5ª série - 1ªedição - outubro 2013 -

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5ª SÉRIE - EDIÇÃO Nº1 - Outubro 2013 Mundo Contemporâneo Chega ao fim uma das melhores series de sempre. Pág.17 e 18 Merkel volta a vencer as eleições na Alemanha. Pág.27 Rui Costa, campeão mundial de ciclismo Pág. 20 e 21 Um cartão vermelho ao governo: Autárquicas 2013 “Eu tenho SWAG e tu?” Pág. 8 e 9 Pág.14

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Novo ano, equipa nova. É este o mote para dar continuidade a este projeto, que vai para o seu quinto ano de duração. Passando de geração em geração entre alunos de Ciências da Comunicação, a «Mundo Contemporâneo» surge, agora, com uma nova equipa, apta para continuar a elevar o nível jornalístico até agora exibido nas séries anteriores. No corrente ano pretendemos fornecer uma vasta informação, objetiva e clara, de forma regular, sobre os mais variados assuntos, tanto a nível nacional como inter- nacional. A aposta num design de qualidade e inovador é indispensável, tendo o primordial intuito de manter um equilíbrio entre a informação transmitida, nunca esquecendo de cativar os leitores. A «Mun- do Contemporâneo» assume-se como um espaço independente, diverso e arrojado, regendo-se pelos valores éticos e deontológicos do jornalismo. Defende a livre expressão de ideias, a leveza informativa e a distinção clara entre opinião e informação.

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Page 1: 5ª série - 1ªEdição - Outubro 2013 -

5ª SÉRIE - EDIÇÃO Nº1 - Outubro 2013

Mundo Contemporâneo

Chega ao fim uma das melhores series de sempre. Pág.17 e 18

Merkel volta a vencer as eleições na Alemanha.

Pág.27

Rui Costa, campeão mundial de ciclismo

Pág. 20 e 21

Um cartão vermelho ao governo:Autárquicas 2013

“Eu tenho SWAG e tu?”

Pág. 8 e 9

Pág.14

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ÍNDICEOutubro 2013

ECONOMIA «

EDITORIAL «

POLÍTICA «

Mundo Contemporâneo Outubro 2013

SOCIEDADE «

INTERNACIONAL «

2

Autárquicas 2013:Um novo paradigma político

PS continua a pontuar para os Olhanenses

Sul Informação campeão na cobertura da noite eleitoral algarvia

“Eu tenho SWAG e tu?”Desenvolvimentos no caso Maddie McCann

Ensino Superior sem alunos

As alterações Climáticas e as suas proporçõesAldeia Global : Portugal jovem no Estrangeiro

Merkel consegue melhor resultado eleitoral desde 1990

Edward Snowden não alcançou o Nobel da Paz

Sucesso por conta própria

68

9

1314

1516

1718

19

20

Diga «34

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ÍNDICEOutubro 2013

Mundo Contemporâneo

» DESPORTO

» ARTES E CULTURA

» CIÊNCIA E TECNOLOGIA

3Outubro 2013

» MODA

Primeira vitória no circuito ATP para Portugal

Primeiro português da história a conquistar o título de campeão do mundo de ciclismo

Mundial de trampolim realizado em solo português

Cidades em cortiça

Lapas Incomuns

Seleção portuguesa regista o 3º lugar no mundial de hóquei em patins

Blue Jasmie

All hail the King: o legado de Breaking Bad

Pokemon X&Y: O regresso ao futuro

A moda vista como um ciclo

As 7 maravilhas de um guarda-roupa

O que usar nesta estação

2223

2425

26

2728

2930

3132

33

Page 4: 5ª série - 1ªEdição - Outubro 2013 -

Mundo Contemporâneo4 OUTUBRO 2013

DIRETOR GERAL

Miguel Domingos

DIRETORES-ADJUNTOS

DIRETOR DE ARTE DIRETORES DE ARTE ADJUNTOS

Joana Pedroso

Alexandre Carvalheiro Diogo Simão

Fernando Gamito

DIREÇÃO

Fernando Gamito Miguel Domingos

EditorialNovo ano, equipa nova. É este o mote para dar continuidade a este projeto, que vai para o seu quinto ano de duração. Passando de geração em geração entre alunos de Ciências da Comunicação, a «Mundo Contemporâneo» surge, agora, com uma nova equipa, apta para continuar a elevar o nível jornalístico até agora exibido nas séries anteriores. No corrente ano pretendemos fornecer uma vasta informação, objetiva e clara, de forma regular, sobre os mais variados assuntos, tanto a nível nacional como inter-nacional. A aposta num design de qualidade e inovador é indispensável, tendo o primordial intuito de manter um equilíbrio entre a informação transmitida, nunca esquecendo de cativar os leitores. A «Mun-do Contemporâneo» assume-se como um espaço independente, diverso e arrojado, regendo-se pelos valores éticos e deontológicos do jornalismo. Defende a livre expressão de ideias, a leveza informativa e a distinção clara entre opinião e informação. O pluralismo de conteúdos e matérias é e será para nós uma missão a seguir. A direção da revista assume então que cada contributo e tempo despendido por cada um de nós, valeu a pena para que a revista e a sua redação chegassem a bom porto. Nesta revista que é tão nossa que «constitui já um marco no curso» queremos expressar de forma inequívoca os valores que nos regem e a nossa identidade.O que todos sentimos com o culminar do primeiro número desta serie, lembra-nos que embora ten-hamos origens, percursos de vida, opiniões ou pensamentos diferentes, os nossos corações batem em uníssono para que consigamos ter uma revista coesa, integra e cheia de qualidade.

A Direção - Miguel Domingos, Fernando Gamito, Joana Pedroso

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Mundo Contemporâneo5OUTUBRO 2013

Economia

Politica

Artes e Cultura

Moda

Sociedade

Internacional

Desporto

Ciências e Tecnologia

CoordenadorMarta Cardoso Alexandre Carvalheiro Ângela Pescadinha

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Coordenador

Filomena Pires Catarina Arraes

Mariana GonçalvesCatarian Lopes Catarian Vicente Raquel GerreiroRaquel da Costa

Duarte Drago Patricia Victório Inês Oliveira

Diogo Simão Filipa Barão Catarina Perez Dinis Mestre Raquel Figueiredo

Ana Margarida Tiago Pais

Carina Fernandes Carolina Hermano Claudia Henriques Daniela Filipe Isarina João

Bruno Martins Diogo Gonçalves Catarina Martins Mariana Vilaça

Inês Coelho

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POLÍTICA

6 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

As urnas já fechar-am, os resultados já

saíram. De norte a sul do país acredita-se terem acontecido verdadeiros “mi-lagres”. Os independentes tiver-am grande força nestas eleições, algo bastante incomum em Portugal. Partidos que durante anos içaram as suas bandeiras nas mesmas autarquias, viram este ano o povo a decidir retirá-las, afirmando-se fartos das mesmas políticas, ou simples-mente porque acharam o can-didato do partido concorrente melhor para a sua autarquia. Vejamos o Porto, capital da região norte de Portugal, des-de sempre afirmado como autar-quia de direita, autarquia PSD, dá a vitória a um independente. Pensando bem, esta autarquia está no top 4 das mais povoa-das do nosso país, colocando-se entre as mais importantes e com mais poder no panorama nacional. Esta vitória só prova o grande crescimento dos votos nos candidatos independentes. Assinalei as surpre-sas de norte a sul no país, mas realmente o mapa que achei mais chocante foi talvez o das ilhas, mais concretamente o arquipélago da Madeira. Naquilo que consideráva-mos o “jardim” laranja, volvidos qua-tro anos o partido social democrata perde sete das onze autarquias na ilha principal. Será isto um cartão vermelho ao governo regional? Falo agora mais diretamente

da única autarquia algarvia que ao fim de 16 anos de liderança do PSD, decide que chegou a hora de voltar às origens. Silves, deixa de osten-tar a cor laranja e passa a ser regida por um partido de esquerda, tendo a CDU ganho a Câmara Municipal

de Silves, com uma diferença signifi-cativa em relação aos concorrentes. Sinceramente, eu com 20 anos não me lembro de governar outro partido em Silves para além do PSD, mas realmente como pude con-statar nos registos, Silves sempre se assumiu como uma autarquia de es-querda, uma autarquia de ideais co-munistas. Surgiam queixas de todas as freguesias relativamente às políti-

cas levadas a cabo pela autarquia, mas realmente nas urnas nas eleições anteriores o voto recaía sempre no partido laranja. Sempre com a mes-ma candidata, Isabel Soares. O PSD somou vitórias consecutivas até que a lei que delimita o número de man-

datos a três, fez com que a até então presidente da câmara não pudesse recandidatar-se ao cargo. Surgiu então este ano Rogério Pinto, como nu-mero um na lista do partido lar-anja na corrida à câmara. Este já tinha feito parte das listas vencedoras anteriores, estan-do neste momento a assumir o cargo de presidente da câ-mara por ter sido eleito núme-ro dois, há quatro anos atrás, e Isabel Soares, ex-presidente da autarquia, ter abdicado do posto no final do ano passado.

A candidatura do PSD à au-

tarquia de Silves, contava com Rogério Pinto como número um na lista. Este é natural da freguesia de Armação de Pêra, vila que conta neste momento como a quarta maior freguesia

em número de eleitores no concelho, tendo sido destronada do seu anteri-or terceiro lugar aquando da criticada reorganização de freguesias. Esta re-organização fez com que o município ficasse com apenas seis freguesias, das anteriores oito. Esta é também a freguesia que mais pontos percentuais ofereceu ao PSD nas eleições autárqui-cas. Assumindo-se desde há muito como freguesia de direita e totalmente

Autárquicas 2013:Um novo paradigma político

Assinalei as surpresas de norte a sul no país, mas real-mente o mapa que achei mais chocante foi talvez o das ilhas, mais concretamente o arqui-pélago da Madeira. Naquilo que considerávamos o “jardim” laranja, volvidos quatro anos o partido social democrata perde sete das onze autarquias na ilha princi-pal. Será isto um cartão ver-melho ao governo regional?

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POLÍTICA

Mundo ContemporâneoOutubro 2013 7

a favor do Partido Social Democrata. Este apoio remonta ao nas-cimento desta freguesia e observou-se mais uma vez este ano com a eleição da lista social-democrata para mais um mandato.

A CDU ganha então as maiores, mais importantes e mais anti-gas freguesias do concelho. A Coligação Democrática Unitária ganha, não só para as presidências de freguesias como para a autarquia, em Silves e São Bartolomeu de Messines. Porém, na freguesia de São Marcos da Serra, a população decidiu eleger para representante da sua freguesia um candidato do PSD, mantendo a concordância na votação para a Câmara Municipal com as freguesias referidas anteriormente, elegendo a CDU.

Aos meus olhos, também no concelho de Silves foi dado um cartão vermelho ao governo. Foi não só o cansaço acumulado das políticas do governo mas também a inércia que o PSD Silves tem passado para os seus eleitores. Os escândalos económicos, os processos jurídicos a que estão sujeitos membros das listas vencedoras noutros anos, mas fundamentalmente os rumores de desvio de capital por parte dos anteriores representantes. Penso que principalmente o histórico do PSD na Câmara Munic-ipal de Silves foi decisivo no momento da votação, ultrapassan-do a importância das políticas desenvolvidas pelo mesmo par-tido, ou até mesmo o candidato deste ano, ou a concorrência.

A partir de agora as pessoas esperam uma mudança nas políticas desenvolvidas, um maior desenvolvimento da eco-nomia municipal e mais ajudas à população. Na minha ótica a CDU tem agora uma tarefa espinhosa à sua frente para os próximos quatro anos. O concelho inteiro aguarda que aq-uilo que foi prometido seja concretizado. Considero que nestes próximos quatro anos um dos maiores problemas dos líderes autárquicos, verificado também em anos anteri-ores, é uma enorme quantidade de “bairrismos” que privile-gia certas freguesias do concelho em detrimento de outras. Falamos de uma presidente natural de Messines, casada com o eleito presidente da junta de freguesia de Messines, ambos CDU, que terá de provar a todo o concelho que não há motivos para preocupações pois será imparcial e dará de

igual forma ou de forma nivelada resposta às necessidades de cada freguesia, mas que acima de tudo desenvolverá cada uma delas, olhando atentamente e individualmente para cada uma e para as suas próprias necessidades. Fala-mos de um concelho, a meu ver, muito difícil de governar pois estende-se da serra ao mar, tendo freguesias de muita história e pouco turismo e outras de muito turismo e pouca história. Freguesias diferentes, necessidades diferentes. Mudou o partido na liderança, alguma coisa terá de mudar. Para bem? Para mal? Esperemos mais quatro anos, veremos o que o povo terá a dizer.

Alexandre Carvalheiro

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POLÍTICA

8 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

PS continua a pontuar para os Olhanenses

Desde a Revolução de 1974 que Olhão tem sido entregue, em todas as eleições, ao

Partido Socialista. Nestas autárquicas de 2013 não deixou de ser diferente. O presidente eleito foi António Miguel Ventura Pina, economista, natural e residente em Olhão. De acordo com o Sul Informação, o PS conseguiu apenas 33,3% do total dos votos, bem abaixo dos mais de 45% que obteve em 2009. O PSD manteve sensivel-mente os mesmos pontos de há quatro anos, a rondar os 27%. A CDU teve uma subida considerável e foi a ter-ceira força mais votada (12,22% contra 10,11% de 2009) e o BE desceu dos 11,6% de 2009 para 9,6% em 2013. O PS venceu, sem a habitual maioria absoluta e perdeu um vereador, o PSD arrecadou dois mandatos, e as restantes forças políticas um vereador por partido: CDU e Bloco de Esquerda, os independentes não con-seguiram alcançar a vereação. Na Assembleia Municipal, a distribuição de deputados será 8 para o Partido Social-ista, 6 para o Partido Social Democrata, 3 para Coligação Democrática Unitária (CDU), 3 para o Bloco de Esquer-da e 1 para o Novo Rumo (Movimento Independente). António Pina considerou que «É preciso aceitar com humildade a decisão dos eleitores e governar sa-bendo explicar aos olhanenses e à oposição aquilo que são as nossas decisões. Abriu-se um novo ciclo, que im-põe uma nova forma de fazer política». Para o novo man-dato indica ainda: «A minha prioridade são as Pessoas e a promoção da Empregabilidade. Temos que promover o desenvolvimento económico através de políticas con-certadas (…) na captação de investimentos, na fixação de empresas, e consequentemente, consiga aumen-tar a oferta de emprego e melhore a qualidade de vida dos Olhanenses; temos que ambicionar mais e melhor!”

Ângela Pescadinha

António Pina: O recém eleito presidente do municipio de Olhão

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POLÍTICA

Mundo ContemporâneoOutubro 2013 9

Este ano fica mar-cado pela limitação

da cobertura televisiva das autárqui-cas devido à falta de meios, um sinal notório da crise instaurada. No en-tanto, a crise e a falta de meios não deve servir de desculpa para fazer um mau trabalho. Prova disso foi a cobertura do Sul Informação, o jor-nal online que já é uma referência no Algarve e Baixo Alentejo apesar dos seus curtos dois anos de existência. Para perceber a razão desta lider-ança o Mundo Contemporâneo (MC) entrevistou o Sul Informação (SI). Mundo Contemporâneo: Como fizeram a cobertura das au-tárquicas no dia/noite das eleições para terem tido 14 mil leitores no rescaldo das Eleições Autárquicas? Sul Informação: Dividimos a nossa pequena equipa de 4 jornalis-tas – 3 repórteres e 1 fotojornalista – pelos pontos do Algarve, onde as expectativas eram maiores, tendo um dos jornalistas ficado na redação, at-ento aos dados oficiais, recebendo a

informação dos jornalistas em cam-po, fazendo contactos com candida-turas e fontes colocadas em diversos pontos do Algarve. Toda a informação recolhida foi divulgada de três for-mas diferentes, mas complementa-res – em destaque no site, colocámos um acompanhamento ao minuto das eleições, que começou às 8h30. Du-rante o dia fomos dando informações curtas sobre os casos, a evolução das taxas de votação e algumas questões práticas. A partir das 19h00, começá-mos a colocar dados sobre as eleições, taxas de abstenção, resultados con-celho a concelho (e também algumas freguesias), reações, etc. Tudo isso foi acompanhado de algumas fotos nos vários locais. Ao mesmo tempo, fomos publicando notícias no próprio site, com o desenvolvimento de questões que íamos colocando no acompan-hamento ao minuto. Ao fim da noite e no dia seguinte, publicámos tam-bém pequenas reportagens, reações, análises de resultados. Todas essas informações eram ao mesmo tempo partilhadas no Facebook e no Twitter.

SI: Como, na maioria dos ca-sos, íamos dando a informação em primeira mão, ou seja, antes de todos os outros, antes até dos órgãos nacio-nais ou da Agência Lusa, houve cada vez mais gente ligada ao nosso site, ao longo de domingo, durante a madru-gada e na segunda-feira. Fomos o único órgão de informação regional a fazer este tipo de cobertura exaus-tiva, pelo que tivemos em permanên-cia muitos leitores a acompanhar o nosso trabalho. Sabemos – porque constatámos em várias páginas de Fa-cebook, blogues e até em sites – que grande parte da informação partilha-da sobre a noite eleitoral no Algarve tinha o Sul Informação como origem. MC: Ser um meio de co-municação online é uma vanta-gem para este tipo de cobertu-ra, comparativamente com rádios ou jornais por exemplo?

Sul Informação campeão na cobertura da noite eleitoral algarvia

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POLÍTICA

10 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

SI: Em relação às rá-

dios nacionais, não me parece que tenhamos vantagens, uma vez que também elas acompan-haram ao minuto as eleições no Al-garve – casos da Antena1 e da TSF. Quanto às rádios locais, não sei exata-mente que trabalho terão feito, mas presumo que tenha sido mais virado para o seu concelho ou a sua área de escuta, como é normal. De qualquer modo, as rádios locais têm, na sua generalidade, grande falta de meios humanos, em especial de jornalistas, o que di-ficulta o seu trabalho. Sei que houve rádios locais a dar notícias de resultados e de casos tendo apenas como fonte o Sul Informação (que umas vezes ci-taram e outras não...)

Quanto aos jornais impressos, é óbvio que o facto de sermos um jornal on-line é uma vantagem. Primeiro porque os jor-nais impressos têm ho-ras de fecho de edição que não se compade-cem com os atrasos no apuramento de resul-tados (daí alguns erros nas edições de segun-da-feira do Correio da Manhã, do Público). Esse é um constrangi-mento temporal que nós, como jornal online, não temos. O nosso único con-strangimento temporal era o tentar dar sempre a informação o mais rapi-damente possível, em primeira mão, mas devidamente confirmada! Além disso, como meio online, do qual se espera rapidez (com rigor!), podíamos

sempre ir atualizando as informações, com novos dados que nos chega-vam, coisa que os jornais impressos têm bem mais dificuldade em fazer. MC: Como foi feito o acom-panhamento das campanhas elei-torais por parte do Sul Informação e quais as suas dificuldades? SI: Devido às regras impostas pela CNE, e tendo nós uma equipa re-duzida, decidimos não fazer reporta-gem das campanhas eleitorais. Seria virtualmente impossível acompanhar

todos, por isso, por mais que isso nos tenha custado, não acompanhámos nenhum. No entanto, fomos sempre noticiando ações de campanha que foram ocorrendo por todo o Algarve (embora não tenhamos, mais uma vez, sido exaustivos, porque depend-íamos em grande parte da informação

que nos era enviada ou que pedíamos e nem todas as candidaturas esta-vam preparadas para trabalhar com os media). Preparámos e publicámos ainda artigos genéricos – por exemplo anunciando todas as candidaturas dos partidos, sobre as listas de independ-entes, etc. O Sul Informação foi ainda parceiro num debate que ocorreu em Faro com todos os candidatos, tendo a sua diretora sido a moderadora. No dia seguinte, publicámos também um artigo de fundo sobre esse debate, da autoria de outro jornalista da nossa equipa. Toda a nossa cobertura da

campanha (e pré-campanha) elei-toral teve como linha orientadora o equilíbrio e a isen-ção, procurando, dentro dos nossos constrangimentos de meios, dar igual oportunidade a todos. MC: Como é que o Sul infor-mação vê o acom-panhamento das eleições autárqui-cas por parte dos outros órgãos de comunicação e se notam diferen-ças relativamente a outros anos?

S I : E s -

tas Eleições Au-tárquicas, mercê das regras impostas pela CNE, foram bastante atípicas em termos de cobertura noticiosa. Foram, portanto, bastante diferentes, já que se fez pouca reportagem com os candidatos no terreno e quase não houve debates. Nas televisões não houve mesmo, nas rádios foi havendo

“Toda a informação recolhida foi divulgada de três formas diferentes, mas complemen-tares – em destaque no site, colocámos um acompanhamento ao minuto das eleições, que começou às 8h30 (…) Ao mesmo tempo, fomos publicando notícias no próprio site, com o desenvolvimento de questões que íamos colocando no acompanhamento ao minuto. Ao fim da noite e no dia seguinte, publicámos também pequenas reporta-gens, reações, análises de resultados. Todas essas informações eram ao mesmo tempo partilhadas no Facebook e no Twitter.” Sul Informação

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POLÍTICA

Mundo ContemporâneoOutubro 2013 11

alguns, a nível de rádios locais tam-bém, mas não em todos os concelhos. Apesar deste bom desem-penho de cobertura eleitoral vindo de uma equipa pequena, nem todos os media locais conseguem fazer este acompanhamento. É o caso da RUA FM, com uma equipa fixa de duas pessoas e meia onde se incluem o diretor e o sonoplasta. «Para que fosse um acompanhamento com uma qualidade razoável, implicava uma equipa que, de momento, não temos.» Explica-nos Pedro Duarte, diretor de antena. «A falta de jor-nalistas (e repórteres) é a razão principal. O acompanhamento das ações de campanha é impossível (são mui-tas) e a necessidade de um tratamento igual e isento é muito compli-cado. É sempre possível fazer entrevistas e de-bates, mas pouco pes-soal levou-nos a fazer as parcerias.» A rádio cujos únicos sócios são a Universidade do Al-garve e a AAUalg «foi parceira na pro-moção e transmissão das sessões de esclarecimento realizadas pela Faro 1540, transmitimos um debate or-ganizado pela Civis e desafiámos os candidatos a responder o que faltava a Faro para ser ou se afirmar como uma cidade Universitária.» Quanto ao acompanhamento em si das au-tárquicas a nível local, Pedro Duarte considera que «Os debates também me parecem muito pouco esclarece-dores. Parece-me que haveria mais que poderia ser feito para transmitir as ideias dos partidos e confrontá-las com perguntas da sociedade. O acompanhamento da noite eleitoral, também pode ser uma opção, já que os media nacionais fazem uma visão mais geral e muito fica por explorar

a nível regional. Que me lembre, foi a 1ª vez que vi ser feito como acon-teceu com o Sul Informação, mas para a rádio deveria haver repór-teres nas sedes de campanha ou nas distritais dos partidos, assim como comentadores no estúdio.» Quanto ao acompanhamento das autárqui-cas por parte de outros órgãos de comunicação: «Que me lembre, foi a 1ª vez que vi ser feito como acon-teceu com o Sul Informação, mas também só agora haverá ferramen-tas para que esse acompanhamento seja feito de uma forma atrativa.

Parece-me que pode ser uma linha a ser ultrapassada daqui a 4 anos.» Claro está que com os meios de um grupo de informação à qual a Antena 1 pertence, é possível fazer-se uma cobertura autárquica local diferente dos concorrentes meios de comunicação regionais, tal como nos contou Mário Antunes da delegação algarvia da Antena 1.

Mundo Contemporâneo: Como foi feito o acompanhamen-to das eleições autárquicas no Algarve por parte da Antena 1? Antena 1: A antena 1 optou por fazer uma cobertura no Algarve semelhante àquela que foi decidida

para zonas como Lisboa e o Porto. Ou seja, escolher alguns dos municí-pios mais importantes, aqueles que têm maior peso a nível nacional, quer pela população que têm, quer pela importância estratégica que têm, como é o caso por exemplo de Faro, que não sendo um dos municípios mais populosos do país quando com-prado com concelhos à volta de Lis-boa e do Porto, tem no entanto um peso regional importante, é uma cap-ital regional importante e portanto mereceu uma cobertura muito signif-icativa com ações de campanha dos

vários candidatos a serem acompan-hadas por repór-teres da antena 1 a partir de Faro. No caso do Al-garve foi feita uma cobertura de seis concelhos, os mais importantes em termos populacio-nais como Faro, Loulé e Portimão e depois outros con-celhos onde havia

dados curiosos porque ali concorriam candidatos que já tinham sido presi-dentes ou que ainda estavam a ser presidentes em concelhos vizinhos, o caso de Tavira, o caso também de Castro Marim, e optámos também por fazer a cobertura num concelho pequeno do barlavento, Vila do Bispo.

MC: Que van-tagens tem o

grupo RTP em cobrir as eleições au-tárquicas comparativamente a out-ros meios de comunicação, quan-to aos nacionais e aos regionais? A1: Esta cobertura trouxe ob-viamente vantagens para a antena 1 em termos da concorrência, sobr-

«Que me lembre, foi a 1º vez que vi ser feito como aconteceu com o Sul Infor-mação, mas para rádio deveria haver repórteres nas sedes de campanha ou nas distritais dos partidos, assim como comen-tadores no estúdio.» Pedro Duarte, Rua FM

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POLÍTICA

12 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

etudo com órgãos de comunicação locais e regionais uma vez que à es-cala nacional a cobertura da antena 1, na minha opinião, não teve pa-ralelo. As televisões, como se sabe, não fizeram ações de campanha, as outras rádios nacionais não têm o mesmo tipo de dispositivo locali-zado espalhado pelo país que lhes permita estar em cima dos aconteci-mentos da mesma forma que tem o serviço público da rádio, a antena 1, e portanto a nossa comparação se-ria com órgãos de informação regio-nais, no caso jornais e rádios locais no Algarve e, efetivamente, desse ponto de vista eu acho que a nossa cobertura de alguma maneira sai a ganhar porque os órgãos de infor-mação locais raramente conseguem, por dificuldades várias nomeada-mente de recursos humanos, sair das fronteiras do próprio município. A antena 1 deu apesar de tudo uma abrangência mais regional em ter-mos de cobertura desta campanha das eleições autárquicas. E mesmo comparado com os jornais region-ais, como se sabe são praticamente todos semanários e, portanto, para um acompanhamento permanente a par e passo do que ia acontecendo

nos vários concelhos do Algarve, o melhor mesmo seria acompanhar os jornais de campanha na antena 1 porque os jornais têm essa limitação de só ao final de uma semana trazer-em publicadas as notícias do que ia acontecendo das ações de campan-ha e das propostas dos candidatos. MC: Que consequên-cias tiveram os cortes na RTP nos últimos anos na cobertura das eleições autárquicas, quer em rádio quer em televisão?

A1: É um facto, mas isso ac-onteceu na RTP como aconteceu em praticamente todos os outros órgãos de informação nacionais e não só. A antena 1 por exemplo há quatro anos tinha estudos de opin-ião em mais de uma dezena de mu-nicípios entre eles Faro, com várias sondagens que foram sendo pub-licadas ao longo da campanha, o acompanhamento foi feito ainda em mais municípios, houve repórteres que se podiam deslocar para mais sítios, houve coberturas inclusiva-mente na noite eleitoral com meios de satélite que são naturalmente ca-ros,… Houve um conjunto de meios

de cobertura da campanha e depois da noite eleitoral que este ano não foi possível reunir por razões que se prendem naturalmente com cor-tes no orçamento, mas isso é tam-bém um sinal de que o país está em crise e daí também o facto de ter havido uma cobertura muito menor por parte de quase todos os órgãos de informação relativa-mente a estas eleições autárquicas. Mário Antunes da antena 1 não fez a comparação com os meios de informação online, como o Sul In-formação, que a par da antena 1 con-seguiu fazer uma cobertura positiva destas eleições autárquicas. É de re-ter que, apesar das limitações de re-cursos humanos e financeiros, é sem-pre possível fazer bom jornalismo.

Marta Cardoso

Page 13: 5ª série - 1ªEdição - Outubro 2013 -

INTERNACIONAL

Mundo Contemporâneo 13Outubro 2013

As eleições, na Alemanha, ficaram mar-cadas pela grande vitória de Ângela

Merkel. A chanceler alemã conseguiu um resultado histórico que poderá influenciar o futuro da Europa. Ângela Merkel deu ao seu partido uma quase maioria absoluta no resultado das eleições legislativas alemãs, no passado dia 22 de Setembro. A CDU (União Democrata Cristã) conseguiu 41,5% dos votos, alcan-çando o melhor resultado desde a reunificação alemã, em 1990. Por sua vez, o Partido Social Democrata conseguiu 25,7%, seguido pelo partido Die Linke (es-querda), com 8,6% dos votos. Apesar deste resultado, o partido recusou-se, desde o início, a participar na coligação governamental. Assim sendo, seguem-se os Verdes, com 8,4% dos votos. Fora do parlamento fica o antigo parceiro de coligação da CDU, com apenas 4,8%. E, o anti euro AfD, com 4,7% dos votos. Segundo uma fonte do Jornal i, para a chanceler alemã este foi um “super resultado”, o partido conseguiu mais 7,8 pon-tos percentuais do que em 2009. Para o terceiro man-dato, o partido de Ângela Merkel vai ter de coligar-se com outro dos partidos. A oposição (SPD) e os Verdes são ambos uma possibilidade. O partido conserva-dor encontra-se no poder à oito anos. Estes resulta-

dos demonstram que o partido de Merkel representa estabilidade democrática para os eleitores alemães. No que diz respeito ao futuro da Europa, com o resultado destas eleições, as opiniões diferem. No entanto, à partida, esta vitória implica para os por-tugueses cortes e aumento de taxas. Merkel é, as-sim, considerada a mãe da Alemanha e a madrasta da Europa. Para os alemães que, no dia dos resul-tados eleitorais, esperavam a chanceler enquanto gritavam “Magie, Magie”, esta vitória significa pros-peridade económica. Para a Europa significa mais políticas de austeridade. Estas políticas são feitas por meio de acordos entre a Alemanha e os restantes es-tados europeus, deixando a Europa dependente da Alemanha. De certa forma, é possível afirmar que o modelo económico alemão pode vir a tornar-se o eu-ropeu. Do ponto de vista dos partidos portugueses, o PS e o Bloco de Esquerda consideram uma má notí-cia, no entanto o PSD e o CDS defendem a vitória de Merkel. Para o PCP a vitória da chanceler não é rel-evante para Portugal. As opiniões diferem, mas in-discutível é o facto de Angela Merkel ser uma das mulheres mais influentes e poderosas da Europa.

Merkel consegue melhor resultado eleitoral desde 1990

Inês Oliveira

Ângela Merkel festeja a sua vitória

Page 14: 5ª série - 1ªEdição - Outubro 2013 -

INTERNACIONAL

14Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Aldeia Global : Portugal jovem no Estrangeiro

Numa altura em que o nosso país atravessa uma fase económica controversa é normal que se questionem todas as estruturas e elementos negativos que vieram por acréscimo numa

época de recessão. Um dos assuntos muito debatidos e que criou bastantes manifestações foi o facto do nosso Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho ter referido numa frase mui-to polémica que os nossos jovens deveriam arranjar uma solução profissional fora de Portugal. Fizemos, no âmbito des-ta questão, uma entrevista a Armando Costa, um jovem de nacionalidade portuguesa que, com 25 anos, se “aventurou” numa procura de reconhecimento profissional num país que não era o seu. Algum tempo depois de estar em Inglaterra, mais pro-priamente em Londres, o entrevistado conseguiu um cargo de Gerente de eventos na empresa COMPASS GROUP ROUX, onde teve a hipótese de trabalhar para Michel Roux Jr. Foi num ambiente muito informal e acolhedor que houve a oportunidade de entrevistar Armando Costa que nos deu uma explicação resumida das diferenças entre as oportu-nidades que Londres colocou ao seu alcance e que em Portu-gal não seria possível, pelo menos neste momento.

Mundo Contemporâneo – Qual é o nível de escolaridade que possui neste momento?

Armando Costa – Tenho o 11º ano completo.

MC – Quando resolveu emigrar para fazer face à monotonia ou escassez de empregos ao seu alcance em Portugal, já tinha alguma proposta de emprego em Londres?

AC– Não tinha nada, parti à descoberta. O primeiro trabalho (breve pausa)… foi muito curioso (risos) foi à porta de casa que entrei num restaurante para pedir emprego, falei com algumas pessoas que lá estavam a trabalhar e fiquei.

MC - A seu ver quais são as diferenças mais evidentes entre Londres e Portugal na relação Trabalhador – Entidade patronal?

AC – A maior diferença é que lá não se saltam procedimentos, as horas a mais, a ética de trabalho, a or-ganização é tudo muito diferente. Eles analisam a pessoa pela experiência profissional que tem e não pelo facto de ter um curso superior entre outros. É obvio que há cargos que exigem uma formação superior, mas há mais oportunidades independentemente do nível de escolaridade.

MC – Neste momento acha que é necessário os jovens emigrarem para poderem alcançar um futuro profissional mais promissor?

AC – Claro que sim. Infelizmente em Portugal neste momento, humm… (pensativo) é necessário. Pois emigrar é sem dúvida uma mais-valia do ponto de vista profissional e pessoal.

MC – A sua experiência revelou-se enriquecedora?

Amando Costa, entrevistado pela MC

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INTERNACIONAL

Mundo Contemporâneo 15Outubro 2013

AC – Tanto do ponto de vista profissional como pessoal (sorri), sem dúvida alguma. Conheci sítios e pes-soas, tive experiências que em Portugal seria muito difícil acontecer.

MC – Por fim Armando, sente que o seu Curriculum é mais valorizado agora em Portugal pela sua pas-sagem por Inglaterra?

AC – Sem dúvida alguma, as pessoas fazem logo perguntas e dão especial atenção ao facto de ter trabal-hado para Michel Roux Jr.Foi assim que terminou a entrevista que nos leva a simples questões sobre o nosso país, será uma Utopia pensar no nosso país como uma casa para um futuro? Futuro para o qual trabalhamos desde o 1ºano até, por exemplo, ao Ensino Superior. Ou analisando de um ponto de vista não económico voltámos ou nunca deixámos de ser “estrangeiristas” desde a época de Eça de Queirós, como ele tanto critica na obra Os Maias?

Patrícia Victório

As alterações Climáticas e as suas proporções

O Relatório elaborado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, sigla em inglês), concluiu que o aquecimento global sentido no planeta Terra é respon-

sabilidade humana. Na conferência de apresentação do relatório, Rajendra Pachauri, presidente do IPCC referiu que “A atmosfera e o oceano aqueceram, diminuiu a quantidade de neve e de gelo, o nível do mar subiu e a concentração de gases com efeito de estufa aumentou”, “Isto é o que estamos a fazer ao clima”. A temperatura global aumentou 0,85 graus Celsius entre 1880 e 2012. Em Portugal poderá aumentar entre dois a três graus centígrados e a precipitação diminuir de 24% a 30% até ao final do século. Na Península Ibérica foram considerados dois diferentes cenários: um moderado que prevê uma redução de 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2), e um aumento de 20% do peso da energia renovável, o outro cenário marcado pelo aumento das tem-peraturas, diminuição e grande oscilação da precipitação. A previsão de uma subida do nível das águas de 26 a 82 centímetros devido à fusão de gelos e dos glaciares no Ártico e na Antártida põem em risco as zonas costeiras portuguesas. O governo português já se precaveu e vai lançar um programa de adaptação às mudanças climáticas. No âmbito do programa “AdaPT” (Adap-tar Portugal às Alterações Climáticas) vai ser lança-do em Portugal um site de informação, estratégias municipais, ações de sensibilização e projetos-piloto. Todos estes projetos contarão com a ajuda fi-nanceira de 3,5 milhões de euros por parte do programa “EEA Grants”. O ministro do Ambiente, Or-denamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva garante uma comparticipação nacional.

Inês Coelho

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INTERNACIONAL

16Mundo Contemporâneo Outubro 2013

De acordo com a carta publicada no jornal sueco “Västerbottens-Kuriren” e também endereça-da ao Comité Nobel, Stefan Svallfors, um professor de Sociologia na Universidade Umea (Sué-cia) terá mesmo proposto o ex-analista da Agência de Segurança Nacional e CIA para nobel da paz. Na carta, Stefan Svallfors alega que “Edward Snowden - num esforço heroico com altos cus-tos pessoais - revelou a existência e a dimensão da vigilância que o governo dos EUA dedica às co-municações eletróicas em todo o mundo, em violação das leis nacionais e dos acordos internac-ionais”. Para o professor, essa ação “ajudou a tornar o mundo um pouco melhor e mais seguro”. Segundo Stefan Svallfors, a atribuição do prémio a Snowden ajudaria o Comité norue-guês a recuperar a credibilidade que tinha após o “descrédito em que incorreu pela decisão pre-cipitada e mal concebida de atribuir ao Presidente dos EUA, Barack Obama, o prémio em 2009”. Apesar da proposta e do mediatismo em que o caso de Snowden está envolvido, o Nobel foi atribuído à Organização para a Proibição de Armas Químicas, graças aos seus esforços para a eliminação das mesmas.

Edward Snowden não alcançou o Nobel da Paz

Duarte Drago

Edward Snowden

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SOCIEDADE

17Mundo ContemporâneoOutubro 2013

“Eu tenho SWAG e tu?”

O que é o SWAG? Apesar de ser um termo bastante usado por muitas pessoas, na sua maio-ria adolescentes, nem todos sabem o seu verdadeiro significado. O SWAG foi criado na década de 60, tendo como acrónimo: Secretly We Are Gay (Secretamente Nós Somos Gays). Mais tarde, o seu conceito foi-se alterando, representando assim uma forma irreverente de vestir, agir, pensar e comunicar. Os adolescentes da atuali-dade vivem numa sociedade que em nada tem a ver com as gerações pas-sadas, sendo muito mais evoluída, materialista, tecnológica e super-ficial. Estes caminham com SWAG, têm como mantra o YOLO (You only live once, Apenas Vivemos Uma Vez) e o seu melhor amigo é o Facebook. Regem-se pela quantidade de likes que têm, tornando-se cada vez mais importante ser social. Assumem mesmo que para se ser popular é necessário “ter muitos likes nas fo-tos”, referiu uma jovem de 14 anos. Assim percebe-se que esta nova fornada de seres humanos vive ob-cecada em atingir a mesma popu-laridade dos seus ídolos, utilizando para isso o mundo virtual. Também a escola agora deixa de ser um local onde se adquirem e debatem con-hecimentos para passar a ser uma passerelle, onde os jovens osten-tam roupas de marca e telemóveis topo de gama. As crianças nascem com a tecnologia na mão. É quase como se hoje em dia elas já vies-sem programadas para trocar a chupeta pelo Ipad. “Nesta geração os jovens andam muito mais desc-obertos, só vejo traseiros à mostra, muitos fumadores e alcoólicos, tudo isto para se mostrarem”, men-

cionou um entrevistado de 36 anos. Rodeados de regalias e por uma sociedade que lhes oferece tudo de mão beijada, a maior parte dos adolescentes vive num mundo onde quem tem estilo está no topo da pirâmide e todos os outros são apenas seguidores. Um universo à parte, onde as marcas, a beleza e o número de amigos ditam quem segue e quem é seguido. Esta nova geração, que se orgulha de viver in-tensamente, perde a cada dia que passa os v a l o r e s morais, a noção de r e s p e i t o não só pelos out-ros, como t a m b é m por eles mesmos. É como se todos os princí-pios morais lhes fossem retirados, e infelizmente, para o futuro da hu-manidade só lhes restasse ambição. Contudo uma ambição que em nada tem a ver com a construção de um mundo melhor, mas sim com a as-censão na plataforma virtual. Vive-mos rodeados por crianças que não aceitam ser designadas como tal, e por adolescentes que apesar de ten-tarem passar uma imagem muito mais adulta, não sabem se quer dar uma definição de termos que eles próprios utilizam. No mundo onde vivem, não existe lugar para crise, para trabalho e principalmente para o pensamento, uma vez que pensar exige trabalho. E qual é a necessi-dade de trabalhar quando somos bo-nitos, populares e cheios de SWAG? Contudo, os adoles-centes não são apenas for-

mados pelos swaggers, existe uma aparente minoria que não concorda com nada daquilo e que se recusa a ser colocada na mesma categoria que os de mais. A Mundo Contemporâ-neo abordou um grupo de jovens estrangeiros que expressaram a sua opinião relativamente a esta temática. Reconhecem que esta nova geração tem ao seu dispor diversas oportunidades, mas que no entanto não as aproveitam da

melhor forma. Ao contrário de out-ros entrevistados que afirmavam jamais querer pertencer a ger-ação dos pais, estes defendem que seria melhor viver numa ger-

ação onde a tecnologia não ditasse todas as regras e onde existisse mais respeito pelo próximo. Seg-undo eles, a geração passada era constituída por jovens muito mais criativos: “they would have an idea, and actually do it (…) now someone goes out and everything is already done for you” – “eles teriam uma ideia e concretizavam-na (…) agora alguém pensa em algo, e já tudo está feito por nós”, mencionaram. São estas exceções que nos fazem acreditar que esta ger-ação não está totalmente perdida e que ainda existem adolescentes nos quais é possível confiar o fu-turo da humanidade, sabendo-se à partida que esta não se vai tor-nar num qualquer reality show.

Um universo à parte, onde as marcas, a beleza

e o número de amigos ditam quem segue e

quem é seguido.

Carina Fernandes, Daniela Filipe e Isarina João

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SOCIEDADE

18 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Ensino Superior sem alunos

Os dados revelados pela Direção Geral do Ensino Superior (DGES) indicam um decréscimo do número de alunos a frequentar as universidades portuguesas. Nos institutos politécnicos do

interior, 66 cursos ficaram sem qualquer aluno colocado na 1ª fase de candidaturas.Em 2013, dos 100 000 alunos que realizaram exames nacionais no Ensino Secundário, apenas 40 000 concorreram ao Ensino Superior. 93% dos candidatos conseguiu colocação na 1ªfase do concurso nacional de acesso ao En-

sino Superior. Existiam 51.461 vagas por preencher, das quais 28.487 correspondiam às uni-versidades públicas e 22.994 aos institutos politécnicos. No total, sobraram 14.176 vagas, mais 1870 em comparação a 2012. Desta forma, o compro-misso com a Europa de 40% de diplomados em 2020 está em risco.

A Universidade do Porto foi a instituição de ensino superior mais procurada pelos candi-datos. Esta possuía o maior número de vagas disponíveis e as candidaturas em 1ª opção ultrapassaram em 66% a ofer-ta.

A Universidade do Algarve, através do apoio de várias em-presas ofereceu um ano de

propina paga aos 12 alunos de 1º ciclo do curso de Engenharia Civil, que ingressassem no Ensino Superior. Con-tudo, esta oferta não alterou a situação, uma vez que apenas três candidatos entraram na 1ª e 2ª fase. Ainda assim, no 1º semestre deste ano letivo, perto de 500 estudantes de 50 nacionalidades diferentes escol-heram a UAlg como principal destino.

Para saber mais www.dges.ptClaudia Henriques

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SOCIEDADE

19Mundo ContemporâneoOutubro 2013

Desenvolvimentos no caso Maddie McCann

O caso de Madeleine McCann, desa-parecida no Algarve em 2007, está

a ter novos desenvolvimentos. A polícia britânica jun-tamente com a polícia judiciária retomou as investi-gações com base nas pistas anteriormente adquiridas. Seis agentes da delegação de Faro formaram uma equipa para ajudar na “Operação Orange”. A polícia britânica investiga agora todas as pistas relati-vas ao caso. Uma delas, a nova análise de gravações telefónicas feitas na época e ainda o retrato robot de um homem que terá sido visto a sair do local onde Maddie desapareceu, com uma criança loira ao colo. Estes novos desenvolvimentos foram lan-çados no passado dia 14 de Outubro no programa Crimewatch da BBC. Os pais, Kate e Jerry Mac-Cann mantêm-se esperançosos quanto à desc-oberta de novos elementos que possam ajudar na

investigação. Também durante a exibição deste pro-grama, uma menina de três anos representou o que poderá ter acontecido naquela noite de 3 de Maio. O caso Maddie tornou-se mediático devido à rapidez de propagação das notícias pelos vários meios de comunicação social, atingindo proporções anormais no que ao panorama nacional diz respeito. Madeleine MacCann desapareceu no dia 3 de Maio de 2007, num apartamento da al-deia da Luz, no Algarve. Os pais jantavam com um grupo de amigos aquando do acontecimento. Se Maddie estiver viva, tem hoje 10 anos de idade.

Carolina Hermano

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20Mundo Contemporâneo Outubro 2013

ECONOMIASucesso por conta própria

Numa altura em que a economia do nosso país con-tinua tudo menos estável, são cada vez mais os jovens que optam por abrir os seus próprios negócios. Em áreas mais ou menos exploradas são muitos aqueles que con-seguem obter o sucesso por conta própria. São chama-dos de “jovens empreendedores” e, segundo muitos, são aqueles que vão conseguir salvar o nosso país da crise. É o caso de Jorge Santos. Desde sem-pre dentro do ramo automóvel e com uma habi-lidade que se vê pouco hoje em dia, pegou em si e na sua própria experiência e abriu a Full Batery. “ Desde novo que sempre trabalhei e tive contac-to com baterias, do ramo automóvel. Sendo que em Faro é um negócio pouco explorado e como me encontrava sem trabalho, decidi criar a minha própria empresa, Full Batery, que se destina à distribuição, manutenção e mon-tagem de baterias, em que numa primeira fase será só da vertente automóvel. Fiz uma prospeção de mercado e notei que era um mercado pouco explorado e que, em muitos casos, não oferecia quaisquer garantias e que tinha, ainda,

inúmeras vertentes por explorar. Ainda mais por nos encontrarmos numa altura de “transição” em relação às energias limpas e renováveis”. Estes jovens empreendedores criam, na grande maioria, os seus negócios como ne-cessidade mas será que também vêm os seus próprios negócios como opções de carreira? Segundo Jorge, a necessidade acaba por ir um pouco ao encontro de fazer do negócio uma carreira. “Nos dias de hoje, começa por ser uma necessidade devi-do à falta de emprego e de dinheiro que se faz sentir em todo o país. As pessoas precisam de dinheiro e acredito que nós, jovens, além do dinheiro também precisamos de nos sentir ativos, sentir que, de alguma maneira, es-tamos a contribuir para que as coisas mudem. Tentar ter um papel ativo na nossa sociedade. Assim, a necessi-dade acaba por ir ao encontro de fazer uma carreira na área do negócio. No meu caso, começou por ser uma necessidade mas que, ao tornar-se rentável, acaba por ser também aquilo em que gostaria de fazer carreira.”

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21Mundo ContemporâneoOutubro 2013

ECONOMIA

Ana Margarida Ruivo

Porém, fazer crescer o negócio não é fácil, não há dinheiro, o que torna o poder de compra cada vez menor. Assim, segundo o nosso entrevistado, é impre-scindível ter determinadas características. “É preciso saber gerir o negócio, saber o que estamos a fazer. Creio que, no início, temos sempre que facilitar a nossa relação com o cliente, tentando sempre garantir que este volte. Temos de ser per-severantes, não desistir aos primeiros ob-stáculos pois nem todos os dias vão ser bons. Mas acho que, acima de tudo, temos que ter gosto por aquilo que fazemos.” Atendendo a que o mercado não está fácil, Jorge refere a falta de apoios contando ap-enas com o apoio dos seus clientes, pais e amigos. Faz referência também às dificul-dades que sentiu na criação do negócio.

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Ciência e Tecnologia

22Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Lapas Incomuns

Quem nunca disse ao perder o seu telemóvel, “podes ligar-me por favor?”, a fim de conseguir localizar o dito aparelho? Agora, esta situação pode ser alargada a ani-mais e crianças, ou aos mais variados objetos, desde chaves a tablets e carteiras. Como? Passo a apresentar-vos a Lapa, um pequeno objeto de 5 gramas e 27x27x6 milímetros, que pode ser colado/ligado aos mais vari-ados aparelhos, e não só, de forma a poder localizá-los.A Lapa, nome que traduz completamente o conceito, sur-giu “pelas mãos de quatro amigos com experiência nas principais áreas que compõem a Lapa: o especialista em Hardware João Lobato Oliveira (Doutorado em Engenhar-ia Informática), o programador de Software Luís Certo (es-tudante de Doutoramento em Engenharia Informática), a designer gráfica Cassandra Carvas (Mestre em Arquitetu-ra), e o designer de produto Miguel Gomes (Mestre em Arquitetura) “ na cidade do Porto, em Novembro de 2012. Com perfuração para porta-chaves, saídas de som, e forma curvilínea para evitar o desprendimento invol-untário, a Lapa dá-nos a chance de localizar objetos perdidos através do computador ou telemóvel (com uma aplicação), fazendo com que a mesma apite e as-sim indicar se estamos longe ou perto do que que-remos, dentro do seu alcance de funcionamento.No caso de duas ou mais Lapas, estas podem ser or-ganizadas por cores para melhor organização e dis-tinção através do nosso Smartphone (iOS com Blue-tooth 4.0, ou Android 4.1 ou mais recente e Bluetooth

4.0). Para além disso existe ainda o ‘Modo de Se-gurança’ que avisa automaticamente o dono da Lapa que acabou de deixar o seu pertence para trás.Como cereja no topo do bolo, a Lapa possui ainda a sua própria rede social, acessível em qualquer computador, na qual se pode localizar objetos que não sejam os nossos. No caso de um outro utilizador que tenha perdido os seus pertences fora da sua zona de funcionamento da própria Lapa, a nossa App enviar-lhe-á um alerta com a respetiva localização. Mas sempre mantendo a privacidade alheia.Assim a Lapa, apesar de poder ser colocada na grande esfera do Big Brother em que nos encontramos hoje em dia, revela-se uma ajuda inusitada para os fra-cos de memória e distraídos, como é o meu caso.

Filomena Pires

As nossas novas amigas, as Lapas

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Mundo Contemporâneo 23Outubro 2013

Ciência e Tecnologia

Cidades em cortiça

A exposição Futuro Perfeito, um dos principais polos de exibição do programa “Close, Closer” dá um lugar de destaque à cortiça no evento que se realiza em Lisboa, de 13 de Setembro a 15 de Dezembro, no Museu da Eletricidade. A exposição é realizada pela empresa Corticeira Amorim que se associa pela segunda vez consec-utiva ao evento Trienal de Arquitetura de Lisboa.O Museu da Eletricidade apresenta estas ci-dades imaginárias onde a cortiça Amorim foi uti-lizada no local e modelada para se assemelhar a um terreno, floresta e com túnel de acesso. Liam Young, Curador da Exposição Futuro Per-feito, apresenta o resultado desta pesquisa co-letiva sobre os espaços, os objetos, as culturas e as histórias de uma cidade futurista. Uma situ-ação urbana imaginária que combina a tecnologia com um futuro sustentável e adaptável a várias caraterísticas. Nas palavras de Liam Young “A exposição foi concebida como um fragmento de uma paisagem da cidade do futuro. O seu elemento central para conectar e enquadrar a obra é um grande e espetacular terraço, inteiramente revestido a cortiça Amorim.” O chão do local, de cortiça, transmite uma atmosfera totalmente diferente e o local é protegido do ruído e do frio. O objetivo desta seleção foi dar ao visitante uma imagem de terreno desenvolvido naturalmente no local, contrariando a tendência do artificial. A cortiça é um material natural que aponta para uma oportunidade de abranger o futuro com oportunidades mais favoráveis e ambientais. Carlos de Jesus, Diretor de Comunicação e Mar-keting da Empresa, explica que “Com esta participação na Trienal de Arquitetura de Lisboa, a Corticeira Amorim pre-tende reforçar a ideia que a cortiça não deve ser dissociada da reinvenção e do futuro da construção e da arquitetura”.Nesta ultima edição, a Trienal continua à procura de soluções alternativas na arquitetura, não descartando situações económicas e sociais e onde a produção tem como chave a inovação.

Catarina Arraes

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CULTURA

24 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Uma tragé-dia grega en-

tregue em Louis Vuitton, num clássico formato de Woody Allen.Woody Allen está de volta às salas de cinema, desta vez muito bem acom-panhado pela atriz Cate Blanchett, e prestes a ser homenageado com o Prémio Cecil B. De Mille – atribuído pela Associação de Imprensa Es-trangeira de Hollywood. A distinção será entregue durante a cerimónia da 71ª edição dos seus prémios, agen-dada para 12 de Janeiro de 2014. O realizador norte-ameri-cano nunca escondeu a sua queda pela vida citadina, e por entre Nova Iorque e San Francisco, a acção encarrega-se de nos arrastar pelos horizontes do drama e das neuroses reativas a que Allen nos tem habitu-ado, fazendo-nos chegar à explosão de uma narrativa pessoal centrada na personagem principal, Jasmine. Não é segredo que o públi-co feminino adora o realizador: ele entende as mulheres e valoriza os pormenores a que nós tanto da-mos importância. É habitual vê-lo fazer de uma cidade, um completo mundo à parte do que estamos ha-bituadas. Woody Allen toca-nos com tal beleza e classe que sen-timos a cidade a emergir de nós. A estrutura deste filme é bipartida, alternando entre o in-esquecível passado e o presente angustiante da protagonista, o que nem sempre permite um de-senrolar fluído da acção, cen-trando-se, na maior parte das cenas, em diálogos retóricos, inte-riores ou solitários da protagonista. Cate Blanchett, à qual o filme

deve grande mérito, interpreta Jas-mine, uma socialite abalada pela morte do marido e pela perda do seu milionário estilo de vida, cain-do na miséria. Jasmine já não é a ‘mulher-troféu’ na primeira vez em que os nossos olhos se cruzam com ela no grande ecrã, mas de alguma forma o estatuto continua lá. O seu passado também, envolto no som de ‘blue moon’ na voz de Julie London – ‘Blue moon, you saw me stand-ing alone. Without a dream in my heart. Without a love of my own.’.- a mesma música que lhe relembra o momento em que conheceu Hal. Hal (Alec Baldwin), o seu marido, representa a alta sociedade, a alta fasquia do ‘menos comum dos mortais’, a perfeição masculina proporcional à inesgotável conta bancária que (o) conduziu à luxúria. A classe digna de ‘sentir o perfume de jasmim’. Uma relação traduzi-da na infidelidade e na corrupção. «O homem de sonho» de Jasmine. A personagem principal atravessa diferentes expoentes de loucura, traduzidos pela paranóia e pela neurose do que foi e já não é, ou nunca terá sido. Jeanette – depois Jasmine- nunca foi verda-deira consigo própria, e se a ilusão a servia de forma satisfatória, é o choque de realidade que lhe frag-menta a sanidade em pedaços, lib-ertando à superfície da trama uma mulher instável e confusa sempre na presença de uma boa quanti-dade de humor negro, e claro, de uns quantos Prozac, Xanax acom-panhados por um refinado Martini. Após a morte do marido, a protagonista procura um novo começo em San Francisco. Recor-rendo à sua excêntrica e espon-tânea irmã ‘Ginger’ (Sally Hawk-

ins) com quem sempre manteve uma relação distante e que encara a vida e as pessoas de forma com-pletamente inversa à arrogância de Jasmine, o caos instala-se. As-sim que aterra em San Franscisco, é-nos mostrada a sua «pobreza» que se resume a voar em primei-ra classe com três clássicas Louis Vuitton… Pobres dos ricos, hein?Para Ginger, o amor importa, mas, segundo a sua irmã, o seu namo-rado não serve as suas necessi-dades e não a conduzirá para além do fracasso. Na sua reali-dade «és por ter», excluindo assim emoções e valores, dando apenas lugar a ocas convenções sociais. Concluindo, ‘Blue Jasmine’ possui um dos enredos mais cruéis para com a personagem principal na larga coletânea de filmes de Woody Allen, arrasando de forma impie-dosa a mulher egoísta e neurótica pela qual nutrimos 90 minutos de pena ao longo da ação. É um filme envolvente, quase de forma sufo-cante. «Quanto mais alto se sobe, maior é a queda». O realizador está de parabéns assim como Cate Bla-chett que merece sem qualquer margem para dúvidas, o óscar.

Blue Jasmine

Raquel Figueiredo

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CULTURA

Mundo Contemporâneo 25Outubro 2013

All hail the King: o legado de Breaking Bad

As marcas deixadas por uma das melhores séries de to-

dos os tempos aos olhos de um fã de longa dataExistem histórias que mudam a humanidade como a conhecemos: «A Bíblia», «O Senhor dos Anéis» de J. R. R. Tolkien, «O Padrinho» de Fran-cis Ford Coppola… Todas elas em meios e eras diferentes. A nossa era vai ficar marcada pela história personificada nas figuras de Bryan Cran-ston e Aaron Paul. Falamos de «Breaking Bad». A história desenrola-se em Albuquerque, Novo México, e gira em torno de um professor de química do ensino secundário: Walter White (Cranston). Pai de um filho com paralisia cer-ebral e casado com uma mulher grávida, re-cebe a notícia de que tem um cancro pulmonar. Confrontado com estes factos, Walter começa a produzir e traficar metafetaminas, com o auxílio de um ex-aluno, Jesse Pinkman. No início, apenas pensava em produzir droga su-ficiente para pagar os seus tratamentos e susten-tar a família após o seu falecimento, mas a sua ganância combinada com a facilidade com que se «orienta» no meio, leva à criação de um alter-ego equiparável apenas ao próprio Tony Montana (Scar-face). A quantidade e qualidade do seu produto rapidamente chamaram à atenção da DEA, onde trabalha o seu cunhado Hank, que investiga exaus-tivamente o produtor da metafetaninas conhe-cido por Heisenberg: o alter-ego do protagonista. Apesar de ser recente, esta série é uma forte candidata ao título de melhor série de sem-pre, estando cotada no IMDB com 9.5 em 10. Os esquemas alucinantemente inteligentes, criados pelos escritores da série, tornam Breaking Bad cada vez mais viciante e interessante à medida que o ve-mos. Nunca sabemos o que poderemos esperar no episódio seguinte, porque, ao contrário da maioria das séries, esta trata-nos como seres capazes de pen-sar por nós próprios, não precisando que nos «guiem» pelos corredores convulsivos dos episódios. Aliás, esse é o prémio que recebemos por seguir a criação de Vince Gilligan: as constantes reviravoltas na narra-tiva e nas atitudes das personagens, deixam-nos mais

vezes perplexos do que muitos números de magia. Walter torna-se rapidamente uma personagem enigmática, quer pelas suas ações impulsivas, quer pelas suas emoções contraditórias. O seu intelecto permite que esteja quase sempre um passo à frente das situações durante todas as suas desventuras. A família torna-se na «razão» que dá a si próprio para justificar as atrocidades que comete. De um pai pac-ato e inocente a um sociopata sem escrúpulos, W.W torna-se um parceiro instável para o seu sócio Jesse.Jesse, um viciado em drogas, com grandes prob-lemas familiares, torna-se o aliado ideal pela fa-cilidade com que é manipulado. Este, no entanto, serve como contraponto da série: a transformação de Walt num «demónio» sem escrúpulos, é con-trastada pela elevação e redenção de Jesse por todo o mal que fez inconscientemente. O seu so-frimento e perda é um dos temas constantes nas séries, sendo que, no fim, é provável que ele seja a personagem que mais merece a vida.Toda esta saga é pautada por uma grande es-petacularidade, pois consiste em intrigas e esque-mas, que tornam o seu final imprevisível. A forma como acaba marca de certa forma os espetadores desta produção, na medida em que ao longo dos episódios nos vamos identificando com certas per-sonagens e no final essa identificação já não é a mesma: eles mudaram, e nós mudámos com eles.E essa é a magia desta obra-prima: num mun-do em constante estado de limbo, em que tudo permanece na mesma, basta inteligência e im-aginação para nos fazer sentir vivos novamente.

All hail King Heisenberg!

Dinis Mestre

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CULTURA

26 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Catarina Perez

Pokemon X & Y : O Regresso ao Futuro!

A franchise de desenhos animados mais conhecida do mundo, volta às luzes

da ribalta com o seu primeiro jogo em 3 Dimensões!

Pokémon, o conceito japonês para “mon-stros de bolso”, surgiu em 1996, sob a forma de um jogo para a consola portátil, Game Boy. Os anos que se seguiram revelariam a verdadeira extensão do fenómeno que estava à frente da juventude mundial. Sendo esta a marca de jogos mais ven-dida na altura, passou por um rápido processo evo-lutivo que lhe ofereceu outras vertentes como uma série de animação, jogos de cartas, filmes, figu-ras de acção e toda uma gama de produtos únicos. Pertencendo à Nintendo, ainda nos dias de hoje somos surpreendidos e seduzidos por este conceito, visto que as inovações parecem não ter fim: no dia 12 de Outubro, as lojas e os supermer-cados deram lugar a filas intermináveis de fãs an-siosos por conseguir o seu jogo Pokémon X e Y. Trata-se do primeiro jogo Pokémon que con-ta com gráficos em 3D, graças à nova consola Nin-tendo 3DS. Podemos manter as expectativas eleva-das, porque o jogo vai incluir uma nova região e 69 novas espécies para capturarmos e investigarmos. Outro conceito que está a deixar os fãs de Poké-mon muito curiosos é o de estarem agora disponíveis “Mega evoluções”, razão pela qual vai ser possível sentir-se a nostalgia ao utilizarmos Pokémons iniciais da primei-ra geração, mas com a particularidade de se tornarem numa criatura ainda mais poderosa durante a batalha. Para os mais viciados que conseguem ultra-passar todas as etapas do jogo e concluí-lo em ap-enas algumas horas, o desafio encontra-se no modo história, previsto para durar mais de 50 horas, tendo ainda a hipótese de combater online contra outros treinadores, o que vai fazer com que o conteúdo do jogo seja quase ilimitado e dificilmente entediante. Desta vez, a Nintendo esmerou-se juntando as cinco gerações de jogos numa vasta experiên-cia digital cativante e realista. A história acompanha a 15ª temporada da série de animação, dando-nos a oportunidade de viver o Mundo Pokémon a 100%.

A má notícia é que vai haver duas versões deste novo Jogo: O Pokémon X e o Pokémon Y, con-tendo cada um deles 5 espécies exclusivas que nos forçarão a tomar uma decisão difícil. A não ser que optemos por nos submeter a uma taxa anual de 3 euros que nos oferecerá um sistema completo de armazenamento de Pokémon online, que nos per-mitirá guardar milhares de criaturas online que o jogo por si só não suportaria. Esta nova vertente também possibilitará a oportunidade de receber Pokémons de amigos, expandido ainda mais a lista de capturas. Ao fim de quase 20 anos de lu-tas, treinos e capturas, esta poderá ser a solução para finalmente “Apanhá-los todos!” Satoshi Tajiri adorava apanhar insectos, e tinha um sonho: ter a seu lado criaturas gigantescas que lhe ofereceriam amizade e protecção. E da sua imaginação nasceu um mundo paralelo ao nosso, repleto de ma-gia, descoberta e aventuras! Um mundo em que não interessa as rugas que temos na cara, mas sim a jovi-alidade do nosso coração: e com Pokemon X e Y TU estás convidado a tornar-te uma criança novamente.

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Mundo Contemporâneo 27Outubro 2013

DESPORTOPrimeira vitória no circuito ATP para

Portugal O português João Sousa tor-na-se o primeiro português a alcan-çar uma vitória num torneio ATP, ao registar o triunfo na final de Kuala Lumpur, no dia 29 de Setembro. João Sousa, tenista profis-sional português de 24 anos, hon-rou da melhor forma o seu país, ao vencer, no dia 29 de Setembro, o Open da Malásia. O torneio re-alizou-se em Kuala Lumpur, e con-tou com a melhor prestação de um tenista português, até à data, em provas do circuito ATP. É facto que nenhum outro foi capaz de vencer uma destas provas, sendo João o primeiro a escrever o seu nome numa lista que se espera vir a aumentar. Não tardou muito até que fizesse as suas primeiras de-clarações após a vitória: «Ganhar o meu primeiro título aqui na Malá-sia é um sonho tornado realidade», afirmou ao site “Mais Futebol”. O tenista obteve consequente-mente a melhor classificação de um português no ténis mundial, ao chegar à 51ª posição do ranking. Foi com um parcial de 2-6, 7-5 e 6-4 que o tenista venceu Ju-lien Benneteau na final da prova,

após muito desgaste físico e for-ça de vontade. Isto porque João começou por estar em desvanta-gem na prova, verificando as di-ficuldades que se previam frente a um francês com muita experiên-cia em finais (Benneteau já havia participado em 8 finais , embora sem nunca ter levado a melhor). Mas o por-tuguês, sem descredi-bilizar a experiência do adversário, demon-strou porque razão merecia um lugar na final. E fez mais do que isso. Demonstrou que em Portugal também se fazem campeões. A vencer por 5-4 no último set, deixou que alguma ansiedade fizesse es-corregar a vantagem que alcançara de 30-15 para 30-40. Mas, após empatar o re-sultado, teve a deter-minação necessária para fechar o encontro. Não no primeiro match-point, mas no segundo.

João Sousa acabaria então por festejar efusivamente a sua vitória no circuito mais importante do ténis mundial. A sua e a de mui-tos portugueses, que expiraram de alívio assim que se soltou o grito tri-unfante de João, em Kuala Lumpur. O troféu está em solo português.

Bruno Martins

João Sousa

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28 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

DESPORTO

Dia 29 de Setem-bro, o ciclista

português Rui Costa sagrou-se campeão mundial de ciclismo ao vencer a prova de fundos dos mundiais de Itália, em Florença. Rui Costa, ciclista portu-guês com 27 anos consegue a camisola arco-íris. Depois de muito esforço e várias medalhas de pódio nas mais variadas competições, eis a rec-ompensa. Após a vitória na volta à Suíça e as duas vitórias na etapa da volta à França, o ciclista portu-guês da Póvoa do Varzim sagra-se campeão do mundo, podendo as-sim usufruir da camisola arco-íris durante um ano. Rui Costa foi o primeiro português da história do ciclismo a ganhar um mundial, fazendo valer o esforço de 272 km e mais de sete horas a pedalar. O portu-

guês da Movistar manteve-se com os mais fortes na subida final, col-ando-se a Joaquim Rodriguez, que seguia isolado. Nos minutos finais o português “sprintou” até à meta, sagrando-se campeão e deixando o espanhol em lágrimas. A corrida do ciclista da Póvoa foi praticamente perfeita. Enquanto os restantes ciclistas se iam despi-stando com a chuva, Rui Costa ia seguindo o seu percurso de forma tranquila, lado a lado com o então campeão Mundial Philippe Gil-bert. Os últimos vinte quilómet-ros foram decisivos, uma vez que o português respondeu ao ataque de Vicenzo Nibali , e levou consigo Joaquim Rodriguez, o espanhol Alejandro Valverde e o colombi-ano Rigoberto Uran, disputando a última descida da prova. Uran saiu em frente numa curva e o ciclista português viu assim a sua hipótese de chegar ao pódio mais próxima. Valverde começou a enfraquecer, e, no último quilómetro, deixou

Rodriguez isolado. Contudo, a concentração e o esforço de Costa fizeram com que este se aproxi-masse bastante do espanhol, deixando-o algo desconcentrado. Virado para trás para falar com o português, Rodriguez perde a cal-ma e vê Rui Costa a “sprintar” para a meta, deixando-se ultrapassar. O luso vê o seu sonho de conquistar o arco-íris cumprido e ocupa assim o primeiro lugar do pódio em Florença, seguin-do-se Rodriguez e Valverde que não esconderam o descontenta-mento. No quarto posto ficou o italiano Nibali, que, a correr “em casa”, foi o grande derrotado. Após a sua vitória em Florença o português declarou à TSF que conquistar a camisola arco-íris significa “uma vida”, afirmando que “Não esperava nada, estava em boa condição, mas nunca pensei ganhar aqui.”

Mariana Vilaça

Rui Costa

Primeiro português da história a conquistar o título de campeão do mundo de ciclismo

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Mundo Contemporâneo 29Outubro 2013

DESPORTO

A equipa de Luís Sénica garante a medalha de bronze em Angola,

no torneio que decorreu entre 20 e 28 de Setembro. Uma brilhante goleada frente ao Chile por 10-3 fez com que a equipa das quinas conquistasse o terceiro lugar no campeonato do mundo de hóquei em patins. Depois de bater as seleções do Chile (5-3), África do Sul ( 21-2) e Angola( 5-1) na fase de grupos, Portugal seguiu para os quartos-de-final com a ambição de deixar a sua marca no torneio que mar-cou lugar em solo af-ricano. O embate com a seleção de Moçam-bique culminou com uma vitória (6-0) e a equipa comandada por Luís Sénica encer-rou a sua participação nas meias-finais, com uma derrota frente à Argentina, numa partida em que a arbitragem foi motivo de grande polémica. Terminaria assim a prestação da seleção por-tuguesa, que de forma muito honrosa representou o seu país na prova mais importante desta modalidade. «Fizemos o nosso plano de preparação, que foi cumprido de uma maneira muito positiva, com em-penho da parte de todos os jogadores. Achamos neste momento, que estamos prontos. Queremos é começar a competição», foram as afirmações de Valter Neves, capitão da seleção nacional, em declarões à Lusa. A Mundo Contemporâneo contatou o jornal-ista do “Record” Fábio Lima, que acompanhou de perto este campeonato e que nos deu a sua opinião. Mundo Contemporâneo - Há quan-to tempo é jornalista no jornal Record? Fábio Lima - Sou jornalista no Record desde junho de 2010, depois de ter estado a es-tagiar entre janeiro e maio desse mesmo ano.

MC - Como considera a experiência de estar em primeira mão num mundial de hóquei em patins? FL - Não se tratou de uma experiência nova, porque já tinha estado a cobrir o Mundial ante-rior, que foi na Argentina. É sempre melhor seguir as coisas de perto, sem ter de esperar pelas infor-mações das agências. Também acabamos por en-tender quais as reais dificuldades que os próp-rios jogadores enfrentam no estrangeiro, algo que «por fora» talvez nunca compreenderíamos...

MC - Para si, como foi a prestação de Por-tugal neste mundial? FL - Foi uma pre-stação «normal». É óbvio que Portugal tem toda a obrigação de lutar pelo título e esse, que era o objetivo principal, foi fal-hado. Mesmo assim, a forma como foi essa elimi-nação, acaba por atenuar o fracasso desportivo. MC - O que fal-tou a Portugal, à ima-gem do último mun-

dial, para chegar à final? FL - O que faltou? Capacidade de decisão, de um português se assumir no momento da ver-dade. Não houve nenhum homem a decidir, como por exemplo se esperaria quando Luís Viana teve um livre direto a escassos segundos do final...A equipa de jogadores que deram tudo por tudo neste campeonato composta por:Guarda-redes: Ricardo Silva (Benfica), André Girão (AD Valongo) e Pedro Henriques (Benfica). Jogadores de campo: Valter Neves (Benfica), Ri-cardo Barreiros (FC Porto), Jorge Silva (FC Por-to), Diogo Rafael (Benfica), João Rodrigues (Benfica), Hélder Nunes (FC Porto), Gonçalo Alves (UD Oliveirense) e Luís Viana (Benfica).

Seleção portuguesa regista o 3º lugar no mundial de hóquei em patins

Catarina Martins

«Fizemos o nosso plano de pre-paração, que foi cumprido de uma maneira muito positiva, com empenho da parte de todos os jogadores. Achamos neste momento, que estamos prontos. Queremos é começar a com-petição»

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30 Mundo Contemporâneo Outubro 2013

DESPORTO

Mundial de trampolim realizado em solo português

Decorreu em Loulé a 4ª edição da taça do mundo de trampolim, entre os dias 5 e 7 de Setembro

A competição “Loulé World Cup” foi planeada e protagonizada pela Federação de Ginás-tica de Portugal, em parceria com a Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé (APAG). Seg-undo esta, apesar de algumas dificuldades no passado, conseguiu ano a ano melhorar as suas con-dições de treino e de material e é hoje um clube bastante valorizado, com potencial para organizar acontecimentos desta importância. O evento contou com a participação de vários ginastas consagra-dos, não só de outros países, como também de Portugal, tais como Ana Rente, André Lico, Denise Pi-eters, e a dupla Diogo Ganchinho e Ricardo Santos, todos atletas olímpicos que procuraram representar o nosso país da melhor forma. Esta foi a 4ª edição do evento, pertencente ao programa FIG de Taças do Mundo, sendo realizado nas especialidades de Trampolim Individual e Sincronizado, e Tumbling. De forma simultânea, foi também organizado o torneio “Loulé Cup”, com 31 participantes, na es-pecialidade de duplo-mini trampolim, sendo a seleção nacional representada por Sílvia Saiote, que este ano já conquistou o bronze nos Jogos Mundiais na Colômbia. A atleta alcançou a prata no duplo-mini tram-polim, e no trampolim individual. Com um desempenho exemplar, André Fernandes terminou no 1.º lugar. Por equipas, a seleção nacional conquistou, também, o ouro em duplo-mini trampolim. Estes resul-tados são bastante positivos para os atletas e para o país, elevando cada vez mais a fasquia, tornan-do a ginástica num desporto mais praticado, visível, profissional, e no qual são necessários mais apoi-os financeiros. [«seja é muito condicionante, não afirma se é ou não, torna a frase pouco percetivel?] Na prova “Loulé World Cup” foi possível observar bons resultados, onde a qualidade técnica é mais ele-vada. A ginasta Ana Rente conquistou a medalha de bronze em trampolim individual, conseguindo uma pontu-ação de 97,900. Após um exercício preciso e com grande técnica, conseguiu alcançar as finais, obtendo assim o 3º lugar na classificação final com 50,840 pontos. Ana Rente demonstra mais uma vez o seu valor, após ter mar-cado presença nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, trazendo também a medalha de bronze para Portugal. A dupla de trampolim sincronizado, formada por Diogo Ganchinho e Ricardo Santos, este-ve bastante perto de chegar ao pódio, mas, devido a um pequeno erro de Ricardo Santos, o atleta menos experiente desta dupla, no final do exercício, terminaram na 4.ª posição, com 44,900 pon-tos. Também Denise Pieters, outra das atletas portuguesas com melhores resultados, na catego-ria de tumbling, concluiu a prova alcançado o 5º lugar, com 62,800 pontos. A atleta está também de parabéns, mas com a esperança de conseguir uma melhor classificação numa outra oportunidade. Os restantes atletas portugueses a participar na taça do mundo foram Beatriz Martins e Samuel Caste-la na categoria de trampolim individual, Diogo Abreu e Tiago Lopes na categoria de trampolim sin-cronizado e Diogo Silva, Frederico Rodrigues, Ruben Soares e Nuno Silvano na categoria de tumbling.

Diogo Gonçalves

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MODA

Mundo Contemporâneo 31Outubro 2013

É mais que certo que a moda está presente em

todo o mundo, mas de que ma-neira? E afinal o que é a moda, e até que ponto se tornou um ciclo?

A moda é um fenómeno históri-co-cultural que se altera no es-paço e no tempo e cuja dimensão mais evidente é a das tendências do consumo no vestuário. Atual-mente a moda está, sem dúvida, relacionada com tendências cul-turais à escala global, mas não foi assim em todas as épocas.Hoje em dia podemos ver que a moda muda ciclicamente, pois tudo o que se está a usar atualmente, já foi moda em períodos anteriores. O ciclo da moda foi-se estabelecen-do ao longo dos séculos por uma questão de necessidade, se bem que aos poucos foi se tornando numa forma do mercado se or-ganizar e ao mesmo tempo lucrar, pois se repararmos de meses a meses estamos a ser surpreen-didos por mais uma tendência nova com novas cores, novos tecidos e novos padrões vindos dos mais variados estilistas ex-istentes no mundo. Mas ‘novos’ na atualidade, porque em tem-pos anteriores, séculos ou anos atrás, já se viram essas mesmas cores e esses mesmos padrões.Nós precisamos de nos adap-tar aos vários tipos de clima que fazem parte do nosso país e ci-dade, mas como sabemos a moda que sai em todas as revistas e

desfiles, é uma moda universal, por isso certas roupas não são tão dire-cionadas para uma sociedade e sim para outra. Por isso, somos quase obrigados a seguir o que é exposto nas lojas como tendência para a es-tação atual, se bem que há sempre uma área em quase todas as lojas com um estilo mais ‘antigo’ ou um tanto desatualizado, para aquelas pessoas que não se identificam com o novo estilo, a dita nova moda. Com tudo isto, quero dar um maior destaque ao ciclo da moda em si, ou seja, o facto de hoje em dia sermos cada vez mais surpreendidos com es-tilos de roupa que já se usaram mui-to antigamente. Mas é engraçado que certas pessoas ao verem fotos antigas dos avós ou bisavós que uti-lizavam esse mesmo tipo de roupa, achem que era feio e que nunca na vida usariam, sendo certo que

quando esse tipo de roupa estiver na moda, são logo influenciáveis e acabam por gostar e até vestir.Nos dias que correm vemos mui-tas raparigas a usarem no verão os tais calções de cintura subida típi-cos dos anos 50, e eternizados pela diva do cinema Marilyn Monroe. Realçava os seus pontos sexys num estilo ousado e era um modelo se-guido pelas senhoras ou meninas mais ousadas. Este é apenas um exemplo de muitos que existem, pois em termos de vestidos, pa-drões, e acessórios, como colares grandes, de metais, com pérolas brilhantes, estão de novo na moda.Em suma, é realmente inevitável ser influenciado pela moda, ela está em tudo o que nos rodeia e cada vez mais se propaga nas vari-adas esferas sociais à escala global.

A moda vista como um ciclo

Raquel Guerreiro

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MODA

32Mundo Contemporâneo Outubro 2013

Com os tempos mais frios a chegar, todos nós nos questionamos sobre quais serão as tendências desta es-tação e o que é que se poderá reuti-lizar do nosso armário. Quais serão as cores que mais se usarão? Quais os novos produtos que as marcas irão lançar? Quais as peças que nos vão assentar melhor e quais os custos disto tudo? Nesta altura de mudança de estação e de crise do orçamento familiar, são tantas as dúvidas e questões que nos assaltam a mente, que ninguém sabe para onde se virar e por onde começar.A chave, o segredo, para nos livrar-mos da dor de cabeça que pode ser a moda e as suas novas tendên-cias são nada mais, nada menos, que os chamados must-haves. Sim, must-haves, as peças que deve ter no seu guarda-roupa, por serem intemporais e poderem ser utili-zadas em conjunto com todas as tendências que poderão aparecer.O primeiro é, e como não poderia deixar de ser, uma simples camisa branca. Existem no mercado in-úmeros tamanhos de mangas, apli-cações, cortes e feitios. A principal razão que nos leva a reconhecer esta peça como algo que todas as pessoas deve-riam ter é por ser bastante versátil e a sua cor neutra con-dizer com todas as outras cores e padrões. Para não dizer que é a es-colha perfeita para combinar com as calças-padrão que são muito us-

adas nos dias de hoje.O segundo must-have que propon-ho é um blazer clássico. Isto sim, nunca passa de moda e pode-se usar em qualquer altura e even-to. É uma daquelas peças que se pode vestir com umas calças de ganga banais e um simples top branco e torna o conjunto numa vestimenta cheia de classe e sofisti-cação. Temos a possibilidade de escolher qualquer cor ou padrão ao nosso gosto, e assim dar um ar mais sofisticado a qualquer outfit.Como já foi referido, as banais calças de ganga são um must em qualquer closet. São tão banais que muitas vezes nos esquecemos de lhes dar o devido valor. Quem é que é capaz de viver sem umas? Mes-mo inconscientemente, as calças de ganga são algo que usamos em 80% dos nossos dias e algo com o qual é tão fácil de combinar todas e qualquer peça que tenhamos no nosso armário. Sejam elas skinny, à boca-de-sino, de cintura subida, de cintura baixa, claras, escuras, com buracos, sem buracos, curtas, com-pridas, com ou sem aplicações, elas estão sempre presentes no nosso quotidiano e não acredito que al-

gum dia possamos viver sem elas.A camisa de ganga é uma coisa que também não poderá faltar. Ape-sar de ter sido recentemente trazi-da de volta dos anos 60, ela veio para ficar. Podemos usar por cima de qualquer t-shirt, ou abotoada até ao último botão para um ar mais clássico, conseguindo inovar esta peça sempre que é utilizada.Vestido preto, e está tudo dito, um little black dress, é tudo o que uma senhora precisa para ter um guar-da-roupa completo. Para aniversári-os, um jantar de família, uma saída com o seu mais-que-tudo, ou até mesmo para um evento profis-sional. Um vestido é o que basta para melhorar a figura da mulher e tornar a sua presença notada.O que também veio para fi-car, foram as clutches. Grandes ou pequenas, são um acessório que irá fazer imensa falta.E para terminar a nossa lista, um belíssimo casaco de cabedal, fica bem com todos os estilos e aquece no inverno, não deixan-do o nosso look do dia mal visto.

As 7 maravilhas de um guarda-roupa

Mariana Gonçalves

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MODA

Mundo Contemporâneo 33Outubro 2013

Fique a saber todas as dicas sobre o que vestir na estação que se aproxima.Com a chegada do inverno a pas-sos largos e, com a grande diversi-dade de peças e estilos que as lo-jas nos têm a oferecer, por vezes, torna-se difícil saber o que comprar para a estação mais fria do ano.No entanto, muitas das tendên-cias do ano anterior permanecem ou afirmam-se com toda a sua força no nosso guarda-roupa.É de realçar que as tendências não foram feitas para serem segui-das à regra, mas sim para serem um suporte na forma como com-binamos os mais variados esti-los com o nosso gosto pessoal.Apesar do tempo ainda não con-vidar a deixar as peças mais lev-es de vez, antecipe-se e fique a conhecer os estilos que mar-carão os meses mais frios. Preto vs. BrancoSão cores intemporais essenciais no guarda-roupa, concedem um ar mui-to sofisticado, cuidado e perfeito.Estas cores combinam muito bem, uma vez que são cores clássicas e fundamentais, trans-mitem charme e elegância.Para dar mais vida ao conjunto poderá conjugar com acessórios mais brilhantes e metalizados. Pode optar por um look só de uma cor (preto ou branco) ou então optar pela conjugação dos mesmos. Animal PrintAs mais variadas estampas en-cheram os desfiles de moda, ape-sar de esta tendência não ser exclusiva desta estação, ela reno-vou-se. O animal print surge em diversas cores, materiais e estilos.

Estilo MasculinoSurge o estilo masculino com cor-

tes retros e clássicos. As peças es-truturadas ganham novo destaque no guarda-roupa feminino, bem como as calças de cintura subi-da, os coletes e fatos masculinos.

Bordeaux, cor de vinho: O eterno e conhecido bordeaux re-gressa aos nossos guarda-roupas, quer em casacos, blusas ou calças. Esta cor é bastante associada ao outono/inverno devido à sua in-tensidade, permitindo-nos criar múltiplos conjuntos originais.

Padrões florais O padrão floral promete desfilar pelas ruas neste inverno. Aparece em modelos contínuos, em diversos materiais e cores. Destacando-se não só no guarda-roupa como tam-bém nos acessórios. Esta tendência irá contrabalançar a grande marca do inverno que são os tons escuros, oferecendo um estilo romântico e bem feminino para esta estação.

X a d r e z O padrão axadrezado é uma novi-dade nesta estação. É possível criar um look mais descontraído como um mais clássico, tudo depende da for-ma como as peças são conjugadas.

Azul, como o novo pretoO tom escuro de azul é umas das apostas mais clássicas para esta es-tação, tal como o preto. Este con-segue fugir à banalidade do preto mantendo o toque intenso e ao mesmo tempo sofisticado das cores mais escuras no inverno. Esta cor é uma óptima opção para quem não se adapta a um look integral preto, pois o azul consegue abrang-er um variado leque de cores.

Calçados e Acessórios:

No que requer ao calçado destaca-se os botins, os nossos melhores amigos nos dias de chuva e frio. As ankel boots (botas até ao tornozelo) podem ser combi-nadas com qualquer tipo de roupa desde que sejam básicas, a altura do salto não importa. Bikers boots são óptimas para quem opta por um estilo mais masculino, pois estas são inspiradas nos motards.Bota sandália é uma excelente com-binação para ser usada no outono.Os sapatos bicudos têm vindo a con-quistar um espaço cada vez maior na moda de calçado. São vistos em vários modelos, cores e padrões, bem como a altura do seu salto.Os acessórios este ano passam no-vamente pelo estilo chamativo, nomeadamente colares e brincos com pedras grandes e brilhan-tes. As malas estruturadas estão sem dúvida na moda bem como, as bolsas de mão, confirmando-se como tendência, sejam no for-mato carteira ou em modelos que remetem para maletas executivas.

A estação outono/inverno 2013/2014 aposta em vários estilos e numa paleta de cores bastante abrangente e diversificada, po-dendo assim, dar maior facilidade na conjugação das peças. Como já foi referido, as tendências não são para serem seguidas à regra, mas sim para serem adaptadas ao nos-so gosto pessoal. Porque afinal… são os nossos gostos que nos defi-nem e nos fazem destacar perante a sociedade, é isso que é a moda.

O que usar nesta estação…

Catarina Vicente e Catarina Lopes

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Diga

“Discordo da política do governo, o país está farto de conversas quer soluções” - António José Seguro.

“Não precisamos do segundo resgate”- Presidente Aníbal Cavaco Silva

“A erva é a melhor droga do mundo”- Miley Cyrus.

“Estou muito orgulhosa do meu disco”- Paris Hilton

“No primeiro ano [1978] apontaram-me uma arma. Violaram-me no telhado de um prédio para onde fui arrastada com uma faca apontada às costas e assalta-ram o meu apartamento três vezes”- Madonna

“Vou lá [ao Dragão] ver o Sporting jogar e, se possível, ganhar. É lógico que espero ser mal recebido. Temos sido bem recebidos, porque não contávamos para o Totobola”. - Bruno de Carvalho

“É preciso demitir o governo todo”. - Jerónimo de Sousa

“O mercado brasileiro é um objetivo meu e da Kelly. Neste mo-mento estamos em alta em Portugal e gostávamos de passar essa imagem para o Brasil”. -Pedro Guedes

“O meu sorriso não engana”. - Cristina Ferreira

“Ninguém está acima da lei”. - Presidente Aníbal Cavaco Silva

“A crise não se vence vendendo os anéis mas fortalecendo os dedos”. – António Costa

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MCiências da Comunicação - 2ºano - 2013/2014

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ouE-maiil - [email protected]

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