16522483-pele-de-vidro

6

Click here to load reader

Upload: josiarqsc

Post on 04-Jul-2015

49 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 16522483-PELE-DE-VIDRO

PELE DE VIDRO

Os vidros voltaram a dominar o mercado, porém, com sua sofisticada

tecnologia e resistência, padrões originais surpreendem, aumentando seu

leque de utilizações: além das funções conhecidas, SIMBOLISMO e

MARKETING são as novas metas.

SIMBOLISMO

Crenças

No Japão, os arquitetos gostam de criar a ilusão de que seu edifício está

“envolto” (tsutsumu) ou “atado” (musubu), o que, segundo suas crenças,

significa demarcar um espaço como especial ou sagrado.

PRADA, Tóquio, Herzog e de Meuron

Page 2: 16522483-PELE-DE-VIDRO

Não há dúvida que a nova PRADA em Tóquio (Omotesando) antecipa o

futuro. Os badalados arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron

presentearam a cidade com um edifício emblemático, destacando-se do

comum neste país e seus pequenos espaços públicos. A edificação é

“amarrada” com cordas de aço, que formam uma trama quadrangular de vidros

planos, côncavos e convexos nas empenas, onde nenhuma face é do mesmo

tamanho.

Preservação

O Estilo Internacional com suas fachadas integrais de vidro ditou a moda

da Arquitetura na década de 20. O alemão Mies Van der Rohe era ícone, assim

como a Cidade de Chicago seu melhor exemplo nos Estados Unidos.

Hoje Berlim tornou-se uma das cidades mais sofisticadas do mundo,

símbolo da arquitetura contemporânea - com competência e a criatividade de

centenas de arquitetos de vários países, que conseguiram criar, apesar de

suas diferenças, um conjunto de edificações coerentes.

EMBAIXADA DA FRANÇA (fundos, Berlim, Christian de Portzamparc)

Page 3: 16522483-PELE-DE-VIDRO

Para conseguir tal unidade, partiu-se do princípio que deveriam

preservar o existente - as fachadas, ou apenas partes delas. A solução foi

protegê-las por uma pele de vidro, sem mecanismo de abertura, dando a

sensação de preservação, mas ao mesmo tempo de medo. Medo talvez

daquele passado, ou talvez do novo mundo que está por vir. Esta é a

verdadeira cara de Berlim hoje: um muro transparente que separa o passado

do futuro.

Religiosidade

Numa época em que as tradições desapareceram, torna-se um

problema a criação de uma arquitetura religiosa convincente. Alguns arquitetos,

como o japonês Tadao Ando (Igreja da Luz, Templo e Igreja na Água),

encontraram soluções que respeitam os requisitos litúrgicos.

Mas com a utilização do quesito “vidros”, o projeto mais emblemático

hoje é o da Igreja Herz Jesu em Munique, de Allman Sattler Wappner.

IGREJA HERZ JESU, Munique, Allman Sattler Wappner

Page 4: 16522483-PELE-DE-VIDRO

A luz, freqüentemente presente como elemento simbólico nas igrejas,

desempenha aqui um papel central, proporcionando efeitos diferenciados de

dia e à noite. Ela apresenta todas as características do Estilo Internacional,

com uma importante diferença: é AZUL!

MARKETING

Cor

Apesar do vidro incolor ainda ser de extrema beleza e relevância

(principalmente como elemento de preservação das fachadas), o impacto

causado pela cor está sendo utilizado como elemento diferencial de marketing.

O edifício de carros Audi na Oyamadai de Tóquio - projeto de Andrew Doré -

chama atenção pela sua fachada destorcida e assimétrica em vidros azuis. Se

a imagem que desejaram transmitir ao futuro cliente era a de alta tecnologia e

design arrojado, acertaram na mosca (azul)!

AUDI, Tóquio, Andrew Doré

Page 5: 16522483-PELE-DE-VIDRO

Termoformatação

O arquiteto Norman Foster tem “abusado” de formas amorfas em suas

criações londrinas, pois a termoformatação nos vidros também ampliou seu

espectro de aplicações e efeitos.

A tática de Rei Kawakubo, idealizadora da COMME DES GARÇONS é

se associar a arquitetos locais, que conheçam melhor sua cidade.

Criativo, Takao Kawasaki surpreende com sua fachada de cristal ondulado e

manchas azuis em Tóquio (Omotesando).

COMME DES GARÇONS, Tóquio, Takao Kawasaki

Logomarca

Quanto ao uso da fachada como pele de invólucro comercial, a cidade

oferece outro bom exemplo: a colossal firma LOUIS VUITTON, que possui 300

estabelecimentos espalhados por 50 países. Para a unidade de Roppongi Hills,

Jun Aoki projetou uma parede dupla de vidro inserida com 28.000 tubos de

cristal (10 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento) que captam as luzes e

cores e as modificam sutilmente através da refração.

Page 6: 16522483-PELE-DE-VIDRO

LOUIS VUITTON, Tóquio, Jun Aoki