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Ano II Número 146 Data 17 a 19.03.2012

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AnoII

Número146

Data17 a 19.03.2012

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hoje em dia - economia - p.11 - 18.3.12

hoje em dia - economia - conheça o seu direito - p.5 - 19.3.12

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hoje em dia - opinião - p.9 - 19.3.12

O tema crédito sempre levanta questionamentos e desconfianças nos consumidores. Muitos o associam a al-tas taxas de juros, a parcelas sem fim e à possibilidade de cair em um futuro endividamento ou em um descontrole orçamentário. Há o medo generaliza-do da famosa bola de neve de dívidas, na qual, de fato, é possível se afogar quando o crédito é usado de maneira irresponsável e sem planejamento. No entanto, ao ampliar um pouco a visão é fácil perceber que o tomador de crédi-to também tem um papel fundamental nessa engrenagem e pode evitar pro-blemas com o mercado financeiro ao adotar medidas simples.

Antes de tudo, o consumidor pre-cisa avaliar suas reaisnecessidades em demandar crédito e verificar se a dívi-da, que será quitada em diversas par-celas, cabe em seu orçamento mensal. Lançar mão do crédito não é problema; o ponto crítico é empregá-lo sem crité-rios, tornar-se inadimplente e, até, en-volver-se em problemas jurídicos.

Após essa primeira reflexão – e em real caso de necessidade –, buscar informação é o primeiro passo para se tornar um bom tomador de crédito e não cair em armadilhas. Isso demanda estudo e pesquisa das linhas de finan-

ciamento existentes, de suas especifici-dades e características para que o con-sumidor possa comparar e escolher, de maneira consciente, a opção que esteja alinhada a seus projetos.

Bancos, lojas e outras instituições financeiras trabalham com diversas modalidades, que vão desde o penhor até o parcelamento do carro, passando pelos carnês, refinanciamento imobili-ário, crédito pessoal, cheque especial e o cartão de crédito, cada qual oferecen-do taxas de juros distintas – umas mais vantajosas que outras.

O consumidor também pode visitar os estabelecimentos de crédito e ava-liar tanto sua qualidade e seus conhe-cimentos técnicos sobre a área quanto o serviço que lhe é oferecido, afinal, o atendimento também é um critério que precisa passar por aprovação. É impor-tante que seu caso seja conduzido com agilidade e seriedade por profissionais competentes, que tenham expertise no assunto.

Anote as propostas que receber. Algumas condições como valores das prestações, garantias e prazos para quitação da dívida devem ficar muito claras. O cálculo da taxa de juros é ou-tro critério ao qual é preciso atentar-se. Além disso, o Banco Central deter-

mina, desde 2010, que as instituições financeiras entreguem ao cliente um documento denominado Custo Efetivo Total (CET), no qual devem constar claramente os dados, taxas, comissões e serviços do financiamento, ou seja, as despesas totais do crédito a ser tomado. Assim, será possível comparar os CETs de diferentes bancos para saber qual oferece condições mais interessantes e escolher a melhor alternativa.

Isso feito, é chegado o momento de colocar no papel as condições con-tratuais do empréstimo. O documento oficial deve conter todos os detalhes da operação de maneira inteligível, trans-parente e coerente para não dar margem a dúvidas e não gerar contratempos no futuro. Não deixe nenhuma pergunta sem resposta.

Em resumo, o bom tomador de crédito se informa, pesquisa, calcula, compara e planeja a melhor forma e o melhor momento de optar por um em-préstimo, bem como honra o pagamen-to de seus compromissos em dia. Ele também evita comprometer mais do que 30% de sua renda com dívidas. O mercado financeiro valoriza consumi-dores com tal atitude e os recompensa oferecendo créditos maiores, mais di-versificados e mais vantajosos.

opinião

Para ser bom tomador de crédito

estado de minas - opinião - p.9 - 19.3.12

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Fiz uma cirurgia com um médico que não é credenciado do meu plano de saúde porque, ao ligar para a operadora, a atendente me afirmou que todo o va-lor pago ao médico seria reembolsado. Depois de feita a operação, liguei para a empresa para tratar do reembolso e a informação foi diferente: disseram-me que receberia apenas a metade. Con-testei a nova informação e me foi dito apenas que a primeira atendente “se en-ganou”. Só fiz a cirurgia com o médico porque recebi a garantia de receber o valor total. Tenho como obrigar o meu plano a me pagar tudo?

• N. L, por e-mailNo mercado de saúde suplementar

existem produtos de saúde vinculados às seguintes modalidades de pessoas jurídicas: cooperativas médicas e odon-tológicas, autogestões, seguradoras, medicinas de grupo e administradora de benefícios. O que as diferem, muitas vezes, é a oferta dos produtos. Uns ofe-recem rede credenciada, ou seja, o con-sumidor fica restrito ao uso de determi-nada relação de profissionais, clínicas e hospitais entregue pela operadora. Outros permitem a rede referenciada ou livre escolha do consumidor. Nesse caso, a utilização não está tão restrita, tendo o consumidor opção de procurar aqueles listados na rede referenciada, cujo desembolso é feito diretamente pela operadora, ou escolher livremente e assim ser ressarcido conforme tabela contratual.

Pela leitura do questionamento, trata-se de contrato de prestação de serviço de saúde com opção de livre escolha mediante reembolso. A livre escolha é a possibilidade de o consumi-dor optar por profissionais ou serviços que não pertençam à rede credenciada, contratada ou referenciada da opera-

dora, cujas despesas são reembolsadas de acordo com previsão contratual. Há essa previsão pela Lei 9.656/98, a Lei dos Planos de Saúde, e regras comple-mentares apenas para o reembolso em caso de urgência e emergência, quando o beneficiário estiver impedido de usar a rede credenciada da operadora.

A Lei .9656/98 não estabelece nor-mas para reembolso por livre escolha de prestador de serviço em saúde, de-pendendo a aplicação das regras a exi-gências contratuais. Para os casos que não sejam de urgência e emergência, valerão as regras previstas no contrato, sejam elas quanto a prazos ou exigên-cias para a efetuação do reembolso. O reembolso dos valores a título de con-sulta, exame e procedimento está pre-visto em tabela, que é parte integrante do contrato. Portanto, deve ser dado ao consumidor conhecimento prévio.

Se há dúvidas em relação ao quan-tum, ou seja, quanto ao valor a ser re-embolsado, o consumidor deve procu-rar o serviço de atendimento para obter a informação, como no caso. É vedado às operadoras reembolsarem os consu-midores despesas médicas provenien-tes do sistema de livre escolha com va-lor inferior ao praticado diretamente na rede credenciada ou referenciada (Re-solução Consu 8, artigo 2º, IX, alterada pela Resolução Consu 15).

É importante esclarecer que essas regras são válidas para os contratos as-sinados depois da vigência da lei, ou seja, a partir de 2/1/1999, ou adapta-dos. No caso de contrato não adaptado à referida lei, prevalecerá o disposto no contrato sobre o assunto. À luz do Có-digo de Defesa do Consumidor (CDC), existe a obrigatoriedade no cumpri-mento da oferta. Desse modo, pode-se entender que quando a atendente infor-

mou que o procedimento seria restitu-ído integralmente, tratava-se de uma promessa.

Em sendo uma promessa ou uma oferta, a operadora deve cumprir, nos termos do artigo 35 do CDC:

“Art. 35. Se o fornecedor de pro-dutos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II – aceitar outro produto ou pres-tação de serviço equivalente;

III – rescindir o contrato, com di-reito à restituição de quantia eventual-mente antecipada, monetariamente atu-alizada, e a perdas e danos.”

Vale dizerr que a atendente, bem como qualquer funcionário, é prepos-to da empresa. Dessa forma, a empresa responde pelos atos por eles pratica-dos.

Mas há quem sustente que se o consumidor tinha conhecimento ine-quívoco da condição de reembolso, ou seja, dos valores e dos procedimentos a serem objeto de restituição, não have-ria obrigação de ressarcimento.

Assim, para obter uma posição concreta e adequada, faz-se necessá-rio conhecer o contrato assinado. Para tanto, sugere-se procurar um órgão de defesa do consumidor para uma orien-tação e eventual requerimento de pre-tensão de ressarcimento da diferença junto à operadora de planos de saúde.

E aí vai uma dica: leia sempre aten-tamente o contrato. Na dúvida, procu-re o Procon ou a Agência Nacional de Saúde, pelo site www.ans.gov.br.

estado de minas - direito & justiça - direito do consumidor - p.4 - 19.3.12plano de saúde

Regras para reembolso devem estar no contrato

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Geórgea Choucair“As balconistas ainda não entenderam

que trabalham com um produto mágico, que é o sorvete. Elas são muito carrancudas.” A fra-se, postada ao público por um consumidor na internet, fazia referência às profissionais da tra-dicional sorveteria Easy Ice, que tem três lojas e uma fábrica em Belo Horizonte. Em vez de ignorar a reclamação, a proprietária da empresa, Juliana Scucato, fez uma reviravolta no quadro de funcionários e na gestão da rede. O resultado foi a mudança da cara dos balcões.

Assim como Juliana, centenas de empre-sários têm sofrido com a falta de mão de obra qualificada no comércio, construção civil e seg-mento de serviços. E a escassez de trabalhado-res resulta em problemas com a clientela, que sofre com a comida e atendimento demorados, quarto mal- arrumado nos hotéis, banheiros su-jos, conta errada, serviços atrasados nas obras, entre outros.

Os amigos Débora Mantovani, Diogo Go-telip e Gabriel Oliveira confirmam que transtor-nos podem ser gerados por causa de falhas no atendimento em bares, restaurantes e sorvete-rias, entre outros estabelecimentos. Eles ficam atentos a todos os detalhes, mas reclamam mais dos problemas com as contas. “Em muitos ba-res eles costumam alterar o valor. Quando está com muita gente é mais difícil conferir a conta e encontrar os erros”, diz Gotelip. Ele fala ainda da dúvida em relação ao pagamento dos 10% de gorjeta aos garçons. “Acho que não sou obriga-do a pagar se fui mal atendido”, afirma Gotelip. Oliveira reclama da falta de instrução dos gar-çons. “Uma vez a conta deu R$ 80 e a garçonete não sabia quanto era 10% desse valor”, observa. Para eles, problemas com a conta também são reflexos da baixa qualidade no atendimento.

Para se ter ideia, hoje há em Minas Gerais 80 mil empresas nas áreas de restaurantes, bares e hotéis, segundo Paulo César Pedrosa, presi-dente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Ba-res e Similares de Minas Gerais (Fhoremg). No total, o setor gera 800 mil empregos, mas falta mão de obra qualificada, informa Pedrosa. “Há falta de vontade do trabalhador de se qualificar, mesmo com os cursos gratuitos”, afirma.

FALTA MÃO DE OBRA A escassez de trabalhadores qualificados, segundo Pedrosa, é frequente principalmente nas áreas de ca-mareiras, recepcionistas, garçons, gerente de hotel, governanta, pizzaiolo e salgadeira. Mui-tos desses profissionais trabalham em contato

direto com o consumidor, o que pode agravar transtornos gerados pela baixa qualificação. O problema da falta de garçons tem dimensão nacional. Segundo a Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor emprega 6 milhões de pessoas e tem 400 mil vagas não preenchidas em todo o país. “Hoje, a metade dos trabalhadores do setor são, na verdade, car-regadores de bandeja”, diz Pedrosa.

Na construção civil a situação não é dife-rente. A escassez de mão de obra no segmen-to leva construtoras a importar trabalhadores de outras cidades e até de outros estados para contratar esses operários. Hoje há cerca de 150 mil trabalhadores da construção civil na Região Metropolitana de Belo Horizonte, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Ci-vil de Belo Horizonte e Região (Sticbh). O défi-cit de profissionais na região é de 20 mil vagas, afirma Osmir Venuto, presidente da entidade. Nesse caso, o problema da falta de empregados preparados pode representar atraso nas obras e baixa qualidade dos serviços executados, que podem gerar transtorno aos consumidores que adquirem os apartamentos.

A rede de sorveteria Easy Ice tem 40 em-pregados, mas já houve mudança de 16 desde setembro. “Há uma rotatividade alta de fun-cionários. Treinamos e depois de um mês ele vai embora. Há um boom de oferta de trabalho em shoppings”, afirma Juliana, que lamenta os problemas gerados por esse tipo de situação. A loja costuma fechar as portas às 23h. “Mas teve uma quinta-feira que tivemos que fechar as portas às 15h por falta de empregado”, observa Juliana Scucato. Na tentativa de minimizar os problemas, ela desenvolveu uma reestruturação interna, inclusive salarial, para fidelizar as pes-soas nas empresas. Depois de três meses na sor-veteria o salário do funcionário aumenta 15% e depois de seis meses 30%. “Estamos criando estratégias para fixar a pessoa no trabalho. Já es-tamos vendo retorno, mas ainda há vagas aber-tas”, diz Juliana.

Na opinião da empresária o consumidor está cada dia mais exigente. “Eles querem sa-ber da procedência do ingrediente, quantidade de gordura, de açúcar, de onde vem a fruta e se tem certificado de origem. E nós temos a obri-gação de dar essas informações”, revela. Mas muitos funcionários, diz, estão pecando em ges-tos simples, como preguiça de falar “Bom dia!”. “Temos certeza de que o nosso produto é bom, mas não temos quem venda. Eu e meu sócio não

conseguimos ficar à frente do balcão o tempo todo”, desabafa.Segunda-feira é dia das queixas

Hoje é dia de aumentar a lista de recla-mações via e-mail e telefone na da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Minas Gerais (Fhoremg). Depois do fim de se-mana, quando a frequência dos consumidores nos bares é maior, a entidade chega a receber 10 reclamações por dia da clientela, sendo que em dias normais esse número cai para duas ou três. “A segunda-feira é o dia da reclamação”, diz Pedrosa. No caso das empresas de entrega em domicílio, ele conta que muitas chegam a rece-ber o apelido de “Deus me livery” em função da demora da entrega dos pedidos. O procedimento que fazemos é ligar para o estabelecimento e in-formar sobre a reclamação”, diz Venuto.

O estudante William Santos acredita que os maiores pecados dos estabelecimentos de Belo Horizonte são a demora no atendimento e na entrega dos pedidos. “E se saímos de casa de-pois das 22h não encontramos mesa”, diz. Já o manobrista José Antônio Peçanha Azevedo, que vai todos os fins de semana a bares, confirma que existem problemas frequentes. “Sempre há atraso no atendimento. A entrega da cerveja e do tira-gosto é demorada. Eu acabo tolerando”, observa. Azevedo é do tipo do cliente que aceita e não reclama, mas poderia mudar seus hábitos , segundo os advogados especializados em direi-to do consumidor.

O coordenador do Procon da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, Mar-celo Barbosa, lembra que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que toda má prestação de serviço gera indenização ao con-sumidor se ele teve prejuízo. “Uma dica inte-ressante é que o consumidor confira a conta. No fim da noite, todo mundo está cansado, já tomou bebidas e geralmente não verifica o que gastou”, observa. Ele ressalta que o consumidor deve ter a postura de conferir tudo. “É comum achar erros”, diz.

Se houver mau atendimento, Barbosa aconselha que o problema seja levado à gerên-cia do bar. A coordenadora do Procon munici-pal, Maria Laura, informa que um dos direitos básicos do consumidor é a livre escolha. “A cobrança da consumação mínima, por exemplo, é ilegal. A gorjeta, afirma, também não é obri-gatória. Se o consumidor não recebeu o serviço adequado, não é obrigado a pagar gorjeta”, diz Maria Laura. (GC)

consumidor

Falhas no atendimento respingam nos negóciosFalta de profissionais qualificados nos bares, restaurantes e hotéis leva a problemas na prestação de

serviços. Clientela sofre com mau humor de balconistas e erros em contas

estado de minas - economia - p.12 - 19.3.12

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Vanessa JacintoEleito como o pior alimento por especia-

listas em nutrição, o refrigerante também está sendo colocado na berlinda por estudos científi-cos que associam o consumo do produto ao sur-gimento de doenças graves. O último deles, de-senvolvido pelo Center for Science in the Public Interest (CSPI), uma organização norte-ameri-cana da área de nutrição e segurança alimentar, traz novas evidências de que os refrigerantes Coca-Cola, Coca-Cola Diet, Pepsi e Pepsi Diet podem provocar câncer, devido à presença da substância 4-MEI, um subproduto do chamado caramelo 4, que dá a pigmentação às bebidas.

A substância foi incluída em uma lista de agentes cancerígenos depois que pesquisa do Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos indicou a conexão entre o 4-MEI e o de-senvolvimento de câncer em ratos. A constata-ção levou o estado da Califórnia a determinar a inclusão dessa informação nos rótulos dos refri-gerantes, conforme explica José Luiz Guidine, do Laboratório de Metabolismo Energético e Composição Corporal da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Segundo ele, as empresas, obviamente, re-pudiaram totalmente as descobertas e não gosta-ram nada da nova regulamentação. A porta-voz da Coca-Cola, Diana Garza-Ciarlante disse que aceitaram reduzir a quantidade do corante na fabricação dos refrigerantes apenas para que os produtos não estejam sujeitos à exigência de um aviso que chamou de “sem fundamento cientí-fico”.

Classificados como bebida gaseificada não-alcoólica e não fermentada, os refrigerantes apresentam em sua composição água mineral misturada com açúcar ou edulcorante (os ado-çantes das versões light, zero e diet), extratos ou aroma sintetizado de frutas ou outros vege-tais, corantes e gás carbônico. “Trata-se de um produto que não tem valor nutricional algum e que, além disso, é rico em calorias e outros ingredientes que podem prejudicar a saúde de quem o consome regularmente”, afirma a bió-loga Fernanda Ribeiro, técnica da Proteste, uma associação brasileira de defesa do consumidor.

Segundo ela, uma análise das marcas mais comercializadas no Brasil confirmou a presença de altos teores de açúcares, sódio e edulcorantes nas bebidas. “As quantidades são inadequadas principalmente para crianças. No quesito quan-tidade de sódio, por exemplo, a ingestão de dois copos já ultrapassa os índices diários reco-mendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do que podemos consumir”, afirma.

As consequências da ingestão do refri-gerante no organismo variam de acordo com a genética, a predisposição, periodicidade e quantidade ingerida. No caso das versões con-vencionais, em que existe alto teor de açúcar em cada porção, uma das maiores preocupações tem a ver com o ganho de peso e, consequen-temente, com o surgimento do diabetes tipo 2. Segundo pesquisa da Universidade de Harvard (EUA), publicada na revista científica Diabetes Care, pessoas que ingerem uma ou duas porções diárias de bebidas açucaradas (cerca de 340 gra-mas) têm 26% mais chances de desenvolver o diabetes do que aqueles que consumem essas bebidas em menor quantidade. A ingestão de duas porções diárias também foi associada a um risco 20% maior de desenvolvimento de sín-drome metabólica (conjunto de fatores de risco para doenças cardíacas).

A grande quantidade de sódio presente nos refrigerantes, tanto nas versões convencio-nais quanto nas versões sem açúcar (light, diet e zero), promove a retenção hídrica e, a longo prazo, pode desencadear o desenvolvimento da hipertensão arterial. Outros malefícios do con-sumo em excesso deste mineral são dores de cabeça, distúrbios fisiológicos, delírio e parada respiratória.

SEM SACIEDADE Os especialistas ob-servam, também, que o gás acrescentado aos refrigerantes produz certa distensão gástrica, tanto como efeito imediato quanto contínuo, no caso de consumo frequente das bebidas. A dis-tensão provocada pode aumentar a ingestão de alimentos, a fim de se alcançar a sensação de saciedade.

Para Ann Kristine Jansen, professora do curso de nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais, o grande perigo do consumo do refrigerante tem mesmo a ver com o ganho de peso e o consequente desenvolvimento de do-enças associadas à obesidade. Ela explica que a ingestão de bebidas açucaradas não desencadeia no cérebro o mecanismo de saciedade. É como se o organismo não reconhecesse as calorias in-geridas permitindo que a pessoa, mesmo depois de tomar dois litros da bebida (quase mil calo-rias!), ainda consiga ingerir outros alimentos, minutos depois, como se não tivesse comido nada. “Se você faz uma refeição de 1 mil ca-lorias, comendo arroz, feijão, carne e verduras, por exemplo, isso não ocorre. A mensagem de saciedade dura muito mais tempo.”

Mas este não é o único problema do refri-gerante, na visão da especialista. Segundo ela, dados do IBGE indicam que o consumo de re-

frigerante está associado à ingestão de alimen-tos menos saudáveis, ricos em gordura, sódio e açúcar. Mesmo os de versão light, zero ou diet induzem ao consumo de opções mais calóricas e menos nutritivas. Normalmente, o refrigerante é a escolha para acompanhar a pizza, o salgado, o fast foode, a pipoca e a batata frita, entre ou-tros. “Além de vir em porções cada vez maiores, que por si sós são um atentado ao equilíbrio do organismo, os refrigerantes são um marcador de hábitos alimentares ruins. A presença maciça dessa bebida precisa ser desestimulada, justa-mente para conter o avanço da obesidade que já assola o nosso país. Entre os adultos, 50% da população apresenta excesso de peso. Na infân-cia, na faixa etária entre 5 e 9 anos, a incidência de obesidade já é de 33%.”

Estudo já indicava benzeno nas bebidas

A presença de substâncias cancerígenas nos refrigerantes sempre foram uma preocupa-ção para entidades ligadas ao consumo e à se-gurança alimentar. No Brasil, estudo realizado em 2009 pela Proteste e constatou a presença de benzeno em várias marcas da bebida. Os casos mais preocupantes foram os da Sukita Zero, que tinha 20 microgramas por litro de bebida, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Em ín-dices menores, os refrigerantes Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita apresentaram a substância que, segun-do estudos, também pode oferecer ao consumi-dor o risco de desenvolver câncer. Para a OMS, não há limite seguro para a ingestão de benzeno e, na dúvida sobre a possibilidade de o produto fazer ou não mal à saúde, o melhor é evitar o consumo, como recomenda a bióloga Fernan-da Ribeiro, técnica da Proteste, que conduziu o estudo. Ela explica que o composto vem sendo relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, ao surgimento do linfoma.

Assim como nos Estados Unidos, a pes-quisa motivou reações das autoridades. Acordo entre os fabricantes e o Ministério Público Fe-deral em Minas Gerais determinou que os refri-gerantes cítricos de baixa caloria reduzam, no prazo de cinco anos, a quantidade de benzeno. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) as-sinado com a Ambev, Coca-Cola e Schincariol prevê que a quantidade máxima deverá ficar em cinco microgramas por litro. O documento foi assinado em novembro. “Esta é uma vitória e garantia para a saúde da população brasileira. Só é uma pena ter que esperar um prazo de até cinco anos para a mudança”, diz Fernanda.

estado de minas - gerais - p.22 - 19.3.12saÚde

Ameaça engarrafada Duas pesquisas divulgadas nos EUA reacendem polêmica sobre os malefícios dos refrigerantes. Além de substâncias que podem

causar câncer, bebidas contêm alto teor de sódio, inimigo número um da pressão arterial e de outras doenças

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PEDRO GROSSIO mercado de seguros no Brasil

cresce em ritmo chinês. Entre 2010 e 2011, o setor faturou R$ 94 bilhões, alta de 17,6%. Atualmente, o segmento representa apenas 3% do Produto In-terno Bruto (PIB) do país, mas a Supe-rintendência de Seguros Privados (Su-sep), órgão que regula o setor, projeta que essa participação chegue a 8% em cinco anos.

Todo esse potencial de crescimen-to vai demandar um amadurecimen-to das relações entre o segurador e o segurado. Segundo levantamento da Susep, apenas em janeiro deste ano fo-ram 2.332 reclamações registradas no órgão.

Uma delas é do professor universi-tário Fernando Massote. Ele conta que, em junho de 2010, bateu a caminhone-te em uma estrada de terra em Bruma-dinho, na região metropolitana de Belo

Horizonte. Cliente da seguradora BB Autos, do Banco do Brasil, Massote fi-cou surpreso quando descobriu que o problema teria de ser resolvido com a SulAmerica Seguros - empresa parcei-ra do banco nesse tipo de serviço. “Eles fizeram uma vistoria e propuseram um reparo parcial, que eu não aceitei”, lembra.

No dia 26 de janeiro, ele foi orien-tado a levar seu carro para uma vistoria em uma oficina credenciada pela segu-radora. Marcou um horário para a visita, mas ninguém da seguradora apareceu. “Fui muito desrespeitado pelos funcio-nários da oficina, que não me ajudaram a resolver o problema”. Depois disso, segundo Massote, foram várias outras tentativas de receber o serviço da segu-radora, todas frustradas. “Não consegui atendimento e nunca recebi nenhum documento por escrito”, explica.

A assessoria do Banco do Brasil

informou que, “de acordo com vistoria de qualidade realizada pela Brasilveí-culos, não foram encontradas avarias que tivessem relação com o sinistro in-formado pelo cliente”. O texto também diz que a parceria entre o banco e a Su-lAmerica acabou em 2011.

Projeção- Crescimento: Para o ano de 2012,

a projeção da Superintendência de Se-guros Privados (Susep) para o setor de seguros é de um faturamento de R$ 106,03 bilhões e uma receita total de R$ 224,86 bilhões.

- Futuro: A expectativa é que nos próximos anos, o setor represente 8% do PIB (atualmente está em 3%).

- Projeção. Projeta-se que o per-centual de veículos cobertos por segu-ros passe de 50% nos próximos anos - atualmente esse patamar não passa dos 30%.

o tempo - edição eletrônica - economia - 19.3.12cobrança

Cliente bate o carro e diz que seguradora não quer pagarProfessor alega que não foi atendido por empresa terceirizada pelo banco

Mais de 60% dos prêmios pa-gos em Minas Gerais entre janeiro e novembro do ano passado foram de contratos via corretores de seguros. Do total de R$ 1,015 bilhão pagos no período, R$ 616,7 milhões foram por meio de corretores.

Considerando apenas seguros de

automóveis, o percentual de contra-tos via corretor em Minas Gerais é o maior do país. No Estado, entre janei-ro e novembro de 2011, 69,45% dos seguros de veículos são sem participa-ção de bancos, enquanto 30,20% das apólices são ligadas a bancos.

Para efeito de comparação, no Rio

de Janeiro o percentual é de 61,93% de seguros via corretores e 38,06% via bancos, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em São Paulo, a relação é de 57,19% (correto-res) e 39,56% (bancos). (PG)

Maioria das apólices em Minas Gerais não é ligada a bancos

Quais são os principais cuidados que o consumidor deve ter ao contratar um seguro? Umas das primeiras medi-das tem de ser uma pesquisa para saber se a empresa tem alguma restrição na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Outro passo é saber se o con-trato se enquadra dentro das regras do Código de Defesa do Consumidor ou do Código Civil.

Como saber qual o tipo de con-trato? Quando o consumidor é o des-

tinatário final, o contrato se enquadra no Código de Defesa do Consumidor. Se é um comerciante, que vai segurar um veículo de uma loja, por exemplo, o contrato já respeita as normas do Có-digo Civil. Cada um tem cláusulas es-pecíficas, mas, em linhas gerais, dizem a mesma coisa.

Quem fiscaliza a ação das segura-doras? A Superintendência de Seguros Privados (Susep), que é uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda. Ela

regulamenta e tem poder de fiscalizar, punir e aplicar multas em empresas que descumprirem normas nacionais.

Qual o prazo, após o sinistro, para que o consumidor receba o seu prêmio? O prazo é de 30 dias após a apresen-tação de toda a documentação. O que acontece com frequência é a segurado-ra contestar ou alegar a falta de algum documento, o que acaba ampliando muito o prazo para pagamento do prê-mio. (PG)

minientreVista

“Pessoas e empresas têm regras diferentes”Caio Lúcio Brutton Advogado Direito do Consumidor

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metro - belo horizonte - p.3 - 19.3.12

metro - economia - p.6 - 19.3.12

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Uma peça de teatro e outras ações educativas promo-vidas pelo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor (Caop Consumidor), lem-bram hoje no Shopping Tacaruna os 22 anos de lançamento

do Código de defesa do consumidor. O evento retoma o Dia Mundial do Consumidor, celebrado na última quinta-feira (15) e se estende até o domingo, quando as apresentações acontecem no Parque Dona Lindu. Os horários são os mes-mos nos dois dias: 15h, 16h, e 17h.

conamp - diário de pernambuco - pe - 19.3.12

Dia do consumidor é lembrado pelo Ministério Público de Pernambuco

Ernani FagundesPode parecer estranho mas é a sociedade que terá que se

mobilizar para pedir a alteração do rendimento da poupança para níveis de países desenvolvidos. “Nenhum político em Brasília vai querer mexer na poupança em ano eleitoral. O mesmo não será feito depois. Se o Brasil quiser ser um país desenvolvido terá que ter taxas de juros de primeiro mundo, e a própria sociedade terá que se mobilizar ou ser conven-cida que mudar o rendimento é bom”, argumenta o vice-presidente e professor da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), José Dutra Vieira Sobrinho.

Na opinião do professor, o Banco Central (BC) possui condições imediatas para reduzir a taxa báica de juros, a Se-lic para 8,5% ao ano, mas não o fez por causa do equilíbrio

entre a remuneração da poupança e dos fundos de investi-mentos. “O BC até avisou claramente ao mercado via ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que a taxa básica de juros ficará em 9% ao ano, para jogar o problema da poupan-ça para depois das eleições”, justificou Dutra.

A OEB e o Conselho Regional de Economia (Corecon-SP) estão reunindo outras entidades da sociedade civil como o Procon, o Ministério Público e a Fecomércio para debater propostas de mudanças no rendimento da aplicação popular que possam ser levadas ao BC. “O Banco Central mudou muito, o atual presidente é mais aberto”, comentou Dutra. Na próxima quarta-feira, 21 de março, a Fecomércio recebe o economista Delfim Netto para debater o tema.

conamp - dci - sp - 19.3.12

Sociedade civil se mobiliza para alterar rendimento da poupançaOEB, Corecon-SP, Ministério Público, Procon e Fecomércio vão debater propostas de mudanças no

rendimento da aplicação popular...

YANA LIMAApós denúncia anônima, o Minis-

tério Público de Roraima abriu proce-dimento para apurar suposta comer-cialização de arroz contaminado por agrotóxicos nos anos de 2009 e 2010. A Promotoria de Defesa do Consumidor e Cidadania (Prodec) solicitou os relató-rios realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a incidência de produtos químicos nos alimentos vendidos no período.

A denúncia foi feita na quinta-feira passada, 8, e o procedimento aberto no dia seguinte. A Anvisa tem15 dias para fornecer os documentos solicitados. O promotor Ademir Teles, responsável pelo procedimento, explicou que a pro-motoria tem um prazo inicial de três meses – podendo ser estendido – para concluir a investigação.

Caso seja constatada a comercia-lização de produto com resquícios de componentes químicos irregulares, o órgão vai investigar qual a marca do produto, quem foram os produtores e

todos os envolvidos na comercializa-ção para apurar as responsabilidades. “Caso seja confirmada, esta denúncia é muito grave e os responsáveis podem ser punidos civil e criminalmente, uma vez que a saúde da população teria sido colocada em risco”, disse.

Teles reiterou que acreditou na ve-racidade da denúncia devido à riqueza de detalhes e o fato de o denunciante ter tido medo de se identificar, realizando a reclamação por meio da Ouvidoria do órgão. Ao final das investigações, caso seja apurado que houve irregularida-des, o MPRR tem atribuição para atuar ainda que a empresa responsável pelo suposto dano seja de outro Estado.

Embora o MP seja composto por promotorias especializadas, este caso é um dos exemplos de que há uma in-teração entre promotorias: Defesa à Saúde, Meio Ambiente e Consumidor. “Os riscos que alimentos contaminados podem oferecer à saúde são inúmeros. Quando aplicado, o agrotóxico tam-bém pode contaminar o solo e a água,

tornando-se um problema de meio am-biente, além de ser danoso nas relações de consumo, formando uma grande ca-deia de prejuízos à população”, disse.

RISCOS – O consumo excessivo de agrotóxicos pode trazer agravos à saúde, como intoxicações agudas e crô-nicas, má formação fetal de mulheres gestantes, neoplasia (que causa cân-cer), distúrbios endócrinos (na tireóide, suprarrenal e alguns mimetizam dia-betes), distúrbios neurológicos, distúr-bios respiratórias (vários são irritantes pulmonares).

Nos lagos e lagoas, acontece a ex-tinção de várias espécies de animais, como peixes, anfíbios e répteis, por conta das modificações do ambien-te por essas substâncias químicas. Os agrotóxicos são levados pela chuva para os córregos e rios. Os sedimentos ficam no fundo e servem de alimentos para peixes, répteis, anfíbios, causando impactos a diversas espécies em cima da terra.

conamp - Folha de boa Vista - rr

MP apura denúncia sobre arroz contaminado

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O Ministério Público Federal (MP) di-vulgou na semana passada que o litrão da Ambev - a embalagem de 1 litro de cerveja com sua marca em alto relevo na garrafa de vidro - constitui “nítida prática predatória”. O parecer do MP, contrário à embalagem marcada, será encaminhado ao Conse-lho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), onde tramita processo administra-tivo movido pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) contra a Ambev.

A polêmica começou em 2008, quan-do a Ambev lançou a nova embalagem em vidro e retornável, com a marca no corpo da garrafa. A concorrência, representada pela Abrabe, não gostou da demarcação, pois o mercado de cervejas no Brasil usa o sistema de compartilhamento de vasi-lhames: o ponto de venda devolve para a cervejaria as garrafas usadas da cerveja que vendeu. Como todas são iguais, os cascos podem ser usados por qualquer fabricante.

Com a marca no vidro, o litrão da Am-bev não funciona nesse sistema. “A demar-

cação implica verdadeira ‘fidelização’dos pontos de venda (...) na medida em que aumenta os custos de transação dos pon-tos de venda (...) que, para minorá-los, são orientados a concentrarem suas aquisições em um só fornecedor”, disse, no parecer, o procurador, Luiz Augusto Santos Silva.

Em nota, a Ambev disse que “o pare-cer não é conclusivo. Tanto Secretaria de Direito Econômico quanto Procuradoria do Cade já emitiram parecer favorável à Am-bev para o mesmo assunto”.

FRIGORÍFICOEfeito Miniastros nas açõesCarne nunca teve marca, mas a JBS

apostou no contrário. A empresa comemora os resultados da promoção Miniastros, pela qual o consumidor que pede a peça pela marca Friboi ganha selos que podem ser trocados por miniaturas de cantores serta-nejos como Victor e Leo, Luan Santana e Zezé di Camargo e Luciano. Desde que a promoção começou, em 18 de dezembro, as ações da empresa tiveram valorização de

44%, passando de R$ 5,80 para R$ 8,35. Na Fischer&Friends, a agência que criou a campanha, acredita-se que o desempenho dos papéis no mercado financeiro está dire-tamente ligado a alta nas vendas provocada pela promoção. Na quarta-feira, a JBS di-vulga os resultados de 2011. A conferir.

TRANSPORTEMilhagem para ônibusA Auto Viação 1001, a Viação Cometa

e a Auto Viação Catarinense, todas do Gru-po JCA, lançam depois de amanhã uma es-pécie de programa de milhagem para quem viaja de ônibus. As empresas irão oferecer a seus usuários um cartão de crédito em parceria com a Caixa Econômica Federal e a bandeira Mastercard. Com o cartão, o passageiro que comprar passagens pelos sites das empresas terão pontos para trocar por viagens gratuitas. Para ter o cartão, há exigência de renda mínima de R$ 200, para o nacional, e de R$ 1,5 mil, para o inter-nacional. As anuidades vão de R$ 72 a R$ 105.

conamp - o estado de s. paulo - spParecer condena ‘litrão’ da Ambev

super notícia - p.12 - 19.3.12

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jornal da pampulha - p.5 - 17 a 23.3.12

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continuação

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Luciana CasemiroRIO — O Programa Nacional de

Banda Larga (PNBL) que prevê a ofer-ta do serviço com velocidade de 1MBps por segundo e preço máximo de R$ 35 ou R$ 29,90, em locais onde houver isenção fiscal, parece estar fadado a entrar no rol das regulamentações que não saíram do papel. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), nove meses de-pois do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunica-ções terem firmados Termos de Com-promisso com Oi, CTBC, Sercomtel e Telefônica, mostra que a divulgação e a oferta do serviço ainda estão longe de atender ao programa que tinha como principal objetivo massificar o serviço de banda larga no país.

— Para início de conversa, esses Termos de Compromisso, por si só, já são problemáticos. Além de não serem os instrumentos ideais para fazer valer o PNBL, eles permitem várias coisas que consideramos impróprias, como a venda casada, que é crime do ponto de vista do Código de Defesa do Consu-midor, e têm textos diferentes para cada empresa. E, mesmo sendo mais per-missivos, esses acordo não vêm sendo cumpridos pelas empresas — ressalta Carlos Thadeu de Oliveira, gerente de Comunicação do Idec, explicando que Claro e TIM não foram avaliadas pelo levantamento porque a instituição não teve acesso aos acordos firmados pelas empresas com o Ministério das Comu-nicações e porque a oferta se restringir à banda larga móvel.

Um dos erros apontados pelo Idec na regulamentação é o fato de a banda larga não ser considerado um serviço essencial. Sendo um serviço privado, explica o instituto, o governo não pode exigir das empresas cumprimento de metas, nem controlar preços. Outro ponto fraco é a velocidade de 1MBps,

de acordo com a União Internacional de Telecomunicações para se dizer banda larga o serviço tem que ter velocidade a partir de 1,5 MBps.

— Além disso, quando o usuário ultrapassa a franquia de um mega de download, a empresa baixa a velocida-de para 128MBps, duas vezes a veloci-dade da conexão discada — crítica Oli-veira, acrescentando que a associação.

O gerente de Comunicação do Idec aponta como ponto mais escanda-loso levantado pela pesquisa, realizada entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, o fato de os Termos de Compro-misso permitirem a prática de venda casada. Ou seja, o condicionamento da contratação da banda larga à compra de um plano de voz. A prática é ilegal, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Segundo o insti-tuto, das quatro empresas, apenas a Oi não adota esta conduta.

Um ponto comum a todas as em-presas é falta de divulgação do PNBL. Pesquisa realizada pelo Idec com 1.430 associados mostra que quase 45% des-conhece a banda larga popular. Não por acaso há tamanho desconhecimen-to: a banda larga popular, segundo o levantamento da associação, costuma estar escondida nos sites e na maioria das vezes também é omitida nos servi-ços de atendimento ao cliente (SAC). Quando se encontra informação ela é inadequada e não explica de forma cla-ra e precisa o que é o PNBL e como ele funciona.

Segundo a associação de consu-midores, nesse aspecto quem se saiu melhor foi a Sercomtel, única empresa a dar o mesmo destaque ao PNBL das demais ofertas. Já no SAC da operado-ra o plano mais barato oferecido pelo atendente era R$ 20 mais caro do que o PNBL. Há ambiguidade de informa-ções sobre preços no site.

A Telefônica, no site da Vivo (em-

presa do grupo que comercializa o produto), também dá bom destaque ao PNBL. No entanto, a operadora se saiu mal no quesito qualidade da informa-ção tanto no site, quanto no serviço de atendimento ao cliente (SAC).

No site da CTBC a oferta é feita de forma tímida e no SAC a informa-ção era de que este serviço só pode ser adquirido em locas credenciadas. Ao contar a loja, no entanto, o pesquisador do Idec recebeu a oferta de um plano mais caro e com velocidade inferior ao PNBL. Na Oi a discrição na oferta se repete e ainda por cima não deixa claro o que é PNBL. Além disso, no aten-dimento por telefone, o consumidor é incentiva, segundo o Idec, a adquirir planos mais caros e foi precisa mui-ta insistência para que o pesquisador conseguisse obter informações sobre a banda larga popular.

— O consumidor precisa saber de antemão o que é PNBL para encontrá-lo. Sem saber do que se trata, será mui-to difícil que algum usuário procure por ele — afirma Veridiana Alimonti, advogada do Idec e responsável pela pesquisa.

O Idec constatou ainda que CTBC, Sercomtel e Telefônica cobram taxas de instalação mais caras para banda larga popular do que em outros planos. E há casos de venda do serviço sem prévia avaliação da possibilidade técnica para instalação. O resultado do levantamen-to foi enviado à Antel e ao Ministério das Comunicações. O Idec também notificou todas as empresas analisadas pelo estudo. Procurada a Anatel não se pronunciou.

radora ressalta ainda que, apesar do Termo de Compromisso e, conse-quentemente, o contrato, preveja limite de downloads, a empresa optou por não estabelecer, promocionalmente, este li-mite.

o globo - edição eletrônica - economia - 19.3.12Banda larga popular: prática é diferente do que prevê o “papel”

Levantamento do Idec mostra que operadoras não divulgam e não oferecem plano como deveriam

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O que as empresas dizemA Oi informa que disponibiliza

ofertas de Oi Velox nos moldes do Pla-no Nacional de Banda Larga (PNBL) em 1.082 municípios e, até o fim de 2014, contemplará todas as localidades-sede das 4.800 cidades da sua área de atuação. Segundo a empresa, as ofertas seguem o Termo de Compromisso fir-mado junto ao Ministério das Comuni-cações e à Agência Nacional de Teleco-municações (Anatel). A operadora afir-ma que tem dado prioridade ao atendi-mento de pequenas cidades, localizadas em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, onde a população não conta com outras alternativas de aces-so à internet e, muitas vezes, apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Hu-mano (IDH). Em relação à divulgação, a Oi informa que adotou uma estratégia de comunicação dirigida aos morado-res das cidades atendidas, de forma a garantir uma ampla divulgação do ser-viço, que inclui uso de cartazes em lo-cais públicos, distribuição de folhetos, divulgação com carro de som, anúncio em jornais e emissoras de rádio locais, material fornecido à imprensa local, comunicados enviados às prefeituras e Câmaras Municipais.

A empresa afirma ainda que, con-forme previsto no Termo de Compro-misso, o limite de download mensal, inicialmente estabelecido em 500 MB, será dobrado para 1 GB a partir de ju-lho de 2013. A Oi informa ainda firmou compromisso com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) de interação colaborativa e tem investido em melhorias de proces-sos e ampliação de rede para assegurar a qualidade no atendimento e da presta-ção de seus serviços. A relação comple-ta dos municípios já contemplados está disponível no site da companhia (www.

oi.com.br).A Algar Telecom, empresa deten-

tora da marca CTBC, informa que a oferta de banda larga fixa varejo por R$ 35, em Minas Gerais, e R$29,90, em Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, está disponível desde de outubro de 2011. A empresa atende atualmente 14 municípios e que outras 23 cidades serão incluídas até o final de 2012. Se-gundo a Algar Telecom, nesse locais o cliente tem a opção de ofertas de ven-das conjuntas com o intuito de pro-mover a adesão ao serviço, conforme proposta do PNBL. A empresa afirma que o modem oferecido ao cliente é em regime de comodato e não implica em fidelização. A empresa destaca ainda que segundo o acordado com a Ana-tel e o Ministério das Comunicações a opção de telefonia móvel para o PNBL era de livre escolha de cada operado-ra, e, como a empresa possui, desde de 2008, um plano de banda larga móvel por R$ 29,90 optou por continuar com esta opção. A operadora afirma ainda que o PNBL é comercializado em to-dos os canais de vendas.

A Sercomtel admite que havia in-formação divergente quanto ao preço do plano de banda larga popular no site da operadora, o qual já foi devidamente corrigido. A empresa informa ainda que os atendentes do SAC passarão por trei-namento sobre o PNBL. Com relação à velocidade de conexão, a operadora garante que a taxa mínima de velocida-de contratada será de 10%, mas que, na prática, o cliente recebe uma velocida-de muito maior, que chega a uma mé-dia de 60% da velocidade contratada. A Sercomtel esclarece ainda que a venda de banda larga só é concretizada caso a instalação seja tecnicamente possível.

O PNBL da Sercomtel tem hoje a adesão de apenas três usuários. Outra

opção do serviço de internet econômica, da empresa, lançado em abril de 2010, com 400 Kbps a R$ 29,90 mensais — à noite, período de maior utilização, essa velocidade pode chegar a até 2Mbps — que já ganhou a adesão de mais de 14,2 mil famílias londrinenses.

A Telefônica/Vivo informa que ini-ciou a oferta de internet em banda lar-ga, dentro do PNBL, por meio da rede de telefonia fixa, em 29 de setembro de 2011 – nesta primeira fase, para 229 municípios do Estado de São Paulo. Desde a assinatura do Termo de Com-promisso, em 30 de junho, a empresa diz ter lançado, voluntariamente, oferta atendendo aos padrões de preço e ve-locidade do PNBL, em todos os muni-cípios brasileiros onde a Vivo mantém a sua rede de internet móvel 3G (cerca de 2.700cidades). A operadora afirma que há um milhão de clientes utilizan-do serviços de internet (fixa ou móvel) com preços (até R$ 35) e velocidade nos padrões estabelecidos pelo PNBL.

A empresa informa que diferente-mente do que afirma o IDEC, a taxa de instalação do serviço pela rede fixa, de R$ 150, não representa “fidelização” e que a taxa só é cobrados em caso de de-sistência do serviço antes de doze me-ses da instalação, de acordo com termo assinado com o Governo Federal. A Te-lefônica/Vivo diz ainda que a taxa não é superior à cobrada nas demais moda-lidades do serviço de internet em banda larga (Speedy). A taxa de instalação do Speedy, informa, é de R$ 222, embora promocionalmente o valor seja de R$ 123. A operadora ressalta ainda que, apesar do Termo de Compromisso e, consequentemente, o contrato, preveja limite de downloads, a empresa optou por não estabelecer, promocionalmen-te, este limite.

continuação

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RIO — A promessa da Agência Nacional de Telecomunicações (Ana-tel) de queda no valor das tarifas das chamadas de telefones fixos para a tele-fonia móvel virou uma queda de braços na Justiça entre a agência e a Telemar (Oi fixa). A concessionária pediu à Anatel um reajuste tarifário de 2,64% referente ao período de 2010 a 2011; além disso, não concorda que o cálcu-lo seja feito considerando a Resolução 576, que reduz em 10,78% o valor da tarifa de fixo para celular. Para garantir seu pleito a empresa recorreu à Justiça. Caso a Telemar vença a disputa, além de não ter o desconto, será acrescen-tado o reajuste e o consumidor pagará uma tarifa cerca de 15% mais cara.

Pelo contrato de concessão, as empresas podem pedir a recomposição inflacionária uma vez por ano. Em fe-vereiro de 2011, a Telemar pediu um reajuste de 2,64%. Para homologar o aumento, a Anatel exige que as con-cessionárias entrem em acordo com as operadoras de celulares sobre o paga-mento pelo uso da rede móvel. Este é o maior custo da tarifa e chega a 80% do valor.Concessionária alega perda inflacionária de 10,6%

Como a Telemar não conseguiu o acordo com as móveis, o reajuste não foi homologado. Só em outubro a ope-radora fixa chegou a um acerto com as redes de celulares. Mas, naquele mo-mento, a agência aprovara a Resolução 576, que previa um corte de 10,78% no valor pago pelo uso das redes móveis e adotou essa norma para analisar o re-ajuste.

A Telemar não concordou com a decisão e entrou na Justiça. Ganhou a liminar. A Anatel pediu a suspensão da decisão no Tribunal Regional Federal (TRF), sem sucesso. Mas conseguiu uma liminar anulando a decisão de primeira instância. A concesssionária

recorreu com um agravo regimental na turma recursal do TRF e venceu por unanimidade. À Anatel, agora, só resta recorrer ao Superior Tribunal de Justi-ça (STJ).

A Telemar argumenta que não há que se falar da não concessão do rea-juste em virtude da não existência de acordo com as móveis, porque no caso de não haver um pacto, a Anatel pode arbitrar o aumento. A concessionária alega que pediu, em abril, que a agên-cia definisse o valor, mas a agência não considerou o pedido. Além disso, a empresa alega que a defasagem da ta-rifa de fevereiro de 2010 para hoje é de 10,6% e o reajuste pedido é de 2,64%. A concessionária afirma ainda que con-corda com a redução do valor do uso das redes móveis, porém, apenas a par-tir de 2013, já que o pedido de reajuste foi feito em fevereiro, muito antes da edição da Resolução 576.

A Anatel afirma que não vai se manifestar, pois o caso está sub judice. Uma fonte da agência diz que a Tele-mar não estaria perdendo receita com o reajuste calculado pela Resolução 576 porque a redução só afeta as ope-radoras de celulares. E observa que a redução do pagamento do uso da rede móvel também beneficiaria os consu-midores nas ligações entre diferentes operadoras de móvel para móvel, que hoje é a tarifa mais cara. A fonte diz que a agência analisa o reajuste à luz das regras em vigor e, em outubro, já estava valendo a 576.

Eduardo Tude, presidente da con-sultoria Teleco, ressalta que a Anatel está em consonância com uma tendên-cia mundial de diminuição de tarifas da rede móvel:

— O Brasil tem uma das tarifas mais caras do mundo. Aqui, só é barato falar pela mesma operadora, cujo custo da tarifa é de R$ 0,05, enquanto para falar para outra operadora sobe para

R$ 1. Não existe lógica nesta ação da Telemar, porque eles estão defendendo uma garantia de receita por curto es-paço de tempo, tendo em vista que o grupo tem a Oi celular. Mas, a longo prazo, a maior utilização diminui essa diferença.

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste Associação de Consumidores, considera um disparate esta queda de braço, pois não há razão para a empresa brigar pela não dimi-nuição do valor pago às redes móveis:

— Não há desequilíbrio contratu-al. A empresa pode ter o reajuste pedi-do, mesmo que o cálculo seja feito pela Resolução 576. Além de ser um absur-do este tipo de demanda de uma em-presa que é uma das que mais recebe reclamações dos consumidores de todo o Brasil pelos serviços que presta.

Sistema de Defesa do Consumidor apoia a Anatel

Maria Inês ressalta que é uma pre-ocupação mundial a diminuição das tarifas:

— Pela primeira vez, a Anatel toma uma decisão a favor do consumi-dor, em consonância com uma tendên-cia mundial. O consumidor não pode perder nesta queda de braço.

Juliana Pereira da Silva, diretora do Departamento Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), tam-bém considera um absurdo que uma empresa entre na Justiça contra a agên-cia reguladora para impedir uma queda no valor das tarifas:

— O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor está apoiando a Anatel neste caso, pois há muito as entidades lutam para que a agência leve em con-sideração também os interesses dos consumidores em suas decisões. É pre-ciso fortalecer o papel da agência neste momento.

o globo - economia - 17.3.12Queda de braço entre Oi e Anatel

Empresa vai à Justiça por reajuste e não concorda com redução no valor da tarifa que remunera redes móveis