1969 - um ano que mudou nossas vidas

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distribuição gratuita UM ANO QUE MUDOU NOSSAS VIDAS EDITORIAL · PAG 2 Um homem disse... MATÉRIA DE CAPA · PAG 6 ENTREVISTA · PAG 14 1969, um ano que marcou nossas vidas Magali Losso O desafio de lidar com autismo ANO 12 . Nº 127 . SETEMBRO 2009 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Edição de setembro - 2009

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UM ANO QUE MUDOU

NOSSAS VIDAS

EDITORIAL · PAG 2Um homem disse...

MATÉRIA DE CAPA · PAG 6 ENTREVISTA · PAG 141969, um ano que

marcou nossas vidasMagali Losso

O desafio de lidar com autismo

ANO 12 . Nº 127 . SETEMBRO 2009DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Uma das minhas professoras, de uma das literaturas, certa vez disse: “A literatura é ficção, mas, às vezes, é mais real que a própria realidade”. A princípio achei muito estranho o que ela disse e deduzi que, por ser doutora em literatura e muito apaixonada pelo que ensinava, estava viajando demais. Embora a afirmação dela possa ser questionada, creio que a literatura de ficção, que acaba se transformando em grandes produções cinematográficas, comunica muitas realidades que, por vezes, não queremos aceitar. Na prática, muitas coisas, que há alguns anos eram ficção, acabaram se tornando realidade. Parece que, em alguns casos, a ficção se torna uma espécie de profeta, assim como algumas profecias parecem ser ficção. Um dia um homem disse que iria cair água do céu, chover, e que isso iria acontecer de uma forma tão intensa que causaria uma enorme enchente. As pessoas daquela época acharam que isso era uma ficção, produto da imaginação de um fanático chamado Noé. Esse homem, além de acreditar e pregar (“Noé, pregador da justiça”, 2 Pd 2. 5) que isso iria acontecer, se preparou para tal evento, construindo uma grande arca ao longo de muitos anos. Ele estava construindo algo que nunca antes havia sido construído, preparando-se para algo que nunca tinha acontecido. A grande verdade é que aquilo que parecia ficção era profecia e, de fato, aconteceu. Além do relato bíblico, que afirma que o dilúvio ocorreu, há também registros arqueológicos em algumas cultu-ras que falam de uma grande enchente que ocorreu sobre a face da Terra.

Evidências arqueológicas- Em 1852, o arqueólogo inglês George Smith descobriu entre as ruínas da Babilônia uma série de tijolinhos, gravados em caracteres cuneiformes, uma narrativa bastante similar à do dilúvio bíblico. Se pesquisarmos detidamente as crenças dos gregos, romanos, eslavos, tupis e guaranis etc., constataremos: quase todos os povos são capazes de reconstruir, embora de forma distorcida, a ocorrência de uma grande inundação, cujo objetivo básico foi punir a rebeldia do homem contra o seu Criador. (http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=3365)

No entanto, na história da humanidade, há muitas coisas que foram colocadas como profecia e não passavam de ficção. Fanáticos religiosos que marcaram datas para o fim do mundo, para o arrebatamento, para grandes catástrofes, e sequer caiu um raio diferente do céu. Contudo, não é por causa do desequilíbrio de

alguns que vamos desacreditar de tudo e de todos. É preciso saber no “que” e em “quem” acreditar. Um dia um homem disse que iria morrer, ressuscitar, subir aos céus e que regressaria outra vez à Terra para buscar àqueles que nEle cressem e que se preparassem para esse evento. Em outras palavras, vol-taria aos que acreditassem que o que Ele dizia não era ficção, mas realidade. Tudo o que esse homem disse tem se cumprido nos tempos próprios. Ele morreu e de fato ressuscitou; Ele profetizou muitas coisas que pareciam ficção, mas que se tornaram realidade. Ele não errou em nada até agora, tal fato deve nos levar a crer que as coisas que Ele disse e que ainda não se cumpriram, se cumprirão. Sim, um homem, O Filho de Deus, Jesus disse que passará o céu e a terra, mas que as palavras dEle não passarão (Mt 24. 35). Não caiamos no erro das pessoas do tempo de Noé, que pensaram que ele contava uma história ficcional, quando, na verdade, era uma profecia. Da mesma maneira, não caiamos no erro de crer em profecias que não passam de ficções elaboradas pelo imaginário ou pela esperteza de alguns. Coloquemos toda a nossa fé em TUDO aquilo que um Homem, o Homem de Nazaré, O Filho de Deus, o próprio Deus encarnado um dia disse. Assim não iremos nos decepcionar, pois crendo nEle, Jesus, teremos o mais maravilhoso de todos os fins, que não será fim, mas um começo ma-ravilhoso do que nunca terá fim. Tenha-O em sua vida como Salvador e Senhor.

Silas ZdrojewskiCopastor da Primeira IEQ

Um Homem Disse...

Redação e CorrespondênciaMinistério de Comunicação e DivulgaçãoR. Alberto Folloni, 143 . Juvevê 80530-300Tel 41 3252.7215www.primeiraieq.com.br

Jornal Voz de Esperanç[email protected]

Diretor PresidenteRev. Eduardo Zdrojewski

Comunicação e MarketingFernando Henrique F. Klinger

Coordenação EditorialLozane Winter (MT . 05771)

Arte, Diagramação eEmerson Rassolim Batista

Projeto GráficoEmerson Rassolim Batista

CapaEmerson Rassolim Batista

Colaboradores João Tarcísio Regert . Lois Broughton Patrícia Locatelli . Julio C. Ponciano

Rosangela Ferreira . Cristiane D. Bento Roberto Bueno da Costa . Silas ZdrojewskiLuiz F. Pianowski . Silvio Faustini

Jornalista ResponsávelCarlos Alberto D. Queiroz (PMST . 1158)

FotografiasDiversos

CTP e ImpressãoGigapress Gráfica Editora | 3023.6050

Tiragem22.000 exemplares

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As pérolas são produtos da dor; resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de areia. Na parte interna da concha é encontrada uma subs-tância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a pe-netra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado uma linda pérola vai se formando.

Uma ostra que não foi ferida, de modo algum produz pérolas, pois a

pérola é uma ferida cicatri-zada.

O mesmo pode acontecer conosco. Você já se sentiu fe-rido pelas pala-

No primeiro dia de aula, nosso professor se apresen-tou aos alunos e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda. Eu fiquei em pé para olhar ao redor, quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser. Ela disse: “Ei, bonitão. Meu nome é Rose. Eu tenho 87 anos de idade. Posso te dar um abraço?” Eu ri, e respondi entusiasticamente: “É claro que pode!”, e ela me deu um gi-gantesco apertão. Não resisti e perguntei-lhe: “Por que a senhora está na faculdade em tão tenra e inocente idade?”, e ela respondeu brincalhona: “Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar”. “Está brincando”, disse eu. Eu estava curioso para sa-ber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse: “Eu sempre sonhei em ter um estudo univer-sitário, e agora estou tendo um!” Após a aula nós caminhamos para o prédio da União dos Estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate. Nos tornamos amigos instantaneamente. Todos os dias, nos próxi-mos três meses, teríamos aula juntos e falaríamos sem parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela “máquina do tem-po” compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. No decurso de um ano, Rose tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse. Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida! No fim do semestre nós convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou. Ela foi apresentada e se aproximou do podium. Quan-do ela começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três das cinco folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente: “Desculpem-me, eu estou tão nervosa! Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então deixem-me apenas falar para vocês

vras rudes de alguém? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas ideias já foram rejeitadas ou mal interpretadas? Você já sofreu o duro golpe do preconceito? Já recebeu o troco da indiferença? Então, produza uma pérola! Cubra suas mágoas com várias camadas de AMOR. Infelizmente são poucas as pessoas que se interes-sam por esse tipo de movimento. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, mágoas, deixando as feridas abertas e alimentando-as com vá-rios tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem. Assim, na prática, o que vemos são muitas “ostras vazias”, não porque não tenham sido feridas, mas porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor. Um sorriso, um olhar, um gesto, na maioria das ve-zes, vale mais do que mil palavras.

sobre aquilo que eu sei”. Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e co-meçou: “Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro, você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas ca-minhando por aí que estão mortas e nem desconfiam! Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer. Se você tem 19 anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com 20 anos. Se eu tenho 87 anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com 88 anos. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não exige ta-lento nem habilidade, é uma consequência natural da vida. A ideia é crescer através das oportunidades. E por último, não tenha remorsos. Os velhos geral-mente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As lágrimas mais amargas diante de um túmulo, são mais por palavras não ditas do que por palavras ditas; portanto, não tenha medo de viver. Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente “A Rosa”. Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos. Uma semana depois da formatura, Rose morreu tran-quilamente em seu sono. Mais de 2.000 alunos da faculdade foram ao seu fu-neral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar.

“Ficar velho é obrigatório, crescer é opcional”.

A ostrA e A PérolA

UmA lição De ViDA

“Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.”

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Campanha Família no Altar

De 2 a 11 de agosto, aconteceu na Primeira IEQ a Campanha Família No Altar, sob o tema “Lute por seu lar”, baseado no texto de Neemias 4.14b. Nos três horários de reuniões pôde-se ver o mover de Deus na vida das pessoas. As mensagens direcionadas para cada área que envolve a família trouxeram orientação e despertamento aos presentes quanto a necessi-dade de lutar pela saúde e prosperidade do seu lar. No dia 8,

foi aberta oportunidade aos casais com casamento apenas no civil para participarem de uma cerimônia religiosa com direito a troca de alianças perante Deus, pastores e convidados. No do-mingo dia 10, Dia dos Pais, houve apresentação de crianças e felicitações aos pais e casais com aniversário de casamento em agosto. A Campanha encerrou-se no dia 11, terça, com gratidão a Deus pelas famílias e vitórias alcançadas durante esses dias.

IMERSÃO no Boa Vista

No dia 22 de agosto, o Imersão realizou um projeto piloto no bairro Boa Vista, com foco na realização do Imersão em Curitiba em 2010. Juntaram-se à equipe os alunos do Curso Mais Mis-sões, as pessoas envolvidas nos GPs (Grupos Pequenos Evan-gelísticos), pastores e moradores deste bairro que frequentam a Primeira IEQ. O objetivo foi falar do Evangelho nos lugares que visitamos: Parque Bacacheri e Condomínio Bela Vista. Os integrantes do Imersão fizeram apresentações circenses (mala-

bares, palhaços, dança, teatro), como estratégia para expressar o amor de Deus, e após, os evangelistas abordaram crianças, jovens e adultos que estavam no local. O resultado foi satisfató-rio, uma amostra do que será em janeiro de 2010. Foram cerca de 250 pessoas alcançadas somente numa tarde. Como conti-nuidade desse trabalho, as pessoas que aceitaram a Jesus serão visitadas e encaminhadas para um Grupo Pequeno a fim de serem cuidadas, e para que a semente seja regada e frutifique.

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A Bíblia é o livro mais vendido na história da humanidade. Estima-se que já foram produ-

zidos 6 bilhões de exemplares. O segundo lugar em vendas, com apenas 10% de sua tiragem, é o “Alcorão”, e os escritos de Mao Tsé-Tung, com 600 milhões de exemplares cada. O livro sagrado da Igreja, a Bíblia, bate todos os recordes em termos de traduções. Ao todo, está disponível em 2.479 línguas e dialetos diferentes, ou seja, literalmente, a Bíblia é o livro que mais fala a linguagem do homem. De acordo com a Sociedade Bíblica, 95% da população mundial tem hoje a possibilidade de ler a Bíblia em sua própria língua. De todos os livros já editados pelo homem, a Bíblia é o livro que mais tem gerado comentários, dicionários, en-ciclopédias, livros, jornais, periódicos, teses etc. A partir da Bíblia, milhões de comentários e novos títulos são editados em todo o mundo. Em uma única livraria evangélica ameri-cana foram encontrados mais de 120 mil títulos diferentes ligados à Bíblia. Apenas no Google, as palavras Deus, Jesus e Bíblia – em português/inglês - geram mais de 750 milhões de sites. Apesar dos números astronômicos e de sua resis-tência e expansão, nos últimos 3.500 anos a Bíblia é tam-bém o livro mais perseguido e combatido em toda a história da humanidade. As fogueiras de bíblias em praças públicas são comuns em sua história. Em 168 a.C, Antioco Epifânio IV mandou queimar os rolos do Antigo Testamento em praça pública. Em 135 d.C o general romano Adriano proibiu a lei-tura e mandou queimar as Bíblias. Na Idade Média, inúmeras vezes a Bíblia foi queimada, perseguida e proibida por reis e imperadores. Até hoje, países como Uzbequistão, Paquistão, Líbia, Mauritânia, territórios palestinos, China, entre tantos outros, perseguem, queimam e proíbem o manuseio da Bí-blia. Voltaire, o maior ateu do século 19, afirmou que o Cristianismo era uma religião falida e que ele destruiria a Bíblia. Vinte e cinco anos após sua morte, a casa onde Voltai-re morreu foi comprada por uma Sociedade Bíblica e é hoje uma das maiores editoras de Bíblias do mundo. Como diz Isaías 40.8: “Seca-se a erva, caem as flores, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre”. Os números e a história das Sagradas Escrituras são realmente impressionantes. Apenas apoiados pelos dados históricos e numéricos, podemos dizer que a Bíblia é, sem dúvida nenhuma, um livro singular, atípico e diferente de qualquer livro, porém, a verdadeira singularidade deste livro não está em seus números nem sua história. O que faz a Bí-blia um livro singular é o valor de seu conteúdo, pois a Bíblia é o livro de Deus.

Deus é o verdadeiro autor e razão principal da Bíblia existir. Ela é a forma material da revelação de Deus aos homens. Ela é o registro de suas manifestações, sinais, prodígios e maravilhas. A Bíblia é o rastro de Deus entre os homens, pois ela fala-nos de Deus, de como Ele é, de sua grandeza e poder. Fala do Criador que se torna nosso Reden-tor e do Redentor que é nosso Criador. A autoridade da Bíblia se encontra em sua inspira-ção, pois foi Deus quem inspirou homens a escrevê-la. Ela foi escrita durante um tempo de 1.500 anos (1.400 a.C – 90 d.C), em três línguas (hebraico, aramaico e grego), por cerca de 40 autores (reis, profetas, agricultores, pescadores, médicos etc.), falando de muitos assuntos. Contudo, a Bíblia tem uma surpreendente unidade e consistência na sua mensagem. Além disso, ela contém coisas que a mente humana jamais poderia ter imaginado. Seu conteúdo surpreende as mentes mais brilhantes. Suas profecias foram registradas e cumpri-das séculos depois com extrema precisão. Sua mensagem tem percorrido séculos, transformado países, sociedades e bilhões de vidas entre todos os povos. Como disse Karl Barth: “A Bíblia não é uma verdade ao lado de outras verdades, ela é a Verdade que questiona, afere, supera e julga todas as verdades. Ela não entra em concorrência com teorias, pesquisas ou elucubrações e de-duções que a ciência, a sabedoria ou a cultura possam haver encontrado ou ainda venham a encontrar”. Em ultima análi-se, não é o homem que julga a Bíblia, ela é que julga o ho-mem. Não é o homem que a interpreta, ela é que interpreta e questiona nossas vidas e ações (leia Hb 4.12). Para entendê-la, é preciso ler a Bíblia com fé. Para Barth, “ela não pode ser totalmente assimilada pela análise intelectual, por dedução lógica ou por elucubrações intuitivas e indutivas, nem por sugestão, por exemplo, por ensino; ela precisa ser compreendida pela fé”. Através das Escrituras Sa-gradas podemos conhecer Deus e ouvi-lo, como se Ele falasse diretamente conosco. Nenhuma outra revelação é necessária para a humanidade acerca de Deus e de Seus planos. Nada mais precisa ser acrescentado ao registro bíblico. Precisamos apenas entender pela fé o que já está revelado na Palavra de Deus. Conclusivamente, tanto os números quanto o con-teúdo da Bíblia revelam sua grandeza, singularidade e im-portância para a raça humana. Conhecer a Bíblia é conhecer o próprio Deus. Desta forma, não precisamos nos envergonhar de empunhar e anunciar o Evangelho de Deus. Como diz Rm 1.16: “Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”.

Pastor Silvio Faustini Ministério de Ensino - Primeira IEQ

A Bíblia

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O mundo não foi mais o mesmo depois de 1969. A repercussão dos acontecimentos históricos ocorridos naquele ano quase

nem se comenta, passam despercebidas. De fato, a geração que floresceu afetada, de um lado pelo avanço significativo da indústria tecnológica, e por outro, pela influência contra-cultural, revolucio-nou o comportamento social contemporâneo. Dois eventos que completaram 40 anos em 2009 figu-ram como ícones, metáforas desta revolução. O primeiro ocorreu em 20 de julho de 1969, quando a nave Apollo 11, tripulado por Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin, todos americanos, pousa no solo da Lua. Armstrong é o primeiro a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin. A histórica missão termina no dia 24 de julho, no contexto da Guerra Fria entre Estados Unidos e a antiga União Soviética. O segundo evento proclamava a paz e o amor. Nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, o mundo testemunhou outro passo gigantesco. O festival Woodstock, no estado de Nova York, reuniu mais de 500 mil pessoas dispostas a enfrentar uma maratona de três dias de música, sob o lema “faça amor, não faça guerra”. Na verdade, um na contramão do outro. Aqui no Brasil o ano de 1969 marcou uma época de perseguições e retrocessos, o auge da ditadura militar. A única coisa digna de ser lembrada é o milésimo gol de Pelé em uma vitória do Santos por 2 a 1 contra o Vasco, no Maracanã em 19 de novembro de 1969. Todas as inovações tecnológicas que experimentamos hoje em dia são fruto destes últimos 40 anos de história, que cul-mina na “era Windows”. Com a mesma intensidade e inovação, a pluralidade cultural que a humanidade vivencia também é decor-rente do mesmo fato. O mundo que vivenciamos hoje é a herança deixada pela geração psicodélica e multicolorida da “era de Aquá-rios”. A grande questão que isso tudo inspira é que uma nova gera-ção de adultos entre 40 a 45 anos, filhos da “geração de Aquários”, inspirada no sexo, drogas e rock in roll, se depara com o desafio de ter que lidar com as expectativas produzidas pela motivação da geração passada: a liberdade. De fato, o mundo experimentou uma liberdade inédita relacionada a um amplo contexto. Inversamente, liberdade neste aspecto, não está relacionada à coletividade, e sim, a emancipação do indivíduo. Se nos anos 50 a história mundial retrata as lutas por liberdades coletivas, lutas por direitos humanos, aqui, estamos falando de liberdades individuais. O indivíduo desfez-se dos laços institucionais tradicionais, como a família, a igreja, a comunidade, o país e torna-se o centro e o foco. Daí por diante não é difícil cons-tatar que toda a indústria, seja tecnologia ou cultural, não medirá esforços para satisfazer todas as vontades e desejos do indivíduo na sua efêmera busca pela felicidade. Como se já não bastasse, embora tenhamos a felicidade que todas as inovações tecnológicas e bens de consumo nos pro-porcionam, ela não é para todos. Apesar de toda a criatividade, o planeta nunca foi tão pobre, sujo e violento como nos dias atuais. Se por um lado hoje contamos com uma infinidade de recursos, infelizmente, todo esse patrimônio tecnológico e cultural produziu lixo e desigualdade. Se cada pessoa estivesse em igual condição de consumo seriam necessários pelo menos três planetas para satisfa-zer o desejo de todo mundo. Ao que tudo indica, se não revisarmos nossos padrões de consumo e relacionamentos, estaremos num beco sem saída, a beira da autodestruição. A história recente nos mostra que não sabemos lidar com a liberdade e o conforto, apesar de serem estes os componentes que registram nosso sucesso ou fracasso na atualidade. O episódio bíblico de Adão e Eva no Paraíso ilustra bem esta condição. Quando finalmente conquistamos tudo o que queremos, botamos tudo a perder porque não nos damos bem com regras e limites. A história do povo de Israel, que é conduzido por Moisés pelo deserto, é bem semelhante a história da geração Apolo 11 e

um ano que mudou nossas vidas

1969 do Woodstock. Em resumo, aquele povo focou no que era passa-geiro e transitório e não usufruiu dos benefícios da terra prometida, marchou em círculo até que uma geração inteira desaparecesse. Eles erraram em pensar que ser escravo no Egito era melhor que morrer de fome no deserto, a liberdade não valia o preço. O apóstolo Paulo, ilustrando esta circunstância, declarou em 2 Coríntios 3: ... “ não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firme-mente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levan-tar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tira-rá. Ora, o Senhor é Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”. O que será que vemos quando “o véu” é retirado? Nosso rosto reflete aquilo que olhamos. Da mesma for-ma, o que vemos hoje na sociedade contemporânea, como de-monstrado neste artigo, é reflexo do que fixamos nosso foco no passado recente. Infelizmente, muitos permanecem com seus sen-tidos endurecidos, hipnotizados pela psicodélica glória da emanci-pação e liberdade. Neste contexto, quando nos “convertemos ao Senhor, usando a mesma expressão de Paulo, o foco do nosso olhar deve se desviar do “transitório”. Implica em não ser vulnerá-vel à atração e à sedução das coisas deste mundo de aparências. Não somos como Moisés porque, em Cristo, tomamos posse da promessa, na qual Ele é o Cordeiro de Deus, que de uma vez por todas retira o pecado do mundo e provê salvação. Deste modo, o sentido real de liberdade acontece, quan-do adquirimos a condição de olhar o mundo e as coisas deste mun-do “com o rosto descoberto”, sem máscaras, sem subterfúgios. Mas, sobretudo, realmente nos sentimos livres, quando os valores deste mundo não ofuscam nem desviam o foco, o propósito de nossas vidas: sermos imagem e semelhança de Deus. A satisfação vem daquilo que nós refletimos. Afetados por ela, temos a possibilidade de construir ou-tra história, não conformada com o presente século, mas renovada por novos modos de viver e ver a vida.

Júlio Cesar Ponciano, Cientista Social, Mestre em Antropologia UFPR

Comunicação e Marketing Primeira IEQ

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Algo maravilhoso acontece quando aceitamos Jesus como nosso Senhor e Salvador: deixamos de ser criaturas e passamos a ser filhos de Deus. Não mais pertencemos a esse mundo, apesar de ainda estarmos nele, e passamos a ser cida-dãos do Céu. “Mas nós somos cidadãos do céu e estamos es-perando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá” (Filipenses 3.20). Mas enquanto não chega o dia de irmos para nossa pátria celestial, temos algumas coisas a fazer aqui, como cida-dão do Céu e cidadão brasileiro:

Então amiguinhos, fica o desafio para que possamos exercer o papel de cidadãos brasileiros e cidadãos do céu. Não é uma tarefa fácil, mas com a ajuda do Senhor conseguiremos.

Pastora Rosangela Ferreira Ministério de Crianças

Primeira IEQ

Desenhe e pinte a bandeira do Brasil com base do quadro 1, deixando-a igual no quadro 2.

soU Um CiDADão Do CéU

Ingredientes2 unidades de peito de frango com osso 1 colher (sopa) de manteiga 1 unidade de cebola picada1 1/2 xícara (chá) de leite1 colher (sopa) de amido de milho1 lata de creme de leite sem soroquanto baste de sal

Fricassê de Frango

quanto baste de pimenta-do-reino branca200g de mozarela

Modo de preparoCozinhe os peitos de galinha em um caldo temperado com alho, caldo de galinha, cebola e salsa. Estando cozidos, tire-os do fogo e deixe esfriar. Desfie-os bem miúdo (não pode ser na processadora) e reserve. Numa panela, coloque a manteiga, deixe aquecer e refogue a cebola picada até dourar. Junte o frango desfiado. Refogue até secar. Junte o amido de milho dissolvida no leite. Mexa até engrossar. Prove o sal. Salgue a gosto. Junte a lata de creme de leite sem soro mexa bem e tire do fogo antes que ferva. Coloque esta pasta cremosa num refratário untado. Cubra com a mozarela, e leve ao forno até derreter. Sirva com legumes na manteiga.

Fonte: cybercook.terra.com.br

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O nascimento é a celebração maior da vida, pois uma nova pessoa surge e traz felicidade para todos. Entretanto existe outro momento que enche de alegria os co-rações de muitos: é o nascer de novo. A oportunidade de recomeçar a vida, quando as esperanças já são poucas, é o maior presente que alguém pode receber. E existem pessoas que precisam muito deste presente. Por isso, o Ministério da Saúde está investindo na conscienti-zação a respeito da Doação de Órgãos. Sua partici-pação é fundamental. A carência de doadores de órgãos é ainda um grande obstáculo para a efetivação de transplantes no Brasil. Mesmo nos casos em que o órgão pode ser obtido de um doador vivo, a quantidade de transplantes é pequena diante da demanda de pacientes que esperam pela cirurgia. A falta de informação e o preconceito também acabam limitando o número de do-

ações obtidas de pacientes

com morte cerebral. Com a conscientização efe-

tiva da população, o número de doações

pode aumentar de forma sig-nificativa. Para muitos pacien-

tes, o transplante de órgãos é a única forma de salvar suas vidas. Informe sua família sobre seu desejo de ser doador de órgãos. Não é necessário qualquer registro em nenhum do-cumento. O mais importante é comunicar em vida sua vontade pela doação. Fonte: www.ajudabrasil.org

Doação de OrgãosDEIXE UMA HERANÇA QUE VAI SALVAR VIDAS.

dia nacional da doação de órgãos e tecidos.27 de Setembro

A Secretaria Especial de Direitos Humanos lançou uma campanha publicitária nacional pela inclusão de pessoas

com deficiência – “Iguais na Diferença”. O filme da campanha se utiliza simultaneamente de três recursos de acessibilidade: áudio-descrição, legendas e Libras (Língua Brasileira de Sinais). Segundo o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, a campanha elevará o patamar das discussões sobre o tema. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência. No Brasil o número é muito significativo, existem cerca de 25 milhões de pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Para o ministro, os números evidenciam que não estamos falando de uma minoria e sim de uma maioria que merece ter acesso a todos os seus direitos. Segundo a coordenadora nacional de Integração da Pessoa com Deficiência, responsável pela campanha, Izabel Maior, o filme mostra um mundo um pouco adiante, uma so-ciedade inclusiva, onde foram retiradas as barreiras construídas culturalmente. “A campanha usa legendas, libras e áudio-descrição, uma ferramenta nova. Quando se aperta a tecla Sap da TV entra uma narrativa de fundo para que as pessoas cegas que estão acompanhando possam saber o que acontece. Ela tem tudo

que a nossa legislação determina”, disse. Izabel Maior explica que as pessoas com deficiência, cada vez mais, participam da vida de seu país, mas é necessá-rio trabalhar com toda a sociedade, com os empresários para que ofertem mais empregos aos professores, para que estejam preparados para lidar com todos os tipos de alunos, afirmou. Vannuchi afirmou que é por meio da participação da sociedade civil que muitas mudanças são feitas. O ministro destacou também vitórias recentes como a aprovação da con-venção da ONU dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “Agora todas as políticas públicas de saúde, educação e emprego têm que levar em conta as definições da convenção da ONU, o que equivale ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”. O novo conselheiro do Conade e representante da Federação das Fraternidades Cristãs de Pessoas com Deficiência (FCD-Brasil), Celso Zoppi, de 53 anos, que é deficiente físico, consequência de um acidente automobilístico que sofreu há 30 anos, disse que o Brasil obteve avanços na área dos direitos das pessoas com deficiência nesses 30 anos, mas que ainda há muito o que fazer. “De lá pra cá houve avanços, mas os empresários e as cidades não despertaram para a necessidade de inclusão. Faltam rampas, há dificuldade de acesso aos locais públicos e a barreira da comunicação ainda não foi superada”.

Fonte: Agência Brasil

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sempre!” Uma palavra que representa bem esta questão é sa-tisfação, não no melhor sentido da palavra, mas no pior. Mas existe um “pior” sentido da palavra satisfação? Sim! É quando ela significa acomodação, paralisação ou estagnação. Existem pessoas que pararam no tempo e no espaço e quando arguidas pelos motivos de tanta letargia respondem: “Não é por nada não. Está tudo bem!” Será que está tudo bem mesmo? Se está, por que tanta infelicidade disfarçada? Por que tanto lamento às escondidas? Por que tanto choro na madrugada? “Satisfação” pode ser um grande veneno para as relações. Ela pode acontecer, mas tem que ser temporária, porque no-vos desafios e novas necessidades sempre surgirão e quando chegam, é a hora de investir mais na relação, conhecer mais a necessidade do outro e buscar mais intimidade. Vale ressaltar que, quando não se tem este tipo de vivência e consciência, o “nome do filme” pode ser outro, como o resul-tado que esta mesma enquete mostrou: “Dormindo com o Ini-migo” (5,1%), “A Bela e a Fera” (2,8%) e “Lua de Fel” (1,1%). Ainda que seja em percentuais pequenos, não se pode deixar de lamentar o fato de existirem casamentos com marcas de inimizades e desencontros tão latentes. Amar é difícil, mas é fascinante. Fascinante porque é dinâmico, vivo, se constrói a cada dia, dia após dia, desafio após desafio.A cada manhã se descortina uma nova cena desse “filme”, que pode ser recheada de carinho, respeito, compreensão e boas gargalhadas. Deus, o autor do “filme” chamado casamento, tem sugerido roteiros maravilhosos. Basta apenas o bom de-sempenho dos atores principais: você e seu cônjuge.

Por Eduardo Farias

Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atra-sado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire à esquerda na próxima rua. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.Percebendo que, além de atrasados, poderiam ficar mal humo-rados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe que estava errado.Embora com dificuldade, admita que insistiu no caminho erra-do, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados, mas ele ain-da quer saber: “Se tinha tanta certeza de que eu estava indo

pelo caminho errado, devia ter insistido um pouco mais”. E ela diz: “Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estra-gado a noite”!

MORAL DA HISTÓRIAEsta pequena história foi contada por uma empresária, duran-te uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais frequência: Quero ser feliz ou ter razão?

seu casamento?

Ser Feliz ou Ter Razão?

Não é novidade para ninguém o fato de ser o casamento um grande desafio. Isso se torna mais verdade quan-do vemos o resultado da pergunta: Se fosse dado um

nome de um filme ao seu casamento, qual desses seria mais apropriado? O mais votado foi “A difícil arte de amar” com 34,8%. Filmes como ”Amor, sublime amor”, “Laços de Ternura”, “Um amor para recordar” e “Segredos e mentiras” também receberam considerável votação. Certamente se considera realista aquele que pontua o casa-mento como uma “arte” composta de muitos “nós” que pre-cisam ser desatados. A grande questão é que, mesmo sendo difícil, é possível. Ao mesmo tempo em que se convive com obstáculos e desati-nos, se pode conviver também com acertos, alegrias e prazeres oriundos de alinhamentos, descobertas, boa dose de paciência e muito bom humor. A “difícil arte de amar” nos parece, a princípio, algo negativo, ruim para se encarar, mas é bem possível vê-la como algo tre-mendamente positivo a partir do momento em que se encara as dificuldades como desafios a serem vencidos. Para tanto é preciso certo investimento por parte de quem ama. Não se pode ignorar as literaturas, palestras, encontros, sermões, artigos, mensagens e outras oportunidades para se conhecer melhor e para conhecer melhor o universo que abrange o relacionamento interpessoal. Estar com o outro e, mais ainda, viver com o outro, pressupõe muitas questões que, geralmente, não são tão doces como se vê nos finais das histórias de amor: “E viveram felizes para

que filme é

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E duardo Zdrojewski nasceu na cidade de Araucária no dia 19 de abril de 1938. Quando tinha 19 anos teve contato com o Evangelho em virtude

da cura de sua avó, que sofria de diabetes e também a cura de seus pais que estavam gravemente enfermos e foram milagrosamente curados por Deus. Esses fatos o levaram a aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador. O pastor Eduardo iniciou sua vida cristã na Terceira IEQ, no tempo do pastor Raul de Castro. Começou seu ministério como obreiro credencia-do no tempo do pastor Mariano de Castro. Pouco tempo depois a pastora Odá de Castro o indicou para aspirante e passado o devido tempo, o pastor Raul o indicou a ministro. Ao falar de sua carreira ministerial, lembra: “A pastora Odá, minha mãe espiritual, foi quem mais contribuiu com minha trajetória ministerial, ela me ensinou muito”. Quando foi batizado nas águas, em julho de 1970, na noite da-quele mesmo dia teve um sonho que o despertou para o trabalho missioná-rio. “Vi no céu três quadros medindo mais ou menos 50x70 cm. O primeiro foi sonho, nos outros dois acordei e vi que num deles estava escrito o Salmo 76, e no outro os dizeres eram pela fé (Salmo 96), e havia data nele, mas quando quis ler, o quadro desapareceu. O Salmo 96 fala claramente de missões e da obra de Deus”. Assim o seu envolvimento com a obra mis-sionária teve início, primeiro com movimentos evangelísticos locais, depois com aberturas de novas igrejas em Curitiba, e posteriormente envolveu-se com obras no Paraguai e Itália. Aproximadamente seis meses após o batismo, o pastor Eduardo começou a integrar o quadro de oficiais da igreja. Seu primeiro cargo foi como tesoureiro do Grupo Missionário de Jovens. Foi durante esse tempo de trabalho que conheceu, como costuma dizer: “o amor dos meus sonhos”, a pastora Léqueria Zdrojewski, com quem casou. Dessa união nasceu Silas Zdrojewski, atual copastor da Primeira IEQ. Depois de casados, trabalharam por aproximadamente 13 anos na Terceira IEQ, ao lado dos pastores Maria-no, Raul e Odá de Castro, sendo a maior parte do tempo com a pastora Odá.Em 1970 foi ordenado copastor da Terceira IEQ ao lado da pastora Odá. Em abril de 1973 assumiu a Décima Igreja, sendo essa sua primeira experiência como pastor titular. A partir daí sua carreira ministerial passa a ser marca-da por uma sucessão de cargos de responsabilidade dentro da Igreja do Evangelho Quadrangular do Brasil. Em 18 de novembro de 1973, o pastor Raul de Castro o empossou como copastor da Primeira IEQ; em 4 de agosto 1974, por conta do falecimento do pastor Raul, assumiu a Primeira IEQ como pastor titular e a Superintendência da Região. Entre os anos de 1978 e 1981 foi vogal do CND e eleito vice-presidente em 1983, sendo reeleito em 1986. E em 1988 foi eleito presidente do CND e reeleito em 1992. No Estado do Paraná foi eleito duas vezes vice-presidente do Conselho Estadual de Diretores (2000-2008) e é atualmente superintendente da Região 657, Norte Pioneiro, Paraná. Pastor titular da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular de Curitiba desde 1974, o pastor Eduardo Zdrojewski diz que sua maior alegria em relação à Primeira Igreja é “ver a obra crescer de uma maneira sólida e alicerçada na rocha que é Jesus Cristo para que ela continue a ser uma família para todos”. A igreja tem crescido em razão do incessante trabalho e fide-lidade desse guerreiro, e pela atuação e poder do Espírito Santo. Alvos e metas têm sido alcançados ao longo desses 35 anos frente à Primeira IEQ. Com frequência, ao ser questionado quanto aos seus objetivos ele declara, “Nosso objetivo principal é levar Cristo onde Ele ainda não foi anunciado. A Primeira IEQ é uma igreja comprometida e dependente do Espírito Santo”. Em sua avaliação costuma dizer que sua maior qualidade é a comunhão com Deus. Desde sua conversão sua postura tem sido uma só: “Estou nas mãos de Deus para o que der e vier”. E ao comentar sobre os 35 anos como pastor titular da Primeira IEQ declara: “Que diremos à vista destas coisas? Senão que “até aqui nos ajudou o Senhor” (1 Sm 7.12).

Parabéns ao pastor, líder, marido, pai e avó Eduardo Zdrojewski pelos 35 anos como pastor titular da Primeira IEQ de Curitiba. Fernando KlingerCoordenador da Comunicação e Marketig na Primeira IEQ

E xistem pessoas que valem pelo que fazem, o pastor Eduardo vale mais,

pois vale pelo homem que é. Trinta e cinco anos abençoando não só a Primeira Igreja, mas também revelando que tem caráter e amor pelo povo de Deus. Nunca esteve na busca pelo poder, mas na busca de servir mais e melhor a Deus e seu povo.

Pastor Ailton Araujo, há 54 anos membro da Primeira IEQ

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C onheci o pastor Eduardo em 1976. Na época ele era professor de ética pastoral e o superintendente da região eclesiástica de Curitiba. Nossos laços de amizade se estreitaram

fora de sala de aula, quando vez por outra nos encontrávamos na alfaiataria que existia no térreo de onde ficava o Centro Evangelístico. O pastor Eduardo teve uma grande influência na minha vida e me ajudou muito no inicio da minha carreira ministerial. Em 1977, após o término do ITQ, ele conversou com o pastor Guido Sangeorgio, atualmente pastor na Itália, e me indicou para auxiliá-lo na igreja em Joinvile e abrir obras novas em cidades próximas. Avalio a personalidade e o caráter de qualquer pessoa ou líder olhando não para o que ele prega no púlpito ou o que ele faz fora dele, mas pelo o que ele é dentro do seu lar como pai, marido e pastor. Essa gama de valores faz

com que o rebanho faça uma leitura saudável do seu líder. O pastor Eduardo é um excelente pai, marido e pastor, ele ainda é um dos raros pastores que quando pregam põe realmente o coração naquilo faz. Eu defino o pastor Eduardo como alguém comprometido com o Reino de Deus, sua carreira ministerial e os 35 anos como pastor titular da primeira IEQ atestam isso”.

Pastor Irineu Rodrigues Presidente do Conselho Estadual da Igreja Quadrangular do Paraná

35PASTOR EDUARDO ZDROJEWSKISERVINDO A DEUS E A PRIMEIRA IEQ

ANOS

V isando um maior crescimento no âmbito ministerial tanto pastoral como a nível de liderança local, o pastor Eduardo, implantou na região 657 os Seminários de Liderança

Regional e o Seminário de Aperfeiçoamento Ministerial para Pastores e seus cônjuges, e demais lideres. Trata-se de um Seminário intensivo de praticamente uma semana, onde anualmente, através de estudos direcionados, oferece aos pastores e lideres uma grande oportunidade de crescimento e aperfeiçoamento. São notórios os investimentos financeiros em toda a região. De forma bem planejada e sensata, juntamente com a Diretoria Regional, tem procurado atender a todas as necessidades das igrejas, investindo na abertura de novas obras, construção de casas pastorais e compras de terrenos. Na área de ação social, pastor Eduardo tem demonstrado um interesse especial, sempre trazendo de Curitiba roupas, calçados e de-mais acessórios, visando atender as comunidades mais carentes da região. Posso afirmar que o pastor Eduardo é um grande referencial de vida com Deus, honestidade, determinação, perseverança e humildade para todos nós pastores e lideres da região. Ele é amigo, companheiro e um grande mestre que nos en-sina através da sua própria vida e conduta”.

Pastor Cláudio P. Santos 1º Secretário da Região 657 Es

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O ser humano precisa da inteligência espiri-tual para ter paz e alegria. O mundo viveu uma verdadeira obsessão por testes para

medir o quociente de inteligência (QI), baseados na compre-ensão e manipulação de símbolos matemáticos e linguísti-cos. Nos anos 90, descobriu-se, no entanto, que QI elevado não era sinônimo de sucesso. Para se dar bem na vida, era preciso ter também inteligência emocional (QE), ou seja, ter autoconhecimento, autodisciplina, persistência e empatia. Agora o que psicólogos, filósofos e teólogos estão dizendo é que QI e QE podem trazer crescimento profissional e financeiro, mas para ter paz interior e alegria, o ser hu-mano precisa ter também inteligência espiritual. Precisa ter capacidade de encontrar um propósito para a própria vida e de lidar com os problemas existenciais que surgem em mo-mentos de fracasso, de rompimentos e de dor. “Do contrário, por que tantas pessoas inteligentes e sensíveis às necessidades dos outros sentem um vazio em suas vidas?”, pergunta a psicóloga e filósofa americana Da-nah Zohar, autora do livro “Inteligência Espiritual”, lançado no ano passado em vários países, inclusive no Brasil. Forma-da na Universidade Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Zohar descobriu a importância da inteligência espiritual durante seu trabalho como professora da Universi-dade de Oxford, no Reino Unido, e como consultora de lide-rança estratégica para grandes empresas como Shell, Philip Morris e Volvo. “Eu estava falando com um grupo de executi-vos bem-sucedidos, e um deles, com cerca de 30 anos, disse que tinha um alto salário, uma família legal, mas sentia um buraco no estômago. E todos os outros fizeram um gesto com a cabeça, concordando com ele”, contou Zohar. O consultor de relações humanas e comunicação João Alberto Lanhez, que desde 1999 já deu cursos sobre inteligência espiritual para centenas de funcionários de empresas brasileiras, diz que o materialismo e o egocentrismo do mundo moderno provocaram uma grande crise existencial. As pessoas pas-saram a buscar a felicidade em bens materiais e não conse-guem mais encontrar um sentido para suas vidas. “Elas estão caminhando em busca do nada”, comenta. A inteligência espiritual, também chamada de QS

(do inglês spiritual quocient), é a inteligência que leva o ser humano a criar situações novas, a perceber, por exemplo, a necessidade de mudar de rumo, de investir mais num projeto ou de dedicar mais tempo à família. Enquanto o QI resolve primordialmente problemas de lógica e o QE nos ajuda a ava-liar as situações e a reagir a elas de forma adequada, levando em conta os próprios sentimentos e os dos outros, o QS nos leva a indagar, de início, se queremos estar nessa situação, se o nosso trabalho, por exemplo, está nos dando a satisfa-ção de que necessitamos ou se essa é a vida que queremos levar. “Nós usamos a inteligência espiritual quando nos sen-timos num impasse, quando enfrentamos as armadilhas de velhos hábitos ou quando temos problemas com doenças ou sofrimentos. O QS nos mostra que temos problemas existen-ciais e nos aponta os meios de resolvê-los”, explica Zohar. Provas científicas – “Embora a expressão inteligên-cia espiritual só tenha surgido na virada do século, a neces-sidade humana de encontrar um sentido mais amplo para a vida acompanha o homem desde o seu surgimento”, afirma Zohar. A novidade, agora, é que alguns cientistas americanos estão começando a encontrar evidências de que o cérebro humano foi programado biologicamente para fazer pergun-tas como: “Quem sou?”, “Por que nasci?”, “O que torna a vida digna de ser vivida?”. Na década de 90, o neuropsicólogo americano Mi-chael Persinger e o neurologista Vilayanu Ramachandran, da Universidade da Califórnia, identificaram no cérebro humano um ponto que convencionaram chamar de “ponto Deus” ou “módulo Deus”, que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a vida. Esse centro espiritual está localizado entre conexões neurais nos lobos temporais do cérebro. Es-caneamentos realizados com tomografia de emissão de pó-sitrons (antipartícula do elétron) mostraram que essas áreas se iluminam toda vez que os pacientes discutem temas espi-rituais ou religiosos. Muitas centenas de anos antes de todo esse es-forço dos cientistas, três personagens que andaram com Je-sus escreveram: “Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Lucas 9.25).

os três Q’s de nossas vidas

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Por Márcia Detoni

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Um Chamado à Primeira igreja do evangelho QUadrangUlar de CUritiba

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vo-cês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29.11).

“Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: ‘Homem, os seus pecados estão perdoados’.” (Lucas 5.18-20).

“E, abrindo Pedro a boca, disse: ‘Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas’.” (Atos 10.34).

Podemos observar por meio destes versículos que Deus tem sempre bons pensamentos e planos acerca de nós, e que sempre é Seu desejo nos trazer restauração e que não faz nenhuma acepção de pessoas, seja por sexo, raça, idade ou condição física. Outro aspecto muito importante é que Deus não opera sem a cooperação do homem. Não que Ele não possa, mas porque Ele não quer. E Ele não quer porque deseja ter conosco um verdadeiro relacionamento de amor e confiança, ou seja, amor e fé. Não pode existir nenhum bom relacionamento entre as pes-soas sem confiança mútua, sem que exista fé um no outro. E assim, a primeira coisa que fazemos quando decidimos entregar nossa vida ao senhorio do Senhor Jesus é assumir uma posição de fé diante dEle, e a partir daí começamos a construir um relacionamento com Ele, o que vai exigir de nós uma demonstração diária de fé. Agora quero fazer uma pergunta a você, irmão(ã), da Pri-meira IEQ: Como poderá uma pessoa que se encontra numa condição de comprometimento mental e/ou físico associado, exercer a sua fé, individualmente, para iniciar e manter um relacionamento com Deus através de Jesus? Ou será que esta pessoa não tem este direito, será que deve continuar a ser vista e tratada como um “ser” humano esquisito e malformado, azarado e coitadinho, merecedor apenas de um tapi-nha nas costas e um olhar de pena? E, se é mesmo verdade que Deus não faz acepção de pessoas, como elas serão incluídas no Corpo de Cristo, que é a Igreja, se não existirem pessoas dispostas a arregaçar as suas mangas, saindo da sua zona de conforto e apatia e com um coração cheio do amor e compaixão de Jesus (compaixão sim, e não pena), para atuar de forma semelhante àqueles homens descritos na passagem acima no evangelho de Lucas, que foram persistentes e conseguiram levar até Jesus aquele homem paralítico? E qual foi o resultado deste ato? O Senhor elogiou a fé não do paralítico, mas sim a dos seus amigos, que agiram com amor e persistência diante das dificuldades, e não só deu o Seu perdão àquele homem, mas também o curou. É exatamente isto que, há pouco mais de três anos, um grupo de irmãos em Cristo aqui da Primeira IEQ está realizando com o do projeto “NOS BRAÇOS DO PAI”. Estamos levando a pessoa do Senhor Jesus aos portadores de necessidades especiais através do

ensino bíblico, do louvor, da oração e momentos de comunhão gos-tosa. A Palavra de Deus é como espada de dois gumes, que penetra até a divisão da alma e do espírito, pois temos visto os progressos e as conquistas na vida destas pessoas tão preciosos aos olhos do Pai. Neste trabalho, que acontece todos os sábados na casa ao lado da Catedral (rua Alberto Folloni, 125), das 16h45 às 18h, também faze-mos, simultaneamente, um discipulado com as famílias destes nossos irmãos e irmãs e ainda uma reunião de oração quinzenal somente com os pais ou cuidadores. Só que precisamos crescer mais e para isto lançamos um convite, um apelo àqueles que forem despertados por este chamado do Senhor Jesus para juntarem-se a nós nesta seara que é imensa e onde ainda há poucos trabalhadores. Você que já experimentou um novo nascimento em Jesus e que já caminha com o Senhor, mes-mo que não seja membro desta igreja, e que sentir este chamado, junte-se a nós, faça contato conosco e depois venha nos conhecer. Ficaremos muito felizes com a sua participação (nós e o Senhor Jesus). Se você não sentiu o chamado, mas conhece pessoas e famílias com estas características (possuem um membro da famí-lia com necessidade especial, seja autismo, deficiência mental e/ou física), comunique-se conosco. Magali 9205-7073, 3336-1717 (comer-cial) ou pastor Paulo 9692-9966, 3666-4643. Nós e o Senhor Jesus estaremos te esperando para que Ele se admire também com a sua e com a nossa fé! Magali Losso – coordenadora do Projeto “Nos Braços do Pai” e pastor Paulo Garcia Lopes – pastor das famílias e da equipe do projeto “Nos Braços do Pai”.

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autismoMagali Santiago Silva Losso

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Voz de Esperança - Breve histórico de conversão.Magali Losso - Em outubro de 1993, entreguei minha vida ao Se-nhor Jesus; nessa ocasião passava por uma situação quando per-cebi, com muita aflição, o quanto o meu modo de vida precisava de mudança. O momento da minha conversão foi precedido pelo diagnóstico de autismo da Luiza (1989), isso me levou a buscar uma resposta em Deus para a pergunta “por que?”, “O que eu fiz de errado para acontecer isso com minha filha?”. Com muita dor no coração, muito choro e um sentimento de luto, comecei a pro-curar aleatoriamente na Bíblia uma palavra que me trouxesse luz. O Senhor começou a falar comigo por meio da Sua Palavra; senti que Deus estava me dizendo que eu precisava ter fé e orar, e que o milagre da cura viria para minha filha. Guardei estas coisas no meu coração, e depois de algum tempo tentando conciliar a ma-ternidade e as dificuldades da Luiza com a vida corrida de médica, percebi que precisava dar uma pausa em minha vida, repensá-la, embora não conseguisse enxergar uma saída. Quando fui solicitar meu afastamento à chefia da unidade de saúde em que trabalha-va na época, ela, ouvindo a minha história, levou-me a conhecer o plano de Deus e a receber Jesus como meu Salvador. A partir de então a minha vida nunca mais foi a mesma; passei a ter “fome” de Deus, a buscá-lo em Sua Palavra. Pouco mais de um ano depois, vivi outra grande luta com a enfermidade da Luiza, e entendi o que o Senhor queria me ensinar: eu precisava apren-der a caminhar com Ele confiando sempre no seu Amor mesmo quando as circunstâncias fossem as mais adversas possíveis e sem uma perspectiva humana de melhora. Passar a ter este tipo de fé significou para mim o senhorio de Jesus em minha vida.

Sendo médica e mãe, como a senhora reagiu à notícia de sua filha ser uma portadora de necessidades especiais?Foi um choque muito grande na época. A primeira atitude que se tem é a da negação, do tipo “isto não pode ser verdade”, seguida pela culpa, como “o que eu fiz de errado para isto estar acontecendo comigo?”, “será algum castigo de Deus?”. Depois vem a revolta e a raiva por causa da impotência diante de um fato consumado. Isto é o que eu chamo de um processo de luto que todas as pessoas que sofrem com algum estresse crônico vivenciam. A partir daí ou você se deixa atolar na depressão e não consegue mais dissociar a pessoa do seu (sua) filho(a) da enfermidade ou você rompe com isto e decide viver bem, apesar de todas as dificuldades. Isto só foi possível para mim através de um relacionamento com Deus. Recebi e recebo dEle forças nos momentos difíceis que ainda enfrento, disposição para o traba-lho, o cuidado com a Luiza , a Tamirys e o Francisco, e as outras atividades que exerço.

De forma generalizada, a sociedade vê o portador de neces-sidades especiais como um peso. Em sua experiência, de que forma a sua filha tem enriquecido sua vida?Creio que a sociedade rejeita e discrimina a pessoa com neces-sidade especial porque vê nela a sua própria fragilidade. A visão escancarada da doença é por si só desagradável, porque desnuda o alto grau da fragilidade humana, e ninguém gosta de pensar na

possibilidade de, em alguma fase da sua vida, ficar numa condi-ção incapacitante. Além disso, reagindo desta maneira a socieda-de só consegue enxergar a doença e não a pessoa; ela deixa de ser vista e tratada como um ser humano e passa a ser vista como uma carga, um peso. A vida da Luiza é um presente de Deus para mim, primeiro pela oportunidade que o Senhor deu-me de amar e cuidar de alguém que para Ele é um de seus “pequeninos” dos quais é o reino dos céus. E ainda devo a ela, por causa desta enfermidade, a minha própria salvação, a da Tamirys, e creio que em breve a do meu esposo Francisco.

Sendo alguém que não é uma expectadora, como a senhora ava-lia a atenção que a sociedade tem dispensado a essa questão?Acredito que atualmente avançamos mais na divulgação das di-ficuldades enfrentadas quando se é portador de alguma necessi-dade especial, e começaram a acontecer algumas medidas con-cretas com a abertura de mais postos de trabalho, e também na área de educação, com a política de inclusão nas escolas, apesar da falta de destinação de mais recursos para treinamento ade-quado dos educadores e compra de materiais. Existe ainda um longo caminho para maiores conquistas, como na área da saúde. Não existe uma política pública para o atendimento adequado com especialistas, sem longos meses de espera; o acesso a de-terminados medicamentos é precário, e falar em atendimento psicológico de apoio aos familiares é hoje uma utopia.

Sendo coordenadora de um projeto que visa dar suporte espi-ritual aos portadores de necessidades especiais e aos seus fa-miliares, quais têm sido os resultados na vida dessas pessoas?Temos visto o Senhor Jesus operar “pequenos milagres”, por exemplo, a Luiza e o Camilo, que eram mais agitadinhos, já con-seguem prestar mais atenção às histórias e demonstram ter com-preensão; todos gostam de entregar o “coração” para Jesus (um coração feito com EVA com a foto de cada um colada). A Raquel, que é a mais comprometida, já falou “papai do Céu” e adora o momento do louvor, e o Werner, que é alfabetizado, nunca quer perder a “escolinha da igreja”. A medida que estamos caminhan-do juntos com as famílias temos visto progressos, procurando crescer na comunhão com o Senhor e uns com os outros. A equi-pe, formada de voluntários, são bênçãos nas nossas vidas e têm sido os instrumentos que Deus usa para este trabalho acontecer.

O que a senhora pode dizer às famílias que têm pessoas porta-doras de necessidades especiais em suas casas?Quero dizer que o Senhor Jesus ama todas as pessoas, indepen-dente de suas capacidades e dificuldades, que Ele deu Sua própria vida para que cada um de vocês, se nEle crerem verdadeiramen-te, possam ter a vida eterna e desfrutar de Sua presença. E que Ele deseja restaurar, curar, renovar, encher de vida a cada um que dEle se aproximar, porque Ele é o AMOR em pessoa e não faz acepção de pessoas.

Por Lozane WinterComunicação e Marketing – Primeira IEQ

Magali Santiago Silva Losso nasceu na cidade de São Paulo, onde morou até os 19 anos. Devido a um novo projeto de trabalho de seu pai, veio para Curitiba onde prestou vestibular para medicina. Foi aprovada na Faculdade Evangélica e, apesar de, dois anos depois, seus pais retornarem para São Paulo, Magali permaneceu em Curitiba. Concluiu o curso em 1983, fez especialização em pediatria e casou-se com Francisco em 1986. Dessa união nasceram Luiza Helena e Tamirys. Magali Santiago Silva Losso é membro da Primeira IEQ e coordena o projeto “Nos Braços do Pai”, voltado para portadores de necessidades especiais.

o desafio de lidar com

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Sinthamany estava trabalhando na plantação de arroz, en-quanto seu filho, Kuganesan, estava em outra cidade cha-

mada Colombo, na Universidade Bíblica Quadrangular. Ele nem imaginava que naquele momento sua esposa, outros dois filhos e 16 membros da igreja (todos parentes) estavam sendo assas-sinados por rebeldes.Isso ocorreu há 22 anos num terrível dia de luto e maldade. De-zenove pessoas foram massacradas em uma igreja quadrangular no distrito de Trincomalee, no Sri Lanka. Esse tipo de horror não tem sido incomum nos últimos 30 anos de guerra civil. Frequen-temente, nossos pastores e igrejas têm sido alvos da violência.Recentemente a guerra civil no Sri Lanka acabou, e nossos lí-deres quadrangulares sabiam que precisavam buscar ao Senhor pedindo por cura e reconciliação em sua terra. Na abertura da última convenção, os pastores Leslie Keegel e George Niranjan lideraram os diferentes grupos étnicos do Sri Lanka em um culto onde todos lavaram os pés em um ato profético e de oração de perdão e cura. Mais de mil líderes choraram e oraram duran-te esse profundo ato do qual tivemos o privilégio de participar. Conforme as preparações para esse culto estavam sendo execu-tadas, o pastor Kuganesan (que perdeu a maioria de sua família há 22 anos) pediu para ser um dos que iriam lavar os pés do representante da etnia que massacrou sua família. Ele comen-

tou: “Eu preciso fazer isso como parte do meu processo de cura”.Apesar das circunstâncias em sua ou minha vida não serem tão dramáticas quanto às mencionadas acima, há muitas perdas e muita dor no mundo. Em meio a tudo isso, lembremo-nos que nosso Senhor nos convida para segui-lo e lavar os pés uns dos outros; até mesmo os pés daqueles que nos machucaram e traí-ram. Conforme obedecemos e servimos de maneira radical, cura sobrenatural irá fluir através de nós e a restauração surgirá – especialmente dentro de nós mesmos. Fomos chamados para sermos agentes de cura assim como a Igreja Quadrangular do Sri Lanka.

“Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar. Então lhes perguntou: “Vocês en-tendem o que lhes fiz? Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como eu lhes fiz. Digo-lhes verdadeiramente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, como também nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês sabem essas coisas, felizes serão se as praticarem” (João 13.12-17 - NVI).

Pastor Jonathan Hall Diretor da Missão Quadrangular Internacional

RECONCILIAÇÃO NO SRI LANKA

Durante anos na história da humanidade o trato para com os Surdos de todas as nações era desumano. No passado muitos Surdos foram tratados cruelmente por falta de entendimento por parte de alguns povos. Temos vários exemplos: na China os Surdos eram lançados no mar, em Esparta (sociedade grega antiga) eram lançados dos altos dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas e nos campos. No mundo há mais de 200 milhões de Surdos, sendo que no Brasil existem entre 3 e 5 milhões, segundo o IBGE. Dentro desta estatística, menos de 2 % conhecem o Evangelho. Em alguns países essas pessoas ainda são considerados loucas ou inca-pazes e suas famílias sentem vergonha, proibindo–as até mesmo de sair de casa. Por essa razão muitos Surdos estão totalmente alienados à religião e ao convívio com a sociedade, não tendo assim a oportunidade de conhecerem a Jesus como seu salvador. No Brasil, poucas igrejas têm despertado para essa realidade, implantando ministérios com Surdos e integrando-os ao Corpo de Cristo. Poucos são as igrejas evangélicas empenhadas e capacitadas em língua de sinais para alcançar o Surdo, que não conhece a Jesus. A realidade é clara, muitos são os Surdos, poucos são os obreiros preparados para levar- lhes o Evangelho nas línguas de sinais em todo o mundo.

Fonte: Artigos e Curiosidades

Curiosidades MissionáriasOS SURDOS

• Sábados às 18h• Domingos culto com intérprete às 9h e 19h

NOTA: A Comunidade Surda Brasileira comemora em 26 de setem-bro, o Dia Nacional do Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania.

Culto dos Surdos na Primeira IEQ

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Podemos considerar cultural o fato de não presentearmos aos homens com flores? Eles, em ocasiões especiais, compram flo-res para a pessoa amada, o que denota a sua sensibilidade para o belo. Podemos imaginar, numa revolução dos costumes, os valorosos homens do nosso Brasil recebendo lindos buquês? Cultura à parte, está chegando a primavera, a estação das flo-res, que segue o inverno e precede o verão. E o poeta canta:

“Estão chegando as floresPara enfeitar a vida e a morteEstão chegando as floresE junto com elas, borboletas, pássaros, sol, música e poesiaDe todo ramo nasce uma flor

E nos matizes mágicos de suas coresTudo ressurge, se realimenta, se recom-põe, frutifica, revive, renasce, reafir-

mando o milagre da Criação”.

Como nor-destina vivo im-pactada com a be-

leza das flores em Curitiba. De speço -me

do inverno, sem saudades, e recebo

a primavera cheia de alegria. Na florada dos

ipês eu me considero reconfortada. Ao descer

a rua Constatino Marochi e na quadra que antece-

de a João Gualberto caminhar num florido

tapete amarelo, ou adentrar o Passeio Público caminhando so-bre uma festiva passarela lilás... No sertão do Nordeste dife-renciamos apenas duas estações: inverno e verão. Às vezes, o inverno é tão pouco que só o verão prevalece. O solo é muito seco, mas existe uma espécie de cacto, o mandacaru, que é um referencial daquela região. Apesar da sequidão ele floresce e a sua flor, cantada em prosa e verso, é de rara beleza. O calor é muito grande, as árvores sequer tem folhas, mas o manda-caru tem flores, como a dizer: “aqui também é primavera”. Como não citar o profeta Isaías (35.1,2) “A terra ressequida se regozijará, o ermo exultará e florescerá; irromperá em flores, mostrará grande regozijo e cantará de alegria; verão a glória do Senhor, o resplendor do nosso Deus”. Para mim, o calor do verão é muito quente, o frio do inverno é gelado demais, no outono as folhas caem, mas caminhar sobre as folhas é diferen-te de caminhar sobre flores... Se eu pudesse escolher sempre seria primavera e a levaria comigo lá para o meu Nordeste, onde não é usual festejá-la. Aqui as mulheres fazem festa, mulher gosta de flor! Pensando bem, é a mulher quem gesta a vida e uma flor tem vida ao nascer... Em Ct 1.16 lemos: “Sou uma flor de Sarom, um lírio dos vales; o meu amado pastoreia entre os lírios”. É a poesia das flores na Palavra de Deus, uma poesia que estará sempre presente no versejar dos homens:“Sol da primaveraAbre as janelas do meu peitoA lição é de corSó me resta aprender...”

Pastora Lucila FernandesMinistérios de Mulheres – Primeira IEQ

Flores e Mulheres

Interessante a análise de fé a partir da passagem que Deus pede que Abrão veja as estrelas e conte-as. Quantas estrelas será que ele contou? Quem sabe mil, ou 3.000. E você quan-tas consegue contar? Creio que a olho nu não passará disso. Com a invenção de lunetas quem sabe os antigos puderam observar que eram muito mais e chegaram a 100 mil ou 200 mil estrelas. Avançando no tempo e nas invenções com te-lescópios puderam chegar a 1 milhão depois 10 milhões. E hoje com o uso do telescópio Hubble descobriram que só na Via Láctea existem entre 200 a 400 bilhões de estrelas. Cien-tistas calculam que existam de 1.500 a 2.500 bilhões galáxias no Universo e o número de estrelas total fique em mais de 100 trilhões de bilhões. Valor bem maior que o número de

E AS ESTRELAS

grãos de areia na Terra. Vejam que existem muito mais do que podemos ver, po-rém precisamos do “telescópio da fé” para observar o que com olhos nus não conseguimos. Quando o Sol nasce toda manhã, a sua luz tem de viajar em torno de oito minutos até que possamos vê-lo. Muitas estrelas que estão nos céus e que nós não enxergamos é porque a luz que ela emite não chegou ainda à Terra. E outras que conseguimos vê-las já não estão mais lá (explodiram), mas a sua luz continua chegando e ainda as vemos. Tente comparar isso com a tua fé.A ciência não consegue decifrar o mistério da natureza por-que nós somos parte dele (Max Planck).

Luiz Francisco PianowskiDoutor em Tecnologia Farmacêutica

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Curso de Noivos

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· Set Tema: “Preparando-me para o casamento”

Local: Primeira IEQMaiores informações: 3252-7215 Pr. Arlindo ou Pr. Jormar 8898.8577Horário: sexta-feira 19h30 às 22h sábado das 9h às 17h

Culto de AdolesCeNtes

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0h Deus tem direcionado o MAD, pois o amadurecimento cristão do adolescente está no CORAÇÃO DO PAI.Adolescente participe conosco! Todas as sextas-feiras às 20h no Cenáculo da Primeira IEQ

reuNião espeCiAis

Dom

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s Santa CeiaDia 6 - Domingo às 9h, 16h30 e 19hDia 11 - Sexta-feira às 14h30

Culto da FamíliaDia 13 - Domingo às 9h, 16h30 e 19h

Culto de MissõesDia 20 - Domingo às 9h e 19h

Batismo Disse Jesus: “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16).Dia 27 - Domingo às 9h, 16h30 e 19hDia 30 - Quarta-feira às 14h30

Culto debutANtes

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Completar 15 anos representa um marco na vida de toda adolescente. Trata-se de um aniversário especial, e por isso merece ser comemorado.Horário: Sábado às 18h30Local: Primeira IEQ

reuNião dA vitóriA

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2h30 Há sofrimentos que não conseguimos explicar.

Muitas vezes, eles têm suas origens no mundo espiritual e uma busca por libertação se faz necessária. Para isto temos a nossa reunião que tem um trabalho sério de libertação.Participe e receba a Nova Vida que Jesus tem para você.

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Rua Alberto Folloni, 143 . 41 3252.7215Juvevê . Curitiba . PR

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