, algum progresso já atingido e um caminho a percorrer para melhorar o desempenho. Ao implementar as etapas e as acções contidas neste relatório, a Sonae Indústria irá conseguir definir indicadores-chave de desempenho para as áreas prementes de intervenção e medir e acompanhar o desempenho futuro. Com este primeiro Relatório de Sustentabilidade, a organização, num esforço de transparência, iniciou uma grande jornada de comunicação do desempenho, dos planos, dos sucessos e dos desafios às principais partes interessadas. Eu reitero e congra-tulo-os por essa decisão.

Pela natureza dos produtos que fabrica, a Sonae Indústria está a dar um contributo para o desenvolvimento sustentável. A actual gama de painéis derivados de madeira é decorativa, funcional e acessível, contribuindo simultaneamente para a eficiência energética, através de painéis especificamente concebidos para maximizar o isolamento, interior e exterior, térmico e acústico. Uma grande percentagem das matérias-primas utilizadas é de madeira reciclada ou reutilizada, proveniente de origens locais e sustentáveis, contribuindo, assim, para a preser-vação das florestas e para a redução das emissões relacionadas com o transporte de longas distâncias. Para além disso, a Sonae Indústria está empenhada no desenvolvimento de processos e práticas de produção susten-tável e no planeamento a longo-prazo das necessidades de investimento industrial. Tal inclui um forte compro-misso para com as pessoas que todos os dias trabalham arduamente na empresa para cumprir prazos e atingir novos objectivos.

Aprovo, claramente, a abordagem e a determinação da Sonae Indústria e, antes de mais, promovo-a pessoal-mente. Acredito que a Sonae Indústria está empenhada em tornar-se numa empresa exemplar, capaz de fornecer aos seus clientes os mais avançados painéis derivados de madeira, e de gerir, de forma activa, os impactos social, ambiental e económico.

Considerando o que foi dito, estou consciente de que as partes interessadas na Sonae Indústria não procuram apenas conhecer a sustentabilidade dos produtos, mas também o tipo de empresa que a Sonae Indústria é. Querem certificar-se de que a empresa se rege por valores e princípios sólidos, os quais norteiam, diariamente, todas as atitudes dos directores e restantes colaboradores. Para cumprir estas expectativas, sei que a Sonae Indústria se esforça por ser um parceiro de negócio justo e de confiança, demonstrando, em qualquer circuns-tância, a coragem e a determinação necessárias para se manter fiel aos valores da empresa. Estou convicto de que a Sonae Indústria se pautou sempre por estes princípios, mas o facto da gestão de topo da empresa estar a iniciar a formalização do código de conduta, o qual esteve sempre implícito, enquadra-se perfeitamente no momento. Com esta finalidade, espero que todos os colaboradores da Sonae Indústria em todo o mundo trabalhem com entusiasmo, prazer e determinação, concretizando, no seu dia-a-dia, o «Sonae Indústria Way» e se esforcem por actuar sempre de acordo com o compromisso da empresa em prol do crescimento sustentável e rentável.

Belmiro de Azevedo(Maia, 14 de Junho de 2007)

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� MENSAGEM DO PRESIDENTE EXECUTIVO

3.MENSAGEM DO PRESIDENTE EXECUTIVO

“Temos um longo historial de práticas empresariais responsáveis e estamos determinados e bem preparados para continuar a melhorar o nosso desempenho, à medida que as necessidades e as expectativas aumentam”

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�MENSAGEM DO PRESIDENTE EXECUTIVO

Caro leitor,

Este é o nosso primeiro Relatório de Sustentabilidade, onde descrevemos até onde fomos no nosso percurso rumo à sustentabilidade. Temos um longo historial de práticas empresariais responsáveis e estamos determinados e bem preparados para continuar a melhorar o nosso desempenho, à medida que as necessidades e as expectativas aumentam. Estamos empenhados em desafiar os colabora-dores da Sonae Indústria e os nossos parceiros empresariais, para participarem na prossecução do nosso objectivo: tornarmo-nos numa empresa rentável e sustentável. Muito está já a ser concretizado, mas ainda há muito por realizar.

Manter um balanço sólido e assegurar a melhoria contínua do nosso desempenho operacional é crítico e um pré-requisito para sermos uma empresa sustentável. Tanto a nossa situação financeira como o nosso desempenho estão a evoluir de forma positiva e estamos satisfeitos com o aumento de 16% do volume de negócios, para 1.699 milhões de euros e o aumento de 13% do EBITDA, para 234 milhões de euros, ambos registados em 2006 e em comparação com o ano transacto. Obtivemos igualmente um aumento sem precedentes, quer da capacidade produtiva, quer da utilização desta capacidade.

Para atingirmos o nosso propósito de sermos reconhecidos como uma empresa sustentável, identificámos um conjunto de metas e objectivos, para serem atingidos ao longo de 2007, o qual se encontra sumariado num quadro no final deste relatório.

Em 2006, melhorámos o nosso desempenho face a algumas das nossas medidas-chave de sustentabilidade:› Adquirimos os activos da Hornitex na Alemanha, a fábrica Darbo em França e montámos uma nova linha de melamina no Canadá. Iniciámos o investimento numa nova linha de aglomerado de partículas na África do Sul, a qual entrará em laboração em Junho de 2007, para além do investimento na reconstrução da linha de aglomerado de partículas no Canadá, a qual foi afectada por um incêndio em Abril de 2006 e que se prevê fique operacional a partir do início do 4º trimestre de 2007. Em 2006, o valor total do investimento nas nossas operações regionais atingiu 126 milhões de euros (excluindo o valor das novas aquisições).› Em termos ambientais, temos concentrado esforços no sentido de assegurar a adequada concretização dos pressupostos fundamen-tais para uma gestão eficiente do desempenho ambiental. Estabelecemos listas de verificação da conformidade legal a nível mundial e introduzimos o conceito dos Diagnósticos Ambientais Corporativos, incluindo uma avaliação exaustiva da conformidade ambiental em cada uma das operações. Procedemos à actualização da Política Ambiental da Sonae Indústria, fixada em 1996, de modo a que reflicta os desafios que actualmente enfrentamos.› Concluímos o diagnóstico de segurança, higiene e saúde em 17 das nossas operações, com o objectivo de perceber exactamente de que modo são tratados estes temas, a nível nacional e regional. Constatámos que, embora algumas operações os abordem de forma activa, ainda o fazem numa perspectiva muito local. Considerando as conclusões do diagnóstico, elaborámos a primeira Política Corporativa de Segurança, Higiene e Saúde da Sonae Indústria, o que representa um enorme passo no sentido da uniformização dos esforços com a segurança, higiene e saúde a nível global. Para além disso, estabelecemos 14 normas internas de segurança, higiene e saúde, que todas as nossas operações deverão cumprir na íntegra até 2010.› Levámos a cabo o primeiro inquérito ao clima social da empresa, o qual será um instrumento valioso para o desenvolvimento futuro.Os resultados deste inquérito revelaram uma opinião geral favorável sobre o nosso clima organizacional, embora dando mostras de necessidade de melhorias, uma vez que cerca de 50% das respostas foram globalmente favoráveis, com aproximadamente 25% des-favoráveis. Comparando com os resultados encontrados noutras empresas, que serviram de termo de comparação, conseguimos obter uma pontuação favorável em relação ao sentimento de compromisso para com a organização por parte dos nossos colaboradores e o mesmo tipo de sentimento, por parte da gestão de topo, para com a melhoria do desempenho em todas as áreas. Os nossos colabo-radores mostraram-nos que há ainda algum trabalho para ser desencadeado, não só na forma como recompensamos o trabalho que efectuam, mas também na flexibilidade que deveremos adoptar na operacionalização das regras e procedimentos da empresa.

Apesar de todos estes esforços e iniciativas, lamentamos profundamente a ocorrência de seis fatalidades em 2006, sobretudo por terem acontecido num ano em que reforçámos a consciencialização e criámos competências na área da segurança, higiene e saúde no âmbito das nossas operações. Exprimimos o nosso mais profundo pesar e expressamos as nossas sentidas condolências às famílias dos sinistrados. A saúde e a segurança dos nossos colaboradores e de todos aqueles que nos prestam serviços é uma questão da maior relevância para nós e assumimos o compromisso de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir a segurança e o bem-estar de todos durante as operações.

Este relatório inclui informações sobre as estruturas governativas da Sonae Indústria, sobre a forma como gerimos o risco subjacente às diversas áreas, como procuramos gerir o respeito pelos direitos humanos e como procuramos valorizar as comunidades locais onde nos inserimos.

A elaboração deste Relatório de Sustentabilidade 2006 foi um processo muito construtivo, que favoreceu o reconhecimento das áreas a melhorar e o planeamento do progresso e da implementação de mudanças. Trouxe uma nova dinâmica ao «Sonae Indústria Way» e responsabilizou-nos pelo cumprimento e comunicação destes objectivos no próximo ano. É desta forma que pretendemos continuar a melhorar o desempenho. Ao assumir o compromisso de publicar o Relatório de Sustentabilidade referente ao exercício de 2007, re-forçaremos a transparência e continuaremos a contruir a confiança com o leitor e com todas as outras partes interessadas relevantes. Estou certo de que este relatório será uma leitura agradável.

v

Carlos Bianchi de Aguiar(Maia, 14 de Junho de 2007)

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ACERCA DASONAE INDÚSTRIA

Com 34 unidades industriais, localizadas em 9 países em 4 continentes, somos um dos maiores produ-tores mundiais de painéis derivados de madeira. Em 2006, o número de colaboradores, a nível mundial, atingiu 7.041 e o volume de negócios ascendeu a 1.699 milhões de euros. Os nossos produtos são vendidos em 92 países e a nossa capacidade produtiva de painéis derivados de madeira é superior a 10 milhões de m3 por ano.

O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

FIGURA 2: Número de colaboradores por país (à data de 31 de Dezembro de 2006)

COLABORADORES POR PAÍS

2148

Penín

sula

Ibérica

14 Holanda

Alem

anha

258

8

912 França

Canadá 320Reino Unido 303

Brasil 349África do Sul 4

07

FIGURA 1: Capacidade por produto e região (2006)

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

SONAE INDÚSTRIACAPACIDADE DE PAINÉIS CRUSMilhares de m3 PB MDF OSB

EUROPA CENTRAL

3.7

30

1,530

585

5.845

PENÍNSULA IBÉRICA

1.8

30

500

2.400

RESTO DO MUNDO

1.3

55

450

1.805

4.O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

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�O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

Fomos uma subsidiária da Sonae SGPS até 2005, ano em que ocorreu a cisão em relação ao grupo Sonae e em que nos concentrámos exclusivamente na nossa competência principal: a produção de painéis derivados de madeira. O nosso negócio está orientado para a melhoria do desempenho operacional e orgulhamo-nos de poder contar com uma força laboral sólida e eficiente. Através de regras adequadas de governo da sociedade, de uma gestão do risco eficiente e de preocupações genuínas com o ambiente e a segurança dos nossos colaboradores, procu-ramos atingir o nosso objectivo de sermos reconhecidos como um líder mundial sustentável no sector dos painéis derivados de madeira.

Desde a fundação, em 1959, levámos a cabo um processo de expansão, concretizado de forma consolidada e durante um longo período, através de crescimento orgânico e de aquisições. Ao longo da década de 90, foram reali-zadas aquisições e efectuados investimentos significativos em projectos de raiz no Brasil, Canadá, África do Sul, Espanha e Reino Unido. Em 1998, através da aquisição do grupo alemão Glunz, expandimo-nos para a Alemanha e França. Em 2001, a nossa capacidade produtiva de painéis crus tinha crescido para um valor superior a 8 milhões de m3, comparado com apenas 5,3 milhões de m3 em 1999. Em 2005, entrámos numa parceria a 50% (joint-venture) com a Tarkett, em Eiweiler, na Alemanha. Mais recentemente, em 2006, adquirimos os activos do grupo alemão Hornitex e uma fábrica de aglomerado de partículas em França (Darbo), para além de investirmos em novas linhas de produção, para aumentar a capacidade na África do Sul e para substituir a linha danificada no Canadá.

Região

AlemanhaEspanha

FrançaPortugal

América do NorteBrasil

África do SulReino Unido

OutrosTotal

2006

24%16%11%9%7%7%6%6%

14%

405 434266 218187 602148 659119 021116 257106 320104 054245 750

1 699 315

2005

17%16%11%8%5%6%7%6%

23%

248 419240 703168 189115 69468 11087 971

103 98390 054

341 8971 465 020

milhares de eurosmilhares de euros

FIGURA 3: Distribuição geográfica das vendas e dos serviços prestados em 2005 e 2006

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�0 O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

Aquisição da fábrica de aglomerado de partículas Darbo, em Linxe A partir de 30 de Setembro de 2006

› Investimento de 30 milhões de euros em capital, 3 milhões de euros de dívida líquida› Capacidades de produção: 450 mil m3 de aglomerado de partículas e 7 milhões de m2 de revestimento a melamina› Vendas de 55 milhões de euros em 2005, ponto crítico do EBITDA atingido no 2º trimestre de 2006› Integração na estrutura de gestão da Península Ibérica – serão conseguidas sinergias, que contribuirão para que a

rentabilidade atinja o nível médio do grupo Sonae Indústria

Aquisição das unidades da Hornitex (Beeskow, Horn, Duisburg) A partir de 1 de Julho de 2006

› Capacidades de produção: 1,1 milhões de m3 de aglomerado de partículas, 300 mil m3 de MDF, 38 MW de energia através da cogeração com biomassa

› Em 2006, os impactos financeiros principais foram: - volume de negócios de 147 milhões de euros e EBITDA de 18 milhões de euros - investimento para adquirir os activos da Hornitex: › Capital de 60 milhões de euros › Dívida líquida de 55 milhões de euros sobre o balanço de Beeskow › Reclassificação de 40 milhões de euros de leasing operacional para leasing financeiro

Joint-venture com a Tarkett para a produção de pavimentos laminados, em Eiweiler› Início da produção: Outubro de 2006› Investimento de 60 milhões de euros para acrescentar uma linha de pavimentos laminados (flooring) e um armazém

automático› Capacidade de produção de 25 milhões de m2 de pavimentos laminados› Crescimento na cadeia de valor a jusante, de modo a assegurar uma maior e menos volátil rentabilidade

FIGURAS 4, 5 e 6: Crescimento total de capacidade / principais aquisições: Linxe (França); Joint-venture com a Tarkett (Alemanha); Hornitex (Alemanha)

VOLUME DE NEGÓCIOS E EBITDA RECORRENTEPENÍNSULA IBÉRICA (PORTUGAL E ESPANHA)Milhões de euros

500

400

300

200

100

02005

43

1

14%

2006

47

6

15%

1000

800

600

400

200

0

VOLUME DE NEGÓCIOS E EBITDA RECORRENTEEUROPA CENTRAL (FRANÇA, ALEMANHA E REINO UNIDO)Milhões de euros

2005

73

8

6%

2006

93

8

6%

500

400

300

200

100

0

VOLUME DE NEGÓCIOS E EBITDA RECORRENTERESTO DO MUNDO (BRASIL, CANADÁ E ÁFRICA DO SUL)Milhões de euros

2005

34

6

23%

2006

34

7

28%

FIGURA 7: Volume de Negócios e EBITDA (2005 e 2006)

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��O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

2005 20062004

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Fluxos de caixa das actividades de investimentos

Fluxos de caixa das actividades de financiamentos

Total dos fluxos de caixa

Distribuição de resultadosResultados transitados

Reservas legais

Reservas livres

Proposta de dividendos

131 042 656

22 276 626

-103 557 626

49 763 660

68 685

1 305 009

1 373 694

172 501 617

-4 136 616

-126 688 645

41 678 361

157 749

59 994

982 136

1 199 879

192 505 586

-182 685 240

65 427 754

75 250 106

0

1 280 144

24 322 740

0

25 602 884

FIGURA 8: Demonstração de fluxos de caixa e de aplicação de fundos (Euros)

BalançoMilhões de euros

1 242

561

1 803

529

665

89

183

337

1 274

1 803

1 360

796

2 156

548

802

141

259

406

1 608

2 156

Activos não-correntes

Activos correntes

Total do activoTotal dos capitais próprios

Dívida financeira a médio, longo-prazo

Dívida financeira a curto-prazo

Fornecedores

Outros passivos

Total do passivoTotal do passivo + capitais próprios

2005 2006

FIGURA 9: Estrutura do balanço

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�� O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

O QUE NOS MOTIVA

Os nossos clientesEnquanto produtor líder de painéis derivados de madeira, presente em diferentes áreas geográficas, abar-cando diversas culturas, estamos determinados em produzir produtos de excelente qualidade e prestar um óptimo serviço ao cliente. Esforçamo-nos por ser um fornecedor justo e de confiança e por manter relações comerciais duradouras, o que favorece, ao longo do tempo, uma colaboração estreita com os clientes e permite a recolha de opiniões, que são fundamentais para a melhoria contínua dos nossos produtos e serviços. Fomentamos a troca de conhecimento das melhores práticas industriais e experiên-cias acumuladas no âmbito das nossas operações em todo o mundo, porque permite uma transferência valiosa de competências e de saber.

Desenvolvimento sustentávelO nosso compromisso em prol do desenvolvimento sustentável leva-nos a olhar para os processos e práticas do negócio com abordagens novas e inovadoras. Enquanto empresa industrial, estamos cientes das pegadas ambientais e sociais que deixamos para trás e consideramos que a gestão destas questões é da maior pertinência para o sucesso da nossa actividade. O primeiro passo deste compromisso foi dado com a adopção do conceito de eco-eficiência, tal como está definido pelo World Business Council for Sustainable Development, o qual foi confirmado pela gestão de topo, através da subscrição da Directiva da Política Ambiental da Sonae Indústria, emitida em Maio de 1996. Em 2006, esta política foi actualizada, para reforçar o compromisso do grupo em relação a questões prementes, tais como a escolha de maté-rias-primas provenientes de origens sustentáveis e a adopção de princípios de desenvolvimento susten-tável e de eco-eficiência em todas as práticas do negócio.

A saúde e a segurança dos nossos colaboradores é uma das nossas maiores preocupações. Ao nível das operações, procuramos facultar a todos os colaboradores e demais contratados um ambiente de trabalho seguro, de modo a evitar acidentes, ferimentos e doenças do trabalho, durante a actividade produtiva. No contacto diário com os colaboradores, empreendemos esforços no sentido de aumentar o seu nível de consciência para diversas questões genéricas relacionadas com a saúde. A Comissão Executiva da Sonae

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��O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

Indústria aprovou, em 2006, a Política Corporativa de Segurança, Higiene e Saúde, a qual será utilizada como ponto de partida num processo de melhoria contínua. Esta iniciativa surgiu na sequência da criação de uma nova função corporativa, a de Director de Segurança, Higiene e Saúde, em 2005, um passo que conduziu a acções concretas e ao desenvolvimento de uma estrutura responsável pelo tratamento, ao nível de toda a organização, de todas as questões relacionados com este tema. Permitiu igualmente cimentar o compromisso dos líderes de topo em gerir estes temas como imperativo estratégico.

Onde quer que estejamos presentes, partilhamos uma enorme preocupação com o desenvolvimento das comunidades onde os nossos colaboradores vivem e trabalham. Procuramos estimular a mudança, através da nossa intervenção activa na resolução de questões prementes enfrentadas pelas comunidades locais e globais. Por exemplo: na África do Sul, estamos envolvidos na promoção de indivíduos anterior-mente em situação de desvantagem (PDI - Previously Disadvantaged Individuals); no Brasil, financiamos a formação de crianças e jovens em questões relacionadas com o ambiente. Em outros locais, procuramos ainda envolver-nos em diálogos com os cidadãos para resolver situações que os preocupam.

CrescimentoNo sentido de consolidar a nossa posição de liderança no sector de painéis derivados de madeira, tencio-namos continuar o processo de expansão para regiões do mundo que tenham um elevado potencial de crescimento económico, onde haja abundância de matéria-prima lenhosa em condições competitivas e onde a nossa experiência e competência acumuladas na produção de painéis derivados de madeira seja uma vantagem competitiva e uma fonte de criação de valor. Para atingir este objectivo, continuaremos a optimizar as operações e processos básicos, de modo a assegurar formas expeditas de produção e a manutenção de um nível de qualidade elevado.

OS NOSSOS PRODUTOSOs painéis derivados de madeira são uma alternativa excelente e com vantagens evidentes em relação à madeira maciça, nomeadamente na eficiência da utilização das matérias-primas. Outra vantagem espe-cífica é a flexibilidade dimensional, a qual, contrariamente à madeira maciça, permite a produção de

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dimensões à medida, que podem adaptar-se às necessidades das aplicações dos clientes. Assim, hoje em dia, constata-se que, num número cada vez maior de aplicações, os painéis derivados de madeira substituem a madeira maciça.

Os nossos produtos de base são: o aglomerado de partículas (PB – ParticleBoard), o qual é muito versátil e apropriado para a generalidade das utilizações nas indústrias do mobiliário e da construção; o aglome-rado de fibras de média densidade (MDF - medium density fibreboard) que é um excelente substituto da madeira maciça e ideal para as especificidades das indústrias de mobiliário, pavimentos (flooring) e cons-trução; e o painel de partículas lameladas e orientadas (OSB - oriented strand board) que é extremamente resistente e adequado para aplicações estruturais e não-estruturais na indústria da construção.

Mais de 50% da nossa produção é transformada em produtos de valor acrescentado, tais como: pavi-mentos laminados (laminate flooring), painéis revestidos a melamina (MFC - melamine faced board) e painéis acústicos. Estes, por sua vez, são utilizados numa grande variedade de aplicações, tais como: mobiliário, pavimentos, prateleiras, portas, embalagem, decoração de interiores e utensílios de cozinha e jardinagem.

A NOSSACADEIA DE VALORA imagem pública da indústria da fileira de madeira é penalizada por questões relacionadas com a prove-niência e subsequente produção da madeira e dos produtos derivados desta. A preocupação principal prende-se com o impacto da desflorestação e de más práticas de gestão florestal, sobretudo no caso das florestas tropicais. Pretende-se que as empresas verifiquem se a madeira comprada a terceiros é prove-niente de florestas geridas de forma sustentável, tendo em conta a protecção da biodiversidade, assim como os direitos dos povos indígenas. Outras preocupações têm a ver com a introdução de contaminantes através da madeira reciclada e com as emissões resultantes dos processos produtivos e dos próprios produtos. Estas são questões reais e pertinentes, que a indústria está a esforçar-se por resolver. Para apoiar este processo, estamos envolvidos activamente em iniciativas para a normalização e certificação da gestão florestal sustentável, a nível nacional e internacional. Para além disso, procuramos sempre gerir de forma sustentável a nossa actividade, desde a produção, passando pela cadeia de fornecimento até à relação com os nossos clientes.

Aprovisionamentoe cadeia de fornecimentoA matéria-prima principal da Sonae Indústria é a madeira proveniente de resíduos industriais, tais como: serrim e desperdícios de madeira pós-consumo. Em 2006, 19% do consumo de matérias-primas foi proveniente de madeira reciclada (madeira de pré e de pós-consumo), 43% de subprodutos fornecidos pelas serrações e 38% de rolaria, toros de pequena dimensão adquiridos directamente a plantações ou a florestas bem geridas. Tal significa que a maior parte das matérias-primas utilizadas na nossa produção de painéis derivados de madeira provém directamente de materiais que, de outro modo, seriam conside-rados resíduos. Transformamos estes materiais em produtos sustentáveis de valor acrescentado, os quais podem ser reciclados no final da sua vida útil. São poucas as indústrias que podem orgulhar-se de atin-girem níveis similares de abastecimento sustentável. Em 2006, na nossa fábrica de Knowsley, a quanti-dade de madeira reciclada utilizada na produção foi de 95%.

A preservação de relações estreitas e duradouras com os nossos fornecedores favorece a consolidação da nossa ambição de gerir um negócio sustentável. Permite ainda o planeamento ao longo do tempo dos fornecimentos em colaboração com o fornecedor e assegura um nível de qualidade constante, assim como a oportunidade de negociar preços favoráveis das matérias-primas, devido à concretização de contratos a longo-prazo. Investimos em equipamento de limpeza, o que nos permite a depuração das matérias-primas face a determinados tipos de contaminantes. Procuramos que os nossos aprovisiona-mentos se efectuem numa base regional, próximos das unidades fabris, de modo a minimizar os custos logísticos, devido à estrutura e ao volume das matérias-primas derivadas de madeira. Consequente-mente, o transporte de curta distância é maximizado, reduzindo, assim, as emissões para a atmosfera dos camiões e de outros meios de transporte. Materiais como resinas, metanol e papel, os quais são mais facilmente transportados em percursos de longa distância, são adquiridos centralmente, a um número reduzido de fornecedores, com os quais temos uma relação de longo prazo.

O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

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Unidadesde produçãoOs processos de produção são optimizados sistematicamente, para assegurar uma grande eficiência na utilização de recursos. Por exemplo, os materiais não-reutilizáveis e não-recicláveis no processo produtivo são encaminhados para a geração de energia, sob a forma de calor e electricidade. Isto não só proporciona uma fonte local de energia de custos reduzidos, como também reduz significativamente a quantidade de resíduos, que necessitam de destino final, contribuindo, deste modo, para a utilização sustentável de recursos. Os sistemas integrados de gestão para questões relacionadas com a qualidade, o ambiente e a segurança são outra característica fundamental das nossas operações. Mais detalhes podem ser encon-trados nos capítulos «Eficiência e recursos ambientais» e «As pessoas na organização».

Vendase clientesOs nossos clientes são exclusivamente grossistas e indústrias, por conseguinte, não temos contacto directo com o utilizador final. Ao dedicar um vendedor sedeado localmente a cada cliente, damos prio-ridade a uma proximidade estreita com os clientes, minimizando, assim, o tempo de resposta às soli-citações e beneficiando de um conhecimento profundo das necessidades do cliente, o que nos permite manter uma relação forte e duradoura e corresponder à nossa ambição de sermos um fornecedor dedi-cado e de confiança. As vendas são igualmente planeadas com a devida antecedência, para evitar vendas casuísticas e assegurar preços justos para o cliente e receitas estáveis para a Sonae Indústria. Ao longo dos anos, registámos grandes benefícios destas relações duradouras e sustentáveis com o cliente, em termos de forte confiança mútua, maior conhecimento da indústria do cliente e aumento da capacidade de previsão da produção e vendas.

Criando um percursorumo à sustentabilidadeA nossa ambição é a de sermos capazes de progredir, demonstrando excelentes práticas corporativas de responsabilidade e sustentabilidade, no âmbito do nosso sector industrial. Pretendemos ser capazes de articular claramente a nossa posição sobre estas questões e a forma como estas se enquadram no «Sonae Indústria Way», para podermos transmitir, de forma inequívoca, estas mensagens às nossas partes inte-ressadas. Iremos assegurar a integração eficiente dos nossos compromissos nas práticas e processos de todas as nossas unidades, partilhando ainda os nossos ideais com as novas aquisições, ajudando-as a adoptar os nossos compromissos.

O NOSSO CONTEXTO DE NEGÓCIO

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A NOSSA VISÃO E DIRECTRIZES ESTRATÉGICASO propósito da Sonae Indústria é ser reconhecida como um sustentável líder mundial no sector dos painéis derivados de madeira. Vemo-nos como uma empresa que embarcou numa viagem rumo à concretização deste objectivo de longo-prazo, que atingiu já alguns marcos importantes e que tem ainda outros pela frente. Para nos mantermos na rota e concentrados no objectivo, navegamos de acordo com um conjunto de directrizes estratégicas, as quais, estamos certos, irão ajudar-nos a chegar ao destino. Acima de tudo, iremos manter o carácter multi-regional da nossa actividade e iremos expandi-la para regiões que ofereçam condições empresariais adequadas, ao mesmo tempo que mantemos um balanço sólido e asse-guramos a sustentabilidade económica do negócio, dotando as nossas operações de regras adequadas de governo corporativo. Para cumprir este objectivo de longo-prazo, temos de prestar uma atenção cons-tante à inovação e à melhoria contínua do desempenho operacional. Iremos também proceder a uma abordagem sistemática das questões relacionadas com a saúde e a segurança dos colaboradores, assim como com os impactos ambientais. A gestão de topo da Sonae Indústria está determinada a atingir a excelência, através de uma abordagem sustentável para fomentar o crescimento e para interiorizar este ideal no modo como operamos em todo o mundo.

O “SONAE INDÚSTRIA WAy”A nossa cultura corporativa é o pilar onde assenta a nossa forma de estar, diariamente, no negócio. Serve de guia ao modo como interagimos uns com os outros, com os clientes e com os fornecedores, para além de ser a base sobre a qual procuramos concretizar a nossa visão. Temos tendência a referir-nos a uma única «forma de ser e de fazer as coisas na Sonae Indústria», quando descrevemos a vasta rede de valores e comportamentos não materializáveis, que caracterizam a nossa cultura corporativa. A nossa gestão de topo dá o mote e a nossa cultura única e singular trespassa toda a organização.

Acreditamos que a cultura da Sonae Indústria é bem conhecida pelo grande nível de flexibilidade e adap-tabilidade existente entre a gestão de topo e os colaboradores. O nosso percurso, em estreita ligação com a história da Sonae SGPS, tem sido de rápido crescimento e expansão para novos mercados, num período de tempo relativamente curto. Em determinados momentos, houve também a necessidade de desistir de algumas áreas de negócio, diminuir a actividade ou mesmo desinvestir. Tudo isto teve impacto na forma

VISÃO, VALORES E PRINCÍPIOS

5.VISÃO, VALORES E PRINCÍPIOS

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como pensamos e actuamos presentemente. Ao longo deste processo, a organização da Sonae Indústria viu-se desafiada a absorver e a integrar um conjunto diversificado de culturas empresariais e geográficas. Até agora, esta integração tem sido bem sucedida, devido à abertura de espírito utilizada nas abordagens. Em vez de impor a cultura Sonae Indústria nas novas aquisições, procurámos envolver a gestão local nas discussões e na colaboração, permitindo-lhes que gradualmente se adaptassem à nossa forma de estar no negócio. Ao proporcionar um elevado nível de autonomia à gestão local, construiu-se confiança mútua e partilharam-se as melhores práticas para benefício de todos.

Onde quer que operemos, orgulhamo-nos por manter a tradição - e a reputação - de trabalho árduo em todos os níveis da organização. A gestão local e os colaboradores estabelecem continuamente desafios para melhorar o seu desempenho. Assim, um inquérito recente à satisfação dos colaboradores revelou um nível elevado de ética no trabalho e de responsabilidade, respeito e lealdade para com a Sonae Indústria. Esta situação e o recrutamento de pessoas altamente especializadas e experientes nas novas aquisições, permitiu-nos construir empresas rentáveis e sustentáveis numa diversidade de regiões e de mercados. Não é de somenos importância, o empenho contínuo da gestão de topo da Sonae Indústria rumo ao cres-cimento sustentável e rentável. Ao exteriorizar o princípio de que o bom desempenho tem de preceder as histórias de sucesso, consolidámos a nossa posição no mercado e criámos alicerces sólidos para o cres-cimento sustentável.

FORMALIZANDO OS NOSSOS VALORES E PRINCÍPIOSAté à cisão em 2005, a Sonae Indústria estava firmemente enraizada na cultura e sistema de valores da empresa-mãe, a Sonae SGPS. Devido à natureza diversificada dos negócios do grupo Sonae, que incluem distribuição, telecomunicações e imobiliária, o seu sistema de valores é direccionado para diversos sectores, extremamente díspares, e com diferentes preocupações e desafios. Após o processo de cisão, sentiu-se a necessidade de articular os nossos valores e princípios e de os estruturar num código de conduta ou no «Sonae Indústria Way». Este processo encontra-se a decorrer e permite que nos focali-zemos no contexto do negócio, nas partes interessadas e nos desafios relevantes para a nossa actividade e para o sector dos painéis derivados de madeira.

VISÃO, VALORES E PRINCÍPIOS

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Os temas-chave de importância estratégica para a Sonae Indústria, que devem ser considerados na formalização do «Sonae Indústria Way», estão contidos em quatro aspectos principais: a promoção de uma cultura empreendedora; o compromisso de adopção de práticas empresariais socialmente respon-sáveis; responsabilidade pelos colaboradores e independência do poder político.

Promoção de uma cultura empreendedoraA expansão da nossa actividade, que retomou fôlego durante 2006, é testemunha de uma cultura empre-sarial inovadora e empreendedora, que acreditamos tem uma enorme capacidade para crescer e criar valor para os nossos clientes. Independentemente da área geográfica e da cultura, esforçamo-nos por encontrar modelos e soluções de negócio que vão de encontro às necessidades dos nossos clientes. Este espírito empreendedor e desejo de inovar transcende as diferenças culturais e é partilhado por todas as nossas operações.

Compromisso de adopção de práticas empresariais socialmente responsáveisEm todas as localizações, as nossas operações assumem o compromisso de adoptar práticas socialmente responsáveis. Enquanto que as preocupações das partes interessadas podem variar, dependendo da área geográfica e de circunstâncias específicas relacionadas com cada uma das operações, nós esforçamo-nos por abordar as suas preocupações de forma positiva e construtiva. Gostaríamos de ser conhecidos por mostrarmos abertura de espírito e proximidade em relação às partes interessadas, independentemente do tema em questão.

Responsabilidade pelos colaboradoresA gestão de topo da empresa preocupa-se com o desenvolvimento de competências e motivação do quadro de pessoal. Procuramos desenvolver continuamente as suas competências através de programas de educação específicos e outras ofertas de formação, para além de lhes proporcionar tarefas inte-ressantes e desafiadoras, que lhes permitam aprofundar o desenvolvimento das suas capacidades. O processo de avaliação instituído, baseado no mérito e no desenvolvimento da carreira, ajuda a planear promoções e progressões. Apesar de ser conhecida como uma organização onde se trabalha afincada-mente, temos a noção de que os nossos colaboradores têm compromissos fora do local de trabalho e esforçamo-nos por lhes possibilitar um equilíbrio adequado entre a vida profissional e pessoal.

Independência do poder políticoEmbora conscientes da importância de manter uma boa relação com as autoridades governamentais e reguladoras mais relevantes, procuramos manter-nos independentes de qualquer influência política.

Os princípios acima mencionados foram comunicados aos colaboradores dos grupos Sonae e Sonae Indústria, num artigo escrito por Paulo Azevedo (membro dos Conselhos de Administração da Sonae e da Sonae Indústria), numa revista interna, em Dezembro de 2005. Estima-se que o processo de elabo-ração e formalização dos nossos valores e princípios esteja concluído em 2007 e será aprofundado no nosso próximo relatório de sustentabilidade.

Próximos passos

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Visão, Valores e Princípios

Ética e Cultura

Formalizar a Visão, os Valores eos Princípios

Identificar e formalizar asnormas de ética empresarial

Formalizar a Visão, os Valores e osPrincípios

Criar o Código de Conduta

Propor a estrutura de Governo dasquestões Éticas

Após a criação do Código deConduta, identificar se algumaspolíticas e directrizes devem serdesenvolvidas e/ou actualizadas eelaborar um plano de comunicaçãoe de implementação

VISÃO, VALORES E PRINCÍPIOS

Actividades planeadas para 2007 Actividades a médio-prazo

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“Estamos empenhados em desafiar os colaboradores da Sonae Indústria e os parceiros empresariais, para participarem na prossecução do nosso objectivo: tornarmo-nos numa empresa rentável e sustentável.

Muito está já a ser concretizado, mas ainda há muito por realizar.”

Carlos Bianchi de Aguiar

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6. INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

OS NOSSOS ARGUMENTOS PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL E RENTÁVELPara a Sonae Indústria, o compromisso para o crescimento sustentável e rentável significa tentar forte-mente conciliar a nossa ambição de crescer e de gerir um negócio rentável com a adopção de práticas empresariais responsáveis. Tal inclui prestar uma atenção cuidada à saúde e segurança dos colabora-dores; investir nas comunidades, onde vivemos e trabalhamos; assumir uma atitude responsável perante o ambiente; e fornecer aos clientes produtos, com melhor desempenho, em termos de sustentabilidade. Estamos determinados a consegui-lo, porque cremos que fomentará a rentabilidade, a longo-prazo, do nosso negócio, a qualidade de vida actual dos nossos colaboradores e comunidades locais e assegurará um crescimento sustentável para o futuro. Esta questão requer um planeamento cuidado e um investi-mento de tempo e de recursos e é a principal argumentação para o compromisso da Sonae Indústria em relação às práticas empresariais sustentáveis. Tencionamos consolidar estes argumentos empresariais na nossa organização, através da fixação de objectivos de sustentabilidade a longo-prazo e da definição de um processo de avaliação e medição do desempenho.

Os nossos argumentos para práticas empresariais sustentáveisEm primeiro lugar, o nosso compromisso permite-nos atrair e reter pessoas com o perfil necessário para nos ajudar a gerir um negócio rentável. Aspectos como, boas condições de trabalho, remuneração justa e respeito pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são factores relevantes e que motivam a opção por um determinado empregador. Tomamos estes aspectos em consideração e acreditamos que esta é uma justificação clara para o facto de muitos dos nossos colaboradores optarem por permanecer connosco durante um longo período de tempo. Ser conhecido pelo compromisso assumido de crescer de forma sustentável e rentável, pode ajudar a atrair pessoas com a mesma atitude. Mais informação sobre as nossas práticas em termos de recursos humanos está patente no capítulo «As pessoas na orga-nização» e no resultado do inquérito global aos colaboradores.

Os accionistas querem estar confiantes de que o nosso negócio irá prosperar, no presente e no futuro. A concretização de um crescimento sustentável irá permitir que atinjamos classificações mais elevadas nos

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

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índices de sustentabilidade do investimento, criando, assim, uma base para o aumento do investimento e uma relação sólida e de longo prazo com os investidores. Ao apresentarmos estratégias claras para gerir uma série diversificada de riscos potenciais e oportunidades futuras de negócio, incluindo os que estão relacionados com a sustentabilidade, iremos reforçar a nossa posição perante os investidores.

Através do aperfeiçoamento dos sistemas de gestão, será possível medir e documentar o desempenho e identificar as lacunas que necessitam de melhoria, o que nos dará uma base fiável para melhorar a comu-nicação do nosso desempenho e ambições futuras às principais partes interessadas. Estamos, neste momento, a trabalhar para aperfeiçoar os nossos sistemas.

Uma vez que grande parte do nosso crescimento ocorre através de aquisições, estamos conscientes do impacto que temos – e que podemos, potencialmente, ter – nas empresas adquiridas. O nosso compro-misso para com o crescimento sustentável e rentável, leva-nos a procurar introduzir práticas empresariais sustentáveis nestas novas localizações, contribuindo, deste modo, para a disseminação e consolidação da agenda do desenvolvimento sustentável.

AS NOSSAS PARTES INTERESSADAS E OS SEUS TEMAS DE RELEVÂNCIARealizámos, a nível corporativo, duas sessões de trabalho de análise às partes interessadas, para identi-ficar os mais relevantes para nós e os temas que consideram fundamentais. Uma das sessões foi condu-zida por uma equipa da Sonae Indústria e a outra por um grupo de consultadoria externo. Para além disso, foram efectuadas 26 entrevistas a administradores executivos e a directores de topo e ainda uma análise a documentos corporativos, de modo a obter-se uma visão completa. Em resultado destes estudos preli-minares e em termos globais, os colaboradores e os accionistas foram identificados como as principais partes interessadas da Sonae Indústria. Seguidamente, o resultado das entrevistas e da análise dos docu-mentos foi consolidado, estruturado e prioritizado, estando planeada a utilização desta visão de conjunto, durante 2007, em análises mais alargadas às partes interessadas.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

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O NOSSO PERCURSO DECRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 1959 › Foi fundada a primeira fábrica no norte de Portugal1971 › Aquisição de uma participação de 50% na Novopan – fabricante de aglomerado de partículas em

Portugal1975 › A Sonae inicia a produção de resinas1984 › Aquisição e modernização da Agloma – o maior produtor português1987 › Consolidação da posição de liderança em Portugal com a aquisição da SIAF e da Paivopan Início da expansão internacional com a aquisição da Spanboard, na Irlanda do Norte1993 › Expansão para Espanha e Canadá através da aquisição do grupo Tafisa – ao longo dos anos 90,

efectuaram-se outras aquisições e investimentos em projectos de raiz no Brasil, África do Sul e Reino Unido

1996 › Foi aprovada a primeira política corporativa de ambiente1997 › Foi incluído o primeiro capítulo sobre eco-eficiência no relatório anual1998 › Expansão para a Alemanha e França, através da aquisição do grupo alemão Glunz1999 › A capacidade de produção de painéis crus atinge os 5,3 milhões de m3

2000 › Aquisição das fábricas da Sappi Novobord na África do Sul Atribuição das primeiras certificações ambientais (ISO 14001) a duas fábricas. Nos 3 anos

seguintes, foram certificadas 2 fábricas por ano2001 › A capacidade de produção de painéis crus ultrapassa os 8 milhões de m3

2004 › Primeiras reuniões do SREC2005 › Joint-venture com a Tarkett para a produção e comercialização de pavimentos laminados2006 › Aquisição dos activos do grupo alemão Hornitex e de uma fábrica em Linxe, em França (Darbo) A capacidade de produção de painéis crus excede os 10 milhões de m3

Foi aprovada a primeira política corporativa de segurança, higiene e saúde Actualização da política de ambiente

A NOSSA ABORDAGEMÀ SUSTENTABILIDADEPara nos tornarmos numa empresa sustentável, em vez de estabelecer esquemas e estratégias, introdu-ziram-se práticas empresariais, através de um processo quase imperceptível de interacção diária com os colaboradores e as outras partes interessadas; mais tarde, procedeu-se à sistematização e formalização destas práticas e processos, continuando este processo a decorrer sempre que nos vamos apercebendo de questões que necessitam de ser melhoradas. Simultaneamente, o processo foi sendo acelerado, em resul-tado do diálogo com as partes interessadas acerca da premência das questões sociais e ambientais e da expansão do negócio para regiões com contextos empresariais diferentes.

Os facilitadores-chave e as iniciativas mais relevantes neste processo englobam: um forte compromisso por parte da gestão de topo; a integração das vertentes da sustentabilidade nos sistemas de gestão, para asse-gurar uma melhoria contínua; a criação de uma comissão de competência especializada (com elementos do Conselho de Administração) dedicada aos temas relacionados com a sustentabilidade; a participação em redes externas ligadas ao desenvolvimento sustentável; e uma cultura de inovação alargada a toda a organização. Mais abaixo, encontrará informação mais pormenorizada sobre estes facilitadores e inicia-tivas. Apesar de se tratarem de passos importantes e de pré-requisitos para o nosso progresso contínuo em direcção às práticas empresariais sustentáveis, estamos cientes de que a nossa empresa ainda está no ponto de partida deste percurso e que ainda há muito para fazer.

A dedicação da nossa gestão de topoNum processo deste género, é inquestionável a importância do compromisso da gestão de topo que, no caso da Sonae Indústria, está fortemente empenhada em desenvolver uma abordagem estratégica direccionada para o crescimento sustentável e rentável, bem como em integrar esta abordagem na organização. Durante 2006, a Comissão Executiva da Sonae Indústria demonstrou este empenho em várias ocasiões, dentro e fora da empresa. Por exemplo, a Comissão Executiva reforçou o compromisso de gerir as questões ambientais, ao actualizar e reafirmar a nossa política ambiental de 1996, extensiva a todo o grupo. Do mesmo modo, aprovaram e subscreveram a política corporativa de segurança, higiene e saúde e adjudicaram um diagnós-tico exaustivo de segurança, higiene e saúde, para avaliar o nível de desempenho nas várias unidades. Em Outubro, a equipa de gestão participou numa sessão de trabalho de segurança, higiene e saúde, dirigida aos gestores de topo, em Mangualde (Portugal), para enfatizar a importância de que se revestem estes temas.

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Uma sessão semelhante foi organizada em Beeskow, na Alemanha. O nosso Presidente Executivo, Carlos Bianchi de Aguiar, é membro da Direcção do Business Council for Sustainable Development (BCSD Portugal), o parceiro português do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), organização que foi criada em 2001 e que contou com a participação activa do grupo Sonae. Para além disso, Louis Brassard, membro executivo do Conselho de Administração e Administrador de Operações do Canadá (Chief Opera-tions Officer), é membro da Comissão Executiva da Composite Panel Association, a associação norte-ameri-cana do sector dos painéis derivados de madeira. A gestão de topo tem estado ainda activamente envolvida no desenvolvimento da estratégia de comunicação da sustentabilidade da Sonae Indústria. Mais informa-ções acerca do compromisso da gestão de topo, encontram-se neste relatório nas ”Carta do Presidente do Conselho de Administração” e “Mensagem do Presidente Executivo”.

Integração da sustentabilidade nos sistemas de gestãoAo longo dos últimos anos, o desenvolvimento e a implementação de sistemas integrados de gestão têm sido um esforço constante. Estes sistemas ajudam-nos a assegurar que as questões relacionadas com as partes interessadas são tratadas adequadamente, incluindo as relacionadas com o risco, para além de garantirem que estamos a respeitar a legislação e as normas relevantes. Numa indústria altamente norma-lizada, tal como a dos painéis derivados da madeira, a gestão da qualidade é quase um pré-requisito para o sucesso do negócio. Os nossos sistemas de gestão possibilitam uma abordagem sistemática, permitindo a prioritização detalhada, o planeamento da execução, da medição, assim como a avaliação do desem-penho. Através desta abordagem estruturada, temos uma boa base para assegurar uma melhoria contínua em todas as áreas relacionadas com a sustentabilidade. A gestão dos nossos sistemas e produtos é porme-norizada no capítulo «Eficiência e recursos ambientais».

Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente(Social Responsibility and Environment Committee, SREC)Em 2004, foi criada a Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente (Social Responsibility and Envi-ronment Committee, SREC). Na qualidade de comissão consultiva do Conselho de Administração, a função do SREC é de análise e monitorização dos impactos social, ambiental e económico das operações da Sonae Indústria e de aconselhamento sobre estas questões. Sem poderes executivos, a função-chave do SREC é ser uma figura desafiadora, que sugere novas iniciativas e melhorias. Para mais informação sobre o SREC, conferir o capítulo “Governo da sociedade”.

Organizações internacionais e parceriasA Sonae Indústria tem uma participação activa nas organizações internacionais relevantes para o sector dos painéis derivados de madeira. Nestes fóruns, expressamos o nosso apoio às organizações que lidam com questões, tais como as práticas de gestão florestal sustentável e o ecodesign. Também trabalhamos para que os resíduos de madeira sejam incluídos como materiais certificáveis no âmbito dos quadros de referência internacionais de certificação de produtos florestais e estamos empenhados no desenvolvimento de novas unidades de produção de energia a partir de biomassa. Segue-se uma listagem das organizações em que estamos envolvidos:

European Panel Federation –(EPF), com sede em Bruxelas, representa a indústria de painéis derivados de madeira na Europa. Os associados da EPF são empresas e associações nacionais. É um fórum onde se discutem, com frequência, questões relacionadas com a sustentabilidade.

Confederation of the Woodworking Industries –(CEI-Bois), também sediada em Bruxelas e partilhando as instalações, o secretariado e equipa técnica com a EPF, representa a totalidade do sector europeu da fileira de madeira. Os associados são federações (incluindo a EPF) e associações nacionais.

Forest Stewardship Council –(FSC), é uma organização internacional, sem fins lucrativos, constituída por associados, que procura encontrar soluções para problemas resultantes de más práticas de silvicultura e premiar as boas práticas de gestão florestal. No Reino Unido e com o apoio do FSC, a Sonae Indústria testou as regras actuais para o uso de alegações com base na percentagem de matéria-prima certificada, que são aplicáveis ao processo de certificação da cadeia de responsabilidade dos produtos florestais.

Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes –(PEFC), é, actualmente, o maior sistema internacional de certificação florestal. Criado como uma alternativa ao FSC, engloba associações de pequenos proprietários florestais e indústrias de pequena dimensão, entre os principais apoiantes. Desde 1999, a Sonae Indústria tem cooperado com o grupo de trabalho Cadeia de Responsabilidade do PEFC e, em 2002, passámos a ser um membro regular deste grupo. Um dos contributos mais importantes resul-

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tante dos esforços do grupo foi a adopção, em 2005, de uma nova opção no âmbito das regras para a cadeia de responsabilidade do PEFC, para a certificação de madeira reciclada e não apenas a adquirida directamente às explorações florestais. Esta opção possibilita uma imagem mais transparente do aprovi-sionamento responsável e da utilização dos recursos lenhosos.

World Business Council for Sustainable Development –(WBCSD), uma associação empresarial, a nível mundial, que conta aproximadamente com 180 empresas. É uma organização exclusivamente direccio-nada para questões relacionadas com o mundo empresarial e o desenvolvimento sustentável que faculta uma plataforma às empresas para explorarem o desenvolvimento sustentável e partilharem as melhores práticas. A Sonae Indústria esteve envolvida no grupo de trabalho sobre eco-eficiência, o qual já terminou o seu mandato.

Temos colaborado em parceira com outras partes interessadas nas questões relacionadas com a floresta para a promoção da gestão florestal sustentável. Na África do Sul, por exemplo, contribuímos para o finan-ciamento de um projecto de biodiversidade da World Wildlife Foundation (WWF), nas florestas húmidas de Mpumalanga, onde estão localizadas duas das nossas operações.

O nosso departamento global de I&D também participa activamente em diversos projectos Europeus e internacionais. Todos estes projectos contribuem para a nossa estratégia de posicionamento na Europa. Estamos, actualmente, envolvidos em 9 projectos com 7 países em 4 áreas definidas (novos materiais, novos processos, construção e formação). Por exemplo, na Alemanha, estamos a colaborar com o Insti-tuto IHD, no desenvolvimento de métodos de produção de elementos de madeira, integrados com mate-rial têxtil, de duas e três dimensões, multi-funcionais e de alto desempenho. Em Itália, estamos a trabalhar com o Instituto COSMOB, no desenvolvimento de técnicas inovadoras de separação para a reciclagem de resíduos de madeira. Estamos também a cooperar com a Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, em auditorias ambientais e projectos de ecodesign.

Para além do nosso envolvimento nas iniciativas acima mencionadas, que são muito específicas para a nossa indústria, partilhamos ainda os princípios estabelecidos no United Nations Global Compact. Em 2004, a Sonae SGPS passou a ser signatária do Global Compact e, após a cisão da Sonae SGPS, a Sonae Indústria continua a apoiar a iniciativa, esforçando-se por cumprir os dez princípios em todas as suas opera-ções e empresas. Presentemente, estamos a equacionar a possibilidade de nos tornarmos signatários por direito próprio, enquanto Sonae Indústria.

Uma cultura de inovação alargada a toda a organizaçãoA Sonae Indústria está sempre à procura de formas aperfeiçoadas e inovadoras, para melhorar a quali-dade do produto e do serviço ao cliente. Em muitos casos, a inovação requer disponibilidade para investir em novos produtos e tecnologia e ainda para contratar pessoas que reúnam as competências necessárias para se ser bem sucedido. Estamos determinados a investir neste tipo de projectos de inovação e empe-nhados em ajudar os nossos colaboradores a tornarem-se mais inovadores no âmbito de todas as práticas e processos relacionados com o nosso negócio.

A nossa abordagem à inovação reside no chamado processo «por etapas» («stage-gate process»), que implementámos recentemente. Este processo baseia-se numa cultura aberta a ideias inovadoras e suges-tões de melhoria e que encoraja a tomada de riscos. A única forma de melhorarmos o nosso desempenho e de servir melhor os nossos clientes é tendo a coragem de mudar processos e práticas. Estamos sempre a avaliar novas ideias e a encorajar a aprendizagem através da troca de conhecimentos e competências nos vários níveis da organização e com os nossos clientes. Assim que uma ideia é aprovada, garantimos uma implementação rápida, acelerando, deste modo, a materialização da ideia em benefício do cliente.

A nível corporativo, existe também um grupo especificamente dedicado à implementação das melhores práticas industriais. O objectivo deste grupo é assegurar que optimizamos os nossos activos industriais e competências, esforçando-nos por ser competitivos com a nossa estrutura industrial, agora e no futuro.

CENTRAIS TERMOELÉCTRICAS A BIOMASSAApós a ratificação do Protocolo de Quioto, a União Europeia encoraja o uso de fontes renováveis de energia para a produção de electricidade, uma vez que as energias renováveis permitem substituir os combustíveis fósseis, reduzindo, assim, as emissões líquidas de CO2. A meta definida pela União Europeia é a de duplicar os valores actuais de produção de electricidade a partir de fontes renováveis, incluindo a biomassa, para 12% até 2010. Estas iniciativas são subsidiadas pela União Europeia.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE��

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��INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

Todavia, esta decisão bem intencionada entra em conflito com outra utilização sustentável da mesma biomassa. A utilização de produtos lenhosos como matérias-primas na indústria do papel e dos painéis derivados de madeira está ameaçada pela procura de madeira para a produção de energia a partir de biomassa. À escala europeia, a indústria de painéis derivados de madeira sofre as consequências do aumento do consumo das suas matérias-primas pelos produtores desta energia subsidiada. Os preços das matérias-primas aumentaram entre 20 e 25%, nos primeiros cinco anos logo após o início desta iniciativa da UE, tendo aumentado ainda mais nos anos subsequentes.

Através da nossa filiação na European Panels Federation, a Sonae Indústria tem vindo a argumentar que, em termos de sustentabilidade, a utilização destas matérias-primas nos referidos produtos deri-vados de madeira é muito mais eficiente do que a incineração directa de madeira com a finalidade de produção de energia.

Do ponto de vista económico, a utilização industrial da madeira cria muito mais valor do que a produção de electricidade. A Figura 10 ilustra o valor acrescentado da madeira, quando utilizada directamente como biocombustível, comparado com o valor acrescentado pelas indústrias de produtos de madeira.

Do ponto de vista social, a utilização industrial da madeira cria mais empregos do que a produção de electricidade. A Figura 11 ilustra a criação de emprego, quando a madeira é utilizada directamente como biocombustível comparada com as indústrias de produtos de madeira.

BIOENERGIA

VALOR ACRESCENTADO

SILVICULTURAE APROVISIONAMENTO

DE SUBPRODUTOS

INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE MADEIRA

PRODUÇÃO DEENERGIA

PRODUÇÃO DEPRODUTOS DERIVADOS DEMADEIRA (+ CARPINTARIA)

SILVI-CULTURA SERRAÇÃO

COMPOSTAGEM

PRODUÇÃO DEENERGIA

1049 *95 *

118 *

CONSTRUÇÃO ECONSUMO

REUTILIZAÇÃO ERECICLAGEM

* euros/tonelada de madeira seca

57 *

ATERRO(fonte: CEPI e Jaakko Pöyry Consulting, 2003)

EMPREGO * horas-homem/tonelada de madeira seca

BIOENERGIA

SILVICULTURAE APROVISIONAMENTO

DE SUBPRODUTOS

INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE MADEIRA

PRODUÇÃO DEENERGIA

PRODUÇÃO DEPRODUTOS DERIVADOS DEMADEIRA (+ CARPINTARIA)

SILVI-CULTURA SERRAÇÃO

COMPOSTAGEM

PRODUÇÃO DEENERGIA

54 *2 *

2 *

CONSTRUÇÃO ECONSUMO

REUTILIZAÇÃO ERECICLAGEM

2 *

ATERRO

20 *

(fonte: CEPI e Jaakko Pöyry Consulting, 2003)

FIGURA 11: Emprego criado pela indústria de bioenergia versus a indústria de produtos de madeira

FIGURA 10: Valor acrescentado criado pela indústria de bioenergia versus a indústria de produtos de madeira

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Definir abordagem para estabelecerobjectivos de sustentabilidade alongo-prazo

Validar as conclusões do trabalhopreliminar de identificação dasprincipais partes interessadas

Validar as conclusões do trabalhopreliminar de identificação dasquestões relevantes

Elaborar uma estratégia, alargada atoda a organização, para acomunicação interna e externa dodesenvolvimento sustentável

Definir um processo para estabelecerobjectivos e metas (qualitativos equantitativos), na sequência dadefinição da Visão, dos Valores edos Princípios

Envolver os vários países naidentificação das principais partesinteressadas e dos seus temas

Subscrição do United NationsGlobal Compact

Decidir sobre a eventualsubscrição do United NationsGlobal Compact

Desenvolver a análise de risco dasimplicações da subscrição do UnitedNations Global Compact

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Estabelecer objectivos desustentabilidade a longo-prazopara a organização

Assegurar a compreensão clara edefinição das principais partesinteressadas e das formas deabordar as suas preocupações edesafios

Determinar as nossas questõesrelevantes com base namaterialidade que têm para aspartes interessadas

Assegurar a comunicação eficazda nossa abordagem àsustentabilidade, às partesinteressadas internas e externas

Criar uma base para estabelecerobjectivos e metas para avaliar egerir o desempenho

Ganhar credibilidade no processode comunicação, seguindo aestratégia de sustentabildiade

Compromisso da gestão de topo

Principais partes interessadas esuas questões

Comunicação

Quantificar o desempenho

Ganhar credibilidade

Actividades planeadas para 2007 Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

Próximos passos

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

Do ponto de vista ambiental, as indústrias da fileira florestal produzem bens que podem ser reutilizados e/ou reciclados diversas vezes, durante o seu ciclo de vida. No final de vida útil, estes produtos mantêm grande parte da sua energia original e podem ainda ser utilizados para a produção de energia.

Em termos gerais, pode também dizer-se que a produção de electricidade a partir de biomassa é menos eficiente quando comparada com outros combustíveis, o que se deve à menor capacidade calorífica do combustível derivado de madeira, a um elevado teor de humidade e a dificuldades em obter um combus-tível homogéneo. A eficiência de utilização do combustível das instalações que usam biomassa para produzir apenas electricidade é inferior a 35%. Em contraste, a energia produzida em unidades de coge-ração, tais como aquelas existentes nas indústrias da fileira florestal, apresenta um eficiência global supe-rior a 80%. Nestas unidades, os resíduos de madeira são utilizados para a produção de electricidade e o calor excedentário é usado como fonte de energia térmica para os processos industriais ou para aqueci-mento. Por conseguinte, para tornar viável a produção de electricidade a partir de biomassa, tem de se ter em consideração tanto o tipo de combustível como o tipo de tecnologia a aplicar.

Por estes motivos, acreditamos fortemente que a madeira (rolaria, subprodutos e resíduos das indús-trias transformadoras) deve ser, antes de mais, utilizada como matéria-prima para as indústrias da fileira de madeira. A utilização de biomassa como matéria-prima assegura um valor acrescentado superior e garante um maior número de empregos ao longo da cadeia de valor. As novas centrais termoeléctricas de biomassa devem, pois, aumentar a quantidade de arbustos e resíduos florestais no seu aprovisiona-mento e evitar a utilização de madeira maciça para fins de produção de energia.

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6.1GOVERNO DA SOCIEDADE

HistóriaNo seguimento da cisão da Sonae SGPS em 2005, a Sonae Indústria passou a ser uma empresa indepen-dente com uma estrutura organizativa e accionista próprias. Apesar de o nosso accionista de referência ser o mesmo, a cisão permitiu-nos adquirir mais visibilidade no mercado e concentrar na construção de uma marca forte e independente.

O Conselho de AdministraçãoA Sonae Indústria assumiu o compromisso de operar segundo práticas sólidas de governo corporativo. Para tal procuramos adoptar regras consentâneas com essas práticas e implementar estruturas equili-bradas. Para identificar a estrutura de governo adequada e as políticas relacionadas, monitorizar o desem-penho e assegurar o cumprimento, planeamos avaliar as actuais estruturas e políticas, como próximo passo à nossa abordagem da sustentabilidade. O Conselho de Administração inclui administradores independentes, que influenciam o processo de decisão e o desenvolvimento da estratégia e da política da empresa. Os nossos administradores têm vivências e nacionalidades diferentes (portuguesa, espa-nhola, alemã, canadiana, finlandesa e sueca) e contribuem com a sua experiência nos campos em que são especialistas.

Comissões com competências especializadasPara assegurar a prossecução das melhores práticas e o estabelecimento de directrizes claras de cumprimento em áreas específicas de competência, criámos três comissões com competências especializadas:

A Comissão de Auditoria e Finanças (Board Audit and Finance Committee, BAFC) analisa a informação financeira e os processos de controlo interno e de negócio e é responsável pelo tratamento das questões relacionadas com o risco. Analisa e reage aos resultados da auditoria interna, aconselha sobre alterações às políticas contabilísticas e analisa o cumprimento das normas financeiras.

A principal função da Comissão de Nomeações e Remunerações (Board Nomination and Remuneration Committee, BNRC) é a análise da remuneração e de outras compensações dos gestores de topo.

A Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente (Social Responsibility and Environmental Committee, SREC) analisa e propõe acções apropriadas a tomar face aos impactos económico, ambiental e social da nossa actividade. O papel do SREC é essencial no nosso trabalho em prol da sustentabilidade e será aprofundado mais adiante.

Mais informação sobre a composição e actividades do Conselho de Administração e comissões com competências especializadas pode ser encontrada no Relatório Anual e Contas Consolidadas de 2006, da Sonae Indústria.

8

20

6

2

3

Número de reuniões

Conselho de Administração

Comissão Executiva

Comissão de Auditoria e Finanças

Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente

Comissão de Nomeações e Remunerações

86%

98%

70%

100%

93%

Participação

FIGURA 12: Participação nas reuniões do Conselho de Administração e comissões com competências especializadas

Avaliação do Conselho de AdministraçãoDe acordo com as melhores práticas de governo corporativo, o Conselho de Administração tenciona efectuar uma auto-avaliação, pelo menos uma vez de 3 em 3 anos. A última avaliação formal foi reali-zada em 2005, com o apoio de um consultor externo. A avaliação foi concebida para analisar o modo de funcionamento do Conselho e das respectivas comissões, para avaliar o governo corporativo ao nível do

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - GOVERNO DA SOCIEDADE

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�� INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - GOVERNO DA SOCIEDADE

Estrutura de governoe políticas

Criar e documentar uma estrutura degoverno adequada e políticasrelacionadas, monitorizar odesempenho e assegurar ocumprimento

Avaliar as políticas e as estruturas degoverno actualmente em vigor

Avaliar áreas que necessitem de serabordadas

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Actividades planeadas para 2008

Conselho e propor acções de melhoria. As acções principais, identificadas na auto-avaliação em 2005, foram já implementadas.

Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente (SREC)Criada em 2004, a principal responsabilidade do SREC é analisar e monitorizar os impactos económico, ambiental e social do nosso negócio. Uma das funções-chave do SREC é aconselhar o Conselho de Admi-nistração em temas relevantes, assegurando a sua comunicação regular, quer a nível interno, quer externo nos relatórios intercalares e anuais de contas. Acima de tudo, o papel do SREC é lançar desafios, intro-duzir novas formas de pensar e apresentar sugestões para a melhoria do desempenho da organização. Mais recentemente, o SREC propôs o lançamento de uma estratégia de sustentabilidade e a publicação do nosso primeiro relatório de sustentabilidade durante 2007.

O SREC é composto por quatro membros, entre eles o Presidente do Conselho de Administração da Sonae Indústria e dois administradores não-executivos nomeados por este Conselho. Os membros do SREC têm um mandato de três anos e reúnem duas vezes por ano. O SREC debruça-se sobre o impacto económico nas principais partes interessadas, assim como sobre a forma como as nossas operações afectam o ambiente, através de, por exemplo, as emissões para o ar e água e os impactos nos sistemas naturais, onde os nossos colaboradores vivem e trabalham. Sempre que necessário, sugere formas de mitigar impactos potencialmente adversos. Adicionalmente, o SREC avalia os impactos sociais das nossas operações sobre os nossos colaboradores e comunidades locais. Para além disso, o SREC inte-ressa-se pelos temas relacionados com a saúde e segurança dos colaboradores, formação, educação e processos de gestão de recursos humanos. Aos temas acima mencionados, acrescente-se que o SREC trata também de questões relacionadas com valores e princípios corporativos e as suas implicações no governo da sociedade.

Áreas-chave da actuação do SREC durante 2006Durante 2006, a atenção do SREC distribuiu-se por uma grande variedade de iniciativas, as quais serão pormenorizadas noutros capítulos. Uma das iniciativas é o nosso esforço de apoio a projectos relacio-nados com o processo “Broad-based Black Economic Empowerment”, na África do Sul (ver capítulo «As pessoas na organização»). O SREC iniciou também o debate sobre a redução das emissões de formal-deído e dos compostos orgânicos voláteis (COV), quer dos produtos, quer durante o processo de fabrico, tratando, assim, de temas de enorme relevância para a saúde dos colaboradores e clientes, bem como para o bem-estar do ambiente (ver capítulos «As pessoas na organização» e «Responsabilidade pelo Produto»). Para além disso, o SREC discutiu a preparação dos planos de acção de eco-eficiência para 2006-2010, assim como o início dos diagnósticos ambientais corporativos e outras iniciativas relacio-nadas no âmbito da eco-eficiência. O SREC acompanhou a criação da função de director corporativo de segurança, higiene e saúde (ver o capítulo «As pessoas na organização») e o desenvolvimento da abor-dagem ao reporte de sustentabilidade.

Colaboração com a Sonae SGPS nos temas da sustentabilidadeUm exemplo do nosso contínuo compromisso para com a Sonae SGPS é o Fórum da Sustentabilidade da Sonae e da Sonae Indústria. O Fórum é um órgão não-estatutário, patrocinado pelo Presidente do Conselho de Administração, Belmiro de Azevedo, e inclui dois representantes de cada sub-holding da Sonae SGPS e da Sonae Indústria. Os membros do fórum reúnem quatro vezes por ano, para debater desafios e oportunidades em relação às questões da sustentabilidade. O propósito deste fórum é destacar as boas práticas e desafiar os esforços actuais, por forma a assegurar uma melhoria contínua. O fórum é também responsável pela organização de eventos, tais como, a Conferência da Sustentabilidade da Sonae, que decorreu em Outubro de 2006, em Lisboa (Portugal).

PRÓXIMOS PASSOS

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6.2GESTÃO DE RISCO

A importância da sensibilização para o riscoA 17 de Abril de 2006, a Sonae Indústria sofreu um incêndio de grandes proporções na fábrica de Lac-Mégantic, no Canadá. A linha principal da fábrica – a segunda linha de aglomerado de partículas – e uma parte substancial da área de preparação foram severamente afectadas. Nesta linha, a produção foi inter-rompida por um longo período de tempo e recomeçará apenas no início do 4º trimestre de 2007.

Os procedimentos de gestão de risco implementados contribuíram para a ausência de danos pessoais rele-vantes. Imediatamente após o incêndio, foi destacada uma equipa multi-disciplinar para gerir o projecto de reconstrução, com o apoio de um perito ajustador, nomeado pela companhia de seguros, e outros especialistas externos. Os objectivos desta equipa foram: garantir a segurança dos nossos colaboradores; restaurar, no período de tempo mais curto possível, a produção e a actividade normal da fábrica, minimi-zando, ao mesmo tempo, os danos provocados aos equipamentos e instalações e os prejuízos por inter-rupção da actividade; garantir que as necessidades dos clientes são colmatadas; e coordenar a estratégia de comunicação.

O acidente acima referido veio reforçar a importância das medidas de prevenção de risco e da actu-ação pronta em emergências, quando se manuseiam produtos lenhosos. Ensinou-nos que temos de estar preparados – mesmo para eventos improváveis – e que cuidar da saúde e segurança dos nossos colabora-dores em todas as operações faz parte da nossa responsabilidade diária. Outros riscos relacionados com acidentes deste género são os eventuais agravamentos no prémio do seguro e potencial perda de lucros se, por exemplo, um acidente nos colocar numa situação de impossibilidade de fornecer produtos a tempo. No caso específico do acidente de Lac-Mégantic, não se estima que o impacto económico seja significativo, uma vez que existe uma cobertura adequada do seguro de danos em activos e de interrupção da activi-dade. Assim, embora os planos de emergência implementados se tenham mostrado adequados no inci-dente acima descrito e se considere que as nossas normas de gestão de risco são robustas e apropriadas, o incidente mostrou-nos que se pode fazer melhor. A gestão de risco irá, por conseguinte, continuar a ser uma preocupação-chave nos próximos anos.

“Enterprise-wide risk management” (EWRM)(gestão de risco ao nível de toda a organização)Os riscos e a forma de os minimizar são prioridades estratégicas para a gestão de topo da Sonae Indús-tria e uma forma de pensar que se estende a toda a organização, independentemente do nível e da função. Através da análise constante de cenários potenciais de risco, da sua probabilidade e consequên-cias, podemos tomar medidas preventivas em devido tempo e procurar melhorar os desenvolvimentos futuros.

Em 2004, iniciámos o processo de abordagem ao risco ao nível de toda a organização, para além do risco operacional. Este processo é efectuado através de uma avaliação anual de riscos pré-identificados em termos da sua probabilidade de ocorrência e do seu impacto. Após a análise inicial, as características do risco são apresentadas num mapa de riscos, o que ajuda a categorização e prioritização dos riscos. A análise da avaliação de risco em 2006 mostrou a necessidade de aumentar a focalização na competitivi-dade, dando particular ênfase ao comportamento dos concorrentes, à nossa carteira de clientes, a uma eficiente gestão de custos, à segurança, higiene e saúde, ao ambiente e à inovação.

Por conseguinte, durante 2007, iremos tratar as questões-chave da sustentabilidade no âmbito do processo de gestão de risco ao nível de toda a organização, procurando incorporar temas, tais como ambiente, responsabilidade social e segurança, higiene e saúde.

Gestão dos riscos operacionaisO nosso plano de risco 2004-2010 aplica-se às nossas unidades produtivas. Este plano inclui 24 opera-ções industriais e baseia-se no cumprimento das Normas Corporativas de Risco. Todos os anos, desde 2000, uma empresa externa tem conduzido diagnósticos de análise de risco nas nossas operações e efectuado respectivas recomendações para melhoria. Em 2006, 12 das 24 operações foram subme-tidas a esse diagnóstico, resultando numa pontuação detalhada –(Índice de Qualidade do Risco - Quality Index Number, QIN), numa escala de 1 a 10, de acordo com diferentes aspectos de risco, tais como: a

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - GESTÃO DE RISCO

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�0

7,0

6,8

6,6

6,4

6,2

6,0

5,8

5,6

5,42000

5,8

2001

6,1

2002

6,2

2003

6,5

2004

6,6

2005

6,8

2006

7,0

SONAE INDÚSTRIAÍNDICE PONDERADO DE QUALIDADE DO RISCO (WEIGHED QIN)(CAPITAL SEGURO)

FIGURA 13: Evolução do Índice Ponderado de Qualidade do Risco (Weighed QIN) da Sonae Indústria

A nossa abordagem aos riscos relacionadoscom a segurança, higiene e saúdeUma ambição assumida na nossa política de segurança, higiene e saúde é a de reduzir e controlar o risco, com o propósito de prevenir incidentes, danos pessoais e doenças de trabalho. Para dar cumpri-mento a esta política, criámos um conjunto de normas corporativas de segurança, higiene e saúde, que estipulam como gerir os riscos nestas áreas.

Procuramos assegurar que todos os riscos associados às operações da Sonae Indústria são identificados, geridos e documentados de acordo com a legislação e com os requisitos das melhores práticas, num esforço de redução de risco, como primeira medida de controlo. Os sistemas de gestão da integridade dos activos ajudam a garantir a permanente segurança das nossas operações.

Procuramos igualmente reduzir e controlar o risco na cadeia de fornecimento, de modo a assegurar que as operações de terceiros subcontratados são geridas de forma a que não ofereçam riscos acres-cidos à saúde e segurança dos nossos colaboradores ou dos próprios subcontratados. Para nos ajudar a identificar, avaliar e gerir potenciais incidentes relacionados com a segurança, estão implementados sistemas de preparação para emergências. Sempre que ocorre um incidente, esforçamo-nos por aprender com essa experiência, assegurando que todos os eventos são reportados e avaliados e que os recursos adequados são disponibilizados para investigações. Nos próximos anos, tencionamos dedicar mais atenção a esta área.

Mais pormenores sobre as normas de segurança, higiene e saúde são descritos no capítulo “As pessoas na organização”.

A nossa abordagemaos riscos ambientaisDurante 2003 e 2004, realizámos sessões de trabalho em todas as nossas operações europeias, para avaliarmos a nossa exposição ao risco ambiental e, desse modo, identificar o cerne das nossas pre-ocupações ambientais no futuro. A avaliação foi efectuada tendo em conta as prioridades das principais partes interessadas e a nossa influência sobre um conjunto de questões ambientais. O resultado desta análise de risco foi o desenvolvimento de uma lista de questões ambientais críticas para a Sonae Indús-tria, de um conjunto de indicadores ambientais e uma prioritização de acções, assim como a forma de as monitorizar. Mais informação sobre estas questões e indicadores associados está disponível no capí-tulo “Eficiência e recursos ambientais”.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - GESTÃO DE RISCO

existência de medidas de prevenção contra incêndios, equipamento de extinção de incêndios e planos de emergência. As recomendações, baseadas nos diagnósticos externos e nas inspecções de risco internas, foram no sentido da aprovação de um conjunto de medidas, com o propósito de minimizar os riscos identificados e de reduzir a probabilidade e o impacto de acidentes. O propósito último destas medidas é obter um efeito positivo, a longo-prazo, sobre o prémio do seguro. Como resultado dos diagnósticos e das respectivas recomendações, o nosso Índice Ponderado de Qualidade do Risco aumentou consisten-temente de 5,8 em 2000, para 7,0 em 2006.

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Actividades planeadas para 2007

OBJECTIVOS ACTIONSTEMAS

Gestão de risco Abordar as questões-chave dasustentabilidade no âmbito doprocesso de gestão de risco aonível de toda a organização(EWRM)

Incorporar as questões-chave dasustentabilidade (ambiente,segurança, higiene e saúde,responsabilidade social, etc.) noâmbito do processo de gestão derisco ao nível de toda aorganização (EWRM)

EMBRACING SUSTAINABILITY - GESTÃO DE RISCO

Próximos passos

A nossa abordagem à corrupção e subornoEmbora não exista uma política formalizada que regule a nossa abordagem à corrupção e ao suborno, o nosso comportamento tem sido sempre guiado pela cultura da Sonae Indústria, a qual proíbe todos os tipos de pagamento e subornos, quer sejam pagos ou recebidos. Recusamo-nos também a dar donativos políticos. O nosso modelo de risco inclui o risco relacionado com a gestão fraudulenta, fraude dos cola-boradores e actos ilegais. Durante a nossa análise anual de risco, temos identificado sempre estes riscos como de probabilidade de ocorrência baixa e, por conseguinte, com baixo impacto para a empresa. Se ocorrer uma violação, as medidas correctivas são implementadas através de sanções individuais e da implementação de novos procedimentos e controlos para prevenir futuras violações. Para além disso, o nosso departamento de Auditoria Interna incorpora a identificação da fraude e a ética comportamental no programa anual, regular, de auditoria. Quaisquer incidentes de fraude ou corrupção são reportados à Comissão Executiva e à Comissão de Auditoria e Finanças.

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10,00

9,50

9,00

8,50

8,00

7,50

7,00

6,50

6,00

5,50

5,00

02JA

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7

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07

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7

31M

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7

COTAÇÃO DAS ACÇÕES DA SONAE INDÚSTRIA

FIGURA 14: Evolução da cotação das acções da Sonae Indústria

Em 2006, adquirimos os activos da Hornitex, na Alemanha e a fábrica de aglomerado de partículas Darbo, em Linxe, em França. A sinergia estimada com a integração da Hornitex foi avaliada para o segundo semestre de 2006, com um total de poupança de custos no valor de 5,3 milhões de euros (para meio ano). Em 2005, foi celebrada uma joint-venture com a Tarkett, para a produção de pavimentos lami-nados na Alemanha, o que nos permite beneficiar de competências complementares.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

6.3EFICIÊNCIAECONÓMICA

As nossas directrizesManter um balanço sólido e assegurar a sustentabilidade económica do nosso negócio, para além de vital, é um pré-requisito para nos tornarmos numa empresa sustentável. Esforçamo-nos por manter uma óptima relação com os nossos accionistas, alicerçada na confiança, segurança e num retorno atractivo do inves-timento. Asseguramos confiança e segurança através de práticas adequadas de governo corporativo e de transparência. Mais pormenores sobre este tema estão disponíveis no capítulo «Governo da sociedade».

Este capítulo destaca a eficiência económica, na medida em que esta se relaciona com determinados temas sociais e ambientais. Mais pormenores sobre o desempenho financeiro podem ser lidos no Rela-tório Anual e Contas Consolidadas de 2006 e nas actualizações regulares da nossa página na Internet.

Os nossos métodosUma parte significativa do nosso crescimento resulta das aquisições. 24 das nossas 34 fábricas, espa-lhadas por 9 países, foram adquiridas. Muitas das aquisições eram empresas não sustentáveis econo-micamente, mas, ao assegurar o investimento necessário, recursos e competências, transformámos os negócios em economicamente sustentáveis. Assegurámos a introdução da excelência operacional e a conquista de sinergias, através da implementação de processos de negócio, respeitando as condições locais. Tal representa uma mais-valia para as nossas partes interessadas, embora uma restruturação e as mudanças relacionadas possam ser difíceis para a organização e possam envolver reduções de pessoal. Desenvolvemos processos muito eficientes para executar restruturações e mudanças, de uma forma inclusiva e efectiva, em cooperação com os colaboradores, entidades reguladoras locais e outras partes interessadas relevantes. Os aspectos sociais são descritos no capítulo «As pessoas na organização»

As nossas realizaçõese resultadosDesde a conclusão do processo de cisão, o preço das nossas acções, tal como cotado na Bolsa de Valores Euronext Lisbon, cresceu de 5,76 euros a 2 de Janeiro de 2006, para os actuais (31 de Maio de 2007) 9,73 euros, tal como ilustra a Figura 14.

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A nossa capacidade de utilização aumentou de 86%, em 2005, para 89%, em 2006, o que tem um impacto ainda maior, considerando o aumento significativo da capacidade. A nossa capacidade total manteve-se quase estável entre 2002 e 2005, tendo aumentado significativamente em 2006. Na Figura 16, também se pode observar o aumento da nossa capacidade instalada nos últimos 15 anos.

milhões de m3 EUROPA RESTO DO MUNDO

12

10

8

6

4

2

0

1996

1.4

0.3

1.7

1991

0.6

0.6

1999

4.5

0.8

5.3

2000

5.2

1.7

6.9

2001

6.6

1.7

8.3

2002

5.7

1.7

7.4

2003

5.6

1.7

7.3

2005

5.8

1.8

7.6

2006

8.2

1.8

10.0

2004

5.6

7.3

1.7

FIGURA 16: Capacidade de painéis crus da Sonae Indústria

120.0

110.0

100.0

90.0

80.0

70.0

PREÇO MÉDIO DOS PAINÉIS DERIVADOS DE MADEIRA(BASE 100;2000)

2002 2003 2004 2005 2006

100.0095.50

100.20

106.60111.90

120.0

110.0

100.0

90.0

80.0

70.0

CUSTO INDUSTRIAL(BASE 100;2002)

2002 2003 2004 2005 2006

100.00

94.56 93.23

102.05

115.43

FIGURA 15: Preço médio de venda e evolução do custo industrial

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

Foi criada uma nova linha de melamina no Canadá, em Outubro de 2006. Investimos numa nova linha de aglomerado de partículas na África do Sul, que iniciará a produção em Junho de 2007 e investimos ainda na reconstrução da linha de aglomerado de partículas no Canadá, a qual foi afectada pelo incêndio em Abril de 2006. Estima-se que esta nova linha de aglomerado de partículas esteja operacional a partir do início do 4º trimestre de 2007.

Em 2006, investimos um total de 126 milhões de euros nas nossas operações regionais (excluindo o valor das novas aquisições).

Conseguimos melhorar o nosso desempenho, apesar da subida dos preços da energia e da madeira, que conduziu a aumentos dos custos das nossas principais matérias-primas. O custo industrial médio aumentou 13% por m3 (ver Figura 15). Os contributos mais relevantes para este aumento foram os da energia (5,1%), da madeira (3,5%) e dos químicos (3,6%).

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FLUXOS EM 2006

FORNECEDORES COLABORA-DORES

ESTADO/MUNICÍPIOS

REFINANCI-AMENTOVENDA DE ACTIVOS OUTROSCLIENTES OUTROS

BANCOS

83 41 7

146

1673 40

1273 238 9 47

ACTIVOS FIXOS INVESTIMENTOSFINANCEIROS

100 177

INVESTIMENTOOPERAÇÕES

FIGURA 19: Criação e distribuição detalhada do valor económico gerado directamente, em 2006

Os encargos com impostos considerados na demonstração de resultados ascendeu a 18,7 milhões de euros ou 36% do resultado antes de impostos em 2006 (27,8 milhões de euros ou 43% em 2005). Este encargo com impostos, no valor de 18,7 milhões de euros, foi dividido entre 14,1 milhões de euros de impostos correntes e 4,6 milhões de euros de impostos diferidos. Em 2006, a decomposição dos encargos com impostos por país é apresentada na Figura 20. Em consequência da nossa estratégia de

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

Tal como mostra a Figura 17, a nossa produtividade por pessoa (volume de negócios/FTE, full time equi-valent - equivalente a trabalhadores a tempo inteiro) cresceu, de forma consistente, nos últimos 5 anos.O rácio para 2006 não inclui a Hornitex nem a Darbo, por razões de comparabilidade.

10 000

8 000

6 000

4 000

2 000

195,0

170,0

145,0

120,0

95,0

Nº DE FTE(EQUIVALENTE A TRABALHADORES A TEMPO INTEIRO)(SEM ESTAGIÁRIOS)

VOLUME DE NEGÓCIOS/FTEBASE: 100;2002

7 8

05

100,0

6 2

24

123,4

5 7

10

149,5

5 4

23

164,3

5 3

76

172,4

6 895

2002 2003 2005 20062004

Nota: a produtividade é calculada utilizando o número equivalente a colaboradores a tempo inteiro, excluindo estagiários e, no caso de 2006, excluindo a Hornitex e a Darbo

FIGURA 17: Valor de FTE (equivalente a trabalhadores a tempo inteiro) e produtividade

A distribuição do valor económico gerado directamente (nos últimos 3 anos) para as principais partes inte-ressadas é apresentada nas Figuras 18 e 19.

FIGURA 18: Distribuição do valor económico gerado directamente

74,3%

Fornecedores

0,6%

Impo

stos

13,9%

Colaboradores

2,7%Bancos

8,5%Disponível

para investimento

2006

73,8%

Fornecedores

0,5%

Impo

stos

14,0%

Colaboradores

3,0%Bancos

8,7%Disponível

para investimento

2005

74,0%

Fornecedores

16,5%

Colaboradores

3,2%Bancos

6,3%Disponível

para investimento

2004

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Perspectiva económicaAs nossas perspectivas são positivas em relação à evolução do negócio ao longo de 2007. O crescimento do volume de produção é influenciado pelo contributo de um ano completo de actividade das operações da Hornitex e da Darbo e do lançamento da produção na África do Sul e no Canadá. Tendo em consi-deração a actual pressão ascendente nos preços da madeira e das resinas, temos algumas reservas em relação aos custos das nossas principais matérias-primas. A nossa prioridade-chave é a integração das aquisições recentes e a gestão do lançamento das novas linhas produtivas na África do Sul e no Canadá, assim como o progresso da produção na linha de pavimentos laminados, resultante da joint-venture com a Tarkett, em Eiweiler. Estamos plenamente determinados a apresentar um acréscimo no retorno do capital que investimos.

GLUNZ: COMO PROCEDEMOS À INTEGRAÇÃODAS EMPRESAS ADQUIRIDAS

Estratégia para a aquisição de empresas

As aquisições são uma parte importante da nossa estratégia de negócio rumo ao crescimento sustentável, daí efectuarmos investimentos significativos nas empresas que adquirimos, de modo a torná-las fortes, sustentáveis e capazes de prosperarem e de serem rentáveis a longo-prazo. Para cumprir este objectivo por vezes é necessário tomar decisões impopulares, tais como o encerramento de unidades ineficientes, a rescisão de contratos e a substituição da gestão existente. Contudo, estamos convictos de que esta atitude permite evitar um destino muito pior para a empresa adquirida, tal como a falência ou o encer-ramento. Por conseguinte, é nossa opinião que as nossas aquisições têm um efeito global positivo na nossa força laboral, incluindo naqueles que compõem o quadro de pessoal das empresas recém-adqui-ridas e ainda nas comunidades onde nos inserimos.

Em Dezembro de 1998, a Sonae Indústria adquiriu o grupo alemão Glunz, uma empresa com 25 opera-ções em França, Alemanha, Reino Unido, Suíça e Gabão. Na altura da aquisição, a empresa sofria um prejuízo significativo e a sua continuidade estava ameaçada. Ao aplicar a nossa estratégia de crescimento económico e sustentável, que envolveu um investimento intensivo (mais de 350 milhões de euros inves-tidos em 2000 e 2001), uma liderança rigorosa e a integração na Sonae Indústria, conseguimos superar as adversidades. Actualmente, a Glunz transformou-se numa operação rentável. As principais acções tomadas para assegurar esta restruturação são descritas a seguir:

2006

26,3%

2,4%

0,0%

0,2%

0,1%

0,1%

2,9%

1,0%

51,1%

4,8%

11,1%

100,0%

3 712

340

0

26

13

17

405

144

7 199

683

1 560

14 099

8,4

19,4

27,8

2005

Impostos correntes

Impostos diferidos

TOTAL DE IMPOSTOS

2006

14,1

4,6

18,7

Milhões de euros

Portugal

Espanha

Reino Unido

França

Alemanha

Polónia

Holanda

Suiça

África do Sul

Brasil

Canadá

TOTAL

Milhares de euros

aquisição e do desempenho económico anterior, existem nas contas determinados créditos tributários a serem transitados para 2006 e para os anos posteriores, os quais reduzirão o pagamento de impostos nos próximos anos.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

FIGURA 20: Encargos com impostos por país, em 2006

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20061999

450 262

14 680

2 039 070

1 104

1 847

Vendas (’000 eur)

EBIT (’000 eur)

Produção acabada disponível – m3

Nº de colaboradores

Produtividade – m3

279 178

-25 770

1 358 516

1 472

923

Resultados económicos

FIGURA 21: Resultados económicos da integração das operações da Glunz

As pessoas

Durante o processo de integração, uma das preocupações ao lidar com temas relacionados com recursos humanos foi a de ser transparente e justo e, dadas as circunstâncias em que as rescisões operacionais eram inevitáveis, negociou-se um plano social, no qual foi oferecido aos colaboradores a possibilidade de aceitarem ou uma compensação extra ou uma fase de orientação, para decidirem se pretendiam assumir uma função noutra operação. Contámos também com o apoio de consultores externos, que aconselharam os colaboradores envolvidos e os ajudaram a encontrar novos desenvolvimentos de carreira.

Segurança, Higiene e Saúde

A integração da Glunz no grupo Sonae Indústria incluiu, igualmente, uma análise à forma como as ques-tões da sustentabilidade, nomeadamente a segurança, higiene e saúde e o ambiente são geridos, o que levou à identificação de uma necessidade de melhoria, especialmente na área da segurança, higiene e saúde.

Na altura da aquisição da Glunz pela Sonae Indústria, o número de dias de trabalho perdidos devido a acidentes estava acima da média do país, o que acarretava consequências para a saúde dos nossos cola-boradores e consequências económicas para a nossa actividade, devido ao absentismo e às paragens na produção. Por conseguinte, para melhorar os nossos registos de segurança, higiene e saúde e espe-cialmente para reduzir o número de acidentes, decidimos implementar sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde em todas as nossas operações. Para enfatizar a importância desta decisão, demos início ao processo de certificação da segurança, higiene e saúde, utilizando a norma de certificação OHSAS

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

A nossa abordagem

Após uma análise minuciosa de todas as operações no âmbito do grupo Glunz, foi decidido encerrar três unidades na Alemanha, devido à sua ineficiência. Relativamente às operações, cujos produtos não faziam parte da gama principal, tais como o contraplacado ou os componentes para o mobiliário, optou-se por encerrar ou desinvestir. De modo a integrar a Glunz na cultura da Sonae Indústria, analisamos também as operações administrativas e a própria liderança da Glunz, acabando-se por substituir mais de 90% dos gestores de topo e por implementar procedimentos administrativos baseados nas tecnologias de informação, para optimizar a eficiência e beneficiar das sinergias com a restante Sonae Indústria. Como parte deste processo, funções como as compras, o aprovisionamento de matérias-primas, os sistemas de TI, o controlo financeiro e a gestão de recursos humanos foram centralizadas. Foi também implemen-tada uma estratégia para assegurar uma melhoria contínua e uma mudança de comportamento a todos os níveis da equipa de gestão da Glunz. Para iniciar a construção de uma linha sucessória de futuros quadros e especialistas altamente qualificados na Glunz, criou-se um programa de formação para atrair e reter licenciados bem sucedidos (para mais informações acerca deste programa, ver o capítulo «As pessoas na organização»).

A gama de produtos existente na Glunz não estava suficientemente bem equilibrada e, por conseguinte, substituímos alguma da produção de aglomerado de partículas por MDF e introduzimos a produção de OSB e de pavimentos laminados, para criar um mix de produtos rentável. Introduzimos também a gestão por resultados e passámos a gerir activamente os preços, através da introdução de uma política de preços, com o propósito de evitar vendas casuísticas, preocupando-nos, pelo contrário, em estabelecer relações a longo-prazo com os clientes, para assegurar vendas estáveis e justas, minimizando, assim, o risco. Adicionalmente, foram criadas departamentos altamente focados nas vendas, para nos ajudar a penetrar nos novos mercados, tais como os emergentes na Europa de Leste. Finalmente, construímos uma operação de raiz em Nettgau, para nos mantermos à altura das novas necessidades do mercado.

��

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TMQ

160

140

120

100

80

60

40

20

02002 2003 2004 2005 2006

MÉDIA (OUTROS)HOLZ BG NETTGAU

76

149

68

118

65

62

60

99

35

20

80

FIGURA 23: TMQ – número de acidentes notificados, por 1000 colaboradores

GLUNZ COMPARAÇÃO COM OS MEMBROS DO GKV

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,01999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

4,5

1

4,3

0

4,5

9

4,2

0

4,2

1

4,2

0

4,2

1

4,0

0

4,1

5

3,6

0

3,7

0

3,4

0

3,2

3

3,3

0

3,0

7

3,1

3

Nota: GKV – Gesetzliche Krankenversicherung (seguro de saúde estipulado na lei)

FIGURA 22: Taxa de doença, em %, devida a acidentes

18001. A primeira certificação foi atribuída à unidade de Eiweiler em 2004 e, em 2006, seguiu-se--lhe a unidade de Nettgau. Em 2007, está planeado submeter a unidade de Meppen ao processo de certificação.

Para melhorar o desempenho da segurança, higiene e saúde ao nível das operações, foram adoptadas uma série de medidas: a redução das paragens do equipamento, que minimizou o número de acidentes que ocorre na fase de arranque e paragem dos equipamentos; introduzimos regras de trânsito internas, por forma a reduzir o número de situações perigosas resultantes do transporte de materiais dentro das nossas instalações; iniciámos a formação frequente dos colaboradores em temas relacionados com a segurança, higiene e saúde, de modo a aumentar os níveis gerais de sensibilização para estes temas; e, finalmente, e talvez mais relevante ainda, os nossos gestores aproveitam todas as oportunidades para sublinhar a importância das medidas de segurança, higiene e saúde perante todos os colaboradores.

Os resultados destes esforços foram impressionantes. Em 2006, o Ministério da Saúde Alemão anun-ciou a taxa mais baixa de doença devido a acidentes, desde 1970 e, na Glunz, conseguimos reduzir a nossa taxa para um nível ainda mais baixo (ver Figura 22). O número de acidentes em Nettgau também foi reduzido de 149 por 1000 colaboradores, em 2002, para 20, em 2006 (ver Figura 23).

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA ECONÓMICA

PRÓXIMOS PASSOS

O nosso maior desafio nos próximos anos é prosseguir com a estratégia de crescimento sustentável através da integração, na Sonae Indústria/Glunz, das ex-operações da Hornitex, adquiridas em 2006. Para além disso, iremos trabalhar para optimizar a utilização da nossa capacidade produtiva, reforçar as divisões de vendas, adequando-as aos novos mercados e introduzir novos produtos e aplicações na nossa produção.

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6.4EFICIÊNCIAE RECURSOS AMBIENTAIS

O impacto no ambiente da produção de painéis derivados de madeira reside, desde logo, no aprovisio-namento de matérias-primas e nos efeitos dos processos produtivos, tais como: descargas de efluentes, eliminação de resíduos e emissões. Estamos determinados a monitorizar e gerir estes impactos de forma sustentável. Nos últimos anos, construímos uma base sólida para o concretizar, à medida que vamos evoluindo. Neste capítulo, descrevemos as nossas principais questões ambientais e o que fazemos para as gerir.

Nova PolíticaAmbiental em 2006Em Dezembro de 2006, a Comissão Executiva subscreveu a nova Política Ambiental da Sonae Indústria. Alguns aspectos do política ambiental existente, publicada em 1996, necessitavam de ser actualizados para estarem em consonância com as preocupações recentes das partes interessadas e reflectirem os desafios que a empresa enfrenta hoje, tais como a abordagem às partes interessadas e a comunicação do desempenho ambiental. Estamos confiantes de que os compromissos e as prioridades, contidos na nova política, funcionarão como um catalizador para a melhoria do desempenho e para uma atenção acrescida para as questões das partes interessadas, no futuro.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

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��INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

POLÍTICAAMBIENTAL

Assumindo uma atitude ambientalmente responsável, a Sonae Indústria dedica-se aofabrico de produtos derivados de madeira, a partir de matérias-primas provenientes deflorestas geridas de forma sustentável, bem como de fibra lenhosa oriunda de outrasfontes com boas práticas de gestão.

Adoptamos os princípios do desenvolvimento sustentável e utilizamos a eco-eficiênciacomo referencial para a operação das nossas fábricas, segundo elevados padrões degestão ambiental.

Assumimos o compromisso de:› utilizar de forma sustentável os recursos naturais, incluindo os recursos de origem florestal;› gerir as nossas fábricas em conformidade com a legislação e os regulamentos ambientais aplicáveis;› minimizar, local e globalmente, o impacto ambiental das nossas unidades industriais;› melhorar, de forma contínua, a gestão ambiental, através da fixação de metas e objectivos e da medição do desempenho face a estes;› comunicar, regularmente e para o exterior, o nosso desempenho ambiental.

Para cumprirmos estes objectivos, integraremos a gestão ambiental responsável em todasas nossas operações. Iremos:

› definir, com clareza e para cada nível da organização, papéis, funções e responsabilidades;› estabelecer critérios de desempenho desafiantes em cada uma das operações;› alocar os recursos necessários para garantir que os objectivos do desempenho sejam atingidos;› proporcionar formação aos colaboradores sobre as suas responsabilidades ambientais;› desenvolver e implementar práticas eficazes de eco-eficiência;› monitorizar e analisar o desempenho ambiental;› convidar as partes interessadas a envolverem-se activamente nos nossos compromissos ambientais.

Deste modo, criaremos uma cultura ambientalmente responsável que contribuirá para amelhoria do desempenho sustentável da nossa actividade.

�� de Dezembro de �00�

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As nossasquestões ambientaisDurante 2003 e 2004, levámos a cabo uma série de sessões de trabalho, em cada uma das operações europeias, para identificar as principais questões ambientais. Efectuamos a avaliação da nossa expo-sição ao risco, com base na identificação das prioridades das nossas partes interessadas e na influ-ência das nossas operações em diversas áreas ambientais. Para tal, reunimos um grupo diversificado de colaboradores da Sonae Indústria, com diferentes relações com as principais partes interessadas, tendo conseguido obter-se uma visão abrangente na avaliação de risco ambiental, o que resultou numa listagem das principais questões ambientais (ver caixa). Com base nesta listagem desenvolvemos um conjunto de indicadores para nos ajudar a medir e a monitorizar o nosso desempenho.

Por razões de comparabilidade, os dados incluídos nos indicadores deste capítulo excluem as unidades da Hornitex e da Darbo, assim como as operações que não produzem painéis (resinas, laminados de alta-pressão e componentes).

PRINCIPAIS QUESTÕES AMBIENTAIS A NÍVEL GLOBAL:› Proveniência das matérias-primas lenhosas e reciclagem de madeira› Consumo de madeira e eficiência na sua utilização› Eficiência energética e emissões de CO2

› Emissões atmosféricas› Consumo de água e águas residuais› Resíduos

Nota: Devido à natureza local das questões relacionadas com o ruído, estas são prioritizadas e tratadas exclusivamente ao nível local.

Como lidamos com as questões-chaveProveniência das matérias-primas lenhosas e reciclagem de madeiraA nossa principal matéria-prima é a madeira proveniente de resíduos industriais, tais como o serrim e os resíduos lenhosos pós-consumo, os quais são reutilizados e reciclados na produção de painéis derivados de madeira. O que torna a nossa indústria singular é o facto do produto final derivar, sobretudo, da utili-zação e da reutilização de materiais de madeira de baixo valor que, de outro modo, seriam considerados resíduos. Compramos subprodutos de processamento de madeira e rolaria de pequena dimensão a plan-tações e a explorações florestais com boas práticas de gestão florestal. A madeira reciclada é comprada no mercado ou recolhida nos nossos próprios centros de reciclagem (apenas na Península Ibérica). Nas regiões em que faz sentido do ponto de vista do negócio, tais como no Reino Unido, Alemanha e Penín-sula Ibérica, procuramos aumentar a quantidade de madeira reciclada (pré e pós-consumo) utilizada na produção, tendo conseguido aumentar o nível de 17% de consumo total de madeira em 2005 para 19% em 2006. O consumo restante em 2006 foi dividido entre 43% proveniente de subprodutos fornecidos por serrações e 38% de rolaria.

De um modo geral, as nossas operações europeias utilizam uma maior percentagem de madeira reci-clada do que as nossas operações noutras partes do mundo, o que está relacionado com a existência, na Europa, de melhores sistemas de recolha e de facilidade de acesso a grandes quantidades de madeira reciclada. Na Península Ibérica, por exemplo, foi criada uma rede de centros de recolha e processamento primário de resíduos, nos quais recolhemos paletes usadas, embalagens, carretéis, madeira de cons-trução, portas, caixilhos de janelas e mobília usada, sendo que todos estes materiais permitem a reci-clagem e a reutilização na produção de painéis derivados de madeira. Ao reciclar este tipo de resíduos, contribui-se em grande medida, para a utilização sustentável dos recursos florestais ibéricos e evita-se o destino final em aterro. Permite também minimizar os custos de transporte e optimizar a logística e a eficiência dos processos. A rede de reciclagem de madeira, montada na Península Ibérica, envolveu a construção de 6 centros em Espanha e 3 em Portugal. Em contraste com esta situação, em países como a África do Sul e o Brasil, os sistemas de reciclagem não estão ainda bem desenvolvidos e, por conse-guinte, a disponibilidade de rolaria e de subprodutos de madeira é maior do que de madeira reciclada.

Para além disso, envidamos todos os esforços para promover a silvicultura sustentável, através da parti-cipação em iniciativas de normalização e de certificação da gestão florestal sustentável, quer a nível

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

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SUBPRODUTOS RECICLADOS

100%

80%

60%

40%

20%

0%

CONSUMO DE MADEIRA POR TIPO, 2006 (VS 2005) ROLARIA

ESPANHAPORTUGAL REINO UNIDO FRANÇA ALEMANHA CANADÁ BRASIL TOTAL 2006 TOTAL 2005ÁFRICA DO SUL

60

%2

5%

88

%

38

%

15

%

52

%2

2%

26

%

88

%12

%

39

%1

3%

48

%

35

%5

0%

15

%

12%

64

%2

4%

12%

53

%4

7%

43

%1

9%

50

%1

7%

33

%

FIGURA 24: Consumo por tipo de madeira

0,8

0,7

0,6

0,5

CONSUMO DE MADEIRA POR METRO CÚBICO PRODUZIDO(tonelada seca/m3 de painel)

2006

0,7

1

2005

0,7

6

FIGURA 25: Consumo de madeira por metro cúbico produzido

Eficiência energética e emissões de CO2

Os painéis derivados de madeira contribuem para a mitigação das alterações climáticas. Produzidos a partir de madeira, um material sobejamente conhecido pela sua capacidade de retenção de carbono, os painéis derivados de madeira funcionam como excelentes armazéns de carbono durante a sua vida útil, especialmente se forem utilizados na construção. Consequentemente, a utilização de madeira e de produtos derivados de madeira contribui para a meta global de redução das emissões de gases com efeito de estufa. Outro ponto adicional é o facto dos nossos produtos serem complementares à madeira maciça e serem, cada vez mais, utilizados como substitutos desse tipo de madeira em diversas aplica-ções. Por conseguinte, os utilizadores finais que adquirem os nossos painéis escolhem uma alternativa sustentável, contribuindo, assim, para uma melhor utilização dos recursos de base florestal.

nacional, quer internacional. Para mais informação sobre estas iniciativas, ver o capítulo «Integrando a sustentabilidade».

Consumo de madeira e eficiência na sua utilização

Através da optimização dos processos e da introdução de novas tecnologias de limpeza e de utilização de resíduos de madeira, conseguimos obter, no consumo de matérias-primas, um aumento da percen-tagem de madeira de baixo valor (resíduos de madeira e subprodutos industriais). Procuramos aumentar a eficiência da utilização de madeira através da valorização máxima dos diferentes tipos de materiais de madeira ao longo da cadeia de produção. O que significa que a madeira com maior valor é utilizada em processos mais exigentes, tais como OSB e MDF, os quais valorizam ainda mais as matérias-primas. Deste modo, criamos valor para os nossos clientes, em termos de utilização de produtos fabricados de forma mais sustentável.

Nas Figuras 24 e 25, apresentamos a evolução do consumo por tipo de madeira nos últimos dois anos e a eficiência na utilização da madeira.

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Ao utilizarem como combustível os materiais não reutilizáveis e não recicláveis, gerados durante a produção, as nossas operações satisfazem o seu consumo de energia, sob a forma de calor e electri-cidade, através de uma fonte local de energia renovável, não-fóssil. Em regra geral, todas as necessi-dades de aquecimento do processo são fornecidas localmente, utilizando unidades integradas de energia térmica. O balanço final, entre as emissões de CO2 libertadas durante a combustão de biomassa e o sequestro de CO2 durante o crescimento de árvores, é neutro.

2005 foi o primeiro ano de actividade do Sistema de Comércio Europeu de Licenças de Emissão, CELE (European Union Emission Trading Scheme - ETS). Em 2005, a Sonae Indústria contava com cinco unidades industriais abrangidas pelo CELE (Eiweiler e Meppen na Alemanha; Mangualde e Oliveira do Hospital em Portugal; e Ussel em França), para as quais foram emitidas licenças de emissão de dióxido de carbono pelas autoridades de cada Estado-Membro.

No final de 2005, as autoridades espanholas reviram o Plano Nacional de Atribuição (Plan Nacional de Asignación, PNA) e, entre 2006 e 2007, foram atribuídas licenças de emissão a três das nossas fábricas espanholas: Betanzos, Solsona e Valladolid. Não foram atribuídas licenças de emissão à fábrica de Linares, uma vez que a unidade de produção de energia existente opera apenas a biomassa (as emis-sões provenientes da combustão de biomassa são consideradas neutras, tanto no quadro de referência de Quioto, como no do CELE).

Duas das novas unidades adquiridas em 2006, pertencentes ao grupo Hornitex (Duisburg e Horn), têm também atribuídas licenças de emissão (detalhes no quadro abaixo). Em Beeskow (também pertencente ao grupo Hornitex), a unidade de produção de energia, à semelhança de Linares, opera apenas a biomassa.

As licenças de emissão, geridas pelas fábricas da Sonae Indústria abrangidas pelo CELE, e as respec-tivas emissões verificadas em 2005 e 2006 foram as seguintes:

Emissões verificadasem 2005

Emissões verificadasem 2006

6 000

178

9 733

1 105

23 122

14 686

31 678

10 266

16 751

771

Licenças de emissãoatribuídas por ano

Betanzos

Duisburg

Eiweiler

Horn

Mangualde

Meppen

Oliveira do Hospital

Solsona

Ussel

Valladolid

*** 319

7 076

** 3 291

18 419

13 411

25 971

*16 582

*

1 683

368

7 724

3 591

20 308

15 618

23 953

7 764

16 436

560

Toneladas CO2

* Esta unidade não estava comprometida com o ETS em 2005

** Esta unidade não estava integrada no grupo Sonae Indústria em 2005

Em 2006, sete operações conseguiram manter-se abaixo do limite atribuído para emissões de dióxido de carbono. Contudo, como se pode observar no quadro acima, cinco operações aumentaram as suas emissões anuais, de 2005 para 2006. Em dois casos, tal ficou a dever-se, em parte, ao aumento da produção.

Nas operações alemãs, que excederam os seus limites anuais, a transacção interna das licenças atribu-ídas permitiram o cumprimento dos limites de emissão.

Prevemos que ainda haja um excedente líquido de licenças de emissão, no final de 2007.

Para a unidade fabril de Knowsley, 2006 foi o terceiro ano do Acordo para as Alterações Climáticas do sector de painéis derivados de madeira; esta operação atingiu um nível de emissão de CO2 inferior em 10.846 toneladas à sua meta.

Durante 2007, temos como objectivo estabelecer um programa global de eficiência energética.

FIGURA 26: Resumo das emissões de CO2

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

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No caso das fábricas de MDF (Medium Density Fibreboard), investimos no tratamento das águas resi-duais e na reutilização da água tratada, por exemplo, nos sistemas de arrefecimento e nos processos de lavagem. Assim, a fábrica de Mangualde (Portugal) envolveu-se num projecto-piloto, para testar uma unidade de tratamento terciário, que permite a reutilização de àguas residuais. Em 2005, esta fábrica efectuou o tratamento de 16 metros cúbicos por hora de águas residuais, dos quais 6 metros cúbicos por hora foram reutilizados na lavagem da estilha de madeira e os restantes 10 foram descarregados no rio. Contudo, como resultado do projecto-piloto, decidimos construir uma nova unidade de tratamento terci-ário, que irá assegurar que todas os efluentes sejam reutilizados. Com este propósito, foi efectuado um investimento total de 340.000 euros e estima-se que a nova unidade entre em funcionamento no decurso de 2007. Esperamos que a economia no custo da água compense, em parte, o investimento efectuado. De qualquer modo, o mais relevante aqui é a melhoria da autonomia do fornecimento de água à fábrica, que permitirá colmatar a escassez sazonal de água sentida nesta região.

Resíduos

A maior parte dos resíduos provém dos contaminantes da madeira reciclada, utilizada como matéria--prima na produção, e das cinzas provenientes das caldeiras existentes nas unidades de produção de energia. Estes contaminantes podem tornar a madeira, ou parte dela, inutilizável e, por conseguinte, seleccionamos os nossos fornecedores de madeira reciclada, de acordo com a qualidade da madeira fornecida. Nas nossas operações implementamos inspecções e controlos das cargas de madeira reci-clada, de modo a evitar o abastecimento de matérias-primas de madeira contaminada, as quais, caso não existisse controlo, juntar-se-iam aos resíduos existentes nas unidades fabris.

Em 2006, por cada metro cúbido de painel produzido, gerámos 76 kg de resíduos. Grande parte dos resíduos, mais do que 47%, é reutilizada ou reciclada e um adicional de 38% é utilizado como combus-tível, restando um desperdício de cerca de 6 kg por metro cúbico de painel produzido, o qual é maiorita-riamente depositado em aterro sendo o restante direccionado para tratamento de resíduos perigosos.

Durante 2006, os custos alocados ao envio para destino final dos resíduos cresceu 18%, devido ao aumento dos preços da eliminação de resíduos.

0,5

0,4

0,3

0,2

CONSUMO DE ÁGUA POR METRO CÚBICO PRODUZIDO(m3/m3 de painel)

20062005

0,4

2

0,4

5FIGURA 27: Consumo de água por metro cúbico produzido

Consumo de água e águas residuais

Tal como ilustra a Figura 27, o nosso consumo de água por metro cúbico produzido diminuiu de 2005 para 2006. O fornecimento municipal representa 51% da água utilizada e 94% do seu custo. Outras fontes de abastecimento são a água subterrânea (32%) e a água de superfície (17%). Durante 2005, a melhoria gradual dos sistemas de contabilização da gestão da água a nível das operações, proporcionou--nos, desde então, uma informação de melhor qualidade.

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Sistemas de Gestão AmbientalA implementação dos sistemas de gestão ambiental iniciou-se logo após a aprovação da primeira polí-tica ambiental em 1996. Nos últimos anos, o desenvolvimento e a implementação dos sistemas inte-grados de gestão da qualidade e do ambiente têm sido um esforço contínuo na Sonae Indústria. Numa indústria altamente normalizada, tal como a dos painéis derivados de madeira, a gestão da qualidade é fundamental para assegurar um fluxo consistente de produtos de qualidade para os nossos clientes. Relativamente à gestão ambiental, foram implementados sistemas a nível operacional, para assegurar a implementação da política ambiental. Esta abordagem tem em consideração as diferenças locais, quer as relativas a questões-chave de cada fábrica, quer as relacionadas com legislação e regulamentação local. Os nossos sistemas de gestão foram integrados, porque entendemos que, assim, aumentamos a eficiência, reduzindo a duplicação desnecessária de tarefas, e reforçando a ideia de que, para nós, tanto a gestão ambiental, como a da qualidade, são igualmente relevantes. Através destes sistemas, partimos de uma base sólida para tratar, de forma sistemática, as questões-chave ambientais, cumprindo a legis-lação e as normas aplicáveis e assegurando a melhoria contínua do nosso desempenho.

Certificação dos Sistemas de GestãoDesde 2000, procuramos obter certificação independente dos sistemas de gestão ambiental das opera-ções locais, sendo que a certificação da gestão da qualidade teve início no final da década de oitenta. Até à data, onze das nossas maiores unidades industriais foram certificadas pela ISO 14001 e seis tencionam obter a certificação em 2007. Estimamos que, em 2007, este processo esteja concluído nas nossas operações alemãs, assim como nas operações fora da Europa. 29 unidades fabris foram certificadas pela ISO 9001. Para demonstrarmos que a madeira utilizada na nossa produção é oriunda de origens geridas de forma sustentável, procuramos obter certificação independente das práticas de aprovisiona-mento da cadeia de responsabilidade dos nossos produtos florestais, para os mercados que valorizam este tipo de certificação. Por conseguinte, até à data, vinte das nossas maiores operações certificaram a cadeia de responsabilidade dos seus produtos florestais, através dos dois maiores sistemas de certifi-cação da gestão florestal e da cadeia de responsabilidade: o PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes) e o FSC (Forest Stewardship Council). Na Figura 29, apresentamos uma panorâmica das certificações obtidas (os objectivos para 2007 estão entre parêntesis).

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0

GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR METRO CÚBICO PRODUZIDO(kg/m3 de painel)

20062005

7677

FIGURA 28: Geração de resíduos por metro cúbico produzido

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PORTUGALMaia*

MangualdeOliveira do Hospital

Sines**

ESPANHABetanzos

LinaresSolsona

Valladolid

FRANÇALinxe

AuxerreChâtellerault

Le CreusotLure

St DizierUssel

ALEMANHAMeppenEiweilerNettgau

KaiserseschHorn

BeeskowDuisburg

REINO UNIDOKnowsleyColeraine

ÁFRICA DO SULPanbult

White RiverGeorge

CANADÁLac-Mégantic

BRASILPiên

ISO 9001

····

·(FEV 2007)

··

····

(JAN2007)·

(JAN2007)

·······

··

···

·

·

ISO 14001

(2007)··

(2007)

····

(2007)(2007)(2007)

·

···

·

(2007)

PEFC

(2007)(2007)

Não aplicável

····

·······

·······

·

Não aplicável

··

··

FSC

Qualidade Ambiente Cadeia de Responsabilidade dosprodutos florestais

* unidade de produção de HPL ** unidade de produção de resinas

FIGURA 29: Certificações da gestão da qualidade e do ambiente

Diagnósticos Ambientais CorporativosEm Julho de 2006, a Comissão Executiva da Sonae Indústria aprovou uma abordagem global para a elaboração de Diagnósticos Ambientais Corporativos (DAC), os quais incluem a avaliação exaustiva do cumprimento da legislação ambiental em cada uma das fábricas. O propósito desta primeira ronda de DAC é tripartido. Em primeiro lugar, o DAC proporciona uma avaliação do Sistema de Gestão Ambiental, que permite identificar, por um lado, os pontos fortes, a serem aprofundados e partilhados como boas práticas entre as outras unidades fabris e, por outro, as áreas onde são necessárias melhorias. O DAC faculta-nos ainda um intrumento valioso de verificação das metodologias empregues no cálculo ou na medição de cada um dos Indicadores-Chave Ambientais, medidos em todas as operações. Por fim, o DAC permite uma avaliação exaustiva do cumprimento da legislação ambiental, aplicável a cada fábrica, utilizando, para este fim, listas de verificação específicas para cada unidade, as quais integram todas as regulamentações aplicáveis. O processo de verificação da conformidade foi desenvolvido de forma compatível com a norma ISO 14001 para os sistemas de gestão ambiental. Estas listas serão revistas anualmente, para assegurar a sua actualização face à legislação nova e emergente. As restantes compo-nentes do DAC irão progredir no sentido de, gradualmente, incidirem mais nos temas emergentes e priori-tizados a nível corporativo. No fundo, o DAC é um instrumento de gestão adicional, que ajuda a melhorar continuamente o nosso desempenho ambiental.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - EFICIÊNCIA E RECURSOS AMBIENTAIS

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Os resultados dos DAC, sobretudo os que implicam necessidades de investimento, são um contributo importante para os Planos de Acção de Eco-Eficiência, a médio e longo-prazo, das operações. Estes planos prioritizam, a cinco anos, as acções principais para a melhoria ambiental delineada para cada operação.

CONSUMO DE MADEIRA RECICLADA NO REINO UNIDONos mercados europeus e especialmente no Reino Unido existe, da parte dos consumidores, uma procura crescente de produtos que demonstrem um elevado grau de eco-eficiência. Embora, no contexto europeu, o mercado do Reino Unido seja um consumidor muito importante de produtos de madeira, a disponibi-lidade de madeira virgem de origem nacional é bastante baixa. Por outro lado, os resíduos de madeira são relativamente abundantes, quando comparados com a madeira virgem. Por conseguinte, em 1997, foi tomada a decisão sensata de nos especializarmos na produção de produtos sustentáveis, com base na reciclagem da madeira.

Na nossa unidade de Knowsley, trabalhar com percentagens muito elevadas de madeira reciclada como matéria-prima provou ser um enorme desafio. O desgaste excessivo do equipamento e as interrupções, muito frequentes, para manutenção tiveram como resultado demasiadas paragens e, consequentemente, diminuíram a rentabilidade da operação.

Assim, em 2005, a nossa unidade de Knowsley lançou o «Projecto Wear», envolvendo a instalação de um novo sistema de limpeza da madeira reciclada, com um custo de aproximadamente 9,8 milhões de euros. Este sistema permite a remoção de contaminantes existentes na madeira, tais como: pedras, vidro, metais ferrosos e não ferrosos e plásticos. Mensalmente, a unidade recupera 100 toneladas de metais ferrosos e ainda 30 a 50 toneladas de metais não ferrosos, 500 toneladas de pedras e vidro, 600 tone-ladas de cinzas e 20 toneladas de plásticos leves e poeira. Todos os materiais recicláveis – sobretudo os metais – são vendidos.

Deste modo, em 2006, o nosso consumo médio de madeira no Reino Unido foi composto por 88% de madeira reciclada e 12% de subprodutos. Trata-se de um aumento de 1 ponto percentual de madeira reciclada em relação aos níveis do Reino Unido em 2005. Em especial, temos o prazer de referir que, em 2006, a unidade de Knowsley registou um consumo de 95% de matérias-primas de madeira reci-clada, sendo que os restantes 5% representam subprodutos. Em reconhecimento pelos investimentos efectuados para aumentar a utilização de matérias-primas recicladas, foi-nos atribuído o Prémio Valpak pelo melhor investimento com os fundos provenientes dos Títulos de Recuperação de Resíduos de Emba-lagem (Packaging Waste Recovery Notes - PRN).

Próximos passos

Recursos e eficiênciaoperacional

Criar valor, como parte da relaçãocom os nossos accionistas

Elaborar um programa global deeficiência energética

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Actividades planeadas para 2007

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6.5AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

Como abordamos a gestão dos recursos humanosPara a nossa empresa, os colaboradores são, desde sempre, o activo mais valioso. São eles que, todos os dias, trabalham arduamente para melhorar o desempenho e atingir objectivos novos e mais exigentes. À medida que avançamos no sentido de nos tornarmos numa empresa cada vez mais sustentável e rentável, aumenta o nosso apreço pelo seu esforço e contributo.

O crescimento através de aquisições apresenta-nos desafios, tais como sermos capazes de lidar continua-mente com as diferentes culturas de trabalho e prioridades de acção das empresas adquiridas. Em diversos casos, esta questão envolveu também a necessidade de lidar com as diferenças das culturas geográficas, uma vez que estas aquisições e projectos de raiz decorrem em diferentes partes do mundo. Enquanto que a integração destes novos colaboradores e culturas na família Sonae Indústria requer uma análise aprofun-dada sobre as diferentes abordagens à gestão de recursos humanos e convida à troca de conhecimentos e de boas práticas, ao mesmo tempo, desafia-nos a criar um quadro de referência comum para a gestão de recursos humanos no âmbito da nossa organização. Ao operarmos numa economia globalizada e interligada, estamos em permanente competição na procura de pessoas habilitadas e com experiência. Estamos cons-cientes de que, na conjuntura actual, dar particular atenção à gestão de recursos humanos é um pré-requi-sito para atrair e reter as pessoas de que necessitamos para ter sucesso. No passado, as nossas operações geriam autonomamente estas questões, com indicações limitadas por parte da sede corporativa. Contudo, nos últimos anos, desenvolvemos um processo contínuo, alargado a toda a organização, de identificação e sistematização das questões relacionadas com os recursos humanos. Apesar de termos já progredido bastante nalgumas áreas, ainda temos pela frente alguns passos a concretizar.

Os desafios com os nossos colaboradoresSegurança, higiene e saúde

A produção de painéis derivados de madeira requer destreza física, atenção permanente e boas condições físicas, uma vez que os operários lidam com equipamento pesado e, durante a produção, são, regularmente, expostos a processos ruidosos e a serrim. Tal como descrito pormenorizadamente mais adiante, estamos a trabalhar no sentido de implementar medidas que minimizem estes efeitos nos nossos colaboradores.

Infelizmente, o risco de acidentes na nossa indústria é real e lamentamos profundamente ter registado seis fatalidades nas nossas operações no decorrer de 2006. Os acidentes ocorreram em França, na África do Sul, no Brasil e em Portugal, tendo envolvido quatro trabalhadores subcontratados e dois colaboradores directos. Apresentamos as nossas mais profundas condolências aos parentes dos sinistrados e estamos determinados a empregar todos os meios ao nosso alcance para evitar que acidentes similares ocorram no futuro. A saúde, a segurança e o bem-estar geral dos nossos colaboradores é da maior importância para nós e não ignora-remos nenhum meio que possa contribuir para a melhoria das suas condições de trabalho. Lamentamos, particularmente, o facto destas fatalidades terem ocorrido após um ano de crescente focalização nas ques-tões da segurança, higiene e saúde no âmbito das nossas operações. Por conseguinte, considerando a natu-reza da nossa indústria, a nossa maior preocupação em relação aos nossos colaboradores tem a ver com as questões de segurança, higiene e saúde, e, nos próximos anos, estamos empenhados em passar do mero cumprimento legal à adopção das melhores práticas nesta área, para melhorar o nosso desempenho.

FIGURA 30: Dados de segurança, higiene e saúde

Relação com os colaboradores

Para além das questões de segurança, higiene e saúde, preocupamo-nos em melhorar permanentemente o relacionamento com os nossos colaboradores. Fazêmo-lo dando enfoque a adequados canais de comu-nicação com todos os colaboradores e à formação e educação contínuas. Também damos prioridade ao desenvolvimento da carreira e à oferta de iguais oportunidades, embora a diversidade de género seja uma área com que nos debatemos devido à natureza da nossa indústria. Para além disso, apoiamos a liberdade

2006

4.0%

110

26%

0.5%

Absentismo (% horas de trabalho)

Formação (milhares de horas)

Formação em segurança, higiene e saúde (em % do total de horas de formação)

% horas perdidas de trabalho por acidentes

2005

5.0%

80

24%

0.6%

2004

4.3%

72

27%

0.8%

2003

4.8%

67

19%

0.8%

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

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de associação onde quer que operemos. Durante 2007, tencionamos desenvolver uma abordagem formal (política) às práticas da organização em relação à liberdade associativa.Para fidelizarmos os colaboradores, é fundamental para nós que estes sintam segurança em relação ao seu emprego. Parece-nos que temos conseguido atingir, razoavelmente bem, este propósito, já que 30% dos colaboradores escolheram permanecer connosco 16 anos ou mais das suas vidas profissionais (ver Figura 31). Contudo, também há momentos complicados, com decisões difíceis, tais como a necessidade de rescindir contratos durante as reestruturações e aquisições. Nestas situações, procuramos proporcionar aos nossos colaboradores a melhor segurança possível, ajudando-os a procurar novas oportunidades de carreira ou oferecendo indemnizações àqueles que, voluntariamente, se demitem, evitando, assim, o despedimento. Um exemplo recente desta situação é o «Open Window Programme» (Programa Janela Aberta), que foi introduzido após a aquisição das fábricas da Hornitex e implementado em todas as fábricas afectadas. Com esta aquisição, era necessária a redução do número de colaboradores. Com a oferta de uma indemnização a todos os interessados em deixar voluntariamente a empresa, conseguimos reduzir ao mínimo o número de rescisões. Assim foram identificados 14 colaboradores em Beeskow, 34 em Duisburg e 122 em Horn para integrar este programa.

FIGURA 31: Colaboradores por antiguidade (em 2005 e 2006)

Em 2006, levámos a cabo o primeiro inquérito ao clima social, o qual irá funcionar como um instrumento importante para melhorar no futuro. Mais adiante, apresentaremos mais detalhes sobre este inquérito, seus resultados e acções.

��%

��%

��%

��%

�0%

100%

Antiguidade

<= 1 ano

2 to 5 anos

6 a 10 anos

11 a 15 anos

=> 16 anos

Total

2005 2006

9%

28%

22%

15%

26%

100%

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

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Na Sonae Indústria, estamos determinados a proporcionar um ambiente seguro e saudávelaos nossos colaboradores, subcontratados, clientes e visitantes, bem como àscomunidades onde nos inserimos. Estamos conscientes de que uma gestão eficienteda segurança, higiene e saúde assenta em bons princípios empresariais e deve estarsubjacente à fixação de objectivos e tomada de decisões.

Todas as actividades da Sonae Indústria estão sujeitas a uma abordagem sistemáticaem relação à gestão da segurança, higiene e saúde, concebida de forma a:

› Reduzir e controlar os riscos, com o objectivo de prevenir incidentes, acidentes, ferimentos e doenças ocupacionais;

› Proporcionar e manter a segurança das fábricas e dos locais de trabalho em geral,para além dos equipamentos;

› Atingir a melhoria contínua.

Para atingir estes objectivos, iremos:› Gerir, supervisionar e conduzir as actividades através do exemplo;› Estabelecer objectivos internos desafiadores em termos de segurança, higiene esaúde, e divulgar publicamente o nosso desempenho;

› Enfatizar a responsabilidade individual e a responsabilização, a todos os níveis daorganização, pelas questões relacionadas com a segurança, higiene e saúde;

› Proporcionar formação, educação, informação e recursos;› Garantir que a gestão da segurança, higiene e saúde efectuada pelos subcontratadose fornecedores, está conforme esta Política;

› Medir, avaliar e comunicar o cumprimento dos requisitos legais, bem como dasnormas e dos procedimentos de segurança, higiene e saúde;

› Avaliar e rever sistematicamente a eficácia da política e do sistema de gestão dasegurança, higiene e saúde.

Deste modo, teremos uma cultura e desempenho em termos de segurança, higiene e saúde,de que nos poderemos orgulhar e com o qual pretendemos ganhar a confiança doscolaboradores, dos subcontratados, dos clientes, dos accionistas e do público em geral.

Carlos Bianchi de Aguiar Rui Manuel Correia

José António ComesañaChristian Schwarz

Louis Brassard

�� de Junho de �00�

POLÍTICADE SEGURANÇA,HIGIENE E SAÚDE

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

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Diagnóstico sobre a gestãoda segurança, higiene e saúdeDe modo a obter uma visão precisa sobre a forma como são abordadas as questões da segurança, higiene e saúde nas diversas operações, a nossa Comissão Executiva solicitou, em 2005, um diagnóstico sobre a gestão da segurança, higiene e saúde, realizado em 17 das nossas fábricas espalhadas pelas várias regiões geográficas onde operamos.

A nossa abordagem

Entre Novembro de 2005 e Fevereiro de 2006, passámos três dias em cada uma das operações selec-cionadas, a efectuar entrevistas de recolha de dados, a visitar as áreas industriais, a analisar documentos e a verificar normas, políticas, directrizes e enquadramentos legais existentes. Este trabalho foi efectuado em cooperação estreita com o Administrador-delegado do país (COO - Chief Operations Officer) e os responsáveis pela segurança, higiene e saúde

As nossas constatações

Constatou-se a existência de algumas boas práticas e de diversas áreas com necessidade de melhoria. Dos pontos fortes, destacam-se o nível elevado de empenho e dedicação entre os responsáveis pela segu-rança, higiene e saúde nas operações e a boa colaboração com os subcontratados nestas áreas.

O diagnóstico revelou também algumas áreas com necessidade de melhoria. Por exemplo, constatou-se que a abordagem das operações às questões relacionadas com a segurança, higiene e saúde difere consoante a importância atribuída a essa questão pela gestão e pela cultura locais. Assim, denotava-se alguma inconsistência de desempenho entre os países e, por vezes, também entre unidades do mesmo país, o que veio sublinhar a necessidade de estabelecer um quadro de referência global e um conjunto de expectativas comum. Constatou-se igualmente que as operações, raramente, abordam as questões da segurança, higiene e saúde, quando partilham as melhores práticas e que a preocupação primordial de muitas das nossas operações é desenvolver meios de reacção à sinistralidade, dando menos ênfase ao planeamento da prevenção. O impulsionador mais importante dos esforços da segurança,higiene e saúde ao nível das operações foi identificado como sendo o cumprimento da legislação local. Assim, este diag-nóstico revelou diversas lacunas significativas no desempenho e a necessidade de reforçar, particular-mente, a comunicação com e entre as várias operações, assim como a necessidade de organizar melhor e sistematizar os esforços relativos à segurança, higiene e saúde.

As nossas acções

A conclusão do diagnóstico de segurança, higiene e saúde resultou num compromisso, assumido pela Comissão Executiva, de actuação imediata a nível corporativo. A primeira acção resultante deste compro-misso foi o desenvolvimento da Política de Segurança, Higiene e Saúde da Sonae Indústria, subscrita pela Comissão Executiva, a 27 de Junho de 2006, durante o Encontro Internacional de Quadros (IMM - International Managers Meeting). Com esta política, pretendeu-se abordar todas as lacunas identificadas durante os diagnósticos e criar uma base de referência comum para as melhorias a desenvolver. Para assegurar a implementação consistente desta política e a conformidade com a legislação e regulamen-tação locais em todas as operações, foi desenvolvido um conjunto de Normas Corporativas de Segurança, Higiene e Saúde (ver Figura 33). As 14 normas deste quadro de referência constituem os nossos alicerces para a melhoria contínua, estabelecendo objectivos e expectativas e pormenorizando o modo como as operações devem implementar os sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde, a nível regional.

Para apresentar as Normas Corporativas e assegurar que todos os gestores estão cientes da nossa estra-tégia e das suas implicações para cada unidade, organizaram-se road shows, envolvendo todos os países. Durante as sessões, os directores e supervisores receberam formação sobre as normas e as lacunas mais proeminentes das práticas correntes em cada operação foram identificadas para duas das 14 normas. Esta formação facilitou a elaboração de planos de acção em cada operação (após a identificação das lacunas mais relevantes para todas as normas), os quais servirão de base para o desenvolvimento de procedimentos e práticas de trabalho em cada unidade, para assegurar a conformidade absoluta com as normas até 2010. Ao todo, foram realizadas 20 sessões, que contaram com a participação de 230 directores e supervisores.

FIGURA 32: Road shows de segurança, higiene e saúde

5

58

Portugal Espanha França Alemanha R. Unido Canadá Brasil África do Sul

Número

Nr. de participantes(directores e supervisores)

4

41

3

35

3

36

1

12

1

10

1

13

2

25

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

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As nossas Normas de Segurança,Higiene e Saúde

1) Liderança

2) Planeamento e gestão

3) Gestão do risco

4) Recursos humanos

5) Garantia de cumprimento

6) Gestão de projectos

7) Gestão da mudança

8) Formação e competências

9) Comunicação e promoção

10) Gestão de activos

11) Gestão da cadeia de abastecimento

12) Preparação para emergências

13) Aprender com os acontecimentos

14) Resultados e revisão

OBJECTIVOS E EXPECTATIVASNORMA

Demonstrar responsabilidade e empenho para com as questões dasegurança, higiene e saúde, tanto da parte dos líderes como dossupervisores responsáveis por essa função

Assegurar que os recursos necessários são alocados à gestão da segurança,higiene e saúde e que as acções são acompanhadas até à sua conclusão

Garantir que os riscos relacionados com segurança, higiene e saúde sãoidentificados, geridos, documentados e controlados

Garantir que as questões relacionadas com a segurança, higiene e saúdesão consideradas no momento do recrutamento, avaliação,desenvolvimento de carreira e mudanças organizacionais

Garantir o cumprimento da regulamentação, das autorizações e dasnormas relevantes

Assegurar a sistemática gestão do risco, em termos de segurança, higienee saúde, relacionada com as actividades dos projectos

Utilizar um processo para a identificação, avaliação e controlo dasmudanças que possam ter impacto no perfil de risco dos activos,processos ou organização

Assegurar as competências e os conhecimentos adequados a todos oscolaboradores

Garantir sistemas de comunicação alargados e eficazes para informare motivar os colaboradores

Incluir avaliações de risco no nosso programa de gestão da integridadedos activos para compreender e prioritizar a nossa exposição

Garantir que as operações dos terceiros subcontratados não acarretamriscos acrescidos à segurança, higiene e saúde e que estão emconformidade com as nossas normas de segurança, higiene e saúde.Gerir os riscos associados ao abastecimento, recepção e transporte deprodutos.

Implantar sistemas eficazes de identificação, avaliação e gestão depotenciais incidentes em termos de segurança

Garantir que todos os incidentes são comunicados e avaliados e queacções correctivas e preventivas são executadas

Assegurar auditorias e revisões anuais aos sistemas e à política desegurança, higiene e saúde e comunicar o desempenho às partesinteressadas internas e externas

FIGURA 33: Normas Corporativas de Segurança, Higiene e Saúde

A seguir aos road shows, levaram-se a cabo outras acções para ajudar as operações a implementar as normas com sucesso. Em termos de comunicação, desenvolveu-se uma aplicação na Intranet, onde estão disponíveis a política, as normas e outros procedimentos relacionados para serem partilhados por todos. Ao mesmo tempo, a Intranet funciona como um fórum onde dúvidas, comentários e boas práticas podem ser partilhadas entre as diversas operações, encorajando, deste modo, a partilha de experiências e conhecimento internos de actividades e processos. Para além disso, integrou-se a segurança, higiene e saúde no processo de planeamento das actividades regulares da organização, através de alguns Indi-cadores-chave de Desempenho. Todavia, numa organização tão largamente disseminada como a nossa, a simples integração de indicadores-chave pode representar um desafio à uniformização. Por fim, foram desenvolvidos alguns procedimentos corporativos relativos às visitas a operações por membros da gestão de topo (Management Tours) e à comunicação de fatalidades.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO

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NOVOS OBJECTIVOS

MONITORIZAÇÃO DOSINDICADORES-CHAVE DEDESEMPENHO

AUDITORIAS DE CUMPRIMENTO

COMPARAR OSRESULTADOS

VS EXPECTATIVAS

NORMAS DE SEGURANÇA,HIGIENE E SAÚDE

ESTABELECER OBJECTIVOSE EXPECTATIVAS

DESENVOLVER UM PLANODE ACÇÃO PARA 4 ANOS2007 - 2010

PLANO ANUAL DE ACÇÕES

IMPLEMENTAR O PLANODE ACÇÕES

ACTUALIZAR O PLANODE ACÇÃO PARA 4 ANOS

SE ABAIXO DAS EXPECTATIVAS

FIGURA 34: Processo para gerir a segurança, higiene e saúde

Formaldeído no local de trabalhoTodos os dias as pessoas utilizam produtos que contêm formaldeído. Apenas para exemplificar, esta subs-tância é um dos componentes básicos presente em quatro grandes sectores da economia: na indústria da construção habitacional, onde é utilizado para fabricar aglomerado de partículas, MDF, materiais isolantes e armários; na indústria automóvel, onde está presente nos sistemas e fivelas dos cintos de segurança, nas pinturas de base e de revestimento exterior e em componentes essenciais do sistema de combustível; na indústria de aviação, onde a sua aplicação inclui componentes essenciais do equipamento de aterragem, lubrificantes, discos dos travões e o isolamento de portas e janelas; e finalmente, em aplicações ligadas aos cuidados de saúde, onde é utilizado no fabrico de vacinas contra o antraz, a difteria, a hepatite A e a gripe, para além de ser um dos constituintes de medicamentos de combate a infecções.

Embora os produtos que contêm formaldeído ou materiais à base de formaldeído desempenhem um papel abrangente nas economias mundiais, a dependência do formaldeído é praticamente invisível ao público. Acresce ainda que as estatísticas públicas não estão concebidas nem para identificar e quantificar o valor do formaldeído para os consumidores, nem o contributo da indústria utilizadora de formaldeído para a economia em termos de empregos, salários e investimento.

Normalmente, também não é do conhecimento comum que os animais em geral e nós, enquanto seres humanos, produzimos formaldeído nos nossos corpos e que esta substância ocorre naturalmente no ar que respiramos. O formaldeído decompõe-se em poucas horas, por efeito da luz solar ou de bactérias e metaboliza rapidamente no corpo. Por conseguinte, o formaldeído não se acumula, nem no corpo, nem no ambiente.

Contudo, o formaldeído pode também ser prejudicial; tem um cheiro distintivo, acre, que se evidencia mesmo em baixas concentrações e que irrita as membranas mucosas.

Na produção de painéis derivados de madeira, o sector não utiliza o formaldeído em si, mas sim colas que contêm formaldeído, cuja função é colar as partículas que foram preparadas mecanicamente, para formar os painéis derivados de madeira, tais como aglomerado de partículas, MDF (Medium Density Fibreboard – aglomerado de fibras de média densidade) e OSB (Oriented Strand Board – painéis de partículas lameladas e orientadas). Consequentemente, os produtos manufacturados com painéis derivados de madeira podem emitir uma pequena quantidade de formaldeído, durante a sua utilização.

O sector dos painéis derivados de madeira (e a EPF, European Panel Federation - Federação Europeia de Painéis -, em particular) tem todo o interesse em fabricar produtos que sejam seguros para os colaboradores que trabalham nas suas fábricas, assim como em oferecer produtos seguros aos consumidores. As empresas associadas da EPF (onde a Sonae Indústria tem uma participação muito activa) assumiram o compromisso de produzirem apenas produtos com baixas emissões de formaldeído (produtos da «classe E1»).

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A EPF está perfeitamente consciente da percepção pública do formaldeído como uma «substância perigosa», especialmente depois da sua reclassificação como «carcinogénico para os humanos», feita pela IARC (Inter-national Agency for Research on Cancer – Agência Internacional para a Investigação do Cancro), em Junho 2004. Considerando o acima exposto, a EPF participa em diversos estudos para avaliar a realidade dos riscos e perigos potenciais do formaldeído, do ponto de vista de uma entidade independente. Estes são parti-cularmente necessários para clarificar os resultados cientificamente controversos dos estudos que influen-ciaram a decisão da IARC.

No seguimento da decisão da IARC em 2004, a Sonae Indústria decidiu, como medida de precaução, reava-liar, em termos globais, o nível de exposição ao formaldeído no local de trabalho, nas nossas operações. Nessa altura, foi solicitado a 23 das maiores operações que actualizassem e comunicassem os resultados das suas avaliações regulares (como regra, efectuadas por entidades independentes).

Verificamos que, como existe um grande desacordo entre os especialistas sobre os perigos exactos do formal-deído, há diferenças significativas entre os limites recomendados pelas diferentes autoridades nacionais. Por conseguinte, os dados resultantes deste processo não são totalmente comparáveis entre as várias opera-ções nos diferentes países. Contudo, optou-se por tomar uma medida de precaução e das 23 operações analisadas, solicitou-se a 6, onde os resultados foram insatisfatórios, que elaborassem um plano de actu-ação, estabelecendo as etapas exactas a prosseguir para redução das concentrações para níveis inferiores.

A implementação destes planos de actuação foi acompanhada até se constatarem melhorias em novas avaliações.

Devido às diferenças nas legislações nacionais, não foram definidos limites globais para todas as operações, mas, como parte das suas responsabilidades globais de segurança, higiene e saúde, solicitou-se-lhes que tomassem as medidas necessárias para assegurar que as concentrações de formaldeído se mantêm abaixo dos valores recomendados nacionais. A nível local, resolveram-se os casos que ultrapassavam estes limites, com a melhoria dos sistemas de ventilação e isolamento do equipamento em causa. Para além disso, o nosso departamento de Investigação & Desenvolvimento está, neste momento, a conduzir investigações no sentido de reduzir, ainda mais, as quantidades de formaldeído no nosso processo produtivo e produtos. Estamos confiantes de que esta investigação irá contribuir para uma solução viável do problema no futuro. Mais infor-mação acerca do formaldeído nos produtos, encontra-se no capítulo «Responsabilidade pelo produto».

EFEITOS DO FORMALDEÍDO NA SAÚDEEm concentrações no ar acima de determinados níveis, o formaldeído pode causar irritação nos olhos, resultando em olhos lacrimejantes. Se inalado, o formaldeído nesta concentração, pode causar dores de cabeça, uma sensação de ardor na garganta e dificuldade em respirar, assim como despoletar ou agravar sintomas de asma. Se, de facto, o formaldeído pode causar cancro, ainda está por determinar. A IARC (International Agency for Research on Cancer – Agência Internacional para a Investigação do Cancro) já o classificou como carcinogénico, mas a autoridade europeia de saúde ocupacional, o SCOEL, não o fez.

Exposição ao póO pó da madeira pode tornar-se um potencial problema de saúde se as partículas de madeira, prove-nientes dos processos de trituração, lixagem e corte, pairarem no ar. Respirar estas partículas pode causar diversos sintomas respiratórios. A extensão destes perigos e dos tipos de madeira que lhes estão associados ainda não foram claramente estabelecidos. Por conseguinte, estamos determinados a seguir uma abordagem de precaução e reduzir as emissões de pó para um nível seguro e, se necessário, fornecer aos nossos colaboradores equipamento apropriado de protecção individual. Para reduzir a quantidade de partículas de pó geradas durante a produção, há mais de uma década que integramos sistemas locais de aspiração de pó e investimos em melhores sistemas de ventilação.

Certificação dos nossos sistemas de gestãode segurança, higiene e saúdePara atingir e demonstrar aos colaboradores existentes e potenciais que as condições de trabalho são boas e seguras, e também para corresponder à exigência crescente, por parte dos consumidores, de

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produtos fabricados em condições seguras e saudáveis, algumas das nossas operações tomaram a decisão estratégica de obter certificação dos sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde. Dentre os vários sistemas de certificação disponíveis, a OHSAS 18001 é a norma mais utilizada e foi também a escolhida pelas nossas operações. A nossa primeira certificação foi obtida pela unidade de Eiweiler (Alemanha), em 2004 e, em 2006, seguiram-se as operações de Nettgau (Alemanha), George, White River e Panbult (África do Sul). Em 2007, as operações de Meppen (Alemanha) e de Piên (Brasil) têm planeado submeterem-se ao processo de certificação.

Medindo o nossoclima social

O que fizemos

Está demonstrado que a satisfação dos colaboradores com a organização para a qual trabalham e o trabalho, propriamente dito, que executam, influenciam o desempenho global, afectando, por conse-guinte, a forma como as organizações empregam o seu potencial. Os estudos revelaram uma ligação clara entre a satisfação dos colaboradores e os resultados do negócio, em termos de aumento de vendas, efici-ência da força laboral e produtividade, assim como na qualidade do serviço prestado ao cliente. Por isso, em 2006, decidimos introduzir o «Inquérito ao Clima Social», para definir o nosso perfil organizacional, identificar as áreas críticas com necessidade de intervenção e implementar as acções necessárias, refor-çando, assim, a satisfação geral com a organização e o desempenho dos colaboradores.

O primeiro Inquérito global ao Clima Social foi lançado no primeiro semestre de 2006, com o apoio de consultores externos especializados, os quais avaliaram a empresa relativamente a seis áreas-chave de desempenho: flexibilidade, responsabilidade, normas, compensações, clareza e empenho no trabalho em equipa. A taxa de resposta ao inquérito rondou os 60%. Após o inquérito, todos os participantes foram informados sobre os resultados e sobre a decisão da Comissão Executiva em implementar as medidas necessárias para melhorar as áreas identificadas como menos desenvolvidas.

As nossas constatações

Os resultados do inquérito apresentaram uma opinião global favorável em relação ao nosso clima orga-nizacional, dando, no entanto, espaço para melhoria, uma vez que cerca de 50% das respostas foram globalmente favoráveis e aproximadamente 25% foram desfavoráveis. Este resultado é comparável com os resultados obtidos em inquéritos similares noutras grandes empresas industriais, conduzidos pela mesma empresa de consultadoria.

A comparação com outras empresas revelou que, em duas áreas e em termos de desempenho, estamos na média ou acima da média, a saber: o empenho no trabalho em equipa, o que significa que há um senti-mento de pertença e de que se trabalha para atingir objectivos comuns; e as normas, que se referem à determinação da gestão em melhorar o desempenho em todas as áreas e em fixar objectivos ambiciosos, mas exequíveis, tanto para a organização, como para os colaboradores.

As duas áreas que revelaram a maior necessidade de melhoria foram: a compensação, no que respeita a percepção dos colaboradores de que são recompensados pelo bom trabalho e de que tal reconhecimento está directamente relacionado com o desempenho; e a flexibilidade, em termos de todas as regras, proce-dimentos e práticas desnecessárias, que interferem com a execução das tarefas. A flexibilidade também foi considerada como a facilidade com que novas ideias são aceites e aplicadas.

As nossas acções

Para determinar as acções corporativas a implementar, considerando os resultados do inquérito, realizou--se, em Junho de 2006, uma sessão de trabalho para os directores de recursos humanos corporativo e de todos os países. As questões a prioritizar foram identificadas através de uma avaliação das lacunas existentes entre o clima actual e o desejado e do alinhamento daquelas com as directrizes estratégicas. A partir desta prioritização, foram definidas acções específicas e os respectivos indicadores de desem-penho. Foi decidido colmatar a lacuna nas expectativas relacionadas com a flexibilidade, através do trabalho em conjunto com o processo de inovação. A lacuna identificada em relação à compensação será colmatada através de formação adequada, proporcionada aos directores, de modo a que aperfeiçoem as suas competências de liderança, ensino e comunicação. Para além destas iniciativas corporativas, os resultados do inquérito funcionam como um instrumento para informação e comparação internas e para a definição de acções locais. Tencionamos realizar inquéritos ao clima social de dois em dois anos e monitorizar de perto o progresso atingido nas áreas críticas.

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Diversidade e igualdade de oportunidadesTratando-se de um sector industrial associado, nomeadamente a um número elevado de turnos, a indús-tria da fileira de madeira atrai tradicional e maioritariamente colaboradores do sexo masculino. Assim, a 31 de Dezembro de 2006, 86% dos nossos colaboradores eram homens e apenas 14% mulheres (ver Figura 35).

FIGURA 35: Colaboradores da Sonae Indústria, em 2006, por género e idade

BROAD-BASED BLACK ECONOMIC EMPOWERMENT - BBBEE,NA ÁFRICA DO SUL

Após o fim do Apartheid, em 1994, e com o advento da regra da maioria, o controlo das grandes empresas, quer do sector público, quer do privado, permaneceu ainda nas mãos de indivíduos de raça branca. De acordo com a Statistics South Africa (Estatísticas da África do Sul), os Brancos representam pouco menos de 10% da população, o que significa que grande parte da economia do país era controlada por uma pequena minoria. O BBBEE tem por objectivo transformar a economia, tornando-a represen-tativa da estrutura demográfica do país, atribuindo aos grupos anteriormente desfavorecidos (africanos negros, indivíduos de cor e indianos) oportunidades económicas, que, antigamente, não se encontravam disponíveis. Com esse propósito, o governo sul-africano introduziu, em 2003/2004, a iniciativa Black Economic Empowerment (BEE) (Atribuição de Poder Económico à Comunidade Negra), solicitando ao tecido empresarial que cumprisse sete parâmetros de desempenho.

Esta iniciativa foi recentemente (em Fevereiro de 2007) transformada em legislação, sob a forma de Códigos de Boas Práticas, os quais as empresas devem implementar durante os próximos 10 anos, caso pretendam ter relações comerciais com quaisquer empresas estatais ou órgãos do estado. O nível de cumprimento dos sete parâmetros de desempenho é avaliado através de um quadro de pontuação (score-card) emitido pelo governo sul-africano. Quanto mais elevada for a pontuação de uma empresa, maior é a probabilidade de conseguir relações comerciais com o governo (e outros).

No seguimento da introdução da BEE em 2003/2004, a Sonae Novobord, na África do Sul, tem envi-dado todos os esforços para cumprir os requisitos estabelecidos no quadro de pontuação (scorecard). Entre outros, temos procurado activamente identificar formas de atrair, para a empresa, potenciais novos recrutamentos da comunidade PDI (Previously Disadvantaged Individuals - indivíduos anteriormente em situação de desvantagem). Ao integrar colaboradores deste grupo na nossa empresa, preocupamo-nos, sobretudo, com questões, como a formação, obrigações contratuais e a criação de oportunidades de carreira. Os Employment Equity Committees (Comités de Equidade no Emprego), que são legalmente obrigatórios e são compostos por membros da direcção, assim como por outros colaboradores e por representantes dos sindicatos, foram criados nas nossas operações de White River, George, Panbult e Woodmead, a partir de onde monitorizam as políticas, práticas e procedimentos relativos à equidade no emprego. Durante 2006, 45% das novas contratações foram PDIs.

<= 23 anos

24 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

=> 60 anos

Total

Homens Mulheres Total

1%

3%

5%

3%

2%

0%

14%

�%

��%

��%

��%

�0%

�%

100%

Idade

3%

9%

24%

30%

18%

2%

86%

COLABORADORES POR GÉNERO E IDADE, EM 2006:

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Formação e educação Na nossa organização, a formação e o desenvolvimento pessoal são muito importantes. Durante o processo de avaliação de desempenho, discutimos os temas mais significativos relacionados com o desempenho ao longo do ano. Assim que se chega a acordo em relação às áreas a melhorar, identifi-camos as necessidades de desenvolvimento de cada colaborador e decidimos um plano de acção, que, normalmente, inclui formação a concretizar até à próxima avaliação de desempenho. As necessidades de formação identificadas são reportadas ao departamento de Recursos Humanos, que as incorpora num Plano Anual de Formação. Ao longo do ano, aprofunda-se o desenvolvimento deste plano e mede-se o impacto da formação.

Comunicações internasUma comunicação eficaz é um pré-requisito para manter um bom relacionamento com os colaboradores, baseado na confiança mútua. Entendemos que a comunicação corporativa não deve ser apenas uma função que distribui informação, mas também uma parte natural das nossas interacções diárias.

A forma mais eficaz de chegar aos nossos colaboradores com informação e diálogo é, até certo ponto, dependente da cultura. Por conseguinte, a estratégia e os meios mais ajustados da comunicação interna são decididos a nível regional. Por forma a manter os nossos colaboradores actualizados em relação aos desenvolvimentos e às decisões corporativas e para reforçar o sentimento de identificação com a cultura da Sonae Indústria, a função corporativa de comunicação é responsável por informar os gestores locais e sugerir instrumentos de comunicação apropriados.

Os nossos canais mais importantes para a comunicação corporativa são a Intranet «Inboard», a news-letter da Sonae Indústria e o Encontro Internacional de Quadros (IMM – International Management Meeting). Na «InBoard», encontramos os destaques e eventos mais recentes, assim como informação básica sobre a empresa, a nível local e global. Aproximadamente 42% dos nossos colaboradores têm acesso ao «InBoard» (o que significa que lhes estão atribuídas uma caixa de correio electrónico interna e uma conta na Intranet). A nossa newsletter é publicada em 5 línguas, colocada em todas as opera-ções e distribuída a todos os colaboradores. Para além da newsletter corporativa, quase todos os países publicam as suas próprias newsletters ou jornais. A IMM é o nosso maior evento internacional, para partilha de conhecimento e reforço da cultura da Sonae Indústria entre os gestores. Durante este fórum anual, estabelecemos grupos de trabalho compostos por pessoas de diferentes países, para proporcionar aos gestores a oportunidade de abordarem a agenda actual, discutirem as melhores práticas e prepa-rarem instrumentos de comunicação sólidos, para motivarem os colaboradores e aumentarem o desem-penho em toda a organização.

ATRAINDO NOVOS TALENTOS PARA A GLUNZReconhecendo que os nossos colaboradores são cruciais para o nosso sucesso e que a viabilidade futura do negócio depende da nossa capacidade de atrair e reter colaboradores habilitados e experientes, o nosso grupo Glunz, na Alemanha, avançou com um programa de estágio, em 2001.

Os objectivos

O objectivo do programa era identificar e contratar jovens talentos acima da média, tais como licenciados de universidades e de universidades de ciências aplicadas (equivalentes a institutos politécnicos), de modo a assegurar, no futuro, a disponibilidade de especialistas de alta qualidade e de pessoal executivo. Ao proporcionar um processo específico de formação, o nosso objectivo foi desenvolver nos estagiários um elevado grau de identificação com a Glunz, aumentando, deste modo, os níveis de retenção e redu-zindo os custos em relação à contratação de pessoal. Ao mesmo tempo esperávamos, que ao contribuir para o aumento do nível de competência da nossa comunidade, reforçar a imagem da Glunz no mercado de trabalho, assim como entre a concorrência e clientes.

O programa

O programa foi concebido para motivar e reter jovens talentos que se destacam. Este programa, com a duração de 24 meses, oferece uma combinação entre a formação no local de trabalho e a introdução às competências profissionais e sociais. Pelo menos seis dos vinte e quatro meses são passados no estran-geiro, numa outra unidade da Sonae Indústria, por forma a proporcionar aos estagiários o contacto com

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outros povos e culturas, preparando-os, assim, para uma carreira internacional connosco. Desde o início, os estagiários assumem funções orientadas para projectos com uma elevada componente prática na Glunz. Isto é feito para os desafiar, para os fazer desenvolver as suas capacidades de forma a poderem encetar uma carreira a longo-prazo connosco. Outro factor motivador é o papel desempanhado por execu-tivos e membros da Comissão de Gestão como patronos e mentores, que acompanham de perto os esta-giários e contribuem para o seu desenvolvimento.

Resultados

Até à data, contratámos 31 estagiários e estima-se que o número continue a aumentar. De 2 contra-tações em 2001 e 12 em 2006, prevê-se que o número aumente para 20 em 2007. Das actuais 31 contratações totais, apraz-nos informar que a taxa de retenção é de 90%. Como 30% dos estagiários são mulheres, estima-se que o programa de estágios tenha também um efeito positivo sobre o equilíbrio entre géneros no nosso quadro de pessoal.

Próximos passos

Actividades a médio-prazo

Práticas de recursos humanos Melhorar a qualidade dorelacionamento com os nossoscolaboradores

Formalizar uma abordagem (política)sobre as práticas da organização emrelação à liberdade associativa

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

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6.6COMUNIDADES LOCAIS

A gestão das relações com a comunidadeTer uma actividade empresarial em várias partes do mundo implica ter as nossas operações integradas em culturas e sociedades muito diferentes entre elas; no nosso caso, desde a África do Sul, Brasil, Canadá até diversos países europeus. Onde quer que estejamos, queremos fazer parte dessas comunidades, queremos envolver-nos nas suas questões e oportunidades existentes e dar contributos, que possam ajudar a colmatar algumas das suas necessidades sem descurar a atenção que devemos dar às nossas próprias, enquanto actividade empresarial.

A maior parte do nosso envolvimento é feito ao nível do país ou numa base regional e é a resposta directa às questões identificadas pelas nossas operações em cada país ou comunidade local. Por conseguinte, de momento, não efectuamos uma abordagem global a esta questão, mas planeamos, dentro de um ou dois anos, desenvolver directrizes estratégicas de envolvimento nas comunidades. Iremos, em particular, determinar directrizes globais sobre a gestão de impostos.

Embora as nossas iniciativas sejam, antes de mais, direccionadas para melhorar a qualidade de vida dos nossos colaboradores e das comunidades onde se inserem, têm também benefícios directos para a empresa. Ao demonstrarmos activamente o nosso empenho, poderemos receber, em troca, o reco-nhecimento das partes interessadas locais e a boa vontade das nossas comunidades. É possível ainda obtermos uma melhoria da imagem, tanto local como globalmente, a qual, por sua vez, reforça o nosso relacionamento com os clientes locais e proporciona uma melhor base para atrair e reter pessoas quali-ficadas. Pensamos que o compromisso assumido com as comunidades locais é uma das razões por que obtivemos uma pontuação elevada no empenho dos colaboradores para com a organização, no recém-lançado Inquérito ao Clima Social (ver capítulo «As pessoas na organização»). As pessoas orgulham-se de trabalhar numa empresa que assume a responsabilidade e que contribui para a qualidade de vida das comunidades locais. As nossas operações estão empenhadas em marcar a diferença, através de contri-butos concretos.

Ao investir nas comunidades, damos prioridade às actividades que possam trazer benefícios bivalentes, ou seja, que acrescentem valor à empresa e à nossa comunidade local, simultaneamente. Por exemplo, através de donativos financeiros e patrocínios, contribuímos para a criação de riqueza nas comunidades locais, aumentando assim, mesmo que seja apenas ligeiramente, o poder de compra local e, provavel-mente, as vendas dos nossos produtos. Ao investir na formação e na educação, alargamos o grupo de pessoas habilitadas, onde poderemos recrutar novos colaboradores e, ao mesmo tempo, favorecemos o crescimento do nível de escolaridade da população em geral e, assim, ajudamos a criar competências e, potencialmente, reduzimos o desemprego nas comunidades locais.

Como investimos nas comunidades locaisDependendo das necessidades identificadas em cada região ou país, o nosso envolvimento tende a incidir sobre quatro vertentes principais: investimento nas comunidades locais, tais como participação ou apoio aos eventos de beneficência; donativos em dinheiro ou em espécie a fundações, instituições e sociedades; patrocínios sob a forma de bolsas ou de apoio a actividades desportivas; e projectos a realizar nas nossas próprias instalações ou que são geridos por nós, tais como eventos direccionados para os nossos cola-boradores e respectivas famílias ou a intervenção em instituições existentes na comunidade local. Em 2006, juntando todas as áreas geográficas e todos os tipos de investimento, dispendemos aproximada-mente 445 mil euros em investimentos nas comunidades e 204 mil euros, através do tempo dispensado aos colaboradores, em produtos, na atribuição de descontos e na aquisição de serviços a instituições de apoio a indivíduos com deficiências.

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - COMUNIDADES LOCAIS

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FIGURA 36: Investimento nas comunidades locais, por país (em euros)

Visão global das nossas actividadesEm 2006, as actividades de envolvimento na comunidade foram muito diversificadas e dependentes do contexto onde foram desenvolvidas. A maioria dos projectos foi concebida para apoiar as comunidades locais, enquanto que apenas uma minoria foi dedicada ao donativo de produtos e de apoios financeiros, assim como à atribuição de patrocínios. Abaixo, encontra-se uma lista de exemplos ilustrativos.

O nosso grupo alemão Glunz apoiou a St. Vitus Association for Welfare-Educational Assistance Ltd., uma iniciativa através da qual é oferecida a indivíduos com deficiência a oportunidade de participarem em diversas iniciativas para benefício da sociedade local.

No Reino Unido, o nosso Director de Recursos Humanos é o Representante dos Empregadores no Employment and Skills Forum of the Knowsley Council (Fórum do Emprego e Competências do Concelho de Knowsley), que faz parte do Knowsley Metropolitan Borough Council Strategic Partnership (Parceria Estratégica para o Concelho da Área Metropolitana de Knowsley). Em Knowsley, apenas 5% dos resi-dentes locais procura activamente trabalho, no entanto, 30% dos residentes locais não têm trabalho, nem o procuram activamente; existe um nível elevado de desemprego já na terceira geração, famílias uniparen-tais e residentes locais com problemas de saúde. Este Conselho foi considerado pioneiro na intervenção efectuada na procura de soluções para resolver as questões associadas a estes problemas.

Na África do Sul, estamos envolvidos no “Projecto Ekangala Grasslands”, que empreendemos em asso-ciação com a World Wildlife Foundation (WWF). O objectivo deste projecto é apoiar a gestão e a conser-vação, a longo-prazo, dos recursos naturais sul-africanos.

Na Península Ibérica, muitos dos donativos destinaram-se ao apoio a escolas, hospitais, bombeiros volun-tários, igrejas e associações desportivas, contribuindo, assim, de forma significativa, para o desenvolvi-mento da vida das comunidades locais.

No Canadá, contribuímos para a Canadian Cancer Society (Sociedade Canadiana contra o Cancro) no evento “Relay for life”. Em Junho de 2006, uma equipa de 10 colaboradores da Tafisa Canada (num total de 500 participantes) revezaram-se a caminhar 12 horas, à volta de um parque, em Lac-Mégantic. Este evento decorreu pela segunda vez, contando sempre com a participação da Tafisa Canada.

Total

150

475

3 668

199 895

204 188

100 984

6 808

11 661

26 598

232 848

18 756

47 966

203 421

649 042

Portugal

Espanha

França

Reino Unido

Alemanha

Canadá

Brasil

África do Sul

Total

Investimento nacomunidade

Tempo / Produtos /Descontos /Compras directas

100 834

6 333

11 661

22 930

32 953

18 756

47 966

203 421

444 854

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - COMUNIDADES LOCAIS

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APOIO À COMUNIDADENA ÁFRICA DO SUL

PRINCIPAIS DESAFIOS

Um dos maiores desafios que se apresenta actualmente na África do Sul é a escassez de competências e de pessoas qualificadas para preencher o número crescente de vagas, devido à forte emigração de trabalha-dores qualificados e à forte concentração regional do trabalho. Considerando apenas a Área Metropolitana de Joanesburgo, 23% das vagas são para trabalhadores qualificados. Ora, tendo em conta que a idade média dos trabalhadores tecnicamente qualificados é de 54 anos, facilmente se depreende que existe uma neces-sidade enorme de intervenção nas camadas mais jovens da população, motivando-as para a aprendizagem, a formação e a construção generalizada de competências. Sem esta intervenção, as empresas irão debater--se com dificuldades em recrutar pessoas qualificadas e em assegurar o sucesso futuro dos seus negócios. Apesar do governo estar empenhado em melhorar esta situação, ainda há pela frente um longo caminho a percorrer. Por conseguinte, em 2006 e 2007, foi considerada a necessidade de criar 2.350 novas escolas para ir de encontro a esta procura, no entanto, apenas 168 estão previstas para construção.

Simultaneamente, o país debate-se com um número elevado de pessoas infectadas com o vírus do HIV e com SIDA; considerando apenas a África do Sul, o número, actualmente, aproxima-se dos 6 milhões. Esta situ-ação não só destroi as famílias, criando um número, cada vez maior, de órfãos com necessidade de cuidados e educação que lhes assegure um futuro, como também reduz drasticamente a força laboral e a capacidade dos infectados gerirem os empregos ou participarem em iniciativas de formação de competências.

Por estes motivos, na África do Sul, incidimos a nossa intervenção na comunidade em actividades nas áreas relacionadas com a educação e a saúde/bem-estar. Fazêmo-lo, por um lado, para reforçar o desenvolvimento de competências e a sensibilização para as questões básicas de saúde nas comunidades locais, criando, assim, uma base para o aumento do progresso na eficiência económica e, por outro lado, em proveito próprio, no sentido de alargar o leque de jovens trabalhadores para futuro recrutamento. Acreditamos que se o não fizéssemos, tal representaria um risco para a viabilidade futura do nosso negócio, sendo, simulta-neamente, uma forma de nos solidarizarmos com o bem-estar dos nossos colaboradores e respectivas famí-lias. Em 2006, dispendemos um total de 192.000 euros nas seguintes actividades:

EDUCAÇÃO

Nas escolas secundárias de Lingisane e de Hazyview em White River, criámos centros informáticos e propor-cionámos, a cada escola, as necessárias infraestruturas e servidores, assim como ligação à internet. Na escola secundária de Sakhile , também localizada na área de White River, possibilitámos o fornecimento de água, ao custear os serviços de perfuração e instalação de dois tanques de água. Em duas ocasiões, tivemos o gosto de poder contribuir para o desenvolvimento de competências, por um lado, ao facultar uma bolsa a cinco aprendizes desempregados, para receberem formação em equipamentos de processamento da madeira, através da Skills to Furnish International Organization (Organização Internacional de Compe-tências para a Indústria do Mobiliário), em Gauteng e, por outro lado, ao subsidiar, através do South African Institute of Race Relations (Instituto Sul-Africano das Relações entre Raças), a frequência universitária/insti-tuto superior a seis PDIs (Previously Disadvantaged Individuals - Indivíduos Anteriormente em Situação de Desvantagem) no ano de 2007.

SAÚDE E BEM-ESTAR

A Sonae Novobord, aliada à Epicentre (uma organização sem fins lucrativos), implementou, no local de trabalho, um Programa de Sensibilização sobre HIV/SIDA. O objectivo do programa é determinar o actual estado de saúde dos colaboradores e de os informar como mudar o seu comportamento no caso de se tornarem seropositivos, procurando, deste modo, prevenir novas infecções e ajudando-os a tomar as medidas necessárias. O programa abrange formação em liderança, inclui uma abordagem de formação entre pares, assim como uma campanha voluntária de aconselhamento e testes, que está ligada a um relatório sobre a prevalência e o conhecimento, as atitudes e as práticas. Este programa teve início em 2006 em Woodmead e Panbult e a sua prossecução está planeada para George e White River, durante 2007.

Dentro da cidade de cidadãos negros de Alexandra (Joanesburgo, Gauteng), a Sonae Novobord identificou um infantário/orfanato com necessidade de apoio. As instalações eram temporárias e era necessária ajuda financeira para apoiar a construção de um edifício, que pudesse albergar cerca de quarenta crianças. Esta

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escola serve um propósito duplo: por um lado, cuida das crianças durante o dia, enquanto os pais traba-lham, e por outro lado, proporciona um local seguro para as crianças órfãs. Para além disso, esta escola tem ainda a vantagem adicional de servir, pelo menos uma vez por dia, uma refeição equilibrada, do ponto de vista nutricional, àquelas crianças que a frequentam e sofrem de SIDA. O projecto é, essencialmente, gerido pela The Friends of Alex, uma organização sem fins lucrativos. Em 2006, os donativos para este programa ascenderam aproximadamente a 12.000 euros.

Os projectos acima referidos ainda estão na sua fase inicial e requerem um apoio continuado nos próximos anos, pelo que ainda é muito cedo para falar sobre o verdadeiro impacto destes investimentos até à data. No entanto, começamos a observar nas pessoas envolvidas uma distinta influência positiva destes programas, o que nos leva a estarmos empenhados em manter estes esforços e em prosseguir com este apoio.

INVESTINDO NOS COLABORADORESE SUAS FAMÍLIAS NO BRASIL

No Brasil, a maior parte do investimento na comunidade é dispendido em iniciativas que servem para apoiar e construir um bom relacionamento com os colaboradores e as suas famílias, tanto dentro, como fora do local de trabalho. Enquanto que este nível de fraternização e de apoio à saúde poderá ser pouco comum noutras culturas, no Brasil, é parte integrante da forma de gerir um negócio. Com as limitações dos serviços sociais disponibilizados pelo Estado em caso de doença prolongada ou de outras necessidades impeditivas de ganhar a vida, o apoio a situações prementes, por tradição, recai sobre o tecido empresarial brasileiro e sobre as organizações não-governamentais. Nessa medida, as relações entre os empregadores e os empre-gados tendem a ser muito estreitas e podem mesmo estender-se às famílias.

Este é também o nosso caso. Por exemplo, em 2006, realizámos uma festa de Natal para todos os colabo-radores e respectivas famílias e convidámos todos os colaboradores da Tafisa para um churrasco para cele-brar o Dia do Trabalho na comunidade de Piên. Noutras ocasiões, organizámos campeonatos de futebol, em que os colaboradores competem entre eles, sendo este um evento promovido a todos os níveis da empresa. Realizámos também o Dia da Família, em que as famílias dos colaboradores são convidadas a visitar a fábrica e a ver por elas próprias onde e como trabalham diariamente os seus parentes. Proporcionamos também, sem qualquer encargo, cuidados médicos alargados aos nossos colaboradores.

Todos os anos em Novembro, dedicamos um semana inteira ao tópico segurança, higiene e saúde, incluindo palestras importantes sobre alcoolismo, tabaco, doenças transmitidas sexualmente, etc. Estes eventos incluem sempre a participação em diversas iniciativas, assim como diagnósticos, que nos permitem aper-feiçoar os nossos programas de segurança, higiene e saúde. Com a mesma abordagem, organizámos, na comunidade de Piên, o Dia da Criança dedicado ao Ambiente com o objectivo de enfatizar a importância das questões ambientais às gerações mais jovens. Todos os anos em Dezembro, levamos a cabo uma campanha de recolha de donativos para todos os necessitados dentro das nossas comunidades.Os nossos colaboradores são muito importantes para nós e faz sentido – mesmo numa perspectiva empre-sarial – cuidar do seu bem-estar físico e mental, assim como apoiá-los na criação de um sentimento de cida-dania e de responsabilidade, que una o local de trabalho com as suas vidas privadas. Com estes eventos, pretendemos demonstrar que a empresa valoriza o trabalho de cada um e tenciona construir um relaciona-mento de longo-prazo, que seja benéfico para ambas as partes.

GERINDO AS RECLAMAÇÕES

A gestão de operações na proximidade de áreas residenciais acarreta vantagens e desvantagens. Proporciona um acesso fácil ao mercado local de trabalho e tem um efeito positivo na economia local, através da criação de riqueza e de emprego. Ao mesmo tempo, alguns processos fabris podem causar inconveniências, tais como:

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ruído indesejável, cheiro, vibrações e descaracterização da paisagem local através da presença de edifícios industriais e equipamento.

Nalguns casos, as nossas operações podem perturbar os vizinhos, que apresentam reclamações contra nós. Esforçamo-nos por lidar com todo este tipo de protestos de uma forma aberta e honesta e procuramos encon-trar soluções que foquem as necessidades dos nossos vizinhos e que nos permitam continuar a gerir a nossa actividade. Assim, ao longo de 2006, as operações do Reino Unido receberam um total de 133 reclamações, a maioria das quais relacionada com a unidade de Knowsley, a qual foi atraída para esta área industrial, exis-tente há muito tempo, pelo Conselho de Knowsley, em 1997. Em todo o Reino Unido, as reclamações regis-tadas foram divididas como segue:

69 relacionadas com as nuvens geradas no processo de secagem da estilha de madeira e que, basicamente, consistem em vapor de água expelido através das chaminés. O impacto ambiental das nuvens é mínimo, mas a visibilidade destas emissões do secador criam a noção de poluição intensa. Desde a expansão da chaminé na unidade de Knowsley, em Agosto de 2005, a dispersão melhorou tremendamente. Raramente se observam névoas, pois estas estão limitadas a pequenos períodos, quando o filtro electrostático húmido (WESP) está no ciclo de enxaguamento, o método que este aparelho utiliza para auto-limpeza. Nos próximos meses, estão projectadas melhorias no filtro electrostático húmido, as quais irão aumentar o desempenho, incluindo melho-rias no circuito de água e na secção de pré-humedecimento à entrada deste filtro electrostático húmido.

38 relacionadas com o pó suspenso no ar, devido às partículas de pó geradas através de fugas de emissões no processo produtivo (emissões fugitivas), no entupimento de filtros ou no pó levantado pelo vento e proveniente do parque de madeiras. Para reduzir estes efeitos, foram efectuados investimentos significativos em novas campânulas de filtragem e limpeza do ar na maior parte do equipamento de processamento da madeira e na introdução de atomizadores de água. A circulação de veículos foi restringida e mais importante ainda todo o material é, actualmente, peneirado no exterior, para remoção de materiais finos, antes da entrada na fábrica. A manutenção regular e exaustiva da maquinaria e as técnicas de Manutenção Preventiva Planeada (PPM - Planned Preventative Maintenance), assim como as novas concepções das peças de desgaste existentes em posições elevadas, ajudam a reduzir o número de fugas de pó.

Finalmente, 7 reclamações foram devidas ao ruído, gerado principalmente pela actividade no parque das madeiras. Para resolver esta questão, todas as novas instalações têm encapsulamento para isolamento do ruído e, para reduzir o ruído proveniente dos sinais de aviso dos camiões e das pás carregadoras, foram acoplados sensores inteligentes que reduzem os níveis de ruído à noite, passando a usar apenas pirilampos sinalizadores.

Através dos esforços acima mencionados, conseguimos reduzir o número total de reclamações de 586 em 2005 para 222 em 2006. Por comparação, o número de questões levantadas pelo Conselho local foi redu-zido de 217 em 2005 para 133 em 2006.

Próximos passos

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Aspectos relacionadoscom impostos

Impacto nacomunidade

Políticas públicas deintervenção social

Reflectir sobre a necessidade de existiremdirectrizes globais sobre a gestão de impostos

Avaliar o alinhamento dos programas dedonativos/patrocínios com a estratégiacorporativa

Avaliar o nosso actual posicionamento globale a necessidade de alinhar ou desenvolveriniciativas ao nível de cada país

Melhorar a qualidade dorelacionamento com a comunidade

Melhorar a qualidade dorelacionamento com a comunidade

E

Garantir o alinhamento local comas estratégias corporativas

Melhorar a qualidade dorelacionamento com a comunidade

E

Influenciar o desenvolvimento depolíticas públicas de intervençãosocial

Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - COMUNIDADES LOCAIS

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��INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - DIREITOS HUMANOS

6.7DIREITOS HUMANOS

Gerindo os direitos humanosÀ medida que vamos desenvolvendo o nosso negócio, expandindo-o para novos mercados e culturas, a sociedade civil e os governos dos países onde operamos consideram-nos, cada vez mais, responsáveis pela adesão aos direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Espera-se, pois, que operemos de acordo com as leis e as regulamentações legais de cada país, desde que estas não violem os direitos humanos internacionais, que adiramos, por exemplo, à legislação relativa ao salário mínimo e à idade mínima dos colaboradores e ao número máximo de horas de trabalho por dia. Ao tratar os colabora-dores com dignidade e ao recompensá-los adequadamente pelo seu trabalho, conseguimos motivá-los para serem mais produtivos, aumentando a fidelização à empresa. A reputação de adesão aos direitos humanos internacionais pode também facilitar a atracção de pessoas habilitadas e bem qualificadas e ainda permitir um bom relacionamento com as comunidades locais. Ao procurar gerir activamente o nosso impacto em termos de direitos humanos, conseguimos não só assegurar boas condições de trabalho para os nossos colaboradores, como também contribuir para o aumento do nível de adesão aos princípios dos direitos humanos em países onde a aplicação destes direitos possa ser ainda insuficiente.

Contudo, não é apenas o nosso desempenho que tem de respeitar os princípios fundamentais dos direitos humanos. Para proteger a nossa imagem, temos também de assegurar que os nossos fornecedores e subcontratados actuam em conformidade. Nas nossas relações com os fornecedores e subcontratados, será, pois, cada vez mais um pré-requisito que também eles procurem cumprir os direitos humanos fundamentais. Com este propósito, iremos avaliar cuidadosamente potenciais fornecedores e subcon-tratados, para conhecer o seu desempenho nesta área, antes de dar início a um relacionamento comer-cial, o que nos permitirá manter relações comerciais sustentáveis e de longo-prazo com estes, uma vez que estaremos razoavelmente confiantes de que não estão em risco de serem acusados de desrespeito pelos direitos humanos.

Como lidamos com os direitos humanosSonae Indústria

Em 2004, como empresa do Grupo Sonae, subscrevemos o UN Global Compact . Após a cisão em 2005, continuámos a apoiar o UN Global Compact e procuramos, activamente, cumprir os seus dez princí-pios. No decurso de 2007, iremos avaliar se fará sentido a Sonae Indústria aderir, por mote próprio, ao UN Global Compact.

Estes princípios do UN Global Compact, incluindo os dos direitos humanos, são há muito tempo parte integrante da nossa cultura – ou «Sonae Indústria Way» –, norteando o modo como tratamos os nossos colaboradores, como trabalhamos com os fornecedores e subcontratados e orientando as nossas deci-sões de entrada em novos mercados. Contudo, os nossos esforços no sentido de cumprir os direitos humanos internacionais ainda não foram formalizados num código de conduta, o que perspectivamos fazer até ao final de 2007.

Para nós, é um desafio medir e documentar até que ponto respeitamos os direitos humanos, a não ser, talvez, através da ausência de casos negativos conhecidos. Temos o gosto de dizer que, até à data, não foram apresentadas queixas contra nós por cumplicidade em violações dos direitos humanos e estamos determinados a prosseguir e a alargar esforços nesta área. Fá-lo-emos através da incorporação, nos nossos processos de gestão do risco ao nível de toda a organização, das questões-chave da sustentabili-dade, incluindo os direitos humanos, assegurando, assim, que estes temas sejam abordados como uma parte integrante das avaliações de risco em todas as nossas operações. Tudo isto, estamos confiantes, irá permitir identificar e resolver de imediato quaisquer lacunas potenciais ou reais no nosso desem-penho futuro.

Fornecedores e subcontratados

Para nós, trata-se de um verdadeiro desafio ocuparmo-nos com o cumprimento por parte dos nossos fornecedores das questões relacionadas com os direitos humanos, uma vez que o número de fornecedores passou de 19.000 em 2005 para 21.000 em 2006. Em relação aos subcontratados, não estamos, de momento, a monitorizar a sua conformidade com os direitos humanos.

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Em 2007, iremos desenvolver um processo para avaliar os nossos principais grupos de fornecedores e as implicações do relacionamento que estabelecemos com eles (por exemplo, em termos de direitos humanos, questões relacionadas com a segurança das unidades, relações laborais e outras questões de conformidade), prioritizando as questões e os riscos mais relevantes no nosso relacionamento. Como consequência, será implementada uma abordagem global, baseada numa análise do impacto social destas práticas, tomando em consideração as diferenças geográficas. Esta abordagem irá também incluir planos de acção sobre o modo como estas preocupações devem ser incorporadas nas relações comerciais.

Trabalho forçado ou obrigatório

Trabalho infantil

Não-discriminação e prevençãocontra a discriminação

Salários mínimos

Liberdade de associação e denegociação colectiva

Práticas de segurança

Direitos das populações indígenas

Reacção à violação dos requisitoslegais/estatutários sobre Direitosdo Trabalho

Equilíbrio entre a vida profissionale pessoal

Não pactuamos com nenhuma forma de trabalho forçado ou obrigatório.

A idade mínima para admissão ou para trabalhar nunca é inferior a 15 anose é sempre acima da idade de conclusão da escolaridade obrigatória.Para trabalhos perigosos, a nossa idade mínima para contratação é de 18 anos.

Não pactuamos com nenhum tipo de discriminação.

Todos os nossos salários são superiores ou respeitam os salários mínimos.

Respeitamos o direito dos nossos colaboradores se organizarem emsindicatos e empenhamo-nos activamente, com estes, em negociaçõespara obter acordos sobre compensações e tratar de outras questões laborais.

Temos câmaras de segurança em muitas fábricas, que são claramenteidentificáveis e estão colocadas em áreas públicas, por uma questão desegurança e como medida preventiva.

Nas nossas práticas diárias, respeitamos e enquadramos as diferenças.

Em todas as nossas operações, respeitamos os direitos do trabalho.

Respeitamos o direito de os nossos colaboradores procurarem um equilíbrioapropriado entre a sua vida pessoal e profissional. Entendemos que todosos colaboradores competentes, diligentes e eficientes terão sempre umlugar na nossa organização, mesmo que só possam estar no local detrabalho as horas normais de expediente.

TEMA A NOSSA ABORDAGEM

Próximos passos

Avaliação dosfornecedores

Avaliar os nossos principaisgrupos de fornecedores e asimplicações da relação queestabelecemos com eles

Desenvolver um processo que considere aanálise do impacto social da nossa interacçãocom os nossos principais fornecedores(considerando os aspectos geográficos),incluindo planos de acção

Avaliar os principais grupos de fornecedorese as implicações da relação que estabelecemoscom eles (p. ex.: em relação aos direitoshumanos, segurança das unidades, relaçõeslaborais e outras questões de conformidade)e prioritizar os temas/riscos mais relevantesna relação estabelecida

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - DIREITOS HUMANOS

FIGURA 37: Os nossos temas sobre direitos humanos e como os abordamos

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��INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO

6.8RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO

O nosso compromisso em relaçãoaos clientes e consumidores finaisNo mercado actual, os utilizadores finais procuram, cada vez mais, produtos com um ciclo de vida susten-tável, o que compreende o aprovisionamento sustentável das matérias-primas, processos produtivos social e ambientalmente responsáveis, a utilização segura do produto final e esquemas de reciclagem bem estru-turados e eficientes. A responsabilidade pelo produto estende-se, por conseguinte, ao longo de todo o ciclo de vida do produto. O nosso desafio consiste em minimizar os impactos negativos dos nossos produtos e processos produtivos sobre o ambiente e a saúde dos nossos colaboradores e consumidores finais, enquanto, simultaneamente, maximizamos a qualidade do produto, a sua utilidade e a eficiência da gestão dos custos associados.

Consideramos ser da nossa responsabilidade investir no contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento dos produtos e processos sustentáveis e proporcionar aos nossos clientes e consumidores finais informação fiável sobre a origem, utilização correcta e destino final dos nossos produtos. O consumidor final, por outro lado, é responsável por utilizar os nossos produtos para os fins a que se destinam e por eliminá-los, de forma responsável, no final do seu ciclo de vida. Durante 2007, iremos avaliar o nosso actual quadro de referência da inovação e procurar incorporar temas fundamentais relacionados com a sustentabilidade. Para melhorar a nossa relação com os clientes e os consumidores finais, iremos também identificar regulamentos, acordos e códigos externos, com os quais temos de nos assegurar que estamos em conformidade. A médio-prazo, iremos continuar a desenvolver directrizes internas globais que incorporem as questões da sustentabilidade nas práticas de marketing global, incluindo a cadeia de responsabilidade pelo produto.

Durante as diferentes etapas do seu ciclo de vida, os painéis derivados de madeira afectam, de diversas formas, os seres humanos e o ambiente, por isso estamos determinados a fazer o máximo possível para acrescentar valor sustentável em todas as fases do ciclo de vida dos nossos produtos. Enquanto que as impli-cações sociais e ambientais dos nossos processos produtivos e o valor dos painéis derivados de madeira como sumidouros de carbono foram descritos nos capítulos «Eficiência e recursos ambientais» e «As pessoas na organização», este capítulo irá debruçar-se, principalmente, sobre a certificação dos nossos produtos, no que respeita à origem das matérias-primas lenhosas, à segurança do produto em relação ao consumidor final e o modo como os painéis derivados de madeira podem contribuir para a poupança de energia nas habita-ções e na construção sustentável em geral.

Como aumentamos a responsabilidade pelo produtoCertificação do produtoPara ir ao encontro das expectativas dos consumidores, os nossos produtos têm de cumprir diversos aspectos relacionados com a qualidade e a eficiência da gestão dos custos. Procuramos colmatar estas expectativas, através de um processo contínuo de inovação, expandindo e melhorando o portfólio de produtos e evitando desperdícios nos nossos processos produtivos, reduzindo, assim, os custos e aumentando a eficiência (para mais informação sobre estes esforços, ver o capítulo «Integrando a sustentabilidade»). Para além da quali-dade e do custo, os consumidores estão preocupados com a origem das matérias-primas utilizadas e, em vários casos, estão dispostos a pagar mais, para se assegurarem de que os produtos são fabricados a partir de matérias-primas provenientes de origens sustentáveis. Procurando responder a esta exigência de produtos “amigos do ambiente”, empenhámo-nos na colaboração com os sistemas de certificação da gestão florestal, principalmente através do PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) e do FSC (Forest Stewardship Council). Para mais pormenores sobre a nossa actuação e participação nas actividades no âmbito destas organizações, remetemos para o capítulo «Integrando a sustentabilidade».Até à data, aproximadamente 20 das nossas operações de fabrico de painéis derivados de madeira têm a produção certificada pelo PEFC e/ou FSC (para mais pormenores, verificar o capítulo «Eficiência e recursos ambientais»). Os benefícios destas certificações são o aumento das vendas a clientes, cujos consumidores finais preferem produtos produzidos de forma sustentável. Tal como ilustra o caso abaixo descrito sobre o crescimento da procura de madeira certificada em França, há um interesse cada vez maior, entre os consumi-dores finais por este tipo de produtos, o que, por sua vez, leva a que os nossos clientes exijam a certificação das matérias-primas utilizadas nos nossos produtos. Este facto vem reforçar o nosso empenho em crescer de forma sustentável e rentável, pelo que encorajamos as nossas operações a assegurar a certificação dos produtos para responder a estas exigências, as quais, estimamos, irão aumentar no futuro.A certificação ajuda-nos ainda na abordagem ao dilema que enfrentamos em relação à ideia errada e genera-

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lizada de que somos cúmplices de práticas florestais insustentáveis relacionadas, por exemplo, com madeira tropical. Esta percepção existe, porque os nossos produtos são derivados de madeira, concebidos para se assemelharem à madeira maciça e são vendidos no mesmo segmento de mercado, quando, de facto, são fabricados a partir de subprodutos e materiais reciclados. Assim, o desafio é permanecer activo no segmento do mercado de produtos lenhosos, enquanto, simultaneamente, sensibilizamos os clientes para o facto de que os nossos produtos são fabricados de forma sustentável. A certificação é um meio, embora não o único, de lidar com este dilema.

Segurança do produto

O formaldeído é um dos componentes principais na produção das resinas que são utilizadas no fabrico de painéis derivados de madeira (para pormenores sobre a diversidade de utilizações do formaldeído a nível mundial, conferir o capítulo «As pessoas na organização»). Embora seja uma parte integrante do produto final, apenas pequenas quantidades de emissões gasosas de formaldeído poderão ser libertadas durante a utilização.

Estamos conscientes de que a reclassificação do formaldeído pelo IARC (International Agency for Research on Cancer – Agência Internacional para a Investigação do Cancro), em Junho de 2004, passando de «substância perigosa» para «carcinogénico para os seres humanos» pode afectar a percepção pública sobre a segurança dos painéis derivados de madeira.

Tal como descrito no capítulo «As pessoas na organização», ao empenharmo-nos activamente no trabalho da EPF (European Panel Federation), procuramos encontrar soluções que possam complementar ainda mais o progresso conseguido nas últimas décadas pelo sector, para oferecer produtos ainda mais seguros aos consu-midores, com um nível global de emissões mais baixo.

O nosso processo de inovação está a responder activamente a este desafio, através do desenvolvimento de produtos com uma baixa percentagem de formaldeído ou livres de formaldeído. Estes produtos são, por exemplo, utilizados na produção de painéis coloridos de MDF, tal como no caso do Topan Colour, descrito mais adiante.

Poupança de energia nos edifícios

A resistência ao tempo e às condições climatéricas locais, assim como as características de insonori-zação são requisitos essenciais para a construção de habitações, escritórios e áreas comerciais modernas. Um inquérito realizado pela ATHENA Sustainable Materials Institute (Instituto para os Materiais Sustentá-veis) demonstra que, comparado com outros materiais de construção, tais como o aço e o betão armado, o impacto ambiental adverso da madeira é significativamente inferior quando é utilizada como material de construção. A diferença é particularmente grande em relação à toxicidade do ar e da água e à quantidade de energia incorporada, onde a classificação da madeira é substancialmente inferior à do aço e à do betão armado (ver Figura 38). A madeira e os produtos derivados de madeira têm também um efeito positivo nas questões relacionadas com o aquecimento global, através da melhoria da eficiência energética dos edifí-cios. Por tudo isto, a procura de madeira na indústria da construção está a aumentar. Para responder a esta procura, desenvolvemos uma gama de painéis concebidos para proporcionar um isolamento térmico e acústico máximo, tanto em aplicações interiores, como em aplicações exteriores. Ao reduzir as emissões de energia das habitações, os nossos painéis ajudam a minimizar a utilização de energia nas casas particu-lares e permitem uma redução de emissões para a atmosfera. Por exemplo, a poupança média de energia de uma casa antiga, isolada com os nossos painéis de 5 cm é de aproximadamente 25% (quando compa-rada com casas não isoladas), o que, para uma casa com 130 m2 equivale a cerca de 6.500 kWh por ano, correspondendo aproximadamente a 2 toneladas anuais de CO2.

%

350

300

250

200

150

100

50

0

Energia incorporada Potencial decontribuição para oaquecimento global

Toxicidade do ar Toxicidade da água Utilização ponderadado recurso

Resíduos sólidos

BETÃO ARMADOMADEIRA AÇO

FIGURA 38: Efeitos ambientais relativos de outros materiais de construção comparados com a madeira (índice 100)

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO

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DESENVOLVENDO PAINÉISDE MDF TOPAN COLOUR DE ELEVADO VALOR

O que fizemos

Na sequência do sucesso dos painéis de MDF tingidos de preto, utilizados para fabricar mobília de escri-tório folheada, deixando uma margem a preto como um elemento decorativo visível, detectou-se no mercado a procura de mais variedades de painéis de MDF, como elementos exclusivos e decorativos para o lar e outro tipo de habitações. Esta procura encorajou-nos a iniciar o desenvolvimento de uma nova gama de produtos Topan Colour, que consiste em painéis de MDF em oito cores diferentes. Como parte integrante do processo de desenvolvimento, criámos uma parceria estratégica com a BASF, o nosso fornecedor alemão de pigmentos e resinas, para se criar um produto de alta qualidade, em termos de resistência à humidade e aos efeitos da luz e, simultaneamente, conseguir um elevado grau de sustenta-bilidade para estes produtos. Assim, o produto final é resistente à humidade e à luz e produzido a partir de materiais lenhosos de origem sustentável, com a certificação do PEFC. Nesta gama de produtos foi aplicada resina isenta de formaldeído e foram utilizados pigmentos em base aquosa, de modo a proteger os nossos colaboradores e o ambiente. Esta gama de produtos tornou-se rapidamente muito popular no mercado e, desde a primeira remessa de Topan Colour, em 2002, a procura tem aumentado todos os anos e estima-se que assim continue em 2007.

Os nossos resultados

Devido ao seu elevado nível de qualidade e desempenho, no que diz respeito ao tema da sustentabili-dade, os nossos painéis Topan Colour tornaram-se numa importante bandeira que nos permite promover o nosso compromisso de crescer de forma sustentável e rentável. Ao mesmo tempo, podemos demons-trar que a sustentabilidade e a qualidade do produto não se excluem mutuamente. O grande valor do produto favoreceu uma estratégia de preços elevados, promovendo-se, assim, a sustentabilidade econó-mica e um rápido retorno do investimento. Como a qualidade especial do Topan Colour é muito recente no mercado de painéis derivados de madeira, há uma concorrência relativamente baixa, o que permite vendas tanto nos segmentos de mercado existentes, como nos novos. Por exemplo, esta gama de produtos tem sido uma porta de entrada em novos mercados, tais como: desenho de interiores, apli-cação em lojas e concepção de expositores.

Próximos passos: Melhoria contínua do Topan Colour

Embora a gama do Topan Colour seja já composta por oito cores, falta ainda uma cor fundamental, o branco. Estamos, actualmente, a tentar incluí-la na gama, através de vários projectos de Investigação & Desenvolvimento. Estamos também a desenvolver novas aplicações de cor com características adicio-nais, tais como a resistência ao fogo, o que seria mais uma vantagem desta gama de produtos em termos de segurança do utilizador. Poderá também existir abertura para outros mercados e, actualmente, estamos a explorar novas oportunidades de expansão para segmentos como as indústrias do mobiliário e de pavimentos (flooring).

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OS PEDIDOS DE MADEIRA CERTIFICADADOS CLIENTES FRANCESES

Apresentando uma preocupação sincera com o ambiente e encorajados por organizações internacionais ambientalistas (como, por exemplo, a Greenpeace), um número crescente de consumidores no mercado francês solicitam aos nossos clientes no sector da distribuição que forneçam painéis derivados de madeira certificados e que madeiras nobres, como a Merbau de Moabi, a madeira tropical da Nova Guiné e a Teca de Myanmar (ex-Birmânia), sejam banidas dos seus produtos.

Para responder a esta exigência dos consumidores e criar uma abordagem consistente para a indústria, os grupos mais importantes de distribuição de materiais para a construção, em França, subscreveram uma Carta Ambiental (“Charte environnementale”), que estabelece os requisitos mínimos para os fornecedores de produtos derivados de madeira. Assinaram, igualmente, um acordo com uma série de organizações ambientais relevantes em França, comprometendo-se a fornecer evidências sobre os seus aprovisiona-mentos e práticas de acompanhamento dos fornecedores e a divulgar a proveniência das matérias-primas dos produtos vendidos aos consumidores.

Naturalmente, estes desenvolvimentos reflectiram-se na nossa actividade, na medida em que os nossos clientes respondem às exigências dos consumidores, solicitando que os painéis derivados de madeira sejam produzidos a partir de madeira certificada. Assim, actualmente, vemos todos os grupos de distri-buição em França a comprar, principalmente ou exclusivamente, madeira e painéis derivados de madeira certificados pelo PEFC ou FSC, solicitando o nosso compromisso de que utilizamos apenas madeira certifi-cada na produção. Este volume representa diversos milhares de m3 por mês a serem entregues nas nossas operações e, a julgar pela tendência actual, trata-se de um fenómeno que aumentará nos próximos anos. Para assegurar o nosso acesso aos mercados e para demonstrar o nosso compromisso para com o desen-volvimento sustentável, todas as nossas operações francesas foram já certificadas pelo PEFC.

Próximos passos

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Sistemas e Processospara a Inovação

Marketing responsável

Fomentar a capacidade de seruma organização inovadora

E

Aumentar a visibilidade dosSistemas e dos Processos deInovação

E

Transformar ideias inovadorasem oportunidades de negócio

Melhorar a qualidade dasrelações com os nossos clientes

Avaliar o actual quadro de referência da inovaçãoe a necessidade de o melhorar, incorporandoquestões-chave da sustentabilidade

Identificar as regras, acordos e códigos externos,com os quais a organização tem de estar emconformidade

Desenvolver directrizes internas globais, queincorporem as questões da sustentabilidade naprática global de marketing (incluindo aresponsabilidade pelo produto)

Actividades planeadas para 2007 Actividades planeadas para 2008

INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE - RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO

PEFC/10-31-326

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��INTEGRANDO A SUSTENTABILIDADE

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�0 OBJECTIVOS: QUADRO-RESUMO

7.OBJECTIVOS:QUADRO-RESUMO

Visão, Valores ePrincípios

Ética e Cultura

Subscrição do UnitedNations Global Compact

Compromisso da gestãode topo

Principais partesinteressadas e suasquestões

Formalizar a Visão, os Valores eos Princípios

Identificar e formalizar as normasde ética empresarial

Decidir sobre a eventualsubscrição do United NationsGlobal Compact

Estabelecer objectivos desustentabilidade a longo-prazopara a organização

Assegurar a compreensão clarae definição das principais partesinteressadas e das formas deabordar as suas preocupaçõese desafios

Determinar as nossas questõesrelevantes com base namaterialidade que têm para aspartes interessadas

Formalizar a Visão, os Valores e os Princípios

Criar o Código de Conduta

Propor a estrutura do Governo das questões Éticas

Após a criação do Código de Conduta, identificarse algumas políticas e directrizes devem serdesenvolvidas e/ou actualizadas e elaborar umplano de comunicação e de implementação

Desenvolver a análise de risco das implicaçõesda subscrição do United Nations Global Compact

Definir a abordagem para estabelecer objectivosde sustentabilidade a longo-prazo

Validar as conclusões do trabalho preliminar deidentificação das principais partes interessadas

Validar as conclusões do trabalho preliminar deidentificação das questões relevantes

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Actividades planeadas para 2007 Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

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��OBJECTIVOS: QUADRO-RESUMO

OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Comunicação

Quantificar odesempenho

Ganhar credibilidade

Estrutura de governo epolíticas

Gestão de risco

Assegurar a comunicação eficazda nossa abordagem àsustentabilidade, às partesinteressadas internas e externas

Criar uma base para estabelecerobjectivos e metas para avaliare gerir o desempenho

Ganhar credibilidade no processode comunicação, seguindo aestratégia de sustentabilidade

Criar e documentar uma estruturade governo adequada e políticasrelacionadas, monitorizar odesempenho e assegurar ocumprimento

Abordar as questões-chave dasustentabilidade no âmbito doprocesso de gestão do risco aonível de toda a organização(EWRM)

Elaborar uma estratégia, alargada a toda aorganização, para a comunicação interna e externado desenvolvimento sustentável

Definir um processo para estabelecer objectivose metas (qualitativos e quantitativos), na sequênciada definição da Visão, dos Valores e dos Princípios

Envolver os vários países na identificação dasprincipais partes interessadas e dos seus temas

Analisar as políticas e as estruturas de governoactualmente em vigor

Avaliar áreas que necessitem de ser abordadas

Incorporar as questões-chave da sustentabilidade(ambiente, segurança, higiene e saúde,responsabilidade social, etc.) no âmbito doprocesso de gestão de risco ao nível de toda aorganização (EWRM)

Recursos e eficiênciaoperacional

Criar valor, como parte da relaçãocom os nossos accionistas

Elaborar um programa global de eficiênciaenergética

Actividades planeadas para 2007 Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

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OBJECTIVOS ACÇÕESTEMAS

Melhorar a qualidade dorelacionamento com os nossoscolaboradores

Melhorar a qualidade dorelacionamento com acomunidade

Melhorar a qualidade dorelacionamento com acomunidade

E

Garantir o alinhamento local comas estratégias corporativas

Melhorar a qualidade dorelacionamento com acomunidade

E

Influenciar o desenvolvimento depolíticas públicas de intervençãosocial

Avaliar os nossos principaisgrupos de fornecedores e asimplicações da relação queestabelecemos com eles

Fomentar a capacidade de seruma organização inovadora

E

Aumentar a visibilidade dosSistemas e dos Processos daInovação

E

Transformar ideias inovadorasem oportunidades de negócio

Melhorar a qualidade dasrelações com os nossos clientes

Formalizar uma abordagem (política) sobre aspráticas da organização em relação à liberdadeassociativa

Reflectir sobre a necessidade de existiremdirectrizes globais sobre a gestão de impostos

Avaliar o alinhamento dos programas dedonativos/patrocínios com a estratégia corporativa

Avaliar o nosso actual posicionamento global ea necessidade de alinhar ou desenvolver iniciativasao nível de cada país

Desenvolver um processo que considere a análisedo impacto social da nossa interacção com osnossos principais fornecedores (considerandoos aspectos geográficos), incluindo planos deacção

Avaliar os principais grupos de fornecedores eas implicações da relação que estabelecemoscom eles (p. ex.: em relação aos direitoshumanos, segurança das unidades, relaçõeslaborais e outras questões de conformidade) eprioritizar os temas/riscos mais relevantes narelação estabelecida

Avaliar o actual quadro de referência da inovaçãoe a necessidade de o melhorar, incorporandoquestões-chave da sustentabilidade

Identificar as regras, acordos e códigos externos,com os quais a organização tem de estar emconformidade

Desenvolver directrizes internas globais, queincorporem as questões da sustentabilidade naprática global de marketing (incluindo aresponsabilidade pelo produto).

Práticas de recursoshumanos

Aspectos relacionadoscom impostos

Impacto nacomunidade

Políticas públicas deintervenção social

Avaliação dosfornecedores

Sistemas e Processospara a Inovação

Marketing responsável

Actividades planeadas para 2007 Actividades planeadas para 2008 Actividades a médio-prazo

OBJECTIVOS: QUADRO-RESUMO

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8.INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Princípios do United Nations Global Compact einformação relacionada disponível ao longo deste relatório:

Direitos HumanosPrincípio 1

O mundo empresarial deve apoiar e respeitar a protecção dos direitos humanos proclamados internacionalmente; E

Princípio 2

deve assegurar-se de que não é cúmplice em violações aos direitos humanos

Normas do TrabalhoPrincípio 3

O mundo empresarial deve garantir a liber-dade de associação e o reconhecimento efec-tivo do direito às negociações colectivas

Princípio 4

a eliminação de todas as formas de trabalho forçado e obrigatório

Princípio 5

a abolição efectiva do trabalho infantilE

Princípio 6

a eliminação da discriminação no trabalho e nas profissões

6.7 Direitos humanos

6.7 Direitos humanos /Como lidamos com os direitos humanos

6.5 As pessoas na organização /Os desafios com os nossos colaboradores6.7 Direitos humanos /Como lidamos com os direitos humanos

6.7 Direitos humanos /Como lidamos com os direitos humanos

6.7 Direitos humanos /Como lidamos com os direitos humanos

6.5 As pessoas na organização /Diversidade e igualdade de oportunidades6.5 As pessoas na organização / Broad-Based Black Economic Empowerment

(BBBEE) na África do Sul6.6 Comunidades locais /Como investimos nas comunidades locais6.6 Comunidades locais /Apoio à comunidade na África do Sul6.7 Direitos humanos /Como lidamos com os direitos humanos

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

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�� INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

AmbientePrincípio 7

O mundo empresarial deve apoiar umaabordagem preventiva aos desafiosambientais

Princípio 8

tomar iniciativas para reforçar a responsabili-dade ambientalE

Princípio 9

encorajar o desenvolvimento e disseminação de tecnologias de protecção ambiental

Anti-corrupçãoPrincípio 10

O mundo empresarial deve actuar contra todas as formas de corrupção, incluindo extorsão e suborno

6.2 Gestão de risco /A nossa abordagem aos riscos ambientais6.2 Gestão de risco / A nossa abordagem aos riscos relacionados com

a segurança, higiene e saúde6.4 Eficiência e recursos ambientais /Como lidamos com as questões-chave6.5 As pessoas na organização /Formaldeído no local de trabalho6.5 As pessoas na organização /Exposição ao pó

6. Integrando a sustentabilidade /A nossa abordagem à sustentabilidade6.4 Eficiência e recursos ambientais /Como lidamos com as questões-chave6.4 Eficiência e recursos ambientais /Sistemas de Gestão Ambiental6.4 Eficiência e recursos ambientais /Certificação dos Sistemas de Gestão6.6 Comunidades locais / Investindo nos colaboradores e suas famílias no

Brasil

6. Integrando a sustentabilidade /A nossa abordagem à sustentabilidade6.4 Eficiência e recursos ambientais /Como lidamos com as questões-chave

6.2 Gestão de risco /A nossa abordagem à corrupção e suborno

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BRASIL

CANADÁ

ALEMANHA

FRANÇA

PORTUGAL

ÁFRICA DO SUL

ESPANHA

SUIÇA

REINO UNIDO

Tafisa Brazil, S.A.

Tafisa Canada Societé en Commandite

Glunz AGGHP GmbHAgepan Tarkett Laminate Park, GmbH & Co. Kg

Isoroy, S.A.S.Darbo, S.A.S.

Sonae Indústria - Produção e Comercialização de Derivados de Madeira, S.A.Sonae Indústria de Revestimentos, S.A.Euroresinas - Indústrias Químicas, S.A.

Sonae Novobord, Ltd.

Tableros de Fibras, S.A.Tableros Tradema, S.L.Tafiber, Tableros de Fibras Ibéricos, S.L.

Tavapan, S.A.

Sonae UK, Ltd.Spanboard Products, Ltd.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Principais subsidiáriasda Sonae Indústria por país

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GLOSSÁRIO

BBBEE - Broad-Based Black Economic Empowerment:Trata-se de um programa introduzido pelo governo Sul-Africano, em 2003/2004, para transformar a economia Sul- -Africana, tornando-a representativa da estrutura demográfica do país, ao atribuir a grupos de indivíduos anterior-mente em situação de desvantagem (negros africanos, pessoas de cor e indianos) oportunidades económicas, que, antigamente, lhes estavam vedadas. Este sistema exige que o tecido empresarial cumpra sete parâmetros de desem-penho (propriedade, controlo de gestão, equidade em oportunidades de emprego, desenvolvimento de competências, aprovisionamento preferencial, desenvolvimento empresarial e desenvolvimento sócio-económico).

Cadeia de Responsabilidade:A cadeia de responsabilidade é o processo, pelo qual a origem de um produto florestal é comprovada. Inclui todas as transferências de responsabilidade dos produtos florestais e seus derivados, durante a colheita, transporte, cadeia de processamento e de distribuição, desde a floresta até ao consumidor final.

Cadeia de valor:A cadeia de valor categoriza as diversas actividades de uma organização, que vão acrescentando valor, a montante e a jusante. As actividades primárias incluem: a logística de recepção, operações (produção), logística de expedição, marketing e vendas, e serviços (manutenção). As actividades auxiliares incluem: gestão da infra-estrutura adminis-trativa, gestão de recursos humanos, Investigação & Desenvolvimento e aprovisionamento.

CEI-Bois:A Confederation of the Woodworking Industries (Confederação das Indústrias da Fileira da Madeira) tem sede em Bruxelas e representa a totalidade das indústrias europeias da fileira de madeira. Os membros são federações (in-cluindo a EPF) e associações nacionais.

Ciclo de vida do produto:Descrição do ciclo de vida completo do produto, desde a concepção, passando pelo design e fabrico, até à sua vida de serviço e destino final.

Código de Conduta:Refere-se às políticas assumidas pela empresa que definem as normas éticas que norteiam a conduta corporativa. Há uma grande diversidade nas formas de redigir estas políticas. Os códigos de conduta corporativos são totalmente facultativos, podem ser apresentados sob qualquer tipo de formato e versarem sobre qualquer questão – temas relacionados com o local de trabalho e com os direitos dos trabalhadores são apenas duas das categorias possíveis. Para além disso, a sua implementação depende inteiramente da empresa a que se referem. Os potenciais autores de um código deste género podem ser: o fundador, o Conselho de Administração, o Presidente Executivo, a gestão de topo, o departamento jurídico-legal e consultores. O processo pode ainda envolver representantes dos colaboradores ou colaboradores seleccionados.

Desenvolvimento Sustentável:Em 1987, a World Commission on Environment and Development – The Brundtland Commission (Comissão Mun-dial sobre o Ambiente e Desenvolvimento – a Comissão Brundtland) chegou a uma definição de desenvolvimento sustentável, que é, actualmente, genericamente aceite: «O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que permite atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades».

Eco-eficiência:Significa o fornecimento de bens e serviços a preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas e aumen-tem a qualidade de vida, reduzindo simultaneamente os impactos ecológicos e a intensidade de recursos ao longo do ciclo de vida, para um nível compatível com a capacidade estimada de sustentação do planeta Terra.

EPF (European Panel Federation – Federação Europeia de Painéis):A European Panel Federation, com sede em Bruxelas, representa a indústria de painéis derivados de madeira na Europa. Os membros são empresas e associações nacionais.

EU ETS (European Union Emission Trading Scheme – Comércio Europeu de Licençasde Emissões de CO2, CELE):O European Union Emission Trading Scheme é o maior sistema multi-nacional de comércio de emissões de gases com efeito de estufa no mundo e é o principal pilar da política da UE relativamente às alterações climáticas. No âmbito deste sistema, cada país participante tem um Plano Nacional de Alocação de Licenças de Emissão, PNALE (NAP - National Allocation Plan), especificando os limites das emissões de gases com efeito de estufa para unidades individuais de produção de energia e para outras fontes relevantes de emissão. Cada unidade recebe, durante um determinado período de tempo, uma quantidade máxima de licenças de emissão da UE (EUA – EU Allowances). Para estar em conformidade, as unidades fabris podem reduzir as suas emissões ou comprar títulos de licenças de emissão às unidades que os têm em excesso. Está previsto o endurecimento progressivo destes limites em cada novo período, forçando a redução global das emissões.

FSC (Forest Stewardship Council – Conselho de Responsabilidade pela Floresta):O Forest Stewardship Council é uma organização internacional que junta pessoas para encontrarem soluções que promovam a responsabilidade pelas florestas mundiais.

Gestão florestal sustentável:Trata-se da responsabilidade e da utilização das florestas e dos terrenos florestais de uma forma e a um ritmo que permita manter a biodiversidade, a produtividade, a capacidade de renovação, a vitalidade, assim como o potencial

GLOSSÁRIO

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��GLOSSÁRIO

para cumprir, agora e no futuro, a sua relevante função ecológica, económica e social, a nível local, nacional e global e sem prejudicar os outros ecossistemas. Esta definição foi adoptada na Conferência Inter-Ministerial sobre a Protecção das Florestas na Europa (MCPFE - Ministerial Conference on the Protection of Forests in Europe) e, desde então, foi adoptada pela FAO (EU Food and Agriculture Organization - Organização da Alimentação e Agricultura da UE).

Investimento na comunidade:Significa o investimento estratégico das empresas nas comunidades locais, para criar um ambiente empresarial estável, proporcionar formação profissional a potenciais colaboradores, gerar bases locais de clientes com poder económico e promover o crescimento económico em geral, através de, por exemplo: apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas locais, promoção de cuidados de saúde e informação, desenvolvimento de práticas agrícolas, alar-gamento das competências profissionais dos residentes locais e promoção de investimento e fluxos de rendimento através de diversas iniciativas de desenvolvimento económico na própria comunidade.

ISO 14001:Trata-se de uma norma desenvolvida pela ISO (International Organization for Standardization - Organização Interna-cional de Normalização), que integra a família das normas de gestão ambiental ISO 14000, cuja finalidade é auxiliar as organizações a minimizar o impacto negativo das suas operações no ambiente (alterações adversas à atmosfera, água e solo), ajudando a cumprir a legislação e a regulação aplicáveis, e ainda outros requisitos relacionados com o ambiente, para além de favorecerem a melhoria contínua de todos estes aspectos. A ISO 14001 especifica requisi-tos para elaborar uma política ambiental, determinar os aspectos e impactos ambientais dos produtos/actividades/serviços, planear objectivos ambientais e metas mensuráveis, implementar e operacionalizar programas com vista ao cumprimento dos objectivos e metas, controlar e estabelecer acções correctivas e rever o sistema de gestão.

ISO 9001:É uma norma desenvolvida pela ISO (International Organization for Standardization – Organização Internacional de Normalização) para gerir e monitorizar a qualidade dos produtos. A ISO 9001 está vocacionada para qualquer organização que conceba, desenvolva, fabrique, instale e/ou repare qualquer produto ou preste qualquer tipo de serviço. Pressupõe um número de requisitos, que devem ser cumpridos por uma organização, caso esta pretenda satisfazer os clientes, através de produtos e serviços consistentes, que vão ao encontro das expectativas daqueles. Uma empresa ou organização que tenha sido auditada de forma independente e certificada em conformidade com a ISO 9001, pode ostentar publicamente que está «ISO 9001 certified» (certificada pela ISO 9001) ou «ISO 9001 registered» (registada na ISO 9001).

KPIs (Key Performance Indicators – Indicadores-chave de Desempenho):Os Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs) são métricas financeiras e não-financeiras, utilizados para quantificar objectivos que reflictam o desempenho estratégico de uma organização. Os KPIs são utilizados para avaliar o estado actual de um negócio e para estabelecer o curso de actuação. Frequentemente, os KPIs são utilizados para atribuir um “valor” a actividades difíceis de medir, tais como os benefícios do desenvolvimento da liderança, o compromisso, a prestação de um serviço e a satisfação. Os KPIs estão intrinsecamente ligados à estratégia da organização e aju-dam-na a medir o progresso em relação às metas estipuladas.

Liberdade de associação:A liberdade de associação implica o respeito pelo direito dos empregadores e trabalhadores aderirem, por sua própria vontade, a associações. A liberdade de associação pressupõe que empregadores, sindicatos e representantes dos trabalhadores discutam livremente sobre diversas questões no local de trabalho, de modo a chegarem a acordos, que sejam aceitáveis por ambas as partes. Esta liberdade permite também que possam existir acções de protesto, levadas a cabo pelos trabalhadores (e organizações), para defesa dos seus interesses económicos e sociais.

Madeira reciclada:Trata-se de madeira, sob a forma de subprodutos recuperados pré-consumo, provenientes de processos produtivos (por exemplo: do fabrico de painéis derivados de madeira, montagem de produtos, estruturas para a construção) ou de materiais de madeira recuperados pós-consumo (por exemplo: paletes ou outros materiais de embalagem de madeira, desperdícios de demolições, mobiliário usado), os quais, após recuperação, são reciclados como matérias--primas para a cadeia de fornecimento comercial e reduzidos à forma de matéria-prima.

MDF (Medium Density Fibreboard – Painel de fibras de média densidade):É um painel derivado de madeira fabricado a partir de fibras lenho-celulósicas através de um «processo a seco», i.e., obtendo-se, na etapa da formação, um conteúdo de humidade na fibra que seja inferior a 20% e sendo a sua produção efectuada, essencialmente, sob acção do calor e da pressão e com adição de um material adesivo.Este produto derivado de madeira é um excelente substituto da madeira maciça. Satisfaz os requisitos da indústria do mobiliário e de pavimentos (flooring) e é muito utilizado na indústria da construção. Pode ser resistente ao fogo e à humidade, de baixa densidade ou moldável.

OHSAS 18001:A OHSAS 18001 (Occupation Health and Safety Assessment Series) congrega uma série de avaliações de seguran-ça, higiene e saúde no trabalho que serve de base aos sistemas de gestão de segurança, higiene e saúde. Tem por objectivo ajudar as organizações a criar um sistema de gestão de segurança, higiene e saúde no trabalho, com vista à eliminação ou minimização deste tipo de riscos para os colaboradores e outras partes, que, devido às suas activi-dades, lhes possam estar expostos.

OSB (Oriented Strand Board – Painel de Partículas Lameladas e Orientadas):O OSB é um painel estruturante de madeira transformada; trata-se de um substrato formado por partículas extensas de madeira, coladas entre si com um material adesivo de resina sintética. Por vezes, nas três camadas, embora normalmente seja apenas nas camadas exteriores destes painéis, as partículas estão orientadas numa determinada direcção. A resistência do OSB deve-se, quase na totalidade, ao facto das partículas de madeira serem longas, ininterruptas e se entrelaçarem, para além da orientação das partículas nas camadas externas (nas superfícies). Os

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�� GLOSSÁRIO

materiais adesivos resinosos resistentes à água e à água em ebulição são associados às partículas para melhorarem a sua resistência interna, rigidez e resistência à humidade.O OSB está, especialmente, indicado para aplicações estruturais e não-estruturais da indústria da construção, por exemplo: pavimentos (flooring), construção de paredes e opções decorativas.

Partes interessadas:São todos aqueles que têm interesse numa determinada decisão, individualmente ou enquanto representantes de um grupo. Estes incluem todas as pessoas que influenciam ou podem influenciar a tomada de uma decisão e ainda aqueles que poderão ser afectados por ela.

PB (ParticleBoard – Aglomerado de Partículas):Consiste num painel derivado de madeira, produzido sob acção da pressão e do calor a partir de partículas de madeira (lascas/fragmentos, estilha, aparas, serrim e afins) e/ou de outros materiais lenho-celulósicos em forma de partículas com a adição de um material adesivo. A superfície do aglomerado de partículas é uniformemente macia e plana. Em relação a potenciais utilizações, é um material muito versátil, especialmente adequado para as indústrias do mobiliário e construção.

PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes - Programa para a Ratificação de Sistemas de Certificação Florestal):O Conselho do PEFC é uma organização independente, não-governamental e sem fins lucrativos, fundada em 1999, que promove a gestão florestal sustentável, através da certificação por uma entidade independente. O PEFC propor-ciona um mecanismo aos compradores de produtos de madeira e papel que lhes garante que estão a promover a gestão sustentável das florestas.

Responsabilidade (Social) Corporativa: Não existe uma única definição, genericamente aceite, de Responsabilidade (Social) Corporativa; em termos gerais, refere-se à gestão dos impactos empresariais na sociedade, com vista a maximizar os efeitos positivos e a minimizar os negativos. As expressões Responsabilidade Social Corporativa e Responsabilidade Corporativa são, muitas vezes, utilizadas indiscriminadamente. O World Business Council for Sustainable Development (Conselho Mundial Empre-sarial para o Desenvolvimento Sustentável) define a Responsabilidade (Social) Corporativa como o compromisso, assumido pelo tecido empresarial, de contribuição para o desenvolvimento económico sustentável, trabalhando com os colaboradores, as respectivas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral, no sentido de melhorar a qualidade de vida destes.

Rolaria:São pequenos toros de madeira, comprados directamente às plantações ou às explorações florestais bem geridas.

SREC (Social Responsibility and Environment Committee – Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente):A Comissão de Responsabilidade Social e Ambiente da Sonae Indústria foi criada em 2004. Na qualidade de comissão consultiva do Conselho de Administração, a responsabilidade geral do SREC é a análise e monitorização dos impactos social, ambiental e económico das operações da Sonae Indústria e elaborar recomendações sobre estes temas. O SREC não tem poder executivo próprio; a sua função-chave é actuar como um desafiador, sugerindo novas iniciativas e melhorias.

Subprodutos industriais (madeira reciclada pré-consumo):Material proveniente da madeira, sob a forma de serrim, fibra de madeira, aparas de madeira maciça ou compostos de aparas de diversas madeiras, resultantes dos processos de transformação e produção, que podem ser utilizados como matéria–prima reciclada num processo de fabrico.

UNGC (United Nations Global Compact – Acordo Global das Nações Unidas):É uma iniciativa das Nações Unidas, lançada em 2000, que encoraja as empresas, juntamente com as agências das Nações Unidas, o mundo do trabalho e a sociedade civil a apoiarem dez princípios universais, nas áreas dos direitos humanos, trabalho, ambiente e anti-corrupção. O propósito é promover a cidadania empresarial responsável, de modo a que o tecido empresarial faça parte da solução rumo a uma economia global inclusiva e sustentável.

WBCSD (World Business Council for Sustainable Development – Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvi-mento Sustentável):O World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) é uma coligação de aproximadamente 180 em-presas internacionais, unidas pelo compromisso comum de caminharem rumo ao desenvolvimento sustentável, as-sente em três pilares: o crescimento económico, o equilíbrio ecológico e o progresso social. Os associados provêm de mais de 30 países e 20 grandes sectores industriais, beneficiando ainda de uma Rede Global de 40 conselhos empresariais nacionais e regionais e de organizações em parceria, o que envolve, na totalidade, cerca de 1.000 líderes empresariais.

WESP (Wet ElectroStatic Precipitator – Filtro electrostático húmido):Um filtro electróstatico húmido é um aparelho de remoção de partículas de um fluído (tal como o ar), utilizando uma carga electrostática induzida. Os filtros electrostáticos húmidos são aparelhos de filtragem altamente eficientes, que transportam o fluxo de gases através do aparelho e conseguem remover facilmente as partículas finas, tais como o pó e o fumo da corrente gasosa. A precipitação electrostática pode ser efectuada por um processo a seco ou a húmido – ao atomizar água para o fluxo de ar na entrada consegue-se recolher as partículas extremamente finas e ainda reduzir a resistência eléctrica do material seco na entrada, o que torna o processo mais eficaz.Um filtro electrostático húmido funde os métodos operacionais de um lavador de gases em sistema húmido (“scrub-ber”) e um precipitador electrostático, para efectuar a auto-lavagem, a auto-limpeza, mantendo-se, no entanto, um aparelho de alta voltagem.

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NovasPerspectivas//diálogo

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Design › GOdesign Impressão › Lidergraf Fotografia de capa › N�� Depósito Legal › ������/0�

FOTOGRAFIAS

Pág. 02 Muriel Ndlovu › África do Sul

Isabella Tobie › África do Sul

Pág. 03 Danny Williams › Reino Unido

Juliane Gabel › Alemanha

Pág. 19 Caitlin › Reino Unido

Kieran › Reino Unido

Pág. 20 Ute Begemann › Alemanha

Susanne Pohl › Alemanha

Pág. 21 Raja Fleischerhauer › Alemanha

Pág. 48 Vincenzo Parise › Alemanha

Bernhard Fischer › Alemanha

Pág. 69 Fion › Alemanha

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www.sonaeindustria.com

Lugar do Espido - Via NorteApartado 1096 - 4471-909 Maia - PortugalT +351 22 010 0400 - F +351 22 010 4226

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2006Sonae Indústria, SGPS, SARelatório de Sustentabilidade

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