2 [introdução ao estudo do texto poético e dramático]

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  • 7/26/2019 2 [Introduo Ao Estudo Do Texto Potico e Dramtico]

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    Introduo ao Estudo do

    Texto Potico e DramticoAlai Garcia Diniz

    Florianpolis, 2008.

    2 Perodo

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    Governo Federal

    Presidente da Repblica: Luiz Incio Lula da Silva

    Ministro de Educao: Fernando Haddad

    Secretrio de Ensino a Distncia: Carlos Eduardo Bielschowky

    Coordenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil: Celso Costa

    Universidade Federal de Santa Catarina

    Reitor: Alvaro Toubes Prata

    Vice-reitor: Carlos Alberto Justo da Silva

    Secretrio de Educao a Distncia: Ccero Barbosa

    Pr-reitora de Ensino de Graduao: Yara Maria Rauh Muller

    Departamento de Educao a Distncia: Araci Hack Catapan

    Pr-reitora de Pesquisa e Extenso: Dbora Peres MenezesPr-reitor de Ps-Graduao: Jos Roberto OShea

    Pr-reitor de Desenvolvimento Humano e Social: Luiz HenriqueVieira da Silva

    Pr-reitor de Infra-Estrutura: Joo Batista Furtuoso

    Pr-reitor de Assuntos Estudantis: Cludio Jos Amante

    Centro de Cincias da Educao: Carlos Alberto Marques

    Curso de Licenciatura em Letras-Espanhol na

    Modalidade a DistnciaDiretora Unidade de Ensino: Viviane Heberle

    Chefe do Departamento: Rosana Denise Koerich

    Coordenador de Curso: Maria Jos Damiani Costa

    Coordenador de Tutoria: Vera Regina de A. Vieira

    Coordenao Pedaggica: LANTEC/CED

    Coordenao de Ambiente Virtual: Hiperlab/CCE

    Projeto Grfico

    Coordenao: Luiz Salomo Ribas Gomez

    Equipe: Gabriela Medved Vieira

    Pricila Cristina da Silva

    Adaptao: Laura Martins Rodrigues

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    Comisso Editorial

    Adriana Kuerten Dellagnello

    Maria Jos Damiani Costa

    Meta Elisabeth Zipser

    Rosana Denise KoerichVera Regina de Aquino Vieira

    Equipe de Desenvolvimento de Materiais

    Laboratrio de Novas Tecnologias - LANTEC/CED

    Coordenao Geral: Andrea Lapa

    Coordenao Pedaggica: Roseli Zen Cerny

    Material Impresso e Hipermdia

    Coordenao: Thiago Rocha Oliveira

    Diagramao: Jess A. Torres

    Ilustraes: Bruno Nucci, Robson Felipe P. dos Santos

    Reviso gramatical: Rafael Camorlinga Alcaraz

    Design Instrucional

    Coordenao: Isabella Benfica Barbosa

    Designer Instrucional: Felipe Vieira Pacheco

    Colaborao

    Amanda Prez Montas

    Copyright@2008, Universidade Federal de Santa Catarina

    Nenhuma parte deste material poder ser reproduzida, transmitida

    e gravada sem a prvia autorizao, por escrito, da Universidade

    Federal de Santa Catarina.

    Ficha catalogrficaD585iDiniz, Alai Garcia

    Introduo ao estudo do texto potico e dramtico / AlaiGarcia Diniz. Florianpolis : LLE/CCE/UFSC, 2008.

    111 p.ISBN 978-85-61483-07-4

    1. Lrica. 2. Teatro. 3. Cinema. I. Ttulo.

    CDU 860

    Catalogao na fonte elaborada na DECTI da Biblioteca da UFSC.

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    Sumario

    Unidad A ............................................................ 9

    1. Performance ..................................................................11

    1.1 Introduccin ..........................................................................................11

    1.2 Martn Fierro .........................................................................................14

    1.3 Los Corridos ...........................................................................................22

    1.4 Poesa Annima Popular ..................................................................30

    Bibliografa Complementar Comentada ............................................. 33

    2. El Concepto de Poesa, Genealogas y Rasgos ............35

    2.1 Qu Es Poesa? ....................................................................................35

    3. Texto Potico y su Tradicin: Versificacin ................41

    3.1 El Texto ....................................................................................................41

    3.2 Las Estrofas Ms Comunes en la Lrica Hispnica ....................41

    4. La Vanguardia Espaola ...............................................47

    4.1 La Vanguardia Espaola ....................................................................47

    5. Las Vanguardias en Hispanoamrica ..........................53

    5.1 Conceptos ..............................................................................................53

    5.2 Tendencias en los diferentes pases ..............................................54

    Unidad B ..........................................................59

    6. Ritual y Gnero Dramtico ..........................................61

    6.1 El Ritual ...................................................................................................61

    6.2 Qu Clase de Literatura es el Gnero

    Dramtico? Genealoga ..................................................................62

    6.3 Cul Es la Funcin del Hablante Dramtico Bsico? .............63

    6.4 Categoras de Acotaciones ..............................................................64

    6.5 Del Dilogo Dramtico .....................................................................65

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    7. El Teatro Clsico en Espaa .........................................69

    7.1 El Arte Nuevo de Hacer Comedias ................................................69

    8. Acotaciones y Dilogo ..................................................73

    8.1 Introduccin ..........................................................................................738.2 De los Espacios .....................................................................................73

    8.3 De los mbitos Escnicos .................................................................74

    8.4 El Teatro Medieval y sus Espacios Escnicos ..............................75

    8.5 Novedades en el Teatro Europeo ...................................................76

    8.6 La Commedia dellArte ........................................................................77

    8.7 El Teatro de Caldern de la Barca ..................................................78

    8.8 Escenario y sus Objetos en la Lectura Semitica Teatral .......81

    8.9 Cmo se Estudia un Espectculo Teatral? ................................81

    9. La Tragedia Griega .......................................................85

    10. La Tragedia de Federico Garca Lorca .......................89

    10.1 Introduccin .......................................................................................89

    10.2 Bodas de Sangre de Federico Garca Lorca ...............................91

    10.3 El Texto Cinematogrfico: Bodas de Sangre.............................96

    Unidad C ..........................................................99

    11. Lectura del Texto Cinematogrfico .........................101

    11.1 Literatura-Cine ................................................................................101

    11.2 La Enunciacin en el Cine ...........................................................102

    11.3 Tipos de Narrador ..........................................................................103

    11.4 Los Efectos Enunciativos .............................................................104

    Bibliografa sobre Cine ...........................................................................105

    Consideraciones Finales ............................107

    Referencias ...................................................109

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    Presentacin

    Agradecimientos especiales a Raquel Cardoso; Antonia Javiera Cabrera;

    Ana Carolina Pinto; Marcos Roberto da Silva e Selomar Borges.

    Querido estudiante:

    En primer lugar te damos la bienvenida y te invitamos a conocer y a expe-

    rimentar un poco ms en el terreno de la literatura con algunos estudios

    sobre la poesa y la obra dramtica. Adems, discutiremos tambin algo

    del relato flmico, en razn de que actualmente las artes visuales penetran

    diariamente en nuestras vidas y, en lugar de oponerse a la formacin del

    lector, bien utilizadas, pueden tambin servir de estmulo a su desarrollo.En efecto, como mquina de leer el mundo (Michel de Certeau), la literatu-

    ra posee herramientas para discutir cualquier producto simblico. Ojal te

    podamos ayudar en eso!

    Esperamos que profundices tus estudios de esas manifestaciones artsti-

    cas poesa, artes escnicas y cine y aproveche tambin para desarrollar

    la capacidad de lectura en lengua espaola, una de las habilidades funda-

    mentales en cualquier buen curso de Espaol.

    Alai Garcia Diniz

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    Unidad AEstudios Poticos

    Adana(1950-52)

    MarcChagall

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    CAPTULO01

    Performance

    En este captulo, tu aprenders el concepto de perormance, el cual te servi-r como concepto unificador para los estudios del texto potico, dramtico

    y cinematogrfico, a partir de una nocin de lo que puede ser la literatura

    en el mundo contemporneo y particularmente en este curso.

    1.1 Introduccin

    El arte nace de la prctica social. Vive en el cuerpo, en la voz y en las

    costumbres de un pueblo. En l encontramos la cancin, la poesa, los

    instrumentos musicales, la voz y el cuerpo en una mezcla artstica que

    podemos denominar performance.

    Entre las diversas concepciones de performance, provenientes de

    diferentes disciplinas (Antropologa, Artes Plsticas, Teatro, Literatura,

    entre otras), proponemos la idea de performancecomo reconocimientoy

    saber.Paul Zumthor vincula con la performance la nocin de un cuerpo

    en presencia que emite un saber reconocido por el receptor. En la perfor-mance, la accin humana modifica el conocimiento colectivo a travs de

    un comportamiento repetitivo que puede ser decodificado por una comu-

    nidad. Al comunicar un saber, el cuerpo vivo lo marca. (ZUMTHOR,

    2000, p. 37). Ese concepto nos sirve para estudiar la literatura desde la

    perspectiva de que se puede leer y reflexionar sobre distintos artefactos

    culturales, sin limitar esa capacidad a un nico soporte: el papel im-

    preso, el cual llega a consumidores letrados o a una elite cultural con

    habilidad lectora asegurada por su hegemona.

    Entonces, preguntars: desde ese punto de vista, qu es literatura?

    Para comprender mejor ese concepto, le llamamos la atencin a la

    visin de Michel de Certeau (2004), quien considera la literatura como

    una mquina de leer el mundo. En ese sentido, pensamos que es posible

    despertar en ustedes la habilidad para leer y ampliar su capacidad lecto-

    ra de distintos artefactos culturales, como por ejemplo: poemas, obras

    teatrales, canciones, pelculas, entre otros.

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    Con el surgimiento de la modernidad, la elite letrada desarroll la

    costumbre de leer un peridico o un libro solitariamente, sin embargo,

    existen otras formas de transmisin de la literatura. En los siglos XV a

    XVIII, poca en la que se produce el pasaje de la oralidad a la escritura,

    en Espaa as como en toda Europa, la gran mayora de personas no sa-

    ban leer la escuela no era pblica , la cultura era oral, se lean en voz

    alta para un gran pblico, las obras teatrales, los cantares, las novelas. El

    teatro de esa poca antes de ser publicado, era representado.

    Actualmente, con la revolucin de los medios audiovisuales y elec-

    trnicos se ha hecho necesario repensar permanentemente el concepto

    de literatura, destacando como siendo manifestaciones literarias una

    gran profusin de gneros del rea digital: blogs, ciberpoemas, cibercuen-tos, videopoemas, entre otros. Es igualmente necesario estudiar el melo-

    drama de las telenovelas, y tambin, considerar la performancecomo

    un concepto que nos ayuda a entender lo hbrido y los distintos suportes

    de la literatura (cuerpo, papel, pantalla). En fin, habr que reflexionar

    sobre el arte popular como una manera de estudiar las tradiciones ora-

    les y observar las desigualdades en el campo simblico. Ir y venir de la

    escritura a la performance y de la presencia a la virtualidad, significa

    comprender la heterogeneidad en el campo cultural.

    Quizs nos preguntes si nos propongamos abandonar la lectura

    solitaria del libro o del poema impreso. Decimos, no! Al contrario, es

    necesario desarrollar la capacidad lectora de esos distintos artefactos

    culturales: el poema (cantado, impreso, virtual); la obra teatral (texto,

    espectculo, performance) y la pelcula. Hoy en da con la globalizacin,

    hay novelas que se convierten en pelculas o en obras de teatro, y exis-

    ten tambin escritores que suelen ser guionistas. Adems, a partir del

    siglo XX el arte retoma el patrimonio cultural adquirido, por lo que esposible observar que esos productos culturales estn contaminados por

    la intertextualidad, la parodia y la citacin de otros libros. Y son preci-

    samente esos aspectos los que vamos a estudiar en las lecturas de este

    curso. Aprender a leer no es slo decodificar las letras o los versos, ni las

    figuras retricas, sino entender los diferentes sentidosque cada poema

    puede significar para cada estudiante. Leer el mundo hoy es partir de un

    repertorio que cada uno de ustedes lleva internamente e intenta com-

    partir con los dems miembros del grupo.

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    CAPTULO01

    Aprender a leer y a disfrutar de poemas, piezas y pelculas que an-

    tes podan parecerles hermticas y difciles; comprender los distintos

    modos de elaborar y de transmitir lo literario, lo dramtico y lo imag-

    tico en forma de ejercicios, es lo que este curso intentar desarrollar en

    la disciplina.

    El concepto de literatura que combina lo oral con lo escrito, no

    solamente parte de la idea de performance, sino que destaca la Potica

    de Aristteles, la cual alude tambin a la poesa en un aspecto amplio,

    como es el concepto de imitacin, empleado aqu para comprender el

    modo, objeto y tema de la pica, la tragedia y la comedia.

    El concepto de representacin tambin nos sirve para proponer la

    inclusin de lo vocal y de lo corporal en presencia, en la actuacin ante

    un pblico o a travs de la imagen (la pelcula), como modos distintos

    de compartir el placer de la presencia virtual o directa en el efecto de la

    catarsiso como una clase de conocimiento distinto que posee una fun-

    cin ldica. En respuesta a la pregunta si se poda ensear la literatura,

    Roland Barthes contesta paradjicamente s se deve ensinar literatu-

    ra, pois a travs dela se poderia abordar todos os saberes (BARTHES,

    2004, p. 336) y agrega a eso tambin la idea de que: A literatura no

    diz a verdade, mas a verdade no est apenas nos lugares onde no semente (BARTHES, 2004, p. 336-337).

    Esa concepcin de lectura les permiti comprender mejor el mun-

    do en que viven, para as poder respetar las diferencias, entender

    las distintas culturas, sus creencias y artefactos, desarrollando la

    sensibilidad de cada uno, mejorando la calidad de vida y el disfrute

    de los bienes culturales?

    Esa pregunta ustedes la respondern al fin del curso.

    A continuacin, algunos ejemplos de gneros poticos que tradi-

    cionalmente ya presuponen la performance.

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    1.2 Martn Fierro

    Formas de representacin de la poesa popularpueden ser encon-

    tradas de norte a sur de Amrica Latina, donde hallamos composicionesque van desde el corridomexicano hasta la copla, el romance y el verso

    chilenos, peruanos, guatemaltecos, as como la llamada literatura de cor-

    deldel noreste brasileo, o la poesa gauchescadel sur del continente. En

    estas ltimas composiciones se registra el eco de la vida delgauchoy de

    la tierra americana, as como el registro de su expresin oral. El gaucho,

    habitante de la pampa esa gran pradera situada al sur del continente ,

    es quizs el producto ms original e interesante del mestizaje del indio

    con el espaol. Tambin es el resultado de un ambiente, de un medio

    fsico y de unas formas de vida que fueron definiendo el ser gaucho.

    En la inmensidad de la pampa, el gaucho arraig su vida de manera

    singular e inimitable, organizando su defensa con armas cuyo manejo

    le era propio, y a la hora del descanso, el verso le sirvi para decir sus

    penas, recordar sus peligros y alimentar sus ilusiones. El payador, poeta

    de la pampa, era, como todos los gauchos, un hombre a caballo y sin

    residencia conocida, que pasaba de pulpera en pulpera dejando or el

    cielito, la vidalita o el triste, cuyos versos improvisaba a su modo, inter-viniendo en las fiestas y exponindose en desafos y amores (GARCA-

    PELAYO Y GROSS, 1987, p. 53).

    Canta elpayador:

    Palomita blanca,

    vidalita,

    pecho colorado,

    dile que me muero,vidalita,

    porque me ha olvidado.

    Pero es a partir del encuentro del gaucho con el poeta de la

    ciudad,cuando l estimulado por la guitarra del payador, compone

    cantos de ms amplio registro, incorporando a los elementos propia-

    mente gauchescos otros ms sabios y organizados (...) tomando presta-

    Se ha conjeturado que lapalabra gauchotiene bases

    indgenas: araucana, pam-peana, guaran, entre otras,

    con todo, nos parece mssugestiva la opinin de Mart-

    nez Estrada, quien considerael vocablo quechua huacho

    (hurfano, abandonado)como antecedente inmediatode gaucho(MARTNEZ ESTRA-

    DA, 1958, p. 141).

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    do el verso espontneo de la pampa para darle forma literaria (Ibid, p.

    55), adems de introducir el habla coloquial del gaucho en el poema. El

    ejemplo ms notable de esa simbiosis lo podemos encontrar en Martn

    Fierro, poema de la pampa, del gaucho payador y de su lucha por la

    libertad. En el Canto Ide Martn Fierroel primer tema que aparece es

    el del cantor y su vocacin por el canto:

    Aqu me pongo a cantar

    al comps de la vigela

    que el hombre que lo desvela

    una pena extraordinaria

    como la ave solitariacon el cantar se consuela.

    Pido a los santos del cielo

    que ayuden mi pensamiento:

    les pido en este momento

    que voy a cantar mi historia

    que refresquen la memoria

    y aclaren mi entendimiento.

    Vengan santos milagrosos,

    vengan todos en mi ayuda,

    que la lengua se me auda

    y se me turba la vista;

    pido a mi Dios que me asista

    en una ocasin tan ruda

    Yo he visto muchos cantores,

    con famas bien obtenidas,

    y que despus de adquiridas

    no las quieren sustentar:

    parece que sin largar

    se cansaron en partidas.

    Imagen 1: Martn Fierro

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    Mas ande otro criollo pasa

    Martn Fierro ha de pasar;

    nada lo hace recular,

    ni los fantasmas lo espantan,

    y dende que todos cantan

    yo tambin quiero cantar.

    Cantando me he de morir,

    cantando me han de enterrar,

    y cantando he de llegar

    al pie del Eterno Padre;

    dende el vientre de mi madre

    vine a este mundo a cantar.

    Cuando el escritor y periodista argentino Jos Hernndez(1834-

    1886) escribi Martn Fierro, no poda imaginar el enorme xito que su

    obra lograra a travs del tiempo, llegando a ser considerada hoy en da

    como uno de los clsicos de la literatura hispanoamericana. En la poca

    de su publicacin, el poema Martn Fierroera vendido en las pulper-as junto con la yerba mate y el tabaco, por lo que la obra alcanz una

    excepcional difusin popular. Se imprimieron centenares de ediciones,

    que se lean en torno al fuego y al mate, mientras algunos aprendan de

    memoria largas tiradas para despus cantarlas.

    Hernndez naci en la pampa, de ah su gran conocimiento sobre

    la vida, las costumbres y la lucha de los gauchos. Ese conocimiento del

    ambiente rural argentino le permiti tratar la figura del gaucho con se-

    riedad y complejidad, evitando el tono caricaturesco y cmico elaborado

    por escritores como Hilario Ascabusi y Estanislao del Campo, anteceso-

    res suyos y conocedores del gnero gauchesco, corriente inscrita dentro

    del romanticismo hispanoamericano, propia de la Argentina, Uruguay

    y sur del Brasil, donde se exaltan las races de lo popular y se hace una

    idealizacin pica del gaucho. En las obras de esos escritores, el gaucho

    aparecer mitificado, convertido en smbolo de virtudes nacionales y

    arquetipo del hroe. El pueblo tambin reconocer su lenguaje en esas

    Hilario Ascabusi:Autor deTrovas, poemas hirientes

    contra las tropas federalesque atacaban Montevideo,

    fueron firmados con los seu-dnimos de Aniceto el Galloy

    Paulino Lucero. Su obra msdestacada por su calidad fueSantos Vega o los Mellizos de

    la Flor(1872).

    Estanislao del Campo:Admi-rador de Ascabusi y como largentino, adopt el seud-

    nimo de Anastasio el Pollo.Su mejor obra es el Fausto,poema humorstico, escrito

    a raz de su asistenciaal teatro Coln de Buenos

    Aires para ver el FaustodeGounod el veinticuatro de

    agosto de 1866.

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    CAPTULO01

    obras, que por primera vez utilizan el habla coloquial (rural), inculta y

    orillera, en la obra literaria.

    Rompiendo con la forma tradicional de representar al gaucho,

    Martn Fierroes, sin duda, la culminacin del gnero. A partir de aho-ra, el gaucho es representado como un ser marginado de una sociedad

    injusta, en la que es incapaz de reconocerse. El gaucho de Hernndez se

    convierte en uno de los grandes personajes de la literatura universal. La

    denuncia social engrandece los valores estticos del poema en la medi-

    da que inserta el destino de su personaje en el destino colectivo de un

    pueblo. En Martn Fierroencontramos la unin de lo poltico, lo social,

    lo natural, lo popular, conviviendo en un mismo universo: el poema es

    voz y registro del lamento del gaucho. La lucha de Martn Fierro anteel sistema es total: enfrenta al ejrcito, al gobierno, a la justicia, a la so-

    ciedad. El teln de fondo de esa lid es el desierto, la pampa, en la que

    slo sobrevive el ms apto, el gaucho matrero, capaz de defenderse del

    ejrcito como de considerarse autorizado a dispensar justicia cuando lo

    cree necesario.

    Escrito en versos octoslabos, el poema Martn Fierroes compues-

    to de 1193 estrofas, de seis versos (sextinas) cada una. La obra se divide

    en dos partes: la primera, publicada en 1872, se titula La Ida, y es com-puesta de 395 versos; y la segunda, subtitulada La Vuelta, fue publica-

    da en 1879, compuesta de 798 versos. A partir del Canto IIIde la ida,

    Martn Fierro cuenta como fue alistado a la fuerza en el ejrcito, siendo

    obligado a abandonar su casa, su familia, su labor:

    Tuve en mi pago en un tiempo

    hijos, hacienda y mujer;

    pero empec a padecer,

    me echaron a la frontera,

    y qu iba hallar al volver!

    Tan slo hall la tapera.

    Sosegao viva en mi rancho

    como el pjaro en su nido.

    All mis hijos queridos

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    iban creciendo a mi lao...

    Slo queda al desgraciao

    lamentar el bien perdido.

    Cantando estaba una vez

    en una gran diversin

    y aprovech la ocasin

    como quiso el Juez de Paz:

    Se present, y ah no ms

    hizo una arriada en montn.

    Juyeron los ms matreros

    y lograron escapar.

    Yo no quise disparar

    soy manso y no haba por qu

    muy tranquilo me qued

    y ans me dej agarrar

    En el perodo de milicia, Martn Fierro es llevado en un contingente

    de gauchos a laronterapara luchar contra los indios, siendo testigo de

    las injusticias y arbitrariedades que el ejrcito cometa con ellos. Al ver-

    se despojado de su modesta paga como soldado, Martn Fierro decide

    desertar. Tres aos ms tarde regresa a su aldea y encuentra su rancho

    destruido y su mujer e hijos desaparecidos. Por ese motivo se vuelve un

    gaucho malo, se hunde en el vicio del alcohol y del juego, sin embargo,

    no pierde su nobleza innata. Al final se junta con Cruz, otro perseguido,

    y ambos cruzan la frontera, refugindose con los indios para evitar la

    persecucin de la justicia. En el Canto IIIde la ida, Martn Fierro des-

    cribe su primer encuentro con los indios:

    Una vez entre otras muchas,

    Tanto salir al botn,

    nos pegaron un maln

    los indios y una lanciada

    Zona limtrofe que separa latierra de los blancos de la delos indios, la civilizacin de

    la barbarie.

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    que la gente acobardada

    qued dende esa ocasin.

    Haban estao escondidosaguaitando atrs de un cerro.

    Lo viera a su amigo Fierro

    aflojar como un blandito!

    Salieron como maz frito

    En cuanto son un cencerro.

    Al punto nos dispusimosaunque ellos eran bastantes;

    La formamos al istante

    nuestra gente, que era poca;

    y golpindose en la boca hicieron fila adelante.

    Se vinieron en tropel

    Haciendo temblar la tierra.

    No soy manco pa la guerraPero tuve mi jabn

    pues iba en un redomn

    que haba boliado en la sierra.

    Qu vocero, qu barullo,

    qu apurar esa carrera!

    La indiada todita enteraDando alaridos carg

    Jue pucha!... y ya nos sac

    como yeguada metrera.

    Qu fletes traiban los brbaros,

    como una luz de ligeros!

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    Hicieron el entrevero

    y en aquella mescolanza,

    ste quiero, ste no quiero,

    nos escogan con la lanza.

    Al que le dan un chuzazo

    dificultoso es que sane:

    en fin, para no echar panes,

    salimos por esas lomas

    lo mesmo que las palomas

    al juir de los gavilanes.

    En Martn Fierropodemos ver la oposicin entre dos mundos, de-

    nominados civilizacin y barbarie. El mundo corrompido y violenta-

    mente injusto (la civilizacin) que empuja a Martn Fierro a elegir la

    marginalidad, se contrapone a un mundo idlico y rural, tierra del gau-

    cho libre: la pampa infinita e indmita (la barbarie), la cual desaparece

    rpida y violentamente para abrir paso al progreso, al desarrollo eco-

    nmico: la civilizacin, cuyo smbolo est representado por los carriles

    del ferrocarril que comienzan a surcar la pampa. Es importante obser-

    var que en esta inversin de valores, Jos Hernndez est planteando la

    dicotoma del pasado y del presente, colocndose a favor de un sistema

    puro que desaparece inexorablemente, por la idea de futuro que los po-

    lticos de su poca estaban creando como un ideal de civilizacin.

    En la segunda parte del poema, Cruz, el amigo y compaero de lu-

    chas, muere. Martn Fierro al sentirse incapaz de seguir entre los indios

    y aceptarlos como son, se vuelve su enemigo. En el momento en queMartn Fierro ve cmo un indio mata a un nio blanco delante de su

    propia madre, repudia el mundo de los salvajes y decide regresar a la

    sociedad de la cual haba huido. Pero ahora, su resentimiento personal

    deja paso a un sentido ms elevado de la justicia, el aspecto social. Eso lo

    podemos ver en su lucha con moreno, donde Martn Fierro deja clara

    su separacin de prejuicios raciales. Al final de la obra, el hroe ahora

    un viejo que recuerda y reflexiona finalmente se rene con sus hijos y

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    CAPTULO01

    con el hijo de Cruz, mostrando con ello que el futuro se presenta nueva-

    mente en el infinito de la pampa.

    Ahora ya conoces un poco ms de la poesa gauchesca que no res-

    peta la frontera poltica porque es una prctica cultural que existe en elRio de la Plata y tambin en el sur de Brasil, en el Estado de Rio Grande

    do Sul, qu tal conocer un poco ms sobre las repercusiones de ese per-

    sonaje que para muchas personas llega a adquirir vida propia?

    Para Jos Luis Martnez (1984, p. 78), una de las excelencias de

    Martn Fierroes la verdad humana de su hroe: Las desventuras lo han

    arrastrado al mal pero subsiste en l una incorruptible hombra de bien,

    un respeto profundo por un cdigo no escrito de valor y decencia. Hay

    as mismo un contraste muy afortunado entre la juvenil accin de la pri-

    mera parte y el tono evocador y sentencioso que domina la segunda.

    Ahora vea Ud. lo qu ocurre con ese poema en el Centenario de la

    Independencia argentina cuando un reconocido poeta argentino expo-

    ne una visin sui generis del poemaMartin Fierro.

    En 1910 Leopoldo Lugones, en su obra El Payadordesarrolla un

    largo razonamiento diacrnico desde los griegos hasta El Cidpara elegir

    Martn Fierrocomo el poema pico argentino. En la construccin de

    esa comunidad imaginada, la gauchesca representa una relacin entre

    campo y ciudad que atraviesa siglos para traducir distintos imaginarios

    y la mentalidad de cada poca. El poemaMartn Fierrovuelve a surgir

    como obra teatral y pelcula; a esos conos se les suele denominar los

    artefactos culturales.

    Para profundizar los conocimientos adquiridos en este apartado,

    se recomienda leer las siguientes obras:

    1. BORGES, Jorge Luis. O Martin Fierro.Trad. Carmen Vera Cir-

    ne Lima. Porto Alegre: L & PM, 1985.

    2. LUGONES, Leopoldo. El payador y antologa de poesa y pro-

    sa. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1979.

    Imagen 2: Leopoldo Lugones

    (1874 - 1938), escritor y

    periodista argentino

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    3. LEZAMA LIMA, J. Expresso americana. Traduo de Irlemar

    Chiampi. So Paulo: Brasiliense, 1988.

    4. CAMPRA, Rosalba. En busca del gaucho perdido. Revistade Crtica Latino-Americana, ano XXX, n. 60, p. 311-332,

    2 semestre de 2004. Disponvel em: (Ensayo actual sobre el tema).

    Despus de conocer un poco de la poesa gauchesca que rene el

    deseo de la elite letrada de encontrar una representacin simblica del

    modo de vivir, relacionarse, combatir en la pampa sufrir y cantar - conEl Gaucho Martn Fierro, es decir en el Sur de Amrica, vale la pena leer

    tambin el segundo volumen La Vuelta de Martn Fierroy entender

    por qu Leopoldo Lugones apunta la obra como la pica argentina. Su

    carcter de poema fundacional de Ro de la Plata reverbera hasta hoy en

    gneros y, de modos distintos, como an veremos en ese curso.

    Ahora vale la pena recordar las palabras de Lezama Limasobre dos

    gneros lricos latinoamericanos que luego de la independencia de Es-

    paa, consagran desde la tradicin ibrica la lrica local y plantean, demodo inequvoco, la relacin entre literatura y historia, poesa y poltica

    en el momento de formacin de las comunidades imaginadas (las nacio-

    nalidades) en el siglo XIX: en el Sur, la gauchesca y en Amrica Central,

    el corrido. Dos prcticas culturales que pueden ser ledas como perfor-

    mances poticas de raigambre popular.

    1.3 Los CorridosOtra de las formas de representacin de la poesa la podemos en-

    contrar en los corridos mexicanos. Gneros hbridos que presentan en

    sus composiciones elementos picos, lricos, narrativos y musicales, han

    sido considerados por algunos estudiosos como una prolongacin ms

    del romancero espaol (siglos XV y XVI). En esas composiciones estn

    registradas las huellas de una gesta hecha de historia y ficcin, metida en

    La biografa de LezamaLima y referencia al ensayo

    lezamiano sobre la gauches-ca y el corrido encontradose puede ver en su obra A

    Expresso Americana, trad. deIrlemar Chiampi, So Paulo:

    Brasiliense, 1988.

    La palabra picoderiva deltrmino griego epos, que

    significa aquello que es con-tado. Por eso entendemos elgnero pico como el arte

    de contar, de narrar aconteci-mientos, donde se exalta y/o

    glorifica los hechos histricosde un pueblo y sus hroes.

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    CAPTULO01

    los recovecos del sentimiento y la expresin populares, al que la msica

    dio popularidad.

    Tambin conocidos como Romances Viejos, el Romancero Espaoles un conjunto de composiciones breves, annimas, que datan

    del siglo XV y XVI, de temtica variada (histricos, caballerescos,

    amorosos, moriscos, entre otros). Compuestos de versos octosla-

    bos, asonantados en los pares, nacieron de la fragmentacin de los

    cantares de gesta, y se enriquecieron despus con la transmisin

    oral y la imaginacin del pueblo.

    Conservados por medio de hojas sueltas coloridas, impresas enmodestas casas editoriales, los corridos quedaron registrados en los

    cancioneros populares que eran vendidos a bajo precio en los tianguisy

    ferias, para ser transmitidos o cantados por el vulgo.

    El popular corridocumpli un importante papel de comunicacin.

    A finales del siglo XIX, los corridoseran materia de intenso consumo,

    pues para las multitudes iletradas de entonces constitua la nica fuente

    de informacin de los sucesos ms sobresalientes(MENDOZA, 1985,

    p. 7). A travs de ellos, se saba de las catstrofes, de las hazaas de lospolticos y revolucionarios de la poca, de las aventuras y crmenes pa-

    sionales de los personajes, de la geografa del pas, como por ejemplo en

    el siguiente corrido:

    El Quelite

    Que bonito es El Quelite!

    Bien haya quien lo fund,

    que en sus orillitas tiene

    de quin acordarme yo.

    Maana me voy, maana,

    Maana me voy de aqu,

    el orgullo que me queda,

    que t me quisiste a m.

    Nombre con el cual sondenominados en Mxico losmercados.

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    Camino de San Jacinto,

    camino de San Joaqun,

    no dejes amor pendiente

    como me dejaste a m.Yo no canto porque s

    ni porque mi voz sea buena;

    canto porque tengo gusto

    en mi tierra y en la ajena.

    Debajo de un nopalito

    me dio sueo y me dorm,

    y me despert mi prieta

    dicindome: - Ya estoy aqu.

    Debajo de aquel huizache

    me dio sueo y me dorm,

    y me despert un gallito

    cantando: ki-ki-ri-k.

    Escritos en cuartetas de rima variable estrofas de cuatro versos

    con rimas en los versos pares , asonante o consonante, los corridosson

    una forma literaria sobre la que se apoya una frase musical compuesta

    generalmente de cuatro miembros, donde se relatan sucesos trgicos

    que hieren la sensibilidad de la sociedad. Para Vicente Mendoza, por lo

    que tiene de pico, el corridoderiva del romance castellano y mantiene

    normalmente la forma general de ste, conservando su carcter narrati-

    vo de hazaas guerreras y combates, creando entonces una historia pory para el pueblo (Ibid, p. 8). As lo podemos constatar, por ejemplo, en

    el corridoDe los oprimidos, donde se cuenta la historia de la lucha de

    los indios por la independencia:

    Voy a cantar un corrido

    de esos que hacen padecer,

    y les suplico, seores,

    me perdonen por favor

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    CAPTULO01

    Tres siglos largos, seores,

    el indio, triste, sufri,

    hasta que luego en Dolores

    la Libertad lo alumbr.

    Del cura de Guanajuato

    toditos se han de acordar,

    muri como un buen soldado

    por darnos la Libertad.

    Pero el veintiuno, el Gobierno

    la Independencia nos dio,

    quedando los espaoles

    dueos de nuestra nacin.

    Toda la tierra tomaron

    y al indio nada qued,

    sin pensar que por ser dueos

    durante once aos pele.

    Por eso el indio ha sufrido

    miserias, hambre y dolor,

    esperando le devuelvan

    sus tierras que tanto am.

    Ya mejor le pide al cielo

    que lo quite de vivir,

    con eso que, mejor muerto,

    ya no tiene que sufrir.

    Observen que el tono de ese corrido tradicional relata la saga ind-

    gena con una carga de vitimizacin y conformismo con respecto a los

    hechos narrados, tal es la influencia religiosa en Mxico que apuesta

    en soluciones extraterrenales para los conflictos tnicos y sociales. En

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    trminos de forma, las cuartetas presentan una rima tradicional en los

    versos pares y hay que agregar que los corridosderivan de la copla y del

    cantar , que son expresados en los relatos sentimentales y amorosos o

    en las tragedias pasionales propios para ser cantados, tal como lo pode-

    mos ver en el conocido corrido De Cuca Mendoza:

    Pueblito de San Antonio,

    distrito de Morolen,

    muri Cuquita Mendoza

    por jugar una traicin.

    Domingo por la maana

    se fue Cuquita a bailar,a un baile de compromiso,

    a la tienda de La Mar.

    Cuando lleg la comadre:

    Cuquita, ya ests bailando,

    si vieras que all est Cleto,

    seguro te est mirando.

    Cuquita le respondi

    con una fuerte risada:

    -No tenga miedo, comadre,

    ya conozco mi geyada.

    Cuquita era muy bonita,

    como una rosa al cortar,

    como una reata muy larga,

    muy gena pamangonear.

    Cuquita era muy bonita,

    con su carita de cielo,

    pero a toditos les daba

    el atole con el dedo.

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    CAPTULO01

    Que la vida no es alfalfa

    que retoa cada mes,

    cuando la vida se troncha

    se acab pade una vez

    Estaba Cuca Mendoza

    a las puertas de un corral.

    Mujeres desmancuernadas,

    as deben acabar!

    Ya con est me despidode Cuca Mendoza amada,

    paque te acuerdes de m

    te dej est pualada.

    Pueblito de San Antonio,

    distrito de Morolen,

    muri Cuquita Mendoza

    por jugar una traicin.

    Aunque se registran corridosdesde la poca de la colonia, como el

    corridoDe los oprimidos, los del perodo de la Revolucin Mexicana

    (inicios del siglo XX) son quizs los ms conocidos. Esos corridos, es-

    critos en su gran mayora por autores annimos, son testimonio de un

    acontecimiento histrico que cambi las instituciones polticas y socia-

    les de Mxico. En ese tipo de corridosse exalta el nacionalismo mexi-

    cano: sus ambientes son nacionales; sus hroes, los lderes revoluciona-

    rios, como Pancho Villa y Emiliano Zapata; los asuntos, los incidentes

    de la lucha armada, ya que aluden al conflicto entre villistas y federales

    o carrancistas, en el norte de Mxico; o, entre zapatistas y federales, en

    el sur del pas. Predominan sin embargo, aquellos corridosen los que se

    da preferencia a las hazaas de Villa y los suyos, como, por ejemplo, en

    De la muerte de Pancho Villa:

    Sin embargo, durante elperodo de la Revolucinexisti un grupo de prolficosautores, hoy poco conocidos,que dieron gran populari-

    dad al gnero. Entre ellos sepueden destacar: ConstancioSurez, Refugio y Juan Mon-tes, Federico Barrera, FaustoRamrez, Claro Garca, quie-nes contribuyeron con suscomposiciones, a aumentar elacervo literario y musical delos corridos de la poca.

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    Pobre Pancho Villa...!

    fue muy triste su destino;

    morir en una emboscada

    y a la mitad del camino.

    Iba dejando Parral

    manejando su carcacha,

    el valiente general

    autor de La cucaracha.

    La cucaracha, la cucaracha

    ya no puede caminar,

    porque no tiene, porque le faltan

    las dos patas de atrs...

    Pobre Pancho Villa...!

    Iba dejando Parral

    saliendo de una cantina,el valiente general

    autor de La Valentina.

    Si porque me ves borracho,

    maana ya no me ves;

    si me han de matar maana,

    que me maten de una vez...

    Pobre Pancho Villa...!

    Iba dejando Parral

    saliendo de su casita,

    el valiente general

    que compuso La Adelita.

    Imagen 3: Pancho Villa

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    CAPTULO01

    Si Adelita se casara con Carranza,

    y Pancho Villa con lvaro Obregn,

    yo me casaba con Adelita,

    y se acababa la Revolucin.

    Pobre Pancho Villa...!

    Dicen que cay diciendo:

    -Ya Plutarco me amol;

    De la Huerta te lo encarg,

    Dile cmo se port.

    Dicen que Villa muri

    con la mano en el gatillo;

    sobre su hombro descansaba

    el general Miguel Trujillo.

    Nada le vali que su hijo

    y la llamada Austroberta

    le dijera que se fuera

    siempre con el ojo alerta.

    Pobre Pancho Villa...!

    En una casa alquilada

    se apostaron los ladrones,

    pues para matar a Villanecesitaban... calzones.

    Ay Mxico est de luto,

    tiene una gran pesadilla,

    pues mataron en Parral

    al valiente Pancho Villa!

    Pobre Pancho Villa...!

    Imagen 4: Mujer soldadera

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    Francisco Villa y Emiliano Zapata fueron los lderes ms impor-

    tantes de la Revolucin Mexicana. Lucharon por la realizacin de

    una verdadera reforma agraria y por justicia social para el pueblode Mxico. Pancho Villa, seudnimo de Doroteo Arango, naci

    1887 en San Juan del Ro, Durango. En 1910, al inicio de la Re-

    volucin, apoy a Madero, pero a la muerte de l, se junt con

    Carranza y Zapata, para luchar contra la dictadura de Huerta.

    Como jefe de la famosa Divisin del Norte obtuvo algunas de las

    principales victorias de la Revolucin, distinguindose por su va-

    lor y sus extraordinarias dotes de guerrillero. Aos ms tarde, al

    distanciarse de Carranza, fue derrotado en Celaya por Obregn,general en jefe del Ejercito Constitucionalista. Pancho Villa muere

    en 1923 en Parral, Chihuahua.

    Observaste la perspectiva del cantautor chileno sobre las peri-

    pecias de Pancho Villa? Las referencias a otras canciones mexicanas

    son base de lo que se llama intertextualidad. Victor Jara proyecta el

    imaginario chileno de la poca de Salvador Allende en el corrido sobreel personaje de la Revolucin Mexicana. Eso fue a fines de la dcada de

    60 en que la Revolucin Cubana (1959) era todava un marco utpico

    en Latinoamrica. Vale la pena acotar que actualmente el corrido se ha

    convertido en gnero hecho por encargo en la frontera entre EEUU

    y Mxico, especialmente como cancin de los narcotraficantes. De ese

    modo surge un subgnero de aquel corrido mexicano del principio

    del siglo XX, conocido como narcocorridos. Otros tiempos. Se podra

    pensar que en ese caso el contenido pico de los corridos de la Revo-lucin Mexicana cede el lugar a una clase de parodia?

    1.4 Poesa Annima Popular

    Otra de las formas de representacin de la poesa la podemos en-

    contrar en el siguiente poema annimo sobre el huipil.

    Del nhuatl huipilli, el huipiles una blusa adornada

    con motivos coloridos quesuelen estar bordados, y espropia de los trajes usados

    por las mujeres indgenas dealgunas regiones de Mxico

    y Guatemala.

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    CAPTULO01

    En este huipil llevo grabado

    todo lo que padec y goc

    en los primeros 40 aos de mi vida.

    Estas seis flores rojas son

    los corazones de mis abuelas,

    de mi madre y de mis tres hermanas

    que ya murieron.

    Estos muequitos son mis hijos

    nueve que he tenido,y se distinguen de los que no se lograron

    porque llevan una planta de maz,

    es decir, que ya se fueron

    a alimentar a la tierra.

    Y vea usted esta greca

    para que se d cuenta

    de lo que difcil ha sido mi vida

    que hasta remolinos de llanto hay ah.

    Este es mi ngel de la guarda,

    y este otro es el demonio que me tienta.

    Los cocolesson mi marido,

    que como me abandon

    nmas me la paso pesando en l.

    Este es el rbol de la vida y de la muerte

    y yo estoy en su centro

    porque aqu ando cumpliendo mi destino.

    Tipo de pan mexicano.

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    Ya voy a labrar otro huipil

    con ms cosas que he vivido,

    y cuando me muera me vestirn con los dos,

    uno encima de otro.

    Cuando suba al cielo, noms de verlos

    ya sabr Dios de qu me ha de enjuiciar.

    Qu le pareci ese poema dibujado que sirve para explicar un

    encaje hecho en una tnica? No sera ese un saber tan vlido como la

    escritura, pintura, escultura reconocidos como arte en el mundo occi-

    dental? Es importante sealar que las tcnicas textiles empleadas parala elaboracin de los huipilespresentan una gran complejidad y riqueza.

    Son confeccionados en un telar de cintura, y a partir de uno, dos o tres

    lienzos, segn la costumbre de cada zona, as como de la edad de la

    usuaria, su categora social, su estado civil, y la circunstancia de su uso.

    La decoracin hecha contiene el capital simblicode la comunidad a

    la que pertenece su propietaria. Por ese motivo, se puede afirmar que

    el huipiles de alguna manera, una especie de cdice porque resguarda

    en sus diseos informacin cifrada. Los bordados hechos en los huipi-

    lessignifican mucho ms de lo que la elaborada decoracin deja ver a

    simple vista: en ellos se cuentan historias sobre el pasado de un pueblo

    y la identidad cultural de cada grupo; quienes lo usan, se identifican y

    lo saben suyo. Los huipiles ceremoniales de Santa Mara Magdalenas

    (Chiapas Mxico),por ejemplo:

    adems de llevar dioses y seres legendarios bordados, llevan undiseo especial en el que, a modo de firma, se reconoce el nom-

    bre de la tejedora. Los amuzgosconocen el significado de cadabordado y saben que en ellos estn mensajes que demuestran suriqueza artstica y cultural (www.uv.mx/popularte/esp).

    Y ahora qu tal sera transformar ese poema en un videopoema,

    un poema vocalizado o en un poema cantado? Esos seran tres modos

    distintos de realizar una performance para hacerlo visible y de ese modo

    comprender a travs de la prctica el concepto trabajado en este primer

    captulo.

    Los amuzgos son una co-munidad indgena que seencuentra en los estadosmexicanos de Guerrero y

    de Oaxaca y que hablan lalengua amuzgadel grupo oto-mangue, subfamilia lingsti-

    ca del mixteco.

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    CAPTULO01

    Bibliografa Complementar Comentada

    Paul Zumthor (1915-1995), poeta, escritor y medievalista suizo,

    deambul por distintos pases y culturas en la bsqueda del estudio delas distintas formas de oralidad de la poesa cantada. Vino varias veces

    al Brasil para estudiar a los repentistas, el cordely otras diferentes mani-

    festaciones performticas del pas. Gracias a los esfuerzos de divulgaci-

    n, promovidos por Jerusa Pires Ferreira, se pueden destacar, entre las

    obras publicadas en portugus: Introduo Poesia Oral (1997);A Letra

    e a Voz (1993); Perormance, Recepo, Leitura (2000).

    Michel de Certeau(1925-1986), profesor y pensador francs. In-

    fluenciado por las corrientes psicoanalticas de Freud, fue con Lacan unode los fundadores de la Escuela Freudiana de Pars. Sus investigaciones

    han alcanzado gran proyeccin en el rea de los estudios culturales y

    los procesos de recepcin, especialmente, las que se refieren a la vida

    cotidiana, la sociedad de consumo y los usos meditico-culturales, ana-

    lizando la mecnica de los comportamientos que impregnan las prcti-

    cas sociales, las modas y los hbitos de la sociedad, cuestiones esas que

    fueron estudiadas en su libro ms importante: Linvention du Quotidien

    (1974) (Em portugus: A inveno do cotidiano).

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    CAPTULO02

    El Concepto de Poesa,Genealogas y Rasgos

    En este captulo, vamos intentar responder la pregunta: Qu es poesa?

    2.1 Qu Es Poesa?

    Para Aristteles, el tpico fundamental en que reposa el arte (Po-

    esa) es la imitacin, o mmesis: la representacin de la realidad. Los

    objetos, medios y maneras cambian en la epopeya, en la poesa trgica,en la comedia, en el ditirambo y en la citarstica, pero la base de todas

    esas formas artsticas es la imitacin. Adems de Aristteles, otros fil-

    sofos o poetas han desarrollado estudios sobre la poesa. En el Brasil se

    destaca el estudio de Alfredo Bosi: OSer e o Tempo da Poesia (1977).El

    poeta y crtico mexicano Octavio Paz en su libro El Arco y la Lira(1956),

    dedica varios captulos a su estudio sobre el poema.

    Lea el poema:

    Ejemplo:

    Si me quitaran totalmente todo

    Si me quitaran totalmente todo

    si, por ejemplo, me quitaran el saludo

    de los pjaros, o los buenos das

    del sol sobre la tierra,me quedara

    an

    una palabra. An me quedara una palabra

    donde apoyar la voz.

    Si me quitaran las palabras,

    o la lengua,

    2

    Para una mejor compren-sin de este captulo,

    recomendamos la lecturade la Potica, de Aristte-les, y el captulo 1 de libroEl Arco y la lira, de OctavioPaz

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    hablara con el corazn

    en la mano,

    o con las manos en el corazn.

    Si me quitaran una pierna

    bailara en un pie.

    Si me quitaran un ojo

    llorara en un ojo.

    Si me quitaran un brazo

    me quedara el otro,

    para saludar a mis hermanos,

    para sembrar los surcos de la tierra,

    para escribir todas las playas del mundo, con tu nombre, amor mo.

    Alejandro Romualdo

    Alejandro Romualdo nace en Trujillo, Per el ao de 1926. Parte

    de la generacin de los aos 50 cultiva un lirismo al estilo de Rilkepara luego pasar a formas ms coloquialistas de la poesa de rai-

    gambre social con la vehemencia y vitalidad del verso oral y soli-

    dario con base en modelos de los poetas espaoles de posguerra.

    Obras: Poesa (1954); Como Dios Manda (1957); El Movimiento y

    el Sueo (1971); Cuarto Mundo (1972).

    Entonces, te ha gustado el poema? Tal vez te preguntes qu me

    dice ese poema? Es natural esa duda porque el arte potico comunica

    de modo nico, distinto y discursivo un deseo del emisor. Y el poema

    al alcanzar un receptor cumple con su propuesta. Esa pregunta es muy

    difundida, sin embargo, no es suficiente reflexionar sobre el mensaje;

    lo ms importante de la lectura de un poema no es pensar qu me co-

    munica el texto porque la poesa busca huir de la discursividad comn

    y cotidiana. Ella propone una mirada distinta sobre el discurso referen-

    cial (conocido). Hay poemas complejos y por eso muchas veces para

    Imagen 5: Alejandro

    Romualdo

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    CAPTULO02

    entender sus innumerables posibilidades de lectura hay que reflexionar

    sobre cmo se dice aquello. As que como lectores de poesa, qu tal

    pensar paso a paso para ver cmo se desarrolla el texto Si me quitaran

    totalmente todo?

    2.1.1 Apuntes Sobre la Poesa en el Occidente

    Desde la Antigedad, la poesa y la msica estuvieron reunidas en

    Grecia, con los trovadores y juglares en la Edad Media, entre los indge-

    nas aztecas o incas, luego en Europa la poesa se separ de la msica y

    hay quienes encuentren en eso un desarraigo o una sofisticacin necesa-

    ria. Hay tratados sobre la potica en favor de la sonoridad o del carcter

    reflexivo del poema. Son corrientes de crtica literaria que polemizan a

    lo largo de los siglos y que sirven para entender las distinciones entre

    la lrica romntica, parnasiana o simbolista. Puedes aprovechar esa in-

    formacin y estudiar en distintos sitios los autores ms conocidos que

    indican distintos modos de ver la poesa, la vida en sociedad. Con los

    cambios socio-econmicos la cultura del campo se traslada a la ciudad

    y los referenciales cambian de modo significativo con la modernidad

    que va a convergir en distintos movimientos llamados de vanguardias al

    comienzo del siglo XX.

    2.1.2 Denotacin y Connotacin

    1) Los pjaros vuelan.

    2) Si me quitaran el saludo de los pjaros.

    Ac tenemos una palabra con dos sentidos distintos, verdad?

    En la primera frase, pjaro tiene sentido real u originario (Deno-tacin). En la segunda, hay un sentido simblico o especfico de la

    palabra (Connotacin).

    La denotacin es el significado primigenio y general de un voca-

    blo, vlido para todos los hablantes del mismo idioma, Connotacin,

    en cambio, es un significado especfico, que un vocablo tiene para una

    persona determinada o dentro de unas determinadas circunstancias.

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    As se puede resumir que tanto la denotacin como la connotacin

    son imprescindibles dentro del lenguaje, ya que lo enriquecen dndole

    un sentido ms potico y tambin le dan mayor significado a una pa-

    labra.

    Un ejemplo ms:

    Cuando suena una alarma de incendios en una oficina, el sonido

    denotafuego y connotaevacuacin. Puede darse el caso que la misma

    denotacin tenga una connotacin completamente diferente para un

    bombero y, lo ms probable, es que la connotacin para un pirmano

    sea diferente a las anteriores.

    2.1.3 El Ritmo en la Poesa

    Cuando leas el captulo de El Arco y la Lira sobre el Ritmo, perci-

    birs que Octavio Paz en su estudio sobre el poemaafirma que hay un

    dinamismo del lenguaje y que las palabras dicen esto y lo otro. Paz

    reconoce que en el poemael verso es la unidad constitutiva, la clula de

    significacin, y el poemaposee un carcter complejo e indivisible. Cada

    clula o verso se combina entre s por el ritmo y no como en la prosa,

    por el sentido.

    Entonces, Cmo el habla comn se transforma en frase potica?

    Hay un poder mgico en las palabras que son los dobles del mun-

    do (imgenes). En el fondo de todo fenmeno verbal hay un ritmo. El

    ritmo es un imn. El poeta encanta al lenguaje y en eso se parece a un

    mago. En ese sentido, Paz pone en el mismo plano al poeta y al mago

    para extraer de la magia toda la analoga necesaria entre las dos activi-

    dades, y dice que el mago desarrolla una empresa peligrosa y sacrlega

    porque tiene voluntad de poder. La magia busca una comunin csmica

    y un poder. La tecnologa tiene mucho en comn con ese deseo humano

    (Tcnica). Al fin de esa comparacin, Paz concluye que el poeta no es un

    mago, porque el poeta despierta las fuerzas secretas del idioma, y slo

    en eso se acerca a la magia porque l encanta al lenguaje por medio del

    ritmo. Como por ejemplo en el verso de Alejandro Romualdo: Si me

    quitaran totalmente todo.

    Imagen 6: Octavio Paz (1914-

    1998) fue poeta , ensayista y

    diplomtico mexicano.

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    El poeta encanta al lenguaje con el ritmo, y el ritmoal no ser me-

    dida, es tiempo original. Es por ello que Heideggerexplica que toda me-

    dida es una forma de hacer presente el tiempo (apudPAZ, 1956, p. 57).

    Pero, Cul es la relacin entre el tiempo y nosotros? Nosotros somos

    los que pasamos, por eso somos el tiempo.

    Por qu el poema nos envuelve de manera tan profunda?

    La poesa nos hace recordar que pasamos El ritmoestablece una

    accin contraria a la de los relojes; es un permanente trascender. El rit-

    moes un rito. Rito y mito son realidades inseparables. El mito cuenta o

    describe al rito y el rito actualiza al mito (Idem, p. 58).

    El ritmono es medida, es visin de mundo (Ibid., p. 59). Las cul-turas pueden tener ritmos binarios, terciarios, antagnicos, cclicos. Los

    chinos oan al universo como la cclica combinacin de dos ritmos Yin

    Yang.

    Yin = invierno, mujer, casa, sombra

    Yang = ley, trabajo, caza, pesca, hombre, abierto.

    El ritmo es imagen viva del universo. El ritmo occidental es ter-ciario: padre, madre, hijo / tesis, anttesis, sntesis; infierno, purgatorio,

    cielo, reinos vegetal, mineral, animal.

    Uniendo las ideas de Paz a las de Paul Zumthor, se puede decir: El

    ritmo es inseparable de quien lo habita as como la voz.

    El ritmoes imagen y sentido. El mito es un pasado y es tambin fu-

    turo. El mito transcurre en un tiempo arquetpico. La repeticin rtmica

    es invocacin y convocacin del tiempo original: arquetipo.

    Todo poema es mito, pero no todo mito es poema. El tiempo co-

    tidiano se convierte en ritmo. Un pasado que se reencarna: Creacin,

    recreacin (PAZ, 1956, p. 64).

    Paz recuerda a Aristteles sobre la poesa como imitacin y el pla-

    cer que causa esa reproduccin para decir que, de hecho, lo que hay es

    una presencializacin de algo nunca visto ni odo.

    Para saber sobre Heideggeracceda al interesante sitio de

    internet www.heideggeriana.com.ar

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    Entre la historia (los hechos) y la filosofa (lo necesario) hay la po-

    esaque es lo optativo. Paz propone la poesa como un Ojal - Deseo;

    hambre de realidad, deseo de imposibles. Y concluye con su clebre fra-

    se: El ritmo potico es la actualizacin de un pasado que es un futuro

    que es un presente: nosotros mismos (PAZ, 1956, p. 66).

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    Texto Potico y su Tradicin:Versificacin

    En el presente captulo vas a conocer algunos de los elementos de versifi-

    cacin en castellano; tambin estudiars las clases de rimasy las estrofas

    ms comunes de la lrica hispnica hasta el siglo XIX, las cuales te van a

    servir para leer y analizar a los poemas tradicionales.

    3.1 El Texto

    Qu es lo que define a la literatura? La connotacin; la ambige-

    dad. Te presentamos un pequeo trecho de El Placer del Textode Roland

    Barthes:

    Texto quiere decir Tejido, pero si hasta aqu se ha tomado este te-jido como un producto, un velo detrs del cual se encuentra mso menos oculto el sentido (la verdad), nosotros acentuamos aho-ra la idea generativa de que el texto se hace, se trabaja a travs

    de un entrelazado perpetuo; perdido en ese tejido esa textura el sujeto se deshace en l como una araa que se disuelve en lassegregaciones constructivas de su tela. Si amsemos los neolo-

    gismos podramos definir la teora del texto como una hiologa(hios: es el tejido y la tela de la araa)

    (BARTHES, 1998, p. 104).

    3.2 Las Estrofas Ms Comunes enla Lrica Hispnica

    En la Edad Media, la retrica significaba un conjunto de preceptos

    bajo los cuales se escriban o se cantaban poemas. Haba distinciones

    entre la poesa popular de los juglares, cuyas prcticas eran orales y

    recorran los pueblos de modo itinerante, y la poesa cortesana, propia

    de la hidalgua.

    3

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    Antes que nada, un estudiante de la lrica hispnica debe saber que

    no se cuentan las slabas de un verso del mismo modo como se cuentan

    en portugus.

    Como en el italiano, el conteo de las slabas en castellano se hacehasta una slaba ms a la ltima tnica. Se toma como modelo la pala-

    bra llana que es la ms comn en la lengua castellana. Si un verso termi-

    na en palabra aguda, es preciso imaginar una slaba ms en su final; si es

    esdrjula, no se tiene en cuenta la ltima slaba del verso.

    Sealar el conteo de las slabas en la cancin pardica de la Guerra

    Civil Espaola:

    Los cuatro generales Para la Noche Buena

    Los cuatro generales Para la Noche Buena

    Los cuatro generales Para la Noche Buena

    Mamita ma Mamita ma

    Que se han alzado Sern ahorcados

    Que se han alzado Sern ahorcados

    Tipos de poemas:

    Tetraslabo:4 slabas;

    Pentaslabo:5;

    Hexaslabo:6;

    Heptaslabo:7;

    Octoslabo:8;

    Eneaslabo:9;

    Decaslabo:10;

    Endecaslabo:11.

    Hemistiquios:son la cesura de un verso en dos mitades, por ejem-

    plo:A l todo se le exige, - y nada se le otorga.

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    CAPTULO03

    En los siglos XV y XVI, con los Reyes Catlicos de Castilla, se cen-

    traliza lo que se define como Espaa en trminos polticos. Nos interesa

    sealar que lo ms rico de la historia de Castilla es su multiculturalidad.

    Desde el siglo XI, las formas poticas ms presentes son las canciones

    galaico-portuguesas, semejantes a la jarcha yelzjel andaluz, pero de

    origen rabe e incluso judo, poemas en los cuales se manifiesta el hi-

    bridismo cultural. En el siglo XV, en nombre del Cristianismo, el poder

    poltico expuls de Espaa a los musulmanes, los judos y los gitanos,

    quienes aportaban al conjunto de la lrica modelos multiculturales. Una

    cultura congrega modelos, tradiciones y, a partir de esa visin vale la

    pena conocer algunas formas retricas hispnicas ms conocidas.

    3.2.1 Estrofas de Arte Popular

    Ela. zjelo estrofa zejelesca: Se caracteriza por el uso de una len-

    gua vulgar, callejera. Una serie de trsticos monorrimos, segui-

    dos de un verso ms, cuya rima es igual a la de un markaz,o

    estribillo inicial que tambin aporta el tema a desarrollar. Un

    ejemplo de ello lo podemos encontrar en el siguiente verso de

    Lope de Vega:

    Ay, Fortuna:cgeme esta aceituna!

    Aceituna lisonjera, Fruta en madurar tan larga,

    Verde y tierna por defuera que sin aderezo amarga,

    Y por de dentro madera: y aunque se coja una carga,

    Fruta dura e importuna. Se ha de comer sola una.

    Ay, Fortuna: Ay, Fortuna:

    cgeme esta aceituna! Cgeme esta aceituna!

    Lab. moaxajade estructura semejante al zjel, es un poema escri-

    to en rabe clsico cuya caracterstica principal consiste en que

    termina con una cancioncilla en lengua vulgar, en jerga o en len-

    gua romance que se llamajarcha.Por eso se compona primero

    lajarchay a su metro y rima obedecera todo el poema. Era muy

    comn que lajarchatomada fuese una ajena o reconocida como

    buena, en lugar de componer otra floja.

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    Vayse meu corachn de mib. Vanse mis amores, madre,

    Ya, Rab, si se me tornard? Luengas tierras van morar

    tan mal meu doler li-l-habib! Yo no los puedo olvidar.

    Enfermo yed, Cundo sanard? Quin me los har tornar?

    (Jarcha de Jud Lev). (Gil Vicente).

    Algunos crticos como Dmaso Alonso, S. M. Stern y Menn-

    dez Pidal encuentran correspondencias entre las jarchas, los

    villancicos castellanos posteriores, y las cantigas de amigo, que

    eran, en general, lamentaciones amorosas puestas en boca de

    una doncella.

    Villancicoc. :En la tradicin hispnica, el ncleo lrico popular es

    una breve y sencilla estrofa. La ms comn es de 6/8 slabas. Y

    muchas veces se encuentra una dislocacin acentual.

    Sospirando iba la nia

    E non por m,

    Que yo bien se lo entend.

    Endechasd. :Corriente de la poesa tradicional que se vincula al

    llanto por la muerte de una persona querida, como por ejem-

    plo: Do te me han llevado?, que resonar en tantos entierros

    espaoles.

    Endechas a la muerte de Guilln Peraza (annimo):

    Llorad las damas, s Dios os vala, Tus campos rompan tristes volcanes,

    Guilln Peraza qued en la Palma, No vean placeres, sino pesares,

    La flor marchita de la su cara. Cubran tus flores los arenales.

    No eres palma, eres retama Guilln Peraza, Guilln Peraza,

    Eres ciprs de triste rama, do est tu escudo, d est tu lanza?

    Eres desdicha, desdicha mala. Eres desdicha, desdicha mala.

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    Seguidilla:e. Es una estrofa formada, generalmente, por dos pen-

    taslabos y dos heptaslabos, con rima asonante en los versos pa-

    res (flamenco y sefardes).

    Copla:f. Estrofa de cuatro versos con rima asonante en los pares:

    Riberitas del ro

    lava y tuerce la nia

    De Manzanares,

    y enjuga el aire.

    3.2.2 Estrofas de Arte Cortesana

    Cantares de gestaa. : De carcter pico. Los versos son asimtri-

    cos. En el Cantar del Mo Cidencontramos un ejemplo de esta

    irregularidad, pues ya aparecen los dos hemistiquios que oscilan

    entre 11 y 18 slabas, dominan los versos de 14 slabas.

    Romancesb. : Es el lo ms comn de lrica hispnica. El verso es de

    16 asonantados en hemistiquios de 8 slabas.

    La cuaderna vac. : Durante los siglos XIII y XVI se escriben los

    poemas de tipo elevado o erudito. Cuatro versos que riman en-

    tre s. Dos hemistiquios de 7-7, como por ejemplo, El Libro de

    Buen Amor, del Arcipreste de Hita.

    Arte mayor:d. En los siglos XIV y XV los poetas castellanos es-

    criban ese tipo de versos, derivados de la poesa portuguesa.

    Son dos hemistiquios de 6 slabas con acento en la 2ay en la 5a

    slaba:

    Tem la tormenta del mar alterado

    Que traga en un punto riquezas y vida.

    Redondillae. :Son versos octoslabos, cuya estrofa es compuesta

    por 4 versos, ora cruzados ABBA, ora encadenados ABAB.

    Quintillaf. : Cinco versos en los que no se hallan tres rimas segui-

    das, y en que los ltimos versos no forman pareado. A veces a las

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    quintillas, los poetas de los siglos XVI y XVII llamaban redon-

    dilla. Es un verso popular en el teatro. Lope de Vega, quien en

    1597 reaccion contra los poetas renacentistas que componan

    versos endecaslabos, como reaccin a ese tipo de versos, Lope

    de Vega escribi en quintillas (redondillas, tal como l las llama-

    ba), un ejemplo lo encontramos en su poema El Isidro/sacro.

    Dos quintillas componan la copla real, la cual modernamente

    se ha denominado falsa dcima.

    Dcimag. : La dcima espinela viene de Vicente Espinel, poeta

    cortesano y msico, quien a finales del siglo XVI inventa una

    sucesin de dos redondillas de rima cruzada, a la primera de

    las cuales se le aade al final un verso que rima con el ltimo,y a la segunda se le aade otro, al principio que rima con su

    primer verso, lo que da el siguiente esquema , fijo e inalterable:

    Abbaaccddc

    Una dcima espinela publicada en Rimas(1591)

    Suele decirme la gente (a) Luego mi lengua desliza (c)

    Que en parte sabe mi mal, (b) En lo que dora y matiza (c)

    Que la causa principal (b) Por lo que el pecho no gasta (d)

    Se me ve escrita en la frente (a) Ningn disimulo basta (d)

    Y aunque hago de valiente, (a) A cubrirlo con ceniza. (c)

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    CAPTULO04

    La Vanguardia Espaola

    Y ahora, ustedes van a conocer a un vanguardista espaol.

    Antes que nada, hay que aclarar que hubo muchos otros escritores espaoles

    que compartieron con Garca Lorca el momento transgresivo de la vanguar-

    dia, sin embargo por cuestiones de tiempo, elegimos a un poeta para nuestro

    estudio, no slo por su importante rol en ese momento como por el carcter

    perormtico que tuvo en su vida, deambulando por la poesa, la msica, el

    teatro y la tarea educativa en el perodo de la II Repblica Espaola.

    Este captulo trata del principal autor de la Vanguardia Espaola, Federi-co Garca Lorca. Hubo otros grandes poetas y escritores.

    4.1 La Vanguardia Espaola

    A mediados del siglo XX surge una nueva generacin de escritores

    en Espaa y Latinoamrica que incursionan en el llamado arte de van-

    guardia. Herederos del modernismo latinoamericano, esa nueva gene-racin se caracteriza por ejercer un nuevo concepto de la poesa, cuya

    principal caracterstica es la innovacin artstica: ver el arte como juego,

    audacia de recursos expresivos, lo intuitivo substituye a lo racional, y lo

    irreal, incoherente y arbitrario, modifica la realidad habitual. En Espaa,

    uno de los principales representantes de esa vanguardia es, sin duda, Fe-

    derico Garca Lorca, cuya obra potica estudiaremos a continuacin.

    4.1.1 Federico Garca LorcaFederico Garca Lorcaes uno de los grandes poetas y dramaturgos

    espaoles perteneciente a la llamada Generacin del 27. Naci en 1898

    en Fuente Vaqueros (Granada). Estudi Letras, Derecho en la Universi-

    dad de Madrid, y msica con Manuel de Falla. En 1919 se instal en la

    Residencia de Estudiantes de Madrid, donde conoci a otros vanguar-

    distas, como al pintor Salvador Dal y al cineasta Luis Buuel. Fund

    en 1932 La Barraca, grupo teatral que recorri Espaa representando

    4

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    obras clsicas. En 1936, al comienzo de la Guerra Civil espaola, Garca

    Lorca fue asesinado por motivos polticos por los franquistas.

    De su produccin literaria destacan, con igual significacin, su

    obra potica y su teatro, que caminan de la mano. En ambos gnerosson marcados por una intensa carga potica, donde el tema central es la

    muerte, o el amor conducido por el dolor, la frustracin y la muerte.

    Dos etapasdistinguen la poesa de Garca Lorca: la primera(1921

    a 1931), se caracteriza por una estilizacin de las formas tradicionales y

    populares, mediante imgenes sensoriales donde se transmite una visi-

    n trgica del amor y la muerte de los gitanos, personajes marginados,

    presentes en los libros: Canciones(1927), Romancero Gitano(1928), y

    Poema del Cante Jondo(1931). Como poeta delvanguardismoespaol,

    Garca Lorca rescat en esas obras la herencia de la tradicin popular

    espaola, recuperando formas estrficas tradicionales como el romance,

    la copla, entre otras - que ya fueron estudiadas en la unidad anterior -,

    adems de presentar una visin idealizada de la realidad popular. Un

    ejemplo de esa expresin lo podemos encontrar en algunos poemas del

    Romancero Gitano, como es el caso del conocido poema Romance de la

    Luna, Luna, dedicado a su hermana Conchita Garca Lorca:

    La luna vino a la fragua

    con su polisn de nardos.

    El nio la mira, mira.

    El nio la est mirando.

    En el aire conmovido

    mueve la luna sus brazos

    y ensea, lbrica y pura,

    sus senos de duro estao.

    Huye luna, luna, luna.

    Si vinieran los gitanos,

    haran con tu corazn

    collares y anillos blancos.

    Imagen 7: Federico Garca Lorca

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    Nio, djame que baile.

    Cuando vengan los gitanos,

    te encontrarn sobre el yunque

    con los ojillos cerrados.

    Huye luna, luna, luna,

    que ya siento sus caballos.

    Nio, djame, no pises

    mi blancor almidonado.

    El jinete se acercaba

    tocando el tambor del llano.

    Dentro de la fragua el nio,

    tiene los ojos cerrados.

    Por el olivar venan,

    bronce y sueo, los gitanos.

    Las cabezas levantadas

    y los ojos entornados.

    Cmo canta la zumaya,

    ay, cmo canta en el rbol!

    Por el cielo va la luna

    con un nio de la mano.

    Dentro de la fragua lloran,

    dando gritos, los gitanos.

    El aire la vela, vela.

    El aire la est velando.

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    La segunda etapa (1931 a 1936), significa un cambio en la obra de

    Federico Garca Lorca, desde el punto de vista formal, pues incursiona

    en el surrealismo, rompiendo con el verso tradicional, pero contina

    manteniendo la solidaridad con los seres marginados, el rechazo de la

    violencia y el inconformismo ante la falta de libertad. A esta etapa cor-

    responden Poeta en Nueva York(1935), libro donde el autor expresa la

    dialctica entre naturaleza y civilizacin; Llanto por Ignacio Snchez Me-

    ja(1935) y Divn del Tamarit(1936), donde vuelve al modo tradicional

    en la versificacin retomando formas poticas populares provenientes

    de la tradicin rabe, como lo son las casidas, un ejemplo de ellas lo

    encontramos en el poema Casida del herido por el agua:

    Quiero bajar al pozo,

    quiero subir los muros de Granada,

    para mirar el corazn pasado

    por el punzn oscuro de las aguas.

    El nio herido gema

    con una corona de escarcha.

    Estanques, aljibes y fuentes

    levantaban al aire sus espadas.

    Ay, qu furia de amor, qu hiriente filo,

    qu nocturno rumor, qu muerte blanca!

    Qu desiertos de luz iban hundiendo

    los arenales de la madrugada!

    El nio estaba solo

    con la ciudad dormida en la garganta.

    Un surtidor que viene de los sueos

    lo defiende del hambre de las algas.

    El nio y su agona, frente a frente,

    eran dos verdes lluvias enlazadas.

    El nio se tenda por la tierra

    y su agona se curvaba.

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    Quiero bajar al pozo,

    quiero morir mi muerte a bocanadas,

    quiero llenar mi corazn de musgo,

    para ver al herido por el agua.

    En Poeta en Nueva York, podemos ver imgenes visionarias del

    vanguardismo lorquiano, imprimiendo a su poesa huellas del surre-

    alismo, tales como: escritura automtica; mensaje hermtico porque

    presenta una realidad simblica cuyos referentes son difciles de es-

    pecificar. Las imgenesse caracterizan por ser casi incoherentes, sur-

    gidas sin intervencin de la lgica. Adems, en el poema se mezclan

    elementos concretos y abstractos, los cuales a menudo desconectan allector de la realidad. Otra caracterstica importante de esos poemas es el

    desequilibro en la sintaxis, mediante impactos sensibles o impresiones

    intuitivas. Un ejemplo de ello puede verse en Vuelta de Paseo:

    Asesinado por el cielo,

    Entre las formas que van hacia la sierpe

    Y las formas que buscan el cristal,

    Dejar crecer mis cabellos.

    Con el rbol de muones que no canta

    Y el nio con el blanco rostro de huevo.

    Con los animalitos de cabeza rota

    Y el agua harapienta de los pies secos.

    Con todo lo que tiene cansancio sordomudoY mariposa ahogada en el tintero.

    Tropezando con mi rostro distinto cada da.

    Asesinado por el cielo!

    Al fn de esa unidad, ya has aprendido algunos conceptos sobre la

    lrica y ya has empezado a tener contato con poetas cannicos de la lrica

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    hispnica o hispanoamericana. A partir de eso puedes empezar tu pro-

    pia investigacin sobre algn poeta espaol o de Hispanoamrica sobre

    el cual deseas hacer una performance en vivo memorizando el poema,

    construyendo un momento y un modo especfico para decir el poema a

    todos en la videoconferencia o enviar un videopoema, o entonces crear

    una meloda para cantar el texto. Elige tu modo de decir el poema o de

    hacerlo volver a nacer en tu boca o a travs de tu intencin.

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    Las Vanguardias enHispanoamrica

    En este captulo conocers los conceptos de vanguardia y su desarrollo en

    Hispanoamrica.

    5.1 Conceptos

    Lavanguardia es el nombre colectivo para las diversas tendencias

    artsticas (los llamados ismos) que surgen en Europa en las primerasdcadas del siglo XX. El Cubismo (1907), el Futurismo (1909), la msica

    dodecafnica y atonal (1909) de Stravinsky son el comienzo de un hon-

    do cuestionamento de valores heredados y de una insurgencia contra

    una cultura anquilosada, que abre vas a una nueva sensibilidad que se

    propagar por el mundo en la dcada de los veinte.

    Otras tendencias ms influyentes y perdurables: el Expresionismo

    alemn (1911), el Imaginismo ingls de Ezra Pound (1912), el Cubismo

    literario de Guillaume Apollinaire (1914) siguen caminos desconocidos

    que preparan la sntesis realizada por el Surrealismo en 1924.

    La segunda dcada del singlo veinte es un perodo clave e impres-

    cindible para comprender el desarrollo actual de las letras latinoameri-

    canas.

    Es la dcada en la que se descarta la suntuosa retrica preciosista1.

    del modernismo (de 1880-1910).

    Son los aos de lanzamiento de manifiestos, de proclamas y de2.

    polmicas violentas.

    La poesa presenta una fisonoma desconcertante para el pbli-3.

    co masivo; una voluntad constructiva suplanta al orden impre-

    sionista, emotivo y espiritual del mundo. La nueva poesa re-

    chaza la forma declamatoria y el legado musical (rima, mtrica,

    moldes estrficos) dando primaca al ejercicio de asintactismo,

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    a la nueva tipografa, a efectos visuales, a una forma discontinua

    y fragmentada que hace de la simultaneidad el principio cons-

    tructivo fundamental.

    Los lmites temporales del vanguardismo son de 1916 y 1935. El co-mienzo es marcado por Vicente Huidobro con El Espejo de Agua(1916)

    y especialmente Ecuatorial y Poemas rticos(1918) en Madrid. El ao

    clave de la eclosin es el de 1922 con una acelerada sucesin de manifies-

    tos, polmicas, exposiciones contagiadas por la furia de la novedad.

    A fines de 1921 aparecen la hoja mural Prismade los ultrastas ar-

    gentinos y la proclama volante Actualde los estridentistas mexicanos;

    irrumpen el postumismo dominicano y el diepalismo puertorriqueo.

    En 1922 se celebra la Semana de Arte Moderno en So Paulo, se

    funda Proaen Bs. As., se publican Trilcede Csar Vallejo en Per; Veinte

    Poemas para Ser Ledos en el Tranvade Oliverio Girondo en Argentina;

    Andamios Inerioresde Manuel Maples Arces en Mxico; Desolacinde

    Gabriela Mistral en Chile. A principios de 1923 salen Fervor de Buenos

    Airesde Jorge Luis Borges y Crepusculariode Pablo Neruda.

    5.2 Tendencias en los diferentes pases

    Mxico dos modernistas experimentan con su imagen: Zozobra

    (1919) de Ramn Lpez Velarde y Un Da... (1919); Li-po y Otros Poe-

    mas(1920) de Jos Juan Tablada quien adapta el haikai/haiku japons a

    la lengua espaola e introduce en Mxico la poesa espacial o ideogr-

    fica.

    Ej: Trozos de barros,

    por la senda en penumbra

    saltan los sapos

    Elestridentismonace junto al arte pictrico muralista y se desar-

    rolla en forma paralela al ultrasmo argentino cuyos principios se cor-

    responden:

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    Subversin radical de los cnones artsticos establecidos.

    Contra el academicismo, la solemnidad, la religin, los hroes

    nacionales, los patriarcas de la literatura nacional.

    Exaltacin del carcter dinmico del mundo moderno con el

    maquinismo de la metrpoli desindividualizada.

    Revistas de estridentismo: Ser(abril-junio/1922); Irradiador(1923);

    Horizonte(1926-27) que resume la historia del grupo, bajo direccin de

    Grman List Arzubide.

    Repblica Dominicana El postumismo lanza manifiestos que

    exponen su credo esttico, proclamas confusas con ecos dadastas querepudian la herencia cultural. El poeta Domingo Moreno Jimenes es el

    ms importante del movimiento.

    Puerto Rico-El Diepalismo(1921) iniciado por Luis Pales Matos

    fue el primer movimiento de vanguardia de la isla. Para el poeta Rober-

    to Fernndez Retamar ese movimiento es compartido con la literatura

    cubana y trae una gustacin de la palabra como sonido que conduce

    por una va a la onomatopeya negra... Luis Pales Matos lo perfecciona

    en su poesa afroantillana recogida en Tuntn de Pasa y Griera(1937)esta busca de ritmos musicales populares.

    Cuba El principal rgano de difusin del vanguardismo cubano

    fue la revistaAvance(1927-30) es el eco espiritual en Amrica de nuestra

    generacin (M. A. Asturias) con colaboraciones de escritores extran-

    jeros de renombre y poetas cubanos de la poca: Mariano Brull, Emilio

    Ballagas y Eugenio Florit. Mariano Brull publica Poemas en Menguante

    (1928) poesa abstracta y esteticista con susjitanjforas. Poemas gra-

    tos a los sentidos que reducen el lenguaje a efectos onomatopyicos,

    aliterativos y sonoros. La mxima expresin en la revista son Motivos

    de Son y Sngoro Consongo(1931) agregan una fuerte nota social a las

    caractersticas particulares de la poesa afrocubana.

    PerLa obra ms perdurable de la vanguardia hispanoamerica-

    na es Trilce (1922) de Csar Vallejo. El autor rechaza la poesa como

    producto de una tcnica. La desarticulacin expresionista del lenguaje,

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    de la sintaxis, corresponde a una preocupacin de vanguardia, a una

    voluntad de ruptura, a una disonancia y a la distorsin de los mode-

    los establecidos. Vallejo no es un propulsor de las vanguardias. Todo lo

    contrario. Hablando de sus contemporneos, rechaza la frivolidad ldi-

    ca e intelectual de la vanguardia, el mero juego de ingenio, la novedad

    formal como un fin en si mismo. La revistaAmauta(1928) propicia el

    desarrollo orgnico del movimiento renovador peruano.

    Amautano es una tribuna abierta a todos los vientos del espritu.

    El socialismo es la bandera y Maritegui plantea una de las ideas capita-

    les: la subordinacin del arte a los fenmenos culturales de la poca. La

    vanguardia constituye una de las manifestaciones de la crisis de la civi-

    lizacin occidental, sntoma de la conciencia de fin de poca. De ah laacogida a los escritores que ejercen el derecho al disparate en el arte.

    Contribuiciones deAmautaa la cultura peruana:

    La formacin de un espritu indoamericano (valores autctonos)

    como el nombre de la revista (amauta

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    Al llegar a Pars colabora en publicaciones cubistas y futuristas y se

    convierte en una de las figuras centrales del cubismo literario francs.

    Altazor- obra definitiva, publicada en 1931, mxima revolucin

    verbal de poesa hispanoamericana.

    Pablo Neruda se distingue de Huidobro porque no ambiciona ser

    lder o a crear una escuela. Rara vez formula los principios de su propia

    esttica se conoce algo en Caballo Verde para la Poesa(1935-36), revista

    dirigida por Neruda en Madrid. Despus de un comienzo tradicional

    Crepusculario(1923), Veinte Poemas de Amor...(1924), Neruda se con-

    vierte, a partir de 1925, en un poeta vanguardista, pero de signo opues-

    to a Huidobro. En Tentativa del Hombre Infinitohay incorporacin de

    procedimientos surrealistas. En Residencia en la Tierra(1933) Neruda

    muestra la disgregacin verbal y conceptual de esta etapa.

    Revistas Chilenas: Caballo de Bastos(1925, dirigida por Pablo Ne-

    ruda); Dnamo(1925); Pro(1934); Vital(1934-35), Ombligo(1934); To-

    tal(1936-38).

    Argentina-El auge del vanguardismo argentino se da entre 1921 y

    1927. Lo preceden Ricardo Giraldes con El Cencerro de Cristal(1915)

    y Macedonio Fernndez con su desconcertante humor conceptual, para-

    dojas metafsicas cuya afinidad con Jorge Luis Borges es bien conocida.

    Revistas -Martn Fierro(primeira poca-1919). Los Raros(futuris-

    ta-en enero de 1920).

    En 1921 regresa Borges a Buenos Aires. Aceleran propuestas re-

    novadoras. Borges haba estudiado el expresionismo ultrasta espaol.

    Vocero del ultrasmo argentino fue Prisma, hoja mural. Borges escribe

    un manifiesto en Nosotrosy publica tambin una antologa de poesa

    ultrasta que empieza por despertar una nueva sensibilidad.

    Proa (1922-1926) y La Vuelta de Martn Fierro(1924-1927) conso-

    lidan el movimiento de la vanguardia.

    Hay dos libros con una tnica diferente: Veinte para ser Ledos en el

    Tranva(1922) y Calcomanas(1925) Oliverio Girondo lo que hubo

    de ms vanguardista.

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    Fervor de Buenos Aires(1923) y Luna de Enrente(1925); La Calle

    de la Tarde(1924) de Nora Lange; Das de Flechas(1926) de Leopoldo

    Marechal, etc.

    En 1928 ejercern un influjo creciente sobre las generaciones pos-teriores: No Toda la Vigilia la de Ojos Abiertos- Macedonio Fernndez y

    El Juguete Rabiosode Roberto Arlt.

    El ultrasmo busca el culto a la metfora como elemento esencial

    de su expresin literaria. La metfora inslita e ingeniosa que suscita

    asombro. Se suprimen lo lxicos lgicos, hay un predominio del frag-

    mentarismo. Se condensan en el ultrasmo elementos del futurismo, ex-

    presionismo, cubismo, dadasmo, creacionismo.

    Conviene recordar que el criollismo, tendencia que aspira a de-

    sentraar la esencia de la argentinidad, se desenvuelve, precisamente

    dentro de la misma vanguardia cosmopolita. Ej: Don Segundo Sombra

    (1926) y la obra de Borges (de la poca).

    Uruguay-En destaque cuatro revistas: Los Nuevos(1919-1920); La

    Cruz del Sur(1924-31), La Pluma(1927-1931) y Cartel(1929-31).