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XXI 32 19/02/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Meio Ambiente Saúde Deficientes e Idosos Trafico e Abuso de Droga Destaques: Governo federal quer revisão de dívidas com Judiciário que somam R$ 3,6 bilhões - p. 09 Quando a lei é para poucos - p. 30 Número de médicos cresce, mas distribuição continua desigual - p. 39

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XXI

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19/02/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralMeio Ambiente

SaúdeDeficientes e Idosos

Trafico e Abuso de Droga

Destaques:

Governo federal quer revisão de dívidas com Judiciário que somam R$ 3,6 bilhões - p. 09

Quando a lei é para poucos - p. 30

Número de médicos cresce, mas distribuição continua desigual - p. 39

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Empregar a namorada é nepotismo?

Este é o dilema que vive o prefeito de Itaúma, no Centro-Oeste de Minas, Osmando Pereira (PSDB), que decidiu contratar a namorada, Rose Campos, como assessora, com salário de cerca de R$ 4 mil. O MP cobrou explicações e ela pode ser exonerada. Página 4

Luiz Ribeiro

O Brasil tem inúmeros casos de gestores públicos que foram processados por desvio de verbas e que morreram sem que ações chegas-sem ao final, com o prejuízo ficando para erário público. Agora, uma decisão de um juiz fede-ral pode deixar muitos herdeiros desses agen-tes públicos com uma pulga atrás da orelha. O juiz Carlos Henrique Borlido Haddad, da 1ª Vara Federal de Montes Claros, condenou os herdeiros do ex-prefeito de Lagoa dos Patos, no Norte de Minas, Ilídio Mota, falecido em 2007, a devolver em valores corrigidos a verba destinada à educação que teria sido desviada na época em que ele administrou o município, entre 1993 e 1996. Familiares do ex-prefeito negam a irregularidade e anunciaram que vão recorrer da decisão.

Na ação de improbidade administrativa, a viúva do ex-prefeito, Maria José Rodrigues Mota, e seus filhos Reinivaldo Rodrigues Mota, Robson Rodrigues Mota, Ronaldo Ro-drigues Mota e Raline Rodrigues Mota foram condenados a devolver ao erário público uma verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O dinheiro foi destinado à prefeitura em 1993 para a reforma de escolas, aquisição de material didático e de equipamen-tos para as instituições municipais de ensino da cidade, mas, segundo representação do Minis-tério Público Federal, teria sido desviada.

De acordo com a sentença, “os relatórios elaborados pelo Ministério da Educação e pelo Tribunal de Contas da União apontaram diver-sas irregularidades na utilização dos recursos repassados pelo FNDE, quais eram, desvio de verbas a partir de saída de numerário e restitui-

ção posterior sem a devida correção, bem como emissão de notas fiscais falsas para comprova-ção de despesas realizadas com base no convê-nio celebrado”. Relata ainda que “demonstrati-vo de débitos do TCU” informa que o montante liberado, em abril de 2001, correspondia a R$ 14.320,57. O juiz determinou que os herdeiros de Ilídio Mota façam o ressarcimento em valo-res corrigidos. Com isso, hoje, o valor passaria de R$ 50 mil.

Segundo Carlos Haddad, o ex-prefeito prestou contas ao TCU “a partir da apresenta-ção de notas fiscais falsas”. Além disso, teria apresentado ao tribunal apenas o registro da empresa vencedora da licitação na Junta Co-mercial. Isso, na sua avaliação, não comprova a existência física da empresa, nem o forneci-mento dos produtos adquiridos. O juiz susten-ta também: “Ainda que o falecimento do ex-prefeito tenha ocorrido antes da cobrança da prestação de contas e a respectiva tomada de contas, remanesce a responsabilidade patrimo-nial, relativamente ao dano decorrente do ilíci-to penal ou administrativo, no caso, decorren-te de improbidade administrativa, a qual, por expressa determinação da Constituição, em seu art. 5º, estende-se aos sucessores”.

A viuva do ex-prefeito, Maria José Ro-drigues Mota, afirma que Ilídio Mota nunca desviou verbas e que vai recorrer da decisão. “O meu marido era uma pessoa muito honesta. Essa acusação é coisa de perseguição política. A população inteira do nosso município sabe que essa decisão é injusta”, afirmou. O advo-gado Wendell Almeida Prates, constituído pela família, disse que ainda aguarda a citação dos réus para entrar com recurso contra a senten-ça.

mUniCíPios

A verdadeira herança maldita Juiz condena herdeiros de ex-prefeito morto em 2007 a devolver dinheiro da educação

que foi desviado durante seu governo. Viúva e filhos terão de repor R$ 50 mil aos cofres públicos

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INSPEÇÃO - DA REDAÇÃOA Corregedoria Nacional de Justiça iniciou on-

tem a inspeção no Poder Judiciário de Santa Catarina. Na solenidade de abertura dos trabalhos, o corregedor nacional, ministro Francisco Falcão, afirmou que pre-tende introduzir uma política de valorização cada vez maior do Poder Judiciário, de forma a punir os falto-sos em favor da preservação da instituição.

“Faremos a inspeção com a participação da OAB, do Ministério Público e daquelas pessoas interessadas em apresentar suas reclamações; ao final produzire-mos um relatório que será discutido com o presidente do Tribunal de Justiça que de antemão já se compro-meteu a cumprir todas as determinações que a Corre-gedoria entender necessárias”, esclareceu o correge-dor. Os trabalhos no estado vão até o dia ] 0 de março. A equipe vai averiguar procedimentos de natureza jurisdicional e administrativa, inclusive aqueles exe-

cutados por cartórios extrajudiciais e unidades da ad-ministração pública sob a fiscalização do Judiciário.

O presidente do TJ-SC, desembargador Cláudio Dutra, garantiu que a Justiça catarinense está de por-tas abertas à inspeção, que vê como uma medida de aperfeiçoamento. “Nosso espírito é de cooperação e aprendizado”, pontuou. A solenidade contou ainda com a presença dos ministros Jorge Mussi e Gas- taldi Buzzi (STJ), conselheiros Jefferson Kravchynchyn e Lúcio Munhoz (CNJ), desembargador Vanderlei Ro-mer (CGJ-SC) e representantes da OABeMR

Como parte da inspeção, a equipe da Corregedo-ria iniciou ontem o atendimento aos cidadãos catari-nenses. Até sexta-feira, qualquer pessoa interessada em apresentar críticas, reclamações, elogios ou suges-tões a respeito do funcionamento do udiciário local pode procurar a equipe de inspeção no Auditório do Fórum.

JoRnaL do CommeRCio RJ | diReito & JUstiça | RJ - 19 de feveReiRo de 2013ministério Público

Corregedoria inicia trabalho no TJ-SC

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A Procuradoria Geral da Justiça e Associação do Mi-nistério Público do Estado do Maranhão (Ampem) ini-ciaram ontem, no Maranhão a campanha “Brasil contra a Impunidade” visando cons-cientizar e mobilizar a socie-dade contra a aprovação da Proposta de Emenda Com-plementar-PEC-37\2011 pro-posta pelo deputado federal maranhense Lourival Men-des (PT do B), já conhecida como “PEC da Impunidade”. Conforme já noticiado ini-cialmente em O Imparcial, a PEC-37 prevê que apenas as Polícias Federal e Civil po-derão realizar investigações criminais.

No café da manhã ofere-cido para jornalistas na sede da AMPEM a procuradora geral de Justiça, promotores de Justiça do estado, repre-sentante da Controladoria Geral da União e do Sindica-to dos Servidores da Polícia Federal do estado do Mara-nhão expressaram insatisfa-ção com a proposta: “Será que o mensalão teria sido investigado sem a participa-ção do Ministério Público?”, questionou a procuradora ge-ral de justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha.

Para ela a aprovação da PEC só interessa aos corrup-tos e criminosos e a socieda-de deve se mobilizar contra: “Vamos fazer uma mobiliza-ção nacional com a socieda-de civil, igrejas e universi-dades contra essa insensatez

e imenso retrocesso que é a PEC-37”, conclamou Regina Lúcia.

Em países democráticos é comum e necessária a parti-cipação de vários segmentos no processo de investigação criminal. Atualmente somen-te três países proíbem essa atribuição: Quênia, Uganda e Indonésia. Caso o Brasil aprove a PEC-37 o Ministé-rio Público, Receita Federal, Banco Central, COAF e ou-tros órgãos ficarão impedi-dos de participar das inves-tigações criminais, inclusive as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).

Para o Presidente da AMPEM no Maranhão, José Augusto Cutrim Gomes a emenda é uma tentativa de reduzir o poder do MP: “O Ministério Público vem de-sempenhando um bom papel até o ponto que incomodou pessoas do alto escalão.”, denuncia o promotor que de-fende ainda, não a limitação, mas a ampliação de entida-des participantes nas inves-tigações criminais: “Quan-to maior o número de entes estatais participando das in-vestigações, melhor para a democracia.”, defendeu José Augusto.

O MP tem tido grande atuação nas investigações criminais no Maranhão, os casos Décio Sá e da Agiota-gem contaram com efetiva participação do Grupo de Atuação Especial de Comba-

te a Organizações Crimino-sas (GAECO), coordenada pelo promotor Marco Auré-lio Cordeiro Rodrigues. Em entrevista a O Imparcial, o promotor esclareceu que o Ministério Público não pre-tende assumir o papel da po-lícia, mas reforçar a parceria para este tipo de enfrenta-mento.

Parceria - A discussão não passa pela questão cor-porativa do MP, mas do fato que o crime se alimenta da impunidade e a sociedade exige resposta para investi-gações criminais. O direito a verdade e a segurança das pessoas é uma prerrogativa constitucional e democráti-ca. Há um consenso público de que as polícias sozinhas não têm sido capaz de solu-cionar todos os casos, como defendeu a promotora do consumidor, Lítia Cavalcan-te: “Juntos já estamos fracos, imagine retirando o Minis-tério Público?”, questionou Lítia.

O promotor da Infância e Juventude, Márcio Tadeu reforça a importância de se resguardar a democracia e manter a parceria nesse pro-cesso que desde a Constitui-ção de 1988 deu notoriedade e mais responsabilidades ao MP: “Fosse a PEC direcio-nada só ao Ministério Públi-co ou Receita Federal, ainda sim seria antidemocrática.”, defendeu o promotor.

Leia mais no Jornal im-presso O Imparcial

o imPaRCiaL onLine - são LUis | PoLítiCa | ma - 19 de feveReiRo de 2013associação do ministério Publico

Ministério Público inicia movimento contra PEC-37

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O presidente da Associação In-ternacional de Procuradores (IAP), James Hamilton, enviou hoje (18) carta de apoio ao poder investigató-rio do MP para a Associação Nacio-nal dos Membros do Ministério Pú-blico (CONAMP), por intermédio do promotor de Justiça do Minis-tério Público do Estado do Ceará, Manuel Pinheiro Freitas. No docu-mento, a entidade se manifesta con-tra a Proposta de Emenda a Cons-tituição (PEC) 37/2011, conhecida como PEC DA IMPUNIDADE. A proposta garante exclusividade da investigação criminal à polícia.

Na carta, James diz que “a IAP sempre tem reconhecido que os procuradores desempenham as suas funções de muitas formas diferen-tes, de acordo com o particular sis-tema de justiça que funciona dentro de cada jurisdição. Nas jurisdições nacionais que fazem parte da tradi-ção do Civil Law, os procuradores desempenham um papel essencial na investigação criminal, quer diri-gindo ou supervisionando o trabalho realizado pela polícia, ou conduzin-do seus próprios procedimentos pa-ralelos de investigação, cuja função é de especial importância nos casos onde a polícia pode estar sujeita a pressões políticas ou de outras fon-tes inadequadas que podem preju-dicar a sua independência ou a sua imparcialidade.”

Hamilton observa que “onde a investigação tem sido uma função tradicional do procurador (como no caso do Brasil), qualquer mudança neste sistema deve ser introduzida somente após cuidadoso estudo das alternativas e apenas quando possa ser assegurado que, antes que as funções dos procuradores sejam re-duzidas, medidas tenham sido ado-tadas para garantir que um sistema efetivo de investigação tomará o

seu lugar. Proceder de outra forma criaria um risco de que o sistema de justiça criminal fosse seriamente comprometido.”

O presidente da IAP também afirma que compartilha a preocu-pação da CONAMP quanto à proi-bição aos procuradores de realiza-rem seus próprios procedimentos investigativos e de fazerem parte de forças-tarefas de investigação criminal. James diz que tal situação “poderia representar um obstáculo para a aplicação no Brasil de instru-mentos muito importantes de Direi-to Internacional, incluindo a Con-venção das Nações Unidas contra a Corrupção (Convenção de Mérida), a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Trans-nacional (Convenção de Palermo) e o Manual das Nações Unidas para a Investigação e a Documentação Eficazes da Tortura e outras Penas ou Tratamentos Cruéis, D esuma-nos ou Degradantes (Protocolo de Istambul).”

A International Association Of Prosecutors (Associação Interna-cional de Procuradores) é uma or-ganização não governamental com status consultivo especial junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ONU). A AIP re-presenta 148 entidades, entre órgãos de direção do Ministério Público, associações nacionais e regionais de procuradores e promotores, e aproximadamente 1.300 membros individuais em mais de 140 países de todos os continentes.

Confira abaixo a íntegra do documento:

INTERNATIONAL ASSOCIA-TION OF PROSECUTORS

Organização Não Governamen-tal com Status Consultivo Especial junto ao Conselho Econômico e So-cial das Nações Unidas (ONU)

À Associação Nacional dos Membros do Ministério Público do Brasil

(CONAMP)Sr. César Bechara Na-

der Mattar Junior - Presidente 18 de fevereiro de 2013.

Caro Presidente, Eu estou escrevendo esta carta

na minha condição de Presidente da Associação Internacional de Procu-radores (IAP), a única associação de procuradores de âmbito mundial, da qual a CONAMP e outras asso-ciações de procuradores brasileiros têm sido membros ativos e relevan-tes durante vários anos.

De acordo com a sua Constitui-ção, os objetivos da IAP incluem os seguintes:

- promover a efetiva, justa, im-parcial e eficiente persecução das infrações penais;

- respeitar e buscar proteger os Direitos Humanos tais como pre-vistos na Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamada pela Assembleia Geral das Nações Uni-das em 10 de dezembro de 1948;

- promover normas e princípios elevados na administração da justi-ça criminal, em apoio ao Estado de Direito;

- promover e elevar as normas e os princípios que são geralmente reconhecidos internacionalmente como necessários para uma perse-cução criminal adequada e indepen-dente;

- prestar assistência aos pro-curadores em âmbito internacional na luta contra o crime organizado e outras formas de crimes, e para tal finalidade:

-promover a cooperação inter-nacional no recolhimento e na cons-tituição de provas, no rastreamento, na apreensão e no confisco de ativos de origem criminosa, e na persecu-

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IAP envia carta de apoio ao poder investigatório do MP para a CONAMP

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ção de criminosos foragidos;-promover celeridade e efici-

ência em tal cooperação interna-cional;

- promover medidas para a eliminação da corrupção na ad-ministração pública.

Em prol da execução destes objetivos, a IAP tem cooperado com organizações internacionais e tem encorajado seus membros organizacionais e individuais, es-palhados em mais de 140 países de todos os continentes, a desem-penhar as suas funções de acordo com suas regras e seus princípios constitucionais.

Recentemente, eu fui infor-mado de que há atualmente uma proposta de emenda à Constitui-ção Brasileira (PEC 37) que, se aprovada, removeria o poder para conduzir e dirigir investigações criminais do Ministério Público e de outros órgãos públicos exclu-sivamente para a polícia. Eu fui informado de que a CONAMP e outras associações de procura-dores brasileiros haviam expres-sado as suas preocupações com as consequências negativas da proposta para a efetiva, justa, im-parcial e eficiente investigação de infrações penais, particularmente com relação à luta contra o crime organizado e a corrupção. Elas também expressaram as suas pre-ocupações de que a proposta mi-naria os esforços para prevenir e reprimir as violações de Di reitos Humanos, especialmente onde os abusos, incluindo a tortura, tenham sido praticados por agen-tes pertencentes ou relacionados com a polícia.

A IAP sempre tem reconheci-do que os procuradores desempe-nham as suas funções de muitas formas diferentes, de acordo com o particular sistema de justiça que

funciona dentro de cada jurisdi-ção. Nas jurisdições nacionais que fazem parte da tradição do Civil Law, os procuradores de-sempenham um papel essencial na investigação criminal, quer dirigindo ou supervisionando o trabalho realizado pela polícia, ou conduzindo seus próprios pro-cedimentos paralelos de investi-gação, cuja função é de especial importância nos casos onde a polícia pode estar sujeita a pres-sões políticas ou de outras fontes inadequadas que podem prejudi-car a sua independência ou a sua imparcialidade.

Consequentemente, onde a investigação tem sido uma fun-ção tradicional do procurador (como no caso do Brasil), qual-quer mudança neste sistema deve ser introduzida somente após cui-dadoso estudo das alternativas e apenas quando possa ser assegu-rado que, antes que as funções dos procuradores sejam reduzi-das, medidas tenham sido adota-das para garantir que um sistema efetivo de investigação tomará o seu lugar. Proceder de outra forma criaria um risco de que o sistema de justiça criminal fosse seriamente comprometido.

Ademais, a menos que exis-tam fortes e evidentes razões para justificar uma mudança como tal, isso poderia levar a suspeitas de que ela tenha sido provocada por um motivo oculto ou arquitetada politicamente, ao invés de aper-feiçoar o efetivo funcionamento do sistema de justiça criminal, sem o qual o Estado de Direito não pode funcionar. Isso poderia levar a uma crise de confiança, especialmente porque que tem sido relatado que a opinião públi-ca apoia a manutenção do poder do Ministério Público para inves-

tigar infrações penais.Além disso, o estabelecimen-

to de um monopólio legal absolu-to da polícia sobre a investigação criminal também poderia prejudi-car o cumprimento da recomen-dação de que investigações de queixas e denúncias de tortura e outros tipos de maus-tratos en-volvendo agentes policiais sejam feitas de uma forma independente por procuradores ou outros agen-tes públicos que não pertençam à polícia, tal como indicado pelo Protocolo de Istambul (Artigos 2, 3, B, e 5, A. - veja anexo abai-xo).

Finalmente, eu compartilho a preocupação da CONAMP que a proibição dos procuradores re-alizarem seus próprios procedi-mentos investigativos e mesmo fazerem parte de forças-tarefas de investigação criminal poderia representar um obstáculo para a aplicação no Brasil de instrumen-tos muito importantes de Direito Internacional, incluindo a Con-venção das Nações Unidas contra a Corrupção (Convenção de Mé-rida), a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organiza-do Transnacional (Convenção de Palermo) e o Manual das Nações Unidas para a Investigação e a Documentação Eficazes da Tor-tura e outras Penas ou Tratamen-tos Cruéis, Desumanos ou Degra-dantes (Protocolo de Istambul).

Eu estou de acordo que esta carta possa ser compartilhada com aqueles que têm um interes-se nesta matéria e que ela possa ser publicada, caso seja necessá-rio.

Atenciosamente,JAMES HAMILTONPresidente da Associação In-

ternacional de Procuradores.

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Patricia Giudice

Um diagnóstico publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ontem confirma o que profissionais de saúde já suspeitavam: há no Brasil uma epidemia do uso da chamada “droga da obediência”. E Belo Horizonte é a segunda capital onde os medica-mentos para tratar transtorno de déficit de atenção e hi-peratividade (TDAH) são mais consumidos. Os dados da Anvisa indicam que, em BH, foram vendidos em 2011 170,38 caixas de Ritalina e Concerta para cada grupo de mil crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, perdendo apenas para Porto Alegre. Entre 2009 e 2011, o aumento na venda dos remédios foi de 186,38% em BH. Minas Gerais ocupa o quarto lugar no ranking dos estados onde há maior prescrição das drogas. No Bra-sil, a alta foi de 75%.

À base de cloridrato de metilfenidato, o remé-dio estimula o sistema nervoso central, deixando os pacientes mais concentrados. No boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), órgão da Anvisa que compilou os dados, e nas bulas dos remédios estão descritos vários efeitos colaterais, como dores gastrointestinais, de cabeça, re-dução do apetite, tendência à agressividade, taquicar-dia, sonolência excessiva ou perda do sono, depressão e até interrupção do crescimento. Pode causar depen-dência química também.

Prestes a lançar um livro sobre o assunto, a psico-pedagoga Jane Patrícia Haddad considera os números alarmantes. Para ela, o problema está nas crianças que estão sendo medicadas e não necessariamente preci-sam do remédio. “O uso está abusivo. De modo ge-ral, todas as crianças têm um déficit de atenção hoje, porque os estímulos são muitos, todos costumam fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo, perdemos o foco, ou seja, há uma série de questões que são comuns”, afirmou a autora de Cabeça nas nuvens – Orientação para pais e professores sobre TDAH. Ela explica que a droga é indicada para a criança que recebe um diag-nóstico de TDAH a partir de exames e avaliação de um equipe multidisciplinar para discutir o caso, envolven-do médicos, psicólogos, psicopedagogos, a escola e a família.

Em julho do ano passado, o Estado de Minas publi-cou uma série de reportagens alertando para o aumento do uso da medicação. Ainda não gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada uma droga da classe média usada principalmente no período de aula.

O estudo da Anvisa mostra, por exemplo, que a partir de março a venda dos medicamentos cresce, com que-da em julho, mês de férias escolares. Volta a aumentar de forma significativa em agosto e se mantém até de-zembro. A psicopedagoga lembra que este é o período em que as crianças e adolescentes intensificam os estu-dos para avançarem na série.

É o que acontece com o filho de Vânia, de 44 anos. F. tem 10 anos e foi diagnosticado com TDAH. Desde dezembro, quando ele entrou de férias, a medicação foi suspensa pelo médico. Agora, com o retorno das aulas, o remédio volta a fazer parte da vida dele. Ele resiste, contou a mãe, que já questiona o efeito e acha que há uma prescrição excessiva. “Os números são assustado-res. Mas percebo que as crianças também não querem nada, na hora de pegar um livro, ler, eles têm preguiça. Por outro lado, a escola dá dever demais, além do ne-cessário. Por isso a quantidade do remédio”, diz. Des-de que foi medicado, há um ano, F. reclama de dores de cabeça e, segundo a mãe, ficava muito nervoso quando o efeito passava.

SINTOMAS O TDAH é um dos transtornos neu-rológicos do comportamento mais comuns na infância. A estimativa é de que afete entre 8% e 12% das crian-ças no mundo. A doença tem sintomas que podem con-fundir os pais, como dificuldade para prestar atenção, fácil distração nas tarefas ou durante as brincadeiras, inquietação, dificuldade para esperar a própria vez e interrupção da conversa dos outros. Alguns são pecu-liares, como passar muito tempo sonhando acordadas, se esquecer das coisas, falar excessivamente, serem incapazes de brincar caladas e parecerem não ouvir quando se fala diretamente com elas. O alerta da psico-pedagoga Jane Patrícia é de que os pais, identificando os indícios, peçam indicação de especialistas para ami-gos, busquem informações, encaminhem o filho a uma equipe multidisciplinar e participem do tratamento.

Os medicamentos prescritos para TDAH são de tarja preta, portanto, devem ser vendidos sob controle especial. Segundo a Anvisa, as receitas têm três vias, sendo que duas são retidas pela farmácia. Os dados são registrados no sistema do órgão para que se possa fazer o diagnóstico do comportamento do mercado brasilei-ro de remédios controlados. Por meio da assessoria de imprensa, a coordenadora do SNGPC, Márcia Gonçal-ves, informou que “o estudo contribui para identificar possíveis sinais de distorções de uso dos produtos e no trabalho em estratégias e enfrentamento do proble-ma”.

OBEDIÊNCIA EM ALTAS DOSES Consumo de medicamentos para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade por crianças e adolescentes de Belo Horizonte é o segundo maior do país, aponta Anvisa

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MINAS GERAIS 8MEIO AMBIENTE

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Pesquisas estão sendo feitas nas áreas mineradoras do Sudoeste mineiro

Proteção ambiental concreta

Proteção ambiental concreta

Estudo pioneiro em Minas propõe o uso de resíduos de quartzito para construção civil

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JOSÉ AUGUSTOO Hospital Regional de Betim, na re-

gião metropolitana da capital, pode ter re-gistrado mais duas mortes de pacientes em decorrência de infecção por superbactérias - micro-organismos resistentes a antibióti-cos -, entre elas, a KPC.

Segundo uma médica da unidade, que pediu anonimato, a idosa Trindade Rodri-gues Siqueira, 86, morreu no último dia 12. “Ela estava infectada com a KPC, e o nome dela constava no mapa dos pacientes infectados”, disse. Ainda de acordo com a funcionária, um outro paciente, que não foi identificado porque não tinha nenhum do-cumento, também morreu por causa da su-perbactéria. Ela afirma que há 11 pacientes com a KPC na unidade.

Segundo a nora de Trindade, a dona de casa Gecilda Pereira, a família não foi infor-

mada de que a idosa teria contraído a KPC. “Ela foi internada no dia 11 de dezembro devido a um AVC (Acidente Vascular Cere-bral) e ficou isolada por um tempo. Depois, foi transferida para o CTI e foi levada, em seguida, para a clínica médica”.

Ela afirmou que o atestado de óbito in-forma como causas da morte “AVC e insufi-ciência respiratória”. Gecilda ainda contou que, dias antes da morte de Trindade, os médicos pararam de dar antibiótico porque disseram que não adiantava mais.

A prefeitura confirmou que Trindade morreu devido a um AVC e insuficiência respiratória e que ela estava colonizada com a KPC. Já o paciente desconhecido estava com a bactéria, mas o Regional aguarda o resultado do exame. O hospital informou que estão internados seis pacientes com KPC.

o temPo - mG - on Line - 19.02.2013 Betim

Superbactéria pode ter matado mais dois pacientes

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Autor(es): » ADRIANA BERNARDESApesar de a legislação prever a isenção de impostos

a portadores de problemas físicos, visuais, mentais e a autistas, brasilienses têm dificuldade para obter o bene-fício. Convênio que garante o direito ao abatimento do ICMS precisa de aprovação da Câmara Legislativa

Está na lei. Ao comprar um carro zero, os portado-res de deficiência física, visual, mental ou autistas têm isenção de três impostos: IPI, ICMS e IPVA. O desconto no valor do veículo pode chegar a 24%. Um automóvel de R$ 70 mil, sai por cerca de R$ 54 mil, sem contar a economia com a dispensa do pagamento do imposto anual pago por todos os proprietários de veículos. Difícil é fazer valer os direitos no Distrito Federal. Conquistar o benefício exige uma romaria aos órgãos dos governos federal e do DF e muita paciência na espera de até 180 dias para os servidores aprovarem o processo.

Este ano, a espera pode ser ainda maior. Para ter va-lidade, o Convênio ICMS Confaz 38 precisa ser homo-logado pela Câmara Legislativa. Mas o Executivo ainda não encaminhou a mensagem aos deputados solicitando a aprovação do benefício. Apesar de o convênio não es-tar vigorando, o GDF destinou R$ 854.171,00 na Lei Orçamentária Anual deste ano para isentar o imposto. O valor é semelhante ao gasto de 2011, quando R$ 772 mil foram alocados para esse fim. No ano passado, dos R$ 1.972.196,00 reservados para a execução do convênio, somente R$ 770 mil acabaram efetivamente usados ou por falta de demanda ou porque os solicitantes não con-seguiram a aprovação.

A Secretaria de Fazenda do DF não informou quan-tas pessoas foram beneficiadas e nem o número de pro-cessos parados à espera da homologação. O escritor João Carlos Ronca Júnior está entre os contribuintes prejudicados pelo atraso do governo em regularizar a situação. “Eu me sinto com a cidadania roubada. Além de absurdo, um acinte, é uma total irresponsabilidade para com o deficiente”, desabafa, criticando também o despreparo de muitos funcionários em atender esse pú-blico.

João Carlos conta que a saga para ser contemplado com os descontos começa na Receita Federal, onde a pessoa dá entrada no processo para isenção do IPI. Uma vez liberado, o interessado segue para uma unidade da Secretaria de Fazenda do DF e solicita a liberação do pagamento do ICMS do veículo. Só então, pode final-mente comprar o carro, para, depois, entrar com outro processo pedindo a isenção do IPVA. Em cada um deles, a lista de exigências é grande, assim como a quantidade de documentos pedidos.

O escritor iniciou o processo em novembro passa-do, na agência da Receita Federal e ainda não obteve resposta da isenção do IPI. Apesar da indignação pela demora, o que realmente o atormenta é saber que pode

ficar sem o abatimento do ICMS. “Eu vou fazer o que for preciso para ter o meu direito garantido”, afirma.

O despachante José Geraldo Carvalho explica que conseguir as vantagens previstas em lei é complicado. Para cada um dos benefícios — IPI, ICMS e IPVA — a pessoa precisa reunir documentos e obter aprovação em cada um dos órgãos. “Ano passado, por conta de mu-dança no sistema e da falta de funcionários, a análise da dispensa do IPI na Receita Federal demorava até 90 dias. Já o ICMS, varia de acordo com a agência de aten-dimento da Secretaria de Fazenda. Em algumas delas, leva uma semana. Em outras, chega a 90 dias”, detalha.desistênCia

Presidente fundadora da Associação dos Portadores de Deficientes do Distrito Federal, Nilza Gomes acabou vencida pela burocracia. Em março passado, ela deu en-trada no processo na Receita Federal. A concessão saiu 60 dias depois. Fez o mesmo procedimento na Fazenda do DF e, em setembro, teve o pedido negado. “Queriam saber se tínhamos condições de pagar o carro e exigi-ram a apresentação de contracheque. Achei um absurdo, mas levamos. No início de outubro, disseram que estava aprovado, mas não havia recurso disponível. O dinheiro tinha acabado em julho e nós deveríamos aguardar até o próximo ano. Aí, eu desisti”, relata.

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Fazenda informou que enquanto a Câmara Legisla-tiva não homologar o convênio, a análise dos processo continuará suspensa, mas as agências estão recebendo os pedidos normalmente. Quanto à queixa em relação à burocracia para obter os benefícios, a assessoria es-clareceu que o convênio traz todos os formulários e documentação necessária sem os quais não há como o governo autorizar a isenção do imposto.

No que diz respeito à crítica sobre a falta de preparo dos servidores incumbidos de fazer o atendimento ao usuário, foi dito que, ao longo deste ano, os trabalhado-res serão treinados e, as novas agências ou as que estão passando por reforma terão suas estruturas físicas ade-quadas para receber os deficientes. A Assessoria Parla-mentar do Executivo informou ter recebido o pedido de homologação do convênio pela Secretaria de Fazenda na última terça-feira. A meta é protocolar o documen-to na Câmara Legislativa ainda esta semana e que será feito um esforço para garantir a aprovação o mais rapi-damente possível.

ReuniãoEm março do ano passado, o Conselho Nacional

de Política Fazendária (Confaz) se reuniu e elaborou o Convênio ICMS Confaz 38, isentando as pessoas por-tadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, do pagamento do ICMS ao ad-quirir o veículo novo.

CoRReio BRaziLiense - on Line - 19/02/2013

Desrespeito aos deficientes

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Autor(es): » MARA PUL-JIZ

Em busca de mais usuários de drogas, os traficantes agora se espalham pelas quadras resi-denciais e comerciais do Plano Piloto. Atrás deles, um rastro de violência e de crimes: assaltos, sequestros e agressões passam a ser comuns nas áreas nobres da cidade.

O consumo e a venda de en-torpecentes não estão mais con-centrados na área central do Pla-no Piloto. Traficantes e usuários se espalham pelas quadras resi-denciais e comerciais e levam medo a comerciantes e a mora-dores das asas Sul e Norte

Onde há comprador, há for-necedor. No Plano Piloto, a regra não é exceção em relação ao trá-fico de drogas. Em cada esqui-na, próximo a estabelecimentos comerciais, a igrejas, a escolas e até embaixo das árvores das entrequadras, se tornou comum encontrar pessoas maltrapilhas deitadas no chão e sob o efeito do crack, do pó e da maconha. Comerciantes perdem clientela e são alvos de furtos e de assal-tos praticados, muitas vezes, por quem quer sustentar o vício. Na rua, a realidade provoca insegu-rança, revolta e sensação de im-potência.

Na escalada do tráfico, hou-ve um aumento de 36,6% na quantidade de flagrantes feitos na área central, na Asa Sul e na Asa Norte. O índice é de janei-ro deste ano, comparado com o mesmo período de 2012. As for-ças de segurança atribuem o re-sultado a um trabalho intensivo de repressão, mas a população tem a percepção de que a quan-

tidade de usuários de drogas tem aumentado em ritmo acelerado, consequência de um provável crescimento da ação de trafican-tes no Distrito Federal, unidade da Federação com a maior renda per capita do país.

Ontem à tarde, o Correio per-correu as quadras 108, 308, 109, 309, 208, 408, 410, 411, 104, 403, 301, 304 e 310 Sul, além do Setor Comercial Sul. Os pontos são considerados alvos do tráfi-co. Em uma delas, uma jovem grávida de oito meses dormia na calçada do comércio debaixo do sol forte e após consumir drogas durante a madrugada. Gizela* tem 23 anos e está anêmica e esquelética. À reportagem, ela admitiu adquirir crack e coca-ína com facilidade. “Encontro droga em qualquer esquina. Se o traficante souber que você quer comprar, ele vem até você. Nem precisa se preocupar”, disse (leia Depoimento).

Na Rua das Farmácias, no início da Asa Sul, praticamente todos os estabelecimentos têm pelo menos um usuário de dro-gas na porta. Eles pedem esmo-las para os clientes. À noite, o movimento é ainda mais intenso. A venda de entorpecentes ocor-re, principalmente, próximo ao Hospital de Base do DF e no Se-tor Comercial Sul.

O medo também é constante. Na 304 Sul, a panificadora Pepi-ta de Minas foi assaltada duas vezes em um ano. A proprietária, Débora Martins Assunção, con-ta que, da última vez, os ladrões entraram malvestidos e carrega-ram apenas moedas e algumas notas do caixa. “A gente via que era para comprar drogas. O tipo

de assalto é diferente”, conta. Garrafas de vinhos que ficam na entrada da padaria também são furtadas constantemente.

Lojas fechadasPara o presidente da Asso-

ciação Comercial do DF, Cléber Pires, a situação tende a piorar, caso não haja um aumento no efetivo policial. “A população só aumenta, mas a quantidade de policiais nas ruas diminui. Te-nho a convicção de que o tráfico de drogas vem crescendo a cada ano, mas falta estrutura para a polícia trabalhar”, acredita. Na Asa Norte, ele diz que 18% dos estabelecimentos comerciais fe-charam. “Um dos itens que con-tribuiu para a decadência do co-mércio foi a segurança pública”, afirmou.

Na Paróquia São Camilo de Lélis, na 304 Sul, foi preci-so instalar câmeras de segurança e substituir a caixa de madeira onde eram depositados os dí-zimos e as ofertas dos fiéis por um cofre de aço. Até mesmo um aparelho de controle de som precisou ser fixado no concreto. Isso porque, há oito meses, usu-ários de droga tentaram carregar o dinheiro da igreja e o equipa-mento eletrônico. Não consegui-ram porque o porteiro os flagrou. “Infelizmente, nem aqui pode-mos rezar em paz. A gente sabe que eles pedem dinheiro e fazem furtos para comprar droga e ali-mentar o tráfico. A gente oferece ajuda para tratamento, mas só um deles quis mudar de vida. Essas pessoas precisam de tratamento, e o traficante, de uma punição ainda mais severa”, defende o administrador da paróquia, José Marcelo Magalhães.

CoRReio BRaziLiense - on Line - 19/02/2013

TRÁFICO SITIA O CENTRO DO PODER

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