1904—anno i — numero 13 -...
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Porto—Terça-feira IP de Novembro 1904—ANNO I — NUMERO 13
R«da«tor politico: H€LlIODORO SHIiôHDO
Seoretario de redacção: Dr. JOSÉ D'ARRIAQA Redacção, administração e typographia — Rua das Flores, 178
Editor: ANTONIO MANUEL VILHENA
O que e uma
monarchia
Muitos accoitam o systema mo- narchico, como sc dizem catholicos, sem conhecerem o que, na verdade, seja uma monarchia e o catholicis- mo.
Vão na corrente geral das ideias sem consciência de si mesmos.
Defendem doutrinas, ou porque é moda, ou porque obedecem ao poder sugestivo des auctores que leem, e dos oradores que os emocionam; ou porquo, finalmente, sâo as que mais se ajustam com seuj interesses pro-1
dos deuses, que assistiam aos desti- nos dos impérios, como assistem ao
I destino de todas as coisas. Presi- ! diarn á vida da humanidade, como á I de todo o universo.
Adoravam-so os reis, ou como proprios deuses, ou como assistidos dos deuses. N'ellos só residia a sciencia da governação, que não era dada aosmortaes dos homens. Quun- do Jehovali elegeu Saul para rei do sou povo, aquello transformou-se n'um ente estranho e superior aos mais homens. N'elle entrou o poder de prophetisar, porque Deus d'ahi por diante ficou assistindo ao espi- rito d'elle, illuminando-o com sua infinita sabedoria no governo dos filhos d'lsrael
A divina arte de governar passou para o elegido do Deus, que só po- dia conduzir o povo hebraico no ca-
TRIBUNA
prios. A republica é o único systema: mjnho da verdade e da justiça,
politico proprio das raças livres, Qs filhos dos reis deuses herdam independentes e progressivas, como ^os paea BUag qualidades divinas; e as aryo-europeias. 03 (j08 rej8 elegidos dos deuses já
Nasceu com estas e as tem acom- nascem por estes predestinados pa- ra o governo dos seus povos.
Tal foi o direito publico que nas panhado até hoje.
Foi Alexandre o Grande o pri- meiro, que na antiga Europa iniciou a propaganda no campo da sciencia em pró da monarchia e contra a re- publica.
Augusto quiz imitai-o, encarre- gando Tito Livio d'essa missão Toda a historia d'este auctor tem em vista fortalecer a monarchia no animo dos romanos.
Aquelles dois monarchas tem ti- do muitos imitadores na Historia moderna e na contemporânea Esta- beleceií-se na Europa uma falsa corrente em pro da monarchia e con- tra a republica. Psra se conhecer esta, é preciso i-onhecer aquella.
A monarchia nasceu no melo das raças moles, indolentes o servis do Oriente, na quaçs estiveram muitos séculos sob o domínio da theocracia, que as subjugou por compieto coni o sentimento religioso. Ao governo dos deuses, ou da classe sacerdotal, seguiu-se o dos reis deuses, ou repre- sentantes na Terra do poder divino. A monarchia theocratica, ou sacer- dotal, foi substituída por uma mo- narchia laica, ou do» reis. Uma e outra constituem essencialmente o governo de um só, e presuppOem a intervenção directa, ou indirecta, dos deuses no governo dos povos.
O systema monarchico não com- porta, nem a fórma oligarchica, nem a democratica; com elle só é compa- tível a exclusiva soberania e aucto- ridade do rei. Este é o eixo único em volta do qual giram, não sómen- te toda a machina do Estado, como também a sociedado toda.
As ficçOes e burlas do constitu- cionalismo já estão desfeitas por completo; já cão illudem os povos. A experiencia de quasi um século tem-lhes ensinado, que as monar- chias constitucionacs n&o differem, no fundo, das absolutas. Os reis oontinuam reinando e governando
Em Portugal, e no século XX, não se veem todos os partidos consMtu- cionaes empenhados em dar toda á força e latitude á auctoridade real, base do regimen absoluto?
A isso os impelliu fatalmentoro systema monarchico, ou governo do um só. Tal é a ultima phase do constitucionalismo, passado quasi um século da sua existencial
No seio d'olle anniquilou-se, quer a fórma oligarchica do partido conservador, e quer a democratica do partido progressista, que morreu para sempre.
Um e outro partido abraçaram a doutrina do poder real como a úni- ca base do syst- ma politico. A mo- narchia não tem mais do que uma fórma de governo: a de um só.
Assim foi no Oriente, em toda a historia antiga da Europa; e a essa fórma Be reduziu, depois que assen- tou definitivamente emsuasbases pró- prias na Historia moderna e no ul- timo período do constitucionalismo.
E' que ee8e systema politico é fi lho, não só do antigo Oriente, como também do estado mental da huma- nidade nos tempos primitivos da historia d'aquelle continente, que n'elle se tem mantido, podo-se dizer, até hoje.
Segundo o pensar d'esses tempos remotíssimos, e devido á influencia secular das theocracias, os reis, ou eram ob proprios deuses governdo os povos; ou seus delegados na Ter- ra. Aquelles primeiros pertencem aos paizes em que imperaram a rdigifio « a philosophia pantheistas como a índia e o Egypto; os segundos per- tencem aos povos PcqiiBses de reli- giões espiritualistas, como a Judea
N'uns
primeiras idades da Historia gerou o systema monarchico, proprio só da mentalidade d'esses tempos re- motíssimos. E, segundo o exposto, a forma natural e única d'esse sys tema politico é a de um só, ou o regimen absoluto Não tem outra E comprehende-se isso, desde que a monarchia presuppõo a interven- ção directa, ou indirecta, do Deus no governo dos povos. Só Deus co- nhece as leis, a que sujeitou todas as suas obras, incluindo as socie- dades humanas, que lhe mereçam especial cuida lo, segundo todas as religiões até hoje existentes.
A monarchia dos reis foi a sue cessora da theocracia, tanto na Ju- dea, como nos mais estados orien- taes. E foi exactamente a theocra- cia christã, ou o poder dos bispos e dos papas, intervindo no gover- no dos povos germano-christãos, que introduziu na Idade Media o direito publico do Oriente e o direi to divino.
Os bispos assumiram a soberania politica, e principiaram a eleger os reis francos e os godos do Iiespa- nha.
D:* theologia christã surgiu o di- reito publico, que provaleceu na Europa, depois que a egreja se apo- derou da soberania politica e da direcção dos estados de Italis, Fran- ça e Hespanha.
Os • stadistas e legisladores ec- clesiasticos inspiraram-se sobre tu- do na Historia sagrada. Da Judea principalmente provieram as mo- narchias divinas da Idade Media daHistoria moderna europeias Cons- tituem o systwua politico proprio do catholocismo.
E como a monarchia, filha do Oriente, contem em si apenas a for ma absoluta, por iss» o constitucio- nalismo retrograda a ella fatal mente.
Jose d'Arriaga.
GommemoraçÕes
rtS de novembro
Cominem oração reliiiosa: A Egre- ja commemora Santa Gertrudes Ma- gua, o que parece indicar que ha uma Gertrudes mínima.
Coinmemor/ições civit: Em 1647, Pascal, o grande sábio do Porto Royai, consegue demonstrar a gra- vidade do ar e a pressão por elle exercida sobre os líquidos que estão á superfície da terra.
— Em 1889. approveitado em sen- tido republicano um movimento de opposição ao governo, é praclamada a Republica do Brazil. O chefe do movimento, marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da Republica.
Alpha.
Missões republicanas
Por maiB generoso qu® seja um ideal, por mais justa que seja uma aspiração, se não tiver apostolos que a propaguem, não adquiria adeptos.
A chamada força de iftercia, que é a resistencia passiva ao movimen- to, não pertence só á matéria: perten- ce também ao espirito.
Para que um individuo modifique as suas opiniões recebidas próvia- mente, ninguém confie de qualquer actividade espontanea. Só o estudo ou a suggestão podem levar a um tal resultado.
Quem foi educado monarchico e catholico, o depois nunca leu um livro, nunca leu um jornal, se con- servou alheio a todas as discussõos, nunca assistiu a uma prelecção, esse individuo ficará eternamente monar- chico e catholico, o nem sequer con- ceberá que se possa ser outra coisa
Todos aquelles que na sua vida tivere ensejo de mudar de opinião politica ou religiosa, devem mesmo recordar-se de que, a principio, a ideia que depois vieram a abraçar, lhes causou certa surpresa não isenta de irritação. O espirito ama a quie tação como o corpo deseja o descan- ço. A contrad cção provocou porém a analyse, e a aualyse fez descobrir os pontos fracos da doutrina rece- bida, tornando viavol a acceitação da doutrina nova, após algum tempo de exame e de hesitação.
Ora, para transformar a alma col lectiva d'um povo atrazado como este nosso, e por cumulo de males analphabeto, é preciso que al- guém tome sobre si o encargo de o ir agitar na sua estagnação intelle- ctual, denunciando-lho a torpeza dos princípios recebioa.
E essa a tarefa dos propagandis- tas. que são os missionários da Re- volução.
Os missionários religiosos vão le var a pretendida luz do Evangelho aos povos ainda barbaros Os catho- licos vão por conta das respectivas ordens religiosas; os protestantes por conta das sociedades bíblicas.
Ha fundos de reserva, n'uma e n'ou ra religião, para os gastos d'essas missões.
Ora, relativamente aos nossos ideaes de justiça, os povos, por esse paiz fóra, podem considerar-se ainda com barbaros, dada a sua incapaci lade para os poderem coníprehonder abraçar.
O que é preciso?... Que o partido republicano faça o
mesmo com relação a esses, que com relação aos povos barbaros fa- zem as religiões proselyticas.
Urge estabelecer missões de pro paganda; escolher missionários que vão a todos os pontos do paiz levar a fé e a esperança da redempção na cional pela Republica. O partido eo cialista allemão dá-nos um optimo o approveitavel exemplo. Do seu co- fre de propaga ida saem todos os dias subsídios para missões. Ha ho- mens que, no partido, não exercem putra funeção: são conferentes pagos para estudarem as questões, syste matisarein a propagarem a doutrina do Socialismo. Na fjelgicaena Itália accontece approximadamente a mes
A CONVENÇÃO FRANCEZA
(1792-1793)
DESDE 21 DE SETEMBRO DE 1792
Constiliiifào (ia grande assembleia revolucionaria
ATÉ 21 DE JANEIRO DE 1793
EXECUÇÃO DO REI XkUXZ KlTE
actas idas sessões
Continuado do n.° antecedente VERGNIAUD.— Restringir o circulo dos
cidadãos elegíveis é, evidentemente, contestar ao povo o sua soberania; mas trata-se de fa- zer a applicação do principio para so attender ao bem-estar do povo. Não pôde haver_boa administração da justiça quando a lei nào é observada pelo juiz. E" preciso, pois, assegu- rar que o» or^ãos da lei terão os conhecimen- to* necessários para fazerem a sua applícação. Infelimnente, as leis téern sido feitas pelos ho- mens; e os seus interesses e as suas paixões téem-nos desvairado. N'este estado de coisas, como è que um homem de bem, Bem conheci- mentos, se não tornaria um homem funesto?... O povo não torá, dizeis vós, censura alguma
fazer-vos.- Mas nem por isso cumpre menos tomar medidas para se evitar, tanto quanto fdr possível, qne elle incorra em erros. Pare- ce-nos, pois, que, reconhecendo o principio
Os reclamos llralws
O «Alarmo» segue a praxe no tocan- te aos reclamos tneilraos.
Sempre que t< m espaço para isso, publica-os taes quaes lhos mandam as respectivas empresa", mesmo quando não perfilhe os seus conceitos críti- cos.
K' um b< nefici que se faz ás empre- 7.as ibeatraee, ajiidundo-as na sua car- reira.
A fim de evitarmos "quivi c s pa futuro, as criticas
Convenção, informa a assembleia quanto ao inciviamo do ofttcial trucidado. Hillaud-Y aren- ues relata qg Cactos de que foi testemunha quando da sua viagem a Cnálous na qualidade ue coinmiss&rio do poder executivo. Accuaa, com provas, o marechal Luckner. Depois, dá conhecimento d uma carta dirigida pelo gene- ral Tazenuin ao duque regente de lírunswich, a 14 de setembro, e encontrada no bolso d'um secretario que foi aprisionado).
A sessão ó levantada às 4 í|2.
Sessão da noite Um doB secretários lê uma carta dos com-
uiissarios mandados à fronteira do Norte. Díz- se n'ella que o alistamento dos voluntários é considerável nos departamentos da Somme, do Pas-Je-Culaia a do Norte; qne o inimigo fingiu
vender eofferocel-os aos «idad&os lyoneaes pelo preço que elle» mesmos (liarem. Esta respeitá- vel commnna nâo quer conservar, diz «Ha, se- não o que lhe seja strictamente necessário, ronsiderando-se muito feliz por poder sacrifi " car-»e em favor dos «eus irmãos de Lyon du, rante todo o tempo que a patria estiver em perigo e qne as manufacturas d'esta cidade baixarem a sua producção. Esta sublime de- terminação foi proclamada, e os habitantes de Eriguy, apparecem aqui com os genero» indi- cados, trazendo ao peito o nome da sua com- muna—Rola ml..
A assembloia nomeia Vitet, Legendre • Boissy d'Anglas para irem a l.von oomo com- mlssarios.
Servan, ministro da guerra, manda i Con- venção uma carta do general Kellermaun ftnaunciando a Victoria de Valmy. (Mmtoi applaum»).
Por fim, a assembleia decide que ficar&o sempre doze dos seus membros na sala, du- rante o intervallo das sessões.
(Continua).
FABRE D EGLÂNTINE
mesma coisa, bem como em França e na Inglaterra
E' mediante o trabalho d'estes apostolos que a ideia se propaga adquire proselytos; e o partido, pa gando-lhes o labor, nada mais faz do que garantir-se a existencia do que podomos chamar o Beu corpo do cente.
O partido republicano está, ao que parece, a entrar n'um período de fe- cunda reorganisaçào.
Uma das suas primeiras e mais inaddiaveis necessidades está na creação d'um cofre de propaganda, e subsequente constituição dos tur- nos de orégadores.
O partido republicano precisa de numero dos seus ade- augmentar o
Ptos; mas precisa de dar, aos que já e chego..
seria conveniinte faxel-o baixar a uma cotn- missjo para ella aprosentar um projecto de lei que será submettldo & soberania do povo...
OSSELIN.—Os augures, fitando-se uns aos outros, riam-se. O mesmo deveria acontecer com os jurisconsultos, e podem acreditar-me por que eu fui-o por muito tempo. Preten- dia-se tombem addiar a creaçSo dos juizes de paz, dando essa instituição como prematura; e afinal o experiencia demonstrou quanto ella tem de salutar. Nâo tardará que aconteça o mesmo com a eleição dos juizes fejtji indis- tinclamente de todos os cidadãos. Não cons- tranjaes o povo a passar por ura bosque onde talvez o degolem, quando elle pôde tomar por caminho direito. Proponho que. convencidos pela vantagem do estabelecimento dos juizes ie paz e das jurisdições consulares, deis o ul- timo golpe nas velharias judiciarias.
THURIOT.—E' impossível negar quo os juízo» não té era o patriotismo necessário para Integramente cumprirem as suas funeções. E, sendo assim, é preciso tomar uma niedida que obste a e.«se Inconveniente. E' preciso collocar á frente do tribunal ura homem capaz do re- digir as sentenças, um homem que tenha, ao menos, auctoridade para dizer aos Beua colle- gas:— Eis a lei.—Além dUsto. ó preeiso forçar os juizeB a conduzirem-se de tal fórma que o povo possa verificar se ellea tóem a virtude e a« luzes neoessarias.
O presidente põe á votação o principio: ,A Convenção nacional declara que ob jui-
zes poderão ser escolhidos indistinctamente •ntro todos os cidadãos».
Propõe-ao que as emendas baixem a uma commissão. e a questão prévia é reclamada sobre esta proposta.
J/AN'JUiN'AIS,—Nós pereceremos a breve espaço »o njo fizermos um regulamento. Apar- cetieis-vos da prooipitaçflo com que vos arras- tam?... Um feli* exemplo vos treivana. Abo- listes precipitadamente a realeza: ó que esse desejo estava cm todos o» corações. Mas acautellae-voB; sc nlo estudardes bem os vos- sas leis ninguém a» cumprirá, ou deapre- zol-as-ha, e despiezar-vos-h» tombam.
(Vergulaud apoia a proposta da remessa das emendas ao exame d'uina oommtssã'», e a Convenção decretoa remessa a uma commissão para 01 meios de execução. Kerraint dá, em nome da Comedia italiana. ;»:0W libras, produ- oto d um espectáculo realisado para auxiliar as dnapezas da guerra).
111 T.IvAUD VARENNES lè uma carta que acab» de racebep tjoa commissarioB do poder executivo em Chalona E' dati^di} de Vil de Hetem- bro, á uma hora da madrugada, q di* assim:
• Aproveitamo-noa. caro concidadão, do cor- reio qu o onvlamoa ao conselho executivo, para vos dizer duaa palayras lUierça do que se cavallariu ligeira do Inimigo
O desastre em Africa
As noticias chegadas de Mossamedes para collegas nossos de Lisboa e Porto são de encher todos os corações de por- tuguezes de horror e do colora.
E' um estendal de desastres que, se possível fira consideral-os dependen- tes d'uma vontado maléfica, proposita- damente apostada em preparal-os, re- vestiriam o caracter de verdadeiros crimes do traição, de verdadeiras infa- rnias, de torpíssimas ciladas de portu- gueses contra portuguezes.
A hypothese é inadmissível. Estamos apunas em frente d'uma tremenda iin- becilidade,d'um gravíssimo caso do im- previdência, criminoso sempre um h.i- mem que, tendo as responsabilidades do com mando em campanha, tem fecha- das na siaa mão as vidas e a victoria dos soldados do seu comm indo.
Não houve energia, não houve bom- senso, não houve conveniente distri- buição de munições.
Os soldados portuguezes não foram para uma batalha: foram para um ma- tadouro.
Houve cargas de cavallaria tão glo- riosas pela bravura que revelaram, co- mo as melhores de que resam os fastos militares; houve actos isolados do he- roísmo da nossa infanteria, qvo devem encher-nos do orgulho.
Mas tudo isso nada valeu para neu- tralisar os erros de officio do capitão Aguiar.
Na repisaremos o que está dito pelos nossos colle*gas de Lisboa e pelos nos- sos callegas matutinos d'esta cidade.
O que queremos ê lavrar o nosso pro- testo contra imprevidência tão fatal, qu» tantas famílias cobriu de luto, eque de luto cobriu a nossa bandeira.
Aguardemos agora a justiça que o governo eetender dever ordenar.
até Aure, onde cá estáo o aos que vierem, a pleua | intercepta as c<jnununiçn,õas, o geinirnl Du
JU0 WÊ fórma do seu funccionamento, e[ con9erva a sua
consciência do que seja a Kêpi^Í8a,gòW conserva a sua ppsiçã'). Estabeleceu a sua
papel que lhe está reservado na | ^j^e.^íSo araánW da do reorganisaç&o nacional.
E o de manhã. O povo, não sei pofqu". j i.nitt «m tj,l I.irnmiier. tenontf coronel
_ reupoEsa- e n'outr0B povos acredita- bilidade, terão seu logar marcado na
Vft-Jje que o governar era proprio eó secção «Notas de Arte,
iro li deu que se diz com relação aosi H8 um tJl1 Wraouíer, wh®nt> ç0^".1'^0
, " , t i tliíí regimento do Deiphlnauo. ll<y- "*• • ro
republicanos,deve entender-seegual L^Vihe encontrwios documentos que provam dos livres oeusadores. a aua intellifenela com OS emigrados, e ama 1 - • carta em que elle dizi» que n5'. «ahia nunca
•m levar comslgo um laço branco. O povo fez iijpnw MPPHI
«Ide, e "nsinae todas íís gentes, bapiisaudo-us em nome da Justiçai» justiça sunxmaria: dej/oU de o inator. arremei-
aon-lhe o corpo a um braço do Marne • a ca- beça a um outro.»
Heliodoro Salgado. I lp coronel d'ayielle regimento, dejmtado
dirigir-ae para Mauberg e qne a guarnição e es habitantes d!aquella praça estavam disposto» a resistir tenazmente. Que o inimigo ae diri- ge para Valencienncs e que elles estão pres- tes a regressar. -Depois faz-se a leitura d'outros documentos, e entre elles o d'uma carta da communa de Saint-Malo em nue se annuncia que os cidadãos d'aquella cidada ae recusa- ram a receber o primeiro batalhão do regi- mento n.« 31, por ser accusado de ter parti- lhado a covardia d^quellee que trahiram a ciaede de Verdum.
Esta carta ó enviada ao poder executivo. Oa cidadãos da secção de S. Nicolau do
Chardonneret offerecem á assembleia 108 mar- co» de prntas da confraria de 8. João.
Papiilon, coronel da primeira divisão dc fendarinoria, offerece á assembleia a sua cruz
s S. Luiz. Os membros do tribunal de cassação, que
estão presentes, téem a palavra. TIIOURET, presidente do tribunal de cassa-
ção.-Vimos reconhecer « honrar em vAa os re- presentantes legitimo» do povo francez. Ob motivos e na consequências do nosso acto são o juramento, que vimos prestar peraute vós, de nos conservarmos fieis aos dogmas sagrados ila Uberdade e da egualdada. Respeitamos em vós o justo poder que o povo tem sempre poder mudar a aua fórma de governo. Promettemos submianão inteira á constituição que ides esta- belecer. Conheceis bera as necessidades do po- vo; sabeis o que exige o bem-estar da França. A convenção ó o fundamento de todas as es- peranças. O Estado já eati consolidado. Já a segurança das pessoas edas propriedades, sem a qnal não poue haver cidadão nem patria, estão garantidas pela força das leis.
Que cesse, pois, esta divisão criminosa que, por uma funesta inquietação, parnlysa a «oragem doa boua cidadãos que se uevem in- teiramente á salvação do paiz! E' á Conven- ção que devem juiltar-se todos aquelles que não querem dilacerar o seio da patria, e nós daipoa o exemplo 4",,5aa juneção sendo os pri- meiros a jurar que defenderemos com todo o noiso pocior as leis que emanaram d'ella o que o povoso berano aaiiceionar! (Applauscs).
Em aeguldn, lé-so uma carta ao ministro do interior que diz assim:
•8nr. presidente: As notioias que acabo de receber de Lyon continuam a aer alarmantes; o aouaelho da communa, para ceder ás cir- cumstancias, taxou o pão, a oarne. n mantei- Í'i\ e os ovos por um preço inferior ao daquel- as generos. Por outro lado, as mulheres for-
rnaram-se em bandos e saquearam diverso» pstabelecimentos, Um cartaz assignado «Cida- dãs de Lyon' foi afixado em quasi toda a cidade, vendo-su n'elle a fixação ao maior nu- mero dos generos alimentícios, e essa fixação é rjuasi metade a menos do valor actual dos meernoa generoa,
Oa corpos administrativos, testemunhaa quasi mudas «Píistai medida» ottraordinarius, não ousam Pesistir-lhos e confe«sam-so Impo- tentes.
Um estado de coisas tão violento não [>o- Jerá subsistir sem que esto cidade seja expos- ta a uma subversão total.
E' n'este momento que seria para deiejar que alguns cotumissarios "-colhidos na Con- venção ^jpeional e revestido» de plenos pode- r.>»,'vleí5ern a I.vou uarn restabaleoerem aqui a ordem e a submissão ás li-ia.
Não devo occulur á Convenção um facto qu« lu" iinufMsiouou fxtremaaieuto: A com- mnna de Erignr. vislnha de Lyon, deliberou traz«r a esta cidade todoa o» generoa alimen- tícios -jue o* açu» b»blt«qtf« costujown
CARTA DE LISBOA
Já de novembro. Com muito reapeito pelos ara. revlaorea do
Alarme me atrevo a fazer uma reclamação. Na carta de 11 »airam estas palavras: «correm Ttuitjuino/mrnle, sob a intelligerite direcção do dr. José d'Almeida, etc.»
Maquinalmente} Não, senhores, maMnalmtnU não escrevi
eu, porque essa palavra não podia correspon- der ao meu pensamento, pela simqlea razão da quo o partido republicano não se move machi- na, impulsiona-se por cerebros.
Feita a referencia, e notando que o dr. An- tonio José d'Almeida não sa chama José d'Al- meida, relevem-noa caturrices, e passemos adiante,
• Já sabem que para o dia 8 do proximo mez
o ultramontanismo prepara, em Liaboa, ao aol da «Avenida da Liberdade», uma das suas gran- des paradas. Eatá marcado para esse aia o acto aolemne do lançamento da pedra, que ha-de servir de base ao monumento á Immacu- lada Conceição. Convidam tudo que está com eile», e com quem podem contar.
Entendo eu que as Bossas praças c as nos- sas Avenidas deveriam servir para eternisar no bronze os heroes da nossa historia, oa fa- ctos grandioaos da nossa vida civioa.
Nem Deus, nem a immaculada Virgem de- veriam precisar para se engrandecerem aos olhos e na ulma crente dos catholicos, de es- tatuas ou Pantheons fóra das suaB egrejaa, onde a piedade dos devotos se pôde levantar livremente.
Nem a politica ultramontana deveria aujel- tar o aeu Deus, a sua Virgem Maria, os seus santos ás irreverências mundanas das praças publicas e dos grandes passeios.
Nem Deus precisa estar aqui, ou além, por- que está em toda a parte, segundo a doutrina catholica, um tanto ou quanto contrariada pela lei physica da Impenetrabilidade.
Nem a Virgem Maria, ou qualquer santo da côrte do eéo, carecem de exposição perma- nente, por que se não tiverem as suas ima-
nos corações doa fieis, não precisam sur erabradas aos que oa querem esquecer, ao ju«
deu, protestante ou outro não catholico, que nada pretenda da religião christã.
N'um paiz liberal i- tolerante, a estatua da Immaculada Conceição n'uma praça publica representa um facto digno de tempos quo vão longe, que passaram ha seculoa, e nem poderá trazer comsigo actos de irreverencia que, no interesse da sua religião, oa proprios catholi- co» deveriam evitar.
Monumentos e estatuas a santos e a vir- gens. per ahi estão em todas as egrejas onde nódem ser eternlsado» e venerados pelos bons christãos. Fóra d'ea«es templos os mo- numentos aos idplos catholicos pudeni ser li- dos como o Efe usa à mais formosa das 1 Ibenliv des. á liberdade de çonaciencia.
Mai« ainda: quaudu es ta liberdade fór de- vldamento respeitada, quando, çomo n'outros páizes, as religiões nada t«uhain com o Estada, esses monumentos t<*rão de ser apeados em nome da boa lógica e dos bous princípios.
Por isto mesmo melhor seria que os montl- meutos á Virgem continuassem levantado» nas egrejas. em vez de os trazerem para a»' praças publicas. 8ob o ponto de vista iiolitioo. os intuitos do ultramontanismo são bem ria- roa; querem afirmar a sua força, o seu predo* mini», e provocam os liberaes.
Creio que não ficarão sem resposta, por- que eu si nlo que aa oeaaoiauoiM liberaes to* oan a rebate,
Civit,
2 O ALARME
De telhas acima
GRÂNULOS DE BOM-SENSQ
XII
Absolutismo E' o regimen do qual todos o» po-
deres estáo concentrados nas mãos d'um homem, cujo nascimento Deus N0380 Senhor teve a pachorra de esperar, para o ungir desde o ventre materno do direito divino do fazer o que lhe appraza, sem ter de dar con- tas a ninguém.
<Por mira reinam os reis e decre- tam os imperadores oqneéjusto» diz a Escriptura.
A Egreja prefere este regimen a todos os outros, mas écom uma con- dição: que os reis se lhe submettam e estejam sempre promptos a execu- tar as suas sentenças. O rei poderá tudo; menos subtrahir-se a ser o braço armado do padre; o qual por seu turno obedece ao bispo e este ao papa, vigário de Jesus C^risto na terra, vice-deus infallivel, que bebe do fino no tocante á verdade divina, pois abicha permanentemente as in- formações directas do Espirito San- to.
O ideal do pontífice da religião da humildade seria este: elle, no al- to da pyramide, dominando os reis, e pelos reis dominando os povos.
Ismael.
Partido republicano
Convocação O abaixo assignado para tal fim en-
carregado, n'uma reunião de republi- canos de differont.es partes do Paiz, realisada no dia 6 do corrente, na ci- dade de Lisboa, tem a honra de convi- dar os membros das commissões mu- nicipais e parochiaes, bem como todos os republicanos da circumscripção do Norte, a comparecerem, no dia 20 do corrente, no Porto á, Travessa da rua Formosa, 12, pela* 11 horas da manhã a fim de se proceder á eleição por suf- fragio directo dos membros que, pela circumsoripção do Norte, hão-de faz er parte da commissão destinada a pro- mover a reorganisação do Partido Re- publicano Portuguez.
Porto, 15 de novembro de 1904. Antonio Luis Gomes.
Commissão Municipal Repu- blicana do Porto
A Commissão Municipal Republica- na do Porto, adherindo oompletamen te ás resoluções tomadas em Lisboa, na ssesãode 6 do corrente, convida todos os repnbl canos a concorrerem á eleição dos membros que pela circumscripção norte, hão-de fazer parte da commissão destinada a promover a reorganisação do partido, e que se deve realisar no proximo dia 20, ás 11 horas da manhã, na travessa da rua Formosa n.p 12.
Porto, 15 de Novembro de 1904. O presidente,
Joaquim d'Azevedo Albuquerque -4>i-
A questão da viação
comício A'manhã, pelas 7 horas da
tarde, no salão da Porta do Sol, effectua-se um comício publico, para tratar do im- portante assuirpto da viação electrica no Porto.
Pelo estrangeiro
Fmncezcs c ilnlinnos Hoje devem chegar a Paris os dele-
gados das municipalidades e das Cama- ras de commercio d'ltalia, convidados pelo comité republicano do commercio o industria d'aquella cidade. Os nego- ciantes e industriaes são para mais de trezentos.
A capital francezaestá preparada pa- ra fazer uma brilhante recepção a seus hospedes e convidados, que n'eila se demorarão desde o dia 16 até 20 do corrente.
A hora da chegada Apare d« Lyon de- veria ter sido ás 3 horas da tarde de hoje.
No Grande Hotel está preparado um lauto banquete aos negociantos o indus triaes, o qnal se effectuará ás 7 horas e meia da tarde, e será presidido pelo sr. Combes, tendo a seu lado todos os mi- nistros.
No dia 16, o conselho municipal nffe- recerá aos delegados dos municípios um almoço, seguido de uma recepção ás 2 horas da tarde. Pelas 7 horas, ha- verá banquete, dado pela camara do oommercio da cidade de Paris nos sa- lfieB doseu edifício.
No altf*l7, effectuar-se-ha uma visita ás fabrioas de Noi«iel\ e á noite espe- ctaoulo de gala na Opera.
No dia 18, o embaixador italiano re- ceberá os delegadoB, que depois visita- rão os monumentos e museus da oida- do. De tarde oelebrar-se-ha um esplen- dido banquete na galeria das machinas offerecido pelo comité francez das ex- posições no estrangeiro. Será presidi- do pelo ministro do commercio.
No dia 19, os delegados irão a Yer- saiíles, onde almoçarão, visitando em seguida o museu. As festas terminarão oom um grande baile nos salões do Ho- tel Continental.
Trata-se, portanto, de uma verdadei- ra manifestação franco-italiana; afim de desviar a Ita ia da tríplice alliança, e aproximal-a da França. Isto,porém,está um pouco prejudioado com a súbita al- liança de ministério Qiolitti com o par- tido olerical. Propendendo para esta, fatalmente se deverá afastar da politica do snr. Combes, e, portanto, da França.
Curso de radio-actividado
O enr. Pedro Curie acaba de inaugu- rar na Sorbonne um ourso especial aos cornos radio-activos.
0 curso será dividido em trez partes: 1.», radio-actividade; 2.» correntes al- ternativas; 3.», questões theoricas: sy- metria, distribuição dos sectores no es- paço.
Madame Curie foi nomeada para che- fe dos trabalhos do laboratorlo do ma- rido, continuando, assim, a cooperar com elle nos estudos e investigações acerca de tão importante descoberta scientifica.
Por emquanto o snr. Curie está limi- tado ao sèu laboratorio da rua Cuvier. Na Sorbonne não ha espaço para ains- tallacão de um outro; alem d'isso, fo- ram votados para esta obra apenas 24:000 francos e 12.000 francos para as despezas oom os estudos e prepa- ros. O snr Curie julga mui poucas es- tas verbas. Na sua opinião só a prepa- ração do radium exige despezas maio- res.
Os 34.000 francos não chegam para a compra doa instrumentos, utensílios e mobília do lab >ratorio.
Fallando oom um redaotor da «Petite Republique», d'onde extrahimos esta noticia, o snr, Curie disse que as ap- plicações therapeuticas do radium já são hoje effioazes, m alguns casos.
Os dentistas servem-se de sulfato de bai-yum radifero. Em Londres e Vien- na trez casos de cancro foram curad ts por meio do radium. Este ainda se en- contra envolvido no mysterio, mas, pouco a pouco, se irá fazendo luz sobre elle.
A reacção no exercito francez
Os jornaes republioanos francezes denunciam um escandalo, que manifes- ta claramente o espirito altaneiro, e a audacia a que chegaram os offlciaes do exeroito filiados nas associações catho- licas.
O facto deu-se na gare de Lyon. O coinmandante Letang, e seu filho,
tene te de caçadores, que fõi a victima de cabalas dos officiaes reaccionários de Chalons e de Dôle, encontravam-«e installados n'um wagpn, conversando tranquillamente, quando ouviram o sub-tenentH Noir, discípulo da escola pratica de Fontainebleau, proferir em alta voz, e por duas vezes, estas phra- ses:«Não entrem, está pestífero. Dentro d'e8te wagon encontra-se a família Ló- tang».
O tenente filho do commandante, descobrindo entre a multidão de passa- geiros o sub-tenente Noir, perpuntou- llui a que vinham as suas allusões á fa- mília Letang.
O ofllcial insultante tentou occultar- se ns meio dos grupos que enchiam a gare, mas foi descoberto pelos dois of- ficiaes insultados, que tomaram o nome d'elle, e participaram o grave acto de indisciplina ás auctoridades superio- res
O commandante Letang tem outro filho, que ó condiscípulo do sub-tenen- te Noir.
Diz o jornal, que nos dá esta noticia que ha grandes empenhos em favor do official que commetteu semelhante aoto de indisciplina contra seus superiores.
Vê-se claramente que os jesuítas e associações catholicas trabalham acti- vamente, para sublevarem o exercito contra a Ropublica.
E o mais engraçado é que clamam e gritam contra o governo e o ministro da guerra, porque lhes vigiam os pas- sos, e buscam descobrir os conspirado- res!
Quando os reaccionários estão no po- der, não cossam de protestar energica- mente contra a indisciplina do exerci- to; fóra do poder é o que se vê.
Foram sempre assim.
Os ralos X e a tuberculose
Os membros da sociedade de estudos dos raios X foram vivamente sur- prehendidos por um relatório que, no dia G do corrente lhes apresentou o dr. Thurston Holland, sobre a applica- ção dos raios X aos tuberculosos.
Aquelle sábio assevera que, em pre- sença dos maravilhosos resultados obtidos com os raios X no tratamento da tuberculose e especialmente no exame do thorax, o seu > mprego fica sendo fica sendo imperiosamente dicta- do a todos os médicos na sua lucta contra aquella terrível enfermidade.
Mister Thurston Holland accrescen- tou que os resultados obtidtís contra a tuberculose são muitíssimo superio- res aos alcançados pelo emprego da luz Fingen nos casos de lupus, e cer- tifica ainda que, nos enfermos d'este genero, os raios X não teem dado ne- nhum resultado satisfatório.
INTERESSES LOCAIÍS NOTICIAS DO DIA Pelos theatros Aformoseamento da cidade
Por ordem da Camara Municipal co- meçaram hontem a ser demolidos seis prédios entre os passoios da Graça o a viella do Assis para o aformoseamento do largo do Carmo, Esses prédios per» tenoiam aos srs. Rodrigues Pinto, Bar- ros Freire, viuva de Eduardo Alves da Cunha e José Maria Pereira.
Para breve estão outras demolições no mesmo local.
Proclamação da Re-
publica do Brazil Hoje, por motivo do anniversario da
proclamação da Republica dos Esta- dos Unidos do Brazil, realisa a colo- nia brasileira desta cidade um banque- te de oessenta talheres no Restaurante Suisso.
Juntamos os nossos aos votos de to- dos esses filhos da nação irmã pela prosperidade da sua patria e pela rea- lisação pacifica alli do programma das democracias ladicaes.
CUITEIRA SOCIAL Diccionario Socialista
XIII Allemanismo
Este nome foi dado á doutrina e tactica do «partido sol i alista revo- lucionário francez», do noraede João Allemane, um dos seus campeões mais resolutos, e redactor em ch-s- fe de «Le Parti Ouvrier» (<0 parti- do operário). Allemane foi um dos que abriram a scisão de Chàtelle- rault, em 1889, não querendo accei- tar a doutrina do mandato impera-j tivo imposto aos deputados socia- listas pelo Congresso Nacional de Marselha dez annos antes, no in- tuito de conservar o representan- te e delegado da soberania popular sob a fiscalisação directa dos repre- sentados.
Sobre o problema economico, os allemanistas são puramente colle- ctivistas, proclamando o fim do to- da a exploração do homem pelo ho- mem, graças á desnpparição da pro- priedade individual e á socialisação dos meios de producção e de troca
Os allemanistas não desdenham da intervenção na lucta eleitoral. Simplesmente, fazem-no, reservan- do-se uma liberdade de acção que tira aos representantes dos povos o caracter de seus procuradores.
A acção deste grupo socialista I manifesta-se por um comité fede- ral ou por uma união regional das organisações adherentes; e por um congresso nacional annual.
Ismael.
O Natal das creançàs pobres Reuniram hontem sob a presidência do sr.
dr. I Ilídio Monteiro, vários sócios da Associa- ção Protectora da Iniancia para levarem a «f- feito um bodo ás crefincinhas pobres, pelos quaes aquella prestimosa associação se inte- ressa. Para este fim. tilo caridoso, tSo alevan- tado e tão humanitário nomeou-se uma com- missão que ficou oumposta. dos seguintes ca- valheiros:
Presidente, dr. Carlos Lopes; secretários os srs. dr. Illidio Monteiro e Ludgero Malheiro; thesoureiro. o sr. Jeronymo Gomes da Veiga; vogaes, os srs. Altamiro Marques. Carlos Al- ves de Souza. Martinho Soares tle Moura. Da- mião Malheiro, José Antonio Fernandes e F. Elisio das Neves.
A commissão nomeada resolveu que desde hoje se começasse a angariar donativo», appe- lando para o generoso publico do Porto sem- pre prompto a cooperar era obras de caridade, como é esta. a das creancinhas.
Os donativos podem ser entregues na rua de D. Pedro, 113, rua da Constituição, 893 e Bomjardim, 404, e os requerimentos para a admissão ao bodo, recebem-se nos mesmos lo- caes, desde o dia 1 a 15 de dezembro.
"0 Alarme,,
A' direcção dos correios
A' direcção dos onrreios dennuncia- mos o caso curiosíssimo de nos esta- rem sendo reoanbiadoB pelo onrreio, «devolvidos,» jornais que enviamos aos nossos estimados assignantes, e cuja f • Ita estos depois nos exprobam —provando assim que não nos devol- veram coisa nenhuma.
Dar-se-á caso que também os cor- reios estejam peitados contra nós? ...
"Jusl'çii dc Guimardos,,
Sob a direcção do sr. José Ferreira, acaba de apparecer em Guimarães o primeiro numoro deste «ornão sooial e defensor das classes trabalhadoras.
O seu editorial termina assim: «IJm gi-vrno do povo pelo povo, eis o
3ue queremo«; em defeza do mesmo e o povo trabalhador, eis ao que vimos». Saudamos affectuosamente o novo
companheiro de armas desejando-lhe larga vida e prosperidades.
Zelo pio e fi^adeira Passou-nos desapercebido o numero
do nosso mirifioo collega «A Pala- vra» do dia 12 do corrente. Alheados das coisas do ceu, como andamos, ra- ras vezes lho dedicamos demorada at- tenção, e assim se explica o lapso da nossa parte.
No ardor da sua devoção, a rapaziada dos estudantes da Polytechnioa indo coroar de nabos a Immaculada Flora da Cordoaria, em processional carica- tura das pandegas ao divino, teve o oondão de provocar no piedoso e sera- phico collega um furioso ataque de fí- gado, e atira-se aos rapazes porque, «na sua inconsciência», perpetraram o desacato, e á policia, porque, d'esta vez, teve o excepci nal bom-senso de não fazer dispauterio.
Ha todavia uma coisa em que pode- ríamos estar accordo oom o collepa, se elle quizesse generalisar: ó em que a policia deveria prohibir todos os corte- jos grotescos.
Por não haver pandegas caricaturá- veis, já não haveria quem fizesse cari- caturas.
Verdade seja que, então, lá se iam as propissqesl . ..
A velocidade
dos telegraphos Um nosso amijjo foi hontem á esta-
ção de S. Bento, meia hora depois de meio-dia, expedindo um telegramma urgente para Paredes.
Veiu depois ató aos escriptorios do «Alarme», escreveu uma longa curta, cavaqueou, foi para o comboio, partiu para Paredes, e, quando lá ohegou ... ainda não estava o telegramtnal
Oh gou ceroa duma hora depois. R, como aquella personagem bíblica
que, por permissão especial de Jahveh, fizera retroceder o quadrante dos tem- pos, assim fazia o telegramma... mas • ra sentido inverso. Accelerando o quadrante dos tampos, elle que fora lançado ás 12 h. o 30 minutos ia data- do das 2 horas e trinta!
Com tal serviço vale mais, paraísos urgentes, empregar oarros de bois.
Sempre ohegam npais depressa.
Juros das inscripções Na repartii'ilo d* fazenda (l'este díxtricto
serio pagos àmaiihá, 10 <lo corrente, os juros do 2.» semestre Uo correu.le anuo do» mulos da dlvldA Interna cousolidada designados nas relações de n.o* 1:503 a 1:890, e ua quinta, das
n.« l:tó»l a 1:887. A conferencia das Inscripçíea com as rula-
Sdifis de juro vorlflca-so na mesma repartição <> fazenda no proprio dia do recebimento.
Um caso de fecundidade Na freguezia de Castello de Neiva, do con-
celho de Vianna. Rosa Pereira de Brito deu á luz quatro creançan. sendo uma do sexo femi- nino e três do masculino.
Dois dos recera-nascldo» falleceram. Na enfermaria
A h 8 horas, em plena tardo d'hontem, Ma- noel Dias, um pobre trabalhador, de 2-1 annos, cahiu ua rua da I.apa, prostrado pela doença. Veio o policia de giro e em masa mandou o conduzir ao hospital, onde ficou na enferma- ria u." 4.
Apuiou-se ser natural de Moguija, conce- lho de Famalicão e n&o ter morada certa no Porto.
Alarme de incêndio Cerca das 2 horas da tarde d'hoje foram
chamado» os soccorros de Incêndio para a rua de Oliveira Monteiro.
Chegando alli os bombeiros municipaes e voluntários, verificaram que n'um terreno Sertenceute ao snr. Martins Seabra, proximo
o prédio n.« 239, estava a ardor um montão de hervas seccas e aparas de arbustos, igno- rando-sc quem tivense lançado o fogo.
Foi extincto por os bombeiros municipaes com uma agulheta. Uma infeliz digna
de compaixão A' sur.» Joaquina dos Santos, da travessa
de S. Sebastiilo, G3, morreu-lhe hoje. uma fi- lha entrevadinhn.
A infeliz mãe, na impossibilidade de lhe fazer o euterro por estar em atraso, devido á sua miséria, com uma sociedade de enteiTOS de que i sócia, roga-nos que a recommende- moK is almaH caridosas, afim de lhu enviatem qualquer obulo com que accuda ás despezas do enterro da pobre filninha.
Para o tribunal A 7 do corrente partioipou á policia, o sr.
Carlos de Mendonça da Rua do Breyner, hou- vera-lha desapparecido de casa uma pequena salva de prata e uma volta d'ouro com dois berloques.
Estes objectos cujo valor real estimado em 12ú£ XW reis. devem ter sido furtados por uma sua creada de nome Maria de Gloria.
Presa a incriminada, negou ser authora do furto, e a policia nãi apurou o destiuo da re- ferida peça desaparecida.
Apezar da negativa a policia cri- ter cm seu poder a authora do furto, valendo-se d esta deducção:
Passando busca á casa de Maria tia Gloria, ahi encontraram insignificantes objectos per- tencentes ao queixoso o que a inculpada nega ter furtado. Se assim ó,—diz a policia—para u caso d'essas minusculas coisas não haverá duvida cm crâr que o seja para trastes (le maior valia.
E assim provando reinatteu hontem a Ma- ria da Gloria ao tribunal do 3.* diitrict >.
Ora isso avezados andamos a vèr a ordem afora da boa lógica que ainda dYsta feita só lhe acceitamos o critério por mero titulo d'in- fomie e sob Jas reservas, que a<j provas cla- ras podem desfazer.
Que isto de condemnar uma reputação e uma vida ií cousa de bem maior monta qne es- padeirar irresponsavelmeutc cidadãos indefe- sos.
Furto de uma saia Foi hojo enviado ao tribunal do 3.» distri-
cto criminal Ludovina Pereira, por ter rouba- do a Margarida Pereira, uma saia de baota, avaliada em 000 reis.
A presa, negou o tacto, mas ha testemu- nhas! que afBrmam tel-a visto com a referida saia vestida.
Noticias militares Foram mandados apresentar na repartição
de abonus e processos, os alferes da adminis- tração militar, srs. Carlos Carvalho Quintino e Luiz Pereira de Loureiro,
—Pediu 20 dias de licença disciplinar, o al- feres medico d'infanteria 18, sr. Josá Augusto Rodrigues.
—íoi indeferido o requerimento em que o aspirante da administração militar, fazendo serviço cm infanteria 6, sr. Antonio Ferreira dc Sousa, pedia 30 dias de licença discipli- nar.
—Seguiram para Guimarães e Penafiel, o major-mcdico sub-inspector de saúde, snr. Alexandre Correia de Lemos e para Braga, o major-medico, sub-inspector do saúde snr. José Guilherme Baptista Dias, afim de passa- rem revista sanitária aos quartéis c mais es- tabelecimentos militares u aquellas localida- des.
Má sina Noute fechada, iam ià dadas as 9.—acon-
chegando bem a si uma bexiga d'alc.ool, Bahia de Aguas Santas para a cidade JasA Joaquim da Costa, Trauspdz as barreiras n'um sobre- salto, receioso de que o olho do fiico lobri- gasse aquella bexiga, onde vinha uin lucro de alguns vinténs para a sua algibeira de pobre. Entrou nas ruas centraes do povoado a silo e «alvo e tirava já da arca do peito saudosos suspiros d'alivio, quando, escorrendo-lhe pelo corpo, sentia um liquido quasi tépido.
—Era o álcool, certamontc, que se escoara da bexiga rota.
Accende um phosphoro e prepara-sc para examinar, quando uma súbita explosSo o atoarda a uma chamarada cortada de loiros azues o envolve e cresta.
Assim se desfazia o seu pequenino projecto de lucros, e ficavam baldas canoeiras e temo- res:—o álcool incendiado, perdera-se e o seu corpo estava tostado e era cha :a.
E n'essa conjuctura, sumida toda a firmeza d'animo, o bom do homem entrega-se aos cui- dados do policia do giro na Praça de D. Pe- dro que o lovou 4 enfermaria n.<» 5 do Hospital da Misericórdia.
A bisbilhotice oíHcial averiguou ainda que o Costa, morando actualmente na travessa de S. Diniz. iS natural de 8. Salvador, do conce- lho da Felgueiras.
Casos miúdos Pelas 3 e meia horas da madrugada de ho-
je, foram presos na viella (la Liceiras, 4 ra- tões a quem.o vinhp dou para fazer distúrbios n uma casa de toleradas u'aquella rua.
O cabo n." HHH, Manoel Leite, aprohendeu aos prusos uma navalha de ponta e mola um canivete, e um revolver,
Foi tudo enviado ao 1." distriebo crimi- nal.
Viriato Martins Torres, solteiro, industrial de tecidos, morador na rua do S. Victor, queixou-se na 3.» esquadra de que havia «ido esbofeteado o insultade por Custodio Ribeira «O Pedreiro.»
Foi enviada a respectiva participação ao delegado da 1.» vara.
Morte repentina Hoje, pouco depois da mela doute, apare-
ceu na 1.» esquadra policial, o snr. Castro Soa- res Barreiro, declarando que no prédio n.° 80 da rua da Madeirn, havia tallecido sem assis- tência medica, uma senhora qun vivia só,
A policia foi logo paru o local « verefieou a veraoidade da informação.
No local, apparecera a snr.* D. Maria d'As- sumpçito Moreira Jardim, directora do Collegio de Santa Kita de Cossia que declarou conhe- cer a fallecida. pois era ainda parente d'uma filha d'cila que se chamava Emília AdçUúúe da Ressurreição, a vivia só n'aqueHe prédio ha mais de BO annos.
A snr.» p. Maria d'A«sumpç3o Moreira Jardim, porain não conhácia a naturalidade cia faliéc.ida.
Como nào apparecessa pessoa de família, ficou a casa guardada pala policia oom ordem da nfto deixar tahir cousa alguma,
DO PORTO CARLOS ALBERTO—£' ájnanhjl que eu
realisa n'esta elegante çaaa do espectáculos a festa dedicada a olaaso coiuuiercial. com a in- teressante comedia, «Domingos. Dias Santos & C.*r expressamente eaoripta pelo nosso pre- sado oollesa 8d d'Al Largaria c que tanto» cp- plau*os obteve ounndo representa la uo Real Theatro da S. Juito.
A peça que ú uma verdadeira apologia ao deacanço dominical, teu passagens de magni- fico tfleitn d«np'irtaudo gargalhada conatoute.
Os papeis distribuídos pt-Jos melhores ar- tistas da companhia «uo intelligenteiaente de- sempenhados.
O theatro será. bellamente ornamentado e nos intarvallos far-re-ha ouvir a banda do asylo profissional do Terço, generosamente ce- dida pelo seu desvplado director.
Os poucos bilhetes quo restam para esta fes- ta quo decerto deixará ns melhores impres- sões, estilo & venda nas bilheteiras do theatro.
* A poça phautastica -SaUnar: Tonior., qua
no ultimo domingo subiu á scena ora douj es- pectáculos, continuou a merecer o agrado do Ímbllco, seudo muito applaudido» os princlpaot Qterpretes.
—Na próxima sezta-feira, trn récita da gaia dedicada & colonta brazileira, para comme- morar o lã." anniversario da proclamação da Repnblica. representa-se a poça phantastica «Satanaz Júnior.»
Esta recita será honrada com a presença do Ex.«» sr. dr. Alberto Conrado, dig."" côn- sul do Brazil n'esta cidade.
O theatro será ornamentado a capricho, a orchestrs augmentada, e um distincto maestro brazileiro assumirá a regencia.
Já ee podem marcar bilhetes para esta sum- ptuosa recita.
AGIJIA I)'OURO—Annuncia-se para áma- DhU nVste theatro a primeira representação do Âiyo da meia noite, uma bella peça allemS, muito bem traduzida por L. Serra.
No desempenho d este drama entra toda a companhia, estando os principaes papeis a car- go fie Alves da Silva, Roque Annibal Pinhei- ro, T. Vieira, Salgado, Adelina Nobre, Isabel Pacheco, Virginia Lima, etc.
Os scenarios são de Luiz Salvador e Cama- rini. Gurda-roupa, adereços e cabelleiras <S tu- do novo e feito com o 'cuidado e propriedade que a empreza já demoustrou empregar nas peças que monta. N'eila, como no Rei jlalJito, esforçou-se para satisfazer o publico e; certa- mente, ha de conseguil-o.
Para esta primeira rapreientaçilo estilo mar- cados muitos logares, seudo dc esperar uma recita animadíssima.
De Lisboa Estão proraptas a subir á seena no Príncipe
Real, as peçaa «Fanfan la Tulipe» ea «Rainha FlúrdeLys», esta ultima de Baptista Diniz com musica de Nicolino Milano.
—A nova peça que sobe à sceua no D. Amé- lia, em 3.» recita do assignatura, <5 «A clareira de Maurice Donnaj,
—Diz-se que o grande actor João Rosa esta i'poca só trabalha (luas noites: uma na do seu beneficio e a outra nado seu irmão Augusto Rosa. retirando-se depois do theatro a conse- lho dos médicos.
—No D. Amélia entra brevaraente em en- siaos o commovente drama em um acto »Atfai- re Mancer», que foi um grande êxito do Gui- gnol de Pariz. O protogonista está a cargo de Eduardo Brazão.
—Na Rua dos Condes, a magica «Cem mil diamantes» sobe á scena na sexta-feita próxima,
—Seguidamente ao «Rei Lear», a empreza de D, Maria porá em scena o «Nó cego» e a notarei peça «La Raboulleuse, grande sucesso do Oiléon, a que um original portuguez cedeu o logar, com a aquiescência do auctor.
Esse original, qua é uma peça de grande espectáculo, preencherá a temporada dá Pas- choa.
—Deixou de fazer parle da companhia Por- tulez o auctor Firminio.
—Valle o grande camico e devotado amigo de Gervásio, representará brevemente, tio theatro do Gymnasio, a engraçadlssisaa come- dia «Sua excellencia,» urna das melhores do fallecido escriptor.
—No Rato foi um successo a primeira re- presentação do *?.<>-iè<, parodia à -ZazA-, ori- final de Julio Dumont (Orlando) com musica
o maestro Benjamim. —Devo repreBentar-se brevemente no thea-
tro D. Amélia a peça em 1 aoto «La Peur», de Felix Duquesnel, traduzida pelo nosso collega do «Diário lllustrado» Portugal da Silva.
TELEGRAPHIA (Dos nossos correspondentes)
D0 PZUZ O contracto dos tabacos.—
Os commissarios régios.—Pe lo exercito. Para as campa nhãs de Africa —Importação de trigo.—Fiscalisação de im- postos.-Outras noticias.
LISBOA, 15 — 0 contracto dos tabacos não será denunciado antes do primeiro de janeiro.
O governo espera que caduque o contracto provisorio, para denun- ciar o de 1891
Todos os dias o snr. Burnay con- ferenceia ácerca dos tabacos com o presidente do conselho.
— O ministro Alpoim foi hontem muito procurado no seu Ministério por vários políticos do Norte.
— No proximo conselho ficará re- solvida a questão dos commissarios régios, estudada pelo ministro das obras publicas
— O ministro da guerra n&o des- locará nem transferirá nenhuns of- ficiaes do exercito, apesar de tudo quanto se tem dito em contrario.
Ao major Eduardo Costa téem-se offerecido officiaes de todas as ar- mas para o acompanharem na cam- panha de Africa.
—Regressam á sua situação an- terior os inspectores de primeira fiasse Messano, Marcelino Egreja e Frederico Blunk
— Em virtude do decreto relativo ao corpo do fiscalisação o ministro tomará novas providencias abrindo outro concurso a que poderão con- correr os empregados attingidos.
— O Conselho de Agricultura deu parecer favoravel á importação do trinta e dois milhões de kiiogram- nias de trigo. Hoje será fixado o di- reito aduaneiro.
—O «Diário de Noticias» diz so- bre o decreto do fiscalisação dos impostos, que ninguém, por emqunn- to, sprá despedido, devendo o decre- to ser executado lentamente —C.
OO ESTRANGEIRO
A perra russojapoBcia A situação em Porto-Arthur
LONDRES, 15 Consta que ma- dame Stoessel esoreveu uma carta para Moscou descrevendo com os pormenores mais sombrios a tria-
tissima situação em que se encon- tram os defensores de Porto-Arthur, o pedindo urgentemente que lhe seja mandado dinheiro para poder prestar ao» feridos oí soccorros in- dispensáveis.
Outro combate PARIS, 15-Os jornaes desta ca-
pital trazem desenvolvidas informa- j ções acerca do combate travado no dia 12 em Porto-Arthur. A lucta foi encarniçadiBaima, como sempre, sen- do muito numerosas as baixas nos dois campoa combatentes.
O forte de Laotichan ficou total- mente arrasado, raro -se lhe vendo pedra Bobre pedra. Mas apesar de todos oí esforços quo empregaram, os japonozos não podoram avançar com a rapidez com que contavam para se apoderarem da praça.
Aguardando o desenlac&
LONDRES. 15—Espera-so aqui, a todo o momento, a noticia da to- mada ou da capitulação de Porto- Arthur. As informações que tém chegado são tão concordes, no seu maior numero, em aifirmar que é de tal modo horrível e desesperada a situação d'aquella praça de guerra, que, já a*ora, bera mais do que a sua queda, a todos surprehende qut; ella ainda se mantenha. — C.
Villaverde e Maura—Na espe- ctativa - Distúrbios,—Vigo.
MADRID, 15-0 sr. Villaverde retirou o projecto relativo á moeda, a fim de impedir a divisão da maio- ria e a queda dos conservadores, queda de que não quer ficar oom a responsabilidade
— Maura falará hoje sobre esto assumpto, sendo o seu discurso es- perado com todo o interesse, por ser crença geral de que surgirá uma inesperada surpresa.
—Telegrapham de Vigo disendo que a guarda-civil dispersou rapida- mente á cutilada uns grupos tumul- tuados, que intenta am tombar o carro do tribunal. —C. ——
RECLAMOS
A virtude do annuncio Ern n'um dos primeiros hotéis do Porto. Estava-so ao jantar. Os hospedes depois varias phrases crusa-
das sobre a nefanda politica monarchica, vol- veram a conversa para a gastronomia espen- dindo opiniões sobro o azeite, o vinho e o pSo.
Sobre o azeite quasi todos os hospedes confessaram que em suas casas, depois quo viram tilo annunciados os azeites da Empreza Vinícola de Salvaterra de Magos, o experimen- taram e nito querem outros o quando se serviu um prato de pescada cosida todos os convi- vas gritaram:
—Venha o azeite ali da rua do Cedofeita n.° 217, e queremos de lá também ou da casa Borges Sí irmão, do Bomjardim, o preciso vi- nho porque (5 d'estas duas casas que o gasta- mos para nossas familias intervallado com o vinho da LivraçSo da Adega do Buraco.
—Este pito é que é soberbo, parece-me que ri o mesmo que a tamil ia gasta em casa do Ferreira Valente, da rua de Liceiras n.« I H.
—^.'m' ts<,|?hor,—responde o creado—<5 da Padaria Nacional. O patrão logo que vin os
annuncios, mandou buscar amostras e desde entào nào gasta d'outro.
—Também nito gasto d'outro,—interrom- peu um marquez, que ali tinha ido jantar por ter negocios que o impediam de ir a casa—o puro p3o hespanhol e de Vianna d'Austria só se encontra na Padaria Nacionú!.
—E o pSo portuguez, bem comc o p3o francez—accode outro conviva,—só o Ferreira \ alente o fabrica com a maxuna perfeição.
—Para mim o_Pilo Podre, e a Roca de Ba- rão da Padaria Xacional—diz a senhora d*«tn conselheiro—tem um paladar delicioso e soi de muitas de minhas amig&s que o gastam quo- tidianamente.
—Extou morta pola nova ninrea pelo sys- tema -Milanez» que essa padaria annuncia para breve—dil uma menina muito delicada, que jantava ao lado d'tim commendador, seu pae—-porque certamente ha-de corresponder à perteii,'Jo de todas as outras marcas e eu gosto muito do pilo Milanez. - ,
O dono do hotel que chegara ouvindo ainda, elogiar a Padaria Nacional, sua fornecedora, offerece uma taça de champagne da casa. Borges & Irmito aos seus hospedes e fez-ee uma saúde:
Ao snr. Manoel Joaquim Ferreira Valente, proprietário da Padaria Nacional.
—Vejam o que não vale o anuunclo—re- matou o creado.
PROVÍNCIAS
Espinho
Novom bvo 14-904 De«appnreceu d'esta terra, deixando
«fundas» saudades o Sr. Bar&o de Ca- dóro, e enrista que 3. Ex.» foi 'domesti- car, á sua maneira, a policia do Porto. Porque n&o sei se sabem, S. Ex.4 ó... onmmissario da Policia de Aveiro. E dizemos «domesticar», porque taostran- do-se S. Ex.a tam lhano para com to- dos os cavalheiros quo se lhe cheg m á falia, ê d'uma rudesa quasi selvagem para com seus subordinados. Um ba- ilio com ares de general Bum!
De resto, por esta terra, muito fo- guetorio, signal de triumpho, a arre- liar os vencidos ua eleição camara- ria.
l)e acerto bem cabido seria guardar essas manifestações de estoiro a quan- do a vereação vencedora se salientasse em obra de vulto.
Enlão, sim, quo haveria .notivo de estoirar do entliusiasmo bem justifica- do, e applaudivel.
Do mais estão incommodando os tympanos do «juiz perpetuo» da Se- nhora d Ajuda, e nâo sei se ató os do padre Lima.
Ohl o padro Lima é um grande pan- dego ... sem equivoco.
Este padre é preciso manda-lo ... & missa-porque o seu oflloio.
Sr. Bispo: por honra da sua mitra, do si>u baoulo, das suas barbas, que o tornam tam imponente, digne-se man- dar este celebradote resar o terço, ago- ra tanto em uso, visto que se trata da sua immaoulada.
—Já quasi se retiraram de todos as familias quo aqui » achavam em uso de banhos, e Espinho cae ua sua modorra \uvernal. C,
O ALARME Porto—Terça feira. 15 de novembro 10Q4
•*T03fl fwin gnl í
1 4fi ÍTT^ "*1ÍRIIJ 'f' '*•*'* * - Çabixatiras ... - - T"" ' Novembro, 22" Depois de passar alguns aanos no
ftêio dos seus uuis dileotoa arnigns oabeoeirenses, regressou pela segunda vec ao Brazil o snr. Antonio de Sousa MacÍHàdò. 1
Que uma boa vi&gem e uma grande felicidade a acompanhe 6 o que todos lbe desejamos.
^Após uma pequena demora n'ssta terra, também regressou hnntem a Guimarães a ex.m» snr.4 D. Virgínia Lemos, filha do snr. Franoisco Agosti- nho Cardoso de Lemos, oonoeituado
' commcrciante d'aquella oidade. Foiaoompanha da pela sua extremosa
amiga, a ex.u* snr.» D. Maria Augusta Novaes de Carvalho, sympathica filha do snr. Benedioto José Coelho de Car- valho, mui digno escrivão do direito n'esta tewa. tenciona demorar-se al- gumas semanas na dita cidade.
—De visita a sua familia também esteve n'esta terra o snr. dr. Arnaldo Pereira Leite, distinoto medico muni- oipal do conoelho de Ribeira de Pena.
— SSss — Braga
Novembro, 14 Realisou-se ante-hontem na séde do
Centro Socialisia, d'esta oidade, uma
-fla3sSe>ooam«m^atiaa do anniversa» -rio- (.leti vieúma» de Chicago, para a qual foram convidadas todas as oolle- otividades, fazendo-se representar as seguintes:' n •
AsatioiaçSo de Classe dos Alfaiates, Metalurgioos, Centro Operário..
Finalmente, de calcado, Marceneiros e Chapelleiros.
Presidiu o snr. ]gnaoio Lourenço Godinho, seoretariado peloa snrs. Fran- cisco da Motta Magalhães e Eduardo dos Santoa.
A sessão foi aberta ás 8 e meia ho- ras da noite, expondo o snr. presiden- te qual o seu fim e fazendo um ligeiro disourso allusivo ao acto.
Em seguida, foi ooncedida a palavra ao Nur. Antonio Camillo d'Almeida 3ue, n'um empolgante discurso, con-
pmna vehementemente um governo, o qual, diz o orador, para satisfazer ao egoism<> oapitulista, nào teve pejo em calcar, d'uma fórma vil, todos os seus princípios.
E' concedida a palavra ao snr. Raul d'Aguiar, o qual começa por lembrar a data dolorosa de 11 de Novembro de 1887, fazendo, desenvolvidamente, mos- trar os martírios que soffreram esses nobres e cinco valorosos defensores da emanoipação da humanidade.
9piea< diz o orador, disse na do martjrio:
«A voz que ora me ides suffoear se rá mais poderosa no futuro, que quan- tas palavras pudesse dizer eu agora.*
Que para justificar as suas palavras estava alli reunida uma numerosa assis- tência do elemento operário (apontando para a assembleia).
Falia depois o snr. José Duarte Pre- goeiro, que se associa ás manifestações feitas em honra dos martyres de Chi- oago.
Faltando do operariado, diz lamon- tar que elle não 9aiba ainda comprehen- der qual a sua missão na sociedade, e mui principalmente o de Braga, que è arrancada dos seus direitos e regalias por aquelles que, á sua custa, se pre- tendem looupletar
Seguidamente, o snr. presidente fe- oha a sessão, pronunciando, então, um bello discurso, incitando a que todos trabalhem oom ardor, para que um din chegue a libertação do jugo da oppres- são.
Eram cerca de 11 horas ,a n.-,»f\ O snr. Camillo d'Almeida, recitou a poe- sia intitulada «Um dia>, sendo npplau- dido.
—Esteve n'esta cidade o snr. conse-
hora 4f)«4w-9á Carnero, Hhístre-•drogado no fôro de BsrceHos,
—No Porto encontia-se o snr. dr. Francisco de Moirelles, Juiz de Direito n'esta comarca.
— No dia 27 do corrente, realisam-se as eleições geraes das juntas de paro- chia.
-Como de costume, não se realisou a sessão ordinária da Camara Munici pai, por falta de numero de vereadores.
— Foi de 488S200 reis, o rendimento durante o mez de Outubro, do Bom Je- sus do Monie.
— Koassumiu o cominando de infan- teria 8, o coronel snr. Chaves Pinto,por ter terminado a licença, que lhe havia sido conoedida.
—Vae abrir-se concurso para as va- gas que existem em iof interia 8, de mú- sicos de 1.* classe nos instrumentos do requinta e oornetim, o de 3.» classe, nos de flautim.—C.
Idem
14 de novembro.
Acha-se ligeiramente incommoda- do o mavioso poeta e abalisado ju- risconsulto sr dr. Jo&o Punha.
—Falleceu hontem, o sr. Manuel
Gonçalves Vieira Prim, proprietá- rio d'uma alqufhm*-, cetaoelecida «• rua da Sé
O extincto era muito conhecido n!esta cidade, ondo gosava geraes sympathias.
A' familia enlutada, especialmen- te ao nosso amigo snr. Alexandre Prim, os nossos sentidos pesames.
—Reúnem, no pr-ximo-, domingo, em assembleia geral, os socios do
nte-pio de S. José, para ser dis- cutido e approvado o projecto dos novos estatutos
—Para o cargo de reitor do lyceu central, d'esta cidade, indigita-se o sr. dr. Alves de Moura, professor do mesmo lyceu.
—Um grupo de acalemicos d'esta cidade, projecta Inircinr a publicaç o d'um semanario qti" Ht> destina a as- sumptos litterarioH.
— Em audiência de policia de po- licia correccional responderam Abí- lio Baptista Ribeiro, d'esta cidade, sendo condetnnalo em 3$000 reis de multa e Thereza da Silva, «A Fer- ros Velho*», desta mesma cidade, em 15 dias de prisfto correccional.
— A majoria general da armada
deu ordem ao eommandante da di- viHátr~njrvul dd At)antitf3 Slil, para que seja enviado para o reino o es- polio do mallogrado oCBcial de ma- rinha 9r. João Koby, natural d'esta cidade.
—Causou bella impressfto o con- certo realisado no theatro de S. Ge- raldo.
A amadora de canto sr." D. The- reza Marques, foi saudada pelo pu- blico, calorosamente.
As honras da noite, couberam a Américo Angelo, esse primoroso fiianista, que soube dar todo o bri- ho a um concerto digno do seu pro-
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