1ferling gestao bacias aereas em sp

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i UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia PIPGE (EP / FEA / IEE / IF) GESTÃO DE BACIAS AÉREAS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL: estudo de caso em projetos de geração de energia no Estado de São Paulo. FABIO FERREIRA FERLING São Paulo 2008

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iUNIVERSIDADE DE SO PAULOPrograma Interunidades de Ps-Graduao em EnergiaPIPGE(EP / FEA / IEE / IF)GESTO DE BACIAS AREAS COMO INSTRUMENTO DEGESTO AMBIENTAL: estudo de caso em projetos de gerao deenergia no Estado de So Paulo.FABIO FERREIRA FERLINGSo Paulo2008iiFABIO FERREIRA FERLINGGESTO DE BACIAS AREAS COMO INSTRUMENTO DEGESTO AMBIENTAL: estudo de caso em projetos de gerao deenergia no Estado de So Paulo.DissertaoapresentadaaoProgramaInterunidadesdePs-GraduaoemEnergiadaUniversidadedeSoPaulo(EscolaPolitcnica/FaculdadedeEconomiaeAdministrao/Institutode Eletrotcnica e Energia / Instituto deFsica)paraobtenodottulodeMestre em Energia.Orientao: Prof. Dr. Clio BermannSo Paulo2008iiiAUTORIZOAREPRODUOEDIVULGAOTOTALOUPARCIALDESTETRABALHO,PORQUALQUERMEIOCONVENCIONALOUELETRNICO,PARAFINSDEESTUDOEPESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.FICHA CATALOGRFICAFerling, Fabio Ferreira.Gestodebaciasareascomoinstrumentodegestoambiental: estudode caso em projetosdegeraodeenergianoEstadodeSoPaulo/FabioFerreiraFerling;orientadorClio Bermann So Paulo, 2008.127 p.: il.; 30 cm. Dissertao (Mestrado Programa Interunidades dePs-Graduao em Energia) EP / FEA / IEE / IF daUniversidade de So Paulo.1.Poltica ambiental bacias areas2.Gesto ambiental3.Poluio atmosfrica4.Gerao de energiaI. Ttulo.ivvDedicoestaobraminhafamlia:meusPAIS(WaltereLeila),Cludia,VivianeeKtia.Tambm a todos aqueles que, de alguma forma contriburam para a realizao deste trabalho.viAgradecimentos:- aos meus PAIS e todos meus familiares pela pacincia e compreenso;- ao meu orientador Clio Bermann, pelo incentivo na melhoria do meu conhecimento;-minhabanca;FernandoCardozoFernandesReieSuaniTeixeiraCoelhopelaorientaonadireo do caminho correto;-aoscompanheirosdaCETESB:Eng.(os)OtvioOkanoeManuelCludiodeSouza,porestimularem a capacitao de seus companheiros de trabalho e em outros temas de interesse daCompanhiaedoMeioAmbiente,almdeespecialmenoJlioCsarDornelas,MarcelodeSouza Minelli, Carlos Komatsu, Joo Wagner Alves, Ricardo Anazia, Lgia Siqueira, Olmpio deMeloAlvesJr.,CludioDarwinAlonso,BeneditodaConceioFilho(Ben),ElizabethMarques e outros que, colaboraram com o enriquecimento e qualidade tcnica deste trabalho;-aosamigosdaSMA:GermanoSearaFilho,NewtonCustdioDias,SniaReginaPitaBaccarelli e Julia Yuriko Saito pela colaborao e companherismo;-aoprofessoresdoPIPGE/USPpelosensinamentosebuscadavisocrticapeculiardauniversidadeedeextremaimportnciaparaoavanodasquestesdeenergiaedemeioambiente;- ao Eng. Jos Antnio Selegatto (USA), pela visita e informaes importantes para validao dahiptese levantada;-atodosquediretaouindiretamentecolaboraramparaqueaminhaparticipaonestecursofosse possvel.viiA mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao seu tamanho original.Albert EinsteinviiiRESUMOGesto de Bacias Areas como Instrumento de Gesto Ambiental para o Desenvolvimento umtrabalhoqueapresentaumanovaformacomqueoEstadodeSoPaulovisaenfrentarasquestes ambientais. A introduo da Gesto Ambiental atravs de instrumentos de co-regulaoegradaodemetasemsubstituioaosmecanismostradicionaisdecomandoecontrole,notadamente nas aes de fiscalizao e licenciamento.OsmotivosquelevaramrevisoesjustificativasparaasalteraesrealizadasnalegislaoambientalnoEstado(DecretoEstadualn8.468/76)soapresentados,assimcomoosconceitosambientais que as fundamentam so pontuados neste trabalho.Discutem-setambmosreflexosdaadoodetalprocedimentonossetoresenvolvidosinstitucional, industrial e sociedade e tambm a aplicao destes junto ao setor de energia, como estudo realizado em uma usina de acar e lcool e em uma usina termeltrica gs.Asconsideraesacercadasalteraesemcursonosistemadelicenciamentoambiental(DecretosEstaduaisn48.523/04,n50.753/06en52.469/07)soapresentadas,mostrandoosimpactos nos empreendimentos geradores de energia no Estado (nas bacias areas saturadas e emvias de saturao).AutilizaodaprticadegeraodecrditosparareduesdeemissodepoluentesatmosfricoseodesenvolvimentodeumMercadoparaacomercializaodestescrditosapresentadacomomecanismodegestocomoformadeatendimentoaospadresdequalidadedo ar no Estado.Tratam-sedealteraesinovadoraseindutorasdedesenvolvimentoaoEstado,trazendobeneffiosqualidadeambiental,comautilizaodagestoatravsdebaciasareaseocomrcio de crditos por reduo de emisso de poluentes regulamentados.Palavras chave: Poltica-Gesto Ambiental /Poluio atmosfrica/Gerao de energiaixABSTRACTAirBasinsManagementasanEnvironmentalManagementImplementforDevelopmentshowsthe new way that the Sao Paulos State aims to tackle environmental issues. The introduction ofEnvironmental Management through instruments of co-regulation and goals gradation, especiallysupervisionandlicensing,tothesubstitutionofthetraditionalmechanismsofcommandandcontrol.ThereasonsthatledtotherevisionandthereasonsforthechangesmadeinenvironmentallegislationoftheState(StateDecreen8.468/76)arepresented,aswellastheenvironmentalconcepts that are presented based on this work.Itdiscussesalsothereflectionofadoptionofthisprocedureinthesectorsinvolved-institutional, industrial and society - and also the application of these next to the sector of energy,with the study conducted in a plant of sugar and alcohol and a termelectric gas plant.Considerationsaboutchangesunderwayinenvironmentallicensingsystem(DecreesStaten48.523/04,n50,753/06andn52.469/07)arepresentedshowingtheimpactsofenergygenerating ventures in the State (in saturated air basins and in the process of saturation).The use of the practice of generating credits for reductions in emission of air pollutants and thedevelopmentofamarketforthemarketingoftheseclaimsispresentedasamechanismofmanagement as a way to care for patterns of air quality in the State.Theseareinnovativechangesandleadingdevelopmentofthestatebringingbenefitstotheenvironmentalquality,withtheuseofmanagementthroughairbasinsandtradecreditsforemission reduction of pollutants regulated.Keywords: Environmental Managements-Policies/Air Pollution / Power GenerationxLista de ilustraes figuras e grficosFigura 2.1- Variao de composio e temperatura da atmosfera em funo da altura da superfcieterreste............................................................................................................................. 36Figura 2.2- Distribuio vertical tpica da concentrao dos constituintes qumicos da atmosfera.... 37Figura 2.3- Variao da presso atmosfrica e vento superficial (J aneiro a J ulho)............................ 39Figura 2.4- Balano energtico global da Terra (Wm-2)................................................................... 41Figura 2.5- Diagrama esquemtico dos principais processos qumicos e fotoqumicos que afetam acomposio global da troposfera...................................................................................... 46Figura 2.6- Espectro da radiao solar no topo da atmosfera e ao nvel do mar. As reasrachuradas indicam a absoro feita pelas molculas..................................................... 47Figura 2.7 - Diagrama sistemtico ilustrativo das regras de reaes fotoqumicas do O3,OH,HO2 eH2O2 na atmosfera........................................................................................................... 48Figura 2.8- Equilbrio foto-estacionrio do oznio troposfrico........................................................... 49Figura 2.9- Relao entre a intensidade da emisso de NOx, COV (NMHC) e concentraomxima de oznio na regio de Kanto-J apo 1981......................................................... 50Figura 2.10- Estabilidade de resistncia e de elasticidade. Efeitos de uma perturbao em umecossistema. A rea denominada ET uma medida relativa da estabilidade total......... 54Figura 4.1- Situao de saturao dos municpios do Estado de So Paulo...................................... 68Figura 4.2- Esquema de operacionalizao do Decreto Estadual n 50.753/06 e suas alteraes.... 70Figura 4.3- RMB queimador ultra Low-NOx........................................................................................ 77Figura 5.1- Diagrama esquemtico do ciclo termodinmico de uma central termeltrica.................. 87Figura 5.2- Entorno da UTE Capuava Cogerao.............................................................................. 88Figura 5.3- Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias RMSP (mdias de1 hora).............................................................................................................................. 89Figura 5.4- Evoluo da condio das bacias area do ABC para oznio troposfrico..................... 90Figura 5.5- Fluxograma simplificado de uma unidade de fabricao de lcool................................... 95Figura 5.6- Reproduo de imagem animada da regio de Sertozinho e Ribeiro Preto................. 97Figura 5.7- Evoluo da condio da bacia area de Ribeiro Preto para oznio troposfrico.......... 98xiLista de tabelasTabela 2.1- Histrico dos principais episdios crticos de poluio do ar............................................ 19Tabela 2.2- Evoluo da poluio em nvel global dos principais poluentes amostrados pelo GEMSentre perodo de 1973 a 1985...........................................................................................21Tabela 2.3- Estatstica descritiva dos nveis de poluio, variveis meteorolgicas e dasinternaes de idosos e crianas, So Paulo, Brasil, 1996-2000.....................................25Tabela 2.4- Riscos relativos (RR) e intervalo de confiana de 95% (IC95%) de internaes pordoenas em crianas para um incremento de 10mg/m3 nos nveis de PM10, SO2, NO2e O3 e de 1ppm para o CO. So Paulo, Brasil, 1996-2000.....................................26Tabela 2.5- Nveis mximos de poluentes recomendados pela Organizao Mundial da Sade,para a sade, exceto cncer e alterao do bem estar....................................................27Tabela 2.6- Nveis de concentrao de poluentes e efeitos sade pblica...................................... 29Tabela 2.7- Resumo da monetarizao anual das deseconomias (milhes de reais)......................... 33Tabela 2.8- Fontes, caractersticas e efeitos dos principais poluentes da atmosfera.......................... 34Tabela 2.9- Composio do ar troposfrico limpo (no urbano).......................................................... 38Tabela 4.1- Limites de emisso segundo o regime de operao da fonte.......................................... 72Tabela 4.2- Principais tcnicas de controle e reduo do NOx........................................................... 75Tabela 4.3- Empreendimentos licenciados no Estado de So Paulo e consumo de combustvel...... 84Tabela 4.4- Principais geradores de energia no Estado de So Paulo e emisso de precursores deoznio troposfrico........................................................................................................... 85Tabela 5.1- Caractersticas das fontes emissoras de poluentes atmosfricos.................................... 93Tabela 5.2- Gerao de crditos de redues de poluentes atmosfricos na UTE............................. 94Tabela 5.3- Emisses por fontes fugitivas da UAA Santo Antnio...................................................... 95Tabela 5.4- Emisses por fontes evaporativas da UAA Santo Antnio............................................... 100Tabela 5.5- Emisses de NOx e COV por fontes fixas da UAA Santo Antnio................................... 101Tabela 5.6- Gerao de crditos de redues de poluentes atmosfricos na UAA SantoAntnio.............................................................................................................................. 101xiiLista de abreviaturas e siglasANEEL - Agncia Nacional de Energia EltricaARB - Air Resourses Board (Califrnia Air Protection Agency)BAT - Best Available TechnologyCEARs - Crditos de Emisses Atmosfricas ReduzidasCETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de So PauloCO - Monxido de CarbonoCONSEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado de So PauloCOVs no-CH4 - Compostos Orgnicos Volteis, exceto metanoDMS - DimetilsulfetoDPOC - Doena Pulmonar Obstrutiva CrnicaECP - Equipamento de Controle e ProteoEIA - Estudo de Impacto AmbientalEPA- Environmental Protection Agency dos EUAEPP - Empresas de Pequeno PorteEVS - Sub-bacia Em Via de SaturaoGEMS - Global Environment Monitoring SystemHO2 - Peroxilahv hight violet: Comprimento de Onda (radiao)IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veculos AutomotoresIVAS - Infeces de Vias Areas SuperioresMd - Densidade MolecularME - Micro EmpresasMP - Material ParticuladoMPEA - Mercado Paulista de Emisses AtmosfricasMTPD - Melhor Tecnologia Prtica DisponvelNOx - xidos de Nitrognio (NO, NO2, N2O, N2O4); [NOy = NxO5, HNO3, PAN, NOx]O* - Odd OxigenO3 - OznioOMS - Organizao Mundial da SadeONGs - Organizaes No GovernamentaisPAN - Peroxiacetil NitratoxiiiPI - Partculas finas e InalveisPIV - Programa de Inspeo VeicularPNUMA - Programa das Naes Unidas para o Meio AmbientePQAr - Padres de Qualidade do ArPQU - Petroqumica UnioPREA - Programa de Reduo de Emisses AtmosfricasRECLAIM - Regional Clean Air Incentives MarketREDPANARE - Rede Panamericana de Amostragem de Contaminantes AtmosfricosRIMA - Relatrio de Impacto AmbientalRMSP - Regio Metropolitana de So PauloSAT - Sub-bacia SaturadaSBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da CinciaSMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente de So PauloSOx - xidos de EnxofreUAA - Usina de Acar e lcoolUBC - Usinas de BiocombustveisUTE - Usina TermoeltricaVIGIAR - Programa de Vigilncia dos Efeitos na Sade Relacionados Poluio do ArZEE - Zoneamento Ecolgico-EconmicoxivSUMRIO1- INTRODUO........................................................................................................................................... 131.1- Objetivos da pesquisa................................................................................................................................ 141.2- Metodologia .............................................................................................................................................. 162- CONCEITOS ENVOLVIDOS..................................................................................................................... 192.1- Histrico da poluio do ar ....................................................................................................................... 192.2- Efeitos da poluio do ar........................................................................................................................... 222.3- Dinmica da atmosfera.............................................................................................................................. 352.3.1- Fsica da atmosfera................................................................................................................................. 352.3.2- Qumica da troposfera............................................................................................................................ 452.3.3- Bacia Area (Meio Suporte e Conceito Bolha) ...................................................................................... 513- JUSTIFICATIVAS PARA AS ALTERAES NO LICENCIAMENTO.................................................. 573.1- Abrangncia da rea.................................................................................................................................. 583.2- Ao tipo de poluente ................................................................................................................................... 603.3- Gerenciamento das reas saturadas ........................................................................................................... 624- APLICAO DOS DECRETOS ................................................................................................................ 674.1- Estimativa de emisses ............................................................................................................................. 724.2- Tcnicas de reduo de emisses atmosfricas......................................................................................... 744.3- Reflexos da Implementao dos Decretos................................................................................................. 784.4- Reflexos nos geradores de energia............................................................................................................ 835- ESTUDO DE CASO.................................................................................................................................... 865.1- Usinas Termoeltricas a Gs Natural ........................................................................................................ 865.2- Usina de Acar e lcool ......................................................................................................................... 955.2.1- Usina Santo Antnio .............................................................................................................................. 966- CONCLUSES ......................................................................................................................................... 1037- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS....................................................................................................... 107ANEXO 1 - DECRETO N. 48.523, DE 02 DE MARO DE 2004 ............................................................... 115ANEXO 2 - DECRETO N. 50.753, DE 28 DE ABRIL DE 2006.................................................................. 116ANEXO 3 - DECRETO N. 52.469, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007........................................................ 121131 1- - I IN NT TR RO OD DU U O OAgestodebaciasareasparaodesenvolvimentoprocurouserumestudoque,inicialmentetemos a impresso de se tratar de uma pesquisa apenas de valor, por tratar de um tema conceitualmas tambm apresenta elementos de cunho emprico, na medida em que busca, atravs de seusestudos de caso e do levantamento de informaes ambientais, apontar as virtudes e defeitos quea alterao da legislao ambiental no Estado de So Paulo recentemente traz, sobretudo pelo seucarterarrojadoeinovadornotratodasquestesambientaiseemparticularaosempreendimentos geradores de energia no Estado de So Paulo.Ospedidosdelicenciamentorecebidospelosistemademeioambiente,principalmentedosempreendimentos com grande aporte de carga poluente ao meio, chamados no jargo ambientaldegrandespotenciais,temfeitocomqueopoderpblicoeasociedadelocalmanifestempreocupao quanto degradao da qualidade ambiental da regio em que se localizam.Questesambientaisviabilizamouinviabilizaminvestimentosemumadadaregio,influenciandoeconomicamentenodesenvolvimentodesta.Decisesdeinvestimentojapresentam consideraes de ordem ambiental, quer seja no licenciamento, quer na atividade doempreendimentosoconsideradas,inclusivecominstituiesdefomentoacrditocomooBancoMundialincorporandoexignciasnestesentidoenoBrasillinhasdecrditoverdesdoBanco Real e Ita so exemplos.O Decreto Estadual n48.523 de 02/03/2004 e o Decreto Estadual n50.753 de 28/04/2006 e maisrecentementeoDecretoEstadualn52.469de12/12/2007introduziramalteraessignificativasno Regulamento da Lei n997/76 e por conseginte no Decreto Estadual n8.468/76, definindo oscritriosparaestabelecimentodosgrausdesaturaodaqualidadedoardeumasub-regioquanto a um poluente especfico, possibilitando a CETESB, nas sub-regies em vias de saturaoe nas saturadas, fazer exigncias especiais para as atividades em operao, com base nas metas,planoseprogramasdeprevenoecontroledepoluio,quernarenovaodalicenadeoperao, quer durante sua vigncia, incentivando a competitividade e a inovao tecnolgica.14AssimcomooqueaResoluoCONAMAn357de17demarode2005queintroduzoconceitodezonademisturacomrelaogestodaqualidadedasguas,agestodebaciasareasbuscanomeioareoodesenvolvimentosustentveldaregioeoincentivoainvestimentos sem prejuzos ao meio ambiente. O artifcio de comercializao de crditos parapoluentesregulamentadosereflexosnosempreendimentosgeradoresdeenergiaeltricanoterritrio paulista so apontados e analisados.Estetrabalhomostraosconceitosquecircundamotemaeimplcitoscompreensodotextolegal.TambmapresentaaformacomoestsendoaimplementaoeaplicaodestasnormasnoprocessodelicenciamentonoEstadodeSoPaulo,pelorgodemeioambienteereflexosnos setores industriais e na sociedade.Salienta-se ainda que se trata de um tema inovador, arrojado e ainda passvel de alteraes umavezquetemdeseaperfeioaremelhorarconstantementeotextodeleipara,cadavezmaisatingir-seosobjetivos(qualidadeambiental)noenfrentamentodasquestesambientaisededesenvolvimento econmico.1 1. .1 1- - O Ob bj je et ti iv vo os s d da a p pe es sq qu ui is sa a1.1.1- GeraisOobjetivoprincipaldestetemademestradoapurarasimplicaesqueasalteraespromovidasnaleiambientalpaulistacausamemsuasvriasinstnciasedimenses.QuaisosreflexosqueasalteraesrealizadasnalegislaoambientaldoEstadodeSoPaulosoesperadosquandodogerenciamentodasbaciasareaspelorgoadministradorpblicoexecutivo (rgo licenciador), pelo setor industrial (especificamente geradores de energia) e pelasociedade.Embora parea se tratar de uma pesquisa apenas de valor, por ser um tema de conceito, tambmtrar elementos de cunho emprico, na medida em que busca aplicar e validar a norma atravs deseusestudosdecasoedolevantamentodeinformaesambientaisemprocessosdelicenciamento j apresentados ao Sistema de Meio Ambiente.151.1.2- EspecficosAnalisarosaspectosprincipaisquenortearamessasdecisesporpartedorgoambientalquando da aprovao de um decreto que institui o conceito de gesto de bacias areas, neste casoa CETESB- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de So Paulo, cujaatribuio a do controle da poluio, a preservao e melhoria da qualidade do meio ambienteatravs do gerenciamento das bacias areas para os poluentes regulamentados.Os licenciamentos de novos empreendimentos no Estado de So Paulo e o controle preventivo ecorretivo dos empreendimentos j existentes que foram enquadrados nesta classificao, tendo aobrigaomandatriademelhoriacontnuaatravsdasuainclusonoPREA-ProgramadeReduo de Emisses Atmosfricas, conforme estipulado pelos Decretos j mencionados.Aspectostcnicoscomoanlisedestascompensaesdeemissesdepoluentesatmosfricos,criaodoscrditosdeemisses,competitividadecomproteoambientalereduesdeemissesdepoluentesviamelhoriastecnolgicasemprocessosexistentesnecessitamdereflexo, uma vez que inaugura-se uma nova fase a da gesto ambiental onde a indstria e asociedade so partcipes na gerao de solues e obteno de resultados.Estandoanormaemvigor,asimplicaesdestanorgoambientalquantonosgeradoresdeenergiadoEstadosoanalisadosprocurando,atravsde2(dois)estudosdecasomensuraraaplicabilidadedanorma.OsempreendimentosescolhidosforamaUsinaTermoeltricadeCapuava,municpiodeSantoAndreaUsinadeAcarelcooldeSantoAntnio,nomunicpiodeSertozinho.Asescolhassederamemvirtudeprincipalmentedascaractersticaspeculiaresdasusinasemquesto,geradoresdeenergiaeltricaatravsdoprocessodecombusto (bagao no caso das usinas de acar e lcool UAA e gs natural no caso das usinastermoeltricasUTE)epelanecessidadedoEstadodeSoPaulodegarantirospadresdequalidadeedeseveridadedoarnoqueserefereaopoluentesecundrioozniotroposfrico(bacia saturada).161 1. .2 2- - M Me et to od do ol lo og gi ia aNeste estudo foram utilizadas informaes de domnio pblico do sistema de licenciamento paraaanlisetcnicacomparadadosartigosdosdecretosde2004,2006e2007comodecretoanterior,propiciandoidentificarosmotivosqueforamconsideradosparaaalteraodolicenciamento ambiental no Estado de So Paulo.As questes de base conceitual (fontes de poluio, formao de poluentes na atmosfera, efeitossade,licenciamentoambientalecapacidadesuporte)tomaramcomobasedadosdisponveisdosprocessosdelicenciamentoambientalEIA(EstudodeImpactoAmbiental)eRIMA(RelatriodeImpactoAmbiental),palestraseapresentaesdisponveisnaInterneteinformaesobtidasjuntoaprofissionaisdasrespectivasreasdesadepblicaedemeioambiente principalmente.Tambmutilizaram-seinformaesdisponveisnaredemundialdecomputadores(internet),disponibilizadas por universidades e rgos de meio ambiente, com especial referncia ao site daEPA-EnvironmentalProtectionAgencydosEUAeaCalifrniaAirProterctionAgency,maisespecificamenteoARBAirResoursesBoard,rgogovernamentaldoEstadodaCalifrniaondesoutilizadososndicesmaisrestritivosnoqueserefereapadresdequalidadeedeemissodepoluiodoar,emvirtudedesuascondiesgeogrficasemeteorolgicaslocais.Experincia similiar tambm fora encontrada no Chile, embora os modelo adotado no Brasil sejamaisamploerefletemelhorarealidadedabaciaareaedasistemticadolicenciamentoaplicado no pas.Para os estudos de casos, tanto da UAA de Santo Antnio (em Sertozinho) quanto da UTE deCapuava (em Santo Andr), os processos ambientais e reunio de dados secundrios de relatriosdivulgados e informaes dos licenciamentos ambientais de empresas do mesmo setor industrialforambaseparaseobterumaestimativadasemissesadicionadasasuasrespectivasbaciasareas.Salienta-sequeasinformaesapresentadasestoemconsonnciacomaResoluoSMAn66/96egarantiadeinformaopelosrgopblicospelaConstituioFederal,Artigo5, inciso XXXIII, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade edo Estado, o que no foi o caso.17Assim,estadissertaoinicia-secomaapresentaodasbasesconceituais,apresentandoosconceitosenvolvidosparaaanlisedasquestesaquesereferemosdecretosquealteramasistemticadolicenciamentoambientalnoEstadodeSoPaulo.Seguem-se:Ohistricodapoluiodoar(seo2.1)mostrandoaevoluodapreocupaocomotemaeosefeitosdapoluio do ar (2.2) nos seres vivos: animais, vegetais e construes.Ainda pertencentes ao captulo segundo esto as sees referentes dinmica da atmosfera (2.3),sugeridaqueleleitorquenosesintasuficientementeengajadocomostermosambientaisdanorma. A fsica da atmosfera (2.3.1) onde a atmosfera definida em seus limites e efeitos fsicosprincipaisenaseo2.3.2segue-seaqumicadaatmosfera,ondeospoluentesatmosfricosregulamentadossoapresentados,almdapontuaodasfontesdepoluioedosfenmenosqumicoseinteraesnomeioareo,almdaintegraoeinteraodafsico-qumicanaatmosferanaseodenominadabaciaarea(2.3.3),ondeoconceitoecolgicoexploradoevalida o texto legal.Nocaptuloterceiroapresentadaajustificativadotemaonde,atravsdacomparaodasalteraespromovidasnoDecretoEstadualn8.468/76pelosDecretosEstaduaisn48.523/04,n50.753/06 e n52.469/07, procuram-se mostrar os motivos que levaram a mudana na forma delicenciamentodeempreendimentosnoterritriopaulista.Parafinsdecomparaoentreasnormaschamou-seaquideredaoanteriorotextodoDecretoEstadualn8.468/76esuasalteraesanteriorespublicaodosDecretosEstaduaisn48.523/04e50.753/06(novaredao) e da novssima redao com texto aprovado em 2007 (Decreto Estadual n52.469/07).Noquartocaptulocolocadaaaplicaododecreto,iniciando-sepelaseo4.1quetrazasestimativasdeemissesutilizadasnoEstadodeSoPauloeastcnicasdereduodessasemisses (4.2), alm reflexos causados com implementao dos decretos (4.3), com a reao dosatores.Nocaptulocincosoapresentadosestudosdecasos,tendosidoescolhidasumausinatermeltrica e uma usina geradora de acar e lcool. As consideraes de uma regio saturada(SantoAndr)eemviasdesaturao(RibeiroPreto)edeumpoluenteespecfico(NOx)so18necessrios e levam em conta as caractersticas principais do Estado de So Paulo, quer em suacaracterstica industrial e de poluio do ar.As consideraes e contribuies so apontadas no captulo sexto (concluso), seguindo-se pelasreferncias bibliogrfias (captulo stimo) e anexos.192 2- - C CO ON NC CE EI IT TO OS S E EN NV VO OL LV VI ID DO OS SNestecaptulosoexpostosconceitosiniciaissobreasquestesrelacionadasatmosfera,iniciando-se pelo entendimento histrico das questes de poluio do ar que hoje so sentidos epresente,bastandoanalisarmososcasosdeatendimentonoshospitaisnoinverno,quandoascondies de disperso de poluentes so desfavorveis (Sees 2.1 e 2.2).A constituio da atmosfera, no que se referente composio dos gases constituintes, fontes deemisso de poluentes e dinmica de suas interaes colocada na prxima seo deste captulo(Seo 2.3), embora para aqueles leitores que j se sintam com um bom embasamento conceitualnareaambientaleemquestesrelacionadasatmosferaestaseopossanoserimprescindvel, passando-se assim para o prximo captulo.2 2. .1 1- - H Hi is st t r ri ic co o d da a p po ol lu ui i o o d do o a ar rOarvitalparaamanutenodavida.Guardadasasdevidasdiferenasentremetabolismospode-sedizerqueumserhumanocapazdepermanecer70diassemcomida,uns7diassemgua e no mais que 7 minutos sem ar.Aqualidadedestetambmimportanteenestesentidoalgunsrelatosefatoshistricossobreepisdios crticos de poluio foram sintetizados na tabela 2.1, considerando eventos de origemantropognica.Tabela 2.1- Histrico dos principais episdios crticos de poluio do arAno Regio Evento2000 A.C. Itlia (Roma) Surgem os primeiros relatos de reclamaes referentes poluio do ar.1273 Inglaterra (Londres) Rei Eduardo da Inglaterra assinou as primeiras leis dequalidade do ar, proibindo o uso de carvo com alto teor deenxofre. Proibiu tambm a queima de carvo em Londresdurante as sesses do Parlamento, por causa da fumaa edo odor produzidos (PERKINS, 1974).Sc. XVIII Europa J ames Watt introduz a mquina a vapor, dando incio Revoluo Industrial com uso intensivo de combusveis(carvo mineral, petrleo e gs). Em 1845 o Parlamentoingls aprovou lei exigindo o controle da fumaa emlocomotivas (ASSUNO & PESQUERO, 2006).1911 Inglaterra (Londres) Primeiro desastre decorrente da poluio atmosfrica com1150 mortes em decorrncia da fumaa.CONTINUA.........20CONTINUAO...Ano Regio Evento1930 Blgica (Vale do rio Meuse) Regio de numerosas indstrias, formao de gotculas decidosulfrico,congestointensadasviasrespiratrias,morte do gado e 60 mortes de seres humanos.Dc. 40 EUA (Los Angeles) Smog*fotoqumicocausadoprveculos,presenadexidosdenitrognioehidrocarbonetosnaatmosferaassociado a partcula.1948 EUA (Donora) Regiometalrgica,altaconcentraodematerialparticulado e xidos de enxofre, 14.000 habitantes doentese 17 mortes.1952 Inglaterra (Londres) Smogfotoqumicodoenasrespiratriascomnmerodemortes =3500 a 4000.1952 Brasil (Bauru) Fbrica de leo de mamona, emisso do p da semente damamona,doenasrespiratriasagudaseafecesalrgicas com 150 casos de doena e 9 mortes.1955 Mxico (Poza Rica) Indstriaderecuperaodeenxofredogsnatural,emisso de gs sulfdrico, doenas respiratrias e nervosasdeixando 320 pessoas hospitalizadas e 22 mortes.1955 EUA (Nova Orleans) Poeiradeindstriadefarinha,aumentodafreqnciadeasma.1956 EUA (Mineapolis) Indstrias de cereais, epidemia de asma.1963 EUA (Nova York) 300pessoasmorreramemilharescomproblemasrespiratrios.1984 (ndia) Bhopah Liberao acidental de isocianato de metila, resultando namorte de cerca de 2000pessoas.Dc. 70 e 80: Grandes Centros CidadedoMxico,LosAngeles,Detroit,SoPaulo,Londres,TquioeOsakacomepisdioscrtticosdepoluio do ar.Dec. 60 Brasil (ABC) Eradaindstriaautomobilstica-Plodeindstriasautomobilsticas(Volkswagen,FordeGeneralMotors)eindstriasdeapoio(siderrgicas,fundies,mecnicas,qumicas e etc.). Smog fotoqumico na poca de inverno.Dec. 80 Brasil (Cubato) Parque industrial de grande porte. Registro de altos nveisdepoluiodoar,principalmenteMPcomepisdioscrticoseimpactospopulaoeaoecossistema(vegetaodaSerradoMar),oqueexigiuesforosdogoverno,empresasesociedadenareversodosproblemas.* Smog =smoke+fog (neblina +altas concentraes de poeira e xidos de enxofre)Fonte: SIQUEIRA (2002); PERKINS (1974), ASSUNO & PESQUERO (2006) e elaborao prpriaMage et al. (1995) colocada o esforo mundial no desenvolvimento de rede de monitoramento daqualidadedoar,atravsdoGEMS-GlobalEnvironmentMonitoringSystemem1976eaevoluodalegislaoerecomendaesdaOMS-OrganizaoMundialdaSadenoqueserefere ao mtodos de amostragem e de exposio.Russo(2007)assinalaqueaRedePanamericanadeAmostragemdeContaminantesAtmosfricos(REDPANARE)tevesuasatividadesiniciadasemjunhode1967,tendosidoincorporadaaoProgramaGlobaldeMonitoramentodaQualidadedoAr,estabelecidoem198021pela OMS e pelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), como parte doSistema Mundial de Monitoramento do Meio Ambiente.A tabela 2.2 mostra a evoluo da poluio em nvel global dos principais poluentes amostradospeloGEMS(SOx,MP,NOx,CO,Pb)noperodode1973a1985econsiderapasesdasia,Europa, Amrica do Norte e Central e Oceania.Tabela 2.2- Evoluo da poluio em nvel global dos principais poluentes amostrados peloGEMS entre perodo de 1973 a 1985Fonte: CEPAL & PNUMA (1991)AindasegundoMageetal.(1995)aquestodapoluiodoarseguepelosanos90comainclusodenormasemtodosparapoluiodoaremambientesfechados(cigarro,cocoefontesdepoluiofechada).Tambmosimpactosvegetaopassamaseremconsideradosnestapoca.Porfim,aanlisedeemissesdepoluioregionaleglobal,almdosgasesde22efeitoestufasotemasdeanlisesnosaglomeradosurbanosousuper-cidadesepautadasdiscusses atuais.2 2. .2 2- - E Ef fe ei it to os s d da a p po ol lu ui i o o d do o a ar rOs efeitos da poluio do ar so percebidos nas propriedades da atmosfera, nos ecossistemas, nosmateriais, na sade dos indivduos e outros.Nos ltimos 100 anos, em que a populao do mundo pelo menos triplicou, os danos ambientaislocaiseglobaisseintensificaram.Oaumentonousodecombustveisfsseisresultounaemergnciadaaodohomemcomoumaforageoqumicaeecolgicaglobal;emoutraspalavras,oimpactoaceleradodavidanaTerraestafetandoomundocomoumtodo(GOLDEMBERG et al., 2003).Estadegradaoameaaasadehumanaeaqualidadedevida,almdeafetaroequilbrioecolgico e a diversidade biolgica. Alm dos impactos globais da poluio, a degradao localda atmosfera to ou igualmente preocupante. A exposio a uma atmosfera (baixa troposfera)poluda ou contaminada causa uma srie de efeitos, sendo que, na maioria dos casos adverso.A interao entre as fontes de poluio e a atmosfera vai definir o nvel de qualidade do ar, quedeterminaporsuavezosurgimentodeefeitosadversosdapoluiodoarsobreosreceptores,que podem ser o homem, os animais, as plantas e os materiais.2.2.1- Efeitos sobre as propriedades fsicas da atmosferaNaseo2.3(DinmicadaAtmosfera)seropontuadasalgumascaractersticasfsico-qumicasda atmosfera. A alterao das condies mdias do ar pode causar os seguintes efeitos:- Reduo da Visibilidade: Levantamento de poeiras pela ao dos ventos; Grande nmero departculas e gases devido aos processos de combusto (queimadas, industrias).- Formao de neblinas: Lanamento de gotculas dgua com produtos qumicos dissolvidos.- Radiao urbana: Diminui em reas poludas, devido a perda da iluminao natural.- Efeito estufa: O aumento do CO2 na atmosfera aumenta a temperatura da superfcie, causandoo efeito estufa e alteraes no clima.23- Chuva cida: Compreende vrias formas: chuva, neve, granizo, neblina ou partculas secas etm como principais fontes os xidos de enxofre e nitrognio lanados para atmosfera, os quaiscombinados com a umidade do ar produzem a chuva cida. A tolerncia dos ecossistemas no amesma para a chuva cida e alguns tipos de solo com formao alcalina ajudam a neutralizar aacidez,bemcomolagosquepossuemguasquerepousamsobreleitoscomlimo,pedrasarenosasouformaesalcalinas,sendoqueosquenopossuematolerncia,podemserseveramente agredidos.2.2.2- Efeitos sobre a sadeApoluiodoarcaracterizadapelaOrganizaoMundialdaSadecomoumfatorderiscoparavriasdoenascomoinfecesrespiratriasagudas,doenaspulmonaresobstrutivascrnicas, asma e infeces respiratrias das vias areas superiores (garganta, nasofaringe, sinus,laringe, traquia e brnquios). A exposio humana pode se dar por inalao, ingesto ou contatocomapele,masainalaopodeserconsideradaaviamaisimportanteemaisvulnervel(PHILIPPI Jr. et al., 2004).Siqueira (2002) aponta que os efeitos fisiolgicos correlacionados com a poluio do ar ocorremem episdios crticos. No entanto, muitos problemas de sade causados pela poluio do ar noso identificveis, por no serem associados a algum episdio crtico, uma vez que pode ocorrerexposiodiriaadiversospoluentes,comonumareaurbanaeasadesedegradagradativamente.Estudos toxicolgicos e epidemiolgicos evidenciam o aumento nas taxas de morbi/mortalidadeemreassujeitaspoluioatmosfrica.Nessasreas,apopulaoficasujeitamaiorincidncia de doenas do aparelho respiratrio (asmas, bronquites, enfizemas, pneumoconioses eedemaspulmonares),doresdecabea,irritaonosolhos,doenasdermatolgicasegastrointestinais,reduodacapacidadepulmonare,emsituaesmaiscrticas,alteraesmotoras,enzimticasegenticas,danosaosistemanervosocentral,efeitosteratognicosecnceres.importantemencionarqueosefeitosdapoluiodoarpodemvariarconformeotipoeaconcentraodospoluentes,osvolumesaspirados,otempodeexposioeascondies24fisiolgicas de cada organismo. Entretanto sabido que nas grandes cidades as crianas e idosossofremmaioresconseqnciasdaexposiopoluio,influindonasade equalidadedevidadessa faixa populacional.Saldiva et al. (2001a) afirma que crianas e adolescentes tm semostrado bastante susceptveisaosefeitosdapoluiodoar.Nestesgruposetrios,acrscimosnonmerodeinternaespordoenasrespiratriastmsidoassociadosaacrscimosnosnveisdepoluentesatmosfricosurbanos.Omesmoseobservaentreosidosos.Entretanto,nestegrupo,almdepromoveraumentosnamorbidadeenamortalidadepordoenasrespiratrias,ospoluentesdoarapresentam efeitos deletrios sobre a morbidade e a mortalidade por causas cardiovasculares.(GOUVEIA&FELTCHER.2006)apresentameminmerosestudosassociaessignificativasentrenveisdiriosdematerialparticuladoinalvelcomdimetro