200 réis - bnmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de...

20
N. 244 São Paulo, Segunda Quinzena de Setembro de 1917 ANNO VII x 200 réis Ls' í^^ã!%\ m A SITUAÇÃO FLUMINENSES^ 13 mg&^hl - Eis a única pessoa dc quem sou PRAT. C^ MM DAR amigo ii4s5_à_iíi£íiiiáí .f-il-AfeB*- _!_¦

Upload: others

Post on 17-Nov-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

N. 244 São Paulo, Segunda Quinzena de Setembro de 1917 ANNO VIIx

200 réis

Ls' í^^ã!%\m s»

A SITUAÇÃO FLUMINENSES^13 mg&^hl

'¦-¦ ¦ -

¦• -¦•-'- ~ • "- " ¦• ¦

•-- ••

— 7 ¦•; ¦ ¦' ¦;. . ¦ ¦. —_ ________ .

-

— Eis a única pessoa dc quem sou PRAT. C^MM DARamigo

ii4s5_à_iíi£íiiiáí .f-il-AfeB*- _!_¦

Page 2: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

.¦*í&í$-:

¦HBSBSlkSJtSfí ¦ ¦'"'

-¦. .-.

,'"'• '^''^"^^^''"'í^^pi^Pil^^^*^

Swra?"¦ - ¦; ;¦ • 'v •" <-i'<i&*?yy;'li

; .i^vr-í/fíi.: .y'-yy.- ¦• •. ¦". . - ¦

llil

•; 4 ílllllãlP

Brílhan fina Idealda- Perfumaria Ideal

Sem rival paraciar Fineza e Bri-lho aos cabellose conservar-lhes

a ondulação.

Telephone,2629

S. Paulo

EL^í^ Perfumaria IdealCasa £. /f";W£É>

Praça da Republica, 109 - A

f^ssSHSESHHZSHSHSHS!^^

nli

Elixir de NogueiraEmpregado com sue-

ecesso nas seguintes mo-

IfRí ffíllllestiaS;

ílIlBp IS^rY TVTYÍ JE9H ! WQGUEIRASALSA

'MM

BÉ|/€AROBArMAWO'|jHí'í'f-'' 13 í bNC'9££™™;> - ||$j

||Í /War^(va/'o/>ü/ar|||| |

ll^fb^M jll

fi^^di

droga

. MINIATURA DO ORIGINAL

Escropnulas,DarllwüS.Boubas.Boubons.Inflammações do ufero.Co-rimento dos ouvidos.Gonorrbéas.Carbúnculos.Fistulas.Espinbas.Cancros venereos.Rachillsmo.Flores Brancas.Ulccras.Tumores.Sanias.Crystas.Rheumatismo em geral.Manchas da pelle.AíTecções SypliililicasUlceras da bocca.Tumores Brancos.Affecçües do ligado.Dores no peito.Tumores nos ossos.Latejamenlo das arte-rias, do pescoço c li-nalmente, emiodas as moles-tias provenien-tes do sangue.

Encontra-se cmtodas as pharmacias,

rias e casas qurvendem drogas.

GRANDE DEPURATIYO DO SANGUE

Para frieiras emoléstias da pelle

i

BacHBflgsj

£E52£H5HFHSE5ESa5Z5HSZEH5HSH5E5Z5H^^

-4

A Flora BrasileiraRua Bôa Vista, 5-a - Telep. Centrai, 750

SÃO PAULO

Flores naturaes, Grinaldas, Coroas naturaes ede bisquit, Bouquets e Corbeilles

Negri & MorenoEncarregam-se de DECORAÇÕESe ORNAMENTAÇÕES arthticaspara festas, bailes, casamentos, etc.tanto em residências particujarescomo em edifficiosoulugarespublicos

Chácara Vílla Albertína - Tremembé

Trabalhos ArtísticosPromptidão e esmero

•."•-'. XyyXíy"- '¦'

Page 3: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

^v^síf?»?»?1!.'

¦:;i.yy-.\-.

S. Paulo, segunda quinzena de Setembro de 1917Numero 243

REVISTA ILLUSTRÀDA

ffl DE IMPORTAN-CIA EVIDENTE

REDACÇÂO:

RUA S. BENTO N. 28

Telephone N. 2901

Francisca TuliaJE' com o máximo contenta-

mento que vemos approximar odia da festa que se projecta fa-zer á excelsa poetisa paulista,cujo nome fulgura encimandoestas linhas. E nem poderia serpor menos, uma vez que se tra-ta de uma das verdadeiras glo-rias das letras pátrias, que porsua modéstia excessiva quasi sealheia ao movimento literário,em que os seus pares se empe-nham, uma vez que se trata deuma homenagem das princi-pães revistas que vêm á luz nes-ta alta capital, á poetisa acercade quem Vicente de Carvalhoescreveu o seguinte, quando setratava de saber qual era o me-lhor poeta paulista: "Não lem-brei até aqui um nome lumino-so a que deixei propositalmente

ultimo logar, como um logara parte. E' um nome de mulher.Os poetas paulistas cederãocom prazer a palma a essa poe-tisa, que é a melhor de nossa

ingua, D. Francisca Julia, a so-berba artista das Esphinges, eu-jos versos têm a sonoridade so-lemne e evocativa do bronze emque parece terem sido fundi-dos!"

Tal é o valor da figura li-teraria de Francisca Julia, cujafesta desejamos esteja á alturada pessoa para quem será feita.

ttdk.

ho Telephone^^= Central3 Peça o melhor

TAXI

Querido afilhado Janjão:

Recebi a carta em que pedes umconselho extrahido á minha velha ex-

periencia. Fazes bem em procuraresabrigo na minha experiência, apezarde que nunca consegui tirar proveitodelia, Perguntas-me se podes ir a SãoPaulo, tentar a vida, recorrendo aoauxilio dos teus protectores. Vae. E'scorajoso e forte. Tens arma para alueta da vida, que são: a tua intelli-

gerida, a tua audácia e, mais que tu-, do, a tua irresistível graça pessoal.Não te aconselho procurar um emípre-go publico. Os empregos públicos con-stituem uma espécie de redueto inex-pugna vel, contra o qual se quebram,inutilmente, lanças e granadas. EVtãOdifficil obter um logar de porteiro deGrupo, como uma cadeira no Senado.Verdade é que tens uma carta deapresentação ao Coronel LacerdaFranco. Oonheço-o de vista e de reno-me. E' um typo carrancudo, cuja carapoderia bem servir de espantalho ásaves num campo de arroz. Parec3-ineintratável. Politicamente, elle é o quetodos mais ou menos são: é um sêrincaracteriStico, cuja vontade está di-luida na vontade collectiva dos seuscompanheiros de partido. De resto,que interesse terá o Coronel, que é oCoronel Lacerda, em servir a tua pre-tenção? Nenhum. Teu pae nunca foichefe político, e a acção do seu presti-gio nunca se extendeu além do seumodesto e honrado ambiente familiar.Tu mesmo nunca foste um espoleta deeleições, nunca escreveste para a Im-prensa, louvando os homens do Go-verno, nunca fizestes um "meeting",

glorificando, em altos berros, e gestos

não menos altos, a personalidade deum chefe "prestigioso". Faltam-te,pois, credenciaes, para te apresenta-res candidato a um emprego publico.Os outros elementos de qne estás ar-mado para a lueta da vida, entre osquaes sobresaem a tua intelligenciae a cultura do teu espirito, não têmtambém muito valor, porque, nestepaiz, as verdadeiras competênciasnunca são approveitadas. Isto é tãonotório, que não é preciso que eu teapresente provas.

Mas não te desconsoles. Tu és umlindo moço. Resta-te o recurso de pro-curar um casamento rico. Corteja afilha do vendeiro da esquina, se ellatem um dote. A tua pretenção, dirigi-da dessa maneira, terá um resultadoefficaz. 0 casamento não Se obtém se-não iniciando-o pelo "flirt", pelo na-moro e por todos esses matadores sen-tim en taes. Oh! Não penses que te vouensinar como é que, se corteja umamulher. Entendes disso melhor do queeu. Tens vinte e dois annos em flor.En tenho sessenta, e na minha edade;essas coisas e tudo o mais que dellasdecorre estão perfeitamente esqueci-das ou pelo menos apagadas.

Saudades á commaídre.Do teu padrinho

FULGENCIO.

A. CORRÊAEstréa neste numero a sua collaboração

n'"0 Pirralho" este talentoso e originalcaricaturista. E' um artista patrício. Opublico da Capital ainda não o conhece.Isto pouco importa. E' um humorista quese ha de impor em nosso meio, tal a viva-cidade do seu espirito e a graça, por vezesinédita, do seu traço. A maior parte dasnovas secções creadas neste numero e queconstituirão a feição característica d'"OPirralho "e a illustração da nossa pri-meira pagina são devidas fi penna de A.Corrêa.

Os leitores, através destes trabalhos,poderão avaliar do mérito do artista.

Voltolino, o popular Voltolino continua,como sempre, a prestar a esta revista oseu precioso e indispensável concurso. \

Page 4: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

. '* ' 'r:'::V'

¦'•

___

EB

:-

a O PIRRALHO

tiílftii^_^o^^»i If-~=~

¦¦¦

A tinta mágicaEsta é uma sorte extremamente in-

teressante. E não ha quem, ao produ-zil-a deante de senhoras e cavalheiros,numa sociedade, não obtenha o maissurprehemdente successo. O sen pro-cesso é muito simples e não exige, co-mo a maior parte das sortes qne seconhecem, nenhuma noção de physicaou chimica e nenhuma habilidade.

Compra-se numa pharmacia umaiiramma de fuchsina de qualquer côr.E' melhor a violeta, porque produztinta mais viva. Dilue-se a fuchsinaem espirito de vinho, a que se juntamalgumas gottas de limão e de vinagrebranco de cozinha. Preparada a tintacom estas substancias, enche-se comella o tinteiro. Ao mesmo tempo pre-para-se nm mata-borrão da seguintemaneira: embebe-se o papel mata-bor-rao em água oxigenada e deixa-se sec-car ao sol.

O operador pede a qualquer pessoaque escreva sobre o papel um nome,um conceito, uma phrase qualquer.Feito isto, o operador enxuga as le-trás com o mata-borrão e pergunta á

pessoa qual foi a palavra ou palavrasque escreveu. Quando a pessoa dissero que escreveu, o operador dirá: "E'

mentira". E tirando o mata-borrão,mostrará que o papel está iuteiramen-te branco.

O phenomeno se produz do seguintemodo. A tinta mágica custa muito aenxugar, e o mata-borrão, ao enxu-gal-a, absorve-a toda, fazendo-a des-appareeer. Esta sorte tem sempre ef-feito e mais effeito terá se o operadorfór intelligente e souber imprimir âsua sorte um pouco de theatraliclade,qne é sempre indispensável.

O ovo de Colombo

A anecdota de Colombo é assaz co-nhecidá. Oonta-se que Colombo fizerauma aposta entre os seus amigos e

I

que consistia em equilibrar um ovo

pondo-o em pé por qualquer das suasextremidades. Todos tentaram a ope-ração e nenhum delles conseguiu oequilíbrio. Colombo, por fim, pegoudo ovo e calcando-o fortemente sobrea mesa, quebrou-o, de modo a formar-lhe uma base para o equilíbrio.

Mais a nossa sorte, que, em magiade salão, tem o nome de "Ovo de Co-lombo", é muito mais perfeita, sobre-tudo porque ella é executada sem serpreciso quebrar o ovo. Eis como ellase faz:

Arranja-se um pouco de pedra decevar ou pedra iman. Esta é uma su-bstancia mineral que não se encontrafacilmente á venda. Mas não ha feiti-ceiro, cartomante ou negra mina quea não conheça e não saiba indicar on-de é encontrada. Os herbanarios avendem. O sr. Mucio Teixeira, queactualmente reside nesta cidade, fazcommercio com este precioso mineral.Obtida a pedra de cevar, collocam-sealguns grãos delia no ápice do ovo eesfrega-se essa parte do ovo com lãaquecida ao ferro quente. O ovo fica,nessa parte, imantado. E' precisotambém imantar o logar da mesa on-de se vae pôr em pé o ovo. Essa iman-ração se obtém pelo mesmo processo,isto é, friccionando-se o logar com apedra e o panno de lã.

Entrega-se o ovo a qualquer pessoapara que seja tentada a operação.Ninguém quer tental-a por julgal-ainípossivel. Más desde que o operadora execute, todos hão de querer fazertentativas, mas ninguém o consegue,a não ser que tenha a felicidade deencontrar o ponto imantado da mesa.Mas o operador terá o cuidado de es-condel-o, pondo-lhe a mão em cima. .

O successo é garantido.

HERMAN JÚNIOR,

POSTAL

A loira deusa, om cujo olhar me abrazo,

De agora em deante com postaea não mango.

Se ella detesta e faz tão pouco caso

De quem pretende conquistal-a... a muque,

Nenê que gosta de maxixe e tango,VI

Devia ao menos namorar... o Duque!

DÜM-DUM.

JUDEU ?

___--*i\ lt^i-_-3___N_-_Pl__E^___RA* xVfí«x__^_l_^í_Sn_SSs®flS_9_k./r ___7th__i avam\m\m99&^^mEwSSSr!9^k\^&^^^ll__Pí^w^l^^

dJjk , *#.E___. M_______B_____________k _W 1

Si elle ê, nós não sabemos, — mas sandeuSempre foi desde os tempos de estudante;Si de facto elle é neto de JudeuNão deveria ser míiu governante.

Coisas feias realmente elle escreveu,Mas jura o Thezoureiro. .. o Braz barbante,Que com elle da pasta já correu,Não saber se o Ministro foi tratante.

Sahiu! Bem bom! Agora temos outroCuja fama realmente corre mundoNo lombo magro de um mineiro pôtro!

Que sócio... este não seja do demônio,Pois lhe sobram audácia, forma e fundo,E as meiguices do velho Santo-Antonio.

Trovas PopularesVi na rua um pobresinhoChorar de dor e de fome.Não sei p'ra que Deus no inundoDeixa gente que não come.

Entrei na igreja outro diaPara fazer a oração.Uma vóz de lá me disse:Ja te dei meu coração!

Quem quizer ganhar dinheiroOlhe para o céu toda hora,Porque os que moram no céuJogam o dinheiro p'ra fora!

Na cidade tem trabalho,Na roça tem carrapato.E vem a guerra damnadaO pessoal entra no matto!

Das estrellas lá no céuTirei a tinta prateada,Para alisar meu amorNo logar duma pomada.

(Do livro INCENSO, de Joaquimde Queiroz).

Exposição de Jtygiene de Sao Paulo

Biscoutos DUCHENMedalha de Ouro 1917

. amm»*m*- ... ..I «-y.

Page 5: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

.'..'..¦'."¦.¦¦..' '¦'. ', '. .'¦'' I. ¦¦!'''" '::VV'''

O PIRRALHO Es

Recebemos, assignado por diversos mo-radores do bairro do Paraizo, um abaixoassignado contra um distincto morador da-quelle bairro, que outro não é senão o sr.dr. Herculano de Freitas. Esse illustre sr.,a despeito da posição politica que occupano paiz, da sua edade e das suas responsa-bilidades. organisa matchs de foot-balldiante do portão de sua residência, obs-tando desta forma o transito de vehiculose pedestres. Os garotinhos que disputama bola com S. Exa. fazem uma algazarrade mil demônios. A visinhança-está alar-mada. Seria melhor que o sr. Prefeito for-necesse a esses barulhentos foot-ballers uni"ground" em que elles pudessem fazer li-vremente as suas travessuras, sem pre-.juizo do bem estar e socego públicos.

? ?

. Um grupo de familias allemãs morado-ras em frente á "villa "Kyrial", onde re-side o sr. Freitas Valle, "poete á 1'expres-sion française", têm reclamado contra obarulho que em dita villa se faz todas asnoites, com desafinacões de phonographose auto-pianos, e que o mesmo sr. Valleteima em affirmar que são concertos cias-sicos. A matilha de cães, que faz a guardada chácara faz coro unisono com aquellaorchestração infernal. E' um horror!

? ?

Escreve-nos um sr. que se occulta sobas iniciaes J. G.:

'"Presado Redactor: Venho levar ao co-nhecimento de V. Exa. o meu protesto con-tra o habito que têm as normalistas que,ás quatro horas da tarde, atravessam aRua Direita em demanda das suas casas.Essas senhoritas, ostentando os tornozelossob as saias curtas e o lindo collo pelodecote aberto, constituem uma tentação euma tortura para os meus pobres olhos epara os meus aguçados sentidos. Como cer-ta gente que não pôde ver defuncto semchorar, não posso vêl-as sem me sentir porellas arrastado. Se ellas se contentassemde passar sem olhar para a gente, aindavá; mas, não: gnellam para a gente, comcada olho deste tamanho, provocam a gen-te de todo o feitio, ora com sorrisos, oracom momices; outras, ao esbarrar na gen-te, lançam palavrinhas picantes a que nemSanto Antão resistiria. Minha mulher rala-se de ciúme e tem-me prohibido de sahirás quatro horas, receiosa desses encontrosperigosos..

Em vista disso acho prudente, sr. reda-1ctor, que os papás dessas encantadoras

meninas as obrigassem a trazer as saiasmais compridas e a ter mais composturana rua, quando encontrassem pessoas sen-siveis, como eu.

Meu desejoA Getúlio dos Santos

Nao supponhas que o calido desejoQue me accende o lampião das phantasias,boja um throno immortal e um vil cortejoQue me atire ovãçSes e hypocrisias!Não pretendo colher a flor do beijoQue pende das boquinhas luzidias;Nem tenciono de chammas ao lampejo,Subir ao firmamento, como Elias!

Meu desejo aureolado de ventura,Minha ardente illusão, meu doce goso,Cuja honrada esperança me tortura,Meu desejo que a Musa desampara,E fazer um discurso mais famosoQue o famoso discurso do Bechára!

BENEDICTO SALGADO.

Nunca confesses amor á tua mulher:confessa-o ás mulheres dos outros, porquea tua mulher já te pertence, e as outraspodem vir a pertencer-te.

S. Mathcus (Evangelho apócripho)

O peor dos amigos não é aquelle quetrahiu o teu segredo, que roubou a tuamulher ou atacou a tua reputação: é aquel-le que te pediu dinheiro emprestado e t'opagou tarde e sem juros.

Abrahão Isac (Máximas financeiras)

Quando cuspires para o ar, tem ocuidado de te afastares para não cuspirem ti mesmo.

Deante de senhoras nunca ponhas odedo no nariz; se puzeres, faze com queellas não o percebam; se estrahires do narizalguma cousa, faze com que ellas não ve-jam.

Se disseres um disparate perto depessoas espirituosas, serás tomado comoidiota; se disseres dois, serás tido comohomem de espirito.

Fumar é nocivo; mas fumar cigarros"Castellões" é de bom gosto.Quando estiveres em logar suspeito,

não dês as horas a quem fas pedir, por-que o meliante pede as horas e também orelógio.

Zê Obtuso (Maxinàs)

^>P"ENI3UÊTE" ^

* n, TIL

I **&? * pi''"'11 '.

oTÜ PIRRALHO"Resposta do sr. Saturnino Barbosa

Qual oautor ou au-tores predile-ctos?

Não te-nho autorespredilectos,

para que aminha obra

tenha sempre o tom originalque a caracterisa.

Tem algum livro publi-cado?

Muitos em verso, dentreos quaes apontarei "Braços eSeios", "Joelhos e Pernas", nogênero mystico. No gênero sen-íimental "A morte de Deus",livro de combate, em que escu-Ihambei com a panellinha ce-leste e outros artigos congene-res.

D'entre elles qual é quemais ama?

Prefiro um que ainda nãofoi publicado e que será o meulivro de estréa. Intitula-se "No-ticias diversas" e tem comosub-titulo "Queixas e Reclama-ções".Acredita na unificação li-teraria do nosso paiz ou achaque as duas correntes, a do Nor*te e a do Sul, continuarão inde-pendentes?

Não creio na unificação,porque não creio em nada. Acorrente do Norte já está noprego e a do Sul é de "plaquet",não dá nada. Entre ellas, por-tanto, não pôde haver liga.(Não confundir com a nacio-lista). O Norte conta entre ospoetas lyricos, com o vulto in-comensural de Oliveira Lima eno Sul temos Herculano deFreitas e Oscar Tollens, amboscantores muito melodiosos.

¦•;'?ífflB

VÊL¦.ara

.ípisJH

1 m-

m

-'A

i¦ . LM

:m

I

>> 'í

-.

—s-^-üJ- v_SP

Page 6: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

\", ¦"-

[Z 9 O PIRRALHO

;

Acredita que o ornalismoseja um factor do desinvolvi-mento intellectual?

0 jornalismo foi sempreum elemento dissolvente, ra-zão por que nunca encontreijornal que me acolhesse. Ex-clusão feita do "Diário Popu-lar", os outros jornaes não sa-bem collocar adjectivos. E' umalastima o nosso jornalismo.

Qual o typo feminino queprefere?

A mulata, typo "média

chocolatada" com manteiga eguarda-napo. Si tiver "nuance"

de jaboticaba também não medesagrada.

De que edade?Da Edade média, porém,

sem guarda-napo.Que qualidades prefere?As immoraes.Qual o typo masculino que

prefere?Typographicamente, typo

oito, caixa alta; commercial-mente, typo sete, maragogipe;physicamente, corpulento emembrudo; chimicamente, chei-roso; immoralmente, sem bar-ba.

De que edade?Da edade de pedra, que

paleontologicamente é a maisinteressante.

Qual a comida de que maisgosta?Sandwichs que se me pa-gam. A bebida?

Sorvete de lamber.Acredita em phantasmas?Não, mas acho que o Thyr-

so não tem razão de perseguir ojogo do bicho.

Qual o sport que maisaprecia?

_ Jogar em centenas inver-tidas.

Qual a sua crença reli-giosa?

Catholico, apostólico, eu-batense.

Sua divisa?Major da guarda-nacional.

Os Deus em seroulasTrês sonetos de Emílio dc Menezes

Sua ExcellenciaNem aptiiroo nem péssimo. Vae indo.

Personificação do meio termo.Veio das vascas do governo findoE é um palliativo no paiz enfermo.

Ora galgando altura, ora cahindo,Ora na multidão, ora num ermo,Alguns affirmam que é um talento lindo.Outros que é um pobre e simples estafermo.

De livres pensadores teve os votos,Continuando entre os beatos e os devotos,A ser o quo carrega a maior trouxa.

Da presidência.-em meio â lufa-lufa,Quanto mais se lhe bate mais estufa,Quanto mais se lhe aperta mais afrouxa.

Rodrigues AlvesEra ministro então. O Olavo e o Guima

Diziam que elle era o Morpheu da pasta,E o dorminhoco andava em metro e rimaNa pilhéria que a tanta gente agasta.

• Mas galgando o Cattete, escada acima,Num despertar febril, Morpheu arrastaTodas as forças que a vontade anima,Nos vastos planos de uma idéa vasta.

Tudo revive! A actividade infrene.São mutações de sonho! B* o Eldorado,E' o Dinheiro na Esthetica e na Hygieue!

Hoje, glorioso e um tanto fatigado,Não

'se deixa ficar calmo e solemne

A dormir sobre os louros do passado.

Washington LuizE' um bandeirante novo sem as botas

De andar em carrascaes, ou serras brutas,De penetrar nas mais profundas grotasOu se internar nas mais soturnas grutas.

E\ o bandeirante urbano nas devotasAmeias de ver em fôrmas resolutas,O explendor das metrópoles remotasEm plinthos, columnatas e volutas.

Elle antevê, nas cores mais exactasDa Paulicéa as graças infinitas,No áureo fulgôr de mágicas palhetas.

Porém, depois dos bons tempos de pratas,Elle que é homem que detesta as fitas,Sente a falta do arame nas gavetas.

tfo m&z

\\ Ç-j\ gi a a

eira çWvaidade/*

MANEIRAS

HO

Vou contar as cartas... da copas

Ha duas espécies de civilidades: umafeita ás pressas e copiada do "Manual doPerfeito Cavalheiro", que consta apenasde curvaturas de espinhaço, algumas per-gun tas amáveis em falsete sobre a "saúdi-

nha" e a familia, risinhos agudos de agra-do, muito offerecimento e muita "gaffe".

Em geral usada pelos "moços de propo-posito", quasi sempre empregados em ca-sas de confecções e armarinhos, que teemsempre immenso chie no lencinho de seda

perfumado que sacam a miude do puuho;são perfeitos em offerecer um copo d'aguaAs senhoras, mas nas soirées arranjadas ás

pressas no bairro, pisam com risinhos os

pês das damas e ás vezes perguntam-lhes aedade.

Outra é toda feita de raça, de sensibili-dade e intelligencia.

E' sempre o resultado de quatro oucinco gerações e subtilezas transcendentes.Curva-se apenas o necessário para não que-brar a impeccabilidade do peitüho, tem to-da a superioridade para respeitar uma vai-dade e toda a gentileza que pode caber dèn-tro de uma altivez. E'~ a civilidade do"gentlman", do gentilhomem, de Mr. deCouslin da França, de Luiz XIV, de LordChesterfield da Inglaterra, de Jorge II.

Lord Chesterfield foi bem o typo repre-sentativo dessa classe d'homens polidos.

Foi elle quem traçou as regras immu-taveis das boas maneiras.

Foi o Brummel da polidez.Luiz XV ainda rutilava pelas Tulherias

quando elle, foi enviado como embaixadorda Inglaterra junto á Grande Corte.

O Rei de França tinha então immensacuriosidade de conhecer de perto, atravésda sua luneta palaciana as maneiras gentisdesse duque encantador.

Entretanto, um simples passeio de "co-

che" foi o necessário. A' sahida das aber-turas das Câmaras, quando se aproximavado peristillo a carruagem do Rei, Chester-field num lindo gesto abrio-lhe a portinholadoirada á sua Magestade que descia, massua Alteza também palaciano insistiu: —

Duque, suba primeiro.Chesterfield ante a ordem, sem um gesto

de insistência ou de recusa, com aquellalinda desenvoltura que éra um dos seusencantos, subiu adiante do Rei e assentou-se simplesmente na flacidez das almofa-das da carruagem.

Foi então que o Rei de França certifi-cou-se que Chesterfield éra o homem mais

polido da Inglaterra de Jorge II.

VIVÍANO DE SALAZAR.

m& ¦.fiN.. _:

Page 7: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

1¦'

¦'¦¦'.. .''>*"" _'''/•'¦.':'

:*.-^^r___r

O PIRRALHO SS

^KM K yw__,

ARROUBOS POÉTICOSCOMEDIA SENTIMENTAL EM DUAS SCENAS

Scena I

(Nove horas da noite. A acção se

passa no jardim da Praça daRepublica, O scenario docostume: ruas ensaibradas,taboleiros de gramma, mas-siços de verdura, palmeiri-nhas sombreando bancos decimento, um lago onde na-dam peixinhos vermelhos euma ponte ensombrada decasuarinas chorosas. A luadas bailadas, como um pon-to sobre um I, parece surgirdo telhado do "Skating Pa-lace,\)

Romeu, (passeando pela ponte, mãosno bolso, olhos em alvo, o ca-bello voando ao capricho dovento)—Ella não vem.Quemé ella? Não o sei, ninguém osabe. Julieta é talvez o seunome. Julieta, ou qualqueroutro nome. Pouco importa.E' a mulher... [Vendo umamocinha, que se approximasobraçando uma caixa dechapéo) — E' ella, por for-

ça, que ha de ser ella. O desti-no tem caprichos irrevoga-veis. (Dirigindo-se a ella) —

Ainda bem que vieste. Bôanoite.

A chapeleíra, (farejando um bomnegocio) — Bôa noite.

Romeu — Eu sou o Romeu que te es-

pera. Tu és a Julieta.A CHAPELEÍRA — Não.

I

Romeu — Sim. Tu sahiste das pagi-nas de Shakespeare para teencontrares aqui comungo,no jardim dos Oapuletos.

A chapeleíra — Não. Vim da CasaMappin, e este é o jardim daPraça da Republica.

Romeu — Louca, não sabes o que di-zes, mas o que dizes é sempremusical e grato aos meus ou-vidos. Eu estava aqui á tuaespera para te dizer que ésbella. e te amo. Sabes o que éo amor?

A chapeleíra — Pois decerto que sei.Romeu, (escarnecendo) — Lago que

a brisa encrespa e já se julgaoceano... Não, tu não sabeso que é o amor.

A chapeleíra — Ora, se não sei! Poiseu vivo disso...

Romeu — Ingênua! A innocenciabrinca em teus lábios como o

perfume na flor. Sabes o queé o beijo?

A chapeleíra — Então não hei de sa-ber?

Romeu — Não o sabes, porque nuncasoffreste as torturas de Oira-no. E' uma confissão que sefaz sem palavras, é um pon-to róseo sobre o i do verboamar. Para que soubesses is-so, era preciso que te cha-masses Roxane. O beijo é umresumo do infinito. Querodar-te uma noção do infini-to. Dá-ane um beijo!

A chapeleíra, (descançando a caixano soalho da ponte e avan-

gando os beiços) Beije-me.Romeu — Não, não te beijo. E's pura

e casta. Não quero profanar-te a innocencia. Guarda osteus beijos para as nossasnupeias. Fica sabendo, Ju-lieta, que te amo. Tudo isto

que tu vês, este jardim, estelago, estas casuarinas silen-tes, tudo isto é meu.

A chapeleíra — O senhor é que é oprefeito, o dr. j WashingtonLuis?

Romeu — Sou o teu Romeu. Pede-meo céu, pede-me a lua e eu voubnscal-a para ti. (Apontan-do o anãosinho barbaças que

dr. Washington mandoucollocar em baixo da pontepara regalo das creanças)Vês aquillo alli?

A chapeleíra — E' um boneco.Romeu — E' um anão dos Niebelun-

gen, é o gênio tutelar destelago. E' elle quem vae presi-dir ás nossas nupeias. Masse disseres um "não", suici-do-nie, atirandio-me a esteabvsino.

A chapeleíra, (olhando do alto daponte o lago que se encrespacm tremulinas) — Isto nãoé abysino. E' um lago artifi-ciai.

Romeu — Isto é um resumo do Ocea-no. Alli em baixo está a mor-te. (Tomando-lhe as mãos)Queres ser minha?

A chapeleíra — Quero.Romeu — Vem, Julieta.

Scena II

(A mesma decoração. Das três

portas abertas do "Skating"sáe, em ondas sonoras, um

"one-stepp" fanhoso da or-chestra mechanica, de envol-ta com o rumor da patinaçãoe de quedas de corpos que seestatelam no chão. As mesmas

personagens e um soldado,

que passeia, melancólico, pe-Ia calçada do edificio da Es-cola Normal. Um nevoeiroespesso envolve a scena).

Romeu — Ouves esta musica?A chapeleíra — E' do "Skating".

Romeu — Queres patinar?A chapeleíra — O senhor sabe pati-

nar ?Romeu — Nunca patinei. Mas, que

importa? O amor é o melhormestre. Iremos patinando atéao infinito.

A chapeleíra — Não quero.Romeu — Bem sei. Tu queres ser mi-

nha. Sejamos um do outro.

-'»••< '*^-- ._ií__

Page 8: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

^,:iil.V^l^i*f.g^-'l'.^^r'lU^i>"'yl".?S!

P

Ü O PIRRALHO

¦':'<¦• '.¦ ¦

M

Vem, pois. (Apontando paraa Escola Normal) Vês estacasa? E' um templo. [Apon-tando para as arvores que,em fila, se estendem ao longo

. da rua) Esta é a nave. {Mos-trando o soldado, que os en-cara) Este é o sacerdote. E'elle quem vae abençoar asnossas nupcias. O incenso éo perfume destas flores. Olatim do ritual é o cicio des-tas brisas. Vem Julieta, sêminha. Casemo-nos'.

A chapeleira — Aqui mesmo? E'prohibido.

Romeu — O amor não conhece leis.(Dirigindo-se ao soldado)Quem é você?

O soldado — Eu sou o 102.Romeu — Tu és pois o 102. Foi a Pm-

vidência que te mandou aqui.O soldado — Não, senhor* Foi o dr.

Tliyrso Martins.Romeu — Tu vaes ser testemunha das

nossas nupcias. Tu e o céuque nos cobre.

0 soldado (farejando a troça, coleri-co) — "Esteje" preso!

RIDEAU.

Echos da Exposição t)r. Calvacanfe

M Sà fimI mmA Iw w\u. w

' ^^ ,ííf"m*. VW/////' / \«^r^. I v///// f \

^1 mpa

t>r. Caio Prado

__ K

\^M^^WfínfjtSSSm\^^^^' -* &Bm^$m*m^mWmm f^êVS>s^<yT àmmmM^S^^m^mímmtss^^^ ^_^^^_^^_Z§^K

WÊÊtisBrmr

CIONBWO ONOWO5TIC0

A, Jetra inicial do alpliabeto romano. Pri-meira letra do ABC. Principio. Em grego"alpha", que é também o titulo de umjornal do Rio Claro. Em turco, que é a lin-gua dos mascates, se diz "aleph", que si-gnifica também "coisa bonita, freguez".— de Lima Vieira, regente-mór da orches-tra d'"0 Pirralho". Bohemio, vindo de Ma-cahé, acclimatado em S. Paulo.

ALBERTO, rei da Bélgica, beróe e mar-tyr. Santo —, monge medieval cujas vir-tudes vêm exaradas no Fios Santorum.Vide o panegirico deste santo no livro "O

meu Fios Santorum", colleccão de anecdo-tas beatas de Severiano de Rezende, ex-padre catbolico, actualmente apache emPariz. — Souza, jornalista de combate,actualmente atirado ás "ostrias".—Seabra-

medico homeopatha, esoterista e que usatambém a medicina espirita. Commeutadordos "Versos Áureos", traduzidos, com bu-lha, por Aristêo Seixas.

o feudo do próprio nome, fazendo-os ba-rões de si mesmos. Quer isto dizer que, fei-tos barões, se tornam senhores de seusnarizes. Simplesmente "Barão", sem maisnada, "tout court", como se diz em portu-guez, indica certo moço obeso, porém bo-nitote, que preside ás hypotheticas finan-ças do "Correio Paulistano". — De Du-prat, presidente da Gamara Municipal.— de Mucio Teixeira, famigerado charla-tão, conhecido também por Barão das SeteAccacias. das Sete Palmeiras do Mangueou de Ergonte.

BRITO, ind. do verbo "britar", que si-gnifica quebrar pedras. — do Charuto,subdito portuguez. Bacharel, desenhista,funecionario municipal e bohemio- nocturno.Laurindo de — poeta, que se tornou ceie-bre por certos amores escandalosos.

ARNALDO, nome que fornece excellen-te rima em "aldo", mas que não é muitoasada pelos poetas por causa das diffictil-dades que offerece. — Simões Pinto, func-cionario estadoal, poeta e periodista. Ex-cessivamente alto. Deslinguado. — Por=chat, joven candidato a lente. Extrema-mente feio, olhos piscos, mãos miúdas.Usa um tufo de barba no queixo. — Vieirade Carvalho, medico operador, que, com opseudonymo de Epicarnus, investiu contrao boi zebú e contra o dr. Pereira Barreto.Cirurgião, que concorreu também, com oseu bisturi, para a scisão da politica pau-lista. Adopta, em biologia, a theoria deMendel, sobrinho de Mendelsolin.

BBARÃO, titulo hierarchico com que os

reis e imperadores agraciavam os seus va-lidos e vassallos, e que lhes garantiam ofeudo em suas terras e propriedades. NoBrasil, esse titulo 6 concedido pelo papaaos papa-hostias ricaços, aos quaes outorga

Pirralho Carteiro a|Ã|

Sr. MucioTeixeira—Des-tacamos umdos nossos re-porters para ir-se entendercom o sr. Ama-deu Amaral eindagar se, defacto, o poetadas "Espumas"usou de vários

pseudonymos para atacarareputação literária ou privadade V. S. Soubemos que não.Elle nunca usou pseudonymose nunca escreveu verrinàs con-tra ninguém. De resto, elle co-nhece V. S. apenas como pro-pheta, e isso mesmo só depoisque V. S., como chiromante, leua sorte do dr. Altino Arantes.

Sr. Allegretti Filho. — A talmocinha é encantadora. O sr.tem realmente muita sorte. Pó-de atirar-se. Mas os seus amoresnão nos interessam, nem a nós,nem aos nossos leitores. Descul-pe a franqueza...

Sr. Valentim Tobias. — Nãosabemos se a pessoa que V. S.procura se acha aqui ou alhu-res. No mesmo prédio onde estáinstallada esta redacção func-ciona um escriptorio de infor-mações. Dirija-se a elle. Quantoá sua carta, não podemos publi-cal-a. Está muito ardente e te-mos receio que ella vá ferir a in-

Page 9: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

í '•''''"

O PIRRALHO mnocencia em botão das nossasleitoras...

Sr. Saturnino Barbosa. — Avaga vae ser preenchida peloAlfredo Pujol. Sem embargo,pôde apresentar-se candidato.Os seus versos são bons. A suaprosódia é que é suspeita. A pa-lavra é "borboleta" e não "bar-boleta", como escreveu. Isso,porém, não tira o valor á suaarte.

Senhorita M. L. — São lindosos seus versinhos. Se os seusversos não estão bem medidos,se a syntaxe nem sempre é cor-recta, se a idéa nem sempre éelevada, que importa? A mão,que os escreveu, deve ser fina,branca, encantadora. Eis porque achamos lindos os seus ver-sos. Apezar disso, não podemospublical-os. Porque? E' um se-gredo nosso.

Sr. Alves dos Santos. — Lê-mos o seu soneto. Diz o senhorque o gênio não conhece com-pendio. 0 senhor considera-seum gênio? Oh! Vejamos a suaprimeira quadra:Marilia, não extranhe se, hoje,O sol, ao descambar por traz dos morros,Vos annunciar que o Tempo foge,E, fugindo, tu morres e eu "morros".

0 senhor tem realmente umgênio... Tem o gênio da par-voice.

Mr. Germain. — 0 seu artigoem francez macarronico tem ai-guma graça, mas não podemospublical-o porque esse' gênerode humorismo está fora do nos-so programma.

Sr. Júlio Santos. — Consta-nos que moraram para os ladosdo Belemzinho. Provavelmenteainda moram. Continue a man-dar a sua collaboração, que ésempre interessante.

Sr. Moura Lacerda. — Rece-bemos a sua visita. Acreditamospiamente nos seus processosmédicos de auto-cura, e que cor-rem tão rapidamente como oauto-movel. Estamos autorisa-dos a garantir-lhes a efficacia,

teria. A velha medicina contra amercê da sua auto-ridade na ma*-qual o sr. faz a sua campanha éauto-matica. Agradecidos peloseu auto-grapho.

1 Pirralho na Academia EO Beehara foi encontrado ha dias, exa-

minando as columnas das arcadas.Que fazes ahi Beehara pergunta-lhe

um collega.Eu estou vendo, responde o popular"bandeirante", qual desta columnas esco-

lherei para nella fixar a lapide com o meunome que os collegas vão mandar collocarcomo prova de gratidão pelo facto de lheshaver offerecido a bandeira confeccionadaem minhas estupendas officinas de con-fecções.

Como se vê, o "seu" Beehara não perdea oceasião de fazer reclame da sua casa. . .

O Josino Vianna dizia em uma roda:— Eu sou tão nacionalista que minha bo-bremesa consiste somente em pipoca e

amendoim torrado porque nelles está aúnica industria verdadeiramente nacionalque possuímos.

? ?

O Sebastião Campista César disse certavez ao seu inseparável amigo Monassa.

O que eu mais desejaria vêr...E' o Corcovado ou a. Torre Eiffel, in-

terrompeu o Monassa.Não, é.. . um boi subir um coqueiro

em dia de chuva com um par de tamancosnos pés.

Tem cada uma este Campista. . .

Foi encontrada a voar, impellida pelovento, nos vastos corredores das arcadasuma cártinha toda perfumosa e que conti-nha o seguinte:

"Sinhore Arthur Macielo.

Si o sinhore num queria casa cummigoporque intão o sinhore disse qui casava emi anamorô dois méis? Io vô acuntã promio ermo i elle -vai dá una sova in vucê.Venha busca as porquera de brusa de chitaqui tú me deu sinão eu jóigo no lixo".

Da tua JOAQUINA.

Se as "letras" são historias,visto que "palavras leva-as ovento", a lei 2.0U 6 inconsti-tucíonal e iníqua, porque ape-nas se baseia no conceito de"Boa-Fé" — e porque "de boasintenções está o inferno cheio."

Sessão tumultuosa. O presidente, sr.Chaves de Tolmino, teve, por diversas ve-zes, de agitar a campainha, para restabe-lecer a calma na discussão, que ameaçavadegenerar em vias de factos punidos pelosartigos 294, 295, 303 ou 304 do CódigoPenal.

Tudo isso proveio do interesse dumcaso virgem na jurisperitagem indígena e

que na sessão de houtem foi debatido emrecurso de aggravo.

Um eleitor dum município do sertão

julgava-se com direito a exercer o cargode vereador, pois possuía uma carta do

presidente do directorio local, afiançando-lhe a eleição. E como esta houvesse sidofeita a bico de penna, sem mezas nemurnas, entendia o citado eleitor que, pennapor penna, era muito mais auetorisada,

perante a lei orgânica dos municípios, a

penna do chefe político, do que a pennadQ redactor das actas eleitoraes, pois o

munus publico exercido por este ultimooriginava-se e só tinha razão legal de

existência no mandato tácito, ou, pormudo consentimento do primeiro. Mas,

como o presidente da Gamara passara paraa opposição e se negava a reconhecer o

eleitor referido, poz este em juizo um exe-

cutivo cambial, para haver do chefe politi-co a obrigação constante das letras da cartaem questão, garantidoras do contracto.

O juiz não concedeu o mandado de pe-nhora, por entender que, faltando ao tituloa denominação letra de cambio, não era elleexeqüível, nos termos dos artigos 1, § 1.°,e 2, da lei 2.044, de 31 de Dezembro de1908. Desta decisão foi interposto aggra-vo, baseado no artigo 669, § 15, do Regula-mento 737, de 1850.

O relator do recurso, sr. Brisido Bastilha,disse confirmar a decisão de primeirainstância annullando o feito, mas por ou-tros fundamentos, diversos dos do despa-cho aggravado. Não queria entrar no me-rito da causa, para não se vêr forçado aanalysar a acção do aggravante na politicalocal. Esse birbante é publicamente conhe-

' cido como um safado e um sem vergonha,

que começou por namorar uma parente dochefe político, para, afinal, acabar expio-rando-a. E' um typo de baixo cothurno,

para quem a forca seria um tratamentobrando e ao qual se devia applicar sem re-morsos a expulsão do território nacional.Pois, não contente com essa exploraçãoignóbil e repugnante, pretendia agora rou-

bar — qUe outro qualificativo não podiadar-se a este processo — a eleição munici-

pai, resultante insophismavel da liberdadede voto.

— Isto é um negocio muito sério —

aparteou o sr. Canto Peres. — Coitado do

homensinho! E' preciso vêr isso bem.

f-f-àuÉS,¦¦¦Ar- •*.-:.'

Page 10: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

rw;- >¦• ¦•:¦ ¦¦-¦ ¦¦•'"¦¦;.:¦ ¦TW.-IW'.',-1 ,', '¦'¦ -. ¦¦ ¦' '""."•'' h'"m-':'í y.••mimmm^^j^^Ê;i

0 PIRRALHO

il

i \li

Mas — continuou o sr. relator — a

questão encarada pelo aspecto jurídico é

simples. O autor veio executar as letrasda carta, como garantias da obrigação as-

sumida pelo executado. Ora é sabido, comolá dizia o outro, que: letras são tretas. Já

os Romanos diziam: Verba et vocês praete-reaque nihil. E este judicioso conceito én-

contra-se também no Digesto, na regra: —

Verba volant, scripta manent. As letras re-

presentam palavras; e palavras leva=as o

vento: — Res non verba, na phrase dos

latinos. As letras são, pois, somente ba-

seadas na boa-fê de quem as lê. E a Boa-

Fé era — como toda a gente sabe — um

navio que se perdeu na barra de Santos.

Por outro lado, ellas manifestam apenas

uma intenção e não factos, contra os quaesnão ha argumentos; e de boas intençõesestá o inferno cheio, tanto que é velho o

dictado — mais vale acautelar que confiarque os italianos traduzem — fidarsi é

bene, ma sfidarsi é meglio — e que se ma-

nifesta neste provérbio industanico: "ô

desnecessário apparentar confiança: o tam-

bor também faz ruido e está vazio." Por

todas estas razões, acho que a lei 2.044,

concedendo ás letras o valor probante de

escripturas hypothecarias, ê, além de ini-

qua _1 por ir de encontro ás tradições de

confiança e ordem sociaes, base da justiçainconstitucional, pois a Constituição es-

tabelece a egualdade do todos perante a

lei 2.044, dois indivíduos, um dos quaessabe escrever letras, e o outro é analpha-

beto.O sr. Canto Peres discorda do seu colle-

ga. O presidente da Câmara só exerce o

seu poder em face do mandato tácito, ou

por mudo consentimento do presidente do

directorio. Si este se não oppõe á presiden-cia daqueíle, então ahi sim, é porque con-

corda.com ella. Quem cala consente,, diz o

provérbio: — Silentium ore facundius. Mas

o facto de o chefe politico ter concedido

carta de fiança para vereador ao aggra-

vante, importa numa ordem do mandante

do mandatário, por conseguinte, o-presi-

dente da Câmara não podia affastar-sedelia, sem contrariar ou exceder o seu

mandato, o que é contra disposição expres-

sa da lei das procurações 'e do Código Civil

em matéria de contractos. E' possivel queo chefe politico se precipitasse, constituiu-

do a obrigação accionada. Mas já lá dizia

o outro: — quem cedo determina, cedo se

arrepende — pensa prima e poi opera. As-

sim, a culpa cabe-lhe exclusivamente,

pois, se elle pagasse o seu debito, não bri-

gavam o exequente e o presidente da Ca-

^iara: __ "quando um não quer, doL não

batalham". Agora, porque o chefe do di-

rectorio se calou, ha de pagar o pobresinhodo eleitor? Não; ahi não. Não pode. Coi-

tado! Isso não. Eu dou provimento.O sr. Almada e Lines concordou com o

sr. Planicies Fructa, sem todavia, funda-

mentar o parecer. Sua exa. limitou-se a

-firmar, quanto á precipitação do chefe

poWo em acceitar a obrigação, que o que

não tem remédio remediado está, ou, como

se exprimia o direito romano, nas Pan=dectas: — lavius fit patienfia quidquidcorrigere est nefas. Pedidas garantias ao

credor, foram todas. Portanto, eu confirmoella — concluiu sua exa.

Depois da guerra

ÔmmW&B^FÊÈÈíÊÊSètlÊÍÊr '__%§$È>i¥Ík.

t^KS» BÜ H%£¦•"*'""' ^^_____^L_^_^_^0_^_\^_&__M_r i «H

1 'ffl&!____t W_\*s____wt$ nf ' §n

W fi ÜH - ' Hmm :Wm 1

B WHf ^s| 1»

Um conde allemèo em caminhopara o Brasil

Acompanhando o sr. relator, votou o sr.Filippe de Castilho. E' certo que lá diz o

dictado — "bácoro de meias não é meu";o aggra van te não podia ser vereador,apoiado no chefe politico, a meias com o

vereador apoiado pelo presidente da Ca-

mara.— Não, isso não. Coitado! — atalhou

o sr. Peres.Porém, o que é verdade ô o seguinte:

o aggravante baseia o seu direito numa lei

inconstitucional; e lei não farás em quete perderás.

_ Não, ahi não. Não pode. Isso é queé preciso ver — interrompeu de novo o

sr. Peres. • Nego provimento — concluiu o sr.

Filippe de Castilho.Por fim, o sr. Pina de Tolmino decla-

rou concordar com o sr. Brisido Bastilha,não só pela inconstitucionalidade da lei,

mas ainda pela manifesta improcedenciada pretensão do aggravante. Pois se o

presidente da Câmara já procedeu ao re-

conhecimento de poderes, como quer o ag-

gravante espoliar o vereador reconhecido,accionando um titulo inexequivel? Isso se-

ria contra lei.

Não, ahi não — interrompeu o sr.

Peres. E' preciso vêr isso. Eu não pensoassim. E' uma questão de doutrina, em

que cada um tem o seu modo de vêr. Eu

reconheço a minha falta de recursos, mas

penso de forma differente. Ahi não pode.A lei é expressa — continuou o sr.

Pina. Dura lex, sed lex. E' justo, portanto,que se mantenha o despacho, mesmo por-

que quem tudo quer, sem nada fica: "Ca-

melus cupiens cornua aures perdit" — ou,

como eloqüentemente se exprimem os lies-

panhoes: — "Quien todo Io quiere, todo Io

pierde."Foi, por conseqüência, negado provimen-

to ao recurso, por entre os protesto do sr.

Canto Peres, que, pela sessão afora, sus-

pirava ainda por entre dentes:«Não- isso não. Ahi não. Isso é que ô

preciso vêr. Não pode. Coitado do homi-

nho!. . . "

XISTO.

Nunca digas: desta água não beberei,porque dia virá em que, ao tomares banhono mar, beberás da água do mar, onde to-das as águas se contêm.

Saturnino Barbosa (Meu Evangelho)

Não consoles as creanças alheias. Seellas chorarem ao teu lado, deixa-as cho-rar: quem pariu Matheus que o embale.Mas se Matheus sahiu do teu ventre e teimaem berrar, consola-o com uns petelecos.

Padre Oazineo

Se fechares os olhos ao beijar uma mu-lher feia, poderás ter a illusão de que ellaé formosa, porque o sabor do beijo não éaquelle que se recebe, mas aquelle que selhe dá. T . , _.

João ão Rio.

Quando a verdade é muito velhaMuito verdade já não é:Em água fura bate molleQue tanto pedra dura até.

Quando servires de ponto, num thea-tro, não estendas muito os braços fora dacaixa, porque o actor pôde tropeçar nellese pisar-te as mãos.

Quando, num papel de galan, tiveresde beijar a dama, beija-a de verdade: re-produzirás uma verdade para o publico edarás uma emoção a ti mesmo.

Quando fizeres um papel nobre, fingeque és nobre, fazendo acreditar que, emcreança, tomaste chá com torradas.

Quando estiveres representando, nãocumprimentes nenhuma pessoa do publico,mesmo que se trate do melhor dos teusamigos. Os deveres de amizade só se cum-prem depois do espectaculo.

Quando, por falta de damas, foresobrigado a fazer um papel de mulher, man-da raspar as barbas e o bigode: as mu-lheres barbadas não têm cotação para asplatéas.

Bcntinho Camargo (Maxinas theatraes)

Em tuas affeições não mostres muitocalor, para que os teus amgios não cuidemque estás com febre.

Wenceslau de Queiroz.

Page 11: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

flpp;;fl*prfl <\^.zr?\-K.-mm: >¦

O PIRRALHO

^^^^_^^^^_-M^_^^%^^—»

O /estudante de Direito Imitação do Estudante Jllsaciano# # # #

a

Antigamente era outra a Academia.O velho professor ás aulas ia,Solenne na casaca bem talhadaE respeitava-o toda a estudantada.E quando acaso no saguão entrava,A Faculdade em peso o cortejava.Modesto, aos cumprimentos respondia,Risonho e bom p'ra aula se dirigia— O estudante era um typo já taludoFarrista, respeitoso e bom p'ra tudo,Sempre alegre e disposto a discursar,Forte em rolos, no estudo regularFreqüente ás aulas, muito comportadoEra dos lentes todos estimado.

Mas hoje... muita coisa assim não éHa um mestre que é um perfeito rapapé,De um fraque vagabundo e já velhóte.E' elle um gorduchinho mui baixóte,Que dá notas sem base nem critério"Com ar de quem fugiu de um cemitério",E querendo a lição bem decorada,Fez de sua aula uma escola isolada.A tradicção sobre elle hoje historia,

Que em bicycleta para as aulas ia,Gom a pasta de advogado no guidão,E o fraque a balançar feito um balão.A sua aula é uma grande brincadeiraE a sua voz provoca uma somneira!..._ 0 alumno, visto o lente não se impor,Tornou-se já um desrespeitador.

Um dia entrou na sua aula atrazadoUm estudante timido e acanhado,Gom aspecto de "cabra" intelligente,E foi sentar-se logo bem na frente.

í K

N

0 mestre olhou-o como um ferrabraz,E foi dizendo logo: — "O' rapaz,Se só a estas horas vem chegandoE' por certo, porque esteve estudando,A licção que para hoje foi marcada,E que por mim vai ser interrogada.Me fale o sr., pois, sobre a futuraConstituição, isto é, a "estruquitura",

Da sociedade internacional.Esta parte já foi bem explicadaNos Meus Ensaios, onde ella é encontradaNo paragrapho 121."Tudo é silencio. Acaba-se o zum-zumQue antes disso corria pela sala;E' que o estudante interrogado fala:"Perdão, doutor, por esta falta minha,Mas não possuo mais a sua obrinha."—Não tens os Meus Ensaios não, a obrinha,Que me custou annos de escrivaninha,A escrevel-a com amor e com cuidado,Copiando aqui e alli", falou irado,O mestre que ficando foi vermelho,Batendo, sem cessar, com a mão no joelho."— Gomo a não tem, como, se hontem a vi,

Quando o sr. a trouxe para aqui?Quer enganar-me, disse ao estudante,Onde está minha obrinha? ó seu tratante?"Mas o joven bohemio, de repente,Olhando muito calmo para o lente,Numa fascinação que não concebo,Disse sorrindo: •

"—A obrinha está no cebo."

/

S. Paulo.

i/N MISS BERTHA.

*m

E

Page 12: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

f^^m^^^ê^^^^^^

a O PIRRALHO

B->

ir:

1:

ft3

/O .-^5í_ n ^t_„i.—•- •¦¦——~^^-g^_ _-- SJ7

tíGMrC^ fl Ê/Usa > \^^^^^^j^lâ^íYlfíW/MfKAWÜb )

\\y~jy-r—tc^-^1 laflBlfj(^ffl!?T^Bni»ui[ P**\ / /}iWl __r /V \\*$\jêLjyIJ t^Ak' l^^i' >?/ Vi-r^J^ Ni^ Zff

/ / / /¦¦'''li I\ \!» l|ílí^Jii^'WO'*P^'^^*—í* ^^LM|Mn'-'^

Dr. Cardoso de lelio Netto

Traços physicos observadospelos traços graphicos: — Per-nalta e braçalta. Passo tremeh-cante, com curso directo. Olharbarbudo e macio. Não temunhas nos dedos dos pés. For-mato, 60X1,50, bem encaderna-

• cio, lombo de couro e rótulosdourados.

Traços moraes: — Amorosocom ellás e sem ellas. Soffre-dor. Progredior. Quando recebecarta nunca deixa de a ler. Nun-ca dormiu em albergue noctur-no. Çivilista. Descortino de vis-ta. Escreverá uma revista deannos. Não vae lá das pernas.Maladetto.

Probabilidades psychometri-cas: — Será mordomo da San-ta Casa. Será lente da Facul-dade de Direito. Far-se-á pa-ôsq. Gomo germanophilo, que é,vae traduzir para o Portuguez aBella Madame Vargas, de Joãodo Rio. Se tiver vida longa nãomorrerá tão cedo.

Vencesiau de Queiroz

nente de Deus e até logo. Voltoja.

Probabilidade psychometrica:— Escreverá muitos versosbrancos e pretos. Não tem corpolitica. As suas opiniões sãomuito atacadas nos bastidores.Será empresário theatral, subs-tituto. Fará pontas, será ponto,e ponto e vírgula (;) Ex-im-mortal interino da extincta Aca-demia Provisória de Letras Pau-lista e basta.

BARÃO DAS SETE ASNEIRAS.

EPIGRAMMA

Quando o Allegretti foi visto,De uma barbinlia adornado,Eu pensei que fosse o ChristoQue ao inundo tinha voltado.

Epigramma

Bordados, fitas, bandeiras,Annuncios de astucia rara,Mentiras., "bestias", asneiras...

— Bechára.

JOÃO DOS ANZOES.

DA CARTA DE UM NAMORADO:

"O tempo foge1, o tempo voaAma-me sempre, sempre assim.(Se a minha letra não sae boa,E' porque a vela esta no fim.)"

DUM DUM.

Minha sogra, leitor, me quer bem,Porque á noite lhe guardo o telhado;Mas não sabe a coitada da velhaQuantas telhas eu tenho quebrado!

DUM DUM.

Traços physicos observadospelos traços graphicos — Dô-res agudas na barriga das per-nas. Não soffrerá barriga d'a-gua porque só toma cerveja.Nunca fumou cigarros por eco-nomia de charutos. Cavaignacde arrelia. E' juiz theatral e cri-tico federai. Myope, grau 2, massó usa óculos quando dá senten-ças nos auto-taxis.

Traços moraes-: — Talento eformosura. Nunca está pelos au-tos de Gil Vicente. Fez auto defé a todas as suas velhas poe-sias. Só gosta dás novas. E' te-

Affirmou, certa vez, um mandarim, em-briagado de ópio e de fumo goyano, agar-rado ao rabicho da mais linda deidade queas terras do levante jamais produziram,que a pontualidade no cumprimento da pa-lavra dada. é qualidade de extraordináriovalor moral e pratico.

Ora. depois de pronunciada esta monu-mental sentença e repetida, talvez, por to-dos quantos, mandarins ou não, no levanteou no occidente, soffreram a caceteação deesperar alguém, o dr. Ramos de Azevedo eo dr. Santhiago, cujo appelido familiar éTity. comquanto não tenham, certamente,amorosos rabichos em que deseancar assuas dextras respeitáveis, mandaram queo escorropichado polytechnico não tivessedireito íi freqüência nas aulas, se chegasseum minuto depois da chamada.

Resultado: a pontualidade, com honro-sas excepções, é virtude do tripudiadoamante dos números.

Eis porque o João de Lá, esta firme eolhando em frente, em a sua seccão do"O Pirralho", guardando, com brio, a rapa-

dura que lhe cabe na arena jornalística.Infelizmente, porém, a entrevista que o

dr. Ferraz prometteu dar ao illustre re-presentante pirralhico, não chegou á rea-lidade.

S. S., o dr. Ferraz, em franca diver-geuciã com o seu collega, o dr. Barros Bar-reto. quiz subir uma escada, a começar doquinto degráo. Escorregou, não cahra, nemamassou o seu velhaco frack, nem o pince=nez saltou-lhe da curva judaica do solemnenariz: S. S. teve apenas dois chiliques euma crise de hysterismo. ^

Não pudemos, por isso, entrevistal-o.Em compensação, porém, o nosso velho

amigo dr. Fajardo, companheiro de me-

ninice do João de La, que o conheceu emMinas, preso por ter furtado laranjas e

goiabas, na chácara do Gouvêa, convidou-nos para assistir a sua aula de MecânicaRacional. ,

Que mina! exclamou o João de Lá,matando, com uma bordoada dois coelhos,pois, o dr. Fajardo entendeu que essa ex-clamação era uma homenagem ao seu Es-tado.

Penetramos no recinto da aula. O au-ctorizado lente de Mecânica pura, apresen-tou-nos, elogiosamente, aos seus alumnos...Assentamo-nos. . . Começou a inana.

O dr. Fajardo discorreu longamente so-bre o thema "O movimento mais geral deum solido". A sua explicação foi clara esuggestiva: os infinitesimaes, S. S. re-presentava, na lousa, por desenhos infini-tamente pequenos, de modo que os alumnosnão os vissem; as partes intrincadas doassumpto eram esclarecidas por meio dedesenhos incomprehensiveis, proposital-mente feitos, já se vê; os exemplos eramde evidencia esmagadora, como o seguinte^"o movimento mais geral de um solido éfigurado por uma cosinheira gorda, quecorre para alcançar o bonde."

No meio da lição o dr. Fajardo fallousobre a habilidade com que explica a suamatéria, sem cobrir com o corpo o queescrevo na lousa; disse que a sua apostila

de mecânica 6 o resumo de cem auctores;fallou por fim aceroa do observatório daEscola: S. S. incumbe-se de montar o ob-servatorio por vinte contos de réis; mesmopor quinze contos S. S. poderia montal-o;até por dez contos fal-o-ia; no fim da aulao observatório seria montado com dois con-tos e quinhentos mil réis.

r

Page 13: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

¦fi-j-fj".* -i-7*. '''fiVV.Çl '-¦-¦í;-í:^v ¦¦¦.. ¦¦/'' --'V ' ¦(* v. ... i-r,; -. ..v

O PIRRALHO ÜCausou-nos optima impressão o despren-

dimento com que o dr. Fajardo barateou oobservatório. S. S. ia fallar sobre os seusestudos em Paris, quando terminou o pe-riodo da aula.

Pedimos então, ao amável lente que nosdissêse, além do que vimos e ouvimos, ai-guma cousa do seu methodo especial.

Faz favor Dodinbo, dissemos nós, oque é que você introduziu de seu. nestetemplo de sciencia?

Ah! Janjão. muito, mas muito. Sejacomo for, vou dizer-lhe alguma cousa sobreo meu methodo. As aulas regulares sãoaquillo que você viu. No fim da aula falodo observatório da Escola, das minhasapostilas, dos estudos que fiz em Pariz.

Para variar começo, âs vezes, com essesestudos e termino com o observatório. . .Isso, em todas as aulas, ha dez ou quinzeannos... Mas os alumnos como você viugosam com as minhas divagações.

O meu systema de arguição ê muito pra-tico, — ê uma das especialidades do seuamigo Dodinho. Os lentes vulgares desi-gnam os alumnos que devem ser argujdos,com antecedência, para que elles se pre-parem: seja lã como fôr, eu não faço isso.No dia da arguição entro em aula, tiro acadeira do estrado, assento-me e fico, poralguns longos minutos, a olhar para o.salumnos. Estão todos pallidos, trêmulos,não me encaram. Não imaginas como gosocom esse temor. Afinal chamo alguém, to-dos respiram, cessa a tensão nervosa —isto é o que ha tle moderno.

Outra especialidade minha, é o systemade recolher provas nos exames parciaes.

Os lentes antiquados marcam, para aentrega das provas, uma certa hora, ter-minada a qual. retiram-se com as provasque receberam.

Eu não; seja lã como fôr, uma hora an-tes de terminar o prazo, começo a chamara attenção do alumno, dizendo-lhe que otempo vae terminar, que se apresse, queassigne a prova.

No fim de alguns minutos o pobre coi-tado, cansado de aturar-me, com a cabeçaem fogo, entrega-me a prova. Nada ha demais pratico.

Mas, desculpe-me, Janjão, devo ir ã Es-cola de Pharmacia, depois ã Universidade,depois ao Gymnasio de S. Bento, depois aumas aulas particulares, devo por isso dei-xar o velho amigo.

Oh! Lodinho. obrigado pela sua ama-bilidade. Abraçamo-nos.

Apertando entre os braços a ossatura dodr. Fajardo, contemplando a sua pallidezmarmórea, o João não sentiu o contacto"d'um frango assado de confeitaria", não;sentiu as anfractuosidades da culminânciada pedagogia nacional.

JOÃO DE LA'.

Duas iniciativas fecundas

A vida não é vidavida ou morte.

é uma questão de

La Rochcfoucauhl.

Desillusâo... palavra ambígua de umaalma estéril...

Allegretti Filho.

As estatuetas com que- o prefeito Was-hington Luiz enfeitou o parque da AvenidaPaulista constituem a oitava maravilha domundo.

Yoltolino.

Quando comeres uma banana, não lhepises a casca, que podes escorregar.

Miguel Meira.

Nós sempre fomos avessos ao louvor. Olouvor não faz parte do nosso program-ma. O programma d'"0 Pirralho" resume-se apenas nisto; rir ou fazer rir. A troçaleve, sem eiva de offensa, o humorismo

r '.^^at- v s**^^frnTfiÍtfí*- - - ^^^-'''CpvVc-Yiyíllv^

RvS*- -rf^^"^^^*SâèsHM ^$Q*S£uí+'*'|pin¦*¦—¦¦' i n* t-twi-í -v-*"-\\\*\''JbrC\J^^\^\BUB

//// >masi5Sfr'I "vSvxS.\V-S5w^/ ¦' X^-Vsvv: vX^WV^ltniSfiWaMiayrnt

/wtw r

condimentado de ironia, a incongruênciae o disparate são as únicas coisas que nosfornecem assumpto. Tudo mais que se nãomeça por esta bitola não encontra abrigoem nossas columnas. Permitta-se-nos, en-tretanto, que, uma vez ou outra, em mo-mentos excepcionaes, nos imponhamosuma attitude séria para applaudir o que é

bello ou para louvar o que é justo. Permit-ta-se-nos que, neste momento, louvemos odr. Eloy Chaves, pelas duas brilhantes efecundas iniciativas a que elle, com umgesto que nunca devera ficar esquecido,

acaba de pôr hom-bros: a inauguração daCooperativa Militar

e a fundação da Vil-Ia Militar. Estas duascreações, que se com-pletam, vem benefi-ciar o nosso soldado,pondo-o ao abrigo dasvicissitudes com queelle, desde tantos an-nos, está luctando. ACooperativa e a VillaMilitar vêm resolver,paru 0 soldado da For-ça Publica, os doisproblemas máximos, odo pão e o do tecto,dando-lhe o pão fácil eo tecto barato.

Parabéns ao dr'Eloy Chaves, nossoprezado amigo e illus-tre' titular da Secreta-ria da Justiça e Segu-rança Publica, pelasduas * iniciativas quepoz em obra, e que, adespeito das muitasque já conta em seuactivo, não são as me-nos brilhantes nem asmenos fecundas.

Não resistimos aodesejo de transcrevera formosa oração pro-nunciada por elle na

p-i ^ occasião de ser lança-

\J^ —,9 c^a a Primeira pedraII TV 1 7 da Villa Militar.

Eil-a:"Sr. dr. presidente e

exmo. sr. arcebispo.O gigante de pedra que

dorme, que o grande poetados tamoyos viu delinear-se nas montanhas queconstituem o fundo daformosíssima Guanabara,é bem o retrato do nossoBrasil. Grande e valoroso,mas somnolento e descui-dado! Felizmente, deantedo ruido intenso que vaipelo mundo, deante dossuccessos que nestes trêsannos abalaram a vidadas nações, elle abriu osolhos e, espantado, viuquanto se descuidou desua defesa. Despertou eagiu. Bem haja Deus queoperou esse milagre! Mui-

to pois não é que na sua maior data, o dia de suaindependência, elle rejubile. especialmente emSão Paulo, onde esse grande feito se preparoue onde felizmente se realizou.

A Força Publica, formada de patriotas extre-mados, não podia deixar de festejar condigna-mente tão feliz dia e por isso organizou as fes-tas militares desta manhã e as que vão ter lo-gar A noite. Por sua vez mandou, com autori-zação de v. exc, ao Rio um piquete de cavai-laria para entregar ao exmo. sr. ministro daGuerra o decreto de v. exc. determinando quea mesma Força Publica de ora em deante cons-

iíSSB

,mmãSSmSSmmÊÊÊimSaÍM~ii ijm-r rwji—^~ -^-^———» ——— ¦ ¦*»¦ «—**

Page 14: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

*K*!i>f*m*

-M O PIRRALHO

1

1

Ili

tituirá reserva de 1.» linha do Exercito Nacio-nal. E' essa uma grande obra de integração eunidade.

Ditas estas palavras, peço a v. exe, sr. pre-sidente, que

'¦"¦ como inaugurados os trabalhosde construcçL. as casas para os soldados.

O acto a que v. exe. com sua presença natanto brilho e a que o exmo. sr. arcebispo acabade lançar sua bençam é, em sua essência e con-seqüências, dos mais notáveis da vida de SaoPaulo. E' um acto de elevada solidariedade hu-mana, é um acto de dignificação da vida. Desolidariedade humana, porque visa dar conforto,comniodidade e amparo ao soldado valoroso, ab-negado e anonymo, a cuja coragem e vigilância,sem desfallecimentos, deve a sociedade a suaexistência feliz e tranquilla. De dignificação davida, porque prevê á necessidade imperiosa dedar As familias dos soldados o tecto honrado emque ellas devem viver, crescer e prosperar, longeda promiscuidade que avilta, desmoraliza edesune. , _

Dentro em pouco estas encostas se encherãode casas simples mas confortáveis e baratas.Nellas encontrará refrigerio para a penosa la-bula diária o soldado paulista. Vindo dos quar-teis, dos serviços da rua, das linhas de tiro,elle encontrará a casa em que só elle e os seushabitam, o terreno para cultivar suas plantase suas flores, o pedaço de terra isolado e santo

que o consola e descança! Não sô a casa elleterá. Ali adeante também a escola para os ti-lhos, onde estes possam colher da vida das na-cões, e da pátria a historia poética, movimenta-da grandiosa e heróica. Não só a escola, mastambém a sua capella, em que elle, modesto evaloroso, poderá retemperar a alma nessa altae consoladora communicação com Deus. Bemmerece o soldado paulista o carinho de seus pa-tricios e do governo que estes escolheram. Nestahora em que fora da Pátria vão tão carregadosos céos e em que mesmo dentro delia ha tantosreceios, tantas- duvidas, tantos desanimos, vati-cinios tão maus, é nelle que o povo de S. Paulodescança. E' confiado nessas almas simples eleaes que elle corta e povoa seys campos e se-meia suas roças, constróe seus palácios e edi-fica suas fabricas, distende sobre plainos e mon-tanhas suas estradas de ferro e coalha de fiosos ares, crêa, emfim, a riqueza e escreve navida do Brasil essa pagina fulgente de traba-lho e audácia que tanto nos orgulha e eleva.

Calmo, desprendido de interesses, fiel ao de-ver, elle sente bem, esse soldado, que o coraçãodo povo paulista bate isochrono com o seu.Elle sente bem isso e as responsabilidades quesobre si pesam na hora actual e por mim vosdiz, a todos aqui presentes, que S. Paulo pôdeestar franquillo e trabalhar e prosperar!

Sentinella fiel, elle vela e vigia."

Antes de terminar convém dar umconselho ao Arruda. Ha na companhiaum sr. Simões, que devia ser pago pa-ra não trabalhar. E' uma lastima. Jáo Estado nas "Queixas e reclama-ções" fez notar isso.

CONDE DANILO.

5H53SH5SSaSHSa5BSE5BEasa5íSH5HEa5HSHEaSZ

Chez-nous

\

ffl\err=rflrwoTe i

Bôa VistaA companhia Arruda está agora le-

vando "O Recruta do 43", revista deGuedes & Coto, firma registada naJunta Coinmercial sob N. 13.540.

Um caipira vem a São Paulo e dácom um recruta do 43, que lhe mostraas bellezas da capital. Por elles pas-sam os ' cavadores, os libertinos, asmutuas e só não passam os bondes,porque no palco não ha trilhos. Comose vê é o estafadissimo chavão impor-tado de Portugal, com isenção de di-reitos aduaneiros. Eu acho que, muitoembora o gênero revista deve obedecera determinadas formulas... mas afinaleu não estou aqui para dar lições. Osr. Guedes que compre o manual de li-teratura do sr. Leopoldo de Freitasou leia os artigos do sr. Aristeu Sei-xas, que para outra vez fará, de certo,cousa melhor. Entretanto "O recrutado 43" não é uma cousa desprezível,muito antes pelo contrario, ao envez.Elogio 1.") : A peça não contem immo-ralidades e pôde ser ouvida por fami-

lias; § 1.°) Ha typos de São Paulo bem,apanhados e umas situações engraça-das. Elogio 2.°) : A musica é bem alegree embora pretenciosa, ás vezes, não oé tanto como o Mucio Teixeira; § 1.°)O coro das floristas é bom que dóe.Elogio 3.°): Revogam-se as disposiçõesem contrario.

A interpretação, a despeito de unserros de concordância e de crase, éboa. O Arruda nas vestes de caipiratodo o mundo sabe que é bom mêmo.Paz rir que é um desperposito. A Be-neventi que na peça tem 174 papeisparece o Fregoli ou a Fátima Mins.Apparece vestida, revestida, travesti-da, que é um Deus nos acuda. O Cha-ves Florence, cultivando sempre o ve-lho sestro de não decorar os papeis,dá um trabalhâo ao ponto e desapontaaté os canastrões que fazem pontas. ACeleste e a Maria Amélia muito ele-gantes e comportadas. A primeira, en-tão, é de uma sobriedade nos maxixes,que deixa a platéa commovida. O Pra-ta não tem na nova revista papel quesobresaia e isso é um mal, porque ovalente filho de Nictheroy, é um dosesteios da verve hodierna. Descendeu-te de Aristophanes e Moliére, o Prataé o Bergson da gargalhada.

A orchestra na premiére foi regidapelo compositor Coto e muito bem,descontando-se, está claro, os esgares,os pulos e as nervosidades do maestro,que constituíram um numero extra-programma, em virtude do qual a em-preza teve que pagar uma multa.

_—__—— (

r/j$È '¦¦

Tenente Major CoronelMacahé Lima Vieira:Possue mais nome no nomeDo que uma familia inteira

S3SHSB5ZSaSH5H5HSH5Z5ESH5a5E5H5H5H5H5HSÍ

POSTAL

Disse-me ultimamente alguém: — "Joinville,

Tua linda priminha pinta o 7...

No azul embora como o sol scintille,

Só leviandade o seu olhar reflecte.

Não creias que a su'alma mui coquctte

Por ti um verdadeiro affecto azyle...

Queira Deus (e esta phrase em vão repete!)

Que o teu amor por ella se aniquile.

Vamos, esquece-a! Tu não vês, pateta,

Que ella é volúvel como a borboleta

De primavera nas manhãs doiradas?"

E sorrindo respondo-lhe: — E' o de menos...

Que importa Nenê tenha 10 pequenos,

Se ella vale por 20 namoradas?!

DUM-DÜM.

POSTALSINHO

Ella é coquette,E' muito clara.. .Pois pinta o 7,Pois pinta a cara.

DUM-DUM.

beiferia "Campo Bello"Bar exclusivopara famílias

Aberto até 1hora da noite

"BIli.

Luxuoso conforto e elegância

%a S. Bento R 14-B?ro?iimo a *Rua t)ireiía

1

Page 15: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

T.P".1";..^» z^TT

«1

iSW^MS

O PIRRALHO a

o

Ij^.st£irx-t£àriLeo ei laj>i«s

E>lle«s eólias

e a BecharaEstranha voz e estranha caraAquella cara e aquella voz,Com que o funâmbulo BecharaFez um discurso a todos nós!

Do Syrio, heróe que vive ás soltas,A vida, lá na Academia,Corre phrenetica e bravia,Aos trambolhões e viravoltas...

\

E ha uma potência assustadoraNo heróe que tudo manda e quer:De raiva, ás vezes, elle estoura,E desta vez vai me comer.

Gigante audaz, todo incendidoNuma paixão macabra e louca,Vibrou nos ares a voz rouca,Trazendo o annuncio que é sabido.

Sonha a riqueza o monstro impuro,Todo assanhado e injectador,Escalavrando o seio duroDa tolerância aberta em flor.

Mas a paciência, embalde, ao gritoDo seu discurso, elle encadeiaA's vis metaphoras de areiaE aos disparates de granito...

No encalço impávido e constanteDe uma fortuna, fez-se ao mar:Não ha pavor que ao Syrio espante,Nem Sucupira o faz recuar!

E atraz da Moeda vae com as suasManhas subtis e voz timbrada,Zombar da gente embasbacada,Pelos jardins e pelas ruas.

JOÃO DOS ANZÓES.

w\ £%Vfi W

1

¦RH

Page 16: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

¦¦: V •W",' > %W$

Ü O PIRRALHO

mr/ \V^--W(-^jfflf'CT^^T ^/ffl

c^K 1 «WS* ^—^\fi l mm \

Receita para engordar. — Não a conse-lhariamos o "novo methodo" ás gentis pa-tricias e muito menos que vão a um qual-quer Sanatório, onde passem 3 mezes, outalvez mais, deitadas, sem falar, sem ler. . .contando as taboas do tecto e as moscasvoando. Para engordar ê unicamente pre-ciso comer bem, muito se fôr possivel, dor-mir pelo menos 20 horas e não andar. Emlinguagem do povo: não mudar uma palha.Se. depois de algum tempo, a pessoa quese der a este tratamento não tiver morridoou, pelo menos, não estiver hydropica, es-tara bem gorda. Do contrario é porque nãotem queda para engordar.

Bolo inglez —¦ O nome deste deliciosopitéo, cuja receita só nós possuímos, graçasá generosidade wagneriana do MaestroOtbero, é por ter sido durante annos a so-bremesa habitual da finada rainha Victoria.Toma-se um punhado de fermento inglez,e, depois de bem amassado junta-se-lhemaizena, se a leitora tiver dinheiro paraisso; sinão, fubá de milho branco. No casodo fubá ser amarello, não deve ser empre-gado porque o bolo inglez ficaria com carade polenta, prato aliás muito bom e man-jar preferido de um outro soberano. Victo-rio Emmanuel. Deve-se, como já ficou dito,empregar o fubá branco. O fermento in-glez é encontrado em qualquer fabrica decerveja, mesmo nas de terceira ordem, mar-ca barbante. E' inglez só de nome. O mes-mo quanto ao toucinho inglez. Pôde ser dopernil de um qualquer dos productos doSr. Upton, que não ha inconveniente nisso.Mas. . . voltando ao bolo: depois de mistu-rado. põe-se ao fogo a meleca, em banhoMaria e se ficar bom come-se, sinão a lei-tora terá perdido o tempo e uns nikoláuse nada mais.

Bifes á jagunça — Ha muitas varieda-des de bifes. Os bifes á milaneza sãoaquelles que são feitos em Milão. Esses sãocomidos IA. Os bifes a cavallo são aquellesque se comem quando se está montado.Quem não é cavalleiro não pôde proval-os.O bife á jagunça, de que damos agora areceita, é o mais saboroso que existe. Com-pra-se no açougue um bom naco de carnede vacca. De vacca ou de boi. O sexo poucoimporta. Verifica-se se a carne está verde."Verde", em expressão de açougueiro, querdizer vermelha. Leva-se a carne para acasa e pede-se á cozinheira que a preparecomo quizer. O sabor desse bife dependemuito da habilidade da cozinheira, ou, ás

vezes, do appetite. Pode-se variar esteprato, indo comer ao hotel.

Chapéo para senhoras. — Os chapéos,nesta época de crise de cereaes- estão pelahora da morte. A razão disso explica-se. Asfôrmas de chapéos são feitas de palha dearroz ou de milho, e esses cereaes subirammuito de preço. O chapéo mais barato, semdeixar de ser elegante, é o que é feito depanno. A armação da copa pôde ser feita deentretela ou de estopa. A estopa, embebidaem breu ou lacre, torna-se dura e armamuito. As fi tinhas velhas ou cadarços decôr podem ser aproveitadas para guarne-cel-o. Feito o chapéo, colloca-se na cabeçade um macaquinho de realejo. Tem muitoeffeito e não offende a ninguém.

Cal vicie. — Tomam-se cinco gottas de"creophilina", cinco pingos de toucinhoderretido, pisam-se algumas folhas decouve para lhes estrahir a matéria verde,e junte-se tudo isto em meio copo de gom-ma arábica, addiccionando-se-lhe leite depato ou, em falta disso, gosma de gallinha.Este preparado é conhecido no Codex pelonome de "novecentos e tantos". Bastausai-o uma vez, para garantir a calviciepor toda a vida. Para provar a efficaciadeste tônico, damos abaixo este attestadoverídico registrado no Registro Geral deHypothecas: "Attesto, á fé do meu diplo-ma musical, que, tendo usado uma só vezo "novecentos e tantos", fiquei inteiramen-te curado dos vermes e parasitas que cons-tituiam a fauna de minha floresta capil-lar, podendo, desde então, ostentar as mi-nhas barbas propheticas e as minhas enri-çadas melenas românticas, sem vergonhanem pejo. — (a) FELIX OTHERO. (Fir-ma reconhecida).

Bocea baciata non perde ventura. Tenhobeiiado tantas mulheres e a minha boceacontinua venturosa.

Fclix OtJiero.

Quando me sahiu o primeiro dente eujá comia feijoada.

Felioei Pacheco.

Se a prata fosse ouro e o ouro prata,a- prata valeria mais do que o ouro.

Miguel Meira.

Os cômicos são engraçados.Simões Pinto.

CARTA ABERTAA Mlle Climene Barone.

MlleMuito interessantes, na verdade, os

commentarios que fez, na sua secção d'"AGazeta", a propósito do boato de meu ca-samento com uma conhecida e illustresenhora. O interesse desses-commentarios,mademoiselle, reside menos no facto queos inspirou do que na graça airosa do seuestylo. A sua imaginação tem tantos vôosque, toda vez que leio as suas encanta-doras phantasias, cuido que mademoiselle,nas suas horas vagas, cultua intensamen-te a poesia. Pouco falta para que a suaprosa redunde em verso, tão rythmadaella é, tão alindada de ornatos se apre-senta. Se mademoiselle encartasse nofim de cada linha da sua prosa uma rima,o seu nome estaria hoje consagrado entreas nossas melhores poetisas. Mas o relevodo seu estylo tem também a propriedade

~SMi/;'

Eu, não é por fala,Eu não sou catatau.Eu também sei pintaO philosopho ftao

Ae pôr em relevo as suas graciosas men-tiras. Porque assoalhou o boato do meucasamento com a tal senhora cujas vir-tudes e bellezas a sua penna tão enthu-siasticamente enalteceu? Porque? Entrenós, isto é, entre mim e ella, nunca houvenada que justificasse a sua gentil massoalheira besbilhotice. O que ha de com-mum entre nós é habitarmos o mesmoprédio. Vemo-nos constantemente, aper-tamo-nos as mãos, e, uma vez ou outra,quando estamos de bom humor, sorrimo-nos. E' verdade que, a principio, ella, co-mo toda 'senhora de bom tom, tentou ini-ciar commigo um "flirt". Mas ficou nessatentativa. E' provável mesmo que, zelosada sua reputação, se arrependesse. Nãolhe vou á mão por isso. Antes, a louvopela recatada discreção em que tem sa-bido manter-se.

Page 17: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

¦ --:X

- O PIRRALHO EEu sou muito joven, mademoiselle.

"Pirralho" c o meu appellido. Ainda uso

calças curtas. Ainda faço travessuras co-mo qualquer garoto. Se não jogo "bilbo-

quet", apraz-me jogar bolinhas de mio-Io de pão á calva dos meus amigos ve-lhos. E a illustre senhora que mademoi-selle teima em offerecer-me como espo-sa, se usa vestidos curtos é porque essaé a moda; mas, por baixo, vêm-se-lhe ostornozelos grossos de matrona. Como vê,é um casamento desastrado.

Mademoiselle com certeza já leu o seu

padre Antônio Vieira. Se o leu, deve re-

cordar-se das palavras que o sábio sa-cerdote, a propósito de casamento, escre-veu. São estas: "Casem-se as edades, ca-sem-se as condições, case-se a educação,casem-se depois as pessoas". Ora, as nos-

sas pessoas não se podem casar porqueas nossas edades não se casam.

Prezo muito a illustre dama, mas nuncame lembrei de a cortejar senão para lhe

conquistar a preciosa amizade. Minha

corte não foi além. A estima que tenho

por ella, é, a despeito dos seus encantos,absolutamente desinteressada. Esta é" queé a verdade, mademoiselle.

íSem mais, muito grato pelas suas en-cantadoras lisonjas, beija-lhe as mãos o

respeitoso colleguinha

PIRRALHO.

Cemitério Acadêmico

M. M.

Sob estas virentes frondesDa cidade dos pés juntos,Repousa Milton Marcondes— O mais bello dos defuntos.

L. M. DE A. S.

Aqui jaz, calmo e fagueiro,Sucupira — o valentãoQue pespegou no coveiroUm solemne cacharão.

J. S. B.

Entregue aos vermes singelos,Entre as verdades mesquinhas,Aqui descansa o BarcellosQue adorava f>s menininnas.

L. A. DE C.

Nestes retiros escamposJaz entre vermes e duendes,Luiziíío Augusto.de CamposQue ama os Ensaios do Menües.

JOÃO DOS ANZOES.

PELO TRIÂNGULO

A semana'correu nublada e cheia de

chuva; por isso quasi todos se recolheram

â segurança dos telhados aventurando-se

poucos ao asphalto molhado. As senhoras,

pobres anjos, apenas surdiam as pressas

sob a immensa protecção dos guardas-chu-

vas ou a segurança impermeável dos Water-

profs. Pouco interessante o triângulo.

Foot - Bali

SHOOTANDO...

Consta-nos, com bons fundamentos,que o chronista sportivo de importamte orgam italiano, deante de umastantas "ratas" que tem dado ultima-mente, sobretudo a respeito de "oíf-

sides" e falando de victoria» moraes,vae deixar aquelle cargo e retirar-separa a vida privada.

*

Tendo o sr. Aurélio de Souza revê-lado profunda competência sobre amatéria, como "referee" do "mateis"S. Bento-Palestra", a pedido de di-versos amigos está escrevendo um li-vro sobre regras de "foot-ball", livro

que é anciosamente esperado e, certo,fará ruidoso suecesso nas rodas des-portivas.

.*

Com os dois empates que o Palestrateve ultimamente no primeiro "team"

e a derrota do segundo no jogo con-tra o São Bento, innumeros paladinosdo "trionfo deiritalianità", profunda-mente desgostosos, pretendem partirliara o Velho Mundo, afim de melhorempregarem o seu patriotismo, defen-dendo no Carso ou no Trentino o tri-color...

*

Não será de extranhar que, por es-les dias, um chronista sportivo muitoem evidencia e que escreve no belloidioma de Dante, tenha mais uma des-illusão, com a publicidade que vae terum plagio seu, verificado na noticiaque deu do match Palmeirass-Pales-tra.

*

Sabemos que alguns "grossos" decerto club acham-se bastante arrepen-d idos da despeza que tiveram, emchampagne e "otras cositas mas",com um conhecido campeão, numa ca-sa elegante, pois no dia seguinte o ho-mem jogou "a béssa" e... elles per-deram o tempo e... os "arames".

*

Vimos, na véspera do ultimo "mat-

ch" em Santos, o Flosi sahir do Con-vento de S. Bento.

Como a visita deu bom resultado,(vejam os jornaes de 24), aconselha-mos egual procedimento aos outros"keepers".

Com o resultado do jogo entre o In-ternacional e o Mackenzie, a taça"Quem perde ganha" ficou, este an-no, pertencendo ao segundo daquellesclubs.

Sabemos que o nosso velho amigo".Cacareco", do "D. Q.uixote", tem an-dado bastante doente, motivo por queaté agora não tornou effectiva a of-ferta da taça "Maria Pia", para_ serdisputada entre chronistas do Rio eS. Paulo, num só jogo.

Preenchendo, porém, provisoriamen-te tal falta, o não menos distineto ami-go Nico Miranda vae offerecer onzericas medalhas para serem disputadasno dito "match".

A.

O Pie h nie do 43

Quarta-feira passada os rapazes do43 resolveram fazer uma farra, em fa-milia e offereceram um pic-nic aosartistas da companhia Arruda. A fes-ta realizou-se no Bosque da Saúde en-tre gritos, cantorias, maxixes e um ououtro copo quebrado, coisa limito na-tural em taes situações.

Na .hora do avança o pessoal não seconteve e, julgando tratar-se de umataque contra o inimigo invasor, arre-messou-se com fúria p'ra cima dos co-mes e leles, que num abrir e fecharde olhos, nem cheiro mais se sentia.

O Furão que lá esteve andou apa-íihando notas para o próximo numero,e com certeza, vae noticiar as discus-soes do Motta com a Odette ou osamores da Irene com aquelle volunta-rio magro e desdentado.

A Beneventi que serviu de garçonfoi de uma amabilidade, que pareciauma dama de corte, recebendo a visi-ta de um monarcha extrangeiro. OAbílio também se portou com muitagalhardia em servir sandwichs ao seupróprio estômago, tal qual o Arrudaque confessou ter comido 20 empadase 113 sandwichs de lombo. O Fran-queira, muito nervoso, quiz chamar apolicia, mas foi impedido pela Car-men e respectivas bombas.

Emfim, foi uma bôa farra e até ou-tra.

Se o Titã Rufo não vivesse, eu seria oRufo Titã.

Armando Mondcgo.

O sol do amor é como a colher de pauquanto mais combure a alma, mais eufico com o coração maguado.

íj

Page 18: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

P!f$";; ¦'.'¦¦¦¦ '¦:&'- !'•.-¦¦pl$

pW„?:

•,.»v ,*.

mmmmmmmmmMmm ü C-iH5H5ESa5HSHSa5ZSa5E525H5Z5H5H5^^

ae55:*%

TOMANDO E RINDOE' o óleo de ricino gazeificado espu-

man te, de gosto delicioso e aroma agra-da vel.

Único purgante que pôde ser tomadoem qualquer caso por pessoas de qual-quer idade, sem precisar junctar leite oucerveja, pois esta scientificamente propa-rado." Approvado pelas junctas de Ilygie-ne de S Paulo e Rio de Janeiro, XjiiiaoPharmaceutica de S. Paulo e premiadocom medalha de ouro na Exposição deHygiene annexa ao 1.° Congresso MedicoPaulista.

Encontra-se â venda em todas as Dro-

garias, Pharmacias c Casas de 1.» Ordem.

Exijam sempre a marca:TOMANDO E RINDO

e doses para criança ou adulto

RCHfl-SE A VENPfl EMTODfiS as LIVRARIAS

as15

ÚnicosFabricantes S. COSTA & C.Rua Fagundas, 16 — Caixa N. 827S. PAULO = Brazil — Teleph. 860

Viver fio acaso somenteE' cousa muito mesquinha:Não eleves contar com o ovoNo interior da gallinha.

<U>

CCGCCCDS

a NOS »

Chamam-te flor, oh Florinda,Porém eu digo que não:Flor tão pequena e tão lindaNão é flor inda, é botão.

Versos de

Guilherme de ftlmeida

Desenhos de

Correia Dias1BI15

Edição de Luxo 3$oooK. 5e5E£E5S5HSE5H5H5E5E5H5E5E^

estaurante S. PAULO¦1

:; O MAIS CHIC DA CAPITALServiço á Ia carte - Salas reservadas

São Paulo Rua da Bôa Vista N. 50===== Telephone N. 5452

Antônio Regos & Irmãol: ^

PIr a pp c_n pai ii o ° mals p°pu,ar dc todos^'L *Dr\\J rrtULU aberto sempre \

Largo da Sé - Telephone 1101

São Paulo Ponto de bondes paraos principaes bairros -

'. :• \ - ; •

Page 19: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

&¦•¦¦&>&<%?.Wj&üjmtsim

Sociedade flnonyma"PRIVILEGIADA PELO GOVERMO fÂRRIf A dfí ÂMTFlOfEDERftL COM fl PflTEMTE N. 5663 A riUIlHJ/l Ufc flUlIUV/

tísgusitamw"'' '¦'¦¦ ¦¦—uwtu»m aaHBWBBaaq

fa SIsz

-1

I

1

Premiada nas Exposições dc Bruxcllas, Turim cNacional com Medalhas dc Ouro, Prata c Bronze

E3 EEJ

32

«0

Productos da Fabrica:

asmm

Gomma Brazil H Pó de ArrozKlGomma Brilhante g Feculina

Gomma de Industria BB Creme de InfânciaAmido Puro, etc. etc.

wsbêwÊmÊlÈÈ

¦y : C- .

Rua das Palmeiras, 129-3 S. PAULO;pE$

Caixa Postal, 778 - Telephone, 1883 Cidade

wSk\'Mm-.'¦-4

íéséé

J Companhia Cinemaíograpii Brasileira

B

SOCIBÍDADE) ASfOSíYMA.

Capital realisado, Rs. 4.000:000^000 Fundo de reserva, Rs. 1.000:000$(í00

THBATR08Sn I Theatro S. Paulo, Theatro Colombo, C. dos Campos Elyseos, Smart Cinema, Cinema

. raUIO CENTRAL mais luxuoso de S. Paulo - Avenida S. João.RÍO de Janeiro Cinema- Pathé, Cinema-Odeon, Cinema-Avenida, Theatro S. Pedro de AlcântaraEM NICTHEROY: Éden-Cinema- BELLO HORIZONTE: Cinema - Commercio — JUIZ DE FORA:

Polytheama — SANTOS: Colyseu Santista, Theatro GuaranyPALACE THEATRE, Rio de Janeiro

Em combinação eom diversos Ttieatros da America do Sul

Importação directa dos films das mais importantes fabricasNORDISK, AMBROSIO, ÍTALA, PHAROS, BIOSGOP, SELIG, NESTER, DURKS ETODOS OS FILMS DE SUGGESSO EDITADOS NO MUNDO CINEMATOGRAPHICO

Exclusivamente para todo o BRAZIL, os films das principaes fabricas do inundo!!!

36 marcas... 70 novidades por semana. Stock de filas, 6.000.000 de metros. Comprasmensaes, 250.000 metros

l/nica depositaria dos celebres apparelhós PATHE' PRE'RES ,- Cinemas KOKS

próprios para Salões em casa de Familias.

ALUGAM-SE E FAZEM-SE GONTRAGTOS DE FITAS

SE'DE EM S. PAULO: RUA BRIGADEIRO TOBIAS, 52 Agencias em iodos os Estados

SÚCCURSAL XO RIO: RUA S. JOSÉ», 112 :: :: :: do Brazil.

¦ itím

¦WBMaWS

-.'''''''>¦',"

»àMM&~sMáB6mm

Page 20: 200 réis - BNmemoria.bn.br/pdf/213101/per213101_1917_00244.pdf · 2012. 5. 6. · teraria de Francisca Julia, cuja festa desejamos esteja á altura da pessoa para quem será feita

wu.*--

II I

>@<§k@è

irPela construcção pratica, pela boa qualidade do material em-

pregado e pela simplicidade no manejo, a ma-

china para cozer HWHITE" adquiriu a fama dé

ser a melhor machina de costura. No nosso an-

núncio de 5 de Agosto no "Estado de S. Paulo"

temos offerecido Rs. 10:000$0000 (Dez Contos

de réis) a quem apresentar uma machina de

costura que faça tudo quanto faz a machina''WHITE''. Esta offerta foi elevada a Rs. ...

15:000$000 (Quinze Contos de réis) em nosso

annunoio no mesmo jornal do dia 12 de Agosto.

Ninguém reclamou as quantias offerecidas.

0 mesmo aconteceria se chegássemos a offere-

cer para o mesmo fim 100:000$000 pois, entre

os conhecedores do ramo é sabido que a machi-

na "WHITE'' é a Rainha das machinas para

cozer. Até hoje não se fabrica uma machina de

costura, que com construcção tão simples e

tão bella, faça trabalhos mais perfeitos e em

maior numero do que a ' 'WHITE' « Rotatória. A

pedido mandamos Catalogo com todos os deta-

lhes. Acceitamos vendedores e vendedoras.

m

r

COMPANHIA BRASI-

LEIRA "VHITE"

S. PAULOR. Quintino Bocayu-

va n. 76

CaixaPostaln.1094

Endereço Telegr.:"WHITECO"

Tel. Central, 176

.-INAS - CASABRANCA - RIBEIRÃO PRETO - ARARAQUARA

SÃO CARLOS - BOTUCATU'

*"~ 1 pci 1 1 I [T

|) /M^;.

tr"**<M ¦

f

-

••9f:*f-fRs.. • ... ^^ÊÊS&x t