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FARMACOGNOSIA I FITOQUÍMICA I • DOCENTE • Professora Doutora • Maria Adelaide Gonçalves Lobo

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FARMACOGNOSIA IFITOQUÍMICA I

• DOCENTE

• Professora Doutora

• Maria Adelaide Gonçalves Lobo

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DEFINIÇÕES

Fitoquímica É a ciência que estuda os constituintes químicos das plantas.

FarmacognosiaÉ a ciência que estuda os princípios activos dos animais e plantas aplicados em farmacologia. O termo deriva de duas palavras gregas, pharmakon, droga, e gnosis, conhecimentoÉ um dos mais antigos ramos da farmacologia.

Normalmente, estas áreas são de actuação de químicos e farmacêuticos, mas ocasionalmente coordenadas por botânicos.

.

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• OBJECTIVOS

• 1º Dominar a linguagem e a terminologia específicas desta área cientifica

• • 2º Conhecer os grandes grupos de substâncias de origem natural

dotados de actividade farmacológica ou com interesse tecnológico farmacêutico

• 3º Adquirir conhecimentos que habilitem ao reconhecimento dos fármacos, em particular, dos referenciados nas Farmacopeias Portuguesa ou Europeia e conhecer todos os processos intermédios de processamento, desde a origem até à utilização farmacêutica final.

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• 4ºCompreender as ferramentas básicas da biotecnologia aplicadas à produção de medicamentos e suas implicações bioéticas

• 5ºAdquirir conhecimentos sobre as técnicas aplicáveis ao controle de qualidade dos fármacos, em obediência às normas oficiais e para executar as metodologias analíticas e métodos instrumentais de análise aplicáveis a esse fim.

• 6º Respeitar o conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais

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• 7º Estudar as propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas das drogas de origem natural

• 8º Procurar novas drogas de origem natural.

• 9º Efectuar pesquisa científica nas áreas de fitoquímica, química microbiana, biosíntese, biotransformações e quimiotaxonomia e em outras ciências biológicas e químicas.

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APLICAÇÕES• Estes estudos podem ser utilizados na áreas:• 1-Médica e farmacêutica (pesquisa de novas

substâncias a serem usadas em medicamentos)• 2-Na taxonomia (uso pelos botânicos dos

caracteres químicos para diferenciar as espécies)• 3-Na química (estudos das vias metabólicas que

originam as diferentes substâncias presentes nos vegetais).

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• IMPORTÂNCIA

• Sendo o farmacêutico o profissional de maior relevância comunitária no aconselhamento público, em geral, sobre a segurança e eficácia dos produtos terapêuticos a importância destas áreas permite:

• 1º Ter uma perspectiva alargada dos modos de interacção dos compostos naturais com os organismos vivos

• • 2º Conhecer os seus usos terapêuticos,

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• 3º Conhecer a sua toxicidade

• 4º Conhecer as possíveis interferências dos produtos fitofarmacêuticos com outros produtos medicamentosos tomados simultaneamente

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• Enquanto ciência multidisciplinar, o estudo da Farmacognosia deve fundamentar-se em conhecimentos essenciais da biologia e da fisiologia vegetais, em bases sólidas de química orgânica e analítica, na compreensão de fundamentos de metodologias extractivas, separativas e analíticas, incluindo o domínio de técnicas instrumentais, no conhecimento e integração de elementos de fisiologia humana e de farmacologia experimental.

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• HISTÓRIA

• O conhecimento sobre as plantas acompanha a evolução do homem na Terra. As civilizações primitivas adquiriram conhecimentos empíricos sobre a utilização das plantas na sua alimentação e simultaneamente verificaram a sua toxicidade e aplicaram-nas no tratamento de doenças. pois apresentam propriedades curativas. São

• as plantas medicinais.

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• O seu uso baseia-se nas práticas da medicina tradicional, variando de país para país.

• Esta informação ainda hoje é transmitida oralmente nas civilizações mais primitivas e não só, e foi, após o aparecimento da escrita, compilada e guardada.

• Documentos sumérios datando de 3000 anos a.C. mostram o uso do ópio, o gálbano, a assafétida, o meimendro e outros produtos vegetais usados em processos curativos.

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• No Museu Britânico existe um papiro decifrado em 1873 pelo egiptólogo Georg Ebers que se considera o primeiro tratado médico datado de 1800 a.C., onde se descrevem as preparações de remédios para todas as partes do corpo. A medicina egípcia já utilizava o sene, o zimbro, sementes de linho, funcho, rícino e muitas outras plantas.

• Nas civilizações chinesa e indú o papel da aplicação de fármacos de origem vegetal e animal é muito relevante.

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• Em 1973 a descoberta de 14 livros médicos clássicos em Chang-She, província de Hunan, trouxe alguns dados sobre o início da medicina herbária chinesa. Estas fontes mencionam 52 doenças 283 prescrições e 247 de plantas incluindo: alcaçus, scutellaria, atractylodes, cnidium e muitas outras ainda utilizadas actualmente.

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• Na China muitos outros livros médicos clássicos, foram escritos antes da época de Cristo mas parece que só Shan Hai Ching sobreviveu. Escrito em duas partes, Shan Ching data de cerca de 250 a.C. e Hai Ching de 120 a.C. Ambos descrevem 250 plantas e animais, dos quais apenas 68 são usadas como medicinais 47 de origem animal e 21 de origem vegetal incluindo a canela, angélica, gambir, platycodon, peônia, jujuba e outras.

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• A medicina tradicional chinesa utiliza diversos métodos para classificar as ervas que emprega nos seus medicamentos:

• As 4 Naturezas • Os 5 Sabores• Os Meridianos • Na medicina chinesa actualmente utilizam-

se 50 ervas fundamentais

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• De acordo com as indicações anteriores as plantas podem ser classificadas:

• - segundo as suas propriedades térmicas (4 naturezas): quentes, mornas, frescas e frias, podendo ainda falar-se de uma quinta propriedade, a neutra.

• - segundo os cinco sabores: azedo (ácido), amargo, doce, picante e salgado, teoria elaborada por Chou Li em 470-476 a.C.

• - segundo as quatro direcções( Meridianos): ascendente, descendente, circulante (flutuante) e submersão. Sistema de classificação geralmente atribuído a Li Tung 1180-1251 d.C.

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• De acordo com a lenda, após experimentar várias plantas, Shen Nung, o fundador da Medicina Herbária chinesa, escreveu o livro “Shen Nung Pen Tsao Ching”. O livro sobrevive numa cópia feita por Tao Hung – Ching por volta de 500 anos d.C. e relaciona 365 ervas.

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• Duzentos anos depois, Su Ching compilou “Hsin Hsiu Pen Tsao”, baseado no original Shen Nung Pen Tsao. Contendo 850 substâncias medicinais em 27 volumes, este livro, popularmente conhecido como Tang Pen Tsao, representa a farmacopeia mais antiga oficial no mundo.

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• O governo chinês publicou um dicionário de drogas herbais chinesas abrangendo 5767 tipos de substâncias medicinais, ainda que na realidade na prática clínica só são usadas regularmente cerca de 300 ervas. É curioso que muitas das fórmulas utilizadas ainda hoje são as mesmas da Dinastia Han com pequenas alterações. Estas fórmulas magistrais encontradas nos livros em diversos idiomas são utilizadas e estudadas em quase todos os países. No Japão, desde 1950 que o Ministro da Saúde Japonês reconhece 148 dessas fórmulas como de utilidade pública.

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• Para se fazer uma fórmula fitoterápica chinesa, é preciso conhecer-se as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a interacção de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva Imperador, que vai determinar a acção da fórmula, as ervas Ministros, que ajudam a pontencializar a acção do Imperador, as ervas Assistentes que são necessárias para o bem-estar da pessoa e cuidam do estômago para que este receba a fórmula, e por fim as ervas Mensageiras que levam os princípios activos para o local necessário do organismo.

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• O Ayurveda, também chamado de Medicina Indiana, é um sistema de saúde que tem como pilar a individualização do tratamento através do diagnóstico do desequilíbrio do paciente. Nesta abordagem, a Medicina Ayurvédica, não trata a doença e sim o desequilíbrio psicofísico, a raiz da patologia.

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• O Ayurveda ensina que o nosso corpo físico é formado pelos cinco elementos básicos da natureza (em sânscrito, Panchamahabhutas); estes elementos são expressos na nossa fisiologia através dos humores biológicos ou doshas. Assim, Vata Dosha é formado por espaço (éter) e ar; Pitta Dosha por fogo e água e Kapha Dosha por água e terra. Estes humores biológicos ou Doshas, quando em excesso ou deficiência, geram sinais e sintomas de doenças. 

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• O primeiro objectivo da Medicina Ayurvédica é diagnosticar o desequilíbrio do paciente em relação aos três doshas e a partir daí traçar uma conduta terapêutica para harmonizar estes humores. Dentro das possíveis ferramentas terapêuticas do Ayurveda destaca-se a fitoterapia (utilização das plantas medicinais).

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• Na rica fitoterapia ayurvédica cada planta medicinal possui quatro importantes propriedades: o sabor (rasa), o efeito pós-digestivo (vipaka), a energia (virya) e a potência especial (prabhava). O Ayurveda afirma que existem seis sabores e cada um deles apresenta qualidades e propriedades medicinais importantes: doce (húmido, frio e pesado), ácido (úmido, quente e leve), salgado (úmido, quente e pesado), picante (seco, quente e leve), amargo (seco, frio e leve) e adstringente (seco - frio e pesado).

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• O efeito pós-digestivo, vipaka, é o que surge após a digestão das plantas medicinais. Segundo Caraka, existem apenas três a partir dos seis sabores: os sabores doce e salgado têm um efeito pós-digestivo doce, o sabor ácido apresenta após a digestão o mesmo sabor, ou seja, ácido e os sabores picante, amargo e adstringente tornam-se picantes após a digestão.

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• A terceira propriedade é a energia da planta medicinal, virya, que é a potência pela qual a acção do medicamento acontece. Virya literalmente quer dizer vigor, uma vez que uma planta sem vigor não apresenta propriedade medicinal. Classicamente a energia dos fitoterápicos é dividida em amornante (yang na Medicina Chinesa) e refrescante (yin na tradição chinesa).

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• A potência especial ou prabhava, ocorre quando duas drogas vegetais têm sabor, energia e efeito pós-digestivo similares, mas diferem em acção terapêutica, pois algumas substâncias têm propriedades especiais. Por exemplo, o mel tem sabor doce, mas não agrava a obesidade (aumento de Kapha no Ayurveda) quando utilizado dentro dos conceitos ayurvédicos.

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• Quando os médicos indianos prescrevem a fitoterapia, estas quatro propriedades são levadas em conta. Normalmente as plantas medicinais são utilizadas na forma de fitocomplexos, ou seja, fórmulas com três a 10 plantas, às vezes mais, valendo-se do efeito sinérgico e complementar entre as várias plantas onde o todo é maior que a soma das partes.

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• Em relação a outras civilizações, os gregos deram um contributo importante ao receber dos persas as informações que foram usadas por Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.) que é considerado o “Pai da Medicina”

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Hipócrates

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• Foi o líder da chamada "Escola de Cós“. Rejeitava a superstição e as práticas mágicas da "saúde" primitiva, direccionando os conhecimentos em saúde no caminho científico. É muito conhecido o chamado “Juramento de Hipócrates”.

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• Teofrasto (372 a.C.-287 a.C.) foi sucessor de Aristóteles na escola peripatética. As suas actividades estenderam-se a todos os campos do conhecimento do seu tempo.

Teofrasto

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• Os seus escritos mais importantes são dois volumosos tratados botânicos:– Historia plantarum (História das plantas), em

nove livros (originalmente dez). – De causis plantarum (Sobre as causas das

plantas), em seis livros (originalmente oito).

• Estes tratados constituem a mais importante contribuição à ciência botânica de toda a antiguidade até ao Renascimento.

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• Pedanius Dioscorides (40 d.C.-90 d.C) é um greco-romano, farmacologista e botânico que é considerado o fundador da Farmacognosia por intermédio da sua obra “De materia medica” que é precursora das modernas farmacopeias.

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Pedanius Dioscorides

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• Foi uma das mais influentes obras sobre ervas medicinais tendo sido usada desde o século I até ao século XVII.

• Neste tratado são descritas mais de 600 produtos de origem vegetal, animal e mineral com as indicações do seu uso médico. Este tratado foi usado no ensino no mundo romano e no mundo árabe até finais da Idade Média.

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• Cláudio Galeno (131 d.C-200 d.C.) foi médico particular do Imperador Marco Aurélio a quem se deve formas farmacêuticas precursoras das que são usadas actualmente. As suas obras perderam-se mas sabe-se que investigou anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia e terapêutica.

Cáudio Galeno

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• Durante a Idade média há uma paragem e mesmo um retrocesso na evolução da “Arte de Curar”, entrando em jogo o “obscuro” e o “maravilhoso”, isto é a magia. Entre os produtos vegetais mágicos encontra-se o visco (Druidas), mandrágora, arruda e até o alho (feiticeiros e bruxos).

• O esforço das Ordens Religiosas altera pouco a pouco esta situação porque como depositários dos conhecimentos greco-romanos sobre o uso de plantas medicinais passam a cultivá-las junto aos mosteiros.

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• A partir do século VIII da nossa era, os Árabes tiveram acesso a muitas plantas da Índia e de África, tais como o ruibarbo, o tamarindo, a cânfora, a noz moscada e o cravinho, tendo-se destacado no século XIII o médico árabe Ibn al-Baitar (Abu Muhammad Abdallah Ibn Ahmad Ibn al-Baitar Dhiya al-Din al-Malaqi ), que morreu em 1248 em Granada.

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• É considerado um dos maiores cientistas do Reino Muçulmano de Espanha e um dos maiores botânicos e farmacêuticos da Época Dourada do Islamismo e da Revolução Agrícola Mulçulmana. No seu livro “Corpus simplicium medicamentarium” incorpora os conhecimentos clássicos e a experiência árabe caracterizando mais de 2000 produtos, dos quais 1700 são de origem vegetal.

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• Escrever ainda a Inciclopédia da Medicina Islâmica que incorpora o seu vasto conhecimento das plantas e dos tratamentos de várias doenças incluindo doenças de olhos, cabeça e ouvidos.

• Na terapia do cancro, Ibn al-Baitar descobriu o mais recente tratamento com ervas a "Hindiba“. Após se ter experimentalmente verificado a acção anti-tumoral desta droga vegetal ela foi patenteada em 1997 por Nil Sari, Hanzade Dogan, e John K. Snyder.

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• No Renascimento o charlatanismo e empirismo na Medicina e na Farmácia cederam lentamente à experimentação, tendo sido introduzidos novos fármacos com a chegada dos Portugueses à África, Índia, costas da Malásia, Brasil e China e dos Espanhóis, Holandeses e Ingleses à América do Norte e do Sul, ilhas do Pacífico e Japão.

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• Seguiam nas naus físicos e boticários que recolhiam toda a informação possível junto das populações dos países descobertos mas muitas vezes o segredo de Estado impedia a sua divulgação. Um exemplo o boticário português Tomé Pires que em 1516 envia ao rei D. Manuel I uma carta relatando a aplicação de muitas drogas que só foi descoberta 300 anos depois.

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• O médico judeu português Garcia Avraham da Orta (1500-1568) autor pioneiro sobre Botânica, Farmacologia, Medicina tropical e Antropologia, viveu na Índia. A obra que perpetuou o nome de Garcia de Orta foi o livro Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia, editado em Goa em 1563.

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Estátua de Garcia da Orta

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• Estuda um número aproximadamente igual de drogas orientais, principalmente de origem vegetal, como o aloés, o benjoim, a cânfora, a canafístula, o ópio, o ruibarbo, os tamarindos e muitas outras.

• Já fala da Rauwolphia serpentina uma espécie vegetal que só vai entrar na terapêutica no século XX.

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• A divulgação deste trabalho de Garcia da Orta é feita posteriormente pelo francês Jacques de l’Écluse conhecido por Clusius (1525-1609) um médico e botânico flamengo, um dos mais famosos do século XVI.

Clusius

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• Foi o criador de um dos primeiros jardins botânicos da Europa em Leiden e é considerado como um dos fundadores da horticultura. Foi também um dos primeiros a realizar descrições realmente científicas de plantas.

• Em 1601 publicou um importante tratado de botânica, Rariorum plantarum historia, ilustrado com mais de mil gravuras e onde tratou de agrupar as espécies pela sua afinidade.

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• As suas observações são notavelmente precisas.

• Clusius foi sem dúvida o primeiro botânico a fazer descrições científicas. Também foi o primeiro a descrever numerosas espécies como o Jasmim, o Castanheiro e as Aralias. Também se interessou pelos Cogumelos.

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• Em 1605 publicou Exoticorum libri decem onde tentou descrever todas as espécies exóticas, animais ou vegetais, que conseguiu obter. O seu livro descreve numerosas espécies novas, como o Casuar (género Casuarius), o Pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus), vários papagaios (Deroptyus accipitrinus e Lorius garrulus), o íbis-escarlate (Eudocimus ruber), entre muitas outras.

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• Descreveu também o Pinguinus impennis a partir de um especíe que recebeu em 1604 junto com outras espécies de Henrik Højer, que explorou as Ilhas Feroe. Várias espécies vegetais, como a Ganteiana clusii e a Primula clusiana foram dedicadas a Clusius. O botânico Charles Plumier (1646-1704) dedicou-lhe o género Clusia da família das Clusiaceae.

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• Os Jesuitas, especialmente o Padre José de Anchieta, (1534-1597) padre jesuíta espanhol, nascido em La Laguna em Tenerife, um dos fundadores da cidade de São Paulo e declarado beato pelo papa João Paulo II e cognominado de Apóstolo do Brasil refere o uso da ipecacuanha e as propriedades cicatrizantes do bálsamo da copaíba. Padre José de Anchieta

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• Um outro Jesuita o Padre Fernão Cardim, português nascido em Viana do Castelo (1549-1625) divulgou plantas como o jaborandi, a canafístula, o estramónio e o aloés.

• Pierre Pomet, um droguista francês (1658-1699) publicou “Histoire géneral des Drogues” que permitiu a entrada no período científico ao adoptar a classificação e descrição taxonómicas, o que permitiu uma identificação botânica mais precisa dos fármacos.

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• Foi a partir desta época que as Universidades encorajaram o estudo das plantas medicinais, criando jardins botânicos, alguns exclusivamente dedicados à cultura de plantas para aplicação no tratamento de doenças. A partir destas altura são aplicados produtos medicinais exóticos como a quina, a baunilha, as folhas de coca e a sénega.

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• Só a partir dos finais do século XVIII é que a Farmacognosia envereda pela procura sistemática, isolamento e determinação da estrutura dos constituintes activos dos fármacos.

• O químico farmacêutico sueco Carl Wilhelm Scheele (1742-1786) na sua farmácia de Koping obteve vários ácidos orgânicos, lactose e glicerina, todos a partir de produtos naturais.

Carl Wilhelm Scheele

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• Descobriu ainda o oxigênio o nitrogénio e • outros elementos químicos, tais como bário

(1774), cloro (1774), manganês (1774), molibdênio (1778) e o tungstênio (1781), assim como diversos compostos químicos, incluindo o ácido nítrico, o glicerol e o cianeto de hidrogênio (também conhecido como ácido prússico). Além disso descobriu um processo semelhante à pasteurização.

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• Outros químicos e farmacêuticos do século XIX distinguiram-se pelo isolamento de várias substâncias tais como a narcotina a partir do ópio (Derosne 1803), a morfina a partir de uma mistura de opiáceos (Serturner, 1816), a estricnina (Pelletier e Caventou, 1818), a salicina do salgueiro (Lerou, 1830) que irá levar à síntese do ácido acetilsalicílico, a amigdalina a partir das amêndoas amargas (Robiquet, 1868) e a digitalina a partir da dedaleira (Nativelle, 1858).

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• Tem de se distinguir no isolamento de alcalóides o papel do médico português Bernardino António Gomes (1768-1823) que isolou a cinchonina a partir da quina, (1812) tendo sido pioneiro em Portugal no isolamento de fármacos vegetais. Bernardino António Gomes

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• http://www.webmanagers.com.br/poletto/arquivos/aulasteoricasdefarmacognosia.doc

• http://www.jasfarma.pt/artigo.php?publicacao=mf&numero=17&artigo=8 Evolução da Farmacognosia

• Farmacognosia e Fitoquímica A. Proença da Cunha –Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 2005

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• http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://www.scielo.br/img/fbpe/qn/v26n1/14308f2.gif&imgrefurl=http://www.scielo.br/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0100-40422003000100018%26lng%3Din%26nrm%3Diso%26tlng%3Din&h=392&w=449&sz=15&hl=pt-PT&start=7&tbnid=0Osmy2MZnyMLGM:&tbnh=111&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dplano%2Bde%2Bsimetria%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-PT Química de Inositóis

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Page 59: 1º Aula

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Fitoterapia Fitoteraºia• http://pt.wikipedia.org/wiki/Extrato_herbal • http://pt.wikipedia.org/wiki/Florais • http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_medicinal

Lista das plantas medicinais do Brasil de A a Z• http://pt.wikipedia.org/wiki/Tintura • http://pt.wikipedia.org/wiki/Elixir_%28medicame

nto%29 Formas farmacêuticas

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Page 60: 1º Aula

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Elixir_%28medicamento%29#Escolha_da_forma_farmac.C3.AAutica Formas farmacêuticas

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Medicina_alternativa Medicina alternativa

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Tratamentos_m%C3%A9dicos Medicina convencional

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:%21Esbo%C3%A7os_sobre_medicina Tipos de doenças tratadas por medicina convencional

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Page 61: 1º Aula

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia Terapia, tipos de medicina convencional ou alternativa

• http://www.medicosdeportugal.pt/action/2/cnt_id/1296/ medicina convencional e medicina alternativa

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Alopatia Alopatia• http://sigarra.up.pt/up/web_gessi_docs.download_

file?p_name=F816787149/Paula_Andrade_FarmacognosiaII_FFUP.pdf História

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Page 63: 1º Aula

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Terapia_alimentar_chinesa Terapia alimentar chinesa

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ventosaterapia uso de ventosas

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Meridiano_(acupuntura) meridianos-medicina chinesa

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_cinco_elementos Teoria dos cinco elementos

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Page 64: 1º Aula

• http://www.astrologia-esoterica.com.br/Banho%20de%20ervas.html Banhos de ervas

• http://www.who.int/medicinedocs/en/cl/CL1.1.3.11/ medicina tradicional-OMS

• http://www.medicinachinesapt.com/fitoterapia_chinesa.html medicina chinesa

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3crates Hipócrates

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Page 65: 1º Aula

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Galeno Galeno

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Teofrasto

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_peripat%C3%A9tica Peripatéticos

• http://en.wikipedia.org/wiki/Dioscorides Dioscorides

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Page 66: 1º Aula

• http://en.wikipedia.org/wiki/Ibn_al-Baitar Ibn al-Baitar• http://pt.wikipedia.org/wiki/Garcia_da_Orta Garcia da

Orta• http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://

www.vidaslusofonas.pt/Orta1.gif&imgrefurl=http://www.vidaslusofonas.pt/garcia_da_orta.htm&h=462&w=253&sz=5&hl=pt-PT&start=1&usg=__WWheojTqd2rfD6XBKA9_VPzTgI4=&tbnid=XxrsvZT1UbF34M:&tbnh=128&tbnw=70&prev=/images%3Fq%3DGarcia%2Bda%2BHorta%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-PT Garcia da Orta

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Carolus_Clusius Clusius

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• http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V81-4DBSSVB-2&_user=2459639&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search&_sort=d&view=c&_version=1&_urlVersion=0&_userid=2459639&md5=255b35782f0eecd4cf621cd2f961d468 História geral das drogas de Pierre Pomet

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Wilhelm_Scheele Scheele

• http://www.spq.pt/docs/Biografias/BAGomesport.pdf Bernardino António Gomes

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