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Didatismo e Conhecimento 1 LÍNGUA PORTUGUESA LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS. “O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.” (em Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa) Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigação. Escrever por profissão. Escrever para tornar presente a ausência. Escrever para manter próximos os elos distantes. Escrever para vencer o espaço e o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez. Escrever para dar vida eterna ao instante efêmero. Escrever para se sentir solitário, mas escrever para ter companhia na solidão. Escrever para se conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para criar pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do ser pensante. Escrever para explodir ou domar a paixão. Escrever como treino de inteligência ou para admirar a loucura da lucidez. Escrever para criar um ritual em que o homem é a própria magia. Escrever para se firmar como uma voz distinta no mundo. Escrever para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para se sentir vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que há em nós. Daqui surgem os textos. A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores não só correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir de nossa atenção, porque ficamos concentrados naquilo que o texto nos diz. “Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções e propósitos”. A importância dada às questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que a escola pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, isto é, de extrair de um texto os seus significados. Num texto, cada uma das partes está combinada com as outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do significado global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses interpretativas, levantadas a partir da compreensão de dados e informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do mundo. Os diferentes níveis de leitura Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura. O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática, a semântica, é preciso que tenhamos um bom domínio da língua. O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o texto. É a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes perguntas: - Por que ler este livro? - Será uma leitura útil? - Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se propuser a ler um texto sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo. Ler é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.

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  • Didatismo e Conhecimento 1

    LNGUA PORTUGUESA

    LEITURA E COMPREENSO DE TEXTOS.

    O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, isto: que as pessoas no esto sempre iguais, ainda no foram terminadas, mas que elas vo sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade maior. o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, monto.

    (em Grande Serto: Veredas, Guimares Rosa)

    Escrever para matar o tempo. Escrever por obrigao. Escrever por profisso. Escrever para tornar presente a ausncia. Escrever para manter prximos os elos distantes. Escrever para vencer o espao e o tempo. Escrever para se encontrar ou se perder de vez. Escrever para dar vida eterna ao instante efmero. Escrever para se sentir solitrio, mas escrever para ter companhia na solido. Escrever para se conhecer nas entranhas, mas escrever para romper a espessa crosta da individualidade. Escrever para criar pontes em busca do outro. Escrever para ter a marca registrada do ser pensante. Escrever para explodir ou domar a paixo. Escrever como treino de inteligncia ou para admirar a loucura da lucidez. Escrever para criar um ritual em que o homem a prpria magia. Escrever para se firmar como uma voz distinta no mundo. Escrever para aceitar, negar e transformar o mesmo mundo. Escrever para se sentir vivo e renovar o grande estoque de palavras-mundo que h em ns. Daqui surgem os textos.

    A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa partida de futebol, os jogadores no s correm e chutam, mas gritam, advertem, perguntam. Difcil ler e ao mesmo tempo fazer outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de ns tende a sumir de nossa ateno, porque ficamos concentrados naquilo que o texto nos diz.

    Na leitura, importante descobrir o que relevante em cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de observao escolhido pelo autor, compreendendo suas intenes e propsitos.

    A importncia dada s questes de interpretao de textos deve-se ao carter interdisciplinar, o que equivale dizer que a competncia de ler texto interfere decididamente no aprendizado em geral, j que boa parte do conhecimento mais importante nos chega por meio da linguagem escrita. A maior herana que a escola pode legar aos seus alunos a competncia de ler com autonomia, isto , de extrair de um texto os seus significados. Num texto, cada uma das partes est combinada com as outras, criando um todo que no mero resultado da soma das partes, mas da sua articulao. Assim, a apreenso do significado global resulta de vrias leituras acompanhadas de vrias hipteses interpretativas, levantadas a partir da compreenso de dados e informaes inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do mundo.

    Os diferentes nveis de leitura

    Para que isso acontea, necessrio que haja maturidade para a compreenso do material lido, seno tudo cair no esquecimento ou ficar armazenado em nossa memria sem uso, at que tenhamos condies cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos por diferentes nveis ou etapas at termos condies de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou nveis so cumulativas e vo sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.

    O Primeiro Nvel elementar e diz respeito ao perodo de alfabetizao. Ler uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer

    experincia: no basta apenas conhecermos os cdigos, a gramtica, a semntica, preciso que tenhamos um bom domnio da lngua.

    O Segundo Nvel a pr-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funes especficas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior no nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impresso sobre o texto. a leitura que comumente desenvolvemos nas livrarias. Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente s seguintes perguntas:

    - Por que ler este livro?- Ser uma leitura til?- Dentro de que contexto ele poder se enquadrar? Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista

    do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se voc se propuser a ler um texto sem interesse, com olhar crtico, rejeitando-o antes de conhec-lo, provavelmente o aproveitamento ser muito baixo. Ler armazenar informaes; desenvolver; ampliar horizontes; compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever melhor; relacionar-se melhor com o outro.

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    LNGUA PORTUGUESA

    O Terceiro Nvel conhecido como analtico. Depois de vasculharmos bem o texto na pr-leitura, analisamos. Para isso, imprescindvel que saibamos em qual gnero o texto se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, uma notcia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe apenas teoria ou so inseridas prticas e exemplos. No caso de ser um texto terico, que requeira memorizao, procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o que est lendo, dando vida e muita criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer ser capaz de resumir o assunto do texto em duas frases. J temos algum contedo para isso, pois o encadeamento das ideias j de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, do incio ao fim. Esta a leitura efetiva, aproveite bem este momento. Fique atento! Aproveite todas as informaes que a pr-leitura ofereceu. No pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionrios ou sublinhar textos, isto ser feito em outro momento.

    O Quarto Nvel de leitura o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com

    qualquer dvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos de um texto so explicitados neste prprio texto, medida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicolgico far com que fiquemos com aquela dvida incomodando-nos at que tenhamos a resposta. Caso no haja explicao no texto, ser na etapa do controle que lanaremos mo do dicionrio. Veja bem: a esta altura j conhecemos bem o texto e o ato de interromper a leitura no vai fragmentar a compreenso do assunto como um todo. Ser, tambm, nessa etapa que sublinharemos os tpicos importantes, se necessrio. Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto prximo a eles, visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronologia e a sequncia deste fato importante, situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.

    Um Quinto Nvel pode ser opcional: a etapa da repetio aplicada. Quando lemos, assimilamos o contedo do texto, mas

    aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prtica, ou seja, que tenhamos experincia do que foi lido na vida. Voc s pode compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria prtica. Na leitura, quando no passamos pela etapa da repetio aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos queles brancos quando queremos evocar o assunto. Observe agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, esforce-se para traduzi-lo com suas prprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experincia j vivida ou tente exemplific-lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados. importante lembrar que esquecemos mais nas prximas 8 horas do que nos 30 dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao texto, consultamos as anotaes. No pense que um exerccio montono. Ns somos capazes de realizar diariamente exerccios fsicos com o propsito de melhorar a aparncia e a sade. Pois bem, embora no tenhamos condies de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando melhoramos nossas aptides como o raciocnio, a prontido de informaes e, obviamente, nossos conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforar no incio e criar um mtodo de leitura eficiente e rpido.

    Ideias Ncleo

    O primeiro passo para interpretar um texto consiste em decomp-lo, aps uma primeira leitura, em suas ideias bsicas ou ideias ncleo, ou seja, um trabalho analtico buscando os conceitos definidores da opinio explicitada pelo autor. Esta operao far com que o significado do texto salte aos olhos do leitor. Exemplo:

    Incalculvel a contribuio do famoso neurologista austraco no tocante aos estudos sobre a formao da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente. Comeou estudando casos clnicos de comportamentos anmalos ou patolgicos, com a ajuda da hipnose e em colaborao com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o mtodo que at hoje usado pela psicanlise: o das livres associaes de ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbaes mentais. Para este caminho de regresso s origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da linguagem onrica dos pacientes, considerando os sonhos como compensao dos desejos insatisfeitos na fase de viglia.

    Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da poca, foi a apresentao da tese de que toda neurose de origem sexual.

    (Salvatore DOnofrio)

    Primeiro Conceito do Texto: Incalculvel a contribuio do famoso neurologista austraco no tocante aos estudos sobre a formao da personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente. O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a cincia a compreender os nveis mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

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    LNGUA PORTUGUESA

    Segundo Conceito do Texto: Comeou estudando casos clnicos de comportamentos anmalos ou patolgicos, com a ajuda da hipnose e em colaborao com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo, inventou o mtodo que at hoje usado pela psicanlise: o das livres associaes de ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbaes mentais. A segunda ideia ncleo mostra que Freud deu incio a sua pesquisa estudando os comportamentos humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse mtodo, criou o das livres associaes de ideias e de sentimentos.

    Terceiro Conceito do Texto: Para este caminho de regresso s origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da linguagem onrica dos pacientes, considerando os sonhos como compensao dos desejos insatisfeitos na fase de viglia. Aqui, est explicitado que a descoberta das razes de um trauma se faz por meio da compreenso dos sonhos, que seriam uma linguagem metafrica dos desejos no realizados ao longo da vida do dia a dia.

    Quarto Conceito do Texto: Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da poca, foi a apresentao da tese de que toda neurose de origem sexual. Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que todo o trauma psicolgico de origem sexual.

    QUESTES

    (CESPE/UnB Analista do MPU Apoio Jurdico/2013)

    Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos que o Ministrio Pblico brasileiro singular. Em nenhum outro pas, h um Ministrio Pblico que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuies.

    Do ponto de vista da localizao institucional, h grande diversidade de situaes no que se refere aos Ministrios Pblicos dos demais pases da Amrica Latina. Encontra-se, por exemplo, Ministrio Pblico dependente do Poder Judicirio na Costa Rica, na Colmbia e, no Paraguai, e ligado ao Poder Executivo, no Mxico e no Uruguai.

    Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extenso de obrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, a relao entre o nmero de integrantes da instituio e a populao uma das mais desfavorveis no quadro latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, h uma situao de clara desvantagem no que diz respeito ao nmero relativo de integrantes. No Panam, por exemplo, o nmero de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolvia, de 4,5. Em situao semelhante ou ainda mais crtica do que o Brasil, esto, (l.11) por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relao: 2,4. correto dizer que h naes (l.12) proporcionalmente com menos promotores que o Brasil. No entanto, as atribuies do Ministrio Pblico brasileiro so muito mais (l.13) extensas do que as dos Ministrios Pblicos desses pases.

    Maria Tereza Sadek. A construo de um novo Ministrio Pblico resolutivo. Internet: (com adaptaes).

    (l.11) linha 11 no texto original(l.12) linha 12 no texto original(l.13) linha 13 no texto original

    Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa estiver Correta e com (E) quando a afirmativa estiver Errada. Itens relativos s ideias e a aspectos lingusticos do texto acima.

    01. Os dados expostos no terceiro pargrafo indicam que os profissionais do Ministrio Pblico brasileiro so mais eficientes que os dos rgos equivalentes nos demais pases da Amrica do Sul.

    02. Com base nos dados apresentados no texto, correto concluir que a situao do Brasil, no que diz respeito ao nmero de promotores existentes no Ministrio Pblico por habitante, est pior que a da Guatemala, mas melhor que a do Peru.

    03. Seriam mantidas a coerncia e a correo gramatical do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maisculas e minsculas, o perodo correto (...) o Brasil (l.11-12) fosse iniciado com um vocbulo de valor conclusivo, como logo, por conseguinte, assim ou porquanto, seguido de vrgula.

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    LNGUA PORTUGUESA

    04. O objetivo do texto provar que o nmero total de promotores no Brasil menor que na maioria dos pases da Amrica Latina.

    05. No primeiro perodo do terceiro pargrafo, estabelecido contraste entre a maior extenso das obrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, em comparao com as de rgos equivalentes em outros pases, e o nmero de promotores em relao populao do pas, o que evidencia situao oposta que se poderia esperar.

    06. No ltimo perodo do texto, a palavra atribuies est subentendida logo aps o vocbulo as (l.13), que poderia ser substitudo por aquelas, sem prejuzo para a correo do texto.

    07. Seriam mantidas a correo gramatical e a coerncia do texto se o primeiro pargrafo fosse assim reescrito: Quando se examina o contexto internacional, conclumos que no h situao como a do Brasil no que se refere a existncia e desempenho do Ministrio Pblico.

    (VUNESP TJ-SP 2013)

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 08 a 10.

    A tica da fila

    SO PAULO Escritrios da avenida Faria Lima, em So Paulo, esto contratando flanelinhas para estacionar os carros de seus profissionais nas ruas das imediaes. O custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento regular. Imaginando que os guardadores no violem nenhuma lei nem regra de trnsito, utilizar seus servios seria o equivalente de pagar algum para ficar na fila em seu lugar. Isso tico?

    Como no resisto aos apelos do utilitarismo, no vejo grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele no prejudica ningum e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas claro que nem todo o mundo pensa assim.

    Michael Sandel, em O que o Dinheiro No Compra, levanta bons argumentos contra a prtica. Para o professor de Harvard, dubls de fila, ao forar que o critrio de distribuio de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetrio, acabam corrompendo as instituies.

    Diferentes bens so repartidos segundo diferentes regras. Num leilo, o que vale o maior lance, mas no cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mrito, j prontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro que ele eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepe a critrios alternativos e o resultado final uma sociedade na qual as diferenas entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.

    No discordo do diagnstico, mas vejo dificuldades. Para comear, os argumentos de Sandel tambm recomendam a proibio da prostituio e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades legtimas. Mais importante, para opor-se destruio de valores ocasionada pela monetizao, em muitos casos preciso eleger um padro universal a ser preservado, o que exige a criao de uma espcie de moral oficial e isso para l de problemtico.

    (Hlio Schwartsman, A tica da fila. Folha de S.Paulo,

    08. Em sua argumentao, Hlio Schwartsman revela-se(A) perturbado com a situao das grandes cidades, onde se acabam criando situaes perversas maioria dos cidados.(B) favorvel aos guardadores de vagas nas filas, uma vez que o pacto entre as partes traduz-se em resultados que satisfazem a ambas.(C) preocupado com os profissionais dos escritrios da Faria Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas.(D) indignado com a explorao sofrida pelos flanelinhas, que fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e recebem menos.(E) indiferente s necessidades dos guardadores de vagas nas filas, pois eles priorizam vantagens econmicas frente s necessidades alheias.

    09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professor uma ideia contrria (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo que aquela ficou na fila com inteno comercial. O autor do texto concorda

    com esse posicionamento de Sandel.(B) comercializao de uma prtica que consiste no pagamento a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma fila. O autor

    do texto discorda desse posicionamento de Sandel.(C) criao de uma legislao que normatize a venda de vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto discorda desse

    posicionamento de Sandel.(D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise. O autor do texto

    discorda desse posicionamento de Sandel.(E) falta de legislao especfica no que se refere venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila guardando lugar a

    outra. O autor do texto concorda com esse posicionamento de Sandel.

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    10. Nas consideraes de Sandel, o dinheiro (A) cria caminhos alternativos para aes eficientes, minimizando as diferenas sociais e resguardando as instituies.(B) anda por diversos caminhos para ser eficiente, rechaando as diferenas sociais e preservando as instituies.(C) est na base dos caminhos eficientes, visando combater as diferenas sociais e a corrupo das instituies.(D) eficiente e abre caminhos, mas refora as desigualdades sociais e corrompe as instituies.(E) percorre vrios caminhos sem ser eficiente, pois deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupo das instituies.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 11 e 12.

    O que ler?

    Comeo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns pensamentos, julgo entender o que est escrito porque conheo a lngua e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experincias ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertrio disponvel de palavras, coisas, fatos, experincias, depositados pela cultura instituda e sedimentados no mundo de ambos.

    De repente, porm, algumas palavras me pegam. Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilho, para um sentido novo, que alcano apenas graas a elas. O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e no apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu no sabia, para o novo. O escritor no convida quem o l a reencontrar o que j sabia, mas toca nas significaes existentes para torn-las destoantes, estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

    Ler, escreve Merleau-Ponty, fazer a experincia da retomada do pensamento de outrem atravs de sua palavra, uma reflexo em outrem, que enriquece nossos prprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, comeo a compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento, isto , em seu discurso.

    (Marilena Chau, Prefcio. Em: Jairo Maral, Antologia de Textos Filosficos. Adaptado)

    11. Com base nas palavras de Marilena Chau, entende-se que ler (A) um ato de interao e de desalojamento de sentidos cristalizados.(B) uma atividade em que a contribuio pessoal est ausente.(C) uma reproduo automatizada de sentidos da ideologia dominante.(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.

    12. Com a frase O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e no apenas com ele... (2. pargrafo), a autora revela que(A) sua viso de mundo destoa do pensamento do escritor.(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.(C) sua reflexo est integrada ao pensamento do escritor.(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.

    (FCC TRT-12Regio 2013)

    Para responder a questo de nmero 13, considere o texto abaixo.

    As certezas sensveis do cor e concretude ao presente vivido. Na verdade, porm, o presente vivido fruto de uma sofisticada mediao. O real tem um qu de ilusrio e virtual.

    Os rgos sensoriais que nos ligam ao mundo so altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao crebro. O olho humano, por exemplo, no capaz de captar todo o espectro de energia eletromagntica existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro visvel do olho humano, so, no entanto, captados pelas abelhas.

    Seletividade anloga preside a operao dos demais sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de sensibilidade dos indivduos varie de acordo com idade, herana gentica, treino e educao. H mais coisas entre o cu e a terra do que nossos cinco sentidos e todos os aparelhos cientficos que lhes prestam servios so capazes de detectar.

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    LNGUA PORTUGUESA

    Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes no passa, portanto, de uma frao diminuta do que h. Mas o que aconteceria se tivssemos de passar a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga torrencial de percepes sensoriais (visuais, auditivas, tteis etc.) com as quais no estamos habituados? Suponha que uma mutao gentica reduza drasticamente a seletividade natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade seria patente. Se as portas da percepo se depurassem, sugeria William Blake, tudo se revelaria ao homem tal qual , infinito.

    O grande problema saber se estaramos aptos a assimilar o formidvel acrscimo de informao sensvel que isso acarretaria. O mais provvel que essa sbita mutao a desobstruo das portas e rgos da percepo produzisse no a revelao mstica imaginada por Blake, mas um terrvel engarrafamento cerebral: uma sobrecarga de informaes acompanhada de um estado de aguda confuso e perplexidade do qual apenas lentamente conseguiramos nos recuperar. As informaes sensveis a que temos acesso, embora restritas, no comprometeram nossa sobrevivncia no laboratrio da vida. Longe disso. a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do Universo. Se o muro desaba, o caos impera.

    (Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do amanh, So Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)

    13. No texto, o autor(A) lamenta o fato de que nossos sentidos no sejam capazes de captar a imensa gama de informaes presentes no Universo.(B) aponta para a funo protetora dos rgos sensoriais, cuja seletividade, embora implique perdas, nos benfica.(C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepo visual humana pode alcanar o nvel de percepo visual das abelhas, e

    vir a captar raios ultravioleta.(D) discorre sobre uma das mximas de William Blake, para quem a inquietao humana deriva do fato de no se franquearem

    as portas da percepo.(E) comprova que alteraes na percepo sensorial humana causariam danos irreparveis ao crebro.

    Para responder s questes de nmeros 14 e 15, considere o texto abaixo.

    bem no fundo

    no fundo, no fundo,bem l no fundo,a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decretoa partir desta data,aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada maismas problemas no se resolvem,problemas tm famlia grande,e aos domingos saem todos passearo problema, sua senhorae outros pequenos probleminhas

    (Paulo Leminski, Toda Poesia, So Paulo, Cia. das Letras, 2013. p. 195)

    14. Atente para o que se afirma abaixo.I. Depreende-se do poema que preciso mais do que apenas nosso desejo para a resoluo de dificuldades.II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para tanto, que no se evoque o passado a todo o momento.III. Infere-se do texto que as mgoas podem desaparecer na medida em que no forem cultivadas.

    Est correto o que se afirma APENAS em:(A) I e III.(B) I e II.(C) II e III.(D) I.(E) II.

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    LNGUA PORTUGUESA

    15. a partir desta data, aquela mgoa sem remdio considerada nula e sobre ela silncio perptuoUma redao alternativa em prosa para os versos acima, em que se mantm a correo, a lgica e, em linhas gerais, o sentido

    original, :(A) Um silncio perptuo, cairia sem remdio, sobre aquela mgoa, considerada nula a partir desta data.(B) Aquela mgoa sem remdio fora, considerada nula, a partir desta data, sobre ela restando um silncio perptuo.(C) Aquela mgoa sem remdio seria, a partir desta data, considerada nula e, sobre ela, cairia um silncio perptuo.(D) Considerando-se nula aquela mgoa a partir desta data, restando sobre ela, um silncio perptuo.(E) Aquela mgoa, sem remdio ser, a partir desta data, considerada nula, caindo-se sobre ela, um silncio perptuo.

    Respostas:

    01-E (Afirmativa Errada)No terceiro pargrafo constatamos que apesar da maior extenso de obrigaes do Ministrio Pblico brasileiro, a relao entre o

    nmero de integrantes da instituio e a populao uma das mais desfavorveis no quadro latino-americano. De fato, dados recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes, h uma situao de clara desvantagem no que diz respeito ao nmero relativo de integrantes. No Panam, por exemplo, o nmero de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolvia, de 4,5. Em situao semelhante ou ainda mais crtica do que o Brasil, esto, por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relao: 2,4.

    02-C (Afirmativa Correta)No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes.Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil habitantes.No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil habitantes.

    03-E (Afirmativa Errada)No podemos usar um vocbulo de concluso, pois ela se dar nas ltimas duas linhas do texto: ...apesar de haver naes

    proporcionalmente com menos promotores que o Brasil, as atribuies do Ministrio Pblico brasileiro so muito mais extensas do que as dos Ministrios Pblicos desses outros pases.

    04-E (Afirmativa Errada)Pois o texto afirma que h outros pases em situao semelhante ou ainda mais crtica do que o Brasil, esto, por exemplo, o Peru,

    com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relao: 2,4.

    05-C (Afirmativa Correta)Sim, as afirmaes esto explcitas e confirmam o item 05: Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extenso de obrigaes

    do Ministrio Pblico brasileiro, a relao entre o nmero de integrantes da instituio e a populao uma das mais desfavorveis no quadro latino-americano.

    06-C (Afirmativa Correta)No entanto, as atribuies do Ministrio Pblico brasileiro so muito mais extensas do que as atribuies dos Ministrios

    Pblicos desses pases. (Sim, a palavra atribuies est subentendida aps as).No entanto, as atribuies do Ministrio Pblico brasileiro so muito mais extensas do que aquelas dos Ministrios Pblicos

    desses pases. (No houve prejuzo no entendimento do texto).

    07-E (Afirmativa Errada)

    Como est no texto: Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos que o Ministrio Pblico brasileiro singular. Em nenhum outro pas, h um Ministrio Pblico que apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuies.

    Como ficaria: Quando se examina o contexto internacional, conclumos que no h situao como a do Brasil no que se refere a existncia e desempenho do Ministrio Pblico.

    Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro pas h um Ministrio Pblico semelhante ao nosso, que ostente a quantidade de atribuies. No segundo diz que em nenhum outro pas h um Ministrio Pblico semelhante ao nosso, na existncia e desempenho.

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    08-BA confirmao da alternativa fica evidente no trecho: Como no resisto aos apelos do utilitarismo, no vejo grandes problemas

    nesse tipo de acerto. Ele no prejudica ningum e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas claro que nem todo o mundo pensa assim.

    09-BMichael Sandel, reproduz uma ideia contrria comercializao de uma prtica que consiste no pagamento a uma pessoa para

    que ela fique em seu lugar em uma fila. Podemos verificar essa afirmao na passagem: Para o professor de Harvard, dubls de fila, ao forar que o critrio de distribuio de vagas deixe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetrio, acabam corrompendo as instituies.

    10-DPodemos confirmar esta afirmativa no trecho: O problema com o dinheiro que ele eficiente demais. Sempre que entra por

    alguma fresta, logo se sobrepe a critrios alternativos e o resultado final uma sociedade na qual as diferenas entre ricos e pobres se tornam cada vez mais acentuadas.

    11-A(A) um ato de interao e de desalojamento de sentidos cristalizados. (Correta)(B) uma atividade em que a contribuio pessoal est ausente.Errada. Ler fazer a experincia da retomada do pensamento de outrem atravs de sua palavra, uma reflexo em outrem,

    que enriquece nossos prprios pensamentos.(C) uma reproduo automatizada de sentidos da ideologia dominante.Errada, no h ideologia dominante. Ler fazer a experincia da retomada do pensamento de outrem atravs de sua palavra,

    uma reflexo em outrem, que enriquece nossos prprios pensamentos.(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.Errada. Ler ter muita sensibilidade, uma reflexo.(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.Errada. Ler fazer a experincia da retomada do pensamento de outrem atravs de sua palavra, uma reflexo em outrem,

    que enriquece nossos prprios pensamentos.

    12-C(A) sua viso de mundo destoa do pensamento do escritor.Errada. No destoa, pois o escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e no apenas com ele...(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo do autor. O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e no

    apenas com ele...(C) sua reflexo est integrada ao pensamento do escritor. (Correta)(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.Errada. Seu modo de pensar no anula a do autor, pois passa a pensar no apenas com ele, mas de dentro dele.(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.Errada. Pois os dois pensam juntos.

    13-BA confirmao da alternativa B fica evidente nos pargrafos 02 e 03: Os rgos sensoriais que nos ligam ao mundo so

    altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao crebro. O olho humano, por exemplo, no capaz de captar todo o espectro de energia eletromagntica existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro visvel do olho humano, so, no entanto, captados pelas abelhas.

    Seletividade anloga preside a operao dos demais sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de sensibilidade dos indivduos varie de acordo com idade, herana gentica, treino e educao. H mais coisas entre o cu e a terra do que nossos cinco sentidos e todos os aparelhos cientficos que lhes prestam servios so capazes de detectar.

    E quando finaliza o texto: a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do Universo.

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    14-DI. Depreende-se do poema que preciso mais do que apenas nosso desejo para a resoluo de dificuldades. (Correta)mas problemas no se resolvem,problemas tm famlia grande,e aos domingos saem todos passearo problema, sua senhorae outros pequenos probleminhas

    II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para tanto, que no se evoque o passado a todo o momento. (Incorreta)Pois, a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decretoa partir desta data,aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada mais

    III. Infere-se do texto que as mgoas podem desaparecer na medida em que no forem cultivadas. (Incorreta)a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decretoa partir desta data,aquela mgoa sem remdio considerada nulae sobre ela silncio perptuoextinto por lei todo o remorsomaldito seja quem olhar pra trs,l pra trs no h nada,e nada mais

    15-CAquela mgoa sem remdio seria, a partir desta data, considerada nula e, sobre ela, cairia um silncio perptuo.

    A SIGNIFICAO DAS PALAVRAS NO TEXTO.

    Quanto significao, as palavras so divididas nas seguintes categorias:

    Sinnimos: so palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo:- Alfabeto, abecedrio.- Brado, grito, clamor.- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.- Justo, certo, exato, reto, ntegro, imparcial.

    Na maioria das vezes no indiferente usar um sinnimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinnimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significao e certas propriedades que o escritor no pode desconhecer. Com efeito, estes tm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrpede); uns so prprios da fala corrente, desata-viada, vulgar, outros, ao invs, pertencem esfera da linguagem culta, literria, cientfica ou potica (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinreo).

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    A contribuio Greco-latina responsvel pela existncia, em nossa lngua, de numerosos pares de sinnimos. Exemplos:- Adversrio e antagonista.- Translcido e difano.- Semicrculo e hemiciclo.- Contraveneno e antdoto.- Moral e tica.- Colquio e dilogo.- Transformao e metamorfose.- Oposio e anttese.

    O fato lingustico de existirem sinnimos chama-se sinonmia, palavra que tambm designa o emprego de sinnimos.

    Antnimos: so palavras de significao oposta. Exemplos:- Ordem e anarquia.- Soberba e humildade.- Louvar e censurar.- Mal e bem.

    A antonmia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simptico/antiptico, progredir/regredir, concrdia/discrdia, explcito/implcito, ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simtrico/assimtrico, pr-nupcial/ps-nupcial.

    Homnimos: so palavras que tm a mesma pronncia, e s vezes a mesma grafia, mas significao diferente. Exemplos:- So (sadio), so (forma do verbo ser) e so (santo).- Ao (substantivo) e asso (verbo).

    S o contexto que determina a significao dos homnimos. A homonmia pode ser causa de ambiguidade, por isso consi-derada uma deficincia dos idiomas.

    O que chama a ateno nos homnimos o seu aspecto fnico (som) e o grfico (grafia). Da serem divididos em:

    Homgrafos Heterofnicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das vogais.- Rego (substantivo) e rego (verbo).- Colher (verbo) e colher (substantivo).- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).- Para (verbo parar) e para (preposio).- Providncia (substantivo) e providencia (verbo).- s (substantivo), s (contrao) e as (artigo).- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contrao de per+o).

    Homfonos Heterogrficos: iguais na pronncia e diferentes na escrita.- Acender (atear, pr fogo) e ascender (subir).- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).- Concerto (harmonia, sesso musical) e conserto (ato de consertar).- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).- Aprear (determinar o preo, avaliar) e apressar (acelerar).- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).- Censo (recenseamento) e senso (juzo).- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).- Pao (palcio) e passo (andar).- Hera (trepadeira) e era (poca), era (verbo).- Caa (ato de caar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).- Cesso (ato de ceder), seo (diviso, repartio) e sesso (tempo de uma reunio ou espetculo).

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    Homfonos Homogrficos: iguais na escrita e na pronncia.- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).- Cedo (verbo), cedo (advrbio).- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).- Pomos (substantivo), pomos (verbo pr).- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

    Parnimos: so palavras parecidas na escrita e na pronncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetnico e titnico, atoar e atuar, degradar e degredar, ctico e sptico, prescrever e proscrever, descrio e discrio, infligir (aplicar) e infringir (trans-gredir), osso e ouo, sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

    Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significao. A esse fato lingustico d-se o nome de polissemia. Exemplos:- Mangueira: tubo de borracha ou plstico para regar as plantas ou apagar incndios; rvore frutfera; grande curral de gado.- Pena: pluma, pea de metal para escrever; punio; d.- Velar: cobrir com vu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao vu do palato.Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que tm dezenas de acepes.

    Sentido Prprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido prprio ou no sentido figurado. Exemplos:- Constru um muro de pedra. (sentido prprio).- nio tem um corao de pedra. (sentido figurado).- As guas pingavam da torneira, (sentido prprio).- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).

    Denotao e Conotao: Observe as palavras em destaque nos seguintes exemplos:- Comprei uma correntinha de ouro.- Fulano nadava em ouro.

    No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido prprio, real, denotativo.

    No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glria, luxo, ostentao; tem o sentido conotativo, possui vrias conotaes (ideias associadas, sentimentos, evocaes que irradiam da palavra).

    Exerccios

    01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos erros do passado.a) eminente, deflagrao, incidiramb) iminente, deflagrao, reincidiramc) eminente, conflagrao, reincidiramd) preste, conflaglao, incidirame) prestes, flagrao, recindiram

    02. Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do mestre diante da ....... demonstrada pelo poltico.a) seo - fragrante - incipinciab) sesso - flagrante - insipinciac) sesso - fragrante - incipinciad) cesso - flagrante - incipinciae) seo - flagrante - insipincia

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    03. Na ..... plenria estudou-se a ..... de direitos territoriais a ..... .a) sesso - cesso - estrangeirosb) seo - cesso - estrangeirosc) seco - sesso - extrangeirosd) sesso - seo - estrangeirose) seo - sesso - estrangeiros

    04. H uma alternativa errada. Assinale-a:a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem poltica.b) A catstrofe torna-se iminente.c) Sua ascenso foi rpida.d) Ascenderam o fogo rapidamente.e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.

    05. H uma alternativa errada. Assinale-a:a) cozer = cozinhar; coser = costurarb) imigrar = sair do pas; emigrar = entrar no pasc) comprimento = medida; cumprimento = saudaod) consertar = arrumar; concertar = harmonizare) chcara = stio; xcara = verso

    06. Assinale o item em que a palavra destacada est incorretamente aplicada:a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.b) A justia infligiu a pena merecida aos desordeiros.c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.d) Devemos ser fiis ao cumprimento do dever.e) A cesso de terras compete ao Estado.

    07. O ...... do prefeito foi ..... ontem.a) mandado - caadob) mandato - cassadoc) mandato - caadod) mandado - casadoe) mandado - cassado

    08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem corretamente as respectivas lacunas, na frase seguinte: Necessitando ...... o nmero do carto do PIS, ...... a data de meu nascimento.

    a) ratificar, proscrevib) prescrever, discriminei c) descriminar, retifiqueid) proscrever, prescrevie) retificar, ratifiquei

    09. A ......... cientfica do povo levou-o a .... de feiticeiros os ..... em astronomia.a) insipincia tachar expertosb) insipincia taxar expertosc) incipincia taxar espertosd) incipincia tachar espertose) insipincia taxar espertos

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    10. Na orao: Em sua vida, nunca teve muito ......, apresentava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras adequadas para preenchimento das lacunas so:

    a) censo - lasso - cumprimento - eminentesb) senso - lasso - cumprimento - iminentesc) senso - lao - comprimento - iminentesd) senso - lao - cumprimento - eminentese) censo - lasso - comprimento - iminentes

    Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)(08.E)(09.A)(10.B)

    EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

    Artigo

    Artigo uma palavra que antepomos aos substantivos para determin-los, indicando, ao mesmo tempo, gnero e nmero. Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular: Viajei com o mdico. Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral: Viajei com um mdico.

    - Ambas as mos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo: Ambas as mos so perfeitas.

    - Estou em Paris / Estou na famosa Paris. No se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos que venham determinados por adjetivos ou locues adjetivas.

    Vim de ParisVim da luminosa Paris.

    Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo. O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.

    Pode ou no ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou no precedidos de artigo. Vou a Paris.Vou Paris dos museus.

    - Toda cidade / toda a cidade. Todo, toda designam qualquer, cada. Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade). Todo o, toda a designam totalidade, inteireza. Conheci toda a cidade (a cidade inteira).

    No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral no seguido de substantivo. Todas as cidades vieram.Todos os cinco clubes disputaro o ttulo.Todos cinco so concorrentes. - Tua deciso / a tua deciso. De maneira geral, facultativo o uso do artigo antes dos possessivos. Aplaudimos tua deciso.Aplaudimos a tua deciso.

    Se o possessivo no vier seguido de substantivo explcito obrigatria a ocorrncia do artigo.Aplaudiram a tua deciso e no a minha.

  • Didatismo e Conhecimento 14

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    - Decises as mais oportunas / as mais oportunas decises. No superlativo relativo, no se usa o artigo antes e depois do substantivo. Tomou decises as mais oportunas.Tomou as decises mais oportunas. errado: Tomou as decises as mais oportunas.

    - Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada: Faz uns dez anos que sa de l.

    - Em um / num. Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com preposies: de + o= do, de + a= da, etc. As formas de + um e em + um podem-se usar contradas (dum e num) ou separadas (de um, em um). Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.

    Substantivo

    Substantivo tudo o que nomeia as coisas em geral. Substantivo tudo o que pode ser visto, pego ou sentido. Substantivo tudo o que pode ser precedido de artigo .

    Classificao e Formao

    Substantivo Comum: Substantivo comum aquele que designa os seres de uma espcie de forma genrica. Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

    Substantivo Prprio: Substantivo prprio aquele que designa um ser especfico, determinado, individualizando-o. Por exem-plo: Maxi, Londrina, Dlson, Ester. O substantivo prprio sempre deve ser escrito com letra maiscula.

    Substantivo Concreto: Substantivo concreto aquele que designa seres que existem por si s ou apresentam-se em nossa imagi-nao como se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus, computador, Ester.

    Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato aquele que designa prtica de aes verbais, existncia de qualidades ou senti-mentos humanos. Por exemplo: sada (prtica de sair), beleza (existncia do belo), saudade.

    Formao dos substantivos

    Substantivo Primitivo: primitivo o substantivo que no se origina de outra palavra existente na lngua portuguesa. Por exem-plo: pedra, jornal, gato, homem.

    Substantivo Derivado: derivado o substantivo que provm de outra palavra da lngua portuguesa. Por exemplo: pedreiro, jornalista, gatarro, homnculo.

    Substantivo Simples: simples o substantivo formado por um nico radical. Por exemplo: pedra, pedreiro, jornal, jornalista.

    Substantivo Composto: composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo: pedra-sabo, homem-r, passatempo.

    Substantivo Coletivo: coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espcie. - abelha - enxame, cortio, colmeia- acompanhante - comitiva, cortejo, squito- alho - (quando entrelaados) rstia, enfiada, cambada- aluno - classe- amigo - (quando em assembleia) tertlia

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    Adjetivo

    a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.

    Classificao dos Adjetivos

    Explicativo - exprime qualidade prpria do se. Por exemplo, neve fria.Restritivo - exprime qualidade que no prpria do ser. Ex: fruta madura.Primitivo - no vem de outra palavra portuguesa. Por exemplo, bom e mau.Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Por exemplo, bondosoSimples - formado de um s radical. Por exemplo, brasileiro.Composto - formado de mais de um radical. Por exemplo, franco-brasileiro.Ptrio - o adjetivo que indica a naturalidade ou a nacionalidade do ser. Por exemplo, brasileiro, cambuiense, etc.

    Locuo Adjetiva

    toda expresso formada de uma preposio mais um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por exemplo, homens com aptido (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa).

    Gneros dos Adjetivos

    Biformes - tm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo, mau e m, judeu e judia. Se o adjetivo composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o ltimo elemento. Por exemplo, o motivo scio-literrio e a causa scio-literria. Exceo = surdo-mudo e surda-muda.

    Uniformes - tm uma s forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo, homem feliz ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo composto e uniforme, fica invarivel no feminino. Por exemplo, conflito poltico-social e desavena poltico-social.

    Nmero dos AdjetivosPlural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexo

    numrica dos substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam-se no plural de acordo com as seguintes regras: - os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam somente o ltimo elemento. Por exemplo, luso-brasileiro e luso-

    -brasileiros. Excees: surdo-mudo e surdos-mudos. E ficam invariveis os seguintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.- os adjetivos compostos formados de palavra invarivel + adjetivo flexionam tambm s o ltimo elemento. Por exemplo, mal-

    -educado e mal-educados.- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam invariveis. Por exemplo, carro(s) verde-canrio.- as expresses formadas de cor + de + substantivo tambm ficam invariveis. Por exemplo, cabelo(s) cor-de-ouro.

    Graus dos Adjetivos

    O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo, dois graus:

    Comparativo - de igualdade: to (tanto, tal) bom como (quo, quanto).- de superioridade: analtico (mais bom do que) e sinttico (melhor que).- de inferioridade: menos bom que (do que).

    Superlativo- absoluto: analtico (muito bom) e sinttico (timo, erudito; ou bonssimo, popular).- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o menos bom ).

    Somente seis adjetivos tm o grau comparativo de superioridade sinttico. Veja-os: de bom - melhor, de mau - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes seis adjetivos, usamos a forma analtica do grau com-parativo de superioridade, quando se comparam duas qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele mais bom que inteligente. Usa-se a forma sinttica do grau comparativo de superioridade, quando se comparam dois seres atravs da mesma qualidade. Por exemplo: Ela melhor que voc.

  • Didatismo e Conhecimento 16

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    Numeral

    a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, diviso e multiplicao dos seres na natureza.

    Classificao

    Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, trsOrdinais: indicam a ordem do ser numa srie dada. Por exemplo, primeiro, segundo, terceiroFracionrios: indicam a diviso dos seres. Por exemplo, meio, tero, quarto, quinto Multiplicativos: indicam a multiplicao dos seres. Por exemplo, dobro, triplo, qudruplo, quntuplo

    um primeiro vinte vigsimodois segundo trinta trigsimotrs terceiro cinquenta quinquagsimoquatro quarto sessenta sexagsimocinco quinto setenta septuagsimoseis sexto cem centsimosete stimo quinhentos quingentsimooito oitavo seiscentos sexcentsimonove nono mil milsimodez dcimo milho milionsimo

    Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra e entre as centenas e as dezenas e entre as dezenas e unidades. Por exemplo, 1.203.726 = um milho duzentos e trs mil setecentos e vinte e seis.

    Pronome

    A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome denominada pronome. Ex.: Ana disse para sua irm: - Eu preciso do meu livro de matemtica. Voc no o encontrou? Ele estava aqui em cima da mesa.

    - eu substitui Ana- meu acompanha o livro de matemtica- o substitui o livro de matemtica- ele substitui o livro de matemtica

    Flexo: Quanto forma, o pronome varia em gnero, nmero e pessoa:

    Gnero (masculino/feminino)Ele saiu/Ela saiuMeu carro/Minha casa

    Nmero (singular/plural)Eu sa/Ns samosMinha casa/Minhas casas

    Pessoa (1/2/3)Eu sa/Tu saste/Ele saiuMeu carro/Teu carro/Seu carro

    Funo: O pronome tem duas funes fundamentais:

    Substituir o nome: Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o ncleo de um grupo nominal. Ex.: Quando che-guei, ela se calou. (ela o ncleo do sujeito da segunda orao e se trata de um pronome substantivo porque est substituindo um nome)

  • Didatismo e Conhecimento 17

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    Referir-se ao nome: Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal. Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito nenhum aluno tem como ncleo o substantivo aluno e como palavra dependente o pronome adjetivo nenhum)

    Pronomes Pessoais: So aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso:1 pessoa - a pessoa que fala - eu/ns2 pessoa - a pessoa com que se fala - tu/vs3 pessoa - a pessoa de quem se fala - ele/ela/eles/elas

    Pronomes pessoais retos: so os que tm por funo principal representar o sujeito ou predicativo.

    Pronomes pessoais oblquos: so os que podem exercer funo de complemento.

    Pessoas do Discurso

    Pronomes pessoais

    retos

    Pronomes pessoais oblquos

    tonos Tnicos

    Singular1 pessoa eu me mim, comigo2 pessoa tu te ti, contigo3 pessoa ele/ela se, o, a,

    lhesi, ele, consigo

    Plural

    1 pessoa ns nos ns, conosco2 pessoa vs vos vs convosco3 pessoa eles/elas se, os,

    as, lhessi, els, consigo

    Pronomes Oblquos

    - Associao de pronomes a verbos: Os pronomes oblquos o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las, caindo as consoantes. Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem; Carlos quer convenc-lo a fazer uma viagem.

    - Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am, -em, -o, -e), assumem as formas no, na, nos, nas. Ex.: Fize-ram um relatrio; Fizeram-no.

    - Os pronomes oblquos podem ser reflexivos e quando isso ocorre se referem ao sujeito da orao. Ex.: Maria olhou-se no espe-lho; Eu no consegui controlar-me diante do pblico.

    - Antes do infinitivo precedido de preposio, o pronome usado dever ser o reto, pois ser sujeito do verbo no infinitivo. Ex.: O professor trouxe o livro para mim. (pronome oblquo, pois um complemento); O professor trouxe o livro para eu ler. (pronome reto, pois sujeito)

    Pronomes de Tratamento: So aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Alguns so usados em tratamento cerimo-nioso e outros em situaes de intimidade. Conhea alguns:

    - voc (v.): tratamento familiar- senhor (Sr.), senhora (Sr.): tratamento de respeito- senhorita (Srta.): moas solteiras- Vossa Senhoria (V.S.): para pessoa de cerimnia- Vossa Excelncia (V.Ex.): para altas autoridades- Vossa Reverendssima (V. Revm.): para sacerdotes- Vossa Eminncia (V.Em.): para cardeais- Vossa Santidade (V.S.): para o Papa- Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas- Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores- Vossa Alteza (V.A.): para prncipes, princesas e duques

  • Didatismo e Conhecimento 18

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    1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de tratamento devem estar na 3 pessoa. Ex.: Vossa Excelncia j terminou a audincia? (nesse fragmento se est dirigindo a pergunta autoridade)

    2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que estejamos nos dirigindo a elas, o pronome vossa se transforma no possessivo sua. Ex.: Sua Excelncia j terminou a audincia? (nesse fragmento no se est dirigindo a pergunta autoridade, mas a uma terceira pessoa do discurso)

    Pronomes Possessivos: So aqueles que indicam ideia de posse. Alm de indicar a coisa possuda, indicam a pessoa gramatical possuidora.

    Masculino FemininoSingular Plural Singular Pluralmeu meus minha minhasteu teus tua tuasseu seus sua suasnosso nossos nossa nossasvosso vossos vossa vossasseu seus sua suas

    Existem palavras que eventualmente funcionam como pronomes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (seus) os cabelos.

    Pronomes Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substantivo em relao s pessoas, ao tempo, e sua posio no interior de um discurso.

    Pronomes Espao Tempo Ao dito Enumerao

    este, esta, isto,

    estes, estas

    Perto de quem fala (1 pessoa).

    Presente Referente aquilo que ainda no foi dito.

    Referente ao ltimo elemento citado em uma enumerao.

    Ex.: No gostei deste livro aqui.

    Ex.: Neste ano, tenho realizado bons negcios.

    Ex.: Esta afirmao me deixou surpresa: gostava de qumica.

    Ex.: O homem e a mulher so massacrados pela cultura atual, mas esta mais oprimida.

    esse, essa, esses, essas

    Perto de quem ouve (2 pessoa).

    Passado ou futuro prximos

    Referente aquilo que j foi dito.

    Ex.: No gostei desse livro que est em tuas mos.

    Ex.: Nesse ltimo ano, realizei bons negcios

    Ex.: Gostava de qumica. Essa afirmao me deixou surpresa

    aquele, aquela, aquilo, aqueles, aquelas

    Perto da 3 pessoa, distante dos interlocutores.

    Passado ou futuro remotos

    Referente ao primeiro elemento citado em uma enumerao.

    Ex.: No gostei daquele livro que a Roberta trouxe.

    Ex.: Tenho boas recordaes de 1960, pois naquele ano realizei bons negcios.

    Ex.: O homem e a mulher so massacrados pela cultura atual, mas esta mais oprimida que aquele.

  • Didatismo e Conhecimento 19

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    Pronomes Indefinidos: So pronomes que acompanham o substantivo, mas no o determinam de forma precisa: algum, bastante, cada, certo, diferentes, diversos, demais, mais, menos, muito nenhum, outro, pouco, qual, qualquer, quanto, tanto, todo, tudo, um, vrios.

    Algumas locues pronominais indefinidas: cada qual, qualquer um, tal e qual, seja qual for, sejam quem for, todo aquele, quem (que), quer uma ou outra, todo aquele (que), tais e tais, tal qual, seja qual for.

    Uso de alguns pronomes indefinidos:

    Algum:- quando anteposto ao substantivo da ideia de afirmao. Algum dinheiro ter sido deixado por ela. - quando posposto ao substantivo d ideia de negao. Dinheiro algum ter sido deixado por ela.

    O uso desse pronome indefinido antes ou depois do verbo est ligado inteno do enunciador.

    Demais: Este pronome indefinido, muitas vezes, confundido com o advrbio demais ou com a locuo adverbial de mais. Ex.: Maria no criou nada de mais alm de uma cpia do quadro de outro artista. (locuo adverbial)Maria esperou os demais. (pronome indefinido = os outros)Maria esperou demais. (advrbio de intensidade)

    Todo: usado como pronome indefinido e tambm como advrbio, no sentido de completamente, mas possuindo flexo de g-nero e nmero, o que raro em um advrbio. Ex.:

    Percorri todo trajeto. (pronome indefinido)Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada. (advrbio)Cada: Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo nmero de pessoas ou de coisas. Ex.: Cada homem tem

    a mulher que merece. Este pronome indefinido no pode anteceder substantivo que esteja em plural (cada frias), a no ser que o substantivo venha antecedido de numeral (cada duas frias). Pode, s vezes, ter valor intensificador: Mrio diz cada coisa idiota!

    Pronomes Relativos: So aqueles que representam nomes que j foram citados e com os quais esto relacionados. O nome citado denomina-se antecedente do pronome relativo. Ex.: A rua onde moro muito escura noite.; onde: pronome relativo que representa a rua; a rua: antecedente do pronome onde.

    Alguns pronomes que podem funcionar como pronomes relativos: Masculino (o qual, os quais, quanto, quantos, cujo, cujos). Feminino (a qual, as quais, quanta, quantas, cuja, cujas). Invarivel (quem, que, onde).

    O pronome relativo quem sempre possui como antecedente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre antecedido de pre-posio e possui o significado de o qual. Ex.: Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris. Antecedente: menina; Pronome relativo antecedido de preposio: de quem.

    Os pronomes relativos cujo, cuja sempre precedem a um substantivo sem artigo e possuem o significado do qual, da qual. Ex.: O livro cujo autor no me recordo.

    Os pronomes relativos quanto(s) e quanta(s) aparecem geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Ex.: Voc tudo quanto queria na vida.

    O pronome relativo onde tem sempre como antecedente palavra que indica lugar. Ex.: A casa onde moro muito espaosa.O pronome relativo que admite diversos tipos de antecedentes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo ou outro

    pronome. Ex.: Quero agora aquilo que ele me prometeu.Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como conectivos, permitindo-nos unir duas oraes em um s perodo.

    Ex.: A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro. (A mulher que parece interessada comprou o livro.)

    Pronomes Interrogativos: Os pronomes interrogativos levam o verbo 3 pessoa e so usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. No existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim que desempenham funo de pronomes interrogativos, como por exemplo: que, quantos, quem, qual, etc. Ex.: Quantos livros teremos que comprar?; Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.; Qual foi o motivo do seu atraso?

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    Verbo

    Quando se pratica uma ao, a palavra que representa essa ao e indica o momento em que ela ocorre o verbo. Exemplos:- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ao pretrito)- Venta muito na primavera. (fenmeno presente)- Ana ficar feliz com a tua chegada. (estado - futuro)- Maria enviuvou na semana passada. (mudana de estado pretrito)- A serra azula o horizonte. (qualidade presente)Conjugao Verbal: Existem 3 conjugaes verbais:- A 1 que tem como vogal temtica o a. Ex: cantar, pular, sonhar etc...- A 2 que tem como vogal temtica o e. Ex: vender, comer, chover, sofrer etc....- A 3 que tem como vogal temtica o i. Ex: partir, dividir, sorrir, abrir etc....

    1 CONJUGAOverbos terminados em

    AR

    2 CONJUGAO verbos terminados em

    ER

    3 CONJUGAO verbos terminados em IR

    cantaramar

    sonhar

    venderchoversofrer

    partirsorrirabrir

    OBS: O verbo pr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence 2 conjugao, porque na sua forma antiga a sua terminao era em er: poer. A vogal e, apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: pe, pes, pem etc.

    Pessoas: 1, 2 e 3 pessoa so abordadas em 2 situaes: singular e plural. Primeira pessoa do singular eu; ex: eu cantoSegunda pessoa do singular tu; ex: tu cantasTerceira pessoa do singular ele; ex ele: cantaPrimeira pessoa do plural ns; ex: ns cantamosSegunda pessoa do plural vs; ex: vs cantaisTerceira pessoa do plural eles; ex: eles cantam

    Tempos e Modo de Verbo

    - Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala. Ex: Faz- Pretrito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez- Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Far

    O pretrito subdivide-se em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.- Perfeito. Ao acabada. Ex: Eu li o ultimo romance de Rubens Fonseca.- Imperfeito. Ao inacabada no momento a que se refere narrao. Ex: Ele olhava o mar durante horas e horas. - Mais-que-perfeito. Ao acabada, ocorrida antes de outro fato passado. Ex: para poder trabalhar melhor, ela dividira a turma

    em dois grupos.

    O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretrito.- futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e certo. Ex: comprarei ingressos para o teatro.- futuro do Pretrito. Pode indicar condio, referindo-se a uma ao futura, vinculada a um momento j passado. Ex: Apren-

    deria tocar violo, se tivesse ouvido para a msica (aqui indica condio); Eles gostariam de convid-la para a festa.

  • Didatismo e Conhecimento 21

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    Modos Verbais

    - Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: Eu estudo geografia Iremos ao cinema; Voltou para casa.- subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possvel ou duvidoso, hipottico. Ex: Queria que me levasses ao

    teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relgio despertar, acorda-me. - Imperativo. Exprime ordem, conselho ou splica. Ex: Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante nestas frias; Senhor tende

    piedade de ns.

    As formas nominais do verbo so Trs: infinitivo, gerndio e particpio.

    Infinitivo: Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu), partir (eu), partires (tu)Impessoal - cantar, vender, partir.Gerndio - cantando, vendendo, partindo.Particpio - cantado,vendido,partido.

    Impessoal: Uma forma em que o verbo no se refere a nenhuma pessoa gramatical: o infinitivo impessoal quando no se refere s pessoas do discurso. Exemplos: viver bom. (a vida boa); proibido fumar. ( proibido o fumo)

    Pessoal: Quando se refere s pessoas do discurso. Neste caso, no flexionado nas 1 e 3 pessoas do singular e flexionadas nas demais:Falar (eu) no flexionadoFalares (tu) flexionadoFalar (ele) no flexionado Falarmos (ns) flexionadoFalardes (voz) flexionadoFalarem (eles) flexionado

    Ex: conveniente estudares ( conveniente o estudo); til pesquisarmos ( til a nossa pesquisa)Aspecto: Aspecto a maneira de ser ao.

    O Pretrito Perfeito Composto: indica um fato concludo, revela de certa forma a ideia de continuidade. Ex: Eu tenho estudado (eu estudei at o presente momento). Os verbos invocativos (terminados em ecer ou escer) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer comear a ficar grisalho e envelhecer ir ficando velho.

    O Presente do Indicativo pode:- indicar frequncia. Ex: O sol nasce para todos.- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanh vou ao teatro. (irei); Se continuam as indiretas, perco a pacincia. (continuarem; perderei)- ser empregado no lugar do pretrito (presente histrico). Ex: 1939: alemes invadem o territrio polons (era; invadiram)

    O Pretrito Imperfeito do Indicativo pode: - Substituir o futuro do pretrito. Ex: se eu soubesse, no dizia aquilo. (diria)- Expressar cortesia ou timidez. Ex: o senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode)

    Futuro do Presente pode:- Indicar probabilidade. Ex: Ele ter, no mximo, uns 70 quilos.- Substituir o imperativo. Ex: no matars. (no mates)

    Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos so simples quando formados apenas pelo verbo principal.Indicativo:Presente - canto, vendo, parto, etc.Pretrito perfeito - cantei,vendi,parti, etc.Pretrito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.Pretrito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.Futuro do pretrito - cantaria, venderia, partiria, etc.

  • Didatismo e Conhecimento 22

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    Subjuntivo:Presente - cante,venda, parta, etc.Pretrito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.Futuro - cantar, vender, partir.

    Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode expressar negao ou afirmao. So, portanto, duas as formas do imperativo:

    - Imperativo Negativo: No falem alto.- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.

    Imperativo negativo: formado do presente do subjuntivo.

    1 CONJUGAO CANT - AR

    2 CONJUGAO VEND - ER

    3 CONJUGAO PART - IR

    No cantesNo canteNo cantemosNo canteisNo cantem

    No vendasNo vendaNo vendamosNo vendaisNo vendam

    No partasNo partaNo partamosNo partaisNo partam

    Imperativo afirmativo: Tambm formado do presente do subjuntivo, com exceo da 2 pessoa do singular e da 2 pessoa do plural, que so retiradas do presente do indicativo sem o s. Ex: Canta Cante Cantemos Cantai Cantem

    O imperativo no possui a 1 pessoa do singular, pois no se prev a ordem, o pedido ou o conselho a si mesmo.

    Tempos so compostos quando formados pelos auxiliares ter ou haver.

    Indicativo:Pretrito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho partido, etc.Pretrito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido, tinha partido, etc.Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei partido, etc.Futuro do pretrito composto - teria cantado, teria vendido, teria partido, etc.

    Subjuntivo:Pretrito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha partido, etc.Pretrito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse vendido, tivesse partido, etc.Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido,tiver partido, etc.

    Infinitivo:Pretrito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, etc.Pretrito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, ter (teres) partido.Gerndio pretrito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo partido.

    Regulares: Regulares so verbos que se conjugam de acordo com o paradigma (modelo) de cada conjugao. Cantar (1 conju-gao) vender (2 conjugao) partir (3 conjugao) todos que se conjugarem de acordo com esses verbos sero regulares.

    Advrbio

    Palavra invarivel que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstncia.

    Advrbio modificando um verbo ou adjetivo: Ocorre quando o advrbio modifica um verbo ou um adjetivo acrescentando a eles uma circunstncia. Por circunstncia entende-se qualquer particularidade que determina um fato, ampliando a informao nele contida. Ex.: Antnio construiu seu arraial popular ali; Estradas to ruins.

  • Didatismo e Conhecimento 23

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    Advrbio modificando outro advrbio: Ocorre quando o advrbio modifica um adjetivo ou outro advrbio, geralmente intensifi-cando o significado. Ex.: Grande parte da populao adulta l muito mal.

    Advrbio modificando uma orao inteira: Ocorre quando o advrbio est modificando o grupo formado por todos os outros elementos da orao, indicando uma circunstncia. Ex.: Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhes de analfabetos.

    Locuo Adverbial: um conjunto de palavras que pode exercer a funo de advrbio. Ex.: De modo algum irei l.

    Tipos de Advrbios

    - de modo: Ex.: Sei muito bem que ningum deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de-pressa, acinte, debalde, devagar, s pressas, s claras, s cegas, toa, vontade, s escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a p, de cor, em vo e a maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.

    - de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, voc j ouviu bastante. Muito, demais, pouco, to, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quo, tanto, assaz, que (equivale a quo), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando aplicado a propriedades graduveis).

    - de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanh, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, ento, ora, jamais, agora, sempre, j, enfim, afinal, amide, breve, cons-tantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, s vezes, tarde, noite, de manh, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.

    - de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai de santo? Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acol, atrs, alm, l, detrs, aqum, c, acima, onde, perto, a, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aqum, embaixo, externamente, a distancia, distancia de, de longe, de perto, em cima, direita, esquerda, ao lado, em volta.

    - de negao : Ex.: De modo algum irei l. No, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

    - de dvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, qui, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.

    - de afirmao: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmen-te, deveras, indubitavelmente.

    - de excluso: Apenas, exclusivamente, salvo, seno, somente, simplesmente, s, unicamente.

    - de incluso: Ex.: Emocionalmente o indivduo tambm amadurece durante a adolescncia. Ainda, at, mesmo, inclusivamente, tambm

    - de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente

    - de designao: Eis

    - de interrogao: Ex.: E ento? Quando que embarca? onde? (lugar), como? (modo), quando? (tempo), porque? (causa), quanto? (preo e intensidade), para que? (finalidade).

  • Didatismo e Conhecimento 24

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    Palavras Denotativas: H, na lngua portuguesa, uma srie de palavras que se assemelham a advrbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira no faz nenhuma classificao especial para essas palavras, por isso elas so chamadas simplesmente de palavras denotativas.

    - Adio: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, alm disso.- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.- Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, felizmente, infelizmente.- Aproximao: quase, l por, bem, uns, cerca de, por volta de.- Designao: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.- Excluso: Ex.: Todos iro, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, s, somente, exclusive, sequer, seno.- Explicao: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas frias. Isto , por exemplo, a saber, ou seja.- Incluso: Ex.: At ele ir viajar. At, inclusive, tambm, mesmo, ademais.- Limitao: Ex.: Apenas um me respondeu. S, somente, unicamente, apenas.- Realce: Ex.: E voc l sabe essa questo? que, c, l, no, mas, porque, s, ainda, sobretudo.- Retificao: Ex.: Somos trs, ou melhor, quatro. Alis, isto , ou melhor, ou antes.- Situao: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Ento, mas, se, agora, afinal.

    Grau dos Advrbios: Os advrbios, embora pertenam categoria das palavras invariveis, podem apresentar variaes com relao ao grau. Alm do grau normal, o advrbio pode-se apresentar no grau comparativo e no superlativo.

    - Grau Comparativo: quando a circunstncia expressa pelo advrbio aparece em relao de comparao. O advrbio no fle-xionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas toquanto, maisque, menosque. Pode ser:

    - comparativo de igualdade. Ex.: Chegarei to cedo quanto voc.- comparativo de superioridade. Ex.: Chegarei mais cedo que voc.- comparativo de inferioridade. Ex.: Chegaremos menos cedo que voc.

    - Grau Superlativo: nesse caso, a circunstncia expressa pelo advrbio aparecer intensificada. O grau superlativo do advrbio pode ser formado tanto pelo processo sinttico (acrscimo de sufixo), como pelo processo analtico (outro advrbio estar indicando o grau superlativo).

    - superlativo (ou absoluto) sinttico: formado com o acrscimo de sufixo. Ex.: Cheguei tardssimo.- superlativo (ou absoluto) analtico: expresso com o auxilio de um advrbio de intensidade. Ex.: Cheguei muito tarde.

    Quando se empregam dois ou mais advrbios terminados em mente, pode-se acrescentar o sufixo apenas no ultimo. Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.

    Quando se quer realar o advrbio, pode-se antecip-lo. Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

    Preposio

    uma palavra invarivel que serve para ligar termos ou oraes. Quando esta ligao acontece, normalmente h uma subordina-o do segundo termo em relao ao primeiro. As preposies so muito importantes na estrutura da lngua pois estabelecem a coeso textual e possuem valores semnticos indispensveis para a compreenso do texto.

    Tipos de Preposio

    - Preposies essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposies. A, ante, perante, aps, at, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trs, atrs de, dentro de, para com.

    - Preposies acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposies. Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, seno, visto.

    - Locues prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposio, sendo que a ltima palavra uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graas a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trs de.

  • Didatismo e Conhecimento 25

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    A preposio, invarivel. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordncia em gnero ou em nmero. Ex: por + o = pelo; por + a = pela

    Vale ressaltar que essa concordncia no caracterstica da preposio e sim das palavras a que se ela se une. Esse processo de juno de uma preposio com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

    - Combinao: A preposio no sofre alterao. preposio a + artigos definidos o, osa + o = aopreposio a + advrbio ondea + onde = aonde

    - Contrao: Quando a preposio sofre alterao.Preposio + ArtigosDe + o(s) = do(s)De + a(s) = da(s)De + um = dumDe + uns = dunsDe + uma = dumaDe + umas = dumasEm + o(s) = no(s)Em + a(s) = na(s)Em + um = numEm + uma = numaEm + uns = nunsEm + umas = numasA + (s) = (s)Por + o = pelo(s)Por + a = pela(s)

    - Preposio + PronomesDe + ele(s) = dele(s)De + ela(s) = dela(s)De + este(s) = deste(s)De + esta(s) = desta(s)De + esse(s) = desse(s)De + essa(s) = dessa(s)De + aquele(s) = daquele(s)De + aquela(s) = daquela(s)De + isto = distoDe + isso = dissoDe + aquilo = daquiloDe + aqui = daquiDe + a = daDe + ali = daliDe + outro = doutro(s)De + outra = doutra(s)Em + este(s) = neste(s)Em + esta(s) = nesta(s)Em + esse(s) = nesse(s)Em + aquele(s) = naquele(s)Em + aquela(s) = naquela(s)Em + isto = nistoEm + isso = nissoEm + aquilo = naquiloA + aquele(s) = quele(s)A + aquela(s) = quela(s)A + aquilo = quilo

  • Didatismo e Conhecimento 26

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    1. O a pode funcionar como preposio, pronome pessoal oblquo e artigo. Como distingui-los?- Caso o a seja um artigo, vir precedendo a um substantivo. Ele servir para determin-lo como um substantivo singular e feminino.- A dona da casa no quis nos atender.- Como posso fazer a Joana concordar comigo? - Quando preposio, alm de ser invarivel, liga dois termos e estabelece relao de subordinao entre eles.- Cheguei a sua casa ontem pela manh.- No queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado. - Se for pronome pessoal oblquo estar ocupando o lugar e/ou a funo de um substantivo.- Temos Maria como parte da famlia. / A temos como parte da famlia.- Creio que conhecemos nossa me melhor que ningum. / Creio que a conhecemos melhor que ningum.

    2. Algumas relaes semnticas estabelecidas por meio das preposies:Destino: Irei para casa.Modo: Chegou em casa aos gritos.Lugar: Vou ficar em casa;Assunto: Escrevi um artigo sobre adolescncia.Tempo: A prova vai comear em dois minutos.Causa: Ela faleceu de derrame cerebral.Fim ou finalidade: Vou ao mdico para comear o tratamento.Instrumento: Escreveu a lpis.Posse: No posso doar as roupas da mame.Autoria: Esse livro de Machado de Assis muito bom.Companhia: Estarei com ele amanh.Matria: Farei um carto de papel reciclado.Meio: Ns vamos fazer um passeio de barco.Origem: Ns somos do Nordeste, e voc?Contedo: Quebrei dois frascos de perfume.Oposio: Esse movimento contra o que eu penso.Preo: Essa roupa sai por R$ 50 vista.

    Interjeio

    a palavra que expressa emoes, sentimentos ou pensamentos sbitos. Trata-se de um recurso da linguagem afetiva, em que no h uma ideia organizada de maneira lgica, como so as sentenas da lngua, mas sim a manifestao de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situao particular, um momento ou um contexto especfico. Exemplos:

    - Ah, como eu queria voltar a ser criana! (ah: expresso de um estado emotivo = interjeio)- Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso! (hum: expresso de um pensamento sbito = interjeio)

    As sentenas da lngua costumam se organizar de forma lgica: h uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posies adequadas a cada um deles. As interjeies, por outro lado, so uma espcie de palavra frase, ou seja, h uma idia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locuo interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentena. Observe:

    - Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeio) ...[sentena (sugesto): Foi muito bom! Repitam!]- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu p... (ai: interjeio) ...[sentena (sugesto): Isso est doendo! ou Estou com dor!]O significado das interjeies est vinculado maneira como elas so proferidas. Desse modo, o tom da fala que dita o sentido

    que a expresso vai adquirir em cada contexto de enunciao. Exemplos: - Psiu! ...(contexto: algum pronunciando essa expresso na rua) ...[significado da interjeio (sugesto): Estou te chamando!

    Ei, espere!]- Psiu! ...(contexto: algum pronunciando essa expresso em um hospital) ...[significado da interjeio (sugesto): Por favor,

    faa silncio!]- Puxa! Ganhei o maior prmio do sorteio! ...(puxa: interjeio) ...(tom da fala: euforia) - Puxa! Hoje no foi meu dia de sorte! ...(puxa: interjeio) ...(tom da fala: decepo)

    As interjeies so palavras invariveis, isto , no sofrem variao em gnero, nmero e grau como os nomes, nem de nmero, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso especfico, algumas interjeies sofrem variao em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que no se trata de um processo natural dessa classe de palavra, mas to s uma variao que a lingua-gem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravssimo, at loguinho.

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    Exerccios

    01. Assinale o par de frases em que as palavras sublinhadas so substantivo e pronome, respectivamente:a) A imigrao tornou-se necessria. / dever cristo praticar o bem.b) A Inglaterra responsvel por sua economia. / Havia muito movimento na praa.c) Fale sobre tudo o que for preciso. / O consumo de drogas condenvel.d) Pessoas inconformadas lutaram pela abolio. / Pesca-se muito em Angra dos Reis.e) Os prejudicados no tinham o direito de reclamar. / No entendi o que voc disse.

    02. Assinale o item que s contenha preposies:a) durante, entre, sobreb) com, sob, depoisc) para, atrs, pord) em, caso, apse) aps, sobre, acima

    03. Observe as palavras grifadas da seguinte frase: Encaminhamos a V. Senhoria cpia autntica do Edital n 19/82. Elas so, respectivamente:

    a) verbo, substantivo, substantivob) verbo, substantivo, advrbioc) verbo, substantivo, adjetivod) pronome, adjetivo, substantivoe) pronome, adjetivo, adjetivo

    04. Assinale a opo em que a locuo grifada tem valor adjetivo:a) Comprei mveis e objetos diversos que entrei a utilizar com receio.b) Azevedo Gondim comps sobre ela dois artigos.c) Pediu-me com voz baixa cinquenta mil ris.d) Expliquei em resumo a prensa, o dnamo, as serras...e) Resolvi abrir o olho para que vizinhos sem escrpulos no se apoderassem do que era delas.

    05. O que est com funo de preposio na alternativa:a) Veja que lindo est o cabelo da nossa amiga!b) Diz-me com quem andas, que eu te direi quem s.c) Joo no estudou mais que Jos, mas entrou na Faculdade.d) O Fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro.e) No chore que eu j volto.

    06. Sabero que nos tempos do passado o doce amor era julgado um crime.a) 1 preposiob) 3 adjetivosc) 4 verbosd) 7 palavras tonase) 4 substantivos

    07. As expresses sublinhadas correspondem a um adjetivo, exceto em:a) Joo Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.b) Demorava-se de propsito naquele complicado banho.c) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.d) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga sem fim.e) E ainda me vem com essa conversa de homem da roa.

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    08. Em __ como se tivssemos vivido sempre juntos, a forma verbal est no:a) imperfeito do subjuntivo;b) futuro do presente composto;c) mais-que-perfeito composto do indicativo;d) mais-que-perfeito composto do subjuntivo;e) futuro composto do subjuntivo.

    09. Assinale a alternativa que completa adequadamente a frase: ___ em ti, mas nem sempre ___ dos outros.a) creias - duvides;b) cr - duvidas;c) creais - duvidas;d) creia - duvide;e) cr - duvides.

    10. Se ele ____ (ver) o nosso trabalho _____ (fazer) um elogio.a) ver far;b) visse far;c) ver fazer;d) vir far;e) vir faria.

    Respostas: 01-E / 02-A / 03-C / 04-E / 05-D / 06-E / 07-B / 08-D / 09-E / 10-D

    PONTUAO.

    Os sinais de pontuao so sinais grficos empregados na lngua escrita para tentar recuperar recursos especficos da lngua fala-da, tais como: entonao, jogo de silncio, pausas, etc.

    Ponto ( . )

    - indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.- separar perodos entre si: Fica comigo. No v embora.- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.

    Vrgula ( , ):

    usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de parti-ciparem da mesma frase ou orao, no formam uma unidade sinttica: Lcia, esposa de Joo, foi a ganhadora nica da Sena.

    Podemos concluir que, quando h uma relao sinttica entre termos da orao, no se pode separ-los por meio de vrgula. No se separam por vrgula:

    - predicado de sujeito;- objeto de verbo;- adjunto adnominal de nome;- complemento nominal de nome;- predicativo do objeto do objeto;- orao principal da subordinada substantiva (desde que esta no seja apositiva nem aparea na ordem inversa).

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    A vrgula no interior da orao

    utilizada nas seguintes situaes:- separar o vocativo: Maria, traga-me uma xcara de caf; A educao, meus amigos, fundamental para o progresso do pas.- separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.- separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Chegando de viagem, procurarei por voc; As pessoas, muitas vezes, so falsas.- separar elementos de uma enumerao: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.- isolar expresses de carter explicativo ou corretivo: Amanh, ou melhor, depois de amanh podemos nos encontrar para acertar a viagem.- separar conjunes intercaladas: No havia, porm, motivo para tanta raiva.- separar o complemento pleonstico antecipado: A mim, nada me importa.- isolar o nome de lugar na indicao de datas: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2011.- separar termos coordenados assindticos: Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua... (Caetano Veloso)- marcar a omisso de um termo (normalmente o verbo): Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omisso do verbo preferir)Termos coordenados ligados pelas conjunes e, ou, nem dispensam o uso da vrgula: Conversaram sobre futebol, religio e

    poltica. No se falavam nem se olhavam; Ainda no me decidi se viajarei para Bahia ou Cear. Entretanto, se essas conjunes apa-recerem repetidas, com a finalidade de dar nfase, o uso da vrgula passa a ser obrigatrio: No fui nem ao velrio, nem ao enterro, nem missa de stimo dia.

    A vrgula entre oraes

    utilizada nas seguintes situaes:- separar as oraes subordinadas adjetivas explicativas: Meu pai, de quem guardo amargas lembranas, mora no Rio de Janeiro.- separar as oraes coordenadas sindticas e assindticas (exceto as iniciadas pela conjuno e: Acordei, tomei meu banho,

    comi algo e sa para o trabalho; Estudou muito, mas no foi aprovado no exame.

    H trs casos em que se usa a vrgula antes da conjuno:- quando as oraes coordenadas tiverem sujeitos diferentes: Os ricos esto cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.- quando a conjuno e vier repetida com a finalidade de dar nfase (polissndeto): E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.- quando a conjuno e assumir valores distintos que no seja da adio (adversidade, consequncia, por exemplo): Coitada!

    Estudou muito, e ainda assim no foi aprovada.- separar oraes subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas orao princi-

    pal: No momento em que o tigre se lanava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho. (O selvagem - Jos de Alencar)

    - separar as oraes intercaladas: - Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando.... Essas oraes podero ter suas vrgulas substitudas por duplo travesso: Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plan-tando...

    - separar as oraes substantivas antepostas principal: Quanto custa viver, realmente no sei.

    Ponto-e-Vrgula ( ; )

    - separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petio, de uma sequncia, etc: Art. 127 So penalidades disciplinares:I- advertncia;II- suspenso;III- demisso;IV- cassao de aposentadoria ou disponibilidade;V- destituio de cargo em comisso;VI-destituio de funo comissionada. (cap. V das penalidades Direito Administrativo)- separar oraes coordenadas muito extensas ou oraes coordenadas nas quais j tenham tido utilizado a vrgula: O rosto de tez

    amarelenta e feies in