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E 1ª Sessão Ordinária 05/02/2018 PROCESSOS JULGADOS COM PRECEDENTES Procedimento Administravo Disciplinar nº 1.00458/2017-79 (Rel. Luciano Maia) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ORIGINÁRIO DE RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR, INSTAURADA PELA CORREGEDORIA NACIO- NAL. MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO MI- LITAR LOTADO EM RECIFE/PE. FALTA DE ZELO NA CONFECÇÃO DE PEÇAS JUDICIAIS E DELE- GAÇÃO IMPRÓPRIA DE FUNÇÕES EXCLUSIVAS DE MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO MILI- TAR. IMPUTAÇÕES CARACTERIZADAS. REALI- ZAÇÃO DESNECESSÁRIA DE INSPEÇÕES CAR- CERÁRIAS COM O INTUITO EXCLUSIVO DE PERCEBER DIÁRIAS. IMPUTAÇÃO IMPROCE- DENTE. ABANDONO DE CARGO. IMPUTAÇÃO AFASTADA, PORÉM, DETECTADA A INASSIDUI- DADE CONTUMAZ. 1. Trata-se de Processo Administravo Disci- plinar instaurado em desfavor do Promotor de Jusça Militar, GUILHERME DA ROCHA RA- MOS, por determinação da Corregedoria Na- cional, com base na Reclamação Disciplinar nº CNMP 1.00195/2017-80, em razão dos fa- tos nociados na Portaria CNMP-CN nº 119, de 05 de junho de 2017. 2. Acusação de falta de zelo na confecção de peças judiciais, punível com censura, nos ter- mos do argo 240, II c/c argo 236, IX da Lei Orgânica doMinistério Público da União (LC nº 75/1993). Imputações de realizaçãodesne- cessária de inspeções carcerárias com o intui- to exclusivo de perceber diárias, de delegação imprópria de funções exclusivas do membro do Ministério Público Militar e de abandono de cargo decorrente de faltasinjusficadas superiores a 60 dias intercalados no período de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017, puní- veis com demissão, por 03 (três) vezes, na forma do argo 240, V, b da Lei Complemen- tar nº 75/1993. Infere-se dos termos daPorta- ria CNMP-CN nº 119/2017 que os fatos tam- bém são passíveis de disponibilidade compul- sória, nos termos do argo 131, inciso XVII, da LC nº 75/93. 3. No mérito, de acordo com o acervo proba- tório acostado aos autos, restaram compro- vadas as condutas de falta de zelo na confec- ção de peças judiciais e de delegação impró- pria de funções exclusivas do membro do Mi- nistério Público Militar. 4. Restou comprovada a imputação de falta de zelo na confecção de peças judiciais, uma vez que, no período de fevereiro de 2016 a ja- neiro de 2017, o Promotor de Jusça Militar GUILHERME DA ROCHA RAMOS, com livre consciência e vontade, ofereceu 11 (onze) de- núncias desprovidas de elementos necessá- rios à eficácia da persecução penal, de um to- tal de 13 (treze) produzidas no período, bem como apresentou 18 (dezoito) alegações es- critas com conteúdo padronizado, isto é, sem fundamentação vinculada ao caso concreto, de um total de 21 (vinte e uma) apresentadas no período. A ulização de peças padrões nas alegações finais, destuídas de argumenta- ções relacionadas ao caso concreto, e a for- mulação de denúncias mencionando meras Edição nº 5 – Ano 2018 22/02/2018

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1ª Sessão Ordinária 05/02/2018

PROCESSOS JULGADOS COM PRECEDENTES

Procedimento Administrativo Disciplinar nº1.00458/2017-79 (Rel. Luciano Maia)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINARORIGINÁRIO DE RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR,INSTAURADA PELA CORREGEDORIA NACIO-NAL. MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO MI-LITAR LOTADO EM RECIFE/PE. FALTA DE ZELONA CONFECÇÃO DE PEÇAS JUDICIAIS E DELE-GAÇÃO IMPRÓPRIA DE FUNÇÕES EXCLUSIVASDE MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO MILI-TAR. IMPUTAÇÕES CARACTERIZADAS. REALI-ZAÇÃO DESNECESSÁRIA DE INSPEÇÕES CAR-CERÁRIAS COM O INTUITO EXCLUSIVO DEPERCEBER DIÁRIAS. IMPUTAÇÃO IMPROCE-DENTE. ABANDONO DE CARGO. IMPUTAÇÃOAFASTADA, PORÉM, DETECTADA A INASSIDUI-DADE CONTUMAZ.

1. Trata-se de Processo Administrativo Disci-plinar instaurado em desfavor do Promotorde Justiça Militar, GUILHERME DA ROCHA RA-MOS, por determinação da Corregedoria Na-cional, com base na Reclamação Disciplinarnº CNMP 1.00195/2017-80, em razão dos fa-tos noticiados na Portaria CNMP-CN nº 119,de 05 de junho de 2017.

2. Acusação de falta de zelo na confecção depeças judiciais, punível com censura, nos ter-mos do artigo 240, II c/c artigo 236, IX da LeiOrgânica doMinistério Público da União (LC

nº 75/1993). Imputações de realizaçãodesne-cessária de inspeções carcerárias com o intui-to exclusivo de perceber diárias, de delegaçãoimprópria de funções exclusivas do membrodo Ministério Público Militar e de abandonode cargo decorrente de faltasinjustificadassuperiores a 60 dias intercalados no períodode fevereiro de 2016 a janeiro de 2017, puní-veis com demissão, por 03 (três) vezes, naforma do artigo 240, V, b da Lei Complemen-tar nº 75/1993. Infere-se dos termos daPorta-ria CNMP-CN nº 119/2017 que os fatos tam-bém são passíveis de disponibilidade compul-sória, nos termos do artigo 131, inciso XVII,da LC nº 75/93.

3. No mérito, de acordo com o acervo proba-tório acostado aos autos, restaram compro-vadas as condutas de falta de zelo na confec-ção de peças judiciais e de delegação impró-pria de funções exclusivas do membro do Mi-nistério Público Militar.

4. Restou comprovada a imputação de faltade zelo na confecção de peças judiciais, umavez que, no período de fevereiro de 2016 a ja-neiro de 2017, o Promotor de Justiça MilitarGUILHERME DA ROCHA RAMOS, com livreconsciência e vontade, ofereceu 11 (onze) de-núncias desprovidas de elementos necessá-rios à eficácia da persecução penal, de um to-tal de 13 (treze) produzidas no período, bemcomo apresentou 18 (dezoito) alegações es-critas com conteúdo padronizado, isto é, semfundamentação vinculada ao caso concreto,de um total de 21 (vinte e uma) apresentadasno período. A utilização de peças padrões nasalegações finais, destituídas de argumenta-ções relacionadas ao caso concreto, e a for-mulação de denúncias mencionando meras

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transcrições de depoimentos e de relatóriosfinais dos inquéritos policiais, em prejuízo àexposição clara e precisa da conduta imputa-da, não são expedientes justificáveis pela in-dependência funcional do membro, sobretu-do considerando-se que tais recursos contra-riam o interesse público, ao revelarem umaatuação funcional desidiosa e prejudicialàpersecução penal. Nesse sentido, preceden-tes deste Conselho Nacional:Revisão de Pro-cesso Disciplinar nº 1.00334/2016-30, DJ13/12/2016 e PAD nº1.00097/2016-61, DJ13/12/2016.

5. Evidenciou-se comprovada, também, a im-putação de delegação imprópria de funçõesexclusivas do membro do Ministério PúblicoMilitar, tendo em vista que, ao menos desdeoutubro de 2015 até a data da correição ex-traordinária (17/02/2017), o Promotor deJustiça Militar GUILHERME DA ROCHA RA-MOS, com consciência e vontade, atuou comfalta de zelo e de probidade e violou os deve-res de honestidade e lealdade ao MinistérioPúbico Militar ao delegar a servidores e esta-giária da Procuradoria de Justiça Militar emRecife/PE a prática de atos exclusivos dosmembros do Ministério Público Militar, ao de-terminar aos indigitados servidores e estagiá-ria que preenchessem, sobretudo na sua au-sência do local de trabalho, as lacunas embranco (número do processo e data) de cen-tenas de peças jurídicas previamente por eleassinadas, de sorte que os feitos judiciais eextrajudiciais fossem devidamente impulsio-nados inclusive em suas constantes ausênciasda sede da PJM/PE. Em 17/12/2017, foramacauteladas 412 peças jurídicas previamenteassinadas pelo requerido, boa parte delas

com substancial conteúdo jurídico, a exemplode 58 petições de interposição de recurso deapelação, 10 ofícios de comunicação de utili-zação de prorrogação de prazo de inquéritopolicial militar, 21 petições de informação deausência de requerimento de diligências nafase do art. 427 do CPPM e 29 petições deciência de sentença absolutória, com renún-cia ao direito de interposição do recurso deapelação. Com efeito, tem-se que a delega-ção imprópria de atividade exclusiva de mem-bro do Ministério Público a servidores e esta-giários configura, em tese, ato de improbida-de administrativa, na modalidade violaçãoaos princípios da Administração Pública, tipi-ficado no artigo 11, I da Lei 8.429/92. Prece-dentes deste Conselho Nacional: RPD nº1.00173/2016-93, DJ 13/06/2016; RPD nº1.00618/2017-61, DJ 10/10/2017.

6. Por outro lado, da detida análise dos au-tos, não restaram configurados a realizaçãodesnecessária de inspeções carcerárias com ointuito exclusivo de perceber diárias e o aban-dono de cargo. Embora também afastado oabandono de cargo, foi detectada a inassidui-dade contumaz. 7. Não merece acolhimentoa imputação de realização desnecessária deinspeções carcerárias com o intuito exclusivode perceber diárias, uma vez que o Promotorde Justiça Militar GUILHERME DA ROCHA RA-MOS, efetivamente, inspecionou 8 organiza-ções militares, sob sua atribuição, medianteconsulta prévia à douta Corregedoria Geraldo Ministério Público Militar e, ademais, pro-moveu o preenchimento e a remessa a esteConselho Nacional dos formulários previstosna Resolução CNMP nº 56, de 22 de junho de2010. O fato de cinco das oito orga-

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nizações militares não possuírem presosàépoca dos fatos não é motivo suficiente paradeduzir a má-fé do requerido ao realizar asvisitas técnicas designadas por intermédio daPortaria nº 15/2016-PJM/PE-Inspeção Carce-rária. Considerando que os estabelecimentospenais estavam fora da sede da PJM de Reci-fe/PE e não mantinham presos, as visitas po-deriam até ser motivadamente dispensadas,mas, certamente, não eram vedadas pelo co-mando do art. 2º, § 3º da Resolução CNMPnº 56/2010. Destarte, a improcedência dessaimputação é medida imperiosa.

8. Inocorrência de abandono de cargo, dianteda não configuração de faltas injustificadassuperiores a 60 dias intercalados, nos moldesexigidos pelo artigo 240, § 4º da Lei Orgânicado Ministério Público da União, bem comoem face da ausência de “animus abandonan-di”, elemento indispensável para a configura-ção da falta funcional em comento. Prece-dentes do egrégio Superior Tribunal de Justi-ça: MS 18.936/DF, Rel. Ministro HERMANBENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe23/09/2016; AgRg no AREsp 587.024/ES, Rel.Ministro HERMAN BENJAMIN, DJe11/02/2015; AgRg no RMS 24.623/RS,Rel.Ministro OG FERNANDES, DJe 13/09/2013 eEDcl no MS 13.891/DF, Rel. Ministro JORGEMUSSI, DJe 17/05/2013. Por outro lado, à luzdas provas documentais e orais colhidas nes-te feito, restou sobejamente comprovada ainassiduidade contumaz. No caso, o processa-do não deixou simplesmente de comparecerao trabalho de forma habitual, mas estrutu-rou toda uma sistemática de trabalho paragarantir que, em suas constantes

ausências, os feitos judiciais e extrajudiciaiscontinuassem a ser normalmente impulsiona-dos pelos servidores e estagiária, de sorteque nenhuma suspeita quanto à correção dasua conduta funcional fosse aventada. Comefeito, além da evidente violação aos deveresfuncionais de prestar com zelo e probidadesuas funções, o funcionamento do 2º Ofíciona forma ditada pelo processado prejudicoua qualidade da atividade ministerial presta-da, na medida em que corroborou para quefossem produzidas denúncias e alegações fi-nais padronizadas, bem como acarretou a de-legação de atividades exclusivas de membrodo Ministério Público Militar a servidores eestagiária.

9. Processo Administrativo Disciplinar proce-dente, em parte, para indicar, nos termos doart. 11, I, da Lei nº 8429/92, art. 236, IX c/cart. 240, II, por 2 (duas) vezes, e 240, V, b, naforma do artigo 241, todos da Lei Orgânicado Ministério Público da União e, ainda, combase no princípio da proporcionalidade, assanções disciplinares de censura, por 2 (duas)vezes, e de DEMISSÃO, substituída por SUS-PENSÃO, por 90 (noventa) dias, ao Promotorde Justiça Militar GUILHERME DA ROCHA RA-MOS. Determinadas, ainda, a devolução daremuneração percebida em relação aos 55dias não trabalhados, com fundamento noartigo 884 do Código Civil, bem como a ins-tauração de procedimento próprio de remo-ção por interesse público do processadocomo consequência dos fatos reconhecidosnesta deliberação, assegurados a ampla de-fesa e o contraditório, na forma dos artigos142 e seguintes do Regimento Interno desteCNMP.

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1- Simulação de inspeções carcerárias paraobter vantagem indevida

O Conselho, por maioria, acompanhou ovoto do relator absolvendo o investigado daimputação de falta disciplinar no tocante afeitura de inspeção carcerária no período dorecesso de fim de ano, vencida a Presidente.

2- Falta de zelo no trato das questões sub-metidas ao seu gabinete

O Conselho, à unanimidade, reconhece aprática da infração disciplinar como capitula-dos nos artigos 236 incisos I e IX da lei com-plementar nº 75 e por maioria por equipará-la a ato de improbidade aplicam a pena dedemissão. A saber, os Conselheiros GustavoRocha, Sebastião Caixeta, Marcelo Weitzel,Demerval Farias, Lauro Nogueira, SilvioAmorim, Luiz Bandeira, Orlando Rochadel ea Presidente, sendo que substituíram a penade demissão por suspensão por 90 dias osConselheiros Silvio Amorim, Sebastião Caixe-ta, Marcelo Weitzel, Demerval Farias e LauroNogueira. Vencidos o Conselheiro Relator, oConselheiro Fabio Stica, o Conselheiro Leo-nardo Accioly e o Conselheiro Erick Venâncioque aplicavam a esta infração a pena de sus-pensão por 90 dias em conjunto com a infra-ção disciplinar de falta de zelo. Aplicada por9 votos a pena de demissão substituída porsuspensão de 90 dias. Acompanhando oConselheiro Gustavo Rocha, votaram comele os Conselheiros Sebastião Caixeta, Mar-celo Weitzel, Demerval Farias, Lauro Noguei

ra, Sílvio Amorim, o Conselheiro Luiz Fernan-do Bandeira, o Conselheiro Orlando Rocha-del e a Presidente. Vencidos os ConselheirosFábio Stica, Leonardo Accioly, Érick Venâncioe o Relator que aplicavam a mesma pena desuspensão por 90 dias, mas em conjuntocom outras infrações disciplinares.

3- Delegação imprópria de funções exclusi-vas do Ministério Público Militar.

O Conselho, à unanimidade, considerou pro-cedente a imputação da prática de infraçãodisciplinar que consiste nas delegações im-próprias exclusivas do Ministério Público Mi-liar considerando que caracteriza infraçãodisciplinar tipificada no artigo 236, incisos I eIX da Lei Complementar nº 75.

4- Inassiduidade ao trabalho, desídia (faltade 55 dias) ou Abandono do cargo.

O Conselho, por maioria, entendeu que aconduta atribuída ao investigado caracterizaa infração disciplinar de desídia por inassi-duidade num período de 55 dias. Vencidosos Conselheiros Gustavo Rocha, Luiz Fernan-do Bandeira, Orlando Rochadel e a Presiden-te que consideravam que houve falta de 70dias. E, vencidos os Conselheiros GustavoRocha, Orlando Rochadel e a Presidente queconsideravam que houve abandono de cargoe vencido o Conselheiro Silvio Amorim queconsiderava haver infração disciplinar de le-são aos cofres públicos. Considerando a in-fração disciplinar decidida pela maioria, os

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Conselheiros aplicaram à conduta a pena decensura, proposta pelo Conselheiro Sebasti-ão Caixeta. Neste sentido votaram os Conse-lheiros Sebastião Caixeta, Demerval Farias,Lauro Nogueira, Silvio Amorim, Luiz Fernan-do Bandeira, Gustavo Rocha, Orlando Rocha-del e a Presidente. Vencidos no tocante aaplicação da pena, os Conselheiros MarceloWeitzel, Leonardo Accioly, Erick Venâncio eFábio Stica que aplicavam a pena de suspen-são em conjunto com outras infrações disci-plinares. No tocante à devolução dos valoresrecebidos no período, o Conselho, por maio-ria, decidiu determinar a devolução, pormeio de descontos nos vencimentos pagosaos investigados do valor correspondente a55 dias de trabalho. Neste ponto não votouo Conselheiro Erick Venâncio que nessa ses-são em que esta questão está sendo votadaestava ausente.

O conselho, à unanimidade dos presentes,determinou a instauração de procedimentopara determinar a remoção compulsória doinvestigado como consequência da delibera-ção, no sentido de proporcionar-lhe o con-traditório e ampla defesa.

O Relator foi vencedor e portanto permane-ce como relator originário. Vencido o voto-vista do Conselheiro Gustavo Rocha.

Precedente: 1.00618/2017-61* (Rel. GustavoRocha); 1.00173/2016-93 (Rel. Orlando Ro-chadel). * Ver Informativo de JurisprudênciaEdição nº 1 – Ano 2017.

PROCESSOS JULGADOS SEM PRECEDENTES

Reclamação Disciplinar nº 1.00268/2017-42(Rel. Luciano Maia) – Recuso Interno

RECURSO INTERNO EM RECLAMAÇÃODISCIPLINAR. MEMBRO DO MINISTÉRIOPÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ. REITERAÇÃODOS TERMOS DA PEÇA EXORDIAL. DECISÃOMONOCRÁTICA DE ARQUIVAMENTO TROUXEARGUMENTAÇÃO SUFICIENTE À SOLUÇÃO DOCASO. INSTAURAÇÃO E INSTRUÇÃO DEPROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR EMDESFAVOR DO RECORRENTE DE FORMAPARCIAL E TEMERÁRIA. ALEGAÇÃO NÃOCONSTATADA. A ATIVIDADE DESENVOLVIDAPELA CORREGEDORIA GERAL DO MP/PIOBSERVOU OS DITAMES DA LEI ORGÂNICADO MP/PI. PRESCRIÇÃO DISCIPLINARRECONHECIDA. RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO.

1. Reclamação Disciplinar instaurada com vis-tas a apurar aventada ilegalidade perpetradapela Corregedoria Geral do Ministério Públicodo Estado do Piauí na instauração e na con-dução do Processo Administrativo Disciplinarnº 012/2015, movido em desfavor do recla-mante, Promotor de Justiça do MP/PI. 2. De-cisão monocrática de arquivamento da Corre-gedoria Nacional reconheceu a prescrição dapretensão punitiva disciplinar, decorrido oprazo prescricional de um ano, previsto no ar-tigo 162, I, da Lei Orgânica do Ministério Pú-blico do Estado de Piauí. Além disso, refutoua versão do reclamante de que os representa-dos teriam violado os deveres previstos noartigo 82, incisos I, II e VI, da LCE nº 12/93(LOMP/PI), uma vez que “a instauração dos

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fatos objeto do PAD nº 012/2015, instauradona origem em 19 de novembro de 2015, deu-se no estrito cumprimento do dever legal daCorregedoria-Geral de Justiça do MinistérioPúblico do Estado do Piauí”. Concluiu, ainda,que “somente com a apuração verticalizadados fatos foi possível identificar que a diver-gência apontada na representação inicial [ela-borada por uma cidadã em face do ora recla-mante] entre a manifestação do Promotor re-clamante com a de outra Promotora de Justi-ça deu-se de maneira acidental, mas semqualquer ilicitude, embora, aos olhos do cida-dão comum, trata-se de contradição natural-mente incompreendida”. 3. Inconformado, oreclamante interpôs recurso interno, aludin-do que a decisão alhures deve ser reformada,eis que a instauração do PAD nº 012/2015,pela Corregedoria-Geral do MP/PI, evidencia,em verdade, “incontido e voraz desejo decondenar o ora recorrente”. 4. Devidamenteintimados, os recorridos preliminarmentesuscitaram a prescrição e a ausência de justacausa para iniciar a persecução disciplinarpretendida pelo recorrente. No mérito, refor-çaram que a instauração e a condução doPAD nº 012/2015, da Corregedoria-Geral doParquet Piauiense, observou o devido proces-so legal e a ampla defesa. 5. Forçoso concluirpelo acerto da decisão de arquivamento daCorregedoria Nacional e pelo desprovimentodo recurso interno interposto. 6. Acolhidapreliminar de prescrição arguida pelos recor-ridos. O Processo Administrativo DisciplinarCG-MP/PI nº 012/2015 foi instaurado em15/11/2015 e arquivado em 07/04/2016 pelaCorregedoria-Geral do MP/PI. Considerandoque, transcorrido lapso temporal superior a 1(um) da data do fato, nos moldes do artigo

162, I da LOMP/PI, não houve a instauraçãodo competente processo administrativo disci-plinar para aplicação da penalidade de censu-ra, de rigor reconhecer a prescrição da pre-tensão punitiva disciplinar in casu. Cumpreesclarecer, neste ponto, que o próprio recor-rente apenas manejou a presente Reclama-ção Disciplinar frente a este CNMP no dia06/04/2017, portanto, já às vésperas do ad-vento da prescrição disciplinar (artigo 66, § 3ºc/c artigo 69 da Lei 9.784/99). Este CNMP járeconheceu a prescrição do direito de punir:Representação por Inércia ou por Excesso dePrazo nº 1.000067/2015-38, Relator Conse-lheiro OTÁVIO BRITO LOPES, DJ 18/10/2016.7. Rejeitada a preliminar de ausência de justacausa, considerando que “por envolver valo-ração de provas, confunde-se com o mérito,razão pela qual ser[á] enfrentada na funda-mentação meritória realizada a seguir”, na li-nha do decido pela egrégia Corregedoria Na-cional, na decisão vergastada. 8. O ProcessoAdministrativo Disciplinar nº 012/2015-CGMP/PI foi instaurado no dia 15/11/2015, apartir do Pedido de Providências nº 023/2015que, por sua vez, foi provocada pela repre-sentação de uma cidadã, enviada à Correge-doria-Geral do MP/PI no dia 07/08/2016. Por-tanto, a Corregedoria Geral do MP/PI, emcumprimento ao seu munus funcional, deudevido tratamento à reclamação ofertada porpopular (artigos 142 e 165, da LOMP/PI). 9.Não foi identificada qualquer irregularidadena atuação da Corregedoria Local ao tomartermo das declarações da representante queprovocou a instauração do PAD nº 012/2015.A ata de audiência foi devidamente assinadapelo então requerido e por seu advogadoconstituído nos autos, sem que

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houvesse qualquer registro de protesto ou re-querimento por parte da defesa, seja conco-mitante ou posterior ao alegado episódio,conforme certificado pela Corregedora-GeralSubstituta do MP/PI. 10. A Corregedoria Geraldo MP/PI determinou a instauração do Pro-cesso Administrativo Disciplinar em comentopara apurar possível descumprimento dos de-veres funcionais estabelecidos no artigo 82,incisos VI e VIII previstos na LCE nº 12/93pelo Promotor de Justiça ora recorrente, pos-to que, em dado processo judicial, mesmotendo ciência de que o curador provisório ti-nha colisão de interesses com o curatelado,conforme ressaltado em parecer ministerial,anteriormente emitido, por outro membro doMP/PI, o ora recorrente não tomou as provi-dências cabíveis, causando prejuízo ao cura-telado. Portanto, os pareceres ministeriaisaparentemente contraditórios deram lastroprobatório mínimo à instauração da investiga-ção disciplinar. Ocorre que, após a devida ins-trução probatória com ampla participação dadefesa e com a oitiva da representante, do re-presentado, do membro do MP/PI que emitiuo parecer supostamente contraditório ao doora recorrente e do suposto beneficiário daalegada atuação parcial do ora recorrente, aCorregedoria-Geral concluiu pela manifestaausência de elemento configurador de faltafuncional, já que os pareceres dos membrosdo MP/PI foram lavrados em processos judici-ais diferentes e, portanto, seriam indepen-dentes. Ademais, asseverou que o parecer domembro do MP/PI então requerido encon-trava-se devidamente lastreado em períciamédica. Por fim, destacou que a figura do cu-rador provisório no processo de interdiçãonão se confunde com

o curador especial, instituído no processo dearrolamento. Com base nestas circunstâncias,o PAD nº 012/2015-CGMP/PI foi, motivada-mente, arquivado na origem. 11. Portanto,não foram vislumbradas irregularidades ouindícios de parcialidade na atuação da Corre-gedoria Geral de Justiça do MP/PI ao instau-rar e conduzir o Processo Administrativo Dis-ciplinar nº 012/2015, em desfavor do ora re-corrente. 12. Recurso interno conhecido e, nomérito, improvido.

O Conselho, a unanimidade, nos termos dovoto do Relator, negou provimento ao pre-sente Recurso Interno.

Pedido de Providências nº 1.00784/2017-02(Rel. Luciano Maia)

Consulta nº 1.00724/2017-27 (Rel. LucianoMaia)

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS APRESENTADOPELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.CONSULTA FORMULADA PELO MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL. IDENTIDADE DE MATÉRIA.APLICAÇÃO DA RESOLUÇÃO CNMP 174/2017,QUE REGULAMENTA A INSTAURAÇÃO E ATRAMITAÇÃO DA NOTÍCIA DE FATO E DO PRO-CEDIMENTO ADMINISTRATIVO. INTERPRETA-ÇÃO DO ATO NORMATIVO. PEDIDO DE PROVI-DÊNCIAS JULGADO PROCEDENTE. CONSULTARESPONDIDA. POSSIBILIDADE DE O MPFMANTER ATIVA A “SALA DE ATENDIMENTOAO CIDADÃO”. INSTAURAÇÃO DE PROPOSI-ÇÃO COM VISTAS A ALTERAR A RE-

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SOLUÇÃO CNMP 174/2017. 1. Trata-se de Pe-dido de Providências nº 1.00784/2017-02,apresentado por RONALDO CURADO FLEURY,Procurador-Geral do Trabalho, e LUIZ EDUAR-DO GUIMARÃES BOJART, Vice-Procurador-Geral do Trabalho, e Consulta nº1.00724/2017-27, formulada por HINDEM-BURGO CHATEAUBRIAND FILHO, então Corre-gedor-Geral do Ministério Público Federal, eLUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN, Coor-denadora do Comitê de Governança do Siste-ma Único do Ministério Público Federal, am-bos relativos à aplicação da Resolução CNMPn. 174, de 4 de julho de 2017, que disciplina,no âmbito do Ministério Público, a instaura-ção e a tramitação da Notícia de Fato e doProcedimento Administrativo. 2. É necessárioconferir interpretação aos artigos 1º e 4º daResolução CNMP n. 174, de 4 de julho de2017, por meio da interpretação teleológica esistêmica da norma, conjugando-se fatores ecircunstâncias que regeram a sua formação e,ainda, analisá-los em sintonia com a Consti-tuição e as demais normas jurídicas vigentes,sobretudo aquelas que disciplinam a atuaçãodo Ministério Público brasileiro. 3. A expres-são “qualquer demanda dirigida aos órgãosda atividade-fim do Ministério Público”, pre-vista no artigo 1º da Resolução CNMP n.174/2017, pressupõe, evidentemente, aquelacujo conteúdo ou finalidade tenha correlaçãocom as funções ministeriais. Se o entendi-mento fosse diverso, não constaria do menci-onado artigo a expressão “conforme as

atribuições das respectivas áreas de atuação”.4. Sob o prisma do Ministério Público resolu-tivo, poderá ser indeferida, de plano, a ins-tauração de Notícia de Fato quando o fatonarrado não configurar lesão ou ameaça delesão aos interesses ou direitos tuteladospelo Ministério Público, ou, ainda, quando forincompreensível. Entendimento que é aplicá-vel a todas as unidades e ramos do MinistérioPúblico. 5. Pedido de Providências nº1.00784/2017-02 conhecido e julgado proce-dente para conferir à interpretação ao artigo1º da Resolução CNMP n. 174/2017 e proporalteração de seu artigo 2º, com a finalidadede aperfeiçoar a norma em questão, tor-nando-a mais alinhada à atuação resolutivado Ministério Público brasileiro. 6. Consultanº 1.00724/2017-27 recebida como Pedidode Providências e, no mérito, julgado proce-dente no sentido de possibilitar ao MinistérioPúblico Federal a manutenção da “Sala deAtendimento ao Cidadão”, responsável peloatendimento inicial ao público, instituída pormeio da Portaria PGR/MPF n. 412, de 5 de ju-lho de 2013, sem que isso caracterize viola-ção à Resolução CNMP n. 174/2017. 7. Deter-minação de instauração de proposição comvistas a alterar o artigo 2º da ResoluçãoCNMP n. 174/2017, com a inclusão da reda-ção sugerida pelo Ministério Público do Tra-balho no Pedido de Providências nº1.00784/2017- 02, bem como alterar o artigo4º do citado ato normativo, constando-se, ex-pressa e separadamente, as hipóteses de

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indeferimento da instauração de Notícia deFato e as de arquivamento, na forma da inter-pretação acima conferida.

O Conselho, a unanimidade, conheceu aconsulta feita pelos órgãos do MPF como Pe-dido de Providência, nos termos do voto dorelator. No mérito, julgou procedente ambosos pedidos, no sentido de possibilitar ao Mi-nistério Público Federal a manutenção dasala de atendimento do cidadão, responsá-vel pelo atendimento inicial ao público insti-tuída por Portaria, PGR 412/2013, sem queisso caracterize ofensa à Resolução 174 des-te Conselho. Ainda no mérito, o relator apre-senta proposição de modo a alterar o art. 2ºda Resolução CNMP nº 174 com inclusão daredação sugerida pelo requerente, Ministé-rio Público do Trabalho, para alterar o art.4º, constando-se expressa e separadamenteas hipóteses de indeferimento da instaura-ção da notícia de fato e as de arquivamentonos termos do voto contido pelo Relator. Aproposição será oportunamente distribuídaa um Relator para exame deste Plenário.

Reclamação Disciplinar nº 1.00698/2016-38– Recurso Interno (Rel. Lauro Nogueira)

RECURSO INTERNO EM FACE DE DECISÃO DACORREGEDORIA NACIONAL QUE DETERMI-NOU O ARQUIVAMENTO DE RECLAMAÇÃODISCIPLINAR. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO DE

INTERPOSIÇÃO PREVISTO NO ART. 154 DO RE-GIMENTO INTERNO. PRECLUSÃO TEMPORAL.INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.Não se conhece de recurso interno interpostoapós o prazo de 5 dias previsto no art. 154 doRegimento Interno do CNMP. A intempestivi-dade dá ensejo à preclusão temporal e, porconsequência, ao não conhecimento da insur-gência recursal.

Não reconheceu a Reclamação Disciplinar. Adecisão é unânime nos termos do voto doRelator.

Reclamação Disciplinar nº 1.00358/2017-33– Recurso Interno (Rel. Sebastião Caixeta)

RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR. RECURSO INTER-NO. MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDE-RAL E TERRITÓRIOS. IRREGULARIDADES NAATUAÇÃO DO MEMBRO MINISTERIAL EMPROCESSOS JUDICIAIS. NÃO CARACTERIZA-ÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE DA ATI-VIDADE FINALÍSTICA DO PARQUET. ENUNCIA-DO CNMP N.º 6/2009. INEXISTÊNCIA DE INDÍ-CIOS MÍNIMOS DE QUE O RECORRIDO TENHATRATADO A RECORRENTE DE FORMA DESRES-PEITOSA OU CRITICADO A ATUAÇÃO DE OU-TRO MEMBRO MINISTERIAL. RECURSO CO-NHECIDO E DESPROVIDO.

I – Trata-se de Recurso Interno interpostocontra decisão de arquivamento proferidapela Corregedoria Nacional em ReclamaçãoDisciplinar na qual são apurados os seguintes

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fatos: a) irregularidade da atuação de Mem-bro do Ministério Público do Distrito Federale Territórios nos processos judiciais n.ºs2012.01.1.125458-2 e 2014.01.1.198567-4; b)possível violação ao dever funcional de tratarcom urbanidade pessoas com quem se relaci-ona em razão do serviço. II – Em relação aoprocesso n.º 2012.01.1.125458-2, a atuaçãodo Parquet já foi examinada à exaustão, noâmbito deste Conselho Nacional, na Repre-sentação por Inércia ou Excesso de Prazo n.º1.00271/2017-01, cuja decisão de arquiva-mento transitou em julgado em 5/06/2017,inexistindo alteração fática que justifique areapreciação do caso por este Órgão de Con-trole. III – No que se refere ao processo n.º2014.01.1.198567-4, não se observa qualquerfato imputável ao recorrido que caracterize,ainda que indiciariamente, infração discipli-nar. IV – O oferecimento de alegações finaispelo Membro do Ministério Público, nasquais pugnou pela absolvição dos réus, con-siste em ato de natureza finalística, acoberta-do pelo princípio da independência funcional,não se submetendo a controle perante esteConselho Nacional, nos termos do EnunciadoCNMP n.º 6/2009. V – Inexistência de indíciosprobatórios mínimos de que o recorrido te-nha tratado de forma desrespeitosa a recor-rente ou tenha criticado a atuação de outroPromotor de Justiça. VI – Recurso conhecidoe, no mérito, desprovido.

O Conselho, a unanimidade, negou provi-mento ao Recurso Interno, nos termos dovoto do Relator.

Pedido de Providências nº 1.00796/2017-56– Recurso Interno (Rel. Luciano Maia)

RECURSO INTERNO EM PEDIDO DE PROVI-DÊNCIAS. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADODO RIO GRANDE DO NORTE. RECORRENTEREITERA OS TERMOS DA PEÇA EXORDIAL. DE-CISÃO MONOCRÁTICA DE ARQUIVAMENTOTROUXE ARGUMENTAÇÃO SUFICIENTE À SO-LUÇÃO DO CASO. NÃO HÁ NOS AUTOS CON-DUTA DE MEMBRO PASSÍVEL DE CONTROLEPOR ESTE CONSELHO NACIONAL. JUDICIALI-ZAÇÃO DA MATÉRIA. ENUNCIADO Nº6/CNMP. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRI-TO, IMPROVIDO. 1. Pedido de Providênciasinstaurado com vistas a apurar eventual ilega-lidade de procedimentos adotados pelo Mi-nistério Público do Estado do Rio Grande doNorte com relação ao Inquérito Policial123/2015 – 2ª DP – Natal/RN (autos nº0102575-95.2016.8.20.0001), em especial orespectivo parecer de arquivamento lavradopelo representante ministerial. 2. Restouconstatado que a promoção de arquivamen-to no procedimento ora mencionado, de lavrado substituto legal da 18ª Promotoria de Jus-tiça da Comarca de Natal, e, em seu mérito,reiterada por manifestação posterior da Pro-motora de Justiça titular daquela unidade mi-nisterial, encontra-se devidamente motivada,respaldada em precedentes jurisprudenciaise em citações doutrinárias. Outrossim, os pa-receres dos dois diferentes membros doMP/RN, oficiantes no feito, foram acatados

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pelo órgão jurisdicional competente. 3. Re-curso não aborda qualquer fato novo, razãopela qual a decisão monocrática de arquiva-mento deve ser mantida incólume. 4. Recursointerno conhecido e improvido.

O Conselho, a unanimidade, negou provi-mento ao Recurso Interno, nos termos dovoto do Relator.

Pedido de Providências nº 1.00885/2017-93– Recurso Interno (Rel. Leonardo Accioly)

RECURSO INTERNO NO PEDIDO DE PROVI-DÊNCIAS. DECISÃO MONOCRÁTICA DE AR-QUIVAMENTO DOS AUTOS. INCOMPETÊNCIADO CNMP PARA APRECIAR ATOS DE MEMBRODO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS. INTEM-PESTIVIDADE. DESCUMPRIMENTO DO ART.153 PARÁGRAFO ÚNICO DO RICNMP.

1. Trata-se de Recurso Interno manejado emface de decisão monocrática proferida nosautos de Pedido de Providências, instauradocom o escopo de que fosse deflagrado proce-dimento investigativo destinado à apuraçãode possível infração disciplinar, sujeita à penade demissão por membro do Ministério Pú-blico de Contas do Estado de Rondônia. 2. Pe-dido de Providências indeferido monocratica-mente, tendo em vista o entendimento desteConselho Nacional no sentido de que os atosdo Ministério Público de Contas são insuscetí-veis de apreciação por este órgão de controlenacional. Precedentes: PCA nº01.00200/2015-56 e PP nº

0.00.000.000371/2015-86. 3. Recurso Internointerposto após o prazo regimental de cincodias (Art. 154 do RICNMP). Não conhecimen-to. 4. Cuidando-se de pretensão que não seenquadra no rol das atribuições constitucio-nais deste CNMP, não se pode dizer que o in-deferimento da análise do pedido autoralcausa restrição de direito ou de prerrogativado demandante, nos termos do ParágrafoÚnico do Art. 153 do RICNMP. 5. Recurso In-terno não conhecido.

O Conselho, a unanimidade, não reconheceudo Recurso Interno, nos termos do voto doRelator.

Pedido de Providências nº 1.00923/2017-44– Recurso Interno (Rel. Luciano Maia)

RECURSO INTERNO EM PEDIDO DE PROVI-DÊNCIAS. UTILIZAÇÃO DE DADOS IDENTITÁ-RIOS PARA QUALIFICAÇÃO DO AUTOR. ALE-GAÇÃO DE OFENSA AOS DIREITOS À INTIMI-DADE E À PRIVACIDADE. NÃO CONFIGURA-ÇÃO. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO. 1. Recurso interno interpostocontra decisão monocrática que julgou im-procedente o Pedido de Providências instau-rado, por provocação do recorrente, para ofim de apreciar a legalidade do art. 153 doRegimento Interno deste Conselho Nacional.2. A razão recursal, consubstanciada na alega-ção de que a utilização de seus dados identi-tários (nome, prenome, estado civil, CPF, en-dereço eletrônico, etc.), no corpo decisó-

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rio, afronta a sua privacidade e/ou intimida-de, não merece acolhida. 3. Os dados inseri-dos na decisão recorrida, longe de violar osdireitos assegurados constitucionalmente aorecorrente, referem-se a mera formalidadede qualificação do autor, exigidos para a pro-vocação deste Conselho Nacional (art. 36,§1º, do RICNMP), e para o ajuizamento depetição inicial, ex vi do art. 319 do NCPC, apli-cável subsidiariamente aos processos desteConselho Nacional (art. 165 do RICNMP). Pre-cedente deste CNMP. 4. Recurso interno co-nhecido e, no mérito, improvido.

O Conselho, a unanimidade, negou provi-mento ao Recurso Interno, nos termos dovoto do Relator.

Pedido de Controle Administrativo nº1.01126/2017-48 – Recurso Interno (Rel. Sil-vio Amorim)

RECURSO INTERNO EM PROCEDIMENTO DECONTROLE ADMINISTRATIVO. MINISTÉRIOPÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINARINSTAURADO CONTRA SERVIDOR. ALEGAÇÃODE NULIDADE. INGRESSO NA CARREIRA DESERVIDOR MEDIANTE FRAUDE EM CONCUR-SO PÚBLICO. MATÉRIA ADMINISTRATIVA COMMERA REPERCUSSÃO INDIVIDUAL. ENUNCIA-DO CNMP Nº 8/2014. INCOMPETÊNCIA DOCNMP PARA REVISAR PROCESSO DISCIPLINARINSTAURADO CONTRA SERVI-

DOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO IN-TERNO IMPROVIDO.

O Conselho negou provimento, a unanimida-de, nos termos do voto do Relator.

Proposição nº 1.00056/2017-10 (Rel. SilvioAmorim)

Conselho Nacional do Ministério Público. Pro-posta de Resolução. Obrigatoriedade de cor-reições e inspeções no âmbito do MinistérioPúblico da União e dos Estados. Sistema deAvaliação pelas Corregedorias. Aferição deeficácia social. Sistema Nacional de Correi-ções e Inspeções.

Apresentado o voto do Conselheiro Rocha-del, que por sua extensão afigura-se comoprojeto substitutivo do que está sendo exa-minado nestes autos, foi acolhida a questãode ordem no sentido de determinar a suaautuação em separado e distribuir por pre-venção ao Conselheiro Relator Silvio Amo-rim, para apreciação conjunta com a questãoobjeto deste processo, unânime.

Procedimento Avocado nº 1.00600/2017-88(Rel. Silvio Amorim)

PROCEDIMENTO AVOCADO. MINISTÉRIO PÚ-BLICO DO ESTADO DO MARANHÃO. AVOCA-ÇÃO DE PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO APROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.

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INSTRUÇÃO DO PROCEDIMENTO. ATRIBUI-ÇÃO DO CORREGEDOR NACIONAL. REGIMEN-TO INTERNO DO CNMP. QUESTÃO DE ORDEM.REMESSA DO PROCEDIMENTO À CORREGE-DORIA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

O Conselho, a unanimidade, acolheu a ques-tão de ordem suscitada pelo Relator e deter-minou a remessa do procedimento à Corre-gedoria Nacional do Ministério Público paraas providências que entender cabíveis.

Processo Administrativo Disciplinar nº1.01113/2017-32 (Rel. Luiz Fernando Ban-deira)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTA-DO DO RIO GRANDE DO SUL. OFENSAS A MA-GISTRADO DIVULGADAS POR MEIO DA REDESOCIAL FACEBOOK, OBJETO TAMBÉM DEQUEIXACRIME RECEBIDA PELO ÓRGÃO ESPE-CIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. NÃOOCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. SUBMISSÃODO FEITO AO PLENÁRIO DO CONSELHO NACI-ONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. REFERENDODA DECISÃO MONOCRÁTICA DE INSTAURA-ÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCI-PLINAR. 1. Processo Administrativo Discipli-nar instaurado por meio da Portaria CNMP-CN nº 00274, de 13 de novembro de 2017,publicada em 22 de novembro de 2017, daCorregedoria Nacional do Ministério Público

contra Membro do Ministério Público do Es-tado do Rio Grande do Sul em virtude daprática, em tese, de falta funcional punívelcom a suspensão, por 50 (cinquenta) dias,por não observância do art. 55, caput e incisoI, da Lei Estadual 6.536/1973 (Estatuto do Mi-nistério Público do Rio Grande do Sul); 2.Ofensas a Magistrado por meio da rede socialfacebook; 3. Não ocorrência da prescrição nocaso concreto. Admitindo-se, hipoteticamen-te, que a conduta tenha maculado o prestígioda Instituição e o respeito aos Magistrados, oprazo prescricional para a punibilidade admi-nistrativa é o mesmo previsto pela lei penal,contado da data do trânsito em julgado dasentença penal condenatório (art. 125, §1ºda Lei Estadual nº 6.536/73), notadamentequando o fato é objeto de queixa-crime devi-damente recebida; 4. Em uma análise preli-minar e precária, própria dessa fase proces-sual, se verifica a existência da justa causapara a instauração do feito, sendo escorreitaa decisão monocrática proferida pelo Emi-nente Corregedor Nacional; 5. Referendo dadecisão monocrática proferida pelo EminenteCorregedor Nacional.

O Conselho, à unanimidade, determinou aabertura do Processo Administrativo Disci-plinar, nos termos do voto do relator.

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Processo Administrativo Disciplinar nº1.00542/2017-38 (Rel. Fábio Stica)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.MEMBRO DOMINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTA-DO DO AMAZONAS. DETERMINAÇÃO DE INS-TAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR POR DECISÃO MONOCRÁTICADO CORREGEDOR NACIONAL. NECESSIDADEDE SUBMISSÃO DO ATO À DELIBERAÇÃO PLE-NÁRIA COM PRÉVIA INTIMAÇÃO PESSOAL DAPART. PREVISÃO DO ARTIGO 77, § 2º, DO RE-GIMENTO INTERNO DO CNMP. REFERENDOPLENÁRIO DA INSTAURAÇÃO.

O Conselho, à unanimidade, determinou aabertura do procedimento administrativodisciplinar, nos termos do voto do relator, ra-tificando os atos instrutórios já praticados.

Processo Administrativo Disciplinar nº1.00043/2018-02 (Rel. Lauro Nogueira)

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTA-DO DA BAHIA. DETERMINAÇÃO DE INSTAU-RAÇÃO POR DECISÃO MONOCRÁTICA DOCORREGEDOR NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚ-BLICO. NECESSIDADE DE SUBMISSÃO DO ATOÀ DELIBERAÇÃO PLENÁRIA COM PRÉVIA INTI-MAÇÃO DA PARTE. PREVISÃO DO ART. 77, §2º, DO REGIMENTO INTERNO DO CNMP. RE-FERENDO DA INSTAURAÇÃO.

O Conselho, à unanimidade, determinou aabertura do procedimento administrativodisciplinar, nos termos do voto do relator.

Procedimento Interno de Comissão nº0.00.000.000133/2017-32 (Rel. Leonardo Ac-cioly)

PROCEDIMENTO INTERNO DE COMISSÃO.MOSTRA DE ARTE NO MAM-MUSEU DE ARTEMODERNA EXIBIÇAO DE NU MASCULINO. IN-TERAÇAO DE HOMFM NU COM CRIANÇA.

I. Procedimento Interno de Comissão instau-rado a partir de reportagens veiculadas pelamidia nacional, noticiando exposição no Mu-seu de Ane Moderna de São Paulo, onde umartista, despido , interage com uma criançade quatro anos de idade. 2. Imagens e vídeosdesta interação entre artista e criança passa-ram a ser veiculadas nas redes sociais, pormeio do Youtube e Facebook. 3. Durante ainstrução processual, verificou›se que o Mi-nisterio Público de São Paulo instaurou In-quérito Civil Público para investigar os fatosnarrados, e que, deste inquérito, derivaramduas Ações Civis Públicas em face das empre-sas Facebook e Google, por veicularem asimagens e vídeos, bem corno Outras provi-dências ein face de outros envolvidos. 4. Atu-ação proficiente do MP/SP, no sentido deapurar o caso, inclusive com a detlagração deprocedimentos extrajudiciais e judiciais emface das empresas Youtube, Facebook, Goo-

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gle, bem como, do Museu de artes modernas,que recebeu a exposição, além do Órgão doPoder Executivo, isto é, Secretaria de Culturade São Paulo, razão pela qual, o arquivamen-to do Procedimento Interno de Comissão émedida que se impõe.

O Conselho, à unanimidade, determinou oarquivamento do feito, nos termos do votodo relator.

Reclamação para Preservação da Autono-mia do Ministério Público nº 1.01063/2017-20 (Rel. Fábio Stica)

RECLAMAÇÃO PARA PRESERVAÇÃO DA AUTO-NOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. MEMBRODO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DOPARÁ. INCOMPETÊNCIA DO COLÉGIO DE RO-CURADORES PARA REVER ATO DE GESTÃO DOPROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA. ILEGALI-DADE NÃO CONFIGURADA. INICIATIVA DOATUAL PGJ PARA SUBMETER QUESTÃO INSTI-TUCIONAL AO COLÉGIO. ENCAMPAMENTODO ATO PELO GESTOR DO MP/PA. ESFERA DEDISCRICIONARIEDADE DO PROCURADOR-GERAL. IMPROCEDÊNCIA.

O Conselheiro, à unanimidade, julgou impro-cedente esta reclamação, nos termos dovoto do relator.

Procedimento de Controle Administrativo nº1.00916/2017-60 (Rel. Leonardo Accioly)

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRA-TIVO. EDITAL Nº 29/2017. PROMOÇÃO PORANTIGUIDADE. JURUMENHA/PI. LIMINARCONCEDIDA PARA JULGAMENTO IMEDIATODO EDITAL. ADOÇÃO DE PROVIDÊNCIAS PARARESGUARDAR ANTIGUIDADE DO REQUEREN-TE E INSCRITOS. RATIFICAÇÃO DA LIMINAR. 1.Trata-se de Procedimento de Controle Admi-nistrativo (PCA) manejado por Márcio GiorgeCarcará Rocha em face do Ministério Públicodo Estado do Piauí, visando desconstituiçãodo ato do Conselho Superior do MinistérioPúblico, consubstanciado no voto do Procura-dor de Justiça Fernando Ferro Melo Gomes,membro do Conselho Superior do MP/PI, re-lator do Procedimento de Gestão Administra-tiva 18373/2017, que determinou a suspen-são, distribuição e relatoria e andamento doedital nº. 29/2017, da Promotoria de Justiçade Jurumenha/Piauí, determinando o seu re-gular seguimento e apreciação pelo ConselhoSuperior. 2. A decisão proferida pelo Procura-dor de Justiça Fernando Melo Ferro, às fls.20-24, que determinou a tramitação dos edi-tais nºs. 14 a 28/2017 e 30 a 33/2017, à exce-ção do edital nº. 29/2007, não deve produzirmais efeitos, ante a declaração juntada aosautos através do documento Elo nº.01.009072/2017. 3. O requerente e demaisinscritos no edital nº 29/2017 não deram cau-sa à suspensão de sua regular tramitação,portanto, o Ministério Público do Estado do

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Piauí deve adotar providências no sentido deresguardar a antiguidade dos inscritos no cer-tame à Promotoria de Justiça deJurumenha/PI. 4. Ratificação da liminar con-cedida, no sentido de determinar ao Ministé-rio Público do Estado do Piauí que julgue ime-diatamente o Edital nº 29/2017, bem comoque adote a providências no sentido de res-guardar a antiguidade dos inscritos no Editalnº. 29/2017. 5. Procedimento de ControleAdministrativo julgado procedente.

O Conselho, à unanimidade, julgou proce-dente este procedimento e ratificou a limi-nar concedida, nos termos do voto do rela-tor.

PROCESSOS COM PEDIDO DE VISTA

Procedimento de Controle Administrativo nº1.01059/2017-07 (Rel. Sebastião Caixeta)

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRA-TIVO. ATRIBUIÇÃO DO CNMP RESTRITA AOCONTROLE EXTERNO DE JURIDICIDADE NOSTERMOS DO ART. 130-A, § 2º, DA CONSTITUI-ÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE IN-CURSÃO PELO MÉRITO ADMINISTRATIVO. IM-PERATIVO DE RESPEITO À AUTONOMIA DOMINISTÉRIO PÚBLICO. PORTARIAS EXPEDIDASPELO SECRETÁRIO-GERAL DO MINISTÉRIO PÚ-BLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. REMO-ÇÃO DE SERVIDORES DA OUVIDORIA. ALEGA-ÇÃO DE IRREGULARIDADES. LIMINAR INDEFE-RIDA. TENTATIVA DE COMPOSIÇÃO AMIGÁ-VEL ENTRE AS PARTES NÃO ALCANÇADA.NOVO PEDIDO LIMINAR FORMULADO PELOAUTOR. EXONERAÇÃO DE OCUPANTE DEFUNÇÃO COMISSIONADA ALOCADA POR LEINA OUVIDORIA. ESPECIAL FIDÚCIA ENTRE OOCUPANTE DO COMISSIONAMENTO E A CHE-FIA IMEDIATA. NECESSIDADE DE ANUÊNCIADA CHEFIA IMEDIATA AO ATO DE EXONERA-ÇÃO NÃO VERIFICADA NA ESPÉCIE. PARCIALPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.

I –A atribuição do CNMP é restrita ao contro-le externo da juridicidade dos atos adminis-trativos de gestão patrimonial, orçamentária,financeira e de pessoal, subsumíveis no art.37 da Constituição Federal, nos exatos termosdo art. 130-A, § 2º, da Carta Magna. II –É ve-dado ao CNMP incursionar no mérito admi-nistrativo, substituindo-se às escolhas feitaspelo administrador ministerial inseridas na

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sua competência de auto-organização e deautogoverno, sob pena de desrespeitar suaprimeira e mais importante atribuição consti-tucional que é “zelar pela autonomia funcio-nal e administrativa do Ministério Público”(CF, art. 130-A, § 2º, I). III – Cuida-se de Pro-cedimento de Controle Administrativo instau-rado com o propósito de realização do con-trole de juridicidade das Portarias SGMP nºs746/2017, 747/2017, 751/2017 e 869/2017,expedidas pelo Secretário-Geral do MinistérioPúblico do Estado de Pernambuco, nas quaisfoi determinada a remoção de servidores daOuvidoria da instituição. IV–O Secretário-Geraldo Ministério Público do Estado de Pernambu-co, agindo por delegação do Procurador-Geralde Justiça, tem atribuição para a prática de atosde movimentação de pessoal. V–Logo, não sevislumbra contrariedade aos princípios adminis-trativos estabelecidos no artigo 37 da Constitui-ção Federal no que tange à edição das Portariasnºs 747/2017 e 751/2017, referentes à movi-mentação das servidoras Janaína Negreiros Sie-ber Padilha e Raíssa de Oliveira Santos Lima. VI-Não havendo violação ao ordenamento jurídi-co ou aos princípios reitores da AdministraçãoPública, não cabe a este Conselho Nacional des-constituir atos que foram legitimamente prati-cados pela Procuradoria-Geral de Justiça, noexercício da sua autonomia administrativa e degestão, visando a atender, inclusive, a determi-nação proferida pelo Plenário desta Corte Ad-ministrativa. VII–Exceção no que tange às Por-tarias nºs 746 e 869/2017, haja vista que o atode dispensa de Michelle Lustosa de Sá Cantarel-li e Raíssa Bezerra Monteiro deveria, em razãoda própria natureza das funções de confiançaque exerciam, contar com a anuência da chefiaimediata a que estavam

subordinadas as servidoras e com a qual esta-beleceu-se a relação de especial fidúcia. VIII - AProcuradoria-Geral de Justiça, no exercício desua autonomia administrativa e de gestão dosrecursos humanos, deve observância à estrutu-ra organizacional administrativa expressamenteprevista no Regimento Interno da Ouvidoria doMinistério Público do Estado de Pernambuco,aprovado, à unanimidade, pelo Colégio de Pro-curadores de Justiça em 23/11/2015. IX –Parci-al procedência dos pedidos formulados nainicial para: 1) Desconstituir os atos adminis-trativos perpetrados por meio da edição dasPortarias MPPE SG nºs 746 e 869/2017, tor-nando sem efeito quaisquer atos e efeitos de-las decorrentes; 2) Determinar ao MinistérioPúblico do Estado de Pernambuco que, noexercício de sua autonomia administrativa ede gestão, observe a estrutura organizacionaladministrativa da Ouvidoria da instituição,conforme estabelecido pela Lei nº 12.956/2005 e Resolução CPJ nº 001/2016, ga-rantindo a manutenção de número mínimode servidores lotados naquele órgão; e 3)Propor a instauração de Procedimento deControle Administrativo com o fim de apurara legalidade da política de contratação de ter-ceirizados adotada no âmbito do MPPE.

O Plenário do CNMP iniciou julgamento doaludido processo e após voto do relator nosentido de dar parcial procedência ao pedi-do, houve pedido de vista do Conselheiro Le-onardo Accioly.

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Revisão de Decisão do Conselho nº1.01095/2017-70 (Rel. Lauro Nogueira)

Conselho Nacional do Ministério Público. Pe-dido de Revisão de decisões proferidas noPAD n. 0.00.000.000741/2012-32. Fato novo.Sentença judicial. Pedido de liminar.

O Relator negou provimento ao recurso in-terno, no que foi acompanhado pelo Corre-gedor Nacional, Orlando Rochadel, e pediuvista o Conselheiro Marcelo Weitzel, aguar-dam os demais.

Reclamação para Preservação da Autono-mia do Ministério Público nº 1.00147/2017-64 (Rel. Sebastião Caixeta)

RECLAMAÇÃO PARA PRESERVAÇÃO DA AUTO-NOMIA. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DOESPÍRITO SANTO E MINISTÉRIO PÚBLICO DOTRABALHO. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO CE-LEBRADO ENTRE AS PARTES. I – Cuida-se deReclamação para Preservação da Autonomiado Ministério Público, encetada a partir depetição subscrita pela Procuradora-Geral deJustiça do Estado do Espírito Santo, em desfa-vor da Procuradoria Regional do Trabalho da17ª Região, na qual afirma, em síntese, que amediação realizada por esta Procuradoria doTrabalho com os representantes de movimen-to grevista da Polícia Militar do Estado do Es-pírito Santo, Defensoria Pública da União,TRT/ES, CUT/ES e Comitê Permanente de Ne-gociação do Poder Executivo estadual

teria usurpado atribuições do Parquet esta-dual, para o acompanhamento e a fiscaliza-ção de processos disciplinares instauradospela Corregedoria-Geral da Polícia Militar. II –A questão versada nos presentes autos foiequacionada por Reclamação para Preserva-ção da Autonomia do Ministério Público nº1.000147/2017-64 1/23 ORIGINAL DO DOCU-MENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR: SE-BASTIAO VIEIRA CAIXETA, EM 06/02/201817:07:41 (HORARIO DE BRASILIA) ENDERECOPARA VERIFICACAO DO DOCUMENTO ORIGI-NAL: http://elo.cnmp.mp.br/pages/verificar-Documento.seam?chave=DvFFPI CONSELHONACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO meio deacordo celebrado entre as partes. Com efeito,a composição consensual engendrada emreunião ocorrida no âmbito do Conselho Na-cional do Ministério Público, culminou com aposterior assinatura da Portaria ConjuntaMPES/MPT nº 001/2018, por meio da qual foicriado o Gabinete Permanente Interinstituci-onal – GPI/MPES/MPT, destinado à manuten-ção de permanente diálogo e troca de infor-mações acerca das questões que possam re-percutir na esfera de atuação do MinistérioPúblico do Estado e do Trabalho, visando, so-bretudo, à prevenção de conflitos sociais. III –Nesse contexto, merece ser destacado o ele-vado comprometimento com o interesse pú-blico, a maturidade institucional e a sensibili-dade social demonstrados pelo Ministério Pú-blico do Estado do Espírito Santo e pelo Mi-nistério Público do Trabalho, os quais dão o

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exemplo do permanente e convergente diálo-go institucional como forma de prevenção deconflitos ministeriais de atuação resolutiva,profícua, eficiente e eficaz em prol dos inte-resses sociais. IV – Acordo homologado peloPlenário, nos termos do inciso X do artigo 43do Regimento Interno do CNMP, para reco-nhecer a cessação do conflito originariamen-te estabelecido, haja vista a solução consen-sual alcançada pelas partes, com a criação demecanismo interinstitucional para fazer fren-te a futuras situações de crise que, eventual-mente, venham a surgir, garantindo-se, comisso, a atuação conjunta e harmônica dos ra-mos do Parquet no Estado do Espírito Santo,com máxima efetivação dos princípios institu-cionais insculpidos no artigo 127, § 1º, daConstituição da República. V – Considerandoa relevância da iniciativa exemplar, encami-nha-se cópia da Portaria Conjunta MPES/MPTnº 001/2018, por meio da qual foi criado oGabinete Permanente Interinstitucional –GPI/MPES/MPT, a todos os ramos do Ministé-rio Público brasileiro.

O Relator conheceu da reclamação e subme-teu a Plenário acordo celebrado entre aspartes nos termos do inciso X, do art. 43 doRegimento Interno deste Conselho, reconhe-cendo a cessação do conflito originariamen-te estabelecida e determinando o arquiva-mento dos autos em razão da solução con-sensual alcançada pelas partes, com a cria-ção de mecanismo interinstitucional para fa-zer frente a futuras situações de crise que

eventualmente venham a surgir, garantindo-se com isso a atuação conjunta e harmônicados ramos do Parquet do Estado do EspíritoSanto, conferindo máxima participação aosprincípios contidos nos artigos 127 § 1º daConstituição. Propôs ainda ao Plenário quedetermine o envio de cópia da Portaria con-junta, Ministério Público do Espírito Santo,MPT nº 1/2018, que crie o Gabinete perma-nente interinstitucional dos dois órgãos doMinistério Público nos Estados à todos os ra-mos do Ministério Público Brasileiro. O Con-selheiro Gustavo Rocha pediu vista antecipa-da. Aguardam os demais.

Precedente: Ação Cível Originária 924 (Rel.Luix Fux) e Ação Cível Originária 1394 (Rel.Marco Aurélio), STF.

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PROCESSOS ADIADOS

1.00046/2017-751.00973/2017-771.01003/2017-521.00631/2017-751.00752/2017-531.00903/2017-551.00938/2017-671.00939/2017-101.00948/2017-011.00951/2017-701.00961/2017-151.00965/2017-301.00978/2017-451.00979/2017-071.00986/2017-821.00990/2017-031.00991/2017-591.00820/2017-481.00947/2017-581.00957/2017-001.00967/2017-471.00972/2017-131.00977/2017-911.00988/2017-901.00989/2017-431.00993/2017-661.01062/2017-761.00963/2016-321.00085/2017-081.00746/2017-231.00940/2017-72

1.00950/2017-171.00959/2017-00

1.00964/2017-861.00983/2017-111.00637/2017-051.00604/2017-001.00294/2016-711.00076/2018-07 (extra-pauta)

* Entre os processos que estão adiados nestasessão, estão incluídos aqueles que serãoobjeto da pauta temática do dia 20/02/2018.

PROCESSOS RETIRADOS

1.00452/2017-471.00473/2017-901.00667/2017-301.00579/2016-670.00.000.001801/2014-04 (físico)

PROCESSOS COM PRORROGAÇÃO DE PRAZO –PAD/SINDICÂNCIA

1.00444/2017-00 a partir 12/02 por 90 dias1.00780/2017-80 a partir 07/02 por 90 dias1.00787/2017-65 a partir 06/02 por 90 dias1.00792/2017-31 a partir 11/02 por 90 dias1.00574/2017-89 a partir 19/12/2017 por 90dias

CONSELHEIRO AUSENTE JUSTIFICADAMENTE

Conselheiro Érick Venâncio.

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DELIBERAÇÃO

Os processos da relatoria do ConselheiroValter Shuenquener foram redistribuídos,obedecendo o prazo regimental de 60 dias,nos termos do art. 39, § 1º, com exceção dosprocessos: 1.00006/2017-97 que está comvista para Conselheiro Leonardo Accioly e oprocesso 1.00081/2017-85 que está comvista para o Conselheiro Demerval Farias.Nesta situação, o art. 39 § 3º do RegimentoInterno deste Conselho, diz o seguinte: “osprocessos cujo julgamento já tenham sidoiniciados serão redistribuídos ao sucessor,independentemente da data da posse,ressalvados os casos urgentes deliberadospelo Plenário”.

O Conselheiro, por maioria, vencidos osConselheiros Leonardo Accioly, LauroNogueira e Fábio Stica determinou aredistribuição imediata dos dois processos járeferidos.

PROPOSIÇÃO

Conselheiro: Gustavo do Vale RochaProposta de alteração do artigo 3º daResolução nº 160 de 14 de fevereiro de2017. Retirar do artigo 3º a necessidade que omembro seja vitaliciado para poder exercerfunção ou cargo em comissão.

Conselheiro: Fábio SticaProposta de alteração na Resolução nº 178de 07 de agosto de 2017. Supressão das duas colunas da Tabela II bemcomo respondendo na própria proposta dealteração da Resolução algunsquestionamentos que foram feitos pelosProcuradores-Gerais em outros pontos daResolução nº 178.

Por proposta do Conselheiro Fábio Stica, oPlenário do CNMP a unanimidade resolveusobrestar a entrada em vigor da Resolução nº178, deste Conselho, até que se deliberesobre a proposição de alteração pontual queo Conselheiro está apresentando nesta data.

Conselheiro: Marcelo WeitzelProposta de alteração do Regimento Internoart. 7º, § 3º e art. 54, § 1º, ambas referentesa publicação de pauta e inscrição eapresentação oral, para apreciação doColegiado.

Conselheiro: Sebastião CaixetaProposta de alteração do artigo 17 daResolução nº 147 de 21 de junho de 2016.Trata-se de adequação de prazo daapresentação de dados pelas unidades doMinistério Público. Alterar a data de envio dadocumentação para o último dia do mês defevereiro.

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NOTÍCIAS DA CALJ

1. A Revista do CNMP terá novo ConselhoEditorial. A composição deste Conselho con-tará com a participação de membros de reco-nhecida atividade acadêmica no mundo ju-rídico. A alteração faz parte do processo debusca pela certificação da Revista.

2. Sistema PUSH CNMP. Cadastre-se no siste-ma push para receber via e-mail os Informati-vos no momento em que são publicados.Para acessar, clique no link abaixo:http://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/comissoes/comissao-de-acompanhamento-legislativo-e-jurisprudencia/acoes/boletim-informativo

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As informações aqui apresentadas nãosubstituem à publicação oficial dos jul-gados pelo Diário Eletrônico.

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