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2Simpósio Internacional de História das Religiões XV Simpósio Nacional de História das Religiões ABHR 2016 As características do associativismo religioso em Florianópolis/SC (2000-2010) André Selayaran Nicoletti 1 Luana do Rocio Taborda 2 Introdução As religiões enquanto objeto de investigação das Ciências Sociais têm sido estudadas desde os clássicos trabalhos de Tocqueville, Durkheim, Weber e Marx, sendo consideradas como fenômenos importantes para a compreensão das dinâmicas sociais. Ao longo do tempo esse campo analítico sofreu um processo contínuo de amadurecimento teórico, de reflexão e de acumulação de uma robusta produção que o legitimou como um nicho acadêmico relativamente autônomo denominado sociologia das religiões, disciplina que assenta sua preocupação sobre diversos prismas dos possíveis impactos da religiosidade na vida pública e privada das sociedades contemporâneas, resultando na comprovação de que a temática implica em distintos comportamentos entre atores sociais. No Brasil, por exemplo, o catolicismo romano – que chegou a ser considerado a religião oficial do país até a constituição de 1891 – possuía um considerável número de fiéis, já que a pluralidade religiosa não estava prevista na carta magna, realidade que estava 1 Doutorando em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista CAPES. Advogado. Orientadora: Lígia H. H. Lüchmann. E-mail: [email protected] 2 Mestranda em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista CAPES. Orientadora: Lígia H. H. Lüchmann. E-mail: [email protected]

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2⁰ Simpósio Internacional de História das Religiões

XV Simpósio Nacional de História das Religiões

ABHR 2016

As características do associativismo religioso em Florianópolis/SC (2000-2010)

André Selayaran Nicoletti 1

Luana do Rocio Taborda2

Introdução

As religiões enquanto objeto de investigação das Ciências Sociais têm sido estudadas

desde os clássicos trabalhos de Tocqueville, Durkheim, Weber e Marx, sendo consideradas

como fenômenos importantes para a compreensão das dinâmicas sociais. Ao longo do

tempo esse campo analítico sofreu um processo contínuo de amadurecimento teórico, de

reflexão e de acumulação de uma robusta produção que o legitimou como um nicho

acadêmico relativamente autônomo denominado sociologia das religiões, disciplina que

assenta sua preocupação sobre diversos prismas dos possíveis impactos da religiosidade na

vida pública e privada das sociedades contemporâneas, resultando na comprovação de que

a temática implica em distintos comportamentos entre atores sociais.

No Brasil, por exemplo, o catolicismo romano – que chegou a ser considerado a

religião oficial do país até a constituição de 1891 – possuía um considerável número de fiéis,

já que a pluralidade religiosa não estava prevista na carta magna, realidade que estava

1Doutorando em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista CAPES. Advogado. Orientadora: Lígia H. H. Lüchmann. E-mail: [email protected] 2 Mestranda em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista CAPES. Orientadora: Lígia H. H. Lüchmann. E-mail: [email protected]

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presente também em boa parte das sociedades ocidentais. Entretanto, o crescimento de

estudos nessa área possibilitou demonstrar não apenas a existência de uma pluralidade de

práticas religiosas no país, mas também que o fenômeno religioso sofre, assim como outros

fenômenos sociais, variações ao longo do tempo, promovendo mudanças estruturais na vida

em sociedade. Nesse sentido, diversos estudos produzidos no Brasil e em outras partes do

globo foram capazes de captar variações no padrão de comportamento e uma mudança do

quadro de fiéis. As igrejas pentecostais passaram a incorporar uma fatia significativa de

adeptos constituindo-se como uma nova força religiosa na sociedade, fenômeno também

em crescimento no espiritismo e nas religiões afros, embora nestas em menor intensidade.

Tendo em vista essa evidência de deslocamento do campo religioso, o nosso

interesse passou a ser o de investigar se o quadro associativo no município de Florianópolis,

Santa Catarina, seguia o mesmo fluxo migratório de fiéis verificados pelos recentes estudos

que tomam como base os dados do IBGE (TEIXEIRA e MENEZES, 2013). Nesse sentido,

fizemos um recorte analítico nos dados de uma pesquisa sobre o associativismo em

Florianópolis, coordenada pela professora Lígia Lüchmann da Universidade Federal de Santa

Catarina, ainda inédita, optando por investigar dentro, de um vasto quadro de diferentes

tipos de associações, aquelas relacionadas à religião e a religiosidade, já que este autor

integra o corpo de pesquisadores.

Nesse contexto buscaremos, em um primeiro momento, apresentar algumas

considerações principais sobre o associativismo religioso, incorporando parte da discussão

sobre secularização e dessecularização. Na sequência nosso enfoque recairá sobre o peso do

associativismo religioso em Florianópolis, destacando quais denominações religiosas

promoveram a fundação de associações no decênio (2000-2010).

Associativismo Religioso: algumas considerações teóricas

As Ciências Sociais vêm, há algum tempo, debruçando-se em compreender como as

formas de participação política influenciam as dinâmicas e as relações sociais nas sociedades

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contemporâneas. Diversos pesquisadores – às vezes com diferentes perspectivas teóricas –

têm procurado investigar de que forma as práticas participativas auxiliam na construção de

uma democracia mais robusta e participativa (LÜCHMANN, 2014; LÜCHMANN, 2012; SILVA,

2007; DAGNINO, OLIVEIRA E PANFICHI, 2006; AVRITZER, 2004; FUNG, 2003; GURZA LAVALLE,

2003; WARREN, 2001; MELUCCI, 2001; AVRITZER, 1997; PUTNAM, 1995; COHEN E ROGERS,

1995). Nesse contexto as associações – enquanto uma das formas de participação política –

têm ocupado um espaço privilegiado nas análises, derivando, inclusive, em um campo

analítico relativamente autônomo denominado: associativismo.

Lüchmann (2015) chama-nos a atenção de que existe uma grande dificuldade para

uma definição precisa do que podemos considerar como associação, destacando:

Há certamente uma grande dificuldade para uma definição precisa de associação, ao ponto de nos perguntarmos se seria possível, frente à multiplicidade de práticas associativas, estabelecer características gerais que permitam algumas distinções sem recair em reduções e simplificações. No entanto, e considerando o desafio dado pela heterogeneidade desse fenômeno social, há uma noção mais ou menos comum quando estamos falando de associação, e que diz respeito às características ancoradas nos princípios da liberdade e da autonomia. Alex de Tocqueville (1987) é um autor central na elaboração de uma concepção moderna de associação, na medida em que este autor via as associações secundárias, ao contrário dos vínculos primários, como ações coletivas benéficas ao cultivo da sensibilidade ética de um “auto interesse bem compreendido”, desenvolvendo novas formas democráticas de interação. (LÜCHMANN, 2015, p.7)

De acordo com Warren (2001), a dimensão da voluntariedade é um elemento central

na diferenciação entre as formas de associações. O autor considera três tipos associativos: as

primárias (família e laços de amizade); as secundárias (aquelas que extrapolam a dimensão

individual, organizações de moradores e associações religiosas, por exemplo) e as terciárias

(grupos de interesses e profissionais). Nesse sentido, a análise que nos debruçaremos nesta

seção recairá sobre as chamadas associações secundárias, mais especificamente, as

associações religiosas.

Ana Maria Doimo (2004) informa que estudar os impactos do associativismo religioso

apresenta um grau de dificuldade bastante alto, principalmente pelo fato de grande parte do

que ocorre nesse universo ganhar escassa visibilidade pública. Entretanto, ainda que

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tardiamente, as Ciências Sociais vêm desenvolvendo estudos que tentam demonstrar como

as religiões e os vínculos estabelecidos entre os seus adeptos impactam na promoção de

engajamento cívico.

Não restam dúvidas de que o associativismo religioso ocupa um espaço privilegiado

no cenário participativo do país. Leonardo Avritzer (2004) demonstrou a predominância

desse tipo de associativismo em São Paulo, destacando que 51% dos entrevistados que

diziam participar de formas associativas participavam em instituições religiosas, o que de

certa forma coloca em discussão a tese da secularização das sociedades modernas (DOIMO,

2004), que, grosso modo, pode ser compreendida como o processo pelo qual a religião deixa

de ser o aspecto cultural agregador da sociedade, passando por um processo de

racionalização das relações sociais.

A secularização está fortemente vinculada à perda de prestigio e reconhecimento dos

símbolos e instituições religiosas, preocupando-se menos com o sobrenatural e mais com os

problemas deste mundo. É um processo que centra a autonomia no indivíduo e não mais no

sagrado. Max Weber (1979a; 1979b) desenvolveu um conceito importante para explicar o

processo de secularização das sociedades modernas: o desencantamento do mundo. De

forma simplista podemos dizer que se trata do abandono da centralidade no sagrado (na

água, na terra, no fogo) por uma ação social mais racionalizada. A secularização é, para o

autor, a diminuição da presença da religião na esfera social não o seu desaparecimento.

De acordo com Carlos Eduardo Sell (2012), o conceito de racionalização tem sido

apontado pela literatura especializada como uma questão chave da teoria weberiana,

perpassando por diferentes esferas da vida social. Não é nossa pretensão fazer um exame

detalhado da teoria da racionalidade de Weber3, mas é nossa obrigação chamar a atenção

de que se trata de um conceito central em sua obra, especialmente quando nos debruçamos

sobre a sua sociologia da religião. É a ação racional dos indivíduos que promove o

3 Para compreender melhor sobre os conceitos de racionalidade e racionalização na obra de Max Weber sugerimos a leitura do livro “Max Weber e a Racionalização da Vida” Editora Vozes (2013) e o texto “Racionalidade e Racionalização em Max Weber”, publicado na Revista Brasileira de Ciências Sociais (2012), ambos escritos pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Carlos Eduardo Sell.

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desencantamento do mundo e torna a sociedade mais secular. Peirucci (1998, p.19) destaca

que “Weber, em sua sociologia, constatou, mais do que pensou, o retraimento da religião na

razão direta do avanço da modernização capitalista”.

Segundo Mariano (2002), o ato decisivo para a secularização do Estado brasileiro foi

a separação republicana entre Estado e Igreja Católica, resultando na garantia do direito à

liberdade religiosa. Esse processo de separação promoveu a neutralidade religiosa do Estado

e a proliferação de um mercado cada vez mais plural.

Quando Avritzer (2004) demonstra que o associativismo religioso em São Paulo

assume um percentual de 51% dos cidadãos que participam ativamente em instituições

participativas, o autor deixa margem para pensar o que tem sido chamado de

“dessecularização” ou “pós-secularização”, tendo como principais expoentes os sociólogos

Filippo Barbano e Peter Berger. Este último, em seu famoso A dessecularização do mundo:

uma visão global, sustenta que o postulado de que o mundo está cada vez mais

secularizado. Esta afirmação, porém, não encontra respaldo em algumas sociedades que se

apresentam tão religiosas quanto antes e, em alguns lugares, até mais, citando como

exemplos desse processo o Islamismo e o Evangelismo. Cecília Mariz (2001) escreveu um

ensaio no sentido de refutar os argumentos do autor, destacando que o texto apresenta

ambiguidades e uma análise rasa da problemática. A autora destaca: “quando Berger

escolhe o termo dessecularização ele reconhece ter havido um processo de secularização em

algum momento” (MARIZ, 2001, p.26) o que aponta certa contradição na medida em que

afirma nunca ter havido um declínio das religiões, com exceção da Europa, considerada pelo

autor um raro caso de secularização.

Em que pese todos os esforços na discussão sobre secularização ou dessecularização

das sociedades contemporâneas, o nosso posicionamento teórico é no sentido de que a

teoria weberiana da secularização ainda se encontra hegemônica no processo analítico da

discussão sobre religião. Weber, em momento algum de sua obra, afirmou que o

pensamento racional seria capaz de suprimir por completo o pensamento não-racional, ou

seja, uma sociedade secularizada não é aquela que expurga do seio social completamente os

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elementos não-racionais, mas aquela que diminui os seus impactos na vida das pessoas. O

leitor pode estar se perguntando: se a tese da secularização ainda predomina nas sociedades

contemporâneas, como explicar a forte incidência de um associativismo religioso em São

Paulo, por exemplo? A resposta está no que chamaremos de “metamorfoses da

secularização”, ou seja, o elemento racional tem predominado no cerne das denominações

religiosas. Avritzer (2004) destaca que o associativismo religioso contempla um misto entre

espiritualidade (não-racional) e motivações sociais voltadas ao desenvolvimento de

atividades coletivas e comunitárias (racional).

Alguns estudos, como os de Hervieu-Léger (2008), afirmam estar havendo a perda da

capacidade social e cultural das instituições religiosas em regular as crenças e as práticas dos

fiéis, ou seja, as denominações religiosas, em que pese terem se multiplicado nos últimos

tempos, não conseguem regular com facilidade a vida das pessoas, pois o elemento racional

das atividades mundanas contribui para o enfraquecimento do poder regulador da religião.

Nesse sentido Camurça (2003), destaca:

A idéia de secularização na modernidade ocidental implica menos na perda de influência

da religião e mais em um radical processo de mudança operado no seu seio: ‘a

secularização das sociedades modernas não se resume no processo de evicção social e

cultural da religião com o qual ela tem sido freqüentemente confundida. A secularização é

um processo cultural complexo, que combina a perda de controle dos grandes sistemas

religiosos (...) e a recomposição (sob a forma nova) das representações religiosas’.

(CAMURÇA, 2003, p. 263)

Os estudos de cultura política que buscam captar o grau de confiança dos cidadãos

nas instituições democráticas, principalmente na América Latina, têm demonstrado que os

cidadãos tendem a confiar mais nas religiões do que em instituições como partidos políticos,

congresso e polícia (BAQUERO, 2011; MOISÉS, 2010). Esses dados são importantes para

pensar o engajamento cívico de cidadãos em associações religiosas, uma vez que a confiança

na religião pode ser um dos estímulos ao engajamento societário.

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Recentemente, em 2013, Lewis, Macgregor e Putnam divulgaram estudos apontando

relações positivas entre o vínculo religioso e o engajamento cívico, demonstrando que as

pessoas religiosas dedicam mais dinheiro e tempo para as causas sociais, estando mais ativas

em suas comunidades e participando voluntariamente de associações sociais. Lüchmann

(2015) ressalta o alerta, nesta bibliografia, para a existência de efeitos negativos dessa

participação, chamando atenção para os riscos de segregações étnico-raciais e intolerância

religiosa.

Ribeiro e Borba (2011) demonstraram que as modalidades de protesto político estão

cada vez menos dissociadas da vinculação religiosa. Uma realidade que tem se modificado

ao longo dos anos, já que no período de abertura política a presença da igreja católica foi

central na defesa da redemocratização. Uma das justificativas para essa retração está nas

mudanças de orientações da própria igreja, com a diminuição da influência da teologia da

libertação e a ascensão de concepções como a renovação carismática cujo princípio se

aproxima em grande medida da caridade, lógica semelhante ao associativismo promovido

pelos evangélicos, sobretudo pentecostais.

O catolicismo assumiu durante muito tempo a condição de religião hegemônica no

país e em boa parte do mundo, assumindo a dianteira no que tange ao desenvolvimento de

práticas associativas – em sua maioria práticas associativas comunitárias4. A esse respeito

Doimo (2004) citando trabalhos de Pierucci e Prandi (1996) destaca:

Até muito recentemente, o catolicismo era a única forma religiosa realmente acessível à população brasileira, e há bem pouco tempo a sociedade passou a experimentar uma efetiva diversidade religiosa, que abre espaços para dúvidas e trânsitos. Inclusive permitindo que pessoas se percebam como passíveis de “não terem religião” (Pierucci & Prandi, 1996). (DOIMO, 2014, p.130)

Nessa direção, é fundamental apontar que a pluralidade religiosa fez emergir novas

formas de associativismo religioso, ganhando influência o associativismo pentecostal e

4 Para compreender melhor as características dos vários tipos de associativismo religioso (de imigração judia e árabe; católico; kardecista; entre outros) ver Ana Maria Doimo (2004).

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espírita, todos com uma característica comum: voltados ao assistencialismo comunitário

(LÜCHMANN, 2015; DOIMO, 2004).

Adrián Gurza Lavalle e Graziela Castelo (2004) realizaram um levantamento sobre o

associativismo em Peraisópolis, Minas Gerais, demonstrando que o associativismo religioso

na cidade preponderava sobre outras formas de associativismo (popular, político-econômico

e de lazer). Os autores afirmam que o foco no associativismo religioso não obedece a recorte

prévio, há, segundo eles, um peso esmagador de práticas de consociação em atividades

sociais de igrejas católicas e evangélicas, havendo uma centralidade inconteste das igrejas e

cultos como instâncias com capacidade de inclusão social.

Feito essas observações sobre alguns trabalhos que vêm incorporando a dimensão do

associativismo religioso no país, passamos para a seção em que trataremos desse fenômeno

na perspectiva voltada ao olhar do município de Florianópolis, Santa Catarina.

Conformações do associativismo religioso em Florianópolis

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem contribuído

significativamente para o mapeamento da força das diferentes denominações religiosas ao

redor do país. Os censos vêm possibilitando que diversos pesquisadores se debrucem sobre

os dados quantitativos e construam um mapeamento da religiosidade brasileira. O fato é

que “o catolicismo romano é ainda preponderante, mas perde a cada década sua

centralidade, passando a se firmar como religião da maioria dos brasileiros, mas não mais a

religião dos brasileiros”, afirma Faustino Teixeira (2013, p.23) em clara alusão ao pluralismo

religioso e ao fenômeno do crescimento dos evangélicos no Brasil, em especial os

pentecostais. Vale lembrar que na dimensão mundial o Brasil é o quarto país com a maior

presença de evangélicos (protestantes) no mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, Nigéria

e China (MARIZ E GRACINO JR, 2013).

Em se tratando de Florianópolis, a presença evangélica não acompanha a média

nacional, já que a capital ocupa a 26ª colocação nacional em número de evangélicos

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(12,81%) (CENSO, 2010). Para tornar mais claro ao leitor, agrupamos algumas variáveis do

Censo 2010 do IBGE e chegamos ao seguinte quadro de filiações religiosas em Florianópolis:

TABELA 1 – Filiações religiosas em Florianópolis e no Brasil

Denominação Percentual de Adeptos em Florianópolis

Percentual de Adeptos no Brasil

Católicos 63,68 64,63

Evangélicos 12,81 22,2

Sem Religião 11,76 8,00

Espíritas 7,48 2,02

Umbanda e Candomblé 0,66 0,3

Outras Religiões 3,39 2,7

Total 100 100

Fonte: Censo 2010, IBGE

Pela análise dos dados da tabela 1 é possível perceber que a capital do estado de

Santa Catarina acompanha a média nacional em número de católicos (FERNANDES, 2013), o

que não acontece com o número de evangélicos, já que Florianópolis se constitui como uma

das capitais menos evangélicas do país, ficando atrás apenas de Porto Alegre. O número dos

que se autodeclararam “sem religião” é 4% maior que a média nacional, chegando a 11,76%.

Florianópolis assume a primeira posição entre as capitais em percentual de espíritas,

atingindo 7,48% quando a média nacional é 2,02%. Nessa direção, nosso interesse passa a

ser o de investigar se o peso desses dados impacta no perfil associativo religioso de

Florianópolis.

Zulamar Castro (1997) publicou um artigo denominado Santa Catarina – raízes e

traços. A singularidade de um cenário propício ao desenvolvimento de comunidade,

demonstrando que o associativismo acompanha o nascimento e formação histórica de

Florianópolis, já que as relações sociais açorianas contemplavam uma forte cultura

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comunitária, promovendo mutirões para a constituição de suas moradias. Era nítida também

a força na criação de um movimento religioso que denotou na criação de associações e

irmandades. É com base nesses registros que Lüchmann (2015, p.24) afirma que “o

fenômeno do associativismo acompanha a própria trajetória histórica de Florianópolis”.

No que tange ao associativismo religioso na capital catarinense, não há como

desprezar a importância, além do associativismo de base filantrópica, das Comunidades

Eclesiais de Base – ligadas a Igreja Católica e incentivadas pela Teoria da Libertação – que

apresentavam forte influência nas regiões periféricas da cidade, promovendo um

associativismo religioso voltado para a conquista de direitos sociais (filantrópico). Utilizando-

se do chamado método “ver-julgar-agir” propuseram olhar a realidade, julgá-la pela

perspectiva da fé sem nunca perder o caminho da caridade e da ação para com o outro. As

CEBs ocuparam um papel importante no redesenho do associativismo em Florianópolis,

principalmente no período da redemocratização, articulando a criação do Movimento do

Maciço do Morro da Cruz, atual Fórum do Maciço, que agrupa uma série de associações para

a promoção da cidadania naquele território.5

O associativismo como um todo pode se dar em diferentes frentes (culturais,

esportivas, defesa econômica, empresarial, profissional, etc), entretanto, o associativismo

religioso tem uma particularidade fundamental: ele é, em sua massiva maioria, voltado a

questões assistenciais, filantrópicas e comunitárias (RIBEIRO e BORBA, 2011). Em se tratando

de Florianópolis, os dados trazidos na pesquisa de Lüchmann (2015) apontam que no

decênio (2000-2010) foram registradas em cartório no município de Florianópolis 421

associações do tipo assistenciais/comunitárias, o que representa 39% de todos os tipos de

associações fundadas nesse período. Dentro delas estão agrupamentos de conotação

religiosa.

5 Importante dissertação realizada no âmbito do associativismo religioso em Florianópolis, especificamente sobre a atuação em rede do associativismo católico e das CEBs foi realizado por Sell (1997).

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O gráfico abaixo, extraído da pesquisa de Lüchmann (2015), demonstra o peso das

associações religiosas no bojo das associações assistenciais/comunitárias da capital,

vejamos:

Associações Comunitárias/Assistenciais em Florianópolis (2000-2010)

Fonte: Lüchmann (2015)

Como podemos perceber, os grupos ligados à religião e à religiosidade constituem

15% do total das entidades comunitárias e assistenciais, representando numericamente 67

associações de diferentes denominações religiosas criadas entre o decênio 2000-2010 em

Florianópolis. Nosso esforço é apresentar algumas considerações preliminares sobre os

dados coletados pela pesquisa de Lüchmann (2015), na medida em que tivemos acesso ao

banco de dados por integrar o grupo de pesquisadores do trabalho referido.

Para iniciar a análise, optamos por dividir as associações religiosas em dois períodos

de cinco anos: as criadas entre 2000-2005 e aquelas fundadas entre 2006-2010,

encontrando o seguinte resultado:

TABELA 2 – Número de Associações Religiosas fundadas em Florianópolis por período de cinco anos (cartório)

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Período Número de Associações Religiosas fundadas

%

2000-2005 28 41,79

2006-2010 39 58,20

Total 67 100

Os dados revelam que foi maior o crescimento de registros em cartórios de

associações religiosas no período 2006-2010, chegando a 58,20%. Uma das hipóteses para o

alto índice de registros nos últimos cinco anos do recorte desta pesquisa está no

crescimento acentuado dos espíritas na capital e na tendência nacional de crescimento do

pentecostalismo no Brasil e no mundo – ainda que Florianópolis seja a 2ª no ranking das

capitais menos evangélicas do país.

Nessa direção, buscaremos apresentar como as 67 associações religiosas criadas em

Florianópolis entre 2000-2010 se distribuem por denominações, visando testar se em

Florianópolis esse crescimento apresenta relações com o número de adeptos. Vejamos:

TABELA 3 – Associações Criadas em Florianópolis (2000-2010) por denominação

Denominação Números Absolutos de Associações Criadas

%

Evangélicos 25 37,31

Espíritas 15 22,38

Outras Religiões 11 16,41

Católicos 9 13,43

Umbanda e Candomblé 7 10,44

Total 67 100

Os dados da tabela 3 revelam um panorama que acompanha a literatura

especializada, ou seja, de que os grupos evangélicos no país têm buscado expandir a sua

penetração nos segmentos sociais (MARIZ e GRACINO JR, 2013). Ainda que Florianópolis seja

a 2ª capital com menor número de fiéis evangélicos, é esperado que haja, por parte das

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igrejas evangélicas, em grande medida as pentecostais, o interesse em propagar o seu

mercado, utilizando-se de diferentes estratégias para tal (como a criação de associações).

Encarado como um fenômeno com crescimento significativo é lógico pensar que, desde

2000, seja a denominação que mais associações religiosas registrou na comunidade

florianopolitana, inclusive por congregar uma série de divisões dentro do próprio grupo,

tornando-se essencialmente heterogêneo. A propagação de associações espíritas ocupou a

segunda colocação no ranking, 22,38%. Respaldada por ser a capital que apresenta a maior

comunidade espírita em percentual, ultrapassando significativamente a média nacional, os

espíritas têm promovido associações comunitárias com consistência social. É um segmento

religioso em ascensão e crescimento, além de representar um grupo com os mais altos

índices de escolarização e instrução no universo religioso, de acordo com os resultados

trazidos por Lewgoy (2013).

Florianópolis, no decênio pesquisado, tem experimentado novas denominações

religiosas que vêm ganhando adeptos e consagrando comunidades com fortes vínculos

sociais: o budismo, o exoterismo, são exemplos desse processo e estão inseridas nos 16,41%

de associações criadas por outras religiões. A maçonaria também ocupa parte significativa

desse universo. A umbanda e o candomblé correspondem a 10,44% das associações

religiosas florianopolitanas.

Um dado que precisa ser relativizado é o das associações católicas criadas no período

analisado, ocupando 13,43%, quando o número de fiéis ultrapassa os 60%. Nossa hipótese

para essa retração está no fato de acreditarmos que a maioria das associações católicas de

Florianópolis foi criada em períodos anteriores ao aqui investigado, além do fato de ser um

grupo mais homogêneo e menos diversificado, o que possibilita concentrar esforços em

poucas associações. Entretanto, essas hipóteses ainda precisam ser testadas em maior

profundidade, o que, infelizmente, não conseguiremos promover com este ensaio.

Considerações Finais:

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As Ciências Sociais, em que pese os avanços no campo analítico da sociologia das

religiões, ainda precisa cumprir uma vasta agenda de investigações que recaiam sobre esse

universo. No entanto, estamos caminhando na consolidação de um robusto arcabouço

científico com pesquisas sendo desenvolvidas sobre diferentes perspectivas do objeto

religião.

Como vimos, o fenômeno do associativismo religioso é uma realidade empírica

fortemente presente na esfera pública, cumprindo um papel importante nas dinâmicas e

relações sociais e está centrado, em sua maioria, no caráter assistencial e na caridade. A

capital Florianópolis apresenta características que destoam da média nacional,

especialmente, no baixo número de adeptos as religiões evangélicas e no alto índice de

praticantes de religiões espíritas. Ao longo do texto apresentamos algumas considerações

conclusivas que reforçam a presença considerável de um associativismo religioso entre os

florianopolitanos.

No decênio (2000-2010) observou-se em Florianópolis uma multiplicação de formas

associativas ligadas às comunidades evangélicas, demonstrando uma expansão do mercado

religioso que tem se mostrado frutífero na conquista cada vez maior de adeptos (MARIZ e

GRACINO JR, 2013). Essas formas podem ser importantes mecanismos na promoção de

relações de solidariedade e de confiança, estimulando o engajamento cívico (LEWIS,

MACGREGOR E PUTNAM, 2013). O esmiuçar dos dados possibilitou evidenciar que a

comunidade espírita – percentualmente significativa na cidade – fundou diversas

instituições, chegando a 22% das associações religiosas criadas.

Cumpre observar que o peso da Igreja Católica continua preponderando em número

de fiéis. Não restam dúvidas de que o município de Florianópolis possui uma comunidade

católica que se aproxima aos níveis nacionais. Essa instituição, em que pese a considerável

perda de adeptos, continua sendo a principal denominação religiosa do país, obviamente

impactada pela pluralidade religiosa e por um mercado altamente competitivo.

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Os florianopolitanos “sem religião” chegam a 11%, um fenômeno que têm crescido

no país ao longo dos anos. Cumpre destacar que se autodeclarar “sem religião” não

pressupõe que não tenham religiosidade, já que alguns dados acenam para o fato de que se

definir sem religião implica, em alguns casos, em não ter uma vinculação denominacional,

mas não que não tenham uma preferência ou fé (NOVAES, 2013).

É preciso caminhar ainda mais na investigação do comportamento associativo

religioso em Florianópolis, promovendo pesquisas mais qualitativas para compreender

certas dinâmicas. Entretanto, este ensaio possibilitou apresentar, sinteticamente, algumas

considerações iniciais para compreender esse fenômeno que se encontra cada vez mais

intrigante para os pesquisadores da sociedade.

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