1ªedição vozes… esta É a nossa! - portal do agrupamento de escolas de portela e...

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Joana Magalhães 8ºD VOZES… ESTA É A NOSSA! Pontos de interesse especiais: Opiniões e pensamentos Exercícios de escrita Cartas Desafios Propostas Concursos E muito mais! ESCOLA SECUNDÁRIA DA PORTELA Ano II 1ªedição Dezembro 2014 O clube Multimédia e os alunos de Artes Visuais tiveram um desafio especial: Transmitir através da imagem (na forma de fotografia e logotipo) o título e o conceito desta revista! E aí está o resultado! A VOZES agradece! Obrigada pelo vosso empenho e talento! Mas o desafio não acabou!! Cartas, recados e recadinhos... Pág. 20-21 A nossa voz … a nossa Opinião! Pág. 2-5 Quantas histórias se vivem atrás das janelas? Pág. 6-7 A Filosofia de todos nós! Pág. 8-9 Ler… um desafio uma surpresa! Pág. 10-11 Ver… um desafio e uma surpresa! Pág. 12 Tantas sugestões… e todas disponíveis na Biblioteca! Pág. 13 Conhecer melhor os escritores portugueses... Pág. 14 Uma mensagem para o espaço Pág. 15 Clubes… o teu espaço! Pág. 16-18 PES… um projeto com inspiração poética! Pág. 19 Nesta edição: Ilustração… desenho… rabisco... Pág. 22 The English corner! What do you want to say? Pág. 23 Paradoxos, Sofismas, Dilemas e Outros Pág. 24 Este desafio alarga-se agora para a cria- ção de um logotipo original. O espaço continua à espera de ser preenchido! Entrega as tuas propostas na biblioteca ou envia para: [email protected] Esta é a tua VOZ! EDITORIAL A nossa revista volta para um reencontro com todos os elementos desta comunidade escolar. Este é o segundo ano da nossa existência e é muito bom partilhar todo o tra- balho que é desenvolvido dentro e fora das aulas, porque é aqui, neste espa- ço escolar, que se apren- de, que se constrói opi- nião, que se cimenta o talento e que se desenvol- ve o saber. Queremos continuar esta partilha, para isso conta- mos com Todos os elementos desta nossa comunidade escolar. A nossa escola constrói-se com as nossas VOZES! Inês Gonçalves 10ºH Lara Andrade 10ºH ? João Leitão 10ºH

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Joana Magalhães 8ºD

VOZES… ESTA É A NOSSA!

Pontos de interesse especiais:

Opiniões e pensamentos

Exercícios de escrita

Cartas

Desafios

Propostas

Concursos

E muito mais!

E

SC

OL

A

SE

CU

ND

ÁR

IA

D

A

PO

RT

EL

A

Ano II

1ªedição

Dezembro

2014

O clube Multimédia e os alunos de Artes Visuais tiveram

um desafio especial:

Transmitir através da imagem (na forma de fotografia e

logotipo) o título e o conceito desta revista! E aí está o

resultado! A VOZES agradece!

Obrigada pelo vosso empenho e talento! Mas o desafio

não acabou!!

Cartas, recados e recadinhos... Pág. 20-21

A nossa voz … a nossa Opinião! Pág. 2-5

Quantas histórias se vivem atrás das janelas? Pág. 6-7

A Filosofia de todos nós! Pág. 8-9

Ler… um desafio uma surpresa! Pág. 10-11

Ver… um desafio e uma surpresa! Pág. 12

Tantas sugestões… e todas disponíveis na Biblioteca! Pág. 13

Conhecer melhor os escritores portugueses... Pág. 14

Uma mensagem para o espaço Pág. 15

Clubes… o teu espaço! Pág. 16-18

PES… um projeto com inspiração poética! Pág. 19

Nesta edição:

Ilustração… desenho… rabisco... Pág. 22

The English corner! What do you want to say? Pág. 23

Paradoxos, Sofismas, Dilemas e Outros Pág. 24

Este desafio alarga-se agora para a cria-

ção de um logotipo original. O espaço

continua à espera de ser preenchido!

Entrega as tuas propostas na biblioteca

ou envia para:

[email protected]

Esta é a tua VOZ!

EDITORIAL

A nossa revista volta para

um reencontro com todos os

elementos desta comunidade

escolar.

Este é o segundo ano da

nossa existência e é muito

bom partilhar todo o tra-

balho que é desenvolvido

dentro e fora das aulas,

porque é aqui, neste espa-

ço escolar, que se apren-

de, que se constrói opi-

nião, que se cimenta o

talento e que se desenvol-

ve o saber.

Queremos continuar esta

partilha, para isso conta-

mos com Todos os elementos

desta nossa comunidade

escolar.

A nossa escola constrói-se

com as nossas VOZES!

Inês Gonçalves 10ºH

Lara Andrade 10ºH

?

João Leitão 10ºH

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Hoje em dia, ouvimos muito falar em

ameaças, discriminação, ofensas físicas e psico-

lógicas, ou seja, em bullying.

Não só nas escolas, mas em quase todos os

lugares existe a discriminação, por sermos dife-

rentes ou até mesmo por não sermos aquilo que

os outros querem. Por sermos demasiados gor-

dos, magros, altos ou até mesmo baixos. A reali-

dade é que ninguém está cá para agradar aos

outros, ninguém tem de ser isto ou aquilo para

demonstrar ser melhor.

O que temos que perceber aqui é que é impor-

tante haver diversidade entre as pessoas para

existir um equilíbrio. Não estamos só a falar de

um equilíbrio social, mas também numa questão

de haver gosto em conhecer novas caras, novas

personalidades.

Qual seria a “ piada ” de fôssemos todos

iguais? Qual seria o sentido de tudo?

Todos nós temos de ser nós próprios, e não

tentarmos ser alguém que não somos, todos

somos diferentes e é isso que nos torna

únicos. Para além disso, todos nós temos

os nossos direitos como indivíduos, tais

como ter o direito de sermos ou podermos

ser nós próprios e agirmos como tal. Não é

justo, abusar e fazer troça de alguém que

está a tentar ser ele mesmo.

Porque aqui, os únicos que estão mal são

aqueles que fazem “ trinta por uma linha ”

para se integrarem na sociedade de hoje

em dia, e que na verdade estão a ser ou a

tentar ser alguém que não são; podemos

quase imaginar um cenário de teatro, em

que eles tentam fazer de tudo para cada

vez obterem mais “ público ” ou até mes-

mo “ audiência ” , ou seja, acabamos por

perceber que aqui quem está mal são

aqueles que rebaixam os outros por esta-

rem a tentar expressar-se.

Inês Soares 9ºF

Página 2

A nossa voz… a nossa Opinião! O banal quotidiano, os outros, os pormenores, as notícias levam-nos a sentir e a refletir sobre o mundo.

Filhos da Tecnologia

A tecnologia tem mudado a vida de muitas

pessoas e parece que o ser humano já não

pode viver sem um telemóvel ou um compu-

tador... mas consegue! O problema é que a

tecnologia entrou nas nossas vidas e não

tem intenções de deixá-las.

A tecnologia passou de uma forma de lazer

para uma coisa obrigatória nas nossas

vidas, quer na escola, quer no trabalho, quer

em casa, estamos sempre ligados à internet

ou aos jogos. É verdade que a tecnologia

faz muita falta, para comunicarmos, para

t rabalharmos,

para nos entre-

termos, mas

principalmente

nós, os jovens,

esquecemo-nos de que o uso da tec-

nologia tem que ser moderado e aca-

bamos por nos isolarmos do mundo.

Ainda nas férias de verão, eu estive

todos os dias “agarrada” ao computa-

dor, porque não me lembrava de mais

nada para fazer, eram pelo menos 9…

10 horas, mas eu sei que existem mais

pessoas assim, que passam

horas e até dias seguidos no com-

putador, o que é mau.

Resumindo, um bocadinho de

internet, de jogos e de redes

socias não faz mal a ninguém,

mas todos devemos perceber que

por muito tecnológica que a vida

actual seja, continua a ser funda-

mental conversar, conviver e pas-

sear com os amigos.

Patrícia Eiras 9ºF

O facto de sermos diferentes

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 3

sidera a vida na União Europeia uma vida de

fascistas e que é responsável pela morte de

centenas de ucranianos e russos. Mas sem-

pre haverão aquelas pessoas que irão dizer

que estou errada, dizendo que o presidente

da Rússia está a ajudar o seu povo e a

expandir a sua cultura, mas isto é tudo feito

através da propaganda e chantagem, sendo

os russos “ cegos ” os seus soldados de

brincar e Europa o seu alvo.

Um dos aspetos mais interessantes disto

tudo é o facto de todos saberem da situação

horrível em que Ucrânia está e do terror em

que a população tem vivido, no entanto resu-

mirem a sua preocupação a doações de

dinheiro, de armas e equipamento e não em

“Violentos combates em Donetsk

enquanto Rússia fala em diálogo e refor-

mas para a paz”

A cada semana que passa, é só deste

assunto que eu oiço falar: Rússia declara

guerra à Ucrânia, mata centenas de solda-

dos e civis todos os dias e de seguida,

como quem quer acalmar a situação, o

presidente da Rússia decide predispor-se a

dialogar acerca da paz, de que a Ucrânia

tanto espera, mas acaba apenas por criar

falsas esperanças e gastar mais o tempo.

Por um lado esta novidade não me

impressiona, isto tornou-se em algo que eu

oiço e vejo todos os dias. A guerra, a morte

de imensas pessoas e depois as reuniões

sobre a paz, que, na minha opinião, não

passam de uma perda de tempo quando

são feitas com pessoas como o Vladimir

Putin, que tenciona dominar o mundo,

quebrar todos os direitos internacionais,

que muito promete e nada cumpre , que

manipula os russos, afirmando que todas

as suas decisões estão corretas, que con-

ajuda no campo de guerra. E porquê? Por-

que ninguém tem vontade de perder solda-

dos, armas e o mais importante, o dinheiro,

que nos últimos anos tem sido basicamente

o único assunto tratado.

Todos os dias, a Ucrânia é levada ao

fundo com a enorme quantidade de solda-

dos e civis que morrem, a quantidade de

mães que choram e crianças que ficam sem

pais sem casa onde viver, com cada milíme-

tro retirado ao país e entregue a Rússia. E

tudo isto porquê? Por causa de um grupo de

pessoas que afirmavam, com toda a certeza

e consciência, que a Ucrânia devia ser um

território russo. Este foi um dos argumentos

que a Rússia usou para atacar Ucrânia .

E é este o “Toy Story” onde o país tem

vivido e onde apesar das dificuldades, os

ucranianos tem demonstrado uma grande

união e força, que a mim, como uma ucra-

niana, me traz muito orgulho e que tenho

como exemplo.

Anastasiya Voloshchuk, 9ºF

Paz Disfarçada de Guerra

Telefone estragado

Há duas semanas, lembrei-me que

o meu telemóvel ainda estava dentro de um

saco de arroz. Há três meses, tinha caído

numa piscina, e sempre que os telemóveis

metem água põem-se num saco de arroz

para tirar a humidade, mas pronto, não era

certo que o telemóvel voltasse a funcionar e

eu fiquei a sentir-me mal, mas não tanto

como eu pensava que iria ficar. Aliás, o facto

de o telemóvel ter ficado em standby durante

tanto tempo foi, exactamente, por eu não

necessitar realmente dele.

Não fiquei incontactável durante

esses três meses, claro! Estive

a usar um telemóvel antigo da

minha irmã, mas claro que tive

de ouvir várias pessoas a falar

sobre o quanto o meu telemó-

vel era extremamente “ avançado”.

Porquê ter um telemóvel

topo de gama se a única função que

vou utilizar são as chamadas e as

mensagens? Pelo preço que gasta-

mos nesse, podíamos comprar um

cinco vezes mais barato e usar o resto

do dinheiro em coisas mais úteis, ou

em nada e poupar.

Também começa a ser um

problema o dinheiro que se gasta não

só na compra do telemóvel, mas

enquanto o usamos. Antes era só

carregar uma quantia e pronto, mas o

número crescente de tarifários reple-

tos de asteriscos ameaça a confiança

que a população menos ingénua tem

nas companhias telefónicas e aumen-

ta as razões para desconfiar das tec-

nologias.

Mas muitas pessoas, quan-

do criticam a tecnologia, falam sobre a

forma como estragou a vida das pes-

soas e como as deixou anti-sociais.

Eu fui praticamente criado em harmo-

nia com as novas tecnologias, por isso

não tenho nada a dizer sobre como “o

antigamente é que era bom”, e tam-

bém não me posso queixar, não sinto

a minha vida afetada por causa disso,

mas esta experiência foi reveladora

sobre o facto de o meu telemóvel não

ser assim tão importante como isso.

Talvez hoje em dia todos

necessitemos de um telefone estraga-

do de vez em quando.

David Brás 10ºB

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Página 4

A nossa Voz… a nossa Opinião!

O banal quotidiano, os outros, os pormenores, as notícias levam-nos a sentir e a refletir o mundo.

O Cuidado também voa pela ravina abaixo

Acompanho o meu pai até à papelaria

onde ele tanto gosta de comprar o jornal.

Enquanto ele entra, eu opto por esperar cá

fora para poder observar a montra, que

demonstra sempre objetos que eu não

preciso, mas que captam o meu interesse.

Perto da porta da entrada, encontra-se a

secção dos jornais estampados no vidro,

implorando às pessoas para serem lidos e

comprados. Não me interesso muito pelas

notícias e tudo o que pertença a esse gru-

po, mas por alguma razão, paro para

observar o título de um jornal em particular.

Em letras grandes e coloridas, que dão a

sensação que a notícia é de origem boa,

quando eu já sei que nada de bom pode vir

dali ( afinal, é um jornal, não uma revista

de crianças ) , lê-se “ Ferido grave em

queda de viatura da segunda circular para

a rotunda do relógio “ .

Pela primeira vez na vida, aquela sensa-

ção de desgosto pelas vítimas que se acti-

va dentro de mim devido a tal desgraça,

decide não aparecer. Porque é que esta

notícia não me afeta tanto como deveria?

Claro, acidentes acontecem todos os dias

e noites, a todas as horas e até possivel-

mente minutos, fazendo com que tudo

pareça até que um pouco normal, mas não

deveria ser assim.

É verdade o que dizem, que pensamos

que aquilo não nos acontecerá a nós, até

que um dia acontece. Sim, eu penso na

hipótese, mas lá no fundo, há uma voz que

me diz que eu estou livre de tal perigo.

É essa a mentalidade das pessoas, e é

esse o erro principal. Não nos vai acontecer a

nós, assegura-nos a tal vozinha, e ultrapassa

-se o tal carro que está a ir muito devagar de

forma perigosa, vai-se a uma velocidade

excessiva porque tem-se mesmo que chegar

àquele tal sítio, e ai, que custa pôr o cinto de

segurança. Mal o diabo pisca o olho, já está o

Ford, que custou mais do que devia, entalado

no fundo de uma ravina. Até parece que

antes de ir o carro, já há muito se foi o cuida-

do de que tantos falam, mas que pouco ou

nada têm.

Mal posso contar pelos dedos das mãos

quantas notícias já apareceram nas vias de

comunicação online, de carros que se despis-

taram, em que iam condutores sob a influên-

cia de álcool e não só. Mas ainda menos

posso imaginar o número de desastres rodo-

viários que estão para aí para vir, se estes

descuidados continuam assim.

E para quê? Porque não se prestou atenção

às regras de segurança? Porque a mensa-

gem no telemóvel podia ser aquela que já se

esperava à muito tempo? Ou porque há

demasiados acidentes relatados no jornal,

diminuindo a importância destes? Quando é

que vai ser a altura em que iremos perceber

que se calhar é melhor tomar cuidado nas

estradas, para podermos voltar para casa,

ver aquele sorriso nas pessoas que amamos

e continuar com as nossas tão preciosas

vidas?

Assusta-me, a ideia de aquilo poder a vir-me

acontecer. Até consigo imaginar. Estou eu, o

meu irmão e os meus pais a ir para o Algar-

ve, uma viagem como tantas outras. Do

nada, outro carro aparece e pronto, já nos

encontramos na primeira página do jornal:

“ F amília de quatro gravemente ferida num

acidente na estrada nacional ” .

A notícia já está a começar a formar-se aos

poucos e poucos dentro da minha cabeça,

quando o meu pai sai da papelaria, de jornal

na mão ( surpresa das surpresas, é idênti-

co àquele que observei ) , e nós continua-

mos a nossa viagem até ao supermercado,

deixando as minhas preocupações esque-

cidas em frente à montra da loja.

Marta André 9ºF

Solidão na selva de concreto

Leva-se uma vida plena durante a

juventude. Cheia de entusiasmo, pro-

jetos, sonhos, constroem-se castelos,

guerreia-se em batalhas, conquistam-

se espaços, desviam-se medos. Dia

após dia vive-se com os ecos das

gargalhadas e das palavras que

ecoam nas nossas vidas.

Chega a idade adulta e é uma corrida

contra o tempo. A família muda-se as

idades e as vontades…

E qual é o fim?

O isolamento .

Acabam-se os dias dentro de um

apartamento, ouvindo o ecoar dos

programas da tarde, entre risos, pal-

mas e lágrimas. A família ficou longe,

recebem-se notícias pelos novos

meios, os “móveis”, os tablets, enfim...

E dia após dia, se torna cada vez

maior a saudade dos risos dos amigos

da juventude… ficam apenas os

aplausos dos programas da TV

O que ficou? A solidão.

Kianu 10ºF

Solidão na selva de

cimento

Leva-se uma vida plena durante a

juventude. Cheia de entusiasmo, pro-

jetos, sonhos, constroem-se castelos,

guerreia-se em batalhas, conquistam-

se espaços, desviam-se medos. Dia

após dia vive-se com os ecos das

gargalhadas e das palavras que

ecoam nas nossas vidas.

Chega a idade adulta e é uma corri-

da contra o tempo. A família muda-se

as idades e as vontades…

E qual é o fim?

O isolamento .

Acabam-se os dias dentro de um

apartamento, ouvindo o ecoar dos

programas da tarde, entre risos, pal-

mas e lágrimas. A família ficou longe,

recebem-se notícias pelos novos

meios, os “móveis”, os tablets,

enfim...

E dia após dia, se torna cada vez

maior a saudade dos risos dos ami-

gos da juventude… ficam apenas os

aplausos dos programas da TV

O que ficou? A solidão.

Kianu 10ºF

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 5

A nossa voz e a nossa visão não ficam por aqui, portanto continua a observar o mundo e a pensar!!

A nossa Voz… a nossa Opinião!

O banal quotidiano, os outros, os pormenores, as notícias levam-nos a sentir e a refletir o mundo.

Em menos de 24 horas teve

mais de quatro milhões e

quinhentas mil visualizações,

é este o fenómeno do trailer

de “ Os Jogos da Fome ”

(The Hunger Games), cuja

primeira parte do terceiro e

último filme (Os Jogos da Fome: A Revolta ) chega às salas

de cinema em Portugal dia 20 de novembro, a ansiedade é

tanta que ainda “ devoro ” mais as minhas próprias unhas,

claro que o que fiz ( e o que recomendei a todos os meus com-

panheiros amantes do filme ) foi ler o livro, pois a curiosidade é

insuportável. A leitura do livro fez-me pensar ainda mais em

certos problemas da sociedade.

O livro relaciona-se com questões muito importantes como a

extrema pobreza, a fome, o poder, a violência, os efeitos da

guerra, entre outros. Os jogos da fome decorrem numa cidade

chamada Panem, durante um período futurístico não definido,

após a destruição da América do Norte. Panem é formada por

uma cidade central onde só vivem pessoas ricas e poderosas,

conhecida como "Capital", que controla doze distritos muitos

mais pobres. Para evitar novas revoltas nos distritos e lembrar

aos pobres o poder e autoridade, a Capital criou os Jogos em

que são escolhidos duas pessoas de cada distrito que são

enviadas para uma arena e precisam de lutar entre si até a

morte para que, no fim, reste apenas um sobrevivente, o vence-

dor.

Acredito que o filme nos diz muito sobre o que passamos hoje

em dia e, claro, numa visão muito pessimista ( admito que sou

um pouco pessimista, pois como toda a gente diz vejo sempre

um copo meio vazio e não

meio cheio ) acredito que

pode vir a ser o nosso futuro,

e, na minha opinião, não um

futuro muito distante.

Hoje em dia, quando ligamos

a televisão vemos mortes,

mais mortes e como se não

bastasse um pouco mais de morte, violência em todo o

lado. Acabo sempre, depois de desligar a televisão, por

me perguntar se sou de outro planeta, pois não com-

preendo como pode existir tanta pobreza, tanta violência

e como a vida pode ser tão injusta para pessoas que

merecem muito mais do que tantos outros que tudo têm e

como para muitos a vide é tão fácil.

Sempre pensei ou tive a esperança de que com a huma-

nidade a evoluir e a tecnologia a aumentar iríamos ficar

mais e mais unidos, mas pelo que vejo somos cada vez

mais violentos uns para os outros. Violamos, roubamos,

matamos, fazemos tudo por poder, mas para quê?

Somos cada vez mais controlados por governos que só

procuram poder e fazem-nos ver o que eles querem que

nós vejamos, sabemos o que os governos querem que

saibamos, vivemos numa ilusão, pois acho que não sabe-

mos tudo o que se passa no mundo ( lá estou eu com a

minha negatividade, estou outra vez a ver o copo vazio ) .

Acredito que podemos melhorar a situação em que esta-

mos e mudar a minha opinião em relação ao nosso futuro,

nós, jovens, devemos tentar ser mais justos e melhorar

tudo o que está mal agora e não ficar simplesmente para-

dos.

Somos o futuro e temos de pôr as mãos a obra para con-

seguirmos viver num mundo melhor com menos egoísmo,

com menos violência e com mais amor e compaixão, nós

podemos ver o copo meio cheio em vez do copo meio

vazio.

Mariana Macedo 10ºF

Copo meio cheio ou meio vazio?

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Página 6

Quantas histórias se vivem atrás das janelas?

“Janela— s.f. Abertura praticada a meia altura das paredes exter-nas de um prédio e que, guarnecida por um caixilho envidraçado ou por persianas de madeira, alumínio etc., pode abrir-se para permi-tir a entrada de ar e claridade. “ Dic. On line de Português

Não basta abrir a janela

para ver os campos e o rio.

Não é o bastante não ser cego

para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.

Há só cada um de nós, como uma cave.

Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;

E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,

Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Alberto Caeiro

Naquela casa vivia uma rapari-

ga bonita de cabelos longos e

louros, de pele clara e de olhos

azuis, chamada Mariana.

Mariana, antes de vir para esta

casa, vivia numa quinta, na

zona interior de Portugal. Ela

era simpática com toda a gente

e parecia feliz. Claro que ela

amava viver lá na quinta com a

sua família e amigos, mas tam-

bém gostava do facto de ter

viajado até Sintra, para poder

estudar e ter uma carreira. Em

Sintra conseguiu arrendar um

apartamento. Era pequeno e só

tinha uma janela, mas Mariana

gostava de viver ali.

O lugar preferido de Mariana era

junto à janela, gostava de se

sentar e ver quase toda a cidade;

regar as lindas flores que ela

tinha plantado no parapeito e

desenhar. Mariana desenhava

muito bem e passava horas a

pintar inspirada pela vista que

tinha daquela janela.

Daniela Bala 9ºF

Era uma noite calma, num

bairro esquecido pela popula-

ção mais favorecida de Lisboa.

A rua estava deserta e a chuva

caía num ritmo calmante, afo-

gando as mágoas que habita-

vam nos corações dos poucos

habitantes do local.

Apoiada naquela janela de

uma das casas, mais precisa-

mente na casa de paredes de

tijolo, uma rapariga de dezas-

seis anos pensava. Catarina

era uma jovem com cabelos

de um louro sujo e uns olhos

que ora faziam lembrar o azul

do mar ora o cinzento do céu.

Ela estava magra, sentia

fome e a sua figura era a

representação da pobreza.

Durante toda a vida, ela

tinha-se preocupado com os

que estavam à sua volta e o

que recebia agora em troca

eram olhares de nojo.

Marta André 9ºF

Rosaline, também conhecida por Rose,

era uma rapariga amorosa, carinhosa e

simples.

Rosaline tinha acabo de se mudar para a

antiga casa da família do lado da sua

querida mãe, que infelizmente já estava

muito velhinha e a viver num lar.

Quando ali chegou, os seus olhos pararam

a olhar a janelinha branca e elegante. Do

lado de dentro, viam-se os cortinados bran-

cos do antigo quarto de Rose. Rodou a

chave na fechadura já desgastada, empur-

rou a porta levemente e logo sentiu o chei-

ro familiar, um cheiro quente e intenso, mas

ao mesmo tempo suave e protetor.

Rose chegava agora com a sua família

àquela casa que lhe era tão querida. Os

seus olhos azuis, normalmente esverdea-

dos, tinham agora um brilho profundo, esta-

vam cheios de carinho, orgulho e saudade

de tudo o que passara naquele local.

Joana Geirinhas 9ºF

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 7

A janela pertencia a um hospital agora abando-

nado, mas tinha ainda muitos mistérios escon-

didos por detrás dela à espera de serem desco-

bertos.

Contaram-me, quando eu era mais nova, que

por detrás daquela janela vivia uma senhora,

que após um aborto, deu entrada no hospital

com uma intensa depressão. A senhora devia

ter os seus vinte e sete anos, quando foi inter-

nada. Ela começou a melhorar aos poucos.

Tomava a medicação, ia ao psicólogo e come-

çava a sorrir, mas foi então que a vida lhe trou-

xe mais uma tragédia… Um dos doentes pegou

fogo ao hospital, e os médicos conseguiram eva-

cuar todos os doentes com exceção da tal senhora.

Conta-se que morreu junto à janela.

Os anos passaram e tentaram pôr o hospital opera-

cional, mas foi impossível, pois naquela área

ouviam-se vozes, as máquinas desligavam-se sozi-

nhas, os doentes relatavam acontecimentos muitos

estranhos. O hospital fechou, mas, ainda hoje, as

pessoas contam que, de vez em quando, se ouve a

senhora que chora pelo bebé que perdeu.

Raquel Fernandes 10ºH

Aquela era a janela do povo,

velha rústica, mas humilde e

alegre. Daquela janela saía

música de dia e de noite.

Morava ali uma mulher negra

com o seu filho. Ela ficava o dia

em todo a fazer as tarefas

domésticas e o lanchinho da

tarde para todos os meninos

que brincavam na rua. As

crianças empoleiravam-se no

parapeito para desfrutar do

aroma quente das tartes de

maçã. E quando as crianças

não apareciam, era ela que

punha as tartes naquele para-

peito para arrefecerem e cha-

marem pelas crianças. Quando

Aquela janela estava cheia de

memórias felizes.

Naquela casa, tinha vivido a

Noémia com os pais e os qua-

tro irmãos, há mais de quaren-

ta anos.

Sendo a melhor janela da

casa, era constantemente

disputada pelas três irmãs:

Noémia, Belém e Alcina, pois

aquela janela tinha a melhor

vista e era também a mais

recatada. Por ali não passava

quase ninguém que pudesse

testemunhar uma possível

serenata dos namorados das

três irmãs.

Noémia era quem mais a utili-

zava, para grande inveja das

irmãs, pois o namorado de

Noémia, o Júlio, era um

romântico incurável e um gran-

de apaixonado por ela.

Idos os tempos da adolescên-

cia de Noémia e das suas

irmãs, cada um seguiu o seu

caminho para bem longe

daquela aldeia, onde era difícil

esperar por um futuro promis-

sor.

Passado o tempo, separados os

bens das heranças, após a morte

dos pais de Noémia, esta acabou

por ficar com a casa e, agora

que ali entra de novo e se põe

de novo à janela vem essa

memória dos tempos em que foi

tão feliz sem ter dado conta.

Beatriz Guerreiro 9ºF

elas apareciam para tentar

molhar o dedo no doce da

tarte, ela chamava-os para

dentro para comerem…

era assim todos os dias.

Era muito fácil encontrar

aquela casa e muito difícil

passar por ela e não olhar

de imediato. Era pequeni-

na, branca, com as pare-

des já sujas e rachadas,

mas muito encantadora.

As portas e a janela esta-

vam sempre abertas convi-

dando e desejando um

bom dia.

Viviana Costa 10ºH

Continua esta descoberta!

Observa as janelas do mundo, solta a tua imaginação, cria novas histórias, inventa novas personagens!

“O amor é grande e

cabe nesta janela sobre

o mar. O mar é grande

e cabe na cama e no

colchão de amar. O

amor é grande e cabe

no breve espaço de

beijar.”

Carlos Drummond de

Andrade

"Descobri uma lei sublime, a lei da equiva-

lência das janelas, e estabeleci que o

modo de compensar uma janela fechada

é abrir outra, a fim de que a moral possa

arejar continuamente a consciência."

Machado de Assis

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Página 8

A Filosofia de todos nós!

No dia da Filosofia, dia

20 de novembro, as

palavras e os pensa-

mentos invadiram a escola e todos

foram levados a PENSAR!

Clonagem- Ética

Nos últimos anos, as descobertas científicas e as suas

aplicações a nível prático trouxeram benefícios inquestioná-

veis para o ser humano e transformaram profundamente o

modo de vida da sociedade. Porém, é importante também

relembrar que existem sempre alguns riscos associados e

prejuízos em virtude desse progresso. Com efeito, a questão

da clonagem encontra-se relacionada com os avanços científi-

cos e tecnológicos, pelo que importa discutir vantagens e

inconvenientes deste processo, bem como todas as questões

de ordem ética que se impõe.

Primeiramente, é de salientar a distinção entre dois tipos

de clonagem: a clonagem reprodutiva e a clonagem terapêuti-

ca. A clonagem reprodutiva tem como objetivo a produção de

um indivíduo completo, geneticamente igual a outro já existen-

te. Agora, pergunto: Qual é o sentido de criar um ser igual a

outro? De facto, não existe uma razão suficiente-

mente plausível que justifique tal prática, isto porque,

ao clonar um ser, o que se obtém em termos de apa-

rência e informação genética é igual, mas a essên-

cia, os conhecimentos, as aprendizagens, as expe-

riências e a identidade não se transmitem, fazem

parte de um outro património intrinsecamente ligado

ao ser. Portanto, o desejo de clonar um ser para

substituir outro não se concretiza. Por vezes, argu-

menta-se a favor da clonagem reprodutiva, afirman-

do que será favorável para as espécies em vias de

extinção. Mas, não será esta, mais uma forma pouco

digna de resolver problemas desencadeados pela

ação humana? Não será isto, o retirar da responsa-

bilidade humana, o de contribuir para a ausência de

consciencialização individual?

Para além disso, no que se refere à clonagem

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 9

reprodutiva humana

importa também

salientar todos os

problemas de identi-

dade que se iriam

impor ao clone.

Quem sou eu? E, se

sou, quantos? Com a clonagem reprodutiva, o homem

passa a ser um meio, um fim em si mesmo, atentando

contra a sua dignidade e integridade pessoal. Ao falar-

se da clonagem reprodutiva, é inevitável não pensar em

situações de manipulação genética, o que possibilitaria

a produção de seres humanos com características pre-

viamente selecionadas; tal ocorrência iria levar a situa-

ções de discriminação, conflito e supremacia de certos

grupos em relação a outros, podendo causar situações

extremistas. Por todas estas razões, defendo uma posi-

ção contra a clonagem reprodutiva.

Agora, interessa discutir a clonagem terapêutica.

Esta técnica, embora tenha um procedimento semelhan-

te à reprodutiva, possui uma finalidade bem distinta. Na

clonagem terapêutica, há apenas a produção de um

embrião com o objetivo de retirar algumas células que

se irão especializar, originando certos tecidos ou

órgãos. Desde logo se pensam nas inúmeras aplicações

médicas que podem surgir: utilização dos órgãos assim

produzidos para transplantes; produção de células e

tecidos para a reparação de outros que se encontrem

danificados no paciente; investigações para desenvolver

os conhecimentos na área oncológica, entre outras.

Esta técnica teria, de facto, potenciais benefícios para a

vida humana. Basta pensar, que com este tipo de clona-

gem, indivíduos paraplégicos poderão ter a sua vida de

volta ou que será evitada a morte de milhões de pes-

soas que esperam desesperadamente por um órgão

compatível. Todavia, a grande questão ética que se

prende com a clonagem terapêutica é a produção de

embriões que serão eliminados depois de retiradas as

células estaminais. Muitos argumentam que são destruí-

das inúmeras vidas humanas. Contudo, importa pensar

que um embrião, apesar de ser indiscutivelmente vida,

não é detentor de uma vida humana como aquela que

nós possuímos; existem outros tantos mamíferos que

apresentam consideráveis semelhanças com o ser

humano em certos momentos do desenvolvimento gestacional,

aquilo que faz do

humano o ser

complexo que é,

são as aprendiza-

gens, as experiên-

cias, as relações,

os sentimentos, os

valores, o conví-

vio, as capacida-

des cognitivas que

adquire após o nascimento. Portanto, criar embriões que pode-

rão salvar milhões de vidas humanas não me parece assim tão

pouco ético. Pouco ético são outros tantos problemas à escala

global, aos quais não se colocam grandes obstáculos: existem

várias guerras no mundo, conflitos que causam milhões de

mortos e refugiados, mas mesmo assim continuam, porque, de

facto, não é muito conveniente que certos governantes percam

o capital proveniente do armamento ou as alianças políticas

com certas nações mais influentes e poderosas; existe também

escravatura infantil em pleno

século XXI, algo bastante acei-

tável em determinados países.

Assim, com tantos problemas por

resolver no mundo será que a

criação de embriões que sal-

vam vidas será assim tão pou- c o

ético, ao ponto de não ser mais

apoiada e totalmente permitida? Não me parece, de acordo

com a minha perspetiva. Por todas as razões mencionadas,

defendo uma posição a favor da clonagem terapêutica, consi-

derando que se deve investir, de forma a torna- lá mais eficaz e

acessível.

Em suma, todas estas questões relacionadas com a clona-

gem, no geral, situam-se já no limiar da Ciência, pondo em

causa não só valores e princípios, como também a ordem natu-

ral dos fenómenos biológicos, com a manipulação de elemen-

tos da vida. Contudo, é certo que a ciência continuará a progre-

dir, mesmo que não seja do consenso de todos, uma vez que

há interesses que se sobrepõe; certo é que, tudo irá residir na

fronteira que se conseguir implementar entre o uso e o abuso.

Mariana 12ºC

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Página 10

Ler… um desafio e uma surpresa!

“Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história,

escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?...”

José Saramago in A Flor Maior do Mundo

A Maior Flor do Mundo de José Saramago

A Maior Flor do Mundo é um breve conto escrito por José

Saramago e, nesta edição da Cami-

nho, ilustrado por João Caetano.

José Saramago foi um escritor por-

tuguês nascido a 16 de novembro

de 1922. Foi um dos maiores escri-

tores portugueses, sendo galardoa-

do com o Prémio Nobel da Literatu-

ra a 1998 e o Prémio Camões a

1995. Entre as suas obras encon-

tram-se Ensaio sobre a Cegueira,

1995 e Caim, 2009, entre outras.

No início deste livro, o autor esclarece o facto de não ser

capaz de escrever livros infantis, pois falta-lhe a paciência para usar

palavras simples e refere as expectativas que tinha se conseguisse

escrever da maneira que pretendia. A história passa-se numa

aldeia, num tempo não definido e tendo como personagem principal

um menino que se aventura nos arredores da sua aldeia. Num dia,

ele sai de casa para ir brincar, e numa encosta encontra uma flor

que está quase a murchar, então ele decide ir buscar água ao rio

com as suas próprias mãos para poder salvá-la. Enquanto isso, ele

é procurado pelos pais e pelas pessoas da aldeia que estavam

preocupados quanto ao paradeiro do menino, e encontram-no

coberto com uma pétala com as cores do arco-íris da flor que ele

salvara, e que agora havia crescido e ultrapassava a altura de qual-

quer pessoa. O menino é levado para casa e é tratado com respeito

como se tivesse executado um

milagre. No final, o autor desafia

os leitores a recontarem a histó-

ria com palavras simples mais

adequadas a crianças.

Este livro tem um

significado muito mais profundo

que vai para além da simples

história compreendida pelas

crianças. Na verdade, o esforço

com que a criança da história

trata a flor mostra a importância

que as crianças dão às pequenas

coisas que os rodeiam, dando-lhes

a oportunidade de vivenciar a bele-

za dessas coisas, algo que talvez

os adultos deixassem passar. Lem-

bro, relacionada com isto, uma

experiência que foi feita em que um

violinista, mundialmente famoso

(Joshua Bell), tocou numa estação

de metro de Nova Iorque uma das

peças de violino mais bonitas e

complexas já escrita, e foi ignorado pela maioria das pessoas

que passavam. A questão é que muitas crianças paravam para

ouvir, mas depois eram obrigadas a andar pelos pais. Este livro

quer também chamar os adultos à atenção para o facto de que

se, às vezes, parassem e observassem o que os rodeia, pode-

riam ver as coisas mais bonitas que antes lhes passariam des-

percebidas. A flor, naquele momento, podia não ser a maior flor

do mundo, mas era a coisa mais importante naquele momento

para a criança.

Apesar de o autor declarar no

início que não consegue escrever com

palavras simples, acaba com um texto

bastante bem conseguido, apenas com

algumas partes que poderiam ser mais

difíceis de entender pelo público mais

jovem. Porém, as partes mais complica-

das podem ser entendidas com a ajuda

das ilustrações, que são bastante ricas e

sugestivas. A ilustração desta edição é uma parte muito impor-

tante, pois são pinturas feitas em tela com algumas colagens,

tornando o livro numa obra de arte. Algumas das colagens são

folhas ou pedaços de jornal, evidenciando a beleza e simplicida-

des das coisas mais pequenas, uma das lições obtidas no livro.

Também é nítida, nas ilustrações, a proximidade do autor à his-

tória, mostrando as personagens como se estivessem a ser vis-

tas, vigiadas pelo autor.

Na minha opinião, é um livro muito interessante e bem

conseguido e apesar de algumas partes serem bastante comple-

xas, tem uma excelente lição a ser aprendida, e pode ser uma

boa leitura não só para os mais novos, mas também para os

adultos, e que nos motiva a prestar atenção às coisas belas que

nos rodeiam, mesmo que não sejam muito grandes.

Recensão crítica feita por David Brás 10ºB

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 11

Ler… um desafio e uma surpresa!

O Alienista

De Machado de Assis

O Alienista de Machado de Assis é um

conto dos finais do século XIX, que

incorpora 86 páginas de acontecimentos

concentrados, com um vocabulário e

enredo difíceis, mas que acaba por ser

bastante cativante.

Foi lançado em 1882 pela primeira vez e

é de origem brasileira, escrito por

Machado de Assis, um escritor conside-

rado dos maiores nomes da literatura

brasileira e grande comentador dos

eventos político-sociais da sua época.

Foi também publicado pela Porto Edito-

ra, edição que contém ilustrações de

Daniel Silvestre da Silva, e é recomen-

dado para a leitura no 9º ano.

Neste conto, entre outros, o autor ilustra

a fina linha que separa a sanidade da

loucura no cérebro humano, através do

protagonista e do seu estudo dos dese-

quilíbrios mentais.

A história passa-se em Itaguaí e relata a

história do Dr. Simão Bacamarte, uma

personagem que vive para a ciência,

mais centrada nos campos da loucura e

outras doenças mentais ("A ciência, é o

meu emprego único; Itaguaí é o meu

universo.”). Com a intenção de aprofun-

dar o seu estudo nos desequilíbrios

mentais, o alienista constrói a Casa Ver-

de, um hospício para ali alojar as pes-

soas loucas e as tratar. Bacamarte

começa a recolher pessoas que conside-

ra doidas, mas acaba por perder a noção

de loucura e prende quatro quintos da

população.

Esta ação provoca um descontentamen-

to nos itaguaienses, que mais tarde no

conto se vão aliar ao barbeiro Porfírio e

revoltar-se contra a Casa Verde e o

alienista. Com a ajuda dos “dragões”,

que acabam por juntar-se aos revolta-

dos em vez de restaurar a ordem,

como era a sua primeira intenção, os

Canjicas atingem a vitória e o barbeiro

é eleito o chefe da Câmara.

Mas as peripécias continuam ao longo

da ação, incluindo a recolha de loucos

falsos, a descrição de outra revolta do

povo e a libertação de todos os doen-

tes da Casa. Simão Bacamarte aper-

cebe-se, numa reviravolta inesperada,

de que afinal não existem loucos em

Itaguaí, com a exceção de si próprio.

Com a noção disto, tranca-se na tão

famosa Casa, e morre dezassete

meses depois, "no mesmo estado em

que entrou".

Penso que esta história ilustra muito

bem o assunto de que se trata, e gos-

to da forma suave com que Machado

de Assis trata o tema, incorporando

uma crítica indireta ao tiranismo da

sociedade e ciência do século XIX,

sendo que Simão Bacamarte repre-

senta a sociedade e os “loucos” repre-

sentam as pessoas vítimas das críti-

cas desta.

É, de fato, uma obra que leva uma

pessoa a refletir. Qual é realmente o

significado de loucura?

Marta André 9ºF

Sábado, 15 de Outubro de 1787,

Finalmente cheguei a Itaguaí, uma peque-na cidade aqui no Brasil, no Rio de Janeiro.

Agora, que já acabei os meus estudos em patologia cerebral, em Coimbra e em Pádua, posso começar uma nova etapa da minha vida: a análise, a observação e a prática.

Vou observar, analisar e estudar a popula-ção de Itaguaí. Decidi construir um abrigo, após pedir licença à Câmara, onde vou poder colocar todas as pessoas loucas, todas as pessoas com uma caracte-rística mental deficiente.

Ainda não decidi como vou intitular o abrigo, mas hei-de chegar a uma conclusão.

O abrigo vai ser construído na Rua Nova, a rua mais bela de Itaguaí. Consigo imaginá-la com muitas janelas de cor verde, um pátio lindo, cheio de flores, no centro, e “pequenos cubículos” para o aloja-mento dos pacientes. Este asilo tem de ter espaço suficiente para abrigar todos os pacientes aqui de Itaguaí “e das demais vilas e cidades”, não devem ser muitos os loucos nesta e nas outras cidades…acho eu.

O meu sonho está realmente, a realizar-se. É agora que vou poder pôr em prática tudo o que estudei sobre a patologia cerebral. Vou finalmente descobrir o verdadeiro significado de loucura, e a sua cura.

Se imaginássemos uma página do Diário da personagem

Principal, Simão Bacamarte, poderia ser assim…

Maria Inês Grácio 9ºF

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Página 12

Neste filme, temos presentes alguns dos valores

mais valorizados por algumas famílias. Esses

valores são por exemplo a tradição, a honra, a

excelência e a disciplina. Um dos conceitos

essenciais deste filme é reflectir sobre a impor-

tância de seguirmos os nossos sonhos. Ou até a

maneira como aproveitamos ou desperdiçamos

o nosso dia.

Alguns destes valores, como a honra e a discipli-

na são expressos pelos pais (principalmente

pelo pai de Neil Perry). Os seus pais pretendiam

que este um dia se formasse em medicina,

enquanto este queria seguir a representação

teatral.

A questão que colocamos é: devemos seguir os

nossos sonhos, ou sermos o que alguém quer

para nós?

“Carpe Diem”, aproveita o dia, um ideal e um

conceito muito trabalhado ao longo do filme.

Devemos refletir sobre esta frase, tal como John

Keating (professor) incentiva os seus alunos a

fazer.

Na minha opinião, estes conceitos deveriam ser

mais vezes abordados no nosso dia-a-dia. Pes-

soalmente, nunca tinha refletido sobre eles, no

entanto este filme despertou em mim um senti-

mento de algo desconhecido, mas bastante inte-

ressante. Esta é uma situação que deve estar

presente na vida de muitas pessoas, e que tal-

vez por ser um assunto pouco falado não nos

apercebemos de que muitas pessoas apenas

aceitam a vida como ela é sem a porem em

causa.

Penso que, dito isto, a resposta à primeira per-

gunta, será que devemos seguir os nossos

sonhos.

Se é fácil? Não. O filme demonstra isso mesmo,

a dificuldade de irmos contra a ideia dos nossos

pais ou dos outros.

No filme, Neil Perry acaba por se suicidar por

não conseguir que os pais aceitem o seu sonho.

Para Neil, aproveitar o seu dia (Carpe Diem)

seria através da representação.

A meu ver, John Keating, o professor, desempenha um papel de “consciência” para

com estes alunos. Keating consegue que estes se libertem dos seus ideais fixos,

impostos pelos seus pais, e que pensem por si mesmos.

Gostei do tema do filme, da maneira como os vários temas são abordados e, infe-

lizmente, muitas vezes, um final trágico é necessário para que os outros não vivam

na mesma repressão.

Miguel Lourenço 11ºD

Ver… um desafio e uma surpresa!

Somos para viver a nossa liberdade indivi-

dual. A liberdade de querer mudar o mundo, de não

nos conformarmos, de nos deixarmos tocar por um

poema. A liberdade de sermos o que quisermos, e

de sentir que vivemos , e não nos limitámos a exis-

tir; Este é o abrir de olhos do professor Keating, um

dos protagonistas de Dead Poets Society, aos alu-

nos de um dos colégios privados mais conceituados

do país, cujos padrões defendidos assentam nos

ideiais de tradição, honra , disciplina e excelência.

Apesar de um pouco romanceada, o filme

não deixa de ser uma obra de arte , que nos envol-

ve e dá asas à imaginação, enquanto transmite

diversas mensagens que podem ou não tocar o

coração dos mais atentos. A primeira, que me tocou

a mim, foi no momento em que o professor subiu à

secretária e disse à turma “Estou em cima da minha

secretária para me relembrar que devemos sempre

olhar para tudo de perspectivas diferentes. E o mun-

do é diferente aqui de cima.”. Na verdade , a reali-

dade é algo relativo à experiencia de cada um, e de

modo a não nos tornarmos insensíveis aos outros,

devemos sempre estar atentos e questionarmo-nos

sobre o que aparentemente será obvio. Por exem-

plo, o valor dado à água num país Africano é com-

pletamente diferente ao valor dado no mundo oci-

dental; é uma questão de perspetiva.

O filme atinge o seu auge, porém, quando

após todo um período de cenas que aos poucos nos

vão libertando a mente e fazendo

cócegas na barriga com o seu

positivismo, o protagonista se

depara com os seus sentimentos

de sufoco, de incapacidade de

agir, de mudar o seu rumo , impo-

tência , que não o deixam respi-

rar, que se tornam insuportáveis,

e que o obrigam a cometer suicí-

dio. A tonalidade predominante

nas cenas finais é escura, carre-

gada, intensa, e o Outono soalhei-

ro que abraçava o colégio é subs-

tituído pelo Inverno. A experiên-

cia humana é dominada pelas

emoções, e a razão desaparece.

Finalmente, aconselho

este filme a todas as faixas etá-

rias, sendo um clássico que não

pode ser perdido. E que todas as

mensagens referidas no filme

nunca sejam esquecidas, porque

não interessa o que vos digam,

palavras e ideias podem mudar o

mundo.

Mariana Ferreira 11ºD

O Clube dos Poetas Mortos”

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 13

Ler é sonhar pela mão de

outrem. Ler mal e por alto é

libertarmo-nos da mão que

nos conduz.

Fernando Pessoa

Os meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão

livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão

incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.

Breve História de Quase Tudo, Bill Bryson

Em linguagem não demasiado científica, sempre clara e com as devidas anotações, o

leitor é conduzido, por este autor extremamente divertido e bem informado, numa viagem

através do tempo e do espaço, cujo prato forte é também revelar-nos algumas ironias do

desenvolvimento científico. Esta é verdadeiramente uma obra que nos dá a sensação de

ter o mundo na palma da mão.

Pequeno Almoço com Sócrates, Rogeri Rowland Smith

Se organizássemos uma festa, que conselhos nos daria Maquiavel? Ou o infame Georges Bataille? O que diriam os

grandes pensadores sobre os gestos banais do nosso dia-a-dia? O autor imagina o que diriam os maiores pensadores

de todos os tempos sobre os momentos chave do dia, desde o momento que acordamos até à altura em que adorme-

cemos. Obra de uma rara inteligência, usa a filosofia, a literatura, a arte e a psicologia para nos revelar o extraordiná-

rio significado da rotina. Depois deste livro, nunca mais olharemos para uma simples passadeira de ginásio da mes-

ma maneira...

Breve Sentimento eterno, Nuno Júdice

Um novo livro de poesia de Nuno Júdice, um dos nossos mais importantes poetas contemporâneos. Um livro que tem a

singularidade de reproduzir, lado a lado, e datar, os textos manuscritos de todos os 41 poemas nele incluídos. Mostrando

assim, de certa maneira, o trabalho e a agilidade da sua escrita.

Sinopses adaptadas de www.fnac.pt

A Quinta dos Animais, George Orwell

Esta tradução de "Animal Farm" recupera o título original, contrariamente às edições anteriores, que adoptaram o mais

conhecido – "O Triunfo dos Porcos".

Orwell escreveu uma fábula. Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos animais os defeitos e

os ridículos dos humanos, servia para censurar a sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colo-

cados à distância, «no tempo em que os animais falavam», os vícios de todos nós e as suas funestas consequências. É

a fábula merecida por uma época - a nossa época - em que são os homens e as mulheres a comportar-se como ani-

mais.

Passeio Aleatório, Nuno Crato

Este é um livro para curiosos. Um livro sobre a ciência que atravessa o nosso dia-a-dia, a ciência em que não repara-

mos ou que temos dificuldade em perceber.

Com clareza e simplicidade, mas também com o rigor, o autor guia-nos pelo mundo fascinante da cultura científica,

num passeio tanto mais interessante quanto aparentemente aleatório.

Fica-se a saber como Tales mediu a altura da grande pirâmide. Fala-se da quadratura do círculo e das lentes dos

faróis. Discute-se de onde vem a tecnologia bluetooth. Explica-se o mito da maçã de Newton e a origem do sinal @....

Tantas sugestões… e todas disponíveis na Biblioteca!

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Página 14

Conhecer melhor os escritores portugueses que estudamos!

ANTERO DE QUENTAL(1842-1891)

Antero de Quental foi um missionário do ideal, um revolucionário

crente na justiça e na razão, que tinha como preocupação o signi-

ficado do Universo.

Confrontado com as crenças tradicionais, Antero, um poeta que

se intitulava um “soldado do futuro”, inserido no grupo de intelec-

tuais, denominado Geração de 70, funda as Conferências Demo-

cráticas do Casino, lá, discute a “Questão Coimbrã”, a qual acaba

por ser apenas o bom senso e os gostos do grupo académico.

Ainda jovem e já lhe tinha sido atribuído este título de rebelde, de

revolucionário, o apóstolo social. Logo, esta rebeldia contra o tra-

dicional e o gosto pela revolução, pela mudança, pelo futuro,

refletiu-se em sonetos da sua fase “Apolínea”, onde a razão e a

luta dominavam, sendo apenas ele e o Mundo, como mostram os

poemas “A Um Poeta” e “Hino À Razão”.

No entanto, Antero perdeu a esperança e entrou numa fase pessi-

mista, “Noturna”, a mais romântica e obscura, uma interiorização

refletiva, um desassossego, uma desilusão e incredibilidade quan-

to à luta, criando quase que, nesta inquietação filosófica, um refú-

gio na desistência em, por exemplo “Mors Liberatrix”, no sonho e

na transcendência religiosa, sendo agora, apenas ele e Deus.

Assim, o “poeta filosófico” viveu o ardor revolucionário e a eleva-

ção moral ou as deceções e o desejo de evasão.

Mariana Palma 11ºG

Nocturno Espírito que passas, quando o vento

Adormece no mar e surge a Lua,

Filho esquivo da noite que flutua,

Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo - triste e lento-

Que voga e subtilmente se insinua,

Sobre o meu coração que tumultua,

A ti confio o sonho em que me leva

Um instinto de luz, rompendo a treva,

Buscando, entre visões, o eterno Bem.

E tu entendes o meu mal sem nome,

A febre de Ideal, que me consome,

Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!

A um Poeta

Tu que dormes, espírito sereno,

Posto à sombra dos cedros seculares,

Como um levita à sombra dos altares,

Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno

Afugentou as larvas tumulares...

Para surgir do seio desses mares

Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! É a grande voz das multidões!

São teus irmãos, que se erguem! São canções...

Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,

E dos raios de luz do sonho puro,

Sonhador, faze espada de combate!

Antero de Quental, in "Sonetos"

Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Antero de Quental,

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 15

Sociedade- somos imensos, e temos tendência para crescer em ter-

mos populacionais. Vivemos a um ritmo alucinante, coexistimos uns

com os outros no mesmo espaço, sendo que solidões passam umas

pelas outras todos os dias.

UMA MENSAGEM PARA O ESPAÇO

A primeira tentativa séria de comunicar com inteligência extraterrestre ocorreu a 3 de Março de 1972 quando a Pioneer

10 foi lançada para se tornar o primeiro artefacto a ir além do sistema solar.

O cientista Carl Sagan, apercebendo-se da oportunidade, conseguiu persuadir a NASA a deixá-lo colocar uma mensagem a bordo da

nave.

Continua o desafio do cientista, que enviou para o espaço uma placa de alumínio anodizado a ouro de 15 por 20 cms e como

o grau de erosão no espaço interestelar é insignificante deverá permanecer intacto por centenas de milhões de anos.

Apresentamos aqui uma das muitas propostas possíveis.

“Os limites da minha linguagem

são os limites do meu mundo” Wittgenstein

“ P enso logo existo ”

Amar- A forma mais sensata de viver. O ser humano é um ser emocional, e o senti-

mento que mais impacto tem em cada um de nós é o amor. O amor é capaz de

enlouquecer Homens, e ainda assim, é o desejo que grita mais alto dentro de todos.

O corpo humano- Para que

todas as formas de vida , pos-

sam conhecer o nosso físico. É a

nossa máquina mais potente , e

cada um tem uma exclusiva.

A imagem representada é um fractal. A geometria fractal é o ramo da matemática que

estuda as propriedades e comportamento dos fractais. Basicamente, toda a natureza é

geométrica, e esta área tenta descodificar essa geometria. A figura retrata um fratal, que é

um determinado modelo geométrico para um determinado fenómeno da Natureza. - A

curiosidade do Homem levou-nos a descodificar o mais pequeno pormenor do mundo. E

encontrar beleza nos sítios mais escondidos.

Sê Criativo e no final de abril selecionaremos a melhor mensagem /postal e enviare-

mos para a NASA.

Envia para [email protected] ou entrega na BECRE. Continua este desafio!

Mariana Ferreira 11ºD

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Clubes… o teu espaço!

Entrevista em quatro questões:

Quatro perguntas dirigidas aos clubes:

Aos coordenadores perguntámos:

1. Como funciona o Clube? 2. Quantos elementos tem? 3. Que projetos desenvolve?

Aos alunos:

4. Por que razão estás neste clube?

Multimédia O coordenador, professor Joaquim

Duarte espondeu:

1. Como funciona o Clube? O clu-

be funciona todas as quartas-feiras

às 14h30 e neste primeiro período, o argumentista,

depois de ter avisado os restantes membros na

sessão anterior, apresenta o argumento com mais

detalhe e a encenadora começa a trabalhar o

ambiente. As maquilhadoras começam a tratar dos

modelos e o professor começa a explicar aos fotó-

grafos que tipo de fotografia pretende e com base

nisso que definições devem colocar nas máquinas;

30 a 40 minutos depois começa a sessão fotográfica

com grande entusiasmo ( por vezes, demasiado

: ) ) . Depois há o trabalho fora da escola, as

melhores imagens tendo em atenção o momento

são escolhidas e tratadas e depois são publicitadas

nas redes sociais com o objectivo de promover a

escola. Nos segundo e terceiro períodos o funciona-

mento será ligeiramente diferente, porque haverá

muitas equipas a trabalhar em simultâneo porque os

editores de imagem terão um enorme leque de ima-

gens para trabalhar.

2. Quantos elementos tem? Tem 22 elementos, 6

modelos, 3 maquilhadoras, 1 encenadora, 5 fotógra-

fos, 3 editores de imagem, 1 operador de câmara de

E tu, por que razão estás neste clube?

vídeo, 1 argumentista e 2 elementos

ajudantes. Ainda há vagas para ence-

nador, editor de vídeo, argumentista,

comerciais e marketeer.

3. Que projetos desenvolve?

Objetivos do clube: Permitir que os

alunos aprendam o essencial na cap-

tação de fotografia, vídeo e som; Per-

mitir que os alunos aprendam o

essencial na edição de imagem, vídeo

e som; Permitir que os alunos elabo-

rem trabalhos multimédia; Permitir que

os alunos colaborem de forma muito

ativa na divulgação dos eventos que

ocorrem na Escola Secundária da

Portela e se possível nas restantes

escolas do agrupamento; Permitir que

os alunos aprendam como comunicar

nas plataformas web 3.0; Através

destas aprendizagens será possível

criar uma equipa capaz de publicitar

nas diversas interfaces multimédia as

atividades desenvolvidas pelos nossos

alunos.

Atividades atuais e futuras: Aulas

expositivas para os alunos inscritos;

Atividades práticas na captura de

imagem, som e vídeo dentro do recin-

to escolar; atividades práticas na cap-

tura de imagem, som e vídeo, quando

possível, fora do recinto escolar; Dina-

mização de concursos internos e/ou

externos de fotografia, vídeo ou som;

Apoio a professores de outros Grupos

Pedagógicos que pretendam repre-

sentar a Escola; Organização de work-

shops e oficinas.

Andreia Gonçalves: “ No Clube de multimédia abro os meus horizontes no conhecimento de novas técnicas de edição e imagem fotográfica. ”

Flor Matos: “ Sempre tive uma paixão por fotografar, faz-me sentir livre, não sendo preciso ter apenas um único objectivo, mas sim vários,

pois onde quer que vá, para onde quer que olhe, poderia captar tudo, momentos, paisagens, objetos, etc.. No futuro era uma coisa que gosta-

va muito de fazer, como profissão ou passatempo. “

Sara Coelho: “ Gosto do clube multimédia porque aprendemos a melhorar os nossos conhecimentos sobre multimédia. O clube ajuda-nos a

ter mais responsabilidade e também nos ajuda para o nosso futuro.“

Inês Mesquita, vencedora do concurso de fotografia organizado pela associação de pais: "Aqui podemos fazer o que gostamos, sem tanta

pressão de estarmos numa aula... Acho que podemos explorar a nossa criatividade, seja por fotografia, gravação de vídeos ou a editar alguma

imagem, cada uma à sua maneira especial!"

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 17

Robótica: O Robot ajuda!

Teatro A coordenadora Paula Ângelo respondeu:

1. Como funciona o Clube? Neste momento o clube

tem muitos alunos inscritos, por isso a entrada de

novos elementos tem de ser sujeita a ponderação e

tem de ter em conta os projetos a desenvolver. De

qualquer forma basta falar com as professoras Paula

Ângelo ou Lurdes Augusto. Temos alunos do 8ºano

ao 12ºano e o Clube funciona às 6ªfeiras das

14h30 ’ às 16h30 ’ … mas a entrega é total, pois, às

vezes, temos de fazer ensaios fora do horário e até

ao fim-de-semana.

2. Quantos elementos tem? Neste momento temos

24 pessoas e temos sempre gente curiosa a querer

E tu, por que razão estás neste clube?

Clubes… o teu espaço!

Entrevista em quatro questões:

assistir aos ensaios e a desejar entrar para o elen-

co.

3. Que projetos desenvolve? Todos os anos desen-

volvemos projetos novos. Este ano temos a inten-

ção de apresentar uma peça de Natal, “ O Espírito

de Natal” da autoria da

Professora Paula Ângelo

e depois uma outra peça

que será apresentada no

dia do Agrupamento.

Esperamos que nos

venham ver e que se

divirtam tanto quanto nós

nos divertimos a ensaiar.

- “ Eu gosto de frequentar o Clube de teatro, porque dentro da escola, onde todos os alunos anseiam pelo fim de semana, nós ansia-

mos pela hora de almoço de sexta, para partilharmos em grupo aquilo que é uma experiência de que todos gostamos: encarnar uma

personagem, adotar uma personalidade diferente da nossa… E ver a evolução dos nossos projectos, que culmina com as nossas apre-

sentações é uma experiência fantástica. E depois, sim, ficamos ansiosos pelo fim de semana. ”

O coordenador, professor Paulo Trocato respondeu:

1. Como funciona o Clube? Utilizamos robôs ( no nosso caso, Lego Mindstorms ) , como material pedagógico, com o objeti-

vo de aproveitar a curiosidade dos alunos dirigindo-a para descoberta e apreensão de conceitos nas áreas da Física e da

Química, Matemática e Informática. Programação e apresentamos atividades experimentais, de alunos e para alunos, esti-

mulando os intervenientes e promovendo o gosto pela Ciência e a auto aprendizagem.

Se quiserem vir ter connosco o nosso horário é às 3ª e 5ª das 17h15 às 18h45.

2. Quantos elementos tem? Neste momento temos oito alunos da escola e quatro alunos que foram

nossos alunos, mas já estão na faculdade.

3. Que projetos desenvolve? Pariticipamos na First Lego League, dinamizamos workshops de" Robóti-

ca Educativa" em escolas e eventos, construímos protótipos e participamos em concursos e competi-

ções.

No ano letivo de 2013/2014, para além das atividades dinamizadas, vencemos os concursos de pro-

gramação "Topas Sul 2014" ( Universidade do Algarve ) e "FCUL Rally Pro 2014" ( Faculdade de

Ciências da Universidade de Lisboa ) . Na First Lego League recebemos o prémio para o melhor proje-

to científico nacional e obtivemos o 2º lugar na categoria "Valores FLL e profissionalismo gracioso" . O

projeto "GuideBot" foi um dos 100 finalistas do Concurso Jovens Cientistas e Investigadores 2014,

tendo integrado a Mostra Nacional de Ciência . Os projetos "ProtectorBot" e "Estás com mau ar?"

foram finalistas no Concurso Ciência na Escola promovido pela Fundação Ilídio Pinho. E estamos

prontos para continuar a trabalhar.

Desig

n d

e C

ata

rina

Ferre

ira

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Clubes… o teu espaço!

Entrevista em quatro questões:

O coordenador professor Carlos Lopes espondeu:

1. Como funciona o Clube? O Clube do Desporto Escolar permite aos alunos a

possibilidade de representar o seu agrupamento, no calendário competitivo

com outras escolas, na modalidade desportiva que mais gostar, bem como

poder nas modalidades dinamizadas poder suprimir as dificuldades que tiver na

disciplina de Educação Física.

2. Quantos elementos tem? O Clube do Desporto Escolar no agrupamento tem nesta altura inscri-

tos cerca de 350 alunos nos diferentes grupos equipa.

3 . Que projetos desenvolve? Os grupos equipa existentes são: Canoagem, Vela, Natação, Surf, Futsal, Ginástica, Basquetebol,

Voleibol, Multiatividades e Dança. Os alunos devem consultar os horários no site da escola ou então informem-se junto dos professo-

res de Educação Física.

E tu, por que razão estás neste clube?

Guilherme Galante -" O Desporto Escolar permite-me o acesso à canoagem que de outra forma

teria dificuldade" ;

Pedro Batista - " No Desporto Escolar conheço amigos fora da minha turma" ;

Ana Guerreiro - " Com o Desporto Escolar tenho mais tempo de prática desportiva" ;

Inês Fernandes - " Com o Desporto Escolar represento a minha escola" .

Desporto Escolar

Ciências

3 . Que projetos desenvolve? Com o Clube de Ciências pretende-se ocupar os tempos livres dos alunos de uma forma salutar e produtiva,

desenvolvendo ações que promovam a literacia científica, a troca de experiências entre alunos de diferentes níveis etários e o desenvolvimento

de valores como a cooperação e a entreajuda. As atividades realizadas no Clube de Ciências são muito variadas. Entre as ações previstas para

este ano letivo destacam-se:

- a criação de animais; - o planeamento e execução de atividades experimentais na escola; - a realização de visitas de estudo: visita de estudo

ao Jardim Botânico, ao Borboletário e à Praia das Avencas; - a dinamização de jogos e shows de ciência; - a realização de atividades experi-

mentais junto dos alunos do 1º ciclo do agrupamento.

E tu, por que razão estás neste clube?

“ F requento o Clube de Ciências porque tenho interesse na área da Biologia principalmente gosto muito de realizar atividades experimentais

relacionadas com a matéria dada nas aulas. Acho que é uma forma de compreendermos melhor os conhecimentos, pois podemos vê-los a

acontecer. Gosto também de tratar dos animais e fazer visitas de estudo como, por exemplo, ir à escola primária ensinar os mais peque-

nos. ” Carolina Alves, 11º B

“ F requento o Clube de Ciências porque fazemos muitas atividades experimentais e porque é preferível estar com os colegas em vez de

estar em casa sozinho. Sentimo-nos mais adultos ao sermos nós a trabalhar devido à autonomia que nos dão. Realizamos ótimas atividades

extracurriculares – shows de ciência, “marés ” , peddy-papers, etc.” Francisco Xavier, 11º B

“ É divertido, podemos fazer experiências que não podemos fazer na sala de aula. Aprendemos coisas novas. Tratamos dos animais e

ganhamos responsabilidade. É bom fazer parte de um grupo e organizar coisas em conjunto. ” Ana Marta, 11ºA

A coordenadora professora Luísa Magalhães espondeu:

1. Como funciona o Clube? O Clube de Ciências funciona à 2ª feira das 14.35 às 18.05 na sala E2.

2. Quantos elementos tem? Este ano inclui alunos do 7º ano ao 11ºanos. Até à data estão inscritos no Clube 24 alunos.

Para além dos alunos associados, outros colaboram em algumas das iniciativas levadas a cabo pelo Clube apesar de não

estarem presentes regularmente nas sessões semanais.

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 19

PES… um projeto com objetivos e com inspiração poética!

Aqui ficam alguns excertos de poemas realizados no contexto do Concurso Super Herói do Ambiente

( 2 013/2014 ) ; um rap de apresentação do Projeto Circulo Mágico 2013/2014 - 1º lugar; Um poema do Pro-

jeto Circulo Mágico 2011/2012 - 2º lugar… Porque a Poesia também dá saúde!

Era uma vez um Planeta animado,

cheio de cores e vida a fervilhar!

Era uma vez um lugar encantado

cheio de flores e cheiro a mar.

Foi neste mágico lugar,

cheio de ternura e amor

que, aprendi a admirar

a magia que existe numa flor.

Foi neste mágico lugar,

onde nasci e cresci,

que aprendi a contemplar

como a vida brota aqui.

Foi neste mágico lugar

Cheio de florestas, rios e esperança

Que vi os animais brincar

E o Homem criar a Mudança

Observo agora com temor...

que a magia tende a acabar!

Que o cinzento apagou a cor.

Que a vida se extingue num olhar.

Observo agora com temor

que a magia tende a acabar!

Que cessou a ternura e o amor

que morreu a vida numa flor.

Observo agora com temor...

que a magia tende a acabar!

Que o cinzento apagou a cor.

Que a vida se extingue num olhar.

(…)

O RAP do ar

O que vimos aqui contar/

Não é matéria para estudar

O que vimos aqui dizer

Não te podes esquecer

Olha para o AR

Tens de o preservar

O meio ambiente proteger

É o que devemos fazer (… )

O que vimos aqui dizer

Não te podes esquecer

Os transportes e as fábricas são a razão

De tanta POLUIÇÃO

Não te deixes enganar

Vamos lá REDUZIR, REUTILIZAR e RECI-

CLAR ( .. )

O que vimos aqui dizer

Não te podes esquecer

A pé ou de bicicleta deves andar

Deixa o carro descansar

Não deites papéis para o chão

Acaba com a POLUIÇÃO (… )

O que vimos aqui dizer

Não te podes esquecer

Poupa água e energia

Dá ao Ambiente uma alegria

Também não deves fumar

Pela Tua Saúde e do AR (… )

O que vimos aqui dizer

Não te podes esquecer

Ainda havia muito para contar

Mas temos de acabar

Para o ano vamos voltar

Ao Circulo Mágico, sempre a Bombar

O que viemos aqui contar

Não é matéria para estudar

O que viemos aqui dizer

Não te podes esquecer

O Circulo Mágico está a Terminar

Para o ano vamos voltar….

Sob um céu estrelado

Fechei os olhos e mergulhei

Num sonho inacabado

Onde sonhei ser um rei.

Sem coroa e sem riqueza,

Era eu quem salvava

A Mãe Natureza!

Neste meu sonho de encantar…

Fui rei… Super-Herói!

Era eu quem reduzia, reutilizava e reciclava

Aquilo que o Homem destrói!

Vestiram-me de embalagens,

Rede de batatas, garrafas e garrafões.

Mas eu refletia as imagens

De todas as vossas aflições.

Eu-Ambiente me chamaram,

Super-herói da Natureza.

De embalagens me forraram

Sem grande beleza.

A minha grande bondade

Era refletir qualquer um,

Desta imensa humanidade

Todos com algo em comum.

O desejo de ser herói

Num sonho inacabado

Adormecer quem destrói

E permanecer um herói acordado.

Turma 9ºA ( 2013/2014 )

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Página 20

Cartas, recados e recadinhos...

Olá a todos!

Como já devem saber, a lista Alpha foi eleita este ano. Queríamos

agradecer a todos os alunos que votaram.

Fazemos intenção de cumprir tudo o que programámos (caso não

tenham tido oportunidade de ler os cartazes com o nosso programa,

deixamos em baixo algumas das propostas..

Temos tido algumas dificuldades no que diz respeito ao material para

a Rádio, mas estamos a resolver o problema para que possam, final-

mente, ouvir música em todos os intervalos.

Brevemente, iremos também realizar um torneio de futebol no pavilhão

da escola. As equipas serão compostas por cinco elementos e o preço

da inscrição é 5€ por equipa.

Por último, queremos voltar a

agradecer a todos os que

votaram ALPHA, pois sem

vocês nada disto seria possí-

vel.

Prometemos que não se arre-

penderão.

Lista ALPHA

Há sempre espaço para deixar um recado ou uma carta!

Aqui apresentamos uma carta da recém-eleita Associação de estudantes e ainda uma

carta de uma ex-aluna desta escola… muitos conhecem-na! Ela conta-nos um pouco da sua passagem por esta

escola e a descoberta do ensino superior.

Escuta, escuta: tenho ainda /uma coisa a dizer.

Não é importante, eu sei, não vai

salvar o mundo, não mudará

a vida de ninguém - mas quem

é hoje capaz de salvar o mundo

ou apenas mudar o sentido

da vida de alguém?

Escuta-me, não te demoro.

É coisa pouca, como a chuvinha

que vem vindo devagar.

São três, quatro palavras, pouco

mais. Palavras que te quero confiar,

para que não se extinga o seu lume,

Eugénio de Andrade

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014

Página 21

Por mais que tente, não me consigo lembrar do

momento exato em que entrei na Escola

Secundária da Portela - vá, Arco-Íris para os

amigos - pela primeira vez. Sei que na altura

estava nervosa, porque tudo parecia tão monu-

mental: o começar o sétimo ano, o mudar para

o terceiro ciclo, o começar a ter aulas de Fran-

cês! E, ainda assim, não vos consigo dizer se terei entrado com o

pé direito, ou quem foi a primeira pessoa que conheci.

Mas por cada um dos momentos dos quais já não me recordo, há

mil e um que foram inesquecíveis; momentos esses que compen-

sam as pequenas falhas de memória que seis anos a chamar a

esta escola a minha segunda casa acabam por causar: a rotina

do dia-a-dia que se entranha e que parece tornar um dia tão

semelhante ao próximo e tão igual ao anterior.

O meu percurso foi semelhante a centenas de tantos outros;

alunos que entram acabados de sair do sexto ano e vêm pas-

sar seis anos na Arco-Íris, intervalos divididos entre o descampa-

do e o bar de alunos, enregelando as mãos no Inverno nas frias

mesas de laboratório, perpetuando a tradição das infinitas voltas

aos pavilhões. E claro, a monumental mudança de pavilhão todos

os anos, sentindo que de alguma forma isso era a prova concreta

de que estava a crescer ( promoções não-oficiais do pavilhão B

para o C e do C para o D, era óbvio para mim que avançar no

abecedário era sinónimo de vitória) .

Tenho agora noção do quão foi, para mim, essencial passar

por esta escola. Muito desta certeza deve-se – sem dúvida – à

presença de professores que nos inspiram, que nos incentivam,

que nos levam a ser melhores, e o mais importante, que nos

levam a querer ser melhores. Professores que fazem o seu traba-

lho e ainda vão além do que lhes é pedido.

Mas escola não são só aulas, e daí a importância

dos colegas, que se vão tornando conhecidos, e uns tempos

depois somos amigos, subitamente melhores amigos algures

entre a fila da cantina e os sofás da biblioteca. Crescer implica

estudarmos, sim; implica mais responsabilidade, sem dúvida;

mas implica também percebermos que o crescermos como pes-

soa é fundamental.

Iniciei há pouco mais de dois meses uma nova fase da minha

vida, o tão desejado ( e temido! ) Ensino Superior. Assim sendo,

não sou mais do que uma caloira no que toca a assuntos de

“ g ente crescida ” , mas queria desde já tranquilizar-vos

para o facto de que a integração na faculdade não é

nenhum bicho-de-sete-cabeças. Garanto-vos que é diverti-

díssimo subitamente conhecer gente nova, diferente, fazer

amizades com alguém que tanto pode vir de Faro ou de

Vila Real, de Coimbra ou da Madeira ( com os melhores

sotaques! ) E em segundo lugar, gostava de vos falar de

algo que ouvi de colegas mais velhos e que na altura me

fez parar e pensar, tão repetida na minha faculdade que

atualmente já possível repeti-la em coro: "Estes sim, pes-

soal, vão ser os melhores anos da vossa vida".

Mas, claro, não sei se é verdade. Não sei se serão os

melhores anos da minha vida, porque o futuro ainda está

para vir. Mas sei que o mais importante é aproveitar cada

fase quando a estamos a viver, dar o máximo para que

todos os anos sejam os melhores da nossa vida.

Por isso divirtam-se, aproveitem o que vos é oferecido,

seja dando o vosso máximo para colecionarem boas notas

e para se superarem a vocês mesmos, seja fazendo algo

tão simples como sentarem-se nos intervalos a conviver

com os amigos – ou, melhor ainda, uma combinação das

duas. Olhem para o futuro com desejo de se tornarem cada

vez melhores, mas não se esqueçam de aproveitar o pre-

sente.

Telma Pais

Cartas, recados e recadinhos...

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Página 22

Ilustração … desenho… rabisco...

Aqui fica um recanto cheio de desenhos. Desses que fizeste, enquanto o professor falava, desses que pintaste num momen-

to só teu e desses que construíste com este ou aquele objetivo.

Uns estão completos, outros ficaram incompletos. aqui há espaço para todos!

Carolina Oliveira 10ºH Monique Silva 8ºB

Anastasyia 9ºF

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A NO II 1ªE DI ÇÃO DEZ EM BR O 2014 Página 23

My favourite film

My favourite

film is “ The

Fault in our

stars ” . In my

opinion, it is a

drama, a comedy and a romantic

film.

The film is about a girl ( she

has cancer ) who falls in love

with a boy named Augustus

Waters ( he has cancer, too ) .

In the middle of the film they

travel by plane to Amsterdam to

meet Hazel ’ s favourite writer,

Peter Van Houten. When they

come back they live a normal life

as boyfriend and girlfriend. At

the end of the film, Augustus

dies, and at his funeral, Peter

Van Houten shows up and tries

to apologize for his bad attitude

and he gives a letter written by

Augustus to Hazel. Hazel says

she loves Augustus.

I love this film because it ’ s

very romantic, sad and beautiful.

I recommend it to everyone who

enjoys watching tearjerkers!

By Inês Monteiro 8ºC, Nº14

My Favourite Photo

I took this photo on a Wednesday at

the mall. In this picture there is Ana

Isabel, Inês Azevedo, Inês Paraíba

and Inês Simões. We were there

( a t the mall ) because on

Wednesdays we usually go to the

mall on our lunch time. In the

foreground on the left side there ’ s

me, Ana and Inês Simões, and in

the background there is Inês Azevedo and Inês Paraíba. They

were leaving the mall but Ana and Inês Simões stayed with me

so I could take this picture.

I love this photo because there was a rainbow on the wall

and I think that it was so cute, so I took a photo of it. I also like

this photo because I was with my best friends and I love our

moments together.

By Ana Beatriz Monteiro, 8ºB

My Favourite TV show

My favourite TV show is

‘ H ow I Met Your

Mother ’ ( HIMYM ) . Although

that is over, I still love watching

old episodes of it, because it ’ s

really funny.

HIMYM is about five friends

( B arney, Ted, Marshall, Lilly and

Robin ) who hang out at McLar-

ent ’ s ( which is a bar/pub ) all

the time. Ted is telling his kids the

story about how he met their

mother, but

he does-

n ’ t seem

to end!

The

characters

in HIMYM are really funny. My

favourite one is Barney, because

he is funny, gives high-fives all the

time, plays lazertag, says awe-

some to everything and he has

these stupid rules like ‘ The Plati-

num Rule ’ *, or ‘ The Mermaid

Theory ’ **. I like Marshall and

Lilly too, because even though

they ’ re lame, they ’ re cute and

funny.

*never love your neighbor

**every woman has an expiration

date

By Inês Botica, 8ºA

The English corner! What do you want to say?

1 2

3

4 5 6

7 8

9

10

Across

1. Jingle _ _ _ _ _ .

4. Send a

Christmas _ _ _ _ .

5. Mr. Claus.

7. Stingy old man.

10. Animals

Down

2. Something to

put at the top of the tree.

3. It covers your window.

4. _ _ _ _ _ cane.

5. It hangs above the fireplace.

6. Egg _ _ _ . A Christmas drink.

8. Santa's helper.

9. The presents are under the _ _ _ _ . www.bogglesworldesl.com

Answers:Across:1.Bells /4. Card/

5.Santa /7. Scrooge/10.reindeer

Down:2.star/3.snow/4. candy/5.

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Sê paciente

Sê paciente; espera

que a palavra amadureça

e se desprenda como um fruto

ao passar o vento que a mereça.

Eugénio de Andrade

Esta edição já terminou. Agora “Sê paciente; espera que a palavra ama-

dureça ” !

Começamos já a preparar uma nova edição e para isso contamos contigo! Envia

os teus trabalhos, as tuas sugestões, as tuas ideias mais criativas para:

[email protected]

Até já!

1. Paradoxo do teste surpresa

Esta é uma adaptação do paradoxo do enforcamento inesperado, publicado pela primeira vez por D. J. O’Connor, em 1948, na

revista Mind.

Um professor diz aos seus alunos que durante a próxima semana haverá um teste surpresa.

Um aluno que quisesse descobrir em que dia seria esse teste surpresa chegaria à conclusão que tal teste não poderia realizar-

se. E porquê? Não pode ser na sexta-feira, pois se fosse não seria surpresa – na quinta-feira já saberia que iria ter teste na

sexta. Não pode ser na quinta, porque se assim fosse saberia isso na quarta ( uma vez que já sabemos que não poderia ser

na sexta ) . E de modo análogo pode concluir que o teste surpresa não ocorrerá na terça nem na segunda.

Moral da história: não há testes surpresa a não ser que sejam absolutamente surpresa, isto é, sem qualquer espécie de aviso

prévio. Mas, por outro lado, imaginemos que todos os alunos raciocinam do modo acima descrito. O professor faz o teste na

quarta e… os alunos são completamente apanhados de surpresa!

ES

CO

LA

S

EC

UN

RI

A

DA

P

OR

TE

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2. Um truelo é um duelo no qual intervêm três participantes em lugar de dois. Certo dia A, B e C resolvem disputar um truelo

com pistolas, até que apenas um sobreviva. A é o atirador mais fraco e em cada três tiros só acerta um, B acerta dois em cada

três tiros e C acerta sempre. Para tornar o truelo mais justo decidem que atira primeiro A, depois B ( s e ainda estiver vivo ) e,

finalmente, C (se ainda estiver vivo ) . A questão é: sobre quem deve A disparar primeiro?

A solução, de algum modo contra-intuitiva, é do domínio da teoria dos jogos.

Se A dispara sobre B e o mata, então a seguir dispara C, que nunca falha, e como terá A como único oponente é sobre este

que irá disparar, e A morrerá.

É mais sensato disparar sobre C. Se acertar, o próximo tiro será dado por B, que só acerta dois em três tiros, e assim A tem

uma probabilidade ( de um terço) de sobreviver e poder responder a B e, eventualmente, ganhar o truelo.

Mas existe uma estratégia melhor para A: disparar para o ar: a seguir dispara B, que apontará sobre C dado este ser o mais

perigoso. Se acertar B mata C e A volta a disparar. Se falhar, será a vez de C, que apontará a B por este ser mais perigoso

que A. Atirando para o ar faz com que B elimine C ou C elimine B. E com isto será ele a atirar para o sobrevivente. A manipu-

lou a situação de tal forma que em lugar de ser o primeiro a disparar num truelo, é agora o primeiro a disparar num duelo ( o

que é, naturalmente, mais vantajoso ) .

PARADOXOS, SOFISMAS, DILEMAS e OUTROS PROBLEMAS

...Porque o cérebro é um músculo que convém exercitar

3. Há um nenúfar num lago que todos os dias dobra de tamanho ( n o segundo dia tem duas vezes o tamanho que tem no

primeiro dia, no terceiro dia quatro vezes, no quarto oito vezes, e assim sucessivamente ) . Em 30 dias cobre o lago inteiro.

Quantos dias levam dois nenúfares ( que também dobram de tamanho a cada dia que passa ) para cobrir o lago todo?

A resposta ( de certo modo contra-intuitiva ) é 29 dias. Se um nenúfar leva 30 dias a cobrir todo o lago, ao 29º dia terá coberto meio lago ( ao

30º dobra de tamanho e cobre a outra metade ) , ao 28º um quarto do lago, ao 27º um oitavo e assim sucessivamente. Se um nenúfar cobre ao

28º dia um quarto do lago, dois nenúfares cobrirão dois quartos, isto é, metade, pelo que ao 29º dia dobram de tamanho e cobrem a outra meta-

de ( ou seja, o lago todo ) .

O problema só parece ser resolúvel se procedermos do fim para o princípio, e não do princípio para o fim.