175501342 dois mundos um amor super bianca 23

7/27/2019 175501342 Dois Mundos Um Amor Super Bianca 23

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DOIS MUNDOS, UM AMORDOIS MUNDOS, UM AMORTwo Worlds, One Love

Meg HudsonMeg Hudson

O velho carro continuou sua marcha lenta at parar de vez, pouco antes de umposto de gasolina. Que sorte no ter enguiado na pior parte da estrada, Natalie pensou,ainda assustada por ver-se nos limites de uma autntica reserva indgena. Como ser !ueos nativos rece"iam os #orasteiros$ %erguntava-se isso !uando reparou !ue um carroesporte parava ali perto. &e dentro dele saiu um homem alto, e'tremamente esguio,irradiando #ora e energia por todos os poros. (azia tempo !ue Natalie no se sentia toatrada pelo #sico de um homem... )o ver-lhe o rosto, levou um susto. *le era um ndio e,pelo +eito !ue a #itou, parecia concentrar nela todo o desprezo pelos colonizadores "rancos

!ue haviam dizimado seu povo.

Doao:aleriaDigitalizao:oce

Reviso:)liane


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Dois mundos, um amor Meg Hudson

Ttulo original: "Two Worlds, One Love"

Copright/ 0 " 1eg 2udson

%u"licado originalmente em 3456 pela

2arle!uin 7oo8s, 9oronto, Canad

9raduo/ 1aria de :ourdes ;oares

*sta o"ra #oi composta na :inoart :tda.


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CAPTULO ICAPTULO I

Nuvens escuras pairavam so"re a serra distante, cu+os picos perdiam-se na "ruma.) cidade de )sheville ia #icando cada vez mais para trs, dando lugar ao cenrio,grandioso e #antstico da cadeia de montanhas ?reat ;mo8ies, !ue dominava ohorizonte. Natalie olhou para a!uelas eleva@es e sorriu. *las pareciam acenar-lhe com apromessa !uase mgica de mil aventuras e'citantes.

)ntes #osse. *m"ora aguardasse ansiosamente as prA'imas semanas, eladuvidava de !ue algo de maravilhoso pudesse ocorrer nessa viagem. 9eria a companhiade uma amiga, :orna *vans, pro#essora de arte, e am"as pretendiam apenas e tosomente e'plorar novos cenrios para pintar. %ode haver algo de mais prosaico$

1as, prosaico ou no, isso era tudo !ue Natalie !ueria, no momento. %recisava deum lugar assim para !ue"rar a rotina, onde talvez pudesse sepultar para sempre antigas

e penosas lem"ranas !ue sA #aziam atormentar sua vida.&urante a visita a )sheville, por e'emplo, ela no tivera a mnima chance de #azer

isso. Na verdade, sua estada na graciosa cidade da Carolina do Norte no tinha sido dasmais agradveis. (ora #orada a lem"rar-se de :eBis e da terrvel in#elicidade !ue ele lhecausara. * os #antasmas de velhos dramas #amiliares ressurgiram com #ora total.

Na!uela manh, antes de partir, ela #ora o"rigada a visitar a prima mais velha desua me, *mil ;tandish CollingBorth, com a di#cil incum"ncia de romper o gelo comuma parenta pro"lemtica e com !uem raramente se comunicava. ;uportara com umapacincia de J as perguntas curiosas de *mil e seus comentrios venenosos.

Conseguira at ostentar um sorriso aparentemente cordial, na hora da despedida,ignorando o tom #erino das o"serva@es da prima.

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*, na pressa de a#astar-se dali o !uanto antes, nem mesmo mandara seu velhocarro para a reviso, dei'ando esses pro"lemas pura ilus@es !ue encontrasse sua amiga:orna em ?atlin"urg.

Que o carrinho precisava de conserto no havia a menor dvida, estava com um"arulho es!uisito, desde !ue Natalie sara de Concord, no *stado de 1assachusetts. *la

sA esperava !ue ele no a dei'asse na mo agora, por!ue escurecera ainda mais e umachuvinha #ina comeava a cair, emprestando uma "eleza #antasmagArica D paisagem !uea rodeava e #orando-a a diminuir a velocidade, o !ue #atalmente a atrasaria.

Natalie encolheu os om"ros, determinada a evitar todo e !ual!uer pensamentonegativo. :em"rou a si mesma !ue a grande idia de via+ar para o sul e ir pintar naspitorescas ?reat ;mo8ies representava antes de tudo uma tentativa de +ogar #ora opassado incEmodo e comear a vida de novo. 9alvez, depois de passar o vero longe daNova


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carro vindo na direo oposta, por!ue no sa"ia como evitar uma coliso.

Continuou #irme at o #inal do declive. *nto, !uando contornava uma curvaespecialmente traioeira, !uase "ateu numa caminhonete. ?ritou, apavorada, mas omotorista desviou na hora e'ata. *m"ora o tivesse visto sA de relance, Natalie tinha!uase certeza de !ue se tratava de um ndio. *, se no tinha certeza a"soluta, era por!ue

o chapu preto de a"as largas protegia-lhe o rosto muito "em.

Jespirando #undo para a#astar o susto, Natalie seguiu em #rente e logo se viu numvale estreito. Ima placa D margem da estrada avisava !ue ela havia chegado D cidade deChero8ee.

Im momento mais tarde deparou com uma #ila de motis, lo+as e restaurantes. Naentrada de um esta"elecimento descrito como Kposto comercialK, viu um senhor de meia-idade vestindo uma indumentria indgena tpica, com cocar multicolorido e tudo.

*ra di#cil acreditar !ue havia ido parar numa autntica reserva indgena. *ssa

parte da cidade, pelo menos, parecia mais um palco de e'i"io para turistas.

9entou lem"rar-se do !ue aprendera so"re os Chero8ees em seus tempos deescola, mas logo desistiu. ;ua ateno voltou-se para o carro !ue, ao !ue tudo indicava,ia parar a !ual!uer momento.

;em sa"er como, ela conseguiu arrast-lo por mais dois !uarteir@es. )liviada,avistou um enorme posto de gasolina onde havia uma o#icina. )gora #altava pouco.Natalie pisou mais no acelerador, mas o carrinho no respondeu. Continuou em suamarcha lenta at parar, pouco antes do posto. )ntes assim. &i#cil seria se ele tivesseresolvido pi#ar no meio das montanhas.

Natalie pensava nisso !uando reparou !ue um carro esporte preto e "rilhante, deum modelo dos mais caros, parava ali perto. &e dentro dele saiu um homem alto,e'tremamente esguio, irradiando #ora e energia por todos os poros. Os om"ros largosestavam co"ertos por uma camisa vermelha, a"erta no peito e a+ustada a uma cintura#ina, apertada por um largo cinto de couro preto com uma pesada #ivela de "ronze.

(azia muito tempo !ue Natalie no se sentia to atrada por um homem. Noconseguia dei'ar de olh-lo, por mais !ue !uisesse. *, ao ver-lhe o rosto, ela levou umsusto.

*le era ndio. *stampado em suas #aces estava o orgulho Chero8ee. )s #ei@eseram duras como o granito encontrado nas montanhas !ue rodeavam o vale. Nataliepensou !ue esse homem era o protAtipo ideal de um che#e indgena/ orgulhoso e "elo.

;u"itamente ela desco"riu !ue estava sendo o"servada com a mesma intensidadepor dois olhos negros !ue pareciam re#letir a mesma dureza das pedras. 1as o interessedurou pouco. O desconhecido logo se virou, com a mais a"soluta indi#erena.

%ara Natalie, era impossvel ignorar um per#il to e'traordinrio. O nariz !uasea!uilino, os l"ios cheios e generosos, a pele lisa e suave. 9udo nele parecia per#eito.


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!ue"rado. %ara sua desagradvel surpresa, porm, ele simplesmente caminhou nadireo do escritArio da o#icina, sem lhe dar a menor ateno.

&epois de algum tempo reapareceu, com uma garra#a de re#rigerante na mo, semnem mesmo se dignar de lanar um olhar para a irritada Natalie.

*la + tivera um dia su#icientemente desagradvel para ainda ter de suportar agrosseria de um estranho. 1as, como esse parecia ser o nico posto de gasolina dacidade, como no houvesse mais ningum por perto, no lhe restava outra opo senoprocur-lo.

*le estava de p +unto ao carro esporte, e'aminando-o com ateno, o !uere#orou a opinio de Natalie so"re o #ato de esse ndio arrogante e "onito ser realmenteo dono do negAcio. ;urpreendendo-a mais uma vez, ele ligou o rdio e escorregou paradentro do automAvel, como se ela no e'istisse.

1al contendo a indignao, Natalie venceu a curta distHncia !ue os separava e

tossiu para chamar-lhe a ateno.

;A !ue no aconteceu a"solutamente nada. *ra A"vio !ue ele no a escutava.1ais e'asperada ainda, ela resolveu cutucar-lhe o p, calado numa #inssima "ota decouro.

%or um momento, o silncio reinou a"soluto. *m seguida, ele se aprumoulentamente, encarando-a.

Natalie viu-se tomada de arrependimento por no ter cuidado melhor da aparncia,na!uela manh. )inda estava plida por causa de uma gripe violenta e nem se!uerpensara em se arrumar.

%or causa da palidez, seus olhos, de um azul-violeta, pareciam maiores do !ue onormal. Na pressa de dei'ar )sheville, sA escovara o ca"elo muito loiro e o dei'ara soltonos om"ros.

O ndio, porm, no mostrou nenhum interesse por seu aspecto #sico. 9inha,decididamente, cara de poucos amigos.

> Qual o pro"lema, moa$

> 7em, se no se importa, preciso dos seus servios.

;o"rancelhas muito escuras #ranziram-se de repente, enrugando uma testaper#eita. * o ca"elo, Natalie o"servou, era grosso e aveludado, de um preto retinto. 1aisuma vez ela e'perimentou uma estranha sensao e procurou reprimi-la imediatamente.No havia nenhuma razo para permitir !ue a!uele indivduo rude lhe provocasse algumtipo de reao emocional, e'ceto raiva por sua e'trema arrogHncia.

Quando menos esperava, ele se levantou e, com estudada lentido, e'aminou-a dealto a "ai'o, levando-a mais uma vez a lamentar o estado deplorvel do rosto e do ca"elo.

1as pelo menos suas roupas eram graciosas, pois h muito tempo aprendera a usarcriatividade e "om gosto em lugar de muito dinheiro.

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*la usava uma "lusa de croch "ranca, com mangas morcego. Os punhos e a golaeram en#eitados com outro ponto, mas no mesmo tom. Completando a vestimenta, umcinto de macram com"inava com a cala de linho.

> Que tipo de servio procura$ > ele perguntou, com aparente polidez.

*la desco"riu, surpresa, !ue ele #alava como um sulista. *nto engoliu em seco.

> 1eu carro !ue"rou.

> L realmente lamentvel. )cha !ue srio$

> Creio !ue sim. 1as isso voc !uem vai me dizer, no$

*le encolheu levemente os om"ros.

> %or !ue eu$

> %or !ue voc$ > Natalie parou, desconcertada. Jespirou #undo, procurandono #alar com veemncia/ > ;uponho !ue se+a esse o seu tra"alhoM

> 1eu tra"alho$ *nto pensa !ue eu cuido do negAcio.

Natalie notou, com crescente irritao, o ar cada vez mais divertido dele.

> * no o encarregado disto a!ui$

> No. 1as o proprietrio, Jand oungdeer, amigo meu. *le deve voltar logo.;e !uiser aguardar. . .

> No tenho outra escolha.

> %osso dar uma olhada no carro, se dese+ar.

> %re#iro esperar pelo ;r. oungdeer.

Natalie mal aca"ara de #alar !uando um velho caminho amarelo entrou no posto,parando !uase em cima dela. )pesar do susto, o alvio !ue sentiu #oi imenso.


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Jand oungdeer + estava de"ruado so"re o carro de Natalie, de costas para osdois. Com voz a"a#ada perguntou/

>%or onde veio, senhorita$

> Jodovia 34.

> No #oi #cil. *u sa"ia tam"m !ue havia chegado ao #im da linha.

Jand oungdeer "alanou a ca"ea e endireitou-se.

> %ode crerM eio dirigindo desde 1assachusetts com essa velha "elezinha$

> ;im.

> Im milagre !ue no tenha pi#ado antesM *st com uma srie de pro"lemas, masnada !ue oungdeer no possa resolver. %lane+a #icar a!ui por alguns dias$

Natalie #icou em pHnico.

> &e #orma algumaM 9enho de encontrar uma amiga, ho+e D tarde, em ?atlin"urgM

> 1ontanhoso, sem dvida.

> Ima palavra suave demais para descrever o !ue a espera. ai atravessar ocentro das ?reat ;mo8ies, via NeB#ound ?ap. )tingir algumas das maiores eleva@esdo leste dos *stados Inidos e vai precisar de um carro em per#eitas condi@es. O !ueno o seu casoM Olhe, eu no a dei'aria sair da!ui nessa "elezinha. No como estagora.

Im risinho irEnico !ue"rou o silncio !ue se seguiu ao discurso de Jand, eNatalie perce"eu !ue Joss ouvira a conversa com imenso divertimento.

*le disse, ainda rindo/

> Cuidado, Jand, para no ser denunciado por essa senhora. )s mulheres, ho+eem dia, recusam-se a cumprir !ual!uer ordem masculinaM

Natalie o encarou, olhos nos olhos, e sentiu de novo a #ora !ue emanava dele.Nenhum homem tinha o direito de ser to atraente e ao mesmo tempo to desagradvelM

;atis#eita, ela o"servou !ue Joss #icou tenso, o !ue mostrava !ue ele tam"m sesentia atrado. %or alguma razo, Natalie sou"e !ue essa era uma da!uelas cenas de suavida !ue #icavam para sempre gravadas na memAria. amais es!ueceria a!uele dia de+ulho numa aldeia indgena da Carolina do Norte, com um Chero8ee alto e provocante em

p diante dela, num cenrio cinzento e chuvoso. 1ais alm, nas ladeiras verdes das?reat ;mo8ies su"iam em direo ao norte.

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Natalie teve a estranha certeza de !ue a!uele homem e as montanhas estavamintimamente ligados. )m"os tinham "eleza, #ora, resistncia. *la chegou at a pensar!ue no seria muito di#cil dei'ar-se guiar por algum como Joss, pois, se ele amasseuma mulher, se !ue isso seria possvel, estaria sempre disposto a #icar ao lado dela.

Jand oungdeer, um pouco preocupado, tentou +usti#icar suas palavras/

> No minha inteno impor o !ue deve #azer, senhorita.

> Nem eu pensei isso. 1as, se o pro"lema com o carro no #or solucionado dentrode pouco tempo, terei de tomar algumas providncias.

> 7em, eu tenho de terminar um tra"alho prometido para esta tarde. &epois meconcentrarei no seu carro e, se me procurar mais tarde, poderei lhe dizer direitinho !ual o pro"lema !ue temos pela #rente.

> No e'iste nenhuma possi"ilidade de o servio #icar pronto ho+e D noite$

> No, no h mesmo. 1as Chero8ee um lugar muito "om para uma parada.9em diversas atra@es. No de admirar !ue turistas de todo o mundo apaream pora!ui. No verdade, Joss$

> %ode me dei'ar #ora disso, Jand.

> Nesta poca do ano, est tudo cheio. > Jand oungdeer acrescentou,ignorando o comentrio > 1as eu sei !ue e'iste uma vaga no motel da minha irm. La!uele com trs "arracas de ndio no telhado.

> O"rigada. ou tele#onar ao motel, pedindo para eles no cederem o !uarto a ningum. *voc, Joss, "em !ue poderia dar uma carona para a moa. Como seu nome, senhorita$

> Natalie ;tandish.

> Certo, ;rta. ;tandish. *'iste um ca# no motel. 9enho certeza de !ue vai gostar.* eu cuidarei do carro assim !ue puder. L uma promessa. O !ue vai levar$

Jand oungdeer a"riu o porta-malas, tirando de dentro dele uma mochila. 1as,em vez de coloc-la no cho, pre#eriu entreg-la diretamente a Joss.

Natalie mordeu o l"io. No havia razo para Joss lev-la at o motel. ;em !uerer,o amvel Jand colocara os dois numa posio di#cil.

1as tam"m no era +usto !ue ela se molhasse sA para a#irmar suaindependncia. *n!uanto caminhava na direo do carro esporte preto, tentou convencer-

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se de !ue esse era o nico motivo !ue a levara a aceitar a sugesto de Jand semmaiores protestos. 9entava se convencer, inutilmente, de !ue Joss no lhe representavanada.

CAPTULO IICAPTULO II

) distHncia entre o posto e o motel era pe!uena, mas para Natalie a!uele parecia ocaminho mais longo do mundo. ;uspirou de alvio !uando Joss estacionou e resolveu

dei'ar o carro rapidamente. )gradeceria a carona, apanharia a mala e escaparia para arecepo do motel em "usca de re#gio. 1as Joss tinha outros planos.

> ou ver se %enn JaincroB tem mesmo um !uarto disponvel. Jand sempremuito otimista.

> %enn JaincroB$ > O nome era realmente incrvel.

> ;e demorar um pouco em Chero8ee, vai deparar com nomes !ue lhe soaromuito estranho. Nomes e muitas outras coisas, tam"m.

> *stou certa disso.

)lguns dos antigos moradores da!ui dizem !ue os ndios costumavam terapenas um nome. Con#orme a lenda nos velhos tempos o "e" era chamado pelaprimeira coisa !ue impressionasse a me depois do nascimento. &igamos !ue elaolhasse pela +anela de sua ca"ana de madeira e visse uma perdiz. %oria o nome de%erdiz em sua criancinha. Ou talvez deparasse com um cervo ou um lo"o, ou ainda comum loureiro em #lor.

> )cho #ascinante. Que costume mais charmosoM

> Concordo. 7em, vou #alar com %enn.

)"riu a porta e, antes !ue Natalie pudesse protestar e dizer !ue ela prApriaresolveria o pro"lema do !uarto, Joss + sara do carro e corria na chuva com todadisposio.

*la suspirou. O "em da verdade, no agira com #irmeza em nenhum momento,dei'ara as coisas acontecerem. * isso no #azia o menor sentido. No havia razo para

prolongar a!uele encontro casual, por sinal no muito agradvel. 9entou dizer para simesma !ue no gostava de Joss e !ue a antipatia era recproca.

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(icou assustada !uando ele apareceu su"itamente a seu lado, no carro, "atendocom impacincia na +anela. ) chuva estava cada vez mais #orte, e ela "ai'ou o vidro umpou!uinho sA, o su#iciente para ouvi-lo.

> )"ra a porta.

Natalie tentou, mas seus dedos nervosos no conseguiam #azer nada direito. *raincrvel como esse homem tinha o poder de desorient-la.

Joss aca"ou a"rindo a porta do carro, com visvel impacincia, #alando como seestivesse ha"ituado a dar ordens e ser o"edecido sem demora/

> &ei'e sua mala e venha comigo. O !uarto ainda no est pronto, mas %ennest arrumando tudo. Nesse meio tempo, nAs podemos tomar alguma coisa !uente no"ar.

Joss no esperou por uma resposta, crente de !ue ela o seguiria. Natalie teve

vontade de lhe dizer !ue podia muito "em esperar na entrada, mas agora era tardedemais para protestar. *le + se encontrava a uma "oa distHncia.

passava da hora do almoo e no havia ningum no pe!ueno "ar. Nataliehesitou por um instante antes de entrar no aposento aconchegante. O simplespensamento de sentar-se ao lado de Joss a enchia de in!uietao. Olhou em volta,tentando se acalmar. Notou !ue a sala era revestida com pinho e !ue cortinas #loridasalegravam as +anelas. 1as o ponto principal da decorao era o enorme retrato de um ho-mem usando um tur"ante colorido, segurando um cachim"o entre os dedos #inos elongos. ;eu rosto era e'tremamente marcante, um misto de no"reza e pro#undacompai'o pelo ser humano. Im Chero8ee com toda certeza. Como Joss, !ue estavasentado a uma mesa de canto, de onde se via o +ardim da parte de trs do motel. 2aviatam"m uma piscina e um con+unto de "alanos para crianas, todos vazios.

> ;ente-se. > ele sugeriu, em"ora sem #azer meno de o#erecer-lhe umacadeira. Quando viu !ue ela estudava a #otogra#ia, o"servou/ > L ;e!uoa, uma espciede padroeiro dos Chero8ees.

> ;e!uoa era um Chero8ee, ento. * eu !ue pensei !ue o nome tivesse seoriginado na Cali#ArniaM

> %or causa das se!uAias gigantes$ ;im, o nome o mesmo, mas ;e!uoa eraum Chero8ee. %elo menos por parte da me, seu pai era ingls. (oi ele !uem inventou oal#a"eto Chero8ee, em"ora no sou"esse ler ou escrever em outra lngua. (oi um homemnotvel, um s"io.

Ima mulher "ai'a e corpulenta, com #ei@es !ue lem"ravam as de Jand, entrouno "ar, vinda da cozinha. Isava o ca"elo grisalho preso na nuca e, em"ora seu vestidode algodo azul e o mocassim de couro + #ossem "em velhos, havia nela um ar dedignidade !ue impressionou Natalie.

> Ol, Joss )dair. O !ue #az a!ui num dia como este$

> Jand me dei'ou usar a garagem para #azer alguns pe!uenos reparos no carro.

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> No podia haver tempo pior para os turistas. > a mulher o"servou, com umae'presso de desagrado.

> O vero ainda nem comeou, ;ra. 7roo8. No se preocupe. 7em, esta a ;rta.Natalie ;tandish. *la vai #icar no motel at Jand conserta-lhe o carro. %enn estaprontando o !uarto dela.

> *nto houve alguma desistncia. 9eve muita sorte, ;rta. ;tandish. )manhchegaro Eni"us cheios de turistas para assistir ao drama, eles ocuparo tudo. %ennpoder conseguir-lhe um convite, se estiver interessada.

> ;eria Atimo, mas espero partir "em cedo. Joss perguntou.

> )inda restam uns dois pedaos. * #oi #eita por 1inerva :ight#ootM

> *nto vou comer uma #atia. )conselho-a a #azer o mesmo, ;rta. ;tandish.

Natalie pensou em recusar, mas aca"ou concordando com a sugesto. * tam"mno se opEs !uando Joss pediu duas 'caras de ca#. )ssim !ue a ;ra. 7roo8 se a#astou,ele +usti#icou sua atitude.

> :amento se no posso o#erecer-lhe um co!uetel ou um copo de vinho. :ogodesco"rir !ue a venda de lcool proi"ida, nas reservas indgenas.

Natalie apreciava tomar vinho de vez em !uando, mas no sentia #alta de "e"idasalcoAlicas. &e !ual!uer modo, no dei'ava de ser estranho estar num lugar onde haviauma proi"io nesse sentido. %or isso, !uis sa"er mais/

> %or !u$ %or causa dos princpios religiosos$

> No. O alcoolismo o principal pro"lema de sade en#rentado pelos ndiosnorte-americanos.

;e havia um assunto !ue ela detestava era esse. No tinha a menor inteno deconversar so"re isso com Joss )dair.

O pior era !ue ele parecia esperar algum comentrio. *la teria de dizer algumacoisa a respeito.

> *u diria !ue se trata de um pro"lema universal.

> No insinue !ue somos os nicos a padecer desse mal, ;rta. ;tandish. 1as, deacordo com as estatsticas, o alcoolismo entre os ndios supera muito a mdia nacional

dos "rancos.


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!uem est a razo.

)o ver !ue Natalie continuava em silncio, Joss cravou nela um olhar pro#undo eatento.

> O !ue h$ > indagou o rosto srio, sem a menor ironia.

> Nada.

> 9em algum parente alcoAlatra$

> O... o lcool matou meu pai.

> *le morreu de tanto "e"er$

> No. (oi nadar uma tarde, depois de alguns drin!ues e morreu a#ogado. *ra umhomem maravilhoso, mas esse era seu ponto #raco. *, !uando as coisas no iam "em,

ele no largava a garra#a. *u o amava muito, e v-lo destruir-se diante dos meus prApriosolhos #oi um suplcio. 1inha me no #ez nada para a+ud-lo. *ra ela !uem tinha odinheiro herdado da tradicional #amlia de 7oston D !ual pertence. %apai era pro#essor deingls na mesma escola onde leciono agora. ;ha8espeare era o seu #orte. *le era umhomem muito "onito e havia algo de singular em sua e'presso como ;e!uoa.

> Como ;e!uoa$

> ;im. oc pode notar a compai'o e a tolerHncia no rosto de ;e!uoa, nopode$ 7em, meu pai tam"m era assim.

> Quando #oi !ue ele morreu$

> 2 trs anos. Coincidiu com o convite !ue rece"i para tra"alhar na mesmaescola dele.

> oc ensina ;ha8espeare$

> No. *u ensino arte.

(oram interrompidos pela chegada da ;ra. 7roo8, com a torta e o ca#. *n!uanto

o"servava a velha ndia, !ue os servia com a maior delicadeza, Natalie mal podiaacreditar !ue #izera tantas con#idncias a Joss. Nunca #alara nisso nem mesmo a seusamigos mais ntimos. ;em mais nem menos, a"rira seu corao para a!uele homemcomo se ele #osse algum con#essor espiritual.

> ?ostosa esta torta, no$ > ele comentou, e Natalie alimentou a esperana de!ue ele no tocasse mais num assunto !ue lhe era to delicado.

Concordou com um aceno de ca"ea, mas desanimou ao ouvir a prA'imapergunta. no tinha mais dvidas de !ue #ora um erro #atal coloc-lo a par de sua vidaparticular.

> Onde vive sua me$

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No havia mais por !ue #ugir da verdade, + !ue #ora ela !uem dera origem a essaconversa desastrosa.

> *la tem um apartamento de co"ertura em 7oston, com uma vista maravilhosado porto, mas passa "oa parte do tempo via+ando. No momento est visitando amigos na Creio !ue sim.

> *n!uanto isso, voc via+a num carro caindo aos pedaos.

Natalie ergueu o !uei'o, como se !uisesse desa#iar o mundo.

> ;igo o meu prAprio caminho, ;r. )dair. No peo nada a minha me e no

espero nada dela. )"andonou meu pai dois anos antes de ele morrer, de modo !ue eu...

%arou "ruscamente, convencida de !ue + #ora longe demais. :ogo ela, !ue #aziatanta !uesto de respeitar a vida dos outros e !ue no admitia inter#erncias na sua. %orisso mesmo #ora to desagradvel a visita D prima *mil, em )sheville. ;o" o prete'to de!ue odiava a hipocrisia, *mil dei'ara "em claro seu desprezo pelo pai de Natalie, mesmoele estando morto. Como se isso no #osse su#iciente, ela tam"m sa"ia do caso deNatalie com :eBis e e'pressara suas opini@es sem papas na lngua.

O #ato de a conversa ter sido praticamente um monAlogo no a+udara Natalie emnada. *mil, +ulgando !ue o corao da prima estava despedaado por causa de :eBis,resolvera narrar sua prApria e'perincia de vida, supostamente para provar !ue mesmoos melhores casamentos podiam dispensar o !ue se chama amor. O grande romance davida dela #ora destrudo pela #amlia, mas, olhando para o passado, ela sA tinha deagradecer. No #inal das contas, casara com ?erald CollingBorth, o homem certo, com!uem levara uma vida KmaravilhosaK em )sheville e de !uem herdara uma "ela #ortuna.

> amais !uero ser uma viva ricaM > Natalie e'clamou, horrorizada ao perce"er!ue desa"a#ara em voz alta.

> *st, por acaso, pensando em sua me$ > Joss )dair perguntou.

> No. > ela "al"uciou, apanhando a 'cara de ca# na tentativa de dis#arar oem"arao e de desviar a ateno do companheiro.

;eu nervosismo era tanto !ue ela aca"ou por derramar o l!uido !uente na torta. *no derru"ou a 'cara por milagre. 9eve a horrvel sensao de !ue, se no reco"rasse ocontrole na!uele instante, iria cair no choro. *sse seria, sem dvida, um #echo de ouropara to triste espetculo.

*la no tinha a menor idia so"re !ue tipo de reao esperar de um homem comoJoss )dair. 1as no estava preparada para a solidariedade dele.

> ou pedir D ;ra. 7roo8 para !ue sirva outro pedao de torta.

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> 1uito o"rigada. comi "astante.

> 7em, #oi apenas uma sugesto. > ele retrucou, olhando para o pesado relAgiode ouro !ue trazia no pulso.

> *spero !ue no este+a atrasado por minha causa. > ela disse, perce"endo !ue

ia lamentar a partida dele. O !ue no dei'ava de ser surpreendente.

> No tenho nenhum compromisso no momento, ;rta. ;tandish. L verdade !uepodia estar lendo um "om livro, o programa ideal, numa tarde chuvosa como esta. 2o+esA vou tra"alhar D noite.

Natalie achou melhor no perguntar o !ue ele #azia, determinada a evitar !ual!uerintimidade maior. Joss, por sua vez, no #orneceu maiores in#orma@es. * #oi com umasensao de tristeza !ue ela o viu se levantar e desem"olsar a carteira.

Natalie estava acostumada a pagar as prAprias contas, mas dessa vez no #ez

nenhuma !uesto disso, com receio de #erir a susceti"ilidade de Joss.

O !ue !ueria mesmo era um pouco de paz, e Joss )dair me'era em seus pontosvulnerveis, em coisas !ue ela pre#eria es!uecer/ a histAria de seu pai, a trgica morte,sua me e o caso com :eBis, revivido durante a visita D prima. * o mais deprimente era!ue #ora ela prApria !uem tocara no assunto.

)liviada, ela viu a ;ra. 7roo8 reaparecer para rece"er o dinheiro e avisar !ue o!uarto estava pronto.

Joss a conduziu D recepo, onde %enn JaincroB os esperava. *ra muitoparecida com o irmo, igualmente simptica.

> 9omaremos conta da ;rta. ;tandish, Joss. > a#irmou, e Natalie teve aimpresso de !ue %enn JaincroB acreditava !ue ela estava em Chero8ee por causa deuma possvel amizade com Joss )dair. 7em, isso teria !ue ser corrigido na primeiraoportunidade.

> ;eu !uarto o 33, ;rta. ;tandish. 7asta seguir o corredor. L a !uarta porta Ddireita.

Natalie guardou a chave !ue %enn lhe entregou e apanhou a mala, sem !ue Joss)dair #izesse !ual!uer movimento para a+ud-la.

Nesse momento o tele#one tocou. %enn JaincroB pediu licena, dei'ando os doiscara a cara.

> 1uito o"rigada por tudo, principalmente pelo #ato de no ter se a"orrecido porser o"rigado a me dar uma carona.

> (oi um prazer. > ele replicou com a!uela notvel indi#erena !ue Natalieachava to desconcertante e e'citante > 9enho certeza de !ue vai se sentir muito "em

a!ui. *, !uanto a seu carro, no se preocupe, Jand um mecHnico e'celente.

> Quanto a isso, no tenho a menor dvida.

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> :ogo mais poder prosseguir sua viagem sem mais nenhum desvio. > Joss)dair continuou > &iri+a com cuidado at ?atlin"urg, pois seu carro est pssimo eJand no capaz de #azer milagres.

> 9omarei todas as precau@es, no se preocupe.

> )deus, ento. > ele #alou, mostrando uma estranha hesitao. Natalie sentiu oam"iente carregado de emoo. *ra como se ele #osse a"ra-la e "ei+-la a !ual!uermomento.

) impresso era to #orte !ue ela !uase deu um passo na direo dele. (oi salvano ltimo instante pela chocante desco"erta do !uanto dese+ava !ue isso acontecesse.%or mais incrvel !ue #osse, ansiava pelos "raos de Joss em volta do corpo, pelapresso da!ueles l"ios macios contra os seus.

)"alada, Natalie conseguiu estender a mo num desesperado es#oro para mantera dignidade. Joss )dair apertou-a suavemente, e o to!ue !uente pertur"ou-a de maneira

to inesperada !ue Natalie receou ter dei'ado transparecer a violncia de suas emo@es.

)o ver as duas mos presas, uma escura e outra !uase transparente de to clara,Natalie estremeceu. O contraste a in!uietou ainda mais. )chava o tom da pele de Josssimplesmente irresistvel. Como tudo, alis.

*ra como se o tempo no e'istisse mais. ) nica coisa !ue lhe ocorreu era !ue elena certa mani#estaria o dese+o de encontr-la outra vez. Natalie se agarrou a isso comolouca. Im #io de esperana tnue e #rgil, mas um #io de esperana. No entanto, Joss)dair soltou-lhe a mo sem a menor cerimEnia, o rosto impassvel como sempre.

> )deus. *spero !ue tenha um vero "astante agradvel.

> O"rigada. > ela respondeu automaticamente, tentando esconder a #rustrao eo"servando a #igura !ue se a#astava.

O tele#one tocou novamente e %enn JaincroB atendeu. 1as a voz dela parecia virde longe, muito longe. 9odos os sentidos de Natalie estavam concentrados na pessoa deJoss )dair.

%ela +anela em"aada de chuva ela lhe acompanhou os passos. iu-o entrar no

carro esporte, o ca"elo preto molhado, aparentemente indi#erente a tudo, nem mesmo sepreocupando em "ai'ar a capota.

*la daria tudo para sa"er o !ue Joss )dair pensava na!uele momento. Na certa +a es!uecera por completo. ;er !ue ele no a consideraria simplesmente uma turistaperdida !ue viera parar por acaso em Chero8ee, por causa de um carro !ue"rado$ ;er!ue se lem"raria dela, algum dia$ 9alvez sim. Como algum a !uem dera uma carona eo#erecera uma 'cara de ca#.

Natalie caminhou pelo corredor at o !uarto 33. )"riu a porta com tristeza, certade uma coisa/ Joss )dair podia no se lem"rar mais de sua e'istncia, mas, !uanto a

ela, levaria um "om tempo para tir-lo do pensamento.

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CAPTULO IIICAPTULO III

Natalie tele#onou para o posto de gasolina no #inal da tarde e #icou sa"endo !ueJand oungdeer rece"era um chamado de emergncia e, ao !ue tudo indicava, seuolvo ia demorar a #icar pronto. ;egundo a moa !ue atendeu ao tele#one, o mecHnico#ora o"rigado a encomendar uma pea.

) notcia dei'ou Natalie a"orrecida. *la disse !ue voltaria a ligar de manh cedo oupassaria por l, caso a chuva passasse. 1as a idia de #icar presa em Chero8ee no eranada animadora. ;eus planos para as #rias comeavam a dar errado.

antou sozinha no restaurante e, !uando se deu conta, estava prestando ateno atodos os !ue entravam na sala, na v esperana de rever Joss )dair. Na verdade, nohavia nenhum ndio por perto. Os clientes eram turistas, a maioria de meia-idade.

) ;ra. 7roo8 estava de #olga, ela #oi servida por uma garonete ruiva. ) +ovemsugeriu truta #resca, uma especialidade da regio, e Natalie no se arrependeu daescolha. O pei'e estava delicioso.

)pAs o +antar, !uando se dirigia para o !uarto, encontrou um homem de raaindgena na recepo. estava se acostumando D nova realidade, em"ora #osseimpossvel no esta"elecer algumas romHnticas associa@es. )t ento, os ndios lhe#oram #amiliares apenas nos te'tos ilustrados da escola. *la guardara a lem"rana dehomens implacveis e destemidos, usando adornos de ca"ea emplumados. *m suaimaginao, eles cavalgavam corcis "rancos, atravessando campos imensos, !ue seestendiam at se perderem no horizonte distante.

*ra uma descrio per#eita para um tipo como Joss )dair, pensou Natalie,tentando sorrir da idia maluca. ?ostaria muito de sa"er o !ue a!uele homem tinha paraa#et-la tanto.

;u"itamente ela tomou conscincia de !ue era o"servada com curiosidade pelohomem da recepo.

> &ese+a alguma coisa, senhorita$ > ele perguntou.

> No. %ensava em #azer uma ligao interur"ana do meu !uarto.

> Quantas !uiser. ;A !ue ter de pagar a conta depois. > ele sorriu, e sua #alae'i"ia tam"m a!uele intrigante sota!ue sulista.

Natalie retri"uiu o sorriso, perguntando a si mesma se a!uele no seria o marido

de %enn JaincroB. 9am"m seria interessante averiguar se eles eram parentes de Joss)dair ou se a maioria dos ndios de Chero8ee no mantinha algum lao de parentesco.)!uilo era algo realmente #ascinante.

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1as, uma vez no !uarto, es!ueceu por um momento essas !uest@es e ligou parasua amiga :orna *vans, em ?atlin"urg.

:orna #icou desapontada e a"orrecida com as novidades.

> *stou esperando voc desde o meio-diaM > ela desa"a#ou > *u no teria sado

de Pno'ville e #eito nossas reservas a!ui, se sou"esse !ue tudo isso ia acontecerM

Natalie #icou magoada, no via motivo para ser tratada com tamanha rispidez. &e!ual!uer modo, #ez o possvel para no demonstrar sua irritao.

> *u no plane+ei nada disso, :orna. ) culpa no #oi minha.

> )ntes de tudo, no sei como voc ainda est viva. No entendo como tevecoragem de via+ar num carro velho por uma regio to ngreme e perigosa. (rancamente,NatalieM

> :amento, :orna. > disse ela, comeando a lem"rar determinadas coisas arespeito da amiga, coisas !ue remontavam D poca em !ue #re!Fentavam +untas a escolade arte.

)s duas se davam "em !uando se limitavam a trocar cartas e tele#onemasocasionais. ) convivncia se #azia di#cil por!ue :orna se o#endia #acilmente e sempreculpava os outros !uando algo no dava certo.

&uas semanas de viagem nas montanhas, em companhia de :orna, podiamresultar numa e'perincia desastrosa, Natalie pensou, perdendo o "om humor. %ara inciode conversa, a amiga sa"ia da e'istncia de :eBis e na certa #aria perguntas a respeitodele, !uando o nico dese+o de Natalie era sepultar essa histAria de uma vez por todas.

havia so#rido o su#iciente, era hora de dar um "asta D situao.

*la sA no sa"ia se ia conseguir con#iar de novo nos homens. *m seu encontrocom Joss )dair, por e'emplo, no conseguira evitar uma certa atitude de reserva. Noestava certa se um dia seria novamente capaz de amar sem restri@es.

)mar uma pessoa como Joss )dair, por e'emplo.

Natalie suspirou. *conomizara o ano inteiro para essa e'curso Ds cle"res ?reat;mo8ies, o !ue no #ora muito #cil. )inda pagava as dvidas !ue seu pai contrara antesde morrer, em"ora no tivesse nenhuma o"rigao legal nesse sentido, con#orme oadvogado lhe e'plicara na ocasio. 9inha sido mais uma !uesto de limpar a honra deohn ;tandish, e ela agora se perguntava se tudo isso no #ora uma grande "o"agem.Como tantas outras !ue cometera na vida, alis.

:orna #alou mais uma vez, cheia de impacincia/

> Natalie, !uando acha !ue vai chegar a!ui$

> *u no sei. )visarei assim !ue tiver uma resposta.

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Natalie sa"ia !ue a amiga no ia esperar muito tempo por ela em ?atlin"urg, nempodia culp-la por isso. 1ais uma vez, por uma !uesto de honra, sentia-se na o"rigaode enviar a :orna o dinheiro !ue lhe ca"ia pela parte do aluguel do !uarto. *, como nopodia se dar ao lu'o de custear as despesas de duas hospedagens, teria de encontraruma soluo rpida para seus pro"lemas.

*ncolheu os om"ros, desanimada. Que #azer$ %or en!uanto, nada, a no ser vertev. *, !uando apareceram na telinha Ds cenas de um "angue-"angue com ndiosemplumados montando "elos cavalos "rancos, ela caiu na gargalhada. ogou-se nacadeira mais prA'ima e sua eu#oria logo se trans#ormou em violenta depresso. Comeoua chorar copiosamente. Como uma criana perdida, pensou em Joss )dair e de comoseria "om se ele aparecesse ali agora para acalent-la e en'ugar suas lgrimas.

) idia era to ridcula !ue Natalie se levantou da cadeira com um ar impaciente edesligou o aparelho. &epois de um "anho !uente, #oi para a cama, mas custaria muito apegar no sono.

Jand oungdeer tele#onou logo cedo, antes mesmo de Natalie sair do !uarto paratomar o ca# da manh.

> O carro est pronto$ > ela perguntou, ansiosa.

> 1as eu no posso #icar tanto tempo a!uiM ;ei !ue est #azendo o !ue pode ;r.oungdeer, sA !ue tenho de partir ho+e.

rias eram as raz@es para tanta pressa. ;e demorasse mais, correria o risco deencontrar Joss )dair e sA &eus sa"e o !ue poderia acontecerM 1as, se no o visse,talvez #osse pior ainda. Comearia a procur-lo atrs de cada rvore.

> No podemos #orar um carrinho teimoso a sair do lugar, ;rta. ;tandish. >Jand oungdeer retrucou > 1as #arei o possvel para !ue isso acontea logo. *n!uanto

isso sei !ue no da minha conta, mas por !ue no rela'a um pouco e aproveita o !ueChero8ee tem de "om para o#erecer aos visitantes$

> No acha !ue um pouco di#cil #azer isso a p$

> No sei se uma "oa andarilha. &e !ual!uer modo, o 1useu Jand disse, em tom "rincalho > ;rta. ;tandish, tive uma idiamaravilhosaM

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> ;im$

> 2 uma semana comprei o calham"e!ue de um amigo !ue precisava dedinheiro. )inda no me'i nele, mas acredito !ue d para rodar a!ui por perto. ;A nodeve ir muito longe, ou no poderei socorr-la, caso o "ichinho resolva parar tam"m.

> *u no sei se devo aceitar, ;r. oungdeer. > Natalie replicou, preocupada comsua situao #inanceira.

%elo !ue supunha, o conserto do olvo ia custar um dinheiro e ela no tinha comoalugar um automAvel, mesmo temporariamente.

> No pense !ue pretendo co"rar alguma coisa, ;rta. ;tandish. )penas a gasolinacorrer por sua conta. L o !ue chamo de servio de rela@es p"licas da oungdeer.

%ela primeira vez, em muito tempo, Natalie teve um sorriso de #elicidade.

> 1uito o"rigada, ;r. oungdeer. *u aceito sua gentileza.

> timoM *u dei'arei o calham"e!ue a assim !ue der para escapar da o#icina poralguns minutos.

> No #aa isso, por #avor. *u passarei pelo posto depois do ca#.

Natalie comeu com grande apetite e saiu do motel, admirando a gloriosa luz damanh !ue iluminava as colinas ao redor da cidade. *la nunca vira tantas tonalidades deverde e um cu to azul, o ar claro, puro e transparente.

Jand oungdeer conversava com um +ovem ndio sentado na direo de um#urgo. O homem olhou para Natalie com uma e'presso de aprovao e ela #icou #eliz aoperce"er !ue nem todos em Chero8ee reagiam D sua presena com a indi#erena deJoss )dair.

1as tam"m no se podia dizer !ue ele #ora completamente indi#erente. Ouvirasuas con#idncias com a maior ateno, os incrveis olhos negros #i'os em seu rosto.

(azendo um tremendo es#oro, concentrou-se na #igura simptica de Jandoungdeer, !ue tam"m a contemplava com admirao. *m seguida, viu seu po"re carro

estacionado num canto do posto e mais uma vez #oi tomada de um pro#undo desHnimo.*ra como se ele nunca mais #osse sair dali.

Jand, seguindo-lhe o olhar, procurou anim-la da melhor #orma possvel/

> No se preocupe. No posso prometer !ue #icar novo em #olha, mas garanto!ue vai dirigi-lo por a na maior segurana. Costuma-se dizer !ue os carros suecos durampara sempre, mas ser "om mais tarde, troc-lo por um modelo mais recente. Nesse meiotempo, temos K7etsKM > e apontou para um carrinho no outro e'tremo do posto. Natalie#icou de "oca a"erta.

*ra um conversvel antigo e muito "onito, digno de #igurar num #ilme ou numae'posio. ;eu vermelho "rilhante era simplesmente deslum"rante. O tipo de coisa !uedespertava ateno e provocava comentrios.

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> :indo, no$ > Jand sorriu, mostrando os dentes > Nem #ale nissoM %recisa de uma srie de reparos, e #ao !uesto de !ue vocaproveite este "elo dia.

Natalie aca"ou cedendo, pois a tentao era #orte demais. Como podia recusar aoportunidade de e'plorar Chero8ee e arredores numa coisa to maravilhosa como

a!uela$

> O !ue me aconselha a ver primeiro$

> 9enho dois guias tursticos no escritArio, um so"re a aldeia e outro so"re odrama. Na minha opinio, voc deveria comear pelo museu. L o melhor lugar para !uemdese+a conhecer a #undo a histAria dos Chero8ees, em"ora eu no sai"a se estinteressada nesse tipo de coisa.

> *stou. * muito.

) resposta no podia ser mais espontHnea. )lm da curiosidade natural, havia ummotivo mais pro#undo, A mesmo !ue a levava a dese+ar de corao o aparecimento de umcarro esporte preto no posto.

> )cho !ue voc deveria assistir ao drama. L um espetculo muito colorido, !ueconta com a participao de pelo menos metade da populao da!ui. *m"ora no se+ados mais autnticos e conte com penas e en#eites em demasia, mais para os ndios dooeste do !ue para os Chero8ees, !ue so do leste, no dei'a de ser uma grande #olia. Opessoal adora, e os turistas tam"m, claro.

> oc + participou alguma vez do drama$

> Ima nica vez. (ui convencido por uma garota. 9udo o !ue eu tinha de #azerera #icar parado e "ancar o duro. Ima noite, entretanto, tropecei e minha carreira teatralaca"ou na horaM

Natalie soltou uma sonora gargalhada, o !ue no era muito comum nela. 1asparou !uando um rudo de motor logo lhe chamou a ateno. O carro esporte preto pelo!ual tanto ansiara parou com estardalhao +unto da "om"a de gasolina.

Com o corao aos pulos, ela avistou Joss )dair, mais atraente do !ue nunca,

numa camisa verde "rilhante como a paisagem !ue o cercava.

> *s!ueci de encher o tan!ue ontem D noite. > ele disse a Jand,

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cumprimentando Natalie com a ca"ea.

*la retri"uiu o aceno, incapaz de pronunciar se!uer um "om-dia. Joss )daircomportava-se como um cavalheiro, mas o seu "elo rosto no denotava o menorentusiasmo por encontr-la ali. ;e ela pensava !ue pelo menos um pouco de seu imensointeresse era retri"udo, ento no passava de uma grande "o"a.

> 7om dia. > ele #alou #riamente > eio "uscar seu carro$

Jand, ocupado com a "om"a, apressou-se a responder/

> *stou tentando conseguir uma +unta universal para o carrinho. * esse apenasum dos pro"lemas. *n!uanto isso, vou emprestar 7ets para a ;rta. ;tandish "ancar aturista em Chero8ee.

> L mesmo$ > Joss )dair !uestionou, #ranzindo as so"rancelhas escuras.

Natalie teve a impresso de !ue ele no gostou nada da in#ormao, o !ue eraintrigante. %or !ue se importaria !ue ela #icasse mais algum tempo na cidade$ 2avia lugarsu#iciente para os dois. 1ais do !ue isso, ele parecia pasmado com a atitude de Jand,em"ora no tivesse #eito maiores comentrios.

> Colo!ue tudo na minha conta, Jand. *stou apressado. > Com um leve acenode mo, a#astou-se em alta velocidade.

Natalie #icou decididamente #rustrada. 1elhor !ue esse encontro +amais tivesseocorrido. *ra pre#ervel !ue no se cruzassem mais. 2avia algo o#ensivo na postura deJoss )dair. No !ue ele antipatizasse com Natalie. Na realidade, na noite anterior at !ueestivera muito ligado a ela. 1as agora tudo parecia di#erente e havia a desagradvelsensao de !ue ele pretendia evit-la a !ual!uer custo. (oi isso o !ue mais a magoou.

Na tentativa de dis#arar a tur"ulncia de suas emo@es Natalie procurou re#giono pe!ueno escritArio de Jand, #olheando distraidamente os guias tursticos !ue elemencionara. 1as, !uando voltou para +unto dele, notou !ue o mecHnico no perderanenhum lance.

> No dei'e Joss lhe tirar o "om humor. *le assim mesmo, um solitrio.

Jand no insistiu no assunto, passando a e'plicar o #uncionamento do conversvelvermelho. )lguns minutos mais tarde, Natalie estava a caminho do 1useu


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1as Natalie decidiu concentrar-se nas e'posi@es. 2avia uma in#inidade delas,indo desde cole@es de #lechas e outros arte#atos a roupas, utenslios de cozinha,notveis cestas tecidas a mo e uma variedade de armas de pedra, todos o"+etosautnticos !ue os Chero8ees haviam usado ao longo dos sculos.

No hall reservado aos venerveis da nao Chero8ee, Natalie contemplou com

reverncia os "elos vitrais, cada um representando a #igura de um ndio particularmente#amoso na histAria do seu povo.

: estava ;e!uoa, com seu tur"ante e seu cachim"o, trazendo-lhe mais uma vezD mente a imagem do pai. Natalie dedicou-se D anlise de vrios gr#icos !ue mostravama lngua inventada por ;e!uoa &epois testou os K#ones de ouvidoK, onde cada sinalpronunciado aparecia imediatamente no !uadro eletronicamente iluminado. 9e'tosconhecidos em ingls eram traduzidos em Chero8ee, e Natalie escutou, a"solutamente#ascinada, o som gutural e ao mesmo tempo musical da estranha lngua.

1as #oi !uando acompanhou passo a passo, diante dos mini-teatros, a evoluo da

cultura Chero8ee, !ue se viu dominada pela mais intensa emoo.

*la nunca alimentara grandes ilus@es a respeito da histAria ou do destino dosndios americanos, os primeiros donos dos *stados Inidos. 1as no dei'ava de serrevoltante sa"er em detalhes como os "rancos despo+aram esse povo orgulhoso de suasterras e destruram suas tradi@es, culminando com uma marcha #orada atravs dasmontanhas, o !ue !uase levou D e'tino da raa Chero8ee. *la at compreendia oso"stculos en#rentados pelos "rancos no des"ravamento da regio hostil, mas a maneiracomo eles trataram a populao indgena era de arrepiar o ca"elo.

) 9rilha das :grimas, ponto culminante da tragdia dos Chero8ees, datava de3565, !uando, apAs muitos cho!ues armados com os con!uistadores "rancos, eles #orame'pulsos das terras !ue possuam na ?eArgia e na Carolina do Norte e o"rigados a #i'arresidncia em O8lahoma. Os mem"ros da tri"o !ue se recusaram a partir #oram #oradosa cumprir as ordens > na mira dos revAlveres, se necessrio.

*ssa mano"ra militar #icou conhecida como ) Jetirada, e a marcha atravs dasmontanhas #ora de destruio e morte, e'ceto para os Chero8ees !ue escaparam dasgarras do e'rcito e se esconderam nas #lorestas e montes, onde viveram at a opiniop"lica compadecer-se do seu drama.

(inalmente, graas principalmente aos es#oros do coronel Rilliam 9homas, umhomem apelidado pelos Chero8ees de Kche#e "rancoK, a terra agora chamada de(ronteira Qualla, a reserva em torno da cidade de Chero8ee, #ora cedida pelo governodos *stados Inidos aos "ravos ndios, !ue ali poderiam viver em paz, para sempre.

Quando as mini apresenta@es aca"aram, Natalie tinha o corpo modo, como setivesse levado a maior surra. Ca"is"ai'a, dirigiu-se a uma pe!uena sala onde um #ilmemostrava o encontro do conselho tri"al local. (oi assim !ue desco"riu !ue Chero8ee eraatualmente governada por um che#e indgena autntico, eleito por seu povo. 1as areunio no era muito di#erente de outros encontros polticos !ue se realizavam nasdemais cidades americanas.

;ua ltima parada #oi na lo+a de souvenirs onde, apesar da #alta de dinheiro,terminou comprando alguns livros a respeito dessa #ascinante raa, so"re a !ual +amais

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demonstrara a menor curiosidade, at o dia anterior.

)o dei'ar o museu e en#rentar mais uma vez o "rilhante sol de +unho, Natalieestava ansiosa por aprender tudo o !ue pudesse so"re a cultura Chero8ee. 9alvez isso aa+udasse a compreender melhor o povo de Joss )dair e at servisse para !ue ele a vissecom "ons olhos.

Natalie entrou lentamente no conversvel vermelho, intrigada. %or !ue aindateimava em pensar em Joss )dair$ &evia estar louca.

CAPTULO IVCAPTULO IV

%erdida na contemplao do #a"uloso museu, Natalie no sentira o tempo passar.;A desco"riu !ue + era meio-dia ao pegar na direo de 7ets. ;eu estEmago doa detanta #ome, o !ue ela atri"uiu ao ar da montanha, pois desde a gripe no sentia o menorapetite.

%arou na primeira lanchonete !ue encontrou no caminho. %ediu um ham"rguer eum mil8-sha8e, os olhos nos #olhetos !ue Jand lhe emprestara, com as atra@estursticas da regio. ) aldeia indgena de Oconalu#tee, por e'emplo, nos arredores dacidade, seria certamente digna de uma visita. * como o conversvel estava secomportando muito "em, no teria maiores pro"lemas.

%ensando em Jand, Natalie lem"rou do seu carrinho e da possi"ilidade de v-loconsertado ainda na!uela tarde. Caso isso acontecesse, se veria o"rigada a partir namanh seguinte para ?atlin"urg, apAs apenas um dia em Chero8ee. Im grandedesHnimo tomou conta dela.


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)ntes de dei'ar o posto, na!uela manh, tivera o cuidado de transportar seumaterial de pintura, com cavalete e tudo, do porta-malas do velho carro para 7ets.


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sua viso.

&esenhou vrias cenas a carvo, com traos #irmes e rpidos. *m seguida, noresistiu D tentao de #azer alguns e'perimentos a Aleo, misturando as tintas em poucotempo e pegando no pincel, totalmente a"sorvida no tra"alho.

Natalie amava a pintura e sA no a elegia como nica ocupao por!ue precisavaso"reviver, ganhar dinheiro. ;eus !uadros + haviam sido e'i"idos em pe!uenase'posi@es e alguns tinham sido vendidos.


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> )contece !ue os Chero8ees possuem suas prAprias casas, como todo mundo.*, assim, como voc no gostaria !ue algum instalasse uma o#icina no seu !uintal, ouem !ual!uer outra parte, nAs tam"m no aprovamos tal costume.

Natalie o encarou sem acreditar no !ue ouvia. Joss )dair no somente aridicularizava, mas tam"m a menosprezava, e o e#eito era devastador.

> No sa"ia !ue estava em sua propriedade.

> *u no disse !ue estava. &e !ual!uer modo, tenho o direito de estar a!ui, evoc no.

&ito isso, ele caminhou em sua direo. No havia meios de Natalie evit-lo semtropear no cavalete. :utando para controlar o pHnico, ela tentou deci#rar a e'pressoda!uele rosto som"rio. *m vo.

Joss passou "em perto e sua virilidade parecia sair por todos os poros. )t o

cheiro dele era incon#undvel/ uma com"inao alucinante dos mais puros aromas daterra com a #ragrHncia do pinheiro. Natalie tinha a sensao de !ue virara uma esttua depedra. 1as no por muito tempo. :ogo seu corpo pareceu trans#ormar-se na lavaderretida de um vulco em plena erupo.

Com estudada lentido, Joss )dair a"raou-a com #ora. ) umidade do calo"ranco penetrou a pele de Natalie, !ue no teve a menor dvida de !ue seria incapaz deresistir, mesmo se !uisesse.

*la #lutuou no stimo cu, arrepiada de prazer, !uando os l"ios dele esmagaramos seus sem a menor piedade. *ra um "ei+o "rutal, mas tam"m e'citante, como elanunca e'perimentara na vida.

> *ra isso !ue !ueria, no mesmo$ > ele indagou, apAs alguns instantes >;enti uma certa provocao de sua parte, desde !ue a vi pela primeira vez.

)ntes !ue ela pudesse dizer alguma coisa, ele a atacou novamente, com uma"rutalidade maior ainda. (oi ento !ue Natalie compreendeu !ue as carcias de Joss)dair eram totalmente desprovidas de dese+o. *, o !ue era pior, estavam carregadas dedesprezo. *la procurou con#irmao para suas suspeitas na!ueles olhos negros esedutores, e o !ue viu re#letido neles mostrava de #orma to per#eita o cinismo das

palavras pronunciadas alguns momentos antes !ue seu amor-prAprio e'plodisse. ;eu corao est cheio de Adio, no verdade$

;em esperar resposta e determinada a no olhar mais para ele, Natalie deu-lhe ascostas, #azendo #ora para no chorar. &esesperada, +ogou o pincel su+o dentro da cai'ade pintura. *m seguida, comeou a +untar o restante do e!uipamento !ue espalhara comtanto prazer alguns minutos antes, mas o nervosismo a impedia de realizar essa tare#asimples com a ha"itual e#icincia. Quando #inalmente organizou tudo e se voltou para ohomem cu+o nico o"+etivo parecia ser o de atorment-la, no viu mais ningum. *le se

#ora como chegara/ rpida e silenciosamente.

(oi ento !ue Natalie avistou uma trilha na colina, em meio a um grupo de rvores.

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&e onde estava, podia ver um dos lados da casa de pedra !ue tanto a intrigara.

Im "arulho de gua !ue"rou su"itamente o silncio. *m"ora no pudesse localizarnada com e'atido, Natalie teve a certeza de !ue Joss )dair aca"ara de mergulhar numapiscina em algum lugar l em cima.

)rrogante, miservel, convencido, preconceituosoM *sses e outros ad+etivos, nomenos veementes, cruzaram a mente de Natalie, en!uanto dirigia de volta D cidade. )ocontrrio do !ue pensara antes, seu nico dese+o agora era passar pelo posto de Jandoungdeer e, se possvel apanhar seu carro e sair de Chero8ee logo depois de pagar aconta no motel e arrumar suas coisas. Quanto mais depressa a"andonasse a!uele lugar,melhor seria para sua paz de esprito.

Jand no escondia o seu contentamento.

> *les tinham a pea, em ;lvaM * ainda conseguiram mand-la na mesma horapor um cara !ue vinha nesta direoM &entro de algumas horas o seu carrinho estarprontoM

> Nem !ue eu tenha de tra"alhar a noite inteira. :amento apenas !ue este+a toansiosa por dei'ar-nos.

> L !ue eu tenho um compromisso com uma amiga !ue, por sinal, + est "ravapor causa do meu atraso.

> ) culpa no #oi sua. %elo menos visitou a aldeia$

> No, Jand, no estive. * eu !ueria tanto ir l. ;e desse para voc meemprestar a 7ets mais uma vez.

> Claro, agora mesmo. Os preos da cooperativa so um tanto altos, mas pelomenos tudo autntico, nada dessa porcaria !ue se encontra por a.

> L e'atamente o !ue eu !uero evitar.

> ;ei o !ue !uer dizer. &e !ual!uer modo, algumas das cerHmicas e as cestas

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menores no so to caras assim. L uma pena !ue no tenha tido tempo de visitar aaldeia. 9odo o tra"alho manual realizado l.

> Quem sa"e eu volte algum dia. > disse, Natalie, sa"endo !ue mentia, sA paraser gentil com Jand.

No via a hora de dei'ar Chero8ee e no tinha a menor inteno de retornar.amaisM

> *spero !ue voc volte, sim. > disse Jand alegremente, voltando-se paracumprimentar um cliente !ue aca"ara de chegar.

Natalie saiu e mais uma vez seguiu o mesmo percurso. ) uma determinada altura,teve a impresso de ver um elegante carro esporte preto na estrada. 1as, ao alcanar ocruzamento da rodovia ==3, ele simplesmente desapareceu. Natalie #icou irritada consigomesma, vai ver !ue + estava imaginando coisas. %or !ue no conseguia tirar Joss )dairda ca"ea$

Jand comentara !ue Joss era um solitrio. * tudo indicava !ue tinha razo. O!ue Natalie gostaria de sa"er era o motivo de tal comportamento.

) Cooperativa Qualla era uma construo "ai'a e grande, em per#eita harmoniacom a ar!uitetura do museu vizinho. O interior era espaoso, com as cole@es dosdi#erentes produtos Chero8ees dispostas em grupos.

Natalie #oi imediatamente atrada pelas cestas tranadas. Os modelos e'i"iam tons!uase sempre terrosos. :em"rando a o"servao de Jand, ela veri#icou os preos edesco"riu !ue ele no e'agerava. ) cesta !ue lhe despertava entusiasmo custava!uatrocentos dAlares, o !ue estava "em alm de suas possi"ilidades. 1as era tam"muma verdadeira o"ra-prima em matria de artesanato.

*la se a#astou com um suspiro, retri"uindo o sorriso simptico da +ovem atrs doimenso "alco central, !ue parecia solidarizar-se por sua #alta de dinheiro.

2avia poucas pessoas circulando, e, com um leve encolher de om"ros, arecepcionista a"andonou o posto e apro'imou-se de Natalie, pronta para iniciar umaconversa.

> )!uela cesta !ue admirava realmente linda, mas custa uma #ortuna. O !ue #cil de entender, pois so todas #eitas D mo. 9rata-se de uma tcnica antiga ecomplicada, e !ue e'ige muita dedicao. oc encontra a!ui o !ue h de mais autnticona cultura Chero8ee. No pense !ue estou tentando vender nada. > ela acrescentou,sorrindo novamente > )penas !uero !ue entenda por !ue os artigos so to caros. 1uitagente vive desse tra"alho. *, mesmo precisando do dinheiro, eles no diminuem umcentavo, pois so muito orgulhosos do !ue #azem.

> No !ue esto co"ertos de razo. > Natalie comentou, com sinceridade,o"servando !ue a +ovem tam"m #alava com um suave sota!ue sulista.

*ra uma Chero8ee muito atraente. ;eus traos #inos lem"ravam mais Joss )dairdo !ue Jand oungdeer. O ca"elo preto e lustroso caa so"re os om"ros, e o rostoestava !uase sem pintura, o !ue parecia uma constante entre as mulheres indgenas.

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*ra uma moa "astante alta. %elo menos tanto !uanto Natalie, cu+a altura eraligeiramente acima da mdia. * to simptica !uanto Jand oungdeer. )inda "em !uenem todos os Chero8ees eram to imprevisveis !uanto Joss )dairM

> oc est participando de alguma e'curso$

> Oh, no, estou a!ui por acaso. 9ive pro"lemas com o carro.

%ara seu espanto, a +ovem ndia comeou a rir.

> oc deve ser a ian!ue #avorita de Jand oungdeerM )lis, #alei com voc portele#one. *u estava na o#icina de Jand !uando voc ligou, ontem. ;ei tam"m onde esthospedada.

Como moradora de uma pe!uena cidade da Nova ;A !ue vou em"ora amanh.

> 9o cedo$ Jand pensou !ue voc #osse #icar alguns dias.

> *u tam"m. 1as ele + rece"eu a pea para consertar o carro e, pelo !ue medisse, vai terminar o servio ho+e D noite.

> 7em, sA me resta lamentar. ) propAsito, meu nome Ronder OBl.

> 1uito prazer em conhec-la. 1eu nome ...

> Natalie ;tandish. > interrompeu Ronder, com um sorriso > oc conseguiu darum pulo no museu e na aldeia$

> ;A no museu, in#elizmente. 1as !uando eu regressar ao motel vou ver se a ;ra.JaincroB me consegue uma entrada para o drama.

> Oh, no dei'e de irM *u #ao um pe!ueno papel, sa"e$ Como Jand deve tercomentado, muitos de nAs participam do drama todos os anos.

> *le no sA #alou so"re isso como tam"m me contou sua in#eliz e'perincia

teatral. %arece !ue tropeou no palco.

Ronder OBl sorriu, um sorriso no e'atamente #eliz.

> ;im, Jand costuma se atrapalhar, de vez em !uando. Ima coisa, porm, certa/ ele no nasceu para ser ator.

Nesse momento #oram interrompidas pela chegada de um Eni"us carregado deturistas.

&uas outras ndias apareceram para a+udar Ronder a cuidar dos novos clientes, e

Natalie continuou a e'aminar as cestas tranadas, as cerHmicas e os tra"alhos comcontas. 2avia tam"m "elos adereos de prata e tur!uesa, mas ela sa"ia !ue essaspeas vinham do oeste dos *stados Inidos.

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&ecidida a ad!uirir uma lem"rana autenticamente Chero8ee, Natalie aca"ou porseparar uma pe!uena cesta tranada !ue tam"m podia passar por uma "olsa de vero.*ra "om cometer uma loucura de vez em !uando, ela disse a si mesma, e, sem mais nemmenos, a imagem de Joss )dair voltou a rondar sua mente.

&epois do modo a"ominvel como ele a tratara, era ridculo !ue ainda teimasse em

pensar na!uele homem. 1as era impossvel dei'ar de imaginar !ue Ronder OBl deviaconhecer "em a!uela #igura intragvel. Chero8ee era um lugar pe!ueno, onde todos seconheciam. * ainda havia o sangue ndio a unir a maioria dos ha"itantes. Ronder eJand eram "em di#erentes de Joss )dair, em matria de comportamento. Certamente,nenhum dos dois era um KsolitrioK.

;eguindo um impulso, Natalie decidiu comprar tam"m um par de "rincos, na corazul-tur!uesa. *m"ora consciente de !ue essa nova despesa a"alaria seu oramento,sentiu-se #eliz com a a!uisio e no escondeu sua satis#ao !uando Ronder OBl acumprimentou calorosamente pela escolha.

> 1uito o"rigada. *u !ueria alguma coisa autenticamente Chero8ee.

> 7em, os artigos !ue voc comprou so autnticos. 1udando de assunto/pretende ir ao drama ho+e D noite$

> ;im, a no ser !ue no consiga um ingresso.

> %enn cuida disso. O !ue eu !ueria com"inar "em, pensei !ue poderamos nosencontrar para um ca#, depois da pea. *u a esperarei no estacionamento. oc estdirigindo 7ets, no $

> Oh, eu adorariaM > Natalie respondeu, um pouco surpresa com o convite, mastam"m deliciada pela oportunidade de #azer novas amizades.

> Com"inado, ento. Jand talvez se +unte a nAs depois e...

Nesse momento, Ronder #oi o"rigada a atender uma das turistas, despedindo-seapressadamente. )o dei'ar a Cooperativa Qualla, Natalie estava pro#undamente intrigadacom a #rase incompleta de Ronder OBl. 9alvez Jand no aparecesse sozinho no ca#.

Quem sa"e ele #osse acompanhado por um amigo. * esse amigo "em podia ser

Joss )dair.

CAPTULO VCAPTULO V

*ra uma noite linda e suave, #eita para o amor. 9alvez por isso Natalie se sentisse

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to solitria, ao dei'ar o motel.


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livre para encontr-la. * !uando, #inalmente, o casal D sua es!uerda decidiu !ue era horade ir em"ora, Natalie levantou-se, caminhando lentamente at a entrada. &epois tomou aestrada !ue descia a colina, lem"rando !ue podia encurtar o caminho at o esta-cionamento se descesse uma srie de degraus !ue vira na su"ida. (oi o !ue #ez, ae'emplo de outras pessoas. 1as, !uando ia passar para o segundo lance, ouviuchamarem seu nome. Certa de !ue sA podia ser Ronder OBl, virou rapidamente a

ca"ea.

O desastre aconteceu com uma rapidez incrvel. O salto da sandlia de Natalie#icou preso na #enda de um dos degraus de pedra e, perdendo o e!uil"rio, ela rolouescada a"ai'o.

Ouviu vagamente uma mulher gritar e estender a mo para agarr-la, mas eracomo se seu corpo recusasse !ual!uer a+uda. 9omada de terror, Natalie mergulhou emoutra dimenso, uma escurido pro#unda !ue envolveu seus sentidos por completo.

Natalie no !ueria voltar D realidade. Ima vozinha interior lhe segredava !ue no

mundo dos mortos estaria para sempre livre das a#li@es de todo e !ual!uer so#rimento.

1as uma voz conhecida insistia para !ue a"risse os olhos. 1uito lentamente, elao"edeceu, com receio do !ue a aguardava, pois sa"ia muito "em a !uem a!uela vozpertencia.

Im homem de"ruado so"re seu corpo #oi D primeira coisa !ue ela perce"eu, eisso aumentou consideravelmente a dor !ue parecia parti-la ao meio.

> com calma, ;rta. ;tandish. > pedia Joss )dair.

1as isso era um pedido impossvel de ser atendido. Como podia #icar calma comele por perto$

)lm de tudo, era chocante acordar de repente num hospital, deitada numa mesade e'ames, no centro de uma sala com aparncia assptica. Cuidadosamente, Natalieergueu a ca"ea, e'aminando o e!uipamento, o "rilho dos instrumentos de metal e asluzes !ue #eriam seus olhos.

1as o cho!ue da desco"erta #oi pe!ueno, diante da certeza de !ue Joss )dair#azia parte da cena. * o #ato de estar de uni#orme "ranco investia-o de uma aura de

autoridade, como !ue o agigantando.

O pescoo de Natalie doa terrivelmente e ela #oi o"rigada a deitar-se. No tinha amenor idia do hospital em !ue se encontrava e o !ue Joss )dair #azia ali a seu lado,em"ora ele parecesse completamente D vontade nesse tipo de am"iente.

Nesse momento, uma ndia de meia-idade, tam"m vestida de "ranco, apro'imou-se. Ima en#ermeira. Natalie a ouviu cham-lo de K&r. )dairK. *ssas palavras soaram "emclaras.

&r. )dairM

> 9udo "em, 9helma. *u checarei o raio S mais tarde. > em seguida, Joss )dairdirigiu-se a Natalie/ > *u apli!uei uma in+eo para aliviar a dor. * decidi admiti-la a!ui.

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> )dmitir-me onde$ > ela "al"uciou #racamente.

> No 2ospital ndio Chero8ee. oc #oi trazida pela patrulha de salvamento.

Natalie tentou sentar-se, mas a dor era to intensa !ue ela desistiu.

> *u #icaria imAvel, se #osse voc. > continuou ele > *st com a clavcula#raturada. 9eve muita sorte por no ter so#rido outros #erimentos srios. ;egundo o relatode vrias testemunhas, a !ueda #oi perigosa. Como no apareceram outras complica@es,voc #icar "oa dentro de algumas semanas, se se comportar "em.

> )lgumas semanas$

> (oi o !ue eu disse. No nada grave, ;rta. ;tandish, mas algo assim levatempo para sarar. ;er necessrio imo"ilizar seu om"ro. oc ter de usar uma tipAia no"rao es!uerdo.

> %or #avor... > disse Natalie, procurando mais uma vez sentar-se, apesar dosconselhos.

> &ei'e-me a+ud-la.

;egurou-a com seus "raos #ortes e surpreendentemente gentis, guiando-a at !ueela encontrasse a posio certa.

* no a largou imediatamente. Nem Natalie !ueria !ue ele #izesse isso. L verdade!ue suas pernas ainda estavam muito "am"as para mant-la em p, mas essa no era avazo. Na!ueles "raos, ela e'perimentava uma sensao de segurana in#inita.

Cuidadosamente, por!ue mal agFentava me'er-se, Natalie pressionou o corpocontra o dele. * de repente teve conscincia de !ue um calor delicioso tomava conta dela.9remores erAticos ameaavam trans#orm-la num vulco.

)inda "em !ue a in+eo !ue Joss )dair lhe aplicara estava comeando a produzire#eito. 1as Natalie comeava a se sentir muito tonta.

> O !ue #oi !ue voc me deu$ )livia a dor, mas me dei'a tontaM

*le se soltou, e'pressando uma certa relutHncia em tirar as mos de cima dela.

> %ode con#iar em mim no !ue se re#ere D prtica da medicina. )gora vamos tratarde imo"ilizar seu om"ro e ento 9helma a levar para o !uarto.

O "om senso mandava !ue Natalie se calasse e cumprisse as ordens do &r. )dair.No seria #cil locomover-se com o om"ro engessado e uma tipAia no "rao es!uerdo,mas ela daria um +eito.

>9enho de ir em"ora o mais rpido possvel.

> O !ue disse$ )onde pretende ir com tanta pressa, ;rta. ;tandish$

> ;uponho !ue a lugar nenhum. )penas pensava na necessidade de dei'ar

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Chero8ee o !uanto antes.

> No me diga !ue ainda plane+a #azer uma peregrinao pelas montanhasna!uela rel!uia de carroM

> *ra e'atamente o !ue eu pensava. 1inha amiga est me esperando em

?atlin"urg e no h nenhuma razo para desapont-la.

> *'istem mais raz@es do !ue imagina. 1as no vamos discutir nada disso agora.(elizmente, e'iste um !uarto disponvel para voc no hospital.

> (elizmente$

> ;rta. ;tandish, sA admitimos pessoas !ue no so da raa ndia em casos deemergncia como o seu. * no seria aconselhvel trans#eri-la para ;lva ou 7rson Cit.9helma vai lev-la para o !uarto agora e #arei outros e'ames mais tarde.

Na!uele instante, a en#ermeira voltou a entrar na sala. *mpurrava uma cadeira derodas, e Natalie #oi logo transportada por um corredor, at um aposento com duas camasvazias.

> ;e eu #osse voc, #icaria perto da +anela. 9em uma linda vista.

> O"rigada. > murmurou Natalie.

Nessa altura, estava grata D en#ermeira por acomod-la na cama. ;uas #orashaviam sumido por completo.

> oc so#reu um cho!ue violento, com a !ueda. 1as no vai demorar muito para!ue volte ao normal. O !ue precisa, agora, de um pouco de descanso. 7em, at depois.

;ozinha no !uarto do hospital, Natalie duvidou, a princpio, de !ue seria capaz derepousar. No somente o om"ro a incomodava e a ca"ea doa, como tam"m aindaestava atEnita com a desco"erta de !ue Joss )dair era mdico.

1as Natalie no custou a adormecer. (oi um sono pro#undo, cheio de sonhos !ueela no seria capaz de lem"rar. 1esmo assim, estava certa de !ue Joss )dair devia teraparecido em algum momento para e'amin-la, como prometera. *, !uando #inalmente

acordou, o sol "rilhava l #ora e de sua cama era possvel contemplar o magn#icopanorama das montanhas.

Outra en#ermeira ndia trou'e-lhe o ca# da manh, mas o mdico !ue veio v-laera um simptico cara plida de meia-idade.

Natalie !ueria muito perguntar a ele por Joss )dair. 9am"m estava curiosa porsa"er como esse mdico se a+ustava ao es!uema do hospital ndio na !ualidade de"ranco. 1as permaneceu em silncio, adormecendo novamente depois !ue o mdicodei'ou o !uarto.

*ra !uase meio-dia !uando despertou de novo. Comia seu almoo !uando Joss)dair chegou. *le entrou no instante em !ue ela levava um copo de ch gelado D "oca.)ssim !ue o viu, Natalie parou, o gesto interrompido no dei'ando de emprestar certa

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"eleza D cena. Joss usava cala "ege e uma camisa de malha de um azul vivo ecarregado. O "elo rosto parecia calmo, descansado.

> aca"ou$ > ele perguntou, en!uanto Natalie colocava o copo na "ande+a.

*la ainda no havia terminado de almoar, mas #ingiu !ue sim. ) comida tinha

perdido a importHncia. ;A importava a!uele "elo ndio !ue a e'aminava com cuidado, nodemonstrando mais do !ue mero interesse pro#issional.

> ai indo muito "em, ;rta. ;tandish. Nenhuma complicao, pelo !ue ve+o. 9rata-se de uma simples #ratura da clavcula, o !ue signi#ica !ue o tempo vai se encarregar decur-la. ) pancada em sua ca"ea no #oi sria, em"ora ainda deva incomodar um pouco.No haver pro"lemas, se #izer o !ue mandarem.

> O !ue !uer dizer$

> )ntes de tudo, ser #orada a desistir de sua e'curso pelas montanhas. 9alvez,

dentro de duas semanas, voc possa dar umas voltas de carro, mas no na condio demotorista.

> No pode estar #alando srioM

> *u no costumo "rincar com essas coisas, ;rta. ;tandish. * + conversei comsua amiga :orna *vans. *la ligou para o motel, ontem D noite, para averiguar se voc iaencontr-la ou no. %enn JaincroB trans#eriu a ligao para mim, !ue contei a respeitodo acidente. *la vai voltar para Pno'ville.

Natalie hesitou, no muito surpreendida com as novidades.

> &r. )dair...

*ra a primeira vez !ue se dirigia a ele dessa #orma, e Joss apenas "alanou aca"ea, com uma e'presso de divertimento nos olhos escuros.

> *u no vou poder #icar a!ui em Chero8ee, se o !ue est recomendando. * euno tenho dinheiro. *conomizei o su#iciente para esta viagem, mas isso no inclua algocomo uma temporada prolongada num motel. *stou rezando para !ue o meu seguromdico possa co"rir as despesas do hospital.

> )inda vai levar algum tempo, at termos sua conta. %ortanto, no h motivopara se preocupar com isso agora. 1as voc me #alou !ue sua me uma mulher muitorica.

> Nem mesmo se comunica com sua me$

> 1uito pouco. Creio !ue conhece minhas raz@es para isso.

> ;im. 9ive a impresso de !ue se arrependeu de ter #eito con#idncias a mim,na!uela tarde. *stou certo$

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> 7em, voc no teria a mesma reao$

> 9alvez. 1as no dei'a de ser curioso como Ds vezes somos impelidos a con#iarnuma pessoa estranha. (i!uei surpreso por voc ter me escolhido como con#idente. %ara#alar a verdade, senti-me lison+eado.

> oc$ :ison+eado$

> %or !ue no$ %arece assim to impossvel$ No sou muito, di#erente do restodos mortais. ;e entendi "em, voc se recusa a pedir a a+uda de sua me.

> ;im. *, em"ora tenha razo, em"ora eu lamente ter-lhe contado todas a!uelascoisas ao meu respeito, de certa #orma acredito !ue voc se+a capaz de entender por !uea+o assim.

> *ntender$ *u no sei. Nunca passei por uma e'perincia semelhante. 1inhame morreu !uando eu tinha somente alguns meses de vida e assim no pude se!uer

conhec-la. %or isso, no posso +ulgar como me sentiria, se estivesse em seu lugar.*m"ora eu pre#erisse...

> ;im$

> 7em, suponho !ue gostaria de manter uma certa ligao com minha me, se elaainda estivesse viva. No !ue eu tenha alguma razo para pensar !ue seria assim. 1asisso no tem nada a ver com nosso assunto. ;ou contra !ual!uer viagem prolongada nasduas prA'imas semanas, de modo !ue teremos de encontrar outra sada, + !ue voc nopode continuar hospedada no motel. > levantou-se en!uanto #alava, com a convico de!ue + estava tudo resolvido > &e !ual!uer modo, voc dormir a!ui, ho+e. %odelevantar-se !uando !uiser e andar um pouco ou sentar-se na poltrona. ;er um poucocomplicado para ler, mas sempre se d um +eito.

> 7em, vou procurar arran+ar um, ento.

> timo. 1uitas das coisas !ue realizamos dependem da nossa criatividade, ;rta.;tandish. Ou da #alta dela, em caso de #racasso.

Natalie no pEde resistir ao dese+o de provoc-lo/

> ;a"e !ue tam"m um #ilAso#o, &r. )dair$

> Comprei alguns livros e #olhetos no museu e estou louca para l-los. ;er !ue a

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"i"lioteca do hospital disp@e de literatura desse tipo$

Ima vez mais pEde +urar !ue o &r. )dair se divertia Ds suas custas. 1as elecontrolou cuidadosamente sua reao !uando #alou/

> *u no sa"ia !ue estava to ansiosa assim para estudar a cultura Chero8ee

> ela reti#icou.

> 7em, acho !ue seria muito melhor pedir a a+uda de um Chero8ee para au'ili-lanessa tare#aM

1ais tarde, Natalie se alegrou por terem sido interrompidos pela chegada daen#ermeira encarregada de a#erir sua temperatura e pulso. &epois, tam"m, pensou nascoisas !ue poderia ter dito a Joss )dair em resposta D provocante sugesto. Coisasinteligentes, para !ue ele sentisse um pouco de remorso por zom"ar de seu interessepelo povo Chero8ee.

(oi ento !ue ela se lem"rou de Jand e Ronder OBl. %rovavelmente, Ronderchegara ao local do encontro muito depois do acidente. * a po"re 7ets #ora a"andonadano estacionamento. 9alvez Joss tivesse dito a Jand o !ue acontecera.

) en#ermeira de meia-idade !ue estivera de planto na noite anterior apareceu, Dtarde, com uma agradvel surpresa para Natalie/ os livros !ue ela ad!uirira no museu.

> 1uito o"rigada. *u nem mesmo sei o seu nome inteiro, ;ra...

> 9helma ;aunders. %enn JaincroB apanhou o material em seu !uarto emandou dizer !ue espera !ue voc no tenha se incomodado por ela me'er em suascoisas. (oi sugesto do &r. )dair.

> Claro !ue eu no ligo. > Natalie apressou-se em dizer, um tanto surpreendidapor Joss )dair ter se empenhado em atender seu pedido. 2esitou, ainda assom"rada,resolvendo desviar o rumo da conversa/ > ;ra. ;aunders, conhece por acaso RonderOBl, a +ovem !ue tra"alha na Cooperativa Qualla$

> Claro !ue sim. *la est muito preocupada com voc e !ueria visit-la ho+e, maso &r. )dair proi"iu visitas at amanh. *le acha !ue o !ue voc mais precisa no momento

de paz e tran!Filidade.

Natalie "em !ue gostaria de #azer outras perguntas, mas resistiu D tentao parano trair seus sentimentos. *ra mais prudente no sair do lugar comum.

> * Jand oungdeer$

> *le mandou um a"rao e pediu para dizer-lhe !ue 7ets est no posto. > agoraera a vez de a ;ra. ;aunders revelar uma certa curiosidade > %osso sa"er !uem 7ets$

> 7ets o automAvel antigo de Jand. *le me emprestou en!uanto o meuestava no conserto. > com os nervos D #lor da pele, depois de tanta emoo, Nataliecomeou a chorar > 9odo mundo, a!ui, tem sido to... to "om comigo.

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> * por !ue no seramos$ > 9helma ;aunders indagou suavemente > Oh, sim,Ronder tam"m #alou !ue o encontro marcado para tomar ca# continua de p. * o &r.)dair vem "usc-la amanh de manh. %arece !ue ele conseguiu um lugar parahosped-la. ;a"e, ele no dese+a !ue voc dei'e Chero8ee antes de estar totalmenterecuperada.

) ;ra. ;aunders #ez meno de sair e, em"ora no #osse culpada pela arrogHnciade Joss )dair, Natalie no podia dei'ar !ue sasse sem mais nem menos.

> ;er !ue poderia pedir ao &r. )dair para passar a!ui, !uando chegar$

> Claro !ue poderia. )contece, porm, !ue ele sA estar de servio no #inal dasemana. &e !ual!uer modo, voc ter oportunidade de encontr-lo "em antes disso.

> 1as ele no tra"alha no hospital$

> No como os outros. O &r. )dair do corpo mdico da Clnica oslin, em

7oston.

> ) Clnica oslinM > Natalie repetiu, incrdula.

>


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Na manh seguinte, a en#ermeira de planto entrou no !uarto com algumas roupasde Natalie, dizendo apenas !ue elas haviam sido KenviadasK.

) seleo #ora das mais #elizes. )li estavam o elegante suter de malha de algodo

lils, !ue ela adorava, e cu+as mangas ralas eram as mais apropriadas, levando-se emconta a situao em !ue se encontravaT sua saia #avorita, e'i"indo o mesmo lils da"lusa, alm dos tons de tur!uesa e co"re, uma com"inao de cores sem dvida#ascinante. (inalmente, as sandlias de cordas completavam a graa do con+unto.

Natalie #icou satis#eita. )ca"ou de tomar o ca# da manh e a en#ermeira a+udou-aa vestir-se. *la #icou apavorada ao desco"rir como estava sendo di#cil realizar um ato tosimples como esse. (oi o"rigada a concordar com Joss )dair, no tinha mesmo a menorcondio de via+ar.

Quando ele apareceu para "usc-la, Natalie constatou mais uma vez o charme e a

vitalidade da!uele homem !ue vestia +eans "em apertado e uma camisa esporte de umamarelo vivo, !ue sA #azia acentuar a maravilhosa tonalidade de sua pele.

> %ronta$ > ele indagou.

> )inda no. *m primeiro lugar, no sei o !ue plane+a para mim. ) ;ra. ;aundersdisse !ue conseguiu um lugar para eu #icar, mas no deu maiores in#orma@es. > Natalieprocurava encontrar as palavras certas para e'pressar sua preocupao > No !ue euno agradea sua gentileza. 1as voc no devia ter #eito isso. #alei !ue no posso #icara!ui. &ei alguns tele#onemas ontem D #arde e desco"ri !ue posso apanhar um Eni"uspara )sheville e de l voar para 7oston.

> 9em parentes em )sheville$

> Ima prima distante, mas no tenho a menor inteno de v-la.

> oc realmente contra a #amlia, no mesmo$

> )h, no. L !ue eu...

> Quer dizer !ue tam"m no se d "em com a prima de )sheville$

> (rancamente, &r. )dairM 9em razo. No da minha conta. %re#iro assumir o erro antes !ue me acuse deintromisso. )gora, !ue tal irmos$

> *u + disse !ue no posso acompanh-lo.

> * tam"m no pode permanecer no hospital por mais tempo. Como + repetivrias vezes, trata-se de um esta"elecimento ndio.

> Creio !ue voc + dei'ou isso "em claro. 1as no #orcei minha entrada a!ui, noes!uea.

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)"orrecida, Natalie sentiu seus olhos encherem-se de lgrimas. ) ltima coisa !ue!ueria nesse instante era dar sinal de #ra!ueza diante de Joss )dair. %odia imaginar ae'presso de sarcasmo na!uele olhar pro#undo.

)o contrrio do !ue esperava, porm, ele se mostrou solidrio, desarmando-a porcompleto. )s lgrimas reprimidas agora escorriam livremente pelo rosto.

*le venceu a distHncia !ue os separava com uma passada larga, sentando-se aolado dela na cama.

> Natalie, desculpe-me. No sei o !ue acontece comigo toda vez !ue tentodialogar com voc. *u...

> L !ue a gente no com"ina. > ela murmurou, #icando assustada ao perce"er!ue ele reagiu como se tivesse levado uma "o#etada.

> oc pensa isso$ Oh no, espere. No hora de discutirmos assuntos

pessoais. oc tem vivido num contnuo estado de tenso, e estou certo de !ue esseprocesso comeou "em antes de vir para Chero8ee. * eu no tenho #eito nada paraa+ud-la nesse sentido. enha comigo e, se no gostar das providncias !ue tomei, nAsmudaremos tudo. *u mesmo a levarei at )sheville e a colocarei no avio para 7oston,!uando voc estiver melhor.

%erple'a com tanta gentileza, Natalie o viu sorrir com doura e e charme, umcharme to intenso !ue #ez o corao dela "ater mais depressa.

Joss )dair tinha o dom de e'cit-la loucamente, "astava estar perto.

* Natalie tinha conscincia de !ue no podia con#iar em si mesma na presenadele. 1ais dia, menos dia, ia aca"ar se entregando.

*le a tocou de leve no rosto e Natalie sentiu uma onda de prazer invadir-lhe ocorpo. Como era "om ser acariciada da!uele +eito terno e sensual, como era "om sentir-se viva de novoM

> Con#ie em mim, Natalie. )#inal de contas, trou'eram-na at mim ontem D noite esou muito orgulhoso da minha reputao como mdico. > Joss hesitou antes de concluira #rase e Natalie teve a sensao de !ue ele no !ueria dizer nada da!uilo.

> No uma !uesto de con#iar em voc. *u no posso me dar ao lu'o de #icarem Chero8ee. *sta a verdade nua e crua, em"ora se+a di#cil admitir isso. 9am"m noprecisa me levar at )sheville, posso tomar o Eni"us.

> No, voc no pode. )inda muito cedo para !ual!uer e'travagHncia. No souortopedista, mas no preciso ser um especialista para sa"er !ue voc ter complica@es,se teimar em apanhar um Eni"us no incio do processo de convalescena.

> Jeceio !ue vou ter de arriscar e ver o !ue acontece.

> oc tem tanto medo de mim$

Natalie no conseguiu esconder a surpresa. *le acertara em cheio. Olhou-o e viu

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!ue o sorriso desaparecera de seu rosto. Comeava a aprender !ue no devia con#iar naindi#erena !ue ele aparentava. 2esitou, mas decidiu en#rentar a parada.

> *u no tenho medo de voc. )penas no consigo compreend-lo.

> *ntendimento uma coisa !ue sA vem com o tempo. No creio !ue nos tenha

sido dada essa oportunidade.

Natalie engoliu em seco. 2avia certa implicao no !ue ele dizia !ue lhedespertava amargas lem"ranas. ) #igura de :eBis voltou a persegui-la.

>


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realmente imprevisvel, alm de revelar um surpreendente "om gosto.

Natalie no gostou da idia de ser empurrada numa cadeira de rodas at a sada,mas seus protestos de nada adiantaram. Joss )dair tinha a ltima palavra. No era ele omdico$

O dia estava simplesmente lindo, talvez mais ainda por causa da!uele homem altoe escuro !ue a acompanhava.

*le dirigia o carro esporte preto com a mesma destreza com !ue parecia #azertudo, e Natalie comeou a perguntar a si mesma se Joss )dair era capaz de cometer umerro. *le parecia controlar !ual!uer situao. &i#cil sa"er se isso era produto de anos detreinamento ou se uma caracterstica "sica da personalidade dele.

%ensando no tempo !ue Joss passara estudando medicina, Natalie viu-se tomadapelo dese+o de sa"er o !ue o levara a escolher essa pro#isso. &evia ter havido ummotivo muito #orte para #az-lo a"andonar a!uela "ela regio montanhosa e #i'ar-se no

norte, num mundo totalmente di#erente.

> *st a"orrecida com alguma coisa$

> No.

> *st !uase na hora do seu remdio. 1as se seu om"ro estiver doendo muitoposso aplicar uma in+eo. O e#eito mais rpido.

> )cho !ue posso dispensar a in+eo.

> oc !uem sa"e.

*le virou D es!uerda e Natalie viu !ue uma placa indicava o caminho do 9eatro da1ontanha.

> O teatro perto da!ui$ > ela perguntou surpresa.

> L sim. oc estava inconsciente, !uando a levaram ao hospital, e por isso nonotou !ue a distHncia muito pe!uena. )lis, voc escolheu o lugar certo para encenar oacidente.

> *u no encenei coisssima nenhuma, &r. )dairM

> Ima #igura de linguagem, ;rta. ;tandish. No leve tudo o !ue eu digo ao p daletra.

Joss )dair tinha razo. Natalie costumava analisar cada palavra !ue ele dizia. )partir desse momento, ela tentaria, nem !ue #osse e'tremamente di#cil, trat-lo de #ormamais descontrada.

&ecidido isso, ela voltou a prestar ateno D estrada e comeou a perce"er !ue a

rota !ue seguiam lhe era #amiliar. *, !uando pararam no crculo !ue assinalava o #im daestradinha, viu a casa de pedras, a mesma !ue tanto a atrara dias atrs.

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> *sta sua casa, no $ > ela perguntou, completamente con#usa.

%erce"eu !ue estava sendo atentamente o"servada e desviou o olhar.

No !ueria, por nada do mundo, encar-lo, assim descontrolada. ;ua situao eraa mais delicada possvel. No conseguia entender por !ue Joss a levara at sua prApria

casa e no sa"ia como proceder em tais circunstHncias.

*nto sentiu mais uma vez a!ueles dedos longos tocando-lhe o !uei'o e seo"rigou a #itar a!ueles olhos enigmticos e escuros.

> *sta casa de minha tia. *la viva e de vez em !uando aceita um in!uilinopara complementar a renda. 7em, essa era a soluo mais prtica. > ele retrucou, num tom puramentepro#issional > enha comigo.

Natalie + a"ria a porta do carro, !uando ele #alou, #irme/

> No tente sair por sua conta. *u a a+udarei.

Colocou os "raos em volta de Natalie, !ue sentiu a #ora da!ueles msculos, ocheiro de terra, o hlito per#umado, o cuidado em gui-la passo a passo. *nto chegou Dterrvel concluso de !ue seria incapaz de es!uec-lo, mesmo !ue +amais voltasse a v-lo.

ai ver !ue a!uele velho clich de !ue os opostos se atraem tinha sua razo deser. *la e Joss eram di#erentes num mundo de coisas, mas havia algo to antigo !uanto Dnatureza !ue os ligava, uma reao de tamanho teor e'plosivo !ue a po"re Natalie tremiana "ase/ a atrao se'ual.

> 9enha calma. > ele disse, o "rao #orte continuando a ampar-la en!uantosu"iam os deg

175501342 dois mundos um amor super bianca 23

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