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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

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  • HISTRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

  • Didatismo e Conhecimento 1

    HISTRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

    FORMAO TERRITORIAL DE ARACAJU E SERGIPE

    Dados Gerais

    O nome Sergipe, originrio do tupi siri pe, quer dizer no rio dos siris, tendo sido mais tarde adotado Cirizipe ou Cerigipe, que significa ferro de siri, nome de um dos cinco caciques que se opuseram ao domnio portugus.

    Embora seja o menor do Brasil, o Estado apresenta a melhor renda per capita do nordeste e a dcima stima entre os 27 Estados brasileiros e detm o ttulo de Estado nordestino com melhor nvel de desenvolvimento humano, conferido pela Organizao das Na-es Unidas (ONU), e o prmio Criana e Paz, da UNICEF, em reconhecimento reduo em 32% do ndice de mortalidade infantil.

    A histria da capital de Sergipe, Aracaju - antigo povoado Santo Antnio de Aracaju uma das mais inusitadas. Sua fundao ocorreu inversamente ao convencional. Ou seja, no surgiu de forma espontnea como as demais cidades, foi planejada especial-mente para ser a sede do Governo do Estado. Passou frente de municpios j estruturados, principalmente So Cristvo, do qual ganhou a posio de capital. Acredita-se que uma capelinha, a Igreja de Santo Antnio, erguida no alto da colina, tenha sido o incio da formao do arraial que se transformaria depois na capital do Estado.

    A cidade de Aracaju, hoje com cerca de 460 mil habitantes, surgiu de uma colnia de pescador que pertencia juridicamente a So Cristvo. Seu nome de origem tupi, e, segundo estudiosos da lngua indgena, significa cajueiro dos papagaios. Por ter o privil-gio de estar localizado no litoral e ser banhado pelos rios Sergipe e Vaza-Barris, o pequeno povoado foi escolhido pelo presidente da provncia, Incio Joaquim Barbosa, para ser a sede do Governo. Deixou para trs, alm de So Cristvo, grandes cidades como Laranjeiras, Maruim e Itaporanga djuda.

    Incio Barbosa assumiu o governo em 1853 com o desejo de fazer prosperar ainda mais a provncia. Ele sabia que o desen-volvimento do Estado dependia de um porto para facilitar o escoamento da produo. Apesar de vrias cidades no Estado estarem desenvolvidas econmica e socialmente, faltava essa facilidade. O presidente contratou o engenheiro Sebastio Jos Baslio Pirro (homenageado com nome de rua em Aracaju) para planejar a cidade, que foi edificada sob um projeto que traou todas as ruas em linha reta, formando quarteires simtricos que lembravam um tabuleiro de xadrez.

    Com a pressa exigida pelo Governo, no houve tempo para que fosse feito um levantamento completo das condies da locali-dade, criando erros irremediveis que causam inundaes at hoje. O projeto da cidade se resumia em um simples plano de alinha-mentos de ruas dentro de um quadrado com 1.188 metros. Estendia-se da embocadura do Rio Aracaju (que no existe mais), at as esquinas das avenidas Ivo do Prado com Baro de Maruim, e a Rua Dom Bosco (antiga So Paulo).

    A cidade cresceu inflexvel dentro do tabuleiro de xadrez. Aterrou vales e elevou-se nos montes de areia. Foram feitas desapro-priaes onerosas e desnecessrias, para que o projeto mantivesse a reta. A nica exceo foi uma alterao imposta pelo prprio pre-sidente, permitindo que a Rua da Frente ganhasse uma curva, criando a bela avenida que margeia o rio Sergipe. As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias, doadas a Pero Gonalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilmetros de costa, que iam da barra do Rio Real barra do Rio So Francisco, onde em toda as margens do esturio no existia uma vila sequer. Apenas eram encontra-dos arraiais de pescadores. H notcias de que s margens do Rio Sergipe, em 1669, existia uma aldeia chamada Santo Antnio do Aracaju, cujo capito era o indgena Joo Mulato.

    Quase um sculo depois, essa comunidade encontrava-se includa entre as mais importantes freguesias de Nossa Senhora do perptuo Socorro do Tomar do Cotinguiba. Os fatos mais relevantes da vida poltica de Aracaju esto registrados a partir de 1855. O desaparecimento das lutas e agitaes da vida colonial possibilitou o crescimento da economia. O acar, produto bsico da provn-cia, era transportado por navios que traziam em troca mercadorias e as notcias do reino.

    FORMAO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICPIOS SERGIPANOS.

    Situado entre duas Capitanias importantes, Pernambuco e Bahia, os portugueses entenderam que era fundamental sua coloniza-o. As terras sergipanas eram ento ocupadas apenas por indgenas e por franceses contrabandistas de pau-brasil, o que representava sria ameaa ao domnio portugus.

  • Didatismo e Conhecimento 2

    HISTRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

    Em 1575, jesutas chegam ao territrio numa primeira tentativa, sem resultado, de catequizar os ndios. Fundam a aldeia de So Tom, no povoado de Santa Luzia. Inicia-se, ento, uma srie de batalhas pela posse da terra, terminando em 1590 com a conquista do territrio por Cristvo de Barros que funda a Capitania de Sergipe Del Rey, assim denominada para distinguir de Sergipe do Conde, no Recncavo Baiano. Constri um fortim e funda o Arraial de So Cristvo, prximo ao Rio Poxim, e concede sesmarias a inmeros companheiros de luta.

    Anos depois o arraial torna-se uma vila e passa a ser chamado de cidade de So Cristvo.Com a sada de Cristvo de Barros do territrio, Tom da Rocha passa a administr-lo e inicia a criao de gado e a plantao de

    cana-de-acar. O gado passa a dominar o territrio. Surgem muitos currais de onde saem os bois para o abate na Bahia. O caminho que liga Sergipe Bahia e por onde passam as boiadas, passa a ser conhecido como a Estrada da Boiada e o baixo So Francisco, de Rio dos Currais. Os ricos de Salvador compram terras na nova Capitania e para l mandam suas cabeas de gado.

    A cana-de-acar tambm se desenvolve principalmente no Vale do Cotinguiba e chegam negros trazidos da frica para traba-lhar como escravos, pois os ndios no estavam acostumados a esse trabalho. Outras vilas foram fundadas nas regies do Rio Real e do Rio Piau, ao sul do Estado, e nas terras banhadas pelo Vaza-Barris, Cotinguiba e Rio Sergipe, ao norte do Estado.

    Em 1637, os holandeses ocupam e incendeiam a Cidade de So Cristvo e roubam milhares de cabeas de gado, causando completa desorganizao econmica e social.

    Em 1645, as terras so recuperadas pelos portugueses. Encontram-na devastada e arrasada. Aos poucos o territrio volta a povoar-se, e a cultura canavieira e a criao de gado reinicia seu desenvolvimento, porm a desunio poltica faz com que haja uma grande desorganizao com diversos atritos entre os habitantes e constantes reclamaes contra a prepotncia dos poderosos. Essa desordem contribui para que a Bahia domine as terras sergipanas, o que prejudica sua formao, originando debates sobre as questes de limites entre Sergipe e Bahia at o incio da Repblica.

    Em 1696 criada a comarca (Ouvidoria) de Sergipe separada da Capitania da Bahia de Todos os Santos e em 1698, as Vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do So Francisco e Santo Amaro das Brotas.

    Em 1759, os jesutas so expulsos do territrio, deixando para trs a base da formao religiosa e do ensino e belos exemplares da arquitetura religiosa. (ver reformas Pombalinas)

    Em 1763, Sergipe novamente anexado Capitania da Bahia de Todos os Santos, tornando-se responsvel por um tero da produo aucareira baiana da poca, alm de fornecer couro, tabaco, algodo e farinha de mandioca. Existem classes sociais bem distintas: a dos senhores de terras e a dos trabalhadores (escravos negros e ndios) e homens livres que se dedicavam produo de subsistncia.

    Em 1820, a Capitania se separa definitivamente da Bahia e aps a Independncia se torna Provncia, tendo como Capital a Vila de So Cristvo. Porm, a situao poltica de Sergipe continua a mesma, com constantes conflitos, como os de Laranjeiras e Santo Amaro (1836). A prosperidade da classe dominante era cada vez maior, com a produo e exportao do acar, principalmente no Vale do Cotinguiba, o que leva transferncia da Capital So Cristvo para uma regio litornea, o povoado de Santo Antnio de Aracaju.

    A nova Capital, uma das primeiras Cidades planejadas do Brasil, muito contribui para o desenvolvimento de Sergipe, pois dotada de melhores condies porturias; sua posio geogrfica facilita a vida econmica da regio do Cotinguiba; e melhor loca-lizada, facilitando o embarque do acar para a Europa. Esta mudana estimula o povoamento nesta parte do litoral; faz surgir novas estradas; e aumenta a integrao entre Estados prximos.

    A partir de 1860, o desenvolvimento da cultura do algodo ao lado dos engenhos de acar, principalmente em Itabaiana, passa a ter considervel importncia na economia da Provncia, chegando a ser, por muitos anos, o segundo produto de Sergipe, originando o aparecimento das fbricas de tecidos nas Cidades de Aracaju, Estncia, Propri, So Cristvo, Vila Nova (Nepolis), Maruim e Riachuelo.

    Com a Proclamao da Repblica, em 1889, a Provncia de Sergipe passa a ser um dos Estados da Federao, com sua primeira Constituio promulgada em 1892. Inicia-se uma fase em que os sergipanos sobressaem no cenrio nacional devido ao seu prestgio intelectual. A representao de Sergipe no plano federal passou a ser disputada por intelectuais de projeo, e no por provincianos poderosos.

    Logo depois volta a interveno, que se mantm at 1945. A vida poltica sergipana durante a Repblica Velha continua a ser um jogo de interesses entre as classes dominantes, especialmente os senhores de terra.

    Em 1963, jorra petrleo nos campos de Carmpolis.A partir de 1964, com o movimento militar, Sergipe passa a empregar todos os seus esforos na tentativa de superar o subdesen-

    volvimento, tentando modificar a estrutura agroindustrial da cana-de-acar para desenvolver a explorao do subsolo. Comea a explorao do petrleo na plataforma martima.

    Em 1975, um tero do territrio de Sergipe passa a ser considerado de utilidade pblica, para efeito de desapropriao pela Petro-brs, visando evitar a especulao imobiliria, que prejudicava o trabalho da empresa na prospeco de petrleo. A faixa considerada de utilidade pblica se estende da foz do Rio So Francisco at o Rio Real, na divisa com a Bahia.

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    Em 1987, o Governo desenvolve o Projeto Canind do So Francisco, denominado projeto Califrnia; e, em 1993, o Plat de Nepolis, na margem direita do Rio So Francisco, para o plantio de abacaxi, acerola e manga, com fins industriais, ambos para tornar o Estado auto-suficiente na produo de alimentos, defendendo a agricultura das secas frequentes e prolongadas. Alm disso, em 1990, mudam a legislao tributria estadual, para atrair investidores nacionais e estrangeiros, e a inauguram a Hidreltrica de Xing, o Plo Cloro qumico do Nordeste e o Porto de Sergipe. Contudo, devemos frisar quanto ao aspecto scio cultural e artstico que a partir da segunda fase da colonizao portuguesa de Sergipe quando comeam a surgir os principais monumentos que marcam a paisagem do Estado.

    So Cristvo centralizara, com sua prpria funo, os mais representativos exemplares da arquitetura. Convivem ali harmonio-samente conventos como o de So Francisco e sua Ordem Terceira, sede do Museu de Arte Sacra; o do Carmo e sua Ordem Terceira onde se encontra a milagrosa e venerada imagem do Senhor dos Passos, cuja festa no segundo final de semana depois do carnaval, atrai milhares de peregrinos de vrios pontos do Nordeste; o despojado hospcio dos Capuchinhos, do qual resta apenas a casa con-ventual, a Santa Casa de Misericrdia, transformada em recolhimento de meninas rfs; igrejas como a Matriz de Nossa Senhora da Vitria, a do Amparo e do Rosrio, onde nas Festas de Reis se apresentavam as Taieiras; e casa residenciais, como a praa de So Frncico, notabilizada pelas suas sacadas balastres trabalhados, a do balco corrido, na praa da Matriz, onde funciona o Centro de Restaurao de Obra de Arte, a antiga casa de Cmara e Cadeia, transformada, depois de reforma, em grupo escolar e, mais recente-mente, em Centro de Arte da UFS, alm de vrios outros sobrados, como o antigo Palcio do Presidente da Provncia.

    Templos e conventos, galils, portadas e claustos silenciosos, ao lado de imagens e telas, constituem um conjunto harmonioso, o mais importante do Estado e, sem dvida alguma, um dos mais significativos da regio, da mesma forma que Laranjeiras, desenvol-vida no sculo passado, est intimamente ligada agroindstria do acar em terras sergipanas.

    Pelo interior, em Santo Amaro das Brotas, ergue-se a elegante igreja matriz de Santo Amaro, com sua bela portada encantaria, alm do convento dos Carmelitas, hoje desaparecido (o que restou da construo - uma portada -, est no Museu Histrico de Sergi-pe), nas terras doadas por Pedro Leal Barbosa, l pelos idos de 1721.

    Em Laranjeiras, os jesutas deixaram o conjunto do Retiro, formado pela capela Santo Antnio, mais tarde completamente mo-dificada, e pela residncia anexa, edificada em 1701; alm da igreja Comandaroba, com a sua portada de 1734 e os arcos do alpendre que circundam a nave, o que faz com que Silvia Teles a considere uma igreja de peregrinao.

    No sentido do sul de Sergipe, destaca-se o conjunto da antiga fazenda Colgio que pertenceu aos jesutas, sendo confiscada em 1759 (trata-se de uma fazenda na regio de Tejupeba, no municpio de Itaporanga dAjuda), em especial a casa com amplas varandas com balco corrido.

    E mais para o sul, nas margens do rio Real, est a igreja de Nossa Senhora do Perptuo Socorro, na antiga aldeia do Geru, hoje sede do municpio de Thomar do Geru. Construda por volta de 1720, notabiliza-se pela bela decorao da talha do arco-cruzeiro e dos altares colaterais, com os seus putti com fisionomia de ndios. Mas Sergipe, em termos de patrimnio histrico monumental, no tem apenas os monumentos mencionados.

    Muitos outros merecem uma meno, como a igreja matriz de Divina Pastora, onde est o mais belo teto decorado existente em templo sergipano, devido ao pincel de Jos Tefilo de Jesus; a igreja de Nossa Senhora do Perptuo Socorro, na cidade do mesmo nome, com um belo arco na capela do Santssimo e altares laterais separados da nave principal por um balastre de madeira; a singela igreja de So Pedro, no municpio de Porto da Folha, onde os Capuchinhos mantiveram, at o sculo passado, um aldeamento ind-gena, ou, ainda, a igreja de Nossa Senhora do Rosrio, em Nepolis, com as sepulturas no piso da nave recoberto de madeira, hoje um monumento tombado pelo Estado.

    E o que dizer das capelas rurais que na expresso da museloga Lgia Martins Costa so verdadeiras igrejas como a do enge-nho Jesus Maria Jos, em Laranjeiras, a do Penha, em Riachuelo, a do Poxim, em So Cristvo, e a do Caieira, em Santo Amaro das Brotas, com o seu alpendre? So marcas de uma poca em que se era rara a propriedade aucareira, junto da qual no se edificasse um templo. Os interesses da famlia eram esquecidos por alguns dos chefes que, em verbas testamentrias, deixavam ricos legados s irmandades, s ordens, e s capelas.

    Estncia, ativo centro comercial desde o sculo XVIII, tem a sua arquitetura peculiar. So os sobrados, com dupla funo, resi-dncia e casa de comrcio, da rua Capito Salomo e as casas do Pernambuquinho, muitos deles com fachadas revestidas de azulejos vindos da Europa.

    Se as cidades so ricas em termos de monumentos civis e, sobretudo, religiosos, as propriedades rurais so muito pobres em ter-mos de arquitetura, talvez porque os senhores de engenho preferissem investir seus lucros no prprio negcio com a compra de novas terras, em lugar de constiturem casas onde tivessem com um certo conforto. Isto observado por Orlando Dantas quando escreveu:

    A aristocracia rural no teve brases, castelos e escadarias de mrmore. Os sobrados do Escurial, construdo pelo Baro de Es-tncia, o das Pedras imitando o palcio governamental e as casas grande do Castelo, So Flix, Vassouras, So Jos de Laranjeiras, Lombada, Topo, Junco, marcam o mximo de conforto da aristocracia sergipana. Em algumas casas existem retratos a leo dos seus antepassados, baixelas de prata, porcelanas finas e mveis de jacarand Sergipe grande pela expresso da sua cultura e pelo con-tribuio dada ao Brasil. Seus monumentos so expressivos e marcam, com caractersticas prprias, uma parte da histria com seus heris annimos e todo um sistema de vida que se baseou no trabalho escravo, na cana-de-acar e no gado.

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    A ECONOMIA DE SERGIPE NO PERODO COLONIAL E IMPERIAL.

    Durante todo perodo colonial, (1500-1808) o Brasil manteve uma economia primria exportadora, considerada por Nova Pinto como colnia agrcola fornecedora de produtos tropicais, excetuando-se o perodo de 1700 a 1780, quando predominou a economia mineira, controlada atravs do monoplio de Portugal que por sua vez manteve uma semi-dependncia econmica da Inglaterra.

    O territrio sergipano, no mesmo perodo colonial, (1500-1808), no fugiu s regras impostas pela metrpole economia brasi-leira, sofrendo inclusive com a exportao e contrabando do pau-brasil pelos franceses.

    Por outro lado, comea a contribuir com o ciclo aucareiro, a partir do incio do sculo XVII (1612) quando foi criado o primeiro engenho, acrescido de mais sete, j na terceira dcada, durante a ocupao holandesa, entre 1630 e 1654.

    Na segunda metade do sculo XVIII a cultura canavieira comea a expandir-se mais ainda e em 1724 o estado j contava com 25 engenhos, passando a 140 no final do sculo, quando comea a receber o incentivo do governo imperial na criao de engenhos centrais, tornando-se inclusive em julho de 1820, oficialmente independente da Bahia, atravs de uma Carta Rgia, o que se torna realmente factual em 1822, com a emancipao do pas.

    Em 1855, d-se a mudana da capital da provncia, de So Cristvo para Aracaju, agora mais perto do seu porto e se integrando ao comrcio internacional do acar, definindo aos poucos relaes econmicas com diversas outras regies.

    Inicia-se a a modernizao do processo produtivo do acar, sendo criado no municpio de Riachuelo, na dcada de 1880, um engenho central, sem muito xito, devido falta de matria-prima. Alguns engenhos so transformados em usinas e outros passam a ser simples fornecedores de cana. Na dcada de 1850 a cultura do algodo que vinha com bom desempenho comea a decair e em 1852 o presidente da provncia solicita ao governo imperial remessas de sementes para regenerar a cultura do produto, sofrendo tambm poca toda economia provincial um sensvel abalo com a epidemia da clera-morbis que atingiu as regies produtoras, fazendo cerca de dez mil vtimas.

    A cana de acar fazia tambm uma grande concorrncia ao cultivo do algodo, no lhe concedendo espao nas exportaes, situao que vem a melhorar na dcada de sessenta, com a guerra civil americana e a sada dos Estados Unidos como principal forne-cedor para a Inglaterra. Em 1863 j havia registro de grandes vendas quele pas, principalmente de algodo e tabaco.

    A partir de 1873, comeava o declnio nas importaes e exportaes do algodo e algumas cidades comeavam a associar ao seu cultivo outras culturas, notadamente de subsistncia, como fez Simo Dias, Estncia, Lagarto, Itabaianinha, Campos, Vila Nova, Curral de Pedras, Maruim, Japaratuba, Nossa Senhora das Dores, Itabaiana e vrias outras, que deixaram de dar prioridade ao algodo para serem grandes produtoras de feijo, milho, mandioca, fumo, batata e coco.

    Mas a atividade industrial em Sergipe comea em 1858, embora algumas dificuldades segurassem seu desenvolvimento nas cidades de Laranjeiras, Capela e Santa Luzia, no havendo inclusive aparelhos aperfeioados para o beneficiamento do algodo, o que concorria para uma menor produo e consequentemente custos mais elevados.

    Em 1869 dispunha a provncia de 127 mquinas de descaroar algodo, as mais importantes instaladas na cidade de Maruim, pertencente Casa de A. Scharamm e Cia., e no Engenho Serra Negra, pertencente ao Dr. Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel.

    Na dcada de 70, a provncia de Sergipe reunia condies mnimas para implantao da indstria txtil. Mas a principal inds-tria era a do acar, vivendo com grandes dificuldades, vencida somente na dcada seguinte, com a expanso do mercado externo. quando comea tambm o processo de urbanizao de Aracaju, em funo da criao de um comrcio interno, das epidemias e das secas, pois a cidade passa a receber dezenas de emigrantes que, com os seus negcios arruinados, passam a viver do acanhado comrcio que nascia na capital.

    Em 1889, proclamada a repblica, no acontecem grandes transformaes e as finanas estaduais so ainda inteiramente depen-dentes das exportaes aucareiras, assim, continuando a ser o acar a grande exportao do Estado e o segundo produto no nordes-te, mas permanecendo a dependncia da Bahia e do Rio de Janeiro, onde estavam os grandes financiadores, prevalecendo, portanto uma economia praticamente agrcola, embora alguns esforos para desenvolver o setor industrial.

    Por outro lado, j em 1922 comea a se desenvolver a indstria de tecidos, aperfeioada em suas aparelhagens, como tambm a de leos vegetais e de beneficiamento de couros e peles. O algodo comea a fazer concorrncia, j possuindo Sergipe oito fbricas de tecidos, com produtos expostos em Londres.

    Em 1834 comea a diversificao do parque industrial do estado, contando j com 630 unidades fabris, sendo 49 as mais impor-tantes, dedicadas ao tecido, espelhos, coco, mveis, doces, produtos farmacuticos, vinagre, calados e gelo.

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    A primeira fbrica ou estufa de coco de Sergipe surge nos idos de 1916, em Barra dos Coqueiros, pelas mos do sergipano Jardelino Porto, e tambm neste perodo, 1932-1934 que o estado sai da condio de importador para exportador da fibra de coco, atravs da firma E. Porto & Irmos, dirigida por Euclides e Irineu Porto.

    Surge tambm neste perodo o incio da produo do leite de coco, graas viso do empresrio lvaro Sampaio e do qumico Antnio Tavares de Bragana.

    Na dcada de 40 o governo comea a estimular a iniciativa particular e o ento Governador do Estado, Dr. Jos Rollemberg Leite, em 1943, isenta de impostos indstrias novas, estabelecendo prazos, critrios e valores atravs de uma tabela. Aos 30 dias de abril de 1948, na sede da Delegacia Regional do Trabalho fundada a Federao das Indstrias do Estado de Sergipe FIEs, com a participao dos seguintes sindicatos: Fiao e Tecelagem, Panificao e Confeitaria, Acar, Calados, Alfaiataria e Confeces de Roupas de Homem.

    No salo nobre da Associao Comercial de Aracaju, realizada a Assembleia Geral de instalao e posse da primeira diretoria da FIES, tendo como endereo a Av. Rio Branco 330, 1 andar. A nova entidade surge tendo por objetivos amparar e defender os inte-resses gerais das categorias econmicas industriais perante os poderes pblicos, colaborando com os mesmos no estudo e soluo de todos os assuntos capazes de fomentar a coeso, o fortalecimento e a expanso econmica. Objetivava ainda promover a soluo con-ciliatria dos dissdios ou litgios concernentes s atividades por ela representadas, a adoo de regras e normas que possibilitassem aperfeioar os sistemas de fabricao e os processos tecnolgicos, dentre outras importantes diretrizes que assinalassem significativo avano no processo industrial.

    Neste mesmo ano, o Sindicato da Indstria da Construo Civil filiado a Federao das Indstrias, aprovado o pedido de filia-o da entidade CNI e eleitos os seus primeiros representantes junto aquela entidade, nas pessoas dos industriais: Durval Rodrigues da Cruz, Carlos Silva Gomes e Jos Irineu no Nascimento.

    Em Setembro de 1948 criado o Departamento Regional do SENAI. A partir da inicia-se o esforo pela preparao e qualificao da mo de obra industrial. A entidade d incio ao processo, pri-

    meiro com a instalao do Centro de Treinamento Coelho e Campos, instalado na rua Prpria e depois com a instalao de outros ncleos e cursos de capacitao profissional, assinalando uma nova fase para o segmento industrial que passa a contar com pessoal qualificado no desempenho das atividades fabris e na operacionalizao do maquinrio instalado nas indstrias sergipanas com sig-nificativa melhoria da qualidade de vida da populao. Em janeiro do ano seguinte instalado o Departamento Regional do SESI em Sergipe. A entidade tinha como objetivo o estudo, o planejamento e a execuo de medidas que contribuam diretamente para o bem estar social dos trabalhadores da indstria e atividades assemelhadas, concorrendo para a melhoria do seu padro de vida. A Educao, o Esporte, o Lazer, a Sade e a Assistncia Social aos operrios, passam a experimentar uma nova e importante fase com multiplicao de aes direcionadas ao empregado da indstria e seus dependentes.

    Chega dcada de 50 e Sergipe com a poltica de iseno amplia seu parque industrial, desenvolvendo vrios segmentos como tecidos, acar, beneficiamento de arroz, coco, leos vegetais, sabo domstico, laticnios, artes grficas, lcool, papelo, entre ou-tros.

    Alcanada a dcada de 60, a expectativa com a explorao do petrleo gerou um resfriamento das atividades agrcola e pecuria e como consequncia o setor industrial que dependesse do algodo, da cana-de-acar e do coco passou a receber insumos menores e menos ateno das autoridades.

    tambm neste perodo que Sergipe alcana o maior nmero de empresas no ramo da industrializao do coco. Na dcada de 60 o Estado j o terceiro em participao no contexto nacional,

    perdendo apenas para o Rio de Janeiro e So Paulo e o primeiro em qualidade de produo fsica. Em 1963, com a descoberta do campo petrolfero de Carmpolis, comea a ser implantada toda infraestrutura para produo

    efetiva do petrleo, sendo instalada oficialmente a Petrobrs em Sergipe. Com relao aos demais minerais que deveriam ser explo-rados, permaneceram ligados a interesses puramente particulares, dificultando assim o incremento definitivo desta atividade, o que s vem a acontecer no final da dcada, com a criao pelo governo de rgos de assessoramento e planejamento industrial como o Ceag, Inep, Condese e com a participao efetiva da Federao das Indstrias de Sergipe. No incio da dcada de 70 implantado o DIA - Distrito Industrial de

    Aracaju, e definidos alguns incentivos fiscais, que impulsionam o surgimento de novos empreendimentos industriais. Em 1971 oficialmente instalado o Ncleo Regional do Instituto Euvaldo Lodi- IEL, tambm vinculado a Federao das Inds-

    trias do Estado. O IEL surge com o objetivo de realizar estudos e pesquisas de atividades universitrias entrosadas com atividades in-dustriais, promovendo seminrios, cursos especializados e estgios de treinamento. Procura, por fim, contribuir, sob qualquer forma e dentro do esprito da livre iniciativa, para a formao da mentalidade de cooperao universidade/ empresa.

    Na dcada de 80 h um grande desenvolvimento da economia sergipana motivada pelo efetivo aproveitamento dos recursos mi-nerais do estado, graas a amplos investimentos estatais, notadamente do sistema Petrobrs. Dar-se a instalao de duas importantes subsidirias daquela estatal: a Nitrofrtil, para a fabricao de amnia e ureia, e a Petromisa, para explorao e beneficiamento do Potssio, explorado da mina de Taquar-Vassouras. nesta dcada que o estado de Sergipe apresenta as maiores taxas de crescimento do seu produto interno, que o eleva condio de detentor da maior renda per capita do nordeste brasileiro.

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    Os anos 90 iniciam-se com inovaes nem sempre benficas a Sergipe. Dentro de mudanas globais, redefini-se o papel do setor pblico, coma retirada do Estado da economia. Isto representa um cho-

    que para os sergipanos, posto que o grande capital estatal marcou como fora motriz do desenvolvimento acelerado observado nas ltimas dcadas. Mesmo assim o Estado no parou. Sergipe conseguiu reverter o que eram derrotas, transformando-as em grandes vitrias. Dois exemplos podem ser citados: com a extino da Petrofertil, a sua subsidiria sergipana, a Nitrofertil incorporada a Petrobras; e com a extino da Petromisa, conseguiu-se a continuidade do Projeto Potssio, atravs da Companhia Vale do Rio Doce. A vinda da Vale do Rio Doce para Sergipe merece destaque especial, pois ainda na dcada de 90, consolidam-se alguns investimentos primordiais para o desenvolvimento de Sergipe, entre os quais, com maior destaque para o Terminal Porturio Igncio Barbosa, na Barra dos Coqueiros, o primeiro organizado dentro da nova legislao do setor e entregue para operao justamente Vale do Rio Doce que apresenta larga experincia em logstica e operaes de transporte.

    O final da dcada de 90, bem como o incio dos anos 2000, marcam o que deve ser analisado como uma nova fase da economia sergipana, com uma diversificao muito grande do setor industrial. Instalam-se novos tipos de indstrias, notadamente no setor de transformao, com destaque para a indstria de alimentos e bebidas, de equipamentos agrcolas e de irrigao, entre outros.

    A Federao das Indstrias do Estado de Sergipe tanto como entidade de representao sindical, quanto como gestora do SESI, SENAI e IEL, continua no tempo e no espao desempenhando um papel agregador do empresariado sergipano, procurando com equi-lbrio manter um elo destes, para com o setor pblico, bem como trabalhando com denodo nos servios de assistncia e benefcios educacionais, de sade e lazer ao trabalhador, na formao de mo de obra especializada para o setor, na transferncia de tecnologia e interao universidade/indstria.

    GOVERNADORES E PREFEITOS DO PERODO REPUBLICANO.

    1. A oligarquia Olimpista (1900-10):

    No inicio do sculo XX, a poltica sergipana registra dois partidos majoritrios: Partido Republicano de Sergipe: cabas. Partido Republicano Sergipense: pebas.

    Olimpio Campos: tendo conseguido impor-se sobre os velhos polticos como lder dos cabas, o Monsenhor Olmpio Campos.foi presidente do Estado, indicou os seus sucessores no governo, influiu poderosamente na eleio de deputados elegeu-se sena-

    dor. Nos municpios tambm eram eleitas sempre pessoas ligadas ao Monsenhor e os empregos pblicos eram distribudos entre os seus correligionrios. Manteve controladas as classes subalternas atravs do esquema de poder e represso, apoiado pelos coronis. Procurou contentar as classes dominantes, principalmente aos senhores de engenho, com um plano de recuperao da economia aucareira.

    Revolta de Fausto Cardoso (1906): Definio: Golpe para derrubar o governo olimpista. Motivos: A longa permanncia dos olimpistas no poder. A formao de um grupo mais radical da oposio. A criao do Partido Progressista: oposio radical ao olimpismo. causa imediata: a visita, pela primeira vez depois de eleito, do deputado federal Fausto Cardoso. + O Movimento: No dia 10.08.1906, um contingente da Polcia Militar tomava o Palcio do Governo e depunha o presidente Guilherme Campos. Formou-se um novo governo com membros (camadas mdias urbanas) do Partido Progressista. O movimento comeou em Aracaju, mas espalhou-se por Maruim, Itabaiana, N. S. das Dores, Laranjeiras, Rosrio, Itaporanga, Propri, Divina Pastora, Capela, Riachuelo e Japaratuba. A Interveno Federal: Em 28.08.1906, o governo federal enviou uma fora interventora para Sergipe, que deps os progressistas, retomou todas as sedes municipais e reps o olimpista Guilherme Campos na presidncia do Estado. Fausto Cardoso foi assassinado durante os embates militares da interveno.

    Dois meses depois, os filhos de Fausto Cardoso assassinaram Olimpio Campos no Rio de Janeiro.

    O governo Graccho Cardoso (1922-26):

    Fazia parte do grupo poltico que dominou Sergipe de 1910 a 1930: o PRC (Partido Republicano Conservador). procurou moder-nizar a capital e atingiu em certa medida o interior do Estado: Saneamento. Abastecimento de gua. Urbanizao e embelezamento. Construo de estradas, pontes e escolas no interior.

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    Revolta de 13 de Julho (1924): Movimento tenentista em Sergipe que promoveu a deposio de Graccho Cardoso aderindo revolta movida em So Paulo para depor o presidente da repblica Artur Bernardes. Motivos: A crise poltica vivida pelo Brasil em mbito nacional. a presena no 28 BC de oficiais implicados na revolta do Forte de Copacabana (RJ): foco de propaganda do anti-bernardismo oposio ao Governo Federal. causa imediata: a participao de tropas do 28BC na deposio do governo baiano J. J. Seabra indignou os oficiais sergipanos, que se sentiram instrumentos da poltica vingativa e arbitrria do Presidente da Repblica. O Movimento: os militares depuseram Graccho Cardoso e tomaram as cidades de Aracaju, Carmpolis, Rosrio, Japaratuba, Itaporan-ga e So Cristvo. Represso Federal: os militares foram violentamente derrotados pelas foras militares e pelas tropas formadas pelos coronis sergipanos. Consequncias: a violenta represso gerou grande descontentamento e dividiu a sociedade sergipana em vencidos e vencedores. Desgastou o governo de Graccho Cardoso e o tornou cada vez mais submisso ao Governo Federal e aos coronis.

    Revolta de Augusto Maynard (19.01.1926):Motivos: A represso aos movimentos tenentistas. A passagem da Coluna Prestes pelo Nordeste O Movimento: Fugindo da

    priso, o tenente Augusto Maynard Gomes, comandou uma operao que a partir do controle do 28BC, tentou tomar o Quartel de Polcia e depor o governo. A Represso: Graccho Cardoso mobilizou as foras legais ao governo: Augusto Maynard foi ferido e os tenentes pediram rendio.

    A revoluo de 30 em Sergipe:

    Sergipe no se incorporou dessa vez desde os primeiros momentos revoluo. em 16.10.1930, o manifesto de Juarez Tvora e as tropas revolucionrias foram recebidas festivamente na cidade. Augusto Maynard foi indicado como Interventor Federal de Sergipe.

    O governo de Seixas Drea (1962-1964):

    Incorporou-se luta pelas reformas de base do presidente Joo Goulart. Participou do comcio do 13 de maio no Rio, no qual anunciou a realizao da reforma agrria para Sergipe. Essas atitudes provocaram inquietao nos grupos conservadores. O golpe militar de 31 de maro de 1964, que derrubou Joo Goulart, tambm deps Seixas Drea.

    Perodo 1889-2013

    n Nome incio do mandato fim do mandato1 Junta governativa sergipana de 1889 17 de novembro de 1889 13 de dezembro de 18892 Felisbelo Firmo de Oliveira Freire 13 de dezembro de 1889 17 de agosto de 1890

    Augusto Csar da Silva Loureno Freire de Mesquita Dantas Antnio de Siqueira Horta

    17 de agosto de 1890 4 de outubro de 1890

    junta governativa e interinos 4 de outubro de 1890 18 de maio de 18923 Jos de Calazans 18 de maio de 1892 11 de setembro de 18944 Joo Vieira Leite 11 de setembro de 1894 24 de outubro de 18945 Oliveira Valado 24 de outubro de 1894 27 de junho de 18966 Antnio Leonardo da Silveira Dantas 27 de junho de 1896 4 de setembro de 18967 Antnio de Siqueira Horta 4 de setembro de 1896 6 de outubro de 1896 Antnio Leonardo da Silveira Dantas 6 de outubro de 1896 24 de outubro de 18968 Martinho Csar da Silveira Garcez 24 de outubro de 1896 14 de agosto de 18989 Apulcro Mota 14 de agosto de 1898 24 de outubro de 189910 Olmpio de Sousa Campos 24 de outubro de 1899 24 de outubro de 190211 Josino Odorico de Meneses 24 de outubro de 1902 24 de outubro de 190512 Guilherme de Campos 24 de outubro de 1905 10 de agosto de 1906 Joo Maria Loureiro Tavares 10 de agosto de 1906 28 de agosto de 190613 Guilherme de Campos 28 de agosto de 1906 24 de outubro de 190814 Jos Rodrigues da Costa Dria 24 de outubro de 1908 24 de outubro de 191115 Antnio Jos de Siqueira Meneses 24 de outubro de 1911 28 de julho de 191416 Pedro Freire de Carvalho 28 de julho de 1914 24 de outubro de 191417 Oliveira Valado 24 de outubro de 1914 24 de outubro de 191818 Jos Joaquim Pereira Lobo 24 de outubro de 1918 24 de outubro de 192219 Maurcio Graccho Cardoso 24 de outubro de 1922 24 de outubro de 1926

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    Manuel Correia Dantas 24 de outubro de 1926 6 de novembro de 1926 Ciro Franklin de Azevedo 6 de novembro de 1926 5 de dezembro de 1926 Manuel Correia Dantas 5 de dezembro de 1926 9 de janeiro de 1927 Francisco de Sousa Porto 9 de janeiro de 1927 30 de janeiro de 192720 Manuel Correia Dantas 30 de janeiro de 1927 17 de outubro de 1930 Ernides Ferreira de Carvalho 17 de outubro de 1930 20 de outubro de 1930 Jos de Calazans 20 de outubro de 1930 4 de novembro de 1930 Marcelino Jos Jorge 4 de novembro de 1930 10 de novembro de 1930 Jos de Calazans 10 de novembro de 1930 16 de novembro de 193021 Augusto Maynard Gomes 16 de novembro de 1930 28 de maro de 1935 Aristides Napoleo de Carvalho 28 de maro de 1935 2 de abril de 193522 Ernides Ferreira de Carvalho 2 de abril de 1935 30 de junho de 194123 Milton Pereira de Azevedo 1 de junho de 1941 27 de maro de 194224 Augusto Maynard Gomes 27 de maro de 1942 27 de outubro de 1945 Francisco Leite Neto 27 de outubro de 1945 5 de novembro de 194525 Hunald Santaflor Cardoso 5 de novembro de 1945 31 de maro de 194626 Antnio de Freitas Brando 31 de maro de 1946 30 de janeiro de 194727 Joaquim Sabino Ribeiro 30 de janeiro de 1947 29 de maro de 194728 Jos Rollemberg Leite 29 de maro de 1947 31 de janeiro de 1951 Joo Dantas Martins dos Reis 31 de janeiro de 1951 17 de fevereiro de 1951 Edlzio Vieira de Melo 17 de fevereiro de 1951 12 de maro de 195130 Arnaldo Rollemberg Garcez 12 de maro de 1951 31 de janeiro de 195531 Leandro Maynard Maciel 31 de janeiro de 1955 31 de janeiro de 195932 Lus Garcia 31 de janeiro de 1959 6 de julho de 196233 Dionsio de Arajo Machado 6 de julho de 1962 30 de janeiro de 196334 Horcio Dantas de Goes 30 de janeiro de 1963 31 de janeiro de 196335 Joo de Seixas Dria 31 de janeiro de 1963 1 de abril de 196436 Sebastio Celso de Carvalho 1 de abril de 1964 31 de janeiro de 196737 Lourival Baptista 31 de janeiro de 1967 14 de maio de 1970 Wolney Leal de Melo 14 de maio de 1970 4 de junho de 197038 Joo de Andrade Garcez 4 de junho de 1970 15 de maro de 197139 Paulo Barreto de Menezes 15 de maro de 1971 15 de maro de 197540 Jos Rollemberg Leite 15 de maro de 1975 15 de maro de 197941 Augusto do Prado Franco 15 de maro de 1979 14 de maio de 198242 Djenal Tavares Queirs 14 de maio de 1982 15 de maro de 198343 Joo Alves Filho 15 de maro de 1983 15 de maro de 198744 Antnio Carlos Valadares 15 de maro de 1987 15 de maro de 199145 Joo Alves Filho 15 de maro de 1991 1 de janeiro de 199546 Albano do Prado Pimentel Franco 1 de janeiro de 1995 1 de janeiro de 199947 Albano do Prado Pimentel Franco 1 de janeiro de 1999 1 de janeiro de 200348 Joo Alves Filho 1 de janeiro de 2003 1 de janeiro de 200749 Marcelo Dda 1 de janeiro de 2007 1 de janeiro de 201150 Marcelo Dda 1 de janeiro de 2011 atualidade

    O PATRIMNIO HISTRICO DO ESTADO DE SERGIPE.

    No territrio sergipano esto localizados diversos monumentos tombados pelo patrimnio histrico: a igreja matriz da Divina Pastora, em Divina Pastora; a antiga residncia jesutica, atual casa da Fazenda Iolanda, e capela anexa, em Itaporanga dAjuda; a casa do engenho Retiro e sua capela de Santo Antnio e a igreja de Nossa Senhora da Conceio, na Comendaroba, ambas fundadas pelos jesutas; a igreja matriz de Nossa Senhora do Perptuo Socorro, em Nossa Senhora do Socorro; a capela do Engenho da Pedra, em Riachuelo; e a igreja Nossa Senhora do Socorro, em Tomar do Geru.

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    Outros monumentos esto localizados nas cidades histricas de Laranjeiras -- a matriz do Sagrado Corao de Jesus (sculo XVIII) e a capela do Engenho Jesus, Maria, Jos; So Cristvo -- os sobrados coloniais da praa Getlio Vargas, a Santa Casa de Misericrdia e sua igreja (1627), a igreja de Nossa Senhora do Rosrio (1749) e a igreja matriz de Nossa Senhora da Vitria (sculo XVII); e Santo Amaro das Brotas -- a igreja matriz de Santo Amaro e a capela de Nossa Senhora da Conceio no Engenho Caieira.

    LOCALIZAO DOS MUNICPIOS DE SERGIPE.

    Seus 75 Municpios esto divididos em 13 microrregies, a de Aracaju, a do Serto do So Francisco, a de Propri, a de Nossa Senhora das Dores, a do Agreste de Itabaiana, a do Cotinguiba, a do Agreste do Lagarto, a de Tobias Barreto, a do Boquim, a de Estncia, a do Baixo do Cotinguiba, a de Japaratuba e a de Carira.

    Localizao Leste da Regio NordesteSigla SErea 22.050,3 km

    Limites Alagoas (N), Oceano Atlntico (L), Bahia (S e O).

    Relevo Plancie litornea e planalto

    VegetaoMangues, floresta tropical e caatinga.

    Populao 1.784.475 habitantes (2000)Habitante SergipanoDensidade populacional 80,92 hab/kmMunicpios 75Analfabetismo 33,29%

    Rios principaisSo Francisco Vaza Barris, Sergipe, Japaratuba, Real e Piau.

    Clima TropicalCapital AracajuTemperatura mdia anual 23 e 24CChuvas Outono e invernoHora local (relao Braslia) A mesmaCidades mais populosas Aracaju, Lagarto, Itabaiana e

    Estncia.

    AtraesAracaju, So Cristvo, Laranjeiras e Estncia.

    Os municpios interioranos tm ligao rodoviria fcil com a capital, so centros regionais que apoiam significativo nmero de centros emergentes e centros locais.

    Propri, situada na bacia do Rio So Francisco, o mais importante municpio do norte do Estado. Historicamente, essa cidade comandou a regio do Baixo So Francisco Sergipano, atendendo Sergipe e Alagoas.

    Itabaiana, localizada na regio central do estado de Sergipe, na bacia do Rio Sergipe, centro regional consolidado que atende a uma vasta regio, com oferta de bens e servios, e funciona como entreposto comercial para produtos vindos da regio sudeste do pas e local de apoio ao transporte rodovirio. As reas rurais do municpio e de seus vizinhos abastecem vrias regies dentro e fora do estado de Sergipe, usando a irrigao como forma bastante disseminada de produo de alimentos.

    Estncia, segundo centro industrial do estado de Sergipe, fica na regio do agreste e localiza-se na bacia do rio Piau. Seu dina-mismo econmico esteve bastante ligado produo de laranja e industrializao de sucos para exportao. Sede de distribuidora de energia eltrica (Sulgipe), este centro regional atende aos municpios da regio sul e parte da regio sudeste de Sergipe. Atualmente, o municpio se destaca por sediar indstrias de sucos e bebidas, txteis e cosmticos, que geraram empregos e outros benefcios populao.

    Aracaju, capital do Estado, situada na regio da foz do Rio Sergipe, forma com os municpios de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, Laranjeiras e So Cristvo, uma regio metropolitana, com aproximadamente 700 mil habitantes. A populao de Aracaju e regies limtrofes vem crescendo aceleradamente, devido imigrao de pessoas provenientes de outros municpios de Sergipe, especialmente de reas rurais, bem como de outros estados da Federao, especialmente do Nordeste Brasileiro.

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    ASPECTOS CLIMTICOS DE SERGIPE.

    O clima de Sergipe tropical quente e mido ao longo da costa do Oceano Atlntico, enquanto no interior torna-se mais seco, tornando-se um clima semirido no serto mais rido. As temperaturas so bastante elevadas e variam ligeiramente em diferentes estaes do ano.

    As chuvas so mais ao longo da costa, onde a estao chuvosa comea em maro e termina em agosto, os meses mais chuvosos so entre abril e julho, a estao seca entre outubro e fevereiro. A quantidade de chuva que cai ao longo da costa em torno de 1600 mm por ano. As temperaturas mximas mdias variam entre 30C durante os meses de vero e os 27C durante os meses de inverno. As temperaturas mnimas mdias variam entre 24C nos meses de vero e 22C durante os meses de inverno.

    No interior as chuvas diminuem algumas dezenas de quilmetros da costa, h, em mdia, cerca de 1000 mm de chuva por ano, enquanto mais a oeste as chuvas esto reduzidas a cerca de 700 mm por ano. Nestas regies, a estao chuvosa reduzida entre os meses de maro e julho e a estao seca mais acentuada. As temperaturas mximas mdias so pouco superiores do que ao longo da costa, enquanto que as temperaturas mdias mnimas so ligeiramente menores.

    A temperatura da gua do mar varia entre 28C durante os meses de vero e de 25C em Agosto.

    PRINCIPAIS RELEVOS E ECOSSISTEMAS DE SERGIPE.

    Seu relevo composto de plancie e planalto, e a maior parte, cerca de 86%, com menos de 300 m de altitude.O trecho litorneo largo, formado pelas areias e dunas litorneas. A medida que se vai indo para o interior surgem pequenas

    elevaes (em torno dos 100 m), os tabuleiros, at o centro do Estado.Em direo a oeste as altitudes chegam a 742 m formando a Serra Negra (ponto culminante do Estado). Prximo divisa com a

    Bahia surgem as Serras Comprida, Palmares, Miava, Itabaiana, Cajueiro, Calunga, entre outras e a sudoeste, as Serras Aguilhadas, Gabiei, Boqueiro, Mascota, Caraba e outras. Margeando o So Francisco encontramos plancie que na divisa com Alagoas, junto ao litoral, forma um delta.

    Como nos outros Estados do Nordeste, tambm em Sergipe encontramos as unidades fsicas regionais: Litoral e Zona da Mata, Agreste e Serto, mas de forma menos ntida.

    - Litoral - encontra-se a vegetao de mangues, cobertos de gua salobras, junto a extensas reas arenosas, onde se espalham os famosos coqueirais sergipanos e campos de dunas.

    - Zona da Mata - permanece dominada pela cana-de-acar e floresta tropical, atualmente muito devastada, nos topos de algumas colinas e sop de serras.

    - Agreste - abriga duas regies: a de Itabaiana, essencialmente agrcola com policultura, minifndio e alta densidade demogrfica e a de Lagarto, na qual se desenvolve a lavoura do fumo. A vegetao foi quase toda devastada para a agricultura.

    - Serto - ocupa a parte noroeste do Estado, com a caatinga e a pecuria, predominando as grandes propriedades e as baixas densidades populacionais.

    O Estado no apresenta secas importantes, pois com o relevo baixo, os ventos midos do Oceano penetram facilmente.Abriga uma das maiores concentraes de bacias hidrogrficas, a do Rio So Francisco; do Rio Japaratuba; do Rio Sergipe,

    responsvel pelo abastecimento de gua de Aracaju atravs do represamento dos Rios Poxim e Pitanga; do Rio Vaza-Barris; do Rio Piau; e do Rio Real, que quando desguam em seu litoral formam imensos manguezais, viveiro natural de vrias espcies marinhas, onde se encontram os caranguejos, importantes para a populao.

    Os mangues vm sendo arrasados, ou para a fabricao de carvo, aterros (Coroa do Meio) e construo civil, ou para sua utili-zao como combustvel, pelas indstrias.

    Conta com vrias ilhas, destacando-se as Ilhas da Paz do Paraso (nos esturios dos Rios Vaza-Barris) e a Ilha de Aram bipe (na foz do Rio So Francisco). Na Ilha de Santa Luzia, defronte a Aracaju, est a Cidade de Barra dos Coqueiros. Em So Cristvo, a Ilha de Patativa ou Ilha da Veiga; em Porto da Folha, a Ilha de So Pedro.

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    As lagoas existentes so de restinga e de vrzea. Cedro a maior lagoa em Sergipe. O Estado abriga ainda as Lagoas de Catu, em Japaratuba e a da Prata, em Tobias Barreto.

    O clima tropical domina o Estado: o quente mido corresponde faixa litornea, com um perodo de seca de apenas 3 meses; quente e semimido entre o litoral e o serto, com um perodo de 4 a 5 meses de seca; e quente e semirido (seco) no serto, com um perodo de 7 a 8 meses de seca.

    Regio Cidades

    01 - Agreste de Itabaiana Areia Branca, Campo do Brito, Itabaia-na, Macambira, Malhador, Moita Bonita, .

    02 - Agreste de Lagarto Lagarto, Riacho do Dantas

    03 - Aracaju Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro, So Cristvo

    04 - Baixo CotinguibaCarmpolis, General Maynard, Laranjeiras, Maruim, Riachuelo, Rosrio do Catete, Santo Amaro das Brotas

    05 - Boquim Boquim, Arau, Cristinpolis, Itabaiani-nha, Pedrinhas, Salgado, Geru, Umbaba

    06 - Carira Carira, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida, Pedra Mole, Pinho, Ribeirpolis

    07 - Cotinguiba Capela, Divina Pastora, Santa Rosa de Lima, Siriri

    08 - Estncia Estncia, Indiaroba, Itaporanga dAjuda, Santa Luzia do Itanhy

    09 - Japaratuba Japaratuba, Japoat, Pacatuba, Pirambu, So Francisco

    10 - Nossa Senhora das DoresNossa Senhora das Dores, Aquidab, Cum-be, Malhada dos Bois, Muribeca, So Miguel do Aleixo

    11 - Propri

    Propri, Amparo de So Francisco, Brejo Grande, Canhoba, Cedro de So Joo,Ilha das Flores, Nepolis, Nossa Senhora de Lourdes, Santana do So Francisco, Telha

    112 -Sergipana do Serto do So Francisco

    Canind de So Francisco, Feira Nova, Ga-raru, Gracho Cardoso, Itabi, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glria, Poo Redondo, Porto da Folha

    13 - Tobias Barreto Tobias Barreto, Poo Verde, Simo Dias

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    BACIAS HIDROGRFICAS DE SERGIPE.

    No Estado de Sergipe existem 08 (oito) Bacias Hidrogrficas: bacias do Rio So Francisco, Rio Vaza Barris, Rio Real, Rio Japa-ratuba, Rio Sergipe, Rio Piau, Grupo de Bacias Costeiras 1 (GC1) e Grupo de Bacias Costeiras 2 (GC2). Os rios So Francisco, Vaza Barris e Real so rios federais por que atravessam mais de um Estado. Enquanto os rios Japaratuba, Sergipe e Piau so rios estaduais, pois suas bacias esto dentro do Estado de Sergipe.

    A Bacia Hidrogrfica do Rio Japaratuba

    A bacia hidrogrfica um sistema fsico e compreende todo o territrio que apresenta caracterstica topogrfica, geolgica, de solo, de vegetao e de guas; que recebe e conduz todos os volumes slidos e lquidos superficiais que se precipitam e escoam pelo exutrio, com limites interno e externo em todos os processos, provocando interferncia no fluxo de matria e energia em rios e canais fluviais. No entendimento de (Magalhes Junior, 2007), compreende um conjunto ambiental integrado de elementos fsicos, biticos e socioeconmicos inter-relacionados. Dessa forma, universalmente foi adotada a bacia hidrogrfica como unidade bsica de estudos e planejamento sendo analisada como um sistema aberto, resultante da interao das aes humanas com os elementos e formas do meio fsico (Santos, 2004), visando fornecer subsdios para a construo de um planejamento de polticas pblicas que possa alavancar o desenvolvimento sustentvel da regio e, por conseguinte melhorar a qualidade ambiental e de vida para o homem, tanto as suas geraes presentes quanto futuras.

    No que diz respeito capacidade de suporte ambiental, que por conta do processo de degradao j existente e pela intensificao acelerada da ocupao humana em seu entorno; amplia tanto as fronteiras urbanas, e no seu encalo o lanamento de esgotos in natura nos corpos d gua; quanto agrcola, visto que, a adoo da poltica nacional na busca de uma alternativa aos combustveis fsseis tem provocado a corrida para o aumento do plantio de cana-de-acar para a produo de combustveis renovveis, o etanol, nesta regio que j foi palco da monocultura canavieira no passado, retoma este tipo de economia com mais vigor; pela ocupao desordenada do solo e pela perspectiva de ampliao da industrializao no mdio e baixo curso do rio.

    A bacia hidrogrfica do rio Japaratuba ocupa um espao de drenagem de 1.734,9 km, o que corresponde a 7,73% do Estado de Sergipe. Encontra-se localizada entre 10 13 e 10 47 de latitude sul e 36 49 e 36 19 de longitude oeste; ao norte confronta-se com as bacias hidrogrficas dos rios So Francisco, Sapucaia e riacho Aningas; ao sul, com a bacia hidrogrfica do rio Sergipe, desa-guando a leste no oceano Atlntico, e, contrai-se a Oeste para formar um vrtice entre as bacias hidrogrficas dos rios So Francisco e Sergipe. Sua nascente se localiza na serra de Boa Vista, no municpio de Gracho Cardoso, a uma altitude pouco superior a 240 m. O seu territrio se compe de dezoito municpios pertencentes s microrregies de Nossa Senhora das Dores, entre os quais trs esto totalmente inclusos: Cumbe, Carmpolis e General Maynard, e os quinze restantes esto parcialmente inseridos na mesma: Capela, Barra dos Coqueiros, Graccho Cardoso, Aquidab, Malhada dos Bois, Muribeca, Rosrio do Catete, Santo Amaro das Brotas, Piram-bu, Nossa Senhora das Dores, Feira Nova, Divina Pastora, Siriri e Japaratuba.

    Atualmente os problemas ambientais na bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, tem se revelado com relativa gravidade, decorrente principalmente pelo processo de ocupao humana, seja do ponto de vista urbano, quanto agroindustrial e industrial. Estes problemas podem ser mais bem compreendidos a partir do conhecimento dos fatores fisiogrficos e hidrogrficos que determinam o comporta-mento ambiental do sistema em estudo.

    Saliente-se, no entanto, que dentre os elementos naturais/ambientais componentes do sistema bacia hidrogrfica, os recursos hidrolgicos, integrado percepo ambiental dos entrevistados, teve a prioridade na anlise desta pesquisa, enquanto que, os fatores geolgicos e climticos, os recursos biolgicos e o uso do solo e ocupao da terra, serviram de instrumentos auxiliares para a ava-liao, cumprindo, dessa forma, a abordagem metodolgica proposta.

    A bacia hidrogrfica do rio Japaratuba compe-se de trs rios principais que so: o rio Japaratuba, drenagem principal; o Siriri, afluente pela margem direita e o Japaratuba Mirim pela margem esquerda, que formam trs sub-bacias. A do rio Japaratuba, cuja largura de 12,57 km com declividade de 0,26%, ou seja, 2,6 m/km que se estende por uma rea de 930 km, compreendendo 54,85% de toda a bacia hidrogrfica; apresenta um curso de 124 km at o Oceano Atlntico e forma esturio entre os municpios de Pirambu e Barra dos Coqueiros. Liga-se bacia hidrogrfica do rio Sergipe atravs do Canal Pomonga construdo no sculo XIX (Fontes, 1997).

    A sub-bacia hidrogrfica do rio Siriri apresenta declividade de 4,1 m/km, altitudes de 230 m e se estende por uma rea de 430,3 km, compreendendo 25,37% de toda a bacia hidrogrfica; apresenta um curso de 56 km, nasce em Nossa Senhora das Dores e sua direo NW-SE. A sub-bacia hidrogrfica do Rio Japaratuba-Mirim apresenta largura de 8,83 km, altitudes de 230m e se estende por uma rea de 335,4 km, compreendendo 19,78% de toda a bacia hidrogrfica; apresenta um curso de 54 km, nasce em Aquidab e sua direo NW-SE at tornar-se afluente (Fontes, 1997).

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    Os principais tributrios da margem direita so: rio Siriri, rio Mocambo, rio Pomonga e outros de menor porte. Os tributrios da margem esquerda so: rio Cagamba e rio Japaratuba Mirim, alm de outros rios e riachos de pequeno porte. Constituem os principais reservatrios encontrados na bacia do rio Japaratuba os audes do Cumbe e do Rosrio. Alm desses, podem ser encontrados outros audes de pequeno porte, construdos para minimizar os efeitos das secas prolongadas, especialmente no trecho inserido na regio semirida.

    Conforme Brasil (2002), os domnios hidrogeolgicos das guas subterrneas da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba se dis-tinguem por se encontrarem em formaes do tipo Metassedimentos/Metavulcanitos, Cristalino e apresentam comportamento de aqufero fissural; Formaes Superficiais Cenozoicas e Bacias Sedimentares e tem comportamento de aqufero granular; Meta-carbonatos que constitui um sistema de aqufero desenvolvido em rochas calcrias; Grupo Estncia cujo comportamento de aqu-fero granular e misto.

    Os municpios que se encontram sob a influncia da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba apresentam climas que variam desde o megatrmico mido e subsumido, megatrmico seco e semirido e megatrmico quente e semimido; alguns deles esto inseridos parcialmente no polgono das secas ou totalmente inclusos, no primeiro caso encontram-se os municpios de Nossa Senhora das Do-res e Aquidab, no segundo Cumbe, Feira Nova e Gracho Cardoso ou na rea de transio como o caso de Malhada dos Bois, con-forme classificao climtica (Leite, 1976). A mdia anual de temperatura encontra-se entre 24,6C a 26C em toda a sua extenso. E, precipitao pluviomtrica anual, cujo perodo chuvoso vai de maro a agosto, apresenta ndices em torno de 1050 mm a 1650 mm para os municpios prximos ao litoral, enquanto que, para aqueles que esto na regio do polgono das secas ou na sua transio, o ndice varia em torno de 800,0 mm a 996,7 mm, com exceo do Municpio de Nossa Senhora das Dores, que se encontra na zona de transio e apresenta precipitao mdia anual de 1056,4 mm.

    Conforme Brasil (2002), a geologia da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba est representada pelas seguintes formaes: Dom-nio Macurur; Depsitos Flvio-lagunares; Depsitos de Pntanos e Mangues; Depsitos Aluvionares; Depsitos Elicos Litorneos; Grupo Perucaba; Grupo Barreiras; Formao Cotinguiba, membro Sapucari; Granitoides, Tipo Falo mal; Grupo Coruripe; Membro Taquari (Formao Riachuelo); Membro Maruim (Formao Riachuelo) e Corpos Mfico-Ultramficos.

    A unidade geomorfolgica dominante em boa parte da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, principalmente os municpios in-terioranos o Pediplano Sertanejo, cujas caractersticas so de superfcie pediplanada e relevos dissecados dos tipos colina, cristas e interflvios tabulares. Superfcies de rios, com relevo dissecado predominantemente em colinas, embora existam crista e interf-lvios tabulares dominando a rea compreendida nos vales do rio Cotinguiba-Sergipe. Tabuleiros Costeiros com caractersticas de superfcie Tabular Erosiva, do tipo aplainado, com sees de drenagem perene e relevos dissecados em colinas, cristas e interflvios tabulares, ocorrendo no nordeste do Estado. Plancie Costeira ocorrendo na regio litornea da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, especificamente na sua foz e so resultantes de processos de acumulao flvio-marinha, fluvial e fluvial, correspondendo s plancies marinhas, flvio marinha e fluvial com ou sem terrao fluvial.

    Os solos que compem a regio da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba-Sergipe so Argissolo Vermelho Amarelo Eutrfico, Eutrfico, Argissolo Vermelho Amarelo, Neossolos Litlicos Eutrficos e Planossolo Hplico Eutrfico Vertisslico, Vertiss-lico, Vertissolos Hidromrficos (Gleisolos, Organossolos e Neossolos Quartzarnicos Hidromrficos), Espodossolos, Latossolos Vermelhos Amarelos, Cambissolos Hplicos Eutrficos e Cambissolos Hplicos Distrficos, Pediplano Sertanejo, Neossolos Quart-zarnicos Marinhos e Halomrficos (Indiscriminados de Mangues) com uma vegetao de Capoeira, vestgios de Mata, Caatinga e Higrfila, campos limpos e campos sujos.

    Aspectos socioeconmicos

    A civilizao humana sempre esteve associada ocupao das margens dos cursos dgua existentes na superfcie da Terra. Estes assentamentos tambm se condicionaram s condies climticas, o de ver suas guas secarem por conta de estiagens prolongadas ou a presena de grandes inundaes, considerando as aes dos fenmenos naturais. E tambm, por outro lado, ter que enfrentar querelas e disputas por conta de interesses de outros grupos. A despeito destes conflitos que tm o foco no ambiente, a sobrevivn-cia destes grupos humanos sempre esteve ligada s suas necessidades bsicas e vitais. Como o objeto deste estudo so os conflitos socioambientais imbricados nos usos dos recursos naturais, a bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, no est livre das querelas, con-tradies e conflitos humanos. Antes, em sculos antecedentes, o espao era ocupado pelos ndios Tupinambs, que tiveram disputar suas terras com os colonos brancos portugueses.

    Hoje, os municpios que compem a bacia hidrogrfica do rio Japaratuba-Sergipe, so ocupados por uma populao de 201.337 habitantes, dos quais 122.486 esto nas reas urbanas e o restante, que representa 78.851 habitantes, encontra-se nas reas rurais. A maior concentrao de populao registrada na rea central desta unidade de planejamento, onde esto localizadas as cidades de Nossa Senhora das Dores, Capela, Aquidab e Maruim.

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    A partir da dcada de 1960 a bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, que j se encontrava com o ambiente em processo de degra-dao e com algumas reservas de mata atlntica dispersas em locais ainda no explorados ou em latifndios ainda no usados pela lavoura recebeu, no seu esturio, a instalao do Petrleo Brasileiro S.A. Petrobrs (indstria petrolfera ligada prospeco, ex-plorao, extrao e produo de petrleo e gs). Some-se ao processo de degradao j existente, a partir da explorao do solo pela monocultura da cana-de-acar, da pecuria e da extrao de madeira, a chegada da indstria de petrleo que faz uso do solo e do sub-solo dessa bacia hidrogrfica, impe uma explorao de forma mais significativa e com consequncia de degradao ambiental ainda maior. A unidade de planejamento em estudo sofreu maior agresso ambiental quando o descarte de gua produzida proveniente do processo de produo de petrleo era lanado diretamente no leito do rio Japaratuba ou mesmo no entorno da bacia hidrogrfica. Tal fato refletia negativamente na utilizao dos corpos dgua superficiais para uso humano, animal e para pesca, que se constitua em economia de subsistncia para as comunidades do entorno da referida bacia. Nesse contexto, a unidade de planejamento foi e tem sido objeto de conflitos na regio, o que impede a sustentabilidade do ambiente e da comunidade com reflexos no desenvolvimento social da regio e, por consequncia, na qualidade de vida da populao. Na dcada de 1980 foi instalado o Complexo Minero- industrial Taquari-Vassouras (explorado pela empresa Petrleo Brasileiro Minerao Petromisa) arrendada desde 1992 Companhia Vale do Rio Doce (Vale) a se instalar para produzir cloreto de potssio e sdio, acrescentando mais uma varivel no j degradado espao ambiental da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba.

    A implantao destas indstrias de minerao e explorao de petrleo provocou alteraes fsicas, econmicas e sociais, em decorrncia da forma de utilizao da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba que a modificou desde o subsolo superfcie moldando, inclusive o relevo, com a derrubada de morros e colinas para adequar s suas necessidades exploratrias.

    A estrutura produtiva do setor secundrio da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba apresentava-se sempre de forma semelhante a do Estado de Sergipe, dado o seu interrelacionamento com o setor primrio, base econmica da regio. Os estabelecimentos indus-triais presentes na bacia hidrogrfica do rio Japaratuba so indstrias qumicas, indstrias cermicas, indstria de minerao, inds-trias de explorao de petrleo, mineraes (mrmore e granito) e indstrias de cermica. A quantidade total de estabelecimentos in-dustriais cadastrados nos municpios da bacia do rio Japaratuba 111, o que corresponde a 7% do total do Estado. Os municpios que registram a maior concentrao de estabelecimentos industriais so: Capela (19), Japaratuba (16) e Nossa Senhora das Dores (28). As reas de explorao de petrleo pela Petrobrs ocorrem nos municpios de Pirambu, Carmpolis, Japaratuba, Rosrio do Catete, General Maynard, Maruim, Santo Amaro das Brotas e Siriri. A extrao de potssio e sdio ocorre exclusivamente no municpio do Rosrio do Catete. Os municpios de Pirambu e Barra dos Coqueiros destacam-se tambm na atividade turstica, pois se encontram localizados na faixa litornea, onde afloram as praias s margens do rio Japaratuba e se constroem os bares e pontos de atracao de embarcaes (Sergipe, 2006).

    No que se refere ao atendimento pela rede pblica de abastecimento dgua aos domiclios situados na bacia hidrogrfica do rio Japaratuba, aproximadamente 37,7% dos mesmos no so atendidos. Melhor situao observada nos municpios de Carmpolis (18,7%), Rosrio do Catete (25,5%) e Pirambu (27,3%), enquanto que no municpio de Siriri observa-se a pior situao, onde 54,4% dos domiclios apresentam abastecimento dgua inadequado. Quanto ao esgotamento sanitrio, 88,7% dos domiclios da bacia hidrogrfica do rio Japaratuba apresentam situao inadequada. Na maioria dos municpios esse percentual chega a 100%, exceto em Rosrio do Catete e Carmpolis, onde se tem ndices de inadequabilidade do sistema de esgotamento sanitrio de 13% e 51,1%, respectivamente. A maior parte dos domiclios possuem fossa rudimentar (71,4%), enquanto 15,5% no possuem nem banheiro nem sanitrio. Dessa forma, os rios e audes da bacia do rio Japaratuba recebe uma carga poluidora orgnica representada pelo lanamento de esgotos domsticos.

    Quanto ao uso da terra na bacia hidrogrfica do rio Japaratuba est caracterizado pela existncia de reas urbanas e rurais, uni-dades industriais e grande parte do campo de explorao de petrleo do Estado de Sergipe e de explorao de potssio. As principais formas de uso da terra so as seguintes: ocupao urbana e industrial (Nossa Senhora das Dores); reas cultivadas com cana-de--acar (Japaratuba e Capela); reas cultivadas com coco (Santo Amaro das Brotas); reas cultivadas com feijo (Nossa Senhora das Dores); reas cultivadas com mandioca (Nossa Senhora das Dores); reas cultivadas com milho (Nossa Senhora das Dores); reas de explorao de petrleo (Pirambu, Carmpolis, Rosrio do Catete e Siriri); reas de Mata Atlntica e Manguezais e, uma rea de proteo ambiental localizada prximo ao litoral no municpio de Pirambu a Reserva Biolgica de Santa Isabel pertencente Unio. (Texto adaptado de ARAJO, S. S. de. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente).

    Bacia Hidrogrfica do Rio Sergipe

    O rio Sergipe um rio brasileiro que banha o estado de Sergipe. Na sua foz, separa Aracaju da Barra dos Coqueiros. Recentemen-te uma ponte foi construda sobre o seu leito. A ponte Construtor Joo Alves filho que liga a capital do estado Aracaju ao municpio de Barra dos Coqueiros o ltimo obstculo do rio at o seu encontro final com o mar.

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    - Caractersticas da Bacia Hidrogrfica

    Com uma extenso de 210 km, o rio Sergipe nasce na Serra Negra, divisa com o estado da Bahia, atravessando Sergipe no sentido oeste/leste at desaguar no Oceano Atlntico, entre os municpios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, perfazendo uma rea de 3.673 km, o que corresponde a 16,70% do territrio sergipano.

    - Principais afluentes

    Entre os principais afluentes que compem a bacia hidrogrfica, destacam-se pela margem direita os rios Sovaco, Lages, Cam-panha, Jacoca, Vermelho, Jacarecica, Pitanga e Poxim e pela margem esquerda os rios Salgado, Cgado, Ganhamoroba, Parnamirim e Pomomba; a Lagoa dos Mastros, o Aude da Macela, em Itabaiana e as Barragens Jacarecica I e II.

    - Clima

    Na bacia do rio Sergipe, como em todo o Estado, predomina o clima quente, com vero seco. No serto, que corresponde a 58% da bacia, o clima semirido, enquanto na parte do agreste, que cobre 24% das terras, subsumido. Na faixa litornea (18% da rea), o clima classificado como mido. As chuvas, normalmente, se concentram nos meses de maro e agosto. Na grande Aracaju, a precipitao mdia anual de 1.333 mm e a temperatura mdia anual de 25,2%C.

    - Uso do solo

    Ao longo da bacia hidrogrfica predomina a ocupao das terras com pastagem, correspondendo a 46% da rea fsica da bacia. Esse fato torna a pecuria uma atividade econmica de natureza predatria, sendo responsvel por grande parte do desmatamento. As matas pouco densas ocupam 22,6% da rea, enquanto 18,5% esto ocupadas pelas lavouras; 5,1% por florestas; 2,2% por mangues; 2% por reas urbanas; 1,6% por vegetao de dunas; 1,3% por superfcies com gua e 0,7% por reas expostas.

    - Municpios pertencentes bacia hidrogrfica

    A bacia hidrogrfica do rio Sergipe constituda por 26 municpios, dos quais oito possuem suas terras inseridas integralmente na rea da bacia: Laranjeiras, Nossa Senhora Aparecida, Malhador, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, Moita Bonita, So Miguel do Aleixo e Nossa Senhora do Socorro. Os demais esto parcialmente inseridos, destacando-se Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Gracho Cardoso, Itabaiana, Itaporanga dAjuda, Maruim, Nossa Senhora da Glria, Nossa Senhora das Dores, Rosrio do Catete, Santo Amaro das Brotas, So Cristvo, Siriri e Ribeirpolis. Ao longo do seu percurso, dezesseis outros rios e vrios riachos vo lanando suas guas na calha principal do rio, contribuindo para sua formao e culminando no Oceano Atlntico, por meio de seu extenso esturio.

    - Principais usos da gua

    Abastecimento humano atravs dos rios Poxim, Jacarecica e poos artesianos perfurados na bacia, atendendo a populao urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Aude da Macela so importantes reservatrios de gua para a irrigao de hortalias e fru-tas. As atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreao nutica, turismo e transporte hidrovirio lignado a cidade de Aracaju aos municpios vizinhos. O crescimento urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia intensa poluio, resultante dos efluentes domsticos e industriais. O Decreto n 20.778 de 21 de junho de 2002, do Governo do Estado de Sergipe instituiu o Comit da Bacia Hidrogrfica do Rio Sergipe que tem, entre outras, a atribuio de deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hdricos.

    - Ocupao urbana

    Dos 2.184.475 habitantes do estado de Sergipe (IBGE, 2010), 1.010.523 habitam a rea de influncia da bacia, o que correspon-de a 56,6% da populao estadual. Aracaju, capital com 570.561 habitantes, representa 52,67% da populao residente na bacia. O rio Sergipe se constitui num importante curso dgua para o desenvolvimento econmico do estado, contribuindo para as atividades econmicas e tornando-se um corredor atrativo para a implantao de empreendimentos nos setores industrial e de agropecuria.

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    - Problemas da bacia hidrogrfica

    Os principais problemas hdricos e ambientais da bacia so: lixeiras a cu aberto; deficincia de sistema de esgoto; desmatamen-to; contaminao por fontes diversas e irregularidades no abastecimento de gua; m qualidade da gua; uso intensivo de agrotxi-cos; desperdcio de gua; explorao de areia e de argila; queimadas; deficincia de educao ambiental; pesca e caa predatrias e enchentes.

    - Bacia Hidrogrfica e sua Importncia

    A Bacia do rio Sergipe - existe uma certa polmica quanto a nascente do rio Sergipe, alguns afirmam que se situa na serra da Boa Vista, em Poo Redondo, e outros dizem que o rio nasce nas fraldas da serra Negra, na Bahia. Porm, todos concordam que a sua bacia possui uma grande importncia histrica e scio- econmica para o Estado, foi por ela que se desenvolveu o Estado, no seu leito escoava toda a produo aucareira e todas as riquezas do Estado, nenhum dos vales sergipanos, nenhum dos grandes e histricos rios representou papel to permanente e to amplo como o rio Sergipe, escreveu Luiz Antnio Barreto, Diretor do Instituto Tobias Barreto de Educao e Cultura.

    Desta forma, Guerra (1978, p.46), conceitua Bacia Hidrogrfica como um conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes.

    Pois, a bacia hidrogrfica do Rio Sergipe so aproximadamente 210 km at o mar, sendo alimentada por doze rios e vinte e cinco riachos, sua bacia drena 16,7% do Estado, o que representa 3.673 km2, abrangendo vinte e seis municpios sergipanos, sendo assim a maior, mais importante e mais povoada bacia de domnio estadual, onde se encontra a maior concentrao industrial, e tambm o maior ndice degradao e de problemas ambientais.

    Desse modo, o diagnstico participativo realizado na Bacia aponta como principais problemas o desmatamento, o esgoto e o lixo. A situao atual complica- se tambm do ponto de vista da disponibilidade, uma vez que o desmatamento, aliado degradao do solo, provoca irregularidade no abastecimento de guas das sedes municipais e comunidades rurais, devido principalmente a uma cadeia de eventos formada pelo aumento do escoamento superficial, pelo assoreamento dos mananciais superficiais e pela diminuio dos reservatrios subterrneos.

    Contudo, a bacia hidrogrfica deve incluir tambm noo de dinamismo, por causa das modificaes que ocorrem nas linhas divisrias de gua sob o efeito dos agentes erosivos, alargando ou diminuindo a rea da bacia.

    - Dados da Bacia do Rio Sergipe

    - rea (km) 3.659,028- Comprimento Rio Principal (km) 210- Potencial gua Subterrnea (Mil m/ano) 334- Nome Bacia do Rio Sergipe- Potencial gua Superficial (Milhes m/ano) - 6,6- Vazo Media do Rio Principal (m/s) 13,84

    - Principais rios que abastecem a cidade de Aracaju

    Rio Sergipe: O rio Sergipe, que tem sua nascente nas fraldas da Serra negra, no Estado da Bahia, corre mais de 140 km, at lanar-se ao mar, em Aracaju. Seu curso alimentado por muitos rios, como o Cape, o Cotinguiba, o Vermelho ou Donga, o Guanha-moroba, o Jacoca, o Jacarecica, o Madre Deus, o Morcego, o Mangaba, o Parnamirim, o Pitanga, o Poxim, que integram o sistema de abastecimento de gua de Aracaju, o Poxim-Au, o Poxim-Mirim, e o Sal.

    Conta, ainda, com muitos riachos, alguns com volume razovel de gua e perenidade. So, portanto, riachos tributrios: o Boa Vista, Bexiga, Cadoz, Canal, Canabrava, Calumbi, Cancelo, Cafuz ou Chiqueiro, Cedro, Coqueiro, Cumbe, Flor, Negros, Piabas, Pati, Paca, Poo das Moas, Represa, Salgadinho, Saco Torto, Tabocas, Timb, Tramanda, Vermelho e X, que tem, na verdade, outro nome.

    - Rio Poxim: O Rio Poxim um dos principais afluentes da margem direita da Bacia Hidrogrfica do Rio Sergipe, o Poxim, considerado uma sub-bacia que abrange parte dos municpios de Itaporanga DAjuda, Areia Branca, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, So Cristvo e Aracaju recebendo as guas dos rios Poxim- mirim, Poxim-au e Pitanga, tendo sua foz na mar do Apicum.

    A regio estuarina do Rio Poxim-SE, est localizada na regio sudoeste do Estado de Sergipe, possuindo uma extenso de apro-ximadamente 9 km, com cerca de 100 m de largura e profundidade mdia de 2 m.

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    O Poxim percorre vrios bairros da capital sergipana, onde a maioria no possui uma rede de saneamento correta e todos os dejetos que saem das casas, sejam eles orgnicos ou artificiais, so jogados diretamente no rio. No Conjunto Beira Rio, no Bairro Incio Barbosa, no diferente.

    O mau cheiro incomoda a populao e afasta a clientela de alguns comerciantes. Sou morador do bairro h mais de 25 anos e esse problema com o rio Poxim caso antigo. Tem dias que fica insuportvel at ficar na porta de casa pelo cheiro forte que aqui existe. No sei como os comerciantes dessa regio ainda possuem clientela fixa, porque o incmodo grande, reclama o aposentado Jos Roberto Santana.

    - Adutora do So Francisco

    Em 1980 foi implantada a 1 etapa do Sistema de Adutora So Francisco, com alcance para 10 anos. Sua construo respaldou-se na necessidade de atender ao mesmo tempo, o crescimento de demanda de gua da cidade de Aracaju e a implantao de dois grandes projetos industriais, quais sejam: as plantas de Amnia e Ureia, da NITROFERTIL e Cloreto e Potssio, da antiga PETROMISA, hoje operada pela Cia Vale do Rio Doce.

    Captao: Margem direita do Rio So Francisco - cerca de 2 km montante da cidade de Prpria.

    - Municpios Atendidos:

    - Aracaju- N.Sra. do Socorro- Barra dos Coqueiros- Atalaia Nova- Malhada dos Bois- MuribecaO Sistema entrou em operao em l982, e Aracaju passou a ser a primeira capital do Nordeste a ser abastecida pelo Rio So

    Francisco, o maior, o mais importante e o mais seguro suprimento do Estado, com gua de boa qualidade para o consumo humano.O abastecimento da rea metropolitana de Aracaju conta, alm do Sistema So Francisco, com outros sistemas menores, nem por

    isso menos importantes. (Texto adaptado de TRINDADE, M. A. D. Ps-Graduado em Educao e Gesto Ambiental).

    Bacia Hidrogrfica do Rio Vaza Barris

    O rio Vaza Barris nasce no municpio de Uau, no estado da Bahia, numa elevao de aproximadamente 500m. Seu comprimento total de 3.300Km, dos quais apenas 152 km esto no Estado de Sergipe. A rea total da bacia hidrogrfica de 17.000 km2, sua maior parte esta no Estado da Bahia, apenas 15% ou seja 2.559 km2 localiza-se no Estado de Sergipe, cobrindo 11,6% da rea do Estado.

    Apesar de sua significativa rea hidrogrfica, a descarga na Bahia intermitente e apenas no Estado de Sergipe que o Vasa Barris se torna um rio perene. Os tributrios principais em Sergipe so os rios Salgado e Traras, ambos desaguando no rio Vaza Barris em sua margem esquerda. Quanto ao abastecimento urbano e grande rural, 97.3 mil m3/dia de gua so desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo Projeto da Barragem do Vaza Barris. Desta fonte hdrica, 20.0 mil m3/dia (21%) de gua fornecida prpria bacia e 77.3 m3/dia (79%) a outras bacias.

    A gua consumida na bacia 42% proveniente da prpria bacia e 58% de outras bacias. Municpios do Estado de Sergipe in-seridos na bacia hidrogrfica: Carira, Frei Paulo, Pedra Mole, Pinho, Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, So Domingos, Simo Dias, Lagarto, . Aracaj, So Cristovo, Itaporanga Dajuda.

    Bacia Hidrogrfica do Rio Piau

    A Bacia Hidrogrfica do Rio Piau possui uma rea geogrfica de 4.150 km, equivalentes a 19% do territrio estadual e abran-ge 15 municpios, onde esto totalmente inseridos terras de seis municpios: Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Estncia, Boquim, Pedrinhas e Arau e parcialmente nove municpios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga DAjuda, Lagarto, Poo Verde, Riacho do Dantas, Simo Dias, Tobias Barreto e Umbaba, localizados em sua maioria na regio sul do estado e com uma populao de 432.000 habitantes aproximadamente.

    A sua bacia hidrogrfica est localizada na parte sul do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas coordenadas geogr-ficas 1045 e 1130 de latitude sul e 3715 e 3800 de longitude oeste. Limita-se ao norte com a bacia do rio Vaza Barris; a oeste com o estado da Bahia e com a bacia do rio Real; ao sul com a bacia do rio Real; e, a leste, com o Oceano Atlntico, onde tem a sua desembocadura em terras do municpio de Estncia, no complexo hdrico denominado Barra da Estncia.

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    O rio Piau constitui-se como um dos mais importantes componentes da rede hidrogrfica do estado de Sergipe. O sistema hidro-grfico bastante desenvolvido, sendo constitudo pelo curso dgua principal do rio Piau, e por diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arau e Pago, e, pela margem esquerda, os rios Jacar, Piauitinga e Fundo. Os diversos usos das guas na Bacia Hidrogrfica como: irrigao, minerao, indstrias, consumo humano e animal, pescam, turismo e lazer esto associados s atividades econmicas, ligados aos setores privado e pblico, bem como, os principais sistemas hdricos, naturais e construdos, que possibilitam o desenvolvimento da regio.

    Os problemas ambientais que tm relao direta com os recursos hdricos presentes na bacia hidrogrfica do rio Piau so ine-rentes a quase todos os municpios brasileiro como: lixeira, esgoto a cu aberto, assoreamento de rios e riachos, pesca predatria, uso indiscriminado de agrotxicos, extrao inadequada de minerais, desmatamento. Esse registro identifica o tipo de relao que a sociedade estabelece com o meio ambiente. Excetuando-se os problemas relacionados com os resduos industriais presentes nos municpios de Estncia, Itaporanga DAjuda, Lagarto, Salgado e Simo Dias, os demais esto presentes em todos os municpios.

    Bacia Hidrogrfica do Rio Real

    O rio Real nasce no Estado da Bahia mas percorre at sua foz oito municpios do Estado de Sergipe: Poo Verde, Tobias Barreto, Riacho do Dantas, Cristinaplis. Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaba, Indiaroba, tendo uma rea de 2.568 km2 que corresponde 11,6% do Estado, sua vazo mdia de 20,46 m3/seg. O abastecimento urbano e grande rural tem 8.8 mil m3/dia de gua desenvol-vidos dentro da bacia, principalmente pelo projeto de elevao do dique da Barragem do Jabeber. Desta fonte hdrica, 8.5 mil m3/dia (96%) de gua so fornecidos prpria bacia e 0.4 mil m3/dia (4%) a outras bacias. A gua consumida dentro da bacia 42% proveniente da prpria bacia e 58% de outras bacias hidrogrficas.

    Bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco

    A Bacia Hidrogrfica do rio So Francisco abrange 639.219 km2 de rea de drenagem (7,5% do pas) e vazo mdia de 2.850 m3/s (2% do total do pas). O rio So Francisco tem 2.700 km de extenso e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlntico atravs da divisa entre Alagoas e Sergipe.

    A Bacia possui sete unidades da federao Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Gois (0,5%), e Distrito Federal (0,2%) e 504 municpios (cerca de 9% do total de municpios do pas). Devido sua extenso e diferentes ambientes percorridos, a Bacia est dividida em 4 regies: Alto So Francisco das nascentes at a cidade de Pirapora (111.804km2 17,5% da regio); Mdio So Francisco de Pirapora at Remanso (339.763km2 53% da regio); Sub-Mdio So Francisco de Remanso at Paulo Afonso (155.637km2 24,4% da regio); e o Baixo So Francisco de Paulo Afonso at sua foz (32.013km2 5,1% da regio). Cerca de 16,14 milhes de pessoas (9,5% da populao do pas) habitam a bacia hidrogrfica do So Francisco, com maior concentrao no Alto (56%) e Mdio So Francisco (24%).

  • Didatismo e Conhecimento 19

    HISTRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

    A populao urbana representa 77% da populao total e a densidade populacional de 22 hab/km2. Nas demais regies, obser-va-se percentual de populao da ordem de 10% no Sub-Mdio e no Baixo So Francisco. Os dados referentes populao urbana e rural, e taxa de urbanizao esto apresentados na tabela abaixo:

    PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONMICAS DE SERGIPE E ARACAJU.

    A economia se baseia no extrativismo, na agricultura e na pecuria. Sergipe um Estado policultor, com lavouras para cultivos industriais e de subsistncia. Os cultivos industriais que mais se destacam: cana-de-acar, cultivada na Zona da Mata; laranja, culti-vada para a exportao no Agreste; coco-da-baa, sendo um dos maiores produtores nacionais e o pioneiro na industrializao; fumo, algodo, mandioca, cultivada principalmente no Agreste; maracuj, primeiro produtor nacional; tangerina, limo e milho, em todo o Estado de Sergipe; feijo, arroz, amendoim, inhame, batata-doce, melancia e abbora. A maior parte das propriedades com fruti-cultura de exportao so pequenas e contam com sistemas conjugados de adutoras, barragens, audes, poos, cacimbas e cisternas (Plat de Nepolis e Projeto Califrnia).

    O rebanho estadual tem-se ampliado tanto no agreste como nos vales do litoral e nas reas sertanejas, principalmente devido existncia de um moderno frigorfico na capital. Conta com gado bovino da raa Indubrasil (1 milho) e ovino (207,2 mil). Nas pro-ximidades das cidades, especialmente de Aracaju, tem-se intensificado a criao de aves destinadas ao abate e produo de ovos. Sergipe tem um complexo formado por 7 Distritos Industriais implantados em vrias Cidades, como Aracaju, Socorro, Estncia, Propri, Boquim, Itabaiana e Carmpolis. As indstrias txteis, alimentares petroqumicas so o forte do Estado, porm se destacam tambm os setores de mobilirio, editorial e grfico. Aracaju o mais importante centro industrial, com os produtos alimentcios, txteis e de confeces, minerais no-metlicos, petrolferos, de construo civil, de calados, de laminados, de bebidas, de matria plstica, de madeira, de couro e outros. Em Laranjeiras est a fbrica de cimento Portland. Os principais minerais encontrados em Sergipe so: mrmore, potssio, calcrio, sal-gema, granito, halita, silvinita, carnalita, enxofre, dolomita, cobre, areia, argila, pots-sio, o petrleo e o gs natural.

    O Estado o quarto maior produtor de Petrleo do Pas. A explorao se faz tanto no Continente (Campos de Carmpolis, Siriri-zinho, Riachuelo e outros) como na Plataforma Continental. O Plo Cloro qumico do Estado integra as diversas unidades industriais de processamento de matrias-primas minerais.

    Sergipe tem slida indstria de sucos e sua produo exportada para os Estados Unidos, Canad e Europa.

    Infraestrutura

    A malha rodoviria a mais utilizada e possui 9.480 km de estradas, sendo cerca de 23% pavimentadas. Duas importantes rodo-vias federais cortam o Estado, a BR-101, cortando de norte a sul, e a BR-235 no sentido leste/oeste. Ligando o Estado Bahia, conta com a Linha Verde, uma bela rodovia litornea, cercada de coqueirais.

    A malha ferroviria tem extenso de 286 km. A energia eltrica fornecida CHESF (Companhia Hidreltrica do So Francisco), que aproveita a fora da Cachoeira de Paulo Afonso e pela Hidreltrica de Xing, na divisa com Alagoas, chegando a totalidade de seus Municpios. Aracaju a Capital nordestina com maior capacidade de energia eltrica disponvel.

  • Didatismo e Conhecimento 20

    HISTRIA E GEOGRAFIA DE SERGIPE E ARACAJU

    O Aeroporto Santa Maria est capacitado para voos nacionais e internacionais.As telecomunicaes em Sergipe garantem a comunicao por telefone convencional, fax e celular. O Estado conta com uma

    zona de processamento de exportao onde se estabelecem indstrias voltadas exclusivamente para o mercado externo, implantada em Nossa Senhora do Socorro e com os Distritos Industriais de Aracaju, de Estncia e de Nossa Senhora do Socorro.

    Conta tambm com o polo mineral qumico com indstrias derivadas principalmente de produtos minerais, localizado em Barra dos Coqueiros. Abriga diversas adutoras, entre as quais a Sertaneja, a Piauitinga, a do Agreste, a do Baixo So Francisco, com 1.742 km, a maior rede do Pas.

    Sergipe o nico Estado brasileiro a dispor de um moderno Porto Off-Shore, de propriedade do Estado, localizado em Barra dos Coqueiros, fazendo articulao com o Plo Cloro qumico, a zona de processamento de exportaes e os grandes projetos de irrigao, e opera com cargas gerais. A prioridade do Estado para a rea de irrigao o Plat de Nepolis, destinado a empresrios agrcolas e a agroindustriais, para a produo de fruticultura tropical de exportao.

    Turismo

    O turismo em Sergipe tem atraes para todos os gostos. Para quem gosta de praias, o litoral sergipano, com seus 173 km de ex-tenso, oferece algumas das mais belas, com dunas de areia branca, lagoas e coqueirais. Umas j apresentam moderna infraestrutura, outras ainda primitivas. Destacam-se as de Abas, Caueira, Saco, Pirambu, onde est instalado o Projeto Tamar e se encontra a maior e a menor tartaruga do mundo, Atalaia e Ponta dos Mangues, entre outras.

    Para o turismo histrico, Sergipe apresenta muitas Cidades fundadas nos sculos XVI e XVII, algumas tombadas pelo Patri-mnio Histrico Nacional, com igrejas e capelas do estilo barroco, como Tomar do Geru, onde os jesutas deixaram um dos mais belos templos do perodo de colnia, So Cristvo, a quarta Cidade mais antiga do Brasil, com seu fabuloso patrimnio histrico e artstico e Laranjeiras, com museus e igrejas antigas.

    O turismo ecolgico faz-se representar pelos rios com seus esturios, desaguando no Atlntico, principalmente o Rio So Fran-cisco, alm do Poxim, Real, Vaza Barris e Sergipe, com seus manguezais. O Rio So Francisco, o Rio Real e o Rio Sergipe so cortados por catamars em cinco rotas.

    A infraestrutura turstica conta com uma rede de hotelaria de primeira, em Aracaju e em vrios pontos do interior. O grande agito de Sergipe fica por conta de 2 festas populares que tm levado milhares de turistas a visitar o Estado. So o Carnaval e as Festas Juninas.

    Quando se inicia junho, Sergipe transforma-se no maior arraial do Pas. O Estado fica em festa 30 dias do ms, a mais longa festa do Pas. Aracaju, Estncia, Capela, Muribeca, Areia Branca, e Cristinpolis se destacam na animao. So casamentos e bailes caipiras, missa de vaqueiros, Festa do Mastro, fogos de artifcio, barcos de fogo, concursos de quadrilhas e muita zabumba, xaxado, baio, forr, tringulo e sanfona. Estncia e Capela apresentam uma grande queima de fogos, um espetculo indito no Brasil e no mundo, destacando-se as Guerras de Buscaps, Barcos de Fogo e Espadas, ao som do ritmo quente do Samba de Coco, Pisa Plvora e do Batalho de Fogo. Em Areia Branca, o forrdromo palco do S. Joo de Paz e Amor.

    O Carnaval em Sergipe tem muita folia e agitao e dura 8 dias. O Pr-Caju, que se inicia uma semana antes do Carnaval, abre as comemoraes com os blocos e trios eltricos que fazem a alegria de cerca de 100 mil pessoas.

    A diversidade de atraes em Sergipe surpreendente. Alm de agradvel, fcil conhecer o Estado. So 22 mil km de rea que concentram, numa conveniente proximidade, belezas naturais, histria, cultura e uma eficiente infraestrutura para receber seus visitantes. Junte-se a isto hospitalidade e segurana e o seu passeio est completo.

    O litoral sergipano, com seus 173 km de extenso, oferece belas praias com dunas de areias brancas, lagoas e coqueirais. Elas concentr