19º plano de evangelização

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DIOCESE DE CAMPO MOURÃO 19º PLANO DIOCESANO DA AÇÃO EVANGELIZADORA 2011 – 2014 Objetivo Geral “Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”. 1

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19º Plano de Evangelização da diocese de Campo Mourão-PR

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DIOCESE DE CAMPO MOURÃO

19º PLANO DIOCESANO DA AÇÃO EVANGELIZADORA

2011 – 2014

Objetivo Geral

“Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”.

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SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

BLOCO I1. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DE NOSSA DIOCESE

VER – Marco da Realidade 1.1. Histórico da diocese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81.2. O VER da nossa realidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.3. Prioridade – Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.4. Prioridade – Catequese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121.5. Prioridade – Juventude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

BLOCO II2 - LUZES SOBRE A REALIDADE LEVANTADA

JULGAR – Marco Doutrinal2.1. Objetivo Geral de nossa ação evangelizadora. . . . . . . . . . 142.2. Uma Igreja em busca constante de conversão pastoral. . . 142.3. Resposta às exigências da evangelização . . . . . . . . . . . . . 162.4. Metodologia para o trabalho evangelizador . . . . . . . . . . . 162.5. Âmbitos de nossa evangelização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172.6. Urgências evangelizadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.6.1. Prioridade – Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172.6.2. Prioridade – Catequese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192.6.3. Prioridade – Juventude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

BLOCO III3 - PLANO DE AÇÃO PARA A MISSÃO EVANGELIZADORA

AGIR – Marco Opercaional3.1. Prioridades e Projetos que serão trabalhados. . . . . . . . . . . . 22

3.1.1. Urgências da Evangelização . . . . . . . . . . . . . . . . . 223.1.2. Documento final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4. PRIORIDADE – FAMÍLIA4.1. PROJETO 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244.2. PROJETO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264.3. PROJETO 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

5. PRIORIDADE – CATEQUESE5.1. PROJETO 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 315.2. PROJETO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

6. PRIORIDADE – JUVENTUDE6.1. PROJETO 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396.2. PROJETO 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406.3. PROJETO 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

7. CONCLUSÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

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APRESENTAÇÃO

“Tenham em vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5)

É com sentimentos de profunda alegria, esperança e fé que vos apresento este Plano de Ação Pastoral para a Diocese de Campo Mourão-PR.

O 19° Plano é fruto da fé, esperança e compromisso do povo de Deus, do rebanho do Senhor que está nesta Diocese, pois foi gerado desde as bases. Ele reflete o sonho das lideranças comprometidas com a construção do reino nesta parcela da vinha do Senhor. Ele expressa o “rosto” desejado que queremos dar à nossa Igreja diocesana. Ele contém uma proposta, um caminho, um chamado que deve ser vivenciado em todos os níveis nas nossas comunidades eclesiais: grupos, capelas, movimentos, serviços, setores, paróquias e decanatos.

Sua grande proposta é situarmos e integrarmos cada vez mais no espírito do Documento de Aparecida, nas Novas Diretrizes Gerais da CNBB e do Regional Sul II, fortalecendo assim a comunhão eclesial. Somos uma Igreja de caminhantes, “peregrinos de Emaús” que com o auxílio da presença amiga de Jesus e na escuta de sua Palavra vamos atualizando na vida a vivência da fé, realizando constantemente a conversão e tornando nossa Igreja mais discípula-missionária, corajosa e pronta para servir ao estilo do bom samaritano.

Este Plano é uma ferramenta que temos em mãos e que necessita de criatividade, de fé e de generosidade de todos (Bispo, Padres, Diáconos, Religiosos/as e Leigos/as) para ser executado e, assim, produzir frutos “e frutos que permaneçam” (Jo 15,16).

Merece uma especial menção a equipe formada por leigos, religiosas e padres que acompanharam a elaboração deste plano, rezando, acolhendo, valorizando e respeitando todas as intuições sugeridas nas comunidades. Para essa equipe nossos sinceros e fraternos agradecimentos.

Finalmente, queridos irmãos e irmãs, convido e convoco a todos a colocar este Plano no coração de Cristo para que seja fecundado pelos sentimentos do mesmo Cristo e assim, quando colocarmos em prática, produza e concretize o amor de Deus para todos, de modo especial para nossas FAMÍLIAS, para a JUVENTUDE e para a CATEQUESE, fortalecendo entre nós o espírito de unidade e fraternidade. “Reunidos pela força da oração e unidos pelo espírito da missão, vamos juntos construir uma Igreja em ação”.

Que Nossa Senhora Aparecida e São José abençoe e acompanhe nossa Ação Evangelizadora, sempre na paz e no amor de Cristo.

“Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho, fazendo dar frutos o labor de nossas mãos” [Sl 89(90),17].

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INTRODUÇÃO

Não estava o nosso coração ardendo? (Lc 24,32)

Do encontro com Jesus no caminho, os discípulos sentem-se animados a sair da desilusão e do medo, para viver com alegria e coragem, porque fazem a experiência de estar na presença do Ressuscitado! Nesse caminho a mente se abre, o coração se aquece, a esperança se renova e a missão acontece. É neste espírito que toda a Igreja tem sustentado ao longo dos séculos a sua missão, pela Palavra e pela fração do Pão. Motivados ao discipulado e a missionariedade, porque “o amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14a), é que nos empenhamos incansavelmente na evangelização.

A celebração do Jubileu da Diocese vivenciada tão intensamente no decorrer do ano 2009 e encerrado em abril de 2010, fez renascer em todos nós um novo ardor e um novo entusiasmo como discípulos missionários de Jesus Cristo.

Nossa querida Diocese de Campo Mourão sente a alegria de ver materializado em suas mãos o 19º PLANO DIOCESANO DA AÇÃO EVANGELIZADORA (19º PDAE), fruto de um trabalho conjunto e participativo do povo de Deus de nossa Igreja. A Diocese alimenta a grande esperança de vê-lo concretizado nos próximos quatro anos. Temos consciência de que para isto é necessário que ele seja estudado, refletido, pesquisado, vivenciado e também rezado.

O contexto que motivou o 19º PDAE foi de significativos e marcantes acontecimentos, como: as Assembléias Diocesanas; a busca de uma renovação paroquial iluminada pela Palavra de Deus, pelo espírito do Documento de Aparecida1, das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora2 e das Diretrizes do Regional Sul II3; a Celebração do Jubileu de Ouro da Diocese; a Sagração e tomada de posse do novo Bispo Diocesano, Dom Francisco Javier Delvalle Paredes; a Celebração do Ano Sacerdotal e do Ano Paulino, o Ano Catequético, a realização do 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, em Porto Velho – RO, entre outros eventos.

O 18º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora foi o último elaborado pela Diocese, com vigência de 1997-2000. Nos últimos anos caminhamos a partir da organização das Comissões (Serviço, Anúncio, Diálogo e Testemunho de Comunhão) e das prioridades estabelecidas nas Assembleias Diocesanas.

Este 19º Plano, cujos passos tiveram início em novembro de 2009, segue a metodologia do VER, JULGAR e AGIR. Para sua elaboração foi constituída uma equipe de trabalho que procurou envolver e comprometer toda a comunidade num processo participativo, buscando conhecer a realidade e identificar os desafios e clamores que interpelam a nossa ação evangelizadora, como: – Busca de dados do IPARDES4, IBGE5 e outras informações estatísticas, que nos deram

elementos para conhecer o chão que pisamos: a realidade sócio-econômica, cultural e eclesial de nossa Diocese;

– Questionário de avaliação da ação evangelizadora em âmbito de comunidade paroquial;– Avaliação da ação evangelizadora nas capelas;

– Avaliação das Pastorais, Movimentos e Serviços; – Avaliação do Núcleo dos Religiosos (CRB) da Diocese; – Assembleias paroquiais e decanais com indicação de prioridades para a assembleia diocesana; – Assembleia diocesana.

1 Documento da V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e Caribenho. Será citado como DA.2 Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010 (Documento n. 87 da CNBB). Será citado como DGAE.3 Documento do Regional Sul II, (Documento n. 5).4 IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.5 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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A síntese das avaliações e sugestões de todos estes segmentos foi publicada no Instrumento de Trabalho6 que retornou às bases para revisão, acréscimos e correções.

O tema do nosso Plano: Ser uma Igreja em busca de “permanente conversão pastoral”7 foi inspirado, à luz da Palavra de Deus, nas citações do Documento de Aparecida e das Diretrizes8. “Nossa conversão pessoal, nos possibilita impregnar com uma ‘firme decisão missionária todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais [...] de qualquer instituição da Igreja’, exigindo nossa conversão pastoral, que implica escuta e fidelidade ao Espírito [...]”. Neste sentido o Documento de Aparecida, também afirma que: “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé”9. Temos convicção de que este é o caminho: assumirmos uma atitude sincera de mudança para que o Reino de Deus possa acontecer em nossa realidade.

Escolhemos como lema: Não estava ardendo nosso coração? (cf. Lc 24,32), considerando que, para fortalecer esta conversão tão necessária, precisamos alimentar uma experiência profunda com Jesus no caminho, como os Discípulos de Emaús, que a partir do encontro com Ressuscitado sairam da desilusão e do medo e assumiram sua missão com alegria e coragem. Precisamos deixar o nosso coração arder de esperança, porque estamos com o Senhor. Como Jesus, utilizemos a pedagogia do amor, colocando-nos junto às pessoas em atitude de escuta e de partilha da Palavra, que leva ao encontro com Jesus, Pão da Vida. A missão da Igreja é fazer com que as pessoas se encontrem com Jesus Ressuscitado e o experienciem.

Ao analisar esta realidade, à luz da fé, percebemos e definimos o caminho a percorrer, assumindo o Objetivo Geral das Diretrizes 2011-2015, com o compromisso e missão de “Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo [...]” sendo:

– Uma Igreja missionária, em estado permanente de missão, capaz de evangelizar a pessoa, renovar a comunidade e atuar na transformação da sociedade;

– Uma Igreja pobre e comprometida com os pobres, defensora da vida, solidária e samaritana;– Uma Igreja em busca permanente de conversão pastoral10, com estruturas renovadas.

Este momento de nossa história deve ser marcado por um assumir comprometido e generoso de evangelização a partir de uma Igreja discípula missionária, “em estado permanente de missão”11.

A visão da realidade, as reflexões e orações contribuíram para que a 33ª Assembléia Diocesana, realizada em 12 de setembro de 2010 pudesse com clareza escolher as três prioridades que devem ser trabalhadas, de maneira especial, nestes quatro anos. A primeira prioridade escolhida foi a Família, a segunda, foi a Catequese, e a terceira prioridade escolhida foi a Juventude.

Para atender às necessidades destas prioridades, serão elaborados projetos com ações específicas para serem assumidas, em conjunto, por todas as lideranças.

A estrutura deste Documento se compõe de três blocos:1º Bloco – Marco da Realidade (o VER): dá-nos uma visão sobre a realidade de nossa Diocese.2º Bloco – Marco Doutrinal (o JULGAR): coloca-nos em sintonia com o Documento de Aparecida

e com as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.3º Bloco – Marco Operacional (o AGIR): indica-nos os desafios que se apresentam para a

evangelização e define as metas e prioridades.

6 DIOCESE DE CAMPO MOURÃO, 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. Instrumento de Trabalho – Assembléia Diocesana. Campo Mourão, 2010. Disponível para consulta na Cúria Diocesana.7 DA, n. 366.8 DGAE, nn. 8, 46, 55, 172, 173 e 213.9 DA, n. 365.10 DA, n. 366.11 DA, n. 551.

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Sabemos que temos muitos desafios pela frente e que o Plano estabelece horizontes para que caminhemos, com esperança e coragem, rumo ao grande HORIZONTE que é o Reino de Deus. Confiantes nas luzes do Espírito Santo, na intercessão de Maria, Mãe da Igreja, e sob a proteção de São José, nosso padroeiro, vamos assumir nossa missão evangelizadora, na comunhão, na solidariedade, na partilha e na santidade.

Que a concretização do 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora seja um marco de esperança e de resposta ao chamado de Jesus, “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!” (Mc 16,15).

Equipe Diocesana da Ação Evangelizadora – CDAE

BLOCO I

1. UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DE NOSSA DIOCESE (VER - Marco da Realidade)

“A pastoral da Igreja não pode prescindir do contexto histórico onde vivem seus membros. Sua vida acontece em contextos socioculturais bem concretos. Essas transformações sociais e culturais

representam naturalmente novos desafios para a Igreja em sua missão de construir o Reino de Deus. Daí nasce, na fidelidade ao Espírito Santo que a conduz, a necessidade de uma renovação

eclesial que implica reformas espirituais, pastorais e também institucionais”12.

1.1. Histórico da diocese

A região da diocese de Campo Mourão teve o início de sua colonização efetivamente por volta de 1903, com a vinda de famílias de posseiros, sobretudo da região de Guarapuava, que aqui se estabeleceram, formando pequenos núcleos e povoados, inicialmente movidos pela exploração de madeira (principalmente o pinheiro – araucária), além da criação de gado. Posteriormente, suas terras férteis aos poucos foram se tornando áreas de agricultura de subsistência, mais tarde veio a cultura do algodão, atraindo grandes empresas e suas indústrias de beneficiamento. Com o advento de novas técnicas e novas culturas agrícolas, sobretudo a soja, o trigo, o milho e a cana-de-açúcar, nas últimas décadas, as pequenas propriedades rurais deram lugar a extensas áreas mecanizadas, com produção voltada em sua maioria para exportação, trazendo uma nova estrutura social e econômica à região, gerando o êxodo rural e todas as suas consequências, entre elas uma nova realidade urbana, que exige crescentes e redobrados esforços por parte da Igreja. O município de Campo Mourão foi criado em 10 de outubro de 1947, e grande parte dos municípios que compõe a diocese atualmente foram desmembrados de seu território.

A diocese de Campo Mourão foi criada no dia 20 de junho de 1959, pela Bula “Cum Venerabilis” do Papa João XXIII, com território desmembrado integralmente da antiga Prelazia “nullius” de Foz de Iguaçu. A nomeação do primeiro Bispo Diocesano, Dom Eliseu Simões Mendes, se deu no dia 17 de outubro de 1959 e a Instalação da Diocese no dia 23 de abril de 1960. Em 12 de junho de 1973, metade do seu território foi desmembrado para a criação da Diocese de Umuarama, reduzindo a área territorial de 25.910 Km2 para os atuais 12.187Km2.

A diocese é formada por 25 municípios: Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Janiópolis, Juranda, Jussara, Luiziana, Mamborê, Mariluz, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre d’Oeste, Roncador, Terra Boa e Ubiratã. Está situada na

12 DA, n. 367.6

região Centro Oeste do Estado do Paraná, com área total de 12.187,1 Km² e com uma população aproximada de 346.785 habitantes de acordo com o censo de 2010.

Mapa do Paraná destacando a diocese de Campo Mourão

Mapa da Diocese, com a subdivisão dos decanatos, municípios e paróquias.

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1.2. O VER da nossa realidade

No ano de 2010 iniciamos uma caminhada em vista de nosso 19º Plano Diocesano de Pastoral. Duas opções metodológicas nortearam este trabalho: deveria ser um processo participativo, envolvendo o máximo possível nossas comunidades paroquiais, de forma que pudessem sentir-se contempladas por ele; e seria levado a termo a partir do já consagrado procedimento ver-julgar-agir.

Para ter acesso à nossa realidade – o VER – foram elaborados questionários que contemplaram a vida paroquial em seus mais variados âmbitos (capelas, pastorais, movimentos, serviços e comunidade paroquial). Quando possível, isto se referia também às estruturas propriamente diocesanas. Teve-se também a preocupação de colher o contexto sócio-econômico13.

A equipe diocesana elaborou uma síntese com as respostas, posteriormente publicadas no que se chamou Instrumento de Trabalho – Assembléia Diocesana. Após as Assembléias paroquiais e decanais, estas sínteses subsidiaram também a Assembléia Diocesana, ocorrida em Campo Mourão, em 12 de setembro de 2010. Nesta oportunidade, e como conclusão do longo processo, com representantes de todas as paróquias, pastorais, movimentos e serviços, foram eleitas três prioridades para o Plano: Família, Catequese e Juventude.

Tendo em conta esta caminhada e o mencionado Instrumento de Trabalho, apresentamos nossa realidade – o Ver – já nos concentrando nestas prioridades.

1.3. Prioridade – Família

A família, enquanto tal, não havia sido objeto direto de nossa pesquisa mais ampla14, como o foram as outras prioridades, mas sua situação emergiu ao longo do processo de levantamento sobre nossa realidade em outras consultas e ao trabalharmos o Instrumento de Trabalho, a ponto de ser eleita prioridade pela Assembléia Diocesana após ter recebido a indicação de 28 paróquias. É possível colhermos elementos de como estão nossas famílias, ainda que de modo fragmentário.

A família passa por uma profunda transformação. Está cada vez menor e alicerçada, sobretudo na mulher. A dificuldade em manter-se economicamente continua presente. Isto tem causado o êxodo rural na maioria de nossos municípios. De acordo com as primeiras publicações da pesquisa IBGE – 2010, temos vários municípios entre os que mais perderam população na última década (Nova Cantu e Janiópolis estão entre os cinco primeiros). Em boa parte das famílias, os jovens emigram em busca de melhores condições educacionais e de trabalho. A convivência familiar tem sido prejudicada por novas opções de trabalho: a “cana” com um sistema de folga semanal diferente do costumeiro descanso dominical ou o “frango”, que faz com que muitos se desloquem para trabalhar em períodos noturnos, são exemplos.

Torna-se cada vez mais comum a desestruturação familiar. Famílias desfeitas pela separação dos cônjuges expõem os filhos à ausência de um dos pais, dificultando ainda mais a já complicada educação destes. Junto ao problema econômico, que atinge parte significativa das famílias, praticamente todas convivem com a insegurança, o medo e a violência. A droga está cada vez mais presente em nossa sociedade.

A família tem sido também vítima da influência de meios de comunicação de massa que, disseminando seus próprios interesses, enfraquecem sua vivência de virtudes éticas, religiosas e

13 Foram feitas pesquisas junto às paróquias: uma pesquisa ampla onde todos puderam se manifestar, através de um impresso distribuído livremente em nossas paróquias, constando de nove questões a serem respondidas com alternativas, assinalando um X, mas tendo um campo reservado para sugestões; um questionário contemplava uma avaliação feita pelas Capelas e suas Pastorais; uma avaliação levada a termo por Pastorais, Movimentos e Serviços; uma avaliação junto aos religiosos e religiosas que trabalham em nossa diocese. 14 Aquela efetuada através do questionário distribuído nas Igrejas para todo o povo.

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morais, até então tradicionalmente cultivadas, com suas mensagens consumistas, de sexo, lucro e violência. Particularmente a televisão, tão disseminada na cultura brasileira, tem tornado difícil o diálogo nas famílias.

Neste contexto, a família se sente religiosamente fragilizada. Esta percepção emerge na constatação de não ser mais a família uma garantia da transmissão dos valores humanos e religiosos, relegando esta missão à escola e à catequese. Desintegração familiar e a sua reconstrução fazem com que tenhamos um número cada vez maior de casais em segunda união que não se sentem mais integrados na comunidade eclesial. Mesmo entre aqueles que iniciam a vida conjugal, o sacramento do matrimônio não tem sido um marco vivencial da fé, já que os casos extraordinários, os chamados “casamentos de legitimação” passaram a ser os mais comuns. São minoria as famílias que participam, com todos seus membros, da vida paroquial, como das celebrações eucarísticas, dos grupos de reflexão ou de novenas, como a de natal. É cada vez mais comum núcleos familiares que, embora tradicionalmente católicos, tenham atualmente membros que sigam outras religiões ou seitas. Não sem que isso traga algum conflito familiar.

A preocupação com nossas famílias está refletida nas indicações, ainda que fragmentárias, que acabamos de expor, o que justifica o apelo para que ela seja uma prioridade em nossa atividade pastoral. Também por isso, as indicações foram majoritariamente negativas. Mas precisamos lembrar que muitas famílias cultivam o evangelho e são verdadeiramente igrejas domésticas. Sentem estas dificuldades, mas a vivência do evangelho as fortalece e ajuda em sua superação. Cultivam o amor e encontram na vivência familiar sua razão de existir, bem como a felicidade.

1.4. Prioridade – Catequese

A avaliação geral feita sobre como as pessoas percebem a catequese em nossas paróquias é altamente positiva, em %:

Ótimo = 27,62; Bom = 39,11; Regular = 7,54; Fraco = 4,12; Não Respondeu = 21,61.

Como resultado, podemos afirmar que 74,27% das pessoas que responderam nossa pesquisa vêem como satisfatória nossa experiência catequética, sendo que apenas 4,12% a considera fraca. Não obstante, 15 paróquias sentiram necessidade de indicá-la como uma prioridade, atingindo um consenso nas Assembléias Decanais, quando todos os decanatos apresentaram a catequese como indicação para ser prioridade.

Em outras pesquisas, como aquelas juntos às Capelas, Religiosos, Pastorais, Movimentos e Serviços, encontramos indicações dessa preocupação. A catequese sofre com a desestruturação familiar. Em muitos casos, a catequese é a primeira e única fonte de formação religiosa do catequizando, que já não encontra mais esta base em sua família. E reflete um pouco a experiência por que passa o próprio sistema educacional: desinteresse e indisciplina. Também da parte dos pais constata-se pouco interesse em acompanhar a vida catequética dos filhos. E, portanto, também eles necessitados de uma catequese permanente.

A catequese não pode ser vista apenas como um ciclo de preparação para a primeira comunhão e crisma. Deve contemplar toda a vida, da infância à maturidade; ser um esforço permanente. Por isso, uns lembram a necessidade de uma pré-catequese e pós-crisma; outros lembram a infância e adolescência missionária. Neste cenário, aparece a necessidade de maior número de lideranças envolvidas com a catequese. Uma melhor formação para catequistas, sobretudo para os novos. Entre as sugestões, aparece também o pedido de um envolvimento e presença maior dos padres com a catequese, sinal de certa ausência.

Quando se trata da estrutura catequética, temos experiências e propostas diversas: há quem veja como prioridade construir centros catequéticos (salas para a catequese); e há quem propõe a catequese nas bases e periferias, acompanhando uma setorização paroquial. Em todo caso, existe a reclamação de

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que nossa catequese não atinge, ou atinge insuficientemente, as pessoas com necessidades especiais (tais como os surdos). É lembrada a necessidade de uma catequese apropriada para adultos.

Nossa catequese não deve apenas atingir a vida intelectual dos catequizandos, mas também existencialmente. Isto também na participação ativa da liturgia, em especial da missa. Aliás, celebrações eucarísticas que contemplem mais adequadamente a catequese aparecem tanto nos quesitos que indicam os pontos positivos quanto os negativos das pesquisas. Junto a esses últimos, ou seja, negativos, apareceu inclusive a não participação de catequistas nas celebrações da missa ou culto.

1.5. Prioridade – Juventude

Na juventude podemos ver espelhado a situação da família, tal como foi constatado acima. A desestruturação familiar dificulta também o crescimento sadio de nossos adolescentes e jovens. Numa atitude solidária e samaritana queremos resgatar as juventudes de nossa diocese e ajudar na busca de mais vida, mais fé e mais alegria.

Bombardeados pela sociedade consumista e hedonista, não encontram em suas famílias e no processo educativo um ambiente que lhes transmitam e favoreçam as virtudes éticas tradicionais. São as maiores vítimas da violência e da droga em nossa sociedade, onde esses dois fatores costumam caminhar juntos. A eles, violência e droga, temos que acrescentar o alcoolismo. Muitos jovens são obrigados a deixar suas famílias e comunidades em busca de um sistema educacional melhor ou mais especializado, ou mesmo de condições de trabalho.

Na consulta mais ampla sobre a vida eclesial em nossa diocese, a uma pergunta sobre como as pessoas viam a participação dos jovens, obtivemos a seguinte resposta, em %:

Ótimo = 6,60; Bom = 25,15; Regular = 38,87; Fraco = 23,67; Não Respondeu = 5,71.Isto indica que a maioria está satisfeita com a participação dos jovens, já que se somarmos as

respostas Ótimo, Bom e Regular, teremos 70,62%.

Em outras pesquisas, feitas junto às Capelas, Pastorais e Movimentos, aparece a preocupação com os jovens afastados da Igreja e, mesmo com aqueles que mantêm alguma ligação, esta parece não ser muito sólida. Nas justificativas para a indicação da juventude como prioridade (proposta por 16 paróquias), a afirmação é que esta faixa etária seja a mais desanimada e ausente, com pouca participação nas missas, liturgia e em grupos. Por outro lado, os jovens reclamam de um espaço com o qual se identifiquem na igreja e onde possam ser acolhidos e atuar com maior reconhecimento. Um espaço que seja mais “cativante” e favoreça um encontro pessoal com Jesus Cristo.

Como fator positivo, apareceu a criação de novos grupos.

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BLOCO II

2 - LUZES SOBRE A REALIDADE LEVANTADA(JULGAR – Marco Doutrinal)

2.1. Objetivo Geral de nossa ação evangelizadora

Queremos olhar esta nossa realidade, principalmente no que se refere às três áreas prioritárias – família, catequese e juventude – com os olhos de Jesus. Isto significa que teremos sempre como critério fundamental a Palavra de Deus, sobretudo, os Evangelhos. Mas nossa realidade é vivenciada eclesialmente e, por isso, deve também ser julgada eclesialmente. A Tradição nos dá a riqueza da vivência do Evangelho na história. O Concílio Vaticano II (1962 – 1965) buscou inserir a experiência eclesial no mundo contemporâneo. Ele é a constante referência de nossa vivência eclesial. Na América Latina, as Conferências Episcopais, atentas aos sinais dos tempos e de nossa realidade, desde Medellin15 (1968), procuram colher os frutos do Concílio e aplicá-los para nossa realidade. Nesta caminhada, a última Conferência Geral do Episcopado em Aparecida (2007) é nossa fonte imediata, a mais próxima geográfica, cronológica e espiritualmente. Por fim, nosso julgar segue as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Sendo as últimas Diretrizes, para 2011 – 2015, aquelas produzidas na 49ª Assembléia Geral da CNBB, reunida em Aparecida, de 4 a 13 de maio de 2011. Assumimos com a Igreja do Brasil o objetivo geral de nossa ação evangelizadora:

“Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”16.

Estas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora querem indicar “os princípios norteadores de tudo que se venha a fazer em termos de evangelização, deixando o respectivo detalhamento para as realidades locais (...) Diretrizes indicam o caminho a seguir. Planos de Pastoral mostram como percorrer o caminho”17.

2.2. Uma Igreja em busca constante de conversão pastoral

Ao elaborarmos nosso Plano de Pastoral, queremos exatamente isso: delinearmos o caminho a percorrer e como percorrê-lo. O tema de nosso Plano de Pastoral expressa já o espírito com o qual queremos vivenciar nossa realidade e transformá-la nos próximos anos: UMA IGREJA EM BUSCA CONSTANTE DE CONVERSÃO PASTORAL. A pastoral indica o cumprimento da missão recebida através de Pedro, de apascentar as ovelhas do Senhor, assemelhando-se a Ele, o Bom Pastor. Aparecida concretiza esse ideal através da expressão que tem se tornado entre nós um verdadeiro chavão: sermos discípulos missionários. “A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4ss). Na generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho”18.

Com a expressão “conversão pastoral”, segundo a CNBB, “a Conferência de Aparecida nos convoca a ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral

15 Conclusões de Medellín – II Conferência Geral do Episcopado latino-americano16 Diretrizes 2011-2015, Objetivo Geral.17 Cf. Diretrizes 2011-2015, n. 218 DA, n. 31.

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decididamente missionária”19. Mais: “uma verdadeira conversão pastoral deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de auto-avaliação e coragem de mudar várias estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. Temos necessidade urgente de viver na Igreja a paixão que norteia a vida de Jesus Cristo: o Reino de Deus, fonte de graça, justiça, paz e amor. Por esse Reino, o Senhor deu a vida”20. De fato, Aparecida fala em “entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé”21. Pouco a frente Aparecida fala da “necessidade de uma renovação eclesial que implica reformas espirituais, pastorais e também institucionais”22 .

Todos, sem exceção, são chamados a assumir essa atitude de permanente conversão pastoral, mas, primeiramente, os pastores, que devem “viver e promover uma espiritualidade de comunhão e participação”23. Espiritualidade que serve de princípio educativo para todos. Também as comunidades eclesiais são chamadas à conversão pastoral, para que “sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Daí nasce a co-responsabilidade e participação efetiva de todos os fiéis na vida das comunidades cristãs. Hoje, mais do que nunca, o testemunho de comunhão eclesial e de santidade são uma urgência pastoral. A programação pastoral há de se inspirar no mandamento novo do amor (cf. Jo 13,35)”24.

2.3. Resposta às exigências da evangelização

Ao elaborarmos participativamente esse nosso Plano Diocesano de Pastoral, temos o desejo de responder a esta convocação de permanente conversão pastoral e de seguir as indicações que nos foram dadas em Aparecida: “O projeto pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender as exigências do mundo de hoje com indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos. Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução. Esse projeto diocesano exige acompanhamento constante por parte do Bispo, dos sacerdotes e dos agentes pastorais, com atitude flexível que lhes permita manter-se atentos às exigências da realidade sempre mutável”25.

2.4. Metodologia para o trabalho evangelizador

Ao elaborarmos nosso Plano, devemos nos manter atentos também à metodologia de trabalho indicada pela CNBB. Sendo nosso foco central a evangelização, seja no anúncio missionário, seja na vivência eclesial do evangelho, as Diretrizes da Ação Evangelizadora se elaboram a partir das exigências intrínsecas da própria evangelização: o serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho da evangelização. A partir das DGAE 2003-2006 (Documento 71 da CNBB), estas 4 exigências passam a ser veiculadas no lugar das 6 linhas, às quais fundamentalmente correspondem, e que orientavam o trabalho no Brasil desde o Plano de Pastoral de Conjunto (1966-1970). “A evangelização exige muita atenção à situação em que vivemos, sincera abertura de espírito e solidariedade diante das aspirações, angústias e interrogações da nossa época. Mas, ao mesmo tempo, por fidelidade ao próprio Cristo e à missão que dele recebeu, a Igreja tem a estrita responsabilidade de oferecer, em cada época, o acesso à Palavra de Deus, à celebração da Eucaristia e aos demais sacramentos, e de cuidar da caridade fraterna e do serviço aos pobres. Uma antiga tradição, que se inspira na Palavra de Deus e que foi

19 Diretrizes 2011-2015, n. 26.20 DGAE, n. 46.21 DA, n. 365.22 DA, n. 367.23 DA, n. 368.24 DA, n. 368.25 DA, n. 371.

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diversamente retomada na história da Igreja, descreve essa responsabilidade segundo um tríplice múnus: ministério da Palavra, ministério da liturgia, ministério da caridade”26. Este ministério da Palavra, eucaristia e caridade, frente aos desafios e complexidade do momento presente, devem estar articulados em três âmbitos de ação: da pessoa, da comunidade e da sociedade; sabendo que “não são realidades a serem consideradas separadamente, mas três enfoques interligados, complementares”27.

2.5. Âmbitos de nossa evangelização

Aceitamos, portanto, o desafio da conversão pastoral, para melhor realizarmos nosso compromisso de discípulos missionários do Senhor. Vivenciando o ministério da Palavra, liturgia e caridade, nos âmbitos da pessoa, comunidade e sociedade. Com nosso coração “ardendo” pelas palavras do Senhor como o dos discípulos a caminho de Emaús. Este é justamente o lema de nosso 19º PDAE: “Não estava nosso coração ardendo?” (Lc 24,32). Esse encontro pessoal com o Senhor ressuscitado nos anima em nossa comunidade eclesial, para a missão: fazer com que todos possam se encontrar com Jesus Ressuscitado e dEle tenham a vida, e a tenham em abundância. Por fidelidade à nossa missão, queremos ser uma Igreja pobre e comprometida com os pobres. “A opção pelos pobres é uma peculiaridade que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha”28. Queremos também ser uma Igreja defensora e a serviço da vida, solidária e samaritana. A “evangelização vai unida sempre à promoção humana e à autêntica libertação cristã”29.

2.6. Urgências evangelizadoras

Por fim, as novas DGAE nos lembram que existem “urgências evangelizadoras” que se referem aos caminhos e à concretização da fé “que, por isso mesmo, devem estar presentes em todos os processos de planejamento e conseqüentes planos, independentemente do local onde as ações evangelizadoras aconteçam”30. Como tais “urgências”, o documento cita: a constante atitude de missão; a Igreja como o lugar da iniciação cristã; a animação bíblica; a dimensão comunitária, ou seja, a Igreja como comunidade de comunidades; o serviço em favor da vida para todos. Se essas “urgências evangelizadoras” devem, a seu modo, estarem presentes em todos os planos, é preciso também que cada plano eleja suas prioridades consoantes às necessidades locais: Para isso, “Cabe a cada comunidade eclesial perguntar quais são os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial e lhes dar prioridade no trabalho de evangelização”31. Como já foi explicado no momento do VER, nossa Assembléia Diocesana ratificou três prioridades: a família, a catequese e a juventude.

2.6.1. Prioridade – Família

A família foi vista pela tradição como célula da sociedade e da Igreja, a “Igreja doméstica”. Nela, as pessoas nasciam e cresciam. Recebiam a formação e segurança necessárias. O lugar mais apropriado para a vivência do amor. Também a fé encontrava aí seu ambiente natural. Este modo de compreender e de ser da família tem passado por profundas transformações. Nem sempre e nem na maioria das vezes, para melhor. Há mesmo uma campanha para desestruturá-la. É vítima do poder econômico que a mina em sua base: o desemprego ou subemprego, o estresse cotidiano, a disparidade dos horários que não permite mais uma vivência comum de qualidade; a banalização do compromisso matrimonial, os conflitos de gerações, tudo isto tem desafiado a Igreja que sempre viu na família o alicerce da sociedade e da maturidade afetiva das pessoas. . O Concílio Vaticano II, em seu documento

26 DGAE 2003-2006, n. 19; cf. Diretrizes 2011-2015, n. 118.27 DGAE 2003-2006, n. 63; cf. Diretrizes 2011-2015, n. 119.28 DA, n. 391.29 DA, n. 26.30 Diretrizes 2011-2015, n. 28.31 Diretrizes 2011-2015, n. 73

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Gaudium et Spes (GS) já alertava: “Nascem tensões também no seio da família, quer devidas ao peso das condições demográficas, econômicas e sociais, quer às dificuldades oriundas entre as gerações que se sucedem, quer às novas relações sociais que se estabelecem entre homens e mulheres”32. E no capítulo dedicado especificamente ao matrimônio e família, a GS alerta: “A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar na comunidade conjugal e familiar”33.

Aparecida denuncia como os meios de comunicação de massa, apresentando novas imagens, atrativas e cheias de fantasia, acabam por diluir nossa preciosa tradição, atingindo as famílias: “Nossas tradições culturais já não se transmitem de uma geração à outra com a mesma fluidez que no passado. Isso afeta, inclusive, esse núcleo mais profundo de cada cultura, constituído pela experiência religiosa, que se torna agora igualmente difícil de ser transmitido através da educação e da beleza das expressões culturais, alcançando inclusive a própria família que, como lugar do diálogo e da solidariedade inter-geracional, havia sido um dos veículos mais importantes da transmissão da fé. Os meios de comunicação invadiram todos os espaços e todas as conversas, introduzindo-se também na intimidade do lar. Ao lado da sabedoria das tradições, localizam-se agora, em competição, a informação de último minuto, a distração, o entretenimento, as imagens dos vencedores que souberam usar a seu favor as ferramentas tecnológicas e as expectativas de prestigio e estima social. Isso faz com que as pessoas busquem denodadamente uma experiência de sentido que preencha as exigências de sua vocação, ali onde nunca poderão encontrá-la”34.

Estamos diante de uma verdadeira “crise” da família, e a ela devemos responder como Igreja. Esta “crise não deve ser interpretada apenas como enfraquecimento da família, mas como um desafio maior: o de reestruturação das relações no interior da família e das famílias entre si. Nesta reorganização, a família não assume uma forma única nem segue o modelo tradicional (patriarcal), mas tende a buscar novas formas de realização. Isso exige, por parte da comunidade cristã, uma atitude de discernimento e de abertura, que procure ajudar as famílias, na diversidade das situações em que vivem hoje, a buscar uma realização mais plena à luz dos valores essenciais da concepção cristã da família”35. Como Igreja devemos propor uma formação adequada a esses novos desafios, que responda de forma efetiva e afetiva, a começar pela formação para o matrimônio, no acompanhamento aos novos casais e nas famílias já consolidadas. Atenção e carinho especial merecem os casais em segunda união, que, dentro da condição em que estão, deverão encontrar da parte da comunidade eclesial a receptividade e integração.

Também do ponto de vista social e econômico temos como colaborar, ainda que seja no “empenho para que as políticas públicas ofereçam condições necessárias ao bem-estar das famílias e evitem tudo o que as prejudica gravemente”36.

2.6.2. Prioridade – Catequese

Salta aos olhos na análise feita quanto à situação de nossas famílias, na crise em que muitas se encontram, a incapacidade para oferecer às crianças e adolescente uma educação religiosa. Até mesmo dos valores cristãos mais fundamentais. Isto torna ainda mais urgente e necessária a catequese que deve suprir também a deficiência nesse primeiro anúncio, agora decididamente relegado ao âmbito paroquial37. Nesse clima, muitos estão se aproximando da catequese já na fase jovem ou adulta, exigindo de nós uma catequese adequada a sua realidade. Mesmo aqueles que não a procuram por causa da recepção de um sacramento, mas porque despertaram para a realidade eclesial. “Nos dias de hoje, a catequese de inspiração catecumenal adquire grande importância, não limitada às crianças e aos

32 Concilio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 8.33 Concilio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 47.34 DA, n. 39.35 DGAE 2003-2006, n. 123a.36 DGAE 2003-2006, n. 123c.37 Cf. DA, nn. 286, 293-294.

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jovens, mas tendo como prioridade a catequese com adultos. Trata-se de uma catequese não-ocasional, permanente”38.

Entre os valores que emergem nessa nova sociedade em que vivemos, está a sensibilidade frente às pessoas com alguma deficiência, que já contavam com a predileção de Jesus. A elas a catequese deve também se adaptar.

Embora a “renovação da catequese esteja produzindo fecundos resultados entre nós39, persistem ainda “linguagens pouco significativas para a cultura atual e em particular para os jovens”40. Também entre nós é constatável o que Aparecida denuncia: “apesar da boa vontade, a formação teológica e pedagógica dos catequistas costuma não ser a desejável”41. Esta situação pede um esforço sistemático na formação de catequistas.

Em nosso VER, emergiu a ainda deficiente ligação entre a catequese e a vida de fé. Uma catequese doutrinal que não consegue transformar-se em encontro com a pessoa de Jesus e celebrá-la na liturgia da Igreja. Esta situação também foi objeto de atenção em Aparecida: “A catequese não pode se limitar a uma formação meramente doutrinal, mas precisa ser uma verdadeira escola de formação integral. Portanto, é necessário cultivar a amizade com Cristo na oração, o apreço pela celebração litúrgica, a experiência comunitária, o compromisso apostólico mediante um permanente serviço aos demais”42. A CNBB já havia nos alertado sobre isso: “A catequese das crianças, jovens, adolescentes e adultos, bem como as iniciativas de formação, a ação missionária empreendida, levando em conta as características da cultura atual, deverão enfatizar que o cristianismo não é um discurso, mas um acontecimento, um fato real: acolher e seguir a pessoa de Jesus Cristo”43.

Nossos catequizandos são facilmente presas dos modismos de nossa sociedade sem sentir a mesma atração pela mensagem cristã. Como vivem num clima de dispersão (TV, vídeo-game, internet) tem dificuldade para a concentração (coisa que tem perturbado também a vida escolar) e para a oração. A catequese renovada e vivenciada como encontro cativante com a pessoa de Jesus poderá vencer esta situação. A desvinculação da catequese com um esquema escolar ainda reinante poderá ser frutuoso, a começar da própria estrutura física, calendário e métodos. Alguns vêem a setorização da paróquia também no tocante à catequese como uma alternativa. A família de forma alguma poderá ficar fora desse processo: “A família, pequena Igreja, deve ser, junto com a Paróquia, o primeiro lugar para a iniciação das crianças (...) Os filhos têm o direito de poder contar com o pai e a mãe para que cuidem deles e os acompanhem até a plenitude de vida. A ‘catequese familiar’, implementada de diversas maneiras tem-se revelado como ajuda proveitosa à unidade das famílias, oferecendo, alem disso, possibilidade eficiente de formar os pais de família, os jovens e as crianças, para que sejam testemunhas firmes da fé em suas respectivas comunidades”44.

2.6.3. Prioridade – Juventude

Ao analisarmos a família e a catequese, inevitavelmente já nos confrontamos com a situação dos jovens. Aparecida constatava esta situação: “As crises, pelas quais passa a família hoje em dia, produz neles profundas carências afetivas e conflitos emocionais”45. São os mais afetados pela cultura do consumo46: “A publicidade conduz ilusoriamente a mundos distantes e maravilhosos, onde todo desejo pode ser satisfeito pelos produtos que têm caráter eficaz, efêmero e até messiânico. (...) Como só se necessita do imediato, a felicidade se pretende alcançar através do bem-estar econômico e da

38 Diretrizes 2011-2015, n. 79.39 Cf. DA, 99a.40 DA, 100d.41 DA, 296.42 DA, 299.43 Evangelização e Missão Profética da Igreja (Documento 80 da CNBB), p. 52.44 DA, n. 302-303.45 DA, n. 244.46 Cf. DA, 51.

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satisfação hedonista”47. Por outro lado, boa parte dos jovens sofre os problemas da sociedade e da falta de recursos, ficando alijados do consumo: “jovens que recebem uma educação de baixa qualidade e não têm oportunidades de progredir em seus estudos nem de entrar no mercado de trabalho para se desenvolver e constituir uma família”48.

São os mais afetados, ao menos em nosso contexto, pela violência e pelas drogas. Não obstante, na dimensão do Serviço, a CNBB há anos prevê uma atenção especial a eles, lembrando que já Puebla fez uma opção preferencial pelos jovens: “Sejam incentivadas ou apoiadas as iniciativas que favoreçam a educação dos jovens, visando à formação de uma personalidade madura e equilibrada, à correta vivência da sexualidade, à vivência do amor verdadeiro, ao autocontrole em face dos desvios do alcoolismo, da dependência de drogas e do consumismo fácil e ilusório”49.

Nem sempre encontram espaço e linguagem adequados na Igreja, que parece distante de sua realidade. Aparecida sugere algumas linhas de ação (n.446), reiterando a opção preferencial pelos jovens, de “maneira eficaz e realista”. Lembramos aqui, apenas três destas linhas de ação:

a) “Propor aos jovens o encontro com Jesus Cristo vivo e seu seguimento na Igreja, à luz do Plano de Deus, que lhes garanta a realização plena de sua dignidade de ser humano, que os estimule a formar sua personalidade e lhes proponha uma opção vocacional específica: o sacerdócio, a vida consagrada ou o matrimonio. Durante o processo de acompanhamento vocacional, irá aos poucos introduzindo gradualmente os jovens na oração pessoal e na Lectio Divina, na freqüência aos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, da direção espiritual e do apostolado”;

b) “Urgir [é urgente] a capacitação dos jovens para que tenham oportunidades no mundo do trabalho, e evitar que caiam na droga e na violência”;

c) “Nas metodologias pastorais, procurar maior sintonia entre o mundo adulto e o mundo juvenil”50.

47 DA, 50.48 DA, n. 65.49 DGAE 2003-2006, n. 85f.50 DA, n. 446c,f,g.

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BLOCO III

3 - PLANO DE AÇÃO PARA A MISSÃO EVANGELIZADORA(AGIR - Marco Operacional)

3.1. Prioridades e Projetos que serão trabalhados pela Diocese de Campo Mourão nos anos de 2011 a 2014.

A partir da análise da realidade, da avaliação da caminhada nos âmbitos: social, econômico,

religioso e eclesial, à luz da Palavra de Deus, do Documento de Aparecida, das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil51 e outros documentos da Igreja, com a indispensável contribuição de lideranças leigas e religiosas atuantes em todas as instâncias (pessoais, comunitárias, eclesiais e sociais), níveis (comunidades, paróquias, decanatos e diocese) e atividades (pastorais, movimentos e serviço) da nossa Igreja Particular e do Clero, que aprovou estas propostas em 19 de maio de 2011, em reunião especialmente convocada para tal, temos em mãos as propostas elaboradas para fazer frente aos inúmeros desafios que clamam à nossa Igreja um compromisso missionário para os próximos quatro anos, trabalhando a partir das tres prioridades (família, catequese e juventude).

3.1.1. Urgências da Evangelização

Interpelados e sensibilizados pelos desafios da realidade e querendo ser uma Igreja missionária e servidora, percebemos a necessidade de assumirmos algumas “urgências evangelizadoras” que ajudarão na implantação desses projetos, quais sejam:

a) um programa de formação de lideranças contemplando formação espiritual, bíblica, pastoral, doutrinal e missionária, que atinja também as Coordenações Paroquiais de Pastorais (CPPs) e outros segmentos envolvidos nas atividades da Igreja;

b) oportunizar momentos fortes de espiritualidade através de encontros, retiros, Leitura Orante da Palavra de Deus e outros momentos, cultivando uma mística que perpasse e sustente toda a ação evangelizadora.

c) um cuidado especial, no acompanhamento, apoio e formação humana e social, visando cuidar dos cuidadores;

d) revitalizar e ampliar os pequenos grupos (grupos de reflexão e outros), como caminho para a criação de pequenas Comunidades Eclesiais, de forma a tornar a Igreja uma comunidade de comunidades.

e) fazer um levantamento das obras, instituições, congregações e pastorais que desenvolvem trabalhos sociais e humanitários em defesa da vida, comprometida com os pobres, sendo solidária e samaritana em âmbito de diocese. Elaborar um Projeto resgatando todo o trabalho que já existe, socializando-o com o objetivo de dar uma melhor visibilidade como Igreja diocesana.

3.1.2. Documento final

No dia 19 de junho, festa da Santíssima Trindade e data histórica da criação da Diocese (20 de junho de 1950), em celebração festiva, na Catedral São José, com representação de todas as paróquias, o clero e o bispo diocesano, foi lançado oficialmente o 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora, com vigência para 2011 a 2014. Os planejamentos de cada um dos Projetos e o calendário para

51 O documento da CNBB que serviu de orientação inicial para a elaboração do nosso Plano Diocesano foram as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2008-2010 – DGAE (Documento 87 da CNBB). A parte final da sua elaboração foram iluminadas pelas novas Diretrizes da CNBB -2011-2015 (Assembleia Geral dos Bispos do Brasil de 4 a 13 de maio de 2010).

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divulgação nas bases, serão implementados a partir da data de seu lançamento, adaptando-se às necessidades de cada realidade.

Transcrevemos, a seguir, as prioridades. Na mediada que os projetos forem sendo implantados e trabalhados, serão retomados, revistos e avaliados pelas comissões, semestralmente.

4. PRIORIDADE – FAMÍLIA

– Realizar ações conjuntas que visem a revitalização da Família num trabalho a ser assumido pelas pastorais, movimentos e serviços;

– Oferecer meios para que a Família assuma seu SER e sua MISSÃO na Igreja e na sociedade.

A Igreja reconhece a família como prioridade fundamental na Ação Pastoral. “Tamanha é a sua importância que deve ser considerada um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora”52.

Aparecida afirma: “A família, ‘patrimônio da humanidade’, constitui um dos tesouros mais valiosos dos povos latino-americanos. Ela tem sido e é o lugar e a escola de comunhão, fonte de valores humanos e cívicos, lar onde a vida humana nasce e se acolhe generosa e responsavelmente [...]”53.

O que é preciso fazer?– Implantar a Pastoral Familiar em todas as paróquias, segundo as orientações da CNBB;– Organizar o Setor Família54, congregando todas as pastorais, movimentos e serviços, que de

alguma forma estão ligados ou se relacionam com a família, sua estrutura e suas dificuldades, no âmbito da Igreja e da sociedade.

Que estratégias adotar? 1. Unir todos os segmentos que trabalham com a Família (Setor Família), formar uma comissão

diocesana com representantes desses seguimentos – sugestão: assessor(a), coordenador, vice-coordenador e dois secretários;

2. Planejar ações conjuntas, valorizando cada atividade que já realizam em favor da família;3. Promover encontros de capacitação;4. Indicar/elaborar subsídios e materiais relacionados com a formação da família;5. Implantar a Pastoral Familiar em todas as paróquias.

1. Estimular um compromisso de solidariedade, um amor samaritano, que impulsione as famílias a irem ao encontro dos necessitados, dos que sofrem, sendo solidários buscando diminuir seus sofrimentos. Encaminhar as situações que necessitam atenção especial valendo-se do Projeto Social diocesano.

2. Avaliar constantemente as atividades desenvolvidas com o Setor Família nas Paróquias, com o objetivo de conhecer a realidade, orientar e acompanhar, de forma permanente, as ações que estão sendo realizadas.

4.1. PROJETO 1

Ajudar a família a viver melhor os valores cristãos

52 DGAE, n. 128 e DAp, n. 435.53 DA, n.302.54 “Deixa claro que essas entidades, movimentos, associações familiares e serviços, fazem parte, em sentido amplo, da Pastoral Familiar – sem perderem o seu carisma peculiar –, porém não se identificam com ela e tampouco a substituem. A Pastoral Familiar é mais abrangente. Ela acolhe os Movimentos, conta com o apoio e a ajuda deles, respeitando o pluralismo sem prejudicar a unidade” (CNBB. Diretório da Pastoral Familiar, Doc. 79 p. 222).

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Diante dos desafios vividos pela família, uma estratégia que nos parece significativa é unir todas as forças que já trabalham com a Família que permita apontar saídas capazes de minimizar as dificuldades encontradas.

O que? (Objetivo geral)Desenvolver ações que ajudem as famílias a viver melhor os seus valores essenciais, resgatando

sua dignidade e contribuindo para uma sociedade melhor, mobilizando todas as forças da diocese (pastorais, movimentos, serviços e instituições) que estão envolvidas com a família para desenvolver um trabalho conjunto que vise resgatar os seus valores e princípios essenciais (humanos, morais, espirituais, materiais,...)

Objetivos específicos:Acolher toda e qualquer realidade familiar com atenção especial às mais necessitadas.Contribuir na superação das dificuldades, desafios e entraves da vida em família.Capacitar as equipes paroquiais e diocesana.

Por quê? (justificativa) Uma grande preocupação, levantada em todas as paróquias, é a constatação da vulnerabilidade

e desequilíbrio que afetam a família. Muitas são as causas que levam a desagregação familiar, entre elas, a perda dos verdadeiros valores humanos e cristãos.

É preciso ajudar as famílias cristãs, célula primeira da Igreja, a descobrirem e redescobrirem os seus valores inalienáveis.

Como? (meios e instrumentos)– Constituir a Comissão Diocesana para Vida e Família;– Buscar profissionais e/ou especialistas identificados com a família para a capacitação e

assessoria da Comissão;– A Comissão Diocesana juntamente com a Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora –

CDFAE, serão os responsáveis pelos encaminhamentos. – Reunir todos os segmentos que estão empenhados com a família (Setor Família), para se

inteirarem e refletirem sobre as questões vulneráveis da família e planejar ações conjuntas;– Realizar encontros de formação nos decanatos para as equipes paroquiais com (programa) e

conteúdos específicos;– Proporcionar para as famílias momentos de espiritualidade, retiros, palestras e encontros de

aprofundamento da Palavra de Deus;– Criar um espaço de escuta, acolhida, apoio, ajuda e orientação nas paróquias, conforme a

possibilidade, com critérios e pessoas preparadas.

Quando? (cronograma)– Primeira quinzena de julho: reunir o Conselho Diocesano de Pastorais e Movimentos (CDP),

para formar a Comissão Diocesana para Vida e Família;– A partir do dia 24 de julho de 2011 se reunirão todos os segmentos e de forma contínua, vão

planejando e elaborando as atividades, bem como os conteúdos para capacitação das equipes;– Setembro de 2011 – repasse da formação para os Coordenadores, Assessores Diocesanos e todo

o Clero da diocese;– As atividades paroquiais serão desenvolvidas de acordo com calendário e disponibilidade de

cada paróquia.

Onde? (locais)– Em todos os âmbitos: diocesano, decanal e paroquial, conforme as exigências.

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Quem? (responsáveis)– Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora;– Comissão Diocesana para a Vida e Família; – Assessorias especializadas em cada assunto estabelecido;– Coordenadores diocesanos de pastorais, movimentos, serviços e instituições;– Equipes paroquiais;– Secretarias paroquiais

4.2. PROJETO 2

Implantação da Pastoral Familiar em todas as paróquias

“Família, sê aquilo que tu és: célula mãe da sociedade, santuário do amor, escola do Evangelho e dos valores humanos, esposa de Cristo, patrimônio da humanidade, Igreja doméstica” (João Paulo II).

Tendo em vista a razão de ser da Pastoral Familiar, que é ser resposta da Igreja aos problemas e questões familiares, confrontando com a realidade, onde se percebe os dramas e dificuldades que elas enfrentam, ouvindo o apelo da Igreja que recomenda: “que em toda diocese se requer uma pastoral familiar ‘intensa e vigorosa’ para proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida, e trabalhar para que os direitos da família sejam reconhecidos e respeitados”55.

O que? (objetivo geral)– Implantar e dinamizar a Pastoral Familiar em todas as paróquias, seguindo as orientações do

Setor Família da CNBB, assumindo, essencialmente, os três setores (pré matrimônio, pós matrimônio e casos especiais) e seus desmembramentos.

Por quê? (justificativa)– Conforme constatação das avaliações paroquiais: lares desestruturados, relações quebradas,

medo, angústia, insegurança, falta de diálogo, violência, entre outros, urge a necessidade de um resgate das famílias. A Conferência de Aparecida, indica que “A pastoral familiar poderá contribuir para que a família seja, de fato, lugar de realização humana, de santificação na experiência de paternidade, maternidade e filiação e da educação contínua e permanente da fé”56.

– A organização do Setor Família visa unir todos os segmentos empenhados no trabalho com as famílias.

Como? (meios, instrumentos)1) Implantando a pastoral familiar, unindo o Setor Família, para isso :

– Realizar um encontro de motivação para o clero, com o Representante Episcopal da Pastoral Familiar Regional;

– Reunir todos os segmentos que estão empenhados com a família (Setor Família), para se inteirarem e refletirem sobre as questões vulneráveis da família e ajudar na implantação da Pastoral Familiar nas paróquias;

– Realizar encontros de formação, por decanato, sobre o “Guia de Implantação da Pastoral Familiar na paróquia”, sob a responsabilidade do Setor Família.

– Estruturar, nas paróquias, os três setores da pastoral familiar (pré-matrimônio, pós-matrimônio e casos especiais);

2) Acolher casais em segunda união :

55 DA, n. 435.56 Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – 2011-2015, n. 101.

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Assumir, acolher e evangelizar as famílias que se encontram em situações irregulares a fim de que se sintam pertencentes e participem efetivamente da vida da Igreja, de forma consciente e coerente, podendo ou não regularizar a situação perante a igreja.

– Formar grupos de casais, reunindo pessoas em situações semelhantes e criando condições para que os mesmos possam partilhar seus problemas a se ajudarem mutuamente;

– Proporcionar encontros e/ou retiros de espiritualidade com grupos de casais em segunda união, seguindo um conteúdo específico;

– Aproveitar os encontros de preparação para os sacramentos (batismo, eucaristia, crisma dos filhos) para a acolhida desses casais;

– Procurar utilizar uma linguagem positiva enaltecendo o que eles ‘podem’ e não insistindo no que eles ‘não podem’, procurando engajá-los na vida eclesial;

– Resgatar a auto-estima e a confiança de muitas famílias desestruturadas e marginalizadas.

3) Preparando jovens para o matrimônio :Ter a preocupação de preparar crianças (preparação remota), adolescentes (preparação

próxima) e jovens (preparação imediata) para a descoberta de sua vocação, criando consciência da dignidade da pessoa e dos valores cristãos, a fim de estabelecer a cultura da civilização do amor e da abertura ao Sacramento do Matrimônio para a constituição de casamentos duradouros e famílias bem estruturadas.

[...] “Sejam celebradas datas importantes ligadas à vida e à família, como a Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro”57.

– Utilizar as equipes do setor Família em conjunto com a Pastoral Familiar, para adotar um modelo de preparação para noivos similar em todas as paróquias.

– Preparar e envolver a catequese, grupos de adolescentes e jovens no trabalho de orientação vocacional.

Quando?– Após a Assembléia Diocesana elaboração do Planejamento e calendarização das atividades;– Implantação do projeto: a partir do segundo semestre de 2011;– Agosto: reunião do clero com assessor regional (depende da disponibilidade);– Setembro: encontro de formação para implantação da PF;– Primeiro semestre de 2012: rever material de formação para o matrimônio.

Onde? (locais)– Encontros diocesanos (Lar Paraná), decanais e paroquiais.

Quem? (responsáveis)

– Coordenação Diocesana da Pastoral Familiar, Comissão para Vida e Família e CDAE.

4.3. PROJETO 3

Ampliar e fortalecer as ações solidárias e samaritanas em defesa e a serviço da vida, já existentes na diocese.

“[...] os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar, nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles”58.

O DAp, nos chama a atenção acerca da responsabilidade social “[...] nossa opção pelos pobres corre o risco de ficar no plano teórico ou meramente emotivo, sem verdadeira incidência em nossos

57 DGAE, n. 132.58 DA, 393.

21

comportamentos e em nossas decisões. É necessária uma atitude permanente que se manifeste em opções e gestos concretos”59.

“Carinho especial haverão de receber as famílias marcadas pela violência e outros males em suas mais diversas formas, como o alcoolismo, o machismo, o desemprego e principalmente as drogas, as balas perdidas, os assassinatos e os grupos de extermínio. É indispensável que se continue e mesmo se intensifique o trabalho de prevenção contra as drogas e combate à sua difusão. Criem-se e se desenvolvam pastorais e instituições que lidem com tóxico-dependentes e seus familiares. Sejam estimulados grupos de apoio às famílias que perderam seus entes queridos em situações de aguda violência”60.

O quê? (Objetivo)

Conhecer e ampliar as dimensões sócio-caritativas existentes na diocese para qualificar, dar maior visibilidade e difundir no coração das pessoas a sensibilidade e compromisso para com nossos irmãos fragilizados.

Por quê? (justificativa)É urgente dar maior suporte às necessidades e situações de sofrimento que atingem parcela de

nosso povo e que clamam um olhar compassivo e samaritano da Igreja, não ficando indiferente diante de flagelos como: tóxicos dependentes, enfermos de HIV, miséria, vítimas de violência, idosos, meninos e meninas vítimas de prostituição, desempregados, mulheres, e outras situações que clamam por compaixão.

É necessário reconhecer todo o trabalho e dedicação existente na diocese em favor dos irmãos sofredores. Somar esforços na ampliação destas experiências, tornando conhecidas as instituições, congregações, pastorais e serviços que desenvolvem trabalhos sociais e humanitários em defesa da vida, comprometida com as dimensões de pobreza.

Como? (meios, instrumentos)– Fazer um levantamento de todas as instituições, congregações, serviços, pastorais que

desenvolvem atividades sociais em nossa Diocese e profissionais liberais identificados com trabalhos sociais;

– Reunir os líderes (assessores e coordenadores) de cada uma dessas entidades para traçar um plano de atividade em comum;

– Constituir uma equipe de coordenação, com representantes dos setores afins;– Desenvolver um trabalho conjunto com estes organismos afim de que os recursos disponíveis

sejam melhor distribuídos e aplicados;

Quando? (cronograma)– A partir do segundo semestre de 2011

Onde? (locais)– Centro Catequético Dom Virgílio de Pauli da Catedral Diocesana São José e/ou Cúria

Diocesana.

Quem? (responsáveis)– Os que já trabalham especificamente com a dimensão social:– Coordenadores de pastorais sociais, movimentos e instituições afins;– Institutos e Congregações Religiosas;– Profissionais (médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, advogados...);– Agentes da CDAE e do Setor Família encarregados de congregar os acima citados, em setores,

para definir um Projeto estratégico e planejamento comum das ações necessárias.

59 DA, 397.60 DGAE, n. 135.

22

5. PRIORIDADE – CATEQUESE

Estruturar a catequese dentro do processo iniciático, e, buscar descentralizar as atividades catequéticas dando especial atenção à formação continuada (permanente) dos catequistas e coordenações.

A evangelização começa nas famílias, que na realidade, passaram esta obrigação para a catequese. Temos necessidade de catequistas preparados, com vivência e metodologia renovadas.

O Diretório Geral para a Catequese aborda especificamente a ação catequética e de iniciação para aqueles que optam pelo Evangelho e para aqueles que necessitam completar ou estruturar a sua iniciação. Podemos compreender que a catequese tem o compromisso de estruturar e propor um caminho de iniciação à vida cristã para aqueles que receberam uma catequese na infância, mas não a estruturaram na vida através do compromisso comunitário61.

O Diretório Nacional de Catequese trata da iniciação cristã, colocando o termo como sendo parte de uma nova compreensão do ministério da catequese. [...] Fica claro, ainda a partir do n.38 do DNC, que a catequese é um dos importantes elementos da iniciação à vida cristã, que implica num longo processo vital de introdução dos cristãos ainda não plenamente iniciados, seja qual for a idade.

“É admirável o grande número de pessoas que se sentem chamadas a se fazer catequistas, com grande entrega [...]. No entanto, apesar da boa vontade, a formação teológica e pedagógica dos catequistas não costuma ser a desejável [...]”62.

O que é preciso fazer?Realizar ações que levem a Catequese a uma dinâmica de mudanças necessárias de acordo com

o DGC, DNC e o DA, assumindo com seriedade a capacitação dos catequistas e a formação continuada dos mesmos.

Que estratégias adotar?1) Estruturar a catequese dentro do processo iniciático. 2) Descentralizar os encontros, reuniões, formação e outras atividades, na medida do possível

realizar nos decanatos.3) Realizar: momentos fortes de espiritualidade, leitura Orante da Palavra de Deus, cursos,

seminários, palestras, encontros interativos, e outros.4) Envolver e comprometer a família com a catequese e catequizandos.5) Trabalhar na catequese de forma unida e comprometida com os padres, a comunidade e outras

pastorais afins. 6) Assumir com empenho a Formação dos Catequistas, capacitando-os para a Missão de

catequizar.7) Elaborar orientações e normas diocesanas para a catequese.

5.1. PROJETO 1

Acolher e acompanhar as pessoas que demonstrarem interesse em ser catequistas.

“Jesus disse para eles: ‘Sigam-me, e eu farei vocês se tornarem pescadores de homens’” (Mc 1,17).

61 Cf. Diretório Geral da Catequese, n. 89-90.62 DA, nn. 295-296.

23

O convite de Jesus é para todos, mas há alguns que recebem um convite particular, mais exigente e mais radical, porque implicará deixar tudo por causa de um ideal. Jesus quer pessoas que agem, colocando-se a serviço do Reino, generosamente.

A pessoa que demonstrar interesse em ser catequista será acolhida por outra pessoa que já é catequista (com auxilio do padre) que vai acompanhá-la, por um período aproximado de seis meses.

Essa etapa será chamada de formação informal e ainda não é catequista, está se preparando para ser.

Nesta primeira fase (FASE 1) a formação dos candidatos a catequista irá considerar a dimensão humano-existencial: pessoal (eu comigo), social (eu com o outro), espiritual (eu com Deus) e ecológico (eu com a natureza).

Escola Paroquial Bíblico-Catequética (FASE 2) Para os catequistas iniciantes e os que não tiveram formação.

“A Igreja se preocupa com a semente da Palavra de Deus (a mensagem) e com o terreno que recebe essa semente (a pessoa do catequizando), o que a leva a preocupar-se igualmente com o semeador da semente da Palavra de Deus, isto é, com a comunidade catequizadora e, dentro dela, com a pessoa e o grupo de catequistas.” (CNBB estudos 59, n.4)

“Levanta marcos para ti, coloca indicadores de caminho, presta atenção ao percurso, no caminho por onde caminhaste” (Jr 31,21).

Este Projeto de Formação para Catequistas na Diocese é a continuidade do caminho já percorrido anteriormente, traz sugestões e propostas da ação catequética para 2011. As sugestões e propostas foram frutos das avaliações feitas nas Assembléias Paroquiais, Decanais e finalmente na Assembléia Diocesana no dia 12 de setembro de 2010.

Projeto da Escola Diocesana Bíblico-Catequética de Aprofundamento para Formadores de catequistas (FASE 3) – Para os catequistas que tenham participado da Escola Paroquial Bíblico-Catequética.

“A formação de catequistas na diocese tem um lugar privilegiado e compete à coordenação diocesana promover e formar os catequistas”63. “Como posso entender, se ninguém me explica?” (At 8,31).

Projeto da Escola Bíblico-Catequética de Formadores de Catequistas (FASE 4) Para os catequistas formadores nas escolas paroquiais – Escola Regional Bíblico-Catequética Emaús.

“Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as escrituras?” (Lc 24,32)

Formação que leve os catequistas a interpretar e celebrar a vida e agir como anunciador e testemunha de Jesus Cristo.

O que? (objetivo Geral)– Assumir a formação e capacitação dos catequistas, assimilando o processo proposto pelo

Regional.

Objetivos Específicos– Realizar a formação de catequistas com base no processo de Iniciação à Vida Cristã, e conforme

orientações do Regional Sul 2 da Catequese.

63 Diretório Geral da Catequese, n. 266.24

– Oferecer aos catequistas iniciantes a primeira formação sistemática, contemplando as dimensões do ser, saber, saber fazer, saber conviver, propiciando a comunhão eclesial e a integração no grupo de catequese64.

– Capacitar catequistas da caminhada, através de atualização e aprofundamento.– Capacitar formadores paroquiais e diocesanos de catequistas, como preparação para atuar nas

paróquias.– Preparar catequistas para atuar nos quadros das equipes de coordenação e de animação do grupo

de catequistas e de formadores paroquiais.– Formar catequistas para a catequese especial (pessoas com deficiências).

Por quê? (justificativa)– Assinalar a decisão de tornar-se catequista.– É uma necessidade urgente cuidar da formação das pessoas que atuam na Catequese, tendo em

vista o modelo de Catequese de inspiração catecumenal. Em face deste desafio, nos é proposto a Escola Bíblico-Catequética no âmbito paroquial.

– É importante a preocupação com os responsáveis que ajudam os catequistas em sua formação básica e permanente.

– As pessoas que buscam algo ou alguém que dê sentido à sua vida, necessitam de pessoas capacitadas e repletas do Espírito Santo.

– Necessidade urgente de preparação de catequistas.

Como? (meios, instrumentos)(FASE 1)

– Celebração de acolhida (no grupo de catequese)– Celebração de acolhida (na comunidade eclesial)– Rito de entrega da Palavra e Rito de Envio (na comunidade eclesial).– Conteúdos a partir dos eixos de formação, celebrações litúrgicas que assinalam o avanço da

caminhada de formação e também a vivência cristã no grupo de catequistas e na comunidade eclesial.

– A mística da Escola catequética é o espírito que anima um projeto de vida, pessoal ou grupal, e aponta a direção para onde se caminha.

(Seguir o esquema elaborado pelo Regional Sul II)

(FASE 2)– Criar a escola Paroquial Bíblico-Catequética.– Elaborar um projeto catequético organizado e planejado com a coordenação paroquial da

catequese.– Valer-se do Projeto proposto pelo Reg. Sul II, páginas 16 e 17. – A equipe diocesana elaborará um Projeto Pedagógico explicitando a finalidade específica de

cada modalidade, contemplando os conteúdos da Escola Diocesana Bíblico-Catequética e de Aprofundamento de acordo com subsídio do Regional Sul II – páginas 20 a 22.

Participação de representantes dos decanatos e coordenação diocesana no Curso em Curitiba.

Quando? (cronograma)– A acolhida inicial, no grupo de catequese, se faz após um período aproximado de seis meses do

convite. A acolhida eclesial pode ocorrer aproximadamente um mês após, e a entrega da Palavra, decorridos mais um ou dois meses. (Ver Subsídio: Celebrações e Ritos do Regional Sul II).

A formação Regional Bíblico-Catequética Emaús tem a seguinte programação:– Modulo I: 13 a 16 de janeiro de 2011.– Modulo II: 14 a 17 de julho de 2011.– Modulo III: 12 a 15 de janeiro de 2012.

64 Diretório Geral da Catequese, n. 249.25

Onde? (locais)– A primeira acolhida se dá no espaço onde são realizados os encontros de catequese.– A segunda e terceira, na comunidade eclesial.– Nas Paróquias e Decanatos da Diocese de Campo Mourão– Escola Regional Bíblico-Catequética Emaús em Curitiba.

Quem? (responsáveis)– Primeira fase será presidida por um catequista ou diácono.– A segunda e terceira fases serão presididas pelo padre.– Equipe Diocesana de Formadores que encaminhará todo o processo de elaboração, implantação e

formação.

(FASE 3) – Formação permanente do catequista.Após ter participado da formação básica na Escola Paroquial, o catequista avança para a

formação permanente. Cada Paróquia deve escolher seis catequistas (dois em cada eixo: dois para metodologia, dois para liturgia e dois para Bíblia), que recebem formação da equipe diocesana e repassam para os demais catequistas deve elaborar uma programação de conteúdos e momentos de espiritualidade para a formação permanente dos catequistas. (Ver subsídio do Reg. Sul II – “Formação de Catequistas”, páginas 16 a 18).

– Equipe Diocesana e equipe de formadores. (FASE 4).– Equipe Regional (FASE 5).

5.2. PROJETO 2

Iniciação à Vida Cristã: um novo modelo de catequese.

“Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus”(Mc 10, 14).

Para que caminhemos rumo a esta nova mentalidade de catequese, conforme os documentos da Igreja, propomos algumas orientações práticas para as paróquias (crianças, adolescentes e adultos) de nossa Diocese, a seguir:

“A catequese deve fazer amadurecer a fé inicial e educar o verdadeiro discípulo de Cristo, [...] É missão da catequese não somente alimentar e ilustrar a fé, mas também a de suscitar incessantemente com a ajuda da graça, de abrir os corações, de converter e de preparar aqueles que ainda estão no início da fé e pretendem aderir a Cristo”65.

Objetivo geral ? (o quê) - Ajudar o catequizando a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo, num processo de iniciação à vida cristã que o eduque na fé, tornando-o um discípulo missionário, assumindo uma Catequese de Inspiração Catecumenal, que leve a fazer o processo iniciático. Uma catequese Bíblica, Litúrgica e Mistagógica.

Objetivos específicos– Assumir um plano de ação catequética, junto com a Pastoral Familiar, promovendo uma acolhida

das famílias dos catequizandos (incluindo adolescentes, jovens, adultos e portadores de necessidades especiais), inserindo-os na vida da comunidade;

65 Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, nn. 19 e 22.26

– Acolher o catequizando de forma mais dinâmica e fraterna, criando laços de amizade e promovendo atitudes de diálogo, escuta e partilha;

– Proporcionar uma catequese que não tenha apenas a conotação de aprofundamento, mas que promova a iniciação dos catequizandos na fé;

– Levar os catequizandos a mergulhar no mistério de Cristo através da Palavra de Deus e da Liturgia;

– Ajudar o catequizando a se sentir alguém ingressando numa comunidade, e dentro desse processo recebe os sacramentos;

– Orientar o catequista, catequizando e família a evitar o conceito de “sala de aula” “professor(a)/aluno(a)”, “formatura”,...;

– Continuar a catequese após a crisma, pois os sacramentos são portas que se abrem para a catequese mistagógica, que é o aprofundamento na educação da fé, para a vivência do mistério;

– Oportunizar aos catequizando ao longo da caminhada, celebrações penitenciais e eucarísticas, bem como, retiros e encontros de aprofundamento, envolvendo-os nas Missas e atos litúrgicos.

– Distinguir a pré-catequese da Infância e Adolescência Missionária (IAM) como exigem suas naturezas. Pré-catequese é um processo que a criança participa antes de iniciar a catequese. Infância missionária tem seu método próprio podendo a criança participar da catequese e também da infância e adolescência missionária.

Por quê? (justificativa)– O atual momento exige uma Igreja em estado permanente de missão, que se preocupe em

evangelizar não só as crianças, mas também os adultos. Uma Igreja atraente que conquiste, leve as pessoas a fazerem um processo de iniciação e ofereça-lhes um novo projeto de vida alegre e comprometido.

– “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética [...]”66 (Bento XVI, DAp, n. 12), mas pela experiência pessoal com Cristo. Da parte das pessoas inicia-se com uma busca. Da parte da Igreja cabe uma resposta satisfatória, que leve-as comprometer-se com um novo projeto de vida.

Como? (meios, instrumentos)– Implantar e dinamizar a IAM (Infância e Adolescência Missionária – 7 a 14 anos) nas paróquias,

com conteúdos e metodologias específicos. A pré-catequese (até 8 anos), atribuição primeira da família, não exclui a Infância Missionária, podendo a criança participar das duas atividades;

– Promover atividades que envolvam a participação da família no processo da catequese;– Aproveitar os tempos devocionais fortes da Igreja, envolvendo os catequistas, catequizandos e

famílias, proporcionar a vivência de momentos de espiritualidade (bíblica, mariana, retiros, celebrações...);

– Desenvolver os temas propostos durante este processo iniciático: Deus criador e amigo, a pessoa de Jesus Cristo, Igreja-povo de Deus, comunidade, Bíblia, ano litúrgico, Sacramentos, Maria Mãe de Jesus, pessoa humana e realidade sócio-econômica, política e cultural.

Assumir as seguintes orientações e normas:– Iniciar a catequese para a primeira Eucaristia a partir dos 8 (oito) anos completos. A idade

mínima para a Crisma é de 15 anos. – O catequizando que está fazendo o 3º volume já pode confessar, de modo que quando chegar à

primeira comunhão tenha confessado duas ou três vezes, pois se deixar para confessar só quando chegar à primeira comunhão, em alguns casos, está nervoso, preocupado com a confissão e não se prepara espiritualmente para vivenciar o mistério eucarístico.

– O catequizando que está fazendo o 3º volume já pode receber a primeira Eucaristia. O importante é que esteja fazendo e demonstre interesse.

66 BENTO XVI, in DA, n. 12.27

– O catequizando que se prepara para receber o Sacramento da Crisma recebem-no quando está fazendo o último volume, não é preciso terminar, para recebê-lo, é preciso sim, demonstrar interesse e que vai continuar a catequese.

Quando? (cronograma)

– Início do ano em todas as paróquias.

Onde? (locais)– Nas paróquias.

Quem? (responsáveis)– Coordenações da catequese e catequistas.

Avaliação: – Avaliar mensal e semestralmente o desenvolvimento do projeto.

6. PRIORIDADE – JUVENTUDE

Resgatar a Juventude de nossa Diocese, reconhecendo seus valores e participação na vida da comunidade. Motivar, cultivar, ajudar na busca de mais vida, mais fé e mais alegria

O Documento Evangelização da Juventude, diz: “Conhecer os jovens é condição prévia para evangelizá-los. Não se pode amar e nem evangelizar a quem não se conhece [...]”67. “Nossa intenção é considerar a juventude com suas potencialidades para renovar a sociedade e a Igreja. A juventude é a fase do ciclo da vida em que se concentram os maiores problemas e desafios, mas é, também, a fase de maior energia, criatividade, generosidade e potencial para o engajamento”68. Considerando as desigualdades sociais, diz: “Destacam-se três marcas da juventude na atualidade: o “medo de sobrar, por causa do desemprego, o medo de morrer precocemente, por causa da violência e a vida em um mundo conectado, por causa da Internet”69.

Na sua mensagem aos jovens o Concílio Vat. II diz: “A Igreja olha para vós com confiança e amor... Ela é a verdadeira juventude do mundo... Olhai para ela e nela encontrareis o rosto de Cristo”.

Continua atual o desafio lançado por João Paulo II aos jovens brasileiros: “É urgente colocar Jesus como alicerce da existência humana. Os melhores amigos, seguidores e apóstolos de Cristo, foram sempre aqueles que perceberam um dia dentro de si, a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as outras se tornam secundárias: ‘Para você, quem sou eu?’ Ávida, o destino,. A história presente e futura de um jovem, depende da resposta nítida e sincera, sem retórica, sem subterfúgios, que ele puder dar a esta pergunta. Ela já transformou a vida de muitos jovens”.

O Doc. n.85, Evangelização para a Juventude (CNBB), ressalta que o desafio para os jovens é escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes. É necessário se valer de assessoria para trabalhar com os jovens: “A assessoria pressupõe pessoas maduras na fé e chamadas por Deus para exercerem esse ministério”70. “Os jovens e adolescentes constituem a grande maioria da população da América Latina e do Caribe. Representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. [...] São chamados a ser ‘sentinelas da manhã’, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus”71.

67 Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 10.68 Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 26.69 Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 34.70 Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 203.71 DA, n. 443.

28

O DAp nos diz também que os jovens passam por imensos desafios e ameaças72 e sugere algumas linhas de ação iluminadoras73.

Observação: Tendo em vista a prioridade das novas diretrizes da Ação Evangelizadora da CNBB, Juventude, a comissão diocesana estará aberta aos projetos nacionais, visando melhor desempenho de nossas atividades e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontecerá no Brasil.

O que é preciso fazer?Nesta perspectiva o Setor Juventude reconhece e acolhe a diversidade dos grupos que o

compõem e propõe o desenvolvimento de dois Projetos de atuação e de serviço às juventudes da diocese. As juventudes precisam ser acolhidas, cuidadas, amadas e formadas para o compromisso com a construção da civilização do amor. Temos o dever de apresentar Jesus, Caminho, Verdade e Vida, tornando-os verdadeiros discípulos missionários. É preciso:

– Resgatar a juventude de nossa Diocese;– Motivar, cultivar, ajudar na busca de mais vida, mais fé, mais alegria.– Fazer com que os jovens sejam reconhecidos nas comunidades, na diocese;– Cativar os padres e a comunidade;– Formar assessores e lideranças para trabalhar com as juventudes.

Quais estratégias a adotar?– Realizar assembléias de jovens;– Constituir uma equipe diocesana de assessoria;– Fazer um levantamento da caminhada da juventude na Diocese para conhecer a realidade das

juventudes e proporcionar espaço de escuta, aprendizagem e reflexão a partir do seu contexto;– Conhecer e reconhecer todos os grupos (RCC, Vicentinos, PJs, Marianos, Cursilho, TLC,

Schoenstatt etc.) existentes na Diocese, bem como, seus carismas e especificidades;– Fazer uma ponte que ligue Crisma e pós Crisma: grupos de adolescente e formação dos grupos

de jovens;– Dar ênfase a semana da juventude e destacar aos projetos diocesanos.

6.1. PROJETO 1

Reconhecimento e fortalecimento das Juventudes

Na Evangelização da juventude é o próprio jovem que deve agir. Afinal, “o Jovem é o melhor apóstolo do jovem”74. Todavia, de acordo com as Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, “Os jovens, dada a situação em que se encontram, na sociedade de hoje, merecem melhor acolhida e sincero amor nas comunidades eclesiais e maior espaço para a ação”75.

O que? (Objetivo)Promover junto ao clero, nas comunidades e nas lideranças das pastorais, movimentos e

serviços o reconhecimento das juventudes e do seu trabalho, para conquistar e motivar novos jovens, garantindo apoio afetivo, humano e financeiro.

Por quê? (Justificativa)

72 Cf. DA, nn. 444 e 44573 Cf. DA, n. 446.74 Cf. Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 63. 75 DGAE, n. 122.

29

Apesar do empenho de muitos jovens nas comunidades, sente-se ainda a necessidade de uma maior visibilidade e valorização das juventudes e de sua caminhada, para que aos novos jovens despertem o desejo de participar da vida da Igreja.

Como? (Estratégias, meios e instrumentos)

– Realizar um mapeamento das lideranças juvenis na diocese, tanto das já articuladas, quanto das que ainda atuam isoladamente nas comunidades e nas pastorais, por meio da mediação de monitores decanais que obterão informações mediante questionários;

– Convocar as lideranças que integram o Setor Juventude para mobilizar as comunidades e articular as ações;

– Promover uma Assembléia Pastoral com o clero, religiosas, e líderes de pastorais, movimentos e serviços para a apresentação das ações do Setor Juventude;

– Realizar uma escola de formação de novos assessores com etapas, na qual serão abordados temas como: espiritualidade, afetividade, compromisso social e outros de acordo com as necessidades da juventude;

– Contar com a assessoria de capacitadores (consultores, psicólogos, religiosos, especialistas etc.);– Preparar material de divulgação (cartazes, outdoor, banners, flyers, internet etc.);– Elaborar e apresentar à Diocese planilha orçamentária para cada evento, com antecedência

mínima de 120 (cento e vinte) dias.

Quando? (Cronograma)– Mapeamento: julho e agosto de 2011;– Assembléia: setembro de 2011;– 1º Encontro: fevereiro de 2012;– 2º Encontro: maio de 2012;– 3º Encontro: agosto de 2012;– 4º Encontro: novembro de 2012;

Onde? (Locais)– Mapeamento: Todas as paróquias da diocese;– Assembléia: CDF Dom Eliseu – Campo Mourão com a presença do Bispo Diocesano;– Encontros: CDF Dom Eliseu – Campo Mourão.

Quem? (Responsáveis)– Setor Diocesano de Juventude (coordenação e assessoria);– Clero da Diocese.

Avaliação: Após cada evento ou atividade.

6.2. PROJETO 2

Fortalecimento do Setor Juventude

Segundo o Documento “Evangelização da Juventude”, uma das principais atribuições do Setor Juventude é estabelecer algumas linhas pastorais comuns para os diversos segmentos juvenis atuantes na diocese. “Tanto as pastorais como os movimentos, novas comunidades e congregações religiosas precisam se conhecer mutuamente e, juntos, encontrar seu lugar na Pastoral de Conjunto da Igreja local, em comunhão com as orientações específicas do Bispo Diocesano”76.

O que? (Objetivo)

76 Evangelização da Juventude, Documento 85 da CNBB, n. 195.30

Promover e dinamizar o Setor Diocesano da Juventude para a formação de jovens discípulos e missionários.

Por quê? (Justificativa) A partir do levantamento da realidade das assembléias paroquiais e da retomada do VER

através de reflexões na 33ª Assembléia Diocesana, realizada em setembro de 2010, em que a proposição “Juventude” foi eleita como prioridade no 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora da Diocese de Campo Mourão, e dos anseios provocadores do Documento de Aparecida, este projeto quer ser uma resposta da dimensão juventude regional a estes desafios da Igreja em sua missão de evangelizar e formar a juventude por meio da Sagrada Escritura e da doutrina da Igreja Católica.

Como? (Meios, instrumentos e estratégias)– Promover discussões sobre a necessidade e as finalidades do Setor Juventude;– Estabelecer linhas pastorais comuns para os diversos segmentos juvenis atuantes na diocese;– Vivenciar momentos de espiritualidade e formação com encontros e retiros querigmáticos,

promovendo a interação entre a juventude no espírito de Aparecida;– Promover encontros de capacitação para assessores e lideranças;– Elaborar subsídios para os grupos em vista de eventos em comum (Jornada Diocesana da

Juventude, DNJ, etc.);– Formar jovens para serem inseridos em nossas pastorais e acompanhar aqueles que já estão

engajados nestes trabalhos;– Preparar material de divulgação (cartazes, outdoors, banners, flyers, internet etc.).

Quando? (cronograma)As atividades serão desenvolvidas durante a vigência do 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora

da Diocese de Campo Mourão.

Onde ? (Locais)– Encontros de capacitação: CDF Dom Eliseu – Campo Mourão, com a presença do Bispo

diocesano;– Retiros: Nas paróquias.

Quem? (Responsáveis)– Coordenação do Setor Diocesano de Juventude;– Assessores das Juventudes;– Clero da Diocese.

Avaliação: Após cada evento ou atividade.

6.3. PROJETO 3

Construir uma ligação entre Catequese e pós Crisma: grupos de adolescentes e formação dos grupos de jovens.

O Documento de Aparecida diz que a etapa da adolescência merece uma especial atenção. “Os adolescentes não são crianças nem são jovens. Estão na idade da procura de sua própria identidade, de independência frente aos pais, de descoberta do grupo. Nessa idade, facilmente podem ser vítimas de falsos líderes constituindo grupos. É necessário estimular a pastoral dos adolescentes, com suas próprias características, que garanta sua perseverança e o crescimento na fé. O adolescente procura uma experiência de amizade com Jesus”77.

77 DA, n. 442.31

O que? (Objetivo)Propor espaços de reflexão e busca de iniciativas e alternativas que possibilitem um trabalho

concreto com os adolescentes Pós-Crisma. Por quê? (Justificativa)

– Apresentar Jesus, Caminho, Verdade e Vida, tornando-os verdadeiros discípulos missionários;– Resgatar o adolescente com a participação da família;– Evangelizar com um projeto que comece na catequese, continue na crisma e se estenda aos

grupos de adolescentes pós-crisma, posteriormente aos grupos de jovens e engajamento na comunidade local.

Como? (Meios, instrumentos e estratégias)– Uma formação específica pós-crisma (material da Arquidiocese de Maringá e outras dioceses)– Constituir uma equipe diocesana de formação no Setor Juventude, contando com representantes

da Catequese e da Família, para fazer o trabalho de implantação e assessoria em todas as paróquias, a partir de um projeto piloto;

– Promover periodicamente atividades recreativas para os adolescentes;– Identificar lideranças entre os catequizandos e inseri-los em um processo de formação, em vista

da criação de novos grupos.

Quando? (cronograma)Iniciar o plano piloto em 2011, com elaboração de subsídio específico para toda a diocese

Onde? (Locais)Inicialmente (plano piloto) no decanato de Campo Mourão, estendendo, posteriormente, para

todas as Paróquias.

Quem? (Responsáveis)Equipe, formada por representantes dos três setores.

Avaliação: Após cada evento ou atividade.

7. CONCLUSÃO

Todo o processo de elaboração do 19º Plano Diocesano da Ação Evangelizadora e a realização da 33ª Assembléia Diocesana transcorreram num clima de responsabilidade, participação, entusiasmo, compromisso, esperança e fé. De uma maneira ou de outra houve uma generosa adesão de todas as paróquias no processo de avaliação da caminhada da diocese que no final se sentiram tocados pelos desafios e clamores levantados em nossa realidade em todos os âmbitos.

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É um grande presente de Deus e uma grande alegria para a nossa Igreja poder contar com numerosas pessoas comprometidas com a causa do Reino de Deus, lideranças leigas, o bispo, padres e religiosos, que estão doando seu tempo e sua vida na ação evangelizadora.

Sentimos a necessidade de nos organizar para a concretização do 19º PDAE nestes quatro anos. No primeiro ano (2011), vamos divulgar, conhecer e estudar o Plano como um todo e, sobretudo, os projetos e planejamentos de cada Prioridade em todas as Paróquias e Decanatos, onde acontecerão encontros de formação.

Nos anos seguintes (2012 a 2014) será o tempo para execução dos projetos e urgências da evangelização (3.1.2), com programas específicos de formação e orientação.

Em clima de muita oração temos esperança e fé que todo este trabalho será acompanhado das luzes do Espírito Santo.

“Recobremos, portanto, o ‘fervor espiritual’. Conservemos a doce e confortadora alegria de evangelizar, inclusive quando é necessário semear entre lágrimas. Façamo-lo, como João Batista, como Pedro e Paulo, como os demais apóstolos, como essa multidão de admiráveis evangelizadores que se sucederam ao longo da história da Igreja, façamos tudo isso com ímpeto interior que ninguém e nada seja capaz de extinguir. Seja essa a maior alegria de nossas vidas dedicadas. [...] e aceitam consagrar sua vida à tarefa de anunciar o Reino de Deus e de implantar a Igreja no mundo. Recuperemos o valor e audácia apostólicos”78.

Vamos assumir com alegria e compromisso o 19º PDAE fazendo com que a nossa Diocese de Campo Mourão possa ser de fato uma Igreja evangelizadora, serva e defensora da vida.

Que nosso padroeiro São José interceda por nós junto de Jesus Cristo e de nossa Mãe Maria Imaculada para que sejamos fiéis em nossa missão de evangelizar.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ – Plano da Ação Evangelizadora: 2009 – 2012.

BIBLIA SAGRADA – Edição Pastoral, Tradução da CNBB e de Bíblia de Jerusalém.

CELAM. Conclusões da Conferência de Medellín, 1968: Trinta anos depois, Medellín ainda é atual? – São Paulo: Paulinas, 1998.

________ Documento de Aparecida. Brasília: Edições CNBB, São Paulo: Paulinas e Paulus, 2007.

78 DA, n. 522.33

CNBB. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: 2003 – 2006. Coleção Documentos da CNBB, nº 71, São Paulo: Paulinas, 2003.

________ Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: 2008 – 2010. Coleção Documentos da CNBB, nº 87, São Paulo: Paulinas, 2008.

________ Evangelização e Missão Profética da Igreja. Coleção Documentos da CNBB, nº 80, São Paulo: Paulinas, 2005.

________ Evangelização da Juventude. Coleção Documentos da CNBB, nº 85, São Paulo: Paulinas, 2007.

________ Diretório da Pastoral Familiar. Coleção Documentos da CNBB, n º 79, São Paulo: Paulinas, 2005.

________ Diretório Nacional de Catequese. Coleção Documentos da CNBB, nº 84, São Paulo: Paulinas, 2006.

CNBB – Regional Sul II. Aplicação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil no Regional Sul II – Documento nº 5, [2008 ou 2009].

CONCÍLIO VATICANO II – Constituição Dogmática Lumem Gentium – Rio de Janeiro: Vozes, 1998

DIOCESE DE CAMPO MOURÃO – 18º Plano da Ação Evangelizadora;

JOÃO PAULO II – Exortação Apostólica Catechesi Tradendae – São Paulo: Paulinas, 1982.

METODOLOGIA PARA UM PROCESSO DE PLANEJAMENTO PASTORAL: Agenor Brighenti – Edições Paulinas, 1991.

PASTORAL DE CASAIS DE 2ª UNIÃO – Diocese de Jundiaí/SP – Uma Experiência Pioneira – 1998.

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