1ª geração modernista
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICACURSO TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS NATURAL INTEGRADO AO ENSINO
MÉDIO
DOUGLAS HENRIQUE RIBEIRO RODRIGUESLAUREN QUADROS OBRZUT
MARINA GABRIELE GARCETE NASCIMENTOMATHEUS HENRIQUE ALVES
1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO (1922 - 1930)
CONTEXTO HISTÓRICO; CARACTERÍSTICAS; AUTORES E OBRAS
CURITIBA2013
DOUGLAS HENRIQUE RIBEIRO RODRIGUESLAUREN QUADROS OBRZUT
MARINA GABRIELE GARCETE NASCIMENTOMATHEUS HENRIQUE ALVES
1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO (1922 - 1930)
Trabalho apresentado à disciplina de Português III, do Curso Técnico em Petróleo e Gás Natural integrado ao Ensino Médio, da Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação Profissional e Tecnológica, como requisito parcial para avaliação do 1º semestre de 2013.Professora: Maria Lúcia
CURITIBA2013
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4
2 1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO (1922 - 1930)................................................................5
2.1 ASPECTOS CENTRAIS..................................................................................................5
2.2. CORRENTES, REVISTAS E MANIFESTOS................................................................6
2.2.1 DINAMISMO............................................................................................................6
2.2.2 VERDE-AMARELISMO (1926 - 1929)...................................................................6
2.2.3 PAU-BRASIL (1924) E ANTROPOFAGIA (1928)..................................................6
2.3 PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS................................................................................7
2.3.1 MÁRIO DE ANDRADE (1893 - 1945).....................................................................7
2.3.2 OSWALD DE ANDRADE (1890 - 1953).................................................................7
2.3.3 MANUEL BANDEIRA (1886 - 1968)......................................................................8
2.3.4 CASSIANO RICARDO (1895 - 1974)......................................................................8
2.3.5 ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO (1901 - 1935)......................................8
2.3.6 MENOTTI DEL PICCHIA........................................................................................9
2.3.7 RAUL BOPP..............................................................................................................9
3 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO
O modernismo é o movimento literário que se inicia nos primeiros anos do
século XX, através da manifestação da angustia diante das transformações
socioculturais. Representa a ruptura com a estética tradicional e com o passado.
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2 1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO (1922 - 1930)
Durante as primeiras décadas do século XX, ocorrem algumas mudanças na
economia brasileira. A industrialização cresce, sobretudo em São Paulo. Importa-se
mão-de-obra, tanto para a lavoura cafeeira como para as indústrias. O anarquismo é
trazido pelos italianos, provocando protestos, reivindicações e greves, ou seja, lutas
por melhores condições de trabalho. Mas a economia ainda centrava-se na
cafeicultura paulista e na pecuária mineira. Entre os anos de 1922e 1930 intensifica-
se o Tenentismo, cria-se a Coluna Prestes e o Partido Comunista é considerado
ilegal pelo governo.
Em 1929 o preço do café no mercado internacional cai, devido à quebra da
Bolsa de Nova Iorque, e muitos fazendeiros vão à falência. Imigrantes são presos
pela participação em greves. Getúlio Vargas é candidato à presidência da República.
Durante a primeira fase modernista, os escritores fazem uso dos versos livres
e abandonam as formas fixas, como o soneto. A linguagem coloquial é recorrente,
assim como a ausência de pontuação. Combatem valores tradicionais; valorizam
elementos do cotidiano e do progresso; reescrevem textos do passado, com lirismo
ou parodiando-os; as linguagens da poesia e da prosa aproximam-se; são
empregados períodos curtos e utiliza-se a metalinguagem.
2.1 ASPECTOS CENTRAIS
Ruptura estética com o passado e com o academicismo literário.
Ruptura com a gramática normativa, havendo a valorização da linguagem
coloquial.
Irreverência, deboche, sátira; humor como recurso crítico: o poma-piada e o
poema-paródia.
Liberdade formal, personificada em especial pelo uso do verso livre, pelas
formas de composição sem nenhuma regularidade, pela pontuação sem
nenhuma regularidade, pela pontuação subjetiva do texto (ou até mesmo a
ausência total de pontuação).
Livre associação de ideias
Incorporação e valorização do cotidiano.
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Pesquisa das raízes nacionais
Postura nacionalista, às vezes crítica, às vezes ufanista o propósito era
abrasileirar o Brasil.
2.2. CORRENTES, REVISTAS E MANIFESTOS
2.2.1 DINAMISMO
Teve importância nos primeiros anos do Modernismo (1922 - 1924). Adaptação das ideias futuristas de Marinetti à realidade brasileira. Principal ideólogo: Graça Aranha. Ideias divulgas na Revistas Klaxon
2.2.2 VERDE-AMARELISMO (1926 - 1929)
Nacionalismo xenófobo, com a valorização de motivos brasileiros, indígenas, nativos e contra a inspiração nos temas europeus.
O movimento acaba assumindo uma conotação mais política que artística, desaguando no Integralismo.
Anta símbolo nacional. Em 1929, o grupo publica o Manifesto Nhengaçu Verde-Amarelo. Principais nomes:
o Plínio Salgado (líder)o Menotti Del Picchiao Guilherme de Almeidao Cassiano Ricardo
2.2.3 PAU-BRASIL (1924) E ANTROPOFAGIA (1928)
Representam a Corrente Primitivista. Nacionalismo crítico, que valorizava as raízes brasileiras (o índio, a cultura, o
folclore, ...), numa redescoberta do Brasil. Principalmente com a Antropofagia, surge a ideia da deglutição cultural: o
aproveitament crítico de todas as manifestações artísticas, inclusive europeias tupi or not tupi, that is the question.
Manifestoso Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924): assinado por Oswald de
Andrade.o Maifesto Antropófago (1928): também assinado por Oswald,
caracteriza-se por uma ampliação das ideias defendidas no Pau-Brasil.]
Principais nomes:o Oswald de Andradeo Mário de Andradeo Raul Boppo Tarsila do Amaral
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Órgão divulgador: Revista de Antropofagia Outras Revistas:
o Estética (RJ)o A Revista (MG)o Verde (MG)o Festa (RJ)o Terra Roxa e Outras Terras (SP)o Joaquim (PR)
2.3 PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS
2.3.1 MÁRIO DE ANDRADE (1893 - 1945)
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo, em 1893. Formou-se no Conservatório Dramático e Musical, onde posteriormente lecionou História da Música. Trabalhou como professor de piano, jornalista e funcionário público. Em 1934, passou a dirigir o Departamento de Cultura da prefeitura de São Paulo, permanecendo até 1937. Um ano depois se transferiu para o Rio de Janeiro. Foi crítico literário, professor de Estética na Universidade do Distrito Federal e idealizou a Enciclopédia Brasileira do Ministério da Educação. No ano de 1940 retornou a São Paulo, onde foi funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico e faleceu em 1945.
Além da literatura, Mário de Andrade era um amante e estudioso da música, das artes plásticas e do folclore brasileiro. Desejava construir os alicerces de uma cultura verdadeiramente nacional.
Esteve presente nos momentos de preparação, realização e afirmação do movimento modernista brasileiro e criou o Desvairismo que é a liberdade total de pesquisa, criação e expressão (a poesia do inconsciente, a escrita automática, o verso livre, as associações de imagens, a espontaneidade, a linguagem coloquial).
Escreveu poesia (Há uma gota de sangue em cada poema – 1917; Pauliceia Desvairada – 1922; Losango Cáqui – 1926; Clã do Jabuti – 1927; Remate de Males – 1930; Poesias – 1941; Lira Paulistana – 1946); ficção (Amar, Verbo Intransitivo – 1927; Macunaíma – 1928; Contos Novos – 1946); ensaio (A Escrava que não é Isaura – 1925; O Empalhador de Passarinho – 1944); crônica (Os filhos de Candinha – 1943); musicologia e folclore; História da Arte; cartas.
2.3.2 OSWALD DE ANDRADE (1890 - 1953)
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, em 1890. De 1911 a 1912, viajou à Europa, de onde retornou com ideias renovadoras na arte e na literatura. Formou-se em Direito, em 1919. Foi amigo de Mário de Andrade e Di Cavalcanti, com quem planejou as mudanças literárias. Faleceu em 1953, na cidade natal.
A poesia de Oswald de Andrade comporta elementos das vanguardas europeias, sobretudo o Cubismo e o primitivismo do Dadaísmo. Realiza uma crítica à sociedade brasileira, com humor e estilo coloquial.
Usou e abusou da paródia; valorizou o cotidiano e a espontaneidade nos poemas-piada e nos poemas-pílula (breves); utilizou muito o capítulo-relâmpago e a linguagem-telegráfica.
Escreveu poesia (Pau Brasil – 1925; Primeiro Caderno de Poesia do Aluno
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Oswald de Andrade – 1927; Poesias Reunidas – 1945); romances (Os Condenados – 1922; Memórias Sentimentais de João Miramar – 1924; Serafim Ponte Grande – 1933); teatro (A morta – 1937; O Rei da Vela – 1937); ensaios (Ponta de Lança – 1945); memórias (Um Homem sem Profissão – 1954).
A “Poesia Pau Brasil” resultou numa poesia “de exportação”, incorporando “antropofagicamente” a cultura estrangeira, como faziam os índios antropófagos com seus inimigos, a fim de absorverem suas qualidades.
2.3.3 MANUEL BANDEIRA (1886 - 1968)
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu no Recife, Pernambuco, em 1886. Realizou os estudos secundários no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II. Iniciou o curso de Engenharia em São Paulo, mas devido à tuberculose que contraíra, teve de deixá-lo. Em busca de melhora foi para diversos lugares, entre eles a Suíça. Iniciada a Primeira Guerra, retorna ao Brasil, vindo a publicar em 1917 seu primeiro livro, “A Cinza das Horas”. Além de escritor foi também jornalista, inspetor do ensino secundário, professor no Colégio Pedro II e na Faculdade Nacional de Filosofia, vindo a aposentar-se em 1956. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1968.
Soube adequar muito bem a poesia à linguagem coloquial da primeira fase modernista, além de manejar com perfeição os versos livres, dotando-os de ritmo. Tornou-se um “clássico” entre os modernistas, pois expressava com simplicidade os sentimentos mais profundos do ser humano. Não se submeteu a formas literárias fixas, mas produziu uma obra poética rica em lirismo, mesmo ao tratar de fatos do cotidiano.
Escreveu poesias (Carnaval – 1919; Libertinagem – 1930; Estrela da Manhã – 1936; Estrela da Tarde – 1963; Estrela da Vida Inteira – 1966) e prosa (Itinerário de Pasárgada – 1954; Flauta de Papel – 1957).
2.3.4 CASSIANO RICARDO (1895 - 1974)
Cassiano Ricardo Leite nasceu em São Paulo, em 1895. Cursou Direito em São Paulo e no Rio de Janeiro. Integrou o grupo “Verde-amarelo”, liderado por Plínio Salgado. Colaborou para a imprensa e atuou como diretor-geral da Secretaria de Estado dos Negócios do Governo de São Paulo e como chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 1974, no Rio de Janeiro.
Escreveu poesias (Dentro da Noite – 1915; A Flauta de Pã – 1917; Sonetos – 1952) e prosa (O Brasil no Original – 1936; Marcha para o Oeste – 1943).
2.3.5 ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO (1901 - 1935)
Antônio Castilho de Alcântara Machado d’oliveira nasceu em São Paulo, em 1901. Graduou-se em Direito, mas atuou como jornalista. Foi redator e colaborador da Revista de Antropofagia e da Revista Nova. Após 1932, dedicou-se à política e transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde faleceu, em 1935.
Fez uso da linguagem telegráfica, exata e objetiva e incorporou em seus textos o vocabulário ítalo-brasileiro, comum nos bairros italianos de São Paulo, os
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quais também citou em sua obra. Observou atentamente a paisagem urbana paulista, com suas modificações sociais, econômicas e culturais.
Escreveu Pathé Baby (1926); Brás, Bexiga e Barra-Funda (1927); Laranja da China (1928); Anchieta na Capitania de São Vicente (1928); Comemoração de Brasílio Machado (1929); Mana Maria (edição póstuma, de 1936); Cavaquinho e Saxofone (edição póstuma, de 1940).
2.3.6 MENOTTI DEL PICCHIA (1892 - 1988)Paulo Menotti del Picchia (São Paulo SP 1892 - idem 1988), foi poeta,
jornalista, político, romancista, contista, cronista e ensaísta. Diplomou-se em Ciências e Letras em Pouso Alegre (MG) e também cursou a Faculdade de Direito de São Paulo. Foi agricultor e advogado em Itapira (SP), onde dirigiu o jornal Cidade de Itapira e fundou o jornal político O Grito. Lá escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato, considerado precursor do Movimento Modernista, ambos publicados em 1917. Passou a residir em São Paulo, onde foi redator em diversos jornais, entre os quais A Gazeta e o Correio Paulistano. Participou da Semana de Arte Moderna, de 11 a 18 de fevereiro de 1922. Integrou o grupo “Verde-amarelo” e posteriormente, com Cassiano Ricardo e Mota Filho, chefiou o movimento cultural da Bandeira.
Exemplos de sua obra também foram os livros de poemas Poemas do vício e da virtude (1913), O amor de Dulcinéia (1926) e Chuva de pedra (1925), os romances Flama e Argila (1920), O crime daquela noite (1924) e Salomé (1940) e as novelas e contos O pão de Moloch (1921), A mulher que pecou (1922) e O nariz de Cleópatra (1922).
2.3.7 RAUL BOPP (1898 – 1984)Raul Bopp (Vila Pinhal, agosto de 1898 — Rio de Janeiro, junho de 1984) foi
um poeta modernista e diplomata brasileiro, tendo participado da Semana de Arte Moderna ao lado dos amigos Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Não chegou a receber as glórias da crítica nem a preferência do público, optando mais pela carreira diplomática do que pela literatura. Por volta de 1917, fundou os semanários O Lutador e Mignon, em Tupanciretã, no Rio Grande do Sul. Cursou Direito, entre 1918 e 1925, em Porto Alegre, Recife, Belém e Rio de Janeiro; freqüentado cada ano letivo em uma capital.
Em 1931, lançou Cobra Norato, seu primeiro livro de poesia e um dos mais importantes do modernismo. Nele, o poeta cria um drama épico e mitológico nas selvas amazônicas, incorporando à estrutura do verso livre elementos do folclore e da fala regional. Sua obra poética inclui também Poesias (1947), Urucungo (1932) e Mironga e Outros Poemas (1978). Depois da primeira publicação, Cobra Norato teve novas edições em vida do autor que, a cada uma delas, fazia alterações no texto original.
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3 REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Lídia M.; Literatura; Biblioteca da escola em casa; São Paulo, 2004;
DCL.
BETTES, Fábio; BEARZOTI, Paulo; CARREIRA, Vagner J. A.; COSTA, Wellington
B.;RIBEIRO, Yeso O.; Português e Literatura; Curitiba, 2010; Editora Positivo.
BORGO, Ricardo F., Coeficiente de Descarga em Reservatório, UFPR, Setor de
Tecnologia, Departamento de Engenharia Mecânica, 2006.
FRANÇA, Fernando A.,Instrumentação e Medidas: grandezas mecânicas, UNICAMP
2007.
http://educacao.uol.com.br/biografias/menotti-del-picchia.jhtm
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?
fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5250
http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Bopp
http://educacao.uol.com.br/biografias/raul-bopp.jhtm