1º curso de antimicrobianos da aeciherj · de primeira geração (cefalexina e cefadroxil) nas...
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1º CURSO DE ANTIMICROBIANOS
DA AECIHERJ
DRA. DEBORA OTERO
MÉDICA INFECTOLOGISTA SMS/RJ, HEMORIO E HF IPANEMA
Caso Clínico
Mulher, 40 anos, com passado de
múltiplos parceiros sexuais sem uso de
preservativos. Acompanhante relata
emagrecimento não quantificado há 6
meses, episódio de pneumonia há 4
meses, herpes zoster há 2 meses, e
dificuldade para se alimentar há um
mês, com “língua esbranquiçada”.Procura a UPA com relato de cefaléia
e rebaixamento do nível de
consciência. Ao exame físico com
rigidez de nuca, e candidíase oral.
Caso Clínico
Qual o diagnóstico?
Neurotoxoplasmose
Qual o tratamento?
1ª opção: Sulfadiazina 1g VO 6/6h + pirimetamina 75mg no 1º dia,
50 mg no 2º dia, e 25 mg a partir do 3º dia por 6 semanas
2ª opção: SMX-TMP 15 a 20 mg/Kg TMP/dia dividido a cada 6h por 6 semanas
3ª opção: Clindamicina 600mg VO ou IV 6/6h + pirimetamina 75mg
no 1º dia, 50 mg no 2º dia, e 25 mg a partir do 3º dia por 6 semanas
Caso Clínico
Homem de 43 anos com
antecedente de infecção pelo
HIV, sem uso de TARV ou
acompanhamento regular Procura
UPA com história de 4 semanas de
tosse seca e dispnéia progressiva,
além de febre nos últimos 4 dias de
até 38,4 graus. Refere ainda perda
de peso de 5 quilos nos últimos 6
meses e abatimento progressivo.
Caso Clínico
Exames complementares
LDH 680 UI/L
GSA: PH 7,44 ; pO2 70 mmHg ; pCO2 22mmHg ; HCO3: 26
Diagnóstico?
Pneumocistose
Tratamento?
Sulfametoxazol-trimetropim (SMX-TMP) 15mg a 20mg/kg/dia IV ou
VO de TMP dividido 6/6h por 21 dias
Associar corticoide se pO2 abaixo de 70
Sulfonamidas
Inibem o metabolismo do ácido fólico, por mecanismo
competitivo devido a analogia ao ácido para-
aminobenzóico (PABA), fazendo com que este não seja
utilizado pelas bactérias para a síntese de ácido fólico.
Os microrganismos sensíveis são todos aqueles que
precisam sintetizar o seu próprio ácido fólico; aqueles
capazes de utilizar o folato pré-formado não são
afetadas.
Exemplos de sulfonamidas: Sulfadiazina, Sulfassalazina,
Sulfametoxazol, etc
Anvisa, 2007
Sulfonamidas
Possuem um espectro de ação bastante amplo, na
presença de Gram positivos e Gram negativos. No
entanto nos últimos anos houve o desenvolvimento de
estirpes resistentes.
Exercem efeito bacteriostático em Streptococcus
pyogenes, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae e ducreyi, Nocardia sp., Actinomyces sp., e
Chlamydia trachomatis. As estirpes de Neisseria
meningitidis dos sorogrupos B e C tornaram-se resistentes
a este antibiótico.
Anvisa, 2007
Sulfonamidas
O cotrimoxazol (combinação do sulfametoxazol com o
trimetropim) é disponível nas apresentações oral e
intravenosa, e a sulfadiazina na forma oral ou tópica.
Ambos são absorvidos no tubo digestivo, atingem altos
níveis séricos e apresentam alta ligação protéica.
Distribuem-se amplamente nos tecidos, atingindo níveis
terapêuticos nos líquidos cefalorraquidiano, sinovial,
pleural e peritoneal, com concentração de cerca de
80% da plasmática. Atravessam a barreira placentária.
São metabolizadas pelo fígado e a excreção é renal.
Anvisa, 2007
SulfonamidasEfeitos Adversos
Mais comuns: sintomas digestivos (náuseas e vômitos) e
farmacodermias como erupção morbiliforme e prurido cutâneo.
Outras reações incluem febre, cefaléia, tremores,
nefrotoxicidade, flebite, vasculite, hipercalemia
Os efeitos colaterais com maior risco de vida incluem
anormalidades hematológicas (leucopenia, trombocitopenia,
agranulocitose, anemia hemolítica e supressão da medula
óssea) e reações cutâneas graves, como a dermatite
exfoliativa, síndrome de Steven-Johnson e a necrólise
epidérmica tóxica.
Anvisa, 2007
SulfonamidasEfeitos Adversos
Cristalúria com conseqüente insuficiência renal pode
ocorrer em pacientes hipoalbuminêmicos.
Hipercalemia reversível tem sido descrita durante o uso
parenteral.
Atenção! Durante a gestação devem ser evitadas
devido ao potencial de teratogenicidade (risco C). São
contra-indicados no terceiro trimestre da gestação e
durante a amamentação, pelo risco de indução de
kernicterius.
Anvisa, 2007
Sulfonamidas – SulfadiazinaIndicações
É a droga de escolha no tratamento da toxoplasmose,
associado a pirimetamina, e como alternativa na
malária por P. falciparum sensível ou resistente à
cloroquina.
A forma tópica da droga é a sulfadiazina prata,
indicada comumente na prevenção de infecções em
pacientes queimados.
Anvisa, 2007
Sulfonamidas – CotrimoxazolIndicações
Infecções do trato urinário, altas e baixas, uretrites e
prostatites agudas ou crônicas. Tem sido menos
recomendado no tratamento empírico das infecções mais
graves, devido à freqüência cada vez maior de germes
resistentes. Tem excelente atividade contra Stenotrophonas
maltophilia.
É a primeira escolha para o tratamento e profilaxia da
pneumonia por Pneumocystis jirovecii nos pacientes
imunodeprimidos.
Também pode ser utilizado no tratamento da diarréia
por Isospora belli, Ciclospora spp. e na doença invasiva por
cepas sensíveis de Salmonella spp.Anvisa, 2007
Cotrimoxazol (SMX-TMP)
O trimetoprim pertence ao grupo das diamino-pirimidinas
O efeito das duas drogas é sinérgico, pois atuam em passos
diferentes da síntese do ácido tetra-hidrofólico (folínico),
necessária para a síntese dos ácidos nucléicos.
Usado para tratamento de infecções renais e urogenitais, do
aparelho gastrointestinal e da pele.
Evento adversos TMP: náuseas, vômitos, déficit de ácido
fólico com consequente disfunção da formação das células
sanguíneas, reações alérgicas.
Anvisa, 2007
Cotrimoxazol (SMX-TMP)
Correção no caso de insuficiência renal:
Clearance Cr (ClCr) > 50 dose habitual
30 < ClCr < 50 – 75% da dose habitual
10 < ClCr < 30 – 50% da dose habitual
ClCr < 10 – uso não recomendado; se utilizar, fazer
25% da dose habitual
Infecções Cutâneas
Caso Clínico
Paciente adolescente,
assintomático exceto pelas
lesões cutâneas ao lado.
Qual o diagnóstico?
Foliculite
Principal agente etiológico?
Staphylococcus aureus
Qual o tratamento?
Local, com compressas quentes ou agentes tópicos
Caso Clínico
Paciente jovem, 30 anos, obesa, reclama de
lesão dolorosa, vermelha e quente em face
interna de coxa
Qual o diagnóstico?
Furunculose
Qual a etiologia ?
Staphylococcus aureus
Várias lesões de furunculose confluentes são
chamadas CARBÚNCULO
Arquivo pessoal Dr. Rodrigo Cunha
FurunculoseTratamento
A maioria dos furúnculos é tratada satisfatoriamente
pela aplicação de calor úmido.
Nos casos onde há necessidade de ATB, as cefalosporinas orais
de primeira geração (cefalexina e cefadroxil) são as indicadas.
O carbúnculo ou o furúnculo em que o paciente evolui para
toxemia ou celulite deve ser tratado em regime hospitalar, com
ATB IV
A droga de escolha nesses casos é a oxacilina (12 g/dia divididos
a cada 4 ou 6h)
No adulto alérgico a penicilina as alternativas são: clindamicina,
vancomicina ou teicoplanina
Clindamicina
É um fármaco da classe das lincosaminas que inibe
a síntese protéica dos ribossomos ao ligar-se a
subunidade 50S, sendo bacteriostática.
Altera a superfície bacteriana, facilitando a
opsonização, fagocitose e destruição intracelular
dos microrganismos.
Pode ser administrada por via oral, EV ou tópica.
Anvisa, 2007
Clindamicina
Sua absorção intestinal é de 90%, mas é menor em
idosos e alimentação não interfere na absorção.
Ao ser administrada por via venosa atinge altas
concentrações na maioria dos tecidos; entretanto,
não atravessa a barreira hematoencefálica.
A concentração óssea é 1/3 da plasmática.
Atravessa a placenta atingindo o feto, mas não há
relatos de teratogenicidade,
Anvisa, 2007
Clindamicina
A maior parte da droga é metabolizada no fígado e é
eliminada com seus metabólitos por via biliar, onde
atinge alta concentração.
A meia-vida aumenta na presença de doença
hepática e a dose deve ser ajustada dependendo da
gravidade. Pequena parte é eliminada pelos rins,
geralmente não requerendo ajuste de dose em
pacientes com disfuncao renal. Entretanto, se houver
lesão hepática e renal concomitantes, a dose deve ser
reduzida. Não é eliminada na diálise peritoneal ou
hemodiálise.Anvisa, 2007
ClindamicinaIndicações
Seu uso é comum para bactérias Gram positivas em
alérgicos à penicilina. Também é ativa contra:
Corynebacterium diphteriae, Campylobacter jejuni,
e anaeróbios da microbiota bucal e orofaríngea.
Não apresenta atividade contra: Meningococo,
Gonococo, Enterococo, bacilos gram-negativos
entéricos, Bordetella pertussis, Moraxella catarrhalis,
Mycoplasma pneumoniae, Haemophilus influenzae,
Chlamidia trachomatis, Clostridium difficile.
Anvisa, 2007
ClindamicinaIndicações
Geralmente empregada no tratamento de infecções superficiais da pele por estreptococos ou estafilococos, principalmente em alérgicos a penicilina.
Também é indicada em casos como infecções intra-abdominais, infecções pélvicas (incluindo abortamento séptico) e infecções pulmonares (abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa, empiema) causadas por anaeróbios gram-positivos e anaeróbios gram-negativos.
Outras indicações: infecções odontogênicas e osteomielites causadas por estafilococos sensíveis à oxacilina ou anaeróbios
Anvisa, 2007
ClindamicinaEfeitos Adversos
Mais comuns: Náusea, vômitos, diarréia, dor abdominal.
Relacionados com a hipersensibilidade: exantema ocorre em 10% dos pacientes; febre, eosinofilia e reações anafilactóides são raras
Locais: Eritema e flebite após infusão IV
Outros possíveis efeitos adversos: Elevação da bilirrubina, fosfatasealcalina, TGO e TGP, leucopenia, neutropenia, eosinofilia, trombocitopenia e icterícia.
A reação adversa mais severa da clindamicina é a diarréia associada ao Clostridium difficile (a causa mais comum de colite pseudomembranosa). Embora este efeito adverso ocorre em quase todos os antibióticos, incluindo os beta-lactâmicos, ele está associado classicamente ao uso da clindamicina.
Anvisa, 2007
Caso Clínico
Paciente jovem, apresenta-se com
pequenas vesículas e lesões indolores,
eritematosas e pruriginosas que
rapidamente evoluem para pústulas e
ruptura. Ao exame físico, verifica-se o
aumento de linfonodos regionais
Qual o diagnóstico?
Impetigo
Qual o(s) agente(s) etiológico(s)?
Streptococcus (principalmente do grupo A,), e S. aureus (aumento na última década –
infecção secundária das lesões?)
Impetigo Bolhoso
As lesões começam como vesículas
que se transformam em bolhas com
conteúdo inicialmente amarelo claro.
Geralmente, não há eritema
perilesional. As bolhas se rompem
rapidamente e deixam uma superfície
vermelha, úmida, com posterior
formação de crosta.
O impetigo bolhoso representa uma
forma de resposta cutânea às toxinas
extracelulares produzidas pelo S. aureus.
ImpetigoTratamento
Os ATB de escolha são as cefalosporinas orais
de primeira geração (cefalexina e cefadroxil)
nas infecções de menor gravidade.
Macrolídeos também podem ser utilizados,
como azitromicina, claritromicina e eritromicina,
em pacientes alérgicos à penicilina e às
cefalosporinas.
Oxacilina ou clindamicina poderão ser utilizadas
nos casos graves.
Caso Clínico
Paciente adolescente, portador de anemia falciforme, com queixa de aumento de volume, calor e vermelhidão em MIE, além de febre.
Diagnóstico?
Erisipela
Agente etiológico mais provável?
Streptococcus beta-hemolítico do grupo A
Arquivo pessoal Dr. Rodrigo Cunha
ErisipelaTratamento
1ª. Opção: penicilina G cristalina na dose
de 200.000 U/Kg/dia a cada 6h IV
Outras opções: derivados sintéticos da
penicilina (p. ex.: amoxicilina 1,5 g a
3g/dia); cefalosporinas de 1ª. e 2ª
Geração (p. ex.: cefazolina, cefalexina;
cefuroxime)
Em pacientes alérgicos a penicilina, as
alternativas são clindamicina, vancomicina
ou teicoplanina.
Em casos de erisipela de repetição (mais de
dois episódios no ano), pode ser utilizada a
profilaxia com penicilina benzatina,
1.200.000 unidades, intramuscular, a
cada 28 dias.
ErisipelaTratamento
Streptococcus grupo A Sensibilidade no Brasil
Estudo em Curitiba avaliou 1.112 isolados de
Streptococcus do grupo A obtidos no período
de 1993 a 2009, e todos os isolados eram
sensívels a penicilina e vancomicina
Torres et al., MICROBIAL DRUG RESISTANCE, Vol 17, No. 2, 2011 p313-19
Caso Clínico
Paciente com queixa de cefaléia, febre e aumento
de partes moles peri-orbitária com calor e rubor.
Diagnóstico e Agente Etiológico?
Celulite de face por S. aureus
CeluliteTratamento
A droga de escolha é oxacilina (12g/dia divididos a
cada 4 ou 6h)
Cefalosporina de primeira geração pela ação, tanto
sobre estafilococos como estreptococos, também
representa uma excelente alternativa nas infecções
causadas por estafilococos sensíveis.
No adulto alérgico à penicilina e/ou cefalosporinas, a
clindamicina, a vancomicina ou a teicoplanina são
alternativas.
Posologia de CefalosporinasInfecções por estafilococos e estreptococos
1ª geração
Cefazolina 30 a 50mg/kg/dia IV 8/8h
Cefalexina 30 a 50mg/kg/dia VO 6/6h
Cefadroxila 30mg/kg/dia VO 12/12h
2ª geração
Cefuroxime IV 50 a 100mg/kg/dia (máx 6g/d) q8h
Axetil Cefuroxime VO 250 a 500mg q12h
Voltando ao S. aureus...
Existe S. aureus resistente na comunidade?
Como avaliar isso e qual o impacto na terapêutica empírica?
Pacientes com risco de MDR:
• Internação prévia (últimos 3 meses)
• Uso de ATB recente
• Cuidados de Homecare
• IRC em Hemodiálise
• Procedimentos invasivos
• Colonização prévia MDR
Classicamente...
E pacientes com infecção
comunitária?
Eles podem ter infecção por
bactérias multirresistentes?
MRSA na comunidade??
No mundo, começaram a surgir relatos de
caso de MRSA em indivíduos sem fatores de
risco
O MRSA de comunidade (ou CA-MRSA)
difere do MRSA hospitalar (ou HA-MRSA), por
ter exotoxinas, como a Panton-Valentine
leucocidina (PVL), e pelo seu perfil de TSA.
Liu et al, Clinical Infectious Diseases 2011;52(3):285–292Fowler, NEJM 2006;355:666-74.
Como reconhecer CA-MRSA pelo fenótipo
Screeningcefoxitina
OXA VANCO SMX/TMP RIFAMP ERITRO CLINDA TETRA LEVO GENTA
MSSA negativoS S S S S S S (?) S S
HAMRSABEC III
positivo R S R (S) S R R R R (S) R(S)
CA MRSA
IVpositivo
R S S S S S S S S
Genótipos SCCmec I a V
CA-MRSA- genótipo IV
HA-MRSA – BEC genótipo III
• Primeiro relato de CA-MRSA na América Latina (2003)
• Desde então relatos em diversos Estados brasileiros
• Origem comunitária mas se dispersa em ambiente
hospitalar
Figueiredo et al Diag Microbiol. and Infectious Disease 59 (2007) 339–345
Trindade A J Clin Microbiol. 2005 Jul;43(7):3435-7
Ribeiro A, J Clin Micro, 2005
Brasil e CA-MRSA
No Brasil há poucos estudos destas infecções em pacientes ambulatoriais/comunitários.
Em estudo feito em hospital universitário do Recife, de 30 pacientes atendidos por infecções de pele e partes moles em 2011 e dos quais foram obtidas culturas, 19 (63%) eram positivas para S. aureus
Dentre as amostras positivas para S. aureus, a resistência encontrada foi de: 11% (2) para oxacillin e SMX-TMP, sendoque num caso de MRSA (1/2) o paciente não tinha fator de risco para MRSA
Caraciolo FB, et al. An Bras Dermatol. 2012;87(6):857-61.
CA-MRSA e Infecção cutânea comunitária
1. Quando devemos cobrir para MRSA?
Em locais onde há uma alta prevalência de
MRSA (>5–10%)
2. Quando houver suspeita de infecção por
CA-MRSA
OBS: Não esquecer que oxacilina é superior a
vancomicina no tratamento de MSSA!!
Cervera et al International Journal of Antimicrobial Agents 38 (2011) 365– 370
Mas então... Tenho que tratar
MRSA em infecção comunitária?
Infecção cutânea grave:
Sinais de sepse grave:
- oligúria ou alteração do nível de consciência
- hipotensão
- acidose lática
Sem resposta satisfatória a ATB inicial (piora em
~48h ou ausência de resposta em 5 dias)
Quando suspeitar de CA-MRSA??
Mas então, você verificou indicação de
tratamento com cobertura para MRSA...
...qual a melhor droga? Quais as
opções que nós temos?
Opções orais:- Clindamicina
- SMX/TMP
- Doxiciclina
- Linezolida
Opções IV:
- Vancomicina
- Daptomicina
- Linezolida
- Clindamicina (grau
de evidência menor)
Liu et al Clinical Infectious Diseases 2011;52(3):285–292
Antibióticos para CA-MRSA
Tetraciclinas
Antimicrobianos primariamente bacteriostáticos
quando em concentrações terapêuticas.
Apresentam amplo espectro de ação, incluindo
bactérias gram-positivas, gram-negativas aeróbias
e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias,
micoplasma, clamídias e alguns protozoários.
Exemplos: Doxiciclina, Minociclina, Tetraciclina, etc
Anvisa, 2007
Tetraciclinas
Ligam-se à porção 30S do ribossoma para inibir a síntese
protéica
O principal mecanismo de resistência microbiana é por
diminuição da acumulação da droga no interior da
célula. A resistência pode ser cromossômica ou, mais
frequentemente, mediada por plasmídeos ou
transposons.
A absorção oral das tetraciclinas é prejudicada pela
ingesta concomitante de alimentos, antiácidos, leite e
ferro.
Anvisa, 2007
Tetraciclinas
É encontrada em pequena quantidade em muitos
fluidos orgânicos como: pulmões, fígado, rins, cérebro,
escarro, LCR (10 a 26% do nível sérico), líquido sinovial,
mucosa dos seios nasais e líquido biliar. Atravessam a
barreira transplacentária e são excretadas no leite
materno.
Todas as tetraciclinas são eliminadas pela urina e fezes,
sendo a via renal a mais importante.
No caso da doxiciclina, não ha necessidade de
correção na insuficiência renal
Anvisa, 2007
TetraciclinasIndicações
Tratamento de infecções causadas por clamídias,
riquétsias, cólera, brucelose e actinomicose.
São alternativas no tratamento de infecções causadas
por Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhoeae, H.
ducreyi, e Treponema pallidum
A doxiciclina é muito utilizada nos EUA para tratamento
de CA-MRSA (dose habitual 100mg VO 12/12h)
A minociclina é uma droga antiga, não disponível na
sua forma intravenosa no Brasil, é uma opção para
patógenos MR como Acinetobacter baumannii
Anvisa, 2007
TetraciclinasEfeitos Adversos
Reações alérgicas como: urticárias, exantemas, edema
periorbitário e reações anafiláticas
Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia
do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal,
principalmente se utilizadas durante a gestação
Os efeitos gastrintestinais mais comuns são: náuseas,
vômitos e diarréia;
Outros: cefaléia, incapacidade de concentração e, em
raros casos, hipertensão intracraniana.
Anvisa, 2007
Caso Clínico
E se você pensou em CA-MRSA neste paciente??
1ª opção: SMX-TMP (adulto) 10mg a 20mg/kg/dia IV de TMP dividido 6/6h ou 800/160mg VO a cada 8h
2ª opção (considerar principalmente nas infecções graves): vancomicina na dose de 40 mg/Kg/dia ou teicoplanina com ataque de 6 a 12 mg/kg 12/12h por 48h ou 4 doses seguida da manutenção de 6 a 12mg/kg IV uma vez a cada 24h
Cadena, et al AAC, Dec. 2011, p. 5430–5432MRSA Treatment Guidelines – Liu et al, CID 2011:52 (1 February) 285 - 292
CeluliteTratamento com cobertura pra CA-MRSA
Tigeciclina: 100mg ataque depois 50mg IV 12/12h
Linezolida: 600mg 12/12h IV ou VO
Daptomicina: 6mg/Kg/dia
MRSA Treatment Guidelines – Liu et al, CID 2011:52 (1 February) 285 - 292
Posologia das outras opções para MRSA
Caso Clínico
Paciente masculino, iniciou com quadro de dor
perianal com evolução de sete dias onde
começou a apresentar um abaulamento com
hiperemia e edema com queda do estado
geral.
Síndrome de Fournier
É uma fasceíte necrotizante de tecidos perineais e genitais
Idiopática em até 42% dos relatos
Fatores predisponentes: lesões penetrantes na região,
grandes queimados, procedimentos cirúrgicos urológicos ou
proctológicos, trauma fechado, idosos, diabéticos,
imunossuprimidos.
A taxa de mortalidade é elevada, podendo atingir até 33%
dos casos.
Etiologia: caracteriza-se por infecção polimicrobiana, com a
presença de Enterobactérias (Escherichia coli, Proteus spp.,
etc), Streptococcus spp., Staphylococcus spp. e anaeróbios
(Bacterioides spp., Clostridium spp., etc). Anvisa, 2007
Síndrome de FournierTratamento
Cirurgia com ressecção ampla da fasceíte necrotizante +
oxigenioterapia hiperbárica (em média, 5 a 10 sessões) + ATB de
amplo espectro (terapia empírica), de acordo com as seguintes
situações:
infecção adquirida na comunidade: ampicilina-sulbactam ;
amoxicilina-clavulanato ; ciprofloxacina ou aminoglicosídeos ou uma
cefalosporina de 3ª ou 4ª geração associado com metronidazol ou
clindamicina; piperacilina-tazobactam
infecção relacionada a procedimentos invasivos no ambiente
hospitalar: carbapenêmicos associados à vancomicina
Com os resultados microbiológicos, a terapia antimicrobiana pode
ser ajustada e sua duração dependerá da evolução clínica do paciente (geralmente, 3 a 4 semanas).
Anvisa, 2007
Caso Clínico
Diagnóstico Etiológico
Infecções leves = monobacteriana
- GRAM positivos
- S.aureus (mais comum)
- SCN
- Streptococos B hemolítico
Infecções grave e/ou profunda = Polimicrobiana
- GRAM negativos
- anaeróbios
Característica da Lesão x Etiologia
Diagnóstico Etiológico
Tratamento
É necessário avaliar:
• Profundidade da lesão
• Extensão
• Gravidade da infecção
• Dano vascular
• Dano neurológico
Demais medidas:
• Controle glicêmico
• Desbridamento cirúrgico
• Coleta de material estéril para
cultura
• Curativo apropriado
• Antibioticoterapia
Tipo de Infecção x Antimicrobiano
Tratamento
Tempo de tratamento:
Infecções restritas às partes moles 2-3 semanas
Osteomielite aguda 6-8 semanas
Osteomielite crônica 6 meses
Inicialmente terapia venosa por no minimo 2-3
semanas de acordo com a resposta ao
tratamento
Tratamento
Obrigada!