1ª aula prÁtica-materiais de laboratório
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1ª AULA PRÁTICA: MATERIAIS MAIS USADOS EM LABORATÓRIOS DE QUÍMICA.
1. OBJETIVOS - Conhecer as normas de boa conduta em um laboratório.
- Demonstrar o uso e aplicações de vidraria e acessórios mais utilizados em um laboratório
- Executar algumas tarefas básicas.
1. O laboratório é lugar de trabalho sério, trabalhe com atenção, metodologia e calma; 2. Prepare-se
para realizar cada experiência lendo antes os conceitos referentes ao experimento e a seguir leia o
roteiro da experiência; 3. Respeite rigorosamente as precauções recomendadas; 4. Consulte seu
professor cada vez que notar algo anormal ou imprevisto; 5. Use sempre no laboratório um avental ou
bata apropriada; 6. Não fume no laboratório; 7. Faça apenas as experiências indicadas pelo
professor, experiências não autorizadas são proibidas; 8. Se algum ácido ou qualquer outro produto
químico for derramado, lave o local imediatamente com bastante água. 9. Não tocar os produtos
químicos com as mãos, a menos que o seu o seu professor lhe diga que pode fazêlo; 10. Nunca
prove uma droga ou solução; 1. Para sentir o odor de uma substância, não coloque o seu rosto
diretamente sobre o recipiente, em vez disso, com suas mãos, traga um pouco de vapor até o nariz.
12. Não deixe vidro quente em lugar em que possam pegá-lo inadvertidamente. Deixe qualquer peça
de vidro quente esfriar durante bastante tempo. Lembre-se que o vidro quente tem a mesma
aparência de vidro frio; 13. Só deixe sobre a mesa, bico de bunsen aceso quando estiver sendo
utilizado; 14. Tenha cuidado com reagentes inflamáveis tais como álcool, clorofórmio, acetona, éter,
não os manipule em presença de fogo; 15. Quando terminar o seu trabalho, feche com cuidado as
torneiras de gás evitando escapamento; 16. Não trabalhe com material imperfeito; 17. Observe com
atenção as técnicas de aquecimento de líquidos; 18. Utilize sempre que necessário materiais que
possam garantir maior segurança no trabalho, tais como pinça, luvas, óculos de proteção, etc; 19.
Jogue todos os sólidos e pedaços de papel usados um frasco ou cesto para isso destinado. Nunca
jogue nas pias, fósforos, papel de filtro, ou qualquer sólido, ainda que ligeiramente solúvel; 20.
Comunique ao seu professor qualquer acidente, por menor que seja; 21. Leia com atenção o rótulo de
qualquer frasco de reagente antes de usá-lo. Leia duas vezes para ter certeza de que pegou o frasco
certo. Segure o frasco pelo lado que contém o rótulo para evitar que o reagente escorra sobre este; 2.
Nunca tornar a colocar no frasco uma droga não usada. Não coloque objeto algum nos frascos de
reagentes, exceto o conta-gotas próprio do qual alguns deles são providos. 23. Conserve limpo seu
equipamento e também sua mesa. Evite derramar líquidos, mas se o fazer, lave imediatamente o
local; 24. Ao terminar o período de laboratório, lave o material utilizado e deixe na ordem que
encontrou no início da aula.
2. INTRODUÇÃO
O professor fará a apresentação do material de vidro e demais equipamentos básicos utilizados em
laboratório, procurando ressaltar ao aluno suas principais características, a maneira correta de utilizá-
los, as ocasiões em que devem ser usados e os cuidados necessários a sua conservação, o aluno
terá a oportunidade de entrar em contato com o material devendo, portanto observar atentamente o
que está
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sendo apresentado e procurar adotar o procedimento que lhe foi transmitido, pois essa técnica é
resultado acumulado de muitos anos de uso da aparelhagem.
Nas aulas práticas de Química Geral, o aluno terá oportunidade de manusear os seguintes materiais:
1. Tubo de ensaio: usado em reações químicas, principalmente em testes de reações. 2. Copo de
Becker: usado no aquecimento de líquidos, reações de precipitação, etc. 3. Erlenmeyer: usado em
titulações e aquecimento de líquidos. 4. Balão de fundo chato: usado para aquecer e armazenar
líquidos. 5. Balão de fundo redondo: usado em reações com desprendimento de gases e também
para aquecerem líquidos. 6. Balão de destilação: usado em destilações. Possuindo saída lateral para
condensação dos vapores. 7. Proveta ou cilindro graduado: usado em medidas aproximadas de
volumes de líquidos. 8. Pipeta volumétrica: mede volumes fixos de líquidos. 9. Pipeta cilíndrica: usada
para medir volumes variáveis de líquidos. 10. Funil de vidro: usado em transferência de líquidos e em
filtrações de laboratório. O funil com colo longo de estrias é chamado de funil analítico. 1. Frasco de
reagentes: usado no armazenamento de soluções. 12. Bico de Bunsen: usado no aquecimento de
laboratório. 13. Tripé de ferro: usado para sustentar a tela de amianto. 14. Tela de amianto: usada
para distribuir uniformemente o calor num aquecimento de laboratório. 15. Cadinho de porcelana:
usado para aquecimento à seco (calcinações) no Bico de Bunsen e na Mufla. 16. Triângulo de
porcelana: usado para sustentar cadinhos de porcelana em aquecimentos diretos no bico de Bunsen.
17. Estante para tubo de ensaio: suporte de tubo de ensaio, 18-19. Funis de decantação: usados na
separação de líquidos imiscíveis. 20. Pinça de madeira: usada para segurar tubos de ensaio durante
aquecimentos diretos no bico de Bunsen. 21. Almofariz e Pistilo: usado para triturar e pulverizar
sólidos. 2. Cuba de vidro: usada para banhos de gelo e fins diversos. 23. Vidro de relógio: usado para
cobrir beckers em evaporações, pesagens e fins diversos. 24. Cápsula de porcelana: usada para
evaporar líquidos em soluções. 25. Placa de Petri: usada para cultivo de colônias de microorganismos
e em fins diversos. 26. Dessecador: usado para resfriar substâncias em ausência de umidade. 27.
Pesa-filtro: usada para pesar sólidos que absorvem umidade. 28. Lima triangular: usada para cortes
de vidro. 29. Bureta: usada para medir volumes precisos de líquidos, em análises volumétricas. 30.
Frasco lavador: usado para lavagens, remoção de precipitados e outros fins. 31. Pisseta: usada para
os mesmos fins do frasco lavador. 32. Balão volumétrico: usado para preparar e diluir soluções. 3.
Picnômetro: usado para determinar a densidade de líquidos. 34. Suporte universal: usado junto com a
garra para sustentação de peças. 35. Anel para funil: usado como suporte de funil. 36. Mufla: usada
para sustentar garras. 37. Garra Metálica: usada para sustentação de peças, tais como condensador,
funil de decantação e outros fins. 38-39. Kitassato e funil de Buchener: usado em conjunto para
filtrações à vácuo. 40. Trompa de vácuo: usada em conjunto com o Kitassato e o funil de Buchner. 41.
Termômetro: usado para medidas de temperaturas em diversos fins. 42. Vara de vidro: usada para
montagens de aparelhos, interligações e outros fins. 43. Baqueta ou bastão de vidro: usada para
agitar soluções, transporte de líquidos na filtração e outros fins. 4. Furador de rolhas: uso relativo ao
nome.
45. Kipp: usado na produção de gases, tais como H2S, CO2 etc. 46. Tubo em U: usado em eletrólise
e outros fins.
47. Pinça metálica Casteloy: usada para transporte de cadinhos e outros fins. 48. Escova de limpeza:
usada para limpeza de tubos de ensaio e outros materiais. 49-50. Pinça de Mohr e Pinça de Hoffman:
usadas para impedir ou diminuir fluxos gasosos. 51. Garra para condensador: usado para sustentar
condensadores na destilação. 52-53-54. Condensadores: usado para condensar os gases ou vapores
na destilação. 5-56. Espátulas: usada para transferência de substâncias sólidas. 57. Estufa: usada
para secagem de materiais (até 200º C). 58. Mufla: usada para calcinações (até 1500º C)
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3 Fonte: (2).
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4 Fonte: (2).
Química Geral Experimental CSSP/UFPA.
5 Fonte: (2).
Química Geral Experimental CSSP/UFPA.
3. TÉCNICA EXPERIMENTAL
Manuseio de Utensílios: 1. Uso do balão volumétrico, pipeta e proveta (Opção 1)
- Medir, com auxílio de pipeta volumétrica, 100mL de H20 destilada e transferir para um balão
volumétrico de 100mL. Comparar a precisão das vidrarias.
2. Uso do balão volumétrico, pipeta e proveta (Opção 2)
- Transferir, com auxílio de pipeta volumétrica, 10mL de H20 destilada para um balão de 100mL e
aferi-lo. - Medir, em proveta de 10mL, 8mL de H20 destilada e, com auxílio de um funil, transferir o
líquido para um balão volumétrico de 100mL completando o volume com H20 destilada.
3. Uso da bureta - Colocar em um becker, pequena porção de solução que será utilizada e lavar a
bureta três vezes. Encher completamente a bureta e estrair o ar da parte inferior abrindo a torneira
rapidamente. Fixar a bureta no suporte universal com auxílio de garra e aferi-la.
4. Montagem do aparelho para filtração simples - Adaptar um funil a um suporte de filtração. O papel
de filtro é dobrado duas vezes, colocando no funil e umedecido para conseguir boa aderência. A
filtração é feita transferindo-se primeiro o líquido sobrenadante com o auxílio de bastão em seguida a
parte sólida. A transferência é feita com bastão de vidro e o filtrado é recolhido em becker. Deve-se
ter cuidado de manter o colo do funil colado à parte interna do becker para garantir que o escoamento
do líquido não seja turbulento. Durante toda a filtração o nível da solução é mantida ¾ da altura do
papel de filtro no funil e a parte sólida é transferida integralmente do becker para o funil arrastando o
resíduo com auxílio de uma pisseta.
5. Montagem de aparelho de filtração a vácuo - Ajustar o funil de Buchner a um kitassato através de
um adaptador de kitassato.
- Acoplar um a trompa d’água a torneira e à saída lateral do kitassato. O papel de filtro é colocado no
funil e molhado para melhor aderência. Para que ocorra a filtração, abre-se à torneira que forma o
vácuo e então a mistura a ser filtrada é transferida para o funil de Buchner. Obs: O vácuo é formado
na trompa porque a água é forçada a vazar de um diâmetro maior para um diâmetro menor,
chegando assim, com alta velocidade ao interior da trompa, pela conexão de borracha o vácuo é
transferido para o interior do kitassato e por diferença de pressão, o líquido é sugado, sendo
completada a operação.
6. Pesagem - A pesagem é uma das operações básicas de um laboratório de química. O
procedimento a ser adotado ao se efetuar uma pesagem depende do tipo de balança disponível.
Pesagens Propostas:
a) Pesar em um becker de 50mL, 2,5g de CuSO4.5H20 (ou outra massa solicitada pelo professor
(Opção 1). b) Pesar em vidro de relógio 3,2g de CuSO4.5H20 (Opção 2).
7. Aquecimento - Adaptar a tela de amianto a um tripé de ferro sobre o bico de bunsen. Para acender
o bico de bunsen observe as seguintes etapas:
Antes de aproximar a chama do fósforo verifique se estão fechadas as entradas de ar e de gás; abra
então, a entrada de gás acendendo o bico de bunsen; regule a entrada de ar para melhorar a
qualidade da chama; uma chama amarela precisa de mais ar. Proceda o aquecimento de água
destilada em um erlenmeyer ou becker até ebulição do líquido; ao terminar a operação tenha o
cuidado de colocar o recipiente de vidro sobre a superfície de madeira para evitar choque térmico e
dano na vidraria. O aquecimento pode ser efetuado também em chapa elétrica, banho-maria ou
manta aquecedora.
8. Montagem de aparelho de destilação simples - Ajustar um termômetro a uma rolha (cuidado com o
termômetro para não quebrá-lo) e esta a um balão de destilação; conectar a saída lateral do balão a
um condensador procurando vedar completamente com uma rolha.
- Acoplar o balão a uma manta aquecedora prendendo o condensador a um suporte através de garra.
Ao condensador ligar tubos de borracha para entrada e saída de água. Tendo o cuidado de colocar o
tubo
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de entrada na parte inferior do condensador e a saída na parte superior. Um becker colocado a saída
do condensador serve de coletor do destilado, desde que a volatilidade seja pequena.
9. Montagem do funil de decantação - Ajustar um funil de decantação a um suporte. Para processar a
separação a tampa é retirada e a torneira é aberta até que o líquido mais denso seja fornecido por
gravidade.
10. Limpeza do material - O aluno deve adquirir o hábito de ao final de cada aula recolher e limpar
todo o material que utilizou, conforme lhe será mostrado, pois a conservação da vidraria só lhe
proporcionará vantagens no sentido de disponibilidade e precisão em operações futuras.
A limpeza do material é feita com detergentes comuns e escovinhas. No caso de vidraria que
entraram em contato com material gorduroso pode ser usada solução alcoólica de KOH, para
impurezas inorgânicas solução sulfocrômica (esta solução não é descartável, pode ser reaproveitada
várias vezes), evitando contato com a pele, olhos e qualquer tecido.
vidraria destinada a medidas volumétricas (buretas, pipetas, balões volumétricas, provetas, etcpois
A secagem da maioria do material pode ser feita em estufa a 100oC desde que não se aplique a pode
alterar a calibração).
4. REFERÊNCIAS 1 - BACCAN, N. et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. 2ª Edição
revisada e ampliada. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2000. 2 – TRINDADE, D. F. et al. Química básica experimental. 2ª ed.
São Paulo: Ícone editora, 2000.
Técnicas laboratoriais básicas
Seu comportamento no laboratório é um fator determinante na sua segurança e no desenvolvimento
eficiente de seus experimentos. Para desenvolver suas atividades laboratoriais de forma organizada,
você deverá estudar o roteiro da aula antes de entrar no laboratório, preparando uma estratégia de
trabalho onde deverão ser incluídos, por exemplo, os cálculos para o preparo de soluções e os
valores de parâmetros encontrados na bibliografia.
O seu local de trabalho deve estar sempre limpo, devendo ser evitados obstáculos inúteis ao seu
redor e em torno de seu sistema ou equipamento em uso. Quando montar um sistema, chame o
responsável pelo laboratório, antes de iniciar o experimento, para uma verificação final.
Você deve aprender a limpar o seu próprio material, antes e depois do uso, tendo sempre em mente
as normas de segurança do laboratório.
A seguir serão descritos alguns utensílios mais comuns utilizados em um laboratório, bem como,
algumas das técnicas de manipulação geralmente empregadas. Na primeira aula do curso, serão
feitas várias demonstrações que complementarão essas informações.
Utensílios de Vidro
Antes de utilizar qualquer material de vidro verifique se o mesmo não está quebrado ou se não possui
trincas. Vidros quebrados podem causar cortes profundos e frascos trincados, quando aquecidos,
podem quebrar, com conseqüências imprevisíveis. Todo o material de vidro quebrado deve ser
entregue ao responsável pelo laboratório, pois grande parte pode ser recuperada.
O procedimento mais comum recomendado para a limpeza de materiais de vidro é o de lavar o objeto
cuidadosamente com uma escova e detergente, enxaguar com água da torneira e, finalmente,
enxaguar com água destilada. Após a lavagem deixe a água escorrer colocando o objeto com a boca
voltada para baixo ou seque-o em uma estufa. Quando for necessária a utilização imediata do
material, enxague-o de duas a três vezes com pequenas porções da solução a ser utilizada.
Se uma limpeza mais cuidadosa for necessária, pode ser empregada uma solução de sulfocrômica,
seguida de lavagem com água destilada. Cuidado ao empregar soluções de limpeza que contenham
ácidos ou álcalis pois os respingos podem destruir suas roupas bem como causar queimaduras
sérias. Não as utilize sem a supervisão do responsável pelo laboratório !
Técnicas laboratoriais básicas vi
Figura 1. Utensílios de vidro comuns em laboratórios químicos.
A Figura 1 ilustra os materiais de vidro de uso mais comuns no laboratório, cujas denominações e
principais usos são descritos a seguir:
1. Tubo de Ensaio: utilizado para realizar reações químicas em pequena escala;
2. Béquer: copo de vidro utilizado para preparar soluções e aquecer líquidos;
3. Erlenmeyer: usado para titulações e aquecimento de líquidos; 4. Kitassato: parte do conjunto usado
para filtrações a vácuo;
5. Balão Volumétrico: frasco calibrado de precisão utilizado para preparar e diluir soluções;
Técnicas laboratoriais básicas vii
6. Cilindro Graduado (ou proveta): usado para medidas aproximadas de volumes de líquidos;
7. Bureta: usada para medidas volumétricas precisas; 8. Pipeta Volumétrica: usada para medir
volumes fixos de líquidos; 9. Pipeta Graduada: usada para medir volumes variáveis de líquidos;
10. Funil: usado para transferências de líquidos e para filtrações. O funil com colo longo e estrias é
chamado de funil analítico;
1. Balão de Fundo Chato: usado para aquecimento e armazenamento de líquidos;
12. Balão de Fundo Redondo: usado para aquecimento de líquidos e para realizar reações que
envolvam desprendimento de gases;
13. Balão de Destilação: possui saída lateral e é usado para destilações; 14. Funil de Decantação:
usado para a separação de líquidos imiscíveis;
15. Vidro de Relógio: usado para cobrir béqueres durante evaporações, pesagens, etc.;
16. Placa de Petri: usada para cobrir cristalizadores, para o desenvolvimento de culturas, e inúmeros
outros fins;
17. Cuba de Vidro: utilizado para conter misturas refrigerantes e finalidades diversas;
18. Bastão de Vidro: usado na agitação e transferência de líquidos; 19. Pesa-Filtro: recipiente usado
para a pesagem de sólidos;
20. Condensadores: utilizados na condensação de vapores em processos de destilação ou de
aquecimento sob refluxo;
21. Picnômetro: utilizado na determinação da densidade de líquidos;
2. Aparelho de Kipp: utilizado na produção de gases, tais como, H2S e CO2;
23. Dessecador: utilizado no armazenamento de substâncias sob pressão reduzida ou em atmosfera
com baixo teor de umidade.
Observação: Não seque na estufa a vidraria graduada e volumétrica, pois o aquecimento, seguido de
resfriamento, deformará o vidro, comprometendo a precisão das medidas posteriores.
Técnicas laboratoriais básicas viii
Figura 2. Utensílios de porcelana de uso em laboratórios químicos.
Utensílios de Porcelana
Na Figura 2 estão mostrados os utensílios mais comuns feitos de porcelana, cujos empregos são
descritos a seguir:
1. Cadinho: usado em calcinações de substâncias;
2. Triângulo de Porcelana: usado para sustentar cadinhos de porcelana em aquecimentos diretos no
bico de Bunsen;
3. Almofariz e Pistilo: usados para triturar e pulverizar substâncias sólidas; 4. Cápsula: usada na
evaporação de líquidos;
5. Funil de Büchner: usado em conjunto com um kitassato para filtrações a vácuo;
6. Espátula: usada para a transferência de sólidos;
Utensílios Metálicos
Vários utensílios utilizados em um laboratório de Química são metálicos. Alguns deles são
representados na Figura 3 e seus usos específicos são descritos a seguir:
1. Suporte Universal, Mufa e Garra: usados na sustentação de peças para as mais diferentes
finalidades. A garra metálica pode ser específica para determinadas peças, por exemplo, garra para
buretas (garra dupla), garra para destiladores (formato arredondado) e anel para funil;
Técnicas laboratoriais básicas ix
Figura 3. Utensílios metálicos de uso em laboratórios químicos.
2. Pinças de Mohr e de Hofmann: usadas para impedir ou reduzir o fluxo de líquidos ou gases através
de mangueiras;
3. Pinça Metálica: usada para segurar objetos aquecidos;
4. Tripé: usado como suporte de telas de amianto e de triângulos em processos de aquecimento com
bico de Bunsen;
5. Espátula: similar a de porcelana é de uso mais comum devido ao preço e a grande variedade de
formatos, contudo tem limitações quanto ao ataque por substâncias corrosivas.
Outros Materiais
Além dos materiais já descritos, existem alguns outros materiais que são descritos a seguir e
mostrados na Figura 4:
1. Tela de Amianto: usada para produzir uma distribuição uniforme de calor durante o aquecimento
com um bico de gás. Trata-se de uma tela metálica com a região central coberta de amianto;
2. Pinça de Madeira: usada para segurar tubos de ensaio;
3. Pipetador ou Pêra: é para ser acoplado em pipetas, auxiliando na técnica de pipetar líquidos;
4. Pisseta: usualmente feita de plástico, pode conter água destilada,
Técnicas laboratoriais básicas x
Figura 4. Alguns utensílios de uso comum em laboratórios químicos.
5. álcool ou outros solventes, sendo principalmente usada em lavagens e remoção de precipitados;
6. Trompa de Água: acoplada a uma torneira, serve para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior
de um frasco (na figura correspondente está representada uma trompa feita de vidro).
Manuseio de Sólidos
Para retirar um sólido, na forma de pó ou grânulos, de um frasco é utilizada uma espátula
cuidadosamente limpa, para evitar contaminações. Se o frasco tiver uma boca estreita,
impossibilitando a introdução de uma espátula, deve ser feita em primeiro lugar, uma transferência do
sólido para um pedaço de papel ou para um recipiente de vidro.
Após o uso, feche bem o frasco para evitar a contaminação do reagente através da entrada de poeira
ou do aumento da umidade.
Manuseio de Líquidos
Quando retirar líquidos de um frasco, algumas precauções devem ser tomadas:
Técnicas laboratoriais básicas xi
− ao transferir um líquido, evite que o mesmo escorra externamente, danificando o rótulo de
identificação, impedindo assim, a leitura do nome da substância;
− antes de derramar um líquido, incline o frasco de modo a molhar o gargalo, o que evitará que o
líquido escoe bruscamente.
− ao verter líquidos em um recipiente utilize um funil ou um bastão de vidro pelo qual o líquido
escorrerá;
− em nenhuma circunstância coloque bastões de vidro, pipetas ou quaisquer outros materiais dentro
de frascos de reagentes. Para pipetar, transfira uma porção do líquido para um frasco limpo e seco, e
a partir deste efetue a operação;
− não retorne líquido não utilizado ao frasco de reagente. Retire o mínimo necessário e o excesso
coloque em um frasco separado para futuros usos ou para ser recuperado;
− não coloque líquidos aquecidos dentro de frascos volumétricos, pois o processo de
expansão/contração, devido ao aquecimento seguido de resfriamento, altera a calibração desses
frascos.
Aquecimento de Substâncias
Os utensílios mais comuns utilizados no aquecimento de substâncias são: bico de Bunsen, chapa
aquecedora e manta aquecedora. Alguns cuidados gerais devem ser observados quando da
realização de aquecimento de substâncias:
− Não utilize uma chama para aquecer substâncias inflamáveis;
− Não aqueça substâncias em frascos volumétricos;
− Não aqueça substâncias em recipientes totalmente fechados;
− Iniciar sempre o aquecimento de forma branda, intensificando-o depois de alguns segundos;
− Ao aquecer líquidos em tubos de ensaio, não aqueça o fundo do tubo.
Posicione a chama na altura do nível do líquido. Use uma pinça de madeira para segurar o tubo. Não
volte a boca do tubo de ensaio em sua direção ou na direção de seus companheiros;
− Terminado o uso do gás, verifique se todos os registros estão devidamente fechados, evitando
assim o perigo de escape.
Técnicas laboratoriais básicas xii
Manuseio de Tubos de Vidro
O trabalho com vidro exige muito cuidado, pois envolve o perigo de cortes e queimaduras (veja
Normas de Segurança). As técnicas para cortar, dobrar e esticar tubos de vidro lhe será demonstrada
(por um especialista) no primeiro dia de atividades.
Inserção de Tubos de Vidro em Rolhas
Nesta operação verifique se: − as bordas do tubo de vidro não contêm regiões cortantes;
− o orifício na rolha tem um diâmetro condizente com o diâmetro do tubo.
− Em seguida, observe as seguintes etapas de procedimento:
− aplique uma pequena quantidade de lubrificante à superfície do vidro (glicerina ou água);
− proteja as mãos com um tecido grosso;
− segure o tubo de vidro bem próximo à rolha;
− aplique uma leve pressão combinada com movimentos de rotação.
Manuseio do Bico de Bunsen
Geralmente o aquecimento em laboratório é feito utilizando-se queimadores de gases combustíveis
sendo o mais simples deles o bico de Bunsen (Figura 5). Outro desses queimadores é o bico de
Meker, o qual é uma modificação do bico de Bunsen. Este queimador é maior que o de Bunsen e
possui uma grelha que ajuda na formação de uma chama mais quente e mais distribuída.
De uma maneira geral, o gás entra no queimador pela sua base e seu fluxo é regulado por uma
torneira externa na parte inferior do bico. À medida que o gás sobe pelo tubo do queimador, o ar é
injetado através de orifícios situados um pouco acima da base. A quantidade de ar pode ser
controlada girando-se o anel que fica sobre os orifícios.
A etapa inicial para se acender um bico de gás é fechar a entrada de ar e posicionar o queimador
longe de objetos inflamáveis. A seguir, deve-se abrir o gás e acender o queimador. A chama obtida
apresenta uma cor amarela brilhante e é bastante grande. Esta chama é "fria" e inadequada ao uso
porque a mistura é pouco oxidante. Para que uma chama mais quente seja obtida, deve-se deixar o
ar entrar gradualmente no sistema, até que sua coloração se torne azulada. Nota-se então, duas
regiões cônicas
Técnicas laboratoriais básicas xiii
Figura 5. Esquema de um bico de Bunsen.
distintas, como mostradas na Figura 5: a interna, mais fria, chamada de zona redutora, e a externa,
quase invisível, chamada de zona oxidante. A região mais quente, com temperatura em torno de 1560
oC, está situada logo acima do cone interno.